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1.1.Quanto à analogia......................................................................................................................4
Há diversos modos de interpretação da lei penal e para isso temos que dividir as normas penais
em dois grupos: normas incriminadoras e normas favoráveis.
Deve entender-se por normas incriminadoras aquelas que criam ou agravam a responsabilidade
jurídico-penal do agente. São aquelas normas que de alguma forma contêm a criação de crimes,
ou que contêm agravamentos dos pressupostos de punibilidade ou de punição.
Normas favoráveis, são aquelas normas que visam diminuir a responsabilidade jurídico-penal do
agente, ou atenuá-la, tornando mais suaves os pressupostos da punibilidade ou da punição.
Proíbe-se a interpretação extensiva 1das normas penais incriminadoras, de outra forma estar-se-ia
a violar o princípio da legalidade na sua decorrência “nullum crimen nulla poena sine lege
stricta”, ou seja, de que as normas penais devem ser estritamente aplicadas; é admissível a
interpretação restritiva; proíbe-se a aplicação analógica no âmbito das normas penais
incriminadoras, quer por analogia legis, quer por analogia iuris.
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A interpretação se estende para além do alcance das palavras postas pelo legislador, sem a necessidade de se
elaborar uma norma complementar. Aqui, considera-se que a norma disse menos do que deveria ter dito, deixando
de abarcar conteúdo pretendido. De novo, tem-se a busca pela real vontade do legislador.
Normas penais favoráveis
Alguns autores como Teresa Beleza, etc., admitem a analogia, nas normas penais favoráveis;
Outros autores como Cavaleiro Ferreira - a analogia em Direito Penal, quer de normas
favoráveis, quer de normas incriminadoras, está vedada;
Outros ainda como Frederico da Costa Pinto - entende que no âmbito das normas favoráveis a
analogia está de todo excluída. Em certos casos pode-se admitir a interpretação extensiva de
normas favoráveis, mas não é possível o recurso à analogia no âmbito de normas favoráveis.
Normas favoráveis
As normas favoráveis são aquelas que visam, ou que traduzem para o agente, uma posição mais
benéfica porque:
Mas já não se aceita que se faça interpretação restritiva de normas penais favoráveis, isto porque,
a ser possível, diminuir-se-ia o campo de aplicabilidade destas normas favoráveis, o que significa
aumentar o campo de punibilidade.
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A interpretação é reduzida em face do alcance das palavras contidas na Lei, para corresponder à real vontade do
legislador. Isto é, considera-se que a lei possui palavras “em excesso”, que ela disse mais do que gostaria de ter
dito, e tal interpretação restringe parte do texto para atender à sua finalidade pretendida.
1.1.Quanto à analogia
Existem várias posições. Uma (Teresa Beleza) admite-se a integração de lacunas no âmbito de
normas penais favoráveis.
Outra posição é a de que se admite por princípio a integração de lacunas por analogia no âmbito
de normas penais favoráveis, desde que essa analogia não se venha a traduzir num agravamento
da posição de terceiros, por ele ter de suportar na sua esfera jurídica efeitos lesivos ou por ter
autolimitado o seu direito de defesa.
É uma norma que contem uma sanção para um pressuposto ou um conjunto de pressupostos de
possibilidade ou de punição que não se encontram expressos na lei, mas sim noutras normas de
categoria hierárquica igual ou inferior à norma penal em branco.
A teoria do concurso permite distinguir os casos nos quais as normas em concurso requerem uma
aplicação conjunta, das situações em que o conteúdo da conduta é absorvido por uma única das
normas.
Em rigor não se pode falar em verdadeiro concurso de crimes, mas tão só em concurso de
normas (concurso legal), o qual se traduz num problema de determinação da norma aplicável 3.
1. Relação de especialidade
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O concurso estabelecido entre as normas revela-se meramente aparente, sendo de excluir a aplicação cumulativa,
pois não se aplicam todos os preceitos normativos.
Uma norma encontra-se numa relação de especialidade em relação a outra quando acrescenta
mais um tipo incriminador, não a contradizendo, contudo.
Neste sentido, vê-se que por força de uma relação de especialidade em que as normas se podem
encontrar, tanto pode subsistir a norma que contenha a moldura penal mais elevada, como a
norma que contenha a moldura penal mais baixa.
2. Relação de subsidiariedade
Nos casos em que a norma vê a sua aplicabilidade condicionada pela não aplicabilidade de outra
norma, só se aplicando a norma subsidiária quando a outra não se aplique. A norma prevalecente
condiciona de certo modo o funcionamento daquela que lhe é subsidiária. Distinguem-se dois
tipos:
a) Subsidiariedade expressa: é a própria lei que afirma expressamente que uma norma só
se aplica se aquela outra não se puder aplicar;
b) Subsidiariedade implícita ou material: resulta quando em face de um raciocínio
imperativo, se chega à mesma conclusão, ou seja, quando por força de uma interpretação
verificar-se que a relação que existe entre as normas não pode deixar de ser uma relação
de subsidiariedade.
3. Relação de consunção
Quando um certo tipo legal de crime faça parte não por uma definição do código, mas por uma
forma característica, a realização de outro tipo de crime, ou seja, quando tem uma discrição
típica suficientemente ampla que abranja os elementos da discrição típica da outra norma.
A finalidade das normas concentra-se sempre na tutela de bens jurídicos, sendo possível
identificar em cada tipo legal a ratio da conduta descrita.
A relação de consunção acaba por colocar em conexão os valores protegidos pelas normas
criminais. Não deve confundir-se com a relação de especialidade, pois ao contrário do que se
verifica naquela relação de concurso de normas, a norma prevalecente não tem necessariamente
de conter na sua previsão todos os elementos típicos da norma que derroga.