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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Tema: Universais linguísticos

Nome do estudante: Alfândega Ricardo Tendecai


Código: 708210064
Docente: Aquil João Salimo

Curso: Língua Portuguesa


Disciplina: Sociolinguistica
Ano de Frequência:3º

Tete, Setembro de 2023

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objectivos
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trabalho
• Articulação e
Conteúdo domínio do discurso
académico(
expressão escrita 3,0
cuidada, coerência/
Analise e coesão textual)
discursão • Revisão bibliográfica
nacional e
internacional 2,0
relevante na área do
estudo.
• Exploração de dados 2,5
conclusão • Contribuição teórico 2,0
pratico
Aspectos • Paginação, tipo e
gerais tamanho de letra,
formatação paragrafo 1,0
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linhas

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6ª edição em • Rigor e coerência das
Referência citações citações/ referencias 2,0
bibliográficas bibliográficas bibliográficas

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Índice
1. Introdução ..................................................................................................................... 4

1.1 Objectivos ................................................................................................................... 4

1.2 Metodologia ................................................................................................................ 4

1.3 Contextualização ........................................................................................................ 4

2. Os universais linguísticos ............................................................................................. 5

2.1 Universais fonológicos ............................................................................................... 6

2.1.1 Fonética ................................................................................................................... 6

2.1.2 Fonologia ................................................................................................................. 6

2.2 Universais gramaticais ................................................................................................ 8

2.2.1 O papel da gramática normativa e da gerativa no ensino de língua portuguesa ...... 9

2.3 Universais semânticos .............................................................................................. 10

2.4 Universais lexicais .................................................................................................... 11

2.5 Universais pragmáticos............................................................................................. 12

2.6 Os Universais Estilísticos ......................................................................................... 13

3. Conclusão ................................................................................................................... 15

3.1 Referencias bibliográficas………...………………………………………………..16

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1. Introdução
A disciplina de Sociolinguística tem como objectivo fazer com que compreendamos os
conceitos básicos que envolvem os estudos linguísticos; diferenciar suas principais
correntes; conhecer os teóricos basilares e seus textos fontes. Esta disciplina é de suma
importância, pois fará com que compreendamos melhor as que envolvem a linguagem.
Além disso, como futuros profissionais da área da linguagem, precisamos conhecer as
teorias linguísticas a fim de que elas nos auxiliem na nossa prática docente.
O trabalho tem como tema “Universais linguísticos” e objectiva-se a compreender os
universais linguísticos. O mesmo é composto por Introdução, Desenvolvimento e
Conclusão como elementos chaves, e por fim, a bibliografia.

1.1 Objectivos
1.1.2 Geral:
✓ Compreender os universais linguísticos.
1.1.2 Específicos:
✓ Conceituar “Universais linguísticos;
✓ Identificar os universais linguísticos;
✓ Explicar a universalidade linguística.

1.2 Metodologia
Para o presente estudo buscamos a abordagem descritiva, de modo que o objecto de
estudo e os procedimentos metodológicos já se encontram definidos, a fim de
chegarmos à resposta, sobre aquilo que pretendemos analisar conforme o tema proposto.
Desse modo, Fonseca (2002), afirma que “a pesquisa bibliográfica é feita a partir do
levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e
electrónicos” (p. 32).

1.3 Contextualização
O objectivo da linguística é tornar compreensível a possibilidade de produção de
infinitas frases por parte dos falantes, ou seja, dar conta da competência linguística dos
sujeitos usuários da linguagem, mantendo a pretensão de ainda ser uma ciência
empírica. Assim, a experiencia e a experimentação tem um papel assegurado no seu
modo de procedimento, porem, de acordo com alguns autores, somente sob condições
idealizadas. Na linguística, o que corresponde aos dados empíricos característicos de

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uma ciência empírica é o conjunto dos proferimentos reais, realizados no tempo e no
espaço pelos falantes de uma língua, ou o que ele chama de performance dos falantes.
Mas, segundo alguns autores como Chomsky, Saussure por exemplo, o objectivo do
linguista é o de buscar extrair as regras que subjazem a performance dos falantes, regras
que no seu conjunto constituem a sua competência. Ou seja, o par de conceitos
performance/competência corresponde, em Chomsky, grosso modo, ao par de conceitos
parole/langue, em Saussure. Para tal, a explicitação das regras subjacentes que
constituem a competência dos falantes só pode ser alcançada na medida em que os
dados empíricos, i.e. a performance, são encarados sob condições idealizadas, ou seja,
purificados dos entraves representados pelos factores extralinguísticos. Pois os actos de
fala particulares que constituem a performance dos falantes, por serem ocorrências
como outras quaisquer na natureza, estão muitas vezes submetidos a factores
extralinguísticos, por exemplo, factores psicológicos, como stress e cansaço, ou mesmo
físicos, como barulho e calor excessivos, o que explica os erros que vez por outra
comete ao falar. Contudo, esses erros eventualmente cometidos em tais circunstâncias
não indicam que haja perda de competência por parte dos falantes, que é o que interessa
ao linguista. O autor Chomsky por exemplo, ele sustenta que o linguista deve encarar os
dados empíricos típicos de sua ciência, a performance, sob condições idealizadas, não
entravadas por factores irrelevantes para sua ciência. Só assim, afirma ele, a linguística
pode pretender alcançar o status de ciência propriamente dita. Em contraposição a isso,
essa estratégia de idealização das situações de performance poderia parecer aos
linguistas estruturalistas, de orientação behaviorista, por conseguinte, empirista, não
passar de um artifício especulativo, inaceitável para uma linguística tomada como
ciência dos fatos linguísticos. Em suma, a estratégia de idealização proposta por
Chomsky poderia lançar dúvidas sobre o status científico da linguística.

2. Os universais linguísticos
Universais linguísticos são definidos em linguística como categorias, propriedades,
relações, tendências consideradas comuns a todas as línguas, embora sejam muito
diferentes em muitos aspectos.
Existem vários universais linguísticos: fonológicos, gramaticais, semânticos, lexicais,
pragmáticos, estilísticos, etc., portanto, existem universais em todas as áreas da
linguagem.

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2.1 Universais fonológicos

2.1.1 Fonética
Na concepção de Cristófaro-Silva (2001), “é a ciência que apresenta os métodos para a
descrição, classificação e transcrição dos sons da fala, principalmente aqueles sons
utilizados na linguagem humana”, (p. 23).
A autora apresenta as áreas de actuação da fonética, caracterizando cada uma delas:

Fonética articulatória – compreende o estudo da produção da fala do ponto de


vista fisiológico e articulatório;
Fonética auditiva – compreende o estudo da percepção da fala;
Fonética acústica – compreende o estudo das propriedades físicas dos sons da fala
a partir de sua transmissão do falante ao ouvinte;
Fonética instrumental – compreende o estudo das propriedades físicas dos sons
da fala, levando em consideração o apoio de instrumentos laboratoriais.

Ao tratarem de fonética e fonologia, Massini-Cagliari e Cagliari (2006), dizem que “a


fonética e a fonologia são áreas da linguística que estudam os sons da fala, (p.105).
Por terem o mesmo objecto de estudo, são ciências relacionadas.” Eles acrescentam que
“esse mesmo objecto é tomado de pontos de vista diferentes, em cada caso.” Voltam-se
especialmente para a fonética articulatória e acústica, tratando também da prosódia e
seus elementos. A prosódia corresponde à musicalidade da fala, considerando-se que “a
fala tem melodia (entoação, tons) e harmonia (acento e ritmo).” Segundo os autores
mencionados, “são esses factores que fazem a “música da fala”.

2.1.2 Fonologia
Na concepção de Santos e Souza (2003), “a fonologia opera com a função e organização
desses sons em sistemas”, (p. 9).
Ao discorrerem sobre a diferença entre fonética e fonologia, informam que é possível
ter em algumas línguas sílabas formadas, em início de uma mesma sílaba, pela
sequência de sons „s‟, „m‟ e „r‟. Segundo os autores, em serbo-crota, por exemplo,
tem-se a palavra fedor, sequência que não é possível em outras línguas, como em
português, visto que, como é sabido, não é possível ter três consoantes seguidas na
mesma sílaba. Dessa forma, a fonologia volta-se para as possíveis combinações e
arranjos em determinado sistema linguístico.

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Cristófaro-Silva (2011), define fonologia como uma disciplina “linguística que
investiga o componente sonoro das línguas naturais do ponto de vista organizacional”,
(p. 110).
Ela acrescenta ainda que:

Determina a distribuição dos sons e o contraste entre eles, com ênfase na


organização dos sistemas sonoros. Caracteriza também a boa-formação das sílabas
e dos aspectos supra-segmentais como, por exemplo, o tom e o acento. Relaciona-
se com o estudo gramatical do conhecimento linguístico, ou seja, a competência.
Tem interface com a fonética, com a morfologia e com a sintaxe.

Conforme as definições apresentadas pelos diferentes autores, a fonologia tem grande


contribuição na formação do futuro professor de língua materna, visto que o auxiliará no
conhecimento do sistema da sua língua, o que lhe possibilitará entender as funções e
diferenças dos fonemas dentro do sistema de comunicação linguística. Nesse aspecto,
ele precisa assimilar que os fonemas possuem características fónicas capazes de
diferenciar significados.
Por exemplo, o fonema /p/, que é oclusivo, bilabial, surdo, diferencia-se do fonema /b/,
por ser oclusivo, bilabial, sonoro, apresentando apenas um traço distintivo do primeiro,
que é o traço de vozeamento.
Nesse sentido, a fonética e a fonologia estuda os sons produzidos através da fala
analisando as variações fónicas de um determinado som, dentro de um segmento em
que a língua está inserida.

Exemplo 1: no português a vogal “e” tem duas representações sonoras, um aberto,


como visto na palavra “pé” (membro inferior do corpo humano) e outro fechado, como
na palavra “pê” (letra).

Para Mori (2006,), a fonologia estuda os fonemas “como unidades discretas, distintivas
e funcionais”, (p. 148).
É por isso que é possível contrastar a palavra “gato” com “pato”, observando a
variação no significado; “isso quer dizer que os segmentos /g/ e /p/ são fonemas” no
português.
Segundo o mesmo autor (2006), “a fonologia estuda as diferenças fónicas
correlacionadas com as diferenças de significado”, (p. 149).

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Tomando ainda as palavras “gato” e “pato”, observa-se que os fones [g] e [p] exercem
uma função dentro do português e relacionam-se a diferenças de significados,
apresentando também uma inter-relação significativa para formar sílabas, morfemas e
palavras.

2.2 Universais gramaticais


Mioto, Lopes e Silva (2000), chamam-nos a atenção para a diferença entre Gramática
Tradicional e Gramática Gerativa na definição que propõem para Gramática Tradicional:

Gramática pode ser entendida, nesse sentido, como o conjunto das regras ‘do bem
falar e do bem escrever’. Repare que, nesta acepção, apenas uma variedade da
língua está em jogo: a norma culta ou padrão; e é esse ‘padrão’ que guiará os
julgamentos do que é ‘certo’ ou ‘errado’ na língua, (p. 17).

Chomsky atribui aspectos linguísticos pertencentes a uma criança, como a criatividade


do falante que é a sua capacidade de emitir e de compreender frases inéditas, a factores
dessa gramática interna, pois, segundo ele, para a construção de frases é preciso seguir
regras que definem a sequência de palavras, o que comprova que a linguagem está
interligada às características inerentes a espécie humana, reafirmando assim seu carácter
universal, cuja linguagem é provinda de uma predisposição biológica cognitiva e
contém parâmetros que serão definidos pela influência do ambiente externo. Os
argumentos utilizados por Chomsky para validar a teoria da gramática universal são os
seguintes:
(...) a criança, que é exposta normalmente a uma fala precária, fragmentada, cheia
de frases truncadas ou incompletas, é capaz de dominar um conjunto complexo de
regras ou princípios básicos que constituem a gramática internalizada do falante.
(...). Um mecanismo ou dispositivo inato de aquisição da linguagem (...), que
elabore hipóteses linguísticas sobre dados linguísticos primários (isto é, a língua a
que a criança está exposta), gera uma gramática especifica, que é a gramática da
língua nativa da criança, de maneira relativamente fácil e com um certo grau de
instantaneidade. Isto é, esse mecanismo inato faz “desabrochar” o que “já está lá”,
através da projecção, nos dados do ambiente, de um conhecimento linguístico
prévio, sintáctico por natureza (Scarpa, 2001. p. 4).

Na concepção chomskyana, a língua é um fenómeno interno ao falante, uma capacidade


genética.
Para comprovar sua teoria, o linguista aponta para o fato de que mesmo que
submetêssemos um animal a certa língua e por determinado tempo, por mais
evoluído que seja este, ele jamais aprenderá essa língua, ao contrário do que
ocorreria com uma criança, pois esta facilmente consegue absorver os dados
linguísticos em sua complexidade, (Scarpa, 2001).

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Há quem diga que se fosse assim não explicaria um papagaio conseguir falar, mas
o que acontece é que ele apenas repete um número limitado de sons que ouve e
uma criança tanto reproduz os sons que ouve quanto consegue criar novas
sentenças com eles, sem que precise de nenhum aprendizado para isso (Maia,
2006).

Exemplo 2: uma criança que fala “cabeu” ao invés de “coube”, “trazi” ao invés de
“trouxe”, “tua pai” ao invés de “tua mae”, tenta conjugar os verbos caber e trazer no
passado, e usa o mesmo pronome possessivo para ambos géneros e isso ninguém lhe
ensinou e nem ela ouviu palavra do tipo. Isso só acontece devido à gramática que nos é
internalizada.

2.2.1 O papel da gramática normativa e da gerativa no ensino de língua portuguesa


Uma dessas gramáticas é denominada de normativa, que é a priorizada nas escolas e nas
aulas de línguas, a qual prescreve regras, segundo as construções consideradas aceitas
pela norma culta.
Essa perspectiva, também conhecida como prescritiva, impõem regras com o intuito de
controlo social (Possenti, 1997).

Exemplo 3: de gramática normativa em sala de aula é quando estudamos ortografia. Na


frase seguinte, por exemplo: “Gostou da carne?” “Comi duzentas gramas”. Pelas
regras de ortografia da norma culta do nosso português “a grama” equivale à relva, a
capim; a palavra “o grama” no masculino é que equivale à unidade de medida, de peso,
então, nesse caso o correto seria: “Comi duzentos gramas”.
Palavras como estas costumam causar muitas vezes ambiguidade e até incompreensão,
caso estas sentenças venham isoladas. Essas normas facilitam o entendimento das
palavras, ajudando na comunicação, já que é padrão para todos os falantes de uma
mesma língua. Também numa ocasião em que se exige formalidade, sempre se
empregam as regras do falar culto da gramática normativa. Portanto, esse tipo de
gramática contribui de forma significativa para nossa competência linguística.
Os gerativistas procuram compreender como a intuição, sobre as estruturas sintácticas
de uma língua, ocorre na mente dos falantes. E buscam constituir um modelo teórico
capaz de descrever e explicar a natureza e o funcionamento dessa faculdade. A partir
daí, foram construindo-se os modelos teóricos chomskyanos do gerativismo: a
gramática transformacional e a gramática universal.

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Como já possuímos uma gramática interna, a Gramática Universal, conseguimos
distinguir frases gramaticais e agramaticais da língua específica a qual adquirimos,
mesmo sem utilizar os conhecimentos da gramática normativa. Por exemplo, na nossa
língua portuguesa conseguimos entender frases do tipo: “Nossa Senhora do Rosário
está me guiando nessa caminhada”, mas se esta frase estiver escrita dessa forma: “Está
caminhada nessa Nossa Senhora do Rosário me guiando”, todo falante da língua
portuguesa, independente de conhecer regras gramaticais ou não, entende que há aqui
uma inadequação. Esse conhecimento inconsciente que o falante possui e que é comum
a todas as línguas, portanto, não varia, é chamado por Chomsky de competência
linguística.

2.3 Universais semânticos


No quadro da gramática gerativa, semântica é um meio de representação do sentido dos
enunciados.
A teoria semântica deve “explicar as regras gerais que condicionam a interpretação
semântica dos enunciados do mesmo modo que a teoria fonológica deve explicar as
regras fonológicas universais, das quais as línguas não utilizam senão, um subconjunto”
(Dubois, 1973, p. 528).
Simplificadamente, a semântica estuda o sentido e a aplicação das palavras em um
determinado contexto.

Exemplo 4: a palavra manga pode ter vários significados, de uma fruta a uma parte de
uma roupa.
A semântica estuda as relações entre o signo e a coisa significada, sem qualquer
referência aos falantes e a sintaxe, as relações formais entre os signos, com
independência das pessoas que falam e as relações com as coisas significadas (Cunha,
2008).
Os estudos semânticos podem ser descritivos ou sincrónicos, quando se referem à
significação das formas linguísticas e às relações significativas que mantêm entre si
num determinado espaço de tempo, e históricos ou diacrónicos, quando se referem às
significações no decorrer do tempo (ou seja, as transformações de sentido de uma forma
ou às mudanças que se verificam entre as relações significativas que mantêm entre si).

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Para estudar, usar e falar de semântica, o estudioso, no caso o professor, deve dominar
alguns conceitos que levam à semântica, como por exemplo: conotação, denotação,
homonímia, lexema, metassemia, onomasiologia, dentre outros.
As relações de sentido dentro da semântica lexical nos levam a algumas definições
muito importantes:
2.3.1 Sinonímia
Os sinónimos são palavras de sentido igual ou aproximado.
2.3.2 Antonímia
São palavras de significação oposta.
2.3.3 Homonímia
Os homónimos são palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes a mesma grafia,
mas sentido diferente. O mais impressionante nos homónimos, segundo Cegalla (2008),
é o seu aspecto gráfico e fonético, por isso serem divididos em:
• Homógrafos heterofónicos – iguais na escrita e diferentes no timbre ou na
intensidade das vogais.
Exemplo 5: rego (substantivo) e rego (verbo)
para (verbo parar) e para (preposição)

• Homófonos heterográficos – iguais na pronúncia e diferentes na escrita.


Exemplo 6: acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir)
paço (palácio) e passo (andar)

• Homófonos homográficos – iguais na escrita e na pronúncia.


Exemplo 7: somem (verbo somar) e somem (verbo sumir)
Cedo (verbo) e cedo (advérbio)

• Paronímia São palavras parecidas na escrita e na pronúncia.


Exemplo 8: coro e couro; cesta e sesta; osso e ouço; infligir e infrigir.

2.4 Universais lexicais


2.4.1 O que é uma palavra?

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Na área da informática a palavra possa ser rigorosamente definida como uma sequência
de letras delimitada em ambas as extremidades por um espaço, essa definição não serve
quando, além do significante, queremos incluir também a significado.
Daí a inevitável criação de outras expressões como vocábulo, termo, monema,
sintagma, lema, lexema, semantema, lexia, sinapsia ou paráfrases mais longas como
sintagma lexicalizado ou unidade mínima de significação - sem falar em termos mais
raros como lexes ou lexóides.
Na língua portuguesa, pedra, teria como palavra, de acordo com o Aurélio, 24 acepções.

Exemplo 9: (bloco de pedra, a pedra do anel, uma pedra de sal, choveu pedra,
cantaram a pedra, coração de pedra, etc.); já como termo médico pedra, terá apenas
uma dessas acepções

Exemplo 10: (pedra no sentido de “concreção que se forma em reservatórios


musculomembranosos e nos canais excretores de glândulas”, (Ferreira, 1986, p. 1292).

2.5 Universais pragmáticos


Segundo Geitman, Reisberg e Gross (2007), as menores unidades linguísticas que
carregam significados são denominadas morfemas, sendo a palavra um agrupamento
organizado de morfema, (p. 346).
Mais adiante continua: uma locução é um agrupamento organizado de palavras (“o”,
“preto” e “gato” se combinam para produzir a locução “o gato preto”) e uma sentença
é um agrupamento organizado de locuções (“o gato preto fugiu”).
Na linguística, várias teorias buscam explicar como a linguagem transmite o
significado. Segundo a “Teoria da definição do significado das palavras” o significado
pleno de cada palavra é um conjunto de características essenciais para participar da
classe que a palavra representa. Assim, “solteirão” é composto do conjunto de
características necessárias para ser um “solteirão” {solteiro}, {humano}, {adulto} e
{homem}. Logo, se um homem adulto é casado, não pode ser um solteirão.
No entanto, se ele é grego ou inglês não afecta o seu estado de “solteirão”, pois segundo
esta teoria as características semânticas constituem a definição necessária e suficiente de
cada palavra (Geitman, Reisberg e Gross, 2007, p. 350).
Por outro lado, a “Teoria do Protótipo do Significado” aponta os problemas
relacionados à “Teoria da definição” para formular-se. Um primeiro problema apontado

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indica que salvo algumas palavras, é demasiado difícil chegar a definições que cubram
todos os usos da palavra. É o que acontece quando se tenta definir como característica
semântica da palavra “ave” o fato de que as aves são cobertas penas. No entanto, aves
recém-nascidas e aves depenadas não têm penas, mas ainda assim são aves. As emas
possuem pouca pena e, também assim, são aves. Outro problema decorre do fato de que
certos membros de uma categoria de significado parecem exemplificar aquela categoria
mais do que outros.

2.6 Os Universais Estilísticos


O pressuposto da existência de universais estilísticos complementa a hipótese de que,
embora haja divergências entre as línguas, existem elementos comuns a todas elas (os
universais linguísticos). Já se repetiu indefinidamente o exemplo chomskiano de que,
em qualquer idioma, para se produzir um número infinito de sentenças utiliza-se um
conjunto reduzido de vocábulos e de regras gramaticais. Outro exemplo que se costuma
citar consiste na dupla articulação da linguagem: as línguas conhecidas se estruturam na
base de um nível não significativo de unidades (os fonemas) e de um nível superior, em
que as unidades já passam a ter algum significado (os morfemas). Além dessa
constatação, todas elas apresentam um número bem pequeno de fonemas e as oposições
fonológicas que os distinguem são bastante limitadas.
Ora, assim como se tem procurado provar a existência de traços comuns a qualquer
língua, talvez com maior razão se possa aplicar esse pressuposto à Estilística, uma vez
que os factores emotivos fazem parte intrínseca da vida humana e se transmitem, na
maioria das vezes, pela linguagem verbal.
Se analisarmos bem, chegaremos à conclusão de que muitas das realizações presentes
numa dada norma linguística se devem a um intuito expressivo.
As ocorrências em português, interpretadas pelos gramáticos como excepções, são
abundantes. Observemos uma simples regra de formação de palavras: para se produzir
adjectivos derivados de substantivos, há disponíveis morfes tais como o sufixo [-oso].
Temos, então: gosto > gostoso; calor > caloroso; forma > formoso; estilo > estiloso,
etc. Seguindo essa regra, de medo teríamos medoso. É justamente aí que entra a questão
da motivação do signo. O fonema /r/ inserido no derivado medroso se deve, sem
nenhuma dúvida, a um apelo no nível sensorial, no sentido de conotar a sensação de
tremer.

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Desvios em qualquer nível linguístico não são raros. Assim, ainda recorrendo ao
mecanismo de formação de palavras, para se produzir um verbo a partir de um nome,
um dos recursos é o de acrescentar o sufixo [-izar]. É o que se verifica em: real >
realizar; formal > formalizar; canal > canalizar, etc. Do adjectivo ridículo, de acordo
com a regra, teríamos o verbo ridiculizar, que por algum tempo foi defendido
intransigentemente pelos puristas. Ora, é inquestionável que a variante ridicularizar
adquire maior força expressiva, em virtude dos valores sensoriais que o alongamento do
vocábulo pode evocar.

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3. Conclusão
No presente trabalho, objectivamos compreender os universais linguísticos onde sendo
apoiados pela gramática, sintaxe, semântica, estilística, pragmática, etc., conseguimos
almejar os objectivos propostos neste trabalho.
Vimos ao longo do trabalho que uma palavra pode ter vários significados de acordo
com a sua posição na frase, por exemplo, altura: O José tem uma boa altura/Naquela
altura eu acabava de chegar. Nestas duas frases, temos o emprego da palavra altura em
dois significados diferentes.
Também conhecemos como a gramática gerativa e a normativa se apresentam em sala
de aula e como as duas contribuem para o ensino/aprendizado da língua portuguesa.
Enfim, desenvolver esse artigo voltado para tal temática foi imprescindível, já que
compreender e saber como funciona os universais linguísticos nos indivíduos contribui
para o ensino/aprendizado de uma língua.

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3.1 Referências bibliográficas

Cunha, A. S. C. da. (2008). I Simpósio de Estudos Filológicos e Linguísticos. A


importância da contribuição da gramática gerativa no ensino de morfologia
derivacional., promovido pelo CiFEFiL e realizado na FFP (UERJ), de 3 a 7 de
Março de 2008. Disponível em:
<http://www.filologia.org.br/revista/40suple/a%20_importancia_da_contribuica
o.pdf> Acesso em: 16 Setembro. 2023.
Dubois, J. et al. (1973). Dicionário de Linguística. São Paulo: Cultrix.
Maia, M. (2006). Manual de Linguística: subsídios para a formação de professores
indígenas na área de linguagem. Brasília: MEC/UNESCO.
Massini, C. e Cagliari, L. C. (2006). Fonética. In: Mussalim, Fernanda; Bentes, Ana
Christina (Org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. V.1., 6.ed. São
Paulo: Cortez.
Mercado de Letras.
Mioto, C.; Silva, M. C. F.; Lopes, R. E. V. (2000). Manual de sintaxe. Florianópolis:
Insular.
Mori, A. C. (2006). Fonologia. IN: Mussalim, Fernandes e Bentes, Ana Christina(Org.).
Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 6.ed. vol.I São Paulo: Cortez.
Possenti, S. (1997). Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas:
Scarpa, E. M. (2001). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. Aquisição da
linguagem. v. 2.

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