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Curso: Geografia
Disciplina: Pedogeografia
Ano de Frequência: 1º ano
Turma: H
O tutor: Stanley António Mataio
Metodologias .............................................................................................................................. 4
Conclusão ................................................................................................................................. 12
Referências: .............................................................................................................................. 13
Introdução
A porção externa e superficial da crosta terrestre é formada por vários tipos de corpos rochosos
que constituem o manto rochoso. Estas rochas estão sujeitas a condições que alteram a sua
forma física e sua composição química. Estes fatores que produzem essas alterações são
chamados de agentes de intemperismo. Pode-se então conceituar o intemperismo como o
conjunto de processos físicos e químicos que modificam as rochas quando expostas ao tempo.
O processo do intemperismo se dá em duas fases:
Nesta desintegração, através de agentes como água, temperatura, pressão, vegetação e vento,
formam-se os pedregulhos e as areias (solos de partículas grossas) e até mesmo os siltes
(partícula intermediária entre areia e argila). Somente em condições especiais são formadas as
argilas (partículas finas), resultantes da decomposição do feldspato das rochas ígneas.
Objectivos do trabalho
• Identificar os factores de formação dos Solos
• Caracterizar os factores de formação dos Solos.
Metodologias
Para a eficácia do trabalho, optou-se por uma pesquisa bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza, segundo Severino (2007), a partir do: [...]
registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros,
artigos, teses etc. Utilizam-se dados de categorias teóricas já trabalhadas por outros
pesquisadores e devidamente registrados.
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Formação dos solos
O solo corresponde à porção superficial da Terra onde é realizada a maior parte das atividades
humanas. Trata-se de uma parte integrada da paisagem, responsável pela sustentação da vida
vegetal e da manutenção dos recursos naturais relacionados. Acima de tudo, o solo é também
um importante recurso natural ( Pena, 2008, p.34).
Cada rocha e cada maciço rochoso se decompõem de uma forma própria. Porções mais
fraturadas se decompõem mais intensamente do que as partes maciças, e certos constituintes
das rochas são mais solúveis que outros. As rochas que se dispõem em camadas, respondem
ao intemperismo de forma diferente para cada camada, resultando numa alteração diferencial.
O material decomposto pode ser transportado pela água, pelo vento, etc.
Em se tratando dos processos de formação de solo, pode-se falar da adição, ou seja, tudo que é
incorporado ao solo em desenvolvimento, sendo a matéria orgânica o principal constituinte
adicionado. Sobre os processos de perdas, estas podem ser em relação a erosão ou lixiviação.
A água da chuva solubiliza os minerais do solo, os quais liberam cálcio, magnésio e potássio
que são levados para camadas subterrâneas (LIMA; LIMA, 2001; PEREIRA et al., 2022).
Por último, pode-se citar o transporte como um processo de formação do solo, que, em
decorrência da gravidade e da evapotranspiração, resulta na translocação de materiais orgânicos
e minerais para dentro do solo. Essa movimentação pode ser ascendente ou descendente, em
que no primeiro caso, em condições de climas com poucas chuvas, elementos químicos como
o sódio podem ser levados em solução para a superfície do solo e depositados na forma de sal
(LIMA; LIMA, 2001; PEREIRA et al., 2022).
Sobre as classes de solo de maior expressão no território brasileiro, destacam-se os Latossolos
e Argissolos, os quais, juntos, ocupam cerca de 56% do país. Dentre os principais fatores de
formação dos Latossolos é possível destacar relevo, clima e tempo, caracterizado pelo intenso
intemperismo e elevada profundidade, ocorrendo principalmente nos pontos mais altos do
relevo, que associado a pequenas declividade, propicia uma boa infiltração e drenagem. Como
consequência da boa umidade do solo, intensificam-se as reações de hidrólise, responsável pela
transformação de minerais e resultando na predominância de quartzo na fração areia e caulinita
e óxidos de ferro e alumínio na fração argila. Além disso, as boas condições de drenagem
resultam na lixiviação de alguns nutrientes. Essa combinação dos fatores relevo, clima e tempo
juntamente com os múltiplos processos de transformação e perda caracterizam o processo de
ferralitização, principal atuante na formação dos Latossolos (PEREIRA et al., 2022).
Segundo Pereira et al. (2022), os principais fatores de formação dos Argissolos são clima e
relevo, evidenciando um aumento no teor de argila em profundidade e ocorrência em terços
médios e superiores da paisagem em condições de relevo ondulado a levemente ondulado.
Em relação aos Latossolos, mais de um terço dos solos brasileiros correspondem a essa classe,
apresentando avançado desenvolvimento pedogenético. Os minerais como caulinita e
oxihidróxidos de Fe e Al, como hematita, goethita e gibbsita, são predominantes nesses solos
por serem mais resistentes ao intemperismo. Devido a seus variados graus de cristalinidade e
cargas variáveis, podem influenciar nas propriedades físicas e químicas dos solos, como a CTC,
exemplo (MIELKI, 2014).
Os organismos atuantes na formação do solo referem-se à fauna e flora do local, tendo uma
relação estreita com a temperatura devido à adaptabilidade desse a determinado local. A matéria
orgânica adicionada ao solo por resíduos de folhas ou raízes e sua decomposição pela fauna
influência na agregação de partículas, no escurecimento do horizonte superficial, na infiltração
da água e também na retenção de nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta (LIMA;
LIMA, 2001).
Por fim, tem-se o tempo como o último componente dos fatores de formação do solo, entretanto,
este não apresenta apenas uma relação cronológica, mas também de maturidade e evolução.
Dokuchaev (década de 70, século XIX) o solo desenvolve-se em função da interação do clima,
organismos, relevo, material de origem e tempo.
Jenny (1941) definiu que toda propriedade do solo pode ser tanto causa quanto efeito. São na
verdade variáveis independentes, com forte interdependência.
S = ƒ(cl, o, t, r, mo ...)
Factor Clima
É o fator que, isoladamente, mais afeta o intemperismo.
• Parâmetros climáticos: precipitação e temperatura determinam a velocidade de reação química
sua natureza.
• A temperatura potencializa as reações químicas, ao mesmo tempo que aumenta a evaporação,
diminuindo o volume de água disponível para a lixiviação dos produtos solúveis.
• Climas quentes e humidos favorecem o intemperismo dos solos porque fornecem mais água
e estimulam uma maior atividade microbiana.
Factor Relevo
• Assim como o material de origem, pode ser considerado um estado inicial estabelecido antes
do início da pedogênese (Fanning & Fanning, 1989).
• Dentre os efeitos do relevo na formação dos solos destacam-se:
a. distribuição da umidade na paisagem;
b. erosão e sedimentação;
c. distribuição da radiação solar nas faces do terreno
Nesse sentido, é importante e necessário observar que a característica dos solos, o seu tempo
de constituição, a sua profundidade e sua estrutura estarão relacionados com os elementos
atuantes nesse processo, chamados de fatores de formação dos solos, a saber: o material de
origem, o relevo, os organismos vivos, o clima e o tempo (Pena, 2008, p.34).
a) Material de origem
O material de origem corresponde à formação rochosa original que foi intemperizada para dar
origem aos solos, dando a ele suas principais características. Por mais que existam solos cuja
composição advém do depósito sedimentar oriundo de diferentes áreas, é a rocha mãe que
determina suas principais características (Pena, 2008, p.34).
Assim, materiais rochosos compostos por arenitos, por exemplo, darão origem a solos arenosos;
já material composto por granito dará origem a outros tipos de solos. Um exemplo muito
conhecido no Brasil é a formação da chamada “terra roxa”, oriunda de rochas vulcânicas –
como o basalto – que são ricas em enxofre e que, por isso, deram origem a um solo muito fértil.
b) Relevo
Em áreas de relevo mais inclinado, a infiltração da água é menor, o que provoca uma menor
ação do intemperismo sobre a rocha mãe e também uma remoção maior dos sedimentos na
superfície, formando solos mais rasos. Já em áreas mais baixas, o acúmulo de água é maior,
provocando uma maior ação intempérica e, por outro lado, dificultando a drenagem, o que
ocasiona a redução do ferro e solos mais orgânicos. Além disso, o grau de inclinação do relevo
torna-o menos ou mais exposto à iluminação solar, o que também afeta a sua composição e
textura.
c) Organismos vivos
Os organismos vivos atuam de forma contínua sobre o solo, tanto na sua formação quanto na
sua transformação, conservando-o, degradando-o ou alterando sua composição físico-química.
Nessa categoria, podemos incluir desde os micro-organismos até os seres humanos.
d) Clima
A maior parte dos agentes intempéricos está relacionada com processos meteorológicos e
climatológicos, a exemplo da água das chuvas, dos ventos e da temperatura. Assim, o tipo
climático e suas variações ao longo do tempo são determinantes para a formação dos solos e
também para a velocidade do desgaste do material original.
Regiões de clima mais quente tendem a apresentar processos mais acelerados de formação dos
solos, pois o calor acelera as relações químicas. A intensidade e frequência das chuvas, a pressão
atmosférica, o índice anual de insolação e a força dos ventos também são fatores importantes
nesse contexto.
e) Tempo
O período de tempo também precisa ser considerado no processo de formação dos solos. Áreas
formadas em épocas geológicas mais recentes estiveram por menos tempo expostas aos agentes
intempéricos e, por isso, apresentam solos jovens e mais rasos, geralmente com menor
quantidade de material orgânico ( Pena, 2008, p.34).
O solo é o resultado da ação integrada e simultânea de organismos e do clima sobre seu material
de origem, o qual está localizado em um relevo por um determinado período de tempo. A junção
desses elementos: material de origem, organismos, clima, relevo e tempo, constitui os chamados
factores de formação do solo (Lima, 2001).
Além disso, durante seu desenvolvimento, o solo passa por diversos processos de formação,
como perdas, transformações, transportes e adições, os quais são responsáveis pela formação
de todos os tipos de solos, de diferentes intensidades a depender das variações dos fatores de
formação (Lima, 2001).
Uma mesma rocha é capaz de originar solos muito diferentes em função da variação dos outros
fatores de formação. Por exemplo, o granito em condições de clima quente e seco resultará em
um solo raso e pedregoso, devido a baixa quantidade de chuvas; já em um clima quente e úmido,
solos mais profundos, não pedregosos e mais pobres (PEREIRA et al., 2022).
Os nutrientes como cálcio, magnésio, potássio e fósforo provém dos minerais presentes nas
rochas, que, ao se decomporem pela ação e intemperismo, liberam-os no solo a fim de serem
absorvidos pelas plantas. Desse modo, solos originários de rochas com grande quantidade
desses nutrientes podem resultar em solos mais férteis, de modo que solos originários de rochas
pobres serão necessariamente de baixa fertilidade (LIMA, 2001; PEREIRA et al., 2022).
Os sedimentos, outro grupo de material de origem, são formados a partir da intemperização das
rochas e atuação dos processos erosivos, transportados ou depositados ao longo da paisagem
(LIMA, 2001).
A temperatura, por sua vez, apresenta efeito indireto, de modo que influencia na velocidade
das reações químicas e do intemperismo. Desse modo, em regiões de clima frio e temperado,
os solos tendem a ser mais jovens, e com teores de carbono orgânico maior.
Em climas quentes e úmidos, os solos são mais profundos e intemperizados. Em locais que as
taxas de evaporação ultrapassam a precipitação, pode ocorrer formação de solos salinos, além
de possibilidade de argilas expansivas que propiciam rachaduras na superfície e fendas em
profundidade (PEREIRA.et al., 2022)
A seguir tem-se o relevo como um importante fator de formação do solo, visto que é responsável
pelo controle dos fluxos de água como lixiviação de solutos, atuação dos processo erosivos e
condições de drenagem. Em relevos planos, a maior parte da água da chuva se infiltra no solo,
favorecendo a formação de solos mais profundos.
Entretanto, nesses relevos também é possível a ocorrência de solos rasos, quando a região é
muito seca e quantidade de chuvas não é suficiente para a formação de um solo profundo ou
quando os solos são desenvolvidos a partir de rochas muito resistentes ao intemperismo.
Ainda nesse sentido, o avançado intemperismo, por resultar em maiores teores de hidrogênio e
alumínio no complexo de troca e, assim, na solução, resultando em maior acidez, o que explica
em parte um dos processos que originam a acidez do solo (RONQUIN, 2010).
Referências:
LIMA, Valmiqui Costa; LIMA, Marcelo Ricardo de. FORMAÇÃO DO SOLO. 2001.
Disponível em: http://www.mrlima.agrarias.ufpr.br/SEB/arquivos/formacao_solo.pdf. Acesso
em: 8 abr. 2022.
MIELKI, Guilherme Furlan. Disponibilidade de ferro em solos tropicais e sua absorção pela
planta. 2014. Disponível em:
https://www.locus.ufv.br/bitstream/123456789/6548/1/texto%20completo.pdf. Acesso em: 10
abr. 2022.
RONQUIN, Carlos Cesar - Conceitos de fertilidade do solo e manejo adequado para as regiões
tropicais - Campinas: Embrapa Monitoramento por Satélite, 2010. Disponível em:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/31004/1/BPD-8.pdf Acesso em: 10 abr.
2022.