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Foram elaborados pelo aluno Guilherme Tarrinha, tendo por base as aulas e documentos
disponibilizados pela docente Francisca Silva. Salienta-se que estes apontamentos são
apenas complementos de estudo, não sendo dispensada, por isso, a leitura das obras
obrigatórias e a presença nas aulas.
Índice
Resolução da alínea
Caso prático nº 12
Em relação à vertente objetiva, os seus elementos são o agente, a conduta e o bem jurídico:
Agente – em regra, é uma pessoa singular, mas pode ser um ente coletivo ; durante
muito tempo, foi negada a responsabilidade penal a estes entes, devido a dois
obstáculos, a incapacidade de ação e a incapacidade de culpa; contudo, o
surgimento de uma criminalidade complexa e orgnaizada possibilitou que se
responsabilizasse os entes coletivos.
Conduta – tem que se tratar de um comportamento humano e voluntário; esta
definição permite-nos excluir os comportamentos dos animais, os fenómenos da
natureza, os atos praticados sob coação ou os atos praticados em estado de
inconsciência (sonambulismo e hipnose).
Bem jurídico – é a expressão de um interesse, da pessoa ou da comunidade, na
manutenção ou integridade de um certo estado, objeto ou bem socialmente
relevante e juridicamente reconhecido como valioso.
Crimes comuns
Crimes específicos – puros ou próprios e impuros ou impróprios
Quando falamos de imputação objetiva, procuramos saber quais são os requisitos que
precisam de estar preenchidos para que possamos concluir que o resultado foi produzido
pela ação.
Para resolver casos sobre imputação objetiva, necessitamos de hierarquizar três teorias:
Entende, também, que deve haver um critério para os crimes dolosos e um critério para
os crimes negligentes:
Interrupção do nexo causal – existem dois processos causais, levados a cabo por
dois agentes, de forma autónoma, e que concorrem para a produção do mesmo
resultado, mas um dos agentes antecipa-se na produção do resultado,
interrompendo o processo causal do outro.
Exemplo: A e B querem matar C, mas a dose de A é mais potente que a de B. C
vem a morrer.
Em relação ao agente que antecipou o resultado, haverá punição por consumação,
enquanto que o outro agente é punido pela tentativa.
Causalidade comulativa – quando dois agentes levam a cabo dois processos
causais, mas nenhum dos contributos é suficiente para a consumação do resultado,
só através da comulação dos contributos é que o resultado se produziria.
Podem verificar-se três situações:
- Se nenhum dos agentes conhecer o plano do outro, ambos são punidos por
tentativa;
- Se existia uma combinação entre ambos, há co-autoria, pelo que ambos devem
ser punidos por consumação;
- Se um deles conhecia o plano do outro e esse desconhecia o plano, aquele que
conhecia o plano do outro será punido por consumação, ao passo que o que
desconhecia será punido por tentativa.
Causalidade alternativa – nesta hipótese, temos dois agentes que levam a cabo
dois processos causais, de forma autónoma, e com vista à produção de um
resultado; o resultado vem a produzir-se, mas não é possível apurar a qual das
condutas se ficou a dever.
Exemplo: A e B querem matar C com um tiro. A atinge C na cabeça e B atinge C
no coração.
Qualquer uma destas condutas produziria o resultado morte, mas não se consegue
provar qual dos tiros é responsável.
O Professor Almeida Costa entende que a punição por tentativa só se deve
verificar nas situações de menor alarme social, caso em que haverá atenuação da
pena; se o resultado se verificou, o Professor, ao contrário da doutrina maioritária,
entende que ambos devem ser punidos por consumação.
Resolução
Começando pelo primeiro “degrau”, vamos ter que aferir se existe um nexo de
causalidade, ou seja, se, eliminando a conduta de D, a fratura na coluna cervical de F se
verificaria.
Neste caso, e à luz da teoria das condições equivalentes, existiria imputação do resultado
à conduta, dado que, sem a conduta de D, F não teria caído na banheira.
Caso prático nº 13
Caso prático nº 14
Temos um caso especial de imputação objetiva, neste caso uma hipótese de causalidade
alternativa, que se verifica quando dois agentes levam a cabo dois processos causais
autonomamente, concorrendo para a produção de um resultado, em relação ao qual não
se consegue verificar qual das condutas foi causa.
Nestes casos, ambos os agentes são punidos por tentativa, apesar do Professor Almeida
Costa considerar que, tendo-se verificado o resultado, não deveria haver punição pela
tentativa, mas sim por consumação.