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2019.
II. Relacione a teoria «ético-retributiva» dos fins das penas com a conceção
«bilateral» do princípio da culpa.
R: A teoria absoluta vê a pena como um instrumento de retribuição/compensação
do mal do crime, e é nesta essência que a pena se esgota. Contudo, a pena pode
ainda assumir determinados efeitos reflexos socialmente relevantes (como a
ressocialização), sendo que esses efeitos não contendem com a essência da pena,
nem sequer são suscetíveis de a modificar. Isto devido ao facto da essência e
natureza da pena serem a justa paga do mal com o crime que se realizou. Assim, a
medida concreta da pena apenas vai ser encontrada em função da correspondência
entre a pena e o facto.
O fundamento desta doutrina centrou-se, durante muito tempo, na conceção de
que a culpa seria fundamento e medida da pena. E com isto, verificamos a
existência do princípio da culpa, na sua conceção bilateral. Este princípio afirma
que não poderá haver pena sem culpa e a medida da pena não pode em nenhum dos
casos ultrapassar a medida da culpa, com visto verificamos que a culpa será um
pressuposto da pena (deixa-se de ser possível sofrer uma pena relativamente a um
facto se não houver culpa); um limite da pena (não se pode sofrer mais pena do que
a culpa que foi apresentada no momento da violação da norma); um fundamento da
pena (sempre que houver uma situação onde existe culpa, inevitavelmente haverá
pena); e uma medida da pena, sendo a exata proporção – a pena é igual a culpa.
Com isto, a conceção retributiva erigiu o principio da culpa como o princípio
absoluta de toda a aplicação da pena e, deste modo, levantou um veto incondicional
à aplicação da pena criminal que viole a dignidade humana.
2017
2016.
2015.
I. Relacione o problema dos elementos subjectivos das causas de justificação com
o binómio desvalor de acção/desvalor do resultado.
R: O tipo subjetivo está relacionado com os crimes dolosos e os crimes de
negligencia. Pode-se compreender por desvalor da ação um conjunto de elementos
subjetivos que conformam o tipo ilícito subjetivo e o tipo de culpa, nomeadamente,
a finalidade delituosa. Este conceito está relacionado com a atitude interna do
agente que ao facto preside e a parte do comportamento que exprime faticamente
este conjunto de elementos. O desvalor da ação foi enfatizado pelo finalismo, se a
finalidade do atuar constitui o elemento essencial da ação, então ela tem de ter ao
mesmo título momento integrante do tipo e do ilícito – ilícito pessoal. Enquanto que
o desvalor do resultado é compreendido pela criação de um estado juridicamente
desaprovado e, assim, o conjunto de elementos objetivos do tipo ilícito que
perfeccionam a figura do delito.
Podemos verificar casos em que estão presentes os elementos objetivos da causa
de justificação, mas não os subjetivos (há somente um desvalor do resultado), i.e, o
agente atua num contexto de objetivamente preenche os pressupostos de uma causa
de exclusão da ilicitude, mas o sabe. Segundo a doutrina maioritária manda punir o
agente com a pena aplicável à tentativa.
Pode-se explicar isto devido ao facto de como na tentativa se dá o desvalor de
ação, mas não o do resultado, assim também nestes casos. O resultado é tolerado,
mas permanece uma ação desvaliosa: o agente pretendia realizar uma violação de
um bem jurídico.
2019.
III. Suponha que A matou B com um tiro certeiro. Construa, com estes dados, uma
hipótese de erro sobre a pessoa ou o objeto, resolvendo-a depois à luz dos
critérios doutrinais e legais que entender pertinentes.
R: erro - não cai
IV. A, cidadão português, que se encontra junto à fronteira, mas do lado espanhol,
dispara um tiro homicida sobre B, que está em território português, e falha o
alvo. Será a lei penal portuguesa aplicável ao caso? Justifique.
R: Estamos diante um problema no âmbito da validade espacial da lei penal. Trata-
se de saber da possibilidade de o sistema judiciário português e poder processar
determinado facto.
O artigo 33º, nº4 do Código de Processo Penal afirma que os tribunais
portugueses são competentes para conhecer de um crime quando a lei penal
portuguesa é aplicada. Este problema do âmbito de aplicação tem uma dimensão
subjetiva e depois uma repercussão processual, e baseia-se em diversos princípios,
num modelo de combinação. Estes princípios dispõem de uma hierarquia, sendo o
princípio base o Princípio da territorialidade, e depois dispondo de princípios
acessórios (nacionalidade, proteção de interesses nacionais, universalidade e
supletivo da administração subsidiaria da lei penal).
No caso concreto, houve um caso de tentativa de homicídio, visto que o tirou
falhou o alvo. O artigo 7º, nº3 do CP afirma que em caso de tentativa, o facto
considera-se igualmente praticado no lugar em que o resultado se deveria ter
produzido. Sendo que B estava em território português, consideramos então que a
lei penal português será aplicada de acordo com o princípio da territorialidade, com
base no artigo 4º, a) do CP, que afirma que a lei penal portuguesa é aplicada a
factos praticados em território português.
b. Suponha, por fim, que A, com o seu tiro, quer atingir B mas, afinal, atinge
C. Na base deste enunciado, construa uma hipótese de «erro na execução»
(aberratio ictus), indicando e justificando o respectivo regime.
R: erro.
2018.
IV. Suponha que A praticou o facto X em Março de 2016, numa altura em que este
facto era punido com uma pena de prisão até 1 ano (Lei 1). Entretanto, em
Janeiro de 2017, entrou em vigor uma lei (Lei 2) que passou a punir o facto X
com uma coima de 500 euros a 3000 euros. Desde Dezembro de 2017, porém, o
facto X, devido à aprovação de uma nova lei (Lei 3), é punido com pena de
prisão até seis meses. A está hoje a ser julgado. Refira, justificando legal e
doutrinalmente a sua resposta, qual a lei aplicável.
R: Estamos diante um problema no âmbito da lei penal portuguesa no tempo.
Os factos, por norma, são regulados pela lei que vigora no momento da sua
prática. Logo, à princípio, uma lei que foi aprovada num momento posterior não
pode ser aplicada a factos anteriores (proibição da retroatividade), isto por motivos
de proteção da pessoa contra o poder punitivo do Estado. Ao analisar o artigo 3º,
relativo ao momento da prática do facto, podemos afirmar que o facto se considera
praticado no momento em que o agente atuou, independentemente do momento em
que o resultado típico se tenha produzido. Com isto verificamos que no nosso caso,
o facto foi pratico em Março de 2016, quando estava em vigor a Lei 1.
Entretanto, a proibição da retroatividade pode não funcionar quando uma norma
seja a favor do agente. Esta regra vale relativamente para todos os elementos da
punibilidade. A maior consequência pratica disto, é o chamado princípio da
aplicação da lei mais favorável, tendo não só expressão a nível da lei ordinária
(artigo 2º, nº4 do CP), mas também a nível constitucional (artigo 29º, nº4, 2º parte
da CRP), afirmando, assim, que sempre será aplicado o regime que concretamente
se mostre mais favorável ao arguido. Contudo, a sua fixação no texto constitucional
também trouxe alguns problemas, como o da descriminalização.
A descriminalização ocorre quando uma lei posterior à prática do facto deixa de
ser considerar como crime. Esta situação cabe em rigor dentro do princípio da
aplicação da lei mais favorável. Há autores que defendem que o facto deixa de ser
punível. Não pode mais ser objeto de punição penal pois o legislador alterou a
natureza jurídica do facto; e não pode ser punido no direito contraordenacional pois
na altura não era considerado uma contraordenação. Entretanto, há quem defenda
que o facto deve ser punido como contraordenação, pois no momento da prática do
facto não existiam razões para que o agente pudesse ficar impune. Esta última é a
doutrina defendida pelo curso.
Quando A for julgado, podemos verificar que a lei se alterou três vezes. Por
norma, seria aplicada a lei que estava em vigor no momento que ocorreu o facto.
Entretanto como a Lei 2 é a mais favorável ao arguido, será esta a ser aplicada,
mesmo havendo uma descriminalização, o facto continuou a ser ilícito, o autor já
sabia que era crime. Logo não há bem uma segurança ou garantia a proteger nesse
sentido, mas sendo ilícito, há uma continuidade do caráter sancionatório, logo,
pode-se aplicar a Lei 2 que continua a ser uma sanção, embora mais favorável (art
2º, nº4 CP).
VI. A, vendo o seu filho B com muita tosse, decidiu dar-lhe uma colher de um
conhecido antitússico à base de produtos naturais, de venda livre. Em virtude
de uma patologia raríssima de que B padecia e que nunca fora detectada, o
medicamento vem a provocar um choque anafiláctico, colocando a criança em
risco de vida. Diga, fundamentando, se o resultado poderia ser objectivamente
imputado à conduta de A.
R: Estamos diante um problema no âmbito do nexo da imputação. Podemos
afirmar que o resultado se imputa à conduta quando esta seja causa do resultado.
Existem critérios utilizados hoje em dia para se determinar o nexo de imputação de
um resultado à conduta.
A primeira é a teoria da causalidade adequada, esta afirma-se que será
imputável à conduta se, segundo as leis da experiência, for normal e previsível que
essa conduta se siga aquele resultado. Ou seja, a conduta será adequada quando
originar o resultado. Ira se auferir a causalidade adequada através de uma prognose
póstuma; póstuma pois tudo já aconteceu e prognose pois o juiz ira se colocar no
momento em que a conduta foi realizada e, sabendo o que o agente sabia, ou
poderia saber, irá avaliar se aquele resultado é normal e previsível. Se a resposta for
afirmativa, a conduta é causa adequada do resultado. Figueiredo Dias afirma que
para além de levar em conta os respetivos conhecimentos das regras da experiência
comum, é necessário ter em conta os especiais conhecimentos do agente.
Ao analisarmos o caso em concreto, verificamos que a conduta de B não era
imputada ao resultado. Isto devido ao facto de se levarmos em consideração os
conhecimentos do agente, este não sabia da doença rata que B tinha, pois esta nunca
tinha sido detetada, assim não se assumiria ser um resultado normal e previsível o
choque anafilático de B.
2017.
R: O artigo 33º, nº4 do CPP afirma que aos tribunais portugueses compete conhecer
o crime quando a lei portuguesa por aplicada. O problema do âmbito da validade da
lei penal no espaço tem uma dimensão subjetiva, e depois uma repercussão
processual (se poderá ou não abrir o processo em território português). Este âmbito
dispõe de diversos princípios, sendo o princípio base o da territorialidade, mas
existindo também os extraterritoriais (o da nacionalidade, proteção do interesse
nacional, supletivo da administração subsidiaria da lei penal e da universalidade).
Estes são considerados princípios acessórios, ou complementares.
O artigo 7º do CP afirma que o facto se considera praticado no lugar em que o
agente atuou, como naquele em que o resultado típico ou o resultado não
compreendido no tipo de crime se tiver produzido. No nosso caso em concreto,
ambas as pessoas são residentes em Coimbra, território português. Com isto
podemos afirmar que as leis penais portuguesas serão aplicadas aos casos com base
no princípio da territorialidade (artigo 4º, a) do CP). Ou seja, o tribunal tem
jurisdição sobre o facto.
A lei penal apenas pode ser aplicada para frente, pro futuro, não se pode aplicar
retroativamente, é nisto que consiste a proibição da retroatividade. Por força do
princípio da legalidade criminal, não pode punir-se criminalmente o comportamento
que não era crime na altura em que foi praticado, nem aplica uma pena mais grave
do que aquela prevista na altura. Só poderá aplicar uma lei retroativamente quando
esta for mais favorável ao arguido (princípio da aplicação da lei mais favorável ao
arguido). Com isto, A será julgado de acordo com as leis penais em vigor no
momento de seu facto, ou seja, a Lei 69/2014 não terá vigor no caso.
2016.
II. A, português, pretende matar B, português, mas para garantir uma fuga bem
sucedida, A leva B para a fronteira de Vilar Formoso, chegando com B a
Fuentes de Oñoro, onde desfere o tiro certeiro. A foge em direcção a
Salamanca. B, moribundo, pede a C que o transporte para um hospital
português, acabando, todavia, por falecer em Vilar Formoso. A vem a ser
capturado, mas invoca que deverá ser julgado pela lei espanhola, por esta ser
mais favorável. Quid iuris?
R: - 2019 época especial
II. A, pt, desfere contra B, pt, um tiro certeiro, com intenção de o matar. Isto
aconteceu em Fuentas de Oñoro (espanha, perto da fronteira portuguesa).
Logo a seguir, A foge em direção a Salamanca. B, moribundo, pede a um
transeunte que o leve para o hospital português, acabando por morrer em
Vilar Formoso. A vem a ser detido e, em julgamento, requer que se já aplicado
ao caso a lei espanhola, por esta lhe ser, em concreto, mais favorável. Quid
iuris?
R: Estamos diante de um problema no âmbito da validade da lei penal no espaço.
Trata-se da possibilidade de o sistema judiciário português poder processar
determinado facto. Este problema tem uma dimensão subjetiva, que depois
repercute em uma processual. Neste âmbito dispomos de diversos princípios, há um
modelo de combinação.
O artigo 33º, nº4 do CPP afirma que compete aos tribunais portugueses
conhecer um crime quando a lei portuguesa é aplicada. O artigo 7º, relativo ao
lugar da pática ao facto, afirma que o facto se considera praticado no lugar em que
o agente atou (total ou parcialmente), como naquele em que o resultado típico ou o
resultado não compreendido no tipo de crime se tiver produzido. Verifica-se que
importa para este artigo onde ocorreu a conduta e o resultado. Como a morte de B
foi em território português (o resultado). Portugal dispõe de jurisdição para aplicar
as suas devidas leis penais, com base no princípio da territorialidade.
Este princípio é o chamado princípio base do modelo de combinação. Com este,
afirma-se caso o facto penalmente relevante for praticado no território português,
ou tiver alguma conexão com Portugal, a lei penal é aplicada. Este princípio está
disposto no artigo 4º, a) do CP.
Uma das consequências da utilização deste princípio é o facto de o arguido
sempre ter de ser julgado de acordo com a lei portuguesa. Com isto, apesar de a lei
espanhola ser mais favorável ao arguido, ele terá que ser julgado em Portugal, com
leis que podem ser consideradas como menos favoráveis.
I. Suponha que A praticou o facto X em Março de 2018, numa altura em que este
facto era punido com prisão de até 2 anos (lei 1). Entretanto, em Agosto de
2018, entrou em vigor a Lei2, que passou a punir o facto X com multa. Desde
Marco de2019, porém, o facto X, devido à aprovação de uma nova lei (Lei 3) é
punido com prisão até seis meses. A está hoje a ser julgado. Refira, justificando
legal e doutrinalmente a sua resposta, qual a lei aplicável.
R: Estamos diante de um problema relativo a validade das leis penais no tempo. Os
factos, por norma, são regulados de acordo com as leis vigentes do momento da sua
prática. Logo, à princípio, uma lei que foi aprovada num momento posterior não
pode ser aplicada a factos anteriores (princípio da proibição da retroatividade), isto
por motivos de proteção das pessoas contra o poder punitivo do Estado. Ao analisar
o artigo 3º, verifica-se que o facto se considera praticado no momento em que o
agente atuou, ou deveria ter atuado, independentemente do momento do resultado.
Com isto, verificamos que o facto no nosso caso foi efetuado em Março de 2018,
quando a Lei 1 estava em vigor.
Entretanto, a proibição da retroatividade não funciona quando uma norma seja
mais favorável ao arguido. Isto significa que a retroatividade só é proibida quando
foi utilizada como fundamento ou aumento da responsabilidade do arguido, valendo
para todos os elementos da punibilidade. A maior consequência prática é o chamado
princípio da aplicação da lei mais favorável ao arguido, que além de ter expressão a
nível da lei ordinária (artigo2º, nº4 do CP), tem a nível constitucional também (29º,
nº4 CRP). Afirmando, assim, que sempre será aplicado o regime que concretamente
se mostre mais favorável ao arguido. Contudo, este princípio traz algumas
dificuldades relativas à algumas questões, como é o caso da descriminalização.
Esta ocorre quando uma conduta deixa de ser considerada como crime e passa a
ser uma contraordenação, sendo a sua sanção alterada de pena (ou medida de
segurança), para uma coima. Esta situação tem rigor dentro do princípio da
aplicação da lei mais favorável. O curso defende que esta conduta ainda deve ser
punível, mesmo que no ramo do direito contraordenacional, pois no momento da
prática não havia fundamento para a conduta não ser punida. Entretanto, há autores
que defendem que o facto não deveria ser punível pois se alterou a natureza jurídica
do facto.
Quando A for julgado deveria, a princípio, ser aplicada a lei que estava vigente
no momento da sua conduta (a lei 1). Entretanto, podemos verificar que a lei Lei 2 é
a mais favorável ao agente, apesar de se tratar de uma descriminalização, o facto
continua a ser ilícito; o autor já sabia que era crime. Logo não há uma segurança ou
garantia que deverá ser protegida neste sentido. Há uma continuidade do caracter
sancionatório, logo, pode-se aplicar a Lei2 que continua a ser uma sanção, e mais
favorável ao arguido (artigo 2º, nº4 CP).
III. A circulava a 80km/h dentro de uma localidade onde o limite era 50 km/h.
numa zona de menor visibilidade, por não se aperceber da presença de B, A
acaba por atropelá-lo. B, muito embora queixoso relativamente a uma fratura
exposta numa perna, encontra-se perfeitamente orientado. Chamados os meios
de socorros, B é transportado para o hospital. Durante a intervenção cirúrgica
a que é submetido, B acaba por morrer na sequência de um excesso de
anestesia administrado por C, médico anestesista. Poderá o resultado morte de
B ser imputado à conduta de A? Justifique.
R: A não será imputado pela morte de B. Estamos diante de um problema no âmbito
do nexo de imputação. Afirmamos que a conduta será imputada a determinado
resultado quando está o originar. Desta forma, é necessário apurar determinados
critérios para avaliar o nexo causal entra a conduta e o resultado.
A doutrina da causalidade adequada afirma que será imputado uma conduta se,
segundo as leis da experiência, for normal e previsível que essa conduta siga estes
resultados. Ou seja, será a causa adequada quando a conduta originar o resultado. A
causalidade adequada será auferida através de uma prognose póstuma; póstuma pois
tudo já ocorreu, e prognose pois o juiz deverá se colocar no momento da pratica do
facto, e verificará, de acordo com as regras normais da experiência e de acordo com
o que o agente sabia, ou podia saber, se aquele determinado resultado era normal e
previsível. Se a resposta for afirmativa, a conduta é causa adequada daquele
resultado. Figueiredo Dias afirma que para além de se levar em conta os respetivos
conhecimentos correspondentes às regras da experiência, é necessário se ter em
conta o especial conhecimento do agente.
Na maioria dos casos que haja intervenção de terceiro, a conduta perderá o nexo
de causalidade, isto pois a maioria das ações dos terceiros não serão normais, nem
previsíveis. Assim, verifica-se que será interrompido o nexo da causalidade. No
nosso caso em concreto, o excesso de anestesia dada por C é considerado uma
intervenção de um terceiro, o que fará com o nexo de causalidade entre a conduta
de A e o resultado da morte de B não tenha nexo causal. Desta forma, a morte de B
não será imputada a conduta de A.