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Indice

Resumo............................................................................................................................................2
Summary..........................................................................................................................................3
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................4
1.1. Contextualização...................................................................................................................4
1.2.Justificativa................................................................................................................................6
1.3.Objectivo geral...........................................................................................................................6
1.4.Objectivos específicos...............................................................................................................6
CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIA.....................................................................................8
2.1.Conceitos – chave..................................................................................................................8
2.1 Malária e Transmissão...........................................................................................................9
2.2.Principais Alterações hematológicas...................................................................................10
2.3.Diagnóstico e Tratamento....................................................................................................11
CAPÍTULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................13
3.1. Conceito de Método........................................................................................................13
3.2. População........................................................................................................................13
3.2.2. Amostra........................................................................................................................13
3.3. Tipos de Estudo...............................................................................................................13
3.4. Instrumentos de recolha de dados...................................................................................14
3.6. Análise e Tratamento de Dados..........................................................................................14
3.7. Cronograma de actividades.............................................................................................15
3.8. Orçamento.......................................................................................................................15
Referências Bibliográficas.....................................................................................................16

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Resumo

O presente projecto teve como tema a “Compreensão das principais alterações hematológicas
da malária em pacientes hospitalizados: estudo de caso Hospital Provincial da Matola 2022-
2023”. De salientar que a malária é uma doença causada pelo protozoário do gênero
Plasmodium. Quatro espécies são descritas como agentes causadores da malária: Plasmodium
falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale. É uma doença
transmitida principalmente pela picada de mosquito do gênero Anopheles. Pode manifestar-se
como malária não complicada e malária complicada, sendo que para esta última se desenvolver
depende da vulnerabilidade do hospedeiro e grau de parasitemia. Teve como objectivo geral
compreender as alterações hematológicas da malária por Plasmodium falciparum hospitalizados
no Hospital Provincial Da Matola, 2022-2023, para o alcance do mesmo aparentamos como
objectivos específicos: Identificar o perfil epidemiológico dos pacientes de estudo e Avaliar as
concentrações de primaquina no sangue total de pacientes com malária por Plasmodium
falciparum, tratados com diferentes doses de primaquina no Hospital Provincial da Matola 2022-
2023. A pesquisa foi elaborada a partir de uma abordagem aplicada, pois trata-se de um estudo
de caso, o método de abordagem foi qualitativa e as técnicas de recolhas de dados foi a entrevista
semi-estruturada.

Palavras-chave: Malária; transmissão, alterações hematológicas: tratamento.

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Summary

The present project had as its theme the “Understanding of the main hematological alterations of
malaria in hospitalized patients: case study Hospital Provincial da Matola 2022-2023”. It should
be noted that malaria is a disease caused by the protozoan of the genus Plasmodium. Four
species are described as causative agents of malaria: Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax,
Plasmodium malariae and Plasmodium ovale. It is a disease transmitted mainly by the bite of an
Anopheles mosquito. It can manifest as uncomplicated and complicated malaria, the latter of
which depends on the vulnerability of the host and degree of parasitemia. Its general objective
was to understand the hematological alterations of Plasmodium falciparum malaria hospitalized
at Hospital Provincial da Matola, 2022-2023, in order to achieve this, we appear as specific
objectives: Identify the epidemiological profile of the study patients and Evaluate the
concentrations of primaquine in the blood total number of patients with Plasmodium falciparum
malaria treated with different doses of primaquine at Hospital Provincial da Matola 2022-2023.
The research was elaborated from an applied approach, because it is a case study, the approach
method was qualitative and the data collection techniques was the semi-structured interview.

Keywords: Malaria; transmission, hematological changes: treatment.

CAPITULO I: INTRODUÇÃO

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1.1. Contextualização

O presente projecto de pesquisa irá se debruçar sobre o seguinte tema “Compreensão das
principais alterações hematológicas da malária em pacientes hospitalizados: estudo de caso
Hospital Provincial da Matola 2022-2023”.

A malária é uma doença infecciosa causada por parasitas do género Plasmodium. Cinco espécies
de Plasmodium podem produzir a doença: Plasmodium falciparum; Plasmodium vivax não afecta
o grupo sanguíneo Duffy; Plasmodium ovale; Plasmodium maláriae; Plasmodium Knwolesi
(mais nos macacos)

O P. falciparum é de longe a espécie mais comum encontrada por todo o mundo, em áreas
tropicais e subtropicais, e é responsável pelas formas mais graves e pela maioria das mortes por
malária. No entanto, o P. falciparum não é a única espécie que pode causar morte. O P. vivax,
encontrado na Ásia, América Latina e algumas partes de África, como Etiópia e Eritreia, e o P.
knowlesi, encontrado no sudoeste Asiático e regiões florestais, podem levar a morte por malária.

A espécie mais frequente em África é o P. Falciparum, sendo responsável por 90% dos casos e
associado a níveis significativos de morbilidade e mortalidade. Esta é também a espécie mais
comum em Moçambique, sendo responsável (em 2015) por 29% de todas as mortes hospitalares
e 42% das mortes de crianças menores de cinco anos. Contudo, foram alcançados progressos
importantes, tendo-se registado em 2015 um declínio de 9% nos casos confirmados e não
confirmados em relação a 2009, e uma redução de 34% na mortalidade (MISAU, 2017).

1.1.Problematização

A malária é uma doença transmitida principalmente pela picada de mosquito do género


Anopheles. Pode manifestar-se como malária não complicada e malária complicada. Na forma
complicada ocorre principalmente pelo P. falciparum e causa diversas alterações como anemia
grave, acidose metabólica, insuficiência renal aguda, edema pulmonar e síndrome da angústia
respiratória no adulto, alteração na hemostasia e malária cerebral (TUON 2010). O diagnóstico
geralmente é feito pela realização do exame “gota espessa”, podendo utilizar outros métodos
para fechar diagnóstico. O tratamento se tornou mais complicado em razão da resistência aos
antimaláricos, por isso geralmente usa-se dois diferentes tipos de drogas para o seu tratamento.

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O tratamento da malária causada por Plasmodium falciparum é feito com a associação da
cloroquina (esquizonticida sanguíneo) e primaquina que é a droga de escolha para eliminar
formas hipnozoíticas. Diferentes estudos demonstram respostas variadas do parasita ao
tratamento com primaquina e alguns autores sugerem o uso de doses acima da usual (Olliaro,
1996).

Devido ao seu carácter oxidante, a primaquina é capaz de induzir anemia hemolítica grave em
pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD)1 mesmo na dose clássica
de 0,25mg/kg/dia, o que não ocorre em pacientes sem a enzimopatia. A variante de G6PD mais
frequentemente associada a deficiência enzimática é a G6PD A; porém outras variantes têm sido
descritas na literatura2. Ainda, não está claro porque certos pacientes enzimopênicos não
desenvolvem hemólise grave quando em contacto com um agente oxidante. Porém, Kellermeyer
et al (1962) sugeriram que a severidade não depende apenas de factores intrínsecos dos
eritrócitos, mas também de factores extrínsecos como certas doenças sistémicas e estados
patológicos que podem potencializar a crise hemolítica. Segundo recomendações da WHO3, o
tratamento da malária em pacientes enzimopênicos deve ser feito com a menor dose de
primaquina (0,25mg/ kg/dia) activa sobre o parasito, e nos casos onde a deficiência enzimática é
severa, deverá ser evitada. Diante deste cenário ficou a seguinte questão de partida:

Que causas leva as alterações hematológicas da malária em pacientes hospitalizados: estudo de


caso Hospital Provincial da Matola?

O que leva a alterações hematológicas nos pacientes hospitalizados com malária por
Plasmodium falciparum no Hospital Provincial da Matola?

1
Carson PE, Flanagan CL, Ickes CE, Alving AS. Enzymatic deficiency in primaquine-sensitive erythrocytes.
Science 14:484-485, 1956.
2
Calabrò V, Mason PJ, Filosa S, Civitelli D, Cittadella R, Tagarelli A, Martini G, Brancati C, Luzzatto L. Genetic
heterogeneity of glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency revealed by single-strand conformation and
sequence analysis. American Journal of Human Genetic 52:527-536, 1993.
3
World Health Organization. Glucose-6-phosphate dehydrogenase deficiency. Bulletin of the World Health
Organization 6:601-611, 1989.

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1.2.Justificativa

O Plasmodium falciparum é o principal responsável da malária grave que em altas parasitemias


pode ocasionar a hipoglicemia, acidose lática, sepse pelo Plasmodium que pode evoluir para
disfunção múltipla de órgãos e sistemas, ocasionando o óbito do paciente.

Nosso interesse em abordar a problemática das alterações hematológicas da malária em pacientes


hospitalizados, surgiu da necessidade de compreender o que leva a alterações hematológicas nos
pacientes hospitalizados com malária por Plasmodium falciparum no Hospital Provincial da
Matola, no período de 2022-2023. O levantamento bibliográfico efectuado a nível nacional
mostrou que em Moçambique há poucos estudos sobre este fenómeno. Nessa perspectiva, Este
trabalho irá preencher esta lacuna, acrescentando os estudos ora existentes, ao mesmo tempo
constituirá de referência bibliográfica para estudos posteriores nas bibliotecas, e Hospitais,
centros sanitários e MISAU.

Adicionalmente, os resultados deste estudo servirão também de base para outros estudos que
tragam mais evidências sobre este tópico, como forma de sustentar a elaboração de novas
estratégias que integrem esta doença, para melhorar a capacidade de diagnóstico de possíveis
casos existentes e de outros que possam surgir, sobretudo em zonas propícias.

1.3.Objectivo geral

Compreender as principais alterações hematológicas da malária em pacientes hospitalizados no


Hospital Provincial da Matola, no período de 2022-2023.

1.4.Objectivos específicos

 Descrever as principais causas das alterações hematológicas da malária por Plasmodium


falciparum;
 Identificar o perfil epidemiológico dos pacientes de estudo;
 Avaliar as concentrações de primaquina no sangue total de pacientes com malária por
Plasmodium falciparum, tratados com diferentes doses de cloroquina e primaquina no
Hospital Provincial da Matola 2022-2023.

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1.5. Questão de pesquisa

1. Quais são as principais causas das alterações hematológicas da malária por Plasmodium
falciparum?

2. Qual é o perfil epidemiológico dos pacientes de estudo?

3. Como se avalia as concentrações de primaquina no sangue total de pacientes com malária por
Plasmodium falciparum, tratados com diferentes doses de cloroquina e primaquina no Hospital
Provincial da Matola, no período 2022-2023?

1.6. Estrutura do projecto

O presente projecto de pesquisa estará estruturado em três capítulos, sendo:

Capitulo I – encontramos aspectos introdutórios da pesquisa como: contextualização do tema,


definição dos objectivos, problematização, justificativa e questões de pesquisa.

Capitulo II – fundamentação teórica: principais conceitos da malária, transmissão, tratamento,


alterações hematológicas.

Capitulo III – procedimentos metodológicos: método de abordagem, tipo de pesquisa,


caracterização da pesquisa, técnicas e instrumentos de recolhas de dados, população e amostra,
organograma das actividades, orçamento, referências bibliográficas e anexos.

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CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIA

2.1.Conceitos – chave

Malária

A malária, também conhecida como paludismo, é uma doença parasitária do sangue, provocada
por um protozoário do género plasmodium. Este parasita é transmitido através da picada de um
mosquito (do género Anopheles). Segundo Tauil (2002), a malária é uma doença infecciosa
causada por protozoários do género Plasmodium e transmitido ao homem por fêmeas de
mosquitos do género Anopheles. Factores de ordem biológica, geográfica, ecológica, social,
cultural e económica actuam sinergicamente na produção, distribuição e controle das doenças
vectoriais, também conhecidas como metaxémicas

Alterações hematológicas

As alterações hematológicas são causadas por anormalidades plaquetárias ou dos factores de


coagulação. Estas alterações podem ser diagnosticadas com exames laboratoriais. A contagem de
plaquetas fornece uma avaliação quantitativa da função plaquetária.

As doenças hematológicas são aquelas que comprometem a produção dos componentes do


sangue, como as hemácias (glóbulos vermelhos),  os leucócitos (glóbulos brancos) e as
plaquetas, geradas na medula óssea. Essas complicações variam entre anemias, linfomas,
leucemias e mielomas, podendo ser benignas ou malignas (MISAU, 2017)

Tratamento

Conjunto de meios práticos para combater uma doença; terapêutica. Maneira de tratar, de agir
diante de alguém:  tratamento formal. Método usado para abordar um assunto, uma situação;
abordagem. Modo de receber ou de ser acolhido por; recepção, acolhida.

O tratamento da malária é feito com medicamentos antimaláricos que são gratuitos e fornecidos


pelo Sistema Nacional de Saúde). O tratamento tem o objectivo de impedir o desenvolvimento
do parasita e a dose pode variar de acordo com a gravidade da doença, espécie do parasita e
idade e peso do paciente (MISAU, 2017).

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2.1 Malária e Transmissão

A malária pode manifestar-se na forma não complicada e complicada. A forma complicada


ocorre principalmente pelo P. falciparum e causa diversas alterações como anemia grave,
acidose metabólica, insuficiência renal aguda, edema pulmonar e síndrome da angústia
respiratória no adulto, alteração na hemostasia e malária cerebral (TUON 2010).

Os protozoários invadem os eritrócitos, causando deformação na membrana celular, com


alteração das propriedades de transporte, exposição de antígenos de superfície e inserção de
proteínas derivadas do microrganismo. As hemácias infectadas pelo parasito, apresentam
protrusões eletrodensas em sua superfície, que facilita a aderência destes às células endoteliais de
vênulas e capilares de diversos órgãos, como cérebro, rins, pulmões. O Plasmodium possui
adesinas que causam o fenómeno da citoaderência a qual é a principal responsável das
complicações da malária, sendo definida como a ligação mediada pelos receptores das hemácias
infectadas pelo P. falciparum ao endotélio capilar, sendo um fenómeno biológico ativado pelo
parasita e não pelo hospedeiro (CORREA, 2012).

O P.falciparum pode acometer a região ocular, que geralmente se manifesta junto ao


comprometimento cerebral. As alterações mais frequentes são: hemorragias retinianas, edema de
papila e exsudatos algodonosos. Pode ocorrer alterações mais caras, como amaurose, neuralgia
do trigêmio, ceratite por Herpes simplex, paralisia do nervo oculomotor e cegueira cortical
(SOARES et al., 2016).

A transmissão ocorre quando o mosquito do gênero Anopheles infectado pica o homem,


inoculando junto com a saliva os esporozoítas (forma infectante) na saliva. Alguns esporozoítas
são destruídos por células do sistema mononuclear fagocitário enquanto outros conseguem
penetrar nos hepatócitos e realizar o processo de esquizogonia (multiplicam por divisão
múltipla), originando os esquizontes teciduais. Após 5 a 16 dias, dependendo de cada espécie,
cada esquizonte dá origem a milhares de merozoítas, os quais penetram nos capilares hepáticos e
conseguem invadir os eritrócitos. Dentro dos eritrócitos, eles se transformam em trofozoítas, os
quais crescem e sofrem divisão nuclear passando a esquizontes sanguíneos que, após
esquizogonia, originarão novos merozoítas, em número de 8 a 32, dependendo da espécie. Há,

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então, uma ruptura das células infectadas, com liberação dos merozoítas que irão reiniciar o
ciclo, justificando os paroxismos febris (GOMES et al, 2011).

2.2.Principais Alterações hematológicas

A anemia é uma das complicações mais frequentes da malária, que ocorre por consequência
directa ou indirecta da destruição dos eritrócitos pelo Plasmodium. Especialmente em gestante e
crianças o quadro de anemia pode se apresentar de maneira mais grave uma vez que os índices
de hemoglobina geralmente apresentam-se mais baixos que em um adulto normal. Outro factor
que pode agravar a anemia é o estado nutricional, infecção pelo vírus HIV, infecção helmínticas
e bacteremia (SIQUEIRA et al., 2014).

A anemia causada pelo Plasmodium é normocítica e normocrômica, entretanto é comum anemia


associada á malária ser microcítica e hipocrômica, uma vez que nas regiões holoendêmicas é
comum a deficiência de ferro. Essa anemia ferropriva pode conferir protecção relativa a malária,
uma vez que dados provenientes da África Ocidental, sugerem que indivíduos com anemia
ferropriva e portadores do P. falciparum têm menor susceptibilidade de desenvolver os sintomas
da malária. Entretanto, uma vez corrigida a anemia ferropriva pode aparecer sintomas de
parasitemia pelo protozoário (CARDOSO et al., 1992).

A anemia causada pelo P. falciparum se desenvolve 48 horas após o início da febre. Após o
inicio do tratamento há um declínio do hematócrito, em razão de reidratação do portador. Sabe-
se que há diversos factores que causam a anemia por este protozoário, como: (MENDENEZ;
FLEMING; ALONSO 2000).

Ruptura de hemácias infectadas: A gravidade da anemia aguda em crianças e adultos tem


relação com a densidade da parasitemia e a ruptura das hemácias parasitadas, sendo o
mecanismo inicial da anemia(MENDENEZ; FLEMING; ALONSO 2000).

Fagocitose de glóbulos vermelhos infectados e não infectados: Em resposta a infecção por


malária, há uma hiperatividade de macrófagos no sistema reticuloendotelial, que causa
fagocitose de hemácias parasitadas e não parasitadas. A remoção de hemácias circulantes não
parasitadas é um dos mecanismos mais importantes para a causa da anemia persistente ou

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agravante nas semanas seguintes após infecção por malária (MENDENEZ; FLEMING;
ALONSO 2000).

Hiperesplenismo: O baço tem papel fundamental para a depuração da parasitemia por malária,
pois filtra os glóbulos vermelhos infectados da circulação, A actividade esplénica limita a
densidade parasitária, reduzindo, desse modo, o risco de malária grave. No entanto, uma intensa
captação de eritrócitos pelo baço, aumenta a probabilidade de anemia grave (MENDENEZ;
FLEMING; ALONSO 2000).

Produção reduzida de eritrócitos: As causas da eritropoiese anormal por P. falciparum são


incertas. Estudos demonstram que está ligado principalmente a níveis elevados circulantes de
citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, interferon gama (IFN-γ)). Níveis elevados de TNF-α
aumentam a eritrofagocitose e diminuem a produção da eritropoetina, o que causa a supressão da
eritropoiese (CORREA, 2012).

Além da anemia, ocorre também a trombocitopenia, que não é considerado um biomarcador para
a gravidade da malária. A supressão da medula óssea, destruição das plaquetas por anticorpos,
fagocitose de plaquetas, adesão ao endotélio ativado e interações com eritrócitos parasitados e
leucócitos levando ao sequestro destes agregados são fatores que levam a redução destas na
circulação (QUINTANILHA, 2017).

2.3.Diagnóstico e Tratamento

O método padrão ouro para diagnosticar a malária é o exame microscópico da gosta espessa ou o
próprio esfregaço delgado (distendido). Esta metodologia permite a identificação da espécie do
plasmódio, intensidade da parasitemia e estágio de desenvolvimento, se realizado por um
microscopista. O grau de parasitemia é essencial para a detecção do plasmódio. Em condições
ideias é possível detectar de 10 a 20 parasitas por cada microlitro de sangue. Além da gota
espessa, podem ser realizados exames complementares, porém de custos mais elevados, como:
PCR (Reacção em Cadeia de Polimerase), Elisa e testes rápidos para a detecção de componentes
antigênicos de plasmódio (ex.: Optimal-IT e ICT P.f./P.v.) (PAZ; SANTIAGO, 2015).

O tratamento da malária envolve diferentes medicamentos em diferentes regimes terapêuticos e


duração variável. Atualmente há uma certa resistência aos antimaláricos, devido á seu uso

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indiscriminado. Com o objectivo de combater a malária é essencial a identificação precoce do
plasmódio e o uso de dois antimaláricos diferentes a fim de intervir em pelo menos duas fases
distintas do ciclo do plasmódio (FREITAS et al., 2007).

Para a escolha do esquema de tratamento adequado considera-se, além da espécie parasitária,


peso corporal do paciente, idade, presença de gestação e evolução da doença. Geralmente, os
antimaláricos mais utilizados são: cloroquina, sulfato de quinina, mefloquina, primaquina,
doxiciclina e artesunato de sódio (FREITAS et al., 2007).

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CAPÍTULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1. Conceito de Método

Segundo Gil (2008) “a metodologia consiste na explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e


exacta de toda acção desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa”. Nesta
perspectiva, pode-se dizer que, método científico é um conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos utilizados para atingir o conhecimento.

3.2. População

Segundo GIL (2008: pgs. 89-91), População ou Universo é um conjunto definido de elementos
que possuem determinadas características. O trabalho será desenvolvido no Hospital Provincial
de Matola, na Província de Maputo, envolvendo todos pacientes que não utilizaram
medicamentos com efeitos oxidantes nas últimas 48 horas antes da colecta de sangue.

3.2.2. Amostra

Para Gil (2008), a amostra é o subconjunto do universo ou da população. Representa uma parte
dos dados da população. Da população ou universo acima descrita 12 serão seleccionados para a
pesquisa, com idade compreendida em 18 à 60 anos.

Para a escolha da amostra, optamos pela amostragem probabilística do tipo “Amostragem


Aleatória Simples”. De acordo com GIL (1999), a Amostragem Aleatória Simples consiste em
atribuir a cada elemento da população um número único para depois seleccionar alguns desses
elementos de forma casual.

3.3. Tipos de Estudo

Quanto a natureza a pesquisa aplicada. Segundo Gil (2008), Pesquisa aplicada consiste em Gerar
conhecimentos para aplicações práticas dirigidos à solução de problemas específicos.

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema será qualitativa, isto é, na medida em que
ela compreender as alterações hematológicas da malária por Plasmodium falciparum em
pacientes tratados com diferentes doses de primaquina no Hospital Provincial Da Matola, 2022-
2023. Segundo Oliveira (2011), a pesquisa qualitativa consiste na obtenção de dados descritivos,

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obtidos no contacto directo do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do
que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes. Entre as várias formas
que pode assumir uma pesquisa qualitativa, destacam-se a pesquisa do tipo etnográfico e o
estudo de caso. Para esta pesquisa será estudo de caso.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa é Pesquisa bibliográfica. Gil (2008)
defende que este tipo de pesquisa tem como objectivo principal a descrição das características de
determinada população ou fenómeno, como também o estabelecimento de relações entre as
variáveis. Mas também pode ser definida como exploratório, pois procura em sua fase inicial,
entender um fenómeno, para depois, poder explicar suas causas e consequências.

3.4. Instrumentos de recolha de dados

Tratando-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e baseados na natureza do problema e os


objectivos do estudo, será usada uma entrevista semi-estruturada como instrumento de recolha de
dados. Segundo Gil (2008), a entrevista semi-estruturada permite que o entrevistado responda as
perguntas abertamente dentro de uma conversação informal. Além dos dados sóciodemográficos
(idade, escolaridade, sexo, profissão, ano de serviço na instituição), o guião de entrevista será
composto por cinco questões iniciais, as quais serão concebidas com base nos objectivos
específicos do estudo. As entrevistas serão agendadas mediante a disponibilidade dos médicos e
serão realizadas individualmente pela pesquisadora, no local em alusão.

Triagem e caracterização da deficiência de G6PD. Após entrevista, feita por profissional médico
serão colectados 3ml de sangue venoso de cada participante para investigação da deficiência de
G6PD utilizando teste de redução da metemoglobina e eletroforese em gel de agarose a 0,1%.

3.6. Análise e Tratamento de Dados

Do ponto de vista operacional, a análise de conteúdo inicia pela leitura das falas, realizada por
meio das transcrições de entrevistas, depoimentos e documentos. Geralmente, todos os
procedimentos levam a relacionar estruturas semânticas (significantes) com estruturas
sociológicas (significados) dos enunciados e articular a superfície dos enunciados dos textos com
os factores que determinam suas características: variáveis psicossociais, contexto cultural e
processos de produção de mensagem.

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3.7. Cronograma de actividades

Actividades 2022

Marco Abril Maio Junho Julho

Escolha do tema X

Pesquisa exploratória X X

Revisão bibliográfica X X

Elaboração de pré-projecto X X

Correcção X X

Entrega do projecto X X

3.8. Orçamento

N/O Material/equipamento Quantidade Valor Preço total

1 Caderno 1 50,00 50,00

2 Esferográfica 2 15.00 30,00

3 Lápis 1 10.00 10,00

4 Borracha 1 5.00 5,00

5 Internet café N/A 1.000.00 1.000,00

6 Copias N/A 1.000,00 1.000,00

7 Impressão N/A 1.000,00 1.000,00

8 Chapa N/A 1.000,00 1.000,00

Total 4.945,00 Mt

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Referências Bibliográficas

CARDOSO, MA et al. (1992). Anemia em população de área endêmica de malária, Rondônia.


Rev. Saúde Publica, V. 26, n. 3.

CORREA, TS. (2012). Malária e suas principais complicações: aspectos fisiopatológicos.


Monografia (Farmacia) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma;

DE SOUZA, JB.; RILEY, EM. (2002) Cerebral malaria: the contribution of studies in animal
models to our understanding of immunopathogenesis. Microbes Infect. V. 4.

FREITAS, LF et al., (2007). Malária não complicada por Plasmodium vivax e P. falciparum no
Brasil: evidências sobre fármacos isolados e associações medicamentosas empregados em
esquemas terapêuticos recomendados pelo protocolo terapêutico oficial. Cad. Saúde Pública, V.
23, n. 10.

GIL, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas.

GOMES, AP, et al. (2018). A infecção pelo gênero Plasmodium: epidemiologia, profilaxia e
controle no Brasil. Vittalle – Revista de Ciências da Saúde v. 30, n. 2.

GOMES, AP, et al. (2011) Malária grave por Plasmodium falciparum. Rev Bras Ter Intensiva
V. 23, n. 3.

MENENDEZ, C., FLEMING, A. F.; ALONSO, P. L. (2000) Malaria-related Anaemia.


Parasitology Today, V. 16, n 11.

MIOTO, LD; GALHARDI, LCF; AMARANTE, MK. (2012). Aspectos parasitológicos e


imunológicos da malária. Biosaúde. V. 14, n. 1.

NEVES DP. (2005). Parasitologia Humana. 11° edição. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.

NGOUNGOU, EB; PREUX, PM. (2000) Cerebral malaria and epilepsy. Epilepsia. V. 49.

OLIVEIRA, M. F. (2011). Metodologia Científica: um manual para a realização de pesquisas em


Administração.UFG.

16
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Microscopia, Revista Acadêmica do Instituto de Ciências da Saúde. V. 1, n. 1.

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<acesso em 02/03/2022

World Health Organization. World Malaria Report (WHO, 2016).

World Health Organization. World Malaria Report (WHO, 2018).

SIQUEIRA, AM et al. Influence of age on the haemoglobin concentration of malaria-infected


patients in a reference centre in the Brazilian Amazon. Mem Inst Oswaldo Cruz, V. 108, n. 5,
2014 569-576.

SOARES, NS et al. Malária e suas repercussões oftalmológicas. Rev Med Saude Brasilia, V. 5,
n. 1, 2016. 90‐100

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Anexo

1. Caracterização do inquirido

1.1. Sexo F_____/M______

1.2. Idade____________

1.3. Função do funcionário_________________________________

1.4. Anos de trabalho na unidade de informação_________________

1.5. Habilitações literárias__________________________________

1.6. Número total de funcionários ___________________________

2. Qual é o perfil epidemiológico dos pacientes com Plasmodium falciparum?

2.1. Como se quantificar as concentrações de primaquina no sangue total por cromatografia


liquida de alta eficiência em diferentes dias de seguimento clínico laboratorial da malária por
Plasmodium falciparum?

2.2.Como se avaliam as concentrações de primaquina no sangue total de pacientes com malária


por Plasmodium falciparum, tratados com diferentes doses de primaquina?

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