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ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM PROCESSOS INFECCIOSOS


1. Autores

2. Prefácio

3. Agradecimentos

4. Hemograma em processos infecciosos

5. Alterações hematológicas em infecções bacterianas

6. Alterações hematológicas nas infecções virais.

7. Alterações hematológicas nas infecções parasitárias

8. Alterações hematológicas nas infecções fúngicas

Alterações hematológicas nas infecções parasitárias


Ver índice

Tópicos presentes neste capítulo

Introdução  

A) Toxoplasma  

1- Aspectos clínicos:  

Malária:  

Babesiose  

Tripanossoma  

Doença de Chagas  

Leishmania  

Parasitoses intestinais  

Leitura recomendada  

Introdução

Parasitas são organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, em geral prejudicando o organismo hos

Os parasitas podem ter seu ciclo de vida exclusivamente no sangue, o que os tornam predominantemente hematozoários, como o plasmódio e a babesia (es

A) Toxoplasma

1- Aspectos clínicos:

A toxoplasmose é uma infecção de distribuição mundial causada pelo protozoário intracelular Toxoplasma gondii. Pessoas imunocompetentes com infecção

A infecção em humanos ocorre mais comumente pela ingestão de carne crua ou mal cozida que contém cistos teciduais, pela ingestão de água ou alimento

Os sintomas na fase aguda são do tipo constitucional, com febre, calafrios e suores. No entanto, esses sintomas, geralmente, são leves e os episódios febris d
Geralmente, é necessário realizar exames laboratoriais para estabelecer o diagnóstico de toxoplasmose, porque as manifestações clínicas da infecção não s

Para pacientes com suspeita de toxoplasmose, a abordagem diagnóstica depende do estado imunológico do paciente e de sua apresentação clínica.

2- Diagnóstico:

Os achados laboratoriais são inespecíficos em pacientes com toxoplasmose.

 2.1. Alterações no hemograma: 

As alterações que geralmente estão presentes no hemograma são leucopenia ou leucocitose, linfocitose e monocitose (ambas no início da infecção), sendo

 2.2. Diagnóstico específico:

Os testes parasitológicos diretos para a detecção do toxoplasma em amostras biológicas são pouco utilizados na prática clínica devido à sua complexidade

O diagnóstico sorológico na fase aguda se dá por meio da pesquisa de anticorpos das classes IgG e IgM, mais comumente por meio de metodologia imunoen

Nos casos em que a infecção aguda é confirmada (ou fortemente suspeita) durante a gestação, o diagnóstico da infecção fetal pode ser feito por meio de PC

O toxoplasma pode ser detectado na histopatologia em uma das duas formas: taquizoítos ou cistos. Taquizoítos são em forma de crescente e geralmente es

3- Diagnósticos diferenciais:

A toxoplasmose aguda deve ser considerada no diagnóstico diferencial de pacientes que apresentam febre e adenopatia.

Diagnósticos alternativos incluem:

Infecção pelo vírus Epstein-Barr (mononucleose) - A toxoplasmose aguda e a infecção por EBV podem apresentar adenopatia e linfocitose atípica. No entan

Infecção por citomegalovírus - A toxoplasmose e a infecção por citomegalovírus (CMV) podem causar uma síndrome semelhante à mononucleose em adulto

Infecção aguda por HIV - Muitos dos sintomas da toxoplasmose aguda se sobrepõem aos sintomas da infecção aguda pelo HIV (por exemplo, febre e linfade

Tularemia - A tularemia deve ser considerada em pacientes com febre e adenopatia se eles estiverem em risco de exposição a Francisella tularensis

Doença da arranhadura do gato - A doença da arranhadura do gato devida à Bartonella henselae deve ser considerada em indivíduos (particularmente crian

Tuberculose - A tuberculose deve ser considerada em pacientes de regiões endêmicas que apresentam linfadenopatia cervical e febre. Pacientes com tuberc

Causas não infecciosas - Outras considerações no diagnóstico diferencial incluem doenças não infecciosas, como sarcoidose, doença de Hodgkin e linfomas

Malária:

Aspectos clínicos

A malária é uma doença infecciosa, com manifestações de caráter agudo, podendo, eventualmente, ter evolução crônica. É causada por quatro espécies de

A transmissão é predominantemente vetorial, por meio da picada de fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. Embora a transmissão inter-humana seja in

De modo geral, a malária deve ser suspeitada no caso de febre (temperatura ≥37,5 ° C) e exposição epidemiológica relevante (residência ou viagem, nas dua

Diagnóstico:

Alterações hematológicas

A malária pode afetar qualquer órgão ou sistema, sendo o sistema hematológico o mais afetado. A maioria das alterações descritas ocorre na linhagem de c

A anemia é uma manifestação comum, particularmente nas formas mais graves, com hemólise intensa. Nos episódios agudos, a gravidade da anemia é diret

De modo geral, a série leucocitária apresenta-se com leucopenia, apresentando em algumas situações, desvio a esquerda. As alterações nas contagens de gl

Verificou-se que as contagens de glóbulos brancos são geralmente mais baixas em doentes com malária do que em indivíduos saudáveis e que existe uma te

Pode-se também encontrar linfócitos atípicos, fagocitose de eritrócitos parasitados por monócitos, pigmentos maláricos nos monócitos e, ocasionalmente, n

Em diversas situações, as plaquetas podem estar diminuídas. O mecanismo sugerido de trombocitopenia pode ser a destruição periférica, a remoção excess

O valor de RDW juntamente com o volume corpuscular médio (VCM) aparecem como novos parâmetros a serem estudados na malária. O RDW descreve a d

Esfregaço de sangue periférico:


A ferramenta padrão para o diagnóstico da malária é a detecção de parasitas em esfregaços sanguíneos, corados por Giemsa e observados à microscopia óp

A preparação dos esfregaços consiste na aplicação de uma gota de sangue em uma lâmina, seguida de procedimentos de secagem e coloração. Pode-se usa

Dois tipos de esfregaços de sangue são usados na microscopia da malária: esfregaços finos e espessos. A preparação do esfregaço fino mantém a integridad

Figura 13 - Mostrando a sequência do preparo do esfregaço de sangue fino (coluna à esquerda) e do esfregaço de sangue espesso (coluna à direita)

Uma abordagem padrão para estimar a densidade de parasitas em um esfregaço espesso de sangue envolve a contagem de formas assexuadas do parasita

Uma expressão alternativa de parasitemia é a porcentagem de eritrócitos que são parasitados. Tomando o exemplo acima, a porcentagem de parasitemia (e

A microscopia em preparação de esfregaço fino permite identificar as quatro espécies de Plasmodium: P. vivax e P. ovale infectam apenas eritrócitos jovens,
:
Figura 14 – Diferentes formas parasitárias de Plasmodium

Espécie do Plasmodium Parasitemia Formas evolutivas encontradas

Falciparum Elevada, sendo >10% dos eritrócitos parasitados com infecções múltiplas, mas com eritrócitos de tamanho normal Trofozoíto é visto em sangue periférico, geralmente as

Vivax Moderada <2% com eritrócitos muito aumentados de tamanho com infecções múltiplas Todas as formas evolutivas são encontradas no sangue

Malariae Leve com eritrócitos de tamanho normal, raro ter mais de um parasita por célula Todas as formas evolutivas são encontradas no sangue

Ovale Baixa parasitemia com eritrócitos de tamanho aumentado Menos formas evolutivas são encontradas no sangue q
:
Plasmodium falciparum está associado a altas contagens do parasita podendo chegar de 10 a 40% dos eritrócitos parasitados. Por outro lado, os pacientes p

Interpretação de esfregaços de sangue

O parasita da malária pode ser visualizado em esfregaços de sangue periférico corados com May-Grunwald-Giemsa, Leishmann e Giemsa, com pH elevado q
:
Se houver suspeita de malária e o esfregaço inicial for negativo, esfregaços adicionais devem ser preparados e examinados nas 48 a 72 horas subsequentes.

A terapia antimalárica pode alterar a aparência morfológica dos parasitas e afetar sua identificação em esfregaços de sangue, seja no momento do diagnós

O esfregaço também permite o diagnóstico de anormalidades hematológicas e o estabelecimento de diagnósticos diferenciais de outras doenças infecciosa

CASO CLÍNICO 6

Paciente GWS 37 anos, masculino, Caminhoneiro, natural e procedente de Campos Novo, São Paulo, com história de febre, calafrios, mialgia e astenia há 14

Parâmetros     Valores de referência

RBC (milhões/mm3) 3,62                           4.3 – 5.0

Hemoglobina (g/dL) 9,6 12,0 – 14.0

Hematócrito (%) 28 40 -46

VCM (fL) 77,3 82 - 98

HCM (pg) 26,5 27-32

CHCM (g/dL) 34,2 32 -36

RDW (%) 15,2 12-14

Observação: Policromasia discreta, alguns esferócitos e Inclusões eritrocitárias (trofozoítos e


gametócitos)

WBC (mm3) 3200   4.000 – 11.000

Segmentados 46,1 % 2235,8 /mm3 2000-7000

Linfócitos 41,6 % 2017,6 / mm3 1000-3000

Monócitos 10,9 % 528,6 / mm3 200-1000

Eosinófilos 0% 0 /mm3 20-500

Basófilos 1,4 % 61,9 /mm3 20-100

Plaquetas (mm3) 101.000 150 – 400

Bilirrubinas 3,68  

totais (mg/dL)

Bilirrubina 2,88    

direta (mg/dL)

Bilirrubina 0,80    

indireta (mg/dL)

Albumina (g/dL) 2,50    

O teste rápido foi reagente para Plamodium vivax e o paciente evoluiu com piora do estado geral, anemia e trombocitopenia progressiva, sendo internado n
:
Figura 15 – Trofozóitos intraeritrocitários formando “anéis maláricos”. Coloração de May-Grunwald Giemsa, x1000. Cedido pelo Grupo Fleury.

Figura 16 – Hematozoários intraeritrocitário no sangue periférico de um paciente com Plasmodium sp. Cellavision. Coloração de May-Grunwald Giemsa, x1000. Cedido pelo Grupo Fleury.

Diagnósticos diferenciais

A malária pode simular doenças infecciosas e parasitárias que cursam com febre e esplenomegalia. Os sintomas iniciais podem ser confundidos com quadro

Dengue - A dengue pode causar mal-estar, dor de cabeça, fadiga, desconforto abdominal e dores musculares associadas à febre. Mialgia devida à dengue é g

 Chikungunya - Chikungunya assemelha-se à dengue, mas apresenta manifestações articulares mais expressivas, frequentemente com sinais de artrite, que p

Meningite - A dor de cabeça da malária pode ser grave, embora não haja rigidez de nuca ou fotofobia, como observado em meningite bacteriana ou viral. A

Sepse bacteriana - pode apresentar febre, taquicardia e estado mental alterado.

Febre tifoide - As manifestações clínicas da febre tifoide incluem febre, bradicardia, dor abdominal e erupção cutânea.

Leptospirose - A leptospirose está associada a febre, rigidez, mialgia e dor de cabeça. A mialgia devida à leptospirose é geralmente mais grave do que na ma

Febre hemorrágica viral - As febres hemorrágicas virais, tais como a febre amarela, estão associadas a febre, mal-estar e sintomas sistêmicos. Podem estar a

Exames bioquímicos: 

Bilirrubinemia: pode haver uma icterícia discreta nas formas benignas da infecção por P. vivax e P. falciparum com predomínio da fração não conjugada da b

Aminotransferases: o aumento de enzimas hepáticas, tanto TGO quanto TGP, ocorre nas formas graves do P. falciparum. Podem ocorrer elevações discretas n
:
Coagulação: as manifestações hemorrágicas podem complicar um pequeno número de pacientes com malária. Além da plaquetopenia, pode haver prolong

Ureia e creatinina: pode haver aumentos discretos na fase inicial da doença principalmente devido à desidratação causada pela sudorese intensa e vômitos

Outros exames

Testes diagnósticos rápidos: são testes de detecção de antígenos parasitários da malária que tem alta precisão e facilidade de uso. Eles não necessitam de e

Podem detectar um ou mais dos seguintes antígenos: proteína rica em histidina 2 (HRP2), lactato desidrogenase plasmática (LDH) e aldolase. Dependendo d

Testes moleculares: testes como PCR são normalmente usados como padrão-ouro em estudos de eficácia de drogas antimaláricas, vacinas e avaliação de ou

Babesiose

Aspectos clínicos:

A babesiose é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Babesia. A doença foi nomeada desta forma após Victor Babes, um patologista e m

A maioria dos casos de babesiose humana é relatada nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, embora a babesiose canina e de outros mamíferos seja um

Como as ninfas de carrapatos se alimentam de sangue, milhares de esporozoítas são inoculados no hospedeiro vertebrado durante a picada do carrapato. E

A transmissão ocorre ocasionalmente através de transfusão de sangue e, raramente, pelo transplante de órgãos ou congenitamente. Há diferentes espécies

São patógenos intracelulares que se replicam exclusivamente no citosol dos eritrócitos. Eles são considerados piroplasmas, pequenos parasitas protozoários

Infecções por Babesia variam desde assintomáticas a graves, sendo, às vezes, fatais. A transmissão por carrapatos a indivíduos saudáveis, geralmente, resulta

A patogênese da babesiose está intimamente ligada com a resposta do hospedeiro à infecção e as modificações induzidas por componentes da membrana d

Os pacientes apresentam sintomas geralmente inespecíficos como: febre, fadiga, calafrios, sudorese, mialgia, anorexia, cefaleia, náusea, vômito, fotofobia e

No exame físico, a febre é a característica saliente. Esplenomegalia e/ou hepatomegalia podem ser observadas. Achados físicos incomuns incluem icterícia

Indivíduos imunocomprometidos ou asplênicos, muito jovens e aqueles com mais de 50 anos estão em risco de manifestações clínicas graves, incluindo: sínd

Risco de transmissão por transfusão:

Em regiões de alta prevalência desse parasita, os estoques de sangue nos hemocentros podem estar em risco devido à presença de portadores assintomátic

Alterações hematológicas

Manifestações hematológicas da doença são comuns. Podem variar de anemia leve a pancitopenia grave, ruptura esplênica, CIVD ou até mesmo linfo-histio

A trombocitopenia é uma das características hematológicas principais. Geralmente é causada por hiperesplenismo, o que resulta em aumento do sequestro

O envolvimento de glóbulos brancos também pode acontecer. Linfopenia é um achado comum entre pacientes com babesiose. A neutropenia, por outro lad

Diagnóstico 

O diagnóstico de babesiose pode ser estabelecido pela identificação de organismos de Babesia em esfregaços de sangue fino (coloração de Wright ou Giem

O diagnóstico microscópico de babesiose requer tempo e experiência. Pelo menos 200 a 300 campos microscópicos devem ser revisados antes de concluir q

Além disso, o esfregaço de sangue pode não mostrar os parasitas quando o grau de infecção de hemácias é mínimo, ou seja, <0,01%. A microscopia óptica po

Os trofozoítos B. microti são redondos, ovais ou em forma de pera e têm citoplasma azul com pontos vermelhos de cromatina. Múltiplas infecções por célula

Os trofozoitos de B. duncani são indistinguíveis dos de B. microti, porém a forma de cruz de malta dos merozoítas do B. duncani é observada mais comumen

O diagnóstico de babesiose, via microscopia, deve induzir a estimativa da densidade do parasita. Isso pode ser feito examinando-se uma monocamada de gl

Diagnosticos diferenciais

O diagnóstico diferencial de babesiose inclui:

Malária - As manifestações clínicas espelham as da babesiose e incluem fadiga, cefaleia, artralgia, mialgia e náusea. A babesiose pode ser distinguida da ma

Outras infecções transmitidas por carrapatos Ixodes - Agentes etiológicos incluem Anaplasma phagocytophilum, Borrelia burgdorferi, Borrelia mayonii

Rickettsioses - Paciente com infecção por Rickettsia tipicamente apresenta febre, dor de cabeça, trombocitopenia, leucopenia e elevação das transaminases
:
Leptospirose - A leptospirose é uma infecção bacteriana caracterizada por febre, mialgia e dor de cabeça, podendo ocorrer icterícia e fenômenos hemorrág

Hepatite viral - Essas entidades são caracterizadas por transaminases elevadas.

Bacteremia - A meningococcemia, infecção pneumocócica e estafilocócica podem estar associadas à anemia grave, trombocitopenia, anormalidades hepáti

Causas não infecciosas de anemia hemolítica: As manifestações clínicas incluem palidez, icterícia e esplenomegalia.

- Em mulheres grávidas, a babesiose pode ser confundida com a síndrome HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas e baixa contagem de plaquetas).

Exames bioquímicos

As enzimas hepáticas estão, às vezes, elevadas, incluindo alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase e fosfatase alcalina. A bilirrubina total e a fr

Uma alteração extremamente rara, mas que pode ser uma complicação fatal da babesiose é a Linfohistiocitose Hemofagocítica (LHH). A LHH é provavelme

Outros exames

As ferramentas preferidas para o diagnóstico de babesiose incluem o esfregaço de sangue para identificação de parasitas e reação em cadeia da polimerase

PCR é especialmente útil no contexto de parasitemia de baixo nível (por exemplo, em portadores assintomáticos, no início dos sintomas ou durante a conval

A sorologia pode ser usada para confirmação diagnóstica de babesiose e identificação de espécies. Quase todos os pacientes infectados terão anticorpos de

Os achados radiográficos que incluem edema pulmonar na radiografia de tórax e infarto esplênico e / ou ruptura esplênica na tomografia computadorizada

Tripanossoma

Há duas espécies patogênicas do Tripanossoma: o T. brucei e T. cruzi. O tripanossoma envolvido na Doença de Chagas é o T. cruzi. Já a tripanossomíase hum

Doença de Chagas

A doença de Chagas é causada pela infecção pelo protozoário Trypanosoma cruzi. As principais formas de apresentação são a cardiomiopatia chagásica e a

Na ausência de terapia antitripanossômica, isso geralmente ocorre de 8 a 12 semanas após o início da infecção, e em seguida vem a fase crônica que pode d

A infecção pelo T. cruzi é raramente detectada durante a fase aguda, exceto no contexto de programas específicos de rastreamento (por exemplo, triagem c

Indivíduos portadores de infecção crônica por T. cruzi são capazes de transmitir o parasita ao inseto vetor e a outros seres humanos, via hemocomponentes,

Manifestações clínicas

A maioria dos pacientes com infecção aguda por T. cruzi apresenta sintomas inespecíficos (como mal-estar, febre e anorexia) ou são assintomáticos, portant

Em uma minoria de pacientes, a infecção aguda pode estar associada à inflamação e inchaço no local da inoculação (chagoma de inoculação). Quando o lo

O estágio agudo geralmente não é reconhecido e se resolve com pouco ou nenhum dano imediato e o hospedeiro infectado permanece um portador assinto

Diagnóstico

Os tripanossomas podem ser visualizados em esfregaços de sangue, aspirados de linfonodos e no líquido cefalorraquidiano (LCR). Estes espécimes podem ta

Na fase aguda, o nível de parasitemia é alto. Tripomastigotas móveis podem ser detectados por microscopia de preparações frescas de sangue anticoagulad

Os esfregaços para diagnóstico podem ser finos ou espessos corados com Giemsa ou em preparações de esfregaço fino direto. A sensibilidade do esfregaço

Técnicas de concentração sanguínea, como a centrifugação do hematócrito, aumentam a sensibilidade da microscopia a 50 parasitos/mL, mas exigem períc

O diagnóstico da infecção crônica é basicamente sorológico, uma vez que a parasitemia nessa fase é baixa e intermitente, o que torna os exames parasitoló

Pode haver presença de anemia microcítica ou normocítica com linfocitose na fase aguda da doença, porém não há alteração hematológica específica.

Outros exames

A reação em cadeia da polimerase (PCR) é uma ferramenta diagnóstica sensível na fase aguda da doença de Chagas. Também pode ser usada para monitora

Diagnósticos diferenciais

Celulite pré-septal - A celulite pré-septal apresenta-se tipicamente com dor ocular, edema palpebral e eritema. O sinal da Romaña pode ser semelhante à c

Mononucleose infecciosa - A mononucleose infecciosa pode apresentar sintomas inespecíficos, incluindo mal-estar, febre e anorexia. Pode ser distinguida da
:
Infecção aguda pelo HIV - A infecção aguda pelo HIV pode apresentar febre, mialgia, dor de cabeça, dor de garganta e erupção cutânea. Na maioria dos cas

Tipo Africana

O Trypanosoma brucei rhodesiense causa a forma mais aguda da doença e uma forma mais crônica é causada pelo Trypanosoma brucei gambiense.

Vários achados laboratoriais inespecíficos podem estar associados à tripanossomia humana africana.

Alterações hematológicas

A anemia é comum (presente em mais da metade dos pacientes) e pode ser devida em parte à hemólise imunomediada e à depressão da medula óssea rela

Leishmania

Aspectos Clínicos

Há mais de 20 espécies de Leishmania que são patogênicas para o homem. As principais são: L. infantum, agente causador da leishmaniose visceral na Europ

Muitas infecções por leishmania são assintomáticas, refletindo a capacidade do sistema imunológico do hospedeiro de controlar o parasita. A proporção de

A leishamaniose mucocutânea deve ser considerada em pacientes com uma ou mais lesões cutâneas ulceradas crônicas e uma história de exposição em áre

Na leishmaniose visceral, os organismos de L. infantum ou L. donovani são rapidamente eliminados no local da infecção, portanto raramente há uma lesão lo

Diagnóstico

Alterações hematológicas medular e periférica

As espécies de Leishmania que provocam doença visceral têm tropismo pela medula óssea, o que tem importante papel para o desenvolvimento das alteraç

Quando os pacientes procuram atendimento, geralmente já apresentam hemograma com anemia, neutropenia, eosinopenia e trombocitopenia. A anemia é

Para estabelecer o diagnóstico da forma visceral, o método de eleição é a visualização do amastigota característico em esfregaços de medula óssea, ou de l

Outros testes

Os aspirados e o sangue periférico também podem ser submetidos a técnicas moleculares (PCR), com alta sensibilidade e especificidade, porém pouco dispo

A utilidade de ferramentas diagnósticas menos invasivas (como a demonstração de anticorpos específicos ou DNA parasitário em amostras de sangue perifé

CASO CLÍNICO 7

Paciente ASM 13 anos, feminino, Estudante, natural e procedente de Santana do Ipanema, Alagoas, com história de febre, astenia e aumento do volume abd

Parâmetros     Valores de referência

RBC (milhões/mm3) 3,11                           4.3 – 5.0

Hemoglobina (g/dL) 7,1 12,0 – 14.0

Hematócrito (%) 23,8 40 -46

VCM (fL) 76,5 82 - 98

HCM (pg) 29,8 27-32

CHCM (g/dL) 32,1 32 -36

RDW (%) 16,7 12-14

WBC (mm3) 3.600   4.000 – 11.000

Segmentados 3% 108/mm3 2.000-7.000

Linfócitos 31% 1.125/mm3 1.000-3.000


:
Monócitos 62% 2.250/mm3 200-1.000

Eosinófilos 2% 216/mm3 20-500

Basófilos 0% - 20-100

Plaquetas (mm3) 59.000 150 – 400.000

Albumina (g/dL) 2,38   3,5-5,5

O teste rápido foi reagente para Leishmaniose Visceral e o paciente evoluiu com piora do estado geral, anemia, leucopenia, trombocitopenia e esplenomega

Parasitoses intestinais

Aspectos clínicos

As parasitoses intestinais ou enteroparasitoses decorrentes da presença de protozoários e/ou helmintos no intestino podem ser responsáveis por alterações

Dentre os helmintos, os mais frequentes são os nematelmintos: Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura e os ancilostomídeos: Necator americanus

Os danos que os enteroparasitas podem causar a seus portadores incluem, entre outros agravos, a obstrução intestinal (Ascaris lumbricoides), desnutrição (

Uma das ocorrências mais comuns em virtude das infecções parasitárias são as anemias que, atualmente, afetam metade dos escolares e adolescentes nos p

Alterações hematológicas

A anemia é identificada pelo hemograma e habitualmente é hipocromica microcítica, mas em casos extremos pode apresentar-se como anemia intensa.

Os parasitas mais associados à anemia ferropriva são os ancilostomídeos (Ancylostoma duodenale e Necator americanus), vermes que sugam e chegam a es

No leucograma, pode ocorrer leucocitose com eosinofilia. Importante destacar que existem graus diferentes de eosinofilia, dependendo do agente etiológic

Situações Especiais

Malaria: Vale a pena lembrar situações de que crianças com palidez ou Hb <8 g/dL deve ser considerada como hipótese de malária em áreas de zona endêm

Babesia: A gravidade da infecção depende do estado imunológico do paciente, sendo que indivíduos mais idosos, com hipo ou asplenia ou problema no siste

Toxoplasmose: Associada a infecções sintomáticas em imunossuprimidos bem como transmissão na gravidez.

Figura 17 – Formas amastigostas de Leishmaniose visceral, Calazar, em esfregaço de medula óssea. Coloração de May-Grunwald Giemsa, x1000. Cedido pelo Grupo Fleury.
:
Figura 18 – Formas amastigotas de Leishmaniose visceral dentro de um macrófago destruído em um esfregaço de medula óssea. Coloração de May-Grumwald Giemsa, x1000. Cedido pelo Grupo Fleury.

Leitura recomendada

Hemograma: Manual de Interpretação. Renato Failace e Flavo Fernandes 6º edição. Editora Artmed. 2015.

Riley LK, Rupert J. Evaluation of Patients with Leukocytosis. Am Fam Physician. 2015 Dec 1;92(11):1004-11. PMID: 26760415.

Pastorino Antonio C., Jacob Cristina M.A., Oselka Gabriel W., Carneiro-Sampaio Magda M.S. Leishmaniose visceral: aspectos clínicos e laboratoriais. J. Pediatr.

Antunes, RS, Morais AF. Correlação de alterações hematológicas em doenças parasitárias Correlation of hematological changes in parasitic diseases. RBAC. 2

Hematologia Laboratorial: Teoria e Procedimentos. Paulo Henrique da Silva , Hemerson Bertassoni Alves , Samuel Ricardo Comar, Railson Henneberg, Júlio C

Chau#aille Maria de Lourdes Lopes Ferrari. Eosinofilia reacional, leucemia eosinofílica crônica e síndrome hipereosinofílica idiopática. Rev. Bras. Hematol. H

Petroianu Andy, Oliveira Antônio E., Alberti Luiz R. "Hiperesplenismo" em hipertensão porta por esquistossomose mansônica. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 20

Leite Luiz Arthur Calheiros, Domingues Ana Lucia Coutinho, Lopes Edmundo Pessoa, Ferreira Rita de Cassia dos Santos, Pimenta Filho Adenor de Almeida, Fo

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