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Nota Prévia
Foram elaborados pelo aluno Guilherme Tarrinha, tendo por base as aulas e documentos
disponibilizados pela docente Francisca Silva.
Salienta-se que estes apontamentos são apenas complementos de estudo, não sendo
dispensada, por isso, a leitura das obras obrigatórias e a presença nas aulas.
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Índice
Medidas de segurança……………………………………………………………………6
Monismo e dualismo…………………………………………………………………….6
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Aula de 27/10
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imputar a culpa pela formação não conveniente da personalidade ao agente, o que
vai estimular o sentido de autorresponsabilidade do agente.
Esta teoria permite ultrapassar a crítica apontada à teoria ético- retributiva relativa
aos criminosos especialmente perigosos. O autor também entende que, apesar da
finalidade primária da pena ser retributiva, esta pode ser compatibilizada com
considerações de prevenção geral e especial.
Quanto à prevenção geral, se vamos fixar um quantum de pena que é suficiente
para cumprir a finalidade primária, a de retribuir ao agente o mal que o crime
causou, esse quantum será adequado a afastar a generalidade das pessoas ao
cometimento de crimes.
Quanto à prevenção especial (positiva), para Eduardo Correia, apesar da pena ter
em vista castigar o agente, em primeiro lugar, acaba por, depois, ser solidária para
com ele, reinserindo-o socialmente.
Concluindo, esta teoria tem os seus méritos, nomeadamente no tocante ao
superamento das deficiências da teoria ético retributiva, mas não é isenta de
críticas, na medida em que acaba por ser um esforço de engenharia jurídica para
manter a coerência da medida base de retribuição.
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Medidas de segurança
Em primeiro lugar, o Direito Penal conhece dois pólos, o das penas (sujeitos que agem
com culpa) e o das medidas de segurança (sujeitos que agem sem culpa), sendo que a
última atua em relação ao grau de perigosidade do agente, reativa a um ilícito típico.
De seguida, importa saber se também a pessoas imputáveis vamos poder aplicar medidas
de segurança. As medidas de segurança e as penas têm garantias idênticas ao nível da sua
aplicação, dado que também as medidas de segurança se aplicam com respeito a
princípios essenciais.
Monismo e Dualismo
Num primeiro nível, as medidas de segurança vão ser aplicadas a agentes inimputáveis,
em razão da sua perigosidade.
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Num segundo nível, importa analisar se, ao lado de uma medida de segurança, podemos
aplicar penas, por forma a acautelar uma situação em que a medida de segurança não seja
suficiente para dar resposta ao grau de perigosidade do sujeito inimputável.
Podemos aplicar ao mesmo agente, pelo mesmo facto, uma pena e uma medida de
segurança, de forma cumulativa, quando a aplicação isolada da pena não baste para
acautelar o grau de perigosidade?
A nível da lei, as medidas não detentivas encontram-se previstas nos arts. 100º e seguintes
do Código Penal (ex: interdição de atividades – art. 100º), em relação às quais a lei parece
abranger quer os inimputáveis quer os imputáveis.
Já em relação às medidas de segurança detentivas, estas encontram base legal no art. 91º
e seguintes, e parece que a lei as dirige exclusivamente aos agentes inimputáveis, o que
não é verdade, pois existe um instituto, o das penas relativamente indeterminadas ou
PRI (arts. 83º e seguintes), que está pensado para aqueles sujeitos que parecem ter uma
especial inclinação para o cometimento de crimes.
Em primeiro lugar, o tribunal deve determinar a pena que concretamente caberia no caso.
Só depois deve construir a PRI – o seu limite mínimo será igual a 2/3 da pena que caberia
ao crime, ao passo que o limite máximo será igual à pena que concretamente caberia ao
crime, acrescida de um quantitativo que a lei penal prevê, que pode ser de dois, quatro ou
seis anos.
Exemplo: o tribunal determina a pena de 9 anos; o limite mínimo da PRI será igual a 6
anos e o limite máximo será igual à pena de 9 anos acrescida de um dado quantitativo,
que neste caso seria de 6 anos, o que resultaria numa baliza de 6 anos e 15 anos, sendo
que o tempo do cumprimento dependeria do comportamento do agente (dos 6 aos 9 =
pena / dos 9 aos 15 = MS).
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Deste modo, parece que temos entre nós um sistema dualista.
O Direito Penal é um ramo de Direito Público, que regula as relações entre o Estado,
investido do seu poder de soberania, e o particular.
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3. Direito Penal e outros ramos de Direito sancionatórios
3.1. O Direito Disciplinar procura assegurar o bom funcionamento da
administração, as suas normas impõem determindados comandos que os
funcionários da administração devem adotar. No âmbito disciplinar, haverá
um ilícito se um funcionário incumprir um dever (ilícito interno, voltado para
o serviço), que será obviamente menos grave e não justifica a ameaça de
sanções criminais.
3.2. O Direito Penal orienta-se à tutela de bens jurídicos essenciais. O ilícito
criminal traduz a lesão ou colocação em perigo de bens jurídicos essencias
para a comunidade.
3.3. O Direito de mera ordenação social é um ramo jurídico de consagração
recente, sendo considerado um ramo de Direito Administrativo, não se
inserindo no Direito Penal.
Assim, decidiu-se pelo expurgo destes casos menores e bagatelares do Direito Penal,
tendo-se criado a categoria das contraordenações.