Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRIBUNAL FEDERAL
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Neste artigo discutiremos sobre um dos mais importantes princípios do Direito Penal,
a saber: o Princípio da Insignificância. Tal abordagem apresenta demasiada importância uma
vez que tal princípio funcionará em diversas ocasiões, como fonte do direito, corroborando
para a tomada de decisões e criando jurisprudência a respeito do assunto.
Objetivamos com isso estimular o leitor a discutir esta temática que, indubitavelmente,
é imprescindível para a análise jurídica penalista.
Grande parte dos princípios da doutrina jurídica brasileiras podem ser encontrados em
nossa Carta Magna no seu Título II “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, contudo a
própria Constituição destaca no § 2º, Art. 5º que estes direitos e garantias “não excluem
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou tratados internacionais em
que a República Federativa do Brasil seja parte”
Estes princípios (explícitos na constituição ou não) abrangem todos os ramos do
direito, inclusive o Direito Penal. Os princípios constitucionais do direito são: legalidade,
1
Aluno da graduação de Bacharelado em Direito da Faculdade Integrada em Pernambuco – P. E. – e-mail
<mauriciophd@gmail.com>
taxatividade, insignificância, proporcionalidade, intervenção mínima, fragmentariedade,
subsidiaridade, adequação social, culpabilidade, humanidade, exclusiva proteção dos bens
jurídicos, pessoalidade da pena e individualização da pena (LOPES apud SILVA, 2006, p. 76)
Partindo desta enumeração, iremos nos ater ao princípio da insignificância, pelo qual o
crime praticado por um determinado agente pode deixar de ser punido em razão de o ato
praticado estar revestido por um caráter de pequena relevância, de acordo com os aspectos
morais da sociedade. Para uma melhor sistematização veremos o assunto detalhadamente
partindo do conceito de princípios, até chegarmos ao princípio da insignificância e sua
aplicabilidade no caso concreto.
2.1CONCEITUANDO PRINCÍPIOS
O Dicionário Aurélio básico apresenta três definições para princípios, quais sejam:
rudimentos, primeira época da vida e proposições diretoras de uma ciência, às quais todo o
desenvolvimento posterior dessa ciência está subordinado. Podemos perceber claramente por
estas definições que o sentido usual do vocábulo apresentado está sempre relacionado ao
início, a formação de uma determinada coisa.
Na área jurídica, todavia, os princípios encontram valor semântico diverso do ora
apresentado, neste caso os “princípios são mandamentos nucleares e fundamentais de um
sistema. Na seara jurídica significam a base fundamental do ordenamento normativo, atuando
como critérios de direção na elaboração e aplicação das outras normas” (SILVA, 2006, p. 23):
Pelo exposto fica evidente que os princípios são normas basilares que fundamentam o
ordenamento jurídico de uma determinada nação.
O jus-filósofo alemão Robert Alexy aprofunda a discussão em seu livro “Teoria dos
Direitos fundamentais” discutindo a diferenciação entre regras e princípios.
Para ele as normas ou direitos fundamentais dividem-se em regras e princípios, que se
distinguem por diversos aspectos, o primeiro deles é generalidade, segundo a qual os
princípios possuem um grau de generalidade relativamente alto, enquanto o das regras é
baixo, a seguir temos os demais aspectos distintivos enumerados por Alexy (1993, p. 83-84):
3 CONCLUSÃO
2
RTJ 178/310, Rel. Min. MARCO AURÉLIO apud http://2ccr.pgr.mpf.gov.br/documentos-e-
publicacoes/docs_decisoes_trib/stf/principio_insignificancia.pdf
ALEXY, Robert. Teoria de los derechos fundamentales, trad. Ernesto Garzón Valdés.
Madrid : Centro de Estudios Constitucionales, 1993
FILHO, W.S.G. Processo constitucional e direitos fundamentais. 2 ed. São Paulo: Celso
Bastos. 2001.