Você está na página 1de 14

Aula 1

1. Noção de direito

É um sistema de normas que regula a vida do homem em sociedade e este sistema de


normas e valores radica no povo e por isso quando se estuda direito não interessa
saber o que alguém tem a dizer, mas sim o que a comunidade tem a dizer. É dotado de
coercibilidade. São criadas e aplicadas institucionalmente.

Um juiz de alguma forma é um cocriador do direito (maioria da doutrina portuguesa)


mas esta não é a doutrina do curso.

2. Noção de lei como fonte de direito

Ato de uma entidade com competência politica para tal que intencionalmente cria
normas jurídicas, ato esse que culmina num texto. Pode ser material quando é um
enunciado linguístico cujo significado é uma norma jurídica e formal quando o seu
significado é uma norma jurídica mas que provêm de um órgão legislativo. Tem
caracter geral e abstrato mas quando são leis formais que não são materiais então são
atos legislativos que não estão a criar leis/normas gerais e abstratas.

3. Noção de Método jurídico, apresentando o elenco das principais operações


metodológicas

O método jurídico é o caminho das fontes até ao direito, ou seja, é o estudo do


caminho do ponto de partida do trabalho do jurista que são as fontes do direito até ao
ponto de chegada que são as normas jurídicas. Existem três principais operações
metodológicas que são a interpretação da lei, a interpretação criativa e a integração de
lacunas. Algumas teses defendem ainda que existe ainda uma 4º tarefa que é a
aplicação do direito ao caso concreto.

4. Distinção entre interpretação e interpretação criativa

A interpretação é um processo em que o interprete busca compreender o significado e


a extensão de normas jurídicas com base no seu texto. Busca extrair o sentido exato
das palavras da lei sem alterar ou acrescentar significados que não estão presentes na
lei. Por outro lado a interpretação criativa consiste em preencher "conceitos de
delegação", ou seja, o legislador delega no juiz o poder de chegar ás normas
meramente implícitas no sistema jurídico. Estes conceitos são por exemplo o conceito
de boa fé, ordem publica, bons costumes, etc.

5. Distinção entre, por um lado, interpretação e deteção e integração de lacunas

Enquanto que na interpretação consiste em interpretar e apurar o sentido decisivo do


texto legal, a deteção e interpretação de lacunas significa detetar e preencher falhas
por parte do legislador existindo no entanto a possibilidade de não haver lacunas.
O objetivo da detecção e integração de lacunas é garantir a coerência e a aplicação
justa da lei em situações não previstas, que procura evitar conflitos e garantir a
segurança jurídica.

6. Distinção entre interpretação criativa e a deteção e integração de lacunas

A interpretação é um processo em que o interprete busca compreender o significado e


a extensão de normas jurídicas com base no seu texto. Busca extrair o sentido exato
das palavras da lei sem alterar ou acrescentar significados que não estão presentes na
lei.
Por outro lado, a n deteção e interpretação de lacunas significa detetar e preencher
falhas por parte do legislador existindo no entanto a possibilidade de não haver
lacunas. O objetivo da deteção e integração de lacunas é garantir a coerência e a
aplicação justa da lei em situações não previstas, que procura evitar conflitos e
garantir a segurança jurídica.

NOTA: A deteção de lacunas envolve a identificação do problema e a análise da norma


jurídica, enquanto a integração de lacunas é a solução para preencher a omissão. A
integração pode ocorrer por meio de diferentes técnicas, como analogia, equidade,
princípios gerais do Direito, entre outras.

Aula 2

Pergunta 2:
 É o enunciado publicado, que resulta de um procedimento levado a cabo por
entidades politicamente competentes, procedimento esse que é
intencionalmente criador de direito.

Pergunta 3:
 O método é o caminho e o estudo da caminhada é a metodologia. Exemplo o
caminho da faculdade até casa

Pergunta 4:
 Pode haver confrontos com a constituição dentro da moldura semântica
 Chegar a normas por previsão de valores e princípios
 Interpretação criativa é algo de preciso e testável, está mais para as bandas da
criação de uma norma pelo juiz
 A interpretação criativa verifica-se perante conceitos indeterminados mas nem
todos os conceitos pedem interpretação criativa porque quando o juiz tem de
lidar com valores tem de ponderar a palavra chave
 No 243º/2 não é a boa fé do 334º, pois é chamada boa fé no sentido subjetivo.
É uma expressão polissémica
 Só vamos para a interpretação criativa quando a palavra ou o conjunto de
palavras ponderar valores e princípios
1º cenário:
200g de farinha
1cl de azeite
1 cl de mel
3 gemas
6 claras previamente batidas em Castel
Juntar tudo com o cuidado de envolver as claras no restante
Forno 40 min

2º cenário:
Farinha
Azeite
Mel
Gemas
Claras
Juntar
Forno

No primeiro cenário vai ser um tipo de bolo e no 2º podemos ter mil e um bolos
porque o segundo cenário é apenas uma lista de ingredientes
No 1º vamos ter a criação de um bolo e não vai ter criatividade para imaginar um bolo
mas no 2º sim.
Temos apenas uma lista de ingredientes que cabe ao juiz atribuir um peso a cada
principio
Existem muitos interesses a serem ponderados que podem ser designados por vetores
que dão uma norma
Trabalhar com princípios é trabalhar com listas de ingredientes e não com receitas,
pois é o juiz que vai estabelecer a hierarquia de cada principio

 Juiz é um cocriador da norma


 São conceitos axiologicamente indeterminados

Existe ou não disposição legal sobre o método de conceitos indeterminados? -


Existe diferença entre integração de lacunas e interpretação criativa

Artigo 10/3 - um dos dois regimes de deteção e interpretação de lacunas e entre os


dois métodos este consagrado no 3 dá um poder ao juiz semelhante ao poder presente
na interpretação criativa

A grande parte da doutrina portuguesa aplaude a afirmação do Prof. Rui de


Albuquerque "O Direito é uma coisa demasiado importante para ser deixada ao
legislador. Cabe ao jurista dizer o que é o Direito." Neste prisma o jurista tem em
qualquer caso interpretação criativa.
Outra parte da doutrina - Qual o campo semântico da palavra retrato e para os
princípios e valores por trás do artigo 79 é apurar a sua rácio
Aula 3 - 06/03

Aula 4 - 10/03

Trabalho de casa:
Israel - legitimidade democrática do legislador
Brasil - ver uma conferencia do juiz Alexandre de Morais (juiz concelheiro) no Brasil dá-
se o nome de ministro. Ives Gandara Martins

Três normas de conduta:


o Norma permissiva: criam direito
o Normas Proibitivas: constituem um dever genérico (de não fazer)
o Normas Precetivas: ter de fazer que se designa por obrigação

Qualquer este tipo de normas resolvem os conflitos e estão sempre a trabalhar com
direitos
A interpretação criativa (artigo 334º) acaba por ser em qualquer caso chamado ao
barulho mesmo quando estamos a interpretar palavras qua não são axiologicamente
vagas.
Prof. Vital moreira vem dizer que o legislador é que pondera os direitos (valores e
princípios) da comunidade.
Doutrina minoritária: O juiz não pode trabalhar com conceitos expressamente vagos a
não ser se a constituição o permita.
Quando o código é feito a constituição que estava em vigor era a de 1933 que dava
imenso poder ao juiz
Ponto de partida: vários elementos de interpretação

Aula 5 - 13/03

Elemento atualista também é um elemento importante da interpretação, pois temos


de olhar no momento
Método é caminho
Como demonstramos que o elemento teleológico existe? - existe quem o encontre no
pensamento, quem o encontre no nº3 do artigo 9º, e quem o encontre nas
circunstâncias do tempo em que a lei foi feita. A ligação com o elemento histórico
existe porque tendencialmente conhecer o porquê de uma lei vai elucidar-nos à cerca
do para quê que é a teleologia.

Aula 6 - 17/3

Elementos são os dados para que no inicio do caminho consigamos interpretar a lei
Qual é o pinte de chegada? - Norma jurídica não é o ponto de chegada porque o
significado definitivo pode revelar-se por exemplo inconstitucional. O ponto de
chegada é então o significado definitivo que o interprete retira da norma.
A teleologia abre a porta para trabalhar com o principio da igualdade e da justiça. Se é
assim estamos a dar ao juiz a preencher a palavra igualdade e a palavra justiça. O
artigo 9º vem dizermos que o objetivo da interpretação é o pensamento legislativo.
Há teses doutrinais que acham que o artigo 9º é inconstitucional. Na Alemanha eles
não têm uma regulação do método jurídico e por isso existe imensa discussão.
O prof. JAV aceita o 10º/3
Ao legislador cabe comandar e não ensinar e no artigo 9º o legislador está a ensinar.
Como o legislador não está a resolver um caso concreto então ao fazer um artigo sobre
método então ele não esta a fazer o que caracteriza a função jurisdicional. O 9º não é
uma norma inconstitucional.
O resultado tem de ser o resultado pensado pelo legislador mas tem de refletir o
ponto de partida.

Aula 7 - 20/03

Elemento sistemático - "unidade do sistema jurídico" artigo 9º


A interpretação extensiva tem sempre apoio da letra da lei. Será que o juiz pode optar
entre interpretação extensiva, e as outras? - Não
A interpretação extensiva é uma qualificação de um processo que foi feito e não um
poder de optar. Comparar o sentido apenas literal com o pensamento legislativo.

Aula 8 - 24/03

A lei é democrática e por isso não pode vir um juiz dizer que existe uma vontade
comunitária (costume) e que isto pode afastar uma lei. A conclusão é que o costume
contrário á lei não é fonte de direito.
Já referiu que o artigo 203º da CRP diz que por coerência democrática que o juiz
apenas estão sujeitos à lei

Em matéria metodológica uma manifestação de levar a sério a lei é evitar formulas


muito vagas
A maioria da doutrina o que diz sobre interpretação extensiva é aquela que no final do
processo interpretativo o espirito da lei está alem dos textos da lei - JAV não concorda
(vem dizer que a interpretação extensiva é uma declarativa muito ampla). Se levar a
sério a democracia dá nos como critério como solução deste tipo de duvidas o
seguinte: vai ser aquela que está mais próxima da lei. Tem apoio maior nas própria
palavra da lei - artigo 9º/2
O espirito da lei na lição do JAV é sinonimo de pensamento legislativo. O pensamento
legislativo nunca pode estar fora do texto legal.
A tese dominante usa a expressão espírito porque reconhece que e pensamento está
além do texto.

Os textos legais não são a realidade e as normas jurídicas, apenas são "desenhos". Os
textos legais são a forma do o legislador comunicar coma comunidade.
Elemento teleológico no artigo 9º - não está em termos claros no artigo 9º, mas sim no
10º/2.
A analogia do 10º é uma analogia teleológica

JAV é um moderado subjetivista historicista


Aula 10 - 31/03

António tem á vários anos a companhia do seu amigo Bacro, um porco domesticado.
No dia 2 vai ao restaurante com o porco com trela e o Sr. Silva dono do restaurante
opõe se á entrada apontando um sinal de proibição onde está desenhado um cão. Esse
sinal foi lá posto pelo dono no seguimento de uma lei sobre animais e restaurantes
que, em resume, estabelece o seguinte - é proibida a presença de animais em regra
não domesticáveis e perigosos (como o leão). Quanto aos de mais animais cada
restaurante pondera fatores como higiene, ruido, quantidade e tipo de cliente,
segurança e decide o que bem entender tendo a obrigação de apresentar na porta o
correspondente sinal.
O nosso António contesta a posição do Sr. Silva dizendo: eu estou aqui com o meu
amigo e o Bacro não é um cão e por isso pode entrar. O problema é suscitado em
tribunal e temos de decidir.

Resolução

Braco, o porco do António não é um animal perigoso e é domesticado. António ao


chegar ao restaurante do Sr. Silva deparar-se com o sinal de proibição onde está
desenhado um cão, (sinal este que é sinónimo universal de proibição de animais) que
inclui também o seu animal e não apenas os cães segundo o artigo 9º/3 em que o juiz
vai presumir que, na fixação do sentido e alcance da lei, o legislador consagrou as
soluções acertadas.
Neste caso o sinal é como se fosse a letra da lei, ou seja, o elemento literal e foi
colocado á entrada do restaurante no seguimento de uma lei sobre animais e
restaurantes onde vai elencar um conjunto de fatores que devem ser ponderados por
cada restaurante. Sendo estes fatores claros a cerca das características dos animais
domesticáveis e não perigosos o juiz não vai necessitar de preencher conceitos
indeterminados e estando perante uma teleologia plausível não temos elementos que
nos permitam dizer que o Sr. Silva foi influenciado pela higiene por exemplo. Os donos
do restaurante é que vão decidir sobre a entrada ou não dos animais domesticáveis
como é o caso de Bacro. Posto isto, o Sr. Silva vai ter legitimidade para impedir a
entrada do porco de António.

Resolução do Lourenço:
 Bacro não se impõe nos tipo de animais que são não domesticáveis e perigosos
 Sinal é sinonimo universal da proibição de animais
 Bacro não sendo um cão não é um critério valido
 Trabalho do juiz baseando-se na interpretação criativa
 Porco põe em causa o critério de higiene
 Senhor silva tem legitimidade para impedir a entrada do porco

Correção:
 Porco não é um animal perigoso e pode ser domesticado
 O juiz não precisa de preencher conceitos indeterminados
 Os donos do restaurante é que vão decidir
 A 1ª coisa a fazer é elencar as várias acessões da palavra
 O desenho é como a letra neste caso
 Elemento sistemático abrange o contexto e neste contexto o Lourenço tem
toda a razão na primeira parte da resposta (9º/3). É uma interpretação
declarativa. Estamos a constatar o significado habitual
 Estamos no âmbito da acessão presumida
 A lei admite que os donos de restaurantes decidam através de fatores
 Reconhece a teleologia plausível onde não há elementos que nos permitam
dizer: o silva foi influenciado pela higiene
 Não temos de afastar a presunção

Comente cada uma das seguintes três afirmações, em não mais de 10 linhas/cada:
1.ª "A interpretação restritiva (na noção segundo a Lição do Curso) é expressão
sinónima de redução teleológica; e a redução teleológica não é admissível no Direito
português."

Ambos os mecanismos procuram, de forma distinta embora próxima, a correção


do resultado da interpretação, mas não são sinónimos.
 A interpretação restritiva consiste no resultado da interpretação ser mais
restrito do que o significado literal da lei baseia-se num juízo de desagregação,
dado que o que está estabelecido para o todo só deve valer para a parte.
 Na redução teológica, já se ultrapassa o limite literal —> opta-se por não
aplicar a norma a um caso que por ela estaria abrangido, mas que de acordo
com a sua teleologia não deveria estar. Trata-se da construção de uma exceção
ao regime legal.
Enquanto a interpretação restritiva é utilizada para evitar excessos ou resultados
indesejáveis, a redução teleológica é utilizada para garantir a efetividade da
norma e atingir ou restringir os seus objetivos.
A essencial diferença residirá no entendimento de que, por recurso à redução
teleológica, será possível ir para além do significado literal possível (algo que a
interpretação restritiva não admite).
Embora a generalidade da doutrina apresente reservas à aplicação da redução
teleológica no ordenamento jurídico português, em especial pela limitação
interpretativa que resulta da obrigatoriedade de obtenção de um resultado que
mantivesse um mínimo de correspondência verbal com a letra da lei (exigida pelo
art. 9.º n. 2 CC), os Tribunais recorrem a este instituto na solução de casos
concretos.
Para concluir, a redução teleológica é uma técnica interpretativa reconhecida no
ordenamento jurídico português e sua aplicação é permitida, mas deve ser
realizada com cautela e moderação.

2.ª "Evidencie a diferença metodológica entre a teleologia no âmbito da interpretação


e a teleologia no âmbito da deteção/integração de lacunas."

 Na interpretação, a teleologia pode ser utilizada para descobrir as intenções ou


motivos por trás da letra da lei. A interpretação correta é aquela que viabiliza o
fim pretendido pelo legislador. Impõe ao interprete consagrar aquele que
permite respeitar os fins de regulação e responder à pergunta "para que serve
a lei?"
Por outro lado, a teleologia no âmbito da deteção e integração de lacunas é
usada para identificar a finalidade ou propósito de uma lacuna em um sistema e,
em seguida, encontrar uma solução que atenda a esse propósito.

3.º "A interpretação criativa (ou método de preenchimento de conceitos


indeterminados normativos) conduz ao esvaziamento do instituto lacunas."

 A interpretação criativa está crescentemente a levar ao esvaziamento do


instituto de lacunas sendo as lacunas cada vez mais raras de encontrar porque
a boa fé objetiva como a presente no artigo 334º vai resolvendo tudo. Estas
normas não dizem respeito a uma lacuna, porque são as tais normas que ainda
que não estejam explicitas na lei são normas a que o juiz pode chegar pela
delegação operada pelo legislador.

Aula 11 - 14/04

Correção da 1ª pergunta:
Na redução teleológica estamos sempre a recusar a aplicação de uma norma que
abrange um determinado caso. Estamos a atribuir ás palavras da lei a referencia a
realidades que elas não aguentam. Ex: palavra homem presente no 362 é polissémica
(tendo várias acessões) Para estar dentro da polissemia não basta estar dentro do
subconjunto, como por exemplo homem alentejano pois se aguenta-se a palavra
homem alentejano estaríamos a restringir a este grupo a palavra homem. O 9º/2 um
exigir um mínimo linguístico. Na doutrina do curso a redução teleológica não é
admissível.
Qual é a grande diferença? É o artigo 9º/2
O erro na resposta da Constança foi dizer que a jurisprudência pode criar uma norma
contrária a um norma que está no código civil e não pode. Apenas acórdãos com força
obrigatória geral
Afirmação é falsa
Não é admissível pelo 9º/2 e pode ser evidenciada por outro ponto: não temos um
artigo que seria semelhante ao 10º2 que nos permite ultrapassar o campo semântico.
Se o ordenamento jurídico admite que as palavras sejam usadas alem da moldura
semântica para o caso omisso então simetricamente devemos poder ir aquém mas na
primeira temos o 10º2 e na segunda não há

Aula 12 - 17/04

Correção da 2ª pergunta:
 Não está sempre presente no processo interpretativo
 Pode ser afastadas as considerações teleológicas
 Teleologia na analogia
 Vai procurar no ordenamento jurídico uma norma que regule um caso
semelhante ao caso omisso
 O 9º/3 apresenta uma presunção e como a presunção pode ser afastada quais
os dados que nos permitem afastar? Os elementos extra literais
 O elemento teleológico pode afastar a presunção do 9º/3

A palavra x aquenta x1, x2, x3. Vamos admitir que x1 é a acessão mais vulgar. A
teleologia aponta para x2. O elemento histórico aponta para x3.
A unidade do sistema não permite desempatar mas como o x2 e x3 não são
conclusivamente apresentados regressamos ao 9º/3
Referir o 10º/3 porque a teleologia está presente no 10º3
A lição do curso diz que o 10º/3 está conforme á constituição
Juiz é posto na posição de legislador e pode optar.

Correção da 3ª pergunta:
 O que está em causa é tornar inútil o art. 10º
 No instituto de lacunas temos de demonstrar que á um buraco
 O que dá mais trabalho ao juiz é o instituto de lacunas
 Na lição do curso o 11º é um limite á criação de normas no 10º/3
 Precisamos de distinguir as normas excecionais das materialmente excecionais
 Quando os juízes têm o poder de preencher um conceito indeterminados como
a boa fé b eles não vão querer a trabalheira das lacunas

Aula 13 - 19/04

António considera, por ele desculpável, que Bernardo está em perigo de morte.
Intervém na casa de C causando danos de 5.000€ para, "salvar" o Bernardo. Arromba o
portão de C, mas B não precisa de salvação. É um erro desculpável.
C exige indemnização nos 5.000. António recusa invocando os seguintes fundamentos:
1º - manifesto lapso do legislador ao referir dois dos três institutos de justiça privados
no artigo 338º. Assim por interpretação extensiva A considera que o 338º também
contempla o estado de necessidade putativo.
2º - A interpretação do 338º, à luz da sua teleologia, ou seja, a inexistência do dever de
indemnização no caso de justiça privada praticada em erro desculpável. Assim o 338º
contempla o estado de necessidade.
3º - o principio jurídico da solidariedade entre pessoas exige a defesa de qualquer caso
de justiça privada mesmo que haja erro desculpável quanto aso pressupostos. Caso
contrario o receio de ter de indemnizar levaria á inibição a referida solidariedade entre
pessoas, neste caso concreto a conduta de A para salvar B.
4º - É igual ao terceiro mas enquadrando o principio da solidariedade mas
enquadrando a boa fé do artigo 334º. Por outras palavras A considera que C está em
abuso de direito quanto à indemnização
5º - Por integração de lacuna, a preencher por aplicação analógica do disposto no
artigo 338º ao estado de necessidade.
Comente cada um dos fundamentos que A considera suficiente para justificar a
ausência do dever de indemnizar.
O estado de necessidade putativo consiste na crença errada, mas honesta e justificada,
de que se está a agir em situação de perigo iminente que não existe na realidade.
O primeiro argumento que António utiliza não é válido pois não existe um mínimo de
correspondência verbal com a lei segundo o disposto no artigo 9º/2, pois nada refere,
no artigo 338º, sobre estado de necessidade apenas sobre ação direta e legítima
defesa que são institutos diferenciados entre si. Mesmo que António tenha agido com
a crença honesta e justificada de que Bernardo estava em perigo de morte, se essa
crença não corresponder à realidade, a sua conduta não poderá ser justificada com
base no estado de necessidade putativo.
No 339º/2 admite o dever de indemnizar, mas este dever pressupõe o estado de
necessidade e no nosso caso não à situação de perigo e por isso não podemos aplicar o
339º.

O segundo argumento de António não é válido pelo 9º/2 mas temos de evidenciar a
petição de princípios nos termos em que esta a ser referida a teleologia. O António
está a dizer que a teleologia do 338º é a norma que ele pretende retirar, é o
alargamento do 338 invocando a teleologia. Teleologia neste caso é aquilo que o
António quer. No máximo haveria aqui uma teleologia plausível. JAV não exige que
trabalhemos com a teleologia real mas admite a teleologia plausível. 2

O terceiro argumento é inválido pois o princípio da solidariedade é uma invenção do


António. Não podemos deixar de olhar ao principio do direito de propriedade. Este
argumento vem evidenciar o perigo que é trabalhar com princípios e nem sequer têm
apoio. Não à qualquer norma que nos permita
Ele está a apresentar um princípio que não é uma forma axiologicamente vaga e está a
passar pelas tarefas que tem de demonstrar a justeza do seu argumento.

O quarto argumento - 203º da CRP; O António não invocou ponderação de interesses

O quinto argumento não é válido, pois não existe nenhuma lacuna que precise de ser
preenchida. O artigo 338º do Código Civil português trata especificamente da justiça
privada, e não do estado de necessidade. Embora possa haver alguma semelhança
entre esses conceitos, eles não são idênticos e não podem ser equiparados nem
podem ser análogos. O estado de necessidade é regulado em outro artigo do Código
Civil, o artigo 339º, que estabelece os pressupostos necessários para que uma conduta
possa ser considerada lícita.
O argumento é improcedente, porque não há lacuna, estamos no âmbito de uma
norma materialmente excecional, ou seja, é uma norma que está a afastar um
principio fundamental do 483º (É plausível considerar um principio fundamental do
direito – tudo o que afasta o 483º, é uma norma excecional material – a norma
excecional é um subconjunto da norma geral); O Artigo 11º, não permite a aplicação
analógica de uma norma excecional material (ius singulare)

Aula 14 - 21/04
Correção do argumento 4º:
 C tem legitimidade para exigir indemnização
 Estado de necessidade erróneo
 Existe ou não abuso de direito?
 C está em abuso de direito ao exigir a indemnização ou não? - a exigência dos
5.000 viola a boa fé pois o principio da boa fé deve ser ponderado no âmbito da
interpretação criativa
 O 483º não tem uma solução parecida ao 338º
 O A quer que o juiz chegue a uma norma, pois o C ao dizer que quer os 5.000
está em abuso de direito e por isso existe um alargamento do 338º que recorre
do 334º. Ele não demonstrou que a ponderação de interesses.

Aula 15 - 28/04

Correção de todas os argumentos por alto


A lista dos princípios consta do sistema

Antónia estaciona a mota à frente da sua moradia de tal maneira que o acesso à
garagem da moradia se torna impossível. Antónia é a única pessoa que vive naquela
moradia. Entretanto o polícia multou-a com 30€ pelo 50º/1 alínea c)
A diz ao polícia que a moradia é minha e que a teleologia do artigo impede que o
polícia a multe

Resolução:
O que se discute neste caso é o estacionamento da mota de Antónia à frente da sua
moradia em que o polícia a multa pelo artigo 50º/1 c) pois ela estacionou num sítio
onde se faz o acesso de pessoas ou veículos a propriedades, a parques ou a lugares de
estacionamento.
O argumento que suscita duvidas é por a garagem que está impedida de ser utilizada
pelo estacionamento de A pertencer à própria e apenas à própria.
O elemento literal corresponde ao artigo invocado pelo polícia. Do elemento
sistemático e histórico não temos dados. Do elemento teleológico previsto no art. 9
nº3 do CC, que corresponde à ratio legis ou fim concreto que a lei visa satisfazer,
decorre que com esta norma se pretende evitar que exista impedimento em aceder á
garagem ou parque de estacionamento. Por isso do elemento teleológico resulta que é
proibido estacionar à frente de garagens ou parques pois vai congestionar quem quiser
lá entrar. Segundo a lição do curso a teleologia plausível que A invoca
O polícia não consegue adivinhar que aquela mota era de Antónia a dona da garagem

Correção:
Prevalência sobre o elemento teleológico do elemento verbal
Porque é que a teleologia é esta? - A teleologia plausível é esta
A racio plausível é relevante na lição do curso.
Na lição do curso admite-se o uso a esta teleologia
Aula 16 - 05/05

A interpretação criativa é a forma do MC ter respondido ao enorme desafio que é


depararmo-nos com ela no trecho legal
Ir á história procurar dados

A totalidade de os argumentos dos juristas é o argumento A contrario e A fortiori


A afirmação não é correta pois existem muitos outros como a dedução

O argumento A contrário só é possível relativamente a uma norma excecional que


consagre um ius singulare, ou seja, regra excecional que contraria valores e princípios.
Se aplicarmos o argumento a contrario a uma regra cuja excecionalidade é meramente
formal, não podemos ter 100% a certeza do resultado — pode acontecer que um caso
não contemplado na regra excecional formal esteja contemplado nela, por via
analógica, e não seja abrangido pela regra de sinal contrário.

Argumentos a fortiori - argumentos de maioria da razão

Aula 17 - 08/05

Caso prático:
O António é condenado por atos de pedofilia praticados sobre a sua sobrinha de 4
anos Berta. Passado um ano o pai de António morre, sem testamento. Carlos, irmão de
A e pai de Berta invoca o disposto no artigo 2034º alínea b) do CC, à fortiori,
concluindo o nosso Carlos que António não pode receber bens da herança do pai de
António e de Carlos (avô de Berta). Aprecie a argumentação de Carlos.

Resolução:
No caso em questão, António foi condenado por atos de pedofilia praticados sobre a
sua sobrinha, Berta, que é filha de Carlos.
À fortiori é uma expressão que significa "maioria de razão". É utilizada quando se quer
reforçar um argumento que já é forte e torná-lo ainda mais evidente.
No caso apresentado, Carlos invoca a aplicação da alínea b) do artigo 2034º do CC para
impedir que António receba bens da herança do pai de António e de Carlos, que é avô
de Berta. Carlos argumenta que, se António foi condenado por atos de pedofilia
praticados contra a filha de Carlos, Berta, então ele não pode herdar, conforme
previsto na referida alínea b).
Ao utilizar o termo "à fortiori", Carlos está a reforçar a sua argumentação, ou seja, ele
está a dizer que se essa regra se aplica a outros casos semelhantes, com ainda mais
razão ela deve ser aplicada nesse caso específico.
A argumentação de Carlos é, desta forma, uma argumentação correta.

Correção
 A prática do António não está nas palavras do 2034
 Temos de verificar se podemos alcançar esta outra causa por argumento "à
fortiori"
 A esmagadora maioria da doutrina admite a interpretação do argumento "à
fortiori"
 Por maioria de razão o argumento por maioria de razão está presente no artigo
10º
 Aproximar o argumento "à fortiori" à analogia é aproximado das lacunas
 O 11º vai dizer que temos norma para isto e não é necessário retira-la por
maioria de razão. Impede-nos de alargar a exceções
 O António é herdeiro

Aula 18 - 12/5

A viola a filha e a filha morre antes do António 15 anos depois. O único herdeiro da
Berta é o pai.

Aula 20 - 19/05

Caso prático:
O António com 15 anos é considerado um estudante genial pois está no 2º ano de
medicina e de grande maturidade com forma atestado pelo psicólogo
Com dinheiro poupado vindo das suas mesadas, recebidas dos país que são milionários
António compra uma biblioteca de livros de química por 45 mil €.
Discute-se a validade do negócio
Inválido pelo disposto no 125º
Válido por interpretação restritiva do disposto dos artigos 122 e 123 atendendo a que
a teleologia ali presente é a defesa da maturidade
Qual das teses é a correta?

Resolução
O argumento que é utilizado para demonstrar a invalidade da compra da biblioteca
pelo António é o artigo 125º pois António trata-se de um menor, pois ainda não
completou os 18 anos de idade, ou seja, a finalidade desta norma é fazer com que os
negócios celebrados por menores consigam ser anulados devido ao menor ser uma
pessoa que ainda não está pronta para celebrar um negócio.
Porém António com 15 anos de idade é um génio e está no 2º ano de medicina, ou
seja, é um rapaz que apesar de ser menor tem uma mentalidade e maturidade de
alguém que já atingiu a maioridade. No disposto do artigo 123º utilizam-se as palavras
"salvo disposição em contrário" em relação á capacidade de exercício do direitos de
um menor e neste caso temos um profissional psicólogo que confirma esta genialidade
do menor.

Correção:
 Não podemos saber qual a teleologia da norma; não esta explicita na norma
 Não existe correspondência verbal no disposto do 9º/2
 A interpretação restritiva não é um método de interpretação mas sim um
resultado interpretativo
 Podemos invocar a teleologia desde que ela seja plausível
 Neste caso é plausível que a teleologia invocada tenha haver com a maturidade
de uma pessoa
 Podemos encontrar na expressão menor a expressão imaturidade
 Será que a teleologia plausível é mesmo esta?
 Este caso é inválido porque o legislador optou pela certeza aritmética e esta
norma trabalha com algarismos e não podemos trabalhar com a teleologia as
normas plenas que é o caso desta

Aula 21 - 22/05

Qualquer norma excecional está sujeita á proibição pela aplicação por analogia
Lacuna patente é um buraco á nossa vista
Lacuna latente - aparentemente não falta norma
Lacuna por colisão - temos duas normas que pertencem a diplomas diferentes ou ao
mesmo que são publicados no mesmo dia e tendo o mesmo valor então aqui podemos
ter de facto uma lacuna de colisão
Ser jurista significa que procuramos o significado que as palavras tinham no momento
de feitura da lei e isto não é o elemento histórico

Aula 23 - 29/05

No grupo 3 temos uma teleologia demonstrável


Interpretação extensiva - sentido mais amplo de uma palavra polissémica
O 9º/2 evidencia a importância das palavras
Quem trabalha com o direito tem uma ocasião de prestar tributo à democracia e um
dos artigos que no obriga a isso é o 9º/2
Expressão idiomática - é um conjunto de significante que vale como um, vale com um
significado diferente da soma dos significados isoladamente considerados
A palavra veiculo não permite excluir ambulâncias
Nem todos os subconjuntos
A palava veiculo n permite o significado de todos os veículos exceto bicicleta
A expressão mesmo com o seu caráter idiomático também não permite
A palavra veiculo não permite excluir ambulância
A expressão tem um valor linguístico idiomático que já nos permite excluir a
ambulância

Forma linguística carecida de preenchimento mediante considerações axiológicas do


juiz
Se o negócio é válido não chega a ver a nulidade nem posteriormente

Você também pode gostar