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Origem:
Quando se fala em direito, normalmente se refere ao direito romano antigo. O Direito Penal
romano antigo não conheceu o princípio da legalidade como conhecemos atualmente. A fonte mais
remota desse princípio é a magna carta libertatum: que dizia que “nenhum homem livre será preso
ou privado de seus bens ou exilado ou de qualquer forma molestado nem nós procederemos contra
ele se não mediante um julgamento regular pelos seus pares ou pela lei da terra”
O divisor de águas no princípio da legalidade foi a publicação “Dos Delitos e das Penas”,
Beccaria. Estabelece o princípio da legalidade como forma adequada de estabelecer crimes, ou seja,
não seria forma adequada de impor uma sanção penal sem que houvesse uma lei que previsse um
crime. O livro foi importante, mas tem um detalhe, não era específico pensamento dele porque o
livro dele expressava o pensamento de vários pensadores, condensou no texto o pensamento de
diversos outros autores. A partir daí começamos a ter vários documentos e códigos que passaram a
incorporar essa ideia de legalidade. Código Penal da Áustria de 1787, por exemplo.
Propiciou também o estabelecimento da ciência penal. Dividido o código penal em parte
geral e especial passamos a estabelecer os parâmetros doutrinários, científicos para a aplicação da
lei penal.
Outro autor importante foi Fronz Fonslist, dizia que a lei penal era carta magna do criminoso
porque sendo a lei penal o documento que vai estabelecer o que é crime, ninguém vai poder
responder fora do que está ali. A própria lei vai estabelecer o que é crime ou não.
O princípio da legalidade, antes mesmo de ser um princípio que está posto no código penal
ele está no artigo 5° da Constituição.
Desdobramentos:
Como vou aprender o significado da legalidade de forma mais concreta? Verificando os
desdobramentos, que são 4.
Impõe a questão da lex prévia = exigência de uma lei anterior. Artigo 5°Const. Precisa ser lei
penal MESMO, ou seja, medidas provisórias não são aceitas como matéria penal de qualquer
forma. A norma penal não atinge fatos prévios, irretroatividade (se um fato acontece antes da lei
ser criada ou editada, ele não pode ser julgado de forma retroativa com aquela nova lei). A única lei
que pode retroagir é a benéfica.
Questão da lex escrita = a questão da proscrição e admissibilidade dos costumes. Para
estabelecermos um crime PRECISAMOS de uma lei escrita. Podemos usar o costume para
interpretação a lei penal para fins de interpretação ou mesmo de integração à lei penal. Desuetudo
= quando uma lei fica um bom tempo sem ser aplicada e não tem poder de revogar uma lei
anterior.
Questão da lex estritcta = admissibilidade da analogia em matéria penal. Podemos usar em
matéria penal? Sim e não. Existe analogia em malam partem e em bona partem, a primeira não
admite e a segunda admite. A malam partem é a que dá prejuízo ao destinatário da lei penal, não
se pode usar analogia em prejuízo do réu.
Questão da lex certa = exigência de taxatividade da lei penal. A lei penal tem que ser clara.
A pessoas precisam saber o que é e o que não é crime. Se não for clara ela não cumpre o princípio
da legalidade.