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DIREITO PENAL

CAP.1º O DIREITO PENAL EM SENTIDO FORMAL

I. CONCEITO DE DTO PENAL

O Direito Penal, ou Lei Penal, como é defendido por muitos, gira à volta do Crime e do
sancionamento que lhe cabe. O direito penal é um dos ramos do Direito Publico, cujas normas
jurídicas enunciam os factos ou condutas humanas que colocam em causa os valores ou
interesses jurídicos que são essenciais e relevantes numa comunidade, os chamados bens
jurídicos, esta tipicidade descrita nas normas que censuram esses comportamentos
estabelecem igualmente as sanções que lhes correspondem, nomeadamente resultam em
penas de prisão, multa e medidas de segurança.

No Direito Penal vigora o principio da culpa, esta é o limite da medida da pena, ou seja quanto
maior for a culpa maior será a pena e vice-versa. Para além deste, o princípio da legalidade
estabelece que a censura para os actos merecerem a tutela do Direito Penal tem que estar
descritos na lei, mesmo actos que socialmente possam ser reprováveis, não estando inscritos
na Lei penal, esta fora dessa tutela, não sendo por isso considerado crime. Esta conduta será
por certo regulada por outro ramo do direito.

O nosso Direito Penal nacional, considerado como um sistema fechado, já que considera que
nem o arbítrio judicial, a analogia, os princípios gerais do direito, a moral, nem o costume
podem determinar a existência de ilícitos criminais, cabe à lei e apenas a esta dizer o que é
crime. No seguimento deste princípio da legalidade, o princípio da tipicidade descreve através
dos chamados modelos ou tipos os comportamentos humanos que se encaixam naquilo que
o legislador considera como uma conduta criminosa e por isso alvo de censura e sanção

Dto penal é um ramo jurídico que define as condutas que constituem crimes e estabelecem as
respectivas sanções, que podem ser penas ou medidas de coacção/segurança .

As infracções penais se chamam crimes, as sanções penais ditam-se como penas ou medidas
de coacção/segurança.

 Os crimes são as consequências jurídicas privativas deste ramo de direito


 As penas so podem ser aplicadas ao agente que tenha atuado com culpa
 As medidas de segurança não supõem a culpa do agente mas a sua perigosidade,
ligam-se a comportamentos levados a cabo sem culpa

A culpa é o elemento essencial do conceito de crime.

Medidas de Segurança – Têm um carácter essencialmente preventivo, embora sejam


sempre pós-delituais e são baseadas na perigosidade do delinquente. No âmbito do
Direito Penal vigora o princípio da culpa que significa que toda a pena tem como suporte
axiológico normativo uma culpa concreta; a culpa é simultaneamente o limite da medida
da pena. Ou seja, quanto mais culpa o indivíduo revelar na prática de um facto criminoso,
maior será a pena, quanto menor a culpa menor será a pena. O fundamento para a
aplicação de uma medida de segurança, não pode ser a culpa, mas sim a perigosidade, ou
seja, justifica-se a imposição daquela medida de segurança quando há suspeita de que
aquele indivíduo que cometeu aquele facto penalmente relevante volte a cometer novo
ilícito, de gravidade semelhante.

Penas - Sanção característica do Direito Penal. Prevista e regulada nos art. 40º segs. CP. A

DISTINGA PENAS DE MEDIDA DE SEGURANÇA.

Tanto as penas como as medidas de segurança são no direito penal a sanção que é
imposta ao agente do crime. A finalidade de ambas são a protecção dos bens jurídicos e
reintegração do agente na sociedade. A pena, que se encontra regulada e prevista no
nosso código penal, a partir do artigo 40º, bem como as medidas de segurança, obdece ao
principio da tipicidade pois so existem as penas que estiverem previstas na lei, e só existe
pena se existir culpa e, esta é também a medida da pena. As penas são a sanção
característica da nossa ordem jurídico-penal e são aplicadas na decorrência da actuação
com culpa. As sanções podem ser de prisão, as mais gravosas, variando de um mês a 20
anos, podendo ir até 25 anos em casos especiais, e a pena de multa que vai dos 10 dias ate
aos 360 dias, esta sanção é essencialmente pecuniária, todavia e, caso esta não seja paga
pode ser convertível em dias de prisão. As medidas de segurança são de carácter
preventivo, todavia são aplicadas apos o delito, ou seja pretende-se com isso prevenir e
impedir, baseados na perigosidade do delinquente, que este cometa novos crimes, aqui o
fundamento para a aplicação da medida de segurança é de facto o perigo, que o agente
cometa crimes semelhantes aos que já praticou, e não a culpa.

CAP.4.º FINALIDADES E LEGITIMAÇÃO DA PENA CRIMINAL ´

1. O PROBLEMA DOS FINS DA PENA CRIMINAL


2. TEORIAS ABSOLUTAS: A PENA COMO INSTRUMENTO DE RETRIBUIÇÃO

Nas teorias absolutas a pena é um fim em si mesmo, é a ajusta pagado mal com que o
crime se realizou, é o justo equivalente do dano do facto e da culpa do agente.

O crime era pressuposto e medida de sanção

A essência da pena criminal reside :

 Retribuição
 Expiação
 Reparação
 Compensação do mal do crime.

Aqui a pena assume certos efeitos:

 Intimidação da generalidade das pessoas


 Neutralização dos delinquentes
 Ressocialização
Desse modo a medida da pena com que um agente deve ser punido por determinado facto
não deve ser encontrada em função de outros pontos de vista que não sejam o da
correspondência entre a pena e o facto.

Como teoria dos fins da pena a teoria da retribuição deve ser recusada pois uma pena
retributiva esgota o seu sentido no mal que fez sofrer ao delinquente como compensação do
mal do crime, deste modo sendo uma doutrina social-negativa.

Deve ser ainda recusada pela sua inadequação à legitimação, à fundamentação e ao sentido da
intervenção penal.

3. TEORIAS REALTIVAS: A PENA COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO

Nesta teoria devemos proceder a mecanismos de forma de prevenção de modo a que se


evitem esses crimes futuramente.

São teorias de fins, tem de se usar desse mal para alcançar a finalidade de prevenção .

Há que destinguir dois tipos de prevenção

 Prevenção geral- a pena é um instrumento politico-criminal com o fim de


atuar sobre a generalidade dos membros a comunidade, afastando-os da
prática de crimes através da ameaça penal.
A finalidade da pena é intimidar a generalidade das pessoas através do
sofrimento com que ela se inflige ao delinquente e cujo receio as conduzirá a
não cometerem factos puníveis (prevenção geral negativa ou de
intimidação). Mas a pena pode ser vista de forma a que o estado se serve
para manter e reforçar a confiança da comunidade na validade e na força de
vigência das suas normas de tutela de bens jurídicos (prevenção geral
positiva ou de integração).
Aqui se exige da pena uma atuação preventiva sobre a generalidade dos
membros da comunidade seja no momento da sua ameaça abstarata , seja no
momento da sua concreta aplicação ou da sua efectiva execução
Este critério permite que se encontre uma pena que em principio se revelará
uma pena justa e adequada à culpa do delinquente.
A medida concreta da pena a aplicar deve ter limites inultrapassáveis ditados
pela culpa que se inscrevem como vertente liberal de um estado de direito e
quer não violem a dignidade pessoal.
 Prevenção especial- a pena é um instrumento de atuação preventiva sobre a
pessoa delinquente com o fim de evitar que no futuro ele cometa novos
crimes (finalidade de prevenção de reincidência)
Esta prevenção deve tratar-se de criar condições necessárias para que o
delinquente no futuro possa continuar a viver a sua vida sem cometer crimes -
reinserção social, ressocialização (prevenção especial positiva ou de
socialização)
4. TEORIAS MISTAS OU UNIFICADORAS
Teoria da prevenção integral- a combinação ou unificação das finalidades das penas só pode
ocorrer a nível de prevenção, geral e especial., com exclusão de qualquer ressonância
retributiva, expiatória ou compensatória. A pena corresponde à especial perigosidade do
crime.

5.
6. FINALIDADES E LIMITES DAS PENAS CRIMINAIS

A verdadeira função da culpa no nosso sistema punitivo reside numa incondicional proibição
de excesso.

A culpa não é fundamento da pena mas é o pressuposto necessário e o limite é inultrapassável


seja de prevenção geral positiva de integração ou de negativas de segurança ou de
neutralização.

A função da culpa é então de estabelecer o máximo de pena compatível com as exigências de


preservação da dignidade da pessoa e de garantia do livre desenvolvimento da sua
personalidade.

CONCLUINDO:

 Toda a pena serve de finalidades exclusivas de prevenção geral e especial


 A pena concreta é limitada pela medida da culpa no seu máximo inultrapassável
 Dentro desse limite máximo a pena é determinada no interior de uma moldura de
prevenção geral de integração cujo o limite inferior é constituído pelas exigências
mínimas de defesa do ordenamento jurídico
 Na moldura de prevenção geral de integração a medida da pena é encontrada em
função de exigências de prevenção especial positiva ou de socialização ou
excecionalmente negativa de intimidação ou de segurança individual.

CAP. 5.º FUNDAMENTO, SENTIDO E FINALIDADES DA MEDIDA DE SEGURANÇA CRIMINAL

I. AS MEDIDAS DE SEGURANÇA CRIMINAIS NO SISTEMA SANCIONATORIO

O sistema de sanções jurídico- criminais do dto. penal tem dois polos:

 Penas- têm a culpa por pressuposto e por limite


 Medidas de segurança- têm na base a perigosidade do agente

Nesse sentido o nosso sistema português é dualista.

A indispensabilidade das medidas de segurança faz se sentir através de dois níveis :

 A um primeiro nível - agentes inimputáveis que são agentes incapazes de culpa, quem
comete um facto ilícito típico mas é inimputável ex: um menor de idade, um
esquizofrénico- não podem ser sancionados com uma pena. Ou ainda podem ser
sancionados se a personalidade do agente revelarem uma existência de uma grave
perigosidade, ai o sistema penal não pode deixar de intervir.
 A um segundo nível- agentes imputáveis- alguem capaz de culpa.

II. FINALIDADES E LEGITIMAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA


1. O problema das finalidades
1.1. Finalidade prevalente: a prevenção especial em função de um facto ilícito-típico

As medidas de segurança visam a finalidade genérica de prevenção do perigo de


consentimento no futuro de factos ilícitos-típicos pelo agente – finalidade de prevenção
especial ou individual, ou seja, as medidas de segurança visam obstar à prática de factos
ilícitos-típicos futuros através de uma atuação especial-preventiva sobre o agente perigoso.´

A finalidade de prevenção especial tem dupla função:

 Uma função de segurança


 Uma função de socialização

O propósito socializador deve sempre que possível prevalecer sobre a finalidade de segurança.
A segurança só pode constituir finalidade autónoma da medida de segurança, se e onde a
socialização não se afigure possível, até porque através da segurança não se torna possível
alcançar a socialização.

A primazia concedida à função socializadora sobre a de segurança não deve induzir a pensar
que é aquela função como tal que justifica a aplicação de uma medida. O que a justifica é
sempre a necessidade de prevenção da prática futura de factos ilícitos típicos.

Deste modo torna-se indispensável a verificação da perigosidade do agente, do perigo


cometido por ele futuramente de outos factos ilícitos-típicos. Mas só isto não é suficiente, a
tentativa de operar uma socialização reputada e necessária e possível encontra-se na
dependência da prática pelo agente, de um facto qualificado pela lei como um ilícito-típico.

Qualquer medida de segurança não é em exclusivo a perigosidade do agente é aquela


perigosidade apenas se e quando revelada através da pratica pelo agente de um facto ilícito-
típico-facto que assume um valor constitutivo da medida de segurança e a conformar, ao lado
da perigosidade um dos dois fundamentos da sua aplicação

Em suma:

O facto inimputável para efeito de comprovação de inimputabilidade e para verificação da


perigosidade do agente e de eventual aplicação de uma medida de segurança é o facto ilícito
típico e eventualmente o ilícito-típico e perigosidade (ambas constituem os dois fundamentos
autónomos da medida de segurança criminal)

1.2. Finalidade secundária: a prevenção geral

Prevenção geral negativa- serve para afastar a generalidade das pessoas da prática de factos
ilícitos-típicos. Nomeadamente quando aplicadas a inimputáveis a exigências da prevenção
geral não se fazem sentir pois a comunidade compreende que a reacção contra a perigosidade
individual ali é fruto exclusivo de condenações endógenas anómalas.

Ex: apreensão de licença de condução

A aplicação da medida de segurança se liga à perigosidade e também à prática de um facto


ilícito-típico pois ela participa na função de protecção de bens jurídicos de de tutela das
expectativas comunitárias.

O pressuposto da aplicação de uma medida de segurança deve ser a prática de um facto ilícito-
típico grave. A gravidade do facto é aqui requerida apenas como como sintoma de
perigosidade e/ou de necessidade de socialização. A exigência de que se trate de facto ilícito-
típico grave é feita em nome do abalo social por aquele causado na comunidade e da
necessária estabilização das expectativas comunitárias na validade da norma violada.

Prevenção geral positiva/integração:

O Direito Penal possui uma finalidade mais importante que resguardar os bens jurídicos, qual
seja, garantir os valores éticos-sociais de uma coletividade através de previsões legais e
sanções a condutas que impliquem o desrespeito a valores fundamentais.

Procura, gerar efeitos sobre os indivíduos não-criminalizados da sociedade, não intimidando-os


para se omitirem da prática do ilícito, mas para produzir um acordo para reafirmar a confiança
no sistema coletivo, impondo um mal ao agente delinquente. Demonstra desta forma que a
pena é maior que o incómodo produzido, como reflexo do fato ilícito, que é o único que
importa, exprimindo-se na desconformidade da vigência da norma, indispensável para uma
coletividade existir.

A pena, para esta conceção, deveria possuir uma medida capaz de reestruturar o sistema,
formando uma concordância geral da sociedade, que depende da sua crença na pena e nas
suas consequências severas, para estabelecer seu equilíbrio, independente do seu agente ou
do seu delito.

III. O RELACIONAMENTO DA PENA COM A MEDIDA DE SEGURANÇA: A QUESTÃO DO


“MONISMO” OU “DUALISMO” DO SISTEMA

1. MEDIDA DE SEGURANÇA E PENA

Nas penas a finalidade de prevenção geral positiva assume o primeiro lugar enquanto
finalidades de prevenção especial de qualquer espécie atuam só no interior da moldura de
prevenção constituída dentro do limite da culpa.

Na medida de segurança as finalidades de prevenção especial assume lugar dominante, não


ficando excluídas das considerações de prevenção geral de integração sob forma de exigências
mínimas de tutela do ordenamento jurídico

Pena Medida de segurança


Finalidade Prevenção
Duração Determinada Indeterminada
Fundamento Culpabilidade Perigosidade
Destinatário Imputáveis e semi-imputaveis Inimputáveis e semi-imputáveis
2. O DUALISMO DO SISTEMA

Pode um sistema ser considerado dualista por conhecer nas somente as penas mas também as
medidas de segurança.

Se a existência de medidas de segurança é conhecida mas aplica apenas a inimputáveis pode


afirmar-.se que nem por isso o sistema perde a característica monista para assumir a cariz
dualista. Aqui a pena e a medida de segurança têm os seus campos de aplicação
posteriormente e deferentemente definidos de tal modo que não existe sobreposição entre
eles e não existe ainda quando ao mesmo agente se aplique uma pena e uma medida de
segurança.

Ex: alguém que comete uma violação e segue-se o roubo da vitima- essa pessoa pode ser
declarada inimputável em relação à violação pq atuou sob influencia de uma neurose grave,
mas seja considerado imputável relativamente ao roubo, sendo-lhe aplicada uma pena pelo
roubo e uma medida de segurança pela violação.

A alternativa monismo/dualismo surge quando o sistema permite a aplicação cumulativa ao


mesmo agente, pelo mesmo facto de uma pena e uma medida de segurança.

CAP. 6º O COMPORTAMENTO CRIMINAL E A SUA DEFINIÇÃO: O CONCEITO MATERIAL DE


CRIME

Toda a lesão ou colocação em perigo de um bem jurídico essencial.

O crime é uma conduta humana violadora dos bens jurídicos essenciais à convivência
comunitária, a tutela dos bens jurídicos essenciais ao livre desenvolvimento da pessoa e à
convivência comunitária.

Os valores são os critérios da existência da pessoa, são o juízo .

Todas as nossas escolhas assentam num juízo valorativo de uma escolha na base de valores. O
homem perante as várias oportunidades da vida deve fazer escolhas, essas escolhas são
norteadas por valores que podem ser estéticos, éticos ou pragmáticos.

O valor é o critério, o bem jurídico é o resultado.

O dto penal visa tutelar as condições essenciais da vida comunitária da livre realização da
pessoa naquele momento histórico , portanto o dto penal visa tutelar os concretos bens
indispensáveis à vida social, tutela bens jurídicos e esse bens jurídicos podem ter um substrato
físico, corpóreo ou muitas das vezes não como por exemplo nos crimes contra a honra , ou
podem ainda traduzir-se numa relação entre pessoas (como crimes contra a família), ou então
na relação de uma pessoa com um bem( roubo de um telemóvel , o bem jurídico é a relação
patrimonial do titular com o bem , está em causa é a relação de utilidade do legitimo titular
com o telemóvel ) ou pode ser o sistema de relações ( sistema imobiliário, sistema monetário)

Bem jurídico bem jurídico abrange todo o objeto ou situação ou sistema de relações dotado de
relação social e que precisamente por isso merece a tutela do dto penal.

O crime traduz-se na lesão ou colocação em perigo de bens jurídicos necessários à livre


realização da pessoa e essenciais à vida comunitária (vida, integridade física, honra, liberdade,
propriedade, património em geral )- bens de natureza individual ,ou então bens jurídicos de
natureza supra individual, bens da natureza individual do estado- segurança interna ou externa
do estado(crimes de traição , sistema monetário-crimes da moeda falsa)

São estes bens jurídico que são lesados ou colocados em perigo com a prática de um crime e
que cuja a tutela do dto penal procura estabelecer sanções para aqueles que o ofendam

EM SÍNTESE

Crime em sentido material : o crime traduz-se toda a lesão ou colocação em perigo de um


bem jurídico essencial à livre realização da pessoa e esses bens jurídicos são a vida, a liberdade
, a integridade física, a propriedade o património…estes bens jurídicos tem natureza individual
mas podem haver bens jurídicos de natureza supra-individual, bens jurídicos da comunidade
do estado ex: segurança interna e externa do estado, crimes de moeda falsa

São estes bens jurídicos essenciais que são lesados ou colocados em perigo com a pratica do
crime e cuja a tutela que o dto penal procura é estabelecer sanções para aqueles que o
ofender.
A função do direito penal ligada ao conceito material de crime é chamada:

 Teleológico-funcional: o conceito material de crime não podia ser deduzido das ideias
vigentes em qualquer ordem extra jurídica e extra penal, mas teria de ser encontrado
no horizonte de compreensão imposto ou permitido pela função que o dto penal se
adscrevesse no sistema jurídico-social.
 Racional: o conceito material de crime vem a resultar da função atribuída ao direito
penal de tutela subsidiaria ou em ultima ratio de bens jurídicos dotados de dignidade
penal, ou seja, de bens jurídicos cuja a lesão se revela digna e necessitada de pena.
Bens jurídicos nos quais se concretiza e se limita a noção sociológica fluida da
danosidade ou da ofensividade sociais supra aludida.

A conceção teleológico-funcional e racional do bem jurídico impostas hoje deve traduzir na


ideia de que um qualquer conteúdo material para que possa arvorar-se em indicador útil do
conceito material de crime, não bantando por isso que se identifique com os preceitos penais
cuja a aessencia pretende traduzir, ou com qualquer técnica juridica de interpretação ou de
aplicaçãi do direito.

Identificar o problema

Identificar o resultado com a reação do agente

Falar da imputação objectiva- aplicar a teoria da conexão do risco ou se foi pela vontade

 Teoria da causalidade adequada- explicar


 Juízo prognosepostoma
 Nexo de causalidade
 o que quero saber é se atuando se se podia prever que o resultado seria consequência
 relação de causa efeito
 Falar do conhecimento do agente com a ação
 Regra/experiencia do conhecimento comum
 Teoria da conexão do risco

Para imputar o resultado è necessário saber que o agente criou ou não, aumentou ou diminiu
o risco proibido

imputação subjectiva( dolo, negligencia), qual a modalidade de dolo ou qual a modalidade da


negligência

PARA A RESOLUÇAO DO CASO PRÁTICO

 identificar o que é pedido


 teoria aplicável
 aplicar então a teoria ao caso

ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO-DOLO

O dolo tem sempre 2 elementos

Cognitivo e volitivo

Conhecer e querer(o facto típico)

Negligencia – violação de um dever de cuidado art15º

-conciente

-inconsciente

Dolo eventual e negligencia consciente (realidades próximas) - o agente prevê como


possível um determinado momento o que é destinto é saber se conforma ou não~

IMPUTAÇAO OBJETIVA

Erro desvio no processo causal

Art 16.º nº1 –erro sobre elementos de facto

Ver as varias situações de erro

Erro sobre a identidade do objeto

Erro sobre a realidade da vitima

Abractio Ictus

Se houver um erro em que se excluiu o dolo e houver possibilidade de punir por negligencia, É
preciso existir um tipo legal que consagra a negligencias-art 13.º, mas não é so apena um tipo
legal 2

Aplicação da lei penal

Principios- legalidade

Teoria dos fins das penas

Monismo e dualismo

Art 40.º

Teoria da Imputação objectiva

tem esta teoria por finalidade resolver os problemas não solucionados pelo causalismo e
finalismo, por intermédio de uma nova metodologia de análise e delimitação do alcance do
tipo objetivo. Ao se empregar tal teoria, deixa-se de analisar, quanto ao tipo objetivo, uma
relação de causalidade puramente material. Torna-se esta mera condição mínima, a ela se
agregando outra, de natureza jurídica, que consiste em verificar se o resultado previsto pode
ou não ser imputado ao autor. Não basta apenas que o resultado tenha sido praticado pelo
agente para que se possa afirmar a sua relação de causalidade. Passa a ser necessário também
que ele possa lhe ser imputado juridicamente.

Para que possa haver a imputação objetiva, pela Teoria de Claus Roxin, seria portanto
necessária a concorrência de três condições, quais sejam:

1) A criação ou aumento de um risco não-permitido;

2) A realização deste risco não permitido no resultado concreto;

3) Que o resultado se encontre dentro do alcance do tipo / esfera de proteção da norma

Teoria da conexão do risco

Um resultado causado pelo agente só deve ser imputado como sua obra e preenche o tipo
objetivo unicamente quando o comportamento do autor cria um risco não-permitido para o
objeto da ação, quando o risco se realiza no resultado concreto, e este resultado se encontra
dentro do alcance do tipo.

O risco será considerado permitido sempre que o resultado pretendido pelo agente não
depender exclusivamente de sua vontade. Caso venha a ocorrer nesta situação, deverá ser
atribuído ao acaso. Para que haja a criação de um risco não permitido, deve haver domínio do
resultado por meio da vontade do agente

Qualquer contato social implica um risco. Uma vez que uma sociedade sem riscos não é
possível, uma garantia normativa que implicasse na total ausência de riscos não seria factível.
O risco inerente à configuração social deve ser irremediavelmente tolerado como risco
permitido. Desta forma, o risco será considerado permitido nas ações perigosas que sejam
autorizadas pelo legislador, em virtude de sua preponderante utilidade social, mesmo que
porventura delas venha a decorrer um resultado de dano. O mesmo valerá quando se tratar de
risco inevitável ou realmente necessário para o avanço tecnológico das empresas que integram
nossa sociedade industrializada

Princípio da Confiança

Também tratar-se-á de risco permitido aquele admitido em decorrência do princípio da


confiança, eis que a sociedade não pode funcionar sem bens passíveis de abuso. Assegura o
referido princípio poder-se confiar que os outros se comportarão conforme ao Direito,
enquanto não existirem pontos de apoio concretos em sentido contrário, os quais não seriam
de se afirmar diante de uma aparência suspeita, mas apenas diante de uma reconhecível
inclinação para o fato. Não realiza conduta típica aquele que, confiando em terceiro e agindo
conforme o Direito, envolve-se em situação na qual este terceiro produza resultado danoso.
Penalmente irrelevante será, portanto, a ação do padeiro que tenha vendido um bolo para um
homicida, que, posteriormente, nele inseriu veneno, vindo a matar terceiro que dele provou.

· Ausência de domínio do resultado

O risco será considerado permitido sempre que o resultado pretendido pelo agente não
depender exclusivamente de sua vontade. Caso venha a ocorrer nesta situação, deverá ser
atribuído ao acaso. Para que haja a criação de um risco não-permitido, deve haver domínio do
resultado por meio da vontade do agente. Podemos exemplificar tal situação através da
hipótese em que “A”, sabedor da violência das ondas em certas praias do Havaí, proporciona a
seu amigo surfista “B” viagens ao local, na expectativa de que este faleça ao praticar o surfe
em suas perigosas praias, o que de fato acaba por acontecer. Apesar do desejo de “A”, não
deve o mesmo ser confundido com uma “intenção”, eis que “A” jamais deteve o domínio do
resultado, não podendo este destarte ser-lhe atribuído...

· Diminuição do risco

Não haverá imputação objetiva quando o agente tiver como fim diminuir risco de dano maior
ao bem jurídico, mesmo que para tal venha a causar dano menor, que seria em tese proibido,
ao bem. Podemos exemplificar a situação imaginando o agente “A” que dá um empurrão em
“B”, fazendo-o assim desviar-se de um carro desgovernado que o atropelaria, causandolhe,
porém, lesões corporais leves com tal ato...

· Incremento do Risco

Tratar-se-á de criação de risco proibido, a autorizar a imputação objetiva, a conduta do agente


que aumentar um risco pré-existente, mesmo que permitido, ou ultrapassar os limites para os
quais tal risco seria juridicamente tolerado.

REALIZAÇÃO DO RISCO NÃO-PERMITIDO

O risco não-permitido, criado pelo autor, deve se realizar. Deve ter sido a causa do resultado.
Não basta, para que haja a imputação objetiva, a simples criação ou aumento do risco
proibido, fazendo-se também necessária a sua realização no resultado. No clássico exemplo do
indivíduo que é baleado, mas vem a falecer em razão de acidente envolvendo a ambulância
que o transportava para o hospital, pode-se afirmar que o autor do disparo criou risco não
permitido que, entretanto, não se realizou, eis que a vítima não faleceu em decorrência do
tiro, mas sim do acidente. Desta forma o autor do disparo apenas poderia ser punido pela
tentativa, jamais pela consumação, pois, apesar de haver criado um risco não-permitido, este
não chegou a se realizar.

ALCANCE DO TIPO E FIM DE PROTEÇÃO DA NORMA

Não basta que haja um nexo causal entre o resultado e o risco nãopermitido criado pelo
causador. É preciso, além disso, que o resultado esteja abrangido pelo fim de proteção da
norma de cuidado. Deve a conduta afrontar a finalidade protetiva da norma para que possa
haver imputação

A TEORIA DA CAUSALIDADE

I -A teoria da causalidade adequada impõe, num primeiro momento, a existência de um facto


naturalístico concreto, condicionante de um dano sofrido, para que este seja reparado; e, num
segundo momento, que o facto concreto apurado seja, em geral e abstracto, adequado e
apropriado para provocar o dano.
II - Se o nexo da causalidade constitui, no plano naturalístico, matéria de facto, não sindicável
pelo STJ como tribunal de revista, já o mesmo vem a constituir, no plano geral e abstracto,
matéria de direito, onde o Supremo pode intervir, pois respeita à aplicação e interpretação do
art. 563.º do CC.
III - A nossa lei adoptou a formulação negativa (mais ampla) da teoria da causalidade
adequada, segundo a qual o facto que actuou como condição do dano só não deverá ser
considerado causa adequada do mesmo se, dada a sua natureza geral e em face das regras da
experiência comum, se mostrar indiferente para a verificação do efeito.
IV - Provado apenas que a autora caiu ao chão no local dos trabalhos, e ficando por apurar que
a queda foi motivada pela existência de obras em frente da sua casa, falece o nexo de
causalidade entre o facto e o dano, o que dispensa o conhecimento dos demais pressupostos
do dever de indemnizar.

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