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1.

Humberto, em conjunto com seus amigos Paulo e Maria, eram os únicos sócios da
Sociedade Incorporadora Ltda.
Com o falecimento de Humberto e considerando que nenhum de seus sucessores
integrava o quadro societário da Sociedade Incorporadora Ltda., seu espólio ajuizou
ação de dissolução parcial da referida sociedade, requerendo a citação apenas de
Paulo e Maria.
Devidamente citados, Paulo e Maria concordaram com o pedido formulado na ação,
pelo que o juiz proferiu sentença decretando a dissolução parcial da sociedade em
relação ao espólio de Humberto e condenando Paulo e Maria ao pagamento de
honorários advocatícios de sucumbência. Na sentença, o juiz relegou a apuração de
haveres da sociedade para a fase subsequente e imediata de liquidação.
Diante da situação hipotética acima descrita, assinale a afirmativa correta.
A) A sentença proferida pelo juiz está contaminada por vício de nulidade, tendo em
vista que a Sociedade Incorporadora Ltda. não foi citada para integrar a lide,
concordando com o pedido ou contestando a ação.
B) Paulo e Maria poderão interpor recurso de apelação contra a sentença, sob o
argumento de que, não tendo eles se oposto ao pedido de dissolução parcial da
sociedade, descaberia ao juiz condená-los ao pagamento de honorários advocatícios
de sucumbência.
C) Ainda que não realizada a partilha dos bens de Humberto, seu espólio não possui
legitimidade para ajuizar a ação, pois a legitimidade para requerer a dissolução parcial
da Sociedade Incorporadora Ltda. é apenas dos sócios remanescentes, Paulo e Maria.
D) O juiz não poderia ter determinado a apuração de haveres na fase subsequente e
imediata de liquidação, visto ser necessário para a referida a apuração o ajuizamento
de ação autônoma, distinta da ação de dissolução parcial de sociedade.

2. João ajuizou ação de indenização por danos materiais e morais contra Carla. Ao
examinar a petição inicial, o juiz competente entendeu que a causa dispensava fase
instrutória e, independentemente da citação de Carla, julgou liminarmente
improcedente o pedido de João, visto que contrário a enunciado de súmula do
Superior Tribunal de Justiça. Nessa situação hipotética, assinale a opção que indica o
recurso que João deverá interpor.
A) Agravo de instrumento, uma vez que o julgamento de improcedência liminar do
pedido ocorre por meio da prolação de decisão interlocutória agravável.
B) Agravo de instrumento, tendo em vista há urgência decorrente da inutilidade do
julgamento da questão em recurso de apelação.
C) Apelação, sendo facultado ao juiz retratar-se, no prazo de cinco dias, do julgamento
liminar de improcedente do pedido.
D) Apelação, sendo o recurso distribuído diretamente a um relator do tribunal, que
será responsável por intimar a parte contrária a apresentar resposta à apelação em
quinze dias.

3. A corretora de seguros XYZ ajuizou ação de cobrança em face da Alegria Assistência


Médica, pugnando pelo pagamento da taxa de comissão de corretagem que a segunda
se recusa a pagar, apesar de a autora estar prestando devidamente serviços de
corretagem.
O juízo de primeiro grau julgou pela procedência do pedido, na mesma oportunidade
concedendo tutela antecipada, para que a Alegria faça os pagamentos da comissão
devida mensalmente.
Nessa circunstância, o(a) advogado(a) da Alegria Assistência Médica, buscando
imediatamente suspender os efeitos da sentença, deve
A) interpor Recurso Extraordinário, no prazo de 15 dias úteis, para que o Supremo
Tribunal Federal reforme a sentença e pleiteando efeito suspensivo.
B) interpor Apelação Cível, no prazo de 15 dias úteis, objetivando a reforma da
sentença, e pleitear efeito suspensivo diretamente ao tribunal, por pedido próprio,
durante a tramitação da apelação em primeiro grau.
C) impetrar Mandado de Segurança contra a decisão que reputa ilegal, tendo como
autoridade coatora o juízo sentenciante, para sustar os efeitos da sentença.
D) interpor Agravo de Instrumento, no prazo de 15 dias úteis, para reforma da tutela
antecipada.

4. Em ação coletiva ajuizada pela Associação Brasileira XYZ, foi proferida sentença que
julgou improcedentes os pedidos formulados na petição inicial. Em segunda instância,
o tribunal negou provimento à apelação interposta pela Associação Brasileira XYZ e
manteve a sentença proferida.
A Associação, contudo, notou que um outro tribunal do país, em específico, decidiu
sobre questão de direito similar de forma distinta, tendo atribuído interpretação
diversa à mesma norma infraconstitucional federal.
A respeito da hipótese narrada, assinale a opção que apresenta a medida judicial a ser
adotada pela Associação Brasileira XYZ.
A) Interposição de recurso especial fundado em dissídio jurisprudencial, devendo a
Associação recorrente comprovar no recurso a divergência entre o acórdão recorrido e
o julgado do outro tribunal, além de mencionar as circunstâncias que identifiquem ou
assemelhem os casos confrontados.
B) Interposição de embargos de divergência direcionados ao Superior Tribunal de
Justiça, no intuito de uniformizar o entendimento divergente dos tribunais.
C) Pedido de instauração de incidente de assunção de competência, ainda que se trate
de divergência entre tribunais sobre questão de direito sem relevância e repercussão
social.
D) Pedido de instauração de incidente de resolução de demandas repetitivas
direcionado a relator de turma do Superior Tribunal de Justiça, com o objetivo de
uniformizar o entendimento divergente dos tribunais.

5. Guilherme, em 13/03/2019, ajuizou ação indenizatória contra Rodrigo, a qual


tramita no Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, em autos físicos. Em
contestação, Rodrigo defendeu, preliminarmente, a incompetência do Poder
Judiciário, pois as partes teriam pactuado convenção de arbitragem no contrato que
fundamentava a demanda movida por Guilherme.
Rodrigo, no mérito de sua defesa, requereu a improcedência do pedido indenizatório,
uma vez que teria cumprido o contrato celebrado entre as partes. Após a apresentação
de réplica, o Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte proferiu decisão na
qual rejeitou a preliminar arguida por Rodrigo e intimou as partes para informar as
provas que pretendiam produzir.
Inconformado, Rodrigo interpôs agravo de instrumento contra a parcela da decisão
que rejeitou a preliminar de convenção de arbitragem. No entanto, Rodrigo não
cumpriu a obrigação de
comunicação ao juízo de primeiro grau da interposição do agravo no prazo de 3 dias,
deixando de apresentar a cópia da petição do agravo de instrumento e o comprovante
de sua interposição para o Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte.
Para que o recurso de Rodrigo não seja conhecido com base nesse vício formal,
assinale a opção que apresenta a medida a ser adotada por Guilherme.
A) Ele não pode fazer nada, pois o vício formal é sanável, de ofício, pelo
desembargador responsável por relatar o agravo de instrumento, o qual deve intimar
Rodrigo para apresentar cópia da petição do agravo de instrumento e o comprovante
de sua interposição.
B) Ele poderá, em qualquer momento da tramitação do agravo de instrumento,
apontar que Rodrigo descumpriu a exigência de comunicação ao primeiro grau.
C) Ele deverá, em suas contrarrazões ao agravo de instrumento, apontar que Rodrigo
descumpriu a exigência de comunicação em questão.
D) Ele não precisará fazer nada, pois esse vício formal é insanável e poderá ser
conhecido, de ofício, pelo desembargador responsável por relatar o agravo de
instrumento.

6. Ao longo do processo, o juiz pode proferir variadas decisões, de diferentes espécies. É


comum que, contra elas, os litigantes, o Ministério Público ou terceiros interessados possam se
insurgir, manifestando o seu inconformismo. São os recursos que pressupõem inconformismo,
insatisfação com as decisões judiciais, e que buscam outro pronunciamento do Poder
Judiciário a respeito das questões a ele submetidas. O nosso sistema jurídico permite, em
regra, que as decisões judiciais sejam reapreciadas. Normalmente, isso é feito por um órgão
diferente daquele que proferiu a decisão. Os recursos geram diversos efeitos, como os efeitos
recursais, que possuem uma série de particularidades.

GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil. 12. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2021 (adaptado).

A respeito dos efeitos dos recursos, julgue os itens a seguir.

I. O efeito obstativo impede que a sentença que motivou a interposição do recurso faça coisa
julgada formal ou material. Se o recurso tiver por objeto apenas uma parte da matéria
discutida, por exemplo, o efeito não obstará que as partes não impugnadas formem coisa
julgada.

II. O efeito translativo ocorre quando o julgador decide de ofício sobre matéria não tratada no
pedido veiculado pelo recurso, por exemplo, quando o órgão judicial responsável pelo recurso
julgar extinto sem julgamento do mérito, ao verificar que a parte não tem legitimidade.

III. O efeito suspensivo é considerado a regra do ordenamento jurídico e impede que a decisão
recorrida tenha eficácia prática e, se já tiver, cancela, ainda que temporariamente, os efeitos
da decisão como ocorre, por exemplo, com a apelação, que é um recurso de efeito
suspensivo.

É correto o que se afirma em

A) I, apenas.

B) III, apenas.

C) I e II, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e II.

7. Na seara dos recursos constitucionais, existe previsão do chamado recurso extraordinário.


Portanto, em atendimento aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do duplo
grau de jurisdição, existem situações em que o sucumbente consegue ver sua lide analisada
pela mais alta corte, que é o Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição. Da mesma
forma que o recurso especial, o Código de Processo Civil se limitou a regularizar o
processamento do recurso extraordinário, sendo que seu cabimento foi delimitado apenas na
Constituição. Também da mesma forma do recurso especial, para o cabimento do recurso
extraordinário, deve ter ocorrido o exaurimento de instância e deve-se ter causa decidida. É
competente para o julgamento do recurso extraordinário o Supremo Tribunal Federal,
devendo a petição ser endereçada ao presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido, em
petições distintas, que conterão a exposição do fato e do direito, a demonstração do
cabimento do recurso interposto e as razões do pedido de reforma ou de invalidação da
decisão recorrida, nos termos do artigo 1.029 do CPC.
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil. São Paulo: Saraiva, 2018
(adaptado).

Diante do exposto, sobre o recurso extraordinário, julgue os itens a seguir.

I. A turma recursal do Juizado Especial da Comarca de Patos de Minas julgou improcedente um


pedido de Andreia, contrariando dispositivo da Constituição Federal, razão pela qual é cabível
recurso extraordinário.

II. Tendo o pedido de sua cliente sido julgado improcedente pelo Tribunal de Justiça do Paraná,
a advogada Melissa vai interpor recurso extraordinário, mas deverá demonstrar a repercussão
geral das questões constitucionais discutidas no caso.

III. Ao julgar os recursos extraordinários, o Supremo Tribunal Federal cumpre a função de


estabelecer parâmetros interpretativos objetivos das decisões constitucionais, havendo
necessidade de analisar se da decisão não cabem mais recursos.

Está correto o que se afirma em:

A) I, II e III.

B) I e II, apenas.

C) I, apenas.

D) II e III, apenas.

E) III, apenas.

8. O recurso é conceituado como um remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo


processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se
impugna. A definição reúne os elementos importantes para a caracterização dos recursos
como tais: a sua voluntariedade (é preciso que haja manifestação da vontade para recorrer), a
circunstância de o recurso desenvolver-se no mesmo processo e suas finalidades, que é de
reformar, invalidar ou integrar decisões jurisdicionais. Na classificação dos recursos, leva-se em
conta a extensão do inconformismo, que pode ser total ou parcial, os tipos de vícios, cuja
fundamentação poderá ser livre ou vinculada, podendo ainda o recurso ser principal ou
adesivo, sendo este último possível somente quando o outro litigante recorrer, abrindo-se
então a possibilidade de aquele que também foi sucumbente em parte registrar seu
inconformismo após o recurso principal ser impetrado. Por outro lado, cada tipo de decisão
desafia um recurso próprio, podendo ser citado o recurso de apelação e o recurso de agravo
de instrumento e o recurso de embargos de declaração.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil. São Paulo: Saraiva, 2018
(adaptado).

Diante do exposto, sobre o recurso de agravo de instrumento, julgue os itens a seguir.

I. Ao ter sua alegação de convenção de arbitragem rejeitada, Denis pode manusear o recurso
de embargos de declaração por ser a decisão contraditória, pois contraria norma de lei que tira
do juiz o poder de decidir em caso de convenção de arbitragem.
II. Em alterando o juiz o ônus da prova no processo impetrado por Valter em face de Lucas,
pode ser pleiteada a reforma da decisão por meio de embargos de declaração, pois contraria o
CPC, que determina que o ônus da prova compete a quem alega.

III. Aretusa move uma ação de execução e Arlete move uma ação de inventário e, em ambos os
tipos de processo, as decisões obscuras, contraditórias, omissas ou que contenham erro
material podem ser atacadas via embargos de declaração.

Está correto o que se afirma em

A) I, II e III.

B) I e II, apenas.

C) I, apenas.

D) II e III, apenas.

E) III, apenas.

9. São os recursos, portanto, meios de impugnação de decisões judiciais exercitáveis dentro do


mesmo processo em que surge a decisão impugnada, mas não necessariamente nos mesmos
autos, objetivando impedir a formação da coisa julgada. O recurso pode ser conceituado como
o remédio voluntário, incidental a um processo, que manifesta a insatisfação daquele que vê
seus interesses contrariados por um provimento jurisdicional que possua conteúdo decisório.
Dessa forma, todo recurso nasce da iniciativa de um interessado em impugnar a decisão. O
mais comum dos resultados almejados com a interposição do recurso é a reforma da decisão
judicial impugnada, com a prolação de uma nova decisão pelo órgão julgador do recurso sobre
a mesma questão decidida no provimento recorrido, que ocorre quando houver neste último
um error in judicando, isto é, erro de julgamento ou vício de conteúdo.

PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Manual de direito processual civil contemporâneo. 2.
ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020 (adaptado).

A respeito do agravo de instrumento, julgue os itens a seguir.

I. O agravo de instrumento é recurso de argumentação livre e deve ser dirigido diretamente ao


tribunal competente através de petição, observados os requisitos da petição, como o nome e o
endereço completo dos advogados constantes do processo.

II. Existem várias formas de interposição do agravo de instrumento, por exemplo, por meio da
transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei. Nessa forma de interposição, as peças
deverão ser juntadas no momento do protocolo da petição original.

III. Para a interposição do agravo de instrumento, é obrigatória a apresentação de


documentos, por exemplo, cópias da petição inicial e da contestação. Pela obrigatoriedade, na
falta de algum documento, será declarado vício formal, não podendo ser sanado
posteriormente.

IV. O agravo de instrumento é o recurso cabível contra as decisões interlocutórias, que são os
pronunciamentos que não encerram a fase cognitiva nem o processo de execução, por
exemplo, as decisões interlocutórias que versem sobre a rejeição do pedido de gratuidade da
justiça.
É correto o que se afirma em:

A) III, apenas.

B) I e III, apenas.

C) II e IV, apenas.

D) I, II e IV, apenas.

E) I, II, III e IV.

10. Quando um recurso ou uma ação originária chega ao Tribunal, é sorteado um magistrado
para exercer a função de relator desse processo. O relator examina o recurso/ação antes dos
demais magistrados e elabora um relatório e um voto que serão levados ao colegiado para que
os demais juízes (em sentido amplo) decidam se concordam ou não com as conclusões do
relator. Ocorre que, antes mesmo de elaborar o voto, o relator tem poderes para, sozinho, ou
seja, de forma monocrática, tomar uma série de medidas e decisões. Em face das decisões
monocráticas tomadas, é cabível a interposição do agravo interno, direcionado ao próprio
julgador, e deverá ser aberta vista dos autos ao agravado para se manifestar. Findo o prazo,
independente da apresentação das contrarrazões, os autos deverão ir à conclusão, para que o
relator decida se mantém a decisão ou se retrata. Caso seja mantida a decisão, o recurso será
levado a julgamento do órgão colegiado.

Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2016/07/agravo-interno-contra-


decisao.html. Acesso em: 26 jun. 2020.

Nesse sentido, acerca do agravo interno, julgue os itens a seguir.

I. O prazo para propositura do agravo interno é de 15 dias, salvo previsão específica em


Regimento Interno de Tribunal.

II. Na petição de agravo, o recorrente impugnará especificamente os fundamentos da decisão


agravada.

III. O relator, ao analisar o agravo, sendo vedada retratação, determinará as contrarrazões e


levará ao julgamento pelo órgão colegiado.

IV. O relator pode reproduzir os fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o
agravo interno.

V. Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em


votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a
pagar, ao agravado, multa.

É correto apenas o que se afirma em:

A) II e V.

B) I, II e III.

C) I, IV e V.

D) II, III e IV.


E) I, III, IV e V.

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