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Por exemplo a incriminação do crime de fogo posto tem uma pena muito grave tendo em conta que o
legislador de então partiu do pressuposto de que as casas daquela altura tinham muitas componentes de
madeira, o que provocava avultados danos relativamente ao que sucede actualmente em que as
construções são feitas de materiais mais resistentes ao fogo.
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Muitos autores dizem que a ocasio legis não difere do elemento histórico que no fundo também se reporta
ao contexto social em que a norma jurídica surge.
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Nos casos em que o sentido da norma coincide com os seus elementos gramaticais.
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Quando se chega à conclusão de que num dado caso o legislador disse mais do que pretendia dizer,
sendo por isso necessário comprimir o sentido da norma jurídica e harmonizá-la com o pensamento do
legislador.
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Quando se considera que o legislador disse menos do que pretendia dizer, reintegrando-se o seu
pensamento através da extensão da norma àquilo que foi a sua intenção original.
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Aqui faz-se a sua inserção da norma jurídica em causa no contexto actual ou corrente para ver se ela
está ou não desfasada da realidade.
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Quando o legislador acabou dizendo algo que não queria e é necessário proceder a devida correcção.
Ex: se atentarmos ao nosso CP verificaremos que várias vezes se faz referência à Portugal mas nós lemos
Moçambique (o mesmo se diga em relação ao nosso Código de Processo Penal).
A irretroactividade da lei penal – a lei penal dispõe apenas para os factos
que lhe são posteriores. Este princípio só sede se disso resultar benefício para
o arguído.
Os crimes devem ser specialmente previstos na lei (princípio da
consagração expressa das condutas criminais) – o conteúdo da norma
jurídica penal deve ser expresso, pois só assim estaremos a respeitar os
outros princípios do Direito Penal, como sejam: a Liberdade e segurança dos
cidadãos. (os cidadãos são livres e é necessário que eles tenham a certeza e
segurança de que os comportamentos que adoptam não contrariam a lei).
Pelo contrário, o recurso a interpretação restritiva é permitido, pois não briga com os
princípios supracitados, Por exemplo se para um determinado facto o legislador aponta
três situações e vemos que afinal de contas ele disse mais do que pretendia e o último
caso não era sua intenção abarcar, nada impede que façamos uma interpretação
restritiva porque por esta via vamos beneficiar as pessoas deixando-as em liberdade.
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Recorde-se que o parricídio em 2002 deixou de ser crime autónomo fazendo parte da circunstância 5.ª
do art. 351 do CP de acordo com a redacção dada pela Lei n.º 8/2002, de 5 de Fevereiro. Mais tarde este
crime veio a ser repristinado e o seu âmbito alargado, tendo sido reintroduzido pelo novo CP, aprovado
pela Lei nº 35/2014, de 31 de Dezembro e posteriormente colocado de fora pelo actual CP, integrando um
circunstância agravante especial do Crime de Homicídio Voluntário.
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Por exemplo o crime de violação de correspondência ou de comunicações (artigo 253 do CP) em face
do art. 461 do nosso primeiro CP (o então designado crime de abertura fraudulenta de cartas e papeis
fechados).
A ideia mais ajustada com o princípio da legalidade é a interpretação declarativa, o
legislador deve deixar muito bem claro quais são os crimes e quais as penas que lhes
correspondem. Do principio da legalidade do DC decorre, à contrário senso, que tudo
aquilo que não está proibido por lei é permitido.