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| 2019/20
3. A metodologia
Seguimos a orientação da professora Maria Fernanda Palma, na medida em que
considera que a definição analítica de crime deve ser o ponto de partida numa
metodologia de decisão penal. Há uma sólida tradição continental europeia no sentido
de fazer aquela análise, uma vez que esta nos permite mais objetividade, menor
arbitrariedade de caso para caso e dá-nos um critério geral para a definição do crime.
Não é uma metodologia meramente teórica e conceptualista. Fornece critérios que
permitem ir selecionando as categorias do facto que o permitem qualificar-se como
crime.
Seguimos ainda a sua posição no sentido de entender a ação como o conceito básico de
qualificação do comportamento que vai comandar todos os outros critérios. O facto tem
de exibir características que demonstrem haver uma base comportamental para atribuir
Beatriz P. | 2019/20
No entanto, quando o agente tiver pretendido utilizar esse estado para praticar o
facto, esses factos já serão ações penalmente relevantes – doutrina das actiones liberae
in causa (ação livre na causa) – enquadrando-se na previsão do art. 20º/4 CP.
MFP → Acrescenta ainda que também são ações penalmente relevantes os atos
praticados inconscientemente, quando, não obstante o agente não se ter colocado
intencionalmente naquele estado para praticar esse facto, fosse previsível que isso
sucederia.
Do 20º/4, contudo, parece que esses comportamentos não poderão mais tarde ser
imputados ao agente, devendo este ser punido pelo ato de autocolocação em estado
de embriaguez, conforme o artigo 295º CP.