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Tema: SIMULAÇÃO DE MEMORIAIS ORAIS E MAPA MENTAL.

Avaliação: Simulação de Memoriais Orais:


500 pontos.
1 – Classificação da lei penal incriminadora perfeita (rubrica marginal do crime - verbo
nuclear e elementares objetivas, subjetivas e normativas -; preceito primário; preceito
secundário e preceito derivado;

O Direito Penal é formado por um conjunto de normas


jurídicas cuja função primordial consiste na proteção
subsidiária de bens jurídicos. A lei penal tem como conteúdo
uma norma que pode ter
características proibitiva ou mandamental, permissiva,
explicativa ou complementar.
As normas penais podem ser incriminadoras e não
incriminadoras.

As normas penais incriminadoras definem as infrações penais


proibindo a prática de condutas (crimes comissivos) ou
impondo a prática de condutas (crimes omissivos), sob a
ameaça expressa e específica de uma pena. As normas
incriminadoras compõem-se de dois preceitos: um preceito
primário e um preceito secundário. O preceito primário
descreve com objetividade, clareza e precisão, a infração penal.
Já o preceito secundário representa a cominação abstrata e
individualizada da respectiva sanção penal.
As normas penais não incriminadoras estabelecem regras
gerais de interpretação e de aplicação das normas penais em
sentido estrito, incidindo tanto na delimitação da infração
penal como na determinação da sanção penal correspondente.
São normas que delimitam o exercício do ius puniendi estatal.
A função da norma penal não incriminadora é interpretar e
delimitar o alcance da norma penal incriminadora.
As normas penais não incriminadoras classificam-se
em: permissivas, complementares e explicativas.
As normas penais não incriminadoras permissivas opõem-se
ao preceito primário da norma penal incriminadora
autorizando a realização de uma conduta proibida (excludentes
da antijuridicidade).

Já as normas penais não incriminadoras explicativas e


complementares esclarecem, limitam ou complementam as
normas penais incriminadoras dispostas na Parte Especial,
dessa forma, podem determinar a infração penal, esclarecendo
ou complementando o preceito primário, bem como
determinar a consequência jurídica esclarecendo, limitando ou
complementando o preceito secundário.

Bibliografia
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal.
Editora Saraiva, 2015.
2 – Classificação da lei penal incriminadora imperfeita (lei penal em branco,
primariamente remetida, homogênea – homovitelina e heterovitelina; heterogênea e às
avessas ou às cegas); secundariamente remetida; derivadamente remetida ao
quadrado;

Consoante o conceito de norma penal, as normas penais


incriminadoras comportam dois preceitos, um preceito
primário, que descreve o crime (tipo penal) e um preceito
secundário, que estabelece a penalidade.

As normas penais em branco são normas incriminadoras que


necessitam de um complemento, seja no preceito primário,
seja no preceito secundário; em outras palavras, são normas
que exigem a edição de uma outra norma que as complemente,
que lhes dê aplicabilidade prática, vejamos:
A Lei de Contravencoes Penais  tipificou a contravenção de
Simulação da Qualidade de Funcionário Público (art. 45),
entrementes, a definição do significado do termo Funcionário
Público é dada pelo Código Penal (art. 327).
Classificação das Normas Penais em Branco
1. Norma penal em branco própria ou heterogênea ou
heteróloga - quando o complemento não advém de norma
editada pelo Poder Legislativo, advindo tal complemento de
norma editada pelo Poder Executivo.
Os crimes tipificados na Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)
complementados pela portaria 344 da Anvisa, que Aprova o
Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos
sujeitos a controle especial, são exemplos de norma penal em
branco própria ou heterogênea ou heteróloga.
2. Norma penal em branco imprópria ou homogênea ou
homologa - quando o complemento deriva de norma editada
pelo próprio Poder Legislativo.
O crime de Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas,
tipificado no art 315 do Código Penal (Dar às verbas ou rendas
públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:), é um
exemplo de norma penal em branco Imprópria ou homogênea
ou homologa, vez que o seu complemento é dado por norma
editada pelo próprio Poder Legislativo, ou seja, a Lei de
Diretrizes Orçamentárias - LDO.
2.1. Norma penal em branco imprópria ou homogênea ou
homologa Homovitelina - quando o complemento está contido
na mesma lei que tipificou o crime.
O crime de Advocacia Administrativa, tipificado no art. 321 do
do Código Penal (Patrocinar, direta ou indiretamente,
interesse privado perante a administração pública, valendo-
se da qualidade de funcionário:), é um exemplo de norma
penal em branco Imprópria ou homogênea ou
homologa Homovitelina, visto que o complemento está contido
no próprio Código Penal (art. 327), ao estabelecer o conceito de
Funcionário Público.
2.2. Norma penal em branco imprópria ou homogênea ou
homologa Heterovitelina - quando o complemento está
contido em lei diversa (separada) da lei que que tipificou o
crime.
A Contravenção Penal de Simulação da Qualidade de
Funcionário Público (art. 45 LCP)é um exemplo de norma
penal em branco Imprópria ou homogênea ou
homologa Heterovitelina, visto que o complemento está
contido em lei diversa (separada) da Lei de Contravencoes
Penais, i.e, está contido no Código Penal (art. 327), ao
estabelecer o conceito de Funcionário Público.
3. Norma penal em branco invertida ou ao revés - quando o
preceito secundário (penalidade) é que é editado
incompletamente, necessitando de ser complementado.
Os tipos penais encartados na Lei de Genocídio
(Lei 2.889/1956), são exemplos de normas penaiis em
branco invertida ou ao revés, posto que tal lei, estabeleceu que
as penas dos crimes contidos em seu bojo são as dos arts. 121, §
2º; 129, § 2º; 270; 125 e 148, todos do Código Penal,
(fracionadas ou cheias).
4. Norma penal em branco ao quadrado - quando o
complemento da norma penal em branco também é
complementado, ou seja, há um segundo complemento, que é o
complemento do complemento.
Os crimes tipificados nos arts. 38 e 39 da Lei de Crimes
Ambientais (Lei 9.605/1998) são exemplos de norma penal em
branco ao quadrado, nos casos da complementação dada pelo
art. 6º do Código Florestal, vez que exigem um segundo
complemento mediante ato do chefe do Poder Executivo local,
definindo o que venha a ser floresta considerada de
preservação permanente, nos casos não definidos pelo
próprio Código Florestal.
Autores:
Paulo Souza e Luciano Paulo

Link para acesso ao perfil e demais publicações do co-autor,


Luciano Paulo, aqui no
Jusbrasil: https://lpsilvadf.jusbrasil.com.br/
3 – Classificação da lei penal NÃO incriminadora (justificante – permissiva e
exculpante -; complementares, explicativas e extensão).

O Direito Penal é formado por um conjunto de normas


jurídicas cuja função primordial consiste na proteção
subsidiária de bens jurídicos. A lei penal tem como conteúdo
uma norma que pode ter
características proibitiva ou mandamental, permissiva,
explicativa ou complementar.
As normas penais podem ser incriminadoras e não
incriminadoras.

As normas penais incriminadoras definem as infrações penais


proibindo a prática de condutas (crimes comissivos) ou
impondo a prática de condutas (crimes omissivos), sob a
ameaça expressa e específica de uma pena. As normas
incriminadoras compõem-se de dois preceitos: um preceito
primário e um preceito secundário. O preceito primário
descreve com objetividade, clareza e precisão, a infração penal.
Já o preceito secundário representa a cominação abstrata e
individualizada da respectiva sanção penal.
As normas penais não incriminadoras estabelecem regras
gerais de interpretação e de aplicação das normas penais em
sentido estrito, incidindo tanto na delimitação da infração
penal como na determinação da sanção penal correspondente.
São normas que delimitam o exercício do ius puniendi estatal.
A função da norma penal não incriminadora é interpretar e
delimitar o alcance da norma penal incriminadora.
As normas penais não incriminadoras classificam-se
em: permissivas, complementares e explicativas.
As normas penais não incriminadoras permissivas opõem-se
ao preceito primário da norma penal incriminadora
autorizando a realização de uma conduta proibida (excludentes
da antijuridicidade).

Já as normas penais não incriminadoras explicativas e


complementares esclarecem, limitam ou complementam as
normas penais incriminadoras dispostas na Parte Especial,
dessa forma, podem determinar a infração penal, esclarecendo
ou complementando o preceito primário, bem como
determinar a consequência jurídica esclarecendo, limitando ou
complementando o preceito secundário.

Bibliografia
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal.
Editora Saraiva, 2015.

4 – Diferenciação da pena base; privilégios, qualificadoras; causas de aumento e de


diminuição de pena;

"Vencida a segunda etapa da aplicação da pena, que é a consideração das circunstâncias le


atenuantes e agravantes, deve o juiz percorrer a terceira fase de fixação da pena, consistente
análise das causas de aumento e das causas de diminuição de pena.
Ao contrário da etapa anterior, aqui, a redução ou aumento podem transpor os limites máxim
mínimo da pena-base, porque há quantificação predeterminada em cada cláusula. Todas
causas gerais ou especiais de aumento ou diminuição da pena são identificadas por
estabelecem uma referência fracionária ou numeral a uma pena preexistente, por exemplo,
quarto da pena, metade da pena, de um a dois terços, o dobro, o triplo etc. Portanto, e
dependem de que a pena tenha sido já fixada nas etapas anteriores.
Assim, existem causas gerais de aumento e diminuição de pena, quando são referidas na p
geral, sendo aplicáveis a todos os crimes, indistintamente; e existem causas especiais de aume
ou diminuição, que referem-se especificamente a um crime ou a um grupamento de crimes.
Quando o aumento ou diminuição é variável, deve-se buscar o fundamento material que justific
existência do aumento ou diminuição para o estabelecimento do seu quantum.
Assim, por exemplo, a redução de pena de um a dois terços derivada da tentativa (art.
parágrafo único, do Código Penal) é uma causa geral de diminuição associada à aproxima
maior ou menor – tentativa acabada ou inacabada – da consumação. (...)". (BUSATO, Pa
César. Direito Penal: Parte Geral. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2018. p. 877-878).

"(...). As causas de aumento e de diminuição da pena dividem-se em genéricas, quando defin


na Parte Geral do CP, e específicas, se contidas na sua Parte Especial ou na legisla
extravagante." (MASSON, Cleber. CÓDIGO PENAL COMENTADO. 3. ed. Rio de Jane
Forense; São Paulo: Método, 2015. p. 372). (grifos no original)

"As causas de aumento ou de diminuição de pena, também chamadas de majorantes


minorantes, são fatores de elevação ou de redução, a serem também observados no cálculo
pena definitiva, em quantidade fixa (v.g., 'o dobro', 'a metade' etc.) ou em patamar variável (
'de um a dois terços' etc.). No Código, elas estão presentes tanto na Parte Geral (arts. 14, II,
24, § 2º, 26, parágrafo único, 28, II, § 2º; 70, 71) como na Parte Especial (arts. 121, §§ 1º e
129, §§ 4º e 7º, 155, § 2º, 157, § 2º; 226, 234-A etc.). Podem, ainda, estar previstas na legisla
especial, como ocorre, v.g., com o art. 9º, da Lei nº 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos
com a colaboração premiada (art. 4º, da Lei nº 12.850/2013)
Vê-se, assim, que diferentemente do que ocorre com as circunstâncias judiciais e com
agravantes e atenuantes, para as causas de aumento ou de diminuição o legislador prev
respectiva quantidade de majoração ou minoração punitiva. Outra dessemelhança entre elas é
para as causas de aumento e diminuição a pena aplicada pode ultrapassar, respectivament
limite máximo e mínimo cominado para o delito, o que não se verifica com as circunstâncias ac
indicadas. Nesse sentido, a Súmula 231 do STJ: 'A incidência da circunstância atenuante
pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal'." (GUEIROS, Artur; JAPIASSÚ, Ca
Eduardo. Direito Penal: volume único. São Paulo: Atlas, 2018. p. 373).

"Nessa última fase do sistema trifásico teremos a incidência de causas de diminuição e aume
de pena previstas tanto na parte geral quanto na parte especial do Código Penal, além daqu
que encontram previsão em leis penais especiais (extravagantes).
(...)
(...), quando estivermos diante de causa de diminuição ou aumento de pena prevista em interv
mínimo e máximo abstratamente cominado pelo legislador, seja no Código Penal ou em Lei Pe
Especial, deverá o juiz sentenciante escolher o patamar ideal a ser aplicado, que pod
corresponder ao mínimo, máximo ou qualquer outro valor (patamar) que esteja inserido
intervalo previsto, sempre o fazendo de forma motivada, a partir da análise individualizada do c
concreto.
(...)
Aplicada, portanto, à causa, ou as causas de diminuição e aumento que tenham even
incidência no caso concreto, restará encerrado o sistema trifásico de aplicação da sanção pe
momento em que chegamos a algo chamado pena definitiva, salvo se existir concurso de crime
ser observado.
(...), superadas as etapas do sistema trifásico de dosimetria da sanção penal, neste mome
podemos afirmar que cada delito (crime ou contravenção penal) terá sua pena definitiva (fi
devidamente dosada em concreto.
Assim, quando estivermos diante da existência de delito único que restou sancionado p
julgador, a pena definitiva, que é resultante do encerramento do sistema trifásico, será idên
para o crime (ou contravenção penal) e para a pessoa do condenado. Ao revés, na hipótese
existência de dois ou mais delitos (crimes ou contravenções penais) sancionados pelo
sentenciante, no final da terceira fase do processo de aplicação da pena (causas de diminuiçã
aumento), apesar de cada delito possuir sua pena definitiva em concreto devidamente dosad
pena definitiva a ser aplicada ao condenado somente será conhecida depois de realizado o cálc
correspondente à espécie de concurso de crimes a ser observado pelo julgador, de acordo com
possibilidades previstas pelos artigos 69, 70 e 71 do Código Penal.
(...). Qualquer hipótese de concurso de crimes a ser aplicado na sentença, que ocorr
logicamente, apenas quando existirem no mínimo dois delitos sancionados pelo julgador, dar-s
somente depois de encerrado o sistema trifásico de aplicação da pena.
(...) o concurso de crimes não integra o sistema trifásico de aplicação da pena, (...).
Faz-se importante consignar, portanto, que, uma vez encerrado o sistema trifásico, todos
delitos em que o acusado restou condenado deverão ter suas penas devidamente dosadas, d
se de passagem, isoladamente, ou seja, com o quantitativo de pena em concreto corresponde
(pena definitiva para o delito), (...).
(...)
São inúmeras as leis penais especiais que trazem causas de diminuição e aumento de p
previstas para os delitos ali tipificados, portanto, torna-se inviável a descrição pormenorizada.
igual forma, na parte especial do Código Penal, também existem diversas causas de diminuiçã
aumento de pena para crimes ali tipificados, que deverão ser observadas a partir da prev
existente em cada tipo penal incriminador.
Na parte geral do Código Penal, porém, as causas aplicáveis a quaisquer delitos se reve
bastante reduzidas, razão pela qual podemos facilmente esgotá-las, senão vejamos:
a) causas de diminuição de pena: artigo 14, inciso II e parágrafo único (tentativa); artigo
(arrependimento posterior); artigo 21, parte final (erro evitável sobre a ilicitude do fato); artigo 2
2º (estado de necessidade); artigo 26, parágrafo único (inimputabilidade); artigo 28, §
(embriaguez) e artigo 29, § 1º (participação de menor importância);
b) causa de aumento de pena: artigo 29, § 2º, parte final (participação em crime menos grave c
previsão do resultado).
(...)
(...), precisamos diferenciar causas de aumento de pena e circunstâncias qualificadoras, pois e
não podem ser confundidas com aquelas.
As qualificadoras atuam na legislação para majorar a própria pena em abstrato prevista par
delito, ou seja, ocorre uma elevação do patamar mínimo e máximo previsto no preceito secund
do tipo, de modo exato.
(...)
Por sua vez, as causas de aumento de pena são prescritas pela lei, em valor fracionário (fixo
em intervalo mínimo e máximo), que deverão ser aplicadas pelo julgador na terceira fase
sistema trifásico de aplicação da pena. Além disso, diversamente das qualificadoras, que some
possuem previsão na parte especial do Código Penal ou em leis penais especiais, as causas
aumento de pena também poderão ser encontradas na parte geral do Código Penal." (SCHM
Ricardo Augusto. Sentença Penal Condenatória: teoria e prática. 13. ed. Salvador: Juspod
2019. p. 285-289).

"3. TERCEIRA FASE: FIXAÇÃO DA PENA DEFINITIVA


3.1. Causas de aumento de pena e qualificadoras: distinção
Não há distinção ontológica entre qualificadora e causa de aumento de pena; tampouco
distinção essencial entre causa de diminuição de pena e atenuantes genéricas, tanto
determinadas circunstâncias (v.g., motivo torpe, motivo fútil etc.) ora aparecem como qualificad
ora como causa de aumento; outras tantas circunstâncias (v.g., motivo de relevante valor socia
moral), que ora figuram como simples atenuante genérica, ora como causa de diminuição de pe
Semelhante tratamento, um tanto casuístico, atende a critério de conveniência política purame
Com efeito, quando o legislador pretende reprimir mais duramente uma determinada circunstân
trata-a como qualificadora; se não tão severamente, como causa de aumento; se m
brandamente, como circunstância agravante.
No entanto, a distinção é relevante para efeito de aplicação da pena. Sim, porque
qualificadoras, que implicam a fixação de novos limites mínimo e máximo de pena ( v.g
homicídio qualificado por motivo fútil – CP, art. 121, § 2º, II – cuja pena é de doze a trinta anos
reclusão, e não seis a vinte anos de reclusão), devem ser levadas em conta já no mome
mesmo da aplicação da pena-base (primeira fase). Diferentemente, as causas de aumento ou
diminuição serão consideradas somente na terceira fase.
Naturalmente que a mesma circunstância não poderá ser tomada em conta mais de uma vez
mesma sentença, sob pena de bis in idem. Assim, se a mesma circunstância já figurar co
qualificadora, deverá ser ignorada como causa de aumento ou agravante; se já figurar como ca
de diminuição, deverá ser desprezada como atenuante genérica. No particular, vigora o segu
princípio: as qualificadoras prevalecem sobre as causas de aumento de pena, que prevalec
sobre as circunstâncias agravantes. As agravantes só têm aplicação, portanto, quando
constituírem nem qualificadora nem causa de aumento. O mesmo deve ser dito quanto às cau
de diminuição de pena, que prevalecem sobre as circunstâncias atenuantes.
3.2. Limites máximos e mínimos decorrentes das causas de aumento e diminuição
A doutrina considera que, diferentemente do que ocorre com circunstâncias agravante
atenuantes, as causas de aumento podem elevar a pena além do máximo e as de diminu
reduzi-la aquém do mínimo legal cominado. (...).
Mas semelhante interpretação, no que toca à possibilidade de fixação da pena além do máx
legal por força de causa de aumento, é um tanto discutível. Sim, porque, se o legislador comi
um máximo legal de pena (v.g., no furto, cuja pena varia de 1 a 4 anos de reclusão), parece qu
mais razoável seria concluir que o juiz não poderia estabelecer novos parâmetros legais máxim
Em suma, em nome da garantia constitucional de legalidade da pena, deveria dar-se tratame
unitário a todas as situações: quer se trate de circunstância agravante, quer de causa de aume
a pena não poderia ser fixada além do máximo legal cominado. Mas o contrário não está veda
tanto as circunstâncias atenuantes quanto as causas de diminuição podem justificar a aplicação
pena aquém do mínimo legal previsto." (QUEIROZ, Paulo. DIREITO PENAL: Parte Geral. 13.
Salvador: Juspodivm, 2018. v. 1, p. 467-469). (grifos no original)

JURISPRUDÊNCIA

 TJDFT

ACÓRDÃO SEGUNDO O QUAL, DIFERENTEMENTE DO QUE OCORRE COM


MAJORANTES E MINORANTES – ANALISADAS NA TERCEIRA FASE DA DOSIMETRIA
RECONHECIMENTO DE CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES DE
OBSERVAR OS LIMITES DE PENA LEGALMENTE PREVISTOS.
"O artigo 59 do Código Penal estabelece os critérios para individualização das penas. A fixação
pena definitiva desdobra-se em três etapas. Na primeira fase, a pena-base é estabelecida a
análise das circunstâncias judiciais (art. 59 do CP). Em seguida, na segunda-fase da dosime
estabelece-se a pena intermediária, considerando-se as agravantes (arts. 61 e 62 do CP) e
atenuantes (arts. 65 e 66 do CP). Por fim, a pena torna-se definitiva na terceira fase da dosime
da pena, oportunidade em que será observada a aplicação das denominadas causas leg
genéricas ou especificas, de aumento ou diminuição da pena.
(...), as agravantes e atenuantes, ao contrário das majorantes e minorantes, não podem lev
pena privativa de liberdade para fora dos limites previstos em lei." (APR 20181510023088)

 STJ

POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DA PENA ALÉM DO MÁXIMO OU AQUÉM DO MÍNIMO LEG


PREVISTO PARA O TIPO NA TERCEIRA FASE DA DOSIMETRIA.
"(...). Para as duas primeiras fases, deve-se observar os limites mínimo e máximo cominad
somente exsurge a possibilidade de diminuição ou de elevação da pena aquém de seu mín
legal ou além do máximo quando da terceira etapa da aplicação da reprimenda." (

5 – Rol taxativo dos crimes hediondos, em ordem crescente (12 crimes previstos no
CP; 05 crimes em legislação penal especial e 03 equiparados a hediondos), bem como
as proibições e progressão de pena.

Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) 1. Introdução A primeira coisa que devemos saber
sobre a crimes hediondos é que sua previsão é constitucional, ou seja, foi a Constituição
Federal de 1988 – CF/88, que previu a figura dos crimes hediondos, no entanto não os definiu,
deixando isso a cargo do legislador infraconstitucional. Isso pode ser entendido quando
analisamos o art. XLIII, da nossa Carta Política. XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; Ou seja, a constituição
menciona que a lei definirá quem são os crimes hediondos, no entanto, a CF/88 já menciona
qual o tratamento que a lei deve dar a esses crimes (inafiançabilidade, insuscetibilidade à
graça ou anistia). Uma pegadinha que as bancas de concursos costumam utilizar em suas
questões é tentar confundir o candidato com os crimes hediondos e os crimes equiparados a
hediondos. Os hediondos são aqueles definidos em lei, enquanto que os equiparados a
hediondos, que terão o mesmo tratamento daqueles são os de tráfico ilícito de entorpecentes,
tortura e o terrorismo. Portanto, se a banca mencionar que tortura é crime hediondo, está
falso, o correto é dizer que a tortura, assim como os demais, é crime equiparado a hediondo.
Veja que a primeira restrição que a CF/88 trouxe em relação aos crimes hediondos e
equiparados é o fato de que são crimes em que não cabe fiança. No entanto, é muito
importante relembrar que a fiança não é cabível, mas à liberdade provisória não há óbice. Na
verdade o que não pode haver é fiança como meio de obtenção da liberdade provisória, pois
Legislação Penal Especial - Prof. Vinícius Silva Prof. Vinícius Silva Página 2 de 42 isso violaria a
constituição, sendo, portanto eivada de inconstitucionalidade uma decisão judicial prolatada
dessa forma. É por isso que há indivíduos que respondem por tráfico em liberdade. Por outro
lado, a CF/88 menciona que são insuscetíveis de anistia e graça os hediondos e equiparados. 2.
Sistemas de definição de hediondez Os sistemas que existem para a definição de hediondez
são três, vamos mencionar aqui a título de informação, no entanto sabemos que não se trata
de um tema recorrente em provas de concursos. Como essa obra é voltada para quem se
prepara para certames públicos, vamos apenas citar os sistemas e indicar o que cada um
prega. 2.1 Sistema Legal No sistema legal de definição de hediondez quem dita as regras é a
lei, devendo ser ignorado o caso concreto, de modo que o que a lei diz que é hediondo será,
sem nos preocuparmos com o caso concreto. Esse é o sistema adotado pelo ordenamento
jurídico brasileiro. O juiz não avalia a hediondez no caso concreto. A vantagem para o sistema
legal é que ele traz segurança jurídica, ou seja, o rol legal será taxativo, sabendo o autor do
crime, pelo menos em tese, que se trata de um crime hediondo aquele praticado por ele, não
dependendo da valoração a ser exercida pelo magistrado no caso concreto. Ou seja, a previsão
legal é abstrata, não sendo relevante a gravidade concreta. A desvantagem desse sistema é
ignorar o caso concreto, não sendo relevante para a adequação ao crime hediondo a situação
fática em que ele ocorreu, bastando para isso estar inserido no rol taxativo. 2.2 Sistema
Judicial Noutro giro, no sistema judicial quem define a hediondez é o juiz, no caso concreto. O
juiz vai valorar na sentença se o crime é ou não hediondo, o que não carrega muita segurança
jurídica, ao contrário do primeiro sistema visto, pois quem pratica um crime nunca saberá se
cometeu um crime hediondo. A vantagem é a valoração do caso concreto, analisando o juiz a
situação fática para definir se é ou não hediondo o crime praticado naquela situação. Ou seja,
se você praticar a conduta prevista no tipo penal incriminador, não necessariamente, estará
cometendo um crime hediondo.
Cla ssifica çã o das Leis
Pe na is
Inc rimina doras
Nã o- incrimina doras
Com ple ta s ou Perf e ita
s
Inc ompleta s ou Imperf
eita s
De Amplia çã o ou Inte
grat ivas
criam os c rimes e definem a
pena.
tornam lícitas ou exc luem a c
ulpa. Exemplo : l egí tima d efesa.
não necessitam d e nenh um
co mplemento norm ativo para
ser
aplicável.
Exemplo : h o mic í di o : " matar
algu ém".
precisam d e elemento
normativo ou outro c om
plemento
para ser aplic ável. Ex emplo: l
ei d e Drogas, preci sa de portaria
d a A N VISA para d efi n ir o qu e
é d roga.
co mplementam a tipicidade d
o f ato, c om o a que se
refere à tentativa e à participaç
ão.

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