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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA PROFISSIONAL NAS RELACÕES DE TRABALHO

Nome da Estudante: Ricardina Augusto Colele;


Código: 708190483

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Disciplina: Ética Profissional
4º Ano;
Tutor: Laize Francisco

Gorongosa, Abril, 2022


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• Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura • Discussão 0.5
organizacionais
• Conclusão 0.5
• Bibliografia 0.5
• Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução • Descrição dos
1.0
objectivos
• Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
• Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise coesão textual)
e discussão • Revisão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional relevante
na área de estudo
• Exploração dos dados 2.5
• Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
• Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
• Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1

1. A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA PROFISSIONAL NAS RELACÕES DE TRABALHO .. Erro!


Marcador não definido.

1.1. Conceitos básicos ..................................................................................................................... 2

1.1.1. Visão redutora da profissionalidade das profissões .............. Erro! Marcador não definido.

1.2. Ética e Moral: Diferenciação e Semelhança ............................ Erro! Marcador não definido.

1.3. Ética Profissional na Relação de Trabalho; ............................. Erro! Marcador não definido.

CONCLUSÃO ................................................................................ Erro! Marcador não definido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................... Erro! Marcador não definido.


INTRODUÇÃO

O presente trabalho da disciplina de Ética profissional baseia-se no trabalho do campo atribuído


aos Estudantes do 4º ano do curso de licenciatura em Administração Pública. Neste trabalho,
abordaremos pressupostos teóricos referentes a importância da ética profissional nas relações de
trabalho; nos profissionais da Educação e saúde ilustrando alguns conceitos e diferenciação e d a
ética Profissional na Relação de Trabalho.
De seguida, as estratégias para melhor aplicação da ética profissional no ambiente de trabalho; e
explicando como é que os professores se posicionam relativamente as tarefas e aos
comportamentos que julgam do bom desempenho profissional.; as Vantagens da aplicabilidade
da Ética nas Instituições; o porquê da aplicabilidade da Ética Profissional nas Instituições; a
Relevância da Ética Profissional no Ambiente de Trabalho.
Ao abordarmos essas categorias, cremos fornecer subsídios para uma análise discursiva da ética
profissional. Com propósito metodológico, recorri a pesquisas bibliográficas, a uma vista de olhar
nos textos de apoio e serviços eletrónicos (internet), seguindo da compilação da informação
recolhida fez se o que a seguir nos é apresentado. Para a realização do trabalho passei por vários
objectivos sendo que o
Objectivo Geral:

• Analisar, através de pesquisa bibliográfica como a ética pode ser utilizada nas relações de
trabalho. Deste modo apresentei como objectivos específicos:

✓ Definir a ética no seu compto geral e relação aos profissionais de educação e saúde.
✓ Analisar as vantagens de ser uma empresa ética.

Porem para a concretização do trabalho fez uso do método de consulta bibliográfica como forma
de finalizar o trabalho.

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1. PROMOÇÃO DA ÉTICA PROFISSIONAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
1.1. Conceitos básicos
A palavra ética se origina do termo grego Ethos, que significa "modo de ser", "costume",
"comportamento". O papel da ética é justamente convencionar o que deve ser repetido,
racionalizando comportamentos benéficos ao indivíduo. “Em seu sentido de maior amplitude a
ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes.”
(SÁ, 2007, p.17)

Um conceito antes esquecido por muitos, vem tomando um espaço importante dentro de uma
organização, a questão da ética “teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade” (Vasquez, 2002, p. 23)

Como apresentado, a ética diz respeito a convivência, accção dos homens em sociedade, tendo a
moral como base de consulta para sua ação. Além disso, por mais que o homem acredite que suas
ações e decisões são tomadas exclusivamente em função da sua consciência, essas decisões são
influenciadas por seu contexto social, tendo o outro como parâmetro para seu comportamento.

Segundo Vasquez (2002) “a Ética é a ciência que estuda o comportamento moral dos homens na
sociedade”. A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais.
Esta definição nos remete a duas questões segundo Passos (2004):

O primeiro relaciona-se com o papel que ela desempenha na sociedade, no sentido de


possibilitar um equilíbrio entre os anseios individuais e os interesses da sociedade, no
sentido de possibilitar um equilíbrio entre os anseios individuais e os interesses da
sociedade; assim, não existe uma moral individual; ela é sempre social, pois envolve
relações entre sujeitos. Diante disso, as normas morais são colocadas em função de uma
concepção teórica em vigor, que quase sempre a concepção dominante.

No segundo aspecto, é conhecido que os valores morais expressam uma cultura. Dessa forma,
variam historicamente, pois cada sociedade edifica suas normas a partir das suas crenças, modelo
social, formação econômica e social.

É nesse sentido que Vaz (1993) relembra que ética desde sua acepção inicial dirigiu-se à cultura
e foi entendida como morada do homem, como abrigo protetor do ser humano, ou seja, como
condição de sobrevivência e de convivência social.

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Segundo Rosini (2003, p. 146):

A ética é definida como estudo de juízos de apreciação referentes à conduta humana


suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, relativamente à
determinada sociedade, ou de modo absoluto. No ambiente corporativo, ela procura
guiar o individuo na tomada de decisões levando-se em conta o ponto de vista
predominante na sociedade, num determinado espaço de tempo.

Para ilustrar essa questão, tem-se mais uma contribuição de Rosini (2003, p. 147), que registra
“nas atuais economias nacionais e globais, as práticas empresariais dos administradores afetam a
imagem da empresa para qual trabalham”. Sendo assim, para a empresa competir com sucesso
nos mercados nacional e mundial, será preciso manter uma sólida reputação de comportamento
ético. (Rossini, 2003)
A origem do termo ética vem de ethos, palavra grega, etimologicamente se confunde com moral,
originariamente do latim “mores”, ao se buscar o significado, percebe-se que os dois têm
denotação semelhante, hábitos e costumes, voltados para normas e procedimentos
comportamentais. Existem autores que defendem a ideia que ética e moral têm diferentes
significados, por um lado ética abrange definições teóricas críticas apoiadas no pilar moral, ou
mesmo de um sistema onde prevalecem os costumes do indivíduo, do grupo em que convive ou
mesmo da sociedade. (Maximiniano, 2004)

1.1.1 Promoção da Ética nos profissionais da Educação


Definindo Ética Para abordar o tema em questão, é importante descrever sobre seu surgimento
para uma melhor compreensão do significado e abrangência dessa palavra. “A Ética teria surgido
com Sócrates, quando o filósofo investiga e explica as normas morais que o leva a agir não só por
tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência.” (Tadêus; Cunha,
2009,p.143).

Comparato (2006) comenta em sua obra que no mundo antigo todas as decisões eram tomadas
pela religião em que não se distinguia a ética da moral. A religião era a autoridade máxima para a
avaliação dos comportamentos humanos. O que eram tradição em relação às ideias do ser
humano era acatado, já o que era novo, ou seja, o que fazia as pessoas refletirem sobre suas ações
fora do contexto onde estavam inseridas eram vistas com desconfiança.

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De acordo com o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ética e moral são “o estudo dos juízos
de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do
bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto” (p.300;
p.471).

Para tratar sobre ética é necessário fazer a distinção entre ética e moral, pois estas duas palavras,
frequentemente, são empregadas como sinônimos indicando um significado comum.

Comparato (2006) afirma que, ética é a busca da felicidade como a recompensa de um esforço
constante do ser humano, sendo este o que há de mais valioso na vida dos indivíduos e dos povos.
Para o autor é de extrema importância investigar sobre o que é bom ou sobre o que é mau para
alcançar a felicidade. No cotidiano em que vivemos essa busca já se tornou muito comum,
embora quase impossível, pois a cada momento a idealização dessa felicidade 4 muda, ou porque
o objetivo já foi alcançado e já existe outro, ou mesmo porque o convívio e interação com o
mundo afora nos traga percepções diferentes.

Pode-se dizer que a ética gira em torno de princípios e valores, orientando a ação do
estabelecimento de regras para o bem. (Caetano; Silva, 2009). Todos têm direitos e deveres no
meio em que vivem, a distinção que se faz entre ética e moral tem a intenção de salientar o
caráter crítico da reflexão, que permite um distanciamento da ação, para análise e reforma
constante, sempre que necessário. Por ser reflexiva, a ética tem, sem dúvida, um caráter teórico.
Não se realiza o gesto da reflexão por mera vontade de fazer um “exercício de crítica”. A crítica é
provocada, estimulada, por problemas, e variáveis questões que se enfrentam no cotidiano. A
reflexão ética só tem possibilidade de se realizar porque se encontra articulada a essas ações, nos
diversos contextos sociais. Assim, pode-se afirmar que a prática cotidiana transita continuamente
no terreno da moral, tendo seu caminho iluminado pelo recurso à ética.

Já para Vasquez (1992, p.2) “é um comportamento pautado por normas, em que consiste o bom -
visado pelo comportamento moral, do qual faz parte o procedimento do indivíduo concreto ou o
de todos”. Entretanto, no que diz respeito a moral do ser humano pode ser compreendida como
“um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas
são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano.” (Tadêus; Cunha,2009, p.142)

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Tanto a ética quanto a moral vêm sendo cada dia mais objeto de discussão de diversos ramos da
ciência e da filosofia. Apesar disso, é muito comum, na vida cotidiana, serem igualados os
significados de ética e moral. Distinguir esses conceitos, em uma análise, está a ética que, muitas
vezes, é vista como uma “[...] daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são
fáceis de explicar, quando alguém pergunta” (Valls, 1993, P. 7). Mas é preciso lembrar, também,
que ética é um vocábulo a ser interpretado levando em conta a cultura na qual é invocado. Moral
seria então, um conjunto de normas e condutas adequadas ao comportamento humano em meio à
sociedade. A moral estabelece princípios de vida capazes de orientar os indivíduos homem para
ações moralmente corretas. O homem é um ser moral, um ser que avalia sua ação a partir de
valores para designar as regras e princípios legitimados ou determinados individualmente, ou de
uma comunidade específica refletindo sobre estes paradigmas.

Ética na Educação

Um dos desafios nas redes escolares é contribuir para a formação moral e ética dos alunos-
cidadãos. É fundamental que, na educação, seja construída e problematizada a participação do
indivíduo na vida pública - o que reflete a consciência de realidades, conflitos, interesses
individuais e sociais, o conhecimento de mecanismos de controle e defesa de direitos, a noção
dos limites e das possibilidades de ações individuais e coletivas. “Há características individuais,
além de sociais e ambientais, que concorrem para moldar a personalidade ou definir
comportamentos, sobretudo a qualidade dos relacionamentos humanos.” (Benedetti;
Urt,2008,p.142).

De acordo com Sobrinho (2004) por muito tempo as provas escritas, testes e exames marcaram o
modo de avaliar os alunos. Como se estes fizessem parte da essência das aprendizagens e das
formações, como se a qualidade da formação de um aluno se afirmasse aos resultados alcançados
nesses instrumentos de avaliação. Na realidade, a avaliação nem sempre é aplicada com função
pedagógica, formativa e, portanto, de emancipação pessoal e social. (Sobrinho,2004) Ainda é
muito comum a sociedade estabelecer e criticar os métodos antigos, contudo se esquecem de criar
instrumentos e técnicas novas para instigar o conhecimento e ter resultados positivos em relação
ao aprendizado podendo intervir na vida de todos, refletindo desenvoltura e responsabilidade no
contexto cultural em que está inserida. Segundo Ricci (1999) deve-se obter centralidade na

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formação ética e moral do educador. Pois a escola tem o papel fundamental de potencializar e
sensibilizar o comportamento ético e civil de seus alunos que são indispensáveis para uma boa
convivência e participação ativa na sociedade. (Freire, 1996, p. 17). Para que se obtenham
resultados essa luta precisa estar inserida no cotidiano da prática educativa sempre que necessário
reavaliando seus conceitos e qualidades para que se exerça uma educação de qualidade
valorizando os conhecimentos e experiências dos alunos independente do modo de avaliação.
Para Rodrigues (2014) as crianças estão sendo enviadas cada vez mais cedo para a escola e nela
permanecerão por um longo tempo de suas vidas. “Cada vez mais a Escola exercerá ou poderá
exercer um papel que a ela jamais foi atribuído em tempos passados: o de ser a instituição
formadora dos seres humanos.” (Rodrigues, 2001, p. 253). Por isso se faz necessário estar atento
à qualidade no que diz respeito ao papel do educador que reflete na formação educacional desde
o primeiro contato com a instituição. 6 No mundo moderno, a educação formal tem ficado sob a
responsabilidade social de uma instituição específica a escola. Devido à amplitude do seu
trabalho, essa instituição tem exercido um papel fundamental na vida individual e coletiva das
pessoas. A escola, de fato, institui a cidadania. É ela o lugar onde as crianças deixam de pertencer
exclusivamente à família para integrarem-se numa comunidade mais ampla em que os indivíduos
estão reunidos não por vínculos de parentesco ou de afinidade, mas pela obrigação de viver em
comum. A escola institui, em outras palavras, a coabitação de seres diferentes sob a autoridade de
uma mesma regra. (Canivez, 1991, p. 33). A criança ao ir para a escola já deve ter noção dos
conceitos básicos de respeitar alguns métodos de autoridade, não completaram a sua formação,
não atingiram a maturidade dos seus órgãos e nem das suas funções. Necessitam de tempo, de
oportunidade e de adequada estimulação para efetivar tais tarefas pois são seres que estão por vir
a ser. Enquanto isso, precisam de proteção, afeição e cuidados especiais, afeto, atenção, mas
acontece que as coisas não andam bem assim. Algumas famílias não estão dando conta de fazer
esse papel de formação primária, de iniciar a criança em convivência com os demais seres
humanos em sociedade. 3.3 Ética do Educador De acordo com Freire (2014)

1.1.2 Promoção da Ética nos profissionais da Saúde


Como já dissemos que a Ética é o conjunto de princípios e valores morais que conduzem o
comportamento humano dentro da sociedade. Ter uma conduta ética no trabalho, seguindo

6
padrões e valores, tanto da sociedade, quanto da própria organização, é essencial para o alcance
da excelência profissional.

A Ética profissional exige a deontologia, palavra que deriva do grego, significando deontos,
obrigatório e logia, estudos. Portanto, é o mesmo que “o estudo dos deveres específicos que
orientam o agir humano no seu campo profissional; de outro lado, exige a diciologia, isto é, o
estudo dos direitos que a pessoa tem ao exercer suas atividades” (Camargo, 1999, p. 32)

Nesse sentido, a ética profissional torna-se intrínseca à natureza humana, pois se fundamenta no
rol dos direitos e deveres relativos à responsabilidade que cada ser humano precisa praticar no
seu ambiente de trabalho. No campo da saúde, a relação entre ética e a prática profissional é
ainda mais importante, a considerar a influência dessa relação na manutenção do efeito bem-estar
das pessoas e como relata Buss (1990), na construção de um sistema de saúde que realmente
opere com compromisso social, qualificação e postura ética. Por essa razão, a ética não pode e
não deve estar nunca isolada da prática profissional, haja vista que o bem pessoal e social
depende em muito dessa união no ambiente de trabalho. Afinal, “a qualidade de vida é
influenciada pelo bem ou mal-estar físico, mas não depende apenas disso”. Já que as metas
necessidades são uma realidade evidente, para quem quer que analise o ser humano em
profundidade” (Mezzomo et al., 2003, p. 36 negrito do autor). Por tudo isso, pode-se dizer que a
ética profissional se constitui em um conjunto de normas de conduta, que obrigatoriamente
deverão ser colocadas em práticas no exercício de qualquer profissão, principalmente quando
relacionada à área da saúde. Sendo importante ressaltar que as reflexões da ética para os
profissionais de saúde, nesse sentido, implicam a observância, em especial, dos “deveres e
responsabilidades no exercício das atividades assistenciais” (Graciano & Badim, pp. 37-38).

1.2.1. A Ética e o papel do profissional de saúde

Desse modo, a reflexão da ética para os profissionais da saúde assume papel extremamente
relevante na qualidade do comportamento humano, nos diversos relacionamentos profissionais, e
funciona na prática como um conjunto de princípios éticos normativos que, de forma geral, busca
garantir a integridade do grupo e ao mesmo tempo o bem-estar da classe profissional. Esses
princípios, por sua vez, são redigidos em uma estrutura sob a forma de códigos intitulada Código
de Ética, cuja finalidade é direcionar a conduta humana individual do profissional para o coletivo,
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conforme os princípios de convívio da sociedade em geral, bem como os específicos para cada
uma das profissões. (Costa, 2012)

Nesse sentido, o código de ética profissional deve evidenciar os procedimentos permitidos e


proibidos, de forma a permitir evolução harmônica, regular a ação, o bem-estar da sociedade, a
formação da consciência de grupo e o padrão de conduta aceita em determinada profissão. E com
isso, assegurar a sinceridade dos participantes dentro e fora da classe profissional a qual
pertencem (Camargo, 1999; Lisboa, 1997; Sá, 2000). Assim, cada organismo profissional, por
meio de seus Conselhos de Classe que, geralmente são formados por profissionais da área em
números ímpares, nomeados para tal papel, se reúne em comissões de ética e desenvolvem os
seus próprios Códigos de Ética Profissional, haja vista as necessidades particulares para preservar
os interesses da classe profissional. Portanto, o código de ética profissional torna-se princípios
éticos obrigatórios e válidos para todos os seus membros participantes, pois se busca zelar para
que estes sejam observados por todos os 6 membros participantes dessa classe profissional, no
exercício de sua função ou cargo. (Lisboa, 1997).

Dessa maneira, ferir a ética profissional significa violar a lei da consciência, ou o código de ética
da profissão, pois não cumprir com os compromissos pertinentes à função e cargo ocupado, fazer
uso deste apenas para benefício próprio ou prejudicar as pessoas que dependem desses serviços,
adotar postura que tende a prejudicar as pessoas ou a comunidade de forma geral a quem a
profissão deveria servir é considerado prática inadequada que fere os princípios norteadores da
ética profissional. Embora sejam instituídos os códigos de éticas para regular e minimizar os
conflitos que surgem no âmbito profissional, esses não conseguem resolver todos os problemas,
mas é de fato um documento normativo e, portanto, serve para estabelecer os princípios morais e
éticos válidos para a profissão. No entanto, quando se pensa em profissional da saúde, deve-se
imaginar que cada área, com os seus respectivos órgãos de classe, devem seguir seus códigos
como se fosse lei da consciência.

Também, segundo Camon et al. (2002), existe a falta de ética até mesmo entre os próprios
profissionais, pois

Pacientes em condição de discernir sobre a conduta profissional dos especialistas, em


condições de avaliar criticamente o atendimento recebido e de optar sobre o tratamento a
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que se submetem dificilmente são incluídos nas pesquisas de saúde [...] o trabalho sobre
tudo na área da saúde prefere não contar com interferências críticas, e não há nada de
ético nestas ações. (CAMON et al., 2002, p.37).

De acordo com Mezzomo et al. (2003), “os profissionais da saúde [...] encontram pessoas com
sentimentos, emoções, valores e crenças mais diversas. Nem sempre se dá a devida atenção a
essas realidades pessoais objetivas e subjetivas”. E, ao contrário disto, os profissionais da área da
saúde deveriam compreender que qualquer estado de doença revela que o ser humano é mais que
uma realidade biofísica, portanto, requer cuidados que vão além do tratamento médico, pois estes,
por sua vez, precisam ser reconhecimentos em sua natureza e também com os direitos e deveres
da sociedade.

Qualquer programa de humanização terá forte apoio e será mais sólido se for efetuado
pela aceitação de uma nova imagem da pessoa enferma e um novo conceito de
responsabilidade perante a mesma saúde. Na verdade, mais que a pessoa em si, guarda a
relação com a vida, ou melhor, com a qualidade de vida (MEZZOMO et al., 2003, p. 37-
38). Assim, pode-se dizer que a vida não pode ser compreendida como uma coisa sem
valor; a vida deve ser instaurada, como afirma Mezzomo et al. (2003, p. 38),

com qualidade real, que, por sua vez, “só existe quando procede ou resulta de valores profundos e
transcendentais.” Portanto, a promoção desses valores e respeito ao paciente na área da saúde
torna-se “condição indispensável para se fazer humanização”. Neste sentido, a ética no
atendimento humanizado assume o papel básico para o sucesso no âmbito profissional. Aliás, é
requisito para a convivência humana em qualquer esfera da vida. Afinal, a ética nos remete a
compreender que “somente o ser humano é constituído como ser ético por causa do uso da razão,
capacidade, liberdade e consciência dos seus próprios atos, pois envolve a si mesmo, o outro e a
sociedade.” (Oquisso, 2006, p. 45). 7 Já que, segundo Oquisso (2006, p.49), “o objeto da ética é
constituído de atos conscientes e voluntários dos indivíduos, os quais podem repercutir e trazer
consequências a outros indivíduos”. Schuh e Albuquerque (2012) acreditam ser a ética na saúde
de vital importância para os profissionais promoverem a prestação de serviços à população
brasileira, com responsabilidade e qualificação. E também, como afirmam Brandt e Monzillo
(2009), para buscarem soluções aos novos desafios pertinentes aos avanços tecnológicos da
Medicina. Nota-se também a crescente busca da aplicação da bioética pelos profissionais, cuja
reflexão tem contribuído para o aprimoramento do pensamento crítico, já que caminha no sentido
de explicar as condutas a serem tomadas em certas situações, ao realizar suas atividades
profissionais ou em pesquisas da saúde (Santanna; Ennes, 2006).
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Repensar a formação dos profissionais da saúde, principalmente na dimensão ética do
fazer cotidiano, é ponto fundamental na atualidade, visto que as transformações ocorrem
numa escala incontrolável e as questões humanas estão fortemente condicionadas ao
avanço técnico-científico revolucionário, levando o homem a mudanças no seu modo de
pensar, de agir, de ser ético (Furlan, 2008, P. 1).

Portanto, a reflexão da ética na saúde é notória, bem como a sua exigência nos diversos espaços
de atendimento à saúde, pois o produto final, seja a humanização da prática médica ou a
observância dos princípios éticos, na prática diária destes profissionais, pressupõe respeito aos
valores morais e culturais dos indivíduos, de forma a construir uma sociedade mais justa e digna.
(Schuh; Albuquerque, 2012). Como também se torna ponto relevante em meio à má condição de
trabalho do profissional em saúde buscar melhoria da qualidade da assistência médica e das
capacidades de decisão, quer sejam elas por parte desses profissionais ou dos usuários dos
serviços. (Brandt; Monzillo, 2009). Mas, essas condutas, segundo Buss (1990), só poderão ser
acolhidas se houver a colaboração dos especialistas, no sentido de se conscientizarem da
necessidade de uma educação permanente, cuja capacidade técnico-científica e aptidões imperem
nas mais diversas áreas da saúde. Temos, então, um cenário cheio de turbulências, que nos
permite compreender que os desafios éticos na contemporaneidade aumentam e as questões éticas
neste mundo pluralista se aplicam, pois “agora ao alcance de todos, renasce” e o “desafio é
encontrar um ponto de partida novo, abrangente e capaz de interpretar o homem, a terra e o
universo nas suas novas circunstâncias” (hühne, 1997, p. 27). Diante dessa afirmação, abre-se
espaço para os novos referenciais relevantes, pois vejo a necessidade e a importância do resgate
ético como mediação e interlocução, não apenas para o uso da ética na atividade prática dos
profissionais da saúde, mas sim, para a sobrevivência humana neste século marcado pelas
desigualdades e incertezas, provocado por um individualismo que impera em meio aos grandes
paradoxos e contradições do mundo contemporâneo (costa, 2003; russ, 1999).

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CONCLUSÃO
Na saude a realização deste trabalho possibilitou compreender a importância da ética no campo
da Educacao bem como da saúde, pois o mesmo evidenciou que não basta ao profissional da
saúde possuir a capacitação técnica para exercer a sua função; é imprescindível que este aja
sempre de acordo com os princípios éticos e morais que devem nortear e fundamentar sua
conduta cotidiana na relação com a sociedade usuária dos seus serviços.
Apesar da evolução da medicina no decorrer dos anos, seja em procedimentos técnico-científicos
ouno uso da biotecnologia, para prevenir e curar praticamente todos os tipos de doenças, as nos
possibilita observar que a qualidade dos serviços de saúde depende muito do respeito aos
princípioséticos e morais por parte dos profissionais que atuam nas mais diversas áreas da
saúde.A Ética em nosso cotidiano, trata-se de um desafio, porque ao mesmo tempo que vemos
pessoas se referirem a ela com frequência, percebemos descrença em relação à possibilidade de
sua interferência. Ressalta-se que o educador deve sempre estar disposto às mudanças, para trazer
novas ideias e ter o poder de transformar suas aulas em atividades coletivas, não apenas
competitivas e individuais, mas sim participativas onde o coletivo se sobreponha ao individual.
Ao compreender as noções e os princípios que sustentam a ética individual coloca-se as pessoas a
refletir sobre suas ações e assim realizar práticas engajadas em princípios e moralidade. O
educador pode contribuir para reforçar que vale a pena aprender, que a vida tem mais aspectos
positivos que negativos, que o ser humano está evoluindo, que pode realizar-se cada vez mais.
Em suma todo educador é tido como referência e exemplo para seus educandos. Portanto é de
fundamental importância que ele possa repensar suas ações, como agente transformador e com
ética intervindo na construção do conhecimento de seus alunos. É necessário repensar as ações
educativas no sentido de formar cidadãos não “competidores” e sim “colaboradores” de uma
cultura com ética e cidadania. Faz-se assim o entendimento em que o profissional que age com
ética e moral, dignifica suas ações agindo em favor de uma correta ação pessoal beneficiando,
contudo aos outros e a favor de sua própria dignidade humana.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Camargo, M. (1999). Fundamentos de ética geral e profissional. Petrópolis: RJ: Vozes.

Comparato, F. K. ( 2006). Ética: direito, moral e religião no mundo moderno. São Paulo:
Companhia das Letras.

Costa, E. D. (2012). PRÁTICA DA ÉTICA PARA PROFISSIONAIS NO CAMPO DA SAÚDE .


Discente do 3º semestre do curso de graduação em Fisioterapia, FISA/FUNEC (Santa Fé do Sul,
SP). .

Graciano, R. D., & Badim. (2009). A influência da ética na enfermagem. Einstein:EducContin


Saúde., v.7, n.1, p.37-38, 2009. Disponível em:
<http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/1131-ECv7n1_37-38.pdf>. Acesso em: 24 abr.
2022.

Maximiniano, A. C. (2004). Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas.

Rossini, A. (2003). Administração de Sistemas de Informação e a Gestão do Conhecimento. São


Paulo: Pioneira Thomson Learning.

Vasquez, A. S. (2002). Ética Civilização . Rio de Janeiro: 22 ed. Brasileira,.

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