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Aula 03 - Terapia Comportamental-Questões Teóricas e Práticas
Aula 03 - Terapia Comportamental-Questões Teóricas e Práticas
SUMÁRIO
5 Reforçamento ........................................................................................... 20
6 Punição ..................................................................................................... 21
7 Extinção .................................................................................................... 22
8 Esquiva ..................................................................................................... 23
11 Modelagem ............................................................................................ 25
13 Contraindicações: .................................................................................. 25
18 Esquemas .............................................................................................. 30
28 A auto-eficácia ....................................................................................... 48
29 Agressão ............................................................................................... 49
30 Terapia .................................................................................................. 51
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 53
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1 HISTÓRICO E FUNDAMENTOS DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMEN-
TAL
Na década de 50, nos Estados Unidos, devido à emergência das ciências cog-
nitivas, o contexto já sinalizava uma transição generalizada para a perspectiva cogni-
tiva de processamento de informação, com clínicos defendendo uma abordagem mais
cognitiva aos transtornos emocionais. Nessa época, observou-se uma convergência
entre psicanalistas e behavioristas com respeito à sua insatisfação com os próprios
modelos de depressão, respectivamente, o modelo psicanalítico da raiva retroflexa e
o modelo behaviorista do condicionamento operante. Clínicos apontavam para a vali-
dade questionável desses modelos como modelos de depressão clínica.
Nas décadas de 60 e 70, observou-se o afastamento da psicanálise e do beha-
viorismo radical por vários de seus adeptos. Em 1962, Ellis, propôs a RationalEmoti-
veTherapy, a primeira psicoterapia contemporânea com clara ênfase cognitiva. Beha-
vioristas como Bandura (Princípios de Modificação do Comportamento, 1969; Teoria
da Aprendizagem Social, 1971), Mahoney (CognitionandBehaviorModification, 1974)
e Meichenbaum (CognitiveBehaviorModification, 1977) publicaram importantes obras,
em que apontaram os processos cognitivos como cruciais na aquisição e regulação
do comportamento, bem como estratégias cognitivas e comportamentais para inter-
venção sobre variáveis cognitivas. Martin Seligman, na mesma época, propôs a Teoria
do Desamparo Aprendido, uma teoria essencialmente cognitiva, e suas revisões, que
resultaram na Teoria dos Estilos de Atribuição, como relevantes para processos psi-
cológicos na depressão.
Fundamentalmente, a influência mais importante, e a que deu origem à Terapia
Cognitiva, foram os experimentos e observações clínicas do próprio Beck.
Na área de seus experimentos, Beck inicialmente explorou o modelo psicana-
lítico da depressão como agressão retroflexa, através de estudos de exploração do
conteúdo dos sonhos e de manipulação de humor e desempenho com depressivos.
Contrariando o modelo psicanalítico, Beck reuniu dados que apontaram para a de-
pressão como refletindo simplesmente padrões negativos de processamento de infor-
mação.
Na área de suas observações clínicas, Beck observou que, durante a livre-
associação, pacientes não relatavam um fluxo de pensamentos automáticos, pré-
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conscientes, rápidos e específicos. Investigando, notou que tais fluxos de pensamen-
tos funcionavam como uma variável mediacional entre a ideação do paciente e sua
resposta emocional e comportamental. Em contraposição ao modelo psicanalítico mo-
tivacional da depressão, esses pensamentos expressavam uma negatividade, ou pes-
simismo, geral do indivíduo contra si, o ambiente e o futuro.
Com base em suas observações clínicas e experimentais, Beck propôs a teoria
cognitiva da depressão. A negatividade geral expressa pelos pacientes, segundo ele,
não era um sintoma, mas desempenhava uma função central na instalação e manu-
tenção da depressão. Depressivos sistematicamente distorciam a realidade, apli-
cando um viés negativo em seu processamento de informação. Beck aponta a cogni-
ção, e não a emoção, como o fator essencial na depressão, conceituando-a, portanto,
como um transtorno de pensamento e não um transtorno emocional. E propõe a hipó-
tese de vulnerabilidade cognitiva, como a pedra fundamental do novo modelo de de-
pressão, e a noção de esquemas cognitivos.
Na primeira metade do século XX, a psicanálise, em suas várias orientações,
dominava o campo da psicoterapia. No entanto, ao redor dos anos 50, cientistas co-
meçaram a questionar os fundamentos teóricos e a eficácia da psicanálise, enquanto
que, ao mesmo tempo, a teoria da aprendizagem e dos processos de condiciona-
mento, e a abordagem comportamental derivada delas, começaram a influenciar a
pesquisa e a clínica psicológicas.
Pavlov, o cientista que primeiro descreveu e analisou os processos de condici-
onamento, expressou seu interesse em suas possíveis aplicações clínicas. Nos anos
pós-guerra, a teoria da aprendizagem, proposta por Clark Hull, mostrou-se a orienta-
ção dominante na maioria dos departamentos de Psicologia, especialmente nos Es-
tados Unidos. Em seguida, porém, encontrando obstáculos teóricos que resultaram
em seu enfraquecimento e descrédito, cedeu lugar às propostas de B.F.Skinner.
Os primeiros teóricos-clínicos, nesse estágio precoce, acreditavam firmemente
que a terapia comportamental deveria continuar intimamente associada ao behavio-
rismo dos anos 50 e 60. Os princípios fundamentais do behaviorismo, que desafiaram
a psicanálise ortodoxa, podiam ser assim resumidos: a mente não representava um
objeto legítimo de estudo científico; o problema do paciente se limitava ao seu com-
portamento observável, contra a necessidade de se invocar processos não-observá-
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veis, e não-testáveis, como os processos inconscientes; o foco da avaliação e trata-
mento deveria ser dirigido ao que poderia ser observado, operacionalizado e medido;
na modificação do comportamento, os fatores importantes eram os que concorriam
para a manutenção do problema do paciente, ao invés de sua suposta origem; e, fi-
nalmente, o método científico provia um enquadre legítimo para o desenvolvimento
de uma teoria e uma prática clínica, em que a compreensão e a aplicação de princípios
teóricos e terapêuticos avançaria melhor através da observação empírica sistemática.
Entretanto, o desenvolvimento da terapia comportamental na Inglaterra e nos
Estados Unidos seguiu trajetos paralelos e distintos, até que, com o tempo, essas
distinções se atenuaram.
Terapia Cognitivo- Comportamental (TCC) é um termo genérico que abrange
diversas abordagens, dentro do modelo cognitivo e cognitivo-comportamental, que
tem comprovado sua eficácia no tratamento de diversos transtornos neuropsiquiátri-
cos em diversas etapas do desenvolvimento humano.
A terapia comportamental mostrou-se promissora, especialmente no trata-
mento de fobias e transtornos obsessivo-compulsivos. Entretanto, muito cedo suas
limitações teóricas e aplicadas se tornaram claras, especialmente com relação à limi-
tada gama de transtornos para os quais se mostrava eficaz.
Nos anos 60, as teorias dominantes em Psicologia mudaram seu foco do poder
do ambiente sobre o indivíduo para os processos racionais, como fonte de direção
das ações humanas, refletidos nas expectativas, decisões, escolhas e controle do in-
divíduo, prenunciando os efeitos da revolução cognitiva sobre a clínica, através da
emergência das orientações cognitivas.
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Fonte: slideplayer.com.br
Fonte: semiotica-en-la-psicologia.webnode
8
de ênfase ao conteúdo psicológico, por exemplo, ao especificar o conteúdo cognitivo
dos transtornos de pânico.
Essas vantagens acabaram por garantir a incorporação de técnicas e concei-
tos cognitivos à terapia comportamental, resultando na consagração da nova orienta-
ção, a terapia cognitivo-comportamental, entre os comportamentalistas.
Fonte: ethospsi.com
10
Fonte :www.psiconlinews
11
Fonte: sites.google.com
Fonte: www.keyword-suggestions.com
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denominados como “disfuncionais” ou “mal adaptativos” no que se refere a ativação
dos sistemas.
Os erros (“distorções cognitivas” e “preconcepções”) podem acontecer tanto
em relação ao conteúdo cognitivo propriamente dito (significado) como em relação ao
processo de elaboração de significado (processamento cognitivo)
Fonte :behavioristaemacao.
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racteriza por respostas desencadeadas por um estimulo eliciador- eventos que prece-
dem imediatamente. Qualquer reflexo pode ser condicionado a responder a um esti-
mulo que era anteriormente neutro.
Todos os comportamentos respondentes apresentam as seguintes caracterís-
ticas:
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3.4 Condicionamento Operante
Fonte: veritatissplendoriff.blogspot.com.br
4 APRENDIZAGEM SOCIAL
Fonte :www.scielo.br
17
O objetivo da análise funcional é identificar o comportamento-alvo da interven-
ção- aquele que está inadequado- e os elementos do ambiente que estão ocasio-
nando e mantendo esse comportamento.
Fonte: pt.slideshare.net
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Conhecida também como tríplice contingência- é a relação de interdependência
entre estímulos e respostas.
A análise do comportamento utiliza a representação gráfica sobre como deter-
minados comportamentos estão relacionados, para estudar e entender como estes
comportamentos se relacionam com os estímulos que a eles se seguem.
Nesta relação, o estímulo consequente a uma classe de respostas altera a pro-
babilidade de emissão desta mesma classe de respostas no futuro, em uma situação
semelhante.
As contingências de reforçamento descrevem a probabilidade de ocorrência do
estabelecimento do controle de estímulos anteriores à resposta, em função da res-
posta e dos eventos produzidos por ela. Todos os elementos da contingencia influen-
ciam-se mutuamente, por isso a necessidade de descrever todas as possíveis rela-
ções entre eles.
Fonte: slideplayer.com.br
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5 REFORÇAMENTO
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Fonte: scienceblogs.com
6 PUNIÇÃO
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Fonte: www.doglink.pt
7 EXTINÇÃO
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8 ESQUIVA
Fonte: slideplayer.com
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9 GENERALIZAÇÃO DE ESTÍMULOS
Fonte: slideplayer.com.
10 DISCRIMINAÇÃO DE ESTÍMULOS
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11 MODELAGEM
Indicações:
Fobias;
Transtornos de Ansiedade;
Transtorno obsessivo-compulsivo;
Disfunções Sexuais;
Dificuldades de relacionamentos interpessoais;
Reabilitação de doentes crônicos;
Depressão;
Transtornos alimentares;
Problemas de comportamento na infância e adolescência;
Abuso e dependência de álcool e drogas;
Autoconhecimento.
13 CONTRAINDICAÇÕES:
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Depressão grave;
Transtornos de personalidade grave, incapacidade de estabelecer um vínculo
com o terapeuta (personalidade esquizoide ou esquizotípica);
Incapacidade de estabelecer um relacionamento honesto com o terapeuta
(personalidade antissocial);
Ausência de motivação.
Fonte: www.estresse.com.br
Segundo Beck & Alford (2000) a teoria cognitiva pode ser sumarizada em 10
axiomas ou postulados formais:
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1. O principal caminho do funcionamento ou da adaptação psicológica consiste
em estruturas de cognição com significado, denominadas esquemas. “Signifi-
cado” refere-se à interpretação da pessoa sobre um determinado contexto e da
relação daquele contexto com o self.
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9. Cada síndrome clínica tem significados mal adaptativos característicos, asso-
ciados com os componentes da tríade cognitiva. Todos os três componentes
são interpretados negativamente na depressão.
10. Na ansiedade, o self é visto como inadequado (devido a recursos deficientes),
o contexto é considerado perigoso, e o futuro parece incerto.
11. Na raiva e nos transtornos paranoides, o Self é visto como sendo maltratado
ou abusado pelos outros, e o mundo é visto como injusto e em oposição aos
interesses das pessoas. A especificidade do conteúdo cognitivo está relacio-
nada desta maneira à tríade cognitiva:
12. Há dois níveis de significado:
13. O significado público ou objetivo de um evento, que pode ter poucas implica-
ções significativas para um indivíduo;
14. O significado pessoal ou privado. O significado, ao contrário do significado pú-
blico, inclui implicações, significação ou generalizações extraídas da ocorrência
do evento.
15. O nível de significado pessoal corresponde ao conceito de “domínio pessoal”.
16. Há três níveis de cognição:
17. O pré-consciente, o não intencional, o automático (pensamentos automáticos);
18. O nível consciente;
19. O nível meta-cognitivo, que inclui respostas “realísticas” ou “racionais” (adapa-
tivas).
20. Os esquemas evoluem para facilitar a adaptação da pessoa ao ambiente, e são
neste sentido estruturas telenômicas. Portanto, um determinado estado psico-
lógico (constituído pela ativação de sistemas) não é nem adaptativo nem mal
adaptativo em si, depende do ambiente social e físico mais amplo no qual a
pessoa está inserida.
Aaron Beck propôs os princípios da teoria cognitiva, enquanto sua filha Judith Beck
enumerou os princípios da Psicoterapia Cognitiva(Beck,1997):
O paciente tem desenvolvimento contínuo, tanto antes quanto depois do trata-
mento. Delimita-se o problema a ser tratado, formulando-se a sua hipótese;
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É preciso que o paciente se sinto acolhido, que haja uma aliança terapêutica
segura. Ao final das sessões, mas não em todas, o terapeuta deve indagar ao
paciente como ele se sentiu na sessão.
O cliente vai estar ativo, participando de sua melhora. No início, conforme o
caso, o terapeuta assume o direcionamento e, de acordo com a melhora. O
cliente vai participando mais ativamente;
É orientada em meta e focaliza problemas;
Enfatiza o presente, mas em três casos recorre ao passado:
1) Quando o paciente fala muito do passado;
2) Quando o trabalho atual não está dando resultado, fez-se tudo para mudar
as crenças, mas não foi possível, então volta-se ao passado;
3) Quando o terapeuta julga que é importante entender como e quando ideias
disfuncionais se originaram e como elas afetam o hoje;
A terapia cognitiva é educativa. Ao sair da terapia, o cliente poderá fazer auto-
terapia;
Visa ter um tempo limitado, não tem intenção de deixar ninguém pelo resto da
vida em terapia;
As sessões são estruturadas. O terapeuta verifica o humor do cliente naquele
dia e prepara a agenda da sessão, obtém feedback da sessão anterior, revisa
a tarefa de casa, resume a sessão e busca feedback final;
Ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e
crenças disfuncionais;
Utiliza uma variedade de técnicas para mudar pensamento, humor e compor-
tamento do cliente.
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17 COGNIÇÃO E CONSCIÊNCIA
18 ESQUEMAS
Alguns autores utilizam o termo crenças centrais como similar a esquema, con-
tudo, Beck enfatiza a diferença entre a estrutura cognitiva- esquema- e o conteúdo da
estrutura- crença central.
Assim, enquanto os esquemas são as estruturas cognitivas que organizam e
processam a entrada de informação e representam os padrões de pensamento adqui-
ridos ao longo do desenvolvimento da pessoa, as crenças dizem respeito ao próprio
conteúdo das cognições.
As crenças surgem a partir da interação social do indivíduo com o meio. Esse
processo começa nos primeiros estágios de desenvolvimento e fornece ao indivíduo
um “teoria” coerente sobre o mundo para que ele possa se adaptar à realidade.
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Crenças centrais são estruturas cognitivas constituídas pelas convicções bási-
cas que cada indivíduo tem sobre si mesmo, sobre o outro e sobre o mundo
(Beck,1997;Beck et al.,1997;Falcone,2001).
As crenças centrais são o nível mais fundamental de crença, sendo globais,
rígidas e supergeneralizadas. Por terem sua origem nos primeiros estágios de desen-
volvimento, estas crenças são tão antigas e enraizadas que o indivíduo as tem como
verdades absolutas, e nem lhe ocorre a possibilidade de questioná-las.
As crenças intermediárias são o nível existente entre as crenças centrais e os
pensamentos automáticos e compõe –se por regras e suposições, que em geral as-
sumem o contorno de um dever.
Este tipo de crença constitui uma forma de reduzir o sofrimento provocado pe-
las crenças centrais, correspondendo basicamente a regras e suposições tais como
“eu devo”,“eu tenho que”,“ se... então”.
Quando as crenças não são funcionais, acarretam em distorção da realidade e
transtornos mentais. As crenças são aprendidas e, portanto, podem ser revisadas,
desaprendidas e ensinadas outras.
Assim como a pessoa aprendeu crenças que hoje geram dificuldades e são
insatisfatórias, ela também pode desaprendê-las e aprender outras mais satisfatórias
e mais reais.
20 PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
Fonte :www.masci.com.br
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São cognições que passam rapidamente por nossas mentes, quando estamos
em meio a situações ou relembrando acontecimentos.
Embora os indivíduos possam estar conscientes da presença de pensamentos
automáticos em um nível subliminar, normalmente não se costuma efetuar a análise
racional e cuidadosa dessas cognições.
Este tipo de pensamentos se desenvolver a partir das crenças centrais e são
interpretações imediatas, rápidas, espontâneas e involuntárias das experiências.
Elas são pré-conscientes e, na maior parte do tempo, permanecem despercebidos,
coexistindo com os fluxos de pensamentos mais manifestos.
Os pensamentos automáticos revelam a maneira como as situações são signi-
ficadas pelo indivíduo, e que distorções ele faz da realidade.
Pensamentos automáticos parecem surgir espontaneamente e, em geral, a
pessoa está mais ciente da emoção sentida em decorrência deles do que do próprio
pensamento. Inclusive, um dos indícios mais importantes de que os pensamentos
automáticos podem estar ocorrendo é a presença de emoções fortes. Quando trei-
nado, é possível ao indivíduo reconhecer estes pensamentos e identificar as crenças
centrais vinculadas a eles, e a partir daí realizar a análise racional sobre seu funcio-
namento.
Fonte: www.psicologosp.com
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21 DISTORÇÕES COGNITIVAS
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como uma rejeição amorosa e estabelece um padrão de pensamento para si-
tuações similares. Outros exemplos comuns: “Todos os meus namorados irão
me trair.”, “Isso geralmente me acontece. Parece que eu fracasso em muitas
coisas”.
Pensamento dicotômico: Pensamento preto-e-branco, polarizado e tudo ou
nada, é 8 ou 80: A pessoa vê uma situação em apenas duas categorias em vez
de em várias alternativas. Exemplo: “Se eu não for um sucesso total, eu serei
um fracasso.” A pessoa perfeccionista normalmente faz uso constante desse
erro de pensamento e isso faz com que se sinta inadequado e desvalorizado
quando o sucesso esperado não vem. Pensamentos dicotômicos tendem a
contribuir para episódios depressivos e separações conjugais. Por exemplo:
“Sou rejeitado por todos” ou “Tudo isso foi perda de tempo”.
Afirmações do tipo “deveria”: Você interpreta os eventos em termos de como
as coisas devem ser, em vez de simplesmente concentrar-se no que elas são.
Ditadura dos deverias: É muito comum em personalidades do tipo Obsessivo-
Compulsiva, pois emprega constantemente os termos: “eu deveria”, “eu tenho
que”. Pessoas com características perfeccionistas utilizam esse erro de pensa-
mento diariamente gerando ansiedade constante. A pessoa também cria ex-
pectativas exageradas em relação ao comportamento dos outros, gerando afe-
tos negativos quando estas não são preenchidas, bem como, adoecimento psi-
cológico do tipo: estresse, ansiedade generalizada, depressão. E, também,
acontecimentos indesejáveis como separação conjugal são pertinentes a esse
tipo de distorção cognitiva. Bem como, conflitos entre pais e filhos, educadores
e educandos, gerências e subordinados, entre outras relações interpessoais.
Por exemplo: “Eu deveria me sair bem. Caso contrário, serei um fracasso”.
Personalização: Você atribui a si mesmo culpa desproporcional por eventos
negativos e não consegue ver que certos eventos também são provocados pe-
los outros, quando a pessoa guarda para si mesmo a inteira responsabilidade
sobre um evento que não está sob seu controle. Por exemplo: “Eu não cuidei
bem do meu filho, por isso ele está internado no hospital”. “Meu namorado me
traiu porque eu estava estressada.” “Meu casamento terminou porque falhei”.
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Atribuição de culpa/ Síndrome da Vítima: Você se concentra na outra pessoa
como fonte de sentimentos negativos e se recusa a assumir a responsabilidade
da mudança. Por exemplo: “Estou me sentindo assim agora por culpa dela” ou
“Meus pais são a causa de todos os meus problemas”.
Comparações injustas: Você interpreta os eventos em termos de padrões ir-
realistas, comparando-se com pessoas que se saem melhor do que você e
concluindo, então, que é inferior a elas. Por exemplo: “Ela é mais bem-sucedida
do que eu” ou “Os outros se saíram melhor do que eu no teste”.
Orientação para o remorso: Você fica preso à ideia de que poderia ter se
saído melhor no passado, em vez de pensar no que pode fazer melhor agora.
Por exemplo: “Eu poderia ter conseguido um emprego melhor se tivesse ten-
tado” ou “Eu não deveria ter dito isso”.
E se…? Você faz uma série de perguntas do tipo “e se” alguma coisa aconte-
cer, e nunca fica satisfeito com as respostas. Por exemplo: “Sim, mas e se eu
não conseguir respirar? “E se eu perder o emprego?”. Essa distorção gera
muita ansiedade.
Raciocínio emocional: Você deixa os sentimentos guiarem sua interpretação
da realidade. A pessoa pensa que algo deve ser verdade porque “sente” (em
realidade, acredita) isso da maneira tão convincente que acaba por ignorar ou
desconsiderar fatos e evidências. Exemplo: “Eu sei que eu faço muitas coisas
certas no trabalho, mas eu ainda me sinto como se eu fosse um fracasso”. Por
exemplo: “Sinto-me deprimida; consequentemente, meu casamento não está
dando certo”.
Incapacidade refutar: Você rejeita qualquer evidência ou argumento que
possa contradizer os pensamentos negativos. Por exemplo, quando você
pensa “Não sou digna de amor”, rejeita como irrelevante qualquer evidência de
que as pessoas gostem de você. Consequentemente, o pensamento não é re-
futado. Outro exemplo: “Esse não é o problema real. Há problemas mais pro-
fundos, existem outros fatores.
Buscar lógica em tudo (onde não há lógica). Exemplo: “Querer entender o
porquê de acontecimentos que ocorrem ao acaso encontrar o motivo ou o cul-
pado para tudo.
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22 FALÁCIA DA MUDANÇA
23 FOCO NO JULGAMENTO
A pessoa tende a deixar tudo para depois e vai adiando tarefas e acumulando
várias atividades, geralmente a procrastinação é desencadeada pela insegurança.
Essa distorção promove muita culpa. Ex: Na próxima semana começarei meu regime.
25 TRÍADE COGNITIVA
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26 TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL DE ALBERT ELLIS
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Fonte:pt.slideshare.net
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Ellis trabalha com a categorização de regras para minimizar a vulnerabilidade
biológica – base biológica da “irracionalidade humana”, sede das “perturbações emo-
cionais”, tais como a “procrastinação” e a “falta de disciplina”.
41
Fonte: slideplayer.com.br
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Bandura considera que muitos aspectos do funcionamento da personalidade
envolvem a interação do indivíduo com outros.
Fonte: psicoativo.com
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Foi nesse contexto de mudanças e indefinições que Bandura (1977a) passou a
criticar a terapia comportamental por um suposto determinismo ambiental excessivo,
embora estivesse fazendo referência principalmente ao modelo respondente de aná-
lise do comportamento. Para Bandura (1986), os processos de aprendizagem por con-
dicionamento não eram suficientes para explicar a aquisição de comportamentos com-
plexos. Nesse sentido, o autor tomou a teoria da aprendizagem social como base teó-
rica para desenvolver o conceito de aprendizagem vicariante ou por observação, que
se caracteriza como um processo de aprendizagem, no qual o indivíduo aprende uma
resposta, a partir da observação de sua emissão por outra pessoa. Tal aprendizagem
dependeria da intermediação de processos cognitivos, por meio dos quais seriam ela-
boradas concepções sobre como as respostas observadas ocorrem e, posteriormente,
essa "construção simbólica" serviria como base para ações futuras.
45
Fonte: pt.slideshare
Bandura usa o termo modelagem, enquanto que Miller usou o termo imitação e
Freud, identificação. Ele distingue estes termos ao esclarecer que imitação significa a
duplicação exata do que o modelo faz, e a identificação geralmente envolve-se numa
incorporação indiscriminada dos modelos de comportamento. Utiliza o termo modela-
gem porque os efeitos psicológicos da exposição aos modelos são muito mais amplos
do que o simples mimetismo da resposta, contido no termo imitação; e as caracterís-
ticas definidoras da identificação são empiricamente questionáveis.
Uma das grandes contribuições de Bandura ao ponto de vista do behaviorismo
consiste na ênfase da aprendizagem por modelos. Não é essencial executar-se a res-
posta e esta ser reforçada para que ocorra aprendizagem. Muitos padrões de com-
portamento são aprendidos através da observação de modelos, mesmo se não é iden-
tificado nem mesmo uma atuação de reforçamento vicário (reforço ao modelo, tendo
um efeito sobre o comportamento do observador).
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3.Facilitação social, ou seja, aparecimento de comportamentos que não são
novos no repertório do observador, mas que não podem ser atribuídos a fatores de
inibição ou desinibição por se tratar de comportamentos socialmente aceitos.
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2. Retenção: é preciso absorver o que se aprendeu prestando atenção. É aí
que entram a imagem e a linguagem: é possível armazenar mentalmente o formato
ou descrição verbal do modelo e depois relembra-lo e reproduzi-lo sobre seu próprio
comportamento.
3. Reprodução: para incorporar o modelo observado em seu comportamento é
preciso ter condições de repeti-lo. Observar uma ginasta profissional não basta para
que uma pessoa comum saia imitando-a, mas se a pessoa tem um certo treinamento,
ao observar o atleta olímpico pode levá-la a se aperfeiçoar. Nossa habilidade para
imitar aprimoramentos por meio da prática do comportamento envolvido também é
importante, assim como conseguir imaginar como será nossa performance e buscar
por ela. Muitos atletas fazem isso.
4. Motivação: deve se ter uma razão para imitar o comportamento. Bandura
enumerou algumas motivações:
a. Reforço anterior: behaviorismo tradicional.
b. Reforço prometido: (incentivos) que podemos imaginar.
c. Reforço vicarial: vendo e recordando o modelo sendo reforçado. Estes itens
são tradicionalmente considerados causas de aprendizagem. Bandura diz que eles
não só proporcionam aprendizagem, como também demonstram o que é aprendido.
Por isso, caracteriza estes itens como motivos. Há também, as motivações negativas
que levam a pessoa a não imitar um comportamento:
d. Castigo anterior
e. Castigo prometido (ameaça)
f. Castigo vicarial:Como grande behaviorista tradicional, Bandura afirma que o
castigo, em qualquer forma, não funciona tão bem quanto uma recompensa, e ainda
corre-se o risco de ser alvo de uma vingança.
28 A AUTO-EFICÁCIA
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mantêm um alto nível de confiança em sua capacidade para ter êxito. Entretanto, as
pessoas de baixa auto eficácia sentem-se incapazes de realizar algo. Muitas vezes
desistem de tentar resolver os problemas quando seus esforços iniciais fracassam.
Quanto ao desenvolvimento da auto eficácia, Bandura considera que ambientes que
proporcionam oportunidades para experiência, facilitam a aquisição do senso de auto
eficácia; a família como fonte de aprendizagem de auto eficácia; a escola como ambi-
ente básico para a manutenção e validação social desta; e tanto na adolescência
como na vida adulta, há nossos desafios à percepção de auto eficácia e na meia idade
há as redefinições de metas e projetos e de readaptação do senso desta. Para as
pessoas que possuem auto eficácia baixa, Bandura recomenda três passos:
Trabalhando a auto-observação - conhecer-se e ter certeza de ter uma
visão exata de seu comportamento.
Trabalhando os padrões - certificar-se de que os padrões que a pessoa
estabeleceu não sejam inatingíveis. Não se destinar ao fracasso. Pa-
drões muitos baixos também não têm sentido.
Trabalhando a auto-resposta – não se castigar. Celebrar as vitórias e
não se perder sobre os fracassos. Portanto, quanto maior a auto-eficácia
maior o esforço e a persistência. E nas situações de escolha, a auto-
eficácia influi na decisão de fazer ou não alguma coisa. Quanto a produ-
ção do comportamento, afeta a motivação, mas não cria novas habilida-
des.
29 AGRESSÃO
Fonte: www.cnsr-ce.com.
50
física na classe social baixa). Se aprenderem a resolver verbalmente este tipo de con-
flito, o comportamento de agressão decresce. Outra maneira de modificar o compor-
tamento agressivo é através da apresentação de modelos que exibam respostas so-
cialmente aceitas (por exemplo, cooperação). No livro sobre agressão, Bandura des-
taca quatro formas diferentes para tentar reduzir a modelagem comercial da violência
na televisão. Uma delas refere-se ao controle pelo Congresso. É através da proibição
daquilo que não tem valor que as mudanças de comportamento são bem estabeleci-
das. A segunda abordagem é o autocontrole da produção. Como o gênero ação-aven-
tura é econômico, os programas violentos tornaram-se predominantes na televisão.
Outra abordagem é o desenvolvimento de um sistema para monitorar o nível de vio-
lência e por último, o desenvolvimento de uma programação alternativa, fora dos
meios comerciais, através da qual influenciaria a televisão comercial.
30 TERAPIA
31 TERAPIA DO AUTO-CONTROLE
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que está relacionado ao hábito: fuma-se mais após as refeições, com
café, com certos amigos, em certos lugares?
Começa-se a alterar o meio em que a pessoa vive: livrar-se dos cinzei-
ros, trocar o café pelo chá, afastar-se do companheiro fumante. Analisa-
se qual movimento e lugar é apropriado para incentivar um bom com-
portamento: quando e onde a pessoa acha que estuda melhor, por
exemplo.
A pessoa deve recompensar-se quando seguir seu plano, e arranjar um
possível castigo caso não consiga desenvolve-lo. Estes contratos devem
ser redigidos e testemunhados (terapeuta, por exemplo), e os detalhes
devem ser bem especificados.
32 TERAPIA DE MODELAGEM
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BIBLIOGRAFIA
ABREU, Cristiano Nabuco de. GUILHARD, Hélio José. Terapia comportamental e cog-
nitivo comportamental: práticas clínicas. São Paulo, Roca, 2004.
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