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• Definição e designação
É o conjunto de normas jurídicas que ligam a certos comportamentos humanos,
nomeadamente os crimes, consequências jurídicas especificas. A mais importante
destas consequências é a pena que só pode ser aplicada ao agente que tenha atuado
com culpa
Ao lado da pena, o direito penal prevê consequências jurídicas de outro tipo,
nomeadamente as medidas de segurança; as quais não supõem a culpa do agente,
mas antes a sua perigosidade. As medidas de segurança ligam-se a comportamentos
levados a cabo sem culpa, ou em todo o caso independente da consideração dela.
A culpa é um pressuposto para a aplicação de uma pena, se a culpa não for provada, não há
pena. No entanto, o agente pode ser culpado e não haver pena (art 74.º)
• Medidas de segurança
A finalidade da medida de segurança é fazer com que cesse o estado de perigosidade,
quando este acabar, acaba também a medida de segurança
O tempo de internamento pode ser revisto de 2 em 2 anos, o que significa que a pena
aumenta se o perigo não cessar
• Art 83.º
Mínimo de prisão: 2/3 da pena concreta
Máximo de prisão: pena concreta + 4 anos
• Art 84.º
Mínimo de prisão: 2/3 da pena concreta
Máximo de prisão: pena concreta + 2 anos
• Vicariato na execução
O art 99.º regula esta figura
Pressupostos:
1. Um agente
2. Dois factos
3. Uma pena de prisão
4. Uma medida de segurança
Internamento Prisão Penas a cumprir
3 anos 3 anos Não cumpre prisão
4 anos 7 anos 7:1/2=3.5, logo é libertado se garantidas as exigências da prevenção
geral (art 99.º nº2)
1 ano 3 anos 3:1/2= 1.5, o tribunal a requerimento do condenado pode substituir o
tempo de prisão por 0.5 anos de trabalho a favor da comunidade se
garantir as exigências da prevenção geral (art 99.º nº3). No caso de o
requerimento não ser aceite, o condenado pode ser libertado quando
faltar 2/3 do cumprimento da pena e se garantidas as exigências da
prevenção geral
5 anos 2 anos Não tem nada para cumprir
• Conceito material de crime
o Perspetiva positivista legalista
Tenta dar uma explicação à legitimidade material, mas não consegue, esta diz
que é crime tudo o que lei disser que é crime
o Perspetiva racional:
Tutela subsidiária ou de “ultima ratio” dos bens jurídicos
Diz que o direito penal existe para proteger bens jurídicos que existem para
que a sociedade viva bem e em harmonia, sendo que o direito tem de os
proteger. Aplica-se quando as outras ordens jurídicas são insuficientes porque
há milhares de ilícitos, mas só há alguns ilícitos penais.
Dignidade penal- trata-se da conduta humana inqualificável/ intolerável para a
sociedade
Danosidade social- o dano causado à vítima, bem como às vítimas indiretas
(todos nós), pois pode tornar a sociedade insegura, por nos fazer sentir nemos
seguros, menos livres. Trata-se do próprio choque que causa nas pessoas
Carência ou necessidade de tutela penal- chega-se à conclusão de que sem a
punição penal aquele bem jurídico não consegue estar suficientemente
protegido
• Ilícito penal e ilícito contraordenacional
o Ilícito penal: aplica-se o direito criminal, o código penal; o crime tem de ser
ilícito, culpado e a sanção é a oena de prisão ou multa; direito penal é a norma
mais forte; não há crime sem lei, o princípio da legalidade é relevante
o Ilícito contraordenacional: não é direito criminal; aplica-se o regime geral das
contraordenações e subsidiariamente o código penal; não há sanções
privativas da liberdade; elementos para ser uma contraordenação são: um
facto ilícito, censurado e “tipo” cuja sanção é a coima; não há
contraordenação sem lei- princípio da legalidade;
• A lei tem de preencher os seguintes requisitos
o Scripta (escrita): só a lei pode determinar os comportamentos puníveis. Lei em
sentido formal: lei da Assembleia da república e decreto-lei do governo
autorizado (art 165.º nº1 c) da CRP)
o Poevia (prévia): a lei tem de ser anterior ao facto punível, ou seja, tem de
existir no momento da prática do facto. O art 3.º do CP diz quando é o
momento da prática do facto. O momento da prática do facto é o momento do
crime. Tem uma exceção: a lei mais favorável ao arguido aplica-se
retroativamente art 2.º do CP e art 29.º nº4 da CRP
o Coerta (determinada): é uma lei que descreve com rigor o comportamento
considerado punível. As leis penais não devem, em princípio, usar conceitos
que sejam vagos. É assegurado pelo princípio da tipicidade } princípio da
determinabilidade
o Stricta (estrita): a lei deve de definir todos os elementos do comportamento
que o legislador quer punir. É proibida a analogia e está previsto no art 1.º nº3
do CP
• Nullum crimes sine lege
É um princípio segundo o qual não há crime sem lei. significa que por mais socialmente
nociva e reprovável que se figure um comportamento, tem o legislador de o
considerar como um crime, descrevendo-o e impondo-lhe como consequência jurídica
uma sanção criminal para que dai em diante seja punida
Lei intermedia
É uma lei que não esta em vigor na prática do facto e não esta em vigor no julgamento.
Da lei 2 para a frente são leis posteriores a prática do facto, destas leis só são intermedias a lei
2 e lei 3.
Podem aparecer como leis de temporárias ( sabemos a data inicial e a data de fim) ou leis de
emergência ( sabemos a data início e não sabemos a data final)
A proibição da retroatividade funciona apenas a favor do agente e não contra ele, sendo
que se lhe deve ser aplicada a lei mais favorável.
Assim, segundo o art 2.º nº1 do CP, em regra deve ser aplicada a lei do momento da
prática do facto, embora esta contenha exceções, em que será retroativamente
aplicável a lei mais favorável ao agente (art 29.º nº4 CRP – fundamento legal):
Art 2.º nº2 do CP- Descriminalização:
Uma lei posterior à prática do facto deixa de considerar este como crime,
sendo que, mesmo que já tenha havido condenação (e até se tenha já tiver transitado em
julgado), cessam a execução e os seus efeitos penais
Quando uma nova lei atenua as consequências jurídicas que ao facto se ligam,
nomeadamente a pena, a medida de segurança ou os efeitos penais do facto, também neste
caso a lei mais favorável deve de ser retroativamente aplicada e devera selo ainda que a
condenação tenha transitado em julgado (art 2.º nº4 do CP)
Esta solução tem fundamento legal no art 29.º nº4 2º parte da CRP e pelo art 2.º nº4 1º parte
do CP e justifica-se porque com a vigência da lei mais favorável (lei intermedia) o agente
ganhou uma posição jurídica que deve ficar a coberto da proibição de retroatividade da lei
mais grave posterior.
São leis que ainda não estavam em vigor no momento da prática do facto e já não esta em
vigor no momento do julgamento
No art 2.º nº4 2º parte do CP, resulta que haja a reabertura do processo para nova
determinação da pena concreta no quadro da nova moldura penal aplicável, mas somente um
limite à execução da pena concreta aplicada na condenação transitada em julgado, que
coincide com o limite máximo da pena aplicável pela lei nova mais favorável (art 371.º - A do
CPP)
Nª4, extradição de outros que não são portugueses, o estado que está a pedir a extradição,
temos de ver a pena aplicada ao agente, se for pena perpetua temos de ver que se não se
aplica esta medida.
Princípio da defesa dos interesses nacionais, tem consagração na alínea a) do artigo 5ª.
Sublinhar o “ou”
• Moldura penal:
É a pena prevista, quer em limites mínimos quer em limites máximos
Todas as sanções para serem justas tem de estar em conformidade com o grau de
perigosidade e condição económica e não podem ser desproporcionais ao ponto de
prejudicar o agente relativamente à culpa, ou seja, não pode ser maior que culpa, mas
pode ser menor que a culpa (art 40.º nº2 e 3 CP)