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1. INTRODUÇÃO
LEI PENAL – por sua vez, é uma regra escrita, por meio de um processo
legislativo, que tem a finalidade de expressar o comportamento considerado
contrário ao senso comum, indesejável, que expõe a perigo. É, portanto, a
materialização da norma penal.
Depreende-se desse princípio que o ser humano é livre para agir e pode
fazer tudo o que deseja, desde que a sua conduta não seja prevista na
legislação como infração penal. Se houver previsão ele terá que se abster
de realizar a conduta sob pena de responder e se sujeitar a uma sanção
penal.
Assim, temos que muitas vezes a conduta do agente pode ser socialmente
reprovável, entretanto, inexistindo um tipo penal incriminador proibindo esta
conduta, esse não poderá sofrer qualquer sanção por tê-la praticado.
Seu comportamento pode ser considerado imoral, anti-ético, mas isso não
significa dizer que seja um comportamento criminoso. DEVEMOS NOS
LEMBRAR QUE O DIREITO PENAL É A ÚLTIMA RATIO, OU SEJA, A
ÚLTIMA RAZÃO.
O princípio da intervenção mínima, que limita as atividades do
LEGISLADOR, proíbe que o Direito Penal interfira nas relações,
protegendo bens que não sejam vitais e necessários à manutenção da
sociedade. (Rogério Grecco)
2. TEORIA DE BINDING
Luiz Regis Prado diz que a lei penal modernamente não contém
ordem direta, mas sim vedação indireta, abstraída da norma
descritiva do comportamento humano pressuposto da
conseqüência jurídica.
3. CLASSIFICAÇÃO
As normas ali contidas não descrevem apenas condutas típicas com a sua
conseqüente punição, mas também normas explicativas, permissivas etc
É aquela que define a infração, ou seja: a conduta que, uma vez praticada,
sujeita o autor a uma sanção penal.
É a norma Penal por excelência, uma vez que sua função é a de definir as
infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob ameaça de pena. São
as normas penais em sentido estrito, proibitivas ou
mandamentais, repressivas ou sancionadoras.
A Norma Penal Incriminadora é composta por dois preceitos:
Ex.: Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz deentender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Ex.: O crime de Bigamia, previsto no art. 235 do CP, em seu § 2º. Trata da
Anulação do casamento, entretanto, é a Lei Civil que nos apontará quais as
hipóteses de anulação.
Ex.: a própria Lei de Drogas que possui o seu complemento em uma Portaria
da ANVISA. (Portaria 344/97)
Ex.: O artigo 304 do CP, que é ao mesmo tempo norma penal em branco (em
seu preceito primário) e norma penal incompleta (em seu preceito secundário):
Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se
referem os artigos 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
DA ANOMIA E DA ANTINOMIA
Fácil observar a ANOMIA SOCIAL. Por conta das diferenças sociais, onde
pessoas pobres vivem em comunidades totalmente alijadas, tendo na figura da
polícia, repressão, agressão, invasão, e na figura dos chamados “criminosos”,
pessoas criadas no mesmo meio social, interagindo com companheirismo,
amizade, pode criar uma sensação de inversão de valores.
Ex.: Muitos traficantes que residem em favelas, são àqueles que fornecem
meios de subsistência e auxílio aos moradores, seja fornecendo material
escolar, suprimentos básicos etc. Este comportamento que deveria advir do
governo estadual e federal, muitas vezes é substituído por esses agentes da
comunidade. Isso pode gerar uma situação conflituosa, haja vista que o auxílio
acaba advindo de pessoas ligadas ao crime, enquanto a agressão e a violação
de direitos básicos são praticadas por aqueles que deveriam proteger a
população.
ANTINOMIA –
No âmbito penal, o conflito ocorre quando uma mesma conduta delituosa pode
enquadrar-se em diversas disposições da lei penal.
Princípio da Especialidade;
Princípio da Consunção;
Princípio da Alternatividade.
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou
tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação
ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou
profissão;
h) contra criança, velho, enfermo ou mulher grávida.
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de
desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou
torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO
Ex: para praticar estelionato com um cheque que o sujeito ativo encontrou na
rua é necessário que cometa um delito de falso, ou seja: que o preencha e o
assine.
Súmula 17 – STJ – “quando o falso se exaure no estelionato, sem mais
potencialidade ofensiva, é por este absorvido”.
Ex.: a venda pelo ladrão de coisa furtada como própria não constitui
estelionato. Se o agente falsifica moeda e depois a introduz em circulação
pratica apenas o crime de moeda falsa.
PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE