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TEORIA GERAL DO DELITO I (DIREITO PENAL I) – PROFESSOR LUIZ MERLIN

CONCEITO DE DIREITO PENAL= O Direito Penal é um ramo do sistema jurídico que define o
que é crime e estabelece as punições para quem os comete. Ele é caracterizado pela imposição
de sanções pelo Estado, baseadas em leis previamente estabelecidas, e visa garantir a ordem
social e proteger os direitos individuais.

IUS PUNIENDI= "Ius puniendi" é o poder do Estado de aplicar punições a quem viola a lei,
incluindo a investigação, processamento e julgamento de criminosos. Essa autoridade é
fundamental para manter a ordem pública, mas está sujeita a limitações legais e
constitucionais. Em suma, é o direito estatal de punir transgressões legais.

CIÊNCIAS PENAIS=

Criminologia: Estuda as causas, padrões e consequências do crime para desenvolver


estratégias de prevenção e controle.

Polícias Criminal: Responsáveis por investigar e prevenir crimes, identificando suspeitos e


reunindo provas.

Direito Penal: Estabelece normas para punir condutas criminosas, protegendo a sociedade e
garantindo a aplicação justa das leis.

DOGMÁTICA JURIDICA= É o estudo sistemático e teórico do Direito, focado na interpretação e


aplicação das normas jurídicas para garantir coerência e previsibilidade ao sistema legal.

QUAL A FINALIDADE DO DIREITO PENAL?= A finalidade do Direito Penal é garantir a ordem


social ao definir e punir condutas criminosas, protegendo os direitos individuais e coletivos e
preservando os valores da sociedade.

QUAL A FUNÇÃO DO DIREITO PENAL?= A função do Direito Penal é regular o comportamento


humano através da imposição de normas e sanções para prevenir e punir condutas
consideradas como crimes pela sociedade. Em resumo, visa garantir a ordem social, proteger
os direitos individuais e coletivos, e promover a justiça mediante a aplicação de penas
proporcionais aos delitos cometidos.
FUNÇÕES DA PENA=

Retribuição do Mal: Refere-se à ideia de que a pena deve ser uma resposta proporcional ao
crime cometido, buscando equilibrar a balança da justiça ao fazer o infrator sofrer uma
consequência correspondente ao dano causado pela sua conduta.

Prevenção Geral e Especial:

Prevenção Geral: Busca dissuadir a sociedade como um todo da prática de crimes, através do
exemplo do castigo imposto ao infrator, mostrando as consequências negativas de ações
criminosas.

Prevenção Especial: Visa evitar que o próprio condenado, individualmente, volte a cometer
crimes, seja por meio de medidas de ressocialização ou de sua segregação para proteger a
sociedade.

Geral Negativa e Positiva:

Prevenção Geral Negativa: Visa dissuadir a sociedade como um todo da prática de crimes,
através da ameaça de punição, gerando um temor de consequências negativas caso cometam
delitos.

Prevenção Geral Positiva: Busca promover uma sociedade onde os indivíduos se sintam
motivados a seguir as normas, não por medo de punição, mas por um senso de dever cívico e
moral.

Especial Negativa e Positiva:

Prevenção Especial Negativa: Visa dissuadir o condenado individualmente de voltar a cometer


crimes, através da ameaça ou aplicação de penas que o desestimulem de reincidir.

Prevenção Especial Positiva: Busca promover a reintegração do condenado à sociedade,


através de medidas que o ajudem a superar os fatores que o levaram ao crime, como
educação, trabalho e apoio psicossocial.

CIÊNCIA DO DIREITO PENAL= A Ciência do Direito Penal é um ramo jurídico que estuda as leis
e princípios relacionados ao Direito Penal. Sua função inclui descrever, explicar e propor
critérios para aplicação das normas penais, além de realizar análises críticas visando melhorias
no sistema penal.

CIÊNCIA DO DIREITO PENAL.2=

Dogmatica e pretensão de cientificidade:

Na Ciência do Direito Penal, a abordagem dogmática significa o estudo sistemático das leis e
princípios do Direito Penal.
A pretensão de cientificidade neste contexto refere-se à busca por métodos e critérios que
possam conferir à Ciência do Direito Penal um status científico, baseado em fundamentos
sólidos, racionalidade e objetividade. Isso envolve a utilização de métodos de pesquisa, análise
lógica, e argumentação fundamentada para garantir a confiabilidade e validade do
conhecimento produzido nesta área.

Verdade e linguagem:

Na Ciência do Direito Penal, a relação entre verdade e linguagem é complexa. A linguagem é o


meio através do qual as normas penais são expressas e interpretadas. No entanto, a verdade
no contexto jurídico não é absoluta, mas sim construída através da interpretação das provas e
dos argumentos apresentados durante um processo penal.

Assim, a linguagem jurídica é essencial para comunicar as normas e os argumentos no Direito


Penal, mas a verdade muitas vezes é subjetiva e depende da interpretação dos fatos e das
evidências apresentadas, bem como das normas aplicáveis.

PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL= O princípio da legalidade, também conhecido como princípio


da reserva legal, é um dos pilares fundamentais do Direito Penal. Ele estabelece que não pode
haver crime nem pena sem prévia previsão legal. Isso significa que uma conduta só pode ser
considerada criminosa e punível se estiver expressamente descrita em uma lei penal, não
podendo o juiz criar novos crimes ou aplicar penas não previstas em lei. Além disso, o princípio
da legalidade exige que a lei penal seja clara e precisa, garantindo que os cidadãos possam
conhecer antecipadamente quais condutas são proibidas e quais as consequências legais de
suas ações. Em resumo, o princípio da legalidade busca proteger os cidadãos contra a
arbitrariedade estatal e garantir a segurança jurídica no sistema penal.

“NULLEUM CRIMEN, NULLA POENA SINE PREVIA LEGE”

"Nullum crimen, nulla poena sine previa lege" é uma expressão latina que significa "nenhum
crime, nenhuma pena sem lei prévia". Esse princípio, também conhecido como princípio da
legalidade ou reserva legal, é uma pedra angular do Direito Penal.

Essencialmente, este princípio estabelece que não pode haver crime nem punição sem que
haja uma lei prévia que defina a conduta como criminosa e estabeleça a pena correspondente.
Em outras palavras, uma pessoa só pode ser punida se tiver cometido uma conduta que, no
momento da sua prática, já estivesse claramente prevista em uma lei penal.

Isso implica que ninguém pode ser condenado com base em uma interpretação extensiva da
lei ou em princípios gerais do Direito. A lei deve ser precisa e clara, e os cidadãos devem ter a
capacidade de conhecer antecipadamente quais comportamentos são proibidos e quais são as
consequências legais de tais atos. Este princípio protege os indivíduos contra a arbitrariedade
do Estado e garante a segurança jurídica no sistema penal.

Código Penal=

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
OS QUATRO POSTULADOS DO PRINCIPIO DA LEGALIDADE

Lex Praevia =

(Anterioridade da Lei Penal): Este princípio estabelece que uma conduta só pode ser
considerada criminosa se praticada após a existência de uma lei que a defina como tal. Isso
significa que a lei penal deve ser prévia ao ato criminoso, garantindo que os cidadãos tenham
conhecimento prévio das condutas proibidas.

Lex Scripta=

(Reserva Legal): Esse postulado significa que apenas a lei escrita, ou seja, aquela produzida
pelo legislador por meio do processo legislativo, pode estabelecer crimes e suas respectivas
penas. Isso exclui a criação de normas penais por meio de interpretação extensiva, analogia ou
costumes, garantindo que somente a lei possa prever as condutas criminosas.

Lex Stricta=

(Tipicidade Estrita): A lex stricta requer que as condutas proibidas sejam descritas de forma
precisa e clara na lei penal, sem margem para interpretações ampliativas que possam abranger
comportamentos não expressamente previstos. Em outras palavras, apenas as condutas
descritas de forma exata na lei podem ser consideradas criminosas.

Lex Certa=

(Irretroatividade da Lei Penal Mais Grave): Esse postulado estabelece que uma lei penal mais
severa não pode retroagir para prejudicar o réu. Isso significa que se uma nova lei aumenta a
pena ou cria um crime mais grave, ela não pode ser aplicada a fatos ocorridos antes de sua
vigência. Isso protege o réu contra arbitrariedades e mudanças desfavoráveis na legislação
penal.

O princípio da exclusividade na proteção de bens jurídicos e lesividade:

O princípio da exclusividade na proteção de bens jurídicos e lesividade é uma noção


fundamental do Direito Penal. Ele estabelece que somente os bens jurídicos mais relevantes
para a ordem social podem ser protegidos pelo Direito Penal e somente condutas que causem
lesão ou colocação em perigo desses bens podem ser criminalizadas.

Em resumo, esse princípio implica que o Direito Penal deve se limitar a proteger bens jurídicos
de maior relevância para a sociedade, como vida, integridade física, liberdade, propriedade,
entre outros, e que somente condutas que atentem contra esses bens de forma significativa
podem ser consideradas criminosas.

Assim, o Direito Penal não deve ser utilizado para proteger interesses de menor relevância ou
para punir condutas que não representem uma ameaça séria aos bens jurídicos tutelados pela
legislação penal. Isso visa garantir a proporcionalidade e a adequação das sanções penais,
evitando a criminalização excessiva e o uso indevido do poder punitivo do Estado.
O princípio da exclusividade na proteção de bens jurídicos e lesividade determina que somente
os bens jurídicos mais importantes para a ordem social podem ser protegidos pelo Direito
Penal. Apenas as condutas que causem lesão ou coloquem em perigo esses bens podem ser
consideradas criminosas. Isso visa garantir que o Direito Penal concentre-se nos bens jurídicos
mais relevantes e evite a criminalização excessiva.

LIVRO - Indrodução Critica do Direto Penal no Brasil

"Lex praevia" é um termo jurídico latino que significa "lei prévia" em português. Esse
conceito referese ao princípio fundamental do direito penal segundo o qual uma conduta só
pode ser considerada criminosa e punível se estiver claramente definida como tal por uma
lei existente antes da sua prática.

Em resumo, a "lex praevia" estabelece que não pode haver punição retroativa ou criação de
leis após a prática de um ato para criminalizá-lo. Assim, para que alguém seja
responsabilizado criminalmente por um ato, deve haver uma lei anterior que proíba
explicitamente essa conduta.

Esse princípio é crucial para garantir a segurança jurídica e a previsibilidade no sistema legal,
protegendo os indivíduos contra a arbitrariedade do Estado. Ele impede que as pessoas
sejam surpreendidas com a punição por atos que não eram considerados ilegais no
momento em que foram cometidos.

Em resumo, a "lex praevia" assegura que os cidadãos tenham conhecimento prévio das
consequências legais de suas ações e que não sejam punidos por condutas que não eram
proibidas pela lei no momento em que foram realizadas.

"Lex scripta" é uma expressão latina que significa "lei escrita". Esse conceito refere-se à
ideia fundamental de que as leis devem ser codificadas e formalizadas por escrito, sendo
acessíveis a todos os cidadãos. Em outras palavras, a "lex scripta" estabelece que as normas
jurídicas devem ser expressas em textos escritos, seja em constituições, códigos, estatutos
ou regulamentos.

A importância da "lex scripta" está relacionada à necessidade de clareza, previsibilidade e


universalidade no direito. Ao serem formalizadas por escrito, as leis tornam-se mais
facilmente compreensíveis e acessíveis a todos os membros da sociedade. Além disso, a
escrita das leis permite sua divulgação ampla e sua aplicação uniforme, garantindo que
todos os cidadãos estejam cientes de seus direitos e obrigações.

A "lex scripta" é um elemento essencial do Estado de Direito, pois ajuda a evitar


arbitrariedades e discrepâncias na aplicação da justiça. Ela estabelece limites claros ao poder
estatal e assegura que as decisões judiciais sejam fundamentadas em normas jurídicas
objetivas e previamente estabelecidas.

Em resumo, a "lex scripta" representa a formalização e a expressão escrita das leis,


desempenhando um papel fundamental na organização e funcionamento dos sistemas
jurídicos, ao promover a transparência, a previsibilidade e a igualdade perante a lei.
"Lex stricta", do latim, é um termo jurídico que significa "lei estrita" ou "interpretação
estrita da lei". Esse princípio refere-se à aplicação rigorosa e literal da lei, sem permitir
interpretações amplas ou extensivas. Em outras palavras, a aplicação da "lex stricta" exige
que a lei seja interpretada exatamente como está escrita, sem margem para interpretações
que ampliem seu alcance além do que está expressamente estabelecido.

Esse princípio é particularmente relevante no campo do direito penal, onde implica que
qualquer conduta só pode ser considerada criminosa se estiver estritamente enquadrada
dentro dos termos descritos pela lei.

Isso significa que não é permitido estender a aplicação da lei para além do que está
especificado no texto legal, mesmo que isso possa parecer justificado em determinadas
circunstâncias.

A aplicação da "lex stricta" busca garantir a segurança jurídica, a previsibilidade e a


igualdade perante a lei, evitando interpretações subjetivas que possam levar a decisões
arbitrárias ou injustas. No entanto, pode haver situações em que a aplicação estrita da lei
gere resultados considerados injustos ou desproporcionais, o que destaca a importância de
um equilíbrio adequado entre a rigidez da lei e a necessidade de justiça em casos individuais.

"Lex certa" é uma expressão latina que se traduz como "lei certa" em português. Esse
princípio jurídico refere-se à necessidade de que as leis sejam claras, precisas e definidas,
evitando ambiguidades ou interpretações subjetivas. Em outras palavras, a "lex certa"
estabelece que as normas legais devem ser redigidas de forma a garantir que seu conteúdo
seja compreensível e não deixe margem para dúvidas sobre sua aplicação.

A importância da "lex certa" reside na necessidade de assegurar a segurança jurídica e a


igualdade perante a lei. Quando as leis são claras e precisas, os cidadãos podem
compreender facilmente seus direitos e obrigações, bem como prever as consequências
legais de suas ações. Além disso, a certeza da lei evita que decisões judiciais sejam baseadas
em interpretações subjetivas por parte dos magistrados, garantindo assim uma aplicação
imparcial e consistente do direito.

A "lex certa" é um princípio essencial do Estado de Direito, pois contribui para a


estabilidade e a confiança no sistema jurídico, ao mesmo tempo em que protege os
indivíduos contra arbitrariedades e abusos de poder. Quando as leis são claras e precisas, a
justiça é mais facilmente alcançada e a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos é
garantida.

Em resumo, a "lex certa" exige que as leis sejam redigidas de maneira clara e precisa,
garantindo assim a segurança jurídica, a igualdade perante a lei e a proteção dos direitos
individuais.

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