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Direito Penal
e Processo Penal
Princípios e Fontes do Direito Penal
Revisão Textual:
Aline Gonçalves
Princípios e Fontes do Direito Penal
• Introdução;
• Princípios;
• Fontes.
OBJETIVO
DE APRENDIZADO
• Tratar dos princípios que regem o Direito Penal e suas fontes (Material e Formal).
UNIDADE Princípios e Fontes do Direito Penal
Contextualização
O ano de 2020 é diferente de tudo o que já conhecemos até os nossos dias atuais,
a pandemia que chegou vinda da China, trouxe incertezas a todos os campos de atu-
ação da sociedade, e o Direito não escaparia desse processo. É agora, mais do que
nunca, que os princípios do Direito deverão ser preservados.
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Introdução
O Direito Penal é um dos itens mais estudados do Direito, isso por conta, muitas
vezes, de filmes e séries americanos a que assistimos quando crianças e mais velhos;
o Direito Penal desperta o interesse de todos dentro do ordenamento jurídico.
Dentro desse processo, vamos aprender muito sobre o Direito Penal; esta unidade
nos conduzirá a conhecer os princípios que norteiam o Direito Penal e que nos
ajudam a entender como as leis devem ser respeitadas, principalmente buscando a
correta análise das provas e a coerência nesse processo.
Esse direito, que tanto nos encantou quando assistíamos aos seus desdobramentos
na televisão, agora está em nossas mãos, e vamos buscar agregar cada vez mais o
conhecimento necessário para que o Direito Penal deixe de ser um bicho de sete
cabeças e passe a ser um animal doméstico que entendemos e admiramos.
Mas não desvalorize o Direito Penal, é nele que, basicamente, buscamos as regras
da sociedade e o seu controle.
Vamos conhecer esse novo mundo e liberar a mente para esse novo conhecimento.
Princípios
Dentro do sistema jurídico, temos diversos princípios que são fundamentais para
o ordenamento jurídico, e para que possamos entender e verificar qual caminho
seguir em determinadas situações, esses princípios podem ter base constitucional ou
ser somente jurisprudências adotadas ao longo do tempo.
Esses princípios, para o Direito Penal, são de extrema importância, visto que,
com base neles, podemos entender os direitos dos réus, a limitação do Estado em
punir, garantir a liberdade dos indivíduos, entre outros importantes temas.
Convém distinguir entre princípios de natureza penal constitucional –
princípios penais propriamente ditos (v.g., princípios de legalidade, de
culpabilidade, de individualização e da personalidade da pena) previstos
na Constituição e princípios constitucionais gerais que versam a matéria
penal. Os primeiros integram o ordenamento penal positivo “em razão
do próprio conteúdo, têm, ademais, características substancialmente
constitucionais, enquanto se circunscrevam dentro dos limites do poder
punitivo que situam a posição da pessoa humana no âmago do sistema
penal; em seguida, vincam os termos essenciais da relação entre indiví-
duo e Estado no setor delicado do Direito Penal”, e outros princípios de
conteúdo não especificamente penais (de caráter geral ou heterogêneo),
também consagrados no texto constitucional, que versam sobre matéria
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UNIDADE Princípios e Fontes do Direito Penal
Temos doze princípios aos quais temos que nos atentar para o nosso estudo, e
agora vamos passar por cada um.
Para que alguém possa ser punido por um crime, esse crime deve estar previs-
to em lei formal anteriormente aprovada dentro da sociedade e dos ordenamentos
jurídicos. Isso garante que o Estado não vá agir de forma autoritária e sem funda-
mento e com um poder punitivo exacerbado, com isso, a lei se torna um processo
constitucional completo; é tido como a principal base do Estado de Direito moderno,
desempenhando garantia individual e segurança jurídica para o Estado.
Esse princípio é tão amplo em sua série de consequências e garantias que chega até
a ter subprincípios dentro do seu contexto. Agora vamos entender esses subprincípios.
• Garantias criminal e penal: Não existe crime nem punição, se isso não estiver
previsto em lei;
• Garantias jurisdicional e penitenciária ou de execução: Dentro desses sub-
princípios temos as garantias aos réus que, com base, principalmente, no artigo 5º
da Constituição Federal, tem suas garantias;
• Princípio de irretroatividade da lei e sua exceção: Aqui tratamos que a lei
não vai retroagir, desde que seja para beneficiar o réu;
• Princípio de determinação ou de taxatividade: Nesse processo, tudo deve
ser descrito da melhor e mais correta maneira possível para que não apareçam
dúvidas dentro do processo punitivo.
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sentido de que não pode sofrer, não pode ter um julgamento arbitrário e que toda a
questão de Direitos Humanos deverá ser respeitada e seguida.
A dignidade deve ser preservada sempre, o humano deve ser tratado como hu-
mano e não como coisa. Por isso toda a lei que não cumpra o seu papel e fira o
conceito de dignidade deve ter o seu caráter como inconstitucional, e não poderá
gerar efeitos.
Princípio de proporcionalidade
Esse princípio trata da pena, o quanto uma pena pode ser dada a determinado
indivíduo, busca o consenso para determinar que não haja abusos quando da defini-
ção dessas penas, pois os indivíduos só podem ser limitados ao seu direito de ir e vir
quando as provas estiverem de forma corretamente estruturadas.
Para que a pena seja pensada de modo justo, todos os sentidos devem ser exauri-
dos; a questão da proporcionalidade, da idoneidade e da própria necessidade devem
ser verificados, a fim de não se aplicar uma pena maior do que o próprio crime.
Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU definiu a lei dos direitos humanos, lei que deve
garantir a todas as pessoas direitos e liberdades básicas, como por exemplo, nascer livre, ter
direito de expressão, crença, entre outros. Sendo decorrência lógica dessa evolução histó-
rica dos direitos humanos, chegamos ao princípio da proporcionalidade penal. Leia o texto
completo, disponível em: https://bit.ly/38tFXmC
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UNIDADE Princípios e Fontes do Direito Penal
Aqui devemos tratar o fato meramente em si, sem os pesos psicológicos que po-
dem vir atrelados ao crime, simplesmente devemos encarar o dano que foi causado
para assim aplicar a pena cabível.
Bem jurídico: Trata-se do valor ou interesse de alguém que é protegido por lei, sendo a base
do Direito Penal para criar normas penais incriminadoras, ou seja, quem atentar contra ele,
será punido. No homicídio, por exemplo, o bem jurídico tutelado é o direito à vida humana.
Fonte: https://bit.ly/3fFI7SM
Na sequência, trarei uma tabela sobre as principais funções que são desempenha-
das pelos bens jurídicos.
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Como elemento classificatório decisivo na formação dos gru-
pos de tipos da parte especial do Código Penal. os próprios títu-
Função Sistemática los ou capítulos da parte especial são estruturados com lastro
ou Classificadora no critério do bem jurídico. Essa função aparece como guia ao
reagrupamento dos delitos em uma ordem legal representati-
va de uma hierarquia de valores.
Fonte: Adaptado de PRADO, 2019
A pena deve ser descrita de forma única, com toda a imparcialidade, o julgador
deve analisar o dano ao bem jurídico e, dessa maneira, colocar a pena a pessoa
única, sem que isso possa ser passado de pessoa para pessoa e que somente quem
cometeu a falha seja responsabilizado pelos seus atos.
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Princípio de humanidade
Princípio que trata de tentar, de maneira humana, punir os réus que atentam
contra os bens jurídicos. É importante entender que isso é algo que as sociedades
têm se cobrado constantemente; saímos de uma questão de punição com morte para
penas que restringem o réu de estar em sociedade, até penas que são meramente
alternativas, como multas, prestações de serviço à comunidade.
A pessoa será punida pelos seus crimes, mas não poderá ser incorrida por tortura
ou qualquer prática que atente contra a sua dignidade e contra a sua humanidade, e a
lei, da mesma maneira, será punida se ocorrer gerando crimes tanto quanto os do réu.
Adequação social não pode ser confundida com risco permitido dentro da so-
ciedade. Prado (2019) ainda nos elucida sobre a comparação entre os dois pontos:
adequação social e o critério do risco permitido. Ambos servem como fundamento à
existência de um resultado prejudicial e analisam sua repercussão no que diz respeito
à valorização da ação.
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Conceitos Princípios
O princípio de ne bis in idem veda a incidência de mais de uma
punição individual pelo mesmo fato (tríplice identidade en-
tre sujeito, fato e fundamento). É postulado essencialmente
Princípiode ne bis in idem de natureza material ou substancial – conteúdo material re-
lativo à imposição de pena –, ainda que se manifeste também
no campo processual ou formal, quando diz respeito à impos-
sibilidade das persecuções múltiplas.
Postulado basilar de estabilidade das relações jurídicas, o
princípio da segurança jurídica visa refutar qualquer imprevi-
sibilidade ou incerteza no que diz respeito ao controle formal-
Princípio da -legal a que o indivíduo se encontra submetido. A partir desse
paradigma de Estado, a segurança jurídica assume perfis bem
Segurança Jurídica definidos: condição do Direito, não apenas como legalidade
positiva, mas decorrente dos direitos fundamentais, que las-
treiam a ordem constitucional, e função do Direito, que per-
mite e assegura a realização das liberdades.
Fonte: Adaptado de PRADO, 2019
Você Sabia?
O STF reconheceu bis in idem e anulou a condenação transitada em julgado no caso de
uma policial militar condenada à prisão por tortura.
Leia mais sobre o caso em: https://bit.ly/3gwrPf3
Fontes
Quando tratamos das fontes do Direito Penal, devemos entender isso como as
bases de onde vêm as fundamentações do Direito. Quando tratamos disso, temos
que as leis são denominadas as principais fontes do Direito, enquanto as doutrinas,
as jurisprudências, os costumes e o direito comparado são as fontes secundárias.
Segundo Assis, Fraga, Massarutti e Teixeira, 2018 existem dois tipos de fontes:
• Fonte material: também chamada de fonte de produção ou fonte substancial,
remete ao órgão incumbido de produzir a lei penal. No Brasil, incumbe à União
a elaboração da lei penal;
• Fonte formal: também chamada de fonte de cognição ou de conhecimento, diz
respeito ao modo pelo qual o Direito Penal se exterioriza. Subdivide-se em fonte
imediata e fonte mediata. A fonte imediata é a lei.
As fontes são as normas que devemos seguir dentro do ordenamento jurídico, é como
elas são criadas, definidas e determinadas dentro do contexto mais amplo da sociedade.
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Costume
Os costumes normalmente vêm antes da lei. Eles dividem com a lei a função de
coordenar a sociedade e podem ser descritos como regras de conduta que foram
determinadas pela consciência dos povos ao longo dos tempos.
O costume, ainda perante a lei, pode ter três importantes visões, ele pode ser
de acordo com a lei, quando ele é previsto em lei e todos realmente conhecem e
seguem; pode ser na falta da lei, que supre problemas encontrados nas leis e, dessa
maneira, as complementa; e os costumes que são contra as leis, que são os costu-
mes que aparecem na sociedade em contrariedade às leis vigentes.
O costume só pode ser usado juridicamente se ele for favorável ao réu. A produ-
ção de defesa com base em costumes é válida dentro do contexto jurídico, já o con-
trário não é aceito, então se o Estado se beneficiar de costumes para tentar provar
um delito, isso não terá validade jurídica.
Jurisprudência
A jurisprudência, pode-se dizer, é o que de mais moderno existe no Direito, pois
se trata das interpretações mais recentes das leis pelos juízes de direito e suas con-
tribuições são de extrema importância para se formar o que conhecemos como
ordenamento jurídico.
Não podemos determinar que a jurisprudência seja tomada como lei, isso não
seria correto, pois dentro do sistema brasileiro existem instituições determinadas à
criação das regras e leis que devem ser seguidas, mas as jurisprudências são impor-
tantes ferramentas para que se tomem decisões com interpretações corretas e novas
sobre determinados assuntos.
Jurisprudência não é lei, muitas vezes ela acaba se impondo com características
de lei, mas isso não é obrigatório nem de forma absoluta.
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Doutrina
A doutrina pode ser definida como um guia para o julgador buscar e elevar o
conhecimento sobre determinada matéria que está analisando e buscando o conhe-
cimento para o correto julgamento.
Tem papel predominante para o ensino e para pesquisas científicas da área jurídi-
ca, buscando a formação de grandes profissionais no meio jurídico e determinando a
melhora constante do ordenamento jurídico e de todo o seu contexto de salvaguardar
a sociedade.
No link a seguir, você encontra o tutorial para pesquisar jurisprudências no site do STJ,
“Tutorial Pesquisa de Jurisprudência”: https://youtu.be/rS7nXRYLJBs
Lei
Lei é um preceito que é criado e se espera que seja seguido, é uma ordenação
jurídica que significa uma obrigação imposta e que todos estão abaixo dessa mesma
lei, por isso as leis devem ter um conceito muito bem definido para que a sua vigência
seja correta e que todos a sigam sem questionar, deve ser ética e exprimir a norma
jurídica como uma conduta exemplar.
Não obstante, toda norma de determinação (norma de conduta), de cará-
ter geral e abstrato, arranca de um substrato cultural (valor), isto é, de an-
teriores atos cognoscitivos e axiológicos, de modo que o seu destinatário,
no exercício de sua liberdade, pode livremente escolher certa alternativa.
(PRADO, 2019, on-line)
A lei deve ser o instrumento da norma jurídica, que deve ser seguida e ser buscado
o seu detrimento, e que todos sigam e não falhem nesse sentido, com risco de as pena-
lidades impostas nessas leis serem colocadas a cada cidadão que falhar nesse contexto.
Saiba mais sobre o significado de costumes no texto a seguir, “O que são os Costumes?”,
disponível em: https://bit.ly/2Oz0YTq
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Garrastazu Advogados
https://bit.ly/2C8jkZd
Livros
Direito Penal Tributário: Crimes contra a Ordem Tributária e contra a Previdência Social
FILHO, A.; OLIVEIRA, E. Direito Penal Tributário: crimes contra a ordem
tributária e contra a previdência social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Vídeos
Direito Penal para Iniciantes
https://youtu.be/N1nGSYiqDy8
Leitura
Coletânea Temática de Jurisprudência: Direito Penal e Processual Penal
https://bit.ly/2WtNGwa
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Referências
ANDREUCCI, R. A. Manual de Direito Penal. 14. ed. São Paulo: Saraiva Educa-
ção, 2020.
DINO. Direito Penal x Direitos Humanos: os limites para penas excessivas. Terra, 13
dez. 2016. Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/dino/direito-penal-x-
-direitos-humanos-os-limites-para-penas-excessivas,b8ca89644c2359cc9b48ea4fff9
2d92bpbtbnf0l.html>. Acesso em: 19/04/2020.
GONÇALVES, V. R. Direito Penal Parte Geral. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
v. 7. (Coleção sinopses jurídicas).
PRADO, L. R. Curso de Direito Penal Brasileiro. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019.
Sites Visitados
SIGNIFICADOS. Costumes. Disponível em: <https://www.significados.com.br/cos-
tumes/>. Acesso em: 19/04/2020.
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