Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objetivos:
Objetivo Geral:
Objetivos específicos:
Metodologia
A interpretação não é uma questão nova e nem exclusiva da ciência do Direito penal.
Esta, está ligada não só ao Direito em geral como também a outras e demais ciências
não jurídica. A questão da interpretação de preceitos já é discutida desde os primórdios
da humanidade tendo como objeto diversos texto, os escritos sagrados.
Analogia
Em Direito Civil a Analogia é uma forma de integração das lacunas por força do artigo
6° que diz, A ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu
cumprimento nem inseta as pessoas das sanções nelas estabelecidas, conjugado com
artigo 10° que fundamenta que, n°1, os casos que a lei não preveja são reguladas
segundo a normas aplicavel aos casos analogos,n° 2, há analogia sempre que no caso
omisso procedam as razões justificativas da regulamentação do caso previsto na lei, e
n°3 na falta de caso analogo, a situação é resolvida segundo a norma que o propria
intérprete criaria, se houvesse de legislar dentro do espírito do sistema. ambos do C.
Civil. Conjugado ainda com artigo 11° do C. Civil, que dispõe, as normas excepcionais
não comportam aplicação analógica, mas admitem interpretação Extensiva. Porém em
Direito penal as coisas não se passam taxativamente da mesma maneira. Por que vimos
anteriormente que uma das características que distinguiam o Direito Civil do Penal era
que no direito penal emana o princípio da culpa é da responsabilidade subjetiva.
Segundo Eduardo Correia, em termos genéricos é a visão normativa do Direito que
considera sua única fonte a vontade do legislador expressamente declarada. Quer dizer,
é um afloramento ao principio nullum crimen Sine lege, que por via disse é
expressamente proibida a Analogia em Direito penal.
Em Direito penal as normas não só tem um caráter sancionatório mas também acarretam
uma faculdade intimidatório para permitir que a pena tenha o desejável carácter de
prevenção. A proibição da analogia também está ligada à segurança dos cidadãos pois
que ao ser permitida poderia levar a que o Direito penal fosse usado como instrumento
de repressão e perseguição de pessoas uma vez que os aplicadores da lei poderiam
computar condutas outrora lícitas em ilícitas através de uma interpretação analógica.
Alguns autores por via disso afirma que em Direito penal a Analogia é perigosa e nós
concordamos pelos fundamentos acima.
Interpretação Extensiva
A lei não se limita na sua letra pelo que uma interpretação restritiva ou meramente
declarativa poderia amputar o verdadeiro sentido da lei e obstaria necessariamente o
alcance do verdadeiro espírito da lei. Pelo que afirmamos com segurança que estás
interpretação são proibidas em Direito penal.
Interpretação individualizadora
Está era defendida pela prof. Beleza Dos Santos, em que dizia que uma interpretação
deve ter em conta a personalidade do delinquente, o que implicava que cada vez que o
aplicador da lei fazia a interpretação de um comando legal deveria ter sempre em conta
a personalidade do mesmo delinquente. A teoria da possibilidade de haver lugar a
interpretação individualizadora foi duramente criticada pela maioria dos outros autores
em virtude de ser está incompatível com o caráter geral e abstrato das normas jurídicas.
Nos concordamos com esta posição uma vez que a possibilidade de uma interpretação
individualizadora todavia não estar em confronto direto com o princípio do direito penal
da culpa traria inconvenientes uma vez que poderia ser absolutamente impraticável no
sentido de também entrar diretamente no confronto com artigo 35 da CRM, também
chamado principio constitucional dá igualdade e universalidade de tratamento em face
da lei, que fundamenta, Todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos
direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres, independentemente da cor, raça, sexo,
origem étnica, lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição social, estado
Civil dos pais, profissão ou opção política.
De acordo com Varela (2011) A aplicação da lei no tempo consiste em determinar qual
a lei aplicável a uma determinada situação: se é a lei nova ou a lei antiga.
Em relação a vigência das normas jurídicas no tempo, importa referir que, em regra, a
lei começa a aplicar-se e torna-se obrigatória a partir do momento que entra em vigor na
ordem jurídica, e isto só acontece depois da publicação no jornal oficial (nº 1 do art. 5
do C. Civil) que dispõe, A lei só se torna obrigatória depois de pública no jornal
oficial. Que é o boletim da Republica segundo o nº 1 do artigo 143 da CRM, podendo
estabelecer-se entretanto um prazo desde a sua publicação, para que produza efeitos.
Este prazo é conhecido por vacation legis, podendo ele ser regulado de duas formas:
cada lei aprovada pode determinar um prazo de entrada em vigor (vacatio legis
especial), uma lei geral pode estabelecer um prazo para a entrada em vigor dos
diferentes diplomas desde que estes não fixem prazos específicos (é a vacatio legis
geral). Segundo o nº 2 do art. 5 do C. Civil, que dispõe; Entre a publicação e a vigência
da lei decorrerá o tempo que a propria lei fixar ou, na falta de fixação, o que for
determinado em legislação especial.
A lei dispõe para o futuro e a lei criminal não é excepção. A aplicação retroativa da lei
criminal é em regra proibida, segundo o disposto nos artigo 3° do Código penal, que
dispõe; A lei penal não tem efeito retroativo. E o artigo 57° da CRM que dispõe; Na
República de Moçambique as leis só podem ter efeitos retroativos quando beneficiarem
os cidadãos e outras pessoas jurídicas. E o n° 1 do artigo 60 da CRM que dispõe;
Niguem pode ser condenado por ato não qualificado como crime no momento da sua
prática,. Esta proibição tem sua razão de ser porquanto é em defesa do principio nullum
crime sine lege, da tranquilidade social, o fim da retribuição e intimidação da pena. A
mesma proibição também representa a defesa contra a possível perseguição por parte do
legislador ao cidadão indefeso como já havíamos feito menção anteriormente.
Segundo Maia Gonçalves em consonância com Eduardo Correia, defendem que se uma
lei nova deixa de incriminar fatos que a lei anterior incriminava, significa isso, que o
legislador entendeu, em mais adequada a atual visão das coisas, que tais fatos não eram
criminalmente mensuráveis. Essa posição faz sentido uma vez que seria de todo absurdo
que fosse censurada uma conduta que ao tempo da sua prática o legislador quisesse que
não fossem censurados. Isso tem ainda que ver com o surgimento de novas formas de
encarar a vida em comunidade e ainda com a primazia do principio da intervenção
mínima do Estado.
b) A posição de irretroatividade absoluta: defende que a lei não pode reger para atos
anteriores, visto que acarretaria insegurança, incerteza, instabilidade e caos na vida
social;
c) A posição eclética: considera que normalmente a lei deve aplicar-se a factos futuros
mas, em determinadas circunstâncias e sob certas condições, pode reger não só os atos
posteriores como também factos ou situações anteriores à sua aprovação ou aplicação. É
esta posição que encontramos refletida no ordenamento jurídico Moçambicano, maxime
na Constituição da República (art. 57 da CRM) e no Código Civil (art. 12): as leis
penais só podem ter efeitos retroativos se forem mais favoráveis ao arguido; as leis,
quando retroativas, não põem em causa os efeitos já produzidos pelos factos que se
destinam a regular.
Normalmente, as normas jurídicas aprovadas devem projetar os seus efeitos para o
futuro e não para o passado: é o princípio da irretroatividades das leis e demais normas
jurídicas. No entanto, as normas jurídicas têm, por vezes, eficácia para além dos limites
temporais da sua existência. É assim que, excepcionalmente, os atos legislativos e
normativos podem ter carácter retroativo, aplicando-se a situações ou factos ocorridos
antes de sua aprovação e publicação sempre que beneficiarem ao arguido. Neste caso,
presume-se que ficam ressalvados os efeitos já produzidos pelos factos que a lei se
destina a regular. (nº 1 do art. 12° do C. Civil conjugado com o nº1 do art.3° do C.
Penal).
Conclusão
Durante a elaboração do trabalho, concluiu-se que a aplicação da lei penal pode ser
entendida como o uso da lei criminal num caso concreto após a sua interpretação ou a
determinação do sentido e o alcance da lei. Enfim, aquando do desenvolvimento do
trabalho, concluímos ainda que as leis penais dispõem para o futuro, e só podem ser
aplicadas após a sua entrada em vigor, e deixam de ser aplicadas após deixarem de
existir no ordenamento jurídico ou após a sua revogação.
Referências bibliográficas
Legislação: