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20 de Março de 2024

Conceito de Direito Penal

Publicado por Wesley Caetano há 3 meses

O Direito surge das necessidades das sociedades humanas. Seus

membros se deixam serem disciplinados pelas regras jurídicas
que asseguram a possibilidade de convivência social.

Porém, mesmo diante de regras, alguns comportamentos huma-

nos contrariam o ordenamento jurídico- são os chamados ilíci-
tos jurídicos, dentre os quais o mais grave é o ilícito penal, que
atinge os bens mais vitais para a convivência humana.

Esta área do Direito se diferencia das demais por causa de suas

consequências severas (visto que tutela os bens jurídicos mais
fundamentais e gravemente lesados). Por isso, o Direito Penal
só vem à tona quando os demais ramos do Direito se mostram
insuficientes ou ineficazes para o controle social.

Quando se fala em Direito Penal logo vem à mente um compor-

tamento humano definido como crime, o responsável pela prá-
tica dessa conduta e as consequências jurídicas daí advindas,
como as penas e as medidas de segurança.

Émile Durkheim possui uma afirmação que pode parecer ab-

surda. Segundo ele, o crime é um fenômeno social normal. O re-
nomado pai da Sociologia quis dizer que não se observa a inexis-
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humana, ou seja, onde
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há o homem, há também o crime. MAIS
 Magalhães Noronha assevera que não existe um conceito per-
feito de Direito Penal. A verdade é que cada jurista tem o seu
conceito e que todos possuem a mesma essência, sendo uns
mais sucintos e outros mais completos.

Von Liszt diz que o Direito Penal é o conjunto de prescrições

emanadas do Estado, que ligam ao crime, como fato, a pena,
como consequência. Este conceito é quase idêntico com o de
Mezger, para quem é conjunto de normas jurídicas que regulam
o poder punitivo do Estado, ligando ao crime, como pressu-
posto, a pena como consequência.

Um conceito mais completo é fornecido por Asúa, ao aduzir que

o Direito Penal é um conjunto de normas e disposições jurídicas
que regulam o poder sancionador e preventivo do Estado, esta-
belecendo o crime como pressuposto de ação do poder estatal,
assim como a responsabilidade do sujeito ativo e associando a
violação de uma norma a uma pena ou medida de segurança.

Welzel sintetiza dizendo que o Direito Penal é a parte do orde-

namento jurídico que fixa as características da ação criminosa,
vinculando a ela as penas e medidas de segurança.

No conceito de Maggiore, é o sistema de normas jurídica, por

meio das quais o autor do crime é submetido a uma perda ou di-
minuição de direitos pessoais.

Zaffaroni esclarece que o Direito Penal se refere, de um lado, ao

conjunto de leis penais, ou seja, à legislação penal e, de outro, ao
sistema de interpretação dessa legislação.

No direito pátrio Frederico Marques sustenta que o Direito Pe-

nal é "o conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a
pena como consequência, e disciplinam também as relações ju-
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 rídicas daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade de medi-
das de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do
poder de punir do Estado".

Magalhães Noronha afirma ser o conjunto de normas jurídicas

que regulam o poder punitivo do Estado, tendo em vista os fatos
de natureza criminal e as medidas aplicáveis a quem os pratica.

Entre os autores brasileiros contemporâneos, Cleber Masson

afirma ser "o conjunto de princípios e leis destinados a comba-
ter o crime e a contravenção penal, mediante a imposição de
sanção penal (pena ou medida de segurança)"; Guilheme Nucci
aduz que se trata do "conjunto de normas jurídicas voltado à fi-
xação dos limites do poder punitivo do Estado, instituindo in-
frações penais e sanções correspondentes, bem como regras ati-
nentes a sua aplicação".

Portanto, o Direito Penal pode ser definido como a parcela do

ordenamento jurídico constituída pelo conjunto de normas e
princípios que regulam o poder punitivo do Estado, define cri-
mes, comina penas, portanto o crime como pressuposto e a pena
como consequência, além de se preocupa com as circunstâncias
da ação criminosa, fixando critérios para a responsabilização de
agentes.

Não se pode falar que o Direito Penal se ocupa apenas do crime

e da pena, pois há vastas consequências jurídicadas daí
oriundas.

O conceito de Direito Penal pode ser confundido com a ideia de

ciência penal, como o conjunto de conhecimentos, ordenados
metodicamente, que visam elucidar o fenômeno do crime e os
institutos em que se agrupam. é nesse sentido, uma ciência prá-
tica, criadora, valorativa e essencialmente crítica. O Direito Pe-
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nal não Modelos
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Peças. ou traduz o que a lei prevê. 
 Basileu Garcia chama essa particularidade de ciência do direito
penal, que faz parte das ciências penais, englobando esta estu-
dos do crime por meio do método indutivo, como acontece com
as ciências naturais causal-explicativas, que analisam o crime
como um fenômeno social, através da observação e experimen-
tos (Antropologia Criminal, Psicologia Criminal, Sociologia Cri-
minal), que não estudam o crime enquanto norma ou objeto
eminentemente jurídico, mas sim suas causas, as características
dos delinquentes. Aquele que se dispôs a estudar a ciência do
Direito Penal não pode se alhear às conclusões obtidas pelas de-
mais ciências penais.

Referências Bibliográficas:

BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 17ª

Ed.rev., atual. E ampl. São Paulo: Saraiva, 2012.

BRUNO, Aníbal. Direito penal – Parte geral, t. 1. Rio de Janeiro:

Forense, 1967.

GARCIA, Basileu. Instituições de direito penal. 7. ed. rev. e

atual. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 1, t. 1.

MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 2. Ed. Rev., atual.

E ampl. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014.

NORONHA, E. Magalhães. Direito penal: parte geral, v. 1. 38.

ed. rev. e atual. por Adalberto José Q. T. de Camargo Aranha.
São Paulo: Saraiva, 2004.

NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal e Execu-

ção Penal. 4.ª Ed., rev., atual., ampl. 3ª tir.- São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2008.
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 Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/conceito-de-direito-penal/2117018208

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