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Gramática latina: pronúncia clássica

(reconstruída)
Parte da gramática latina que eu, Samuel Kleber dos Santos, redijo. Conforme a Escritura prescreveu, nunca ate a boca ao
boi que debulha o grão.
2. Ortografia e fonologia:

José Guillen ensinou que a língua latina não permaneceu a mesma padrão durante a sua história. O
argumento de Guillen em sua gramática1 é o de que a mesma se baseia nas normas seguidas por
autores da idade que ele considerou ser a “idade de ouro” do latim, sendo notadas por vezes variantes
de autores da idade que ele considerou ser a “idade de ferro”, pois, Guillen escreveu 2, autores da idade
que ele considerou ser de ferro teriam exercido grande influxo na língua dos da idade que ele
considerou ser de ouro. Guillen disse3 que sua gramática se ocupa pouco com autores da idade que ele
considerou ser “idade de prata”. Esta minha gramática é uma transmissão, em sua maior parte, do que
José Guillen ensinou em sua gramática.

2.1 Alfabeto:

José Guillen ensinou aparentemente4 que o uso do alfabeto latino na idade que ele considerou ser
idade de ouro era sempre maiúsculo, e seu ensino implica no seguinte alfabeto 5, expondo eu entre
parênteses a pronúncia das letras, quando necessário:

A, B, C ("ke", como em "capa", não como em "cedo"), D, E, F, G ("gue", como em "gato", não como
em "gelatina"), H ("há" com som aspirado, como no "h" inglês em "house"), I, K, L (eL), M (eM), N
(eN), O, P, Q (Qu), R (eRRR, vibrando), S (eS), T, V (é uma vogal; som de U), X (éKS), Y (som do
U francês), Z (som de D mais S, ds).

Ele ensinou6 que a letra “Y” entrou no alfabeto latino por meio de palavras de origem grega, e também
ensinou que as formas “J” e “V” teriam sido inseridas como formas consonantais das vogais “I” e “U”
posteriormente, pelos renascentistas. Também ensinou 7 que as nações modernas pronunciam os
fonemas latinos mais ou menos semelhantes aos do próprio latim.

2.2. Pronúncias:

Guillén expôs8 um quadro no qual contém uma comparação entre a pronúncia de algumas palavras no
latim clássico para com algumas outras pronúncias das mesmas palavras em outras línguas. Exponho
abaixo somente a parte da pronúncia considerada clássica. Exponho primeiro a parte de vogais e
ditongos, e mais abaixo a parte de consoantes. A exposição que faço tem algumas adaptações minhas,
porém o conteúdo é o mesmo que foi ensinado por Guillén:

Pronúncia considerada clássica – vogais e ditongos:


Escrita: Pronúncia:
Vogais e ditongos: Palavra: Pronúncia da vogal ou do ditongo: Pronúncia da palavra:
Y LYRA u (francês) lyra
AE LAETUS ai-ae laitus-laetus
OE FOEDUS oi-oe foidus-foedus

1 Guillen, “Gramática latina”, preliminares, “a língua latina”, ponto 4.


2 Ibid.
3 Ibid.
4 Guillen, “Gramática latina”, preliminares, “a língua latina”, ponto 5.
5 Guillen aparenta errar numa informação relacionada à letra V. Ele escreveu; "El latín se escribía con las mismas letras
que el castellano, si exceptuamos la j, la v, la ch, la ll y la ñ". Porém, o uso da forma V era sim presente na época
clássica. Beccari diz que a forma U veio a ser presente somente em aprox. 200 do reinado do Senhor.
6 Guillen, “Gramática latina”, preliminares, “a língua latina”, ponto 5.
7 Guillen, “Gramática latina”, preliminares, “a língua latina”, ponto 6.
8 Guillen, “Gramática latina”, preliminares, “a língua latina”, quadro comparativo.
Como se pode perceber, José Guillen considerou o “Y” uma vogal. A sua pronúncia é a pronúncia do
“u” francês, e isso porque essa letra entrou no alfabeto latino por meio de palavras de origem grega.
Como tenho ensinado na disciplina de gramática grega, transmitindo o que Lourenço Stelio Rega e
Johannes Bergmann ensinaram9, a letra υ (ypsilon) grega tem o som do “u” francês, como em “tu”, ou
do “ü” no alemão “Güte”.

Quanto aos dois ditongos abaixo do “Y” na tabela acima, as duas vogais dos ditongos são
pronunciadas, na pronúncia considerada clássica do latim.

Abaixo, uma continuação das informações que Guillen expôs10. É uma tabela semelhante à que
exponho acima, porém relacionada às consoantes.

Pronúncia considerada clássica – consoantes:


Escrita: Pronúncia:
Consoantes: Palavra: Pronúncia da consoante: Pronúncia da palavra:
CE, CI CECIDI ke, ki kekidi
CH CHORVS k korus
GE, GI GIGES gue, gui (em português) guigues
NGV, I, E ANGVIS ngüi, ngüe angüis
H HOLVS h inglês holus (inglês)
I (consonantalizado) IANVA j janua
LL PALLA l-l pal-la
PH SULPHVR p sulpur
QVI-QVE QVIDQVE qüe, qüi qüidqüe
QVA, QVO, QVV QVA qüa, qüo, qüu qüa
RH RHETOR r retor
SCI, SCE SCIENTIA sk skientia
TI + vogal NATIO t (forte) natio
TH THORAX t torax
V (consonantalizado) VITA v (f) ? vita (lábio-dental)
Z ZONA ds dsona

2.3. Inventário fonológico consonantal:

Inventário fonológico consonantal é um arranjo das consoantes em relação à fonologia delas. A


fonologia consonantal pode ser estudada levando-se em conta os pontos de articulação das consoantes,
os modos de articulação delas e as funções das pregas vocálicas e das cavidades oral e nasal nas
consoantes. Uma consoante é designada "consoante" em razão de que ela soa (soante) junto (com) o
som que sai das pregas vocálicas (assim, "consoante", soando junto). Para este estudo, pontos de
articulação relaciono três: os lábios, o véu palatino e os dentes.

Lábios - consoantes labiais.


Véu palatino - consoantes velares.
Dentes - consoantes dentais.

9 Lourenço Rega e Johannes Bergmann, “Noções do Grego Bíblico – Gramática Fundamental”.


10 Guillen, “Gramática latina”, preliminares, “a língua latina”, quadro comparativo.
Em relação aos modos de articulação das consoantes, tais modos estão relacionados ao como que os
pontos de articulação acima influenciam o som da consoante. Se os pontos de articulação acima
obstruem de alguma forma, temos um modo de articulação obstruinte na consoante. Se não há
obstrução, temos um modo de articulação continuante.

Obstruinte - com obstrução.


Continuante - sem obstrução.

Além disso, as pregas vocálicas de alguma forma podem também influenciar ou não o som das
consoantes. Quando influencia, temos uma função de sonoridade das pregas vocálicas nas consoantes.
Quando não influencia, temos uma função de surdez das pregas vocálicas nas consoantes. Assim, as
consoantes, além de labiais, velares ou dentais, e além de obstruintes ou continuantes, podem ser
também sonoras ou surdas.

Sonora - quando as pregas vocálicas influenciam o som da consoante.


Surda - quando as pregas vocálicas não influenciam o som da consoante.

E também as cavidades oral e nasal podem influenciar, de algum modo, o som da consoante. Quando
a cavidade oral influencia o som em fricção, temos uma consoante fricativa; quando em vibração,
temos uma consoante vibrante; se na lateral da cavidade oral, temos uma consoante lateral. Se a
cavidade nasal influencia o som, temos uma consoante nasal.

Assim, uma consoante pode ser labial, velar ou dental, e também ou obstruinte ou continuante, e
também surda ou sonora, e também fricativa, vibrante, lateral ou nasal. Guillen expôs11 o seguinte
inventário fonológico consonantal, com algumas adaptações minhas:

Inventário consonantal do latim considerado clássico:


Pontos de articulação: Articulação obstruinte: Articulação continuante:
Fricativas Vibrante Lateral Nasais
Surdas Sonoras Surdas Sonora Sonora Sonoras
Labiais P B F M
Dentais T D S R L N
Velares C/K/Q G H

Em relação à Doxa Theou Estudos:

“Doxa Theou Estudos” (DTE) é uma iniciativa de estudo e ensino que visa a glória de Deus. “Doxa
Theou” significa “glória de Deus” em grego, palavras que extraí de 1Coríntios 10.31: “Portanto, quer
comais quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.” (παντα ἐις
δοξαν Θεοῦ ποιειτε [panta eis panta eis doxan Τheouheou poieite]). Deste versículo extraí o nome desta). Deste versículo extraí o nome desta
iniciativa, pois este nome expressa exatamente a visão do trabalho da Doxa Theou Estudos: a glória de
Deus. Assim, a Doxa Theou Estudos visa glorificar a Deus no trabalho de pesquisa e ensino.

Se desejas estudar gramática latina, entre em contato. Queira o Senhor Jesus conceder graça a ti.

Em Cristo,
Samuel Kleber dos Santos
Idealizador, diretor e professor da Doxa Theou Estudos
11 Guillen, “Gramática latina”; fonetica historica; capítulo 1; preliminares; quadro básico.
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