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Dr.

Edson Willian Piotto


OAB/SC 33517
Telefone: 47 3054-1955 e 47 9282-7183/ 47 9731-0692
Email: w.piotto@hotmail.com

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da 1ª Vara Cível de


Guaramirim/SC

Autos nº 0300533-71.2014.8.24.0026

Joceani Ogliari, já qualificada nos presentes autos, por seu advogado, que esta
subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, não tendo se
conformado com a r. sentença de fls 23-24 interpor, com base no artigo 923 e seguintes
do Código de Processo Civil, o presente recurso de

APELAÇÂO

Substanciado nas anexas razões de apelação, as quais requer sejam recebidas,


processadas e encaminhadas à superior instância, após pagas as custas, conforme
comprovante de recolhimento em anexo, na forma da lei.

Termos em que, espera receber


Deferimento.
Guaramirim, 25 de abril de 2016

Edson Willian Piotto


OAB/SC 33.517
Dr. Edson Willian Piotto
OAB/SC 33517
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA

RECORRENTE: JOCEANI OGLIARI

RECORRIDO: JULIANA INES JUCHUM-ME

ORIGEM: GUARAMIRIM/SC

RAZÕES DA APELAÇÃO

1) DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

1.A) Da tempestividade do recurso de apelação

O presente recurso está tempestivo, uma vez que seu prazo para interposição é de
15 dias, conforme 1003, do Novo CPC:

Art. 1.003. § 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os


recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

A intimação se deu por edital no Diário Oficial do Tribunal de Justiça de Santa


Catarina de 31/03/2016, com disponibilização no dia 01/04/2016, encerrando o prazo para
recurso no dia 25 de abril de 2016. Requer desde já a o recebimento do presente recurso,
eis que tempestivo.
Dr. Edson Willian Piotto
OAB/SC 33517
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1.B) Do cabimento.

Contra decisão do magistrado em 1 º grau cabe recurso de apelação, conforme


dispõe o artigo 1009 do Novo CPC:

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

Considerando que houve sentença conforme páginas 23-24, eis que cabível a
presente apelação.

2 – SÍNTESE DOS FATOS

O presente processo versa sobre embargos de execução, impetrado pela


embargante em face da embargada, sustentando que não é parte legítima nos autos.
O processo de execução foi movido pela embargada tendo em vista a falta de
pagamentos dos títulos executivos assinados pelo genitor da embargante, que utiliza sua
empresa para realizar fretamento de cargas conforme explanado na petição inicial de
execução. Embora não tenha assinado as notas promissórias, a mesma assinou
contrato de compra e venda conforme se verifica do processo de execução à página 21,
bem como das fotos dos veículos comprados da embargada com a logotipo da empresa
da embargante.
Inconformada com a execução a embargante ingressou com a medida de
embargos de declaração.
O digno juiz, ao analisar os presente embargos, acabou por acolher a pretensão da
embargante, condenando a embargada ao pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a
título de sucumbência. Inconformada com a digna decisão, não restou-lhe outra
alternativa senão o ingresso do presente recurso de apelação.
Dr. Edson Willian Piotto
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3.- RAZÕES PARA REFORMA

Com efeito, entende a Recorrente que a reforma da respeitável sentença, ainda


que parcial, é medida que se impõe.
A sentença narra suscintamente que a embargante nunca assinara quaisquer
documentos que ensejam a sua parte na execução.
Nos autos é possível verificar conforme já mencionado, a embargante assinou em
conjunto o contrato e inclusive, utiliza o veículo como de sua propriedade fosse, conforme
fotos juntadas ao processo, para realizar o transporte de cargas.
Este tribunal já possui entendimento pacífico que a simples tradição transmite a
propriedade de bens móveis:
"Na compra e venda de veículo, o negócio jurídico se perfectibiliza com a
tradição da coisa, ainda que não registrada a transferência na repartição de
trânsito" (TJSC - Apelação Cível nº 97.001262-4, de Blumenau. Relator: Des.
Pedro Manoel Abreu, j. em 28.05.97).

Portanto, ao analisar o presente embargo, o julgador não se ateve à totalidade dos


fatos e tão somente às alegações da embargante.
Ao final fixou verbas de sucumbência dos honorários em R$ 5.000,00,
considerando o valor do veículo, mas os valores devem ser reduzidos, uma vez que
houve somente um ato praticado pela parte, bem como o valor da causa é de R$
42.500,00.
Ressalta-se o excesso no valor, uma vez que a apelante não possui condições de
arcar com o respectivo valor, tendo em vista que todo o seu dinheiro fora investido nos
veículos vendidos ao genitores da apelada para serviços de transporte da apelada,
requerendo desde já a redução dos valores de sucumbência, para valores em que a
apelante não sofra com oneração excessiva.
Várias são os entendimentos deste tribunal para minoração das verbas de
sucumbência:
RESPONSABILIDADE CIVIL. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO DE
TRANSPORTE AÉREO. CANCELAMENTO INJUSTIFICADO DE VOO E PERDA
DE FESTA DE CASAMENTO DE FAMILIAR. RESPONSABILIDADE DA
CONCESSIONÁRIA. APLICAÇÃO DA TEORIA OBJETIVA. ALEGADA FALHA
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MECÂNICA EM MANUTENÇÃO NÃO PROGRAMADA DA AERONAVE.


AUSÊNCIA DE PROVA DA CAUSA EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE.
ÔNUS INCUMBIDO À RÉ PELO ART. 333, II DO CPC/73 NÃO CUMPRIDO.
VIAGEM COM O ÚNICO PROPÓSITO DE COMPARECER À FESTA DE
CASAMENTO DE FAMILIAR. CONDUTA DA DEMANDADA QUE
IMPOSSIBILITOU À IDA DA DEMANDANTE AO EVENTO. NEXO CAUSAL
ENTRE O DANO E O FATO. DEVER DE INDENIZAR CARACTERIZADO. 1. Em
se tratando de ação que se almeja indenização por prejuízo envolvendo
concessionária de serviço público, deve ser observada a teoria da
responsabilidade objetiva consagrada no art. 37, § 6º, da CF, o qual dispõe que:
"As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa". 2. Nos termos do art. 333, II, do CPC, é ônus do réu a
produção de prova nos autos acerca da ocorrência de culpa exclusiva da vítima ou
de fato de terceiro ou, ainda, de caso fortuito ou de força maior. DANO MORAL.
QUANTUM INDENIZATÓRIO. FIXAÇÃO DE R$ 7.000,00 NA ORIGEM. PEDIDO
DE REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. MINORAÇÃO PARA R$ 5.000,00, EM
CONSONÂNCIA COM O PATAMAR FIXADO POR ESTA CÂMARA DE JUSTIÇA.
RESPEITO AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
O valor da indenização deve seguir critérios de razoabilidade e proporcionalidade,
mostrando-se efetiva à repreensão do ilícito e à reparação do dano, sem, em
contrapartida, constituir enriquecimento indevido. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.
RECONHECIMENTO NA ORIGEM. ARBITRAMENTO DE HONORÁRIOS NOS
TERMOS DO § 4º DO ART. 20 DO CPC/73. PEDIDO DE ALTERAÇÃO
CONFORME O ESTABELECIDO NO § 3º DO CPC/73. CONDENAÇÃO EM
VALOR DETERMINADO. ALTERAÇÃO PARA 15% SOBRE O VALOR DA
CONDENAÇÃO. Os honorários advocatícios deverão ser fixados, em regra, nos
moldes do art. 20, § 3º, do CPC/73, levando em conta grau de zelo do respectivo
profissional, o lugar de prestação do serviço, a natureza e a importância da causa,
bem como o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu
serviço. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA REFORMADA EM PARTE,
PARA REDUZIR O VALOR INDENIZATÓRIO E READEQUAR OS HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJSC, Apelação n. 0300085-38.2014.8.24.0143, de Rio do Campo, rel. Des.
Francisco Oliveira Neto, j. 14-04-2016).
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APELAÇÃO E RECURSO ADESIVO. SERVIDORA PÚBLICA


MUNICIPAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. PLEITO VISANTE A
COMPELIR O MUNICÍPIO-RÉU A REALIZAR AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
PARA FIM DE PROMOÇÃO POR MERECIMENTO. REQUISITO
INDISPENSÁVEL, FIXADO POR LEI LOCAL (ART. 10, ALÍNEA "E", DA LCM N.
013/99). OMISSÃO DO PODER PÚBLICO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO
PEDIDO. PRECEDENTES DA CORTE. RAZOABILIDADE DO PRAZO DE
CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO. CORRETA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.
MINORAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA. APELO
PROVIDO EM PARTE E RECURSO ADESIVO DESPROVIDO. (TJSC, Apelação
Cível n. 2016.004894-4, de Criciúma, rel. Des. João Henrique Blasi, j. 29-03-
2016).
RESPONSABILIDADE CIVIL. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO
PÚBLICO DE TRANSPORTE TERRESTRE. FURTO DE OBJETO DO INTERIOR
DA BAGAGEM DESPACHADA. AVENTADA NECESSIDADE DE APLICAÇÃO DO
DECRETO N. 2.521/98 E DO DECRETO ESTADUAL N. 12.601/80.
INVIABILIDADE. RELAÇÃO DE CONSUMO. UTILIZAÇÃO DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR. "As normas inscritas no Decreto n. 2.521/98, que
disciplina os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional, não
prepondera sobre os enunciados do Código de Defesa do Consumidor, por serem
esses de ordem pública e de relevante interesse social, conforme resulta do
disposto nos arts. 5º, XXXII e 170, V, da Constituição Federal." (TJSC, AC n.
2004.001958-0, rel. Des. Eládio Torret Rocha, j. 6.11.08). DANOS MORAIS.
RESPONSABILIDADE DA CONCESSIONÁRIA. APLICAÇÃO DA TEORIA
OBJETIVA. FURTO DE VIDEO GAME. NEXO CAUSAL ENTRE O DANO MORAL
E O FATO. AUSÊNCIA DE PROVA CAPAZ DE AFASTAR A ALEGAÇÃO DO
AUTOR. DANOS MORAIS MANTIDOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
PRETENDIDA MINORAÇÃO. FIXAÇÃO DE R$ 15.000,00 NA ORIGEM.
REDUÇÃO PARA R$ 10.000,00, EM CONSONÂNCIA COM AQUELES FIXADOS
POR ESTA CÂMARA DE JUSTIÇA. MANUTENÇÃO DA VERBA INDENIZATÓRIA.
O valor da indenização a ser arbitrada deve seguir critérios de razoabilidade e
proporcionalidade, mostrando-se efetivo à repreensão do ilícito e à reparação do
dano, sem, em contrapartida, constituir enriquecimento ilícito. DANOS
MATERIAIS. PEDIDO DE INDENIZAÇÃO ESCORADO APENAS NO
FORMULÁRIO DE RECLAMAÇÃO DE BAGAGEM. DOCUMENTO PRODUZIDO
UNILATERALMENTE PELO AUTOR. DECLARAÇÃO DO VALOR DO BEM
PERDIDO SEM A EFETIVA COMPROVAÇÃO. INVIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO
DESTE COMO PROVA DOCUMENTAL. INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA
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EXTENSÃO DO DANO. REGRA DO ART. 944 DO CÓDIGO CIVIL NÃO


OBSERVADA. ÔNUS DA PARTE AUTORA NÃO CUMPRIDO (ART. 333, I, DO
CPC). IMPOSSIBILIDADE DE AVOCAR A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
PREVISTA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PARA SE EXIMIR DE
TAL COMPROVAÇÃO. REFORMA DA SENTENÇA NESSE PONTO.
AFASTAMENTO DA CONDENAÇÃO DA RÉ. O dano material não se presume,
exigindo-se, para que seja passível de reparação, a comprovação do efetivo
prejuízo experimentado, uma vez que "a indenização mede-se pela extensão do
dano" (art. 944 do CC). A inversão do onus probandi, como preceitua o art. 6º,
VIII, do Código de Defesa do Consumidor, não é capaz de eximir a autora do
dever de apresentar o mínimo probatório para comprovar a prova dos fatos
alegados na exordial. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA EM PARTE
REFORMADA, PARA REDUZIR O VALOR INDENIZATÓRIO DOS DANOS
MORAIS, AFASTAR A CONDENAÇÃO DA RÉ AO PAGAMENTO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, E PARA RECONHECER A
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA DAS PARTES. RECURSO, EM PARTE,
CONHECIDO E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSC,
Apelação Cível n. 2013.065079-5, da Capital, rel. Des. Francisco Oliveira Neto, j.
15-03-2016).

4 - CONCLUSÃO
Diante dessas considerações, o Apelante requer seja
conhecido o presente recurso e, quando de seu julgamento, lhe seja dado integral
provimento para reforma da sentença recorrida para acolher o pedido inicial e/ou seja
reduzido o ônus de sucumbência em face dos atos praticados. Fazendo isto, essa
colenda Câmara estará renovando seus propósitos de distribuir à tão almejada Justiça

Neste termos, pede e espera deferimento.

Guaramirim, 25 de abril de 2016

Edson Willian Piotto


OAB/SC 33.517

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