Você está na página 1de 12

Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes

Curso de Direito

“A Conduta Culposa (A Culpa)”

Catarina Casanova

Direito Penal I
Professora Mestre Dora Fonseca

Janeiro 2023
Índice
Introdução..................................................................................................................................3
1. Noção de Culpa:.............................................................................................................4
1.1 Princípio da Culpa......................................................................................................5
1.2 Culpa e liberdade........................................................................................................6
1.3 Culpa e fins de penas..................................................................................................6
1.4 O dolo..........................................................................................................................8
1.5 A negligência.....................................................................................................................9
Conclusão..................................................................................................................................11
Bibliografia / Livros.................................................................................................................12
Introdução

Esse trabalho foi realizado pela aluna Catarina Casanova no âmbito da cadeira
de direito penal I.

O tema central desta análise é A conduta culposa ( a culpa), com este trabalho o
meu objetivo não se limitava apenas a explicar em que consistia a culpa, mas também
fiz questão de mencionar os pontos mais relevantes a meu ver desta matéria, onde
primeiramente tenciono mencionar o que é culpa o seu princípio a culpa e a liberdade
culpa e fins das penas e muito sumariamente o dolo e a negligência.

Para uma análise mais completa e precisa inclui várias menções retiradas do
livro de Direito Penal da autoria do professor doutor José Faria Costa o qual foi a base
de auxílio para a realização deste mesmo trabalho.

Assim sendo, tentei ao máximo realizar uma pesquisa sucinta, mas completa,
trabalhando toda a informação retirada de alguns sites e do livro mencionado
anteriormente utilizando diferentes bases legais mencionando doutrinas e finalmente
posto isto mencionar que foi uma análise bastante interessante e útil para adquirir mais
conhecimentos.
1. Noção de Culpa:

Primeiramente, podemos caracterizar no âmbito do Direito Penal, que a culpa


constitui o juízo de desvalor o de censura que os outros podem fazer sobre o
comportamento jurídico-penal relevante quando o agente podia e devia ter agido de
outra maneira, palavras escritas por Professor Doutor Faria Costa.

Sendo um juízo de censura formulado pela ordem jurídica a um determinado


agente.

Censura-se ao agente o facto de ele ter decidido pelo ilícito, o facto de ele ter cometido
um crime, quando poderia e devia ter-se decidido diferentemente, ter-se decidido de
harmonia com o Direito.

Dado que, a noção de culpa não possui uma vigência universal, e sendo que nem
todas as sociedades conviveram ou com vivem com essa ideia não convém existir um só
lado mas sim formalizar a culpa uma categoria de origem judaico-cristã, contudo a sua
origem esta bastante ligada à dimensão moral-religiosa. É relevante mencionar que a
culpa so ganha relevância se e na medida em que ultrapassa os padrões de normalidade
social.

Uma vez que, o legislador não define o conceito em estudo, sendo que as
definições legais de categorias dogma ticas podem ser perigosas, consta assim
ordenamento jurídico nomeadamente no artigo 20º. do Código Penal, o que não deixa
de sugerir ainda que possa ser de forma negativa que constituem os dois pilares básicos
da noção de culpa jurídico-penal. Considerando de forma mais formal, a culpa nada
mais é do que o juízo de imputação através do qual se afirma a responsabilidade do
agente de realização de um facto ilícito-típico.

A culpa é constituída por elementos, os quais são os seguintes: inobservância do


cuidado objetivo devido ao princípio da confiança, produção de um resultado e nexo
causal, previsibilidade objetiva do resultado e a conexão interna entre desvalor da ação e
desvalor do resultado. Relativamente, a modalidade da culpa existe a imprudência, a
negligencia e a imperícia.

Existem diferentes espécies de culpa e elas são, a Culpa Consciente, a Culpa


inconsciente ou sem representação, culpa própria, culpa impropria.
1.1 Princípio da Culpa

É de extrema importância e relevância mencionar de que a ideia que o


comportamento punível deve ser não só ilícito típico, mas também individualmente
censurável e estabelece um princípio de que ajuda explicar a própria necessidade de
existência de uma ordem jurídica incriminadora assim sendo por sua vez representa um
eixo fundamental do conceito material de crime, em torno do qual se desenvolve todos
os esforços teórico - sistemáticos da dogmática jurídico – penal.

O princípio da culpa, dado o nullum crimen sine culpa é uma regista ordinária com vista
civilizacional que Hoje ninguém parece disposto a renunciar palavras ditas por
professor doutor Faria Costa.

Numa Visão mais global, o princípio da culpa revela a ideia forte de renovação
individual como estrutura fundante consentânea com os mais lírios valores, quer
individuais, quer comunitários, consagrados na ordem jurídica. é uma noção bastante
clara a partir do momento em que se reconhece que a noção de culpa por nós assumida
se desdobra em 3 diferentes estratos de análise, primeiramente no quadro do princípio
orientador da política criminal, outro plano de ideia regule ativa e num horizonte da
pura censurabilidade correta. Sendo que, estas menções anteriores sejam de captação do
princípio da culpa condicionam se reciprocamente e dão sentido e valor compreensivo
visão estrutural da culpa.

É de extrema importância frisar que a normatividade do princípio, aliás como de


qualquer outro, só assim encontra-se se perder de por a dimensão axiológica.
Finalmente mencionamos que enquanto genuíno juízo axiológico - normativo de
censurabilidade dirigido (imputado) a um agente concreto em uma concreta situação e
tendo em vista uma norma também concreta, a culpa é, do mesmo modo, um fenómeno
de demonstração de sua força aculturante.

É de mencionar que só é assim porque o juízo de culpa carrega um denso e rico


significado ético social. dado que por um lado requer do agente um esforço de tensão
axiológica mediadora para com os valores fundamentais da comunidade o que é assim
faz disso um primeiro momento de integração cultural. Por outro lado, o agente sabe
que se cumprir aquele dever ético social nunca sofrerá imposição de uma pena, dado
que incidem no caso as regras do erro sobre a proibição.
Concluindo, ficaram mencionadas as várias refrações do princípio da culpa onde
observámos que em todas elas detetamos o elemento fundante de sua natureza ser com
ser constância com os mais lidos valores jurídicos, quer individuais, quer comunitários.

1.2 Culpa e liberdade

No âmbito do direito penal existe uma ordem de liberdade e para a liberdade.


Contudo, a liberdade deve ser compreendida, em um primeiro momento, como uma
liberdade em sentido político, enquanto legítima pertençam a uma esfera ou margem de
ação que seja suficientemente no seu núcleo essencial protegida contra uma
desmensurada intervenção estatal.

Existem elementos essenciais como a segurança e a liberdade, logo, ontológicos da


relação de cuidado – de – perigo que estrutura todo o comportamento humano. Implica
o bom é de ver, que todos os comportamentos humanos, por consequência, também os
comportamentos criminam entre relevantes, estejam sujeitos àquela estrutura
ontológica. A ideia de liberdade pode e deve assumir ainda uma outra dimensão, já não
política, mas agora referida ao seu significado enquanto categoria ou estrutura
originariamente moral capaz de sustentar o pesado edifício prático – normativo.

É neste sentido que a afirmação do juízo de culpa tem como pressuposto a existência de
liberdade.

1.3 Culpa e fins de penas

No mundo atual, na vida quotidiana, diz se que a recompensa é uma reação ou uma
resposta ao bem, a punição é uma reação ou uma resposta ao mal. Existem teorias
absolutas onde estas a pena concebida como uma exigência absoluta da justiça. sendo o
fim da pena a retribuição são teorias absolutas porque o fim da pena esgota se em si
mesma, a pena é uma resposta ao crime. apenas serve para atingirmos um fim de
castigo/recompensação pelo mal do crime não sendo relevante como é que a sociedade
vai reagir às penas nas teorias retribuicionistas estamos perante uma lógica de punição
sendo uma ideia de compensação da exata medida do crime a existência da pena e da
culpa consagra no artigo 40º nº 2 Código Penal, podemos fundamentar que a culpa é a
medida da pena sendo que a pena não pode ultrapassar a culpa. contudo a culpa é o
limite máximo a ter em conta aquando da aplicação da pena.

O artigo mencionado não consagra uma concessão pura de restituição na medida


em que de acordo com o preceito a pena pode ficar abaixo da culpa, um retribui sionista
dirá sempre que a pena deve corresponder à medida da culpa. estas concepções têm um
mérito da ressalva do princípio da culpa em princípio absoluto de toda a aplicação da
pena. Assim sendo, não podemos instrumentalizar o indivíduo.

Existem diversas críticas sendo que esta lógica de retribuição não oferece
nenhum critério para determinar materialmente o que merece retribuição;

Mesmo admitindo que isto é uma finalidade válida para o fim da pena é duvidoso que
caiba ao Estado a aplicação desta. questionando se onde está a legitimidade do Estado
para tal?

Posto isto toda a pena serve finalidades exclusivas de prevenção, geral e


especial. a pena concreta é limitada, no seu máximo inultrapassável, pela medida da
culpa, dentro do limite máximo ela é determinada no interior de uma moldura de
prevenção geral de integração, cujo limite superior é oferecido pelo ponto ótimo de
tutela dos bens jurídicos e cujo limite inferior é constituído pelas exigidas mínimas de
defesa do ordenamento jurídico A medida da pena é encontrada em função das
exigências de prevenção especial, em regra positiva ou de socialização,
excepcionalmente negativa e de intimidação.

Embora largamente difundida na dogmática mais recente, as compreensões


preventivas da pena não se sustentam. sendo que, a despeito de todos os seus esforços
teóricos, a lógica da prevenção seja dirigida a toda a comunidade (prevenção geral), seja
dirigida ao próprio criminoso (prevenção especial), m seja de inibição ou de tomar
inócuo ou seja de integração ou ressocialização (prevenção positiva).

“Sendo a pena a reação de uma comunidade de homens àqueles comportamentos


penalmente proibidos por essa mesma comunidade. o que bem demonstra, em nosso ver
que pena é o reflexo dos valores comunitários aí um certo tempo e um certo espaço. Ela
é, por sobretudo, a refração do entendimento do Homem sobre si próprio, ou seja, do
seu modo de ser historicamente situado. neste sentido, a pena não pode e não deve ser
percebida e valorada, e sua densidade ético – social, como um mal.“ – Professor Doutor
Faria Costa.

1.4 O dolo

Analisando normativamente jurídico-penalmente relevante, o dolo pode ser logo


percebido como a vontade consciente de realizar o facto previsto no tipo legal do
crime. Assim sendo, neste sentido, o dolo é nada mais nada menos o saber e o
querer os elementos que fundamentam a factualidade típica. dito por outras palavras
é o representar e o procurar as circunstâncias factícias relevantes para o juízo de
tipicidade.

O dolo classificado quanto as espécies pode ser:

a) direto ou determinado: é aquele em que o agente deseja obter a produção de um


resultado típico, realizando todos os meios necessários para tanto, ou seja, pratica a
conduta com o fim de alcançar o resultado, como, por exemplo, o agente, desejando
matar, descarrega o revólver na cabeça de "B" (art. 121 do Código Penal).

b) indireto ou indeterminado: é aquele em que o sujeito não quer a produção do


resultado, mas, mesmo prevendo que este poderá acontecer, assume o risco de causá-lo,
como, por exemplo, dirigir automóvel, em alta velocidade, na contramão, embriagado,
batendo em outro carro que trafegava regularmente e matando uma pessoa.

O dolo indireto subdivide-se em alternativo e eventual.

 alternativo: é aquele em que o sujeito prevê mais de um resultado, sendo um


resultado mais grave que o outro. Ele não quer o resultado mais grave, mas
assume o risco de produzi-lo, como, por exemplo, matar ou ferir;
  eventual: é aquele em que o sujeito não quer o resultado, mas o aceita. Não
deixa de realizar de conduta, considerando-se que esta poderá produzir o
resultado, o que demonstra sua indiferença a lesão ao bem jurídico protegido
pela norma, como, por exemplo, rachas de trânsito.
Seguindo a linha de raciocínio adotada acima, portanto, existe o dolo eventual no
momento em que o agente não deseja diretamente o resultado, mas assume o risco de
produzi-lo (art. 18, I, segunda parte, do CP).

c) de dano: é o dolo em que o agente deseja ou assume o risco de causar um dano


efetivo à sua vítima.

 d) de perigo: é aquele em que o autor da conduta quer apenas o perigo, ou seja, é a
conduta que se orienta apenas para a criação de um perigo. Sendo assim, o próprio
perigo constitui o resultado previsto na lei. Por exemplo: o crime de perigo de contágio
venéreo (art. 130 do CP).

e) genérico: é a vontade de realizar o fato descrito na lei.

Entre outros, mas mencionados são os mais revelantes n o âmbito do Direito


Penal.

1.5 A negligência

Sendo que, relativamente a qualidade do dolo (dolosidade) constitui expressão


fundamental da vontade humana, o mesmo já não se aplica, a respeito da negligencia.
Contudo, relativamente a negligencia emerge precisamente nos antípodas da
voluntariedade.

 A negligência é um tipo especial de punibilidade que oferece uma estrutura


própria quer ao nível do ilícito quer ao nível da culpa.
O tipo objetivo de ilícito dos crimes materiais negligentes é constituído por três
elementos: a violação de um dever objetivo de cuidado; a possibilidade objetiva de
prever o preenchimento do tipo; e a produção do resultado típico quando este surja
como consequência da criação ou potenciação pelo agente, de um risco proibido de
ocorrência do resultado.
A violação pelo agente do cuidado objetivamente devido é concretizada com apelo
às capacidades da sua observância pelo “homem médio”. A não observância do cuidado
objetivamente devido não torna perfeito, por si própria, o tipo de ilícito negligente, antes
importa que ela conduza a uma representação imperfeita ou a uma não representação da
realização do tipo.
Para que exista culpa negligente, com preenchimento do tipo-de-culpa, necessário é
ainda que o agente possa, de acordo com as suas capacidades pessoais, cumprir o dever
de cuidado a que se encontra obrigado.
Enquanto na negligência consciente o agente representou como possível o resultado
ocorrido, mas confiou, não devendo confiar, que ele não se verificaria, na negligência
inconsciente o agente infringe o dever de cuidado imposto pelas circunstâncias, não
pensando sequer na possibilidade do preenchimento do tipo pela sua conduta.
Conclusão

Tal como foi possível verificar ao longo do trabalho, este visa debruçar-se sobre
A Culpa onde os pontos possíveis e relevantes que se aplicam a este tema em estudo.

Posso concluir que a Culpa é um tema bastante falado nos dias de hoje na vida
quotidiana e é bastante relevante aprofundar os nossos conhecimentos sobre o mesmo.

Grande parte dos pontos que constam no meu trabalho são confirmados
mediante o previsto no código penal, para além de incluir várias citações e transcrições
do mesmo tal como do livro mencionado anteriormente acórdãos, pois são a fonte mais
fiável utilizada.
Bibliografia / Livros

https://www.galvaoesilva.com/diferenca-entre-dolo-e-culpa-no-direito-penal/

https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?
artigo_id=109A0013&nid=109&tabela=leis&pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=

http://www.dgsi.pt/jstj.nsf/
954f0ce6ad9dd8b980256b5f003fa814/9269f0cb9d13110180257405005670e9?
OpenDocument

https://dre.pt/dre/legislacao-consolidada/decreto-lei/1995-34437675-58918141?
_ts=1648512000044

http://www.dgsi.pt/jtrc.nsf/8fe0e606d8f56b22802576c0005637dc/
6697231beb5ccef980257d580048890d?OpenDocument

Livros:
Direito Penal – autoria José de Faria Costa

Código Penal

Você também pode gostar