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O Direito Penal, ou Lei Penal, como é defendido por muitos, gira à volta do Crime e do
sancionamento que lhe cabe. O direito penal é um dos ramos do Direito Publico, cujas normas
jurídicas enunciam os factos ou condutas humanas que colocam em causa os valores ou
interesses jurídicos que são essenciais e relevantes numa comunidade, os chamados bens
jurídicos, esta tipicidade descrita nas normas que censuram esses comportamentos
estabelecem igualmente as sanções que lhes correspondem, nomeadamente resultam em
penas de prisão, multa e medidas de segurança.
No Direito Penal vigora o principio da culpa, esta é o limite da medida da pena, ou seja quanto
maior for a culpa maior será a pena e vice-versa. Para além deste, o princípio da legalidade
estabelece que a censura para os actos merecerem a tutela do Direito Penal tem que estar
descritos na lei, mesmo actos que socialmente possam ser reprováveis, não estando inscritos
na Lei penal, esta fora dessa tutela, não sendo por isso considerado crime. Esta conduta será
por certo regulada por outro ramo do direito.
O nosso Direito Penal nacional, considerado como um sistema fechado, já que considera que
nem o arbítrio judicial, a analogia, os princípios gerais do direito, a moral, nem o costume
podem determinar a existência de ilícitos criminais, cabe à lei e apenas a esta dizer o que é
crime. No seguimento deste princípio da legalidade, o princípio da tipicidade descreve através
dos chamados modelos ou tipos os comportamentos humanos que se encaixam naquilo que
o legislador considera como uma conduta criminosa e por isso alvo de censura e sanção
Dto penal é um ramo jurídico que define as condutas que constituem crimes e estabelecem as
respectivas sanções, que podem ser penas ou medidas de coacção/segurança .
As infracções penais se chamam crimes, as sanções penais ditam-se como penas ou medidas
de coacção/segurança.
Penas - Sanção característica do Direito Penal. Prevista e regulada nos art. 40º segs. CP. A
Tanto as penas como as medidas de segurança são no direito penal a sanção que é
imposta ao agente do crime. A finalidade de ambas são a protecção dos bens jurídicos e
reintegração do agente na sociedade. A pena, que se encontra regulada e prevista no
nosso código penal, a partir do artigo 40º, bem como as medidas de segurança, obdece ao
principio da tipicidade pois so existem as penas que estiverem previstas na lei, e só existe
pena se existir culpa e, esta é também a medida da pena. As penas são a sanção
característica da nossa ordem jurídico-penal e são aplicadas na decorrência da actuação
com culpa. As sanções podem ser de prisão, as mais gravosas, variando de um mês a 20
anos, podendo ir até 25 anos em casos especiais, e a pena de multa que vai dos 10 dias ate
aos 360 dias, esta sanção é essencialmente pecuniária, todavia e, caso esta não seja paga
pode ser convertível em dias de prisão. As medidas de segurança são de carácter
preventivo, todavia são aplicadas apos o delito, ou seja pretende-se com isso prevenir e
impedir, baseados na perigosidade do delinquente, que este cometa novos crimes, aqui o
fundamento para a aplicação da medida de segurança é de facto o perigo, que o agente
cometa crimes semelhantes aos que já praticou, e não a culpa.
Nas teorias absolutas a pena é um fim em si mesmo, é a ajusta pagado mal com que o
crime se realizou, é o justo equivalente do dano do facto e da culpa do agente.
Retribuição
Expiação
Reparação
Compensação do mal do crime.
Como teoria dos fins da pena a teoria da retribuição deve ser recusada pois uma pena
retributiva esgota o seu sentido no mal que fez sofrer ao delinquente como compensação do
mal do crime, deste modo sendo uma doutrina social-negativa.
Deve ser ainda recusada pela sua inadequação à legitimação, à fundamentação e ao sentido da
intervenção penal.
São teorias de fins, tem de se usar desse mal para alcançar a finalidade de prevenção .
5.
6. FINALIDADES E LIMITES DAS PENAS CRIMINAIS
A verdadeira função da culpa no nosso sistema punitivo reside numa incondicional proibição
de excesso.
CONCLUINDO:
A um primeiro nível - agentes inimputáveis que são agentes incapazes de culpa, quem
comete um facto ilícito típico mas é inimputável ex: um menor de idade, um
esquizofrénico- não podem ser sancionados com uma pena. Ou ainda podem ser
sancionados se a personalidade do agente revelarem uma existência de uma grave
perigosidade, ai o sistema penal não pode deixar de intervir.
A um segundo nível- agentes imputáveis- alguem capaz de culpa.
O propósito socializador deve sempre que possível prevalecer sobre a finalidade de segurança.
A segurança só pode constituir finalidade autónoma da medida de segurança, se e onde a
socialização não se afigure possível, até porque através da segurança não se torna possível
alcançar a socialização.
A primazia concedida à função socializadora sobre a de segurança não deve induzir a pensar
que é aquela função como tal que justifica a aplicação de uma medida. O que a justifica é
sempre a necessidade de prevenção da prática futura de factos ilícitos típicos.
Em suma:
Prevenção geral negativa- serve para afastar a generalidade das pessoas da prática de factos
ilícitos-típicos. Nomeadamente quando aplicadas a inimputáveis a exigências da prevenção
geral não se fazem sentir pois a comunidade compreende que a reacção contra a perigosidade
individual ali é fruto exclusivo de condenações endógenas anómalas.
O pressuposto da aplicação de uma medida de segurança deve ser a prática de um facto ilícito-
típico grave. A gravidade do facto é aqui requerida apenas como como sintoma de
perigosidade e/ou de necessidade de socialização. A exigência de que se trate de facto ilícito-
típico grave é feita em nome do abalo social por aquele causado na comunidade e da
necessária estabilização das expectativas comunitárias na validade da norma violada.
O Direito Penal possui uma finalidade mais importante que resguardar os bens jurídicos, qual
seja, garantir os valores éticos-sociais de uma coletividade através de previsões legais e
sanções a condutas que impliquem o desrespeito a valores fundamentais.
A pena, para esta conceção, deveria possuir uma medida capaz de reestruturar o sistema,
formando uma concordância geral da sociedade, que depende da sua crença na pena e nas
suas consequências severas, para estabelecer seu equilíbrio, independente do seu agente ou
do seu delito.
Nas penas a finalidade de prevenção geral positiva assume o primeiro lugar enquanto
finalidades de prevenção especial de qualquer espécie atuam só no interior da moldura de
prevenção constituída dentro do limite da culpa.
Pode um sistema ser considerado dualista por conhecer nas somente as penas mas também as
medidas de segurança.
Ex: alguém que comete uma violação e segue-se o roubo da vitima- essa pessoa pode ser
declarada inimputável em relação à violação pq atuou sob influencia de uma neurose grave,
mas seja considerado imputável relativamente ao roubo, sendo-lhe aplicada uma pena pelo
roubo e uma medida de segurança pela violação.
O crime é uma conduta humana violadora dos bens jurídicos essenciais à convivência
comunitária, a tutela dos bens jurídicos essenciais ao livre desenvolvimento da pessoa e à
convivência comunitária.
Todas as nossas escolhas assentam num juízo valorativo de uma escolha na base de valores. O
homem perante as várias oportunidades da vida deve fazer escolhas, essas escolhas são
norteadas por valores que podem ser estéticos, éticos ou pragmáticos.
O dto penal visa tutelar as condições essenciais da vida comunitária da livre realização da
pessoa naquele momento histórico , portanto o dto penal visa tutelar os concretos bens
indispensáveis à vida social, tutela bens jurídicos e esse bens jurídicos podem ter um substrato
físico, corpóreo ou muitas das vezes não como por exemplo nos crimes contra a honra , ou
podem ainda traduzir-se numa relação entre pessoas (como crimes contra a família), ou então
na relação de uma pessoa com um bem( roubo de um telemóvel , o bem jurídico é a relação
patrimonial do titular com o bem , está em causa é a relação de utilidade do legitimo titular
com o telemóvel ) ou pode ser o sistema de relações ( sistema imobiliário, sistema monetário)
Bem jurídico bem jurídico abrange todo o objeto ou situação ou sistema de relações dotado de
relação social e que precisamente por isso merece a tutela do dto penal.
São estes bens jurídico que são lesados ou colocados em perigo com a prática de um crime e
que cuja a tutela do dto penal procura estabelecer sanções para aqueles que o ofendam
EM SÍNTESE
São estes bens jurídicos essenciais que são lesados ou colocados em perigo com a pratica do
crime e cuja a tutela que o dto penal procura é estabelecer sanções para aqueles que o
ofender.
A função do direito penal ligada ao conceito material de crime é chamada:
Teleológico-funcional: o conceito material de crime não podia ser deduzido das ideias
vigentes em qualquer ordem extra jurídica e extra penal, mas teria de ser encontrado
no horizonte de compreensão imposto ou permitido pela função que o dto penal se
adscrevesse no sistema jurídico-social.
Racional: o conceito material de crime vem a resultar da função atribuída ao direito
penal de tutela subsidiaria ou em ultima ratio de bens jurídicos dotados de dignidade
penal, ou seja, de bens jurídicos cuja a lesão se revela digna e necessitada de pena.
Bens jurídicos nos quais se concretiza e se limita a noção sociológica fluida da
danosidade ou da ofensividade sociais supra aludida.
Identificar o problema
Falar da imputação objectiva- aplicar a teoria da conexão do risco ou se foi pela vontade
Para imputar o resultado è necessário saber que o agente criou ou não, aumentou ou diminiu
o risco proibido
Cognitivo e volitivo
-conciente
-inconsciente
IMPUTAÇAO OBJETIVA
Abractio Ictus
Se houver um erro em que se excluiu o dolo e houver possibilidade de punir por negligencia, É
preciso existir um tipo legal que consagra a negligencias-art 13.º, mas não é so apena um tipo
legal 2
Principios- legalidade
Monismo e dualismo
Art 40.º
tem esta teoria por finalidade resolver os problemas não solucionados pelo causalismo e
finalismo, por intermédio de uma nova metodologia de análise e delimitação do alcance do
tipo objetivo. Ao se empregar tal teoria, deixa-se de analisar, quanto ao tipo objetivo, uma
relação de causalidade puramente material. Torna-se esta mera condição mínima, a ela se
agregando outra, de natureza jurídica, que consiste em verificar se o resultado previsto pode
ou não ser imputado ao autor. Não basta apenas que o resultado tenha sido praticado pelo
agente para que se possa afirmar a sua relação de causalidade. Passa a ser necessário também
que ele possa lhe ser imputado juridicamente.
Para que possa haver a imputação objetiva, pela Teoria de Claus Roxin, seria portanto
necessária a concorrência de três condições, quais sejam:
Um resultado causado pelo agente só deve ser imputado como sua obra e preenche o tipo
objetivo unicamente quando o comportamento do autor cria um risco não-permitido para o
objeto da ação, quando o risco se realiza no resultado concreto, e este resultado se encontra
dentro do alcance do tipo.
O risco será considerado permitido sempre que o resultado pretendido pelo agente não
depender exclusivamente de sua vontade. Caso venha a ocorrer nesta situação, deverá ser
atribuído ao acaso. Para que haja a criação de um risco não permitido, deve haver domínio do
resultado por meio da vontade do agente
Qualquer contato social implica um risco. Uma vez que uma sociedade sem riscos não é
possível, uma garantia normativa que implicasse na total ausência de riscos não seria factível.
O risco inerente à configuração social deve ser irremediavelmente tolerado como risco
permitido. Desta forma, o risco será considerado permitido nas ações perigosas que sejam
autorizadas pelo legislador, em virtude de sua preponderante utilidade social, mesmo que
porventura delas venha a decorrer um resultado de dano. O mesmo valerá quando se tratar de
risco inevitável ou realmente necessário para o avanço tecnológico das empresas que integram
nossa sociedade industrializada
Princípio da Confiança
O risco será considerado permitido sempre que o resultado pretendido pelo agente não
depender exclusivamente de sua vontade. Caso venha a ocorrer nesta situação, deverá ser
atribuído ao acaso. Para que haja a criação de um risco não-permitido, deve haver domínio do
resultado por meio da vontade do agente. Podemos exemplificar tal situação através da
hipótese em que “A”, sabedor da violência das ondas em certas praias do Havaí, proporciona a
seu amigo surfista “B” viagens ao local, na expectativa de que este faleça ao praticar o surfe
em suas perigosas praias, o que de fato acaba por acontecer. Apesar do desejo de “A”, não
deve o mesmo ser confundido com uma “intenção”, eis que “A” jamais deteve o domínio do
resultado, não podendo este destarte ser-lhe atribuído...
· Diminuição do risco
Não haverá imputação objetiva quando o agente tiver como fim diminuir risco de dano maior
ao bem jurídico, mesmo que para tal venha a causar dano menor, que seria em tese proibido,
ao bem. Podemos exemplificar a situação imaginando o agente “A” que dá um empurrão em
“B”, fazendo-o assim desviar-se de um carro desgovernado que o atropelaria, causandolhe,
porém, lesões corporais leves com tal ato...
· Incremento do Risco
O risco não-permitido, criado pelo autor, deve se realizar. Deve ter sido a causa do resultado.
Não basta, para que haja a imputação objetiva, a simples criação ou aumento do risco
proibido, fazendo-se também necessária a sua realização no resultado. No clássico exemplo do
indivíduo que é baleado, mas vem a falecer em razão de acidente envolvendo a ambulância
que o transportava para o hospital, pode-se afirmar que o autor do disparo criou risco não
permitido que, entretanto, não se realizou, eis que a vítima não faleceu em decorrência do
tiro, mas sim do acidente. Desta forma o autor do disparo apenas poderia ser punido pela
tentativa, jamais pela consumação, pois, apesar de haver criado um risco não-permitido, este
não chegou a se realizar.
Não basta que haja um nexo causal entre o resultado e o risco nãopermitido criado pelo
causador. É preciso, além disso, que o resultado esteja abrangido pelo fim de proteção da
norma de cuidado. Deve a conduta afrontar a finalidade protetiva da norma para que possa
haver imputação
A TEORIA DA CAUSALIDADE