Você está na página 1de 625

Prefeitura Municipal de Maricá do Estado do Rio de Janeiro

MARICÁ-RJ
Docente II
Edital N° 1/2018
JL124-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Prefeitura Municipal de Maricá do Estado do Rio de Janeiro

Cargo: Docente II

(Baseado no Edital nº 1/2018)

• Língua Portuguesa
• Raciocínio Lógico
• Noções de Informática
• Conhecimentos Específicos
- Fundamentos da Educação
- Língua Portuguesa
- Matemática
- História
- Geografia
- Ciências

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Ana Luiza Cesário
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Leandro Filho

Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO

PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO.

A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas.


Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público.
Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a
matéria é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. Afinal corremos contra o tempo,
por isso a preparação é muito importante.
Aproveitando, convidamos você para conhecer nossa linha de produtos “Cursos online”, conteúdos
preparatórios e por edital, ministrados pelos melhores professores do mercado.
Estar à frente é nosso objetivo, sempre.
Contamos com índice de aprovação de 87%*.
O que nos motiva é a busca da excelência. Aumentar este índice é nossa meta.
Acesse www.novaconcursos.com.br e conheça todos os nossos produtos.
Oferecemos uma solução completa com foco na sua aprovação, como: apostilas, livros, cursos on-
line, questões comentadas e treinamentos com simulados online.
Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida!
Obrigado e bons estudos!

*Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição.

CURSO ONLINE

PASSO 1
Acesse:
www.novaconcursos.com.br/passaporte

PASSO 2
Digite o código do produto no campo indicado no
site.
O código encontra-se no verso da capa da apostila.
*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: FV054-18

PASSO 3
Pronto!
Você já pode acessar os conteúdos online.
SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Interpretação de textos, com domínio de relações discursivas, semânticas e morfossintáticas. ............................................. 83


Tipos textuais: narrativo, descritivo, argumentativo e injuntivo............................................................................................................. 85
Gêneros discursivos. ............................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e coerência textual. ................................................................................................................................................................................. 86
Valor dos conectivos. ............................................................................................................................................................................................. 07
Usos dos pronomes. ............................................................................................................................................................................................... 07
Semântica: sinonímia, polissemia, homonímia, hiperonímia, hiponímia. .......................................................................................... 76
Figuras de linguagem: hipérbole, metáfora, metonímia, personificação e outros......................................................................... 76
Estrutura e formação de palavras: composição, derivação e outros processos. ............................................................................. 04
Flexão nominal e verbal. ....................................................................................................................................................................................... 07
Emprego de tempos e modos verbais. ........................................................................................................................................................... 07
Classes de palavras. ................................................................................................................................................................................................ 07
Regência nominal e verbal. .................................................................................................................................................................................. 58
Concordância nominal e verbal. ........................................................................................................................................................................ 52
Estruturação de períodos: coordenação, subordinação e correlação. ................................................................................................ 63
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................. 50
Variação linguística. ..............................................................................................................................................................................................101
Ortografia vigente.................................................................................................................................................................................................... 44

Raciocínio Lógico
Sequências Lógicas e leis de formação: verbais, numéricas e geométricas; .................................................................................... 26
Teoria dos conjuntos: simbologia, operações e diagramas de Venn-Euler;...................................................................................... 01
Problemas com tabelas; ........................................................................................................................................................................................ 01
Problemas sobre as quatro operações fundamentais da Matemática; .............................................................................................. 42
Proporções; ................................................................................................................................................................................................................ 71
Regra de três simples e composta; ................................................................................................................................................................... 71
Regra de Sociedade; ............................................................................................................................................................................................... 71
Análise Combinatória: aplicações do Princípio Fundamental da Contagem e do Princípio da Casa dos Pombos; ......... 30
Noções de probabilidades: definições, propriedades e problemas...................................................................................................... 30

Noções de Informática

Noções de informática: conceitos. ................................................................................................................................................................... 01


Componentes dos sistemas de computação: hardware e software. ................................................................................................... 01
Software Básico, software utilitário, software aplicativo e software livre: conceitos. .................................................................... 01
Rede de computadores (cabeadas e wireless) e equipamentos de conectividade: conceitos e aplicações. ....................... 70
Conceitos, funções e aplicações de Intranet e Internet. .......................................................................................................................... 55
Tipos e características dos navegadores e dispositivos móveis. ........................................................................................................... 55
Conceitos sobre tecnologias e ferramentas de colaboração, computação na nuvem, correio eletrônico e webmail,
grupos de discussão, fóruns, wikis e redes sociais. .................................................................................................................................... 55
Sistema Operacional Windows 7/8.1(Português), Linux e LibreOffice 5.3.7 (Português): conceitos, interface, comandos,
funções, recursos e usabilidade. ........................................................................................................................................................................ 01
Editor de texto MS Word 2007/2010/2013/2016 (Português): conceitos, comandos, recursos e usabilidade. ................. 21
Planilha eletrônica MS Excel 2007/2010/2013/2016 (Português): conceitos, comandos, recursos e usabilidade (interface,
bancos de dados, criação de planilhas, referências a células, cópia lógica, uso de fórmulas e funções, modelos, geração
de gráficos, formatação de células e impressão). ....................................................................................................................................... 21
Redes de computadores e Internet: conceitos, tecnologias, ferramentas, aplicativos e serviços. Segurança da Informação:
conceitos, princípios, problemas, ameaças, ataques. ................................................................................................................................ 70
Backup e antivírus.................................................................................................................................................................................................... 64
SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos - Fundamentos da Educação

Educação: principais aspectos históricos e conceituais da Educação Brasileira......................................................................................01


Teorias recentes sobre desenvolvimento infantil..................................................................................................................................................03
Organização e dinâmica do currículo: mediação, inclusão, avaliação, participação e protagonismos.........................................05
Concepções de aprendizagem e ensino; aluno e professor.............................................................................................................................09
Legislação atual. Diretrizes Curriculares Nacionais...............................................................................................................................................10
Estatuto da Criança e do Adolescente e atualizações.........................................................................................................................................27

Conhecimentos Específicos - Língua Portuguesa

Texto: leitura e compreensão. .......................................................................................................................................................................................01


Textos verbais e não verbais. .........................................................................................................................................................................................01
Texto literário e não literário; linguagens denotativa e conotativa; intertextualidade e polifonia. ................................................01
Tipologia textual e gêneros de circulação social. .................................................................................................................................................17
Coesão e coerência do texto. ........................................................................................................................................................................................39
Variabilidade linguística....................................................................................................................................................................................................50
Fonologia: fonema e letra; sílaba, encontros vocálicos e consonantais, dígrafos; ................................................................................54
Ortografia; .............................................................................................................................................................................................................................56
Acentuação tônica e gráfica. .........................................................................................................................................................................................64
Morfossintaxe: noções básicas de estrutura de palavras; ................................................................................................................................68
classes de palavras; tempos e modos verbais. ......................................................................................................................................................68
Alfabetização e letramento.............................................................................................................................................................................................68

Conhecimentos Específicos - Matemática

Números Naturais e Números Racionais. ................................................................................................................................................................01


Operações com números naturais e números racionais. .................................................................................................................................01
Figuras geométricas espaciais e planas.....................................................................................................................................................................11
Área e perímetro. ...............................................................................................................................................................................................................11
Sistemas de medidas decimais: comprimento, área, volume, capacidade, massa e temperatura..................................................27
Medidas de tempo. ..........................................................................................................................................................................................................27
Sistema monetário brasileiro. .......................................................................................................................................................................................31
Tratamento da informação: leitura, interpretação e construção de tabelas e gráficos........................................................................35

Conhecimentos Específicos - História

Fontes históricas e periodização. Formação da sociedade brasileira...........................................................................................................01


Acontecimentos dos períodos da História do Brasil............................................................................................................................................07
História do Estado do Rio de Janeiro.........................................................................................................................................................................10
Construção dos conceitos de tempo..........................................................................................................................................................................11

Conhecimentos Específicos - Geografia

Localização espacial: pontos cardeais e colaterais. Mapas,..............................................................................................................................01


Escalas, plantas e convenções cartográficas...........................................................................................................................................................04
Relevo, solo, hidrografia, clima e vegetação; transformações naturais e humanas...............................................................................05
Brasil: população, urbanização, divisões do espaço............................................................................................................................................17
Mundo: divisão do trabalho,..........................................................................................................................................................................................20
Globalização e questão ambiental...............................................................................................................................................................................20
SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos - Ciências

Ar: importância, composição e propriedades.........................................................................................................................................................01


Água: importância, composição, propriedades, estados físicos e ciclo da água....................................................................................01
Solo: importância, composição e erosão..................................................................................................................................................................05
Seres vivos: caracterização geral e classificação....................................................................................................................................................06
Relações entre os seres vivos e os ambientes........................................................................................................................................................06
Ecossistemas..........................................................................................................................................................................................................................07
Ser humano e saúde: noções elementares de anatomia e fisiologia humana e princípios básicos de saúde...........................09
LÍNGUA PORTUGUESA

Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................. 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA

PROF. ZENAIDE AUXILIADORA PACHEGAS BRANCO

Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1 2 3 4 5 6 7 12 3 45 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho


1 2 3 4 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

1
LÍNGUA PORTUGUESA

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.

3) Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton- que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos:
go e o hiato. consonantais e vocálicos.

2
LÍNGUA PORTUGUESA

Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

3
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
das as palavras da sequência. claro”.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

4
LÍNGUA PORTUGUESA

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.

cant-á-va-mos: Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:


cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência mo- azeite, cavalo.
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primei- Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
ra pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
* As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência mo-
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjunti- Processos de Formação de Palavras
vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda
pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
Vogal temática a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de- vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica
Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
acréscimo de prefixo.
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir).
In feliz des leal
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
Prefixo radical prefixo radical
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base,
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo de sufixo.
A estas vogais temáticas se liga a desinência indicadora
de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados Feliz mente leal dade
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não Radical sufixo radical sufixo
apresentam vogal temática.
Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de se principalmente verbos.
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática En trist ecer
é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal Prefixo radical sufixo
temática -i pertencem à terceira conjugação.
Em tard ecer
Interfixos prefixo radical sufixo

São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- Outros Tipos de Derivação


tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por Há dois casos em que a palavra derivada é formada
exemplo: sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. regressiva e a derivação imprópria.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
Formação das Palavras dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
de substantivos derivados de verbos.
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
das, palavras simples, palavras compostas. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)

5
LÍNGUA PORTUGUESA

Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- Fontes de pesquisa:


tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri-
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
na classe gramatical. formacao-de-palavras-i.htm
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê” SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
deriva da conjunção porque) coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
do verbo olhar). ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical Questões sobre Estrutura das Palavras
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeira-
mente faz parte. A alteração acontece devido à presença de 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
outros termos, como artigos, por exemplo: CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é for-
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- mada pelo seguinte processo:
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) A) sufixação
Composição B) prefixação
C) parassíntese
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais D) justaposição
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de E) aglutinação
composição: justaposição e aglutinação.
1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
Justaposição: ocorre quando os elementos que for- prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos-
prefixação).
tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira,
girassol.
RESPOSTA: “B”.
Composição por aglutinação: ocorre quando os ele-
mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014)
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
alta), vinagre (vinho + acre). O vocábulo “entristecido”, presente na terceira estrofe, é
um exemplo de:
Outros processos de formação de palavras: a) palavra composta
b) palavra primitiva
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir c) palavra derivada
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. d) neologismo

Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

6
LÍNGUA PORTUGUESA

de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

7
LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

8
LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- mentos.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará duas qualidades de um mesmo elemento.
invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro.
rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos apresenta as seguintes modalidades:
cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
Grau do Adjetivo de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo
benéfico - beneficentíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- comum - comuníssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
que” ou “mais...que”.
todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
todas.
rioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de * Note bem:


superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-
grande/maior, baixo/inferior. tepostos ao adjetivo.

9
LÍNGUA PORTUGUESA

2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
O ônibus chegou ontem.
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo,
querda, ao lado, em volta.
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen-
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente, gran-
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- demente, bem (quando aplicado a propriedades graduá-
nato fala tão alto quanto João. veis).

10
LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen- Locução Adverbial


te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o
vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus dentro, por aqui, etc.
amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.

* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

11
LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCO-
NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho dignifica o homem. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
* No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. Além da preposição, há outra palavra também invariá-
O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
* No caso de os nomes próprios personativos estarem de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele Morfossintaxe da Conjunção
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
* O artigo também é usado para substantivar palavras pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”.
Já em:

12
LÍNGUA PORTUGUESA

Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a grantes e adverbiais:
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal): 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
a função de objeto direto do verbo da oração principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-
e independente ou termos da oração que têm a mesma do com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
função gramatical. Subdividem-se em:
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
(= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não),
que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se que, a menos que, sem que, etc.
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por Não sei se farei o concurso...
isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
Não demore, que o filme já vai começar. me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina-


lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que),
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado f) Proporcionais: introduzem uma oração que expres-
quando ela chegou. sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
O baile já tinha começado: oração principal expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais),
ela chegou: oração subordinada quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.

13
LÍNGUA PORTUGUESA

O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um Psiu!


texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú- nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios puxa: interjeição; tom da fala: euforia
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
junto das relações que garantem a coesão do enunciado. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
estas interferem semanticamente no enunciado.
tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
Ah, deve ser muito interessante!
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
b) Sintetizar uma frase apelativa.
são de circunstâncias fundamentais à condução da história, Cuidado! Saia da minha frente.
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequên-
cia. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a li- As interjeições podem ser formadas por:
nha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
exposições e argumentações construídas por meio de con- b) palavras: Oba! Olá! Claro!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
concessivas. Ora bolas!

14
LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Essa não! Chega! Basta! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
nada sequência.
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
se trata de um processo natural desta classe de palavra, a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. trata de numerais, mas sim de algarismos.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Locução Interjetiva vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Por exemplo: alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

15
LÍNGUA PORTUGUESA

- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

16
LÍNGUA PORTUGUESA

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

17
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php - O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: nino.
Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo em *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- lugar e/ou a função de um substantivo.
preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Destino = Irei a Salvador.
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
Causa = Chorei de saudade.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
Instrumento = Escreveu a lápis.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
Companhia = Estarei com ele amanhã.
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Matéria = copo de cristal.
uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado Meio = passeio de barco.
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Origem = Nós somos do Nordeste.
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Conteúdo = frascos de perfume.
causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- * Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
* Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = da- Pronome
quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

18
LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
a destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
(homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1.ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2.ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
* Observação: frequentemente observamos a omissão
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as próprias formas verbais marcam, através de suas desi-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência nências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto:
através do pronome seja coerente em termos de gênero Fizemos boa viagem. (Nós)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

19
LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
* Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la
Ela veio até mim, mas nada falou.
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
tem + as = tem-nas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
- 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
- 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco expressa pelo verbo.
- 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas - 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Conhece a ti mesmo.

20
LÍNGUA PORTUGUESA

- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se-
nhor Ministro, compareça a este encontro.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. priedade.

- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

21
LÍNGUA PORTUGUESA

* Note que: A forma do possessivo depende da pessoa *Em relação ao tempo:


gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam - Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- relação à pessoa que fala:
ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, soa que fala:
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como:
remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala-
anos. rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência - Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - Este e aquele são empregados quando se quer fa-
zer referência a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
por último:
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe
os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
Pronomes Demonstrativos aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

22
LÍNGUA PORTUGUESA

- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)

23
LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com


o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
São aqueles que representam nomes já mencionados quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
as orações subordinadas adjetivas. equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
= oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima: ações
das pessoas. É como se lêssemos “de trás para frente”. Ou-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” tro exemplo:
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem se a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
Observe: tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-


- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, pre precedido de preposição.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- É um professor a quem muito devemos.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu (preposição)
antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu semana
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
se o qual / a qual) - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou porte.
de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

24
LÍNGUA PORTUGUESA

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- Morfossintaxe do substantivo


retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
quanto (e variações). do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como
Sobre os pronomes: núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca-
de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para oposição aos bairros).
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos comum.
de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Estamos voando para Barcelona.
o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Fontes de pesquisa: pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
php ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
Saraiva, 2010. existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
res do mundo real e do mundo imaginário.
Substantivo
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Brasília.
as quais denominam todos os seres que existem, sejam Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ma.
nos, os substantivos também nomeiam:

25
LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que enxoval roupas


dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

26
LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. - Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se
O substantivo chuva é formado por um único elemento faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
ou radical. É um substantivo simples. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a víti-
elemento. ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- variam em seu significado:
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
a partir da palavra limão. o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
tra palavra. o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
Flexão dos substantivos o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or:
estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

27
LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

28
LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
- cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
* Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul formados de:
e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa-
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). da - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o louva-a-deus e os louva-a-deus


de três maneiras.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Plural das Palavras Substantivadas


o látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de palavras O aluno errou na prova dos noves.
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, gi- * Observação: numerais substantivados terminados
rassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmeque- em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
res. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

29
LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
pé(s) + zinhos = pezinhos de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:

Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


Este jogador faz gols toda vez que joga. do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança de
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

30
LÍNGUA PORTUGUESA

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- - Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
Fontes de pesquisa: exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre * Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do ver-
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-) * Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - fonema permanece inalterado.
E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) putar, reaver, abolir, falir.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin- - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
gular ou plural): malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

31
LÍNGUA PORTUGUESA

* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

* São impessoais, ainda:


- o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

- os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).

* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

32
LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

33
LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

34
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

35
LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.

* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

36
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

38
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já __________ alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
Questões sobre Verbo (A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – (C) faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: (D) fazem … haverem … têm
A) Houveram eleições em outros países este ano. (E) faz … haverem … tem
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
D) Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
E) Esse homem possue muitos bens. smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos
1-) Correções à frente: para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao
A) Houveram eleições em outros países este ano = uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o
houve termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos Temos: faz, haver, têm.
RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”.
Vozes do Verbo
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res-
posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

42
LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç

2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam.
SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato-
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.

O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
S e não Z
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.

44
LÍNGUA PORTUGUESA

diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- CH e não X


sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
verbos derivados de nomes cujo radical termina com mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
As letras “e” e “i”
Z e não S
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: “i”, só o ditongo interno cãibra.
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal * Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
O fonema j cia, que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).

O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
X e não CH tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
tixa. Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

45
LÍNGUA PORTUGUESA

Hífen ** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Lembrete da Zê!
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). -inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

46
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que das as frases abaixo,
todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. posto policial.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
1-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo retamente as lacunas das frases.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
droelétrica, ultrassom B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
trutura E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”.
3-) Questão que envolve ortografia.
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que
posto policial. (= aproximadamente)
todas as palavras estão corretas:
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
lacione com infrator)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
carro. (de grande vulto, volumoso)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
com “pego no flagra”)
2-) Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta RESPOSTA: “D”.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
UFAL/2014) isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível

47
LÍNGUA PORTUGUESA

Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.

Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas Antes Agora


em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen- apóia (verbo apoiar) apoia
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
paranóico paranoico
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
Acento Diferencial
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
ra – Atlântico – pêsames – supôs .
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
e/ou tempos verbais. Por exemplo:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
tivo do mesmo verbo).
riano (de Müller)
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Regras fundamentais
Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
Palavras oxítonas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
cais são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém.
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
nalidade).
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Regra do Hiato:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
fórceps
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

48
LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Questões

bocaiúva bocaiuva 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL


feiúra feiura TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assi-
nale a alternativa que contém duas palavras acentuadas
Sauípe Sauipe
conforme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
abolido:
(C) “Índice” e “dólares”.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Antes Agora (E) “Atribuídos” e “índice”.
crêem creem
1-)
lêem leem
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
vôo voo roxítona
enjôo enjoo (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais tona
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
Repare: do hiato
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! xítona
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que RESPOSTA: “B”.
os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à – FUNDATEC/2014 - adaptada)
tarde! Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
As formas verbais que possuíam o acento tônico na gráfica.
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
“e” ou “i” não serão mais acentuadas: seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Antes Depois rios’ e ‘país’ não é a mesma.
apazigúe (apaziguar) apazigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
averigúe (averiguar) averigue IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
tuação de uso, quanto à flexão de número.
argúi (arguir) argui Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa B) Apenas II e IV.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo C) Apenas I, II e IV.
vir) D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles 2-)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Fontes de pesquisa: portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. bos (correta)
htm II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
Saraiva, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.

49
LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. tarde e calor à noite.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de pontuação
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: 2- Depois de interjeições ou vocativos
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não Ai! Que susto!
“etc..”) João! Há quanto tempo!

3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)


ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam pon- Reticências (...)


to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os nú-
meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
mal... pega doutor?
(VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

50
LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
Usa-se a vírgula: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
ra, possui um trânsito caótico. está correta em:
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
Observações: fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha-
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você 1-) Correções realizadas:
falou isso para ela?! A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
ração de siglas (IOF/UPC); seu complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a gar à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.

51
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- Concordância Verbal


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al- É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo seu sujeito.
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. a) Sujeito Simples - Regra Geral
( ) CERTO ( ) ERRADO O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos:
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- A prova para ambos os cargos será aplicada
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo às 13h.
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
RESPOSTA: “CERTO”.
Casos Particulares
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em
apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empre- 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
gada. Assinale-a. titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- no singular ou no plural.
plexas. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
fundamental. proposta.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
3-) los destruiu / destruíram o monumento.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- destaque aos elementos que formam esse conjunto.
plexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fun- 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
damental = não se separa sujeito do predicado. dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado corda com o substantivo.
RESPOSTA: “A”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

52
LÍNGUA PORTUGUESA

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

53
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

54
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

55
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-


te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

56
LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. substituição do segmento grifado pelo que está entre pa-
php rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- necer no singular está em:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- (C) No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

57
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular - Chegar, Ir
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
o que corresponde à diversidade de significados que estes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
forem empregados. formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

58
LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
voz passiva analítica: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- tantiva Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- licença estiver subentendida.
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
indireto relacionado a pessoas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
Agradeço aos ouvintes a audiência. vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto
direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Paguei minhas contas. / Paguei-as. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

59
LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- má-la.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
estão: cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Muito custa viver tão longe da família.


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.

60
LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


- Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido a preposição “a”:
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
Querem melhor atendimento. nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Queremos um país melhor. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
VISAR nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
to, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

61
LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

62
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
de ônibus a dirigir sujeito e predicado.
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
nome em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
C) Você assistiu à cena toda? = correta tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
oficina pela manhã que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe- a declaração do que se atribui ao sujeito.
deço às leis de trânsito Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
RESPOSTA: “C”. dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi-
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predi-
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- cado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os
guinte trecho para responder à questão. que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno- (predicado verbal)
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: cleo é “fácil” (predicado nominal)
(A) das mulheres
(B) às mulheres Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
(C) com das mulheres por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
(D) à das mulheres completo. O período pode ser simples ou composto.
(E) ao das mulheres
Período simples é aquele constituído por apenas uma
oração, que recebe o nome de oração absoluta.
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da
Chove.
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
A existência é frágil.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
RESPOSTA: “D”.
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos essenciais da oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que es-
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por tabelece concordância com o verbo.
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- O candidato está preparado.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou Os candidatos estão preparados.
muito ontem à noite.
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu no singular: candidato = está).
sentido global: A função do sujeito é basicamente desempenhada por
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
- frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
um pedido: Dê-me uma luz! dem exercer a função de sujeito.
- frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
afetivo: Que dia abençoado! tantivo)
- frases declarativas = o emissor constata um fato: A Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
prova será amanhã. plo: substantivo)

63
LÍNGUA PORTUGUESA

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer - As questões estavam fáceis!


ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
do de duas maneiras: Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões

O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-


tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto)
português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo. C) adjunto adnominal.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.

66
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Coordenadas Assindéticas


... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com- São orações coordenadas entre si e que não são liga-
plemento que o da frase acima está em: das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... tas.
(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras... Coordenadas Sindéticas
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem denativa, que dará à oração uma classificação. As orações
ou o quê - não há preposição): coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento, aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
mas sim, predicativo do sujeito (rota única); vas.
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios =
adjunto adverbial); ** Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
adverbial); cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
D = cair = intransitivo; só... como, assim... como.
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
quê?) Comprei o protetor solar e fui à praia.
RESPOSTA: “E”.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
Período Composto por Coordenação principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O período composto se caracteriza por possuir mais de Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Li tudo, porém não entendi!
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
orações). principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Passei no concurso, portanto comemorarei!
entre as orações de um período composto: uma relação de A situação é delicada; devemos, pois, agir.
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am- de, pois (anteposto ao verbo).
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. mingo.
(Período Composto) Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Período Composto Por Subordinação
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independen- Quero que você seja aprovado!
tes. Tal período é classificado como Período Composto Oração principal oração subordinada
por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe que na oração subordinada temos o verbo
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Sindéticas. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas

A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.

Não sei se sairemos hoje. Observação: quando a oração subordinada substanti-


Oração Subordinada Substantiva va é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na
3.ª pessoa do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
do verbo da oração principal:
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Todos querem sua aprovação no concurso.
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Objeto Direto
como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Subs- Oração Principal oração Subordinada Substantiva
tantiva Objetiva Direta

Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan- (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Conforme a função que exerce no período, a oração
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva

68
LÍNGUA PORTUGUESA

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome.
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Predicativo do Sujeito equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)

69
LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação: a classificação das orações subordinadas


O homem, que se considera racional, muitas vezes age adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
animalescamente. adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pela oração.
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo
Orações Subordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
“homem”. a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
** Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicati- que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
va é separada da oração principal por uma pausa que, na bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm que.
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem se subordina. Repare:
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
1-) Faltei à aula porque estava doente.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subor-
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
dinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a con-
junção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
acontece com as coordenadas sindéticas). fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
Oração Subordinada Adverbial primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
b) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan-
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a to...que, tamanho...que.
um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
exata compreensão da circunstância que exprime. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

70
LÍNGUA PORTUGUESA

Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
se-periodo-e-oracao
cessiva.
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais CRASE


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Você age como criança. (age como uma criança age) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
*geralmente há omissão do verbo. nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
execução do que se declara na oração principal. Principal quais.
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras O uso do acento indicativo de crase está condicionado
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
das com o mesmo valor de conforme). minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
direitos iguais. é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
tindo a anteposição do artigo a(s).

71
LÍNGUA PORTUGUESA

Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)

72
LÍNGUA PORTUGUESA

* Antes de numeral. Questões


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
Observação: as lacunas da frase a seguir.
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- Quando________ três meses disse-me que iria _________
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está B-) há - à - a - a – às
confirmada, visto que estes não podem ser empregados C-) há - a - há - à - as
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira D-) a - à - a - à - às
aluna da classe. E-) a - a - à - há – as
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan- 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para vi-
exaustos a casa.
sitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
tos à casa de Marcela.
Teremos: há, à, a, a, às.
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa RESPOSTA: “B”.
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a
terra, já era noite. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- VUNESP/2014)
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
O astronauta voltou à Terra. mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
uso do artigo. de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
Os livros foram entregues a mim. ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
Dei a ela a merecida recompensa. se sua morte se deve ______ envenenamento.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em (A) a ... à ... a ... a
sentido genérico ou indeterminado: (B) as ... à ... a ... à
Estamos sujeitos a críticas. (C) às ... a ... à ... a
Refiro-me a conversas paralelas. (D) à ... à ... à ... a
(E) a ... a ... a ... à
Fontes de pesquisa:
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
html
trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
Saraiva, 2010. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi-
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
RESPOSTA: “A”.

73
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase. ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!

74
LÍNGUA PORTUGUESA

- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente foi
Emprego de o, a, os, as realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.

* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
Saraiva, 2010. e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo ( já que no enunciado
temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-
Questões do-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

75
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em dis- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
em determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsá-
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad- Hiperonímia e Hiponímia
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
Antônimos
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
São palavras que se opõem através de seu significado:
ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa-
mal - bem. do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
um hiperônimo de carros.
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- repetição desnecessária de termos.
ticomunista; simétrico e assimétrico.
Fontes de pesquisa:
Homônimos e Parônimos http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ser Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Saraiva, 2010.
rentes na pronúncia: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
rego (subst.) e rego (verbo); ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
colher (verbo) e colher (subst.); XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
jogo (subst.) e jogo (verbo); tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo). Denotação e Conotação

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

76
LÍNGUA PORTUGUESA

As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia


o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
palavra. da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- O gato do vizinho é peralta.
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, sobrevivência
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- O passarinho foi atingido no bico.
daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Conotação de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- formato quadriculado que têm.
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse-
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão Polissemia e homonímia
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi-
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei quando duas ou mais palavras com origens e significados
pau no concurso). distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- monímia.
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em polissemia porque os diferentes significados para a pala-
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu- vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
blicitários, entre outros. Exemplos: polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
Você é o meu sol! o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
Minha vida é um mar de tristezas. indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
Você tem um coração de pedra! terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado Polissemia e ambiguidade
com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
Fontes de pesquisa: interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cao/ ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: temente são felizes.
Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:

77
LÍNGUA PORTUGUESA

As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- algum.
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
mas duas seriam:
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é
Corte e coloração capilar
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de
ou
terra que leva a lugar algum.
Faço corte e pintura capilar
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa:
Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
htm Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Saraiva, 2010. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pode acontecer dos seguintes modos:
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
Figura de Palavra As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
A figura de palavra consiste na substituição de uma da cruz. (= Não te afastes da religião).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - crates tomou veneno).
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
a metáfora e a metonímia. trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo).
Metáfora 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo-
lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir- nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
tude da circunstância de que o nosso espírito as associa dos jogadores).
e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres-
palavra fora de seu sentido normal. sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).

78
LÍNGUA PORTUGUESA

10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:


frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

79
LÍNGUA PORTUGUESA

Prosopopeia ou Personificação Elipse

É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
Gradação lepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-


Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden-
faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
te (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões...
intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. cidade de Porto Velho).
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres-
cente de intensidade. Outros exemplos: 2) Vossa Excelência está preocupado.
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
amor”. (Olavo Bilac) soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu- Excelência.
se.” (Padre Antônio Vieira)
Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Fontes de pesquisa: A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
php com a ideia que nele está contida. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Salvador.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) tos das orações (que se encontram no singular, procissão
ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
maior expressividade que se dá ao sentido. isso que os verbos estão no plural.

80
LÍNGUA PORTUGUESA

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.

Pleonasmo Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-


de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- Hipérbato / Inversão
çar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e sujeito venha depois do predicado:
“lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As- Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro- venceu ao ódio)
nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
tro exemplo: Eu cuido dos meus problemas)
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto * Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo- tumbante de um povo heroico”.
nástico.

81
LÍNGUA PORTUGUESA

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

82
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo. gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
- Capacidade de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Questões
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.

84
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia.  textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(E)  a energia e o barulho.   dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.

85
LÍNGUA PORTUGUESA

- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma


modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- COESÃO E COERÊNCIA
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
se pelo predomínio de operadores argumentativos, revela- do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
dos por uma carga ideológica constituída de argumentos estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
e contra-argumentos que justificam a posição assumida falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- elementos que compõem a oração, como também entre a
paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
estão em complementação, não em disputa. bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
cesso têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
GÊNEROS TEXTUAIS de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
São os textos materializados que encontramos em orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- re daí a coerência textual.
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com- Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
A escolha de um determinado gênero discursivo de- prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
texto, etc. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem- Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. os elementos que compõem a estrutura textual.

Fontes de pesquisa: Formas de se garantir a coesão entre os elementos


de uma frase ou de um texto:
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex-
tual.htm
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: tivo.
Saraiva, 2010. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa / desgaste / desgastante).
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. 3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.

86
LÍNGUA PORTUGUESA

5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com Questões


base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené- * As questões abaixo também envolvem o conteúdo
rico). “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de - inclusive - coesão e coerência.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) As-
gato. sinale a opção que indica o segmento em que a conjunção
7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
e tem valor adversativo e não aditivo.
* Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral- da população na escolha dos governantes,...”.
mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
“estudo”, evitando repetição desnecessária. toral anterior”.
(C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- de hoje”.
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
dia”.
relação entre as duas orações).
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. = adição
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da de hoje”. = adição
enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
(D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns ela na história nacional”. = adição
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
ano, depois de (futuro).” está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
A coerência de um texto está ligada: RESPOSTA: “E”.
- à sua organização como um todo, em que devem es-
tar assegurados o início, o meio e o fim;
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
experiências; um texto informativo apresenta coerência se conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé- (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
fazer justiça com as próprias mãos...”
livre associação de ideias, palavras conotativas.
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
Fontes de pesquisa: instituições:...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. velocidade e do progresso...”

87
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) A Ordem dos Termos na Frase


(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
instituições”. = adição Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo- tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sição acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-
velocidade e do progresso”. = adição tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
RESPOSTA: “C”. transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-


sando desemprego.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
ESTRUTURAS Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um o que mais nos auxilia na organização de um período, pois
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen- facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga-
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem nizadas aos nossos leitores.
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever. O básico para a organização sintática das frases é a or-
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- ram tal ordem da seguinte maneira:
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as- SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIR-
sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. CUNSTÂNCIAS
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia- A globalização + está causando + desemprego + no
do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Brasil nos dias de hoje.
Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases mas observações:
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu-
ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ- 1) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
mensagens. Observe: de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está La- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
tina América causando.
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
na América Latina. nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de Observações:
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação a) tais construções não estão erradas, mas rompem
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de com a ordem direta;
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de b) é preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
tural do mundo atual. exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
burgo. São quatro horas agora;

88
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.

89
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução

1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O

90
LÍNGUA PORTUGUESA

segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, REDAÇÃO OFICIAL
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.
Pronomes de tratamento na redação oficial
Conclusão
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder públi-
Considerada como a parte mais importante do texto, co para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo- fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, con-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa cisa, sem muito comprometimento, bem como um uso ade-
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. quado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asse-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, guram que os atos normativos sejam bem executados.
possui atributos de síntese. A discussão não deve ser en- No Poder Público, nós nos deparamos com situações em
cerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo: que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de
conclusão...”. tratamento assumem uma condição e precisam estar adequa-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve dos à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos.
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homoge-
características de textos bem redigidos. neidade na forma de tratamento, não só nos pronomes como
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- também nos verbos. No entanto, as formas de tratamento
cam muito longas: não são do conhecimento de todos.
Abaixo, seguem as discriminações de usos dos pronomes
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- de tratamento, com base no Manual da Presidência da Repú-
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão blica.
das ideias de desenvolvimento na conclusão.
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- São de uso consagrado:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex- a) do Poder Executivo
to em que o autor fica girando em torno de ideias redun- Presidente da República, Vice-Presidente da República, Mi-
dantes ou paralelas. nistro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das For-
te dispensáveis. ças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Re-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- pública, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República,
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Secretários da Presidência da República, Procurador – Geral da
República, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Distrito Federal, Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Ofi-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes ciais Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário
fatores: Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais.
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade b) do Poder Legislativo:
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tri-
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as- bunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais
sunto. de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais.
enumera algumas perguntas no final do texto.
c) do Poder Judiciário:
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presi-
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica dente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de
possível. Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Fede-
rais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
Fonte de pesquisa: Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho,
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Juízes e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

91
LÍNGUA PORTUGUESA

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas A Impessoalidade


aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
go respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Ex- alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém
celentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vo- quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
cativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atri-
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento buições do órgão que comunica; o destinatário dessa comu-
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas acima, nicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais cargos órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
públicos sejam ocupados. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto- decorre:
rado. Portanto, é aconselhável que não se use discriminada- a) da ausência de impressões individuais de quem comu-
mente tal termo. nica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assina-
do por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do
As Comunicações Oficiais Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
O que é Redação Oficial b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ma- sempre concebido como público, ou a outro órgão público.
neira pela qual o Poder Público redige atos normativos Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do homogênea e impessoal;
Poder Executivo. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalida- universo temático das comunicações oficiais restringe-se a
de, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, for- questões que dizem respeito ao interesse público, é natural
malidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos que não caiba qualquer tom particular ou pessoal.
decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A admi- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publi- da interferência da individualidade que a elabora.
cidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de
administração pública, claro que devem igualmente nortear a que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con-
elaboração dos atos e comunicações oficiais. tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impes-
Não se concebe que um ato normativo de qualquer na- soalidade.
tureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
possibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos A necessidade de empregar determinado nível de lingua-
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto le- gem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
gal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro,
pois, necessariamente, clareza e concisão. de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públi-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações cos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empre-
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigi- gada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expe-
dos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou dientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
instituições tratados de forma homogênea (o público). clareza e objetividade.
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à As comunicações que partem dos órgãos públicos fede-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar rais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ- brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa da- uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dú-
quele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência vida de que um texto marcado por expressões de circulação
particular, etc. restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jar-
Apresentadas essas características fundamentais da re- gão técnico, tem sua compreensão dificultada.
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada Ressalte-se que há necessariamente uma distância en-
uma delas. tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâ-
mica, reflete de forma imediata qualquer alteração de cos-

92
LÍNGUA PORTUGUESA

tumes, e pode eventualmente contar com outros elementos Concisão e Clareza


que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue trans-
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lenta- mitir o máximo de informações com um mínimo de palavras.
mente as transformações, tem maior vocação para a perma- Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se
nência e vale-se apenas de si mesma para comunicar. tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se es-
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua creve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pron-
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, to. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.
que o padrão culto é aquele em que se observam as regras O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao
da gramática formal e se emprega um vocabulário comum princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação se deve, de forma alguma, entendê-la como economia de
oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens subs-
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, pas-
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos sagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
os cidadãos. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a sim- cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
plicidade de expressão, desde que não seja confundida com imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
da língua literária. tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um dado ao texto;
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá pre- entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
ferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obe- circulação restrita, como a gíria e o jargão;
decida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas - a formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
isso não implica, necessariamente, que se consagre a utiliza- prescindível uniformidade dos textos;
ção de uma forma de linguagem burocrática. O jargão buro- - a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
crático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre linguísticos que nada lhe acrescentam.
sua compreensão limitada. É pela correta observação dessas características que se
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,
Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principal-
próprio à determinada área, são de difícil entendimento por mente, da falta da releitura que torna possível sua correção.
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cui- A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
dado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami- com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
dirigidos aos cidadãos. um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
Formalidade e Padronização pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto
é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencio- Pronomes de Tratamento
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto Concordância com os Pronomes de Tratamento
de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-
para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a for- da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem
malidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfo- se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in-
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne- tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria
cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administra- nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
ção federal é una, é natural que as comunicações que expede Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
exige que se atente para todas as características da redação “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. so...”).
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que
dispensáveis para a padronização. se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.

94
LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente


Excelentíssimo Senhor Presidente da República da República por um Ministro de Estado.
Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
Senhor Chefe de Gabinete Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por to-
dos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as de interministerial.
seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo-
– endereço postal; tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de
– telefone e e-mail. motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Observação: Estas informações estão ausentes no exclusivamente informativo e outra para a que proponha al-
guma medida ou submeta projeto de ato normativo.
memorando, pois se trata de comunicação interna - des-
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
tinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presiden-
Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também
te da República, sua estrutura segue o modelo antes referido
não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para para o padrão ofício.
outras instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Mensagem
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Definição e Finalidade - É o instrumento de comunica-
Memorando ção oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Definição e Finalidade Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública,
O memorando é a modalidade de comunicação entre expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- pendem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim,
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
eminentemente interna. resse dos poderes públicos e da Nação.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Mi-
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço a redação final.
público. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- - encaminhamento de projeto de lei ordinária, comple-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. mentar ou financeira;
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- - encaminhamento de medida provisória;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados - indicação de autoridades;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em - pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Pre-
folha de continuação. Este procedimento permite formar sidente da República ausentarem-se do País por mais de 15
dias;
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
- encaminhamento de atos de concessão e renovação de
transparência à tomada de decisões e permitindo que se
concessão de emissoras de rádio e TV;
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- encaminhamento das contas referentes ao exercício an-
terior;
Forma e Estrutura - mensagem de abertura da sessão legislativa;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do - comunicação de sanção (com restituição de autógrafos);
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário - comunicação de veto;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: - outras mensagens.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Forma e Estrutura - As mensagens contêm:


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda;
Exposição de Motivos b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex- esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Fede-
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Pre- ral);
sidente para: c) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
a) informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- d) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
ato normativo. margem direita.

95
LÍNGUA PORTUGUESA

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática


consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- principalmente, pela construção adequada da frase, “a me-
ções de envio do documento por meio eletrônico. Quando nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e Celso Pedro Luft.
na forma de praxe. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
modelos, deteriora-se rapidamente.
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
bos não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
É conveniente o envio, juntamente com o documento
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con- de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
forme exemplo a seguir: Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
[Órgão Expedidor] de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
[setor do órgão expedidor] complemento adverbial). Função acessória desempenham
[endereço do órgão expedidor] os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Destinatário:____________________________________ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
Remetente: ____________________________________ o início da oração.
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: ________ No do documento:____________ mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:___________________________________
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
pal forma de comunicação para transmissão de documen- ocorrer em ordem diversa):
tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)

96
LÍNGUA PORTUGUESA

O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
to - obj. indireto - (adj. Adv.)
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.

6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Erros de Paralelismo
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

97
LÍNGUA PORTUGUESA

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem - pronomes pessoais:
sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
médico. nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
A omissão de termos provocou uma comparação indevi- as quais, que marcam gênero e número.
da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:

98
LÍNGUA PORTUGUESA

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2
cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.

Senhor Deputado 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO


Em complemento às informações transmitidas pelo te- – CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas di-
legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo _____ de que recionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso
as medidas mencionadas em ______ carta n.º 6708, dirigida dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acor-
ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo do com as hierarquias do destinatário e do remetente.
procedimento administrativo de demarcação de terras in- ( ) CERTO (
dígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de ) ERRADO
1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) 3-) Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
A alternativa que completa, correta e respectivamen- para todas as modalidades de comunicação oficial:
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais da República: Respeitosamente,
a respeito do uso de formas de tratamento em correspon- b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
quia inferior: Atenciosamente,
dências públicas, é:
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
A) Vossa Senhoria … tua.
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
B) Vossa Magnificência … sua.
dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
C) Vossa Eminência … vossa.
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
D) Vossa Excelência … sua. RESPOSTA: “CERTO”.
E) Sua Senhoria … vossa.

1-) Podemos começar pelo pronome demonstrativo.


Mesmo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (mui-
tas vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”),
os pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer

99
LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” • pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar
como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando
for pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun-
A palavra que em português pode ser: ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. indireto, etc.)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de Que aconteceu com você?
exclamação. Usa-se também a variação  o quê! A pala-
vra que não exerce função sintática quando funciona como • pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
interjeição. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Quê! Você ainda não está pronto? Que vida é essa?


O quê! Quem sumiu?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Substantivo: equivale a alguma coisa. caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quan-
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tô- to subordinadas, daí classificar-se como conjunção coorde-
nativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
nico terminado em e. Como substantivo, designa também
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que
a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for
recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto,
plicativa)
predicativo, etc.) Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
consecutiva)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função
de núcleo do objeto direto) Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal integrante.
em que o auxiliar é o verboter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não Desejo que você venha logo.
exerce função sintática.

Tenho que sair agora. A palavra se 


Ele tem que dar o dinheiro hoje.
A palavra se, em português, pode ser:
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido. Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Nesse caso, a palavra que  não exerce função sintáti- caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
ca; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar vra se pode ser:
realce. Como partícula expletiva, aparece também na ex- * conjunção subordinativa integrante: inicia uma ora-
pressão é que. ção subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Quase que não consigo chegar a tempo. * conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Elas é que conseguiram chegar. ção adverbial condicional (equivale a caso).
Advérbio:  modifica um adjetivo ou um advérbio. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala-
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
caso, de intensidade.
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
indica, é usada apenas para dar realce.
Que lindas flores!
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Que barato!
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
• pronome relativo: retoma um termo da oração an- sintática.
tecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale Ele arrependeu-se do que fez.
a o qual e flexões.

100
LÍNGUA PORTUGUESA

Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
* objeto indireto
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.”
bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-


gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
A linguagem é a característica que nos difere dos de- As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nais da área de informática, dentre outros.
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali-
dade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Vício na fala
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- Para dizerem milho dizem mio
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Para melhor dizem mió
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para pior pió

101
LÍNGUA PORTUGUESA

Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação; Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta:
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.

102
LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que FUNÇÕES DA LINGUAGEM.
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada con- Comunicação
forme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma
culta. A comunicação constitui uma das ferramentas mais im-
portantes que os líderes têm à sua disposição para desem-
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: penhar as suas funções de influência. A sua importância é
tal que alguns autores a consideram mesmo como o “san-
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- gue” que dá vida à organização. Esta importância deve-se
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. essencialmente ao fato de apenas através de uma comuni-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação cação efetiva ser possível:
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, - Estabelecer e dar a conhecer, com a participação de
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade membros de todos os níveis hierárquicos da organização,
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, os objetivos organizacionais por forma a que contemplem,
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e não apenas os interesses da organização, mas também os
a evoluções. interesses de todos os seus membros.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân-
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- bros de todos os níveis hierárquicos da organização, a es-
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, trutura organizacional, quer ao nível do desenho organiza-
a que os professores sempre estão atentos. cional, quer ao nível da distribuição de autoridade, respon-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- sabilidade e tarefas.
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste. bros de todos os níveis hierárquicos da organização, de-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- cisões, planos, políticas, procedimentos e regras aceites e
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de respeitadas por todos os membros da organização.
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre - Coordenar, dar apoio e controlar as atividades de to-
uma modalidade e outra. dos os membros da organização.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que - Efetuar a integração dos diferentes departamentos e
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a permitir a ajuda e cooperação interdepartamental.
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível - Desempenhar eficazmente o papel de influência atra-
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, vés da compreensão e atuação em conformidade satisfa-
processam-se lentamente e em número consideravelmente ção das necessidades e sentimentos das pessoas por forma
menor, quando cotejada com a modalidade falada. a aumentar a sua motivação.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com Elementos do Processo de Comunicação
a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- Para perceber desenvolver políticas de comunicação
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia eficazes é necessário analisar antes cada um dos elemen-
e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não tos que fazem parte do processo de comunicação. Assim,
fala com uma criança como se estivesse em uma missa, as- fazem parte do processo de comunicação o emissor, um
sim como uma criança não fala como um adulto. Um enge- canal de transmissão, geralmente influenciado por ruídos,
nheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível um receptor e ainda o feedback do receptor.
de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum
professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e - Emissor (ou fonte da mensagem da comunicação):
na sala de aula. representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre seja, quem inicia o processo de comunicação. A codificação
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti- da mensagem pode ser feita transformando o pensamento
diano, a que já fizemos referência. que se pretende transmitir em palavras, gestos ou símbolos
que sejam compreensíveis por quem recebe a mensagem.

103
LÍNGUA PORTUGUESA

- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
  exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função

104
LÍNGUA PORTUGUESA

específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.

105
LÍNGUA PORTUGUESA

- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

106
LÍNGUA PORTUGUESA

própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)

107
LÍNGUA PORTUGUESA

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SOBRE: LÍNGUA PORTUGUESA
As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
Lembramo-nos: ternativa correta quanto à concordância, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta social está no centro dos debates atuais.
função está, por norma, a poesia lírica. (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men- lação aos efeitos da desigualdade social.
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
assuma determinado comportamento; há frequente uso mais pobres é um fenômeno crescente.
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
frequentemente usada por oradores e agentes de publici- criticado por alguns teóricos.
dade. (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
- Função metalinguística: função usada quando a lín- zas não são de exclusividade dos economistas.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na aná-
Realizei a correção nos itens:
lise de um texto, investigamos os seus aspectos morfossin-
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
táticos e/ou semânticos).
cial está = estão
- Função informativa (ou referencial): função usada
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
quando o emissor informa objetivamente o receptor de
gem
uma realidade, ou acontecimento.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
mais pobres é um fenômeno crescente.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). cado = criticada
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa- (E) Os debates relacionado = relacionados
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
mos agradáveis, etc. RESPOSTA: “C”.
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
que mais profundamente distingue o homem dos outros americanos consomem em média 357 calorias, diárias
animais. dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
Podemos considerar que o desenvolvimento desta fun- americanos consomem, em média 357 calorias diárias
ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a dessa fonte.
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
e da mímica facial dessa fonte.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
Devido a estas capacidades, para além da linguagem americanos, consomem em média 357 calorias diárias
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de dessa fonte.
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações dessa fonte.
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
que se podem observar entre si. ou faltante:
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

108
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve- proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa. colas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- religioso nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
nicos, como “compro ouro”. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
exposição pública a que se submetem os guardadores de pública, consistem = consiste.
carros. (D) O número de templos em atividade na cidade de
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros- São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma ção maior do que ocorrem = ocorre
demonstração de mau gosto. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
queles velhos carros-placa. escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

109
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade. (D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.

110
RACIOCÍNIO LÓGICO

1 Conceitos básicos de raciocínio lógico: proposições; valores lógicos das proposições; sentenças abertas; número de
linhas da tabela verdade; conectivos; proposições simples; proposições compostas. 2 Tautologia....................................... 01
Lógica de argumentação....................................................................................................................................................................................... 09
Diagramas lógicos e lógica de primeira ordem............................................................................................................................................ 13
Equivalências.............................................................................................................................................................................................................. 19
Leis de demorgan..................................................................................................................................................................................................... 23
Sequëncia lógica....................................................................................................................................................................................................... 26
Princípios de contagem e probabilidade........................................................................................................................................................ 30
Operações com conjunto...................................................................................................................................................................................... 37
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais........................................................................... 42
Porcentagem.............................................................................................................................................................................................................. 63
Proporções.............................................................................................................................................................................................................................71
Regra de três simples e composta;..............................................................................................................................................................................71
Regra de sociedade;...........................................................................................................................................................................................................71
Princípio da casa dos pombos;......................................................................................................................................................................................74
RACIOCÍNIO LÓGICO

PROF. EVELISE LEIKO UYEDA AKASHI Vamos ver alguns princípios da lógica:
Especialista em Lean Manufacturing pela Pontifícia
Universidade Católica- PUC Engenheira de Alimentos pela
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não
Universidade Estadual de Maringá – UEM. Graduanda em
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
Matemática pelo Claretiano.
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
“ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se
sempre um desses casos e nunca um terceiro caso.
1 CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO
LÓGICO: PROPOSIÇÕES; VALORES LÓ- Valor Lógico das Proposições
GICOS DAS PROPOSIÇÕES; Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a
SENTENÇAS ABERTAS; NÚMERO DE verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se
LINHAS DA TABELA VERDADE; CONECTIVOS; a proposição é falsa (F).
PROPOSIÇÕES SIMPLES; PROPOSIÇÕES
COMPOSTAS. 2 TAUTOLOGIA. Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)= V essa é a simbologia para indicar que o valor
lógico de p é verdadeira, ou
Proposição V(p)= F
Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos
que exprimem um pensamento de sentido completo. Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal-
so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor
Nossa professora, bela definição! lógico falso.
Não entendi nada!
Classificação
Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que
fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-
também no sentido lógico. posição como parte integrante de si mesma. São geral-
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verda- E depois da letra colocamos “:”
deira ou falsa.
Exemplo:
Exemplos: p: Marcelo é engenheiro
(A) A Terra é azul. q: Ricardo é estudante
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é
uma proposição. Proposição composta: combinação de duas ou mais
(B) >2 proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúscu-
las P, Q, R, S,...
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico
falso. Exemplo:
P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
Todas elas exprimem um fato. Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.

Agora, vamos pensar em uma outra frase: Se quisermos indicar quais proposições simples fazem
O dobro de 1 é 2? parte da proposição composta:
Sim, correto?
Correto. Mas é uma proposição? P(p,q)
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos
declarar se é falso ou verdadeiro. Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição
composta quando tiver mais de um verbo e proposição
Bruno, vá estudar. simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não
é proposição. Conectivos
Agora vamos entrar no assunto mais interessante: o
Passei! que liga as proposições.
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque nectivos vem a parte prática.
é uma sentença exclamativa.

1
RACIOCÍNIO LÓGICO

Definição - Disjunção Exclusiva


Palavras que se usam para formar novas proposições,
a partir de outras. Extensa: Ou...ou...
Símbolo: ∨
Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
coisa? p: Vitor gosta de estudar.
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conetivo q: Vitor gosta de trabalhar
terá um nome, vamos ver?
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
-Negação
balhar.

-Condicional
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição ne-
Exemplo cessária
p: Lívia é estudante. Símbolo: →
~p: Lívia não é estudante.
Exemplos
q: Pedro é loiro. p→q: Se chove, então faz frio.
¬q: É falso que Pedro é loiro. p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
r: Érica lê muitos livros. p→q: É necessário que faça frio para que chova.
~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros. p→q: Fazer frio é condição necessária para chover.

s: Cecilia é dentista. -Bicondicional


¬s: É mentira que Cecilia é dentista. Extenso: se, e somente se, ...
Símbolo:↔
-Conjunção
p: Lucas vai ao cinema
q: Danilo vai ao cinema.

p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai


ao cinema.
Nossa, são muitas formas de se escrever com a con-
junção. Referências
Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais: “e”, ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica mate-
“mas”, “porém” mática – São Paulo: Nobel – 2002.

Exemplos
p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica. Questões
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica. 01. (IFBAIANO – Assistente em Administração –
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. FCM/2017) Considere que os valores lógicos de p e q são
V e F, respectivamente, e avalie as proposições abaixo.
- Disjunção I- p → ~(p ∨ ~q) é verdadeiro
II- ~p → ~p ∧ q é verdadeiro
III- p → q é falso
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q é falso
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar Está correto apenas o que se afirma em:

p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de traba- (A) I e III.


lhar. (B) I, II e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) III e IV.

2
RACIOCÍNIO LÓGICO

02. (TERRACAP – Técnico Administrativo – QUA- 05. (EBSERH – Médico – IBFC/2017) Sabe-se que p,
DRIX/2017) Sabendo-se que uma proposição da forma q e r são proposições compostas e o valor lógico das pro-
“P→Q” — que se lê “Se P, então Q”, em que P e Q são pro- posições p e q são falsos. Nessas condições, o valor lógico
posições lógicas — é Falsa quando P é Verdadeira e Q é Fal- da proposição r na proposição composta {[q v (q ^ ~p)] v r}
sa, e é Verdadeira nos demais casos, assinale a alternativa cujo valor lógico é verdade, é:
que apresenta a única proposição Falsa.
(A) falso
(A) Se 4 é um número par, então 42 + 1 é um número (B) inconclusivo
primo. (C) verdade e falso
(B) Se 2 é ímpar, então 22 é par. (D) depende do valor lógico de p
(C) Se 7 × 7 é primo, então 7 é primo. (E) verdade
(D) Se 3 é um divisor de 8, então 8 é um divisor de 15.
(E) Se 25 é um quadrado perfeito, então 5 > 7. 06. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS-
CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é clas-
03. (IFBAIANO – Assistente Social – FCM/2017) sificada como uma proposição simples?
Segundo reportagem divulgada pela Globo, no dia
17/05/2017, menos de 40% dos brasileiros dizem praticar (A) Será que vou ser aprovado no concurso?
esporte ou atividade física, segundo dados da Pesquisa Na- (B) Ele é goleiro do Bangu.
cional por Amostra de Domicílios (Pnad)/2015. Além disso, (C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista.
concluiu-se que o número de praticantes de esporte ou de (D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos.
atividade física cresce quanto maior é a escolaridade.
(Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/menos-
07.(EBSERH – Assistente Administrativo –
de-40-dos-brasileiros-dizem-praticar-esporte-ou-ativida-
IBFC/2017) Assinale a alternativa incorreta com relação
de-fisica-futebol-e-caminhada-lideram-praticas.ghtml.
aos conectivos lógicos:
Acesso em: 23 abr. 2017).
Com base nessa informação, considere as proposições
p e q abaixo: (A) Se os valores lógicos de duas proposições forem
falsos, então a conjunção entre elas têm valor lógico falso.
p: Menos de 40% dos brasileiros dizem praticar esporte (B) Se os valores lógicos de duas proposições forem
ou atividade física falsos, então a disjunção entre elas têm valor lógico falso.
q: O número de praticantes de esporte ou de atividade (C) Se os valores lógicos de duas proposições forem
física cresce quanto maior é a escolaridade falsos, então o condicional entre elas têm valor lógico ver-
dadeiro.
Considerando as proposições p e q como verdadeiras, (D) Se os valores lógicos de duas proposições forem
avalie as afirmações feitas a partir delas. falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
falso.
I- p ∧ q é verdadeiro (E) Se os valores lógicos de duas proposições forem
II- ~p ∨ ~q é falso falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
III- p ∨ q é falso verdadeiro.
IV- ~p ∧ q é verdadeiro
08. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de
Está correto apenas o que se afirma em: direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou
sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu-
(A) I e II. mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e
(B) II e III. as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu
(C) III e IV. vocabulário particular constava, por exemplo:
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV. P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
04. (UFSBA - Administrador – UFMT /2017) Assinale R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
a alternativa que NÃO apresenta uma proposição.
são no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
(A) Jorge Amado nasceu em Itabuna-BA.
(B) Antônio é produtor de cacau.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não re-
(C) Jorge Amado não foi um grande escritor baiano.
(D) Queimem os seus livros. cordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
o item que se segue.

3
RACIOCÍNIO LÓGICO

A proposição “Caso tenha cometido os crimes A e B, 02. Resposta:.E.


não será necessariamente encarcerado nem poderá pagar Vamos fazer por alternativa:
fiança” pode ser corretamente simbolizada na forma (P∧- (A) V→V
Q)→((~R)∨(~S)). V
( )Certo ( )Errado
(B) F→V
09. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Administrador - V
PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere-se a seguinte
proposição: “Se chove, então Mariana não vai ao deserto”. (C)V→V
Com base nela é logicamente correto afirmar que: V
(A) Chover é condição necessária e suficiente para Ma-
riana ir ao deserto. (D) F→F
V
(B) Mariana não ir ao deserto é condição suficiente
para chover.
(E) V→F
(C) Mariana ir ao deserto é condição suficiente para
F
chover.
(D) Não chover é condição necessária para Mariana ir
03. Resposta: A.
ao deserto.
p∧q é verdadeiro
~p∨~q
10. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
nistração – PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere- F∨F
se a seguinte proposição: F
p∨q
P: João é alto ou José está doente. V∨V
V
O conectivo utilizado na proposição composta P cha-
ma-se: ~p∧q
(A) disjunção F∧V
(B) conjunção F
(C) condicional
(D) bicondicional 04. Resposta: D.
As frases que você não consegue colocar valor lógico
(V ou F) não são proposições.
RESPOSTAS Sentenças abertas, frases interrogativas, exclamativas,
imperativas
01. Resposta: D.
I- p → ~(p ∨ ~q) 05. Resposta: E.
(V) →~(V∨V) Sabemos que p e q são falsas.
V→F q∧~p =F
F q∨( q∧~p)
F∨F
II- ~p → ~p ∧ q F
F→F∧V Como a proposição é verdadeira, R deve ser verdadeira
F→F para a disjunção ser verdadeira.
V
06. Resposta: D.
III- p → q A única que conseguimos colocar um valor lógico.
V→F A C é uma proposição composta.
F
07. Resposta: D.
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q Observe que as alternativas D e E são contraditórias,
~(F∨F) →V∧V portanto uma delas é falsa.
V→V Se as duas proposições têm o mesmo valor lógico, a
→V bicondicional é verdadeira.

4
RACIOCÍNIO LÓGICO

08. Resposta: Errado. -Negação


“...encarcerado nem poderá pagar fiança”. p ~p
“Nem” é uma conjunção(∧) V F
F V
09. Resposta: D.
Não pode chover para Mariana ir ao deserto. Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico
oposto, faz sentido, não?
10. Resposta: A. - Conjunção
O conectivo ou chama-se disjunção e também é repre-
sentado simbolicamente por ∨ Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se
eu tiver as duas coisas, certo?
Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só
Tabela-verdade
chocolate.
Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor
E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
lógico de proposições compostas facilmente, analisando
cada coluna.
p q p ∧q
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V ou V V V
V(p)=F V F F
F V F
p F F F
V
F -Disjunção

Quando temos duas proposições, não basta colocar só Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co-
nectivo “ou”.
VF, será mais que duas linhas.
Eu comprei bala ou chocolate.
p q Eu comprei bala e também comprei o chocolate, está
V V certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
V F Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
F V forma se eu comprei apenas chocolate.
F F Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
certo.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF
E a segunda intercalou VFVF.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi- p q p ∨q
bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um V V V
padrão para se tornar mais fácil! V F V
As possibilidades serão 2n,
F V V
Onde:
n=número de proposições F F F
p q r -Disjunção Exclusiva
V V V
V F V Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
chocolate OU comprei bala.
V V F
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo
V F F tempo.
F V V
F F V p q p∨q
V V F
F V F
V F V
F F F F V V
F F F
A primeira proposição, será metade verdadeira e me-
tade falsa.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
E a terceira VVFFVVFF.
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
operadores lógicos?

5
RACIOCÍNIO LÓGICO

-Condicional

Se chove, então faz frio.

Se choveu, e fez frio


Estamos dentro da possibilidade.(V)

Choveu e não fez frio


Não está dentro do que disse. (F)

Não choveu e fez frio..


Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover, certo?(V)

Não choveu, e não fez frio


Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V)
p q p →q
V V V
V F F
F V V
F F V

-Bicondicional

Ficarei em casa, se e somente se, chover.

Estou em casa e está chovendo.


A ideia era exatamente essa. (V)

Estou em casa, mas não está chovendo.


Você não fez certo, era só pra ficar em casa se chovesse. (F)

Eu sai e está chovendo.


Aiaiai não era pra sair se está chovendo. (F)
Não estou em casa e não está chovendo.
Sem chuva, você pode sair, ta? (V)

p q p ↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Tentei deixar de uma forma mais simples, para entender a tabela verdade de cada conectivo, pois sei que será difícil
para decorar, mas se você lembrar das frases, talvez fique mais fácil. Bons estudos! Vamos às questões!

6
RACIOCÍNIO LÓGICO

Tautologia

Definição: Chama-se tautologia, toda proposição composta que terá a coluna inteira de valor lógico V.
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se a coluna da proposição composta for verdadeira é tautologia.
Vamos ver alguns exemplos.

A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da não contradição. Está lembrado?

Princípio da não Contradição: uma proposição não pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.

P ~p p∧~p ~(p∧~p)
V F F V
F V F V

A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do Terceiro excluído.

Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses casos
e nunca um terceiro caso.

P ~p p∨~p
V F V
F V V

Esses são os exemplos mais simples, mas normalmente conseguiremos resolver as questões com base na tabela ver-
dade, por isso insisto que a tabela verdade dos operadores, têm que estar na “ponta da língua”, quase como a tabuada da
matemática.

Veremos outros exemplos

Exemplo 1

Vamos pensar nas proposições


P: João é estudante
Q: Mateus é professor
Se João é estudante, então João é estudante ou Mateus é professor.
Em simbologia: p→p∨q

P Q p∨q p→p∨q
V V V V
V F V V
F V V V
F F F V

A coluna inteira da proposição composta deu verdadeiro, então é uma tautologia.

7
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo 2
Com as mesmas proposições anteriores:
João é estudante ou não é verdade que João é estudante e Mateus é professor.
p∨~(p∧q)

P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)


V V V F V
V F F V V
F V F V V
F F F V V

Novamente, coluna deu inteira com valor lógico verdadeiro, é tautologia.

Exemplo 3
Se João é estudante ou não é estudante, então Mateus é professor.

P Q ~p p∨~p p∨~p→q
V V F V V
V F F V F
F V V V V
F F V V F

Deu pelo menos uma falsa e agora?


Não é tautologia.

Referências

ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: Nobel – 2002.

Questões

01. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere as seguintes proposições:


I) p ∧ ~p
II) p → ~p
III) p ∨ ~p
IV) p →~q

Assinale a alternativa correta.


(A) Somente I e II são tautologias.
(B) Somente II é tautologia.
(C) Somente III é tautologia.
(D) Somente III e a IV são tautologias.
(E) Somente a IV é tautologia.

8
RACIOCÍNIO LÓGICO

02 (FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE BRASILIA/DF – Administração – IADES/2017) Assinale a alternativa que apresenta


uma tautologia.
(A) p∨(q∨~p)
(B) (q→p) →(p→q)
(C) p→(p→q∧~q)
(D) p∨~q→(p→~q)
(E) p∨q→p∧q

Respostas

01. Resposta: C.

P ou a própria negação é tautologia.

02. Resposta: A.

Antes de entrar em desespero que tenha que fazer todas as tabela verdade, vamos analisar:
Provavelmente terá uma alternativa que tenha uma proposição com conectivo de disjunção e a negação: p∨~p
Logo na alternativa A, percebemos que temos algo parecido.
Para confirmar, podemos fazer a tabela verdade

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO

Argumentos

Um argumento é um conjunto finito de premissas (proposições ), sendo uma delas a consequência das demais. Tal pre-
missa (proposição), que é o resultado dedutivo ou consequência lógica das demais, é chamada conclusão. Um argumento
é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q

OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q, também poderá ser representada pela seguinte
forma:

9
RACIOCÍNIO LÓGICO

Argumentos válidos Se Antônio é inocente então Carlos é inocente


Carlos é inocente, pois sendo a primeira verdadeira, a
Um argumento é válido quando a conclusão é verda- condicional só será verdadeira se a segunda proposição
deira (V), sempre que as premissas forem todas verdadeiras também for.
(V). Dizemos, também, que um argumento é válido quando
a conclusão é uma consequência obrigatória das verdades Então, temos:
de suas premissas. Pedro é inocente, João é culpado, Antônio é inocente
e Carlos é inocente.
Argumentos inválidos

Um argumento é dito inválido (ou falácia, ou ilegítimo Questões


ou mal construído), quando as verdades das premissas são
insuficientes para sustentar a verdade da conclusão. Caso a
01. (PREF. DE SALVADOR – Técnico de Nível Supe-
conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências geradas
rior – FGV/2017) Carlos fez quatro afirmações verdadeiras
pelas verdades de suas premissas, tem-se como conclusão
sobre algumas de suas atividades diárias:
uma contradição (F).
▪ De manhã, ou visto calça, ou visto bermuda.
Métodos para testar a validade dos argumentos
(IFBA – Administrador – FUNRIO/2016) Ou João é cul- ▪ Almoço, ou vou à academia.
pado ou Antônio é culpado. Se Antônio é inocente então ▪ Vou ao restaurante, ou não almoço.
Carlos é inocente. João é culpado se e somente se Pedro é ▪ Visto bermuda, ou não vou à academia.
inocente. Ora, Pedro é inocente. Logo:
Certo dia, Carlos vestiu uma calça pela manhã.
(A) Pedro e Antônio são inocentes e Carlos e João são
culpados. É correto concluir que Carlos:
(B) Pedro e Carlos são inocentes e Antônio e João são
culpados. (A) almoçou e foi à academia.
(C) Pedro e João são inocentes e Antônio e Carlos são (B) foi ao restaurante e não foi à academia.
culpados. (C) não foi à academia e não almoçou.
(D) Antônio e Carlos são inocentes e Pedro e João são (D) almoçou e não foi ao restaurante.
culpados. (E) não foi à academia e não almoçou.
(E) Antônio, Carlos e Pedro são inocentes e João é cul-
pado. 02. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário-
FGV/2017) Sabe-se que:
Resposta: E.
Vamos começar de baixo pra cima. • Se X é vermelho, então Y não é verde.
• Se X não é vermelho, então Z não é azul.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado. • Se Y é verde, então Z é azul.
Se Antônio é inocente então Carlos é inocente
João é culpado se e somente se Pedro é inocente Logo, deduz-se que:
Ora, Pedro é inocente
(V) (A) X é vermelho;
(B) X não é vermelho;
Sabendo que Pedro é inocente,
(C) Y é verde;
João é culpado se e somente se Pedro é inocente
(D) Y não é verde;
João é culpado, pois a bicondicional só é verdadeira se
(E) Z não é azul.
ambas forem verdadeiras ou ambas falsas.

João é culpado se e somente se Pedro é inocente 03. (PC/AC – Agente de Polícia Civil – IBADE/2017)
(V) (V) Sabe-se que se Zeca comprou um apontador de lápis azul,
Ora, Pedro é inocente então João gosta de suco de laranja. Se João gosta de suco
de laranja, então Emílio vai ao cinema. Considerando que
(V)
Emílio não foi ao cinema, pode-se afirmar que:
Sabendo que João é culpado, vamos analisar a primeira
(A) Zeca não comprou um apontador de lápis azul.
premissa
(B) Emílio não comprou um apontador de lápis azul.
Ou João é culpado ou Antônio é culpado.
(C) Zeca não gosta de suco de laranja.
Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva só
(D) João não comprou um apontador de lápis azul.
é verdadeira se apenas uma das proposições for.
(E) Zeca não foi ao cinema.

10
RACIOCÍNIO LÓGICO

04. (UFSBA – Administrador – UFMT/2017) São da- É correto concluir que, nesse dia, Carlos:
dos os seguintes argumentos:
ARGUMENTO 1 (A) correu e andou;
(B) não correu e não andou;
P1: Iracema não gosta de acarajé ou Iracema não é so- (C) andou e não teve companhia;
teropolitana. (D) teve companhia e andou;
P2: Iracema é soteropolitana. (E) não correu e não teve companhia.
C:
07. (PREF. DE SÃO PAULO – Assistente de Gestão de
Políticas Públicas – CESPE/2016) As proposições seguin-
ARGUMENTO 2
tes constituem as premissas de um argumento.
P1: Se Aurélia não é ilheense, então Aurélia não é pro-
dutora de cacau. • Bianca não é professora.
P2: Aurélia não é ilheense. • Se Paulo é técnico de contabilidade, então Bianca é
C: professora.
• Se Ana não trabalha na área de informática, então
ARGUMENTO 3 Paulo é técnico de contabilidade.
P1: Lucíola é bailarina ou Lucíola é turista. • Carlos é especialista em recursos humanos, ou Ana
P2: Lucíola não é bailarina. não trabalha na área de informática, ou Bianca é professora.
C:
Assinale a opção correspondente à conclusão que tor-
ARGUMENTO 4 na esse argumento um argumento válido.
P1: Se Cecília é baiana, então Cecília gosta de vatapá.
P2: Cecília não gosta de vatapá. (A) Carlos não é especialista em recursos humanos e
C: Paulo não é técnico de contabilidade.
(B) Ana não trabalha na área de informática e Paulo é
Pode-se inferir que técnico de contabilidade.
(C) Carlos é especialista em recursos humanos e Ana
(A) Lucíola é turista.
trabalha na área de informática.
(B) Cecília é baiana.
(D) Bianca não é professora e Paulo é técnico de con-
(C) Aurélia é produtora de cacau. tabilidade.
(D) Iracema gosta de acarajé. (E) Paulo não é técnico de contabilidade e Ana não tra-
balha na área de informática.
05. (COPERGAS/PE – Auxiliar Administrativo –
FCC/2016) Considere verdadeiras as afirmações a seguir: 08. (PREF. DE SÃO GONÇALO – Analista de Contabi-
lidade – BIORIO/2016) Se Ana gosta de Beto, então Beto
I. Laura é economista ou João é contador. ama Carla. Se Beto ama Carla, então Débora não ama Luiz.
II. Se Dinorá é programadora, então João não é con- Se Débora não ama Luiz, então Luiz briga com Débora. Mas
tador. Luiz não briga com Débora. Assim:
III. Beatriz é digitadora ou Roberto é engenheiro.
IV. Roberto é engenheiro e Laura não é economista. (A) Ana gosta de Beto e Beto ama Carla.
(B) Débora não ama Luiz e Ana não gosta de Beto.
A partir dessas informações é possível concluir, corre- (C) Débora ama Luiz e Ana gosta de Beto.
tamente, que : (D) Ana não gosta de Beto e Beto não ama Carla.
(E) Débora não ama Luiz e Ana gosta de Beto.
(A) Beatriz é digitadora.
09. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador –
(B) João é contador.
PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Considerem-se verda-
(C) Dinorá é programadora.
deiras as seguintes proposições:
(D) Beatriz não é digitadora.
(E) João não é contador. P1: André não gosta de chuchu ou Bruno gosta de be-
terraba.
06. (MPE/RJ – Analista do Ministério Público – P2: Se Bruno gosta de beterraba, então Carlos não gos-
FGV/2016) Sobre as atividades fora de casa no domingo, ta de jiló.
Carlos segue fielmente as seguintes regras: P3: Carlos gosta de jiló e Daniel não gosta de cenoura.
- Ando ou corro.
Assim, uma conclusão necessariamente verdadeira é a
- Tenho companhia ou não ando.
- Calço tênis ou não corro. seguinte:
Domingo passado Carlos saiu de casa de sandálias.

11
RACIOCÍNIO LÓGICO

(A) André não gosta de chuchu se, e somente se, Daniel 03. Resposta: A.
gosta de cenoura. Considerando que Emílio não foi ao cinema:
(B) Se André não gosta de chuchu, então Daniel gosta
de cenoura. Se João gosta de suco de laranja, então Emílio vai ao
(C) Ou André gosta de chuchu ou Daniel não gosta de cinema.
cenoura. F F
(D) André gosta de chuchu ou Daniel gosta de cenou- Zeca comprou um apontador de lápis azul, então João
ra. gosta de suco de laranja.
F F
10. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016)
Considere que as seguintes proposições sejam verdadeiras. 04. Resposta: A.
Vamos analisar por alternativa, pois fica mais fácil que
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. analisar cada argumento.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. OBS: Como a alternativa certa é a A, analisarei todas as
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. alternativas, para mostrar o porquê de ser essa a correta.
• Quando Fernando está estudando, não chove.
• Durante a noite, faz frio. (A) Lucíola é turista.
Eu acho mais fácil fazer sempre com as premissas ver-
Tendo como referência as proposições apresentadas, dadeiras.
julgue o item subsecutivo. ARGUMENTO 3
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estu- P1: Lucíola é bailarina ou Lucíola é turista.
dando. F V
certo errado P2: Lucíola não é bailarina.(V)

Respostas (B) Cecília é baiana


P1: Se Cecília é baiana, então Cecília gosta de vatapá.
V F
01. Resposta: B.
P2: Cecília não gosta de vatapá.
▪ De manhã, ou visto calça, ou visto bermuda.
▪ Almoço, ou vou à academia.
Mas se Cecília não gosta de vatapá a P2 seria incorreta,
V f
por isso não é essa alternativa.
▪ Vou ao restaurante, ou não almoço.
V F
(C) Aurélia é produtora de cacau
▪ Visto bermuda, ou não vou à academia. P1: Se Aurélia não é ilheense, então Aurélia não é pro-
F V dutora de cacau.
F F
02. Resposta: D. P2: Aurélia não é ilheense.
Vamos tentar fazendo que X é vermelho para ver se Aurélia seria ilheense.
todos vão ter valor lógico correto.
(D) Iracema gosta de acarajé.
• Se X é vermelho, então Y não é verde. P1: Iracema não gosta de acarajé ou Iracema não é so-
V V teropolitana.
• Se Y é verde, então Z é azul. F V
F F/V P2: Iracema é soteropolitana.(F)
• Se X não é vermelho, então Z não é azul. Também entrou em contradição.
F F/V
05. Resposta: B.
Se x não é vermelho: Começamos sempre pela conjunção.
• Se X é vermelho, então Y não é verde. IV. Roberto é engenheiro e Laura não é economista.
F V V V
• Se Y é verde, então Z é azul.
F F I. Laura é economista ou João é contador.
F V
• Se X não é vermelho, então Z não é azul.
V V II. Se Dinorá é programadora, então João não é con-
tador.
F F

III. Beatriz é digitadora ou Roberto é engenheiro.


V/F V

12
RACIOCÍNIO LÓGICO

06. Resposta: D. (A) na bicondicional, as duas deveriam ser verdadeiras,


- Calço tênis ou não corro. ou as duas falsas
F V (B) como a primeira proposição é verdadeira, a segun-
da também deveria ser.
- Ando ou corro. (D) Como a primeira é falsa, a segunda deveria ser ver-
V F dadeira.
- Tenho companhia ou não ando.
V F 10.Resposta: Errado
Resumindo: ele calçou sandálias, andou e teve com-
panhia. • Durante a noite, faz frio.
V
07. Resposta: C.
• Bianca não é professora.(V) • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
• Se Paulo é técnico de contabilidade, então Bianca é F F
professora.
F F • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
• Se Ana não trabalha na área de informática, então V V
Paulo é técnico de contabilidade.
F F • Quando chove, Maria não vai ao cinema.
• Carlos é especialista em recursos humanos, F F
V
ou Ana não trabalha na área de informática, ou Bianca • Quando Fernando está estudando, não chove.
é professora. V/F V
F F Portanto, Se Maria foi ao cinema, então Fernando es-
tava estudando.
08. Resposta: D. Não tem como ser julgado.
Sabendo que Luiz não briga com Débora
Se Débora não ama Luiz, então Luiz briga com Débora.
F F DIAGRAMAS LÓGICOS E LÓGICA DE
. Se Beto ama Carla, então Débora não ama Luiz PRIMEIRA ORDEM
F F
Se Ana gosta de Beto, então Beto ama Carla.
F V
As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro-
09 Resposta: C. posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solução
Vamos começar pela P3, pois é uma conjunção, assim requer que desenhemos figuras, os chamados diagramas.
é mais fácil definirmos o valor lógico de cada proposição.
Para a conjunção ser verdadeira, as duas proposições Definição das proposições
devem ser verdadeiras.
Portanto: Todo A é B.
Carlos gosta de jiló.
Daniel não gosta de cenoura. O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
P2: Se Bruno gosta de beterraba, então Carlos não gos- elemento de A também é elemento de B.
ta de jiló.
Carlos não gosta de jiló. (F) Podemos representar de duas maneiras:
e par a condicional ser verdadeira a primeira também deve
ser falsa.
Bruno gosta de beterraba. (F)

P1: André não gosta de chuchu ou Bruno gosta de be-


terraba.
A segunda é falsa, e para a disjunção ser verdadeira, a
primeira é verdadeira.
André não gosta de chuchu. (V).
Vamos enumerar as verdadeiras:
1- Carlos gosta de jiló.
2-Daniel não gosta de cenoura.
3-Bruno não gosta de beterraba Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como
4-André não gosta de chuchu ficam os valores lógicos das outras?

13
RACIOCÍNIO LÓGICO

Pensemos nessa frase: Toda criança é linda. a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-
tos em comum.
Nenhum A é B é necessariamente falsa.
Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
que TODA criança é linda? Por isso é falsa.

Algum A é B é necessariamente verdadeira


Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
lindas.

Algum A não é B necessariamente falsa, pois A está


contido em B.
Alguma criança não é linda, bem como já vimos impos-
sível, pois todas são.
b) Todos os elementos de A estão em B.
Nenhum A é B.

A e B não terão elementos em comum.

c) Todos os elementos de B estão em A.

Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?

Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-


trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)

Todo A é B é necessariamente falsa.


Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?

Algum A é B é necessariamente falsa.


Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.

Algum A não é B necessariamente verdadeira.


Algum cachorro não é gato, ah sim espero que todos
d) O conjunto A é igual ao conjunto B.
não sejam mas, se já está dizendo algum vou concordar.

Algum A é B.

Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em


comum com o conjunto B.

Temos 4 representações possíveis:

14
RACIOCÍNIO LÓGICO

Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como c) Não há elementos em comum entre os dois conjun-
ficam os valores lógicos das outras? tos
Frase: Algum copo é de vidro.

Nenhum A é B é necessariamente falsa


Nenhum copo é de vidro, com frase fica mais fácil né?
Porque assim, conseguimos ver que é falsa, pois acabei de
falar que algum copo é de vidro, ou seja, tenho pelo menos
1 copo de vidro.

Todo A é B , não conseguimos determinar, podendo ser


verdadeira ou falsa (podemos analisar também os diagra-
mas mostrados nas figuras a e c)
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não.
Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
Algum A não é B não conseguimos determinar, poden- como ficam os valores lógicos das outras?
do ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras b e d) Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se to- Frase: Algum copo não é de vidro.
dos os copos são de vidros, pode ser verdadeira.
Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as
Algum A não é B. figuras a e b)
O conjunto A tem pelo menos um elemento que não Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
pertence ao conjunto B. todos não são de vidro.

Aqui teremos 3 modos de representar: Todo A é B , é necessariamente falsa


Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen- não era.
tos em comum
Algum A é B é indeterminada
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se tem
algum de vidro ou não.

Quantificadores são elementos que, quando associa-


dos às sentenças abertas, permitem que as mesmas sejam
avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, passam a ser
qualificadas como sentenças fechadas.

O quantificador universal

O quantificador universal, usado para transformar sen-


tenças (proposições) abertas em proposições fechadas, é
indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer que seja”,
“para todo”, “para cada”.
b) Todos os elementos de B estão em A.
Exemplo:
(∀x)(x + 2 = 6)
Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6” (fal-
sa).
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a
afirmação ser verdadeira.

O quantificador existencial

O quantificador existencial é indicado pelo símbolo


“∃” que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe
um”.

15
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplos: 02. (TRT - 20ª REGIÃO /SE - Técnico Judiciário –


(∃x)(x + 5 = 9) FCC/2016) que todo técnico sabe digitar. Alguns desses
Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (verda- técnicos sabem atender ao público externo e outros desses
deira). técnicos não sabem atender ao público externo. A partir
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem...claro dessas afirmações é correto concluir que:
que existe algum número que essa afirmação será verda-
deira. (A) os técnicos que sabem atender ao público externo
não sabem digitar.
Ok?? Sem maiores problemas, certo? (B) os técnicos que não sabem atender ao público ex-
terno não sabem digitar.
Representação de uma proposição quantificada (C) qualquer pessoa que sabe digitar também sabe
atender ao público externo.
(∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15) (D) os técnicos que não sabem atender ao público ex-
Quantificador: ∀ terno sabem digitar.
Condição de existência da variável: x ∈ N . (E) os técnicos que sabem digitar não atendem ao pú-
Predicado: x + 3 > 15. blico externo.

(∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)] 03. (COPERGAS – Auxiliar Administrativo –


Quantificador: ∃ FCC/2016) É verdade que existem programadores que não
Condição de existência da variável: não há. gostam de computadores. A partir dessa afirmação é cor-
Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”. reto concluir que:

Negações de proposições quantificadas ou funcionais (A) qualquer pessoa que não gosta de computadores é
Seja uma sentença (∀x)(A(x)). um programador.
Negação: (∃x)(~A(x)) (B) todas as pessoas que gostam de computadores não
são programadores.
Exemplo (C) dentre aqueles que não gostam de computadores,
(∀x)(2x-1=3) alguns são programadores.
Negação: (∃x)(2x-1≠3) (D) para ser programador é necessário gostar de com-
putador.
(E) qualquer pessoa que gosta de computador será um
bom programador.
Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).
Negação: (∀x)(~Q(x)).
04. (COPERGAS/PE - Analista Tecnologia da Infor-
(∃x)(2x-1=3)
mação
Negação: (∀x)(2x-1≠3)
- FCC/2016) É verdade que todo engenheiro sabe ma-
temática. É verdade que há pessoas que sabem matemática
Questões e não são engenheiros. É verdade que existem administra-
dores que sabem matemática. A partir dessas afirmações é
01. (UFES - Assistente em Administração – possível concluir corretamente que:
UFES/2017) Em um determinado grupo de pessoas:
(A) qualquer engenheiro é administrador.
• todas as pessoas que praticam futebol também pra- (B) todos os administradores sabem matemática.
ticam natação, (C) alguns engenheiros não sabem matemática.
• algumas pessoas que praticam tênis também prati- (D) o administrador que sabe matemática é engenhei-
cam futebol, ro.
• algumas pessoas que praticam tênis não praticam (E) o administrador que é engenheiro sabe matemática.
natação.
05. (CRECI 1ª REGIÃO/RJ – Advogado – MSCON-
É CORRETO afirmar que no grupo CURSOS/2016) Considere como verdadeiras as duas pre-
missas seguintes:
(A) todas as pessoas que praticam natação também
praticam tênis. I – Nenhum professor é veterinário;
(B) todas as pessoas que praticam futebol também pra- II – Alguns agrônomos são veterinários.
ticam tênis.
(C) algumas pessoas que praticam natação não prati- A partir dessas premissas, é correto afirmar que, neces-
cam futebol. sariamente:
(D) algumas pessoas que praticam natação não prati- (A) Nenhum professor é agrônomo.
cam tênis. (B) Alguns agrônomos não são professores.
(E) algumas pessoas que praticam tênis não praticam (C) Alguns professores são agrônomos.
futebol. (D) Alguns agrônomos são professores.

16
RACIOCÍNIO LÓGICO

06. (EMSERH - Auxiliar Administrativo – FUN- (C) Mirian é escrevente


CAB/2016) Considere que as seguintes afirmações são (D) Mirian não é escrevente.
verdadeiras: (E) se Arnaldo é escrevente, então Arnaldo é primo de
Mirian
“Algum maranhense é pescador.”
“Todo maranhense é trabalhador.”
10. (DPE/MT – Assistente Administrativo –
Assim pode-se afirmar, do ponto de vista lógico, que: FGV/2015) Considere verdadeiras as afirmações a seguir.
(A) Algum maranhense pescador não é trabalhador • Existem advogados que são poetas.
(B) Algum maranhense não pescar não é trabalhador • Todos os poetas escrevem bem.
(C) Todo maranhense trabalhadoré pescador
(D) Algum maranhense trabalhador é pescador
Com base nas afirmações, é correto concluir que
(E) Todo maranhense pescador não é trabalhador.
(A) se um advogado não escreve bem então não é poe-
07. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Assistente Ad- ta.
ministrativo – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2015) Em certa (B) todos os advogados escrevem bem.
comunidade, é verdade que: (C) quem não é advogado não é poeta.
(D) quem escreve bem é poeta.
- todo professor de matemática possui grau de mestre; (E) quem não é poeta não escreve bem.
- algumas pessoas que possuem grau de mestre gos-
tam de empadão de camarão;
- algumas pessoas que gostam de empadão de cama- Respostas
rão não possuem grau de mestre.
01. Resposta: E.
Uma conclusão necessariamente verdadeira é:

(A) algum professor de matemática gosta de empadão


de camarão.
(B) nenhum professor de matemática gosta de empa-
dão de camarão.
(C) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
gosta de matemática.
(D) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
não é professor de matemática.

08. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2015) Se todo estudante de uma disciplina A é tam-
bém estudante de uma disciplina B e todo estudante de
uma disciplina C não é estudante da disciplina B, e ntão é 02. Resposta: D.
verdade que: Podemos excluir as alternativas que falam que não sa-
bem digitar, pois todos os técnicos sabem digitar.
(A) algum estudante da disciplina A é estudante da dis-
ciplina C.
(B) algum estudante da disciplina B é estudante da dis-
ciplina C.
(C) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
disciplina C.
(D) nenhum estudante da disciplina B é estudante da
disciplina A.
(E) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
disciplina B.

09. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2015) Considere verdadeira a seguinte afirmação:
“Todos os primos de Mirian são escreventes”.

Dessa afirmação, conclui­se corretamente que


(A) se Pâmela não é escrevente, então Pâmela não é
prima de Mirian.
(B) se Jair é primo de Mirian, então Jair não é escre-
vente.

17
RACIOCÍNIO LÓGICO

03. Resposta: C. 07. Resposta: D.

Podemos ter esses dois modelos de diagramas:

(A) não está claro se os mestres que gostam de empa-


dão são professores ou não.
(B) podemos ter o primeiro diagrama
04. Resposta: E. (C) pode ser o segundo diagrama.

08. Resposta: C.
O diagrama C deve ficar para fora, pois todo estudante
de C não é da disciplina B, ou seja, não tem ligação nenhuma.

05. Resposta: B.
Alguns agrônomos são veterinários e podem ser só
agrônomos.
Assim, os estudantes da disciplina A, também não fa-
zem disciplina C e vice-versa.

09. Resposta: A.

06. Resposta: D.

Como Pâmela não é escrevente, ela está em um diagra-


ma a parte, então não é prima de Mirian.
Analisando as alternativas erradas:

(B) Todos os primos de primo são escrevente.


(C) e (D) Não sabemos se Mirian é escrevente ou não.
(E) Não necessariamente, pois há pessoas que são es-
creventes, mas não primos de Mirian.

18
RACIOCÍNIO LÓGICO

10. Resposta: A. Regra de Absorção


Se o advogado não escreve bem, ele faz parte da área p→p∧q⇔p→q
hachurada, portanto ele não é poeta.
p q p∧q p→p∧q p→q
V V V V V
V F F F F
F V F V V
F F F V V

Condicional

Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são


as mais pedidas nos concursos
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-
verdades idênticas

p ~p q p∧q p→q ~p∨q


V F V V V V
V F F F F F
Referências
F V V F V V
Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Pro-
F V F F V V
vas e Concursos, 2010.
Exemplo
p: Coelho gosta de cenoura
q: Coelho é herbívoro.
EQUIVALÊNCIAS
p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é her-
bívoro.
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her-
bívoro
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção p∨~q
Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente
equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se
as tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊNTI- p q ~p ~q ~p→~q p∨~q
CAS. V V F F V V
Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguinte V F F V V V
notação: F V V F F F
P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..) F F V V V V

Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha, Equivalência fundamentais (Propriedades Funda-
mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas. mentais): a equivalência lógica entre as proposições goza
das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva.
Regra da Dupla negação
~~p⇔p 1 – Simetria (equivalência por simetria)
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p
p q p∧q q∧p
p ~p ~~p
V F V V V V V
F V F V F F F
F V F F
São iguais, então ~~p⇔p F F F F

Regra de Clavius b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
~p→p⇔p p q p∨q q∨ p
V V V V
p ~p ~p→p V F V V
V F V F V V V
F V F F F F F

19
RACIOCÍNIO LÓGICO

c) p ∨ q ⇔ q p b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)
p q p∨q q∨p
V V F F p q r
q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∨ (p
V F V V ∨r ∨ r) q ∨r ∨ r)
F V V V V V V V V V V V
F F F F V V F V V V V V
V F V V V V V V
d) p ↔ q ⇔ q ↔ p V F F F V V V V
p q p↔q q↔p F V V V V V V V
V V V V F V F V V V F V
V F F F F F V V V F V V
F V F F F F F F F F F F
F F V V
3 – Idempotência
Equivalências notáveis: a) p ⇔ (p ∧ p)
Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas
1 - Distribuição (equivalência pela distributiva) colunas com p:
a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
p p p∧p
V V V
q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p
p q r F F F
∨r ∨ r) q ∧r ∧ r)
V V V V V V V V b) p ⇔ (p ∨ p)
V V F V V V F V
V F V V V F V V p p p ∨p
V F F F F F F F V V V
F V V V F F F F F F F
F V F V F F F F
F F V V F F F F 4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se
F F F F F F F F outra condicional equivalente à primeira, apenas inverten-
do-se e negando-se as proposições simples que as com-
b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) põem.

p q r
q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧ (p Da mesma forma que vimos na condicional mais acima,
∧r ∧ r) q ∨r ∨ r) temos outros modos de definir a equivalência da condicio-
V V V V V V V V nal que são de igual importância
V V F F V V V V
V F V F V V V V 1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p)
V F F F V V V V p q ~p ~q p → q ~q → ~p
F V V V V V V V V V F F V V
F V F F F V F F V F F V F F
F F V F F F V F F V V F V V
F F F F F F F F F F V V V V
2 - Associação (equivalência pela associativa) 2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p)
a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
p q ~p ~p → q ~q ~q → p
V V F V F V
q p ∧ (q p (p ∧ q) ∧ (p
p q r p∧q V F F V V V
∧r ∧ r) ∧r ∧ r)
V V V V V V V V F V V V F V
V V F F F V F F F F V F V F
V F V F F F V F
3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)
V F F F F F F F
F V V V F F F F p q ~q p → ~q ~p q → ~p
F V F F F F F F V V F F F F
F F V F F F F F V F V V F V
F F F F F F F F F V F V V V
F F V V V V

20
RACIOCÍNIO LÓGICO

5 - Pela bicondicional Questões


a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição
p q p ↔ q p → q q → p (p → q) ∧ (q → p) 01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VU-
V V V V V V NESP/2017) Uma afirmação equivalente para “Se estou fe-
liz, então passei no concurso” é:
V F F F V F
F V F V F F (A) Se passei no concurso, então estou feliz.
F F V V V V (B) Se não passei no concurso, então não estou feliz.
(C) Não passei no concurso e não estou feliz.
b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q) (D) Estou feliz e passei no concurso.
p (E) Passei no concurso e não estou feliz.
~q → ~p → (~q → ~p) ∧
p q ↔ ~q ~p
~p ~q (~p → ~q)
q 02. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere a
V V V F F V V V frase:
V F F V F F V F Se Marco treina, então ele vence a competição.
F V F F V V F F A frase equivalente a ela é:
F F V V V V V V
(A) Se Marco não treina, então vence a competição.
c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q) (B) Se Marco não treina, então não vence a competição.
p p (C) Marco treina ou não vence a competição.
~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p (D) Marco treina se e somente se vence a competição.
p q ↔ ∧ ~p ~q
q q
~q ∧ ~q) (E) Marco não treina ou vence a competição.
V V V V F F F V
V F F F F V F F 03. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES-
F V F F V F F F PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho-
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o
F F V F V V V V
próximo item.
Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é
6 - Pela exportação-importação
equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”.
[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
( ) Certo
p q r p ∧ q (p ∧ q) → r q → r p → (q → r) ( ) Errado
V V V V V V V
V V F V F F F 04. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário – FGV/2017)
V F V F V V V Considere a sentença: “Se Pedro é torcedor do Avaí e Marce-
V F F F V V V la não é torcedora do Figueirense, então Joana é torcedora
F V V F V V V da Chapecoense”.
F V F F V F V Uma sentença logicamente equivalente à sentença dada é:
F F V F V V V
(A) Se Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce-
F F F F V V V
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha-
pecoense.
Proposições Associadas a uma Condicional (se, então)
(B) Se Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torce-
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha-
Chama-se proposições associadas a p → q as três pro- pecoense.
posições condicionadas que contêm p e q: (C) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora
– Proposições recíprocas: p → q: q → p do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense.
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q (D) Se Joana não é torcedora da Chapecoense, então
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torcedora do Fi-
gueirense.
Observe a tabela verdade dessas quatro proposições: (E) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora
q do Figueirense e Joana é torcedora da Chapecoense.
p→ ~p → ~q →
p q ~p ~q →
q ~q ~p 05. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Considere
p
V V F F V V V V como verdadeira a seguinte sentença: “Se todas as flores são
V F F V F V V F vermelhas, então o jardim é bonito”.
F V V F V F F V É correto concluir que:
F F V V V V V V
(A) se todas as flores não são vermelhas, então o jardim
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua não é bonito;
recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO (B) se uma flor é amarela, então o jardim não é bonito;
(C) se o jardim é bonito, então todas as flores são ver-
EQUIVALENTES.
melhas;

21
RACIOCÍNIO LÓGICO

(D) se o jardim não é bonito, então todas as flores não Respostas


são vermelhas;
(E) se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor 01. Resposta: B.
não é vermelha. p→q⇔~q→~p
p: Estou feliz
06. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017) q: passei no concurso
Uma proposição equivalente a Se há fumaça, há fogo, é: A equivalência ficaria:
Se não passei no concurso, então não estou feliz.
(A) Se não há fumaça, não há fogo.
(B) Se há fumaça, não há fogo. 02. Resposta: E.
(C) Se não há fogo, não há fumaça. Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou
(D) Se há fogo, há fumaça. “~p∨q”
P: Marcos treina
07. (DPE/RR – Técnico em Informática – INAZ DO Q: ele vence a competição
PARÁ/2017) Diz-se que duas preposições são equivalen- Marcos não treina ou ele vence a competição
tes entre si quando elas possuem o mesmo valor lógico. A
sentença logicamente equivalente a: “ Se Maria é médica, 03. Resposta: Certo.
então Victor é professor” é: Uma dica é que normalmente quando tem vírgula é
condicional, não é regra, mas acontece quando você não
(A) Se Victor não é professor então Maria não é médica acha o conectivo.
(B) Se Maria não é médica então Victor não é professor
(C) Se Victor é professor, Maria é médica 04. Resposta: C.
(D) Se Maria é médica ou Victor é professor Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou
(E) Se Maria é médica ou Victor não é professor “~p∨q”
~p: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce-
08. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador – dora do Figueirense
PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma proposição lo- ~q→~p: Se Joana não é torcedora da Chapecoense,
então Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora
gicamente equivalente a “se eu não posso pagar um táxi,
do Figueirense
então vou de ônibus” é a seguinte:
~p∨q: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce-
dora do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense.
(A) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
(B) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
05. Resposta: E.
(C) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
Equivalência: p→q⇔~q→~p
(D) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar
Para negar Todos:
um táxi Pelo menos faz o contrário, ou seja, no nosso caso,
pelo menos uma flor não é vermelha
09. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi- ~p: Pelo menos uma flor não é vermelha
nistração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma pro- Se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor
posição logicamente equivalente a “todo ato desonesto é não é vermelha.
passível de punição” é a seguinte:
06. Resposta: C.
(A) todo ato passível de punição é desonesto. Nega as duas e troca de lado.
(B) todo ato não passível de punição é desonesto. Se não há fogo, então não há fumaça.
(C) se um ato não é passível de punição, então não é
desonesto. 07. Resposta: A.
(D) se um ato não é desonesto, então não é passível Nega as duas e troca de lado.
de punição. Se Victor não é professor, então Maria não é medica.

10. (TJ/PI – Analista Judiciário – FGV/2015) Conside- 08. Resposta: A.


re a sentença: “Se gosto de capivara, então gosto de javali”. Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p
~p∨q
Uma sentença logicamente equivalente à sentença Nesse caso, como temos apenas condicional nas alter-
dada é: nativas.
Nega as duas e troca
(A) Se não gosto de capivara, então não gosto de javali. p: não posso pagar um táxi
(B) Gosto de capivara e gosto de javali. q: vou de ônibus
(C) Não gosto de capivara ou gosto de javali. ~p: Posso pagar um táxi
(D) Gosto de capivara ou não gosto de javali. ~q: Não vou de ônibus
(E) Gosto de capivara e não gosto de javali. Se não vou de ônibus, então posso pagar um táxi

22
RACIOCÍNIO LÓGICO

09. Resposta: C.
Vamos pensar da seguinte maneira:
Se todo ato é desonesto, então é passível de punição
Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou “~p∨q”
Nesse caso, as alternativas nos mostram condicional.
Se um ato não é passível de punição, então não é desonesto.

10. Resposta: C.
Lembra da tabela da teoria??
p q p→q ~p ~p∨q
V V V F V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

Então
p: Gosto de capivara
q: Gosto de javali

Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p, mas não temos essa opção.
Portanto, deve ser ~p∨q
Não gosto de capivara ou gosto de javali.

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática – São Paulo: Nobel – 2002.
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier,
2013.

LEIS DE DEMORGAN

Negação de uma proposição composta


Definição: Quando se nega uma proposição composta primitiva, gera-se outra proposição também composta e equi-
valente à negação de sua primitiva.
Ou seja, muitas vezes para os exercícios teremos que saber qual a equivalência da negação para compor uma frase, por
exemplo.

Negação de uma conjunção (Lei de Morgan)


Para negar uma conjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo conjunção pelo conectivo disjunção.
~(p ∧ q) ⇔ (~p ∨ ~q)
p q ~p ~q p∧q ~(p ∧ q) ~p ∨ ~q
V V F F V F F
V F F V F V V
F V V F F V V
F F V V F V V

Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)


Para negar uma disjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo-disjunção pelo conectivo-conjunção.
~(p ∨ q) ⇔ (~p ∧ ~q)

p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
V V F F V F F
V F F V V F F
F V V F V F F
F F V V F V V

23
RACIOCÍNIO LÓGICO

Resumindo as negações, quando é conjunção nega as duas e troca por “ou”


Quando for disjunção, nega tudo e troca por “e”.
Negação de uma disjunção exclusiva
~(p ∨ q) ⇔ (p ↔ q)
p q p∨q ~( p∨q) p↔q
V V F V V
V F V F F
F V V F F
F F F V V

Negação de uma condicional


Famoso MANE
Mantém a primeira e nega a segunda.
~(p → q) ⇔ (p ∧ ~q)
p q p→q ~q ~(p → q) p ∧ ~q
V V V F F F
V F F V V V
F V V F F V
F F V V F F

Negação de uma bicondicional


~(p ↔ q) = ~[(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]
~[(p → q) ∧ [(p ∧ ~q) ∨
P Q p ↔ q p → q q → p p → q) ∧ (q → p)] p ∧ ~q q ∧ ~p
(q → p)] (q ∧ ~p)]
V V V V V V F F F F
V F F F V F V V F V
F V F V F F V F V V
F F V V V V F F F F

Dupla negação (Teoria da Involução)


De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p)
P ~P ~ (~p)
V F V
F V F

b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte da
condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2a parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1a vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2a vez: ~(p
∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q
Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição resultante será equivalente
à sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ ~p ∨ q

Questões
01. (CORREIOS – Engenheiro de Segurança do Trabalho Júnior – IADES/2017) Qual é a negação da proposição
“Engenheiros gostam de biológicas e médicos gostam de exatas.”?
(A) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos não gostam de exatas.
(B) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos gostam de exatas.
(C) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos gostam de exatas.
(D) Engenheiros gostam de biológicas ou médicos não gostam de exatas.
(E) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos não gostam de exatas.

02. (ARTES - Agente de Fiscalização à Regulação de Transporte - Tecnologia de Informação - FCC/2017) A afirma-
ção que corresponde à negação lógica da frase ‘Vendedores falam muito e nenhum estudioso fala alto’ é:
(A) ‘Nenhum vendedor fala muito e todos os estudiosos falam alto’.
(B) ‘Vendedores não falam muito e todos os estudiosos falam alto’.
(C) ‘Se os vendedores não falam muito, então os estudiosos não falam alto’.
(D) ‘Pelo menos um vendedor não fala muito ou todo estudioso fala alto’.
(E) ‘Vendedores não falam muito ou pelo menos um estudioso fala alto’

24
RACIOCÍNIO LÓGICO

03. (IGP/RS – Perito Criminal 0 FUNDATEC/2017) A Proposição Q: A empresa alegou ter pago suas obriga-
negação da proposição “Todos os homens são afetuosos” ções previdenciárias, mas não apresentou os comprovantes
é: de pagamento.
(A) Toda criança é afetuosa. A proposição Q, anteriormente apresentada, está pre-
(B) Nenhum homem é afetuoso. sente na proposição P do texto CB1A5AAA.
(C) Todos os homens carecem de afeto. A negação da proposição Q pode ser expressa por:
(D) Pelo menos um homem não é afetuoso.
(E) Todas as mulheres não são afetuosas.
(A) A empresa não alegou ter pago suas obrigações
04. (TRT – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma afir- previdenciárias ou apresentou os comprovantes de paga-
mação que corresponda à negação lógica da afirmação: mento.
todos os programas foram limpos e nenhum vírus perma- (B) A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
neceu, é: denciárias ou não apresentou os comprovantes de paga-
mento.
(A) Se pelo menos um programa não foi limpo, então (C)A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
algum vírus não permaneceu. denciárias e apresentou os comprovantes de pagamento.
(B) Existe um programa que não foi limpo ou pelo me-
(D) A empresa não alegou ter pago suas obrigações
nos um vírus permaneceu.
(C) Nenhum programa foi limpo e todos os vírus per- previdenciárias nem apresentou os comprovantes de pa-
maneceram. gamento.
(D) Alguns programas foram limpos ou algum vírus
não permaneceu.
(E) Se algum vírus permaneceu, então nenhum progra- 09. (DPE/RS – Analista – FCC/2017) Considere a afir-
ma foi limpos. mação:
Ontem trovejou e não choveu.
05. (TRF 1ª REGIÃO – cargos de nível superior – CES- Uma afirmação que corresponde à negação lógica des-
PE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a aprovação
de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 ta afirmação é
contra, um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Bas- (A) se ontem não trovejou, então não choveu.
ta um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente (B) ontem trovejou e choveu.
modificada.” (C) ontem não trovejou ou não choveu.
Considerando a situação apresentada e a proposição (D) ontem não trovejou ou choveu.
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item. (E) se ontem choveu, então trovejou.
A negação da proposição pode ser corretamente ex-
pressa por “Basta um de nós não mudar de ideia ou a deci-
são não será totalmente modificada”. 10. (DPE/RS – Analista – FCC/2017) Considere a afir-
Certo Errado mação:
Se sou descendente de italiano, então gosto de macar-
06. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES- rão e gosto de parmesão.
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho-
Uma afirmação que corresponde à negação lógica des-
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o
ta afirmação é
próximo item.
A negação da proposição P pode ser expressa por (A) Sou descendente de italiano e, não gosto de macar-
“Quem não pode mais, não chora menos” rão ou não gosto de parmesão.
Certo Errado (B) Se não sou descendente de italiano, então não gos-
to de macarrão e não gosto de parmesão.
07. (CFF – Analista de Sistema – INAZ DO PARÁ/2017) (C) Se gosto de macarrão e gosto de parmesão, então
Dizer que não é verdade que “Todas as farmácias estão não sou descendente de italiano.
abertas” é logicamente equivalente a dizer que: (D) Não sou descendente de italiano e, gosto de ma-
carrão e não gosto de parmesão.
(A) “Toda farmácia está aberta”. (E) Se não gosto de macarrão e não gosto de parme-
(B) “Nenhuma farmácia está aberta”. são, então não sou descendente de italiano.
(C) “Todas as farmácias não estão abertas”.
(D) “Alguma farmácia não está aberta”.
(E) “Alguma farmácia está aberta”. Respostas
08. (TRT 7ª REGIÃO – Conhecimentos básicos cargos 01. Resposta: A.
1, 2, 7 e 8 – CESPE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P Nega as duas e muda o conectivo para ou
A empresa alegou ter pago suas obrigações previden-
|Engenheiros não gostam de biológicas OU médicos
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga-
não gostam de exatas.
mento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.

25
RACIOCÍNIO LÓGICO

02. Resposta: E.
Nega as duas e coloca ou. SEQUËNCIA LÓGICA
Vendedores não falam muito
Para negar nenhum, devemos colocar pelo menos e a
afirmativa
Pelo menos um estudioso fala muito. As sequências lógicas aparecem com frequências nas
provas de concurso. São vários tipos: números, letras, figu-
OBS: Se fosse Todos a negação seria pelo menos 1 es- ras, baralhos, dominós e como é um assunto muito abran-
tudioso não fala muito. gente, e pode ser pedido de qualquer forma, o que ajudará
nos estudos serão as práticas de exercícios e algumas dicas
03. Resposta: D. que darei. Em cada exemplo, darei algumas dicas para toda
Para negar todos, colocamos pelo menos um... vez que você visualizar esse tipo de questão já ajude a ana-
E negamos a frase. lisar que tipo será. Vamos lá?
Pelo menos um homem não é afetuoso.
Sequência de Números
04. Resposta:B.
Pode ser feita por soma, subtração, divisão, multipli-
Negação de Todos: Pelo menos um (existe um, alguns)
e a negação: cação.
Pelo menos um programa não foi limpo. Mas lembre-se, se estamos falando de SEQUÊNCIA, ela
Negação de nenhum : pelo menos um e a afirmação. vai seguir um padrão, basta você achar esse padrão, alguns
Pelo menos um vírus permaneceu. serão mais difíceis, outro beeem fácil e não se assuste se
Ou achar rápido, não terá uma “PEGADINHA”, será isso e pon-
Alguns vírus permaneceram. to.
Vamos ver alguns tipos de sequências:
05. Resposta: Errado.
CUIDADO! -Progressão Aritmética
O basta traz sentido de condicional. 2 5 8 11
Se um de nós mudar de ideia, então a decisão será
totalmente modificada. Progressão aritmética sempre terá a mesma razão.
Portanto, mantém a primeira e nega a segunda (MANÈ) No nosso exemplo, a razão é 3, pois para cada número
Basta um de nós mudar de ideia e a decisão não será seguinte, temos que somar 3.
totalmente modificada.
-Progressão Geométrica
06. Resposta: Errado. 9 18 36 72
Negação de uma condicional: mantém a primeira e
nega a segunda. E agora para essa nova sequência?
Se somarmos 9, não teremos uma sequência, então
07. Resposta: D. não é soma.
Para negar todos: pelo menos uma, alguma, existe uma O próximo que tentamos é a multiplicação,9x2=18
Alguma farmácia não está aberta. 18x2=36
36x2=72
08. Resposta: A.
Opa, deu certo?
Nega as duas e troca por “e” por “ou”
Progressão geométrica de razão 2.
A empresa não alegou ter pago suas obrigações previ-
denciárias ou apresentou os comprovantes de pagamento.
-Incremento em Progressão
09. Resposta: D. 1 2 4 7
Negação de ontem trovejou: ontem não trovejou
Negação de não choveu: choveu Observe que estamos somando 1 a mais para cada nú-
Ontem não trovejou ou choveu. mero.
1=1=2
10. Resposta: A. 2+2=4
Negação de condicional: mantém a primeira e nega a 4+3=7
segunda.
Negação de conjunção: nega as duas e troca “e” por “ou” -Série de Fibonacci
Vamos fazer primeiro a negação da conjunção: gosto 1 1 2 3 5 8 13
de macarrão e gosto de parmesão. Cada termo é igual à soma dos dois anteriores.
Não gosto de macarrão ou não gosto de parmesão.
-Números Primos
Sou descendente de italiano e não gosto de macarrão 2 3 5 7 11 13 17
ou não gosto de parmesão. Naturais que possuem apenas dois divisores naturais.

26
RACIOCÍNIO LÓGICO

-Quadrados Perfeitos Resolução


1 4 9 16 25 36 49 Primeiro tentamos número de sílabas ou letras.
Números naturais cujas raízes são naturais. Letras já não deu certo.

Exemplo 1 Galo=4
Pato=4
(UFPB – Administrador – IDECAN/2016) Considere a Carneiro=8
sequência numérica a seguir: Cobra=4
3, 6, 3, 3, 2, 5/3, 11/9. . . Jacaré=6
Não tem um padrão
Sabendo-se que essa sequência obedece uma regra de
formação a partir do terceiro termo, então o denominador Número de sílabas
do próximo termo da sequência é: Está dividido em 2 e 3 e sem padrões
(A) 9.
(B) 11. Começadas com as letras dos meses?não...
(C) 26. Difícil...
(D) 27. São animais, então:

Resolução Galo e pato são aves


Quando há uma sequência que não parece progressão Cobra e jacaré são répteis
aritmética ou geométrica, devemos “apelar” para soma os O carneiro é mamífero, se estão aos pares, devemos
dois anteriores, soma 1, e assim por diante. procurar outro mamífero que no caso é o boi
No caso se somarmos os dois primeiros para dar o ter- Resposta: A.
ceiro: 3+6=9
Para dar 3, devemos dividir por 3: 9/3=3 Exemplo 2
Vamos ver se ficará certo com o restante (IBGE - Técnico em Informações Geográficas e Esta-
6+3=9 tísticas – FGV/2016) Considere a sequência infinita
9/3=3
3+2=5 IBGEGBIBGEGBIBGEG...
5/3
Opa...parece que deu certo A 2016ª e a 2017ª letras dessa sequência são, respec-
Então: tivamente:
(A) BG;
(B) GE;
(C) EG;
(D) GB;
(E) BI.

Resposta: E.
Resposta: D.
É uma sequência com 6
Sequência de Letras Cada letra equivale a sequência
Sobre a sequência de Letras, fica um pouco mais difícil I=1
de falar, pois podem ser de vários tipos. B=2
Às vezes temos que substituir por números, outras ana- G=3
lisar o padrão de como aparecem. Vamos ver uns exemplos? E=4
G=5
Exemplo 1 B=0
(AGERIO – Analista de Desenvolvimento – FDC/2015)
Considerando a sequência de vocábulos: 2016/6=336 resta 0
galo - pato - carneiro - X - cobra – jacaré 2017/6=336 resta 1
Portanto, 2016 será a letra B, pois resta 0, será equiva-
A alternativa lógica que substitui X é: lente a última letra

(A) boi E 2017 será a letra I, pois resta 1 e é igual a primeira


(B) siri letra.
(C) sapo
(D) besouro
(E) gaivota

27
RACIOCÍNIO LÓGICO

Sequência de Figuras 02. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-


Do mesmo modo que a sequência de letras, é um tema TO AOCP/2017) Uma máquina foi programada para dis-
abrangente, pois a banca pode pedir a figura que convém. tribuir senhas para atendimento em uma agência bancária
alternando algarismos e letras do alfabeto latino, no qual
(FACEPE – Assistente em Gestão de Ciência e Tecno- estão inclusas as letras K, W e Y, sendo a primeira senha
logia – UPENET/2015) Assinale a alternativa que contém o número 2, a segunda a letra A, e sucessivamente na se-
a próxima figura da sequência. guinte forma: (2; A; 5; B; 8; C; ...). Com base nas informações
mencionadas, é correto afirmar que a 51ª e a 52ª senhas,
respectivamente, são:
(A) 69 e Z.
(B) 90 e Y.
(C) T e 88.
(A) (D) 77 e Z.
(E) Y e 100.

03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


(B) figura abaixo, encontram-se representadas três etapas da
construção de uma sequência elaborada a partir de um
triângulo equilátero.

(C)

(D)

Na etapa 1, marcam-se os pontos médios dos lados


(E) do triângulo equilátero e retira-se o triângulo com vértices
nesses pontos médios, obtendo-se os triângulos pretos. Na
etapa 2, marcam-se os pontos médios dos lados dos triân-
gulos pretos obtidos na etapa 1 e retiram-se os triângulos
com vértices nesses pontos médios, obtendo-se um novo
Resposta: B. conjunto de triângulos pretos. A etapa 3 e as seguintes
Primeiro risco vai na parte de baixo, depois do lado mantêm esse padrão de construção.
E depois 2 riscos e assim por diante.
Então nossa figura terá que ter 3 riscos, mas a B ou D? Mantido o padrão de construção acima descrito, o nú-
É a B, pois o risco de cima, tem que ser o maior de mero de triângulos pretos existentes na etapa 7 é
todos.
(A) 729.
Questões (B) 1.024.
01. ( TRE/RJ - Técnico Judiciário - Operação de (C) 2.187.
Computadores – CONSULPLAN/2017) Os termos de uma (D) 4.096.
determinada sequência foram sucessivamente obtidos se- (E) 6.561.
guindo um determinado padrão:
04. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Ob-
(5, 9, 17, 33, 65, 129...) serve a sequência: 43, 46, 50, 55, 61, ...

O décimo segundo termo da sequência anterior é um O próximo termo é o:


número (A) 65.
(B) 66.
(A) menor que 8.000. (C) 67.
(B) maior que 10.000. (D) 68.
(C) compreendido entre 8.100 e 9.000. (E) 69.
(D) compreendido entre 9.000 e 10.000.

28
RACIOCÍNIO LÓGICO

05. (TRT 24ª REGIÃO – Analista Judiciário – (A) 5.


FCC/2017) Na sequência 1A3E; 5I7O; 9U11A; 13E15I; (B) 4.
17O19U; 21A23E; . . ., o 12° termo é formado por algaris- (C) 6.
mos e pelas letras (D) 7.
(A) EI. (E) 8.
(B) UA.
(C) OA. 10. (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) A se-
(D) IO. quência numérica (99; 103; 96; 100; 93; 97; ...) possui deter-
(E) AE. minada lógica em sua formação. O número corresponden-
te ao décimo elemento dessa sequência é:
06. (EBSERH – Assistente Administrativo –
IBFC/2017) Considerando a sequência de figuras @, % , &, (A) 91
(B) 88.
# , @, %, &, #,..., podemos dizer que a figura que estará na
(C) 87
117ª posição será:
(D) 84
(A) @
(B) %
(C) & Respostas
(D) #
(E) $ 01. Resposta: C.
Os termos tem uma sequência começando por 2²+1
07. (IF/PE – Técnico em Eletrotécnica – IFPE/0217) Portanto, para sabermos o 12º termo, fazemos
Considere a seguinte sequência de figuras formadas por 213+1=8193
círculos:
02. Resposta: D.
A 51ª senha segue a sequência ímpar que são: (2, 5,
8,...)
51/2=25 e somamos 1, para saber qual posição ocupa-
rá na sequência. Portanto será a 26
A26=a1+25r
Continuando a sequência de maneira a manter o mes- A26=2+25⋅3
mo padrão geométrico, o número de círculos da Figura 18 é: A26=2+75=77
(A) 334.
(B) 314. A 52ª senha ocupará a posição 26 também, mas na se-
(C) 342. quência par, ou seja, a 26ª letra do alfabeto que é a letra Z.
(D) 324.
(E) 316. 03 Resposta:C
É uma PG de razão 3 e o a1 também é 3.
08. (CODEBA – Guarda Portuário – FGV/2016) Para
passar o tempo, um candidato do concurso escreveu a si-
gla CODEBA por sucessivas vezes, uma após a outra, for-
mando a sequência:
C O D E B A C O D E B A C O D E B A C O D ... 04. Resposta: D.
Observe que de 43 para 46 são 3
A 500ª letra que esse candidato escreveu foi: 50-46=4
55-50=5
(A) O 61-55=6
(B) D Portanto, o próximo será somando 7
(C) E 61+7=68
(D) B
(E) A 05. Resposta: D.
A partir do 5º termo começa a repetir as letras, por-
09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU- tanto:
NESP/2016) A sequência ((3, 5); (3, 3, 3); (5; 5); (3, 3, 5); 12/5=2 e resta 2
...) tem como termos sequências contendo apenas os nú- Assim, será igual ao segundo termo, IO.
meros 3 ou 5. Dentro da lógica de formação da sequência,
cada termo, que também é uma sequência, deve ter o me- 06. Resposta: A.
nor número de elementos possível. Dessa forma, o número 117/4=29 e resta 1
de elementos contidos no décimo oitavo termo é igual a: Portanto, é igual a figura 1 @

29
RACIOCÍNIO LÓGICO

07. Resposta: D.
Figura 1:1 PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E
Figura 2:4 PROBABILIDADE
Figura 3:9
Figura 4:16
O número de círculos é o quadrado da posição
Figura 18: 18²=324
Análise Combinatória
08. Resposta: A.
É uma sequência com 6 letras: A Análise Combinatória é a área da Matemática que
500/6=83 e resta 2 trata dos problemas de contagem.
C=1
O=2 Princípio Fundamental da Contagem
D=3
E=4 Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-
B=5 cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
A=0 Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
Como restaram 2, então será igual a O. de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.
09. Resposta: A. Exemplo
Vamos somar os números:
3+5=8
3+3+3=9
5+5=10
3+3+5=11
Observe que
os termos formam uma PA de razão 1.
a18=?
a18=a1+17r
a18=8+17
a18=25
O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-
Para dar 25, com o menor número de elementos possí-
veis, devemos ter (5,5,5,5,5) ças). 3(blusas)=6 maneiras

10. Resposta: A. Fatorial


A princípio, queremos ver a sequência com os termos
seguidos mesmo, o que seria: É comum nos problemas de contagem, calcularmos o
99+4=103 produto de uma multiplicação cujos fatores são números
103-7=96 naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial.
96+4=100
100-7=93
Alternando essa sequência, mas se conseguirmos vi-
sualizar uma outra maneira, ficará mais fácil.
Arranjo Simples
Observe que os termos ímpares (a1,a3,a5...)formam
uma PA de razão r=-3 Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a
Os termos pares (a2,a4,a6..) formam uma PA de razão p, toda sequência de p elementos distintos de E.
também r=-3

Como a10 é par, devemos tomar como base a sequên-


cia par, mas para isso, vamos lembrar que se estamos tra-
tando apenas dela, a10=a5
Pois, devemos transformar o a2 em a1 e assim por
diante.
A5=a1+4r
A5=103-12
A5=31

30
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo Exemplo
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
de 2 algarismos distintos podemos formar? Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
será menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
ples dos 3 elementos tomados 2 a 2. Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados
Indica-se p a p, também é representado pelo número binomial .

Binomiais Complementares
Permutação Simples Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual- dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
E.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn.
Relação de Stifel

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução Triângulo de Pascal
A palavra tem 8 letras, portanto:

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n ob-
jetos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
iguais a C etc.

31
RACIOCÍNIO LÓGICO

03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros


diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, con-
forme a figura abaixo:

Binômio de Newton
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da Considerando-se essa mesma forma de distribuição,
forma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns bi- de quantas maneiras distintas esses livros podem ser orga-
nômios: nizados na estante?
(A) 30 maneiras
(B) 60 maneiras
(C) 120 maneiras
(D) 360 maneiras
(E) 720 maneiras

04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação


– UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão
Observe que os coeficientes dos termos formam o viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa
triângulo de Pascal. que indica de quantas maneiras distintas os 4 passageiros
podem ocupar os assentos do carro.
(A) 13.
(B) 26.
(C) 17.
(D) 20.
(E) 24.

Questões 05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação –


UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da inter-
01. (UFES - Assistente em Administração – net é formada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha alfanu-
UFES/2017) Uma determinada família é composta por pai, mérica. André tem algumas informações sobre os números
por mãe e por seis filhos. Eles possuem um automóvel de e letras que a compõem conforme a figura.
oito lugares, sendo que dois lugares estão em dois ban-
cos dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e os
demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no
automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um
dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de dis-
por os membros da família nos lugares do automóvel é
igual a:
Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e
(A) 1440 também não se repetem os números ímpares, assinale a
(B) 1480 alternativa que indica o número máximo de possibilidades
(C) 1520 que existem para a composição da senha.
(D) 1560 (A) 3125.
(E) 1600 (B) 1200.
(C) 1600.
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) To- (D) 1500.
mando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números (E) 625.
pares de 4 algarismos distintos podem ser formados?
06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUF-
(A) 120. GO/2017) Uma empresa de limpeza conta com dez faxi-
(B) 210. neiras em seu quadro. Para atender três eventos em dias
(C) 360. diferentes, a empresa deve formar três equipes distintas,
(D) 630. com seis faxineiras em cada uma delas. De quantas manei-
(E) 840. ras a empresa pode montar essas equipes?

32
RACIOCÍNIO LÓGICO

(A) 210 04. Resposta: E.


(B) 630 P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24
(C) 15.120
(D) 9.129.120 05. Resposta: B.
Vogais: a, e, i, o, u
07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/ Números ímpares: 1,3,5,7,9
IAUPE – 2017) No carro de João, tem vaga apenas para
3 dos seus 8 colegas. De quantas formas diferentes, João
pode escolher os colegas aos quais dá carona?
(A) 56
(B) 84
(C) 126 5⋅5⋅4⋅4⋅3=1200
(D) 210
(E) 120 06. Resposta: D.

08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/


IAUPE – 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres,
quantos são os modos diferentes de formar uma comissão Como para os três dias têm que ser diferentes:
composta por 2 homens e 3 mulheres? __ __ __
(A) 4725 210⋅209⋅208=9129120
(B) 12600
(C) 3780 07. Resposta: A.
(D) 13600
(E) 8820

09. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um


torneio de futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada
equipe jogará apenas uma vez com cada uma das outras. 08. Resposta: E.
Esse torneio terá a seguinte quantidade de jogos:
(A) 320.
(B) 460.
(C) 620.
(D) 1.225.
(E) 2.450.

10. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho 09. Resposta: D.


– FUNIVERSA/2016) Considerando-se que uma sala de
aula tenha trinta alunos, incluindo Roberto e Tatiana, e que
a comissão para organizar a festa de formatura deva ser
composta por cinco desses alunos, incluindo Roberto e Ta-
tiana, a quantidade de maneiras distintas de se formar essa 10. Resposta: D.
comissão será igual a:
(A) 3.272. Roberto Tatiana __ ___ ___
(B) 3.274.
(C) 3.276. São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que
(D) 3.278. terão que fazer parte da comissão.
(E) 3.280. 30-2=28

Respostas

01. Resposta: A.
P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440
Experimento Aleatório
02. Resposta: C.
__ ___ __ __ Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360 previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.
03. Resposta: E.
P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720

33
RACIOCÍNIO LÓGICO

Espaço Amostral Note que


Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face volta- Exemplo
da para cima, tem-se: Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
E={1,2,3,4,5,6} coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retira-
No lançamento de uma moeda, observando a face vol- da uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter
tada para cima: sido retirada uma bola que não seja vermelha.
E={Ca,Co}
Solução
Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que são complementares.
E={1,2,3,4,5,6}
Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo Adição de probabilidades


Considere o seguinte experimento: registrar as faces Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E,
voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda. finito e não vazio. Tem-se:

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral. Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de
Solução se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lan-
çamento, há duas possibilidades. Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
2x2x2=8 Sejam os eventos
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(- A={2,4,6} n(A)=3
C,R,R),(R,R,R)} B={1,2,3,4} n(B)=4

Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.

Probabilidade Condicional
Eventos complementares É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A ocorreu o evento B, definido por:
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A.
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

34
RACIOCÍNIO LÓGICO

Eventos Simultâneos 06. (PREF. DE PIRAUBA/MG – Assistente Social –


Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espa- MSCONCURSOS/2017) A probabilidade de qualquer uma
ço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por: das 3 crianças de um grupo soletrar, individualmente, a pa-
lavra PIRAÚBA de forma correta é 70%. Qual a probabili-
dade das três crianças soletrarem essa palavra de maneira
errada?
Questões (A) 2,7%
(B) 9%
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Em (C) 30%
cada um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são nu- (D) 35,7%
meradas de 1 a 6. Lançando os dois dados simultaneamen-
te, cuja ocorrência de cada face é igualmente provável, a 07. (UFTM – Tecnólogo – UFTM/2016) Lançam-se si-
probabilidade de que o produto dos números obtidos seja multaneamente dois dados não viciados, a probabilidade
um número ímpar é de:
de que a soma dos resultados obtidos seja nove é:
(A) 1/4.
(A) 1/36
(B) 1/3.
(B) 2/36
(C) 1/2.
(D) 2/3. (C) 3/36
(E) 3/4. (D) 4/36

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária 08. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
- MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pes- AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es-
soas, entre homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um
probabilidade de se sortear um homem é de 5/12 . Quan- carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua
tas mulheres foram à excursão? casa. Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência
(A) 20 ao contar o fato para um de seus amigos, enquanto um
(B) 24 ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha
(C) 28 tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um
(D) 32 dos pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro-
babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
03. (UPE – Técnico em Administração – UPE- (A) 0,20.
NET/2017) Qual a probabilidade de, lançados simulta- (B) 0,23.
neamente dois dados honestos, a soma dos resultados ser (C) 0,25.
igual ou maior que 10? (D) 0,27.
(A) 1/18 (E) 0,30.
(B) 1/36
(C) 1/6 09. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em
(D) 1/12 uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re-
(E) ¼ tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição,
duas bolas da urna.
04. (UPE – Técnico em Administração – UPE-
NET/2017) Uma pesquisa feita com 200 frequentadores
A probabilidade de que o número da segunda bola re-
de um parque, em que 50 não praticavam corrida nem ca-
tirada da urna seja par é:
minhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80 exercitavam
corrida, qual a probabilidade de encontrar no parque um (A) 1/2;
entrevistado que pratique apenas caminhada? (B) 3/7;
(A) 7/20 (C) 4/7;
(B) 1/2 (D) 7/15;
(C)1/4 (E) 8/15.
(D) 3/20
(E) 1/5 10. (CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016)
Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu-
05. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal – tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que a
IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número face voltada para cima tenha apresentado ao menos uma
múltiplo de 5 de uma urna que contém 40 bolas numera- cara e ao menos uma coroa é:
das de 1 a 40, é: (A) 0,66.
(A) 0,2 (B) 0,75.
(B) 0,4 (C) 0,80.
(C) 0,6 (D) 0,98.
(D) 0,7 (E) 0,50.
(E) 0,8

35
RACIOCÍNIO LÓGICO

Respostas 09. Resposta: D.


Temos duas possibilidades
01. Resposta: A. As bolas serem par/par ou ímpar/par
Para o produto ser ímpar, a única possibilidade, é que Ser par/par:
os dois dados tenham ímpar:
Os números pares são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14

02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es- Ímpar/par:
colher uma mulher é de 7/12
Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15

12x=336
X=28
A probabilida de é par/par OU ímpar/par
03. Resposta: C.
P=6x6=36
Pra ser maior ou igual a 10:
4+6
5+5
5+6 10. Resposta: B.
6+4
São seis possibilidades:
6+5
Cara, coroa, cara
6+6

Cara, coroa, coroa


04. Resposta: A.
Praticam apenas corrida: 80-30=50
Apenas caminhada:x
X+50+30+50=200
70
P=70/200=7/20 Cara, cara, coroa

05. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
P=8/40=1/5=0.2
Coroa, cara, cara
06. Resposta:A.
A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
__ __ __
0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%
Coroa, coroa, cara
07. Resposta: D. Coroa, cara, coroa
Para dar 9, temos 4 possibilidades
3+6
6+3
4+5
5+4

P=4/36

08. Resposta: C.
A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o
dinheiro está em 1.
1/4=0,25

36
RACIOCÍNIO LÓGICO

A Relação de inclusão possui 3 propriedades:


OPERAÇÕES COM CONJUNTO Exemplo:
{1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}
{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}
Representação
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina,
2, 3, 4, 5} boca aberta para o maior conjunto.
-Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando es-
ses elementos temos: Subconjunto
B={3,4,5,6,7} O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de
- por meio de diagrama: A é também elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

Operações

União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro
formado pelos elementos que pertencem pelo menos um
dos conjuntos a que chamamos conjunto união e represen-
tamos por: A∪B.
Formalmente temos: A∪B={x|x∈A ou x B}
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}

Quando um conjunto não possuir elementos chama-se


de conjunto vazio: S=∅ ou S={ }.

Igualdade
Interseção
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado
exatamente os mesmos elementos. Em símbolo: pelos elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é
representada por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}

Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisa-


mos saber apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}
Não importa se há repetição:
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Relação de Pertinência

Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação


que o elemento pertence (∈) ou não pertence (∉) Exemplo:
Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5} A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
0∈A A∩B={d,e}
2∉A
Diferença
Relações de Inclusão Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que
Relacionam um conjunto com outro conjunto. a cada par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto
Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido), definido por:
⊃(contém), (não contém) A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o
complementar de B em relação a A.

37
RACIOCÍNIO LÓGICO

A este conjunto pertencem os elementos de A que não mens que são altos e não são barbados nem carecas. Sa-
pertencem a B. be-se que existem 5 homens que são barbados e não são
altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são
A\B = {x : x∈A e x∉B}. carecas e não são altos e nem barbados. Dentre todos es-
ses homens, o número de barbados que não são altos, mas
são carecas é igual a
(A) 4.
(B) 7.
(C) 13.
(D) 5.
(E) 8.

B-A = {x : x∈B e x∉A}. Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre come-


çamos pela interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e
por fim, cada um

Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do
conjunto A menos os elementos que pertencerem ao con-
junto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto for-
mado pelos elementos do conjunto universo que não per-
tencem a A.

Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas


homens carecas e altos.
Homens altos e barbados são 6

Fórmulas da união
n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-
-n(A∩C)-n(B C)

Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés


de fazer todo o diagrama, se colocarmos nessa fórmula,
o resultado é mais rápido, o que na prova de concurso é
interessante devido ao tempo.
Mas, faremos exercícios dos dois modos para você en-
tender melhor e perceber que, dependendo do exercício é
melhor fazer de uma forma ou outra.

(MANAUSPREV – Analista Previdenciário –


FCC/2015) Em um grupo de 32 homens, 18 são altos, 22
são barbados e 16 são carecas. Homens altos e barbados
que não são carecas são seis. Todos homens altos que são Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e
carecas, são também barbados. Sabe-se que existem 5 ho- não são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens
que são carecas e não são altos e nem barbados

38
RACIOCÍNIO LÓGICO

Então o número de barbados que não são altos, mas


são carecas são 4.
Nesse exercício ficará difícil se pensarmos na fórmula,
ficou grande devido as explicações, mas se você fizer tudo
no mesmo diagrama, mas seguindo os passos, o resultado
sairá fácil.

(SEGPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015)


Suponha que, dos 250 candidatos selecionados ao cargo
de perito criminal:

1) 80 sejam formados em Física;


2) 90 sejam formados em Biologia;
3) 55 sejam formados em Química;
4) 32 sejam formados em Biologia e Física;
5) 23 sejam formados em Química e Física;
6) 16 sejam formados em Biologia e Química;
Sabemos que 18 são altos 7) 8 sejam formados em Física, em Química e em Bio-
logia.

Considerando essa situação, assinale a alternativa cor-


reta.

(A) Mais de 80 dos candidatos selecionados não são


físicos nem biólogos nem químicos.
(B) Mais de 40 dos candidatos selecionados são forma-
dos apenas em Física.
(C) Menos de 20 dos candidatos selecionados são for-
mados apenas em Física e em Biologia.
(D) Mais de 30 dos candidatos selecionados são forma-
dos apenas em Química.
(E) Escolhendo-se ao acaso um dos candidatos selecio-
nados, a probabilidade de ele ter apenas as duas forma-
ções, Física e Química, é inferior a 0,05.
Quando somarmos 5+x+6=18
X=18-11=7 Resolução
Carecas são 16
A nossa primeira conta, deve ser achar o número de
candidatos que não são físicos, biólogos e nem químicos.
n(F ∪B∪Q)=n(F)+n(B)+n(Q)+n(F∩B∩Q)-n(F∩B)-n(F∩-
Q)-n(B∩Q)
n(F ∪B∪Q)=80+90+55+8-32-23-16=162
Temos um total de 250 candidatos
250-162=88

Resposta: A.

7+y+5=16
Y=16-12
Y=4

39
RACIOCÍNIO LÓGICO

Questões 05. (SAP/SP – Agente de Segurança Penitenciária –


MSCONCURSOS/2017) Numa sala de 45 alunos, foi feita
01. (CRF/MT - Agente Administrativo – QUA- uma votação para escolher a cor da camiseta de formatura.
DRIX/2017) Num grupo de 150 jovens, 32 gostam de mú- Dentre eles, 30 votaram na cor preta, 21 votaram na cor
sica, esporte e leitura; 48 gostam de música e esporte; 60 cinza e 8 não votaram em nenhuma delas, uma vez que não
gostam de música e leitura; 44 gostam de esporte e leitu- farão as camisetas. Quantos alunos votaram nas duas cores?
(A) 6
ra; 12 gostam somente de música; 18 gostam somente de
(B) 10
esporte; e 10 gostam somente de leitura. Ao escolher ao
(C) 14
acaso um desses jovens, qual é a probabilidade de ele não (D) 18
gostar de nenhuma dessas atividades?
06. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
(A) 1/75 sor – FGV/2017) Na assembleia de um condomínio, duas
(B) 39/75 questões independentes foram colocadas em votação para
(C) 11/75 aprovação. Dos 200 condôminos presentes, 125 votaram a
(D) 40/75 favor da primeira questão, 110 votaram a favor da segunda
(E) 76/75 questão e 45 votaram contra as duas questões.

02. (CRMV/SC – Recepcionista – IESES/2017) Sabe- Não houve votos em branco ou anulados.
se que 17% dos moradores de um condomínio tem gatos,
22% tem cachorros e 8% tem ambos (gatos e cachorros). O número de condôminos que votaram a favor das
duas questões foi:
Qual é o percentual de condôminos que não tem nem ga-
(A) 80;
tos e nem cachorros? (B) 75;
(C) 70;
(A) 53 (D) 65;
(B) 69 (E) 60.
(C) 72
(D) 47 07. (IFBAIANO – Assistente em Administração –
FCM/2017) Em meio a uma crescente evolução da taxa de
03. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017) obesidade infantil, um estudioso fez uma pesquisa com um
Em uma pesquisa sobre a preferência entre dois candida- grupo de 1000 crianças para entender o comportamento
tos, 48 pessoas votariam no candidato A, 63 votariam no das mesmas em relação à prática de atividades físicas e aos
candidato B, 24 pessoas votariam nos dois; e, 30 pessoas hábitos alimentares.
não votariam nesses dois candidatos. Se todas as pessoas Ao final desse estudo, concluiu-se que apenas 200
crianças praticavam alguma atividade física de forma regu-
responderam uma única vez, então o total de pessoas en-
lar, como natação, futebol, entre outras, e apenas 400 crian-
trevistadas foi: ças tinham uma alimentação adequada. Além disso, apenas
100 delas praticavam atividade física e tinham uma alimen-
(A) 141. tação adequada ao mesmo tempo.
(B) 117. Considerando essas informações, a probabilidade de
(C) 87. encontrar nesse grupo uma criança que não tenha alimen-
(D) 105. tação adequada nem pratique atividade física de forma re-
(E) 112. gular é de:
(A) 30%.
04. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário – INSTITU- (B) 40%.
TO AOCP/2017) Para realização de uma pesquisa sobre a (C) 50%.
preferência de algumas pessoas entre dois canais de TV, (D) 60%.
canal A e Canal B, os entrevistadores colheram as seguintes (E) 70%.
informações: 17 pessoas preferem o canal A, 13 pessoas
08. (TRF 2ª REGIÃO – Analista Judiciário – CONSUL-
assistem o canal B e 10 pessoas gostam dos canais A e
PLAN/2017) Uma papelaria fez uma pesquisa de mercado
B. Assinale a alternativa que apresenta o total de pessoas entre 500 de seus clientes. Nessa pesquisa encontrou os se-
entrevistadas. guintes resultados:

(A) 20 • 160 clientes compraram materiais para seus filhos que


(B) 23 cursam o Ensino Médio;
(C) 27 • 180 clientes compraram materiais para seus filhos que
(D) 30 cursam o Ensino Fundamental II;
(E) 40 • 190 clientes compraram materiais para seus filhos
que cursam o Ensino Fundamental I;

40
RACIOCÍNIO LÓGICO

• 20 clientes compraram materiais para seus filhos que Respostas


cursam o Ensino Médio e Fundamental I;
• 40 clientes compraram materiais para seus filhos que 01. Resposta: C.
cursam o Ensino Médio e Fundamental II;
• 30 clientes compraram materiais para seus filhos que
cursam o Ensino Fundamental I e II; e,
• 10 clientes compraram materiais para seus filhos que
cursam o Ensino Médio, Fundamental I e II.
Quantos clientes da papelaria compraram materiais,
mas os filhos NÃO cursam nem o Ensino Médio e nem o
Ensino Fundamental I e II?

(A) 50.
(B) 55.
(C) 60.
(D) 65.

09. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suple-


mentar – FUNCAB/2016) Foram visitadas algumas resi-
dências de uma rua e em todas foram encontrados pelo
menos um criadouro com larvas do mosquito Aedes ae- 32+10+12+18+16+28+12+x=150
gypti. Os criadouros encontrados foram listados na tabela X=22 que não gostam de nenhuma dessas atividades
a seguir: P=22/150=11/75

P. pratinhos com água embaixo de vasos de planta. 02. Resposta: B.


R. ralos entupidos com água acumulada.
K. caixas de água destampadas

Número de criadouros
P 103
R 124
K 98
PeR 47
PeK 43
ReK 60
P, R e K 25
9+8+14+x=100
De acordo com a tabela, o número de residências vi- X=100-31
sitadas foi: X=69%
(A) 200.
(B) 150. 03. Resposta: B.
(C) 325.
(D) 500.
(E) 455.

10. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016) Na


zona rural de um município, 50% dos agricultores cultivam
soja; 30%, arroz; 40%, milho; e 10% não cultivam nenhum
desses grãos. Os agricultores que produzem milho não cul-
tivam arroz e 15% deles cultivam milho e soja.
Considerando essa situação, julgue o item que se se-
gue.
Em exatamente 30% das propriedades, cultiva-se ape-
nas milho.
( )Certo ( )Errado 24+24+39+30=117

41
RACIOCÍNIO LÓGICO

04. Resposta: A. 10. Resposta: errado


N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
N(A∪B)=17+13-10=20

05. Resposta: C.
Como 8 não votaram, tiramos do total: 45-8=37
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
37=30+21- n(A∩B)
n(A∩B)=14

06. Resposta: A.
N(A ∪B)==200-45=155
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
155=125+110- n(A∩B)
n(A∩B)=80

07. Resposta: C.
Sendo x o número de crianças que não praticam ativi-
dade física e tem uma alimentação adequada
N(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
1000-x=200+400-100
X=500 O número de pacientes que apresentaram pelo menos
P=500/1000=0,5=50% dois desses sintomas é:
Pois pode ter 2 sintomas ou três.
08. Resposta:A. 6+14+26+32=78
Sendo A=ensino médio
B fundamental I
C=fundamental II
X=quem comprou material e os filhos não cursam en-
sino médio e nem ensino fundamental RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO
n(A∪B∪C) =n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)- PROBLEMAS ARITMÉTICOS,
-n(A∩C)-n(B∩C) GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS.
500-x=160+190+180+10-20-40-30
X=50

09. Resposta: A. Números Naturais


Os números naturais são o modelo mate-
mático necessário para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida-
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais.

- Todo número natural dado tem um sucessor


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20.

Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.

- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um


antecessor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
de zero.
38+20+42+18+25+22+35=200 residências a) O antecessor do número m é m-1.
Ou fazer direto pela tabela: b) O antecessor de 2 é 1.
P+R+K+(P∩R∩K)-( P∩R)- (R∩K)-(P∩K) c) O antecessor de 56 é 55.
103+124+98+25-60-43-47=200 d) O antecessor de 10 é 9.

42
RACIOCÍNIO LÓGICO

Expressões Numéricas 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o núme-


Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra- ro decimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro


operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so-
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír-
Exemplo 1 gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para
10 + 12 – 6 + 7 ser número racional.
22 – 6 + 7 OBS: período da dízima são os números que se repe-
16 + 7 tem, se não repetir não é dízima periódica, e sim números
23 irracionais, que trataremos mais a frente.

Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27

Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25 Representação Fracionária dos Números Decimais
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar
Números Inteiros com o denominador seguido de zeros.
Podemos dizer que este conjunto é composto pelos O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa,
números naturais, o conjunto dos opostos dos números um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:

Z-{...,-3,-2,-1,0,1,2,3...}
Subconjuntos do conjunto :
1)Z*={...-3,-2,-1, 1, 1, 2, 3...}
2) Z+={0,1,2,3,...}
3) Z-={...,-3,-2,-1}

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
quaisquer, com b≠0 2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en-
São exemplos de números racionais: tão como podemos transformar em fração?
-12/51 Exemplo 1
-3 Transforme a dízima 0, 333... em fração.
-(-3) Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
-2,333... ma dada de x, ou seja
X=0,333...
As dízimas periódicas podem ser representadas por Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
fração, portanto são consideradas números racionais. mos por 10.
Como representar esses números? 10x=3,333...
E então subtraímos:
Representação Decimal das Frações 10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em X=3/9
decimais X=1/3

43
RACIOCÍNIO LÓGICO

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de Representação na reta


período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99 INTERVALOS LIMITADOS
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
Números Irracionais iguais a e menores do que b ou iguais a b.
Identificação de números irracionais
- Todas as dízimas periódicas são números racionais.
- Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irra- Intervalo:[a,b]
cionais. Conjunto: {x∈R|a≤x≤b}
- Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- A soma de um número racional com um número irra- Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
cional é sempre um número irracional. nores que b.
- A diferença de dois números irracionais, pode ser um
número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.
Intervalo:]a,b[
Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional. Conjunto:{x∈R|a<x<b}
- O quociente de dois números irracionais, pode ser
um número racional. Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores
que a ou iguais a a e menores do que b.
Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.
- O produto de dois números irracionais, pode ser um
número racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional. Intervalo:{a,b[


Conjunto {x∈R|a≤x<b}
Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú- Intervalo fechado à direita – números reais maiores
mero natural, se não inteira, é irracional. que a e menores ou iguais a b.

Números Reais

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}

INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números


reais menores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Fonte: www.estudokids.com.br

44
RACIOCÍNIO LÓGICO

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-
reais menores que b par, resulta em um número negativo.
.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}
5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-
Semirreta direita, fechada de origem a – números reais sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
maiores ou iguais a a. base. 

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


maiores que a. 6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o
valor do expoente, o resultado será igual a zero. 

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}

Potenciação Propriedades
Multiplicação de fatores iguais 1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de
2³=2.2.2=8 mesma base, repete-se a base e  soma os expoentes.

Casos Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. (2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma


base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio Exemplos:


número. 96 : 92 = 96-2 = 94

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multi-


plica-se os expoentes.
Exemplos:
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, (52)3 = 52.3 = 56
resulta em um número positivo.

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva-


dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes-
mo expoente.

(4.3)²=4².3²

45
RACIOCÍNIO LÓGICO

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,


podemos elevar separados. De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n =
b nb
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação O radical de índice inteiro e positivo de um quociente
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando.

Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo Operações


A determinação da raiz quadrada de um número torna-
se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em
números primos. Veja: 

Operações

Multiplicação

Exemplo

Divisão
64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-


se” um e multiplica.

Exemplo

1 1 1
Observe: 3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2

Adição e subtração
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:

n
a.b = n a .n b Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.

O radical de índice inteiro e positivo de um produto


indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias


1 1
2  2 2 22 2
=  = 1 =
Observe: 3 3 3
32

46
RACIOCÍNIO LÓGICO

Caso tenha: (A) José


(B) Isabella
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária -
Racionalização de Denominadores MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é:
Normalmente não se apresentam números irracionais (A) 0,2222...
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli- (B) 0,6666...
minação dos radicais do denominador chama-se racionali- (C) 0,1616...
zação do denominador. (D) 0,8888...
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível,
então o dividendo é:
(A) 131.
(B) 121.
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas. (C) 120.
(D) 110.
(E) 101.

05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres-


Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife- sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem
rença de quadrados no denominador: um padrão específico:

1ª expressão: 1 x 9 + 2

2ª expressão: 12 x 9 + 3
Questões
3ª expressão: 123 x 9 + 4
01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível
Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há ...
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio. 7ª expressão: █ x 9 + ▲
Sabe-se que: Seguindo esse padrão e colocando os números ade-
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
• dentre os candidatos, 82 são homens; expressão será
• o número de candidatos homens de nível superior é (A) 1 111 111.
igual ao de mulheres de nível médio; (B) 11 111.
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
(C) 1 111.
lheres.
(D) 111 111.
O número de candidatos homens de nível médio é: (E) 11 111 111.
(A) 42.
(B) 45. 06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um
(C) 48. treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio
(D) 50. comercial informou que, nos cinquenta anos de existência
(E) 52. do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas,
- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, enquanto as demais situações haviam sido geradas por di-
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga- ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco
nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final. geradas por displicência,
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu − 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade-
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez quadamente;
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez − 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;
1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás; e
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi: − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.

47
RACIOCÍNIO LÓGICO

De acordo com esses dados, ao longo da existência 02. Resposta: D.


desse prédio comercial, a fração do total de situações de Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o
risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor- vencedor.
responde à
(A) 3/20. 03. Resposta: B.
(B) 1/4. Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
(C) 13/60. X=0,4444....
(D) 1/5. 10x=4,444...
(E) 1/60. 9x=4

07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técnico


I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Assinale a al-
ternativa que apresenta o valor da expressão

(A) 1.
(B) 2.
(C) 4.
(D) 8. 04. Resposta: A.
(E) 16. Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV- 11x11=121+10=131
GO/2017) Qual o resultado de ?
05. Resposta: E.
(A) 3 A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111
(B) 3/2
(C) 5 06. Resposta: D.
(D) 5/2

09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-


Gerado por descuidos ao cozinhar:
sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .

Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:


(A) 1;
(B) 2;
Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1-
(C) 3;
(D) 4; 1/13)
(E) 6.

10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-


sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-
minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de 07.Resposta: C.
homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
dessa equipe saíram para um atendimento externo.

Desses que foram para o atendimento externo, a fração


de mulheres é

(A) 3/4;
(B) 8/9;
(C) 5/7; 08. Resposta: D.
(D) 8/13;
(E) 9/17.
Respostas

01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres 09. Resposta: C.
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 2-2(1-2N)=12
são de nível médio. 2-2+4N=12
Portanto, há 37 homens de nível superior. 4N=12
82-37=45 homens de nível médio. N=3

48
RACIOCÍNIO LÓGICO

10. Resposta: E. Ângulo Raso:


Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Dos homens que saíram:

Saíram no total

Ângulo Reto:
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares.

Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas
semirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome
de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.

Triângulo

Elementos

Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.
Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do
que 90º.

49
RACIOCÍNIO LÓGICO

Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér- Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.
tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
dicular a esse lado.
Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

Triângulo equilátero: três lados iguais.

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen-


dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.
Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo: tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do


triângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.
Triângulo retângulo: tem um ângulo reto.

Classificação
Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso.
Quanto aos lados
Triângulo escaleno:três lados desiguais.

50
RACIOCÍNIO LÓGICO

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos Polígono


Chama-se polígono a união de segmentos que são
Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me- chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao mados vértices do polígono.
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:

- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

Trapézio: É todo quadrilátero que tem dois paralelos. Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-
midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a

- Losango: 4 lados congruentes


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

Ângulos Internos
A soma das medidas dos ângulos internos de um polí-
- Observações: gono convexo de n lados é (n-2).180
Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
- No retângulo e no quadrado as diagonais são con- mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
gruentes (iguais) medidas dos ângulos internos do polígono é igual a soma
- No losango e no quadrado as diagonais são per- das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse-
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da
base e h é a medida da altura.
3- Retângulo: A = b.h

4- Losango: , onde D é a medida da diagonal


maior e d é a medida da diagonal menor.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

51
RACIOCÍNIO LÓGICO

Ângulos Externos Casos de Semelhança


1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:
2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

Exemplo

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.

Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os
seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.

52
RACIOCÍNIO LÓGICO

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.

Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²


Dividindo os membros por c²

Como

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado


triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos
Temos: são:

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:
Fórmulas Trigonométricas
1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da
Relação Fundamental hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

53
RACIOCÍNIO LÓGICO

2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipo-


tenusa pela altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos


quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são deno-
minadas retas reversas. Questões
Retas Coplanares 01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previden-
ciários- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD,
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum com 40 m de largura por 60 m de comprimento, foi dividi-
do em três lotes, conforme mostra a figura.

-Duas retas concorrentes podem ser:

1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é


864 m², o perímetro do lote 2 é
(A) 100 m.
(B) 108 m.
(C) 112 m.
(D) 116 m.
2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares. (E) 120 m.

02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)


Considere um triângulo retângulo de catetos medindo
3m e 5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante
ao primeiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá
como medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são (D) 5 e 6.
coincidentes. (E) 6 e 10.

54
RACIOCÍNIO LÓGICO

03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, encontra-se representada uma cinta estica-
da passando em torno de três discos de mesmo diâmetro
e tangentes entre si.

A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é

(A) 25√5.
(B) 50√2.
(C) 50√5.
Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o (D) 100√2 .
comprimento da cinta acima representada é (E) 100√5.

(A) 8/3 π + 8 . 06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


(B) 8/3 π + 24. - MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a
(C) 8π + 8 . seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma
(D) 8π + 24. cidade. Qual é a área dessa praça?
(E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.

(A) 120 m²
(B) 90 m²
(C) 60 m²
(D) 30 m²

07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em cen-
tímetros, mostra um painel informativo ABCD, de formato
retangular, no qual se destaca a região retangular R, onde
x > y.

A área da região sombreada, da figura acima apresen-


tada, é

(A) 100 - 5π .
(B) 100 - 10π .
(C) 100 - 15π .
(D) 100 - 20π .
(E) 100 - 25π .

05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No


cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen-
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon-
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF
e HG, gerando o quadrilátero BCQP.

55
RACIOCÍNIO LÓGICO

Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é,
correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual em metros, igual a
a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros, (A) 54.
dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são, (B) 48.
respectivamente, (C) 36.
(D) 40.
(A) 80 e 64. (E) 42.
(B) 80 e 62.
(C) 62 e 80. Respostas
(D) 60 e 80.
(E) 60 e 78. 01. Resposta: D.

08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de
piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro
desse piso é, em metros, igual a
(A) 20.
(B) 21.
(C) 24.
(D) 27.
(E) 30.

09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-


sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma-
deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos
do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3
metros, ao longo dos quatro lados do terreno.
O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é: 96h=1728
(A) 240; H=18
(B) 256;
(C) 324; Como I é um triângulo:
(D) 330; 60-36=24
(E) 372. X²=24²+18²
X²=576+324
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU- X²=900
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão X=30
indicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas Como h=18 e AD é 40, EG=22
com formato de triângulos retângulos, situadas em uma Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116
praça e destinadas a atividades de recreação infantil para
faixas etárias distintas. 02. Resposta: B.

56
RACIOCÍNIO LÓGICO

06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
Lado=3√2 289=x²+64
Outro lado =5√2 X²=225
X=15
03. Resposta: D.
Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente
a mesma medida da parte reta da cinta. 07. Resposta: A.
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo. 5y=320
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Y=64
Portanto, a cinta tem 8π+24

04. Resposta: E.
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.
5x=400
X=80

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria

O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


ponto Médio
09. Resposta: C.
X²=5²+5² Número de estacas: x
X²=25+25 X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
X²=50 do duas vezes o canto
X=5√2 6x=30
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, X=5
temos 2 círculos inteiros.
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
A área de um círculo é
a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

A sombreada=100-25π 10. Resposta: B.

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5 9x=108
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC X=12
A=5√5⋅10=50√5 Para encontrar o perímetro do triângulo R2:

57
RACIOCÍNIO LÓGICO

Volume

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
Y²=16²+12² um ponto V que não pertence ao plano.
Y²=256+144=400 A figura geométrica formada pela reunião de todos os
Y=20 segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
Perímetro: 16+12+20=48 e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.

Classificação

-Reto:eixo VO perpendicular à base;


Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

-Oblíquo: eixo não é perpendicular

Área
Área da base: Sb=πr²

58
RACIOCÍNIO LÓGICO

Área Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião


de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
Área lateral: polígono R e no plano β.

Área da base:

Área total:

Volume

Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces con-


gruentes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos
obtidos ligando-se os vértices correspondentes das duas
Área e Volume faces paralelas.

Área lateral: Classificação


Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares
Onde n= quantidade de lados às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

Classificação pelo polígono da base

-Triangular

59
RACIOCÍNIO LÓGICO

-Quadrangular Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³

Demais:

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua
altura deve ser igual a
(A) 1/3h.
(B) 1/2h.
(C) 2/3h.
(D) 2h.
E assim por diante... (E) 3h.

Paralelepípedos 02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –


Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi- MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de
nam-se paralelepípedos. óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al-
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
indicadas na figura.

Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces


quadradas.

Em uma revisão do projeto, foi necessário aumentar


em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, man-
Prisma Regular tendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, o
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu- volume inicialmente previsto para esse reservatório foi au-
lares, o prisma é dito regular. mentado em
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...) (A) 1 m³ .
(B) 3 m³ .
Área (C) 4 m³ .
Área cubo: (D) 5 m³ .
Área paralelepípedo: (E) 6 m³ .
A área de um prisma:
Onde: St=área total 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
Sb=área da base NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late- de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
rais. ma de paralelepípedo reto retângulo.

60
RACIOCÍNIO LÓGICO

07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e
25 cm de altura, está com 20% de seu volume total preen-
chido com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de
escala)

Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-


me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 3000.
(B) 4500.
(C) 6000.
(D) 7500. Para completar o volume total desse recipiente, serão
(E) 9000. despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá-
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- rios para completar o volume total do prisma será:
GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de (A) 8 copos
paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões: (B) 9 copos
(C) 10 copos
(D) 12 copos
(E) 15 copos

08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU-


FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.

Estando o referido aquário completamente cheio, a sua


capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér-
NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é
madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com dado por
formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti- (A) a³/6
vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC. (B) a³/3
(C) a³/3√3
(D) a³/6√6

09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)


De um reservatório com formato de paralelepípedo reto re-
tângulo, totalmente cheio, foram retirados 3 m³ de água.
Após a retirada, o nível da água restante no reservatório fi-
cou com altura igual a 1 m, conforme mostra a figura.

Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do


bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
(A) 15,5.
(B) 11.
(C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16

61
RACIOCÍNIO LÓGICO

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura


total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
tros, igual a
(A) 1,8. 180h=2250
(B) 1,75. H=12,5
(C) 1,7.
(D) 1,65.
(E) 1,6. 07. Resposta: C.

10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- V=10⋅10⋅25=2500 cm³


CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto, 2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um Para terminar de completar o volume:
cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone 2500-500=2000 cm³
é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é: 2000/200=10 copos
(A) 9 cm
(B) 30 cm
(C) 60 cm 08. Resposta: A.
(D) 90 cm A base é um triângulo de base a e altura a

Respostas

01. Resposta:
Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
02. Resposta: D Como foi retirado 3m³
V= πr²h 5+3=2,5⋅2⋅h
V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml 8=5h
H=1,6m
03. Resposta:E.
V=2⋅3⋅x=6x
Aumentando 1 na largura 10. Resposta: D.
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6 Cone
Portanto, o volume aumentou em 6.

04. Resposta:E.
São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000
Cilindro
05. Resposta: C. V=Ab⋅h
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros V=πr²h
Como o volume do cone é 30% maior:
06. Resposta:C. 117πr²=1,3 πr²h
VA=125cm³ H=117/1,3=90
VB=1000cm³

62
RACIOCÍNIO LÓGICO

(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala


PORCENTAGEM de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
o menor valor possível para x é igual a
(A) 8.
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, (B) 15.
seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que (C) 10.
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas, (D) 6.
em máquinas de calcular, etc. (E) 12.
Os acréscimos e os descontos é importante saber por-
que ajuda muito na resolução do exercício. Resolução
45------100%
Acréscimo X-------60%
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter- X=27
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi- O menor número de meninas possíveis para ter gripe
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim meninas estão.
por diante. Veja a tabela abaixo:
Fator de
Acréscimo ou Lucro
Multiplicação
10% 1,10 Resposta: C.
15% 1,15
20% 1,20 Questões
47% 1,47
67% 1,67 01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
  - MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
    Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te- custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
mos:  com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias,
Desconto pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida-
No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli- ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de:
cação será: (A) R$1120,00
Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na for- (B) R$1056,00
ma decimal) (C) R$960,00
Veja a tabela abaixo: (D) R$864,00
Fator de
Desconto 02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe
Multiplicação
10% 0,90 de segurança de um Tribunal conseguia resolver mensal-
25% 0,75 mente cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimô-
34% 0,66 nio nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos
60% 0,40 e os encaminhando às autoridades competentes. Após uma
90% 0,10 reestruturação dos procedimentos de segurança, a mesma
equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução
Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:  mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação,
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate
Chamamos de lucro em uma transação comercial de ao dano ao patrimônio em
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o (A) 35%.
preço de custo. (B) 28%.
Lucro=preço de venda -preço de custo (C) 63%.
(D) 41%.
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem (E) 80%.
de duas formas:
03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir-
mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he-
rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de
ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante.
A tia especificou em testamento que as joias não deveriam

63
RACIOCÍNIO LÓGICO

ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar (A) R$ 4,20.
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada (B) R$ 5,46.
a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um (C) R$ 10,70.
recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam (D) R$ 12,60.
que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso, (E) R$ 18,00.
tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci-
diram fazer a partilha do seguinte modo: 06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
valor total da herança. (A) R$ 120,00 reais
(B) R$ 112,50 reais
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas (C) R$ 127,50 reais
(D) R$ 97,50 reais
avaliações.
(E) R$ 90 reais
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles
07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da
NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
herança toda ou mais. de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das 10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-
joias foi a seguinte: te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
2018 é, em milhões de reais, igual a
(A) 200.
(B) 203.
(C) 195.
Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari- (D) 190.
ce recebessem, respectivamente, (E) 198.
(A) o bracelete, os brincos e o colar.
(B) os brincos, o colar e o bracelete. 08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN-
(C) o colar, o bracelete e os brincos. DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
(D) o bracelete, o colar e os brincos. Preço:
(E) o colar, os brincos e o bracelete. Aproveite a Promoção!
Forno Micro-ondas
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação De R$ 720,00
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas Por apenas R$ 504,00
foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser
2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e Nessa oferta, o desconto é de:
passou a ser 3/ 4 da largura original. (A) 70%.
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo (B) 50%.
(C) 30%.
original, a área do novo retângulo:
(D) 10%.
(A) foi aumentada em 50%.
(B) foi reduzida em 50%.
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi-
(C) aumentou em 25%.
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
(D) diminuiu 25%. 8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento
(E) foi reduzida a 15%. no preço dessa caixa de bombom foi de:
(A) 30%.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (B) 25%.
GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma (C) 20%.
editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni- (D) 15%
tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido
estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra. 10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De-
Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30% rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava
sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi- vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de
ções, qual será o lucro obtido por unidade? 12 tanques menores, idênticos e cheios.

64
RACIOCÍNIO LÓGICO

Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque 380----95
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo de x----100
(A) 4 tanques menores x=400 milhões
(B) 6 tanques menores
(C) 7 tanques menores Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
(D) 8 tanques menores 780/4trimestres=195 milhões
(E) 10 tanques menores

Respostas 08. Resposta: C.

01. Resposta:B.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
duto. Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
1600⋅0,6=960 30%.
Como vai pagar 10% a mais:
960⋅1,1=1056 OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
errar conforme a pergunta feita.

02. Resposta: E.
63/35=1,80 09. Resposta: B.
Portanto teve um aumento de 80%. 8,6(1+x)=10,75
8,6+8,6x=10,75
8,6x=10,75-8,6
03. Resposta: D. 8,6x=2,15
Clarice obviamente recebeu o brinco. X=0,25=25%
Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou
acima de 30% e André recebeu o bracelete.
10. Resposta: D.
50% maior quer dizer que ficou 1,5
04. Resposta: B. Quantidade de tanque: x
A=b⋅h A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
ques
1,5x=12
X=8
Portanto foi reduzida em 50%

05. Resposta: D.
Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
valor:
60⋅0,7=42
Ele revendeu por:
42⋅1,3=54,60
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60

06. Resposta: D.
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
150⋅0,65=97,50

07. Resposta: C.
Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
previsão de
180-----90%
x---------100
x=200

65
RACIOCÍNIO LÓGICO

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES A probabilidade de sair um múltiplo de 8 é a probabi-


SOBRE: RACIOCÍNIO LÓGICO lidade de ocorrer o evento B ={8; 16; 24; 32; 40; 48; 56; 64;
72; 80; 88; 96}.
01. (Banco do Brasil - Assistente Técnico-Adminis-
trativo - FCC/2014) Como: n(B) = 12 múltiplos de 8 entre 1 e 100 e n(S) =
Considere que há três formas de Ana ir para o tra- 100 números naturais, então, tem-se:
balho: de carro, de ônibus e de bicicleta. Em 20% das
vezes ela vai de carro, em 30% das vezes de ônibus e em
50% das vezes de bicicleta. Do total das idas de carro,
Ana chega atrasada em 15% delas, das idas de ônibus,
chega atrasada em 10% delas e, quando vai de bicicle-
ta, chega atrasada em 8% delas. Sabendo-se que um Sendo A = {3; 6; 9; 12; 15; 18; 21; 24; 27; 30; 33; 36; 39;
determinado dia Ana chegou atrasada ao trabalho, a 42; 45; 48; 51; 54; 57; 60; 63; 66; 69; 72; 75; 78; 81; 84; 87; 90;
probabilidade de ter ido de carro é igual a
93; 96; 99}, e B = {8; 16; 24; 32; 40; 48; 56; 64; 72; 80; 88; 96},
A) 20%.
então AB será dado por: A∩B = {24, 48, 72, 96}
B) 40%.
C) 60%.
Portanto, a probabilidade de P (A∩B) será de:
D) 50%.
E) 30%.

Imagine que Ana vá ao trabalho 100 vezes. Como são


20% de carro, 30% de ônibus e 50% de bicicleta então temos:
20 idas de carro.
30 idas de ônibus
50 idas de bicicleta Onde n(A∩B) representa os 3 múltiplos simultâneos de
Das 20 idas de carro Ana chega atrasada em 15% das 3 e 8, compreendidos entre 1 e 100.
vezes (3 idas).
Das 30 idas de ônibus Ana chega atrasada em 10% das Então, P(A∩B)=P(A)+P(B)-P(A∩B) =
vezes (3 idas).
33 12 4 41
Das 50 idas de bicicleta Ana chega atrasada em 8% das + − = = 41%!
vezes (4 idas). 100 100 100 100
Assim, Ana chega atrasa da em 3+3+4 = 10 vezes.
Sabendo que Ana chegou atrasada a probabilidade de RESPOSTA: “A”.
ela ter ido de carro é:
P = 3/10 = 30% que é a divisão das idades de carro (TCU – Analista de controle externo - UnB/Ces-
atrasada pelo total de atrasos. pe/2014) Em geral, empresas públicas ou privadas uti-
lizam códigos para protocolar a entrada e a saída de
RESPOSTA: “E”. documentos e processos. Considere que se deseja gerar
códigos cujos caracteres pertençam ao conjunto das
02. (Ministério da Fazenda - MI - Assistente Técni- 26 letras de um alfabeto, que possui apenas 5 vogais.
co administrativo - Cespe/UnB/2013) Sorteando-se um Com base nessas informações, julgue os itens que se
número de uma lista de 1 a 100, qual a probabilidade seguem.
de o número ser divisível por 3 ou por 8?
A) 41%
03. (TCU – Analista de controle externo - UNB/CES-
B) 44%
PE/2014) Se os protocolos de uma empresa devem con-
C) 42%
ter 4 letras, sendo permitida a repetição de caracteres,
D) 45%
E) 43% então podem ser gerados menos de 400.000 protocolos
A probabilidade de sair um número divisível por 3 (ou distintos.
múltiplo de 3) é a probabilidade de ocorrer o evento A = ( ) CERTA ( ) ERRADA
{3; 6; 9; 12; 15; 18; 21; 24; 27; 30; 33; 36; 39; 42; 45; 48; 51; Se os protocolos de uma empresa devem conter 4 le-
54; 57; 60; 63; 66; 69; 72; 75; 78; 81; 84; 87; 90; 93; 96; 99}. tras, sendo permitida a repetição de caracteres, então po-
Como: n(A) = 33 múltiplos de 3 entre 1 e 100 e n(S) = dem ser gerados menos de 400.000 protocolos distintos.
100 números naturais, então, tem-se: Para cada “casa” citada anteriormente, podemos locar
26 letras, pois e permitida a repetição das letras, formando,
assim:
26 x 26 x 26 x 26 = 456.976 códigos distintos

RESPOSTA: “ERRADA”.

66
RACIOCÍNIO LÓGICO

04. (TCU – Analista de controle externo - UnB/Ces- 07. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)
pe/2014) Se uma empresa decide não usar as 5 vogais A quantidade de maneiras distintas para se formar a câ-
em seus códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras, sen- mara de vereadores dessa cidade é igual a 30!/(9!×21!).
do permitida a repetição de caracteres, então e possível ( ) CERTA ( ) ERRADA
obter mais de 1000 códigos distintos.
( ) CERTA ( ) ERRADA Para a escolha dos 9 vereadores dos 30 candidatos, fa-
remos uma combinação simples dos 30 candidatos escolhi-
Se uma empresa decide não usar as 5 vogais em seus dos 9 a 9, pois aqui, a ordem de escolha não altera o agru-
códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras, sendo permitida pamento formado, já que, ao ser escolhidos, por exemplo,
a repetição de caracteres, então e possível obter mais de um agrupamento de 9 pessoas, essas mesmas pessoas não
1000 códigos distintos. poderão ser escolhidas novamente, mesmo em outra or-
Como não serão permitidas as vogais, então teremos dem.
21 letras para obtenção dos códigos.
Observação: será permitida a REPETIÇÃO das letras, ex- ! !! 30! 30!
cluindo as vogais. !! = = = !
!! ! − ! ! 9! 30 − 9 ! 9! 21!
21 letras (código formado por uma letra)=21 códigos
21 x 21 (código formado por duas letras)=441 códigos
RESPOSTA: “CERTA”.
21 x 21 x 21 = 9.261 códigos
Assim sendo, serão obtidos:
21 + 441 + 9.261 = 08. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)
Sabendo-se que um eleitor vota em apenas um candi-
RESPOSTA: “ERRADA”. dato a vereador, é correto afirmar que a quantidade de
maneiras distintas de um cidadão escolher um candida-
05. (TCU – Analista de controle externo - UnB/Ces- to é superior a 50.
pe/2014) O número total de códigos diferentes forma- ( ) CERTA ( ) ERRADA
dos por 3 letras distintas e superior a 15000.
( ) CERTA ( ) ERRADA Só existem 30 candidatos, logo não tem como haver 50
formas distintas de escolher um candidato.
O número total de códigos diferentes formados por 3
letras distintas e superior a 15000. RESPOSTA: “ERRADA”.
26x25x24=15600 códigos
09. (VALEC - Assistente Administrativo – FEM-
RESPOSTA: “CERTA”. PERJ/2012) Uma “capicua” é um número que escrito
de trás para a frente é igual ao número original. Por
(TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012) Nas exemplo: 232 e 1345431 são “capicuas”. A quantidade
eleições municipais de uma pequena cidade, 30 candi- de “capicuas” de sete algarismos que começam com o
datos disputam 9 vagas para a câmara de vereadores. algarismo 1 é igual a:
Na sessão de posse, os nove eleitos escolhem a mesa A) 400
diretora, que será composta por presidente, primeiro e B) 520
segundo secretários, sendo proibido a um mesmo par- C) 640
lamentar ocupar mais de um desses cargos. Acerca des- D) 1000
sa situação hipotética, julgue os itens seguintes. E) 1200
06. (TRE/RJ – Técnico Judiciário - CESPE/UnB/2012)
Considerando-se os algarismos de 0 a 9 (0; 1; 2; 3; 4; 5;
A quantidade de maneiras distintas de se formar a mesa
6; 7; 8; 9), podemos formar a seguinte quantidade de “capi-
diretora da câmara municipal é superior a 500.
cuas” de sete algarismos, que inicia-se com o algarismo 1.
( ) CERTA ( ) ERRADA
Após serem escolhidos os 9 candidatos, esses forma- 1 x 10 x 10 x 10 x 1 x 1 x 1=10x10x10=1000 capicuas
rão a mesa diretora, que será composta por um presiden-
te, primeiro e segundo secretários, ou seja, por 3 desses RESPOSTA: “D”.
integrantes. A escolha será feita pelo arranjo simples de
9 pessoas escolhidas 3 a 3, já que a ordem dos elementos 10. (VALEC – Assistente Administrativo - FEM-
escolhidos altera a formação da mesa diretora. PERJ/2012) Uma rodovia tem 320 km. A concessionária
da rodovia resolveu instalar painéis interativos a cada
!!! = 9.8.7 = 504!!"#$%&!!"#$"%$&#!!"!!"#$!!"!!"#$%&#'! 10 km, nos dois sentidos da rodovia. Em cada sentido,
o primeiro painel será instalado exatamente no início
da rodovia, e o último, exatamente ao final da rodo-
RESPOSTA: “CERTA”. via. Assim, a concessionária terá de instalar a seguinte
quantidade total de painéis:

67
RACIOCÍNIO LÓGICO

A) 32 3º ano: foram desmatados 10% da floresta remanes-


B) 64 cente (72%), logo, sobraram 72% – 10% de 72%.
C) 65 72% – 10% de 72%. = 72% – 7,2% = 64,8% de floresta
D) 66 não desmatada.
E) 72 Portanto, foram desmatados 100% – 64,8% = 35,2%
Tem-se a seguinte sequência numérica:
marco zero: 1º painel. RESPOSTA: “A”.
marco 10 km: 2º painel.
marco 20 km: 3º painel. 12. (BRDE – Analista de sistemas - AOCP/2012)
... Quantos subconjuntos podemos formar com 3 bolas
Marco 320 km : n-ésimo painel. azuis e 2 vermelhas, de um conjunto contendo 7 bolas
azuis e 5 vermelhas?
Obtendo-se a seguinte sequência numérica dada pela A) 250
progressão aritmética (PA): B) 5040
C) 210
!! = 0 D) 350
!"(0; !10; !20;!. . . ; !320) ! = 10 ! E) 270
!! = 320 Podemos interpretar esse enunciado da seguinte for-
ma: “de um conjunto de 7 bolas azuis e 5 bolas vermelhas,
Sendo a fórmula que define o termo geral de uma PA quantos agrupamentos de 3 bolas azuis e 2 bolas verme-
dada por an= a1+(n – 1).r, teremos: lhas podemos formar”?
Nesse caso tem-se uma combinação simples de 7 bo-
las azuis escolhidas 3 a 3 permutando-se com a combina-
320 ção simples de 5 bolas vermelhas escolhidas 2 a 2.
320=0+ !−1 .10→ =!−1→! =1+32=33! Lembramos que, formamos agrupamentos por com-
10 binação, quando a ordem dos elementos escolhidos não
altera o agrupamento formado. Por exemplo, um agru-
pamento formado pelas bolas vermelhas V1 V2 V3 será
n = 33 painéis, em apenas um dos sentidos da rodovia. idêntico a qualquer outro agrupamento formado por essas
Para o sentido inverso têm-se mais 33 painéis o que mesmas bolas, porém e outra ordem. Logo, a ordem desses
totaliza: elementos escolhidos não altera o próprio agrupamento.
33 + 33 = 66 painéis, ao todo.
76554
RESPOSTA: “D”. !!!.!!! = . . . . = 35.10 = 350!!"#$%!&'()*+!
32121
11. (VALEC – Assistente Administrativo - FEM-
PERJ/2012) Num certo ano, 10% de uma floresta foram RESPOSTA: “D”.
desmatados. No ano seguinte, 20% da floresta rema- (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/
nescente foi desmatada e, no ano seguinte, a floresta UnB/2013) Conta-se na mitologia grega que Hércules,
remanescente perdeu mais 10% de sua área. Assim, a em um acesso de loucura, matou sua família. Para ex-
floresta perdeu, nesse período, a seguinte porcenta- piar seu crime, foi enviado a presença do rei Euristeu,
gem de sua área original: que lhe apresentou uma serie de provas a serem cum-
A) 35,2% pridas por ele, conhecidas como Os doze trabalhos de
B) 36,4% Hércules. Entre esses trabalhos, encontram-se: matar o
C) 37,4% leão de Neméia, capturar a corça de Cerinéia e captu-
D) 38,6% rar o javali de Erimanto. Considere que a Hércules seja
E) 40,0% dada a escolha de preparar uma lista colocando em or-
dem os doze trabalhos a serem executados, e que a es-
Considerando-se o total inicial da floresta, antes do 1º colha dessa ordem seja totalmente aleatória. Além dis-
desmatamento, igual a 100% teremos, após os desmata- so, considere que somente um trabalho seja executado
mentos sucessivos, o seguinte percentual de floresta des- de cada vez. Com relação ao número de possíveis listas
matado: que Hércules poderia preparar, julgue os itens subse-
1º ano: foram desmatados 10% do total (100%), logo, quentes.
sobraram 90% de floresta não desmatada.
2º ano: foram desmatados 20% da floresta remanes- 13. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/
cente (90%), logo, sobraram 90% – 20% de 90%. UnB/2013) O número máximo de possíveis listas que
90% – 20% de 90%. = 90% – 18% = 72% de floresta Hercules poderia preparar e superior a 12x10!
não desmatada. ( ) CERTA ( ) ERRADA

68
RACIOCÍNIO LÓGICO

O número máximo de possíveis listas que Hercules po- Sendo “X” as posições já ocupadas pelas tarefas “cap-
deria preparar e superior a 12x10!. turar a corça de Cerinéia” e “capturar o javali de Erimanto”,
“Considere que a Hercules seja dada a escolha de pre- ainda sobram 10 posições a serem permutadas.
parar uma lista colocando em ordem os doze trabalhos a Ou seja:
serem executados, e que a escolha dessa ordem seja total- 10 x 72 x 42 x 20 x 6
mente aleatória”. Portanto, teremos 10 x 72 x 42 x 20 x 6, um valor supe-
Seja a lista de tarefas dada a Hercules contendo as 12 rior e diferente de 72x42 x 20 x 6
tarefas representada a seguir. Lembrando que a ordem de
escolha ficara a critério de Hercules. RESPOSTA: “ERRADA”.
Então, permutando (trocando) as tarefas de posição,
vai gerar uma nova sequencia, ou seja, uma nova ordem da 16. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/
realização de suas tarefas, assim, o numero de possibilida- UnB/2013) O número máximo de possíveis listas con-
des de Hercules começar e terminar suas tarefas será dada tendo os trabalhos “ capturar a corça de Cerineia” e “
pela permutação dessas tarefas. capturar o javali de Erimanto” nas ultimas duas posi-
12x11x10x9x8x7x6x5x4x3x2x1 ou simplesmente: ções, em qualquer ordem, e inferior a 6! x 8!.
12! = 12 x 11 x 10! ( ) CERTA ( ) ERRADA
Como 12x11x10! e diferente de 12x10!.
O número máximo de possíveis listas contendo os tra-
RESPOSTA: “ERRADA”. balhos “ capturar a corça de Cerinéia” e “ capturar o javali
de Erimanto” nas ultimas duas posições, em qualquer or-
14. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/ dem, e inferior a 6! x 8!.
UnB/2013) O número máximo de possíveis listas con- Fixando as tarefas “capturar a corça de Cerinéia” e
tendo o trabalho “matar o leão de Neméia” na primeira “capturar o javali de Erimanto” nas duas ultimas posições, e
posição é inferior a 240 x 990 x 56 x 30. lembrando que essas tarefas podem ser permutadas entre
( ) CERTA ( ) ERRADA si, pois são colocadas em qualquer ordem, assim, restaram
10 posições a serem permutadas.
O número máximo de possíveis listas contendo o tra- 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1.x.x
balho “matar o leão de Neméia” na primeira posição é infe- Sendo “X” as posições já ocupadas pelas tarefas “cap-
rior a 240 x 990 x 56 x 30. turar a corça de Cerinéia” e “capturar o javali de Erimanto”,
Fixando a tarefa “matar leão de Neméia” na primeira podendo ser permutadas entre si, ainda, sobram 10 posi-
posição, vão sobrar 11 tarefas para serem permutadas nas ções a serem permutadas.
demais casas: Ou seja:
x._._._._._._._._._._._=x.11! 90 x 8! x 2 que equivale a 180 x 8!
Sendo X a posição já ocupada pela tarefa “matar leão Sendo 180 um valor inferior a 6! (6! = 6 x 5 x 4 x 3 x 2 x
de Nemeia”. 1 = 720), logo o valor
Reagrupando os valores, temos: 180 x 8! será inferior a 6! x 8!, tornando este item CER-
24 x 990 x 56 x 30. TO.
Portanto, inferior a 240 x 990 x 56 x 30, tornando este
item ERRADO. RESPOSTA: “CERTA”.

RESPOSTA: “ERRADA”. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/


UnB/2013) Considere que em um escritório trabalham
15. (PM/CE - Soldado da Polícia Militar - Cespe/ 11 pessoas: 3 possuem nível superior, 6 tem o nível mé-
UnB/2013) O número máximo de possíveis listas con- dio e 2 são de nível fundamental. Será formada, com
tendo os trabalhos “capturar a corça de Cerinéia” na esses empregados, uma equipe de 4 elementos para
primeira posição e “ capturar o javali de Erimanto” na realizar um trabalho de pesquisa. Com base nessas in-
terceira posição e inferior a 72 x 42 x 20 x 6. formações, julgue os itens seguintes, acerca dessa equi-
( ) CERTA ( ) ERRADA pe.

O número máximo de possíveis listas contendo os tra- 17. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/
balhos “capturar a corça de Cerinéia” na primeira posição e UnB/2013) Se essa equipe for formada somente com
“ capturar o javali de Erimanto” na terceira posição e infe- empregados de nível médio e fundamental, então ela
rior a 72 x 42 x 20 x 6. poderá ser formada de mais de 60 maneiras distintas.
Fixando as tarefas “capturar a corça de Cerinéia” na pri- ( ) CERTA ( ) ERRADA
meira posição e “capturar o javali de Erimanto” na terceira
posição, restam 10 tarefas a serem permutadas nas demais Se essa equipe for formada somente com empregados
posições, assim, temos que: de nível médio e fundamental, então ela poderá ser forma-
X . 1 . x . 2 . 3 . 4 . 5 . 6 . 7 . 8 . 9 . 10 da de mais de 60 maneiras distintas.

69
RACIOCÍNIO LÓGICO

Das 11 pessoas, 3 são de nível superior(S), 3 nível mé- Como o afirmado neste item, diz que existirão mais de
dio(M), e 2 são de nível fundamental(F) 40 maneiras distintas para a formação das equipes.

Sendo a equipe formada apenas pelos funcionários de RESPOSTA: “ERRADA”.


escolaridade de nível Médio e Fundamental teremos ape-
nas 3 possibilidades de formação das equipes: 19. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/
UnB/2013) Formando-se a equipe com dois emprega-
1ª POSSIBILIDADE: Somente 1 funcionário de nível dos de nível médio, e dois de nível superior, então essa
Fundamental e os demais de nível médio. equipe poderá ser formada de, no máximo, 40 manei-
ras distintas.
!!! .!!! = 2!/1!(2-1)!.6!/3!(6-3)!=40 equipes distintas ( ) CERTA ( ) ERRADA
!
2ª POSSIBILIDADE: com 2 funcionários de nível Funda- Formando-se a equipe com dois empregados de nível
mental e os demais de nível médio. médio, e dois de nível superior, então essa equipe poderá
ser formada de, no máximo, 40 maneiras distintas.
!!! .!!! ! = 2!/2!(2-2)!.6!/2!(6-2)!=15 equipes distintas Formando-se as equipes com 2 empregados de nível
Médio e 2 de Nível Superior, então teremos apenas 1 pos-
3ª POSSIBILIDADE: Uma equipe formada por funcioná- sibilidade de formação de equipes, já que excluímos todos
rios apenas de Nível Médio. os funcionários de nível Fundamental.
!!! .!!! ! = 3!/2!(3-2)!.6!/2!(6-2)!=45 equipes distintas
!!! !. = 6!/4!(6-4)!=15 equipes distintas
De acordo com a afirmativa do item seriam de, no má-
Somando-se os resultados obtidos nas 3 possibilida- ximo, 40 equipes distintas.
des anteriores, encontramos:
40 + 15 + 15= 70 equipes distintas RESPOSTA: “ERRADA”.
Como o item afirma que a equipe poderá ser formada
20. (USP – VESTIBULAR - FUVEST/2012) Considere
por mais de 60 maneiras distintas.
todas as trinta e duas sequências, com cinco elementos
cada uma, que podem ser formadas com os algarismos
RESPOSTA: “CERTA”.
0 e 1. Quantas dessas sequências possuem pelo menos
três zeros em posições consecutivas?
18. (TRT 10ª Região – Técnico Judiciário - Cespe/
a) 3
UnB/2013) Se essa equipe incluir todos os empregados
b) 5
de nível fundamental, então ela poderá ser formada de
c) 8
mais de 40 maneiras distintas. d) 12
( ) CERTA ( ) ERRADA e) 16
Se essa equipe incluir todos os empregados de nível Utilizando os algarismos 0 e 1 e, considerando as se-
fundamental, então ela poderá ser formada de mais de 40 quências com 5 elementos, temos:
maneiras distintas. I) 5 sequências com exatamente 3 zeros em posições
consecutivas (00010, 00011, 01000 e 11000)
1ª POSSIBILIDADE: Equipes contendo 2 funcionários de II) 2 sequências com exatamente 4 zeros em posições
nível fundamental e os demais de nível Superior. consecutivas (00001 e 10000)
!!! .!!! ! = 2!/2!(2-2)!.3!/2!(3-2)!=3 equipes distintas III) 1 sequência com 5 zeros (00000)
Portanto, o número de sequências com pelo menos
três zeros em posições consecutivas é 5 + 2 + 1 = 8
2ª POSSIBILIDADE: Equipes contendo 2 funcionários RESPOSTA: “C”.
nível fundamental e os demais de nível médio.
!!! .!!! ! = 2!/2!(2-2)!.6!/2!(6-2)!=15 equipes distintas 21. (PC/SP - Escrivão de Polícia - VUNESP/2012) De
uma urna contendo 10 bolas coloridas, sendo 4 bran-
cas, 3 pretas, 2 vermelhas e 1 verde, retiram-se de uma
3ª POSSIBILIDADE: Equipes contendo 2 funcionários de vez 4 bolas .Quantos são os casos possíveis em que apa-
nível fundamental e os demais de nível médio ou superior. recem exatamente uma bola de cada cor?
Como a urna contém 4 bolas brancas, existem 4 maneiras
!!! .!!! .!!! !1
= 2!/2!(2-2)!.6!/1!(6-1)!.3!/1!(3-1)!=18 possíveis de retirar uma bola branca; analogamente, 3 pretas,
equipes distintas 2 vermelhas e 1 verde. Assim, pelo Princípio Fundamental da
Somando-se os resultados obtidos nas 3 possibilida- Contagem, o número de casos possíveis em que aparecem
des, teremos: exatamente uma bola de cada cor é 4 . 3 . 2 . 1 = 24
3 + 15 + 18 = 36 equipes distintas RESPOSTA: “C”.

70
RACIOCÍNIO LÓGICO

PROPORÇÕES
REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA;
REGRA DE SOCIEDADE; ou

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e Ou


b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a
para b por a/b ou a : b.

Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 ou
moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o
número de moças. (lembrando que razão é divisão)

Terceira propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença
Proporção dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos con-
sequentes, assim como cada antecedente está para o seu
Proporção é a igualdade entre duas razões. A propor- respectivo consequente. Temos então:
ção entre A/B e C/D é a igualdade:

ou
Propriedade fundamental das proporções

Numa proporção:

Ou

Os números A e D são denominados extremos enquan-


to os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC ou

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:

Grandezas Diretamente Proporcionais

Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 Duas grandezas variáveis dependentes são diretamen-
esteja em proporção com 4/6. te proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª
grandeza é igual a razão entre os valores correspondentes
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma: da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
.

Segunda propriedade das proporções Distância(km) Combustível(litros)


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença 13 1
dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para
o segundo termo, assim como a soma ou a diferença dos 26 2
dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto 39 3
termo. Então temos: 52 4

71
RACIOCÍNIO LÓGICO

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível? Inversamente Proporcionais


Diretamente proporcionais Para decompor um número M em n partes X1, X2, ...,
Se eu dobro a distância, dobra o combustível Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decom-
por este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente
Grandezas Inversamente Proporcionais proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn.
A montagem do sistema com n equações e n incógni-
Duas grandezas variáveis dependentes são inversa- tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso
mente proporcionais quando a razão entre os valores da
1ª grandeza é igual ao inverso da razão entre os valores
correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Exemplo cuja solução segue das propriedades das proporções:


velocidadextempo a tabela abaixo:

Velocidade (m/s) Tempo (s)


5 200
8 125 QUESTÕES
10 100 01. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
16 62,5 TO AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma so-
20 50 ciedade para fabricação e venda de cachorro quente. João
iniciou com um capital de R$ 30,00 e Marcos colaborou
com R$ 70,00. No primeiro final de semana de trabalho, a
Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??
arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos reinvestiram
Inversamente proporcional
R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$ 140,00
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.
de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicial-
mente, qual é o valor que João e Marcos devem receber
Diretamente Proporcionais
desse lucro, respectivamente?
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di-
(A) 30 e 110 reais.
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um
(B) 40 e 100 reais.
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas
(C) 42 e 98 reais.
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais.

02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Em uma


empresa, trabalham oito funcionários, na mesma função,
A solução segue das propriedades das proporções:
mas com cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32
horas semanais, um trabalha 24 horas semanais, um tra-
balha 20 horas semanais, três trabalham 16 horas sema-
nais e, por fim, dois deles trabalham 12 horas semanais.
No final do ano, a empresa distribuirá um bônus total de
Exemplo
R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria.
a parte de cada um seja diretamente proporcional à sua
Carlos entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ga-
carga horária semanal.
nhem o prêmio de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada
Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
um, se o combinado entre os dois foi de dividirem o prê-
entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
mio de forma diretamente proporcional?
(A) 10.000,00.
(B) 8.000,00.
(C) 20.000,00.
(D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas entrevis-
tas nos estados da Região Sudeste do Brasil. A amostra foi
composta da seguinte maneira:
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.

72
RACIOCÍNIO LÓGICO

– 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo; Fornecedor A B C


– 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados Valor pago 22,5 X 37,5
da Região Sudeste. Valor devido Y 40 z

Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o nú- Sabe-se que os valores pagos foram diretamente propor-
mero de entrevistas realizadas em São Paulo e o número cionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nessas con-
total de entrevistas realizadas nos quatro estados é de dições, é correto afirmar que o valor total devido a esses três
(A) 8 para 5. fornecedores era, antes dos pagamentos efetuados, igual a
(B) 5 para 8. (A) R$ 90.000,00.
(C) 5 para 7. (B) R$ 96.500,00.
(D) 3 para 5. (C) R$ 108.000,00.
(E) 3 para 8. (D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.
04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-
GO/2017) Em relação à prova de matemática de um con- 08. (DPE/RS - Analista - FCC/2017) A razão entre as al-
curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão turas de dois irmãos era 3/4 e, nessa ocasião, a altura do irmão
entre o número de questões que ela errou para o total de mais alto era 1,40 m. Hoje, esse irmão mais alto cresceu 10 cm.
questões da prova é de Para que a razão entre a altura do irmão mais baixo e a altura
(A) 2/3 do mais alto seja hoje, igual a 4/5 , é necessário que o irmão
(B) 1/2 mais baixo tenha crescido, nesse tempo, o equivalente a
(C) 1/3 (A) 13,5 cm.
(D) 3/2 (B) 10,0 cm.
(C) 12,5 cm.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (D) 14,8 cm.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5 (E) 15,0 cm.
e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a
quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais 09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí- O transporte de 1980 caixas iguais foi totalmente repartido
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente entre dois veículos, A e B, na razão direta das suas respectivas
de idades, os seguintes valores: capacidades de carga, em toneladas. Sabe-se que A tem capa-
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. cidade para transportar 2,2 t, enquanto B tem capacidade para
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. transportar somente 1,8 t. Nessas condições, é correto afirmar
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. que a diferença entre o número de caixas carregadas em A e o
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. número de caixas carregadas em B foi igual a
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (A) 304.
(B) 286.
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (C) 224.
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40 (D) 216.
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer- (E) 198.
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- 10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente propor-
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o cionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6 e 8
número de caixas Q utilizadas será igual a anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído aos
(A) 10. dois filhos com maior idade é igual a:
(B) 28. (A) R$2.500,00
(C) 18. (B) R$3.500,00
(D) 22. (C) R$ 1.000,00
(E) 30. (D) R$3.200,00

07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU-


NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí-
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne-
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram
pagos a cada um deles.

73
RACIOCÍNIO LÓGICO

RESPOSTAS

01. Resposta: C.
30k+70k=140 Z=150/3=50
100k=140
K=1,4 Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000
30⋅1,4=42
70⋅1,4=98 08. Resposta: E.

02. Resposta: A.
Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
74000/148=500 X=1,05
O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50
32⋅500=16000
12⋅500=6000
A diferença é: 16000-6000=10000

03. Resposta:B. X=1,20


2500+1500=4000 entrevistas
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm

04. Resposta: C. 09. Resposta: E.


Se Paula acertou 32, errou 16. 2,2k+1,8k=1980
4k=1980
K=495
2,2x495=1089
1980-1089=891
1089-891=198
05. Resposta: E.
2k+5k+8k=240 10. Resposta: B.
15k=240
K=16
Alfredo: 2⋅16=32
Bernardo: 5⋅16=80
Caetano: 8⋅16=128 A+B+C=4500
4p+6p+8p=4500
06. Resposta: E. 18p=4500
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 P=250
caixa, faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q, B=6p=6x250=1500
então vamos ver o equivalente de 12 caixas K C=8p=8x250=2000
1500+2000=3500

Q=30 caixas PRINCÍPIO DA CASA DOS POMBOS;

07. Resposta: E.
Em 1834, o matemático alemão Johann Peter Gustav
Lejeune Dirichlet (1805-1859), criador do conceito moder-
no de função, enunciou o seguinte princípio, chamado de
Princípio da Casa de Pombos:
Y=90/3=30 Seja dada uma casa de pombos com n buracos e su-
ponha que haja m pombos querendo ocupa-los. Se m > n,
então algum buraco deverá ser ocupado por mais de um
pombo.
X=120/4=30 Este princípio também leva o nome de Princípio das
Gavetas, pois pode ser renunciado, de modo equivalente:

74
RACIOCÍNIO LÓGICO

Queremos guardar m objetos em n gavetas. Se m > pela simetria, não pode haver uma pessoa que não conhe-
então alguma gaveta deverá conter mais de um objeto. ça ninguém. Portanto, ao associarmos os n indivíduos às n
Mesmo sendo bastante intuitivo e simples, com este - 1 possibilidades de número de conhecidos, pelo princípio
teorema podemos resolver alguns problemas curiosos. de Dirichlet, duas pessoas deverão ter o mesmo número
Somente a título de curiosidade, vamos provar este re- de conhecidos.
sultado por Indução Matemática. 2- De fato, divida o triângulo em quatro triângulos me-
Para n = 1, o resultado é óbvio pois, se temos mais de nores, conectando os pontos médios dos lados do triângu-
um objeto e uma só gaveta, teremos que acomodar nesta lo original. A distância entre dois pontos que estão em um
gaveta mais de um objeto. Suponha então o resultado vá- dos triângulos pequenos e no interior do triângulo maior
lido para um certo número n de gavetas e consideremos a é menor do que o seu lado que mede 0,5 cm. Ao esco-
situação de termos n+1 gavetas e m > n + 1 objetos. Que- lhermos cinco pontos no interior do triângulo dado, pelo
remos mostrar que o resultado vale também neste caso, Princípio das Gavetas, dois dos pontos pertencerão a um
para aplicar a Indução Matemática e concluir que vale para dos triângulos pequenos, o que prova a nossa afirmação.
todo número natural n. Depois de acomodar todos os ob- 3- Trace três retas horizontais. Acharemos um retângu-
jetos nas n + 1 gavetas, escolha uma gaveta ao acaso. Se lo com vértices sobre duas destas retas. Os outros lados são
nesta gaveta há mais de um objeto, a nossa asserção está verticais. Uma reta vertical, ao cortar as três paralelas, tem
provada. Se nesta gaveta não há nenhum objeto, nas n ga- três candidatos a vértice do retângulo procurado. Três pon-
vetas restantes estão acomodados m > n + 1 > n objetos, tos podem ser coloridos com 2 cores de 8 modos distintos.
o que, pela hipótese de indução, acarreta que em uma das Portanto, se você escolher 9 retas verticais, pelo Princípio
gavetas há mais de um objeto. Se na gaveta escolhida há das Gavetas, duas dessas retas vão encontrar cada uma das
um objeto, logo, nas n gavetas restantes, estão distribuí- três retas horizontais em um par de pontos de mesma cor.
dos m - 1 > n objetos, o que, novamente, pela hipótese de Agora, dos três pares de pontos, certamente dois terão a
indução, acarreta que em uma das gavetas há mais de um mesma cor, o que fornece os vértices do retângulo.
objeto. 4- Existem 2007 possíveis restos pela divisão por 2007.
Considere a sequência das potências de 3: 1, 3¹, 3², 3³,
Vejamos algumas aplicações do principio: ...,32007. Esta sequência é composta de 2008 números.
1- Existem n pessoas em uma festa. Algumas se conhe- Portanto, pelo Princípio das Gavetas, dois desses, digamos
cem, outras não. Mostre que na festa existem duas pessoas 3n e 3m, com n > m, têm mesmo resto quando divididos
que têm mesmo número de conhecidos, supondo que a por 2007. Logo, a sua diferença 3n-3m é divisível por 2007.
relação de conhecido é simétrica: se x é conhecido de y, 5- Consideremos que cada pessoa aniversaria em cada
então y é conhecido de x; e não reflexiva: ninguém é co- um dos 12 diferentes meses existentes. Serão assim, no mí-
nhecido de si mesmo. nimo 12 pessoas. Agora consideremos que 2 duas pessoas
2- Dentre cinco pontos escolhidos no interior de um aniversariam no mesmo mês, ocorrendo em todos os 12
triângulo equilátero de lado 1 cm, existem dois pontos que meses do ano. Serão assim, no mínimo 24 pessoas. Então,
distam entre si menos do que 0,5 cm. se tivermos mais uma pessoa (25 pessoas), ao menos 3 de-
3- Se cada ponto do plano é pintado de vermelho ou las irão aniversariar obrigatoriamente no mesmo mês do
de azul, então algum retângulo no plano tem seus vértices ano.
de uma mesma cor.
4- Existem duas potências de 3 cuja diferença é divisí-
vel por 2007. Fonte: http://www.fernandosilva.pro.br/portal/in-
E se você acha que isso será inútil para sua vida de dex.php/en/para-pensar/desafios/item/212-o-princ%-
vestibulando ou de concurseiro, veja essa questão do pro- C3%ADpio-das-casas-dos-pombos
cesso seletivo da UFOP:
5- Considere a afirmação: “Em um grupo de n pessoas
pode-se garantir que três delas aniversariam no mesmo
mês”. O menor valor de n que torna verdadeira essa afir-
mação é:
a) 3
b) 24
c) 25
d) 26

Respostas
1- De fato, cada pessoa tem um número de conheci-
dos que varia de 0 a n - 1 (uma pessoa não é conhecida
de si mesma!), as duas situações não podendo ocorrer ao
mesmo tempo, pois, se uma pessoa conhece todo mundo,

75
RACIOCÍNIO LÓGICO

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

76
RACIOCÍNIO LÓGICO

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

77
RACIOCÍNIO LÓGICO

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

78
INFORMÁTICA BÁSICA

Noções de informática: conceitos. ................................................................................................................................................................... 01


Componentes dos sistemas de computação: hardware e software. ................................................................................................... 01
Software Básico, software utilitário, software aplicativo e software livre: conceitos. .................................................................... 01
Rede de computadores (cabeadas e wireless) e equipamentos de conectividade: conceitos e aplicações. ....................... 70
Conceitos, funções e aplicações de Intranet e Internet. .......................................................................................................................... 55
Tipos e características dos navegadores e dispositivos móveis. ........................................................................................................... 55
Conceitos sobre tecnologias e ferramentas de colaboração, computação na nuvem, correio eletrônico e webmail, grupos
de discussão, fóruns, wikis e redes sociais. ................................................................................................................................................... 55
Sistema Operacional Windows 7/8.1(Português), Linux e LibreOffice 5.3.7 (Português): conceitos, interface, comandos,
funções, recursos e usabilidade. ........................................................................................................................................................................ 01
Editor de texto MS Word 2007/2010/2013/2016 (Português): conceitos, comandos, recursos e usabilidade. ................. 21
Planilha eletrônica MS Excel 2007/2010/2013/2016 (Português): conceitos, comandos, recursos e usabilidade (interface,
bancos de dados, criação de planilhas, referências a células, cópia lógica, uso de fórmulas e funções, modelos, geração
de gráficos, formatação de células e impressão). ....................................................................................................................................... 21
Redes de computadores e Internet: conceitos, tecnologias, ferramentas, aplicativos e serviços. Segurança da Informação:
conceitos, princípios, problemas, ameaças, ataques. ................................................................................................................................ 70
Backup e antivírus.................................................................................................................................................................................................... 64
INFORMÁTICA BÁSICA

Prof. Ovidio Lopes da Cruz Netto

- Doutor em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.


- Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.
- Pós Graduado em Engenharia de Software pela Universidade São Judas Tadeu.
- Pós Graduado em Formação de Docentes para o Ensino Superior pela Universidade Nove de Julho.
- Graduado em Engenharia da Computação pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC

CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM


AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS (XP/7/8).
CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM
AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
USO DOS RECURSOS, AMBIENTE DE TRABALHO, ARQUIVO, PASTAS,
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS, FORMATAÇÃO, LOCALIZAÇÃO DE ARQUIVOS,
LIXEIRA, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA E BACKUP.

1. Conceitos e fundamentos básicos de informática

A Informática é um meio para diversos fins, com isso acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A sua utiliza-
ção passou a ser um diferencial para pessoas e empresas, visto que, o controle da informação passou a ser algo fundamen-
tal para se obter maior flexibilidade no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor integrar sua área de atuação
com a informática, atingirá, com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemente, o seu sucesso, por isso em quase
todos editais de concursos públicos temos Informática.
1.1. O que é informática?
Informática pode ser considerada como significando “informação automática”, ou seja, a utilização de métodos e téc-
nicas no tratamento automático da informação. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada: O computador.
A palavra informática originou-se da junção de duas outras palavras: informação e automática. Esse princípio básico
descreve o propósito essencial da informática: trabalhar informações para atender as necessidades dos usuários de maneira
rápida e eficiente, ou seja, de forma automática e muitas vezes instantânea.
Nesse contexto, a tecnologia de hardwares e softwares é constantemente atualizada e renovada, dando origem a equi-
pamentos eletrônicos que atendem desde usuários domésticos até grandes centros de tecnologia.

1.2. O que é um computador?


O computador é uma máquina que processa dados, orientado por um conjunto de instruções e destinado a produzir
resultados completos, com um mínimo de intervenção humana. Entre vários benefícios, podemos citar:
: grande velocidade no processamento e disponibilização de informações;
: precisão no fornecimento das informações;
: propicia a redução de custos em várias atividades
: próprio para execução de tarefas repetitivas;
Como ele funciona?
Em informática, e mais especialmente em computadores, a organização básica de um sistema será na forma de:

Figura 1: Etapas de um processamento de dados.

1
INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais com arquivos dos mais diferentes formatos de compressão,
para o entendimento de informática em concursos públi- tais como: ACE, ARJ, BZ2, CAB, GZ, ISO, JAR, LZH, RAR, TAR,
cos. UUEncode, ZIP, 7Z e Z. Também suporta arquivos de até
Hardware, são os componentes físicos do computador, 8.589 bilhões de Gigabytes!
ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri- Chat é um termo da língua inglesa que se pode tra-
féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou duzir como “bate-papo” (conversa). Apesar de o conceito
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa- ser estrangeiro, é bastante utilizado no nosso idioma para
mento) fazer referência a uma ferramenta (ou fórum) que permite
Software, são os programas que permitem o funciona- comunicar (por escrito) em tempo real através da Internet.
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica Principais canais para chats são os portais, como Uol,
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacio- Terra, G1, e até mesmo softwares de serviços mensageiros
nais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação. como o Skype, por exemplo.
O primeiro software necessário para o funcionamento Um e-mail hoje é um dos principais meios de comuni-
de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope- cação, por exemplo:
racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os canaldoovidio@gmail.com
aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
na manutenção do computador, o antivírus é o principal Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer dizer
exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra- na, o gmail é o servidor e o .com é a tipagem.
mação que são programas que fazem outros programas, Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
como o JAVA por exemplo. em um único computador, sem necessariamente estarmos
Importante mencionar que os softwares podem ser conectados à Internet no momento da criação ou leitura do
livres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes e-mail, podemos usar um programa de correio eletrônico.
características: Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla Thun-
• O usuário pode executar o software, para qualquer derbird, outros proprietários como o Outlook Express. Os dois
uso. programas, assim como vários outros que servem à mesma
• Existe a liberdade de estudar o funcionamento do finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos os recur-
programa e de adaptá-lo às suas necessidades. sos dos programas de correio eletrônico através do Outlook
• É permitido redistribuir cópias. Express que também estão presentes no Mozilla Thunderbird.
• O usuário tem a liberdade de melhorar o progra- Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
ma e de tornar as modificações públicas de modo que a com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de
comunidade inteira beneficie da melhoria. teclado para a realização de diversas funções dentro do
Entre os principais sistemas operacionais pode-se des- Outlook. Para você começar os seus estudos, anote alguns
tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões, atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta apertar
o Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado pelo Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada mensagem
finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso em considera-
o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras. ção inclua os atalhos de teclado na sua rotina de estudos e
É o principal software do computador, pois possibilita vá preparado para o concurso com os principais na cabeça.
que todos os demais programas operem. Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para pro-
Android é um Sistema Operacional desenvolvido pelo fissionais que compartilham uma mesma área é o compartilha-
Google para funcionar em dispositivos móveis, como Smar- mento de calendário entre membros de uma mesma equipe.
tphones e Tablets. Sua distribuição é livre, e qualquer pessoa Por isso mesmo é importante que você tenha o conhe-
pode ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver aplicati- cimento da técnica na hora de fazer uma prova de con-
vos (apps) para funcionar neste Sistema Operacional. curso que exige os conhecimentos básicos de informática,
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos aparelhos pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores
fabricados pela Apple, como o iPhone e o iPad. chances de aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
2. Conhecimento e utilização dos principais softwares do Outlook que permite que o usuário organize de forma
utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, com-
e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem) promissos e reuniões de maneira organizada por dia, de
forma a ter um maior controle das atividades que devem
Os compactadores de arquivos servem para transfor- ser realizadas durante o seu dia a dia.
mar um grupo de arquivos em um único arquivo e ocu- Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permi-
pando menos memória, ficou muito famoso como o termo te que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
zipar um arquivo. parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
Hoje o principal programa é o WINRAR para Windows, que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que
inclusive com suporte para outros formatos. Compacta em pode ser uma ótima pedida para profissionais dentro de
média de 8% a 15% a mais que o seu principal concorrente, uma mesma equipe, principalmente quando um determi-
o WinZIP. WinRAR é um dos únicos softwares que trabalha nado membro entra de férias.

2
INFORMÁTICA BÁSICA

Para conseguir utilizar essa função basta que você entre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Feito isso,
basta que você clique em Enviar Calendário por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as informações que vão ser compartilhadas com quem você deseja,
de forma que o Outlook vai formular um calendário de forma simples e detalhada de fácil visualização para quem você
deseja enviar uma mensagem.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria para
deixar os comunicados enviados por e-mail com uma aparência mais profissional.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este con-
teúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua pre-
paração para concurso. Ao contrário do que muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assinatura é
bastante simples, de forma que perder pontos por conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de Opções.
Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve clicar. Feito isso,
você vai conseguir adicionar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura acima, ao
clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:

Figura 2: Tela de Envio de E-mail

Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da mensagem. Cam-
po obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que servirá para ter
ciência desse e-mail.
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam ocultos.

Assunto: campo onde será inserida uma breve descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase sobre o
conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode levar o
destinatário a não dar a devida importância à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas formatações existentes na barra de formatação do Outlook:
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma
criadora do Mozilla Firefox).
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que
funciona como uma página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e
senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está
instalado para acessar seu e-mail.

3
INFORMÁTICA BÁSICA

A popularização da banda larga e dos serviços de e-mail com grande capacidade de armazenamento está aumentan-
do a circulação de vídeos na Internet. O problema é que a profusão de formatos de arquivos pode tornar a experiência
decepcionante.
A maioria deles depende de um único programa para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai necessitar do
QuickTime, da Apple. Outros, além de um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo de “COder/DECo-
der”, codec é uma espécie de complemento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o caso do MPEG, que roda no
Windows Media Player, desde que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação é automática.
Com os três players de multimídia mais populares - Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você dificilmente
encontrará problemas para rodar vídeos, tanto offline como por streaming (neste caso, o download e a exibição do vídeo
são simultâneos, como na TV Terra).
Atualmente, devido à evolução da internet com os mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há uma
grande demanda por programas para trabalhar com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso, também há
no mercado uma ampla gama de ferramentas existentes que fazem algum tipo de tratamento ou conversão de imagens.
Porém, muitos destes programas não são o que se pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão em seu
uso ou na manipulação dos recursos existentes. Caso o que você precise seja apenas um programa para visualizar imagens
e aplicar tratamentos e efeitos simples ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma conferida em alguns
aplicativos mais leves e com recursos mais enxutos como os visualizadores de imagens.
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis de se
utilizar dos editores, para você que não precisa de tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um tratamento especial
para as suas mais variadas imagens.
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos e
imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem do com-
putador.
As ferramentas de edição possuem os métodos mais avançados para automatizar o processo de correção de imagens.
No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o programa consegue identificar e corrigir todos os olhos vermelhos da foto
automaticamente sem precisar selecionar um por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicionar textos, inserir efei-
tos, e muito mais.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente de ar-
mazenamento capaz de filtrar imagens que contenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar apenas as fotos que
contém pessoas.
Depois de tudo organizado em seu computador, você pode escolher diversas opções para salvar e/ou compartilhar
suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. O programa
possui integração com o PicasaWeb, o qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos segundos.
O  IrfanView  é um visualizador de imagem muito leve e com uma interface gráfica simples porém otimizada e fácil
de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns recursos
simples de editor. Com ele é possível fazer operações como copiar e deletar imagens até o efeito de remoção de olhos ver-
melhos em fotos. O programa oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e alteração de cores em sua imagem
por meio de apenas um clique.
Além disso sempre é possível a visualização de imagens pelo próprio gerenciador do Windows.

3.Identificação e manipulação de arquivos

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos através de programas aplicativos. Por exemplo, quando abrimos a
Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a programas, arquivos, pastas ou atalhos. As duas figuras mostradas
nos itens anteriores são ícones. O primeiro representa uma pasta e o segundo, um arquivo criado no programa Excel.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
Clicando com o botão direito do mouse sobre um espaço vazio da área de trabalho, temos as seguintes opções, de
organização:

4
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 3: Organizar ícones

-Nome: Organiza os ícones por ordem alfabética de nomes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tamanho: Organiza os ícones pelo seu tamanho em bytes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tipo: Organiza os ícones em grupos de tipos, por exemplo, todas as pastas ficarão ordenadas em sequência, depois
todos os arquivos, e assim por diante, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de trabalho.
-Modificado em: Organiza os ícones pela data da última alteração, permanecendo inalterados os ícones padrão da área
de trabalho.
-Organizar automaticamente: Não permite que os ícones sejam colocados em qualquer lugar na área de trabalho.
Quando arrastados pelo usuário, ao soltar o botão esquerdo, o ícone voltará ao seu lugar padrão.
-Alinhar à grade: estabelece uma grade invisível para alinhamento dos ícones.
-Mostrar ícones da área de trabalho: Oculta ou mostra os ícones colocados na área de trabalho, inclusive os ícones
padrão, como Lixeira, Meu Computador e Meus Documentos.
-Bloquear itens da Web na área de trabalho: Bloquea recursos da Internet ou baixados em temas da web e usados na
área de trabalho.
-Executar assistente para limpeza da área de trabalho:
Inicia um assistente para eliminar da área de trabalho ícones que não estão sendo utilizados.
Para acessar o Windows Explorer, basta clicar no botão Windows, Todos os Programas, Acessórios, Windows Explorer,
ou usar a tecla do Windows+E. O Windows Explorer é um ambiente do Windows onde podemos realizar o gerenciamento
de arquivos e pastas. Nele, temos duas divisões principais: o lado esquerdo, que exibe as pastas e diretórios em esquema
de hierarquia e o lado direito que exibe o conteúdo das pastas e diretórios selecionados do lado esquerdo.
Quando clicamos, por exemplo, sobre uma pasta com o botão direito do mouse, é exibido um menu suspenso com
diversas opções de ações que podem ser realizadas. Em ambos os lados (esquerdo e direito) esse procedimento ocorre,
mas do lado esquerdo, não é possível visualizar a opção “Criar atalho”, como é possível observar nas figuras a seguir:

5
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 4: Windows Explorer – botão direito

A figura a cima mostra as opções exibidas no menu suspenso quando clicamos na pasta DOWNLOADS com o botão
direito do mouse, do lado esquerdo do Windows Explorer.
No Windows Explorer podemos realizar facilmente opções de gerenciamento como copiar, recortar, colar e mover,
pastas e arquivos.

-Copiar e Colar: consiste em criar uma cópia idêntica da pasta, arquivo ou atalho selecionado. Para essa tarefa, pode-
mos adotar os seguintes procedimentos:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “copiar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+C. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.
Dessa forma, teremos o mesmo arquivo ou pasta em mais de um lugar no computador.

-Recortar e Colar: Esse procedimento retira um arquivo ou pasta de um determinado lugar e o coloca em outro. É como
se recortássemos uma figura de uma revista e a colássemos em um caderno. O que recortarmos ficará apenas em um lugar
do computador.
Os passos necessários para recortar e colar, são:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “recortar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+X. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.

Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, podemos clicar
com o botão direito do mouse sobre eles e depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez sobre o objeto
desejado e depois pressionar o botão delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para lixeira o que foi excluído,
sendo possível a restauração, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo enviado para a lixeira, pode-
mos, após abri-la, restaurar o que desejarmos.

6
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 5: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode ser feita com um clique com o botão direito do mouse sobre o item de-
sejado e depois, outro clique com o esquerdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. Sempre
que algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele item para a Lixeira,
ou avisando que o que foi selecionado será permanentemente excluído. Outra forma de excluir documentos ou pastas sem
que eles fiquem armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.
No Linux a forma mais tradicional para se manipular arquivos é com o comando chmod que altera as permissões de
arquivos ou diretórios. É um comando para manipulação de arquivos e diretórios que muda as permissões para acesso
àqueles, por exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser apenas leitura, impedindo que
seu conteúdo seja alterado.

4. Backup de arquivos

O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão acidentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os dados originais
do disco rígido forem apagados ou substituídos acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido a um defeito do disco
rígido, você poderá restaurar facilmente os dados usando a cópia arquivada.

4.1. Tipos de Backup


Fazer um backup é simples. Basta copiar os arquivos que você usa para outro lugar e pronto, está feito o backup. Mas e
se eu alterar um arquivo? E se eu excluir acidentalmente um arquivo? E se o arquivo atual corrompeu? Bem, é aí que a coisa
começa a ficar mais legal. É nessa hora que entram as estratégias de backup.
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado com backups, a maioria pensará que um backup é somente uma
cópia idêntica de todos os dados do computador. Em outras palavras, se um backup foi criado na noite de terça-feira, e
nada mudou no computador durante o dia todo na quarta-feira, o backup criado na noite de quarta seria idêntico àquele
criado na terça. Apesar de ser possível configurar backups desta maneira, é mais provável que você não o faça. Para enten-
der mais sobre este assunto, devemos primeiro entender os tipos diferentes de backup que podem ser criados. Estes são:
• Backups completos;
• Backups incrementais;
• Backups diferenciais;
• Backups delta;
O backup completo é simplesmente fazer a cópia de todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os dis-
positivos de backup correspondentes), independente de versões anteriores ou de alterações nos arquivos desde o último
backup. Este tipo de backup é o tradicional e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando pensam em backup:
guardar TODAS as informações. Outra característica do backup completo é que ele é o ponto de início dos outros métodos
citados abaixo. Todos usam este backup para assinalar as alterações que deverão ser salvas em cada um dos métodos.
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos para a mídia de backup. Conforme mencionado anteriormente, se os
dados sendo copiados nunca mudam, cada backup completo será igual aos outros. Esta similaridade ocorre devido ao fato
que um backup completo não verifica se o arquivo foi alterado desde o último backup; copia tudo indiscriminadamente

7
INFORMÁTICA BÁSICA

para a mídia de backup, tendo modificações ou não. Esta O armazenamento deve ser sempre levado em con-
é a razão pela qual os backups completos não são feitos o sideração, onde o administrador desses backups deve
tempo todo Todos os arquivos seriam gravados na mídia se preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda
de backup. Isto significa que uma grande parte da mídia adequadamente às necessidades de todos, e também
de backup é usada mesmo que nada tenha sido alterado. assegurar que os backups estejam disponíveis para a
Fazer backup de 100 gigabytes de dados todas as noites pior das situações.
quando talvez 10 gigabytes de dados foram alterados não Após todas as técnicas de backups estarem efetiva-
é uma boa prática; por este motivo os backups incremen- das deve-se garantir os testes para que com o passar
tais foram criados. do tempo não fiquem ilegíveis.
Já os backups incrementais primeiro verificam se o
horário de alteração de um arquivo é mais recente que o 4.3. Recomendações para proteger seus backups
horário de seu último backup, por exemplo, já atuei em
uma Instituição, onde todos os backups eram programa- Fazer backups é uma excelente prática de seguran-
dos para a quarta-feira. ça básica. Agora lhe damos conselhos simples para que
A vantagem principal em usar backups incrementais você esteja a salvo no dia em que precisar deles:
é que rodam mais rápido que os backups completos. A 1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escri-
principal desvantagem dos backups incrementais é que tório, e, se for possível, em algum recipiente à prova
para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces- de incêndios, como os cofres onde você guarda seus
sário procurar em um ou mais backups incrementais até documentos e valores importantes.
encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de arquivo 2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as
completo, é necessário restaurar o último backup completo mantenha em lugares separados.
e todos os backups incrementais subsequentes. Numa ten- 3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups,
tativa de diminuir a necessidade de procurar em todos os é melhor comprimir os arquivos que já sejam muito
backups incrementais, foi implementada uma tática ligeira- antigos (quase todos os programas de backup contam
mente diferente. Esta é conhecida como backup diferencial. com essa opção), assim você não desperdiça espaço
Os backups diferenciais, também só copia arquivos al- útil.
terados desde o último backup, mas existe uma diferen- 4. Proteja seus backups com uma senha, de manei-
ça, ele mapeia as alterações em relação ao último backup ra que sua informação fique criptografada o suficiente
completo, importante mencionar que essa técnica ocasio- para que ninguém mais possa acessá-la. Se sua infor-
na o aumento progressivo do tamanho do arquivo. mação é importante para seus entes queridos, imple-
Os backups delta sempre armazena a diferença entre mente alguma forma para que eles possam saber a se-
as versões correntes e anteriores dos arquivos, começan- nha se você não estiver presente.
do a partir de um backup completo e, a partir daí, a cada
novo backup são copiados somente os arquivos que foram 5. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, me-
alterados enquanto são criados hardlinks para os arquivos mórias, processadores (CPU) e disco de armazenamen-
que não foram alterados desde o último backup. Esta é a to HDs, CDs e DVDs)
técnica utilizada pela Time Machine da Apple e por ferra- Os gabinetes são dotados de fontes de alimenta-
mentas como o rsync. ção de energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão
de reset, baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD,
4.2. Mídias saídas de ventilação e painel traseiro com recortes para
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de dados encaixe de placas como placa mãe, placa de som, vídeo,
removível amplamente utilizado. Tem os benefícios de custo rede, cada vez mais com saídas USBs e outras.
baixo e uma capacidade razoavelmente boa de armazena- No fundo do gabinete existe uma placa de metal
mento. Entretanto, a fita tem algumas desvantagens. Ela está onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é
sujeita ao desgaste e o acesso aos dados na fita é sequen- possível verificar se será possível ou não fixar determi-
cial por natureza. Estes fatores significam que é necessário nada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser
manter o registro do uso das fitas (aposentá-las ao atingirem proporcionais aos furos encontrados na placa mãe para
o fim de suas vidas úteis) e também que a procura por um parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.
arquivo específico nas fitas pode ser uma tarefa longa. Placa-mãe, é a placa principal, formada por um con-
Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados junto de circuitos integrados (“chip set“) que reconhece
como um meio de backup. No entanto, os preços de ar- e gerencia o funcionamento dos demais componentes
mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos, do computador.
usar drives de disco para armazenamento de backup faz Se o processador pode ser considerado o “cérebro”
sentido. A razão principal para usar drives de disco como do computador, a placa-mãe (do inglês motherboard)
um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de representa a espinha dorsal, interligando os demais pe-
armazenamento em massa mais rápido. A velocidade pode riféricos ao processador.
ser um fator crítico quando a janela de backup do seu cen- O disco rígido, do inglês hard disk, também conhe-
tro de dados é curta e a quantidade de dados a serem co- cido como HD, serve como unidade de armazenamento
piados é grande. permanente, guardando dados e programas.

8
INFORMÁTICA BÁSICA

Ele armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus dados gravados ou acessados por um braço móvel composto por
um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham com valores discretos) são totalmente binários. Toda informação
introduzida em um computador é convertida para a forma binária, através do emprego de um código qualquer de arma-
zenamento, como veremos mais adiante.
A menor unidade de informação armazenável em um computador é o algarismo binário ou dígito binário, conhecido
como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as infor-
mações manipuladas por um computador são codificadas em grupos ordena- dos de bits, de modo a terem um significado
útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma informação útil e inteligível para o ser humano é o byte (leia-se
“baite”).
Como os principais códigos de representação de caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos de
byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo acesso, armazenamento e recuperação de informações são efetua-
dos byte a byte. Por essa razão, em anúncios de computadores, menciona-se que ele possui “512 mega bytes de memória”;
por exemplo, na realidade, em face desse costume, quase sempre o termo byte é omitido por já subentender esse valor.
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja a imagem abaixo:

Figura 6: Unidade de medida de memórias

Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe basta
multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:

Transformar 4 gigabytes em kilobytes: Transformar 16422282522 kilobytes em terabytes:


4 * 1024 = 4096 megabytes 16422282522 / 1024 = 16037385,28 megabytes
4096 * 1024 = 4194304 kilobytes. 16037385,28 / 1024 = 15661,51 gigabytes
15661,51 / 1024 = 15,29 terabytes.

USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de entrada mais usada atualmente.


Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia. Por
isso permite que os conectores USB sejam usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.

A fonte de energia do computador ou, em inglês é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, que chega
pelas tomadas, em voltagens menores, capazes de ser suportadas pelos componentes do computador.

Monitor de vídeo
Normalmente um dispositivo que apresenta informações na tela de LCD, como um televisor atual.
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados de touchscreen), onde podemos escolher opções tocando em
botões virtuais, apresentados na tela.

Impressora
Muito popular e conhecida por produzir informações impressas em papel.
Atualmente existem equipamentos chamados impressoras multifuncionais, que comportam impressora, scanner e fo-
tocopiadoras num só equipamento.

9
INFORMÁTICA BÁSICA

Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá- ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
rios de computadores atualmente. quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite
Ele não precisar recarregar energia para manter os da- que outras operações também façam referência à memória.
dos armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao contrá- Possuem um clock interno de sincronização que define
rio dos antigos disquetes. É utilizado através de uma porta a velo- cidade com que o processamento ocorre. Essa velo-
USB (Universal Serial Bus). cidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
Em um computador, a velocidade do clock se refere ao
Cartões de memória, são baseados na tecnologia flash, número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
semelhante ao que ocorre com a memória RAM do com- (dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o
putador, existe uma grande variedade de formato desses tempo necessário para o processador executar uma instru-
cartões. ção. Assim para avaliar a performance de um processador,
São muito utilizados principalmente em câmeras foto- medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e,
gráficas e telefones celulares. Podem ser utilizados também para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên-
em microcomputadores. cia, o Hertz.

BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema Básico


de Entrada e Saída, trata-se de um mecanismo responsável
por algumas atividades consideradas corriqueiras em um
computador, mas que são de suma importância para o cor-
reto funcionamento de uma máquina.
Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao
iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e iden-
tificar todos os componentes de hardware conectados à
máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é que
a BIOS passa o controle para o sistema operacional e o
boot acontece de verdade.

Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM Figura 7: Esquema Processador


(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desliga- Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
mento do computador. com seus circuitos que recebem e transmite dados para
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibilitam Internet e a outros computadores e, como não poderia fal-
a regravação dos dados por meio de equipamentos espe- tar, possibilitar a saída de imagens no monitor.
ciais. Essas memórias são utilizadas para o armazenamento Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
do BIOS. ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
O processador que é uma peça de computador que não estão implementa- dos nesses chips, da própria mo-
contém instruções para realizar tarefas lógicas e matemá- therboard. Geralmente esse fato implica na redução da ve-
ticas. O processador é encaixado na placa mãe através do locidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, uma
socket, ele que processa todas as informações do compu- vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
tador, sua velocidade é medida em Hertz e os fabricantes No entanto, quando se pretende ter maior potência de
mais famosos são Intel e AMD. som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de imagens
O processador do computador (ou CPU – Unidade e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as placas off
Central de Processamento) é uma das partes principais do board. Vamos conhecer mais sobre esse termo e sobre as
hardware do computador e é responsável pelos cálculos, placas de vídeo, som e rede:
execução de tarefas e processamento de dados. Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
Contém um conjunto de restritos de células de memó- lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
ria chamados registradores que podem ser lidos e escritos podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
muito mais rapidamente que em outros dispositivos de placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
memória. Os registra- dores são unidades de memória que na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de
representam o meio mais caro e rápido de armazenamento dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, o
de dados. Por isso são usados em pequenas quantidades resultado do processamento de vários outros dados.
nos processadores. Você já deve ter visto placas de vídeo com especifica-
Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos ções 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o número,
RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Complex maior será a quantidade de dados que passarão por se-
Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]: gundo por essa placa, o que oferece imagens de vídeo, por
exemplo, com velocidade cada vez mais próxima da reali-

10
INFORMÁTICA BÁSICA

dade. Além dessa velocidade, existem outros itens importantes de serem observados em uma placa de vídeo: aceleração
gráfica 3D, resolução, quantidade de cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão de encaixe na placa mãe que
ela deverá usar (atualmente seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens um a um:
Placas de som são hardwares específicos para trabalhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de ouvido ou
microfone. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conectadas em slots
presentes na placa mãe. São dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto permitem a inclusão de dados (com a entrada
da voz pelo microfone, por exemplo) como a saída de som (através das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para integrar um computador a uma rede, de forma que ele possa enviar e
receber informações. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conecta-
das em slots presentes na placa mãe.
Alguns dados importantes a serem observados em uma placa de rede são: a arquitetura de rede que atende os tipos
de cabos de rede suportados e a taxa de transmissão.

6. Periféricos de computadores

Para entender o suficiente sobre periféricos para concurso público é importante entender que os periféricos são os
componentes (hardwares) que estão sempre ligados ao centro dos computadores.
Os periféricos são classificados como:
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, microfo-
ne, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador Biométrico, Touchpad e outros.
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a informação do computador. Exemplos: Monitor, Impressoras, Caixa
de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros.
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em transmitir e receber informação ao computador. Exemplos: Drive de Dis-
quete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, modem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo de Som e outros.

SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS

Windows assim como tudo que envolve a informática passa por uma atualização constante, os concursos públicos em
seus editais acabam variando em suas versões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões do Windows
quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um software, um programa de computador desenvolvido por pro-
gramadores através de códigos de programação. Os Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, são consi-
derados como a parte lógica do computador, uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada apenas quando o
computador está em funcionamento. O Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o primeiro a ser instalado
na máquina.
Quando montamos um computador e o ligamos pela primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas rotinas
presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos todos os recursos do computador, com toda a qualidade das placas
de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos que instalar o SO.
Após sua instalação é possível configurar as placas para que alcancem seu melhor desempenho e instalar os demais
programas, como os softwares aplicativos e utilitários.
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e gerencia os demais programas.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e 64 bits está na forma em que o processador do computador
trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32 bits tem que ser instalado em um computador que tenha o proces-
sador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que ser instalado em um computador de 64 bits.
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais memória que
as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda a reduzir o tempo despendi- do na permuta de processos para dentro e para
fora da memória, pelo armazenamento de um número maior desses processos na memória de acesso aleatório (RAM) em
vez de fazê-lo no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral do programa”.

Windows XP

O Windows XP foi lançado em 2001 e ele era um sistema operacional bastante completo e confiável, por isso pode-se
dizer que ele foi uma versão muito bem sucedida, importante mencionar que o encerramento do seu suporte foi em abril
de 2014.

11
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 8: Tela de login do Windows XP

Figura 9: Desktop do Windows XP

12
INFORMÁTICA BÁSICA

Ele foi sucessor de uma versão considerada fracassada Comparando o Windows XP com o Windows 7
que foi o Windows Me (Millennium Edition), lançado em
2000, e é considerado por muitos o principal responsável Estabilidade
em recuperar a confiança dos clientes Microsoft. Seu lança-
mento foi dia 25 de outubro de 2001 e chamou a atenção O Windows 7 é muito mais estável do que o Windo-
por trazer uma nova interface gráfica e eliminar os proble- ws XP, e isso acontece por diversos motivos. Inicialmente
mas de estabilidade encontrados no ME. ele foi desenvolvido para dar maior proteção à memória,
A interface gráfica do Windows XP ficou conhecida por isolando-a de problemas externos. Exemplo clássico: você
ser muito mais intuitiva e agradável, afinal as janelas cinzas, instala um novo driver de placa de vídeo, e ele trava pois
e barras quadradas foram substituídas por uma interface tem um bug. Enquanto o Windows XP trava por completo
colorida, com padrão azul, e botões mais arredondados e (ou o computador é reiniciado), o Windows 7 se recupera
visíveis. Outra grande novidade foi o botão iniciar, que fi- normalmente do travamento utilizando um driver padrão
cou maior, com mais atalhos e possibilidades de fixar pro- de vídeo, e isso não afeta os demais programas abertos.
gramas, mudança essa que permaneceu até o Windows 7. O Windows 7 vem com o Monitor de Confiabilidade.
Outros aspectos visuais trazidos pelo Windows XP, fo- Ele monitora constantemente o computador, salvando in-
ram as novas camadas e efeitos para o desktop, além de formações importantes quando há alguma falha de aplica-
apresentar um papel de parede padrão que viria a se tor- tivo ou do Windows, e com isso o usuário tem um pano-
nar icônico. Os usuários poderiam ainda travar a barra de rama geral que permite concluir que aplicativo ou driver
tarefas e evitar que houvesse mudanças das configurações está causando problemas. Isso é possível pois ele monitora
no espaço. a data de instalação de drivers e programas, execução de
O XP foi apresentado ainda em diferentes edições, aplicativos, updates do Windows, travamento de progra-
além de estar disponível em 32 e 64 bits. A versão Home mas, e tudo mais que possa afetar a estabilidade do sis-
Edition era voltada para o uso doméstico e trazia ferra- tema operacional - e com isso é fácil concluir quando um
mentas mais simples para o usuário comum. Já a edição novo programa ou driver está causando problemas no sis-
Professional tinha como público empresas e usuários com tema operacional. O Monitor de Confiabilidade também
conhecimentos avançados. Houve ainda uma versão Media tem a opção de verificar soluções para todos os problemas
Center Edition, mas esta nunca foi colocada à venda e era listados.
entregue somente sob encomenda. Além disso, o Windows 7 também vem com a opção
Em relação as funcionalidades, o grande destaque foi o de restauração de sistema e drivers, permitindo que você
suporte a dispositivos Plug and Play, famoso plugar e usar retorne a um status ou driver anterior ao atual caso este
que acabou com etapas burocráticas de instalação, não exi- apresente algum problema.
gindo que o computador fosse desligado ao remover um Por fim, o NTFS (tipo de partição) do Windows 7 é mais
dispositivo externo, como um pendrive. completo e avançado do que o do Windows XP, pois é o
Outra novidade na funcionalidade foi a tecnologia mesmo utilizado no Windows Server 2008. Quando ocorre
ClearType, que facilitava a visualização de textos em tela algum problema em disco ou na partição do Windows XP,
LCD, novidades na época. Além disso, ele melhorou o con- por exemplo, o sistema operacional tenta corrigi-lo (às ve-
sumo de energia para a utilização em dispositivos móveis zes durante horas) via chkdsk no próximo boot. O NTFS do
como notebook e tablets, e incluiu a possibilidade de ini- Windows 7, por outro lado, utiliza o self-healing (auto-cor-
cializar a máquina mais rapidamente e hibernar. reção) e o problema é reparado imediatamente sem que o
Além disso, passou a dar suporte às redes Wireless e usuário sequer saiba disso. Além disso, ele permite corrigir
DSL, melhorando a alternância entre contas de usuários, problemas em arquivos de sistema (como o Win32k.sys) -
permitindo que o indivíduo acesse outra conta sem fechar algo que o Windows XP não consegue. Neste item Windo-
seus programas abertos. Além disso, introduziu a funcio- ws 7 x Windows XP, o Windows 7 ganha.
nalidade de assistência remota, o que possibilitou que pes-
soas conectadas à Internet pudessem assumir o controle Usabilidade
da máquina para realizar suporte técnico ou auxiliar uma
tarefa. O Windows 7 facilita o dia-a-dia das pessoas com novi-
Quanto as atualizações e até mesmo o encerramen- dades que tornam as tarefas mais rápidas e eficientes. Entre
to do suporte, pode-se dizer que o XP teve três grandes elas estão:
atualizações, que ficaram conhecidas como Service Packs. - Central de Contas do Usuário (UAC) que protege o
O primeiro foi lançado no dia 9 de setembro de 2002, adi- usuário sem incomodá-lo
cionando o suporte ao formato USB 2.0 e a possibilidade - Pesquisa integrada ao sistema operacional
de definir padrões de programas. O SP2 chegou em 6 de - Bibliotecas, que organizam os arquivos e facilitam o
agosto de 2004 com foco na segurança do sistema. Já o seu uso em rede local
SP3 foi distribuído em 6 de maio de 2008 com correções de - Aero Snap, que ao arrastar uma janela para a lateral
segurança e melhoras no desempenho. da tela, esta é automaticamente expandida e ocupa meta-
No dia 8 de abril de 2014, a Microsoft encerrou o su- de da tela (ou tela cheia se for arrastada para cima)
porte ao Windows XP SP3, não oferecendo mais atualiza- - Aero Peek, que torna as janelas transparentes para
ções ou correções de segurança para o sistema. você visualizar ou acessar rapidamente o desktop

13
INFORMÁTICA BÁSICA

- Aero Shake, que ao chacoalhar uma janela faz com Custo Benefício
que todas as demais sejam automaticamente minimizadas
O Windows XP foi inaugurado em 2001, ou seja, para
Essas melhorias na usabilidade não devem ser descon- hardwares equivalentes da época, os requisitos mínimos
sideradas ou vistas como “frescura”, pois elas podem eco- do Windows XP são inferiores até mesmo aos smartpho-
nomizar dezenas de horas de trabalho por ano! Mais uma nes mais simples de hoje em dia: Pentium 233 MHz, 64MB
vantagem para o Windows 7 na comparação Windows 7 x RAM e 1,5GB de espaço em disco! É preciso dizer mais?
Windows XP. O Windows 7 funciona muito bem até mesmo em
hardware limitado, como netbooks com 1GB RAM e pro-
Segurança cessador de 1GHz, além de estar preparado para utilizar
todo potencial das tecnologias atuais:  processadores
Há um mundo de diferença entra a segurança do multi-core, muita memória RAM, discos SSD, drive de
Windows XP e a do Windows 7. Embora algumas pessoas Blu-Ray, USB 3.0, placas de vídeo caseiras que processam
achem que basta instalar um navegador atual para se man- 3 trilhões de cálculos por segundo (quatro placas dessas
ter seguro na web, nada mais ilusório: estes mesmos nave- trabalhando juntas superam o total de cálculos por se-
gadores não conseguem proteger o usuário se eles estão gundo do supercomputador mais rápido do planeta de
sendo executados em um sistema operacional com capaci- 2001 - e ele tinha 8.192 processadores!), e tecnologias
dade de proteção limitada. O navegador não impede ata- que utilizamos atualmente e que seriam consideradas
ques remotos nem ataques que utilizam vulnerabilidades coisas de ficção científica quando o Windows XP foi cria-
existentes no sistema operacional. do.
Além disso, vulnerabilidades no Windows 7 são muito Na prática não existem motivos razoáveis para um
menos perigosas do que a mesma vulnerabilidade no Win- computador utilizar o Windows XP ao invés do Windows
dows XP, pois o Windows 7 tem diversas proteções adicio- 7.
nais que diminuem o poder de ação dos malwares. Entre
elas estão ASLR, PatchGuard, UAC, PMIE e outras tecnolo-
gias que bloqueiam e impedem ataques externos por vias Windows 7
desconhecidas. Além disso, o antivírus gratuito da Micro-
soft (MSE – Microsoft Security Essentials) pode ser utilizado
por qualquer pessoa que tenha Windows Original, prote- Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:
gendo-a contra malwares. 1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito
em computador e clique em Propriedades.
Hardware e performance 2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
Atualmente muitos computadores e notebooks vêm você precisará de um processador capaz de executar uma
com 4GB de memória RAM ou mais - e o Windows XP não versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um siste-
aproveita isso. ma operacional de 64 bits ficam mais claros quando você
Tanto o Windows XP quanto o Windows 7 “enxergam” tem uma grande quantidade de RAM (memória de acesso
até 4GB RAM nas suas versões 32-bits - mas ao contrário aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou mais.
do XP, o Windows 7 tem versões 64-bits perfeitamente uti- Nesses casos, como um sistema operacional de 64 bits
lizáveis, isto é, o mercado lançou programas e periféricos pode processar grandes quantidades de memória com
que funcionam perfeitamente no Windows 7, mas não para mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de 64 bits
o Windows XP. poderá responder melhor ao executar vários programas
Embora exista uma versão 64-bits do Windows XP, pra- ao mesmo tempo e alternar entre eles com frequência”.
ticamente ninguém a usa pois não há drivers para periféri- Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
cos nem programas que aproveitam o seu potencial. reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
E um detalhe que poucos sabem é que o limite de 4GB caso, é possível instalar:
de memória se aplica à soma da memória RAM + memória - Sobre o Windows XP;
da placa de vídeo + memória dos periféricos PCI + ACPI + - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
tudo mais que esteja instalado no computador que utilize (Win Vista), também 32 bits;
memória (exceto pendrive, disco rígido e cartões de me- - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
mória, obviamente). - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
Isso significa que se você utiliza  uma poderosa placa - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
de vídeo de 2GB de memória (algo relativamente comum) - Win 7 em um computador e formatar o HD durante
no Windows XP, este acessará menos de 2GB de memória a insta- lação;
RAM independentemente da quantidade de memória RAM - Win 7 em um computador sem SO;
instalada no computador. E quanto menos memória RAM, Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
menos performance o computador terá. A solução é utili- tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
zar um sistema operacional completo de 64-bits como o chave do produto, que é um código que será solicitado
Windows 7. durante a instalação.

14
INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos adotar a opção de instalação com formatação Criação de pastas (diretórios)


de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corpo-
ration:
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows
seja inicia- lizado normalmente, insira do disco de instala-
ção do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o seu
computador.
- Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
isso, e siga as instruções exibidas.
- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
ou outras preferências e clique em avançar.
- Se a página de Instalação Windows não aparecer e o
programa não solicitar que você pressione alguma tecla,
talvez seja necessário alterar algumas configurações do sis-
tema. Para obter mais informações sobre como fazer isso,
consulte Inicie o seu computador usando um disco de ins-
talação do Windows 7 ou um pen drive USB.
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
os termos de licença, clique em aceito os termos de licença
e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? clique Figura 8: Criação de pastas
em Personalizada.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique em Clicando com o botão direito do mouse em um espaço
op- ções da unidade (avançada). vazio da área de trabalho ou outro apropriado, podemos
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na encontrar a opção pasta.
opção de formatação desejada e siga as instruções. Clicando nesta opção com o botão esquerdo do mou-
- Quando a formatação terminar, clique em avançar. se, temos então uma forma prática de criar uma pasta.
- Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
dows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a confi-
guração de uma conta do usuário inicial.

Conceitos de pastas, arquivos e atalhos, manipula-


ção de arquivos e pastas, uso dos menus

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar Figura 9: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”.
arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos– são registros digitais criados e salvos atra-
vés de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
mos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones– são imagens representativas associadas a pro-
gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos–são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

Figura 10: Tela da pasta criada

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e


agora criaremos mais duas pastas dentro dela:

Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o


procedimento botão direito, Novo, Pasta.

15
INFORMÁTICA BÁSICA

Área de trabalho:

Figura 11: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área de
trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos para dar
início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 12: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato com todos os outros programas instalados, programas que fazem
parte do sistema operacional e ambientes de configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos uma lista, cha-
mada Menu Iniciar, que contém opções que nos permitem ver os programas mais acessados, todos os outros programas
instalados e os recursos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as opções disponíveis no
computador.
Através do botão Iniciar, também podemos:
-desligar o computador, procedimento que encerra o Sistema Operacional corretamente, e desliga efetivamente a
máquina;
-colocar o computador em modo de espera, que reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver ociosa, ou
seja, sem uso. Muito usado nos casos em que vamos nos ausentar por um breve período de tempo da frente do compu-
tador;
-reiniciar o computador, que desliga e liga automaticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns programas
que precisam da reinicialização do sistema para efetivarem sua insta- lação, durante congelamento de telas ou travamentos
da máquina.
-realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambiente com
características diferentes para cada usuário do mesmo computador.

16
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 13: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura a cima temos o menu Iniciar, acessado com um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones colocados como atalhos na barra de tarefas para serem acessados com
facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são configurados para entrar em ação quando o computador é
iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo todo no sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus que
monitoram constante- mente o sistema para verificar se não há invasões ou vírus tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostra o relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, com o
botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos as Propriedades de data e hora.

17
INFORMÁTICA BÁSICA

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho mui-


to grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira.
Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensa-
gem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele
item para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado
será permanentemente excluído. Outra forma de excluir
documentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados
na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.

A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro


cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e com
ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado (canto
direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).

Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos


Figura 14: Propriedades de data e hora que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora, está marcada.
deter- minarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que vi-
mos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário
diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das
vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser
trocada. Esse horário também é sincronizado com o mes-
mo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
que desejarmos.
Figura 16: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Através do clique com o botão direito do mouse na bar-
ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do
menu iniciar”.

Figura 15: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo
em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar


este item”, após selecionar o objeto.

18
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 19: Barra de Ferramentas

Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Figura 17: Propriedades da barra de tarefas e do menu Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
iniciar as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-
Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros: tema e da segurança”, permite a realização de backups e
restauração das configurações do sistema e de arquivos.
-Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela seja Possui ferramentas que permitem a atualização do Sistema
posicionada em outros cantos da tela que não seja o infe- Operacional, que exibem a quantidade de memória RAM
rior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão es- instalada no computador e a velocidade do processador.
querdo do mouse pressionado. Oferece ainda, possibilidades de configuração de Firewall
-Ocultar automaticamente a barra de tarefas – oculta para tornar o computador mais protegido.
(esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior apro- - Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi-
veitamento da área da tela pelos programas abertos, e a lita configurações de rede e Internet. É possível também
exibe quando o mouse é posicionado no canto inferior do definir preferências para compartilhamento de arquivos e
monitor. computadores.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover har-
dwares como impressoras, por exemplo. Também permite
alterar sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente,
configurar modo de economia de energia e atualizar drives
de dispositivos instalados.
- Programas: através desta opção, podemos realizar a
desinstalação de programas ou recursos do Windows.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui alte-
ramos senhas, criamos contas de usuários, determinamos
configurações de acesso.
- Aparência: permite a configuração da aparência da
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu
iniciar e barra de tarefas.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para
Figura 18: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de nú-
meros e moedas.
Pela figura acima podemos notar que é possível a apa- - Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o compu-
rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar. tador às necessidades visuais, auditivas e motoras do usuá-
rio.

Computador

Através do “Computador” podemos consultar e aces-


sar unidades de disco e outros dispositivos conectados ao
nosso computador.

19
INFORMÁTICA BÁSICA

Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com- Charms Bar


putador. A janela a seguir será aberta: O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e
esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun-
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema
e configurada de acordo com a página em que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial e
em seguida escolha a cor da tela. O usuário também pode
selecionar desenhos durante a personalização do papel de
parede.

Redimensionar as tiles
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser des-
Figura 20: Computador tacar no computador.

Observe que é possível visualizarmos as unidades de dis- Grupos de Aplicativos


co, sua capacidade de armazenamento livre e usada. Vemos Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
também informações como o nome do computador, a quanti- parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos po-
dade de memória e o processador instalado na máquina. dem ser renomeados.

Windows 8 Visualizar as pastas


A interface do programas no computador podem ser
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula- lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no a barra de rolagem que fica no rodapé.
layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
acostumados com o antigo visual desse sistema. Compartilhar e Receber
A tela inicial completamente alterada foi a mudança Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Com-
aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e partilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a
também é possível visualizar previsão do tempo, cotação opção Dispositivo que é usada para receber e enviar con-
da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas teúdos de aparelhos conectados ao computador.
miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso
aos programas que mais utiliza. Alternar Tarefas
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro-
uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
das pastas e não encontre algum comando, clique com o lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.
botão direito do mouse para que esse painel apareça.
A organização de tela do Windows 8 funciona como o Telas Lado a Lado
antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com imagens Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
animadas. Cada mosaico representa um aplicativo que está to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao
instalado no computador. Os atalhos dessa área de traba- mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar
lho, que representam aplicativos de versões anteriores, ficam o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computa-
com o nome na parte de cima e um pequeno ícone na parte dor.
inferior. Novos mosaicos possuem tamanhos diferentes, co-
res diferentes e são atualizados automaticamente. Visualizar Imagens
A tela pode ser customizada conforme a conveniência do O sistema operacional agora faz com que cada vez que
usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas po- você clica em uma figura, um programa específico abre e
dem ser encontrados clicando com o botão direito do mouse isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preci-
em um espaço vazio da tela. Se deseja que um desses apli- so ir em Programas – Programas Default – Selecionar Win-
cativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão direito dows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as
sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial. Default.

20
INFORMÁTICA BÁSICA

Imagem e Senha Windows 10 Education – Baseada na versão Enterprise,


O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao é destinada a atender as necessidades do meio educacional.
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, aces- Também tem seu método de distribuição baseado através da
se a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em se- versão acadêmica de licenciamento de volume.
guida clique em More PC settings. Acesse a opção Usuários Windows 10 Mobile – Embora o Windows 10 tente ven-
e depois clique na opção “Criar uma senha com imagem”. der seu nome fantasia como um sistema operacional único, os
Em seguida, o computador pedirá para você colocar sua smartphones com o Windows 10 possuem uma versão espe-
senha e redirecionará para uma tela com um pequeno tex- cífica do sistema operacional compatível com tais dispositivos.
to e dando a opção para escolher uma foto. Escolha uma Windows 10 Mobile Enterprise – Projetado para smart-
imagem no seu computador e verifique se a imagem está phones e tablets do setor corporativo. Também estará dis-
correta clicando em “Use this Picture”. Você terá que dese- ponível através do Licenciamento por Volume, oferecendo
nhar três formas em touch ou com o mouse: uma linha reta, as mesmas vantagens do Windows 10 Mobile com funcio-
um círculo e um ponto. Depois, finalize o processo e sua nalidades direcionadas para o mercado corporativo.
senha estará pronta. Na próxima vez, repita os movimentos Windows 10 IoT Core – IoT vem da expressão “Internet
para acessar seu computador. das Coisas” (Internet ofThings). A Microsoft anunciou que ha-
verá edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile
Internet Explorer no Windows 8 Enterprise destinados a dispositivos como caixas eletrônicos,
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra- para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será
mentas e menus. destinada para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
7.2. Windows 10 soft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que • 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para 64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun-
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 ou maior.
do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é fi-
car com um visual mais de smart e touch.
MICROSOFT OFFICE 2003/2007/2010
(WORD, EXCEL E POWER POINT):
CONCEITOS, ORGANIZAÇÃO, UTILIZAÇÃO,
CONFIGURAÇÃO E USO DOS RECURSOS:
GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS, PASTAS,
DIRETÓRIOS, PLANILHAS, TABELAS,
GRÁFICOS, FÓRMULAS, FUNÇÕES,
SUPLEMENTOS, PROGRAMAS E IMPRESSÃO.

O Microsoft Word é um processador de texto que cria


textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofí-
Figura 21:Tela do Windows 10 cios, relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que
atende às necessidades de um usuário doméstico ou de
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões uma empresa.
(com destaque para as duas primeiras): O Microsoft Word é o processador de texto integrante
Windows 10 – É a versão de “entrada” do Windows 10, dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares
que possui a maioria dos recursos do sistema. É voltada aplicativos destinados a uso de escritório e usuários do-
para Desktops e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Sur- mésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
face 3. Os softwares da Microsoft Office são proprietários e
Windows 10 Pro – Além dos recursos da versão de en- compatíveis com o sistema operacional Windows.
trada, fornece proteção de dados avançada e criptografa-
da com o BitLocker, permite a hospedagem de uma Co- 10.1. Word 2003
nexão de Área de Trabalho Remota em um computador, As versões do Microsoft Word era quase sempre a
trabalhar com máquinas virtuais, e permite o ingresso em mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003
um domínio para realizar conexões a uma rede corporativa. foi a última versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela
Windows 10 Enterprise – Baseada na versão 10 Pro, é era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa
disponibilizada por meio do Licenciamento por Volume, mais voltada para a parte de formatação de texto, e as de-
voltado a empresas. mais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra
a figura 28.

21
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 28: Tela do Microsoft Word 2003

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos painéis,
que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme você adiciona
novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.
Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, foram: In-
foPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como aplicação
do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a usar cores e
ícones do Windows XP.

10.2. Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequente-
mente o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 29 mostra
a guia início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao cos-
tume das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão
do arquivo que passou de DOC para DOCX.

Figura 29: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido
em grandes painéis.
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as ver-
sões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com a interface. 
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das abas.

22
INFORMÁTICA BÁSICA

10.3. Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 30: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 27.

Figura 31: Extensões de Arquivos ligados ao Word

As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada guia que-
bram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou exibem um menu de
comandos.
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

23
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 32: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo do
grupo, contendo mais opções de formatação.

As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.


Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquerda,
direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar o
botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua .
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha desejada,
pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua .
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado” .
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o res-
tante do parágrafo selecionado .
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionarmos
a tecla Tab.

Figura 33: Réguas


Grupo edição:

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e sele-
cionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que deseja-
mos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.

- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar
a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não estiver
marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.

- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o carac-
tere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).

Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

24
INFORMÁTICA BÁSICA

Para localizar digite exemplo

Qualquer caractere ? s?o localiza salvo e


único sonho.

Qualquer * t*o localiza tristonho e


sequência de término.
caracteres
<(org) localiza
organizar e
O início de uma palavra < organização,
mas não localiza
desorganizado.
(do)> localiza medo e
O final de uma palavra > cedo, mas não localiza
domínio.

Um dos caracteres [] v[ie]r localiza vir e ver


especificados
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere [-] Os intervalos devem
único neste intervalo estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere F[!a-m]rro localiza
único, exceto [!x-z] forro, mas não
os caracteres no localiza ferro.
intervalo entre
colchetes
Exatamente n ca{2}tinga localiza
ocorrências do {n} caatinga, mas não
caractere ou catinga.
expressão anterior
Pelo menos n
ocorrências do {n,} ca{1,}tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
caractere ou {n,m} 100 e 1000.
expressão anterior
Uma ou mais
ocorrências do @ ca@tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 34: Estilos de Tabela

25
INFORMÁTICA BÁSICA

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formata- Grupo Ilustrações:


ções de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e
demais itens presentes na mesma. Além de escolher um
estilo predefinido, podemos alterar a formatação do som-
breamento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua
espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma ta-
bela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Esco-
lher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:

Figura 36: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto


uma imagem que esteja salva no computador ou em outra
mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comu-
nicar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar da-
dos.
Figura 35: Bordas e sombreamento
Grupo Links:
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defini-
ção”, escolhemos como será a borda da nossa tabela: Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Nenhuma: retira a borda; uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela pode se tornar um link dentro do próprio documento.
iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais cam- Referência cruzada: referência tabelas.
pos de opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da Grupo cabeçalho e rodapé:
janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as
bordas internas permanecem iguais. Insere cabeçalhos, rodapés e números de páginas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo texto:
- Visualização: através desse recurso, podemos definir
bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo, po-
demos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda
superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior; e as-
sim colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com
cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recur-
sos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença
é que se trata de criar bordas na página de um documento
e não em uma tabela. Figura 37: Grupo Texto
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-
envolve vários tipos de desenhos. das. As caixas de texto são espaços próprios para inserção
Alguns desses desenhos podem ser formatados de textos que podem ser direcionados exatamente onde
com cores de linhas diferentes, outros, porém não permi- precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”, os nú-
tem outras formatações a não ser o ajuste da largura. meros ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adicionados
Podemos aplicar as formatações de bordas da página através de caixas de texto.
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reu-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas em tilizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-forma-
de página diferentes em um mesmo documento. do.

26
INFORMÁTICA BÁSICA

3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve


como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
mento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação decora-
tiva, muito usada principalmente, em livros e revistas. Para
inserir a letra capitular, basta clicar no parágrafo desejado e
depois na opção “Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Guia revisão:
Grupo revisão de texto:
Figura 39: Verificar ortografia e gramática
Figura 38: Grupo revisão de texto
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já bus-
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes- ca trechos do texto ou palavras que não se enquadrem
quisas em materiais de referência como jornais, enciclopé- no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e or-
dias e serviços de tradução. tográficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
algumas palavras é possível realizar sua tradução para ou- siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
tro idioma. Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
a correção de ortografia e gramática. sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
caracteres, parágrafos e linhas de um documento. a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte- podemos continuar a verificação de ortografia e gramática
rar a palavra selecionada por outra de significado igual ou clicando no botão “Próxima sentença”.
semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi-
outro idioma. cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se
e gramatical do documento. Assim que clicamos na opção uma das sugestões propostas se enquadra.
“Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta: Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos com
o botão direito do mouse sobre ela, um menu suspenso
nos será mostrado, nos dando a opção de escolher a pala-
vra informática. Clicando sobre ela, a palavra do texto será
substituída e o texto ficará correto.

Grupo comentário:

Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-


ve como comentário do texto selecionado, onde é possível
realizar exclusão e navegação entre os comentários.

27
INFORMÁTICA BÁSICA

Grupo controle:

Figura 40: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações feitas no


documento como formatações, inclusões, exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio do-
cumento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de exi-
bir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de mar-
cação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.

Grupo alterações:

Figura 42: Imprimir

As opções que temos antes de imprimir um arquivo


estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a im-
pressora, caso haja mais de uma instalada no computa-
dor ou na rede, configurar as propriedades da impressora,
podendo estipular se a impressão será em alta qualidade,
Figura 41: Grupo alterações econômica, tom de cinza, preto e branca, entre outras op-
ções.
1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró-
xima alteração proposta. Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja,
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá-
aceita ou rejeitada. gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que um intervalo de páginas. Podemos determinar o número
possa ser rejeitada ou aceita. de cópias e a forma como as páginas sairão na impressão.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave- Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos se sai-
gação para aceitação ou rejeição. rão primeiro todas as páginas de número 1, depois as de
número 2, assim por diante, ou se desejamos que a segun-
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão da cópia só saia depois que todas as páginas da primeira
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”. forem impressas.
Este procedimento nos dará as seguintes opções:
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso- Word 2013
ra, o número de cópias e outras opções de configuração
antes de imprimir. Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente plataforma Word 2013:
para a impressora configurada como padrão e não abre Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a
opções de configuração. leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença,
- Visualização da Impressão – promove a exibição do pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que
documento na forma como ficará impresso, para que pos- abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia,
samos realizar alterações, caso necessário. ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação.

28
INFORMÁTICA BÁSICA

Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da página
durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será ampliado,
facilitando sua visualização. Como se não bastasse, clicando com o botão direito do mouse sobre uma palavra desco-
nhecida, é possível ver sua definição através do dicionário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um documento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe Acro-
bat. Em seu novo formato, o Word é capaz de converter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de editado, sal-
vá-lo novamente no formato original. Esta façanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de arquivos
PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normalmente a colaboração de outras pessoas na criação de um
documento, ou seja, os comentários realizados neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é
possível responder diretamente o comentário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente no campo de
leitura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada através dos comentários, aparece em forma de pequenos balões
à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office 2013. O responsável por esta apresentação online é o Office
Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar
o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado para
a nuvem e, com isso, você irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos demais
usuários baixá-lo em formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e
edição de determinadas partes de um arquivo muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais
fácil e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
estarem formatados no estilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma
espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repetir a
ação para o mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta
relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para seus
aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e download
de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu conteúdo
sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instalado
pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou baixar
fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem acessados e
contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minutos
Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pagando
uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos
falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.

Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 43: Versões Office 365

29
INFORMÁTICA BÁSICA

10.4. LibreOffice Writer


O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como base
o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou seja, é
multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
 
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.
 

Figura 44: Tela do Libreoffice Writer

 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic). 
 
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:
 

30
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 45: Atalhos Word x Writer

11. Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

11.1. Excel 2003

No começo da sua vida, o Excel tornou-se alvo de um processo judicial de marca registrada por outra empresa que já
vendia um pacote de software chamado “Excel” na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi solicitada
a se referir ao programa como “Microsoft Excel” em todas as press releases formais e documentos legais. Contudo, com o
passar do tempo, essa prática foi sendo ignorada, e a Microsoft resolveu a questão quando ela comprou a marca registrada
reservada ao outro programa. Ela também encorajou o uso das letras XL como abreviação para o programa; apesar dessa
prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por uma combinação estilizada das duas
letras, e a extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel 2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão
12, acompanhando a mudança nos formatos de arquivo dos aplicativos do Microsoft Office.
Foi a última versão ao modo antigo com menus e uma caixa de ferramenta fixa como podemos ver na Figura 46

31
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 46: Tela Excel 2003

Uma inovação marcante do Excel 2003 são as células em forma de lista: com elas fica mais fácil analisar e gerenciar
dados relacionados, ordenando-os como preferir com um simples clique do mouse. Para transformar qualquer intervalo de
células em uma lista.

11.2. Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office
Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta
de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem
com elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office e
clique em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar
Como – Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o
recurso Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:

• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo
ou a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.

32
INFORMÁTICA BÁSICA

Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências
estruturadas: além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estrutu-
radas que fazem referência a intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo or-
ganizar, atualizar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito
mais fáceis de usar do que nas versões anteriores.
Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel 2007
oferece uma exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000
itens na lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha,
o número de referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o
gerenciamento de memória foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel
2007, permitindo cálculos em planilhas grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vá-
rios processadores e chipsets multithread.

1 1 . 3 . E xc e l 2 0 1 0 , 2 0 1 3 e d e t a l h e s g e r a i s

  F i g u r a 4 7 : Te l a P r i n c i p a l d o E x c e l 2 0 1 3

Barra de Títulos:

A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar
o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

33
INFORMÁTICA BÁSICA

Faixa de Opções:

Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

 Figura 48: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:

A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de
sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

 Figura 49: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:

Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar à
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apre-
sentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os
comandos do Excel.

 Figura 50: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

34
INFORMÁTICA BÁSICA

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:

Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

 Figura 51: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

 Figura 52: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).

35
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 53: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.

 Figura 54: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:

-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatar as células (será visto detalhadamente
adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessá-
rios para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no ca-
beçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

36
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 55: Cabeçalho de linha

Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula A1. Na
Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

 Figura 56: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar
um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar.

Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as
planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.

Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.

Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

37
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 57: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados im-
portantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o principal
documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma planilha
consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.)ou da pasta de
trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou parte de uma
planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúscu-
las e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de pla-
nilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

 Figura 58: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que ter

38
INFORMÁTICA BÁSICA

sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for-
no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
de uma fórmula. primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numé- próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
ricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguin-
tes formas de fazê-lo: Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5.
A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – re-
fere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual
é o maior valor. No caso a resposta seria 10.

 Figura 59: Soma simples Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter-
valo de células selecionadas.
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4. Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência mínimo (A2:A5).
até o último valor. Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe-
Após a sequência de células a serem somadas, clicar re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é
no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=. o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
A última forma que veremos é a função soma digi-
tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é Média: A função da média soma os valores de uma
fundamental: sequência selecionada e divide pela quantidade de valores
dessa sequência.
= nome da função ( Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os
1 - Sinal de igual. valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
2 – Nome da função. pressionada, o resultado será automaticamente colocado
3 – Abrir parênteses. na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for
Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno alterado, recalculam o valor final.
lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possí-
vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
a seguir, a função = soma(B2:B4). planilha.
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o
primeiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último
a célula que contém o último valor.

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois


valores, por isso não precisamos de uma função espe-
cífica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Figura 60: Exemplo função hoje
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos)
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
seguir a fórmula = B2-B3. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, pro-
cedemos de forma semelhante à subtração. Clicamos Inteiro: Com essa função podemos obter o valor intei-
no primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação ro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lem-
que, para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no bramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com
último valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
=B2*B3.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da Arredondar para cima: Com essa função, é possível
seguinte função: arredondar um número com casas decimais para o número
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo mais distante de zero.
valor da célula C2. Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
dígitos)

39
INFORMÁTICA BÁSICA

Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se deseja arredondar núm.

Figura 61: Início da função arredondar para cima

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o num,
ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para a qual
queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos na coluna
C:
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o mesmo conceito.

Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.

Figura 62: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número sem
o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 63: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

40
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 64: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 65: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.

A sintaxe desra função é a seguinte:


=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.

Assim, temos a condição:

SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RE-
SULTADO NA CÉLULA E3

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”

41
INFORMÁTICA BÁSICA

Valor_se_falso: “Abaixo” Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) onde devemos digitar a fórmula
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as Intervalo para análise: C3:C10
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Critério: “FEMININO”
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: Intervalo para soma: D3:D10
E4 =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
E6 =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
E8 =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
E10 =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma desta função é a seguinte:
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin- =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
te:
= : significa a chamada para uma fórmula/função
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
=Significa a chamada para uma fórmula/função dos dados
SomaSe: função SOMASE “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise “intervalo”
dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- Usando a planilha acima como exemplo, queremos
liados a fim de chegar à condição verdadeira saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
cada a condição para soma dos valores abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15.
Para isso precisamos criar a seguinte condição:
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar R$ 1200,00 ou MAIS:
o resultado na célula D16. E também queremos somar os SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na OU IGUAL A 1200, ENTÃO
célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição: CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI- Traduzindo a condição em variáveis teremos:
NO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
INTERVALO D3 ATÉ D10 onde devemos digitar a fórmula
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
onde devemos digitar a fórmula =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO” MENOS DE R$ 1200,00:
Intervalo para soma: D3:D10 SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: NOR QUE 1200, ENTÃO
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MULHERES: MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
NO, ENTÃO Traduzindo a condição em variáveis teremos:
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
TERVALO D3 ATÉ D10 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 onde devemos digitar a fórmula

42
INFORMÁTICA BÁSICA

Intervalo para análise: C3:C10


Critério: <1200

Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 66: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 67: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

43
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 68: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 69: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 70: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 71: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

44
INFORMÁTICA BÁSICA

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nos-
sa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar
somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente
e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 72: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido:

Figura 73: Gráfico de Colunas – 3D

45
INFORMÁTICA BÁSICA

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na pá-
gina, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do Office
365, que podem ser comprados conforme figura 39.

11.4. LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet). 
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 74: Exemplo de Operação no Calc

 Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_plani-
lha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usan-
do o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

 Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

12. Utilização do Microsoft PowerPoint.

12.1. PowerPoint 2003

Na tela do PowerPoint 2003 o usuário tem a sua disposição: - barra de título, barra de menu, barra de ferramenta, pai-
nel de anotações, painel do slide, barra de status, painel de estrutura de tópicos. Confira a tela do PowerPoint na figura 75:

46
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 75: Tela do PowerPoint 2003

1- Aqui aparecerá o título do PowerPoint e o nome da apresentação que está sendo editada. Caso o arquivo não
tenha nome, aparecerá o nome e o número das apresentações, como no exemplo da figura acima apresentação 1.
2- Esta é a principal ferramenta do PowerPoint, nela você encontrará vários menus. Para acessá-los é só clicar sobre a
mesma, ou através do teclado pressionando a tecla ALT junto coma letra do nome do comando no referido menu. Exemplo:
para acessar o menu arquivo, pressione ALT e a letra A que se encontra sublinhada
3- A barra de ferramentas possui vários botões que servem para acelerar a execução de alguns recursos do Power-
Point
4- Este é o local de trabalho no qual o texto é digitado.
5- Este painel permite adicionar anotações ou informações e até mesmo, elementos gráficos que você deseja com-
partilhar com o público.
6- Com este painel você poderá organizar e desenvolver o conteúdo da apresentação, assim, inserir fotos, desenhos,
clip-arts e muito mais, para que sua apresentação seja mostrada da melhor maneira. Você só tem a ganhar com os recursos
que o PowerPoint dispõe, principalmente para apresentação de trabalhos escolares e trabalhos pessoais.
7- Esta fornece o número de slides, o tipo de visualização e o idioma.
Como existiu a mudança de formato, a versão 2003 foi a última a ser PPT, para poder abrir apresentações feitas na
versão 2007 ou superior, você pode baixar o pacote de compatibilidade do Microsoft gratuitos para Word, Excel e Power-
Point. Seus conversores ajudam que seja possível abrir, editar e salvar uma apresentação que você criou em versões mais
recentes do Office.
Depois que você instalar as atualizações e conversores, todas as apresentações de versões do PowerPoint mais recentes
que 2003 são convertidos automaticamente quando você abri-los, para que você possa editar e salvá-los.

12.2. PowerPoint 2007

A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.

47
INFORMÁTICA BÁSICA

O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.
Neste momento o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual, diferentemente do seu
antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta UI categoriza grupos e guias relacionados, tor-
nando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do PowerPoint . Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização
ao vivo , para rever alterações de formatação antes de finalizá-los , bem como galerias de efeitos pré- definidos, layouts , temas e “Estilos Rápidos”. 
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no Power-
Point 2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para
gráficos, textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

12.3. PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 76: Tela Principal do PowerPoint 2013

48
INFORMÁTICA BÁSICA

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar
o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 77: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibi-
da uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 78: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 79: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).

49
INFORMÁTICA BÁSICA

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).

Figura 80: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 81: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRE-
SENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:

50
INFORMÁTICA BÁSICA

Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 82: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides:Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 83: Modo de Exibição ‘Normal’.

Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou utilize as
teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de ani-
mação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

51
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 84: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

Alterando o Design:

O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O Power-
Point disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral para
visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes->Cores e Variantes->Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando cores e
fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse sobre cada
tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o mouse para aplicá-la
à apresentação.

Figura 85: Variantes de Temas de Design

Variantes->Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e ima-
gens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente a apa-
rência dos objetos.

Layout de Texto:

O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da palestra
ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. A
apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa em
que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a
‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações.

52
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Isso
acontece porque o programa entende que o próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim sucessivamente
pra a criação da sua apresentação.

Layouts de Conteúdo:

Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de mídia
(que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a utili-
zação dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta lateral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias opções.
Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide
possui diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar apre-
sentações muito mais interessantes. O funcionamento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de conteúdo.
Desta forma, você estará aprendendo ainda mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.

Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é uma
etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na utilização
dos mesmos, pois além de tornar a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo, ao invés de dar
foco ao conteúdo da apresentação, passam a dar fico para as animações.

Transições: A transição dos slides nada mais é que a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher entre diver-
sas transições prontas, através da faixa de opções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apresentação e clique
nesta opção.

Escolha uma das transições prontas e veja o que acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando
sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito da
apresentação, o exagero pode tornar sua apresentação pouco profissional.

Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao Clicar com
o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você também pode aplicar som durante a transição.

Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresentação
você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.

Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 86: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

53
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 87: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.

Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.

Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

12.4. Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).
 
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.
 
- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir  - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em obje-
tos e na transição de slides.

54
INFORMÁTICA BÁSICA

PROTOCOLOS, SERVIÇOS, TECNOLOGIAS,


FERRAMENTAS E APLICATIVOS ASSOCIADOS
À INTERNET E AO CORREIO ELETRÔNICO.
CONCEITOS DOS PRINCIPAIS NAVEGADORES
DA INTERNET.

O objetivo inicial da Internet era atender necessidades militares, facilitando a comunicação. A agência norte-americana
ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na década de 60, criaram
um projeto que pudesse conectar os computadores de departamentos de pesquisas e bases militares, para que, caso um
desses pontos sofresse algum tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam totalmente perdidas, pois estariam
salvas em outros pontos estratégicos.
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma conexão a longa distância e possibilitava que as mensagens fossem
fragmentadas e endereçadas ao seu computador de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da informação pode-
ria ser realizado por várias rotas, assim, caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados poderiam seguir por outro
caminho garantindo a entrega da informação, é importante mencionar que a maior distância entre um ponto e outro, era
de 450 quilômetros.
No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a troca de
informações de computadores de universidades dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET) internacional
(INTER), consequentemente seu nome passa a ser, INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras continentais, os computadores pessoais evoluíam em forte escala
alcançando forte potencial comercial, a Internet deixou de conectar apenas computadores de universidades, passou a co-
nectar empresas e, enfim, usuários domésticos.
Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os setores sociais até atingir a
amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica dei-
xando a internet ainda mais interessante e vantajosa, pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o pai
da internet criou os protocolos TCP/IP, que são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL
(Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são conjuntos de regras que
tornam possível tanto a conexão entre os computadores, quanto ao entendimento da informação trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo informações por isso o periférico que permite a conexão com
a internet chama MODEM, porque que ele MOdula e DEModula sinais, e essas informações só podem ser trocadas graças
aos protocolos TCP/IP.

Protocolos Web

Já que estamos falando em protocolos, citaremos outros que são largamente usados na Internet:

-HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para trocar
informações na Internet. Quando digitamos um site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
Onde:
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto,
som, imagem, filmes e links.
-URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é como
se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de acessar um determinado site
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:

55
INFORMÁTICA BÁSICA

Faz a solicitação de um arquivo de


http:// hipermídiaparaaInternet.
Estipulaqueesse recursoestánarede mundialdecomputa
www dores(veremosmais sobre www emumpróximotópico).
Éo endereçodedomínio.Um endereçode
novaconcursos domíniorepresentarásua empresaou seu
espaçonaInternet.
Indicaqueo servidorondeesse siteestá
.com hospedado é de finalidadescomerciais.

.br Indicaqueo servidorestáno Brasil.

Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que demonstram a finalidade a organização que o criou, como:
.gov - Organização governamental
.edu - Organização educacional
.org - Organização
.ind - Organização Industrial
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar
.pro - Organização de profissões
.eng – Organização de engenheiros

E também, do país de origem:


.it – Itália
.pt – Portugal
.ar – Argentina
.cl – Chile
.gr – Grécia

Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos que se trata de um site hospedado em um servidor dos Estados
Unidos.
-HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Semelhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam transmitidos
através de uma conexão criptografada e que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente através de certificados
digitais.

-FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder subir os ar-
quivos para um servidor de internet, seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao criar um site,
o profissional utiliza um desses programas FTP ou similares e executa a transferência dos arquivos criados, o manuseio é
semelhante à utilização de gerenciadores de arquivo, como o Windows Explorer, por exemplo.

-POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar o seu
correio num servidor distante (o servidor POP). É necessário para as pessoas não ligadas permanentemente à Internet,
para poderem consultar os mails recebidos offline. Existem duas versões principais deste protocolo, o POP2 e o POP3, aos
quais são atribuídas respectivamente as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de comandos textuais radicalmente
diferentes, na troca de e-mails ele é o protocolo de entrada.

IMAP (Internet Message Access Protocol): É um protocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece muitas
mais possibilidades, como, gerir vários acessos simultâneos e várias caixas de correio, além de poder criar mais
critérios de triagem.

-SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz a
validação de destinatários de mensagens. Ele que verifica se o endereço de e-mail do destinatário está corretamente
digitado, se é um endereço existente, se a caixa de mensagens do destinatário está cheia ou se recebeu sua mensa-
gem, na troca de e-mails ele é o protocolo de saída.

56
INFORMÁTICA BÁSICA

-UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permi- temos uma relação de alguns deles:
te que a apli- cação escreva um datagrama encapsulado - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
num pacote IP e trans- portado ao destino. É muito comum etc.).
lermos que se trata de um protocolo não confiável, isso - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
porque ele não é implementado com regras que garantam - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
tratamento de erros ou entrega. PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários
Provedor - Apresentações

O provedor é uma empresa prestadora de serviços que INTRANET: A Intranet ou Internet Corporativa é a im-
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces- plantação de uma Internet restrita apenas a utilização interna
sário conectar-se com um computador que já esteja na In- de uma empresa. As intranets ou Webs corporativas, são re-
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per- des de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet. na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e de-
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, partamentos, mesclando (com segurança) as suas informações
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso particulares dentro da estrutura de comunicações da empresa.
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como O grande sucesso da Internet, é particularmente da
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra- World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave- evolução da informática nos últimos anos.
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
estão interligadas nesta avenida. interliga- dos através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
os dados. ram o acesso à informação através de redes de computa-
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
endereço eletrônico na Internet. ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
Home Page sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é nante explosão na informação disponível na Internet, que
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu- segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí- que tem interessado um número cada vez maior de em-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
dentro das Home Pages. sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato: advento e disseminação promete operar uma revolução
http://www.endereço.com/página.html tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
Por exemplo, a página principal do meu projeto de cimento das primeiras redes locais de computadores, no
mestrado: final da década de 80.
http://www.ovidio.eng.br/mestrado
O que é Intranet?
PLUG-INS
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
Os plug-ins são programas que expandem a capacida- 1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
de do Browser em recursos específicos - permitindo, por rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes projetadas para a comunicação por computador entre em-
em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de soft- presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
ware vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade im- rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
pressionante. Maiores informações e endereços sobre plu- de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
g-ins são encontradas na página: tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft- as razões para este sucesso, estão o custo de implantação
ware/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indi- relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos
ces/ programas de navegação na Web, os browsers.

57
INFORMÁTICA BÁSICA

Objetivo de construir uma Intranet Mecanismos de Buscas

Organizações constroem uma intranet porque ela é Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente exatamente o que você queria pode trazer algumas horas
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os algorit-
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital mos de busca sejam sempre revisados e busquem de certa
com conhecimentos das operações e produtos da empresa. forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça, lançar
mão de alguns artifícios para que sua busca seja otimizada
Aplicações da Intranet poupará seu tempo e fará com que você tenha acesso a
resultados mais relevantes.
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu- Os mecanismos de buscas contam com operadores
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no en-
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. tanto, pode não interessar e você, caso não seja um prati-
De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet cante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis e estão
vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os listados abaixo. Realize uma busca simples e depois apli-
diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas que os filtros para poder ver o quanto os resultados podem
áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: sem mais especializados em relação ao que você procura.
- Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
listas de preços, promoções, planejamento de eventos; -palavra_chave
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de Retorna um busca excluindo aquelas em que a pa-
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
membros das equipes, situações de projetos; por computação, provavelmente encontrarei na relação
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste- dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computação“.
mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais Contudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência ,
de qualidade; os resultados que tem a palavra chave ciência serão omi-
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas, tidos.
políticas da companhia, organograma, oportunidades de tra-
balho, programas de desenvolvimento pessoal, benefícios. +palavra_chave
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo- Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado. uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
quase somente em clicar nos links que remetem às novas putação, terei como retorna uma gama mista de resulta-
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- dos. Caso eu queira filtrar somente os casos em que ciên-
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa cias aparece, e também no estado de SP, realizo uma busca
complexa e exige a presença de profissionais especializa- do tipo computação + ciência SP.
dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet,
sua diversidade de funções e a quantidade de informações “frase_chave”
nela armazenadas. Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos
A intranet é baseada em quatro conceitos: termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas
- Conectividade - A base de conexão dos computa- ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra
qualquer tipo de informação digital entre si; FAZER, verá resultados em que a frase idêntica foi empre-
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computado- gada.
res e sistemas operacionais podem ser conectados de for-
ma transparente; palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
- Navegação - É possível passar de um documento a Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
facilitam o acesso não linear aos documentos; exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas re-
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de aces- levantes sobre pelo menos um dos dois temas- nesse caso,
so ou manipulação na intranet só podem ocorrer graças à como as duas palavras chaves são populares, os dois resul-
execução de programas aplicativos, que podem estar no tados são apresentados em posição de destaque.
servidor, ou nos microcomputadores que acessam a rede
(também chamados de clientes, daí surgiu à expressão que filetype:tipo
caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servidor). Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de
- A vantagem da intranet é que esses programas são extensão especificada. Por exemplo, em uma busca  fi-
ativa- dos através da WWW, permitindo grande flexibilida- letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra
de. Determinadas linguagens, como Java, assumiram gran- chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de
de importância no desenvolvimento de softwares aplicati- extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC
vos que obedeçam aos três conceitos anteriores.

58
INFORMÁTICA BÁSICA

palavra_chave_01 * palavra_chave_02 Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo


Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * um navegador considerado pelos especialistas e possui uma
indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados em interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
que os termos inicial e final aparecem, independente do Apple existem versões para Windows.
que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook
* msn e veja o resultado na prática.

15. Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla


Firefox, Google Chrome.

Navegadores: Navegadores de internet ou browsers


são programas de computador especializados em visuali- Figura 91: Símbolo do Safari
zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web,
até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o na-
e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no vegador padrão do Windows. Como o próprio nome diz,
mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um é um programa preparado para explorar a Internet dando
deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o acesso a suas informações. Representado pelo símbolo do
Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mun- “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique
do, porém o conceito e usabilidade dos outros navegado- em seu símbolo.
res seguem os mesmos princípios lógicos.

Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-


sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o
mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
fácil de utilizar. Figura 92: Símbolo do Internet Explorer

16. Transferência de arquivos pela internet

FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência


de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação
na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos
Figura 88: Símbolo do Google Chrome para, ou de computadores que se caracterizam como ser-
vidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na- texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter – código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans-
mais rápidas e com maior segurança contra hackers. ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
como uma informação textual, enquanto a transferência de
um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou
não-textual (binário).
Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é ca-
paz de se comunicar com outro computador na Rede que
Figura 89: Símbolo do Mozilla Firefox o esteja acessando através de um cliente FTP.
  FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- conexão anônima, na qual não é preciso possuir um user-
dera o navegador com menos segurança. name ou password (senha) no servidor de FTP, bastando
apenas identificar-se como anonymous (anônimo). Neste
caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de diretório
que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto
é muito importante, porque garante um nível de segurança
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co-
Figura 90: Símbolo do Opera nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que a
conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de dire-
tórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e
incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma auten-

59
INFORMÁTICA BÁSICA

ticação, e portanto, é indispensável que o usuário possua Uma forma de atender a necessidade de comunicação
um username e uma password que sejam reconhecidas entre ker- nel e aplicativo é a chamada do sistema (System
pelo sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Nes- Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de
te caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento usuário e um serviço que o kernel fornece.
é no diretório criado para a conta do usuário – diretório Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada
home, e dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, direta não pode ser executada; em vez disso, você deve
mas só escrever e ler arquivos nos quais ele possua. utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço do
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas usuário/kernel.
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema No Linux também existem diferentes run levels de ope-
operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsá- ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú-
vel pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.  mero 2.
Como o Linux também é conhecido por ser um sis-
Algumas dicas tema operacional que ainda usa muitos comandos digi-
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú- tados, não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que
mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga é justamente o programa que permite ao usuário digitar
na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de ho- comandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacional
rário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em e executem funções.
horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é tempora- No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com,
riamente desativado. através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root,
acessado. aparece como símbolo #.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo Temos também os termos usuário e superusuário. En-
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de
caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arqui- comandos simples, ao superusuário é permitido configurar
vos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. quais comandos os usuários po- dem usar, se eles podem
Esta prevenção pode evitar perda de tempo. apenas ver ou também alterar e gravar dire- tórios, ou seja,
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi- ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa-
dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que um drão que contém os programas utilizados pelo superusuário
amigo seu consiga acessar o seu computador como um para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin.
servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao /bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá-
número IP, que lhe é atribuído dinamicamente. rios comuns.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são
utilizados pelos usuários comuns.
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu-
CONCEITO DE SOFTWARE LIVRE. suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin
fosse o administrador do sistema, com permissões espe-
ciais de inclusões, exclusões e alterações.
O Linux é um sistema operacional inicialmente basea-
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes Comandos básicos
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape- Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que
sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota- podemos usar no Shell do Linux:
dos, os comandos do Linux ainda são largamente empre- -addgroup - adiciona grupos
gados, sendo importante seu conhecimento e estudo. -adduser - adiciona usuários
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é -apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz a -cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou tex-
ligação entre software e máquina, é a camada de software to
mais próxima do hardware, considerado o núcleo do sis- -cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retor-
tema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um na para home
pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991, cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exem-
quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que plo: cd /usr/bin/
Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel -chfn - altera informação relativa a um utilizador
é capaz de fazer gerenciamentos primários básicos e es- -chmod - altera as permissões de arquivos ou diretó-
senciais para o funcionamento da máquina, foi necessário rios. É um comando para manipulação de arquivos e dire-
desenvolver módulos específicos para atender várias neces- tórios que muda as permissões para acesso àqueles. por
sidades, como por exemplo um módulo capaz de utilizar exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura,
uma placa de rede ou de vídeo lançada no mercado ou até pode passar a ser apenas leitura, impedindo que seu con-
uma interface gráfica como a que usamos no Windows. teúdo seja alterado.

60
INFORMÁTICA BÁSICA

-chown - altera a propriedade de arquivos e pastas


(dono)
-clear – limpa a tela do terminal
-cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd)
ao fim do arquivo (txt)
-cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
-df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de
arquivos
-dig - testa a configuração do servidor DNs
-dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log)
-du - exibe estado de ocupação dos discos/partições
-du -msh - mostra o tamanho do diretório em mega-
bytes Figura 24: Prompt “ftp”
-env - mostra variáveis do sistema
-exit – sair do terminal ou de uma sessão de root. -mount – montar partições em algum lugar do sistema.
-/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de confi- -mtr - mostra rota até determinado IP
guração do sistema -mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
-/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de arqui- -nano – editor de textos básico.
vos para o diretório Home de novos usuários. -nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacio-
-fdisk -l – mostra a lista de partições. nal Linux, para o compartilhamento de recursos pela rede
-find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 -netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sis-
-find – busca arquivos no disco rígido. tema.
-halt -p – desligar o computador. -nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais
-head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo atrás de portas abertas.
-history – mostra o histórico de comandos dados no -nslookup - consultas a serviços DNs
terminal. -ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização
-ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as in- -passwd - modifica senha (password) de usuários
for- mações relacionadas a cada uma delas -ps - mostra os processos correntes
-iptraf - analisador de tráfego da rede com interface -ps –aux - mostra todos os processos correntes no sis-
gráfica baseada em diálogos tema
-kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG- -ps -e – lista os processos abertos no sistema.
TErm e sIGKILL encerram o processo. -pwd - exibe o local do diretório atual. o prompt pa-
-kill -9 xxx – mata o processo de número xxx. drão do Linux exibe apenas o último nome do caminho do
-killall - manda um sinal para todos os processos. diretório atual. para exibir o caminho completo do diretório
-less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com atual digite o comando pwd. Linux@fedora11 – é a versão
controle do Linux que está sendo usada. help pwd – é o coman-
-ls - listar o conteúdo do diretório do que nos mostrará o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A
-ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório informação do help nos mostra-nos que pwd imprime o
-ls –ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em nome do diretório atual.
ordem inversa (r) de data (t) -reboot – reiniciar o computador.
-man - mostra informações sobre um comando -recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
-mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na 15.. utf8 file_to_change.txt
raiz do Linux para a criação de novos diretórios. -rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
-rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretó- -rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
rio chamado “myfolder”. -route - mostra as informações referentes às rotas
-shutdown -r now – reiniciar o computador
-split - divide um arquivo
-smbpasswd - No sistema operacional Linux, na versão
samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua senha
criptografada smb que é armazenada no arquivo smbpass-
wd (normalmente no diretório privado sob a hierarquia de
diretórios do samba). os usuários comuns só podem exe-
cutar o comando sem opções. Ele os levará para que sua
senha velha smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua
nova senha duas vezes, para garantir que a senha foi digi-
tada corretamente. Nenhuma senha será mostrada na tela
enquanto está sendo digitada.

61
INFORMÁTICA BÁSICA

-su - troca para o superusuário root (é exigida a senha) Distribuição Linux é um sistema operacional que uti-
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ liza o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Exis-
(é exigida a senha) tem várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu,
-tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem Debian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e
-tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um desvantagens. O que torna a escolha de uma distribui-
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. Sua ção bem pessoal.
sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acrescentado Distribuições são criadas, normalmente, para aten-
de alguns parâmetros como o -n que mostra o [numero] der razões específicas. Por exemplo, existem distribui-
de linhas do final do arquivo; o – c [numero] que mostra ções para rodar em servidores, redes - onde a segurança
o [numero] de bytes do final do arquivo e o – f que exibe é prioridade - e, também, computadores pessoais.
continuamente os dados do final do arquivo à medida que Assim, não é possível dizer qual é a melhor distri-
são acrescentados. buição. Pois, depende da finalidade do seu computador.
-tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que
“ouve” os pacotes Sistema de arquivos: organização e gerenciamen-
-top – mostra os processos do sistema e dados do pro- to de arquivos, diretórios e permissões no Linux
cessador.
-touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; Dependendo da versão do Linux é possível encon-
também altera data e hora de modificação para agora trar gerencia- dores de arquivos diferentes. Por exemplo,
-traceroute - traça uma rota do host local até o destino no Linux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite
mostrando os roteadores intermediários a cópia, recorte, colagem, movimentação e organização
-umount – desmontar partições. dos arquivos e pastas. No Linux, vale lembrar que os
-uname -a – informações sobre o sistema operacional dispositivos de armazenamento não são nomeados por
-userdel - remove usuários letras.
-vi - editor de ficheiros de texto Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
-vim - versão melhorada do editor supracitado máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs,
-which - mostra qual arquivo binário está sendo cha- um será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de
mado pelo shell quando chamado via linha de comando um mesmo sistema da mesma estrutura de pastas.
-who - informa quem está logado no sistema

Não são só comandos digitados via teclado que pode-


mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas
e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas cria-
das para o Linux, vamos citar o KDE.

Figura 26: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu

As principais pastas do Linux são:


/etc - possui os arquivos gerais de configuração do
sistema e dos
programas instalados.
/home – cada conta de usuário possui um diretório
salvo na pasta home.
/boot – arquivos de carregamento do sistema, in-
cluindo configuração do gerenciador de boot e o kernel.
Figura 25: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de /dev – onde ficam as entradas das placas de disposi-
http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in- tivos como rede, som, impressoras.
terface_gr%C3%A1fica_KDE /lib – bibliotecas do sistema.
/media – possui a instalação de dispositivos como
Um dos motivos que ainda desestimula várias pes- drive de CD, pen drives e outros.
soas a adotarem o Linux como seu sistema operacional é a /opt – usado por desenvolvedores de programas.
quantidade de programas compatíveis com ele, o que vem /proc – armazena informações sobre o estado atual
sendo solucionado com o passar do tempo. Sua interface do sistema.
familiar, semelhante ao do Windows, tem ajudado a au- /root – diretório do superusuário.
mentar os adeptos ao Linux.

62
INFORMÁTICA BÁSICA

O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, Administração de usuários e grupos no Linux


copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma: Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
- Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o - superusuário: é o administrador do sistema. Ele
arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área tem acesso e permissão para executar todos os coman-
de transferência, mas o original permanecerá no local. dos.
- Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre - usuário comum: tem as permissões configuradas
o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área pelo superusuário para o grupo em que se encontra.
de transferência, sendo removido do seu local de origem. Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de trans- atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que
ferência será colado. desejamos que tenha determinada permissão no grupo
Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar- correspondente.
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressio-
nar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado Comandos básicos para grupos
e movê-lo para o destino.
- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo
Instalar, remover e atualizar programas - Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
nomegrupo nomeusuario
Para instalar ou remover um programa, considerando o - Definir senha para o usuário: sudo password no-
Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/Re- meusuario
mover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela In- - Remover usuário do sistema: sudo userdel no-
ternet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplicações, meusuario
Adicionar/Remover.
Na parte superior da janela encontramos uma linha de Permissões no Linux
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo dese-
jado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu. acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra- dependem de sua permissão para executar comandos.
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é As permissões podem ser sobre tipo do arquivo, per-
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de missões do proprietário, permissões do grupo e per-
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos, missões para os outros usuários.
Gráficos, Internet, entre outros. Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos
comuns com o ‘-‘.
Manipulação de hardware e dispositivos Alguns dos comandos utilizados em permissões
são:
A manipulação de hardware e dispositivos pode ser ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permis-
feita no menu Locais, Computador, através do qual aces- sões do proprietário do grupo
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence
dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são r- -permissão para os outros usuários
simplesmente instalados. Quando se trata de um pen drive, As permissões do Linux são: leitura, escrita e exe-
após sua conexão física, aparecerá uma janela do geren- cução.
ciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo. É - Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas
importante, porém, lembrar-se de desmontar corretamente veja, ou seja, leia o arquivo.
os dispositivos de armazenamento e outros antes de en- - Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
cerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar com criar e alterar arquivos.
o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na área - Execução: (x, de eXecution) o usuário pode execu-
de trabalho e depois em Desmontar. tar arquivos.
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, sig-
Agendamento de tarefas nifica que ela não é atribuída ao usuário.

O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza- Compactação e descompactação de arquivos


do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite Comandos básicos para compactação e descom-
estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe- pactação de arquivos:
cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos
ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto compacta- dos com gzip.
que armazena a lista de comandos a serem aciona- dos no gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis.
horário e data estipulados. gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos.
zcat [opções] [arquivos] descompacta arquivos.

63
INFORMÁTICA BÁSICA

Backup A Segurança da Informação se refere à proteção exis-


tente sobre as informações de uma determinada empresa
Comandos básicos para backups ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corporati-
tar agrupa vários arquivos em somente um. vas quanto aos pessoais. Entende-se por informação todo
compress faz a compressão de arquivos padrão do conteúdo ou dado que tenha valor para alguma organiza-
Unix. ção ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito
uncompress descomprime arquivos compactados ou exibida ao público para consulta ou aquisição.
pelo com- press. Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
zcat permite visualizar arquivos compactados pelo de ferramentas) para definir o nível de segurança que há e,
compress. com isto, estabelecer as bases para análise de melhorias ou
pioras de situações reais de segurança. A segurança de cer-
ta informação pode ser influenciada por fatores comporta-
mentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente ou
infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal-intenciona-
das que têm o objetivo de furtar, destruir ou modificar tal
informação.
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availabi-
lity) — Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade
— representa as principais características que, atualmen-
te, orientam a análise, o planejamento e a implementação
da segurança para um certo grupo de informações que se
almeja proteger. Outros fatores importantes são a irrevo-
gabilidade e a autenticidade. Com a evolução do comércio
eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é
também uma grande preocupação.
Portanto as características básicas, de acordo com os
Figura 27: Centro de controle do KDE imagem obtida padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as seguin-
de http:// tes:
pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interfa- - Confidencialidade – especificidade que limita o aces-
ce_ so a informação somente às entidades autênticas, ou seja,
gr%C3%A1fica_KDE àquelas autorizadas pelo proprietário da informação.
- Integridade – especificidade que assegura que a in-
formação manipulada mantenha todas as características
autênticas estabelecidas pelo proprietário da informação,
CONCEITOS DE SEGURANÇA DA incluindo controle de mudanças e garantia do seu ciclo de
INFORMAÇÃO APLICADOS A TIC. vida (nascimento, manutenção e destruição).
CÓPIA DE SEGURANÇA (BACKUP): - Disponibilidade – especificidade que assegura que a
CONCEITOS. informação esteja sempre disponível para o uso legítimo,
ou seja, por aqueles usuários que têm autorização pelo
proprietário da informação.
- Autenticidade – especificidade que assegura que a
Segurança da informação: procedimentos de segu- informação é proveniente da fonte anunciada e que não foi
rança alvo de mutações ao longo de um processo.
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade que
A Segurança da Informação refere-se às proteções assegura a incapacidade de negar a autoria em relação a
existentes em relação às informações de uma determi- uma transação feita anteriormente.
nada empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou
seja, aplica-se tanto às informações corporativas quanto Mecanismos de segurança
as pessoais.
Entende-se por informação todo e qualquer conteú- O suporte para as orientações de segurança pode ser
do ou dado que tenha valor para alguma corporação ou encontrado em:
pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou Controles físicos: são barreiras que limitam o contato
exposta ao público para consulta ou aquisição. ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que as-
Antes de proteger, devemos saber: segura a existência da informação) que a suporta.
- O que proteger; Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou limi-
- De quem proteger; tam o acesso à informação, que está em ambiente contro-
- Pontos frágeis; lado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria
- Normas a serem seguidas. exibida a alteração não autorizada por elemento mal-in-
tencionado.

64
INFORMÁTICA BÁSICA

Existem mecanismos de segurança que sustentam os   Hoje, a criptografia pode ser considerada um méto-
controles lógicos: do 100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e
proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes e
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem a tentativas de invasão.
modificação da informação de forma a torná-la ininteligível Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’ são
a terceiros. Utiliza-se para isso, algoritmos determinados e usados para expressar o tamanho da chave, ou seja, quanto
uma chave secreta para, a partir de um conjunto de dados mais bits forem utilizados, mais segura será essa criptogra-
não criptografados, produzir uma sequência de dados crip- fia.
tografados. A operação contrária é a decifração. Um exemplo disso é se um algoritmo usa um chave de
- Assinatura digital: Um conjunto de dados criptogra- 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para decodi-
fados, agregados a um documento do qual são função, ficar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a 256. As-
garantindo a integridade e autenticidade do documento sim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas de combi-
associado, mas não ao resguardo das informações. nações e decodificar a mensagem, que mesmo sendo uma
- Mecanismos de garantia da integridade da informa- tarefa difícil, não é impossível. Portanto, quanto maior o
ção: Usando funções de “Hashing” ou de checagem, é ga- número de bits, maior segurança terá a criptografia.
rantida a integridade através de comparação do resultado
do teste local com o divulgado pelo autor. Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave, simétricas e as chaves assimétricas
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é usa-
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de um da para a codificação e decodificação. Entre os algoritmos
documento. que usam essa chave, estão:
- Integridade: Medida em que um serviço/informação é - DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves de
autêntico, ou seja, está protegido contra a entrada por intrusos. 56 bits, que corresponde à aproximadamente 72 quatrilhões
- Honeypot: É uma ferramenta que tem a função de de combinações. Mesmo sendo um número extremamente
proposital de simular falhas de segurança de um sistema e elevado, em 1997, quebraram esse algoritmo através do mé-
obter informações sobre o invasor enganando-o, e fazen- todo de ‘tentativa e erro’, em um desafio na internet.
do-o pensar que esteja de fato explorando uma fraqueza - RC (Ron’sCode ou RivestCipher): É um algoritmo muito
daquele sistema. É uma espécie de armadilha para invaso- utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a 1024 bits. Além
res. O HoneyPot não oferece forma alguma de proteção. disso, ele tem várias versões que diferenciam uma das ou-
- Protocolos seguros: Uso de protocolos que garantem tras pelo tamanho das chaves.
um grau de segurança e usam alguns dos mecanismos citados. - EAS (AdvancedEncryption Standard): Atualmente é um
dos melhores e mais populares algoritmos de criptogra-
Mecanismos de encriptação fia. É possível definir o tamanho da chave como sendo de
128bits, 192bits ou 256bits.
A criptografia vem, originalmente, da fusão entre duas - IDEA (International Data EncryptionAlgorithm): É um
palavras gregas: algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido com o DES.
• CRIPTO = ocultar, esconder. Seu ponto forte é a fácil execução de software.
• GRAFIA= escrever  As chaves simétricas não são absolutamente seguras
Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em có- quando referem-se às informações extremamente valiosas,
digos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam uma principalmente pelo emissor e o receptor precisarem ter
mensagem ininteligível, e permite apenas que o destinatá- o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, a trans-
rio que saiba a chave de encriptação possa decriptar e ler a missão pode não ser segura e o conteúdo pode chegar a
mensagem com clareza. terceiros.
Permitema transformação reversível dainformação de
forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para isso, Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a pú-
algoritmos determinados e uma chave secreta para,a partir blica. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave pública
de um conjunto de dados não encriptados,produzir uma para codificar e a chave privada para decodificar, conside-
continuação de dados encriptados. A operação inversa é a rando-se que a chave privada é secreta. Entre os algoritmos
desencriptação. utilizados, estão:
- RSA (Rivest, ShmirandAdleman): É um dos algoritmos
Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave de chave assimétrica mais usados, em que dois números
privada. primos (aqueles que só podem ser divididos por 1 e por
  eles mesmos) são multiplicados para a obter um terceiro
A chave pública é usada para codificar as informações, valor. Assim, é preciso fazer fatoração, que significa desco-
e a chave privada é usada para decodificar.   brir os dois primeiros números a partir do terceiro, sendo
Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para um cálculo difícil. Assim, se números grandes forem utili-
‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não zados, será praticamente impossível descobrir o código. A
tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o chave privada do RSA são os números que são multiplica-
emissor e receptor original possui. dos e a chave pública é o valor que será obtido.

65
INFORMÁTICA BÁSICA

- ElGamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é um problema matemático que o torna mais seguro. É muito usado
em assinaturas digitais.

Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing; Worms e pragas virtuais e Apli-
cativos para segurança (antivírus, firewall e antispyware)

Firewall é uma solução de segurança fundamentada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de
dados podem ser realizadas. “Parede de fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o firewall se enquadra em
uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados indesejados e liberar
acessos desejados.
Para melhor compreensão, imagine um firewall como sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é necessário
obedecer a determinadas regras, como se identificar, ser esperado por um morador e não portar qualquer objeto que possa
trazer riscos à segurança; para sair, não se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a devida autorização.
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de ações maliciosas: um malware que utiliza determinada porta para
se instalar em um computador sem o usuário saber, um programa que envia dados sigilosos para a internet, uma tentativa
de acesso à rede a partir de computadores externos não autorizados, entre outros.
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie de barreira que verifica quais dados podem passar ou não. Esta
tarefa só pode ser feita mediante o estabelecimento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo usuário.
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no computador
ou na rede. O problema é que esta condição isola este computador ou esta rede, então pode-se criar uma regra para que,
por exemplo, todo aplicativo aguarde autorização do usuário ou administrador para ter seu acesso liberado. Esta autoriza-
ção poderá inclusive ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes serão automaticamente permitidos.
Em um modo mais versátil, um firewall pode ser configurado para permitir automaticamente o tráfego de determina-
dos tipos de dados, como requisições HTTP (veja mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras, como conexões
a serviços de e-mail.
Perceba, como estes exemplos, que as políticas de um firewall são baseadas, inicialmente, em dois princípios: todo trá-
fego é bloqueado, exceto o que está explicitamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o que está explicitamente
bloqueado.
Firewalls mais avançados podem ir além, direcionando determinado tipo de tráfego para sistemas de segurança inter-
nos mais específicos ou oferecendo um reforço extraem procedimentos de autenticação de usuários, por exemplo.
O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias formas. O que define uma metodologia ou outra são fatores
como critérios do desenvolvedor, necessidades específicas do que será protegido, características do sistema operacional
que o mantém, estrutura da rede e assim por diante. É por isso que podemos encontrar mais de um tipo de firewall. A
seguir, os mais conhecidos.

Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras soluções de firewall surgiram na década de 1980 baseando-se em
filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, embora ofereça
um nível de segurança significativo.
Para compreender, é importante saber que cada pacote possui um cabeçalho com diversas informações a seu respeito,
como endereço IP de origem, endereço IP do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Firewall então analisa estas
informações de acordo com as regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja para sair ou para entrar na máquina/
rede), podendo também executar alguma tarefa relacionada, como registrar o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de
log.
O firewall de aplicação, também conhecido como proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma solução
de segurança que atua como intermediário entre um computador ou uma rede interna e outra rede, externa normalmente,
a internet. Geralmente instalados em servidores potentes por precisarem lidar com um grande número de solicitações, fire-
walls deste tipo são opções interessantes de segurança porque não permitem a comunicação direta entre origem e destino.
A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar direta-
mente com a internet, há um equipamento entre ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e entre o proxy e
a internet. Observe:

66
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 93: Proxy

Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer
regras que impeçam o acesso de determinados endereços externos, assim como que proíbam a comunicação entre com-
putadores internos e determinados serviços remotos.
Este controle amplo também possibilita o uso do proxy para tarefas complementares: o equipamento pode registrar
o tráfego de dados em um arquivo de log; conteúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espécie de cache (uma
página Web muito acessada fica guardada temporariamente no proxy, fazendo com que não seja necessário requisitá-la
no endereço original a todo instante, por exemplo); determinados recursos podem ser liberados apenas mediante auten-
ticação do usuário; entre outros.
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja visto a enorme quantidade de serviços e protocolos existentes
na internet, fazendo com que, dependendo das circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija muito trabalho de
configuração para bloquear ou autorizar determinados acessos.
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, é conveniente mencionar uma solução chamada de proxy trans-
parente. O proxy “tradicional”, não raramente, exige que determinadas configurações sejam feitas nas ferramentas que
utilizam a rede (por exemplo, um navegador de internet) para que a comunicação aconteça sem erros. O problema é, de-
pendendo da aplicação, este trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O proxy transparente surge como uma alternativa para estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede não
precisam saber de sua existência, dispensando qualquer configuração específica. Todo acesso é feito normalmente do clien-
te para a rede externa e vice-versa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e responder adequadamente, como
se a comunicação, de fato, fosse direta.
É válido ressaltar que o proxy transparente também tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «normal» é ca-
paz de barrar uma atividade maliciosa, como um malware enviando dados de uma máquina para a internet; o proxy trans-
parente, por sua vez, pode não bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para conseguir se comunicar externamente, o
malware teria que ser configurado para usar o proxy “normal” e isso geralmente não acontece; no proxy transparente não
há esta limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.

Limitações dos firewalls


Firewalls têm lá suas limitações, sendo que estas variam conforme o tipo de solução e a arquitetura utilizada. De fato,
firewalls são recursos de segurança bastante importantes, mas não são perfeitos em todos os sentidos, seguem abaixo
algumas dessas limitações:

- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, mas comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de um com-
putador). Esta situação pode gerar mais gastos para uma ampliação de infraestrutura capaz de superar o problema;
- A verificação de políticas tem que ser revista periodicamente para não prejudicar o funcionamento de novos serviços;
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devidamente tratados por proxies já implementados;
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma atividade maliciosa que se origina e se destina à rede interna;
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma atividade maliciosa que acontece por descuido do usuário - quando
este acessa um site falso de um banco ao clicar em um link de uma mensagem de e-mail, por exemplo;
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou atacantes experientes podem tentar descobrir ou explorar brechas de
segurança em soluções do tipo;
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário acessar a internet
em seu computador a partir de uma conexão 3G ( justamente para burlar as restrições da rede, talvez), o firewall não con-
seguirá interferir.

67
INFORMÁTICA BÁSICA

SISTEMA ANTIVÍRUS.

Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca precisou
formatar seu computador?
Os vírus representam um dos maiores problemas para usuários de computador. Para poder resolver esses problemas,
as principais desenvolvedoras de softwares criaram o principal utilitário para o computador, os antivírus, que são progra-
mas com o propósito de detectar e eliminar vírus e outros programas prejudiciais antes ou depois de ingressar no sistema.
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de programas de software que são implementados sem o consentimento
(e inclusive conhecimento) do usuário ou proprietário de um computador e que cumprem diversas funções nocivas para
o sistema. Entre elas, o roubo e perda de dados, alteração de funcionamento, interrupção do sistema e propagação para
outros computadores.
Os antivírus são aplicações de software projetadas como medida de proteção e segurança para resguardar os dados e o
funcionamento de sistemas informáticos caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas comunmente como vírus
ou malware que tem a função de alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos computadores.
Um programa de proteção de vírus tem um funcionamento comum que com frequência compara o código de cada
arquivo que revisa com uma base de dados de códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode determinar se trata
de um elemento prejudicial para o sistema. Também pode reconhecer um comportamento ou padrão de conduta típica
de um vírus. Os antivírus podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro do sistema como aqueles que procuram
ingressar ou interagir com o mesmo.
Como novos vírus são criados de maneira quase constante, sempre é preciso manter atualizado o programa antivírus
de maneira de que possa reconhecer as novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode permanecer em execução duran-
te todo tempo que o sistema informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo ou série de arquivos cada vez que o
usuário exija. Normalmente, o antivírus também pode verificar e-mails e sites de entrada e saída visitados.
Um antivírus pode ser complementado por outros aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares que cum-
prem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.
Então, antivírus são os programas criados para manter seu computador seguro, protegendo-o de programas malicio-
sos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar dados de seu computador.
Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre escolha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers estão usando
este mercado para enganar pessoas com falsos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa seu computador vul-
nerável aos ataques.
E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado ao baixar programas de segurança em sites desconhecidos, e
divulgue, para que ninguém seja vítima por falta de informação.
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados. Alguns
às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço considerável
(que é sempre muito precioso) em seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços do programa origi-
nal, para não dar a menor pista de sua existência.
Cada vírus possui um critério para começar o ataque propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apagados,
o micro começa a travar, documentos que não são salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram mensagens
chatas, outros mais elaborados fazem estragos muitos grandes.

Existe uma variedade enorme de softwares antivírus no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o sempre
atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles para proteger
seu sistema operacional.
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de atualização automática. Abaixo há uma lista com os antivírus
mais conhecidos:
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br - Possui versão de teste.
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui versão de teste.
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e outra gratuita para uso não comercial (com menos funcionali-
dades).
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftware.com.br - Possui versão de teste.
É importante frisar que a maioria destes desenvolvedores possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover vírus
específicos. Geralmente, tais softwares são criados para combater vírus perigosos ou com alto grau de propagação.

68
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 94: Principais antivírus do mercado atual

Tipos de Vírus

Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permitem a inva-
são de um computador alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato militar fabri-
cado pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de grego”, que seria um aplicati-
vo qualquer. Quando o leigo o executa, o pro- grama atua de forma diferente do que era esperado.
Ao contrário do que é erroneamente informado na mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não se re-
produz e não tem nenhuma comparação com vírus de computador, sendo que seu objetivo é totalmente diverso. Deve-se
levar em consideração, também, que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como tal. A expressão “Tro-
jan” deve ser usada, exclusivamente, como definição para programas que capturam dados sem o conhecimento do usuário.
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como um ar- quivo no computador da vítima. Ele tem o intuito de
roubar informações como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a
máquina contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as informações contidas no HD visualizadas
e capturadas por um intruso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve dentro de um com-
putador alheio sabe as possibilidades oferecidas.

Worms (vermes) podem ser interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença entre
eles está na forma de propagação: os worms podem se propagar rapidamente para outros computadores, seja pela Internet, seja
por meio de uma rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e o usuário só nota o problema quando o
computador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de propagação. O
worm pode capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema de envio de e-mails) próprios
ou qualquer outro meio que permita a contaminação de computadores (normalmente milhares) em pouco tempo.

Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três nomes também represen-
tam perigo. Spywares são programas que ficam«espionando» as atividades dos internautas ou capturam informações sobre
eles. Para contaminar um computador, os spywares podem vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem baixa- dos
automaticamente quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destina-
dos a capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» navegadores de Internet, principalmente o Internet Explorer.
Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagandas em
pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a determinados sites (como
sites de software antivírus, por exemplo).
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pragas são
tão peri- gosas que alguns antivírus podem ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso de hijackers,
muitas vezes é necessário usar uma ferramenta desenvolvida especialmente para combater aquela praga. Isso porque os hi-
jackers podem se infiltrar no sistema operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-spywares conseguem “pegar”.

Hoaxes, São boatos espalhados por mensagens de correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de computa-
dor. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na rede e que infectará
o micro do destinatário enquanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em determinada tecla ou link.

69
INFORMÁTICA BÁSICA

Quem cria a mensagem hoax normalmente costuma dizer Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
que a informação partiu de uma empresa confiável, como MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá danificar a máquina tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
do usuário. Desconsidere a mensagem. 10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – WAN)
– rede que faz a cobertura de uma grande área geográ-
fica, geralmente, um país, cerca de 100 km;
CONCEITOS DE AMBIENTE DE REDES DE Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
COMPUTADORES. des espalhadas pelo mundo podendo ser interconectadas
a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem maio-
res, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Redes de Computadores refere-se à interligação por Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
missões e protocolos de vários computadores com o ob- Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos grandes distâncias.
ou dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computado- Topologia de Redes
res espalhados pelo mundo que permite a comunicação Astopologias das redes de computadores são as estru-
entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela turas físicas dos cabos, computadores e componentes.
internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário utili- Existem as topologias físicas, que são mapas que mos-
zar recursos como impressoras para imprimir documentos, tram a localização de cada componente da rede que
reuniões através de videoconferência, trocar e-mails, aces- serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo
sar às redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc. modo que os dados trafegam na rede:
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à internet tão interconectadas por pares através de um roteamen-
nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, o to de dados;
crescimento das redes de computadores também tem seu Topologia de Estrela – modelo em que existe um
lado negativo. A cada dia surgem problemas que preju- ponto central (concentrador) para a conexão, geral-
dicam as relações entre os indivíduos, como pirataria, es- mente um hub ou switch;
pionagem, phishing - roubos de identidade, assuntos polê- Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
micos como racismo, sexo, pornografia, sendo destacados automação industrial e na década de 1980 pelas redes
com mais exaltação, entre outros problemas. Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores são
Há muito tempo, o ser homem sentiu a necessidade entreligados formando um anel e os dados são propagados
de compartilhar conhecimento e estabelecer relações com de computador a computador até a máquina de origem;
pessoas a distância. Na década de 1960, durante a Guerra Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
Fria, as redes de computadores surgiram com objetivos mi- meiras conexões feitas pelas redes Ethernet.Refere- se a
litares: interconectar os centros de comando dos EUA para computadores conectados em formato linear, cujo cabea-
com objetivo de proteger e enviar de dados. mento é feito em sequencialmente;
Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
Alguns tipos de Redes de Computadores estão interligadas por um mesmo canal através de pacotes
Antigamente, os computadores eram conectados em endereçados (unicast, broadcast e multicast).
distâncias curtas, sendo conhecidas como  redes locais.
Mas, com a evolução das redes de computadores, foi ne- Cabos
cessário aumentar a distância da troca de informações en- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura fí-
tre as pessoas. As redes podem ser classificadas de acor- sica utilizada para conectar computadores em rede, estan-
do com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, do relacionados a largura de banda, a taxa de transmissão,
etc.), a  extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, padrões internacionais, etc. Há vantagens e desvantagens
etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a- para a conexão feita por meio de cabeamento. Os mais uti-
-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por cabo de lizados são:
fibra óptica, trançado, via rádio, etc.). Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por
Veja alguns tipos de redes: sua velocidade, pode ser feito sob medida, comprados
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se em lojas de informática ou produzidos pelo usuário;
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Blue- Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância
tooth; maior na transmissão de dados, apesar de serem flexí-
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em veis, são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, ISA, suporte não encontrado em computadores mais
um prédio ou um campus de universidade; novos;

70
INFORMÁTICA BÁSICA

Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
de difícil instalação. São velozes e imunes a interfe- e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
rências eletromagnéticas. como um tipo de ponte na camada de rede do modelo
Após montar o cabeamento de rede é necessário OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
realizar um teste através dos testadores de cabos, ad- conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
quirido em lojas especializadas. Apesar de testar o fun- diferentes fabricantes), identificando e determinando um IP
cionamento, ele não detecta se existem ligações incor- para cada computador que se conecta com a rede.
retas. É preciso que um técnico veja se os fios dos cabos Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de dados
estão na posição certa. na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os ro-
teadores estáticos, capaz de encontrar o menor caminho
Sistema de Cabeamento Estruturado para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver conges-
Para que essa conexão não prejudique o ambiente tionada; e os  roteadores dinâmicos que encontram ca-
de trabalho, em uma grande empresa, são necessárias minhos mais rápidos e menos congestionados para o
várias conexões e muitos cabos, sendo necessário o ca- tráfego.
beamento estruturado.
Através dele, um técnico irá poupar trabalho e tem- Modem: Dispositivo responsável por transformar a
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção onda analógica que será transmitida por meio da linha te-
da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos- lefônica, transformando-a em sinal digital original.
sibilitam que vários conectores possam ser inseridos
em um único local, sem a necessidade de serem conec- Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes de
tados diretamente no hub. computadores, como por exemplo, envio de arquivos ou
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado e-mail. Os computadores que acessam determinado servi-
possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os dor são conhecidos como clientes.
cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunicação
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem entre os computadores da rede. Cada arquitetura de rede
inseridos em um rack. depende de um tipo de placa específica. As mais utilizadas
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em anel).
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é
pensada de forma a realizar a sua expansão.

Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o ca-


beamento de rede. Ele poderá transformar os sinais re-
cebidos e enviá-los para outros pontos da rede. Ape-
sar de serem transmissores de informações para outros
pontos, eles também diminuem o desempenho da rede,
podendo haver colisões entre os dados à medida que
são anexas outras máquinas. Esse equipamento, nor-
malmente, encontra-se dentro do hub.

Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar


todos os dados da rede e compartilhá-los entre as ou-
tras estações (máquinas). Nesse momento nenhuma ou-
tra máquina consegue enviar um determinado sinal até
que os dados sejam distribuídos completamente. Eles
são utilizados em redes domésticas e podem ter 8, 16,
24 e 32 portas, variando de acordo com o fabricante.
Existem os Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empi-
lháveis.

Bridges: É um repetidor inteligente que funciona


como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede,
além de relacionar diferentes arquiteturas.

Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub,


mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados
apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui mui-
tas portas de entrada e melhor performance, podendo
ser utilizado para redes maiores.

71
INFORMÁTICA BÁSICA

MICROSOFT OFFICE 2016 A interface do office 2016 também recebeu uma sutil
repaginada. As mudanças visuais são quase imperceptíveis,
Microsoft Office é uma suite de aplicações (programas mas o visual está mais plano, seguindo a tendência do win-
de computador) desenvolvida pela Microsoft Corp. (uma dows 10. A porção superior da Ribbon dos aplicativos rece-
empresa norte-americana fundada em 1975). Trata-se de beu uma cor solida, que varia conforme o aplicativo: azul,
um conjunto de programas informáticos/software que rea- verde, roxo etc.
lizam tarefas de escritório, isto é, que permitem automati- Há um cinza bem claro na faixa de opções para separar
zar e otimizar as atividades do dia-a-dia de um escritório. o documento aberto das ferramentas disponíveis na por-
A primeira versão do Microsoft Office foi lançada em ção superior.
1989 com dois packs básicos: um formado pelo Microsoft Em caso de telas sensíveis ao toque, aceita-se a possi-
Word, pelo Microsoft Excel e pelo Microsoft PowerPoint, e bilidade de ajustar a interface dos programas para ser ma-
outro ao qual foram acrescentados os programas Microsoft nipulada pelos dedos. Na verdade, o recurso cria mais es-
Access e Schedule Plus. paçamento entre os botões, para facilitar o toque, mesmo
O Word é um dos programas mais populares que fa- nessa condição, as funcionalidades continuam as mesmas.
zem parte do Microsoft Office. Consiste num processador
de textos que inclui um corretor ortográfico, um dicionário Trabalhar em equipe ficou mais fácil
de sinónimos e a possibilidade de trabalhar com diversas Com o Office 2016, ficou mais fácil compartilhar docu-
fontes (tipos de letras). mentos e trabalhar com outras pessoas ao mesmo tempo.
O Excel, por sua vez, é composto por folhas de cálculo.
Tem por principal característica a possibilidade de realizar Colabore em documentos
cálculos aritméticos de forma automática, facilitando assim Veja as edições das outras pessoas com a coautoria no
o desenvolvimento dos balanços e das demonstrações fi- Word, no PowerPoint e no OneNote. O histórico de versão
nanceiras. foi aperfeiçoado e agora permite conferir os instantâneos
O PowerPoint é o programa do Office que se utiliza das versões anteriores do documento durante o processo
para criar e exibir apresentações visuais. A sua base está no de edição.
desenvolvimento de dispositivos multimídia, que podem Compartilhamento simplificado
incluir texto, imagens, vídeos e som. Compartilhe a partir do próprio documento com ape-
A administração da informação pessoal e as mensa- nas um clique. Se preferir, use os novos anexos modernos
gens de correio electrónico podem ser geridos a partir do do Outlook: é só anexar os arquivos do OneDrive e confi-
Outlook. O seu principal ponto forte é o correio eletrônico, gurar automaticamente a permissão. Você não precisa nem
embora também disponha de um calendário e de um dire- sair do Outlook.
tório de contatos.
O Microsoft Office é um programa que não dispensa Office em todos os seus dispositivos
de licença. Por isso, deve ser comprado pelos utilizadores Revise, edite, analise e apresente documentos do Of-
que pretendam usufruir dos serviços propostos. fice 2016 em qualquer um dos seus dispositivos, seja um
Os programas do pacote office são amplamente utili- PC, um Mac ou telefones e tablets Windows, Apple® e An-
zados no ambiente corporativo, mas na maioria dos com- droid™.
putadores domésticos, você vai encontrar também pelo
menos um processador de texto, um editor de planilhas e Colabora com você
um programa de apresentações, representados pelos po- O Office 2016 colabora com a sua produtividade ofere-
pulares Word, Excel e Powerpoint, respectivamente. cendo jeitos novos e mais rápidos de alcançar os resultados
Dominar o básico destes programas não é difícil, com que você quer.
um pouco de pratica e dedicação, você já consegue criar
documentos, relatórios e planilhas simples, bem como al- Encontre os comandos com o Diga-me
gumas apresentações a partir de modelos prontos. É só dizer para o Word, o Excel ou o PowerPoint o que
quer fazer e o Diga-me leva você até o comando.
OFFICE 2016
Lançado em setembro de 2015, é a versão mais recen- Verifique os fatos usando a Pesquisa Inteligente da pla-
te, que veio a substituir o Office2013. Entre os novos re- taforma Bing
cursos estão a possibilidade de criar, abrir, editar e salvar A Pesquisa Inteligente usa os termos destacados por
arquivos na nuvem diretamente de seu desktop. Há tam- você e outras informações do contexto do documento para
bém o recurso “Diga-me”- uma caixa de busca localiza- mostrar os resultados da pesquisa na Web dentro do pró-
da na porção superior da tela, a partir da qual você pode prio documento.
simplesmente digitar o nome de ferramentas e comandos
para encontrá-los facilmente. Agora os aplicativos do office Ideias a poucos cliques de distância
permitem colaboração de arquivos, com edição em tempo Usando a previsão com um clique, você transforma ra-
real, permitindo que mais de um usuário editem ao mesmo pidamente o histórico de dados em uma análise de ten-
tempo, desde que eles estejam conectados on-line em suas dências futuras. Os novos gráficos ajudam a visualizar da-
contas Microsoft. dos complexos.

72
INFORMÁTICA BÁSICA

O Office acompanha você


Do trabalho à sua lanchonete preferida, acompanhe aquilo que importa: amigos, parentes e projetos, em todos os seus
dispositivos.

Aplicativos do Office otimizados para o toque


Toque para ler, editar, mudar o zoom e navegar. Tome notas ou faça anotações usando a tinta digital.

Tudo em um único lugar com o armazenamento em nuvem do OneDrive


Salve o arquivo no armazenamento em nuvem e troque de dispositivo sem perder o embalo. Os aplicativos do Office
abrem o documento do jeitinho que você deixou, em qualquer um dos seus dispositivos.

Perfeito para o Windows 10


Juntos, o Office 2016 e o Windows 10 formam a solução mais completa do mundo para resolver o que for necessário.

Hello
É só dizer “Hello” uma única vez, e o Windows faz logon no PC e no Office.

Cortana
A Cortana ajuda você a fazer seu trabalho no Office. Integrá-la ao Office 365 facilita diversas tarefas, como a preparação
de reuniões.

Aplicativos móveis do Office


Os aplicativos móveis do Office no Windows 10 são rápidos, fáceis de usar com a tela de toque e otimizados para a
produtividade em praticamente qualquer lugar.

Office pelo melhor preço


Com os planos de assinatura flexíveis do Office 365, você escolhe a opção ideal para as suas necessidades. Assine o
plano individual ou um plano para toda a família.

Instale os aplicativos do Office


O Office 365 vem com os novos aplicativos do Office 2016 para PC e Mac, como Word, Excel, PowerPoint, Outlook e
OneNote.

1 TB de armazenamento em nuvem do OneDrive


O OneDrive deixa ao seu alcance aquilo que é importante, como amigos, parentes, projetos e arquivos, em praticamen-
te qualquer lugar, em qualquer dispositivo.

Acesso ao suporte técnico gratuito


Precisa de ajuda com o Office 2016? Todo assinante do Office 365 recebe suporte técnico gratuito de especialistas
treinados pela Microsoft.

EDITOR DE TEXTO MS WORD 2016

Novidades do Word 2016 para Windows1


O Word 2016 para Windows tem todas as funcionalidades e recursos conhecidos, com alguns aprimoramentos e novos
recursos do Office 2016.
Veja alguns dos novos recursos.
Realize ações rapidamente com o recurso Diga-me
Observe que há uma caixa de texto na Faixa de Opções do Word 2016 com a mensagem O que você deseja fazer. Esse
é um campo de texto no qual você insere palavras ou frases relacionadas ao que deseja fazer e obtém rapidamente os re-
cursos que pretende usar ou as ações que deseja realizar. Se preferir, use o Diga-me para encontrar ajuda sobre o que está
procurando ou para usar a Pesquisa Inteligente para pesquisar ou definir o termo que você inseriu.

1 Fonte: https://support.office.com/pt-br/article/Novidades-do-Word-2016-para-Windows-4219dfb5-23fc-4853-95aa-b13a674a6670?ui=pt-
-BR&rs=pt-BR&ad=BR

73
INFORMÁTICA BÁSICA

Trabalhe em grupo em tempo real


Ao armazenar um documento online no OneDrive ou no SharePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word
2016 ou Word Online, vocês podem ver as alterações uns dos outros no documento durante a edição. Após salvar o do-
cumento online, clique em Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por email. Quando seus colegas abrem o
documento e concordam em compartilhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho em tempo real.

74
INFORMÁTICA BÁSICA

Ideias para o trabalho que está realizando


A Pesquisa Inteligente da plataforma Bing apresenta as pesquisas diretamente no Word 2016. Quando você seleciona
uma palavra ou frase, clica com o botão direito do mouse sobre ela e escolhe Pesquisa Inteligente, o Painel de ideias é
exibido com as definições, os artigos Wiki e as principais pesquisas relacionadas da Web.

75
INFORMÁTICA BÁSICA

Equações à tinta
Incluir equações matemáticas ficou muito mais fácil. Vá até Inserir > Equação > Equação à Tinta sempre que desejar
incluir uma equação matemática complexa em um documento. Se tiver um dispositivo sensível ao toque, use o dedo ou
uma caneta de toque para escrever equações matemáticas à mão, e o Word 2016 vai convertê-las em texto. Caso não tenha
um dispositivo sensível ao toque, use o mouse para escrever. Você pode também apagar, selecionar e fazer correções à
medida que escreve.

Histórico de versões melhorado


Vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um documento e para acessar versões
anteriores.

Compartilhamento mais simples


Clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no SharePoint, no OneDrive ou no One-
Drive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de email diretamente do Word.

Formatação de formas mais rápida


Quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de preenchimentos predefini-
dos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.

76
INFORMÁTICA BÁSICA

Interface

Tela de trabalho do MS Word


No cabeçalho de nosso programa temos a barra de títulos do documento ,
que como é um novo documento apresenta como título “Documento1”. Na esquerda temos a Barra de acesso rápido,
que permite acessar alguns comandos mais rapidamente como salvar, desfazer. Você pode personalizar essa
barra, clicando no menu de contexto (flecha para baixo) à direita dela.

Mais à esquerda tem a ABA Arquivo.

77
INFORMÁTICA BÁSICA

Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar
o documento (permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.).

ABAS

Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os
grupos de ferramentas, por exemplo, na guia Página inicial, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para
os usuários os principais comandos, para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos
possuem pequenas marcações na sua direita inferior.

78
INFORMÁTICA BÁSICA

O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por
exemplo, ao selecionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemen-
to selecionado.

Explore a galeria de documentos

A galeria de documentos é o local onde você pode criar um documento em branco ou usar um modelo predefinido. A
galeria fica disponível ao abrir o Word ou você pode acessá-la escolhendo Arquivo > Novo se estiver trabalhando em um
documento existente.

79
INFORMÁTICA BÁSICA

Explorar a faixa de opções

Saiba mais sobre a caixa Diga-me

Diga-Me é uma nova ferramenta de pesquisa e está disponível no Word, no PowerPoint e no Excel 2016. Ela exibe os
comandos necessários quando você digita o que deseja fazer. Por exemplo, digite “configurações de fonte” na janela Diga-
-me o que você quer fazer. Em seguida, escolha uma das sugestões exibidas ou escolha Obter Ajuda sobre “configurações
de fonte” para abrir o visualizador da Ajuda.

80
INFORMÁTICA BÁSICA

Faça um tour do Word 2016

Quando o Word abrir, clique em Faça um tour ou digite “Bem-vindo ao Word” na caixa Pesquisar modelos online. O
modelo Bem-vindo ao Word é aberto.
Este documento permite que você explore cinco áreas:
- Usar guias dinâmicas de layout e alinhamento
- Colaborar no Modo de Exibição Marcação Simples
- Inserir Imagens e Vídeos Online
- Desfrutar da Leitura
- Editar conteúdo em PDF no Word

Criando um documento

Quando você abre o Word, a galeria de documentos é exibida, permitindo que você escolha o modelo de documento
em branco ou um dos vários outros modelos.

81
INFORMÁTICA BÁSICA

Utilizando um modelo

Quando você inicia um aplicativo do Office, como o Word, o Excel, o PowerPoint, o Visio ou o Access, a primeira coisa
que você vê é uma lista de modelos que podem ser usados para criar seus arquivos e documentos.
Para encontrar modelos para os aplicativos do Office a qualquer momento, selecione Arquivo > Novo. Veja um exemplo
de como isso é exibido no Word:

Insira uma pesquisa para o tipo de modelo que você está procurando na caixa de pesquisa que diz Procurar modelos
online. Para navegar pelos tipos de modelos populares, selecione qualquer uma das palavras-chave abaixo da caixa de
pesquisa.

Selecione a miniatura de um modelo para ver uma visualização maior de como ele é. Você pode usar as setas em am-
bos os lados da visualização para rolar pelos modelos relacionados. Depois de encontrar um modelo de que você gosta,
selecione Criar.

82
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA : Se você usa um modelo com frequência, pode fixá-lo para que esteja sempre à mão quando você inicia o apli-
cativo do Office. Basta selecionar o ícone de pino que aparece abaixo da miniatura na lista de modelos.

Modos de documento e compatibilidade


Quando você abre um documento no Word 2016, ele se encontra em um destes modos:
- Modo Word 2013-2016
- Modo de Compatibilidade do Word 2010
- Modo de Compatibilidade do Word 2007
- Modo de Compatibilidade do Word 97-2003
Caso você veja o Modo de Compatibilidade na barra de título, saiba como descobrir em que modo você está:
- Clique em Arquivo > Informações.
- Na seção Inspecionar Documento, clique em Verificar Problemas e em Verificar Compatibilidade.

Clique em Selecionar versões a exibir para verificar se há uma marca de seleção exibida ao lado do nome do modo em
que o documento se encontra.

Ajustar recuos e espaçamento no Word


Quando você quiser fazer alterações precisas nos recuos e no espaçamento ou quando quiser fazer várias alterações de
uma só vez, use as configurações na guia Recuos e Espaçamento na caixa de diálogo Parágrafo.
Selecione o texto que deseja ajustar.
Clique em Layout e clique na seta para o iniciador da caixa de diálogo no grupo Parágrafo.

Na guia  Recuos e Espaçamento, escolha as configurações (veja abaixo os detalhes de cada configuração) e clique
em OK.

Opções da caixa de diálogo Parágrafo


Escolha uma destas opções na caixa de diálogo Parágrafo. Na parte inferior da caixa de diálogo, a caixa Visualiza-
ção mostra a aparência das opções antes que você as aplique.

Geral
Escolha À Esquerda para alinhar o texto à esquerda com uma margem
Alinhamento
direita irregular (ou use o atalho de teclado CTRL+L).
EscolhaCentralizar para centralizar o texto com uma borda esquerda e
direita irregulares (CTRL+E).
EscolhaÀ Direita para alinhar o texto à direita com uma margem esquerda
irregular (CTRL+R).
EscolhaJustificar para alinhar o texto à esquerda e à direita, adicionando
espaço entre as palavras (CTRL+J).
O nível no qual o parágrafo aparece no modo de exibição de Estrutura
Nível da estrutura de tópicos
de Tópicos.
Escolha Recolhido por padrão se quiser que o documento seja aberto
com os títulos recolhidos por padrão.

83
INFORMÁTICA BÁSICA

Recuo
Move-se no lado esquerdo do parágrafo de acordo com quantidade que
Para a Esquerda
você escolher.
Move-se no lado direito do parágrafo de acordo com quantidade que você
Para a Direita
escolher.
Especial Escolha Primeira linha > Por para recuar a primeira linha de um parágrafo.
Escolha Deslocamento > Por para criar um recuo deslocado.
Quando você escolher isso, Esquerda e Direita tornam-se Dentro e Fora.
Espelhar recuos
Isso é para impressão de estilo de livro.
Espaçamento
Antes Ajusta a quantidade de espaço antes de um parágrafo.
Depois Ajusta a quantidade de espaço após um parágrafo
Espaçamento entre linhas Escolha Simples para texto com espaçamento simples.
Escolha 1,5 linhas para definir o espaçamento do texto uma vez e meia o do
espaçamento único.
Escolha Duplo para texto com espaçamento duplo.
Escolha Pelo menos > Em para definir a quantidade mínima de espaçamento
necessário para acomodar a maior fonte ou gráfico na linha.
Escolha Exatamente > Em para definir o espaçamento de linha fixa, expresso
em pontos. Por exemplo, se o texto estiver em fonte de 10 pontos, você pode
especificar 12 pontos como o espaçamento entre linhas.
EscolhaMúltiplo > Em para definir o espaçamento de linha como um múltiplo
expresso em números maiores que 1. Por exemplo, definir o espaçamento
entre linhas como 1,15 aumentará o espaço em 15% e definir o espaçamento
entre linhas como 3 aumentará o espaço em 300% (espaçamento triplo).
Escolha Não adicionar espaço entre parágrafos do mesmo estilo quando não
Não adicionar …
quiser espaço adicional entre os parágrafos.

Se você quiser salvar as configurações como padrão, clique em Definir como padrão.

Clicar em Guias… abre a caixa de diálogo Guias, onde você pode definir precisamente as guias.

Inserir imagens
As imagens podem ser inseridas (ou copiadas) a partir de vários locais diferentes, inclusive de um computador, de uma
fonte online como o Bing.com ou de uma página da Web.
Inserir uma imagem a partir de um computador
Clique no local em que deseja inserir a imagem no documento.
Clique em Inserir > Imagens.

Navegue até a imagem que você deseja inserir, selecione-a e clique em Inserir.

OBSERVAÇÃO: Por padrão, o Word insere a imagem em um documento. Mas você pode, de forma alternativa, vincular
seu documento à imagem para reduzir seu tamanho. Para fazê-lo, na caixa de diálogo Inserir Imagem, clique na seta ao lado
de Inserir e clique em Vincular ao Arquivo.

84
INFORMÁTICA BÁSICA

Inserir imagem a partir de uma fonte online


Caso não tenha uma imagem ideal no seu computador, experimente inserir uma a partir de uma fonte online, como o
Bing ou o Flickr.
Clique no local onde deseja inserir a imagem no documento.
Clique em Inserir > Imagens Online.

Na caixa de pesquisa, digite uma palavra ou frase que descreva a imagem desejada e pressione Enter.
Na lista de resultados, clique na imagem desejada e em Inserir.
Inserir uma imagem a partir de uma página da Web
Abra seu documento.
Na página da Web, clique com o botão direito do mouse na imagem que deseja e clique em Copiar.
No seu documento, clique com o botão direito do mouse no local que deseja inserir a imagem e clique em Colar.

Inserir uma tabela


Para inserir rapidamente uma tabela, clique em Inserir > Tabela e mova o cursor sobre a grade até realçar o número
correto de colunas e linhas desejado.

Clique na tabela exibida no documento. Caso seja necessário fazer ajustes, você poderá adicionar colunas e linhas em
uma tabela, excluir linhas ou colunas ou mesclar células.
Quando você clica na tabela, as Ferramentas de Tabela são exibidas.

85
INFORMÁTICA BÁSICA

Use as Ferramentas de Tabela para escolher diferen- Na seção Comportamento de Ajuste Automático, há


tes cores, estilos de tabela, adicionar uma borda a uma três opções para configurar a largura das colunas:
página ou remover bordas de uma tabela. Você pode até Largura fixa da coluna: você pode deixar o Word definir
mesmo inserir uma fórmula para fornecer a soma de uma automaticamente a largura das colunas com Automático
coluna ou linha de números em uma tabela. ou pode definir uma largura específica para todas as co-
Se você tem um texto que ficará melhor em uma tabe- lunas.
la, o Word pode convertê-lo em uma tabela. Ajustar-se automaticamente ao conteúdo: isso cria co-
Inserir tabelas maiores ou tabelas com comportamen- lunas muito estreitas que são expandidas conforme você
tos de largura personalizada adiciona conteúdo.
Para obter tabelas maiores e mais controle sobre as co- Ajustar-se automaticamente à janela: isso mudará au-
lunas, use o comando Inserir Tabela. tomaticamente a largura de toda a tabela para ajustar-se
ao tamanho de seu documento.
Se quiser que as tabelas criadas tenham uma aparência
semelhante à da tabela que você está criando, marque a
caixa Lembrar dimensões para novas tabelas.
Projetar sua própria tabela
Se quiser ter mais controle sobre a forma das colunas e
linhas de sua tabela ou algo diferente de uma grade básica,
a ferramenta Desenhar Tabela ajuda a desenhar exatamen-
te a tabela que você deseja.

Assim, você pode criar uma tabela com mais de dez


colunas e oito linhas, além de definir o comportamento de
largura das colunas.
Clique em Inserir > Tabela > Inserir Tabela.
Defina o número de colunas e linhas.

Você mesmo pode desenhar linhas diagonais e células


dentro das células.
Clique em Inserir > Tabela > Desenhar Tabela. O pon-
teiro é alterado para um lápis.
Desenhe um retângulo para fazer as bordas da tabela.
Depois, desenhe linhas para as colunas e linhas dentro do
retângulo.

86
INFORMÁTICA BÁSICA

Para apagar uma linha, clique na guia Layout de Ferramentas de Tabela, clique em Borracha e clique na linha que você
quer apagar.

Adicionar um cabeçalho ou rodapé


Você pode adicionar muito mais além de números de página aos seus cabeçalhos ou rodapés. Mas para começar, veja
como criar e personalizar um cabeçalho ou rodapé simples.
Clique em Inserir e depois clique em Cabeçalho ou Rodapé.

Dezenas de layouts internos são exibidos. Percorra-os e clique naquele que você deseja.
O espaço de cabeçalho e rodapé será aberto em seu documento, junto com as Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé.
Você precisa fechar as Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé para poder editar o corpo do seu documento novamente.
Digite o texto desejado no cabeçalho ou no rodapé. A maioria dos cabeçalhos e rodapés tem texto do espaço reservado
(por exemplo, “Título do documento”) que você pode digitar diretamente sobre.
DICA: Escolha entre as Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé para adicionar mais ao seu cabeçalho ou rodapé, como
data e hora, uma imagem e o nome do autor ou outras informações do documento. Você também pode selecionar opções
para cabeçalhos diferentes em páginas pares e ímpares, além de indicar que não deseja que o cabeçalho ou rodapé apareça
na primeira página.
Quando terminar, clique em Fechar Cabeçalho e Rodapé.

87
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA: Sempre que você quiser abrir as Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé, clique duas vezes dentro da área de ca-
beçalho ou rodapé.

Adicionar números de página a um cabeçalho ou rodapé no Word


OBSERVAÇÃO: Se você não tiver um cabeçalho ou rodapé, ou se você tiver um cabeçalho ou rodapé que você não
queira manter, para adicionar rapidamente números de página, clique em Inserir > Número de Página e selecione o tipo de
número da página desejado. Isso substituirá qualquer cabeçalho ou rodapé existente.
Se o documento já tem cabeçalhos ou rodapés, você pode usar o código de campo de Número da Página para adicio-
nar números de página sem substituir os cabeçalhos ou rodapés.
Com mais uma etapa, você poderá exibir o número de página como Página X de Y.
Usar o código Campo de página para adicionar números de página a um cabeçalho ou rodapé
Clique duas vezes na área do cabeçalho ou rodapé (próxima à parte superior da ou inferior da página). Isso abre a
guiaDesign em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé.

Posicione o cursor onde você deseja adicionar o número da página. Para colocar o número da página no centro ou no
lado direito da página, faça o seguinte:
Para colocar o número de página no centro, na guia Design, clique em Inserir Tabulação de Alinhamento >Centrali-
zar > OK.
Para colocar o número de página no lado direito da página, na guia Design, clique em Inserir Tabulação de Alinhamen-
to > Direita > OK.
Na guia Inserir, clique em Partes Rápidas e Campo.

Na lista Nomes de campos, clique em Página e em OK.

OBSERVAÇÕES: Para mostrar os números de página como Página X de Y, faça o seguinte:


Digite de após o número de página que você acabou de adicionar.
Na guia Inserir, clique em Partes Rápidas e Campo.

88
INFORMÁTICA BÁSICA

Na lista Nomes de campos, clique em NumPages e em OK.


Para alterar o formato de numeração, na guia Design (em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé), clique em Número de
Página > Formatar Números de Página.

Para retornar ao corpo do documento, clique em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé > Fechar Cabeçalho e Rodapé.

Adicionar números de página no Word


Clique em Inserir > Número de Página, clique em um local (como o Início da Página) e escolha um estilo. O Word nu-
mera as páginas de forma automática.

Quando concluir, clique em Fechar Cabeçalho e Rodapé ou clique duas vezes em qualquer lugar fora da área do cabe-
çalho ou do rodapé.

DICA : O Word numera as páginas de forma automática, mas você pode alterar essa opção se preferir. Por exemplo, caso
não pretenda exibir o número da página na primeira página do documento, clique duas vezes ou dê um toque duplo na
parte superior ou inferior da página para abrir as ferramentas de cabeçalho e rodapé na guia Design e marque a caixa Pri-
meira Página Diferente. Escolha Inserir > Número da Página > Formatar Números de Página para saber mais.

89
INFORMÁTICA BÁSICA

Salvar um documento no Word 2016


O local escolhido para salvar seu documento depende da forma como você planeja usá-lo. Para acessar um documento
em praticamente qualquer lugar, compartilhá-lo com outras pessoas ou trabalhar em conjunto com outras pessoas em
tempo real, salve-o online. Mas onde você deve salvá-lo? Veja algumas dicas para ajudá-lo a decidir:
Use o site de equipe do OneDrive for Business ou do SharePoint para documentos que serão usados por seus colegas.
Escolha uma pasta pessoal do OneDrive para documentos particulares que somente você pode ver ou que deseja com-
partilhar com seus amigos e familiares.
Se pretende trabalhar com um documento no computador que você está usando atualmente, salve em uma pasta neste
computador.

Decida onde salvar seu documento

Use a tabela a seguir para ajudá-lo a escolher um local para salvar seu documento:

LOCAL PARA
USE ESTE PROCEDIMENTO QUANDO QUISER...
SALVAR
Salvar um documento comercial que você provavelmente desejará compartilhar mais tarde
OneDrive
com parceiros de fora de sua equipe ou organização. As opções de compartilhamento
-Organização
permitem escolher as pessoas que você deseja permitir que exibam ou editem o documento.
Salvar um documento comercial que você deseja compartilhar com sua equipe. Para mantê-
Sites -Organização
lo privado, coloque-o em uma biblioteca que não seja compartilhada com outras pessoas.
Salvar um documento pessoal que você deseja manter privado ou que deseja compartilhar
OneDrive - Pessoal
com amigos e familiares.
Salvar um documento em uma pasta no seu computador. Escolha Este PC e escolha uma
Este PC
pasta.
Adicionar um novo local online. Escolha Adicionar um Local e toque ou clique em SharePoint
adicionar um local
do Office 365ou OneDrive.

90
INFORMÁTICA BÁSICA

Salvando Arquivos
É importante ao terminar um documento, ou durante a digitação do mesmo, quando o documento a ser criado é longo,
salvar seu trabalho. Salvar consiste em armazenar se documento em forma de arquivo em seu computador, pendrive, ou
outro dispositivo de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no botão salvar no topo da tela. Será aberta uma
tela onde você poderá definir o nome, local e formato de seu arquivo.

Observe na janela de salvar que o Word procura salvar seus arquivos na pasta Documents do usuário, você pode mudar
o local do arquivo a ser salvo, pela parte esquerda da janela. No campo nome do arquivo, o Word normalmente preenche
com o título do documento, como o documento não possui um título, ele pega os primeiros 255 caracteres e atribui como
nome, é aconselhável colocar um nome menor e que se aproxime do conteúdo de seu texto. “Em Tipo a maior mudança, até
versão 2003, os documentos eram salvos no formato”. DOC”, a partir da versão 2010, os documentos são salvos na versão”.
DOCX”, que não são compatíveis com as versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter ele compatível com
versões anteriores do Word, clique na direita dessa opção e mude para Documento do Word 97-2003.

Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra de títulos.

91
INFORMÁTICA BÁSICA

Abrindo um arquivo do Word


Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.

Na esquerda da janela, o botão abrir é o segundo abaixo de novo, observe também que ele mostra uma relação de
documentos recentes, nessa área serão mostrados os últimos documentos abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao
clicar em abrir, será necessário localizar o arquivo no local onde o mesmo foi salvo.

Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro local ou outro nome, clique no botão Office e escolha Salvar
Como.

Visualização do Documento

Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento. No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·.
Anterior a este controle de zoom temos os botões de forma de visualização de seu documento, que podem
também ser acessados pela Aba Exibir.

92
INFORMÁTICA BÁSICA

Os cinco primeiros botões são os mesmos que temos Configuração de Documentos


em miniaturas no rodapé.
• Layout de Impressão: Formato atual de seu docu- Um dos principais cuidados que se deve ter com seus
mento é o formato de como seu documento ficará na folha documentos é em relação à configuração da página. A
impressa. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) possui
• Modo de leitura: Ele oculta as barras de seu docu- um manual de regras para documentações, então é comum
mento, facilitando a leitura em tela, observe que no rodapé escutar “o documento tem que estar dentro das normas”,
do documento à direita, ele possui uma flecha apontado não vou me atentar a nenhuma das normas especificas, po-
para a próxima página. Para sair desse modo de visualiza- rém vou ensinar como e onde estão as opções de configu-
ção, clique no botão fechar no topo à direita da tela. ração de um documento.
• Layout da Web: Aproxima seu texto de uma visua- No Word 2016 a ABA que permite configurar sua pági-
lização na Internet, esse formato existe, pois muitos usuá- na é a ABA Layout da Página.
rios postam textos produzidos no Word em sites e blogs
na Internet.
• Estrutura de Tópicos: Permite visualizar seu docu-
mento em tópicos, o formato terá melhor compreensão
quando trabalharmos com marcadores.
• Rascunho: É o formato bruto, permite aplicar di-
versos recursos de produção de texto, porém não visualiza
como impressão nem outro tipo de meio.

O terceiro grupo de ferramentas da Aba exibição per-


mite trabalhar com o Zoom da página. Ao clicar no botão
Zoom o Word apresenta a seguinte janela:

Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido,


ou colocarmos a porcentagem desejada, podemos visuali-
zar o documento em várias páginas. E finalizando essa aba
temos as formas de exibir os documentos aberto em uma
mesma seção do Word.

93
INFORMÁTICA BÁSICA

O grupo “Configurar Página”, permite definir as mar-


gens de seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-
-definidos, como também personalizá-las.
Ao personalizar as margens, é possível alterar as mar-
gens superior, esquerda, inferior e direita, definir a orien-
tação da página, se retrato ou paisagem, configurar a fora
de várias páginas, como normal, livro, espelho. Ainda nessa A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A primei-
mesma janela temos a guia Papel. ra opção dessa guia chama-se seção. Aqui se define como
será uma nova seção do documento, vamos aprender mais
frente como trabalhar com seções.
Em cabeçalhos e rodapés podemos definir se vamos
utilizar cabeçalhos e rodapés diferentes nas páginas pares
e ímpares, e se quero ocultar as informações de cabeçalho
e rodapé da primeira página. Em Página, pode-se definir o
alinhamento do conteúdo do texto na página. O padrão é
o alinhamento superior, mesmo que fique um bom espaço
em branco abaixo do que está editado. Ao escolher a op-
ção centralizada, ele centraliza o conteúdo na vertical. A
opção números de linha permite adicionar numeração as
linhas do documento.

Colunas

Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de


alimentação do papel.

94
INFORMÁTICA BÁSICA

Ao clicar em mais Colunas, é possível personalizar as Para adicionar gradiente, textura, padrão ou imagem,
suas colunas, o Word disponibiliza algumas opções pré-de- clique em Efeitos de Preenchimento e, em seguida, clique
finidas, mas você pode colocar em um número maior de nas guias Gradiente, Textura, Padrão ou Imagem para sele-
colunas, adicionar linha entre as colunas, definir a largura cionar as opções desejadas.
e o espaçamento entre as colunas. Observe que se você Os padrões e texturas são replicados (ou organizados
pretende utilizar larguras de colunas diferentes é preciso lado a lado) para preencher a página toda. Se você salvar
desmarcar a opção “Colunas de mesma largura”. Atente um documento como página Web, as texturas serão salvas
também que se preciso adicionar colunas a somente uma como arquivos JPEG e os padrões e gradientes como ar-
parte do texto, eu preciso primeiro selecionar esse texto. quivos PNG.
Remover a cor da tela de fundo
Para remover a cor da página, clique em Design > Cor
da Página > Sem Cor.

Adicionar uma imagem como marca d’água em tela


de fundo no Word 2016 para Windows
Adicionar uma marca d’água de imagem é uma ótima
maneira de aplicar uma marca em seu documento com um
logotipo ou adicionar uma tela de fundo atraente. Para in-
serir uma imagem de tela de fundo rapidamente, adicione-
-o como uma marca d’água personalizada. Se você quiser
mais opções para ajustar a imagem de tela de fundo, insi-
Alterar a cor ou a tela de fundo no Word 2016 para ra-a como um cabeçalho.
Windows
Para aumentar o apelo visual do documento, adicione
uma cor da tela de fundo usando o botão Cor da Página.
Você também pode adicionar uma imagem como marca
d’água de tela de fundo.

Alterar a cor do plano de fundo


Clique em Design > Cor da Página.
Escolha a cor que deseja em Cores do Tema ou Cores
Padrão.

Adicionar uma imagem de tela de fundo como uma


marca d’água
Este método é rápido, mas ele não lhe dá muitas op-
ções para a formatação da imagem.
Clique em Design > Marca D’água.

Caso não veja a cor desejada, clique em Mais Cores e Clique em Marca D’água Personalizada.
escolha a cor desejada usando qualquer uma das opções Clique em Marca d’água de imagem > Selecionar Ima-
da caixa Cores. gem.

95
INFORMÁTICA BÁSICA

Procure (ou pesquise) a imagem desejada e clique em Inserir.


Selecione uma porcentagem em Escala para inserir a imagem com um tamanho específico. Verifique se colocou uma
porcentagem grande o suficiente para preencher a página ou simplesmente selecione Automático.
Marque a caixa de seleção Desbotar para clarear a imagem de modo que não interfira no texto.
Clique em OK.
Adicionar uma imagem de tela de fundo com mais opções de formatação
Inserir uma imagem de tela de fundo como um cabeçalho é um pouco mais complexo, mas oferece mais opções de
ajuste de fotos.
Clique em Inserir > Cabeçalho > Editar Cabeçalho.
Na guia Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé, clique em Imagens.
Vá até a imagem e clique em Inserir.
Na guia Ferramentas de Imagem, clique em Posição e clique na opção centralizada em Com Quebra Automática de
Texto.
Em Ferramentas de Imagem, clique em Quebra de Texto Automática > Atrás do Texto.
Em Ferramentas de Imagem, selecione as opções desejadas no grupo Ajustar. Por exemplo, para dar à imagem uma
aparência desbotada para que ela não compita com o texto, clique em Cor e, em Recolorir, clique na opção Desbotar:

Clique em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé > Fechar Cabeçalho e Rodapé


Selecionando Textos
Embora seja um processo simples, a seleção de textos é indispensável para ganho de tempo na edição de seu texto.
Através da seleção de texto podemos mudar a cor, tamanho e tipo de fonte, etc.

Selecionando pelo Mouse


Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o cursor aponta para a direita.
• Ao dar um clique ele seleciona toda a linha
• Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o parágrafo.
• Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
• Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi clicado
• Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a palavra.
• Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o parágrafo
Podemos também clicar, manter o mouse pressionado e arrastar até onde se deseja selecionar. O problema é que se o

96
INFORMÁTICA BÁSICA

mouse for solto antes do desejado, é preciso reiniciar o processo, ou pressionar a tecla SHIFT no teclado e clicar ao final da
seleção desejada. Podemos também clicar onde começa a seleção, pressionar a tecla SHIFT e clicar onde termina a seleção.
É possível selecionar palavras alternadas. Selecione a primeira palavra, pressione CTRL e vá selecionando as partes do texto
que deseja modificar.

Copiar e Colar
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que qualquer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho
CTRL+C (copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o primeiro grupo na ABA Pagina Inicial.

Este é um processo comum, porém um cuidado importante é quando se copia texto de outro tipo de meio como, por
exemplo, da Internet. Textos na Internet possuem formatações e padrões deferentes dos editores de texto. Ao copiar um
texto da Internet, se você precisa adequá-lo ao seu documento, não basta apenas clicar em colar, é necessário clicar na
setinha apontando para baixo no botão Colar, escolher Colar Especial.

Observe na imagem que ele traz o texto no formato HTML. Precisa-se do texto limpo para que você possa manipulá-lo,
marque a opção Texto não formatado e clique em OK.

Localizar e Substituir
Ao final da ABA Pagina Inicial temos o grupo edição, dentro dela temos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique
na opção Substituir.

97
INFORMÁTICA BÁSICA

A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir e Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite subs-
tituir em seu documento uma palavra por outra. A substituição pode ser feita uma a uma, clicando em substituir, ou pode
ser todas de uma única vez clicando-se no botão Substituir Tudo.
Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela mesma, porém com outra cor, ou então somente quando
escrita em maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
• Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pesquisa;
• Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
• Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não parte de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
• Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você
digitou *ão o Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão.
• Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonoridade, mas escrita diferente. Disponível somente para pa-
lavras em inglês.
• Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da palavra, não será permitida se as opções usar caractere
coringa e semelhantes estiverem marcadas.
• Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especificado como formatação.
• Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar. A caixa de seleção usar caracteres curinga.

Formatação de texto

Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibilidade de se formatar o texto. No Office 2016 a ABA res-
ponsável pela formatação é a Página Inicial e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.

Formatação de Fonte

A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para
formatar uma palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é necessário selecionar o texto, se quiser formatar
somente uma letra também é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível o tipo de letra, tamanho, botões
de aumentar fonte e diminuir fonte, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao lado de sublinhado
temos uma seta apontando para baixo, ao clicar nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.

98
INFORMÁTICA BÁSICA

Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Ta-


chado – que coloca um risco no meio da palavra, botão
subscrito e sobrescrito e o botão Maiúsculas e Minúsculas.

Podemos definir a escala da fonte, o espaçamento en-


tre os caracteres que pode ser condensado ou comprimido,
Este botão permite alterar a colocação de letras maiús- a posição é referente ao sobrescrito e subscrito, permitindo
culas e minúsculas em seu texto. Após esse botão temos que se faça algo como: .
o de realce – que permite colocar uma cor de fundo para
realçar o texto e o botão de cor do texto.

Podemos também clicar na Faixa no grupo Fonte.

A janela fonte contém os principais comandos de for-


matação e permite que você possa observar as alterações
antes de aplica. Ainda nessa janela temos a opção Avan-
çado.

99
INFORMÁTICA BÁSICA

Kerning: é o acerto entre o espaço dentro das palavras, Cor do Preenchimento do Parágrafo.
pois algumas vezes acontece de as letras ficaram com es-
paçamento entre elas de forma diferente. Uma ferramenta
interessante do Word é a ferramenta pincel, pois com ela
você pode copiar toda a formatação de um texto e aplicar
em outro.

Formatação de parágrafos
A principal regra da formatação de parágrafos é que
independentemente de onde estiver o cursor a formatação
será aplicada em todo o parágrafo, tendo ele uma linha
ou mais. Quando se trata de dois ou mais parágrafos será
necessário selecionar os parágrafos a serem formatados. A
formatação de parágrafos pode ser localizada na ABA Pá-
gina Inicial, e os recuos também na ABA Layout da Página.

Bordas no parágrafo.

No grupo da Guia Página Inicial, temos as opções de


marcadores (bullets e numeração e listas de vários níveis),
diminuir e aumentar recuo, classificação e botão Mostrar
Tudo, na segunda linha temos os botões de alinhamentos:
esquerda, centralizado, direita e justificado, espaçamento
entre linhas, observe que o espaçamento entre linhas pos-
sui uma seta para baixo, permitindo que se possa definir
qual o espaçamento a ser utilizado.

Marcadores e Numeração

Os marcadores e numeração fazem parte do grupo


parágrafos, mas devido a sua importância, merecem um
destaque. Existem dois tipos de marcadores: Símbolos e
Numeração.

100
INFORMÁTICA BÁSICA

A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto Onde você poderá escolher a Fonte (No caso acon-
tenha níveis de marcação como, por exemplo, contratos e selha-se a utilizar fontes de símbolos como a Winddings,
petições. Os marcadores do tipo Símbolos como o nome já Webdings), e depois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você
diz permite adicionar símbolos a frente de seus parágrafos. poderá utilizar uma imagem do Office, e ao clicar no botão
Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar importar, poderá utilizar uma imagem externa.
antes do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressio-
nar a tecla TAB no teclado. Bordas e Sombreamento
Podemos colocar bordas e sombreamentos em nosso
texto. Podem ser bordas simples aplicadas a textos e pará-
grafos. Bordas na página como vimos quando estudamos a
ABA Layout da Página e sombreamentos. Selecione o texto
ou o parágrafo a ser aplicado à borda e ao clicar no botão
de bordas do grupo Parágrafo, você pode escolher uma
borda pré-definida ou então clicar na última opção Bordas
e Sombreamento.
Você pode observar que o Word automaticamente Podemos começar escolhendo uma definição de borda
adicionou outros símbolos ao marcador, você pode alte- (caixa, sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada
rar os símbolos dos marcadores, clicando na seta ao lado uma das bordas na direita onde diz Visualização. Pode-se
do botão Marcadores e escolhendo a opção Definir Novo pelo meio da janela especificar cor e largura da linha da
Marcador. borda. A Guia Sombreamento permite atribuir um preen-
chimento de fundo ao texto selecionado. Você pode es-
colher uma cor base, e depois aplicar uma textura junto
dessa cor.

Data e Hora
O Word Permite que você possa adicionar um campo
de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no
grupo Texto, temos o botão Data e Hora.

Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:

Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK.


Se precisar que esse campo sempre atualize data, marque
a opção Atualizar automaticamente.

101
INFORMÁTICA BÁSICA

Inserindo Elementos Gráficos

O Word permite que se insira em seus documentos arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as opções
de inserção estão disponíveis na ABA Inserir, grupo ilustrações.

Formas

Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do texto

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir
as suas dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as propriedades para modificar a forma.

SmartArt

O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu documento. Basta selecionar o tipo de organograma a ser
trabalhado e clique em OK.

102
INFORMÁTICA BÁSICA

WordArt

Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele
ainda mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt
Selecione um formato de WordArt e clique sobre ele.

Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt

Um dos grupos é o Texto, nesse grupo podemos editar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No
grupo Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar
e Tamanho.

Controlar alterações no Word


Quando quiser verificar quem está fazendo alterações em seu documento, ative o recurso Controlar Alterações.
Clique em Revisar > Controlar Alterações.

Agora, o Word está no modo de exibição Marcação Simples. Ele marca todas as alterações feitas por qualquer pessoa
no documento e mostra para você onde elas estão, exibindo uma linha ao lado da margem.

103
INFORMÁTICA BÁSICA

O Word mostra um pequeno balão no local em que Remover alterações controladas


alguém fez um comentário. Para ver o comentário, clique IMPORTANTE:  A única maneira de remover alterações
no respectivo balão. controladas de um documento é aceitá-las ou rejeitá-las.
Ao escolherSem Marcação na caixa Exibir para Revisão aju-
da a ver qual será a aparência do documento final, mas isso
apenas oculta temporariamente as alterações controladas.
As alterações não são excluídas e aparecerão novamente
da próxima vez em que o documento for aberto. Para ex-
cluir permanentemente as alterações controladas, aceite-as
ou rejeite-as.
Para ver as alterações, clique na linha próxima à mar- Clique em Revisar > Próxima > Aceitar ou Rejeitar.
gem. Isso alterna para o modo de exibição Toda a Marca-
ção do Word.

O Word aceita a alteração ou a remove e depois passa


Manter o recurso Controlar Alterações ativado para a próxima alteração.
É possível bloquear o recurso Controlar Alterações com Para excluir um comentário, selecione-o e clique
uma senha para impedir que outra pessoa o desative. (Lem- em Revisão > Excluir. Para excluir todos os comentários,
bre-se da senha para poder desativar esse recurso quando clique em Excluir >Excluir Todos os Comentários do Do-
estiver pronto para aceitar ou rejeitar as alterações.) cumento.
Clique em Revisar. DICA:  Antes de compartilhar a versão final do seu do-
Clique na seta ao lado de Controlar Alterações e clique cumento, é uma boa ideia executar o Inspetor de Docu-
em Bloqueio de Controle. mento. Essa ferramenta verifica comentários e alterações
controladas, além de texto oculto, nomes pessoais em pro-
priedades e outras informações que talvez você não que-
ria compartilhar amplamente. Para executar o Inspetor de
Documento,
Imprimir um documento no Word
Antes de imprimir, você pode visualizar o documento e
especificar as páginas que você deseja imprimir.
Visualizar o documento
No menu Arquivo, clique em Imprimir.
Para visualizar cada página, clique nas setas para frente
e para trás, na parte inferior da página.

Digite uma senha e depois digite-a mais uma vez na


caixa Redigite para confirmar.
Clique em OK.
Enquanto as alterações controladas estiverem blo-
queadas, você não poderá desativar o controle de altera-
ções, nem poderá aceitar ou rejeitar essas alterações.
Para liberar o bloqueio, clique na seta ao lado de Con-
trolar Alterações e clique novamente em Bloqueio de Con-
trole. O Word solicitará que você digite sua senha. Depois Quando o texto é pequeno demais e difícil de ler, use
que você digitá-la e clicar em OK, o recurso Controlar Alte- o controle deslizante de zoom na parte inferior da página
rações continuará ativado, mas agora você poderá aceitar para ampliá-lo.
e rejeitar alterações.

Desativar o controle de alterações


Para desativar esse recurso, clique no botão Controlar
Alterações. O Word deixará de marcar novas alterações,
mas todas as alterações já realizadas continuarão marcadas
no documento até que você as remova.

104
INFORMÁTICA BÁSICA

Escolha o número de cópias e qualquer outra opção No menu Arquivo, clique em Imprimir.


desejada e clique no botão Imprimir. Para imprimir apenas determinadas páginas, algumas
das propriedades do documento ou alterações controladas
e comentários, clique na seta em  Configurações, ao lado
de Imprimir Todas as Páginas (o padrão), para ver todas as
opções.

Para imprimir somente determinadas páginas, siga um


destes procedimentos:
Para imprimir a página mostrada na visualização, sele-
cione a opção Imprimir Página Atual.
Para imprimir páginas consecutivas, como 1 a 3, esco-
lha Impressão Personalizada e insira o primeiro e o último
Imprimir páginas específicas número das páginas na caixa Páginas.
Para imprimir páginas individuais e intervalo de pági-
nas (como a página 3 e páginas 4 a 6) ao mesmo tempo,
escolhaImpressão Personalizada e digite os números das
páginas e intervalos separados por vírgulas (por exemplo,
3, 4-6).

Estilos
Os estilos podem ser considerados formatações pron-
tas a serem aplicadas em textos e parágrafos. O Word dis-
ponibiliza uma grande quantidade de estilos através do
grupo estilos.

105
INFORMÁTICA BÁSICA

Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você clicar em seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um estilo exis-
tente, ele aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém se algum texto estiver selecionado o estilo será aplicado somente ao
que foi selecionado.

Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Título2 em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado so-
mente no texto, o estilo está aplicado ao parágrafo, na linha de baixo o texto foi selecionado, então a aplicação do estilo
foi somente no que estava selecionado. Ao clicar no botão Alterar Estilos é possível acessar a diversas definições de estilos
através da opção Conjunto de Estilos.

Podemos também se necessário criarmos nossos próprios estilos. Clique na Faixa do grupo Estilo.

106
INFORMÁTICA BÁSICA

Será mostrado todos os estilos presentes no documen- Criar um sumário


to em uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela exis- O Word usa os títulos no documento para construir um
tem três botões, o primeiro deles chama-se Novo Estilo, sumário automático que pode ser atualizado quando você
clique sobre ele. altera o texto do título, sequência ou nível.
Clique no local que deseja inserir o índice analítico,
normalmente perto do início de um documento.
Clique em Referências > Sumário e escolha um estilo
de Sumário Automático na lista.
OBSERVAÇÃO: Se você usar um estilo de Sumário Ma-
nual, o Word não utilizará os títulos para criar um sumário
e não será possível atualizá-lo automaticamente. Em vez
disso, o Word usará o texto do espaço reservado para criar
um sumário fictício, e você deverá preencher as entradas
manualmente.

No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo,


defini que ele será aplicado a parágrafos, que a base de
criação dele foi o estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar
um novo parágrafo o próximo será também corpo. Abaixo
definir a formatação a ser aplicada no mesmo. Na parte de
baixo mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e
que o mesmo está disponível somente a este documento.
Ao finalizar clique em OK. Veja um exemplo do estilo apli-
cado:

Criar um sumário no Word 2016


Para criar um sumário que seja fácil de atualizar, apli-
que estilos de título ao texto que deseja incluir no sumário.
Depois disso, o Word vai compilá-lo automaticamente a
partir desses títulos. Caso prefira formatar ou personalizar o sumário, é
Aplicar estilos de título possível fazê-lo. Por exemplo, você pode alterar a fonte, o
Escolha o texto que você deseja incluir no sumário e, número de níveis de título e optar por mostrar linhas pon-
em seguida, na guia Página Inicial, clique em um estilo do tilhadas entre as entradas e os números de página.
título, comoTítulo 1.

Faça isso para todo o texto que você deseja exibir no


sumário.

107
INFORMÁTICA BÁSICA

Verificar ortografia e gramática no Word 2016 para Windows


O Word verifica automaticamente possíveis erros de ortografia e gramaticais à medida que você digita. Se preferir es-
perar para verificar a ortografia e a gramática quando terminar de escrever, você pode desabilitar a verificação ortográfica
e gramatical.
Verificar a ortografia e a gramática ao digitar
O Word verifica e marca automaticamente possíveis erros de ortografia com uma linha ondulada vermelha:

O Word também verifica e marca possíveis erros gramaticais com uma linha ondulada azul:

Se os erros de ortografia e gramática não estiverem marcados, talvez seja necessário habilitar a verificação ortográfica
e gramatical automática.
Quando você vir erros ortográficos ou gramaticais, clique com botão direito do mouse ou mantenha pressionada a
palavra ou a frase e escolha uma das opções para corrigir o erro.
Habilitar (ou desabilitar) a verificação ortográfica e gramatical automática
Clique em Arquivo> Opções> Revisão de Texto.
Você pode optar por verificar a ortografia e a gramática automaticamente, uma ou outra, ambas ou nenhuma delas, ou
até mesmo outras opções, como a verificação ortográfica contextual

Em Exceções para, você pode optar por ocultar os erros de gramática e de ortografia em seu documento aberto ou, se
deixar as opções desmarcadas mas mantiver qualquer uma das opções acima delas marcada, todos os documentos novos
manterão essas configurações.
Clique em OK para salvar suas alterações.

Verificar a ortografia e a gramática ao mesmo tempo


Verificar a ortografia e a gramática no seu documento é útil quando você quer revisar rapidamente seu texto. Você
pode verificar a existência de possíveis erros e então decidir se concorda com o verificador ortográfico e gramatical.
Clique em Revisão > Ortografia e Gramática (ou pressione F7) para iniciar o verificador ortográfico e gramatical e veja
os resultados nos painéis de tarefas de Ortografia e Gramática.

108
INFORMÁTICA BÁSICA

Se o Word encontrar um possível erro, um painel de tarefas será aberto e mostrará as opções de ortografia e gramática:

Para corrigir um erro, siga um destes procedimentos:


Use uma das sugestões Para usar uma das palavras sugeridas, selecione a palavra na lista de sugestões e clique em
Alterar. (Você também pode clicar em Alterar tudo, se souber que usou essa palavra incorretamente em todo o documento,
para não precisar corrigi-la toda vez que ela aparecer.)
Adicionar uma palavra ao dicionário     Se a palavra estiver correta e se for uma que você deseja que o Word e TODOS
os programas do Office reconheçam, clique em Adicionar para adicioná-la ao dicionário. Isso só funciona para palavras com
grafia incorreta. Não é possível adicionar uma gramática personalizada ao dicionário.
Ignorar a palavra    Clique em Ignorar para ignorar apenas aquela ocorrência ou clique em Ignorar Tudo para ignorar
todas as ocorrências da palavra.
Depois de corrigir ou ignorar algo marcado como um possível erro, o Word passa para o próximo. Quando o Word
concluir a revisão do documento, você verá uma mensagem informando que a verificação ortográfica ou gramatical foi
concluída.
Clique em OK para retornar ao documento.
Verificar novamente problemas de ortografia e gramática
Você também pode forçar uma nova verificação das palavras e da gramática que anteriormente foram ignoradas.
Abra o documento que você deseja verificar novamente.
Clique em Arquivo> Opções> Revisão de Texto.
Em Ao corrigir ortografia e a gramática no Word, clique em Verificar Documento Novamente.
Quando você vir uma mensagem, clique em Sim e clique em OK para fechar a caixa de diálogo Opções do Word.
Em seguida, no seu documento, clique em Revisão > Ortografia e Gramática (ou pressione F7).

Proteger um documento com senha


Ajude a proteger um documento confidencial contra edições indesejadas atribuindo uma senha. Também é possível
evitar que um documento seja aberto.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Documento > Criptografar com Senha.

109
INFORMÁTICA BÁSICA

Habilitar macros no modo de exibição Backstage


Outra maneira de habilitar macros em um arquivo é pos-
sível pelo modo de exibição Microsoft Office Backstage, o
modo de exibição que aparece depois que você clica na guia
Arquivo,quando a Barra de Mensagens amarela é exibida.
Clique na guia Arquivo.
Na área Aviso de Segurança, clique em Habilitar Con-
teúdo.
Em Habilitar Todo o Conteúdo, clique em Sempre habi-
litar o conteúdo ativo deste documento.
O arquivo se tornará um documento confiável.
A imagem a seguir é um exemplo das opções Habilitar
Conteúdo.

Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e


clique em OK.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e
clique em OK.
Observações :  Habilitar macros uma vez quando o Aviso de Seguran-
Você sempre pode alterar ou remover sua senha. ça for exibido
As senhas diferenciam maiúsculas de minúsculas. Veri- Use as instruções a seguir para habilitar macros en-
fique se a tecla CAPS LOCK está desativada quando digitar quanto o arquivo permanecer aberto. Quando o arquivo
uma senha pela primeira vez. for fechado e, em seguida, reaberto, o aviso aparecerá no-
Se você perder ou esquecer uma senha, o Word não vamente.
conseguirá recuperar suas informações. Portanto, guarde Clique na guia Arquivo.
uma cópia da senha em um local seguro ou crie uma senha Na área Aviso de Segurança, clique em Habilitar Con-
forte da qual se lembrará. teúdo.
Selecione Opções Avançadas.
Habilitar ou desabilitar macros em arquivos do Of- Na caixa de diálogo Opções de Segurança do Micro-
fice soft Office, clique em Habilitar conteúdo para esta sessão
Uma macro é uma série de comandos que podem ser para cada macro.
usados para automatizar uma tarefa repetida e que po- Clique em OK.
dem ser executados durante a tarefa. Este artigo apresenta
informações sobre os riscos envolvidos no trabalho com Alterar configurações de macro na Central de Confia-
macros, e você poderá saber mais sobre como habilitar ou bilidade
desabilitar macros na Central de Confiabilidade. As configurações de macro estão localizadas na Cen-
tral de Confiabilidade. Entretanto, se você trabalha em uma
Habilitar macros quando a Barra de Mensagens for organização, é possível que o administrador do sistema te-
exibida nha alterado as configurações padrão para impedir a alte-
Quando você abre um arquivo que possui macros, a ração das configurações.
barra de mensagens amarela aparece com um ícone de Importante:  Quando você altera as configurações de
escudo e o botão Habilitar Conteúdo. Se você conhecer macro na Central de Confiabilidade, elas são alteradas ape-
a(s) macro(s) como sendo de uma fonte confiável, use as nas no programa do Office usado no momento. As confi-
instruções a seguir: gurações de macro não são alteradas em todos os progra-
Na Barra de Mensagens, clique em Habilitar Conteúdo. mas do Office.
O arquivo é aberto e se trata de um documento con- Clique na guia Arquivo.
fiável. Clique em Opções.
A imagem a seguir é um exemplo da Barra de Mensa- Clique em Central de Confiabilidade e em Configura-
gens quando há macros no arquivo. ções da Central de Confiabilidade.
Na Central de Confiabilidade, clique em Configurações
de Macro.
Faça as seleções desejadas.
Clique em OK.
A imagem a seguir é a área Configurações de Macro da
Central de Confiabilidade.

110
INFORMÁTICA BÁSICA

Use as informações da seção a seguir para saber mais sobre as configurações de macro.

Configurações de macro explicadas


Desabilitar todas as macros sem notificação     As macros e os alertas de segurança sobre macros serão desabilitados.
Desabilitar todas as macros com notificação     As macros serão desabilitadas, mas os alertas de segurança serão exibi-
dos, se houverem macros. Habilite-as, uma de cada vez.
Desabilitar todas as macros, exceto as digitalmente assinadas     As macros são desabilitadas, mas alertas de segurança
serão apresentados se houver macros. No entanto, se a macro estiver assinada digitalmente por um fornecedor confiável,
ela será executada se você confiar no fornecedor. Se não confiar no fornecedor, você será notificado para habilitar a macro
assinada e confiar no fornecedor.
Habilitar todas as macros (não recomendável, pois pode executar um código potencialmente perigoso)     Todas as ma-
cros serão executadas. Essa configuração deixa seu computador vulnerável a códigos potencialmente mal intencionados.
Confiar no acesso ao modelo de objeto do projeto do VBA     Permitir ou não permitir o acesso programático ao modelo
de objeto do Visual Basic for Applications (VBA) de um cliente de automação. Esta opção de segurança destina-se a código
escrito para automatizar um programa do Office e manipular o ambiente e o modelo de objeto VBA.É uma configuração
definida por usuário e por aplicativo, e nega o acesso por padrão, impedindo que programas não autorizados compilem
código de replicação automática prejudicial. Para que os clientes de automação acessem o modelo de objeto do VBA, o
usuário que executa o código deve conceder acesso. Para ativar o acesso, marque a caixa de seleção.
Observação : O Microsoft Publisher e o Microsoft Access não têm a opção Confiar no acesso ao modelo de objeto do
projeto do VBA.

O que são macros, quem são suas criadoras e qual é o risco de segurança?
As macros automatizam tarefas que são usadas frequentemente para economizar o tempo de pressionamento de teclas
e ações do mouse. Muitas macros foram criadas com o uso do VBA (Visual Basic for Applications) e gravadas por desenvol-
vedores de software. No entanto, algumas macros podem representar um possível risco para a segurança. Um usuário mal-
-intencionado, também conhecido como hacker, pode introduzir uma macro destrutiva em um arquivo que possa espalhar
vírus no computador ou na rede da sua organização.

Criar ou executar uma macro


Para poupar tempo em tarefas que você costuma realizar com frequência, compacte as etapas em uma macro. Em pri-
meiro lugar, grave a macro. Em seguida, você poderá executá-la clicando em um botão da Barra de Ferramentas de Acesso
Rápido ou pressionando uma combinação de teclas. Isso dependerá de como você a configurar.
Vamos começar com a configuração do botão.

111
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique em Exibir > Macros > Gravar Macro. Clique na nova macro (cujo nome é algo do tipo Nor-
mal.NovasMacros.<nome da sua macro>) e clique em Adi-
cionar.

Digite um nome para a macro.

Clique em Modificar.

Para usar essa macro em qualquer novo documento


que você criar, verifique se a caixa Armazenar macro em
exibe Todos os Documentos (Normal.dotm).

Para executar uma macro quando você clicar em um


botão, clique em Botão.

112
INFORMÁTICA BÁSICA

Escolha uma imagem de botão, digite o nome deseja- Clique em Exibir > Macros > Gravar Macro.
do e clique em OK duas vezes.

Digite um nome para a macro.

Agora, chegou a hora de gravar as etapas. Clique nos


comandos ou pressione as teclas para cada etapa na tarefa.
O Word grava seus cliques e pressionamentos de teclas.
Observação : Use o teclado para selecionar texto en-
quanto você grava a macro. Macros não gravam seleções
feitas com o mouse. Para usar essa macro em qualquer novo documento
Para parar de gravar, clique em Exibir > Macros > Parar que você criar, verifique se a caixa Armazenar macro em
Gravação. exibe Todos os Documentos (Normal.dotm).

O botão da sua macro aparece na Barra de Ferramen-


tas de Acesso Rápido.

Para executar sua macro quando você pressionar um


atalho do teclado, clique em Teclado.

Para executar a macro, clique no botão.


Criar uma macro com um atalho do teclado

113
INFORMÁTICA BÁSICA

Digite uma combinação de teclas na caixa Pressione a Clique em Exibir > Macros > Exibir Macros.
nova tecla de atalho.
Verifique se essa combinação já não está atribuída a
outro item. Se estiver, tente uma combinação diferente.
Para usar esse atalho de teclado em qualquer novo do-
cumento criado, verifique se a caixa Salvar alterações em
indica Normal.dotm.
Clique em Atribuir.
Agora, chegou a hora de gravar as etapas. Clique nos
comandos ou pressione as teclas para cada etapa na tarefa.
O Word grava seus cliques e pressionamentos de teclas.
Observação: Use o teclado para selecionar texto en-
quanto você grava a macro. Macros não gravam seleções
feitas com o mouse.
Para parar de gravar, clique em Exibir > Macros > Parar Clique em Organizador.
Gravação.

Para executar a macro, pressione as teclas de atalho do


teclado.

Executar uma macro Clique na macro que você quer adicionar ao modelo
Para executar uma macro, clique no botão na Barra de Normal.dotm e clique em Copiar.
Ferramentas de Acesso Rápido, pressione o atalho de te- Adicionar um botão de macro à faixa de opções
clado ou executar a macro a partir da lista de Macros. Clique em Arquivo > Opções > Personalizar Faixa de
Clique em Exibir > Macros > Exibir Macros. Opções.
Em Escolher comandos de, clique em Macros.
Clique na macro desejada.
Em Personalizar a faixa de opções, clique na guia e no
grupo personalizado onde você quer adicionar a macro.
Se não tiver um grupo personalizado, clique em Novo
Grupo e depois clique em Renomear e digite um nome
para o seu grupo personalizado.
Clique em Adicionar.
Clique em Renomear para escolher uma imagem para
a macro e digitar o nome desejado.
Clique em OK duas vezes.

Na lista em Nome da macro, clique na macro a ser exe-


cutada.
Clique em Executar.
Disponibilizar uma macro em todos os documentos
Para disponibilizar uma macro de um documento em
todos os novos documentos, adicione-a ao modelo Nor-
mal.dotm.
Abra o documento que contém a macro.

114
INFORMÁTICA BÁSICA

Integração com planilhas


A integração entre diversos aplicativos, sempre foi uma das principais características da suíte Office da Microsoft. Na
versão 2016, além de importar documentos prontos, é possível criar pequenas janelas de outros programas e simular sua
funcionalidade plena.
A partir de um documento do Word, por exemplo, você pode criar planilhas usufruindo dos mesmos recursos do Excel,
contando até com a Barra de tarefas do programa. Em vez de abrir dois programas, esta dica permite que você permaneça
na interface do Word, facilitando seu trabalho.
Dentro da aba “Inserir”, clique sobre a opção “Tabela” e escolha “Planilha do Excel”:

Ao invés de uma tabela comum, o que você encontra é uma verdadeira miniatura do Excel com todos os recursos do
aplicativo.

Repare que até a Barra de ferramentas tradicional do Word dá espaço para a o editor de planilhas. Basta selecionar uma
porção do texto ou da planilha para alternar entre as ferramentas de ambos os programas do Office.

Principais Atalhos
CTRL+O Abrir um novo documento em branco
CTRL+A Abrir um arquivo já existente
CTRL+V Colar o texto selecionado ou movido
CTRL+X Recortar o texto selecionado
CTRL+T Selecionar o documento inteiro
CTRL+ENTER Iniciar uma nova página em um mesmo documento
CTRL+N Formata o texto selecionado negrito
CTRL+I Formata o texto selecionado para itálico 
CTRL+S Formata o texto selecionado para sublinhado 
CTRL+J Formata o parágrafo para justificado
CTRL+C Copiar o texto selecionado
CTRL+P Imprimir documento
CTRL+E Formata o parágrafo para centralizado
CTRL+Q Formata o parágrafo para alinhamento à esquerda
CTRL+B ou F12 Salvar como..
CTRL+Z Desfazer a última ação 

115
INFORMÁTICA BÁSICA

CTRL+Y Refazer a última ação  Usar a AutoSoma para adicionar seus dados
CTRL+F10 Maximizar ou restaurar a janela  Ao inserir números em sua planilha, talvez deseje so-
CTRL+D Alterar formatação de caracteres  má-los. Um modo rápido de fazer isso é usar o AutoSoma.
ALT+F4 Sair do Word Selecione a célula à direita ou abaixo dos números que
CTRL+SHIFT+> Aumentar o tamanho da fonte do tex- você deseja adicionar.
to selecionado Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique
CTRL+SHIFT+< Diminuir o tamanho da fonte do texto em AutoSoma no grupo Edição.
selecionado
CTRL+SHIFT+W Aplicar sublinhado somente em pala-
vras
CTRL+ALT+L Aplicar o estilo lista

PLANILHA ELETÔNICA MS EXCEL 2016

Tarefas básicas no Excel2

O Excel é uma ferramenta incrivelmente poderosa para A AutoSoma soma os números e mostra o resultado na
tornar significativa uma vasta quantidade de dados. Mas célula selecionada.
ele também funciona muito bem para cálculos simples e Criar uma fórmula simples
para rastrear de quase todos os tipos de informações. A Somar números é uma das coisas que você poderá fa-
chave para desbloquear todo esse potencial é a grade de zer, mas o Excel também pode executar outras operações
células. As células podem conter números, texto ou fórmu- matemáticas. Experimente algumas fórmulas simples para
las. Você insere dados nas células e as agrupa em linhas e adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir seus valores.
colunas. Isso permite que você adicione seus dados, classi- Escolha uma célula e digite um sinal de igual (=).
fique-os e filtre-os, insira-os em tabelas e crie gráficos in- Isso informa ao Excel que essa célula conterá uma fór-
críveis. Vejamos as etapas básicas para você começar. mula.
Digite uma combinação de números e operadores de
Criar uma nova pasta de trabalho cálculos, como o sinal de mais (+) para adição, o sinal de
Os documentos do Excel são chamados de pastas de menos (-) para subtração, o asterisco (*) para multiplicação
trabalho. Cada pasta de trabalho contém folhas que, nor- ou a barra (/) para divisão.
malmente, são chamadas de planilhas. Você pode adicionar Por exemplo, insira =2+4, =4-2, =2*4 ou =4/2.
quantas planilhas desejar a uma pasta de trabalho ou pode Pressione Enter.
criar novas pastas de trabalho para guardar seus dados se- Isso executa o cálculo.
paradamente. Você também pode pressionar Ctrl+Enter (se você de-
Clique em Arquivo e em Novo. seja que o cursor permaneça na célula ativa).
Em Novo, que em Pasta de trabalho em branco Aplicar um formato de número
Para distinguir entre os diferentes tipos de números,
adicione um formato, como moeda, porcentagens ou da-
tas.
Selecione as células que contêm números que você de-
seja formatar.
Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique na
seta na caixa Geral.

Insira os dados
Clique em uma célula vazia.
Por exemplo, a célula A1 em uma nova planilha. As cé-
lulas são referenciadas por sua localização na linha e na Selecione um formato de número
coluna da planilha, portanto, a célula A1 fica na primeira
linha da coluna A.
Inserir texto ou números na célula.
Pressione Enter ou Tab para se mover para a célula se-
guinte.
2 Fonte: https://support.office.com/pt-br/excel

116
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique em Tabelas, mova o cursor para o botão Tabela para


visualizar seus dados e, em seguida, clique no botão Tabela.

Caso você não veja o formato de número que está pro-


curando, clique em Mais Formatos de Número.

Inserir dados em uma tabela


Um modo simples de acessar grande parte dos recur- Clique na seta   no cabeçalho da tabela de uma coluna.
sos do Excel é colocar os dados em uma tabela. Isso per- Para filtrar os dados, desmarque a caixa de seleção Se-
mite que você filtre ou classifique rapidamente os dados. lecionar tudo e, em seguida, selecione os dados que você
Selecione os dados clicando na primeira célula e arras- deseja mostrar na tabela.
tar a última célula em seus dados.
Para usar o teclado, mantenha a tecla Shift pressionada
ao mesmo tempo em que pressiona as teclas de direção
para selecionar os dados.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.

117
INFORMÁTICA BÁSICA

Para classificar os dados, clique em  Classificar de A a Selecione os dados que você deseja examinar mais de-
Z ou Classificar de Z a A. talhadamente.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.
Explore as opções nas guias  Formatação  e  Minigráfi-
cos para ver como elas afetam os dados.

Por exemplo, selecione uma escala de cores na gale-


ria Formatação para diferenciar as temperaturas alta, média
e baixa.

Quando gostar da opção, clique nela.

Mostrar os dados em um gráfico


A ferramenta Análise Rápida recomenda o gráfico cor-
Clique em OK. reto para seus dados e fornece uma apresentação visual
com apenas alguns cliques.
Mostrar totais para os números Selecione as células contendo os dados que você quer
As ferramentas de Análise Rápida permitem que você mostrar em um gráfico.
totalize os números rapidamente. Se for uma soma, média Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
ou contagem que você deseja, o Excel mostra os resultados direito da seleção.
do cálculo logo abaixo ou ao lado dos números. Clique na guia Gráficos, mova entre os gráficos reco-
Selecione as células que contêm os números que você mendados para ver qual tem a melhor aparência para seus
somar ou contar. dados e clique no que desejar.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.
Clique em Totais, mova o cursos entre os botões para
ver os resultados dos cálculos dos dados e clique no botão
para aplicar os totais.

OBSERVAÇÃO: O Excel mostra diferentes gráficos nesta


galeria, dependendo do que for recomendado para seus
dados.

Salvar seu trabalho


Adicionar significado aos seus dados Clique no botão Salvar na Barra de Ferramentas de
A formatação condicional ou minigráficos podem des- Acesso Rápido ou pressione Ctrl+S.
tacar os dados mais importantes ou mostrar tendências de
dados. Use a ferramenta Análise Rápida para um Visualiza-
ção Dinâmica para experimentar.

118
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA: Você pode localizar asteriscos, pontos de inter-


rogação e caracteres de til (~) nos dados da planilha prece-
dendo-os com um til na caixa Localizar. Por exemplo, para
localizar dados que contenham “?”, use ~? como critério de
Se você salvou seu trabalho antes, está pronto. pesquisa.
Se esta for a primeira vez que você salva este arquivo: Clique em Opções para definir ainda mais a pesquisa e
Em Salvar Como, escolha onde salvar sua pasta de tra- siga um destes procedimentos:
balho e navegue até uma pasta. Para procurar dados em uma planilha ou em uma pasta
Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para a pas- de trabalho inteira, na caixa Em, clique em Planilha ou Pas-
ta de trabalho. ta de Trabalho.
Clique em Salvar. Para pesquisar dados em linhas ou colunas, na cai-
xa Pesquisar, clique em Por Linhas ou Por Colunas.
Imprimir o seu trabalho Para procurar dados com detalhes específicos, na cai-
Clique em Arquivo e, em seguida, clique em Impri- xa Examinar, clique em Fórmulas, Valores ou Comentários.
mir ou pressione Ctrl+P. OBSERVAÇÃO: As opções Fórmulas, Valores e Comen-
Visualize as páginas clicando nas setas Próxima Pági- tários só estão disponíveis na guia Localizar, e somente Fór-
na e Página Anterior. mulas está disponível na guia Substituir.
Para procurar dados que diferenciam maiúsculas de
minúsculas, marque a caixa de seleção Diferenciar maiús-
culas de minúsculas.
Para procurar células que contenham apenas os carac-
A janela de visualização exibe as páginas em preto e teres que você digitou na caixa Localizar, marque a caixa de
branco ou colorida, dependendo das configurações de sua seleção Coincidir conteúdo da célula inteira.
impressora. Se você deseja procurar texto ou números que também
Se você não gostar de como suas páginas serão im- tenham uma formatação específica, clique em  Formato  e
pressas, você poderá mudar as margens da página ou adi- faça as suas seleções na caixa de diálogo Localizar Formato.
cionar quebras de página. DICA: Se você deseja localizar células que correspon-
Clique em Imprimir. dam a uma formato específico, exclua qualquer critério da
caixa Localizar e selecione a célula que contenha a formata-
Localizar ou substituir texto e números em uma ção que você deseja localizar. Clique na seta ao lado de For-
planilha do Excel 2016 para Windows mato, clique em Escolher formato da célula e, em seguida,
Localize e substitua textos e números usando curingas clique na célula que possui a formatação a ser pesquisada.
ou outros caracteres. Você pode pesquisar planilhas, linhas, Siga um destes procedimentos:
colunas ou pastas de trabalho. Para localizar texto ou números, clique em Localizar
Em uma planilha, clique em qualquer célula. Tudo ou Localizar Próxima.
Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Lo- DICA: Quando você clicar em Localizar Tudo, todas as
ocorrências do critério que você estiver pesquisando serão
calizar e Selecionar.
listadas, e você poderá ir para uma célula clicando nela na
lista. Você pode classificar os resultados de uma pesqui-
sa Localizar Tudo clicando em um título de coluna.
Para substituir texto ou números, digite os caracteres
de substituição na caixa Substituir por (ou deixe essa caixa
em branco para substituir os caracteres por nada) e clique
em Localizar ou Localizar Tudo.
OBSERVAÇÃO: Se a caixa Substituir por não estiver dis-
ponível, clique na guia Substituir.
Siga um destes procedimentos: Se necessário, você poderá cancelar uma pesquisa em
Para localizar texto ou números, clique em Localizar. andamento pressionando ESC.
Para localizar e substituir texto ou números, clique Para substituir a ocorrência realçada ou todas as ocor-
em Substituir. rências dos caracteres encontrados, clique em Substi-
Na caixa Localizar, digite o texto ou os números que tuir ou Substituir tudo.
você deseja procurar ou clique na seta da caixa Localizar e, DICA: O Microsoft Excel salva as opções de formatação
em seguida, clique em uma pesquisa recente na lista. que você define. Se você pesquisar dados na planilha nova-
Você pode usar caracteres curinga, como um asterisco mente e não conseguir encontrar caracteres que você sabe
(*) ou ponto de interrogação (?), nos critérios da pesquisa: que estão lá, poderá ser necessário limpar as opções de
Use o asterisco para localizar qualquer cadeia de carac- formatação da pesquisa anterior. Na caixa de diálogo Loca-
teres. Por exemplo, s*r localizará “ser” e “senhor”. lizar e Substituir, clique na guia Localizar e depois em Op-
Use o ponto de interrogação para localizar um único ções para exibir as opções de formatação. Clique na seta
caractere. Por exemplo, s?m localizará “sim” e “som”. ao lado de Formato e clique em Limpar ‘Localizar formato’.

119
INFORMÁTICA BÁSICA

Alterar a largura da coluna e a altura da linha


Em uma planilha, você pode especificar uma largura
de coluna de 0 (zero) a 255. Esse valor representa o núme-
ro de caracteres que podem ser exibidos em uma célula
formatada com a fonte padrãoTE000127106. A largura de
coluna padrão é 8,43 caracteres. Se a largura da coluna for
definida como 0 (zero), a coluna ficará oculta.
Você pode especificar uma altura de linha de 0 (zero) a
409. Esse valor representa a medida da altura em pontos (1
ponto é igual a aproximadamente 1/72 pol. ou 0,035 cm).
A altura de linha padrão é 12,75 pontos (aproximadamente
1/6 pol. ou 0,4 cm). Se a altura da linha for definida como 0
(zero), a linha ficará oculta. Fazer com que a largura da coluna corresponda à de
Se estiver trabalhando no modo de exibição de Layout da outra coluna
Página (guia Exibir, grupo Modos de Exibição da Pasta de Tra- Selecione uma célula da coluna com a largura desejada.
balho, botão Layout da Página), você poderá especificar uma Pressione Ctrl+C ou, na guia Página Inicial, no gru-
largura de coluna ou altura de linha em polegadas. Nesse modo po Área de Transferência, clique em Copiar.
de exibição, a unidade de medida padrão é polegada, mas você
poderá alterá-la para centímetros ou milímetros (Na guia Arqui-
vo, clique em Opções, clique na categoria Avançado e, em Exibir,
selecione uma opção na lista Unidades da Régua).

Definir uma coluna com uma largura específica


Selecione as colunas a serem alteradas.
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
matar.

Clique com o botão direito do mouse na coluna de


destino, aponte paraColar Especial e clique no botão Man-
ter Largura da Coluna Original 

Em Tamanho da Célula, clique em Largura da Coluna.


Na caixa Largura da coluna, digite o valor desejado. Alterar a largura padrão de todas as colunas em uma
Clique em OK. planilha ou pasta de trabalho
DICA: Para definir rapidamente a largura de uma úni- O valor da largura de coluna padrão indica o número
ca coluna, clique com o botão direito do mouse na coluna médio de caracteres da fonte padrão que cabe em uma cé-
selecionada, clique em Largura da Coluna, digite o valor lula. É possível especificar outro valor de largura de coluna
desejado e clique em OK. padrão para uma planilha ou pasta de trabalho.
Alterar a largura da coluna para ajustá-la automatica- Siga um destes procedimentos:
mente ao conteúdo (AutoAjuste) Para alterar a largura de coluna padrão de uma plani-
Selecione as colunas a serem alteradas. lha, clique na guia da planilha.
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For- Para alterar a largura de coluna padrão da pasta de tra-
matar. balho inteira, clique com o botão direito do mouse em uma
guia de planilha e, em seguida, clique em Selecionar Todas
as Planilhas no menu de atalhoTE000127572.

Em Tamanho da Célula, clique em Ajustar Largura da


Coluna Automaticamente.
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
OBSERVAÇÃO: Para ajustar automaticamente de forma
matar.
rápida todas as colunas da planilha, clique no botão Sele-
cionar Tudo e, em seguida, clique duas vezes em qualquer
limite entre dois títulos de coluna.

120
INFORMÁTICA BÁSICA

Definir uma linha com uma altura específica


Selecione as linhas a serem alteradas.
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
matar.

Em Tamanho da Célula, clique em Largura Padrão.


Na caixa Largura padrão da coluna, digite uma nova
medida e clique em OK.
DICA: Para definir a largura de coluna padrão de todas
as novas pastas de trabalho ou planilhas, você poderá criar
um modelo de pasta de trabalho ou de planilha e utilizá-lo Em Tamanho da Célula, clique em Altura da Linha.
como base para as novas pastas de trabalho ou planilhas. Na caixa Altura da linha, digite o valor que você deseja
e, em seguida, clique em OK.
Alterar a largura das colunas com o mouse Alterar a altura da linha para ajustá-la ao conteúdo
Siga um destes procedimentos: Selecione as linhas a serem alteradas.
Para alterar a largura de uma coluna, arraste o limite Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
do lado direito do título da coluna até que ela fique do matar.
tamanho desejado.

Em Tamanho da Célula, clique em AutoAjuste da Altura


Para alterar a largura de várias colunas, selecione as da Linha.
colunas desejadas e arraste um limite à direita do título de DICA: Para ajustar automaticamente de forma rápi-
coluna selecionado. da todas as linhas da planilha, clique no botão Selecionar
Para alterar a largura das colunas a fim de ajustá-la ao Tudo e, em seguida, clique duas vezes no limite abaixo de
conteúdo, selecione as colunas desejadas e clique duas ve- um dos títulos de linha.
zes no limite à direita do título de coluna selecionado.
Para alterar a largura de todas as colunas da planilha,
clique no botãoSelecionar Tudo e arraste o limite de qual-
quer título de coluna.

Alterar a altura das linhas com o mouse


Siga um destes procedimentos:
Para alterar a altura de uma linha, arraste o limite abai-
xo do título da linha até que ela fique com a altura dese-
jada.

121
INFORMÁTICA BÁSICA

Para alterar a altura de várias linhas, selecione as linhas Na caixa de diálogo Formatar Células, na lista Catego-
desejadas e arraste o limite abaixo de um dos títulos de ria, clique em Moedaou Contábil.
linha selecionados.
Para alterar a altura de todas as linhas da planilha, cli-
que no botão Selecionar Tudo e arraste o limite abaixo de
qualquer título de linha.

Para alterar a altura da linha a fim de ajustá-la ao con-


teúdo, clique duas vezes no limite abaixo do título da linha.
Na caixa Símbolo, clique no símbolo de moeda dese-
Formatar números como moeda no Excel 2016 jado.
Para exibir números como valores monetários, forma- OBSERVAÇÃO: Se desejar exibir um valor monetário
te-os como moeda. Para fazer isso, aplique o formato de sem um símbolo de moeda, clique em Nenhum.
número Moeda ou Contábil às células que deseja formatar. Na caixa Casas decimais, insira o número de casas de-
As opções de formatação de número estão disponíveis na cimais desejadas para o número.
guia Página Inicial, no grupo Número. Por exemplo, para exibir R$138.691 em vez de colo-
car R$ 138.690,63 na célula, insira 0 na caixa Casas deci-
mais. Conforme você faz alterações, preste atenção ao nú-
mero na caixa Amostra. Ela mostra como a alteração das
casas decimais afetará a exibição de um número.
Na caixa Números negativos selecione o estilo de exi-
bição que você deseja usar para números negativos.
Se não quiser usar as opções existentes para exibir nú-
meros negativos, você pode criar seu próprio formato de
Formatar números como moeda número.
Você pode exibir um número com o símbolo de moe- OBSERVAÇÃO: A caixa Números negativos não está
da padrão selecionando a célula ou o intervalo de célu- disponível para o formato de número Contábil. O motivo
las e clicando em Formato de Número de Contabilização disso é que constitui prática contábil padrão mostrar nú-
no grupo Número da guia Página Inicial. (Se desejar meros negativos entre parênteses.
aplicar o formato Moeda, selecione as células e pressione Para fechar a caixa de diálogo Formatar Células, clique
Ctrl+Shift+$.) em OK.
Alterar outros aspectos de formatação Se o Excel exibir ##### em uma célula depois que você
Selecione as células que você deseja formatar. aplicar formatação de moeda em seus dados, isso signifi-
Na guia Página Inicial, clique no Iniciador de Caixa de cará que talvez a célula não seja suficientemente larga para
Diálogo ao lado deNúmero. exibir os dados. Para expandir a largura da coluna, clique
duas vezes no limite direito da coluna que contém as cé-
lulas com o erro #####. Esse procedimento redimensiona
automaticamente a coluna para se ajustar ao número. Você
também pode arrastar o limite direito até que as colunas
fiquem com o tamanho desejado.

DICA: Você também pode pressionar Ctrl+1 para abrir


a caixa de diálogoFormatar Células.

122
INFORMÁTICA BÁSICA

Remover formatação de moeda DICA : Em vez de digitar as constantes em sua fórmu-


Selecione as células que têm formatação de moeda. la, você pode selecionar as células que contêm os valores
Na guia Página Inicial, no grupo Número, clique na cai- que deseja usar e inserir os operadores entre as células da
xa de listagem Geral. seleção.
As células formatadas com o formato Geral não têm Pressione Enter.
um formato de número específico. Para adicionar valores rapidamente, você pode usar
a AutoSoma em vez de inserir a fórmula manualmente
Operadores e Funções (guia Página Inicial, grupo Edição ).
Para avançar mais uma etapa, você pode usar as refe-
A função é um método utilizado para tornar mais fácil rências de célula e nomes em vez dos valores reais em uma
e rápido a montagem de fórmulas que envolvem cálculos fórmula simples.
mais complexos e vários valores. Existem funções para os Exemplos
cálculos matemáticos, financeiros e estatísticos. Por exem- Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e co-
plo, na função: =SOMA (A1:A10) seria o mesmo que (A1+ le-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as
A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8+A9+A10), só que com a fun- fórmulas mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2
ção o processo passa a ser mais fácil. Ainda conforme o e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as largu-
exemplo pode-se observar que é necessário sempre iniciar ras das colunas para ver todos os dados.
um cálculo com sinal de igual (=) e usa-se nos cálculos a
referência de células (A1) e não somente valores. Dados
A quantidade de argumentos empregados em uma 2
função depende do tipo de função a ser utilizada. Os ar-
5
gumentos podem ser números, textos, valores lógicos, re-
ferências, etc... Fórmula Descrição Resultado
Adiciona os valores nas
‘=A2+A3 =A2+A3
Operadores células A1 e A2
Subtrai o valor na célula
‘=A2-A3 =A2-A3
Operadores são símbolos matemáticos que permitem A2 do valor em A1
fazer cálculos e comparações entre as células. Os operado- Divide o valor na célula
res são: ‘=A2/A3 =A2/A3
A1 pelo valor em A2
Multiplica o valor na cé-
‘=A2*A3 =A2*A3
lula A1 pelo valor em A2
Eleva o valor na célula A1
‘=A2^A3 ao valor exponencial es- =A2^A3
pecifi cado em A2
Fórmula Descrição Resultado
‘=5+2 Adiciona 5 e 2 =5+2
‘=5-2 Subtrai 2 de 5 =5-2
‘=5/2 Divide 5 por 2 =5/2
‘=5*2 Multiplica 5 vezes 2 =5*2
Eleva 5 à segunda potên-
Criar uma fórmula simples ‘=5^2 =5^2
cia
Você pode criar uma fórmula simples para adicionar,
subtrair, multiplicar ou dividir valores na planilha. As fór- Usar referências de célula em uma fórmula
mulas simples sempre começam com um sinal de igual (=), Ao criar uma fórmula simples ou uma fórmula que usa
seguido de constantes que são valores numéricos e ope- uma função, você pode fazer referência aos dados das cé-
radores de cálculo como os sinais de mais (+), menos (-), lulas de uma planilha incluindo referências de célula nos
asterisco (*) ou barra (/). argumentos da fórmula. Por exemplo, quando você insere
Por exemplo, quando você inserir a fórmula =5+2*3, o ou seleciona a referência de célula A2, a fórmula usa o valor
Excel multiplicará os últimos dois números e adicionará o dessa célula para calcular o resultado. Você também pode
primeiro número ao resultado. Seguindo a ordem padrão fazer referência a um intervalo de células.
das operações matemáticas, a multiplicação e executada Clique na célula na qual deseja inserir a fórmula.
antes da adição.
Na planilha, clique na célula em que você deseja inserir Na barra de fórmulas , digite = (sinal de
a fórmula. igual).
Digite o = (sinal de igual) seguido das constantes e dos Faça o seguinte: selecione a célula que contém o valor
operadores que você deseja usar no cálculo. desejado ou digite sua referência de célula.
Você pode inserir quantas constantes e operadores fo-
rem necessários em uma fórmula, até 8.192 caracteres.

123
INFORMÁTICA BÁSICA

Você pode fazer referência a uma única célula, a um Criar uma fórmula usando uma função
intervalo de células, a um local em outra planilha ou a um Você pode criar uma fórmula para calcular valores
local em outra pasta de trabalho. na planilha usando uma função. Por exemplo, as fórmu-
Ao selecionar um intervalo de células, você pode arras- las =SOMA(A1:A2) e SOMA(A1,A2) usam ambas a função
tar a borda da seleção da célula para mover a seleção ou SOMA para adicionar os valores nas células A1 e A2. As
arrastar o canto da borda para expandir a seleção. fórmulas sempre começam com um sinal de igual (=)
Clique na célula na qual deseja inserir a fórmula.
Para iniciar a fórmula com a função, clique em Inserir
Função .
O Excel insere o sinal de igual (=) para você.
Na caixa Ou selecione uma categoria, selecione Tudo.

1. A primeira referência de célula é B3, a cor é azul e o in-


tervalo de células tem uma borda azul com cantos quadrados.
2. A segunda referência de célula é C3, a cor é verde
e o intervalo de célula tem uma borda verde com cantos
quadrados.
OBSERVAÇÃO : Se não houver um canto quadrado em
uma borda codificada por cor, significa que a referência
está relacionada a um intervalo nomeado.
Pressione Enter.
DICA : Você também pode inserir uma referência a um
intervalo ou célula nomeada.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-
-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fór-
mulas mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e
pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras
das colunas para ver todos os dados. Use o comando De-
finir Nome (guia Formulas, grupo Nomes Definidos) para
definir “Ativos” (B2:B4) e “Passivos” (C2:C4).
Se você estiver familiarizado com as categorias de fun-
ção, também poderá selecionar uma categoria.
Departamento Ativos Passivos Se você não tiver certeza de qual função usar, poderá
TI 274000 71000 digitar uma pergunta que descreva o que deseja fazer, na
Administrador 67000 18000 caixa Procure por uma função (por exemplo, “adicionar nú-
RH 44000 3000 meros” retorna a função SOMA).
Na caixa Selecione uma função, selecione a função que
Fórmula Descrição Resultado
deseja utilizar e clique em OK.
Retorna o to- Nas caixas de argumento que forem exibidas para a
tal de ativos função selecionada, insira os valores, as cadeias de caracte-
dos três de- res de texto ou referências de célula desejadas.
partamentos Em vez de digitar as referências de célula, você tam-
no nome defi- bém pode selecionar as células que deseja referenciar. Cli-
‘=SOMA(Ativos) nido “Ativos”, =SOMA(Ativos) que em para expandir novamente a caixa de diálogo.
que é defi- Depois de concluir os argumentos para a fórmula, cli-
nido como o que em OK.
intervalo de DICA : Se você usar funções frequentemente, poderá
células B2:B4. inserir suas fórmulas diretamente na planilha. Depois de di-
(385000) gitar o sinal de igual (=) e o nome da função, poderá obter
Subtrai a informações sobre a sintaxe da fórmula e os argumentos
soma do da função pressionando F1.
nome defini- Exemplos
‘=SOMA(Ativos)- do “Passivos” =SOMA(Ativos) Copie a tabela para a célula A1 em uma planilha em
-SOMA(Passivos) da soma do -SOMA(Passivos) branco no Excel para trabalhar com esses exemplos de fór-
nome defini- mulas que usam funções.
do “Ativos”.
(293000)

124
INFORMÁTICA BÁSICA

Dados Barra de Status


Esta é a barra de Status e exibe as informações sobre
5 4
tudo o que você selecionou, se você tiver uma única célula
2 6 ou várias células. Se você com o botão direito na barra de
3 8 Status de uma caixa de diálogo do recurso será pop-out
7 1 exibindo todas as opções que você pode selecionar. Obser-
Fórmula Descrição Resultado ve que ele também exibe valores para o intervalo selecio-
Adiciona todos nado se você tiver esses atributos marcados. 
‘=SOMA(A:A) os números na =SOMA(A:A)
coluna A Usando o Assistente de AutoSoma
A maneira mais fácil de adicionar uma fórmula de soma
Calcula a mé-
à sua planilha é usar o Assistente de AutoSoma. Selecione
dia de todos
uma célula vazia diretamente acima ou abaixo do intervalo
‘=MÉDIA(A1:B4) os números =MÉDIA(A1:B4)
que você quer somar e nas guias página inicial ou fórmula
no intervalo
na faixa de opções, pressione AutoSoma > soma. O Assis-
A1:B4
tente de AutoSoma automaticamente detecta o intervalo
para ser somados e criar a fórmula para você. Ele também
Função Soma
pode trabalhar horizontalmente se você selecionar uma
A função soma , uma das funções matemáticas e trigo-
célula para a esquerda ou à direita do intervalo a serem
nométricas, adiciona os valores. Você pode adicionar valo-
somados.
res individuais, referências de células ou intervalos ou uma
mistura de todos os três.
Este vídeo faz parte de um curso de treinamento cha-
mado Adicionar números no Excel 2013.
Sintaxe: SOMA(número1,[número2],...)
Por exemplo:
=SUM(A2:A10)
= SUM(A2:A10, C2:C10)

Nome do
Descrição
argumento
O primeiro número que você
deseja somar. O número pode
número1   
ser como “4”, uma referência de
(Obrigatório)
célula, como B6, ou um intervalo
de células, como B2:B8.
Este é o segundo número que
número2-255    você deseja adicionar. Você pode
(Opcional) especificar até 255 números des-
sa forma.

Soma rápida com a barra de Status Use o Assistente de AutoSoma para rapidamente os in-
Se você quiser obter rapidamente a soma de um inter- tervalos contíguos de soma
valo de células, tudo o que você precisa fazer é selecionar o A caixa de diálogo de AutoSoma também permite que
intervalo e procure no lado inferior direito da janela do Excel. você selecione outras funções comuns, como:
Média
Contar números
Máx
Min
Mais funções

125
INFORMÁTICA BÁSICA

Exemplo 2 – AutoSoma verticalmente AutoSoma horizontalmente


Exemplo 4 – somar células não-contíguas

AutoSoma verticalmente Somar células não-contíguas


O Assistente de AutoSoma detectou automaticamente O Assistente de AutoSoma geralmente só funcionará
células B2: B5 como o intervalo a serem somados. Tudo o para intervalos contíguos, portanto se você tiver linhas ou
que você precisa fazer é pressione Enter para confirmá-la. colunas vazias no seu intervalo de soma, Excel vai parada o
Se você precisar adicionar/excluir mais células, você pode primeiro espaço. Nesse caso você precisaria soma por sele-
manter a tecla Shift > tecla de direção da sua escolha até ção, onde você pode adicionar os intervalos individuais, um
que corresponde à sua seleção desejado e pressione Enter por vez. Neste exemplo se você tivesse dados na célula B4,
quando terminar. o Excel seria gerar =SUM(C2:C6) desde que ele reconheça
Guia de função Intellisense: a soma (Número1, [núm2]) um intervalo contíguo.
flutuantes marca abaixo a função é o guia de Intellisense. Você pode selecionar rapidamente vários intervalos
Se você clicar no nome de função ou soma, ele se trans- não-contíguas com Ctrl + LeftClick. Primeiro, insira “= soma
formará em um hiperlink azul, que o levará para o tópico (“, selecione seu diferentes intervalos e Excel adicionará au-
de ajuda para essa função. Se você clicar nos elementos tomaticamente o separador de vírgula entre intervalos para
de função individual, as peças representantes na fórmula você. Pressione enter quando terminar.
serão realçadas. Nesse caso somente B2: B5 seria realçadas Dica:  você pode usar ALT + = para adicionar rapida-
como há apenas uma referência numérica nesta fórmula. mente a função soma para uma célula. Tudo o que você
A marca de Intellisense será exibido para qualquer função. precisa fazer é selecionar o intervalo (s).
Observação: você pode perceber como o Excel tem
Exemplo 3 – AutoSoma horizontalmente realçado os intervalos de função diferente por cor, e eles
correspondem dentro da própria fórmula, portanto C2: C3
é azul e C5: C6 é vermelho. Excel fará isso para todas as
funções, a menos que o intervalo referenciado esteja em
uma planilha diferente ou em outra pasta de trabalho. Para
acessibilidade aprimorada com tecnologia assistencial,
você pode usar intervalos nomeados, como “Semana1”,
“Semana2”, etc. e, em seguida, fazer referência a eles, sua
fórmula:
=SUM(Week1,Week2)

Práticas Recomendadas
Esta seção aborda algumas práticas recomendadas
para trabalhar com as funções soma. Grande parte desse
pode ser aplicada a trabalhar com outras funções também.
♣ a = 1 + 2 ou = A + B Method – enquanto você pode
inserir = 1 + 2 + 3 ou = A1 + B1 + C2 e obter resultados
totalmente precisos, esses métodos estão sujeitos a erros
por vários motivos:
Erros de digitação – Imagine tentando inserir valores
mais e/ou muito maiores assim:
= 14598.93 + 65437.90 + 78496.23

126
INFORMÁTICA BÁSICA

Em seguida, tente validar se suas entradas estão cor- SOMA ignora valores de texto
retas. É muito mais fácil colocar esses valores em células #REF! Erro de excluir linhas ou colunas
individuais e usar uma fórmula de soma. Além disso, você
pode formatar os valores quando eles estão nas células,
tornando-as muito mais legível e quando ela estiverem em
uma fórmula.

Se você excluir uma linha ou coluna, a fórmula não se-


rão atualizados para excluir a linha excluída e retornará um
#REF! erro, onde uma função soma atualizará automatica-
mente.

#VALUE! erros de referência de texto em vez de nú-


meros.
Se você usar um fórmula como: Fórmulas não atualizar referências ao inserir linhas ou
= A1 + B1 + C1 ou = A1 + A2 + A3 colunas

= Style A + B fórmulas não os atualizará ao adicionar


Evite usar o = 1 + 2 ou = métodos A + B linhas ou colunas
Sua fórmula pode quebrar se houver quaisquer valores Se você inserir uma linha ou coluna, a fórmula não será
não numéricos (texto) nas células referenciadas, que retor- atualizada para incluir a linha adicionada, onde uma função
narão um #VALUE! erro. SOMA ignorará valores de texto e soma atualizará automaticamente (contanto que você não
lhe dar a soma dos valores numéricos. estiver fora do intervalo referenciado na fórmula). Isso é es-
pecialmente importante se você esperar sua fórmula para
atualizar e não, como ele deixará incompletos resultados
que você não pode capturar.

SOMA com referências de célula individuais versus in-


tervalos

127
INFORMÁTICA BÁSICA

Usando uma fórmula como:


=SUM(A1,A2,A3,B1,B2,B3)
É igualmente erro sujeitos ao inserir ou excluir linhas dentro do intervalo referenciada pelas mesmas razões. É muito
melhor usar intervalos individuais, como:

=SUM(A1:A3,B1:B3)
Qual será atualizada ao adicionar ou excluir linhas.
Usando operadores matemáticos com soma
Digamos que você deseja aplicar uma porcentagem de desconto para um intervalo de células que você já somados.

= SUM(A2:A14) *-25%
Resultará em 25% do intervalo somado, entretanto, que rígido códigos a 25% da fórmula, e pode ser difícil encontrar
mais tarde se precisar alterá-lo. É muito melhor colocar os 25% em uma célula e referenciando que em vez disso, onde ele
está check-out em Abrir e facilmente alterados, assim:
= SUM(A2:A14) * E2
Dividir em vez de multiplicar você simplesmente substitua a “*” com “/”: = SUM(A2:A14)/E2
Adicionando ou retirando de uma soma
i. você pode facilmente adicionar ou subtrair de uma soma usando + ou - assim:
= SUM(A1:A10) + E2
= SUM(A1:A10)-E2

SOMA 3D
Às vezes você precisa somar uma determinada célula em várias planilhas. Pode ser tentador clique em cada planilha e
a célula desejada e use apenas «+» para adicionar a célula valores, mas que é entediante e pode ser propensa, muito mais
assim que apenas tentando construir uma fórmula que faz referência apenas uma única folha.
i = Planilha1! A1 + Plan2! A1 + Planilha3! A1
Você pode fazer isso muito mais fácil com um 3D ou soma 3 dimensionais:

128
INFORMÁTICA BÁSICA

= SUM(Sheet1:Sheet3! A1)
Qual somará a célula A1 em todas as planilhas da planilha 1 para a planilha 3.
Isso é especialmente útil em situações em que você tem uma única folha para cada mês ( janeiro a dezembro) e você
precisa total-las em uma planilha de resumo.

= SUM(January:December! A2)
Qual somará célula A2 em cada planilha de janeiro a dezembro.

Observação: se suas planilhas tem espaços em seus nomes, como “Janeiro vendas”, então você precisa usar um após-
trofo ao fazer referência os nomes de planilha em uma fórmula:
= SUM(‘January Sales:December Sales’! A2)
SOMA com outras funções
Absolutamente, você pode usar soma com outras funções. Aqui está um exemplo que cria um cálculo da média mensal:

=SUM(A2:L2)/COUNTA(A2:L2)
Que usa a soma de A2:L2 dividido pela contagem de células não vazias em A2:L2 (maio a dezembro estão em branco).

129
INFORMÁTICA BÁSICA

Função SE
A função SE é uma das funções mais populares do Excel e permite que você faça comparações lógicas entre um valor
e aquilo que você espera. Em sua forma mais simples, a função SE diz:
SE(Algo for Verdadeiro, faça tal coisa, caso contrário, faça outra coisa)
Portanto, uma instrução SE pode ter dois resultados. O primeiro resultado é se a comparação for Verdadeira, o segundo
se a comparação for Falsa.

Exemplos de SE simples

=SE(C2=”Sim”;1,2)
No exemplo acima, a célula D2 diz: SE(C2 = Sim, a fórmula retorna um 1 ou um 2)

=SE(C2=1;”Sim”;”Não”)
Neste exemplo, a fórmula na célula D2 diz: SE(C2 = 1, a fórmula retorna Sim e, caso contrário, retorna Não)
Como você pode ver, a função SE pode ser usada para avaliar texto e valores. Ela também pode ser usada para avaliar
erros. Você não está limitado a verificar apenas se um valor é igual a outro e retornar um único resultado; você também
pode usar operadores matemáticos e executar cálculos adicionais dependendo de seus critérios. Também é possível aninhar
várias funções SE juntas para realizar várias comparações.
OBSERVAÇÃO : Se você for usar texto em fórmulas, será preciso quebrar o texto entre aspas (por exemplo, “Texto”). A
única exceção é usar VERDADEIRO ou FALSO que o Excel reconhece automaticamente.

Introdução
A melhor maneira de começar a escrever uma instrução SE é pensar sobre o que você está tentando realizar. Que com-
paração você está tentando fazer? Muitas vezes, escrever uma instrução SE pode ser tão simples quanto pensar na lógica
em sua cabeça: “o que aconteceria se essa condição fosse atendida vs. o que aconteceria se não fosse?” Você sempre deve
se certificar de que suas etapas sigam uma progressão lógica; caso contrário, sua fórmula não executará aquilo que você
acha que ela deveria executar. Isso é especialmente importante quando você cria instruções SE complexas (aninhadas).

130
INFORMÁTICA BÁSICA

Mais exemplos de SE

=SE(C2>B2;”Acima do orçamento”;”Dentro do orçamento”)


No exemplo acima, a função SE em D2 está dizendo SE(C2 é maior que B2, retorne “Acima do orçamento”, caso contrá-
rio, retorne “Dentro do orçamento”)

= SE(C2>B2,C2-B2,0)
Na ilustração acima, em vez de retornar um resultado de texto, vamos retornar um cálculo matemático. A fórmula em
E2 está dizendo SE(Valor real for maior que o Valor orçado, subtraia o Valor orçado do Valor real, caso contrário, não retorne
nada).

=SE(E7=”Sim”;F5*0,0825;0)
Neste exemplo, a fórmula em F7 está dizendo SE(E7 = “Sim”, calcule o Valor Total em F5 * 8,25%, caso contrário, nenhum
Imposto sobre Vendas é cobrado, retorne 0)

131
INFORMÁTICA BÁSICA

Práticas Recomendadas - Constantes =SE(D3=””;””;SuaFórmula())


No último exemplo, você vê dois “Sim” e a Taxa de SE(D3 é nada, retorne nada, caso contrário, calcule sua
Imposto sobre Vendas (0,0825) inseridos diretamente na fórmula).
fórmula. Geralmente, não é recomendável colocar constan- Exemplo de SE aninhada
tes literais (valores que talvez precisem ser alterados oca-
sionalmente) diretamente nas fórmulas, pois elas podem
ser difíceis de localizar e alterar no futuro. É muito melhor
colocar constantes em suas próprias células, onde elas fi-
cam fora das constantes abertas e podem ser facilmente
encontradas e alteradas. Nesse caso, tudo bem, pois há
apenas uma função SE e a Taxa de Imposto sobre Vendas
raramente será alterada. Mesmo se isso acontecer, será fácil
alterá-la na fórmula.
Usar SE para verificar se uma célula está em branco
Às vezes, é preciso verificar se uma célula está em bran-
co, geralmente porque você pode não querer uma fórmula Em casos onde uma simples função SE tem apenas dois
exiba um resultado sem entrada. resultados (Verdadeiro ou Falso), as funções se aninhadas
SE podem ter de 3 a 64 resultados.
=SE(D2=1;”SIM”;SE(D2=2;”Não”;”Talvez”))
Na ilustração acima, a fórmula em E2 diz: SE(D2 é igual
a 1, retorne “Sim”, caso contrário, SE(D2 é igual a 2, retorne
“Não”, caso contrário, retorne “Talvez”).

CONT.SE
Use CONT.SE, uma das funções estatísticas, para con-
tar o número de células que atendem a um critério; por
exemplo, para contar o número de vezes que uma cidade
específica aparece em uma lista de clientes.

Sintaxe
Nesse caso, usamos SE com a função ÉCÉL.VAZIA: CONT.SE(intervalo, critério)
=SE(ÉCÉL.VAZIA(D2),”Em branco”,”Não está em bran- Por exemplo:
co”) =CONT.SE(A2:A5;”maçãs”)
Que diz SE(D2 está em branco, retorne “Em branco”, =CONT.SE(A2:A5,A4)
caso contrário, retorne “Não está em branco”). Você tam-
bém poderia facilmente usar sua própria fórmula para a Nome do argumento Descrição
condição “Não está em branco”. No próximo exemplo
O grupo de células que
usamos “” em vez de ÉCÉL.VAZIA. “” basicamente significa
você deseja contar. Inter-
“nada”.
valo pode conter números,
intervalo matrizes, um intervalo no-
(obrigatório) meado ou referências que
contenham números. Valo-
res em branco e texto são
ignorados.
Um número, expressão, re-
ferência de célula ou cadeia
de texto que determina
quais células serão conta-
das.
Por exemplo, você pode
critérios (obrigató- usar um número como 32,
rio) uma comparação, como “>
=SE(D3=””,”Em branco”,”Não está em branco”) 32”, uma célula como B4 ou
Essa fórmula diz SE(D3 é nada, retorne “Em branco”, uma palavra como “maçãs”.
caso contrário, retorne “Não está em branco”). Veja um CONT.SE usa apenas um
exemplo de um método muito comum de usar “” para im- único critério. Use CONT.
pedir que uma fórmula calcule se uma célula dependente SES se você quiser usar vá-
está em branco: rios critérios.

132
INFORMÁTICA BÁSICA

Função SOMASE Porém, quando os argumentos  intervalo  e  intervalo_


Você pode usar a função SOMASE para somar os va- soma na função SOMASE não contêm o mesmo número de
lores em uma intervalo que atendem aos critérios que você células, o recálculo da planilha pode levar mais tempo do
especificar. Por exemplo, suponha que, em uma coluna que que o esperado.
contém números, você quer somar apenas os valores que são
maiores do que 5. Você pode usar a seguinte fórmula: = SO- MÁXIMO (Função MÁXIMO)
MASE (B2:B25,”> 5”). Descrição
Retorna o valor máximo de um conjunto de valores.
Sintaxe Sintaxe
SOMASE(intervalo, critérios, [intervalo_soma]) MÁXIMO(número1, [número2], ...)
A sintaxe da função SOMASE tem os seguintes argumen- A sintaxe da função MÁXIMO tem os seguintes argu-
tos: mentos:
intervalo    Necessário. O intervalo de células a ser avalia- Núm1, núm2,...    Núm1 é obrigatório, números sub-
da por critérios. Células em cada intervalo devem ser números sequentes são opcionais. De 1 a 255 números cujo valor
ou nomes, matrizes ou referências que contenham números. máximo você deseja saber.
Valores em branco e texto são ignorados. O intervalo selecio- Comentários
nado pode conter datas no formato padrão do Excel (exem- Os argumentos podem ser números, nomes, matrizes
plos abaixo). ou referências que contenham números.
critérios   Obrigatório. Os critérios na forma de um núme- Os valores lógicos e representações em forma de texto
ro, expressão, referência de célula, texto ou função que defi- de números digitados diretamente na lista de argumentos
ne quais células serão adicionadas. Por exemplo, os critérios são contados.
podem ser expressos como 32, “>32”, B5, “32”, “maçãs” ou Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas
HOJE(). os números nesta matriz ou referência serão usados. Célu-
IMPORTANTE : Qualquer critério de texto ou qualquer cri- las vazias, valores lógicos ou texto na matriz ou referência
tério que inclua símbolos lógicos ou matemáticos deve estar serão ignorados.
entre aspas duplas (“). Se os critérios forem numéricos, as as- Se os argumentos não contiverem números, MÁXIMO
pas duplas não serão necessárias.
retornará 0.
intervalo_soma   Opcional. As células reais a serem adi-
Os argumentos que são valores de erro ou texto que
cionadas, se você quiser adicionar células diferentes das es-
não podem ser traduzidos em números causam erros.
pecificadas no argumento intervalo. Se o argumento interva-
Se você deseja incluir valores lógicos e representações
lo_soma for omitido, o Excel adicionará as células especifica-
de texto dos números em uma referência como parte do
das no argumento intervalo (as mesmas células às quais os
cálculo, utilize a função MÁXIMOA.
critérios são aplicados).
Exemplo
Você pode usar os caracteres curinga – o ponto de in-
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e co-
terrogação (?) e o asterisco (*) – como o argumento critérios.
le-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as
O ponto de interrogação corresponde a qualquer caractere
fórmulas mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2
único; o asterisco corresponde a qualquer sequência de ca-
e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as largu-
racteres. Para localizar um ponto de interrogação ou asterisco
ras das colunas para ver todos os dados.
real, digite um til (~) antes do caractere.
Comentários
A função SOMASE retorna valores incorretos quando você Dados
a utiliza para corresponder cadeias de caracteres com mais de 10
255 caracteres ou para a cadeia de caracteres #VALOR!. 7
O argumento  intervalo_soma  não precisa ter o mesmo 9
tamanho e forma que o argumento intervalo. As células reais 27
adicionadas são determinadas pelo uso da célula na extremi-
2
dade superior esquerda do argumentointervalo_soma como
a célula inicial e, em seguida, pela inclusão das células corres- Fórmula Descrição Resultado
pondentes em termos de tamanho e forma no argumento in- Maior valor no
=MÁXIMO(A2:A6) 27
tervalo. Por exemplo: intervalo A2:A6.
Maior valor no
=MÁXIMO(A2:A6;
Se o intervalo e intervalo_ Então, as células intervalo A2:A6 e 30
30)
for soma for reais serão o valor 30.
A1:A5 B1:B5 B1:B5 MÍNIMO (Função MÍNIMO)
A1:A5 B1:B3 B1:B5 Descrição
A1:B4 C1:D4 C1:D4 Retorna o menor número na lista de argumentos.
A1:B4 C1:C2 C1:D4 Sintaxe
MÍNIMO(número1, [número2], ...)

133
INFORMÁTICA BÁSICA

A sintaxe da função MÍNIMO tem os seguintes argumentos:


Núm1, núm2,...    Núm1 é obrigatório, números subsequentes são opcionais. De 1 a 255 números cujo valor MÍNIMO
você deseja saber.
Comentários
Os argumentos podem ser números, nomes, matrizes ou referências que contenham números.
Os valores lógicos e representações em forma de texto de números digitados diretamente na lista de argumentos são
contados.
Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas os números daquela matriz ou referência poderão ser usados.
Células vazias, valores lógicos ou valores de erro na matriz ou referência serão ignorados.
Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO retornará 0.
Os argumentos que são valores de erro ou texto que não podem ser traduzidos em números causam erros.
Se você deseja incluir valores lógicos e representações de texto dos números em uma referência como parte do cálculo,
utilize a função MÍNIMOA.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas
mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas
para ver todos os dados.

Dados
10
7
9
27
2
Fórmula Descrição Resultado
O menor dos
=MÍNIMO(A2:A6) números no 2
intervalo A2:A6.
O menor dos
=MIN(A2:A6;0) números no 0
intervalo A2:A6 e 0.

Média
Calcula a média aritmética de uma seleção de valores.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte fun-
ção =MEDIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Mesclar células
A mesclagem combina duas ou mais células para criar uma nova célula maior. Essa é uma excelente maneira de criar
um rótulo que se estende por várias colunas. Por exemplo, aqui, as células A1, B1 e C1 foram mescladas para criar o rótulo
“Vendas Mensais” e descrever as informações nas linhas de 2 a 7.

134
INFORMÁTICA BÁSICA

Selecione duas ou mais células adjacentes que você deseja mesclar.


IMPORTANTE : Verifique se os dados que você deseja agrupar na célula mesclada estão contidos na célula superior
esquerda. Os dados nas outras células mescladas serão excluídos. Para preservar os dados das outras células, copie-os em
outra parte da planilha antes de fazer a mesclagem.
Clique em Início > Mesclar e Centralizar.

Se o botão Mesclar e Centralizar estiver esmaecido, verifique se você não está editando uma célula e se as células que
você quer mesclar não estão dentro de uma tabela.
DICA : Para mesclar células sem centralizar, clique na seta ao lado de Mesclar e Centralizar e clique em Mesclar Atra-
vés ou Mesclar Células.
Se você mudar de ideia, é possível dividir as células que foram mescladas.

Criar um gráfico no Excel 2016 para Windows


Use o comando Gráficos Recomendados na guia Inserir para criar rapidamente um gráfico ideal para seus dados.
Selecione os dados que você deseja incluir no seu gráfico.
Clique em Inserir > Gráficos Recomendados.

Na guia Gráficos Recomendados, percorra a lista de tipos de gráficos recomendados pelo Excel para seus dados.
Clique em qualquer tipo de gráfico para ver como os seus dados aparecem naquele formato.

135
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA : Se não vir um tipo de gráfico que agrade você, clique na guia Todos os Gráficos para ver todos os tipos de gráfico
disponíveis.
Quando você encontrar o tipo de gráfico desejado, clique nele e clique emOK.
Use os botões Elementos do Gráfico, Estilos de Gráfico e Filtros de Gráficopróximos ao canto superior direito do gráfico
para adicionar elementos de gráfico como títulos de eixo ou rótulos de dados, para personalizar a aparência do seu gráfi-
co ou alterar os dados exibidos no gráfico.

DICAS : 
Use as opções nas guias Design e Formatar para personalizar a aparência do gráfico.

Se você não vir essas guias, adicione as Ferramentas de gráfico à faixa de opções clicando em qualquer lugar no gráfico.

136
INFORMÁTICA BÁSICA

Criar uma Tabela Dinâmica no Excel 2016 para analisar dados da planilha
A capacidade de analisar todos os dados da planilha pode ajudar você a tomar decisões de negócios melhores. Porém,
às vezes é difícil saber por onde começar, especialmente quando há muitos dados. O Excel pode ajudar, recomendando e,
em seguida, criando automaticamente Tabelas Dinâmicas que são um excelente recurso para resumir, analisar, explorar e
apresentar dados. Por exemplo, veja uma lista simples de despesas:

Aqui estão os mesmos dados resumidos em uma Tabela Dinâmica:

Criar uma Tabela Dinâmica Recomendada


Se você tiver experiência limitada com Tabelas Dinâmicas ou não souber como começar, uma Tabela Dinâmica Reco-
mendada é uma boa opção. Quando você usa este recurso, o Excel determina um layout significativo, combinando os dados
com as áreas mais adequadas da Tabela Dinâmica. Isso oferece um ponto inicial para experimentos adicionais. Depois que
uma Tabela Dinâmica básica é criada, você pode explorar orientações diferentes e reorganizar os campos para obter os
resultados desejados.
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Tabela Dinâmica.
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os dados que serão usados na Tabela Dinâmica.
Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica Recomendada.

137
INFORMÁTICA BÁSICA

O Excel cria uma Tabela Dinâmica em uma nova planilha e exibe a Lista de Campos da Tabela Dinâmica.
Siga um destes procedimentos:

Para Faça isto


Na área NOME DO CAMPO, marque a caixa de seleção para o campo. Por pa-
drão, campos não numéricos são adicionados à áreaLinha, as hierarquias de
Adicionar um campo
data e hora são adicionadas à área Coluna e os campos numéricos são adicio-
nados à área Valores.
Remover um campo Na área NOME DO CAMPO, desmarque a caixa de seleção para o campo.
Arraste o campo de uma área da Lista de Campos da Tabela Dinâmica para ou-
Mover um campo
tra, por exemplo, de Colunas para Linhas.
Atualizar a Tabela Dinâmica Na guia Analisar Tabela Dinâmica, clique em Atualizar.

Criar uma Tabela Dinâmica manualmente


Se você sabe como organizar seus dados, pode criar uma Tabela Dinâmica manualmente.
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Tabela Dinâmica.
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os dados que serão usados na Tabela Dinâmica.
Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica.

Na planilha, os seus dados devem estar envolvidos por uma linha tracejada. Se não estiverem, clique e arraste para
selecionar os dados. Quando você fizer isso, a caixa Tabela/Intervalo será preenchida automaticamente com o intervalo de
células selecionado.
Em Escolher onde deseja que o relatório de tabela dinâmica seja colocado, escolha Nova planilha para colocar a Tabela
Dinâmica em uma nova guia de planilha. Se preferir, clique em Planilha existente e clique na planilha para especificar o local.
DICA : Para analisar várias tabelas em uma Tabela Dinâmica, marque a caixaAdicionar estes dados ao Modelo de Dados.
Clique em OK.

138
INFORMÁTICA BÁSICA

Na Lista de Campos da Tabela Dinâmica, siga um destes procedimentos:

Para Faça isto


Na área NOME DO CAMPO, marque a caixa de seleção para o campo. Por padrão, campos
Adicionar um campo não numéricos são adicionados à áreaLinha, as hierarquias de data e hora são adicionadas à
área Colunae os campos numéricos são adicionados à área Valores.
Remover um campo Na área NOME DO CAMPO, desmarque a caixa de seleção para o campo.
Arraste o campo de uma área da Lista de Campos da Tabela Dinâmica para outra, por exemplo,
Mover um campo
de Colunas para Linhas.
Clique na seta ao lado do campo em Valores > Definições do Campo de Valor e, na caixa Defi-
nições do Campo de Valor, altere o cálculo.

Alterar o cálculo usado


em um campo de valor

Atualizar a Tabela Dinâ-


Na guia Analisar Tabela Dinâmica, clique em Atualizar.
mica

Proteger com senha uma pasta de trabalho


O Excel oferece várias maneiras de proteger uma pasta de trabalho. Você pode solicitar uma senha para abri-la, uma
senha para alterar dados e uma senha para alterar a estrutura do arquivo (adicionar, excluir ou ocultar planilhas). Você pode
também definir uma senha no modo de exibição Backstage para criptografar a pasta de trabalho.
Lembre-se, no entanto, de que esse tipo de proteção nem sempre criptografa os seus dados. Isso só é possível com a
senha criptografada criada no modo de exibição Backstage. Os usuários podem ainda usar ferramentas de terceiros para
ler dados não criptografados.
Vamos começar solicitando senhas para abrir um arquivo e alterar dados.
Clique em Arquivo > Salvar como.
Clique em um local, como Computador ou a página da Web Meu Site.
Clique em uma pasta, como Documentos ou uma das pastas no seu OneDrive, ou clique em Procurar.
Na caixa de diálogo Salvar como, vá até a pasta que você quer usar, abra a lista Ferramentas e clique em Opções Gerais.
Insira a sua senha e clique em OK. Insira a mesma senha para confirmar e clique novamente em OK.
OBSERVAÇÃO:  Para remover uma senha, siga as etapas acima e exclua a senha. Basicamente, basta deixar a senha em
branco. Você pode fazer isso para qualquer tipo de senha usado no Excel.

139
INFORMÁTICA BÁSICA

Você pode digitar uma das duas senhas aqui, uma para abrir o arquivo, outra para mudar o arquivo.

Consulte as anotações abaixo para mais informações.


Para proteger a estrutura da sua pasta de trabalho, faça isto:
Clique em Revisar > Proteger Pasta de Trabalho.
Clique em Estrutura.
Consulte as anotações abaixo para saber mais sobre essa opção e a opçãoWindows.
Digite uma senha na caixa Senha.
Clique em OK e redigite a senha para confirmá-la.
OBSERVAÇÕES : 
Se você digitar a mesma senha para abrir e alterar a pasta de trabalho, os usuários somente precisarão digitar a senha
uma vez.
Se você solicitar somente uma senha para alterar a pasta de trabalho, os usuários podem abrir uma cópia somente
leitura do arquivo, salvá-la com outro nome e alterar seus dados.
Selecionar a opção Estrutura previne outros usuários de visualizar planilhas ocultas, adicionar, mover, excluir ou ocultar
planilhas e renomear planilhas.
Você pode ignorar a opção Windows. Ela está desabilitada nessa versão do Excel.
Sempre é possível saber quando a estrutura da pasta de trabalho está protegida. O botão Proteger Pasta de Traba-
lho acende.

Criptografar a pasta de trabalho com uma senha


No modo de exibição Backstage, você pode definir uma senha para a pasta de trabalho que fornece criptografia.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Pasta de Trabalho >Criptografar com Senha.
Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e clique em OK.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e clique em OK.
OBSERVAÇÃO :  Para remover uma senha, siga as etapas acima e exclua a senha. Basicamente, basta deixar a senha em
branco. Você pode fazer isso para qualquer tipo de senha usado no Excel.
Por que minha senha desaparece quando salvo no formato do Excel 97-2003?
Você deseja enviar a sua pasta de trabalho protegida por senha para outras pessoas, mas eles ainda estão usando o
Excel 2003, que salva no formato de arquivo Excel 97-2003 (*.xls). Você escolhe “Salvar como” usando o formato 97-2003,
mas então você descobre que a senha definida na pasta de trabalho desapareceu.
Isso acontece porque a sua versão do Excel usa um novo esquema para salvar senhas, e o formato de arquivo anterior
não o reconhece. Como resultado, a senha é descartada ao salvar seu arquivo para o formato do Excel 97-2003. Defina a
senha no arquivo *.xls para proteger a pasta de trabalho novamente.

140
INFORMÁTICA BÁSICA

Proteger uma planilha com ou sem uma senha no Adicionar ou alterar a cor do plano de fundo das
Excel 2016 células
Para ajudar a proteger seus dados de alterações não É possível realçar dados em células utilizando Cor de
intencionais ou intencionais, proteja sua planilha, com ou preenchimento para adicionar ou alterar a cor do plano de
sem senha. Ela impede que outras pessoas removam a pro- fundo ou padrão das células. Veja como:
teção da planilha: a senha deve ser inserida para desprote- Selecione as células que deseja realçar.
ger a planilha. DICAS : Para utilizar uma cor de fundo diferente para
Por padrão, quando você protege uma planilha, o excel a planilha inteira, clique no botão Selecionar Tudo. Isso irá
bloqueia todas as células nessa planilha. Antes de proteger ocultar as linhas de grade, mas é possível melhorar a legi-
a planilha, desbloqueie quaisquer células que desejar alte- bilidade da planilha exibindo bordas ao redor de todas as
rar antes de seguir essas etapas. células.
Clique na guia Revisão e clique em Proteger Planilha.
Verifique se a caixa de seleção Proteger a planilha e o
conteúdo de células bloqueadas está marcada.
Para usar uma senha, digite-a na caixa Senha para des-
proteger a planilha.
Outros usuários podem remover a proteção se você
não usar uma senha.
IMPORTANTE : Anote sua senha e armazene-a em lo-
cal seguro. Nós sinceramente não podemos ajudar você a Clique em Página Inicial > seta ao lado de Cor de
recuperar senhas perdidas. Preenchimento .
Se você digitou uma senha na etapa 3, redigite-a para
confirmá-la.

Em Cores do Tema ou Cores Padrão, selecione a cor


desejada.

Marque ou desmarque as caixas de seleção em Permi-


tir que todos os usuários desta planilha possam e clique
em OK.

OBSERVAÇÕES :
Para remover a proteção da planilha, clique em Revi-
são, clique emDesproteger Planilha e digite a senha, se ne-
cessário.
Se uma macro não pode executar na planilha protegi-
da, você verá uma mensagem e a macro será interrompida

Para utilizar uma cor personalizada, clique em Mais Co-


res, e em seguida, na caixa de diálogo Cores, selecione a
cor desejada.

141
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA : Para aplicar a cor selecionada mais recentemen- Remover cores de célula, padrões, ou efeitos de
te, clique em Cor de Preenchimento . Você também preenchimento
encontrará até 10 cores personalizadas selecionadas mais Para remover quaisquer cores de fundo, padrões ou
recentemente em Cores recentes. efeitos de preenchimento das células, basta selecioná-las.
Aplicar um padrão ou efeitos de preenchimento. Clique em Página Inicial > seta ao lado de Cor de Preenchi-
Quando você deseja algo mais do que apenas um mento, e então selecione Sem Preenchimento.
preenchimento de cor sólida, experimente aplicar um pa-
drão ou efeitos de preenchimento.
Selecione a célula ou intervalo de células que deseja
formatar.
Clique em Página Inicial > iniciador da caixa de diálo-
go Formatar Células ou pressione Ctrl + Shift + F.

Imprimir cores de célula, padrões ou efeitos de preen-


chimento em cores
Se as opções de impressão estiverem definidas
como Preto e branco ouQualidade de rascunho — seja
propositalmente ou porque a pasta de trabalho contém
Na guia Preenchimento, em Cor de Fundo, selecione a planilhas e gráficos grandes ou complexos que resultaram
cor desejada. na ativação automática do modo de rascunho — não será
possível imprimir as células em cores. Veja aqui como re-
solver isso:
Clique em Layout da Página > iniciador da caixa de diá-
logo Configurar Página.

Na guia Folha, em Imprimir, desmarque as caixas de


seleção Preto e branco e Qualidade de rascunho.
OBSERVAÇÃO : Se você não visualizar cores em sua
planilha, talvez esteja trabalho no modo de alto contraste.
Se não visualizar cores ao visualizar antes de imprimir, tal-
vez nenhuma impressora colorida esteja selecionada.

Principais atalhos
CTRL+Menos (-) — Exibe a caixa de diálogo Excluir
Para utilizar um padrão com duas cores, selecione uma para excluir as células selecionadas.
cor na caixa Cor do Padrão e, em seguida, selecione um CTRL+; — Insere a data atual.
padrão na caixa Estilo do Padrão. CTRL+` — Alterna entre a exibição dos valores da célu-
Para utilizar um padrão com efeitos especiais, clique la e a exibição de fórmulas na planilha.
em Efeitos de Preenchimento, e, em seguida, selecione as CTRL+’ — Copia uma fórmula da célula que está acima
opções desejadas. da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas.
CTRL+1 — Exibe a caixa de diálogo Formatar Células.
DICA : Na caixa Amostra, é possível visualizar o plano CTRL+2 — Aplica ou remove formatação em negrito.
de fundo, o padrão e os efeitos de preenchimento selecio- CTRL+3 — Aplica ou remove formatação em itálico.
nados. CTRL+4 — Aplica ou remove sublinhado.
CTRL+5 — Aplica ou remove tachado.
CTRL+6 — Alterna entre ocultar objetos, exibir objetos
e exibir espaços reservados para objetos.
CTRL+8 — Exibe ou oculta os símbolos de estrutura
de tópicos.
CTRL+9 — Oculta as linhas selecionadas.

142
INFORMÁTICA BÁSICA

CTRL+0 — Oculta as colunas selecionadas. CTRL+X — Recorta as células selecionadas.


CTRL+A — Seleciona a planilha inteira. Se a planilha CTRL+Y — Repete o último comando ou ação, se pos-
contiver dados, este comando seleciona a região atual. sível.
Pressionar CTRL+A novamente seleciona a região atual e CTRL+Z — Usa o comando Desfazer para reverter o
suas linhas de resumo. Pressionar CTRL+A novamente se- último comando ou excluir a última entrada digitada.
leciona a planilha inteira. CTRL+SHIFT+Z — Usa o comando Desfazer ou Refazer
CTRL+SHIFT+A — Insere os nomes e os parênteses do para reverter ou restaurar a correção automática quando
argumento quando o ponto de inserção está à direita de Marcas Inteligentes de AutoCorreção são exibidas.
um nome de função em uma fórmula. CTRL+SHIFT+( — Exibe novamente as linhas ocultas
CTRL+N — Aplica ou remove formatação em negrito. dentro da seleção.
CTRL+C — Copia as células selecionadas. CTRL+SHIFT+) — Exibe novamente as colunas ocultas
CTRL+C (seguido por outro CTRL+C) — exibe a Área dentro da seleção.
de Transferência. CTRL+SHIFT+& — Aplica o contorno às células sele-
CTRL+D — Usa o comando Preencher Abaixo para co- cionadas.
piar o conteúdo e o formato da célula mais acima de um CTRL+SHIFT+_ — Remove o contorno das células se-
intervalo selecionado nas células abaixo. lecionadas.
CTRL+F — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substi- CTRL+SHIFT+~ — Aplica o formato de número Geral.
tuir com a guia Localizar selecionada. CTRL+SHIFT+$ — Aplica o formato Moeda com duas
SHIFT+F5 — Também exibe essa guia, enquanto SHIF- casas decimais (números negativos entre parênteses)
T+F4 repete a última ação de Localizar. CTRL+SHIFT+% — Aplica o formato Porcentagem sem
CTRL+SHIFT+F — Abre a caixa de diálogo Formatar casas decimais.
CTRL+SHIFT+^ — Aplica o formato de número Expo-
Células com a guia Fonte selecionada.
nencial com duas casas decimais.
CTRL+G — Exibe a caixa de diálogo Ir para. (F5 também
CTRL+SHIFT+# — Aplica o formato Data com dia, mês
exibe essa caixa de diálogo.)
e ano.
CTRL+H — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substi-
CTRL+SHIFT+@ — Aplica o formato Hora com a hora
tuir com a guia Substituir selecionada. e os minutos, AM ou PM.
CTRL+I — Aplica ou remove formatação em itálico. CTRL+SHIFT+! — Aplica o formato Número com duas
CTRL+K — Exibe a caixa de diálogo Inserir Hiperlink casas decimais, separador de milhar e sinal de menos (-)
para novos hiperlinks ou a caixa de diálogo Editar Hiperlink para valores negativos.
para os hiperlinks existentes que estão selecionados. CTRL+SHIFT+*  — Seleciona a região atual em torno
CTRL+N — Cria uma nova pasta de trabalho em branco da célula ativa (a área de dados circunscrita por linhas e
CTRL+O — Exibe a caixa de diálogo Abrir para abrir ou colunas vazias).
localizar um arquivo. CTRL+SHIFT+: — Insere a hora atual.
CTRL+SHIFT+O — Seleciona todas as células que con- CTRL+SHIFT+” –Copia o valor da célula que está acima
têm comentários. da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas.
CTRL+P — Exibe a caixa de diálogo Imprimir. CTRL+SHIFT+Mais (+) — Exibe a caixa de diálogo Inse-
CTRL+SHIFT+P — Abre a caixa de diálogo Formatar rir para inserir células em branco.
Células com a guia Fonte selecionada.
CTRL+R — Usa o comando Preencher à Direita para
copiar o conteúdo e o formato da célula mais à esquerda
de um intervalo selecionado nas células à direita.
CTRL+B — Salva o arquivo ativo com seu nome de ar-
quivo, local e formato atual.
CTRL+T — Exibe a caixa de diálogo Criar Tabela.
CTRL+S — Aplica ou remove sublinhado.
CTRL+SHIFT+S — Alterna entre a expansão e a redu-
ção da barra de fórmulas.
CTRL+V — Insere o conteúdo da Área de Transferência
no ponto de inserção e substitui qualquer seleção. Disponí-
vel somente depois de ter recortado ou copiado um objeto,
texto ou conteúdo de célula.
CTRL+ALT+V — Exibe a caixa de diálogo Colar Especial,
disponível somente depois que você recortar ou copiar um
objeto, textos ou conteúdo de célula em uma planilha ou
em outro programa.
CTRL+W — Fecha a janela da pasta de trabalho sele-
cionada.

143
INFORMÁTICA BÁSICA

Fórmulas básicas
As primeiras fórmulas aprendidas na escola são as de adição, subtração, multiplicação e divisão. No Excel não é dife-
rente.

Cálculo Fórmula Explicação Exemplo


Para aplicar a fórmula
=SOMA(A1;A2).
de soma você preci-
Dica: Sempre separe a
sa, apenas, selecionar
indicação das células
as células que estarão
com ponto e vírgula (;).
Adição =SOMA(célulaX;célula Y) envolvidas na adição,
Dessa forma, mesmo as
incluindo a sequência
que estiverem em loca-
no campo superior do
lizações distantes serão
programa junto com o
consideradas na adição
símbolo de igual (=)
Segue a mesma lógica
da adição, mas des-
sa vez você usa o sinal
correspondente a con-
Subtração =(célulaX-célulaY) =(A1-A2)
ta que será feita (-) no
lugar do ponto e vírgu-
la (;), e retira a palavra
“soma” da função
Use o asterisco (*) para
Multiplicação = (célulaX*célulaY) indicar o símbolo de = (A1*A2)
multiplicação
A divisão se dá com a
barra de divisão (/) en-
Divisão =(célulaX/célulaY) =(A1/A2)
tre as células e sem pa-
lavra antes da função

Fórmulas bastante requisitadas


Outros algoritmos que são bastante importantes nas planilhas são aqueles que mostram valores de média, máxima e
mínimo. Mas para usar essas funções, você precisa estabelecer um grupo de células.

Cálculo Fórmula Explicação Exemplo


Você deve usar a palavra
“media” antes das células
indicadas, que são sempre
Média =MEDIA(célula X:célulaY) separadas por dois pontos =MEDIA(A1:A10)
(:) e representam o grupo
total que você precisa cal-
cular
Segue a mesma lógica, mas
Máxima =MAX(célula X:célulaY) =MAX(A1:A10)
usa a palavra “max”
Dessa vez, use a expressão
Mínima =MIN(célula X:célulaY) =MIN(A1:A10)
“min”

144
INFORMÁTICA BÁSICA

Função Se
Essa função trata das condições de valores solicitados. Para que entenda, se você trabalhar em uma loja que precisa
saber se os produtos ainda estão no estoque ou precisam de mais unidades, essa é uma excelente ferramenta. Veja por que:

Cálculo Fórmula Exemplo


Função =se(célulaX<=0 ; “O que =se(B1<=0 ; “a ser enviado” ; “no estoque”)
Se precisa saber 1” ; “o que Essa linguagem diz ao Excel que se o conteúdo da célula B1 é menor ou
precisa saber 2”) igual a zero ele deve exibir a mensagem “a ser enviado” na célula que
contem a fórmula. Caso o conteúdo seja maior que zero, a mensagem
que aparecerá é “no estoque”

*Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/informatica/artigos/71948/23-formulas-e-atalhos-que-vao-facilitar-sua-
-vida-no-excel#ixzz48neY9XBW

REDES SOCIAIS

Quando as pessoas ouvem o termo “rede social”, pensam automaticamente em redes sociais online. Também conhe-
cidas como sites de rede social, elas foram uma explosão em termos de popularidade. Sites como MySpace, Facebook e
Linkedln estão entre os sete dos 20 Websites mais visitados no mundo, e o site de relacionamentos criado pelo Google, o
Orkut, acabou virando o predileto dos brasileiros. Para muitos usuários, principalmente aqueles que ficam muito conec-
tados e que fazem parte da chamada Geração Internet, as redes sociais online não são apenas uma maneira de manter
contato, mas um modo de vida.
Muitos dos recursos das redes sociais online são comuns para cada um dos mais de 300 sites de rede social existentes
atualmente. A capacidade de criar e compartilhar um perfil pessoal é o recurso mais básico. Essa página de perfil normal-
mente possui uma foto, algumas informações pessoais básicas (nome, idade, sexo, local) e um espaço extra para que a
pessoa informe suas bandas, livros, programas de TV, filmes, hobbies e Websites preferidos.
A maioria das redes sociais na Internet permite postar fotos, vídeos e blogs pessoais na sua página de perfil. Mas o
recurso mais importante das redes sociais online é encontrar e fazer amigos com membros de outro site. Na sua página
de perfil, esses amigos aparecem como links, assim os visitantes podem navegar facilmente na sua rede de amigos online.
Cada rede social online possui regras e métodos diferentes de busca e contato com amigos potenciais. A rede do
MySpace é a mais aberta. No MySpace, você pode buscar e entrar em contato com pessoas em toda a rede, sejam elas
membros afastados da sua rede social ou estranhos. Mas você só vai ter acesso às informações completas de seus perfis se
elas concordarem em aceitar você como amigo e fazer parte da sua rede.

A rede do Facebook, que começou como um aplicativo de rede social de uma faculdade, é muito mais restrita e orien-
tada a grupos. No Facebook, só é possível encontrar pessoas que estão em uma das suas “redes” existentes. Elas podem
incluir a empresa onde você trabalha, a faculdade onde você estudou e até o seu colégio; mas você também pode participar
de várias das centenas de redes menores “groups” criadas por usuários da Facebook, algumas baseadas em organizações
reais, outras que só existem na mente de seus fundadores.
A Linkedln, que é a rede social online mais popular para profissionais de negócios, permite que você busque cada um
dos membros do site, e você também tem acesso aos perfis completos e informações de contato dos seus contatos já exis-
tentes, ou seja, as pessoas que aceitaram o convite para participar da sua rede (ou que convidaram você para participar da
rede delas). No entanto, seus contatos podem apresentá-lo a pessoas que estão distantes de você duas ou três posições na
rede maior da Linkedln. Ou você pode pagar um adicional para entrar em contato direto com qualquer usuário por meio
de um serviço chamado InMail.
O Orkut, rede social do Google, foi a mais popular entre os brasileiros por um bom tempo. Seu uso era tão fácil que os
brasileiros acabaram dominando a rede e chegaram a 80% de seus usuários. Uma vez cadastrado na rede, o usuário tinha
uma página pessoal onde podia adicionar, além de seus dados pessoais e profissionais, amigos, amigos dos amigos, amigos
dos amigos dos amigos, criar comunidades online e participar das já existentes, enviar recados para sua rede de contatos
e para quem ainda não faz parte dela, criar álbuns de fotos e paquerar, flertar, namorar. E, o mais importante para grande
parte dos participantes, xeretar a vida das pessoas através das páginas de recados.

Fazendo contatos em uma rede social online


Você precisa criar um perfil em uma rede social antes de fazer contatos online. Você vai precisar escolher um nome para
login e uma senha. Depois de fazer isso, você vai fornecer algumas informações pessoais básicas, como nome, sexo, idade,
local e alguns hobbies ou interesses específicos.
Você pode personalizar seu perfil adicionando fotos, música ou vídeos. Mas lembre-se de que o seu perfil é a imagem
que você está apresentando ao mundo online. Na maioria dos sites você pode ter um controle sobre quem pode visualizar
seu perfil completo.

145
INFORMÁTICA BÁSICA

Em alguns sites, só amigos ou aqueles que você con- Vamos supor que você seja um engenheiro e faz um
vidou podem visualizar seu perfil. Quando tiver terminado blog sobre um dos seus projetos atuais na sua página do
de criar seu perfil, você pode começar a procurar amigos e Facebook. Um hacker pode usar essas informações para
fazer contatos. Isso acontece quando você convida amigos fingir ser um funcionário da empresa. Ele sabe seu nome
que estão offline no momento para participar ou procurar e seu cargo na empresa, então você está sujeito a confiar
amigos que já são membros. nele. Assim; ele pode tentar conseguir de você uma senha
Na maioria dos sites de rede social você pode enviar ou informação confidencial para vender aos concorrentes.
um e-mail convidando amigos para participar do Website A segurança da maioria das redes sociais online é que
e fazer parte da sua rede social online. Em alguns casos, somente seus “amigos” ou membros da sua rede podem
como no Facebook ou Linkedln, você pode importar sua ver seu perfil completo. Mas isso só é eficaz se você for ex-
lista de endereços das suas contas de e-mail, como o Goo- tremamente seletivo sobre quem você inclui em sua rede.
gle ou Yahoo. Se você aceita convites de qualquer pessoa, uma delas
Depois de convidar seus amigos atuais, você pode pode ser um hacker.
começar a procurar pessoas que têm interesses parecidos O problema com as redes sociais online é que elas não
com os seus. Por exemplo, se você gosta de ler os livros da possuem um sistema integrado de autenticação para veri-
Jane Austen, você pode procurar outras pessoas que gos- ficar se alguém é realmente quem diz ser [fonte: SearchSe-
tam de Jane Austen e convidá-las para participar da sua curity.com]. Um hacker pode criar um perfil qualquer em
rede. um site como o Linkedln para se encaixar perfeitamente
Ou, ainda, você pode procurar pessoas que estudaram nos interesses comerciais de seu alvo. Se o alvo aceita o
no mesmo colégio ou faculdade que você, pessoas que hacker como contato, ele pode ter acesso às informações
têm a mesma marca de carro ou que gostam do mesmo de todos os outros contatos de seu alvo. Com essas infor-
tipo de música. Você pode convidar essas pessoas para mações, é possível criar uma elaborada identidade falsa.
também participarem da sua rede, aumentando, assim, a Para lutar contra a engenharia social, a chave é a aten-
sua rede social. ção. Se você sabe que hackers de engenharia social exis-
tem, deve ter mais cuidado com aquilo que vai postar em
Mesmo que tenha a impressão de que conhece as pes-
seus perfis online. Se você está familiarizado com as trapa-
soas que encontra no ciberespaço, você deve ter cuidado
ças mais comuns da engenharia social, vai reconhecer uma
porque a ação de hackers é bastante comum. enquanto ela está acontecendo, e não quando for tarde
demais.
A ação de hackers e as redes sociais
Quando as pessoas falam sobre a ação de hackers em Redes sociais para adultos
redes sociais, elas não estão usando a definição comum de Além de participarem de redes sociais online que antes
hackers, que são aqueles que usam códigos ou brechas em eram dominadas por adolescentes, como o MySpace e o
redes de computadores de forma mal-intencionada, para Facebook, os usuários adultos também estão participando
causar danos aos sistemas ou roubar informações confi- de redes sociais online destinadas a eles. As redes sociais
denciais. A ação dos hackers em redes sociais requer muito para adultos não têm um conteúdo “adulto” especializado
pouca habilidade técnica. Trata-se mais de um jogo psico- (embora também exista). Elas são redes sociais para profis-
lógico: usar informações dos perfis pessoais para ganhar a sionais, e não somente para amigos.
confiança de um estranho. Com mais de 15 milhões de membros, o LinkedIn é a
maior rede social online para profissionais. No LInkedln, as
Este segundo tipo de hacker é chamado de engenheiro
páginas de perfil são mais parecidas com currículos, com
social. A engenharia social usa técnicas psicológicas per-
informações sobre experiência profissional e formação
suasivas para explorar o elo mais fraco do sistema de segu- acadêmica, deixando de fora informações como livros e
rança da informação: as pessoas. Veja alguns exemplos de bandas favoritos. Até pouco tempo atrás, o Linkedln não
engenharia social: permitia que os usuários postassem uma foto em seu perfil,
• chamar um administrador de sistemas fingindo ser temendo que o site estritamente profissional se tornasse
um executivo irritado que esqueceu sua senha e precisa uma desculpa para namoros online.
acessar seu computador imediatamente; Os usuários do Linkedln podem fortalecer os contatos
• fingir ser um funcionário de banco e ligar para um e relacionamentos existentes para encontrar novos empre-
cliente pedindo o número do seu cartão de crédito; gos e parcerias. No Linkedln, por exemplo, você pode fazer
• fingir ter perdido seu crachá e pedir gentilmente a uma busca por emprego na sua rede. Se acontecer de o seu
um funcionário para deixar você entrar no escritório. melhor amigo ter estudado com a pessoa que está contra-
Muitas pessoas não levam os possíveis riscos de segu- tando, isso pode dar a você uma vantagem significativa em
rança em consideração quando criam uma página de perfil relação a outros candidatos.
Os recrutadores de profissionais também estão garim-
em uma rede social. Quanto mais informações pessoais e
pando os enormes bancos de dados profissionais em sites
profissionais você incluir no seu perfil público, mais fácil como o Linkedln. Eles podem pagar um adicional pelo Lin-
será para um hacker explorar essas informações para ga- kedln Corporate Services, um serviço que permite realizar
nhar sua confiança. buscas direcionadas por membros que atendem aos seus

146
INFORMÁTICA BÁSICA

requisitos de experiência e localização. A vantagem de um Há uma boa chance de você já ter usado alguma for-
serviço como o LInkedln é que os recrutadores podem ma de computação em nuvem. Se você tem um conta de
atingir “candidatos passivos,” isto é, profissionais altamente e-mail com um serviço baseado na web, como Hotmail, Ya-
qualificados que não estão necessariamente procurando hoo! ou Gmail, então você já teve experiência com compu-
um novo emprego. Eles são mais atraentes para os empre- tação em nuvem. Em vez de rodar um programa de e-mail
gadores, pois têm sua capacidade provada, já que perma- no seu computador, você se loga numa conta de e-mail
necem em seus cargos. remotamente pela web. O software e o armazenamento da
Várias redes sociais para adultos são dedicadas a pro- sua conta não existem no seu computador - estão na nu-
fissões específicas. De acordo com um artigo do Wall Street
vem de computadores do serviço. 
Journal, médicos estão se encontrando em um site de rede
social para médicos chamado Sermo e executivos de publi-
cidade, marketing e mídia estão trocando dicas e truques Arquitetura da computação em nuvem
em um outro site de rede social chamado AdGabber [fonte: Quando falamos sobre um sistema de computação em
Wall Street Journal]. nuvem, é de grande ajuda dividi-lo em duas seções: o front
Redes do mal end e o back end. Eles se conectam através de uma rede,
As redes sociais tem o lado bom de aproximar pes- geralmente a Internet. O front end é o lado que o usuário
soas de diferentes lugares, mas a facilidade de criar perfis do computador, ou cliente, vê. O back end é a seção “nu-
e comunidades também tem um lado negro. Em março de vem” do sistema.
2008, o Orkut foi obrigado a revelar à polícia os dados de O front end inclui o computador do cliente (ou rede
usuários pedófilos. A Polícia brasileira descobriu uma rede de computadores) e a aplicação necessária para acessar o
de pedofilia infiltrada nas páginas do Orkut e obrigou a sistema de computação em nuvem. Nem todos os sistemas
empresa a revelar os dados dos usuários envolvidos. Em de computação em nuvem tem a mesma interface para o
maio de 2006, a rede social foi obrigada a retirar do ar co- usuário. Serviços baseados na Web, como programas de
munidades consideradas pelas autoridades como crimino- e-mail, aproveitam navegadores de internet já existentes,
sas e racistas. como o Internet Explorer e o Firefox. Outros sistemas têm
aplicações próprias que fornecem acesso à rede aos clientes.
Computação em nuvem No back end do sistema estão vários computadores, servi-
Vamos dizer que você é um executivo de uma grande dores e sistemas de armazenamento de dados que criam a
empresa. Suas responsabilidades incluem assegurar que “nuvem” de serviços de computação. Na teoria, um sistema
todos os seus empregados tenham o software e o hardwa- de computação em nuvem inclui praticamente qualquer
re de que precisam para fazer seu trabalho. Comprar com- programa de computador que você possa imaginar, do
putadores para todos não é suficiente - você também tem processamento de dados aos videogames. Cada aplicação
de comprar software ou licenças de software para dar aos tem seu próprio servidor dedicado.
empregados as ferramentas que eles exigem. Sempre que Um servidor central administra o sistema, monitoran-
você tem um novo contratado, você tem de comprar mais do o tráfego e as demandas do cliente para assegurar que
software ou assegurar que sua atual licença de software tudo funcione tranquilamente. Ele segue um conjunto de
permita outro usuário.  Isso é tão estressante que você tem regras chamadas protocolos e usa um tipo especial de
dificuldade para dormir todas as noites. software chamado middleware. O middleware permite que
Breve, deve haver uma alternativa para executivos computadores em rede se comuniquem uns com os outros.
como você. Em vez de instalar uma suíte de aplicativos em Se uma empresa de computação em nuvem tem mui-
cada computador, você só teria de carregar uma aplicação. tos clientes, é provável que haja uma alta demanda por
Essa aplicação permitiria aos trabalhadores logar-se em um muito espaço de armazenamento. Algumas companhias
serviço baseado na web que hospeda todos os programas requerem centenas de dispositivos de armazenamento
de que o usuário precisa para seu trabalho. Máquinas re- digitais. Sistemas de computação em nuvem precisam de
motas de outra empresa rodariam tudo - de e-mail a pro- pelo menos o dobro do número de dispositivos de arma-
cessador de textos e a complexos programas de análise de zenamento exigidos para manter todas as informações dos
dados. Isso é chamado computação em nuvem e poderia clientes armazenadas. Isso porque esses dispositivos, assim
mudar toda a indústria de computadores. como todos os computadores, ocasionalmente saem do
Em um sistema de computação em nuvem, há uma ar. Um sistema de computação em nuvem deve fazer uma
redução significativa da carga de trabalho. Computadores cópia de toda a informação dos clientes e a armazenar em
locais não têm mais de fazer todo o trabalho pesado quan- outros dispositivos. As cópias habilitam o servidor central
do se trata de rodar aplicações. Em vez disso, a rede de a acessar máquinas de backup para reter os dados que, de
computadores que faz as vezes de nuvem lida com elas. A outra forma, poderiam ficar inacessáveis. Fazer cópias de
demanda por hardware e software no lado do usuário cai. dados como um backup é chamado redundância.
A única coisa que o usuário do computador precisa é ser
capaz de rodar o software da interface do sistema da com- Aplicações da computação em nuvem
putação em nuvem, que pode ser tão simples quanto um As aplicações da computação em nuvem são pratica-
navegador web, e a rede da nuvem cuida do resto. mente ilimitadas. Com o middleware certo, um sistema de
computação em nuvem poderia executar todos os progra-

147
INFORMÁTICA BÁSICA

mas que um computador normal rodaria. Potencialmente, Preocupações com a computação em nuvem
tudo - do software genérico de processamento de textos Talvez as maiores preocupações sobre a computação
aos programas de computador personalizados para um em nuvem sejam segurança e privacidade. A ideia de en-
empresa específica - funcionaria em um sistema de com- tregar dados importantes para outra empresa preocupa
putação em nuvem. algumas pessoas. Executivos corporativos podem hesitar
Por que alguém iria querer recorrer a outro sistema de em tirar vantagem do sistema de computação em nuvem
computador para rodar programas e armazenar dados? porque eles não podem manter a informação de sua com-
Aqui estão algumas razões: panhia guardadas a sete chaves.
O contra-argumento a essa posição é que as empresas
Clientes poderiam acessar suas aplicações e dados de que oferecem serviços de computação em nuvem vivem de
qualquer lugar e a qualquer hora. Eles poderiam acessar o suas reputações. É benéfico para essas empresas ter medi-
sistema usando qualquer computador conectado à inter- das de segurança confiáveis funcionando. Do contrário, ela
net. Os dados não estariam confinados em um disco rígido perderia todos os seus clientes. Portanto, é de seu interesse
no computador do usuário ou mesmo na rede interna da empregar as técnicas mais avançadas para proteger os da-
empresa. dos de seus clientes.
Ela reduziria os custos com hardware. Sistemas de com- Privacidade é um outro assunto. Se um cliente pode lo-
putação em nuvem reduziriam a necessidade de hardware gar-se de qualquer local para acessar aplicações, é possível
avançado do lado do cliente. Você não precisaria comprar que a privacidade do cliente esteja comprometida. Empre-
o computador mais rápido com a maior memória, porque sas de computação em nuvem vão precisar encontrar for-
o sistema de nuvem cuidaria dessas necessidades. Em vez mas de proteger a privacidade do cliente. Uma delas seria
disso, você poderia comprar um terminal de computador usar técnicas de autenticação, como usuário e senha. Outra
baratinho. O terminal poderia incluir teclado, mouse e po- forma é empregar um formato de autorização (níveis de
der de processamento suficiente apenas para conectar seu permissionamento) - cada usuário acessa apenas os dados
computador à nuvem. Você também não precisaria de um e as aplicações que são relevantes para o seu trabalho.
disco rígido grande, porque você armazenaria toda a sua Algumas questões acerca da computação em nuvem
informaçãp em um computador remoto. Esse tipo de ter- são mais filosóficas. O usuário ou a empresa que contrata
o serviços de computação em nuvem é dono dos dados? O
minal é conhecido como “terminal burro”, “thin client” e
sistema de computação em nuvem, que fornece o espaço
“zero client”.
de armazenamento, é o dono? É possível para uma empre-
Empresas que dependem de computadores têm que
sa de computação em nuvem negar a um cliente o acesso
ter certeza de estar com software certo no lugar para atin-
a esses dados? Várias companhias, empresas de advocacia
gir seus objetivos. Sistemas de computação em nuvem dão
e universidades estão debatendo essas e outras questões
a essas empresas acesso às aplicações para toda a corpo-
sobre a natureza da computação em nuvem.
ração. As companhias não têm de comprar um conjunto de
Como a computação em nuvem vai afetar outras in-
softwares ou licenças de software para cada empregado.
dústrias? Há uma preocupação crescente na indústria de
Em vez disso,  a companhia pagaria uma taxa a uma em- TI sobre como a computação em nuvem poderia afetar os
presa de computação em nuvem. negócios de manutenção e reparo de computadores. Se as
Servidores e dispositivos de armazenamento digital empresas trocarem para sistemas de computadores sim-
ocupam espaço. Algumas empresas alugam espaço físico plificados, elas terão poucas necessidades de TI. Alguns
para armazenar servidores e bases de dados porque elas experts da indústria acreditam que a necessidade por em-
não têm espaço disponível no local. A computação em nu- pregos de TI vá migrar de volta para o back end do sistema
vem dá a essas empresas a opção de armazenar dados no de computação em nuvem.
hardware de terceiros, removendo a necessidade de espa-
ço físico no back end.
Empresas podem economizar dinheiro com suporte
técnico. O hardware otimizado poderia, em teoria, ter me-
nos problemas que uma rede de máquinas e sistemas ope-
racionais heterogêneos.
Se o back end do sistema de computação em nuvem
for um sistema de computação em grade, então o clien-
te poderia tirar vantagem do poder de processamento de
uma rede inteira. Frequentemente, os cientistas e pesqui-
sadores trabalham com cálculos tão complexos que levaria
anos para que um computador individual os completasse.
Em um sistema em grade, o cliente poderia  enviar o cálculo
para a nuvem processar. O sistema de nuvem tiraria vanta-
gem do poder de processamento de todos os computado-
res do back end que estivessem disponíveis, aumentando
significativamente a velocidade dos cálculos.

148
INFORMÁTICA BÁSICA

EXERCÍCIOS 5) (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um com-


putador com o sistema operacional Windows instalado, um
1) (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - ASSISTENTE funcionário deseja enviar 50 arquivos, que juntos totalizam
ADMINISTRATIVO) Um computador é um equipamento 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail. Para facilitar o
capaz de processar com rapidez e segurança grande quan- envio, resolveu compactar esse conjunto de arquivos em
tidade de informações. um único arquivo utilizando um software compactador. Só
Assim, além dos componentes de hardware, os com- não poderá ser utilizado nessa tarefa o software: 
putadores necessitam de um conjunto de softwares deno- a) 7-Zip.
minado: b) WinZip.
a. arquivo de dados. c) CuteFTP.
b. blocos de disco. d) jZip.
c. navegador de internet. e) WinRAR.
d. processador de dados.
e. sistemaoperacional. 6) (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direito)
Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em portu-
2) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO – AD- guês, é correto afirmar que,
MINISTRATIVA) As características básicas da segurança da a) para mostrar tipos diferentes de informações sobre
informação — confidencialidade, integridade e disponibi- cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão Classifi-
lidade — não são atributos exclusivos dos sistemas com- car na barra de ferramentas da janela e escolher o modo de
putacionais. exibição desejado.
a. Certo b) quando você exclui um arquivo do disco rígido, ele é
b. Errado apagado permanentemente e não pode ser posteriormen-
te recuperado caso tenha sido excluído por engano.
3) (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO – JU- c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta clicar
RÍDICA) São ações para manter o computador protegido, com o botão direito do mouse sobre ele e selecionar a op-
EXCETO: ção Enviar para a lixeira.
a. Evitar o uso de versões de sistemas operacionais d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas que
ultrapassadas, como Windows 95 ou 98. estão no mesmo disco rígido, ele será compartilhado entre
b. Excluir spams recebidos e não comprar nada todos os usuários que possuem acesso a essas pastas.
anunciado através desses spams. e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do disco
c. Não utilizar firewall. rígido para uma mídia removível, como um pen drive, ele
d. Evitar utilizar perfil de administrador, preferindo será copiado.
sempre utilizar um perfil mais restrito.
e. Não clicar em links não solicitados, pois links es- 7) (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema
tranhos muitas vezes são vírus. operacional Linux,o comando que NÃO está relacionado a
manipulação de arquivos é:
4) (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional Segu- a) kill
rança do Trabalho) A ferramenta Outlook : b) cat
a) é um serviço de e-mail gratuito para gerenciar todos c) rm
os e-mails, calendários e contatos de um usuário. d) cp
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compatível com e) ftp
o Windows 10, o Windows 8.1 e o Windows 7.
c) permite que todas as pessoas possam ver o calen- 8) (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
dário de um usuário, mas somente aquelas com e-mail - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um de-
Outlook.com podem agendar reuniões e responder a con- senvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade de
vites. backup em uma aplicação móvel para, de tempos em tem-
d) funciona apenas em dispositivos com Windows, não pos, armazenar dados automaticamente. A classe da API de
funcionando no iPad, no iPhone, em tablets e em telefones Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
com Android. a) BkpAgent;
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às ferramentas b) BkpHelper;
do pacote de webmail Office 356 da Microsoft.] c) BackupManager;
d) BackupOutputData;
e) BackupDataStream.

149
INFORMÁTICA BÁSICA

9) (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do Pará 15) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
- Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma forma de GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Linux e
prevenir perda de informações. Qual é o Backup que só Windows, julgue os itens seguintes.2No sistema operacio-
efetua a cópia dos últimos arquivos que foram criados pelo nal Windows 8, há a possibilidade de integrar-se à denomi-
usuário ou sistema? nada nuvem de computadores que fazem parte da Internet.
a) Backup incremental a)Certo
b) Backup diferencial b)Errado
c) Backup completo
d) Backup Normal 16) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTI-
e) Backup diário CA) Alguns programas do computador de Ana estão muito
lentos e ela receia que haja um problema com o hardware
10) (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departamen- ou com a memória principal. Muitos de seus programas
to) Como é chamado o backup em que o sistema não é falham subitamente e o carregamento de arquivos gran-
interrompido para sua realização? des de imagens e vídeos está muito demorado. Além disso,
a) Backup Incremental. aparece, com frequência, mensagens indicando conflitos
b) Cold backup. em drivers de dispositivos. Como ela utiliza o Windows 7,
c) Hot backup. resolveu executar algumas funções de diagnóstico, que
d) Backup diferencial. poderão auxiliar a detectar as causas para os problemas e
e) Backup normal sugerir as soluções adequadas.
Para realizar a verificação da memória e, em seguida
11) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) do hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:
Um funcionário precisa conectar um projetor multimídia a a)Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de
um computador. Qual é o padrão de conexão que ele deve desempenho.
usar? b)Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de
a) RJ11 conflitos do Windows.
b) RGB c)Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
c) HDMI desempenho de hardware.
d) PS2 d)Mapeamento de Memória do Windows e Mapea-
e) RJ45 mento de hardware do Windows.
e)Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnósti-
12) (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Admi- co de hardware do Windows.
nistração) Correspondem, respectivamente, aos elementos
placa de som, editor de texto, modem, editor de planilha e 17) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXE-
navegador de internet: CUÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um escritório
de advocacia e utiliza um computador com o Windows 7
a) software, software, hardware, software e hardware. Professional em português. Certo dia notou que o compu-
b) hardware, software, software, software e hardware. tador em que trabalha parou de se comunicar com a inter-
c) hardware, software, hardware, hardware e software. net e com outros computadores ligados na rede local. Após
d) software, hardware, hardware, software e software. consultar um técnico, por telefone, foi informada que sua
e) hardware, software, hardware, software e software. placa de rede poderia estar com problemas e foi orienta-
da a checar o funcionamento do adaptador de rede. Para
13) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) isso, Beatriz entrou no Painel de Controle, clicou na opção
Um computador à venda em um sítio de comércio eletrô- Hardware e Sons e, no grupo Dispositivos e Impressoras,
nico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. Essa confi- selecionou a opção:
guração indica que: a) Central de redes e compartilhamento.
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. b) Verificar status do computador.
b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. c) Redes e conectividade.
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB. d) Gerenciador de dispositivos.
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de 6 e) Exibir o status e as tarefas de rede.
portas USB.
GABARITO
14) (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da
Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada de 1-E/ 2-A/ 3- C/ 4- B/ 5-C/ 6-E / 7-A / 8-C / 9-A /
um computador: 10-C/11-C / 12-E / 13-A / 14-C / 15-A / 16-A / 17-D /
a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner.
b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.
d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.

150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Educação: principais aspectos históricos e conceituais da Educação Brasileira......................................................................................01
Teorias recentes sobre desenvolvimento infantil..................................................................................................................................................03
Organização e dinâmica do currículo: mediação, inclusão, avaliação, participação e protagonismos.........................................05
Concepções de aprendizagem e ensino; aluno e professor............................................................................................................................09
Legislação atual. Diretrizes Curriculares Nacionais...............................................................................................................................................10
Estatuto da Criança e do Adolescente e atualizações.........................................................................................................................................27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
A verdade deve conter autonomia[1] e conteúdo,
deve existir e ser válida para todos. Assim a ciência deve
EDUCAÇÃO: PRINCIPAIS ASPECTOS ter caráter universalista, sendo válida para todos e para
HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DA EDUCAÇÃO sempre.
BRASILEIRA. A preocupação de Platão era a de formar o homem
para uma sociedade ideal. Educação significa liberdade
e libertação, sendo processo capaz de nos tirar de uma
condição de ignorância e imaturidade.
O processo educacional tem particular significado Porém isto não pode ser à força. Posto que o homem
imprescindível para o desenvolvimento humano tanto no livre não deva ser obrigado a aprender, como se fosse
passado, como no mundo contemporâneo. escravo. Qualquer exercício, seja físico ou intelectual se for
A educação tem dado sentido ao futuro e justifica o forçado, não penetrem na alma e lá não permanecerão.
presente, além de explicar e decifrar o passado. Apesar de Já dizia Sócrates no Livro VII da República: “não uses
que infelizmente por vezes não conseguimos escapar de de violência para educar as crianças, mas age de modo que
erros atávicos. aprendam brincando”. Aprender pode e deve ser lúdico[2],
É sabido que o conceito de educação sofrera a influência pois alcançar a plena realização exige esforço e o prazer
do nativismo e do empirismo. O princípio era entendido exige a motivação para desenvolver faculdades físicas,
como o desenvolvimento das potencialidades interiores morais e intelectuais.
do homem, cabendo ao educador apenas exterioriza-las, O mais valioso bem é alcançar a felicidade é encontrar
e o segundo era o conhecimento que o homem adquirira o seu talento. Tais máximas foram defendidas por
através da experiência. Aristóteles[3], o pedagogo da família e, entendeu que ação
Mas é verdade que o processo educacional não reside educativa dos pais seja insubstituível.
Para o filósofo de Estagira, na Trácia, a virtude intelectual
somente nas escolas e as instituições de ensino, afinal, não
se adquire pela instrução ao passo que a virtude moral se
é a única responsável pela educação.
adquire pelos bons hábitos e valores. Virtuoso é o homem
É sabido que a educação possui uma dimensão maior
que tem o hábito reiterado da virtude.
do que propriamente ensinar a instruir e nem se esgota nas
Em Roma Antiga, os educadores se preocupavam
previsões legislativas. muito mais por questões de ordem prática, não havendo
A educação representa tudo aquilo que pode ser mesmo uma produção filosófica considerável. Enfim, a
feito para o desenvolvimento do ser humano. Enfim, educação romana objetivava o desenvolver do homem
amiúde representa a instrução e o desenvolvimento de e a racionalidade que fosse capaz de fazê-lo a pensar
competências e habilidades. corretamente e se expressar de forma convincente.
Devemos à filosofia grega o interesse em descobrir Cabia à educação romana incutir no cidadão a coração,
que o pensamento racional pode investigar a razão de ser a prudência, a honestidade, seriedade e sendo a família
das coisas, e que serve para solucionar todos os problemas. um fato preponderante para que tais virtudes fossem
Os sofistas, verdadeiros pais da retórica, ensinavam fomentadas. O “vir bônus” ou bom cidadão deveria
aos gregos a fala do convencimento considerado como adquirir as virtudes necessárias para cumprir plenamente
instrumento de poder, com a finalidade de fazer prevalecer os deveres de cidadão.
seus interesses de classe. Na Idade Moderna, Francis Bacon[4] acreditava que o
Afirmavam que cada homem via o mundo a seu modo homem só poderia compreender e entender as situações
e, que não era possível uma ciência autêntica, de caráter que ocorrem na realidade se tivesse uma ideia bem clara
objetivo e universalmente válido. a respeito dos fatos. Foi o filósofo um dos primeiros a ver
Desta forma, a cada brisa, a cada primavera, cada um que o método científico poderia dar ao homem sobre a
sente de maneira diversa. Para os sofistas, portanto, não natureza, portanto, que o avanço da ciência poderia ser
havia verdades absolutas. usado para promover em escala inimaginável o progresso
Eles propugnavam um sistema educacional que e a prosperidade humana.
pudesse trazer felicidade e o triunfo ao indivíduo. A Nessa mesma época, John Locke[5] acreditava que a
educação não era conhecida como um direito de cidadão educação faz parte do direito à vida, pois só assim poderão
grego, mas era por meio dela, que os homens se tornam ser formados seres conscientes, livres e senhores de si
melhores e felizes. mesmos[6].
Sócrates repudiando os sofistas previu uma nova visão Jean-Jacques Rousseau[7] formulou também princípios
educacionais que perduram até nossos dias atuais. E
do homem e do universo. A busca do conhecimento só
afirmava que a verdadeira finalidade da educação era
poderia ser feita através da razão e da educação.
ensinar a criança e a aprender a exercer a liberdade.
A chave-mestra de seu pensamento era a máxima:
Acreditava Rousseau que a criança é educada para
“Conhece-te a ti mesmo”, devendo ser consciente de si mesma, não é educada nem para Deus e nem para a
sua ignorância. A verdade para Sócrates assim como o sociedade. Tal educação naturalista, retratada por ele
conhecimento verdadeiro não pode ser relativa a cada na obra Emílio, não significava propriamente retornar
sujeito cognoscente. à vida primitiva e selvagem e, sim, levar o homem a agir

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
por interesses naturais e não por imposição de regras Freire nos ensina que uma das grandes, senão a maior
exteriores e artificiais. Condenava a interpretação de que a tragédia do homem moderno, está em que é hoje dominado
educação é um processo pelo qual a criança passa adquirir pela força dos mitos e comandado pela publicidade
conhecimentos, atitudes e hábitos armazenados pela organizada, ideológica ou não, e, por isso, vem renunciado
civilização. cada vez, sem o saber, a sua capacidade de decidir.
Há uma importante afirmação na obra Emílio[8]  de Propõe Freire que educar é construir, significa libertar
Rousseau,  in litteris: “ Nascemos fracos, precisamos de o homem do determinismo passando a reconhecer o papel
forças; nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo o da História e a questão da identidade cultural, tanto em sua
que não temos ao nascer, e de que precisamos quando dimensão individual como na prática pedagógica proposta.
grandes nos é dado pela educação. ”. A concepção de educação de Paulo Freire percebe
o homem como ser autônomo, que está presente na
Já para Immanuel Kant[9] entendia que a moralidade
definição de vocação antológica de “ser mais” que está
para os seres humanos é o resultado pretendido de um
associada com a capacidade de transformar o mundo.
processo educacional extensivo.
Para Edgar Morin[11]  em suas reflexões sobre a
O filósofo escreveu duas relevantes obras, chamadas educação, percebe o homo sapiens como fruto da vida
de “Crítica a razão teorética pura”, no ano de 1781, onde natural e da cultura. Encontra uma forma de construir a
indaga os limites e as condições do nosso conhecimento, educação dos tempos futuros, embora esta pareça ainda
as suas potencialidades e o seu valor; e a “Crítica da razão estar muito vinculado ao passado e principalmente ao
pura” em 1788 demonstrando que o homem deve agir com fragmentar do conhecimento.
a consciência do dever, de acordo com a lei moral presente Defende Morin o pensamento integral, posto que
no seu interior. permita ao homo sapiens concretizar uma meditação
A educação kantiana deve cultivar a moral, despertando mais pontual. Critica a pedagogia atuante por conta de
para que o homem tome consciência de que esta deve seu radical fracionamento do saber que leva o indivíduo
estar presente em todas as ações de sua vida, em todo o a entender o universo de forma facciosa e sem a conexão
seu desenvolvimento, em todo o ser, e por efeito, deitando com o universal. Rompendo-se qualquer interação entre
raízes sobre o Direito, que não subsiste sem a moral[10]. local e global, o que proporciona uma resolução de
Há também a notável contribuição de Jean Piaget e questões existenciais complemente dissociada do contexto
Paulo Freire para a educação. Piaget afirmava que a educação onde estão situadas.
deve possibilitar à criança o mais amplo desenvolvimento Na teoria da complexidade preconiza que o pensamento
complexo é o que permite abarcar a uniformidade e a
e dinâmico desde que o período sensório-motor até o
variedade contidas na totalidade, ao contrário da tendência
operatório-abstrato.
do ser humano a simplificar tudo. E afirma que o ponto de
Os principais objetivos da educação são: a formação de
vista integral não descarta o valor das especialidades.
homens criativos, inventivos e descobridores, de pessoas Há acirrada discussão sobre a necessidade de renovação
críticas e ativas, na busca constante da construção da da escola, e da oferta de uma educação que realmente
autonomia. contribua para o desenvolvimento total da pessoa, em
A referida autonomia não está relacionada com o espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, e sentido
isolamento, ou a capacidade de aprender sozinho. Ser estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade.
autônomo significa estar apto a cooperativamente construir Tais objetivos foram difundidos no Brasil principalmente
o sistema de regras morais e operatórias, necessárias à por Jacques Delors que editou um relatório em forma de
manutenção das relações permeadas pelo respeito mútuo. livro pelo Ministério da Educação, em 1998, sob o título
A essência da autonomia é que as crianças se tornem “Educação, um tesouro a descobrir: relatório para Unesco
capazes de tomar decisões por elas mesmas. E não significa da Comissão Internacional sobre Educação para o Século
o mesmo que a liberdade completa. Autonomia significa XXI”.
ser capaz de considerar os fatores relevantes para decidir Nesse importante documento são apresentados quatro
qual deve ser o melhor caminho de ação. Não pode haver saberes indispensáveis aos indivíduos para atuarem de
moralidade quando alguém considera somente o seu forma plena na sociedade do novo milênio. São os quatro
ponto de vista. pilares da educação, a saber: aprender a conhecer, ou seja,
adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a
Para Paulo Freire parte do princípio de que vivemos em
fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a
uma sociedade dividida em classes, na qual os privilégios
viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros
de uns impendem a maioria e usufruir os bens produzidos.
em todas as atividades humanas, e, finalmente, aprender a
O filósofo e pedagogo se referia a dois tipos de pedagogia: ser, via essencial que integra as três precedentes.
a pedagogia dos dominantes, na qual a educação existe A união desses quatro saberes ficou conhecida como a
como prática de dominação e, a pedagogia do oprimido, teoria pedagógica do Aprender a aprender trazendo uma
na qual a educação surge com prática de liberdade e de nova visão das práticas educativas, cujo cerne não reside
libertação. na transmissão de conteúdos aos alunos. Será necessário
Não basta que o oprimido tenha a consciência crítica proporcionar aos discentes, uma série de saberes e
de opressão, mas que esteja disposto a transformar a competências que os deixarão preparados para se adaptar
realidade. a um mundo em mudança.

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
É preciso que os docentes estejam sempre abertos realmente foram acolhidos constitucionalmente, como
às novidades e procurem diferentes métodos de trabalho são: igualdade de condições de acesso e permanência na
após a reflexão de suas práticas, pois o profissional é escola, liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar
responsável por sua formação. Ao Estado cabe criar as o pensamento, a arte o saber, pluralismo de ideias e de
situações e condições objetivas necessárias para que o concepções pedagógicas, e coexistência de instituições
docente possa sempre repensar sua prática pedagógica e, públicas e privadas de ensino; com a devida valorização
efetivamente, ter uma formação continuada. dos profissionais da educação garantido na forma da lei,
O sociólogo suíço Phillipe Perrenoud[12] é um dos plano de carreira para o magistério público e privado. Além
mais lidos no Brasil no tocante a formação de professores. de gestão democrática e garantia de padrão de qualidade.
Mas, também possui produções bem referenciadas na área Fonte:https://giseleleite2.jusbrasil.com.br/
de avaliação, em especial, com a sua proposta de ciclos de artigos/342619676/a-historia-do-conceito-da-educacao
aprendizagem plurianuais. A formação e prática docente é
desenvolvida por meio de competências.
A categoria competência é um termo recorrente tanto
quando se refere aos alunos e quanto aos professores. TEORIAS RECENTES SOBRE
E, definiu competência como a faculdade de mobilizar DESENVOLVIMENTO INFANTIL.
um conjunto de recursos cognitivos para solucionar, com
pertinência e eficácia uma série de situações.
A escola deve negar a postura de “ensinar por ensinar”
em favor de apresentar a relação direta que os conteúdos
das disciplinas têm com os conhecimentos necessários para O modo de lidar com as crianças na idade média era
toda a vida. Não se trata de renunciar a importância dos baseado em alguns costumes herdados da Antiguidade. .
conteúdos das disciplinas, mas, estas devem ser concebidas Nas sociedades antigas, o status da criança era nulo.
como mecanismos desencadeadores do desenvolvimento A Educação Infantil nem sempre teve um lugar de
cognitivo e social dos indivíduos. destaque na formação da criança pequena. Surgiu como
Ao docente não basta conhecer e dominar uma instituição assistencial que vinha com objetivo de
profundamente apenas o conteúdo das disciplinas suprir as necessidades da criança e de ocupar, em muitos
que leciona. E imprescindível ao docente as dez aspectos o lugar da família.
competências fundamentais, a saber: organizar e dirigir As creches são produto da revolução industrial.
situações de aprendizagem; administrar a progressão das No Brasil surge em função da crescente urbanização e
aprendizagens; conceber a fazer evoluir os dispositivos de estruturação do capitalismo e, com ele, a necessidade dada
diferenciação; envolver os alunos em suas aprendizagens mulher em ocupar o mercado de trabalho, desencadeando
e em seu trabalho; trabalhar em equipe; participar da uma movimentação entre os operários pela reivindicação
administração escolar; informar e envolver os pais; utilizar de um lugar para deixarem seus filhos. Os pequenos, que
novas tecnologias; enfrentar os deveres e os dilemas éticos ficavam durante muitas horas distantes de suas mães
da profissão e administrar a própria formação. precisavam ser cuidados.
Tais competências perpassam pelo âmbito da didática, As creches preenchiam esta necessidade para a classe
da gestão e da formação. Honestamente dentre as tais dez trabalhadora.   Firmando-se assim ,o cuidar ,a atividade
competências elencadas por Perrenoud há o foco bastante principal dessas instituições.
claro na escola e não traz muitas novidades para o currículo Na década de 1980 dá-se um avanço em relação é
ou didática dos cursos de licenciatura no brasil. Educação Infantil. Estudos e pesquisas foram realizados
O convite do sociólogo é no sentido de propiciar uma com objetivo de discutir a função da  creche/pré-escola. Foi
postula reflexiva e a revisão de práticas além da capacidade
concluído que, independente da classe social, a educação
de observar, regular, inovar e aprender com os outros e
da criança pequena é extremamente importante e que
com os alunos e com a experiência.
todas deveriam ter. acesso a ela.
A educação, fundamentada na CF/1988 e amparada por
Em 1988, a Constituição define creche/pré-escola
princípios que buscam uma sociedade mais justa, sendo
direito de todos, dever do Estado e da família, visando como direito de família e dever do Estado em oferecer esse
o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o serviço.
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Dois anos depois, em 1990, o Estatuto da Criança e do
Há, pois, com base no art. 205 do vigente texto Adolescente (ECA) reafirmou os direitos constitucionais em
constitucional brasileiro três objetivos básicos da educação: relação à Educação Infantil.
o pleno desenvolvimento da pessoa, o preparo da pessoa Em 1994, o MEC publicou o documento Política
para o exercício da cidadania e a qualificação da pessoa Nacional de Educação Infantil que estabeleceu metas como
para o trabalho. a expansão de vagas e políticas de melhoria da qualidade
Tais objetivos só se concretizarão através de sistema no atendimento às crianças, entre elas a necessidade de
educacional democrático onde a organização da educação qualificação dos profissionais, que resultou no documento
formal concretize o direito ao ensino, informado por por uma política de formação do profissional de Educação
princípios com eles coerentes e harmônicos, que Infantil.

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Em 1996, com a promulgação da Emenda Constitucional tende a se afastar da realidade. Esse distanciamento da
que cria a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), O realidade através de uma história por exemplo, é essencial
artigo 62 foi pioneiro ao estabelecer a necessidade de para uma penetração mais profunda na própria realidade,
formação para o profissional da Educação Infantil. Segundo afastamento do aspecto externo aparente da realidade
a lei, a formação do educador desse segmento deve ser dada imediatamente na percepção primária possibilita
“em nível superior, admitindo-se, como formação mínima, a processos cada vez mais complexos, com a ajuda dos
oferecida em nível médio, na modalidade Normal”. O texto quais a cognição da realidade se complica e se enriquece”.
reafirma, também, a responsabilidade constitucional dos Vigotsky (1989).
municípios na oferta de Educação Infantil, contando com No Brasil considera-se como educação infantil
a assistência técnica e financeira da União e dos estados . [1] o período de vida escolar em que se atende,
Com o objetivo de oferecer parâmetros para a pedagogicamente, crianças com idade entre 0 e 5 anos e
manutenção e a criação de novas instituições de Educação 11 meses.
Infantil, o MEC publicou, em 1998, o documento Subsídios A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional chama
para credenciamento e o funcionamento das instituições o equipamento    educacional que atende crianças de 0 a 3
de Educação Infantil. No mesmo ano, visando a elaboração anos de “creche”. O equipamento educacional que atende
de currículos de Educação Infantil, cuja responsabilidade crianças de 4 a 6 anos se chama “pré-escola”.
foi delegada pela LDB a cada instituição e seus professores, Fonte: https://pedagogiaaopedaletra.com/breve-
o ministério editou o Referencial Curricular Nacional para a historico-da-educacao-infantil/
Educação Infantil, como parte dos Parâmetros Curriculares
Nacionais. Um ano depois, em 1999, o Conselho Nacional Compilando a literatura existente, percebe-se que
de Educação (CNE) publicou as Diretrizes Curriculares a palavra infância foi concebida e tratada de diferentes
Nacionais para a Educação Infantil. Esses documentos maneiras em distintos momentos da história da
são, hoje, os principais instrumentos para elaboração e humanidade.
avaliação das propostas pedagógicas das instituições de Até o século XVII, a criança tinha pouca importância
Educação Infantil do país. para a sociedade, por conseguinte para a família. De
A Educação Infantil passa a ser vista como a junção do acordo com ARIÈS (ibid, p. 19), nesse século, a criança ainda
educar e cuidar. Cuidar no sentido que as necessidades era vista como um ser frágil, indefeso, e a expressão usada
básicas da criança sejam atendidas e, educar, porque para designá-la era “petit enfant” que significava “criança
deve oferecer à criança, possibilidades de descobertas e pequena” ou “criancinha”.
aprendizados. AMARILHA (ibid) também comenta que não havia uma
Precisamos ter consciência de que podemos preparar  preocupação maior com essa fase da vida, pois o período
nossas crianças desde muito cedo  para o  exercício da era marcado pelo alto índice de mortalidade. Sendo seres
cidadania. tão transitórios, não valia a pena dedicar-lhes sentimentos
Lei 9.131/95. Art. 3º […] III – As Instituições de Educação mais profundos e duradouros. As crianças eram deixadas
Infantil devem promover em Suas Propostas Pedagógicas para serem criadas por serventes, amas-secas, até que
práticas de educação e cuidados que possibilitem a pudessem ter certa autonomia para o convívio com os
integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivo adultos e chegasse a lhes ocupar o lugar.
cognitivos/linguísticos e sociais da criança, entendendo De acordo com o dicionário Latino-Português de 1962,
que ela é um ser completo, total e indivisível. A  Educação a palavra infância advinda do latim infantia significava
Infantil passa a ser vista não como um artigo de luxo, mas “incapacidade de falar, nudez”. Esse conceito deriva do fato
um direito a todas as crianças brasileiras. de se considerar que até os 7 anos a criança era incapaz
A Educação Infantil, para atender essa nova demanda, de falar, por conseguinte “incapaz de pensar”, “incapaz de
necessita alterar suas práticas pedagógicas. Não há expressar”, gerando-se daí uma atitude condescendente do
espaço para quem ainda percebe a creche como um  lugar ponto de vista intelectual que revela a condição subalterna
onde só se cuida de crianças, que  ainda a vê como uma a que eram submetidas às crianças.
instituição essencialmente assistencialista. A proposta LAJOLO (In FREITAS 2000) revela que a constante
pedagógica é sem dúvida uma ferramenta importante, se necessidade de recorte e afirmação, de busca de precisão
não fundamental, para o sucesso do processo educacional. cada vez maior do conceito de infância fê-la buscar o
Segundo Zabala (1998), a capacidade de uma pessoa dicionário Aurélio, que navega rente à psicologia em seu
para se relacionar depende das experiências que vivem verbete relativo à infância, quando diz que esta significa:
instituições educacionais são um dos lugares preferenciais, período de vida que vai do nascimento à adolescência, no
nesta época.Para se estabelecer vínculos e relações que qual o crescimento se faz, concomitantemente, em todos
condicionam e definem as próprias concepções pessoais os domínios e, que, seguindo os caracteres anatômicos,
sobre si mesmo e sobre os demais. fisiológicos e psíquicos, divide-se em três estágios: primeira
… “os primeiros anos de vida da criança contribui para infância, de zero a três anos; segunda infância, de três a
o desenvolvimento do seu pensamento lógico e também sete anos; e terceira infância, de sete anos até a puberdade.
de sua imaginação caminham juntos, a imaginação é Contudo, SCORSATO (id) nos mostra que, no século
um momento totalmente necessário, inseparável do XVIII, a criança era vista como um brinquedo. A palavra
pensamento realista, na imaginação a direção da consciência usada para designá-la era Poupart, que significa boneca.

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Para reforçar tal visão, a autora cita BANDINTE histórias, entre outras ações. Ao planejar a rotina de sua
(apud SCORSATO,1998) quando relata que: “… Poupart sala de aula, o professor deve considerar os elementos:
é considerado com muita frequência pelos pais como materiais, espaço e tempo, bem como os sujeitos que
um brinquedo divertido do qual se gosta pelo prazer estarão envolvidos nas atividades, pois esta deve adequar-
que proporciona, e não pelo seu bem. É uma espécie se à realidade das crianças.
de pequeno ser sem personalidade, um jogo nas mãos Segundo Barbosa a rotina é “a espinha dorsal, a
do adulto… mas quando tem idade e se torna sério, não parte fixa do cotidiano”, um artefato cultural criado para
nos interessa mais. À familiaridade excessiva sucede uma organizar a cotidianidade. A partir dessa premissa, é
severidade exagerada, ou uma indiferença gélida”. importante definir rotina e cotidiano: Rotina - É uma
No outro extremo, situam-se as ideias de ROUSSEAU categoria pedagógica que os responsáveis pela educação
quando cita que a criança é um ser com características infantil estruturaram para, a partir dela, desenvolver o
próprias, não sendo admissível que continuasse sendo trabalho cotidiano nas instituições de educação infantil.
encarada como um adulto em miniatura. A infância, para [...] A importância das rotinas na educação infantil provêm
esse filosofo, constituía uma fase da vida e não uma simples da possibilidade de constituir uma visão própria como
preparação para a vida. A criança, segundo ele, teria que se concretização paradigmática de uma concepção de
comportar como ela é e não como os adultos gostariam que educação e de cuidado (Barbosa). Cotidiano – [...] refere-
ela fosse. ROUSSSEAU foi o primeiro a considerar a criança se a um espaço-tempo fundamental para a vida humana,
enquanto tal, com sentimentos, desejos e ideias próprias, pois tanto é nele que acontecem as atividades repetitivas,
diferentes dos adultos. (ROUSSEAU apud PINHEIRO, 1998). rotineiras, triviais, como também ele é o lócus onde há a
No século XIX, a criança passa a ter novo significado. possibilidade de encontrar o inesperado, onde há margem
Surge assim um novo termo para designá-la. Esta passa para a inovação [...]. José Machado Pais afirma que não se
a ser chamada de “baby”, termo usado para crianças de pode reduzir o cotidiano ao rotineiro, ao repetitivo e ao
poucos meses de nascimento. NUNES E SILVA (ibid, 27) a-histórico, pois o cotidiano é o cruzamento de múltiplas
PEREIRA e SOUZA (apud KRAMER e LEITE) acrescentam dialéticas entre o rotineiro e o acontecimento (Barbosa).
que, desde o final desse século (XIX), percebe-se uma Bem elaborada, a rotina é o caminho para evitar a
tendência crescente de separar o mundo das crianças do atividade pela atividade, os rituais repetitivos, a reprodução
mundo dos adultos. A educação das crianças, que acontecia de regras, os fazeres automáticos. Para tanto, é fundamental
diretamente ligada à vida nas reuniões de trabalho e lazer, que a rotina seja dinâmica, flexível, surpreendente. Barbosa
foi substituída pela aprendizagem escolar. Começa, então, aponta que a rotina inflexível e desinteressante pode vir a
um longo processo de enclausuramento de crianças, mas
ser “uma tecnologia de alienação”, se não forem levados
também dos adultos, que se estende até os dias atuais, que
em consideração o ritmo, a participação, a relação com o
vai desde a escolarização dos modos mais sofisticados e
mundo, a realização, a fruição, a liberdade, a consciência,
sutis de confinamento espacial.
a imaginação e as diversas formas de sociabilidade dos
Fonte: https://pedagogiaaopedaletra.com/a-
sujeitos nela envolvidos. A rotina é uma forma de organizar
concepcao-de-crianca-na-otica-dos-educadores/
o coletivo infantil diário e, concomitantemente, espelha
o projeto político-pedagógico da instituição. A rotina é
capaz de apresentar quais as concepções de educação, de
ORGANIZAÇÃO E DINÂMICA DO criança e de infância se materializam no cotidiano escolar.
CURRÍCULO: MEDIAÇÃO, INCLUSÃO, Com o estabelecimento de objetivos claros e coerentes, a
AVALIAÇÃO, PARTICIPAÇÃO E rotina promove aprendizagens significativas, desenvolve a
PROTAGONISMOS. autonomia e a identidade, propicia o movimento corporal,
a estimulação dos sentidos, a sensação de segurança
e confiança, o suprimento das necessidades biológicas
(alimentação, higiene e repouso). Isto porque a rotina
Rotina1 contém elementos que podem (ou não) proporcionar o
bem-estar e o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social,
É praticamente impossível a reflexão sobre a biológico.
organização do tempo na Educação Infantil sem incluir De acordo com o Referencial Curricular Nacional
a rotina pedagógica. Entretanto, é importante enfatizar para Educação Infantil (1998), a rotina deve adequar-se
que a rotina é apenas um dos elementos que compõem às necessidades infantis e não o inverso. Ao observar e
o cotidiano, como veremos a seguir. Geralmente, a rotina documentar uma rotina (diária ou semanal, por exemplo),
abrange recepção, roda de conversa, calendário e clima, algumas reflexões emergem:
alimentação, higiene, atividades de pintura e desenho, -Como as atividades são distribuídas ao longo do dia?
descanso, brincadeira livre ou dirigida, narração de E da semana?
-Com que frequência, em que momento e por quanto
1 Texto adaptado produzido pela Secretaria de tempo as crianças brincam?
Estado de Educação do Distrito Federal, disponível em http://www.
sinprodf.org.br/wp-content/uploads/2014/03/2-educacao-infantil.pdf -Quanto do dia é dedicado à leitura de histórias,
inclusive para os bebês?

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
-A duração e a regularidade das atividades têm trazer à tona a valorização da infância em suas relações e
assegurado a aquisição das aprendizagens planejadas? práticas. Os profissionais, em muitos momentos, percebem
-A criança passa muito tempo esperando entre uma e no contato diário com as crianças que entre elas coexistem
outra atividade? necessidades e ritmos diferentes. Mostram-se preocupados
-Como é organizado o horário das refeições? Onde são em não conseguir atender essa diversidade para que as
feitas? crianças possam vivenciá-la. Oscilam entre cumprir a tarefa
-E os momentos dedicados ao cuidado físico, são que é ordenar e impor a sincronia e, ao mesmo tempo,
previstos e efetivados com que frequência e envolvem abrir espaço para deixar aparecerem as individualidades, a
quais materiais? simultaneidade, a “desordem” (BATISTA).
-Como o horário diário de atividades poderia ser Desta forma, vivem cotidianamente um dilema,
aperfeiçoado, em favor de uma melhor aprendizagem? que é o de respeitar e partilhar a individualidade, a
-Há espaço para o imprevisto, o incidental, a heterogeneidade, os diferentes modos de ser criança
imaginação, o fortuito? ou seguir a rotina estabelecida, cuja tendência é a
-As crianças são ouvidas e cooperam na seleção e uniformização, a homogeneidade, a rigidez que por vezes
organização das atividades da rotina? permeia as práticas educativas. Assim, o grande desafio
-Como as interações adulto/criança e criança/criança dos profissionais que atuam na Educação Infantil é o de
são contempladas na organização dos tempos, materiais preconizar novas formas de intervenção, distinta do modelo
e ambientes? de educação fundamental e, consequentemente, com
No caso da jornada em tempo integral, no período da sentido educativo próprio (BATISTA). Cresce a relevância do
manhã devem ser incluídos momentos ativos e calmos, planejamento cuidadoso, flexível, reflexivo que minimiza
dando prioridade às atividades cognitivas. As crianças, o perigo da rotina “cair na rotina”, no pior sentido da
depois de uma noite de sono, estão mais descansadas expressão: ser monótona, impessoal, sem graça, vazia,
para ampliar sua capacidade de concentração e interesse sem sentido para as crianças e até para os profissionais.
em atividades que envolvem a resolução de problemas. É Para tanto, conflito e tensão são elementos que estarão
interessante, também, incluir atividades físicas no período presentes e contrapõem-se a uma prática pedagógica
da manhã, observando o tempo e a intensidade de calor e idealizada. Como diz a poeta Elisa Lucinda: “O enredo a
sol ou frio. Já o período da tarde, em uma jornada de tempo gente sempre todo dia tece, o destino aí acontece (...)”.
integral, geralmente acaba por concentrar atividades como
sono ou repouso, refeições, banho, ou seja, as práticas Datas comemorativas
sociais. O que não significa que as Interações com a
A exploração das datas, festejos, eventos
Natureza e a Sociedade, as Linguagens Oral e Escrita,
comemorativos no calendário da Educação Infantil está
Digital, Matemática, Corporal, Artística e o Cuidado
bastante naturalizada nas instituições da Educação Infantil.
Consigo e com o Outro não estejam presentes por meio de
Essas datas são geralmente, a “tradição cívica, religiosa
atividades planejadas para surpreender e motivar em uma
ou escolar”. Entretanto, a tradição não pode obscurecer
sequência temporal que corre o risco da monotonia ou da
a necessidade da reflexão acerca da comemoração de
“linha de montagem”.
“dias D”. Sousa adverte ser fundamental que “as escolas,
Nas jornadas de tempo parcial, por serem mais curtas, professores e pais tenham muito claro que é preciso
as práticas sociais aparecem com menor frequência, priorizar sempre e entender qual o significado do conjunto
ainda que também estejam presentes. As Linguagens, as dessas experiências para a vida das crianças – de todas e
Interações com a Natureza e a Sociedade e o Cuidado de cada uma delas. E não me refiro ao futuro da criança
Consigo e com o Outro são geralmente o foco do trabalho apenas, mas principalmente ao seu presente”. Não nos
pedagógico. Também é essencial abrir espaço e reservar cabe interditar ou eliminar a comemoração de datas
tempo para as brincadeiras, sejam livres, sejam dirigidas. especiais e a realização de festas. No entanto, propomos
Não se pode ignorar o fato de que muitas das ações da que, ao destacá-las no calendário escolar, façamos algumas
rotina estão pautadas nas relações de trabalho do mundo reflexões. Entre elas:
adulto. Os horários de lanche, almoço, limpeza das salas, -Por que a instituição acredita ser válida a mobilização
funcionamento da cozinha, as atividades das crianças para celebrar este ou aquele dia?
estão sintonizadas de acordo com a produtividade, a -Por que é necessário realizar atividades acerca das
organização e a eficácia que estão implicadas em uma datas comemorativas, todos os anos, com poucas variações
organização capitalista. Por vezes, as crianças querem em torno do mesmo tema?
ou propõem outros elementos que transgridam as -As atividades relacionadas à temática ampliam o
formalidades da rotina, das jornadas integrais ou parciais, campo de conhecimento das crianças?
dos momentos instituídos pelos profissionais, sejam no -Foram atividades escolhidas pelo professor, pelo
sono, na alimentação, na higiene, na “hora da atividade”, coletivo da instituição educacional, pela família ou pelas
nas brincadeiras, entre outros. crianças?
A partir da observação, é possível detectar como as -Os sentimentos infantis e aprendizagens são levados
crianças vivem o cotidiano da instituição. Esses sinais em conta?
das crianças ajudam a apontar possibilidades que não -O trabalho desenvolvido em torno das datas está
se limitam às rotinas formalizadas e dão subsídios para articulado com os objetivos relacionados às aprendizagens?

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
-Será que as crianças são submetidas, ao longo dos leitura, escrita, matemática, artes, música, ciências sociais
anos escolares, às mesmas atividades, ações, explicações? e naturais, corpo e movimento. Ter material adequado,
-Consideramos as idades das crianças, seus interesses intencionalmente selecionado para as atividades, contribui
e capacidades ao elegermos as datas comemorativas? significativamente para o aprendizado. É Importante
-Fazemos diferentes abordagens para diferentes faixas também ter os nomes das crianças em destaque como na
etárias? latinha de lápis de cor ou giz de cera, assim como o varal
-Interrompemos trabalhos em andamento para incluir de alfabeto, a tabela numérica e o calendário e sempre,
datas comemorativas? ao longo do ano, utilizar os materiais produzidos pelas
-Quais são os critérios para a escolha das datas? próprias crianças para colorir e significar o espaço da sala
Algumas são mais enfatizadas que outras? Por quê? de aula.
-Os conteúdos e as atividades são problematizados
pelos adultos e crianças? Organização do trabalho pedagógico – materiais,
-Expomos as crianças, ainda que não intencionalmente, ambientes, tempos, atividades.
à “indústria das festas”?
-Incentivamos, ainda que não intencionalmente, a Para mediar as aprendizagens promotoras do
cultura do consumo? desenvolvimento infantil, é preciso tencionar uma ação
-Como são tratados os aspectos culturais destas datas? educativa devidamente planejada, efetiva e avaliada. Por
Sob qual enfoque? Com qual aprofundamento? isto, é imprescindível pensar o tempo, os ambientes e os
-Quais valores, conceitos, ideologias atravessam essas materiais. Ressalte-se, entretanto, que o que determina as
celebrações? aprendizagens não são os elementos em si, mas as relações
Coletivamente, promover a crítica e a reflexão em torno propostas e estabelecidas com eles.
das datas comemorativas auxilia na problematização de Materiais: os materiais compõem as situações de
experiências curriculares que, em um primeiro momento, aprendizagem quando usados de maneira dinâmica,
podem parecer “inquestionáveis”. O que importa é tornar apropriada à faixa etária e aos objetivos da intervenção
datas e festas significativas e lúdicas para a criança, pedagógica. Assim, materiais são objetos, livros, impressos
priorizando-a como centro do planejamento curricular, de modo geral, brinquedos, jogos, papéis, tecidos,
suas aprendizagens e seu desenvolvimento, sua cidadania. fantasias, tapetes, almofadas, massas de modelar, tintas,
Retomando: ao organizar tempo, ambientes e materiais,
madeiras, gravetos, figuras, ferramentas, etc. Podem ser
o profissional deve ter em mente a criança concreta. O
recicláveis, industrializados, artesanais, de uso individual e
planejamento curricular deve considerar a riqueza e a
ou coletivo, sonoros, visuais, riscantes e/ou manipuláveis,
complexidade da primeira etapa da Educação Básica.
de diferentes tamanhos, cores, pesos e texturas, com
O campo de aprendizagens que as crianças podem
diferentes propriedades. Entretanto, a intencionalidade
realizar na Educação Infantil é muito grande. As situações
pedagógica não pode ignorar ou ir além da capacidade da
cotidianas criadas nas creches e pré-escolas podem
criança de tudo transformar, de simbolizar, de desprender-
ampliar as possibilidades das crianças viverem a infância
se do mundo dos adultos e ver possibilidades nos restos,
e aprenderem a conviver, brincar e desenvolver projetos
em grupo, expressar-se, comunicar-se, criar e reconhecer nos destroços, no que é desprezado. Significa dizer que
novas linguagens, ouvir e recontar histórias lidas, ter as crianças produzem cultura e são produto delas, de
iniciativa para escolher uma atividade, buscar soluções modo que a interpretação e releitura que a criança faz do
para problemas e conflitos, ouvir poemas, conversar mundo e das coisas que estão a sua volta reverte-se em
sobre o crescimento de algumas plantas que são por elas possibilidades de novos conhecimentos e aprendizagens.
cuidadas, colecionar objetos, participar de brincadeiras de Um objeto, um livro, um brinquedo podem oportunizar
roda, brincar de faz de conta, de casinha ou de ir à venda, diferentes ações, permitir a exploração e propiciar
calcular quantas balas há em uma vasilha para distribuí-las interações entre as crianças e os adultos. Para tanto, é
pelas crianças presentes, aprender a arremessar uma bola fundamental que os materiais:
em um cesto, cuidar de sua higiene e de sua organização -provoquem, desafiem, estimulem a curiosidade,
pessoal, cuidar dos colegas que necessitam de ajuda e a imaginação e a aprendizagem; fiquem ao alcance da
do ambiente, compreender suas emoções e sua forma de criança, tanto para serem acessados quanto para serem
reagir às situações, construir as primeiras hipóteses, por guardados;
exemplo, sobre o uso da linguagem escrita, e formular um -estejam disponíveis para o uso frequente e ativo;
sentido de si mesmas (OLIVEIRA). O que caracteriza uma -não tragam danos à saúde infantil;
instituição de Educação Infantil, que se diferencia de outros -sejam analisados e selecionados em função das
de locais de convivências, sejam públicos ou privados, é aprendizagens e dos possíveis sentidos que as crianças
justamente a intencionalidade do projeto educativo, a possam atribuir-lhes;
especificidade da escola como agência que promove as -estejam adequados às crianças com deficiência visual,
aprendizagens (FERREIRA). auditiva ou física, com transtornos globais, com altas
Dica: Sempre devemos considerar, na montagem das habilidades / superdotação;
salas de Educação Infantil, os diferentes conhecimentos -contemplem a diversidade social, religiosa, cultural,
e linguagens que compõem o currículo, entre eles a étnico-racial e linguística;

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
-possam ser colhidos e explorados em diversos sequência, ela consegue antecipar fatos, fazer planos
ambientes, para além das salas de atividades, mas também e construir sua noção de tempo. É importante que o
em pátios, parques, quadras, jardins, praças, hortas etc; planejamento e as práticas pedagógicas levem em conta
-sejam analisados e selecionados em função das a necessidade de:
aprendizagens e de acordo com a idade. -diminuir o tempo de espera na passagem de uma
Ambientes: quando planejamos, algumas questões nos atividade para outra;
norteiam: que tipos de atividades serão selecionadas, em -evitar esperas longas e ociosas, especialmente ao final
que momentos serão feitas e qual o local mais adequado da jornada diária;
realizá-las? A depender do espaço físico, podem ser mais -flexibilizar o período de realização da atividade, ao
qualitativas as aquisições sensoriais e cognitivas das crianças. considerar os ritmos e interesses de cada um e/ou dos
O espaço é elemento fundamental para o desenvolvimento grupos;
infantil. E qual a relação entre espaço e ambiente? Espaço -distribuir as atividades de acordo com o interesse e as
e ambientes são elementos indissociáveis, ou seja, um não condições de realização individual e coletiva;
se constitui sem o outro. Dessa forma, apreende-se do -permitir a vivência da repetição do conhecido e o
termo espaço como as possibilidades de abstração feita contato com a novidade;
pelo ser humano, sobre um determinado lugar, de modo a -alternar os momentos de atividades de higiene,
torná-lo palpável. Já ambiente é constituído por inúmeros alimentação, repouso; atividades coletivas (entrada,
significados, que são ressignificados pelo sujeito de acordo saída, pátio, celebrações, festas); atividades diversificadas
com suas experiências, vivências e culturas. Os ambientes da (brincadeiras e explorações individuais ou em grupo);
Educação Infantil têm como centro a criança e precisam ser atividades coordenadas pelo professor (roda de conversa,
organizados em função de suas necessidades e interesses, hora da história, passeios, visitas, oficinas etc); atividades
inclusive com mobiliário adequado. É interessante que de livre escolha da criança, ainda que supervisionadas
permitam explorações individuais, grupais, simultâneas, pelos profissionais.
livres e/ou dirigidas pelos profissionais. Para tanto, é Aqui, cabe uma breve consideração sobre as possíveis
fundamental que os ambientes sejam organizados para denominações que um currículo pode comportar em
favorecer:
relação à organização do trabalho pedagógico: atividades,
-construção da identidade da criança como agente que
temas geradores, projetos, vivências, entre outras. É
integra e transforma o espaço;
plausível insistir que o importante é que essas estratégias
-desenvolvimento da independência. Por exemplo:
adquiram sentido para a criança e não sirvam apenas para
tomar água sozinha, alcançar o interruptor de luz, ter
mantê-la ocupada, controlada, quieta, soterrada por uma
acesso à saboneteira e toalhas, circular e orientar-se com
avalanche de tarefas.
segurança pela instituição;
Não interessa banir essas denominações (e seus usos)
-amplitude e segurança para que a criança explore
de nosso vocabulário e cotidiano. Interessa fazer com que
seus movimentos corporais (arrastar-se, correr, pular, puxar
as atividades, temas geradores, projetos, vivências e outras
objetos, etc.);
-possibilidades estimuladoras dos sentidos das práticas sejam res-significadas, sejam objetos de reflexão,
crianças, em relação a odores, iluminação, sons, sensação colocando as crianças em “situação de aprendizagem”
tátil e visual, entre outros; (JUNQUEIRA FILHO). Interessa, portanto, dialogar
-observância da organização do espaço para que seja historicamente com essas práticas, reexaminá-las e restituí-
um ambiente estimulante, agradável, seguro, funcional e las na organização do trabalho pedagógico.
propício à faixa etária; Existem muitas possibilidades de organização do
-garantia da acessibilidade a crianças e adultos com trabalho pedagógico ao longo da jornada diária, semanal,
visão ou locomoção limitada; bimestral. Elegemos quatro situações didáticas que podem
-organização que evite, ao máximo, acidentes e integrar/articular as linguagens não somente em cada
conflitos; turma, mas também no coletivo escolar. Em qualquer
-renovação periódica mediante novos arranjos no uma das situações didáticas, cabe levar em consideração
mobiliário, materiais e elementos decorativos. os objetivos, conteúdos, materiais, espaços / ambientes,
Tempo: as aprendizagens e o desenvolvimento das tempos, interesses e características das crianças. Ou seja,
crianças ocorrem dentro de um determinado tempo. Esse ter sempre em mente: onde está a criança nas situações de
tempo é articulado. Ou seja, o tempo cronológico – aquele aprendizagem propostas pelos professores?
do calendário - articula-se com o tempo histórico – aquele Atividades permanentes: ocorrem com regularidade
construído nas relações socioculturais e históricas, - visto (diária, semanal, quinzenal, mensal) e têm a função de
que as crianças carregam e vivenciam as marcas de sua familiarizar as crianças com determinadas experiências de
época e de sua comunidade. E ainda podemos falar do aprendizagem. Asseguram o contato da criança com rotinas
tempo vivido, incorporado por nós como instituição social básicas para a aquisição de certas aprendizagens, visto que
e que regula nossa vida, segundo Norbert Elias, quando a constância possibilita a construção do conhecimento.
a criança tem a oportunidade de participar, no cotidiano, É importante planejar e avaliar com a criança e todos os
de situações que lidam com duração, periodicidade e envolvidos no processo de como o trabalho foi realizado.

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Sequência de atividades: trata-se de um conjunto insensíveis, de tal maneira cheios de racionalismo que se
de propostas que geralmente obedecem a uma ordem esvaziam de vida e de sentimentos”. Os vínculos afetivos
crescente de complexidade. O objetivo é trabalhar positivos promovem o desenvolvimento, conforme Snyders
experiências mais específicas, aprendizagens que requerem (1993), “a escola deve proporcionar aos jovens vontade de
aprimoramento com a experiência. Os planejamentos viver e oferecer-lhes sustentação e ponto de apoio, e a arte
diários, geralmente, seguem essa organização didática. mais importante do mestre é provocar a alegria da ação
Atividades ocasionais: permitem trabalhar com as criadora e do conhecimento”. Mas há alunos que veem a
crianças, em algumas oportunidades, um conteúdo escola como algo necessário, mas desagradável. Cita-se
considerado valioso, embora sem correspondência com o Não só os alunos que fracassam, como é de se
que está planejado. Trabalhada de maneira significativa, a esperar, mas também muitos e muitos daqueles que são
organização de uma situação independente se justifica, a bem sucedidos, de acordo com as regras convencionais,
exemplo de passeios, visitas pedagógicas, comemorações, consideram evidente que a escola é triste e está condenada
entre outras. a ser triste [...] Alguns guardam rancor contra a escola, mas
Projetos didáticos: os objetivos são claros, o período o pior talvez seja o fato de que a maioria dos alunos se
de realização é determinado, há divisão de tarefas e uma resigna docemente à monotonia da escola, esperando que
avaliação final em função do pretendido. Suas principais ela termine ao fim de cada dia, ao fim de cada ano, ao fim
características são objetivos mais abrangentes e a existência da juventude – na expectativa (e conformando-se com isso)
de um produto final. de que ela os prepare para aquele famoso futuro cheio de
Referencia promessas e ameaças (SNYDERS, 1993)
Documento produzido pela Secretaria de Estado O espaço destinado à construção do conhecimento
de Educação do Distrito Federal, disponível em http:// deve ser um referencial de aspectos positivos e motivadores.
www.sinprodf.org.br/wp-content/uploads/2014/03/2- Cada um dos presentes na sala de aula tem uma história
educacao-infantil.pdf que será modificada a partir das experimentações que
ocorreram ao longo de sua existência e convivência
estudantil. Para afirmar esta ideia, utilizamos Guebert
(2008),
CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM E ENSINO; É de suma importância destacar que todo processo
ALUNO E PROFESSOR. de construção precisa de uma referência. Neste caso
professora-educadora, é uma profissional responsável por
ser esta referência, logo sua comunicação verbal, gestual,
sua observação e seu desejo de contribuir devem ser
As relações humanas, embora complexas, são peças intensos. Portanto este estilo da professora-educadora que
fundamentais na realização comportamental e profissional influencia o desenvolvimento cognitivo e linguístico das
de um indivíduo. Desta forma, a análise dos relacionamentos crianças e, por outro lado, a interação entre elas, influencia
entre professor/aluno envolve interesses e intenções, também o estilo comunicativo da própria professora-
sendo esta interação o expoente das consequências, educadora (GUEBERT, 2008).
pois a educação é uma das fontes mais importantes do Aprendemos que o ser humano torna-se humano
desenvolvimento comportamental e agregação de valores pela socialização que é necessária para sua saúde física e
nos membros da espécie humana. mental. Essa socialização deve ser aprendida, exercitada,
Neste sentido, a interação estabelecida caracteriza-se e nada melhor do que a instituição escolar para cumprir
pela seleção de conteúdos, organização, sistematização esta ideia. Concordando com essa ideia das pesquisadoras,
didática para facilitar o aprendizado dos alunos e exposição Snyders (1993) posiciona-se
onde o professor demonstrará seus conteúdos. Dentro da sala de aula, os alunos vivem a experiência
No entanto este paradigma deve ser quebrado, é das particularidades individuais e das diferenças de grupos
preciso não limitar este estudo em relação comportamento e do todo da classe: os indivíduos são diferentes entre si,
do professor com resultados do aluno; devendo introduzir e muitas vezes de difícil acesso. [...] O todo da classe e o
os processos construtivos como mediadores para superar todo da escola têm muita dificuldade em constituir uma
as limitações do paradigma processo-produto. unidade. r Na maioria das vezes, eles a encontram mais
Até a década de 60 as instituições escolares acreditavam em fases de oposição comum a uma autoridade exterior
que a rigidez no trato era essencial para que as crianças do que em suas próprias riquezas. [...] O aluno pode sentir
aprendessem. Esse modelo de escola conservadora sua originalidade individual ameaçada tanto por seus pares
e retrógrada não deveria ter espaço na sociedade do quanto por seus superiores ou pela instituição. A questão
século XXI, mas infelizmente, há escolas que se vestem de é atingir uma alegria das relações, superando esses graves
modernidade, mas em sua prática explicitam uma educação riscos de não- alegria (SNYDERS, 1993)
rígida.
O ideal segundo Freire (2007), são professores sem Mas a relação que existe entre o professor e o aluno
receio de expressar sua afetuosidade, “é preciso não ter não é fácil, nem simples porque temos normalmente
medo do carinho [...]. Só os mal-amados e as mal-amadas diferenças nas idades, na forma de ter constituídos os
entendem a atividade docente como um quefazer de valores, crenças, princípios, e comportamentos, onde cada

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
uma das partes tem incorporado conceitos diferentes de
mundo, principalmente esta nova geração do século XXI
que tem acesso às diferentes informações, ao que acontece LEGISLAÇÃO ATUAL. DIRETRIZES
no mundo e facilidade de manuseio dos modernos CURRICULARES NACIONAIS.
recursos, muitas vezes mais fluentemente do que os seus
professores.
A importância que o professor tem na vida de um
aluno é expressa na fala de Snyders (1993), “as coisas que LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.
eu aprendi diretamente da boca de meus professores
(na escola, portanto, e não nos livros) permanecem Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
estreitamente ligadas, na minha lembrança, àqueles que as
formularam”. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Os professores têm ainda a responsabilidade e o dever Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
de tentar minimizar seus gostos pessoais e preferências
para não prejudicar e confundir seus alunos, provocando TÍTULO I
sentimentos de baixa autoestima. Para confirmar essa ideia, Da Educação
cita-se Snyders (1993), “inevitavelmente, introduzem-se
naquelas longas horas de aula as mudanças de humor do Art. 1º A educação abrange os processos formativos
professor, seus equívocos e seus momentos de distração, que se desenvolvem na vida familiar, na convivência
suas escolhas arbitrárias ou que, pelo menos, assim humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa,
parecem, dividindo a classe em rejeitados, suspeitos e nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil
preferidos”. e nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se
A interação, o comprometimento entre o professor e desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em
seus alunos, deve refletir a importância da relação, tanto instituições próprias.
da parte do professor que deve almejar que todos os seus § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo
alunos comprometam-se do mesmo modo – o qual ele do trabalho e à prática social.
considera o correto, bem como os alunos que não podem
confundir a função. TÍTULO II
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
A relação entre professor e aluno depende do clima
estabelecido pelo professor, da relação empática com seus Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada
alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
entre o seu conhecimento e o deles. Indica também, educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
que o professor, educador da era industrial com raras qualificação para o trabalho.
exceções, deve buscar educar para as mudanças, para a Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes
autonomia, para a liberdade possível numa abordagem princípios:
global, trabalhando o lado positivo dos alunos e para a I - igualdade de condições para o acesso e permanência
formação de um cidadão consciente de seus deveres e de na escola;
suas responsabilidades sociais. (Texto adaptado de SILVA, L. II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar
T. B. D. da; GARBIN, A. R.; NASCIMENTO, N. B.). a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de
ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma
desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e
as práticas sociais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial.
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem
ao longo da vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018)

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
TÍTULO III II - fazer-lhes a chamada pública;
Do Direito à Educação e do Dever de Educar III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela
freqüência à escola.
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública § 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder
será efetivado mediante a garantia de: Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando
aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte em seguida os demais níveis e modalidades de ensino,
forma: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) conforme as prioridades constitucionais e legais.
a) pré-escola; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) § 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste
b) ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de artigo tem legitimidade para peticionar no Poder
2013) Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição
c) ensino médio; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) correspondente.
anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) § 4º Comprovada a negligência da autoridade
III - atendimento educacional especializado gratuito competente para garantir o oferecimento do ensino
aos educandos com deficiência, transtornos globais do obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, responsabilidade.
transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, § 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade
preferencialmente na rede regular de ensino; (Redação de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de
dada pela Lei nº 12.796, de 2013) acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemente
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental da escolarização anterior.
e médio para todos os que não os concluíram na idade Art. 6o  É dever dos pais ou responsáveis efetuar a
própria; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da (quatro) anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796,
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de de 2013)
cada um; Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
seguintes condições:
condições do educando;
I - cumprimento das normas gerais da educação
VII - oferta de educação escolar regular para jovens
nacional e do respectivo sistema de ensino;
e adultos, com características e modalidades adequadas
II - autorização de funcionamento e avaliação de
às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se
qualidade pelo Poder Público;
aos que forem trabalhadores as condições de acesso e
III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o
permanência na escola;
previsto no art. 213 da Constituição Federal.
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da
educação básica, por meio de programas suplementares
de material didático-escolar, transporte, alimentação e TÍTULO IV
assistência à saúde; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de Da Organização da Educação Nacional
2013)
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de Municípios organizarão, em regime de colaboração, os
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo respectivos sistemas de ensino.
de ensino-aprendizagem. § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e
ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em
criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de relação às demais instâncias educacionais.
idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de 2008). § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de
Art. 5o  O acesso à educação básica obrigatória é direito organização nos termos desta Lei.
público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento)
cidadãos, associação comunitária, organização sindical, I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em
entidade de classe ou outra legalmente constituída e, colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os
ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para Municípios;
exigi-lo.  (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e
§ 1o   O poder público, na esfera de sua competência instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos
federativa, deverá: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de Territórios;
2013) III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados,
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento
em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário
concluíram a educação básica; (Redação dada pela Lei nº à escolaridade obrigatória, exercendo sua função
12.796, de 2013) redistributiva e supletiva;

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede
Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes estadual.   (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as
médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos competências referentes aos Estados e aos Municípios.
mínimos, de modo a assegurar formação básica comum; Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o I - organizar, manter e desenvolver os órgãos
Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino,
para identificação, cadastramento e atendimento, na integrando-os às políticas e planos educacionais da União
educação básica e na educação superior, de alunos com e dos Estados;
altas habilidades ou superdotação;  (Incluído pela Lei nº II - exercer ação redistributiva em relação às suas
13.234, de 2015) escolas;
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a III - baixar normas complementares para o seu sistema
educação; de ensino;
 VI - assegurar processo nacional de avaliação do IV - autorizar, credenciar e supervisionar os
rendimento escolar no ensino fundamental, médio e estabelecimentos do seu sistema de ensino;
superior, em colaboração com os sistemas de ensino, V - oferecer a educação infantil em creches e pré-
objetivando a definição de prioridades e a melhoria da escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental,
qualidade do ensino;
permitida a atuação em outros níveis de ensino somente
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação
quando estiverem atendidas plenamente as necessidades
e pós-graduação;
de sua área de competência e com recursos acima dos
 VIII - assegurar processo nacional de avaliação das
instituições de educação superior, com a cooperação dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal
sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de à manutenção e desenvolvimento do ensino.
ensino; VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar municipal.   (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda,
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor
de ensino. (Vide Lei nº 10.870, de 2004) com ele um sistema único de educação básica.
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas
Nacional de Educação, com funções normativas e de as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a
supervisão e atividade permanente, criado por lei. incumbência de:
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
IX, a União terá acesso a todos os dados e informações II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e
necessários de todos os estabelecimentos e órgãos financeiros;
educacionais. III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão aula estabelecidas;
ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de
mantenham instituições de educação superior. cada docente;
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: V - prover meios para a recuperação dos alunos de
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e menor rendimento;
instituições oficiais dos seus sistemas de ensino; VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na processos de integração da sociedade com a escola;
oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com
distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre
com a população a ser atendida e os recursos financeiros a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre
disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais,
dada pela Lei nº 12.013, de 2009)
em consonância com as diretrizes e planos nacionais de
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao
educação, integrando e coordenando as suas ações e as
dos seus Municípios; juiz competente da Comarca e ao respectivo representante
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem
e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de quantidade de faltas acima de cinqüenta por cento do
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema percentual permitido em lei. (Incluído pela Lei nº 10.287,
de ensino; de 2001)
V - baixar normas complementares para o seu sistema Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
de ensino; I - participar da elaboração da proposta pedagógica do
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com estabelecimento de ensino;
prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a
respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; (Redação dada proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
pela Lei nº 12.061, de 2009) III - zelar pela aprendizagem dos alunos;

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as
alunos de menor rendimento; que são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem
além de participar integralmente dos períodos dedicados as características dos incisos abaixo;
ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas
profissional; por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas
VI - colaborar com as atividades de articulação da jurídicas, inclusive cooperativas educacionais, sem fins
escola com as famílias e a comunidade. lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da representantes da comunidade;  (Redação dada pela Lei nº
gestão democrática do ensino público na educação básica, 12.020, de 2009)
de acordo com as suas peculiaridades e conforme os III - confessionais, assim entendidas as que são
seguintes princípios: instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais
I - participação dos profissionais da educação na pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e
elaboração do projeto pedagógico da escola; ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior;
II - participação das comunidades escolar e local em IV - filantrópicas, na forma da lei.
conselhos escolares ou equivalentes.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às TÍTULO V
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e
unidades escolares públicas de educação básica que os
Ensino
integram progressivos graus de autonomia pedagógica
CAPÍTULO I
e administrativa e de gestão financeira, observadas as
Da Composição dos Níveis Escolares
normas gerais de direito financeiro público.
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
(Regulamento) I - educação básica, formada pela educação infantil,
I - as instituições de ensino mantidas pela União; ensino fundamental e ensino médio;
II - as instituições de educação superior criadas e II - educação superior.
mantidas pela iniciativa privada;
III - os órgãos federais de educação. CAPÍTULO II
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Federal compreendem: Seção I
I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, Das Disposições Gerais
pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal;
II - as instituições de educação superior mantidas pelo Art. 22. A educação básica tem por finalidades
Poder Público municipal; desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum
III - as instituições de ensino fundamental e médio indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
criadas e mantidas pela iniciativa privada; meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em
Federal, respectivamente. séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com
educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, base na idade, na competência e em outros critérios, ou
integram seu sistema de ensino. por forma diversa de organização, sempre que o interesse
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem: do processo de aprendizagem assim o recomendar.
I - as instituições do ensino fundamental, médio e de § 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive
educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal; quando se tratar de transferências entre estabelecimentos
II - as instituições de educação infantil criadas e situados no País e no exterior, tendo como base as normas
mantidas pela iniciativa privada; curriculares gerais.
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às
III – os órgãos municipais de educação.
peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas,
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis
a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso
classificam-se nas seguintes categorias administrativas:
reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei.
(Regulamento) (Regulamento)
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e
I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, médio, será organizada de acordo com as seguintes regras
mantidas e administradas pelo Poder Público; comuns:
II - privadas, assim entendidas as mantidas e I - a carga horária mínima anual será de oitocentas
administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito horas para o ensino fundamental e para o ensino médio,
privado. distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo
Art. 20. As instituições privadas de ensino se trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames
enquadrarão nas seguintes categorias: (Regulamento) finais, quando houver; (Redação dada pela Lei nº 13.415,
(Regulamento) de 2017)

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino,
primeira do ensino fundamental, pode ser feita: à vista das condições disponíveis e das características
a) por promoção, para alunos que cursaram, com regionais e locais, estabelecer parâmetro para atendimento
aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola; do disposto neste artigo.
b) por transferência, para candidatos procedentes de Art. 26.  Os currículos da educação infantil, do ensino
outras escolas; fundamental e do ensino médio devem ter base nacional
c) independentemente de escolarização anterior, comum, a ser complementada, em cada sistema de
mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte
de desenvolvimento e experiência do candidato e permita diversificada, exigida pelas características regionais e locais
sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos.
regulamentação do respectivo sistema de ensino; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão § 1º Os currículos a que se refere o caput devem
regular por série, o regimento escolar pode admitir formas abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa
de progressão parcial, desde que preservada a seqüência e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural
do currículo, observadas as normas do respectivo sistema e da realidade social e política, especialmente do Brasil.
de ensino;
§ 2o  O ensino da arte, especialmente em suas
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com
expressões regionais, constituirá componente curricular
alunos de séries distintas, com níveis equivalentes de
obrigatório da educação básica. (Redação dada pela Lei nº
adiantamento na matéria, para o ensino de línguas
13.415, de 2017)
estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;
V - a verificação do rendimento escolar observará os § 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica
seguintes critérios: da escola, é componente curricular obrigatório da educação
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação
aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior
os de eventuais provas finais; a seis horas;   (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos II – maior de trinta anos de idade;  (Incluído pela Lei nº
com atraso escolar; 10.793, de 1º.12.2003)
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que,
mediante verificação do aprendizado; em situação similar, estiver obrigado à prática da educação
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; física;  (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21
preferência paralelos ao período letivo, para os casos de de outubro de 1969;   (Incluído pela Lei nº 10.793, de
baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas 1º.12.2003)
instituições de ensino em seus regimentos; V – (VETADO)   (Incluído pela Lei nº 10.793, de
VI - o controle de freqüência fica a cargo da escola, 1º.12.2003)
conforme o disposto no seu regimento e nas normas do VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de
respectivo sistema de ensino, exigida a freqüência mínima 1º.12.2003)
de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para § 4º O ensino da História do Brasil levará em conta
aprovação; as contribuições das diferentes culturas e etnias para a
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes
escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou indígena, africana e européia.
certificados de conclusão de cursos, com as especificações § 5o  No currículo do ensino fundamental, a partir do
cabíveis. sexto ano, será ofertada a língua inglesa. (Redação dada
§ 1º  A carga horária mínima anual de que trata o inciso
pela Lei nº 13.415, de 2017)
I do caput deverá ser ampliada de forma progressiva, no
§ 6o  As artes visuais, a dança, a música e o teatro são
ensino médio, para mil e quatrocentas horas, devendo os
as linguagens que constituirão o componente curricular de
sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de cinco
que trata o § 2o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº
anos, pelo menos mil horas anuais de carga horária, a partir
de 2 de março de 2017. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 13.278, de 2016)
2017) § 7o  A integralização curricular poderá incluir, a critério
§ 2o  Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta de dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas envolvendo
educação de jovens e adultos e de ensino noturno regular, os temas transversais de que trata o caput. (Redação dada
adequado às condições do educando, conforme o inciso VI pela Lei nº 13.415, de 2017)
do art. 4o. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) § 8º A exibição de filmes de produção nacional
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades constituirá componente curricular complementar integrado
responsáveis alcançar relação adequada entre o número à proposta pedagógica da escola, sendo a sua exibição
de alunos e o professor, a carga horária e as condições obrigatória por, no mínimo, 2 (duas) horas mensais.
materiais do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 13.006, de 2014)

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 9o Conteúdos relativos aos direitos humanos e Seção II
à prevenção de todas as formas de violência contra a Da Educação Infantil
criança e o adolescente serão incluídos, como temas
transversais, nos currículos escolares de que trata Art. 29.  A educação infantil, primeira etapa da
o caput deste artigo, tendo como diretriz a Lei no8.069, de educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos
observada a produção e distribuição de material didático físico, psicológico, intelectual e social, complementando a
adequado.   (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) ação da família e da comunidade.   (Redação dada pela Lei
§ 10.  A inclusão de novos componentes curriculares nº 12.796, de 2013)
de caráter obrigatório na Base Nacional Comum Curricular Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
dependerá de aprovação do Conselho Nacional de I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de
Educação e de homologação pelo Ministro de Estado da até três anos de idade;
Educação. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco)
Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental anos de idade.  (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório Art. 31.  A educação infantil será organizada de acordo
o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
com as seguintes regras comuns:  (Redação dada pela Lei
(Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
nº 12.796, de 2013)
§ 1o  O conteúdo programático a que se refere este
artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura I - avaliação mediante acompanhamento e registro
que caracterizam a formação da população brasileira, do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de
a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental;
da história da África e dos africanos, a luta dos negros e (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas)
brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias
nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas de trabalho educacional; (Incluído pela Lei nº 12.796, de
social, econômica e política, pertinentes à história do 2013)
Brasil.   (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro)
§ 2o  Os conteúdos referentes à história e cultura horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a
afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão jornada integral; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em IV - controle de frequência pela instituição de educação
especial nas áreas de educação artística e de literatura e pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta
história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de por cento) do total de horas;  (Incluído pela Lei nº 12.796,
2008). de 2013)
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica V - expedição de documentação que permita atestar os
observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao
bem comum e à ordem democrática;
II - consideração das condições de escolaridade dos Seção III
alunos em cada estabelecimento; Do Ensino Fundamental
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração
práticas desportivas não-formais. de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação
rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº
necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural 11.274, de 2006)
e de cada região, especialmente: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender,
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da
às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural; escrita e do cálculo;
II - organização escolar própria, incluindo adequação II - a compreensão do ambiente natural e social, do
do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em
condições climáticas; que se fundamenta a sociedade;
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural. III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem,
Parágrafo único.  O fechamento de escolas do campo,
tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades
indígenas e quilombolas será precedido de manifestação
e a formação de atitudes e valores;
do órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que
considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços
Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que
manifestação da comunidade escolar.  (Incluído pela Lei nº se assenta a vida social.
12.960, de 2014) § 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o
ensino fundamental em ciclos.

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão III - o aprimoramento do educando como pessoa
regular por série podem adotar no ensino fundamental o humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento
regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
do processo de ensino-aprendizagem, observadas as IV - a compreensão dos fundamentos científico-
normas do respectivo sistema de ensino. tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas Art. 35-A.  A Base Nacional Comum Curricular definirá
a utilização de suas línguas maternas e processos próprios direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio,
de aprendizagem. conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação,
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o nas seguintes áreas do conhecimento:  (Incluído pela Lei nº
ensino a distância utilizado como complementação da 13.415, de 2017)
aprendizagem ou em situações emergenciais. I - linguagens e suas tecnologias;  (Incluído pela Lei nº
§ 5o  O currículo do ensino fundamental incluirá, 13.415, de 2017)
obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das II - matemática e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº
crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei 13.415, de 2017)
no  8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Incluído
da Criança e do Adolescente, observada a produção e pela Lei nº 13.415, de 2017)
distribuição de material didático adequado. (Incluído pela IV - ciências humanas e sociais aplicadas.   (Incluído
Lei nº 11.525, de 2007). pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será § 1o   A parte diversificada  dos  currículos  de  que 
incluído como tema transversal nos currículos do ensino trata o  caput  do art. 26, definida em cada sistema de
fundamental. (Incluído pela Lei nº 12.472, de 2011). ensino, deverá estar harmonizada à Base Nacional Comum
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é Curricular e ser articulada a partir do contexto histórico,
parte integrante da formação básica do cidadão e constitui econômico, social, ambiental e cultural. (Incluído pela Lei
disciplina dos horários normais das escolas públicas de nº 13.415, de 2017)
ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade § 2o  A Base Nacional Comum Curricular referente ao
cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas
de educação física, arte, sociologia e filosofia. (Incluído pela
proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
Lei nº 13.415, de 2017)
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os
§ 3o  O ensino da língua portuguesa e da matemática
procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino
será obrigatório nos três anos do ensino médio, assegurada
religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e
às comunidades indígenas, também, a utilização das
admissão dos professores. (Incluído pela Lei nº 9.475, de
respectivas línguas maternas. (Incluído pela Lei nº 13.415,
22.7.1997)
de 2017)
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil,
§ 4o  Os currículos do ensino médio incluirão,
constituída pelas diferentes denominações religiosas, para obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão
a definição dos conteúdos do ensino religioso.   (Incluído ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo,
pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997) preferencialmente o espanhol, de acordo com a
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos
incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período § 5o  A carga horária destinada ao cumprimento da
de permanência na escola. Base Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das mil e oitocentas horas do total da carga horária do ensino
formas alternativas de organização autorizadas nesta Lei. médio, de acordo com a definição dos sistemas de ensino.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
progressivamente em tempo integral, a critério dos § 6o  A União estabelecerá os padrões de desempenho
sistemas de ensino. esperados para o ensino médio, que serão referência nos
processos nacionais de avaliação, a partir da Base Nacional
Seção IV Comum Curricular. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Do Ensino Médio § 7o  Os currículos do ensino médio deverão considerar
a formação integral do aluno, de maneira a adotar um
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida
com duração mínima de três anos, terá como finalidades: e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e
I - a consolidação e o aprofundamento dos socioemocionais. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, § 8o  Os conteúdos, as metodologias e as formas de
possibilitando o prosseguimento de estudos; avaliação processual e formativa serão organizados nas
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania redes de ensino por meio de atividades teóricas e práticas,
do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser provas orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-
capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de line, de tal forma que ao final do ensino médio o educando
ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; demonstre: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos Conselho Estadual de Educação, no prazo de três anos, e
que presidem a produção moderna; (Incluído pela Lei nº da inserção no Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no
13.415, de 2017) prazo de cinco anos, contados da data de oferta inicial da
II - conhecimento das formas contemporâneas de formação.      (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
linguagem. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) § 8o   A oferta de formação técnica e profissional a
Art. 36.  O currículo do ensino médio será composto que se refere o inciso V do caput, realizada na própria
pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários instituição ou em parceria com outras instituições, deverá
formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta ser aprovada previamente pelo Conselho Estadual de
de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância Educação, homologada pelo Secretário Estadual de
para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de
Educação e certificada pelos sistemas de ensino. (Incluído
ensino, a saber: (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
pela Lei nº 13.415, de 2017) 
I - linguagens e suas tecnologias; (Redação dada pela
§ 9o  As instituições de ensino emitirão certificado com
Lei nº 13.415, de 2017)
II - matemática e suas tecnologias; (Redação dada pela validade nacional, que habilitará o concluinte do ensino
Lei nº 13.415, de 2017) médio ao prosseguimento dos estudos em nível superior ou
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Redação em outros cursos ou formações para os quais a conclusão
dada pela Lei nº 13.415, de 2017) do ensino médio seja etapa obrigatória.      (Incluído pela
IV - ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação Lei nº 13.415, de 2017)  
dada pela Lei nº 13.415, de 2017) § 10.  Além das formas de organização previstas
V - formação técnica e profissional.      (Incluído pela Lei no art. 23, o ensino médio poderá ser organizado em
nº 13.415, de 2017) módulos e adotar o sistema de créditos com terminalidade
§ 1o  A organização das áreas de que trata o caput e específica.      (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
das respectivas competências e habilidades será feita de § 11.   Para efeito de cumprimento das exigências
acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino
ensino. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)  poderão reconhecer competências e firmar convênios
I - (revogado);  (Redação dada pela Lei nº 13.415, de com instituições de educação a distância com notório
2017)  reconhecimento, mediante as seguintes formas de
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de comprovação:      (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)  
2017) I - demonstração prática; (Incluído pela Lei nº 13.415,
III – (revogado).     (Redação dada pela Lei nº 11.684,
de 2017)
de 2008)
II - experiência de trabalho supervisionado ou outra
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 3o  A critério dos sistemas de ensino, poderá ser experiência adquirida fora do ambiente escolar; (Incluído
composto itinerário formativo integrado, que se traduz na pela Lei nº 13.415, de 2017)
composição de componentes curriculares da Base Nacional III - atividades de educação técnica oferecidas em
Comum Curricular - BNCC e dos itinerários formativos, outras instituições de ensino credenciadas;      (Incluído
considerando os incisos I a V do caput.  (Redação dada pela pela Lei nº 13.415, de 2017) 
Lei nº 13.415, de 2017) IV - cursos oferecidos por centros ou programas
§ 4º  (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) ocupacionais;      (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 5o  Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade V - estudos realizados em instituições de ensino
de vagas na rede, possibilitarão ao aluno concluinte do nacionais ou estrangeiras;      (Incluído pela Lei nº 13.415,
ensino médio cursar mais um itinerário formativo de que de 2017) 
trata o caput.      (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)   VI - cursos realizados por meio de educação
§ 6o  A critério dos sistemas de ensino, a oferta de a distância ou educação presencial mediada por
formação com ênfase técnica e profissional considerará: tecnologias.      (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) § 12.  As escolas deverão orientar os alunos no
I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor processo de escolha das áreas de conhecimento ou de
produtivo ou em ambientes de simulação, estabelecendo atuação profissional previstas no caput.      (Incluído pela
parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos
Lei nº 13.415, de 2017)
estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem
profissional;      (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
Seção IV-A
II - a possibilidade de concessão de certificados
intermediários de qualificação para o trabalho, quando Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
a formação for estruturada e organizada em etapas com (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) 
§ 7o  A oferta de formações experimentais relacionadas Art. 36-A.  Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste
ao inciso V do caput, em áreas que não constem do Capítulo, o ensino médio, atendida a formação geral do
Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, dependerá, para educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões
sua continuidade, do reconhecimento pelo respectivo técnicas. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Parágrafo único.  A preparação geral para o trabalho de certificados de qualificação para o trabalho após
e, facultativamente, a habilitação profissional poderão ser a conclusão, com aproveitamento, de cada etapa que
desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino caracterize uma qualificação para o trabalho.    (Incluído
médio ou em cooperação com instituições especializadas pela Lei nº 11.741, de 2008)
em educação profissional. (Incluído pela Lei nº 11.741, de
2008) Seção V
Art. 36-B.  A educação profissional técnica de nível Da Educação de Jovens e Adultos
médio será desenvolvida nas seguintes formas: (Incluído
pela Lei nº 11.741, de 2008) Art. 37.  A educação de jovens e adultos será destinada
I - articulada com o ensino médio; (Incluído pela Lei nº àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de
11.741, de 2008) estudos nos ensinos fundamental e médio na idade
II - subseqüente, em cursos destinados a quem já tenha própria e constituirá instrumento para a educação e a
concluído o ensino médio. (Incluído pela Lei nº 11.741, de aprendizagem ao longo da vida. (Redação dada pela Lei nº
2008) 13.632, de 2018)
Parágrafo único.  A educação profissional técnica de § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente
nível médio deverá observar: (Incluído pela Lei nº 11.741, aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os
de 2008) estudos na idade regular, oportunidades educacionais
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes apropriadas, consideradas as características do alunado,
curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante
de Educação; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) cursos e exames.
II - as normas complementares dos respectivos § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso
sistemas de ensino; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos integradas e complementares entre si.
termos de seu projeto pedagógico.   (Incluído pela Lei nº § 3o  A educação de jovens e adultos deverá articular-se,
11.741, de 2008) preferencialmente, com a educação profissional, na forma
do regulamento.  (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-C.  A educação profissional técnica de nível
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e
médio articulada, prevista no inciso I do caput do art. 36-B
exames supletivos, que compreenderão a base nacional
desta Lei, será desenvolvida de forma:  (Incluído pela Lei nº
comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de
11.741, de 2008)
estudos em caráter regular.
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-
concluído o ensino fundamental, sendo o curso planejado
ão:
de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para
técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino,
os maiores de quinze anos;
efetuando-se matrícula única para cada aluno;  (Incluído II - no nível de conclusão do ensino médio, para os
pela Lei nº 11.741, de 2008) maiores de dezoito anos.
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos
médio ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas pelos educandos por meios informais serão aferidos e
distintas para cada curso, e podendo ocorrer:  (Incluído reconhecidos mediante exames.
pela Lei nº 11.741, de 2008)
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as CAPÍTULO III
oportunidades educacionais disponíveis;  (Incluído pela Lei DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
nº 11.741, de 2008) Da Educação Profissional e Tecnológica
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
as oportunidades educacionais disponíveis;   (Incluído pela
Lei nº 11.741, de 2008) Art. 39.  A educação profissional e tecnológica,
c) em instituições de ensino distintas, mediante no cumprimento dos objetivos da educação nacional,
convênios de intercomplementaridade, visando ao integra-se aos diferentes níveis e modalidades de
planejamento e ao desenvolvimento de projeto pedagógico educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da
unificado.  (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) tecnologia.   (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-D.  Os diplomas de cursos de educação § 1o  Os cursos de educação profissional e tecnológica
profissional técnica de nível médio, quando registrados, poderão ser organizados por eixos tecnológicos,
terão validade nacional e habilitarão ao prosseguimento de possibilitando a construção de diferentes itinerários
estudos na educação superior. (Incluído pela Lei nº 11.741, formativos, observadas as normas do respectivo sistema e
de 2008) nível de ensino.  (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único.  Os cursos de educação profissional § 2o  A educação profissional e tecnológica abrangerá
técnica de nível médio, nas formas articulada concomitante os seguintes cursos: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
e subseqüente, quando estruturados e organizados em I – de formação inicial e continuada ou qualificação
etapas com terminalidade, possibilitarão a obtenção profissional; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
II – de educação profissional técnica de nível VIII - atuar em favor da universalização e do
médio;  (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) aprimoramento da educação básica, mediante a formação
III – de educação profissional tecnológica de graduação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas
e pós-graduação.  (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão
§ 3o  Os cursos de educação profissional tecnológica que aproximem os dois níveis escolares.   (Incluído pela Lei
de graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que nº 13.174, de 2015)
concerne a objetivos, características e duração, de acordo Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes
com as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo cursos e programas: (Regulamento)
Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela Lei nº I - cursos seqüenciais por campo de saber, de
11.741, de 2008) diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que
Art. 40. A educação profissional será desenvolvida atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de
em articulação com o ensino regular ou por diferentes ensino, desde que tenham concluído o ensino médio ou
estratégias de educação continuada, em instituições equivalente; (Redação dada pela Lei nº 11.632, de 2007).
especializadas ou no ambiente de trabalho. (Regulamento II - de graduação, abertos a candidatos que tenham
)  (Regulamento)      (Regulamento) concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido
Art. 41.  O conhecimento adquirido na educação classificados em processo seletivo;
profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá III - de pós-graduação, compreendendo programas
ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para de mestrado e doutorado, cursos de especialização,
prosseguimento ou conclusão de estudos.   (Redação dada aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados
pela Lei nº 11.741, de 2008) em cursos de graduação e que atendam às exigências das
Art. 42.  As instituições de educação profissional e instituições de ensino;
tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos
cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de
a matrícula à capacidade de aproveitamento e não ensino.
necessariamente ao nível de escolaridade.   (Redação dada § 1º. Os resultados do processo seletivo referido no
pela Lei nº 11.741, de 2008) inciso II do caput deste artigo serão tornados públicos
pelas instituições de ensino superior, sendo obrigatória a
divulgação da relação nominal dos classificados, a respectiva
CAPÍTULO IV
ordem de classificação, bem como do cronograma das
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para
Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
preenchimento das vagas constantes do respectivo edital.
(Incluído pela Lei nº 11.331, de 2006)   (Renumerado do
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do
parágrafo único para § 1º pela Lei nº 13.184, de 2015)
espírito científico e do pensamento reflexivo;
§ 2º No caso de empate no processo seletivo, as
II - formar diplomados nas diferentes áreas de
instituições públicas de ensino superior darão prioridade
conhecimento, aptos para a inserção em setores de matrícula ao candidato que comprove ter renda familiar
profissionais e para a participação no desenvolvimento da inferior a dez salários mínimos, ou ao de menor renda
sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; familiar, quando mais de um candidato preencher o critério
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação inicial. (Incluído pela Lei nº 13.184, de 2015)
científica, visando o desenvolvimento da ciência e da § 3o  O processo seletivo referido no inciso II considerará
tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, as competências e as habilidades definidas na Base Nacional
desenvolver o entendimento do homem e do meio em que Comum Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017)
vive; Art. 45. A educação superior será ministrada em
IV - promover a divulgação de conhecimentos instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio variados graus de abrangência ou especialização.      (Regu
da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de lamento) (Regulamento)
publicações ou de outras formas de comunicação; Art. 46. A autorização e o reconhecimento de
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cursos, bem como o credenciamento de instituições
cultural e profissional e possibilitar a correspondente de educação superior, terão prazos limitados, sendo
concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo renovados, periodicamente, após processo regular de
adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do avaliação.  (Regulamento) (Regulamento) (Vide Lei nº
conhecimento de cada geração; 10.870, de 2004)
VI - estimular o conhecimento dos problemas do § 1º Após um prazo para saneamento de deficiências
mundo presente, em particular os nacionais e regionais, eventualmente identificadas pela avaliação a que se
prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer refere este artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar,
com esta uma relação de reciprocidade; conforme o caso, em desativação de cursos e habilitações,
VII - promover a extensão, aberta à participação da em intervenção na instituição, em suspensão temporária
população, visando à difusão das conquistas e benefícios de prerrogativas da autonomia, ou em descredenciament
resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e o.   (Regulamento) (Regulamento)   (Vide Lei nº 10.870, de
tecnológica geradas na instituição. 2004)

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo a) caso o curso mantenha disciplinas com duração
responsável por sua manutenção acompanhará o processo diferenciada, a publicação deve ser semestral; (Incluída
de saneamento e fornecerá recursos adicionais, se pela lei nº 13.168, de 2015)
necessários, para a superação das deficiências. b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do
§ 3o  No caso de instituição privada, além das sanções início das aulas; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
previstas no § 1o deste artigo, o processo de reavaliação c) caso haja mudança na grade do curso ou no
poderá resultar em redução de vagas autorizadas e em corpo docente até o início das aulas, os alunos devem
suspensão temporária de novos ingressos e de oferta de ser comunicados sobre as alterações; (Incluída pela lei nº
cursos.   (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017) 13.168, de 2015)
§ 4o  É facultado ao Ministério da Educação, mediante V - deve conter as seguintes informações: (Incluído
procedimento específico e com aquiescência da instituição pela lei nº 13.168, de 2015)
de ensino, com vistas a resguardar os interesses dos a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição
estudantes, comutar as penalidades previstas nos §§ 1o e de ensino superior; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
3o deste artigo por outras medidas, desde que adequadas b) a lista das disciplinas que compõem a grade
para superação das deficiências e irregularidades
curricular de cada curso e as respectivas cargas horárias;
constatadas. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)
(Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
§ 5o   Para fins de regulação, os Estados e o Distrito
c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas
Federal deverão adotar os critérios definidos pela União
para autorização de funcionamento de curso de graduação em cada curso, as disciplinas que efetivamente ministrará
em Medicina.   (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017) naquele curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a
Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, qualificação profissional do docente e o tempo de casa do
independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias docente, de forma total, contínua ou intermitente.   (Incluída
de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado pela lei nº 13.168, de 2015)
aos exames finais, quando houver. § 2º Os alunos que tenham extraordinário
§ 1o  As instituições informarão aos interessados, aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de
antes de cada período letivo, os programas dos cursos e provas e outros instrumentos de avaliação específicos,
demais componentes curriculares, sua duração, requisitos, aplicados por banca examinadora especial, poderão ter
qualificação dos professores, recursos disponíveis e abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as
critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas normas dos sistemas de ensino.
condições, e a publicação deve ser feita, sendo as 3 (três) § 3º É obrigatória a freqüência de alunos e professores,
primeiras formas concomitantemente:  (Redação dada pela salvo nos programas de educação a distância.
lei nº 13.168, de 2015) § 4º As instituições de educação superior oferecerão,
I - em página específica na internet no sítio eletrônico no período noturno, cursos de graduação nos mesmos
oficial da instituição de ensino superior, obedecido o padrões de qualidade mantidos no período diurno, sendo
seguinte:  (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas,
a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter garantida a necessária previsão orçamentária.
como título “Grade e Corpo Docente”; (Incluída pela lei nº Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos,
13.168, de 2015) quando registrados, terão validade nacional como prova
b) a página principal da instituição de ensino da formação recebida por seu titular.
superior, bem como a página da oferta de seus cursos § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades
aos ingressantes sob a forma de vestibulares, processo serão por elas próprias registrados, e aqueles conferidos
seletivo e outras com a mesma finalidade, deve conter a por instituições não-universitárias serão registrados
ligação desta com a página específica prevista neste inciso;
em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de
(Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
Educação.
c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por
eletrônico, deve criar página específica para divulgação
das informações de que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº universidades estrangeiras serão revalidados por
13.168, de 2015) universidades públicas que tenham curso do mesmo
d) a página específica deve conter a data completa nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos
de sua última atualização;   (Incluída pela lei nº 13.168, de internacionais de reciprocidade ou equiparação.
2015) § 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado
II - em toda propaganda eletrônica da instituição de expedidos por universidades estrangeiras só poderão ser
ensino superior, por meio de ligação para a página referida reconhecidos por universidades que possuam cursos de
no inciso I; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) pós-graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área
III - em local visível da instituição de ensino superior e de conhecimento e em nível equivalente ou superior.
de fácil acesso ao público; (Incluído pela lei nº 13.168, de Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão
2015) a transferência de alunos regulares, para cursos afins, na
IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente, hipótese de existência de vagas, e mediante processo
de acordo com a duração das disciplinas de cada curso seletivo.
oferecido, observando o seguinte: (Incluído pela lei nº Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão
13.168, de 2015) na forma da lei. (Regulamento)

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 50. As instituições de educação superior, quando I - criação, expansão, modificação e extinção de
da ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas cursos;  (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
de seus cursos a alunos não regulares que demonstrarem II - ampliação e diminuição de vagas;  (Redação dada
capacidade de cursá-las com proveito, mediante processo pela Lei nº 13.490, de 2017)
seletivo prévio. III - elaboração da programação dos cursos;  (Redação
Art. 51. As instituições de educação superior dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
credenciadas como universidades, ao deliberar sobre IV - programação das pesquisas e das atividades de
critérios e normas de seleção e admissão de estudantes, extensão;  (Redação dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a
V - contratação e dispensa de professores;  (Redação
orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos
dada pela Lei nº 13.490, de 2017)
normativos dos sistemas de ensino.
Art. 52. As universidades são instituições VI - planos de carreira docente.  (Redação dada pela Lei
pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais nº 13.490, de 2017)
de nível superior, de pesquisa, de extensão e de § 2o  As doações, inclusive monetárias, podem ser
domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam dirigidas a setores ou projetos específicos, conforme
por:  (Regulamento) (Regulamento) acordo entre doadores e universidades.   (Incluído pela Lei
I - produção intelectual institucionalizada mediante o nº 13.490, de 2017)
estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, § 3o  No caso das universidades públicas, os recursos
tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional das doações devem ser dirigidos ao caixa único da
e nacional; instituição, com destinação garantida às unidades a serem
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com beneficiadas.   (Incluído pela Lei nº 13.490, de 2017)
titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público
III - um terço do corpo docente em regime de tempo
gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para
integral.
atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e
Parágrafo único. É facultada a criação de universidades
especializadas por campo do saber. (Regulamento) financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus
(Regulamento) planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.
Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas (Regulamento) (Regulamento)
às universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes § 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições
atribuições: asseguradas pelo artigo anterior, as universidades públicas
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos poderão:
e programas de educação superior previstos nesta Lei, I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e
obedecendo às normas gerais da União e, quando for o administrativo, assim como um plano de cargos e salários,
caso, do respectivo sistema de ensino; (Regulamento) atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, disponíveis;
observadas as diretrizes gerais pertinentes; II - elaborar o regulamento de seu pessoal em
III - estabelecer planos, programas e projetos de conformidade com as normas gerais concernentes;
pesquisa científica, produção artística e atividades de
III - aprovar e executar planos, programas e projetos de
extensão;
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em
IV - fixar o número de vagas de acordo com a
capacidade institucional e as exigências do seu meio; geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos Poder mantenedor;
em consonância com as normas gerais atinentes; IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais;
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos; V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às
VII - firmar contratos, acordos e convênios; suas peculiaridades de organização e funcionamento;
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos VI - realizar operações de crédito ou de financiamento,
de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições com aprovação do Poder competente, para aquisição de
em geral, bem como administrar rendimentos conforme bens imóveis, instalações e equipamentos;
dispositivos institucionais; VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma providências de ordem orçamentária, financeira e
prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos patrimonial necessárias ao seu bom desempenho.
estatutos;
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser
X - receber subvenções, doações, heranças, legados
estendidas a instituições que comprovem alta qualificação
e cooperação financeira resultante de convênios com
entidades públicas e privadas. para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação
§ 1º Para garantir a autonomia didático-científica realizada pelo Poder Público.
das universidades, caberá aos seus colegiados de ensino Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu
e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e
disponíveis, sobre:  (Redação dada pela Lei nº 13.490, de desenvolvimento das instituições de educação superior por
2017) ela mantidas.

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 56. As instituições públicas de educação superior V - acesso igualitário aos benefícios dos programas
obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível
a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que do ensino regular.
participarão os segmentos da comunidade institucional, Art. 59-A.  O poder público deverá instituir cadastro
local e regional. nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes matriculados na educação básica e na educação superior,
ocuparão setenta por cento dos assentos em cada órgão a fim de fomentar a execução de políticas públicas
colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades
elaboração e modificações estatutárias e regimentais, bem desse alunado.  (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
como da escolha de dirigentes. Parágrafo único.   A identificação precoce de alunos
Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, com altas habilidades ou superdotação, os critérios
o professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas e procedimentos para inclusão no cadastro referido
semanais de aulas.   (Regulamento) no  caput deste artigo, as entidades responsáveis pelo
cadastramento, os mecanismos de acesso aos dados
CAPÍTULO V do cadastro e as políticas de desenvolvimento das
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL potencialidades do alunado de que trata o caput serão
definidos em regulamento.
Art. 58.   Entende-se por educação especial, para Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino
os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar estabelecerão critérios de caracterização das instituições
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação
exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico
para educandos com deficiência, transtornos globais do
e financeiro pelo Poder Público.
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
Parágrafo único.  O poder público adotará, como
(Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
alternativa preferencial, a ampliação do atendimento
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio
aos educandos com deficiência, transtornos globais do
especializado, na escola regular, para atender às
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na
peculiaridades da clientela de educação especial.
própria rede pública regular de ensino, independentemente
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes,
do apoio às instituições previstas neste artigo. (Redação
escolas ou serviços especializados, sempre que, em função
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular. TÍTULO VI
§ 3º  A oferta de educação especial, nos termos Dos Profissionais da Educação
do  caput deste artigo, tem início na educação infantil e
estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do art. Art. 61.  Consideram-se profissionais da educação
4º e o parágrafo único do art. 60 desta Lei. (Redação dada escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício
pela Lei nº 13.632, de 2018) e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são:
Art. 59.  Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e I – professores habilitados em nível médio ou superior
altas habilidades ou superdotação:   (Redação dada pela para a docência na educação infantil e nos ensinos
Lei nº 12.796, de 2013) fundamental e médio; (Redação dada pela Lei nº 12.014,
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e de 2009)
organização específicos, para atender às suas necessidades; II – trabalhadores em educação portadores de
II - terminalidade específica para aqueles que não diploma de pedagogia, com habilitação em administração,
puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino planejamento, supervisão, inspeção e orientação
fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração educacional, bem como com títulos de mestrado ou
para concluir em menor tempo o programa escolar para os doutorado nas mesmas áreas;   (Redação dada pela Lei nº
superdotados; 12.014, de 2009)
III - professores com especialização adequada em nível III – trabalhadores em educação, portadores de diploma
médio ou superior, para atendimento especializado, bem de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.
como professores do ensino regular capacitados para a (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
integração desses educandos nas classes comuns; IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos
efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições de áreas afins à sua formação ou experiência profissional,
adequadas para os que não revelarem capacidade de atestados por titulação específica ou prática de ensino
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação em unidades educacionais da rede pública ou privada
com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que ou das corporações privadas em que tenham atuado,
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art.
intelectual ou psicomotora; 36; (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017)

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
V - profissionais graduados que tenham feito § 7o  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
complementação pedagógica, conforme disposto pelo § 8o  Os currículos dos cursos de formação de docentes
Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela lei nº terão por referência a Base Nacional Comum Curricular.
13.415, de 2017) (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017)     (Vide Lei nº 13.415,
Parágrafo único.  A formação dos profissionais da de 2017)
educação, de modo a atender às especificidades do Art. 62-A.   A formação dos profissionais a que se
exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos
diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá de conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou
como fundamentos:  (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009) superior, incluindo habilitações tecnológicas. (Incluído pela
I – a presença de sólida formação básica, que propicie Lei nº 12.796, de 2013)
o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de Parágrafo único.  Garantir-se-á formação continuada
suas competências de trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.014, para os profissionais a que se refere o  caput, no local
de 2009) de trabalho ou em instituições de educação básica e
II – a associação entre teorias e práticas, superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos
mediante estágios supervisionados e capacitação em superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-
serviço;   (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009) graduação.   (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
III – o aproveitamento da formação e experiências Art. 62-B. O acesso de professores das redes públicas
anteriores, em instituições de ensino e em outras de educação básica a cursos superiores de pedagogia e
atividades.  (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009) licenciatura será efetivado por meio de processo seletivo
Art. 62.  A formação de docentes para atuar na diferenciado.   (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017)
educação básica far-se-á em nível superior, em curso de § 1º  Terão direito de pleitear o acesso previsto
licenciatura plena, admitida, como formação mínima para no  caput  deste artigo os professores das redes públicas
o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco municipais, estaduais e federal que ingressaram por
primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em concurso público, tenham pelo menos três anos de
nível médio, na modalidade normal. (Redação dada pela lei exercício da profissão e não sejam portadores de diploma
nº 13.415, de 2017) de graduação.    (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017)
§ 1º  A União, o Distrito Federal, os Estados e os § 2o As instituições de ensino responsáveis pela oferta
Municípios, em regime de colaboração, deverão promover de cursos de pedagogia e outras licenciaturas definirão
a formação inicial, a continuada e a capacitação dos critérios adicionais de seleção sempre que acorrerem aos
certames interessados em número superior ao de vagas
profissionais de magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de
disponíveis para os respectivos cursos.    (Incluído pela Lei
2009).
nº 13.478, de 2017)
§ 2º  A formação continuada e a capacitação dos
§ 3o Sem prejuízo dos concursos seletivos a serem
profissionais de magistério poderão utilizar recursos e
definidos em regulamento pelas universidades, terão
tecnologias de educação a distância.  (Incluído pela Lei nº
prioridade de ingresso os professores que optarem por
12.056, de 2009).
cursos de licenciatura em matemática, física, química,
§ 3º  A formação inicial de profissionais de magistério
biologia e língua portuguesa.   (Incluído pela Lei nº 13.478,
dará preferência ao ensino presencial, subsidiariamente
de 2017)
fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a
Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão:
distância.   (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009). (Regulamento)
§ 4o  A União, o Distrito Federal, os Estados e os I - cursos formadores de profissionais para a educação
Municípios adotarão mecanismos facilitadores de acesso e básica, inclusive o curso normal superior, destinado à
permanência em cursos de formação de docentes em nível formação de docentes para a educação infantil e para as
superior para atuar na educação básica pública.   (Incluído primeiras séries do ensino fundamental;
pela Lei nº 12.796, de 2013) II - programas de formação pedagógica para portadores
§ 5o  A União, o Distrito Federal, os Estados e os de diplomas de educação superior que queiram se dedicar
Municípios incentivarão a formação de profissionais do à educação básica;
magistério para atuar na educação básica pública mediante III - programas de educação continuada para os
programa institucional de bolsa de iniciação à docência a profissionais de educação dos diversos níveis.
estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de Art. 64. A formação de profissionais de educação
graduação plena, nas instituições de educação superior. para administração, planejamento, inspeção, supervisão e
(Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) orientação educacional para a educação básica, será feita
§ 6o  O Ministério da Educação poderá estabelecer em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-
nota mínima em exame nacional aplicado aos concluintes graduação, a critério da instituição de ensino, garantida,
do ensino médio como pré-requisito para o ingresso em nesta formação, a base comum nacional.
cursos de graduação para formação de docentes, ouvido Art. 65. A formação docente, exceto para a educação
o Conselho Nacional de Educação - CNE. (Incluído pela Lei superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas
nº 12.796, de 2013) horas.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 66. A preparação para o exercício do magistério § 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida
superior far-se-á em nível de pós-graduação, pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
prioritariamente em programas de mestrado e doutorado. ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não será
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo,
universidade com curso de doutorado em área afim, receita do governo que a transferir.
poderá suprir a exigência de título acadêmico. § 2º Serão consideradas excluídas das receitas de
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização impostos mencionadas neste artigo as operações de crédito
dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive por antecipação de receita orçamentária de impostos.
nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do § 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos
magistério público: mínimos estatuídos neste artigo, será considerada a receita
I - ingresso exclusivamente por concurso público de estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o
provas e títulos; caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais,
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com base no eventual excesso de arrecadação.
com licenciamento periódico remunerado para esse fim; § 4º As diferenças entre a receita e a despesa
III - piso salarial profissional; previstas e as efetivamente realizadas, que resultem no
IV - progressão funcional baseada na titulação ou não atendimento dos percentuais mínimos obrigatórios,
habilitação, e na avaliação do desempenho; serão apuradas e corrigidas a cada trimestre do exercício
V - período reservado a estudos, planejamento e financeiro.
avaliação, incluído na carga de trabalho; § 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do
VI - condições adequadas de trabalho. caixa da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
§ 1o  A experiência docente é pré-requisito para o Municípios ocorrerá imediatamente ao órgão responsável
exercício profissional de quaisquer outras funções de pela educação, observados os seguintes prazos:
magistério, nos termos das normas de cada sistema de I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de
ensino. (Renumerado pela Lei nº 11.301, de 2006) cada mês, até o vigésimo dia;
§ 2o  Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao
8o do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas vigésimo dia de cada mês, até o trigésimo dia;
funções de magistério as exercidas por professores e III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao
especialistas em educação no desempenho de atividades final de cada mês, até o décimo dia do mês subseqüente.
educativas, quando exercidas em estabelecimento de § 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a
educação básica em seus diversos níveis e modalidades, correção monetária e à responsabilização civil e criminal
incluídas, além do exercício da docência, as de direção de das autoridades competentes.
unidade escolar e as de coordenação e assessoramento Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e
pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.301, de 2006) desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com
§ 3o  A União prestará assistência técnica aos Estados, vistas à consecução dos objetivos básicos das instituições
ao Distrito Federal e aos Municípios na elaboração de educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se
concursos públicos para provimento de cargos dos destinam a:
profissionais da educação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente
2013) e demais profissionais da educação;
II - aquisição, manutenção, construção e conservação
TÍTULO VII de instalações e equipamentos necessários ao ensino;
Dos Recursos financeiros III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados
ao ensino;
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas
os originários de: visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, à expansão do ensino;
do Distrito Federal e dos Municípios; V - realização de atividades-meio necessárias ao
II - receita de transferências constitucionais e outras funcionamento dos sistemas de ensino;
transferências; VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas
III - receita do salário-educação e de outras públicas e privadas;
contribuições sociais; VII - amortização e custeio de operações de crédito
IV - receita de incentivos fiscais; destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo;
V - outros recursos previstos em lei. VIII - aquisição de material didático-escolar e
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de manutenção de programas de transporte escolar.
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e
vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:
Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de
impostos, compreendidas as transferências constitucionais, ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino,
na manutenção e desenvolvimento do ensino público.  (Vide que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua
Medida Provisória nº 773, de 2017)   (Vigência encerrada) qualidade ou à sua expansão;

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
II - subvenção a instituições públicas ou privadas de Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas
caráter assistencial, desportivo ou cultural; públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
III - formação de quadros especiais para a administração confessionais ou filantrópicas que:
pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos; I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam
IV - programas suplementares de alimentação, resultados, dividendos, bonificações, participações ou
assistência médico-odontológica, farmacêutica e parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto;
psicológica, e outras formas de assistência social; II - apliquem seus excedentes financeiros em educação;
V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra
beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar; escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao
VI - pessoal docente e demais trabalhadores da Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades;
educação, quando em desvio de função ou em atividade IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos
alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino. recebidos.
Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e § 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser
desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na
nos balanços do Poder Público, assim como nos relatórios forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de
a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal. recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares
Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão, da rede pública de domicílio do educando, ficando o Poder
prioritariamente, na prestação de contas de recursos Público obrigado a investir prioritariamente na expansão
públicos, o cumprimento do disposto no art. 212 da da sua rede local.
Constituição Federal, no art. 60 do Ato das Disposições § 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão
Constitucionais Transitórias e na legislação concernente. poderão receber apoio financeiro do Poder Público,
Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o inclusive mediante bolsas de estudo.
Distrito Federal e os Municípios, estabelecerá padrão
mínimo de oportunidades educacionais para o ensino TÍTULO VIII
fundamental, baseado no cálculo do custo mínimo por Das Disposições Gerais
aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade.
Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a
artigo será calculado pela União ao final de cada ano, com colaboração das agências federais de fomento à cultura
validade para o ano subseqüente, considerando variações e de assistência aos índios, desenvolverá programas
regionais no custo dos insumos e as diversas modalidades integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação
de ensino. escolar bilingüe e intercultural aos povos indígenas, com os
Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos seguintes objetivos:
Estados será exercida de modo a corrigir, progressivamente, I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos,
as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação
qualidade de ensino. de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas
§ 1º A ação a que se refere este artigo obedecerá a e ciências;
fórmula de domínio público que inclua a capacidade de II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o
atendimento e a medida do esforço fiscal do respectivo acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos
Estado, do Distrito Federal ou do Município em favor da da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e
manutenção e do desenvolvimento do ensino. não-índias.
§ 2º A capacidade de atendimento de cada governo Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente
será definida pela razão entre os recursos de uso os sistemas de ensino no provimento da educação
constitucionalmente obrigatório na manutenção e intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo
desenvolvimento do ensino e o custo anual do aluno, programas integrados de ensino e pesquisa.
relativo ao padrão mínimo de qualidade. § 1º Os programas serão planejados com audiência das
§ 3º Com base nos critérios estabelecidos nos §§ 1º e comunidades indígenas.
2º, a União poderá fazer a transferência direta de recursos § 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos
a cada estabelecimento de ensino, considerado o número nos Planos Nacionais de Educação, terão os seguintes
de alunos que efetivamente freqüentam a escola. objetivos:
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não poderá ser I - fortalecer as práticas sócio-culturais e a língua
exercida em favor do Distrito Federal, dos Estados e dos materna de cada comunidade indígena;
Municípios se estes oferecerem vagas, na área de ensino II - manter programas de formação de pessoal
de sua responsabilidade, conforme o inciso VI do art. 10 especializado, destinado à educação escolar nas
e o inciso V do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua comunidades indígenas;
capacidade de atendimento. III - desenvolver currículos e programas específicos,
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva prevista no neles incluindo os conteúdos culturais correspondentes às
artigo anterior ficará condicionada ao efetivo cumprimento respectivas comunidades;
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios do disposto IV - elaborar e publicar sistematicamente material
nesta Lei, sem prejuízo de outras prescrições legais. didático específico e diferenciado.

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 3o No que se refere à educação superior, sem prejuízo Art. 86. As instituições de educação superior
de outras ações, o atendimento aos povos indígenas constituídas como universidades integrar-se-ão, também,
efetivar-se-á, nas universidades públicas e privadas, na sua condição de instituições de pesquisa, ao Sistema
mediante a oferta de ensino e de assistência estudantil, Nacional de Ciência e Tecnologia, nos termos da legislação
assim como de estímulo à pesquisa e desenvolvimento de específica.
programas especiais. (Incluído pela Lei nº 12.416, de 2011)
Art. 79-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.639, de TÍTULO IX
9.1.2003) Das Disposições Transitórias
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de
novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’. Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se
(Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003) um ano a partir da publicação desta Lei.
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento § 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação
e a veiculação de programas de ensino a distância, em desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano
todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez
continuada. (Regulamento) (Regulamento) anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura sobre Educação para Todos.
e regime especiais, será oferecida por instituições § 2º  (Revogado).   (Redação dada pela lei nº 12.796,
especificamente credenciadas pela União. de 2013)
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a § 3o  O Distrito Federal, cada Estado e Município, e,
realização de exames e registro de diploma relativos a supletivamente, a União, devem: (Redação dada pela Lei nº
cursos de educação a distância. 11.330, de 2006)
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de I - (revogado);     (Redação dada pela lei nº 12.796, de
programas de educação a distância e a autorização para 2013)
sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de a) (Revogado)     (Redação dada pela Lei nº 11.274, de
ensino, podendo haver cooperação e integração entre os 2006)
diferentes sistemas. (Regulamento) b) (Revogado)      (Redação dada pela Lei nº 11.274, de
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento 2006)
diferenciado, que incluirá:
c) (Revogado)     (Redação dada pela Lei nº 11.274, de
I - custos de transmissão reduzidos em canais
2006)
comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e
II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens
em outros meios de comunicação que sejam explorados
e adultos insuficientemente escolarizados;
mediante autorização, concessão ou permissão do poder
III - realizar programas de capacitação para todos os
público;  (Redação dada pela Lei nº 12.603, de 2012)
professores em exercício, utilizando também, para isto, os
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente
recursos da educação a distância;
educativas;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino
Público, pelos concessionários de canais comerciais. fundamental do seu território ao sistema nacional de
Art. 81. É permitida a organização de cursos ou avaliação do rendimento escolar.
instituições de ensino experimentais, desde que obedecidas § 4º  (Revogado). (Redação dada pela lei nº 12.796, de
as disposições desta Lei. 2013)
Art. 82.  Os sistemas de ensino estabelecerão as normas § 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a
de realização de estágio em sua jurisdição, observada a lei progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino
federal sobre a matéria.  (Redação dada pela Lei nº 11.788, fundamental para o regime de escolas de tempo integral.
de 2008) § 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao
 Parágrafo único. (Revogado).  (Redação dada pela Lei Distrito Federal e aos Municípios, bem como a dos Estados
nº 11.788, de 2008) aos seus Municípios, ficam condicionadas ao cumprimento
Art. 83. O ensino militar é regulado em lei específica, do  art. 212 da Constituição Federal e dispositivos legais
admitida a equivalência de estudos, de acordo com as pertinentes pelos governos beneficiados.
normas fixadas pelos sistemas de ensino. Art. 87-A.  (VETADO).   (Incluído pela lei nº 12.796, de
Art. 84. Os discentes da educação superior poderão 2013)
ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, Municípios adaptarão sua legislação educacional e de ensino
de acordo com seu rendimento e seu plano de estudos. às disposições desta Lei no prazo máximo de um ano, a partir
Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação da data de sua publicação. (Regulamento)  (Regulamento)
própria poderá exigir a abertura de concurso público de § 1º As instituições educacionais adaptarão seus
provas e títulos para cargo de docente de instituição pública estatutos e regimentos aos dispositivos desta Lei e às
de ensino que estiver sendo ocupado por professor não normas dos respectivos sistemas de ensino, nos prazos por
concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos estes estabelecidos.
assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do § 2º O prazo para que as universidades cumpram o
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. disposto nos incisos II e III do art. 52 é de oito anos.

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos
venham a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação
contar da publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir
sistema de ensino. acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o § 3º O direito a proteção especial abrangerá os
regime anterior e o que se institui nesta Lei serão resolvidas seguintes aspectos:
pelo Conselho Nacional de Educação ou, mediante I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao
delegação deste, pelos órgãos normativos dos sistemas de trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
ensino, preservada a autonomia universitária. II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e
publicação. jovem à escola; 
Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024, IV - garantia de pleno e formal conhecimento da
de 20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro atribuição de ato infracional, igualdade na relação
de 1968, não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de processual e defesa técnica por profissional habilitado,
novembro de 1995 e 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
ainda, as Leis nºs 5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044, V - obediência aos princípios de brevidade,
de 18 de outubro de 1982, e as demais leis e decretos- excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
lei que as modificaram e quaisquer outras disposições em pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
contrário. qualquer medida privativa da liberdade;
Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º da Independência VI - estímulo do Poder Público, através de assistência
e 108º da República. jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
Paulo Renato Souza adolescente órfão ou abandonado;
Este texto não substitui o publicado no DOU de VII - programas de prevenção e atendimento
23.12.1996 especializado à criança, ao adolescente e ao jovem
* dependente de entorpecentes e drogas afins.
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a
exploração sexual da criança e do adolescente.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público,
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua
E ATUALIZAÇÕES. efetivação por parte de estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos
e qualificações, proibidas quaisquer designações
Noções introdutórias e disciplina constitucional discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do adolescente levar-se-á em consideração o disposto no art.
Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 2042.
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, § 8º A lei estabelecerá: 
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
2 Art. 204. As ações governamentais na área da as-
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar
sistência social serão realizadas com recursos do orça-
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma
mento da seguridade social, previstos no art. 195, além
de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.  de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência diretrizes: I - descentralização político-administrativa,
integral à saúde da criança, do adolescente e do cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera fede-
jovem, admitida a participação de entidades não ral e a coordenação e a execução dos respectivos progra-
governamentais, mediante políticas específicas e mas às esferas estadual e municipal, bem como a entida-
obedecendo aos seguintes preceitos:  des beneficentes e de assistência social; II - participação
I - aplicação de percentual dos recursos públicos da população, por meio de organizações representativas,
destinados à saúde na assistência materno-infantil; na formulação das políticas e no controle das ações em
II - criação de programas de prevenção e atendimento todos os níveis. Parágrafo único. É facultado aos Estados
especializado para as pessoas portadoras de deficiência e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à in-
física, sensorial ou mental, bem como de integração social clusão e promoção social até cinco décimos por cento de
do adolescente e do jovem portador de deficiência, sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses
mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, recursos no pagamento de: I - despesas com pessoal e
e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com encargos sociais; II - serviço da dívida; III - qualquer outra
a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as despesa corrente não vinculada diretamente aos investi-
formas de discriminação.  mentos ou ações apoiados.

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os Por seu turno, o artigo 227, § 8º, CF, preconiza: “A
direitos dos jovens;  lei estabelecerá: I - o estatuto da juventude, destinado
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, a regular os direitos dos jovens; II - o plano nacional de
visando à articulação das várias esferas do poder público juventude, de duração decenal, visando à articulação das
para a execução de políticas públicas.  várias esferas do poder público para a execução de políticas
públicas”. A Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013, institui
No caput do artigo 227, CF se encontra uma das o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos
principais diretrizes do direito da criança e do adolescente jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de
que é o princípio da prioridade absoluta. Significa que cada juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE.
criança e adolescente deve receber tratamento especial do Mais informações sobre a Política mencionada no inciso II
Estado e ser priorizado em suas políticas públicas, pois são e sobre a Secretaria e o Conselho Nacional de Juventude
o futuro do país e as bases de construção da sociedade. que direcionam a implementação dela podem ser obtidas
A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 dispõe sobre na rede3.
o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras Aprofundando o tema, a cabeça do art. 227, da Lei
providências, seguindo em seus dispositivos a ideologia do Fundamental, preconiza ser dever da família, da sociedade
princípio da absoluta prioridade. e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
No §1º do artigo 227 aborda-se a questão da jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
assistência à saúde da criança e do adolescente. Do inciso à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
I se depreende a intrínseca relação entre a proteção da cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
criança e do adolescente com a proteção da maternidade familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
e da infância, mencionada no artigo 6º, CF. Já do inciso II forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
se depreende a proteção de outro grupo vulnerável, que é crueldade e opressão.
a pessoa portadora de deficiência, valendo lembrar que o A leitura do art. 227, caput, da Constituição Federal
Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, que promulga permite concluir que se adotou, neste país, a chamada
a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas “Doutrina da Proteção Integral da Criança”, ao lhe
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados assegurar a absoluta prioridade em políticas públicas,
em Nova York, em 30 de março de 2007, foi promulgado medidas sociais, decisões judiciais, respeito aos direitos
humanos, e observância da dignidade da pessoa humana.
após aprovação no Congresso Nacional nos moldes da
Neste sentido, o parágrafo único, do art. 5º, do “Estatuto
Emenda Constitucional nº 45/2004, tendo força de norma
da Criança e do Adolescente”, prevê que a garantia de
constitucional e não de lei ordinária. A preocupação com
prioridade compreende a primazia de receber proteção
o direito da pessoa portadora de deficiência se estende
e socorro em quaisquer circunstâncias (alínea “a”), a
ao §2º do artigo 227, CF: “a lei disporá sobre normas de
precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
construção dos logradouros e dos edifícios de uso
relevância pública (alínea “b”), a preferência na formulação
público e de fabricação de veículos de transporte coletivo,
e na execução das políticas sociais públicas (alínea “c”), e
a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras a destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
de deficiência”. relacionadas com a proteção à infância e à juventude
A proteção especial que decorre do princípio da (alínea “d”).
prioridade absoluta está prevista no §3º do artigo 227. Ademais, a proteção à criança, ao adolescente e ao
Liga-se, ainda, à proteção especial, a previsão do §4º do jovem representa incumbência atribuída não só ao Estado,
artigo 227: “A lei punirá severamente o abuso, a violência e mas também à família e à sociedade. Sendo assim, há se
a exploração sexual da criança e do adolescente”. prestar bastante atenção nas provas de concurso, tendo em
Tendo em vista o direito de toda criança e adolescente vista que só se costuma colocar o Estado como observador
de ser criado no seio de uma família, o §5º do artigo 227 da “Doutrina da Proteção Integral”, sendo que isso também
da Constituição prevê que “a adoção será assistida pelo compete à família e à sociedade.
Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e Nesta frequência, o direito à proteção especial
condições de sua efetivação por parte de estrangeiros”. abrangerá os seguintes aspectos (art. 227, §3º, CF):
Neste sentido, a Lei nº 12.010, de 3 de agosto de 2009, - A idade mínima de dezesseis anos para admissão ao
dispõe sobre a adoção. trabalho, salvo a partir dos quatorze anos, na condição de
A igualdade entre os filhos, quebrando o paradigma da aprendiz (inciso I de acordo com o art. 7º, XXXIII, CF, pós-
Constituição anterior e do até então vigente Código Civil alteração promovida pela Emenda Constitucional nº 20/98);
de 1916 consta no artigo 227, § 6º, CF: “os filhos, havidos - A garantia de direitos previdenciários e trabalhistas
ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão (inciso II);
os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer - A garantia de acesso ao trabalhador adolescente e
designações discriminatórias relativas à filiação”. jovem à escola (inciso III);
Quando o artigo 227 dispõe no § 7º que “no - A garantia de pleno e formal conhecimento da
atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar- atribuição do ato infracional, igualdade na relação
se-á em consideração o disposto no art. 204” tem em vista processual e defesa técnica por profissional habilitado,
a adoção de práticas de assistência social, com recursos segundo dispuser a legislação tutelar específica (inciso IV);
da seguridade social, em prol da criança e do adolescente. 3 http://www.juventude.gov.br/politica

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
- A obediência aos princípios de brevidade, A partir da Idade Moderna, com o Renascimento
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa e o Iluminismo, as crianças e os adolescentes saíram
em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer ligeiramente da margem social. A moral da época passa a
medida privativa de liberdade (inciso V); impor aos pais o dever de educar seus filhos. Entretanto,
- O estímulo do Poder Público, através de assistência a educação costumava ser oferecida apenas aos homens.
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, Aqueles que possuíam melhores condições enviavam seus
ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou filhos para estudarem nas universidades que começavam
adolescente órfão ou abandonado (inciso VI); a despontar na Europa, aqueles que possuíam condições
- Programas de prevenção e atendimento especializado piores ao menos passavam a ensinar seus ofícios a estes
à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de jovens. Já as meninas permaneciam marginalizadas das
entorpecentes e drogas afins (inciso VII). atividades educacionais e profissionalizantes, apenas lhes
Prosseguindo, o parágrafo sexto, do art. 227, da era ensinado como desempenhar atividades domésticas.
Constituição, garante o “Princípio da Igualdade entre Desde o final da Revolução Francesa e, com destaque, a
os Filhos”, ao dispor que os filhos, havidos ou não da partir da Revolução Industrial, que alterou substancialmente
relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos os modos e métodos de produção, a criança e o
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações adolescente passam a ocupar papel central na sociedade,
discriminatórias relativas à filiação. desempenhando atividades trabalhistas de caráter
Assim, com a Constituição Federal, os filhos não equivalente a dos adultos. Foram vítimas de inúmeros
têm mais “valor” para efeito de direitos alimentícios e acidentes de trabalho, morriam em meio à insalubridade
sucessórios. Não se pode falar em um filho receber metade das fábricas, então movidas predominantemente a carvão.
da parte que originalmente lhe cabia por ser “bastardo”, Foi apenas com a emergência da Organização Internacional
enquanto aquele fruto da sociedade conjugal receber do Trabalho – OIT, em 1919, que aos poucos se consolidou
a quantia integral. Aliás, nem mesmo a expressão “filho uma consciência a respeito da necessidade de se limitar
bastardo” pode mais ser utilizada, por representar uma a participação das crianças e adolescentes no espaço de
forma de discriminação designatória. trabalho. Este foi o estopim para o reconhecimento da
Também, o art. 229 traz uma “via de mão dupla”
condição especial da criança e do adolescente.
entre pais e filhos, isto é, os pais têm o dever de assistir,
Internacionalmente, a proteção efetiva da criança e do
criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm
adolescente começa a tomar corpo com o reconhecimento
o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência
internacional dos direitos humanos e a fundação da
ou enfermidade. Tal dispositivo, inclusive, permite que
UNICEF. A UNICEF, inicialmente conhecida como Fundo
os filhos peçam alimentos aos pais, e que os pais peçam
Internacional de Emergência das Nações Unidas para as
alimentos aos filhos.
Crianças, foi criada em dezembro de 1946 para ajudar
Por fim, há se mencionar o acrescentado parágrafo
oitavo (pela Emenda Constitucional nº 65/2010), ao art. 227, as crianças da Europa vítimas da II Guerra Mundial. No
da Constituição Federal, segundo o qual a lei estabelecerá início da década de 50 o seu mandato foi alargado para
o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos responder às necessidades das crianças e das mães nos
dos jovens (inciso I), e o plano nacional de juventude, de países em desenvolvimento. Em 1953, torna-se uma
duração decenal, visando à articulação das várias esferas agência permanente das Nações Unidas, e passa a ocupar-
do poder público para a execução de políticas públicas se especialmente das crianças dos países mais pobres da
(inciso II). Nada obstante a exigência constitucional desde África, Ásia, América Latina e Médio Oriente. Passa então a
2010, somente bem recentemente o Estatuto da Juventude designar-se Fundo das Nações Unidas para a Infância, mas
foi aprovado (Lei nº 12.852/2013), como visto acima, mantém a sigla que a tornara conhecida em todo o mundo
carecendo, ainda, o Plano Nacional de Juventude de maior – UNICEF. Desde então, sobrevieram no âmbito das Nações
regulamentação infraconstitucional. Unidas documentos bastante relevantes sobre a condição
jurídica peculiar da criança, já estudados neste material.
Evolução histórica No Brasil, no final do século XIX e início do século XX,
foi instituído no Rio de Janeiro o Instituto de Proteção e
Na Grécia antiga, a criança era colocada numa Assistência à Infância, primeiro estabelecimento público
posição de inferioridade, tida como um ser irracional, sem nacional de atendimento a crianças e adolescentes. Em
capacidade de tomar qualquer tipo de decisão. Trata- seguida, veio a Lei nº 4.242/1921, que autorizou o governo
se de marco da cultura grega, que enxergava apenas a organizar o Serviço de Assistência e Proteção à Infância
poucos homens de posses como cidadãos. Estes homens Abandonada e Dellinquente. Em 1927 foi aprovado o
concentravam para si o pátrio poder, isto é, o poder do pai. primeiro Código de Menores. Em 1941, durante o governo
Devido ao pátrio poder, o pai de família concentrava em Vargas, foi criado o Serviço de Assistência ao Menor, cujo
suas mãos plena possibilidade de gerir a vida das crianças e fim era dar tratamento penal teoricamente diferenciado
adolescentes e estes não tinham nenhuma possibilidade de aos menores (na prática, eram tratados como criminosos
participar destas decisões. Na Idade Média se manteve o comuns). Em 1964 surge a Política Nacional do Bem-estar
sistema do “pátrio poder”. As crianças eram submetidas ao do Menor (Lei nº 4.513/1964), que criou a FUNABEM. Surge
absoluto poder do pai e seus destinos seguiam a mesma novo Código de Menores em 1979 (Lei nº 6.697), cujo objeto
sorte. era a proteção e vigilância de crianças e adolescentes em

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
situação irregular. Na década de 80 começa um movimento normatividade. Hoje em dia, os princípios servem para
de reelaboração da concepção de infância e juventude. O condensar valores, dar unidade ao sistema e condicionar a
destaque repercute na Constituição Federal de 1988 e no atividade do intérprete. Os princípios são normas jurídicas,
Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, que revogou não meros conteúdos axiológicos, aceitando aplicação
o Código de Menores e substituiu a doutrina da situação autônoma6.
irregular pela doutrina da proteção integral4. Em resumo, a teoria dos princípios chega à presente
fase do Pós-positivismo com os seguintes resultados já
Relações jurídicas no direito da criança e do consolidados: a passagem dos princípios da especulação
adolescente metafísica e abstrata para o campo concreto e positivo do
Direito, com baixíssimo teor de densidade normativa; a
“As relações jurídicas são formas qualificadas de relações transição crucial da ordem jusprivatista (sua antiga inserção
interpessoais, indicando, assim, a ligação entre pessoas, em nos Códigos) para a órbita juspublicística (seu ingresso
razão de algum objeto, devidamente regulada pelo direito. nas Constituições); a suspensão da distinção clássica entre
Desta forma, o Direito da Criança e do Adolescente, sob princípios e normas; o deslocamento dos princípios da
o aspecto objetivo e formal, representa a disciplina das
esfera da jusfilosofia para o domínio da Ciência Jurídica; a
relações jurídicas entre Crianças e Adolescentes, de um
proclamação de sua normatividade; a perda de seu caráter
lado, e de outro, a família, a comunidade, a sociedade
de normas programáticas; o reconhecimento definitivo
e o próprio Estado. [...] Percebemos que a intenção dos
de sua positividade e concretude por obra sobretudo das
doutrinadores e do próprio legislador foi, sempre, criar
uma doutrina da proteção integral não somente para a Constituições; a distinção entre regras e princípios, como
Criança, como, ainda, para o Adolescente, ambos ainda espécies diversificadas do gênero norma, e, finalmente,
em desenvolvimento, posto que, somente com o término por expressão máxima de todo esse desdobramento
da adolescência é que o menor completará o processo doutrinário, o mais significativo de seus efeitos: a total
de aquisição de mecanismos mentais relacionados ao hegemonia e preeminência dos princípios7.
pensamento, percepção, reconhecimento, classificação No campo do direito da criança e do adolescente,
etc. [...] Com isso, o Estatuto da Criança e do Adolescente, alguns princípios assumem destaque, entre eles:
sabiamente, se preocupou em envolver não somente a a) Princípio da prioridade absoluta: previsto nos
família, mas, ainda, a comunidade, a sociedade e o próprio artigos 227, CF e 4º, ECA preconiza que é dever de todos
Estado, para que todos, em conjunto, exerçam seus – Estado, sociedade, comunidade e família – assegurar
direitos e deveres sem oprimir aqueles que, em condição com absoluta prioridade direitos fundamentais às crianças
inferior, viviam a mercê da sociedade. Mas, qual a razão e adolescentes. Por isso, estabelece-se com primazia a
dessa inclusão tão abrangente? Pois bem, a intenção do adoção de políticas públicas, a destinação de recursos e a
Estatuto da Criança e do Adolescente foi conferir ao menor, prestação de serviços essenciais àqueles que se encontram
de forma integral, todas as condições para que o mesmo na faixa etária inferior a 18 anos.
possa desenvolver-se plenamente, evitando-se, com isso, b) Princípio da proteção integral: previsto no
que haja alguma deficiência em sua formação. Desta forma, artigo 1º, ECA estabelece que a proteção da criança e
a melhor solução apresentada pelo legislador foi incluir do adolescente não pode se restringir às situações de
todos os segmentos da sociedade, para que ninguém irregularidade, o que teria um caráter estigmatizante, mas
ficasse isento de qualquer responsabilidade, uma vez que deve abranger todas as situações de vida pelas quais passa
a doutrina da proteção integral apresentada pelo Estatuto a criança e o adolescente, mesmo as regulares. Neste
da Criança e do Adolescente exige a participação de todos, sentido, ao se assegurar direitos na regularidade, evita-se
sem qualquer exceção”5. Com efeito, o objeto formal do que a criança e o adolescente caiam em irregularidade.
direito da criança e do adolescente é a proteção jurídica c) Princípio da dignidade da pessoa humana:
especial da criança e do adolescente. Já o objeto material é
A dignidade da pessoa humana é o valor-base de
a própria criança ou adolescente.
interpretação de qualquer sistema jurídico, internacional
ou nacional, que possa se considerar compatível com
Princípios
os valores éticos, notadamente da moral, da justiça e da
Não se pode olvidar que os princípios sempre democracia. Pensar em dignidade da pessoa humana
desempenharam um importante papel social, mas foi significa, acima de tudo, colocar a pessoa humana como
somente na atual dogmática jurídica que eles adquiriram centro e norte para qualquer processo de interpretação
jurídico, seja na elaboração da norma, seja na sua aplicação.
4 DEZEM, Guilherme Madeira; AGUIRRE, João Ri- Sem pretender estabelecer uma definição fechada ou
cardo Brandão; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Estatu- plena, é possível conceituar dignidade da pessoa humana
to da Criança e do Adolescente. São Paulo: Revista dos como o principal valor do ordenamento ético e, por
Tribunais, 2009. (Coleção Elementos do Direito) consequência, jurídico que pretende colocar a pessoa
5 MENDES, Moacyr Pereira. As relações jurídicas 6 Ibid., p.327.
decorrentes do Estatuto da Criança e do Adolescente. 7 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito consti-
Âmbito Jurídico, Rio Grande, XII, n. 70, nov. 2009. tucional. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2011, p. 294.

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
humana como um sujeito pleno de direitos e obrigações fulcro humanista guia a afirmação de todos os direitos
na ordem internacional e nacional, cujo desrespeito fundamentais e confere a eles posição hierárquica superior
acarreta a própria exclusão de sua personalidade. às normas organizacionais do Estado, de modo que é o
Aponta Barroso8: “o princípio da dignidade da pessoa Estado que está para o povo, devendo garantir a dignidade
humana identifica um espaço de integridade moral a de seus membros, e não o inverso.
ser assegurado a todas as pessoas por sua só existência d) Princípio da participação popular: previsto no
no mundo. É um respeito à criação, independente da artigo 227, §§ 3º e 7º e no artigo 204, II, CF, assegura
crença que se professe quanto à sua origem. A dignidade a participação popular, através de organizações
relaciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito representativas, na elaboração de políticas públicas
como com as condições materiais de subsistência”. direcionadas à infância e à juventude.
O Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, do e) Princípio da excepcionalidade: previsto no artigo
Tribunal Superior do Trabalho, trouxe interessante conceito 227, §3º, V, CF assegura que quando da imposição de
numa das decisões que relatou: “a dignidade consiste medida privativa de liberdade esta não será imposta a não
na percepção intrínseca de cada ser humano a respeito ser que se trate de um caso excepcional, em que nenhuma
dos direitos e obrigações, de modo a assegurar, sob o outra medida sócio-educativa possa ser utilizada.
foco de condições existenciais mínimas, a participação f) Princípio da brevidade: previsto no artigo 227,
saudável e ativa nos destinos escolhidos, sem que isso §3º, V, CF assegura que quando da aplicação de medida
importe destilação dos valores soberanos da democracia privativa de liberdade esta não se estenderá no tempo,
e das liberdades individuais. O processo de valorização devendo ser a mais breve possível, perdurando apenas pelo
do indivíduo articula a promoção de escolhas, posturas prazo necessário para a ressocialização do adolescente. No
e sonhos, sem olvidar que o espectro de abrangência caso, o ECA limita a aplicação de medidas desta natureza
das liberdades individuais encontra limitação em outros ao prazo máximo de 3 anos.
direitos fundamentais, tais como a honra, a vida privada, g) Princípio da condição peculiar da pessoa em
a intimidade, a imagem. Sobreleva registrar que essas desenvolvimento: a criança e o adolescente estão em
garantias, associadas ao princípio da dignidade da pessoa processo de formação e de transformação física e psíquica,
humana, subsistem como conquista da humanidade, razão logo, possuem uma condição peculiar que deve ser
pela qual auferiram proteção especial consistente em respeitada quando da aplicação da lei.
indenização por dano moral decorrente de sua violação”9.
Para Reale10, a evolução histórica demonstra o domínio Autonomia da criança e do adolescente
de um valor sobre o outro, ou seja, a existência de uma
ordem gradativa entre os valores; mas existem os valores Coloca-se o trecho do trabalho de Cláudio Leone12 em
fundamentais e os secundários, sendo que o valor fonte que reflete sobre a construção da autonomia do infante:
é o da pessoa humana. Nesse sentido, são os dizeres de “Conceitualmente, a análise do respeito à autonomia
Reale11: “partimos dessa ideia, a nosso ver básica, de que de uma criança ou de um adolescente só tem sentido se for
a pessoa humana é o valor-fonte de todos os valores. conduzida a partir do conhecimento da evolução de suas
O homem, como ser natural biopsíquico, é apenas um competências nas diferentes idades. É de conhecimento
indivíduo entre outros indivíduos, um ente animal entre de todos que a criança nasce totalmente dependente
os demais da mesma espécie. O homem, considerado na de cuidados alheios e que passa por um processo de
sua objetividade espiritual, enquanto ser que só realiza desenvolvimento progressivo que a leva a alcançar a
no sentido de seu dever ser, é o que chamamos de completa independência na maturidade, o que, nas
pessoa. Só o homem possui a dignidade originária de ser sociedades modernas, se situa por volta dos vinte anos de
enquanto deve ser, pondo-se essencialmente como razão idade.
determinante do processo histórico”. Entretanto, para que este processo de análise de sua
Quando a Constituição Federal assegura a dignidade autonomia transcorra de maneira isenta, fundamentalmente
da pessoa humana como um dos fundamentos da centrado nas peculiaridades do desenvolvimento do ser
República, faz emergir uma nova concepção de proteção humano, o primeiro ponto a ser considerado é a necessidade
de cada membro do seu povo. Tal ideologia de forte de abdicar de alguns conceitos preestabelecidos, como é o
caso da atitude paternalista. [...]
8 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e
O segundo ponto a considerar neste percurso, em geral
aplicação da Constituição. 7. ed. São Paulo: Saraiva, decorrente do primeiro, é a própria legislação que, mesmo
2009, p. 382. tendo o melhor dos intuitos, praticamente nivela todos
9 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso os menores a uma mesma condição: a de incapacidade,
de Revista n. 259300-59.2007.5.02.0202. Relator: Alber- criando a necessidade de se ter figuras aptas a decidir e
to Luiz Bresciani de Fontan Pereira. Brasília, 05 de setem- responder por eles, como se estas figuras fossem sempre
bro de 2012j1. Disponível em: www.tst.gov.br. Acesso em: e inevitavelmente imbuídas das melhores intenções em
17 nov. 2012. relação à criança e ao adolescente.
10 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed.
São Paulo: Saraiva, 2002, p. 228. 12 LEONE, Cláudio. A criança, o adolescente e a au-
11 Ibid., p. 220. tonomia. Revista Bioética, v. 6, n. 1.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
No entender de Kopelman, para que toda esta decisão ditada apenas pelo receio do desconhecido, por
legislação fosse realmente válida seria necessário definir um capricho ou vontade decorrente apenas de sua visão
melhor, de maneira bem precisa, o que se entende por um egocêntrica, natural em determinadas idades, ou se a
padrão mínimo de benefício ou o que é ‘o melhor’ para mesma já é o resultado de uma reflexão mais amadurecida.
os interesses da criança ou do adolescente, de modo que São estes extremos que dão a entender a ampla gama de
a definição não fique em aberto para a interpretação de estágios de desenvolvimento, portanto de autonomia, que
quem detém o poder de decidir em nome deles. Além disso, entre eles podem se apresentar. [...]
estas definições deveriam estar em constante revisão, para Novamente, cabe enfatizar que o risco que se corre ao
que não acabem sendo ultrapassadas, frente à evolução se utilizar definições bastante precisas como estas é o de
histórico-social dos fatos que geraram a necessidade de acabar classificando um indivíduo de maneira dicotômica,
sua criação. no caso específico da autonomia, como sendo capaz ou
Superados estes dois pontos, que apesar de incapaz, desistindo assim de uma possível análise de sua
potencialmente limitantes do processo de discussão da real capacidade.
autonomia da criança e do adolescente não podem ser Consequentemente, a ausência de uma ou de mais das
simplesmente ignorados, como se não existissem, chega-se características anteriormente citadas não deve ser utilizada
ao terceiro e mais importante: a interpretação do conceito para qualificar a criança ou o adolescente como incapaz.
de autonomia à luz do momento de desenvolvimento em Deve, isto sim, servir de embasamento para que se possa
que uma determinada criança ou adolescente se encontra. tentar entender como suas decisões se originaram.
Nesse sentido, diversas características do Em face de situações específicas, individualizadas,
desenvolvimento devem ser levadas em consideração: como ocorre no dia-a-dia da prática pediátrica, esta é a
1. Trata-se de um processo que evolui continuamente à única forma que o profissional tem de realmente respeitar
medida que habilidades se aperfeiçoam, novas capacidades a autonomia da criança ou do adolescente.
são adquiridas, novas vivências são acumuladas e integradas A interpretação adequada da legislação e o
e, portanto, passível de rápidas e extremas mudanças no dimensionamento correto da decisão dos pais ou
tempo; responsáveis dependerão fundamentalmente deste tipo
2. A aquisição das competências é progressiva, não de análise da autonomia da criança ou adolescente. Deste
se dá saltos, como se se tratasse de compartimentos modo, mesmo que resulte em situações de conflito entre
estanques, e segue sempre uma ordem preestabelecida, as posições, servirá de embasamento para um trabalho,
sendo, portanto, razoavelmente previsível; muitas vezes exaustivo, de apresentação, de reflexão e
3. Os tempos e o ritmo em que o desenvolvimento de discussão de argumentos e fatos, capaz de conduzir a
se processa são muito individualizados, fazendo com que uma decisão amadurecida e o mais isenta possível, que,
dois indivíduos de uma mesma idade possam estar em respeitando a posição da criança ou do adolescente,
momentos diferentes de desenvolvimento; poderá efetivamente redundar em seu benefício.
4. No caso específico da inteligência, o desenvolvimento No leque das diferentes situações da prática pediátrica,
é extremamente influenciável por fatores extrínsecos ao que se estende desde o recém-nascido no limite de
indivíduo: as experiências, os estímulos, o ambiente, a viabilidade ao qual se quer prestar cuidados intensivos de
educação, a cultura, etc., o que também acaba por reforçar validade questionável naquelas circunstâncias, passando
sua evolução extremamente individualizada. pelas pesquisas científicas que envolvem crianças e
Segundo Piaget, a capacidade de operar o pensamento adolescentes, até a criança cujo pátrio poder pertence a
concreto estendendo-o à compreensão do outro e às pais adolescentes, portanto autônomos nas decisões que
possíveis consequências de boa parte dos seus atos se lhes dizem respeito, todas estas situações, onde nem
aperfeiçoa na idade escolar, entre os 6 e os 11 anos de sempre o real interesse que está em jogo é o da criança,
vida. Este amadurecimento se completa na adolescência, mas sim o dos responsáveis por ela, clarificam que não há
com a capacidade crescente de abstração que a criança uma única resposta ou solução mágica, perfeita, para a
desenvolve nesta fase da existência. Como consequência, questão da autonomia da criança e do adolescente.
é possível admitir que é na segunda fase da adolescência, Na realidade, o que deve existir é a construção conjunta
em geral a partir dos 15 anos, que o indivíduo atingiria de uma verdade para aquele momento, amadurecida no
as competências necessárias para o exercício de sua crescimento e evolução de todos: juízes e legisladores,
autonomia, competências estas que necessitariam apenas pais ou responsáveis, médicos e profissionais de saúde e,
serem lapidadas ao longo das vivências e de uma maior principalmente, a criança ou o adolescente, como parte
experiência de vida. de um processo de interação franco, sincero, isento e
Entretanto, isto não significa que a autonomia da realmente participativo que de fato respeite a autonomia,
criança e do adolescente só possa (ou deva) ser respeitada qualquer que seja o nível de competência que a criança ou
a partir desta fase. o adolescente estejam apresentando para tal”.
Compete ao pediatra e aos demais profissionais de
saúde, utilizando suas competências profissionais, definir
já desde os primeiros anos de vida em que etapa a
criança se encontra ao longo do seu processo evolutivo,
tentando diferenciar se se está diante de uma tomada de

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Imputabilidade penal excepcionais o ECA se aplica ao maior de 18 anos, até os
21 anos de idade, por exemplo, no caso do menor infrator
Art. 228, CF. São penalmente inimputáveis os menores sujeito a internação em fundação CASA que tenha 17 anos
de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. e 11 meses na data do ato infracional poderá ficar detido
até o limite de seus 20 anos e 11 meses (eis que 3 anos é o
O artigo 228, CF dispõe: “são penalmente inimputáveis tempo máximo de internação).
os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da
legislação especial”. Percebe-se que a normativa não está Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os
no rol de cláusulas pétreas, razão pela qual seria possível direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
uma emenda constitucional que alterasse a menoridade sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
penal. Inclusive, há projetos de lei neste sentido. assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
Comentários à lei desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e de dignidade.
Parte geral Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei
aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem
Título I discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo,
Das Disposições Preliminares raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição
pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à econômica, ambiente social, região e local de moradia ou
criança e ao adolescente. outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a
O princípio da proteção integral se associa ao princípio comunidade em que vivem.
da prioridade absoluta, colacionado no artigo 4º do ECA e O artigo 3º volta-se à concretização dos direitos
no artigo 227, CF. “Com a positivação desse princípio tem- da criança e do adolescente. Concretização significa
se também a positivação da proteção integral, que se opõe viabilização prática, consecução real dos fins que a lei
à antiga e superada doutrina da situação irregular, que descreve. Como se percebe pela leitura até o momento,
era prevista no antigo Código de Menores e especificava o legislador brasileiro preocupou-se em elaborar uma
que sua incidência se restringia aos menores em situação legislação cujo objetivo é concretizar estes direitos da
irregular, apresentando um conjunto de normas destinadas criança e do adolescente. Entretanto, a lei é apenas uma
ao tratamento e prevenção dessas situações”13. carta de intenções. É necessário colocar seu conteúdo em
Basicamente, tinha-se na doutrina da situação irregular prática, porque sozinha ela nada faz.
que era necessário disciplinar um estatuto jurídico da A implementação na prática dos direitos da criança e
criança e do adolescente que apenas abordasse situações do adolescente depende da adoção de posturas por parte
em que ele estivesse irregular, seja por uma desproteção, de todos aqueles colocados como responsáveis para tanto:
como no caso de abandono, ou pela violação da lei, como Estado, sociedade, comunidade e família. Especificamente
nos casos de atos infracionais. no que se refere ao Estado, mostra-se essencial que ele
Entretanto, o direito evoluiu e passou a contemplar uma desenvolve políticas públicas adequadas em respeito à
noção de proteção mais ampla da criança e do adolescente, peculiar condição do infante.
que não apenas abordasse situações de irregularidade “O Direito da Criança e do Adolescente deve ter
(embora ainda o fizesse), mas que abrangesse todo o condições suficientemente próprias de promoção e
arcabouço jurídico protetivo da criança e do adolescente. concretização de direitos. Para isso deve-se desvencilhar
do dogmatismo e do mero positivismo jurídico acrítico.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a O Direito da Criança e do Adolescente enquanto ramo
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente autônomo do direito é responsável por ressignificar a
aquela entre doze e dezoito anos de idade. atuação estatal, principalmente no campo das políticas
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se públicas e impõe corresponsabilidades compartilhadas”14.
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e Vale ressaltar que às crianças e aos adolescentes são
vinte e um anos de idade. garantidos os mesmos direitos fundamentais que aos
O Estatuto da Criança e do Adolescente opta por adultos, entretanto, o ECA aprofunda alguns direitos
categorizar separadamente estas duas categorias de fundamentais em espécie, abordando-os na vertente da
menores. Criança é aquele que tem até 12 anos de idade condição especial dos que pertencem a este grupo.
(na data de aniversário de 12 anos, passa a ser adolescente), As crianças e adolescentes gozam de igualdade de
adolescente é aquele que tem entre 12 e 18 anos (na data direitos em relação às demais pessoas, podendo usufruir
de aniversário de 18 anos, passa a ser maior). Em situações de todos eles. O próprio estatuto contempla em seu título
II os direitos fundamentais da criança e do adolescente,
13 DEZEM, Guilherme Madeira; AGUIRRE, João Ri- entre eles incluindo-se: vida, saúde, liberdade, respeito,
cardo Brandão; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Estatu- dignidade, convivência familiar e comunitária, educação,
to da Criança e do Adolescente. São Paulo: Revista dos 14 http://t.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.
Tribunais, 2009. (Coleção Elementos do Direito) asp?id=2236

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
cultura, esporte, lazer, profissionalização e proteção O parágrafo único do artigo 4º especifica a abrangência
no trabalho. Não se trata de rol taxativo de direitos da absoluta prioridade, esclarecendo que é necessário
fundamentais garantidos à criança e ao adolescente, eis conferir atendimento prioritário às crianças e aos
que ele possui todos os direitos humanos e fundamentais adolescentes diante de situações de perigo e risco (como
que as demais pessoas. O título II do ECA tem por objetivo no salvamento em incêndios e enchentes, etc.), bem como
aprofundar especificidades acerca de algumas das nos serviços públicos em geral (chegada aos hospitais,
categorias de direitos fundamentais assegurados à criança por exemplo). Além disso, devem ser priorizadas políticas
e ao adolescente. públicas que favoreçam a criança e o adolescente e também
Deste artigo 3º do ECA é possível, ainda, extrair o
devem ser reservados recursos próprios prioritariamente a
destaque ao princípio da igualdade, no sentido de que
há plena igualdade na garantia de direitos entre todas as eles.
crianças e adolescentes, não sendo permitido qualquer
tipo de discriminação. Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
I - políticas sociais básicas;
A leitura dos artigos 4º e 5º, em conjunto com outros II - serviços, programas, projetos e benefícios
dispositivos do ECA, por sua vez, permite detectar a de assistência social de garantia de proteção social e
presença de um tríplice sistema de garantias. de prevenção e redução de violações de direitos, seus
Assim, o Estatuto da Criança e do Adolescente adota agravamentos ou reincidências;
uma estrutura que contempla três sistemas de garantia – III - serviços especiais de prevenção e atendimento
primário, secundário e terciário. médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-
a) Sistema primário – artigos 4º e 87, ECA – tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
aborda políticas públicas de atendimento de crianças e IV - serviço de identificação e localização de pais,
adolescentes.
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade
em geral e do poder público assegurar, com absoluta dos direitos da criança e do adolescente.
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à VI - políticas e programas destinados a prevenir ou
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à abreviar o período de afastamento do convívio familiar
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência
liberdade e à convivência familiar e comunitária. familiar de crianças e adolescentes;
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob
a) primazia de receber proteção e socorro em forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do
quaisquer circunstâncias; convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial,
b) precedência de atendimento nos serviços públicos de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades
ou de relevância pública; específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de
c) preferência na formulação e na execução das irmãos. 
políticas sociais públicas;
O artigo 87 descreve linhas de ação na política de
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas
atendimento, que compõem a delimitação do princípio
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
O artigo 4º do ECA colaciona em seu caput teor idêntico da prioridade absoluta na vertente da priorização na
ao do caput do artigo 227, CF, onde se encontra uma das adoção de políticas públicas e na delimitação de recursos
principais diretrizes do direito da criança e do adolescente financeiros para execução de tais políticas.
que é o princípio da prioridade absoluta. Significa que cada
criança e adolescente deve receber tratamento especial do b) Sistema secundário – artigos 98 e 101, ECA –
Estado e ser priorizado em suas políticas públicas, pois são aborda as medidas de proteção destinadas à criança e ao
o futuro do país e as bases de construção da sociedade. adolescente em situação de risco pessoal ou social.
Explica Liberati15: “Por absoluta prioridade, devemos Obs.: as medidas de proteção são estudadas adiante
entender que a criança e o adolescente deverão estar em neste material.
primeiro lugar na escala de preocupação dos governantes; c) Sistema terciário – artigo 112, ECA – aborda as
devemos entender que, primeiro, devem ser atendidas medidas socioeducativas, destinadas à responsabilização
todas as necessidades das crianças e adolescentes penal do adolescente infrator, isto é, àquele entre 12 e 18
[...]. Por absoluta prioridade, entende-se que, na área
anos que comete atos infracionais.
administrativa, enquanto não existirem creches, escolas,
postos de saúde, atendimento preventivo e emergencial Obs.: as medidas socioeducativas são estudadas
às gestantes dignas moradias e trabalho, não se deveria adiante neste material.
asfaltar ruas, construir praças, sambódromos monumentos O sistema tríplice deve operar de forma harmônica, com
artísticos etc., porque a vida, a saúde, o lar, a prevenção o acionamento gradual de cada um deles. Nas situações
de doenças são importantes que as obras de concreto que em que a criança ou adolescente escape ao sistema
ficam par a demonstrar o poder do governante”. primário de prevenção, ou seja, nos casos de ineficácia das
15 LIBERATI, Wilson Donizeti. O Estatuto da Crian- políticas públicas específicas, deve ser acionado o sistema
ça e do Adolescente: Comentários. São Paulo: IBPS. secundário, operado predominantemente pelo Conselho

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Tutelas. Por sua vez, em casos extremos, é necessário partir aos meios, pode ser gramatical ou literal, examinando
para a adoção de medidas socioeducativas, operadas o texto normativo linguísticamente; lógica ou racional,
predominantemente pelo Ministério Público e pelo apurando o sentido e a finalidade da norma; sistemática,
Judiciário. analisando a lei de maneira comparativa com outras leis
pertencentes à mesma província do Direito (livro, título,
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto capítulo, seção, parágrafo); histórica, baseando-se na
de qualquer forma de negligência, discriminação, verificação dos antecedentes do processo legislativo;
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na sociológica, adaptando o sentido ou finalidade da
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos norma às novas exigências sociais (artigo 5°, LINDB).
seus direitos fundamentais. Quanto aos resultados pode ser declarativa, quando o texto
O artigo 5º ressalta o verdadeiro objetivo geral do legal corresponde ao pensamento do legislador; extensiva
ECA: proteger a criança de qualquer forma de negligência, ou ampliativa, quando o alcance da lei é mais amplo que
discriminação, exploração, violência, crueldade e o indicado pelo seu texto; e restritiva, na qual se limita o
opressão. Neste sentido, coloca-se a possibilidade de campo de aplicação da lei. Nenhum destes métodos se
responsabilização de todos que atentarem contra esse opera isoladamente17.
propósito. A responsabilização poderá se dar em qualquer O artigo 6º do ECA, tal como o artigo 5º da LINDB,
uma das três esferas, isolada ou cumulativamente: penal, expressa o método de interpretação sociológico, chamando
respondendo por crimes e contravenções penais todo atenção à interpretação da lei levando em conta os seus
aquele que praticá-lo contra criança e adolescente, bem fins sociais, as exigências do bem comum, os direitos e
como respondendo por atos infracionais as crianças e deveres individuais e coletivos, e vai além: exige que se leve
adolescentes que atentarem um contra o outro; civil, em conta a condição peculiar da criança e do adolescente.
estabelecendo-se o dever de indenizar por danos causados Logo, ao se interpretar o ECA não se pode nunca perder de
a crianças e a adolescentes, que se estende a toda e qualquer vista que o seu objeto material, a criança e o adolescente, é
pessoa física ou jurídica que o faça, inclusive o próprio extremamente peculiar, dotado de especificidades as quais
Estado; e administrativa, impondo-se penas disciplinares sempre se deve atentar.
a funcionários sujeitos a regime jurídico administrativo
em trabalhos privados ou em cargos, empregos e funções Título II
públicos. Dos Direitos Fundamentais

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta Capítulo I


os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem Do Direito à Vida e à Saúde
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos,
e a condição peculiar da criança e do adolescente como Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção
pessoas em desenvolvimento. à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
É pacífico que o processo de interpretação hoje faz sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
parte do Direito, principalmente se considerada a constante
evolução da sociedade, demandando diariamente por Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso
novos modos de aplicação das normas. Como a sociedade aos programas e às políticas de saúde da mulher e
é dinâmica e o Direito existe para servi-la, cabe a ele de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição
adequar-se às novas exigências sociais, aplicando-se da adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao
maneira mais justa à vasta gama de casos concretos. Sobre puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal
a interpretação, explica Gonçalves16: “Quando o fato é integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.
típico e se enquadra perfeitamente no conceito abstrato § 1º O atendimento pré-natal será realizado por
da norma, dá-se o fenômeno da subsunção. Há casos, profissionais da atenção primária.
no entanto, em que tal enquadramento não ocorre, não § 2º Os profissionais de saúde de referência da
encontrando o juiz nenhuma norma aplicável à hipótese gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre
sub judice. Deve, então, proceder à integração normativa, da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o
mediante o emprego da analogia, dos costumes e dos parto, garantido o direito de opção da mulher.
princípios gerais do direito. [...] Para verificar se a norma é § 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado
aplicável ao caso em julgamento (subsunção) ou se deve assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos
proceder à integração normativa, o juiz procura descobrir o alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção
sentido da norma, interpretando-a. Interpretar é descobrir primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos
o sentido e o alcance da norma jurídica”. de apoio à amamentação.
A hermenêutica possui 3 categorias de métodos. Quanto § 4º Incumbe ao poder público proporcionar
às fontes ou origem, a interpretação pode ser autêntica ou assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré
legislativa, jurisprudencial ou judicial e doutrinária. Quanto e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar
16 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Bra- as consequências do estado puerperal.
sileiro. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, v. 1. 17 Ibid.

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao
ser prestada também a gestantes e mães que manifestem neonato a permanência junto à mãe.
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como VI - acompanhar a prática do processo de
a gestantes e mães que se encontrem em situação de amamentação, prestando orientações quanto à técnica
privação de liberdade. adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade
§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente.
acompanhante de sua preferência durante o período do
pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de
§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente,
aleitamento materno, alimentação complementar saudável por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o
e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre princípio da equidade no acesso a ações e serviços para
formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de promoção, proteção e recuperação da saúde.
estimular o desenvolvimento integral da criança. § 1º A criança e o adolescente com deficiência serão
§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
saudável durante toda a gestação e a parto natural necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e
cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e reabilitação.
outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos. § 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente,
§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses,
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao
pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e
consultas pós-parto. adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e às suas necessidades específicas.
à mulher com filho na primeira infância que se encontrem § 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário
sob custódia em unidade de privação de liberdade, ou frequente de crianças na primeira infância receberão
ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais formação específica e permanente para a detecção de
do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como
articulação com o sistema de ensino competente, visando para o acompanhamento que se fizer necessário.
ao desenvolvimento integral da criança.
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores
inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de
propiciarão condições adequadas ao aleitamento
cuidados intermediários, deverão proporcionar condições
materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a
para a permanência em tempo integral de um dos pais
medida privativa de liberdade.
ou responsável, nos casos de internação de criança ou
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde
adolescente.
desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas,
visando ao planejamento, à implementação e à avaliação
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de
de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
castigo físico, de tratamento cruel ou degradante
materno e à alimentação complementar saudável, de
forma contínua. e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão
§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da
neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências
unidade de coleta de leite humano. legais.
§ 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse em
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente
atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância
obrigados a: e da Juventude.
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através § 2º Os serviços de saúde em suas diferentes
de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; portas de entrada, os serviços de assistência social em
II - identificar o recém-nascido mediante o registro seu componente especializado, o Centro de Referência
de sua impressão plantar e digital e da impressão digital Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais
da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança
autoridade administrativa competente; e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira
terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém- infância com suspeita ou confirmação de violência de
nascido, bem como prestar orientação aos pais; qualquer natureza, formulando projeto terapêutico
IV - fornecer declaração de nascimento onde singular que inclua intervenção em rede e, se necessário,
constem necessariamente as intercorrências do parto e do acompanhamento domiciliar.
desenvolvimento do neonato;

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da
programas de assistência médica e odontológica para a criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a tratamento desumano, violento, aterrorizante,
população infantil, e campanhas de educação sanitária para vexatório ou constrangedor.
pais, educadores e alunos. Os direitos ao respeito e à dignidade abrangem a
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos proteção da criança e do adolescente em todas facetas de
recomendados pelas autoridades sanitárias. sua integridade: física, psíquica e moral.
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção
à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de
transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico
cuidado direcionadas à mulher e à criança. ou de tratamento cruel ou degradante, como formas
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função de correção, disciplina, educação ou qualquer outro
educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada,
o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de
posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada
com orientações sobre saúde bucal. de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
§ 4º A criança com necessidade de cuidados
Parágrafo único.  Para os fins desta Lei, considera-se:
odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou
de Saúde.
punitiva aplicada com o uso da força física sobre a
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos
criança ou o adolescente que resulte em: 
seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou
outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a) sofrimento físico; ou
a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento b) lesão;
da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma
cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente
Capítulo II que:
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à c) ridicularize.
liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada,
direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas
e nas leis. socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de
Entre os direitos fundamentais garantidos à criança e cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los
ao adolescente que são especificados e aprofundados no ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento
ECA estão os direitos à liberdade, ao respeito e à dignidade. cruel ou degradante como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas,
aspectos: que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços I - encaminhamento a programa oficial ou
comunitários, ressalvadas as restrições legais; comunitário de proteção à família;
II - opinião e expressão; II - encaminhamento a tratamento psicológico ou
III - crença e culto religioso; psiquiátrico;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; III - encaminhamento a cursos ou programas de
V - participar da vida familiar e comunitária, sem
orientação;
discriminação;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
VI - participar da vida política, na forma da lei;
especializado;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
V - advertência.
O artigo 16 aborda diversas facetas do direito de
liberdade: locomoção, opinião e expressão, religiosa e Parágrafo único.  As medidas previstas neste artigo
política. Cria, ainda, duas facetes específicas deste direito: serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de
liberdade para brincar e divertir-se e liberdade para buscar outras providências legais. 
refúgio, auxílio e orientação, processos estes essenciais
para o desenvolvimento do infante. Os artigos 18-A e 18-B foram incluídos no ECA pela
Lei nº 13.010, de 26 de junho de 2014, que estabelece o
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade direito da criança e do adolescente de serem educados e
da integridade física, psíquica e moral da criança e do cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da cruel ou degradante. Também ficou conhecida como “Lei
identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos do Menino Bernardo”18 e “Lei da Palmada”.
espaços e objetos pessoais. 18 O nome da lei é uma homenagem ao menino

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Em que pesem as aparentes boas intenções da lei § 4º Será garantida a convivência da criança e do
no sentido de evitar situações extremas como a do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade,
menino Bernardo, assassinado após incontáveis ameaças por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável
e agressões físicas por parte de seus responsáveis, seu ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade
conteúdo é bastante criticado. Afinal, é claro que a lei responsável, independentemente de autorização judicial.
coloca todo e qualquer tipo de agressão física no mesmo § 5o Será garantida a convivência integral da criança
patamar. Considerado o teor da lei, mesmo uma palmada com a mãe adolescente que estiver em acolhimento
numa criança é proibida. institucional.
Os críticos da “Lei da Palmada” apontam que ela adota § 6o A mãe adolescente será assistida por equipe
uma posição extrema e impõe uma indevida intervenção especializada multidisciplinar.
do Estado nos ambientes familiares, retirando o poder Como se depreende do artigo 19, a família natural
disciplinar garantido aos pais na educação de seus filhos. é a regra e a família substituta é a exceção. A criança e
Os defensores da “Lei da Palmada” utilizam estudos o adolescente podem ser inseridos em programa de
de psicólogos e educadores para argumentar que não é acolhimento familiar ou institucional, pelo limite temporal
necessário utilizar qualquer tipo de agressão física, mesmo de 18 meses, cujo caráter é o de permitir a sua retirada
a mais leve, para educar uma criança. de potencial ou efetiva situação de risco. Durante este
programa, reavaliado a cada 3 meses, se verificará se é
Capítulo III possível a reinserção no ambiente da família natural (o que
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária é preferencial) ou se é o caso de colocação definitiva em
família substituta.
Seção I
Disposições Gerais Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse
em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após
Quando se aborda o direito à convivência familiar o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e
e comunitária no ECA confere-se destaque à distinção da Juventude.
entre família natural e substituta e aos procedimentos § 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
que caracterizam a inserção e a retirada da criança e do interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
adolescente destes ambientes. que apresentará relatório à autoridade judiciária,
considerando inclusive os eventuais efeitos do estado
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado
gestacional e puerperal.
e educado no seio de sua família e, excepcionalmente,
§ 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária
em família substituta, assegurada a convivência familiar e
poderá determinar o encaminhamento da gestante ou
comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento
mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de
integral.
saúde e assistência social para atendimento especializado.
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido
§ 3o A busca à família extensa, conforme definida nos
em programa de acolhimento familiar ou institucional
terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará
meses, devendo a autoridade judiciária competente, com o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por
base em relatório elaborado por equipe interprofissional igual período.
ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela § 4o Na hipótese de não haver a indicação do
possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação genitor e de não existir outro representante da família
em família substituta, em quaisquer das modalidades extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária
previstas no art. 28 desta Lei. competente deverá decretar a extinção do poder familiar
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em e determinar a colocação da criança sob a guarda
programa de acolhimento institucional não se prolongará provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de
por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar
necessidade que atenda ao seu superior interesse, ou institucional.
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. § 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai
adolescente à sua família terá preferência em relação a indicado, deve ser manifestada na audiência a que se
qualquer outra providência, caso em que será esta incluída refere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre
em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos a entrega.
termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. § 6o (VETADO).
101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.  § 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15
(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do
Bernardo Boldrini, morto em abril de 2014, aos 11 anos, dia seguinte à data do término do estágio de convivência.
em Três Passos (RS). Os acusados são o pai e a ma- § 8o Na hipótese de desistência pelos genitores
drasta do menino, com ajuda de uma amiga e do irmão - manifestada em audiência ou perante a equipe
dela. Segundo as investigações, Bernardo procurou interprofissional - da entrega da criança após o
ajuda para denunciar as ameaças que sofria. nascimento, a criança será mantida com os genitores, e

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade
o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que
oitenta) dias. dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o
§ 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade
nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. judiciária competente para a solução da divergência. 
§ 10. (VETADO).
O artigo 19-A trata do procedimento aplicável nos Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda
casos em que a família biológica pretenda entregar recém- e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
nascido para adoção, assegurando-se o acompanhamento interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
por equipe multidisciplinar e também a tomada de determinações judiciais.
providências de busca de pessoa da família extensa apta a Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis,
assumir o encargo. têm direitos iguais e deveres e responsabilidades
compartilhados no cuidado e na educação da criança,
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar
acolhimento institucional ou familiar poderão participar de de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança
programa de apadrinhamento. estabelecidos nesta Lei.
§ 1o O apadrinhamento consiste em estabelecer e
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais
à instituição para fins de convivência familiar e não constitui motivo suficiente para a perda ou a
comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento suspensão do poder familiar. 
nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e § 1º Não existindo outro motivo que por si só autorize
financeiro. a decretação da medida, a criança ou o adolescente
§ 2o (VETADO). será mantido em sua família de origem, a qual deverá
§ 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas
adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento. oficiais de proteção, apoio e promoção.
§ 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser §2º A condenação criminal do pai ou da mãe não
apadrinhado será definido no âmbito de cada programa implicará a destituição do poder familiar, exceto na
de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena
adolescentes com remota possibilidade de reinserção de reclusão, contra o próprio filho ou filha.
familiar ou colocação em família adotiva.
§ 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão
apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório,
ser executados por órgãos públicos ou por organizações nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese
da sociedade civil. de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a
§ 6o Se ocorrer violação das regras de que alude o art. 22. 
apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos
O instituto do poder familiar surgiu no direito romano
serviços de acolhimento deverão imediatamente notificar a
e era conhecido naquela época como pátrio poder, pois
autoridade judiciária competente.
o pai exercia mais poderes sobre os filhos do que a mãe,
Os programas de apadrinhamento visam permitir a
o que vinha a representar um poder absoluto por parte
convivência comunitária da criança e do adolescente que
do genitor, inclusive sobre a vida e a morte dos próprios
estão no sistema de adoção, especialmente com relação
filhos19.
àqueles que dificilmente sairão dele.
O Código Civil de 1916 atribuiu o poder familiar ao pai,
que era considerado o chefe da sociedade conjugal, e a
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do
mãe possuía um papel secundário, conforme apontava o
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos
artigo 380 do Código Civil de 1916 que dizia que “durante
e qualificações, proibidas quaisquer designações
o casamento compete o pátrio poder aos pais, exercendo-o
discriminatórias relativas à filiação. o marido com a colaboração da mulher [...]”.
O artigo 20 destaca a igualdade entre todos os filhos, De acordo com Santos Neto20: “[...] o exercício da
sejam eles havidos dentro ou fora do casamento, sejam autoridade parental pela mãe era admitido apenas em
eles inseridos em família natural ou substituta. caráter excepcional. Ao homem era dada, em condições

A disciplina sobre a perda e suspensão do poder de 19 AKEL, Ana Carolina Silveira. Guarda Compar-
família no ECA se encontra em dois blocos, o primeiro do tilhada: um Avanço para a Família. 2. ed. São Paulo:
artigo 21 ao 24, que aborda questões materiais, e o segundo Atlas, 2010.
do artigo 155 a 163, que foca em questões procedimentais: 20 SANTOS NETO, José Antônio de Paula. Do
Pátrio Poder. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1994.

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
normais, a titularidade exclusiva do direito em pauta. Existe apenas uma exceção, que é o caso do pedido de
Sua vontade prevalecia e contra ela não havia remédio colocação do menor em família substituta, disponibilizando
previsto, salvo, é claro, no caso de comportamento abusivo o filho para a adoção, caso em que os direitos e deveres
e contrário aos interesses dos menores”. decorrentes do poder familiar serão exercidos por novos
O Código Civil de 2002, por seu turno, seguindo a titulares, ou seja, pelos pais adotivos.
toada da Constituição Federal de 1988, trouxe significativas A esse respeito, os direitos e deveres dos pais dispostos
modificações ao instituto em análise, surgindo então o nos artigos 1.630 a 1.638 do Código Civil regulam, dentre os
chamado poder familiar, onde ambos os pais exercem deveres e poderes decorrentes do poder familiar, também
de forma igualitária o poder sobre os filhos menores, os de ordem pessoal, ou seja, o cuidado existencial do
equilibrando dessa forma a relação familiar. menor, a educação, a correição, e os de ordem material,
O artigo 1.630 do atual Código Civil, sem definir que envolvem a administração dos bens dos filhos. Os
o poder familiar, dispõe que “os filhos estão sujeitos ao principais atributos do poder familiar são a guarda, a
poder familiar enquanto menores”, ou seja, enquanto não criação e a educação, que se refletem nos deveres dos pais
completarem dezoito anos ou não alcançarem a maioridade para com os filhos; tanto que, não cumprindo algum desses
civil por meio de uma das formas previstas no artigo 5º, atributos, o detentor do poder poderá sofrer sanções cíveis
parágrafo único e seus incisos, do mesmo diploma legal. e até criminais.
No mesmo sentido, o citado artigo 21, ECA. O poder familiar, conforme disposição do próprio
O poder familiar, conhecido também como autoridade ordenamento civil, não é um instituto irrevogável e pode
parental, é um conjunto de direitos e deveres que são ser extinto, suspenso ou destituído a qualquer tempo.
atribuídos aos pais para que esses administrem de forma Basicamente, as formas de extinção se aplicam quando
legal a pessoa dos filhos e também de seus bens. o exercício do poder familiar não é mais necessário; ao
“O poder familiar pode ser definido como um conjunto passo que as regras de perda e suspensão constituem
de direitos e obrigações, quanto às pessoas e bens do casos de privação do exercício do poder familiar pelo
filho menor não emancipado, exercido, em igualdade descumprimento de seus deveres.
de condições, por ambos os pais, para que possam Sendo assim, o Estado poderá interferir na relação
desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, familiar, com o objetivo de resguardar os interesses do
tendo em vista o interesse e a proteção do filho”21. menor, sendo que a lei disciplina os casos em que o titular
do poder familiar ficará privado de exercê-lo, seja de forma
Artigo 1.634, CC. Compete aos pais, quanto à pessoa dos temporária ou até mesmo definitiva.
filhos menores:
Artigo 1.637, CC. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua
I – dirigir-lhes a criação e educação;
autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou
II – tê-los em sua companhia e guarda;
arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum
III – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para
parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe
casarem;
pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres,
IV – nomear-lhes tutor por testamento ou documento
até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do
sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença
V – representá-los, até aos dezesseis anos, nos atos da irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois
vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que anos de prisão.
forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
VI – reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; Nestes casos, a suspensão não será definitiva, é apenas
VII – exigir que lhes prestem obediência, respeito e os uma sanção imposta pelo Poder Judiciário visando preservar
serviços próprios de sua idade e condição. os interesses dos filhos, assim, diante da comprovação de
que os problemas que levaram à suspensão desapareceram,
Em relação às suas características, o poder familiar é o poder familiar poderá retornar aos genitores.
indisponível e decorre da paternidade natural ou legal, Assim sendo, os pais podem ser suspensos de exercer
por isso, não há a possibilidade de seu titular o transferir os direitos e deveres decorrentes do poder familiar quando
a terceiros por iniciativa própria, tampouco existindo a ficar evidenciado perante a autoridade competente o
viabilidade de ocorrer a sua prescrição pelo desuso. O abuso. Como visto, existe, também, a probabilidade de se
poder familiar é indelegável, sendo, em regra, irrenunciável decretar a suspensão do poder familiar, caso um dos pais
e sempre intransferível. Logo, não sendo possível ao titular seja condenado por crime cuja pena exceda a dois anos de
do poder familiar abrir mão de seu dever, a renúncia prisão.
é inviável, existindo apenas uma exceção, qual seja, a Há, ainda, as hipóteses de perda ou destituição do
decorrente da adoção. poder familiar, que é a sanção mais grave imposta aos pais
que faltarem com os deveres em relação aos filhos:
21 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil
Brasileiro: Direito de Família. 22. ed. São Paulo: Sarai- Artigo 1.638, CC. Perderá por ato judicial o poder
va, 2007. v. 5. familiar o pai ou a mãe que:

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
I – castigar imoderadamente o filho; Parágrafo único.  Entende-se por família extensa ou
II – deixar o filho em abandono; ampliada aquela que se estende para além da unidade
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; pais e filhos ou da unidade do casal, formada por
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo parentes próximos com os quais a criança ou adolescente
antecedente. convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. 
A família natural é composta por pais e filhos que
Nessa linha de pensamento, os artigos 24 e 22 formam vínculo entre si desde o nascimento, por questão
do Estatuto da Criança e do Adolescente, citados biológica.
anteriormente, além de preverem a suspensão e destituição O conceito de família pode ser visto de uma maneira
do poder familiar, trazem também os motivos que poderão mais ampla, o que se denomina família extensa ou
acarretá-las. ampliada. Por exemplo, avós e tios que sejam muito
próximos e participem diretamente do convívio familiar,
São bastante frequentes nos casos de pais que perdem
formando para com a criança e o adolescente vínculos de
o poder familiar os atos de violência e espancamento; assim afinidade e afetividade.
como o de abandono, no qual os menores, ao se verem
abandonados, começam a relacionar-se com pessoas Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão
delinquentes e usuárias de drogas, que não vão colaborar ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no
em nada com seu desenvolvimento e crescimento. Nessas próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
situações, os detentores do poder familiar podem sofrer a escritura ou outro documento público, qualquer que seja
perda do poder familiar. a origem da filiação.
Cabe aqui consignar que, no caso da perda do poder Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
familiar, se no decorrer do tempo o menor não vier a ser nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se
adotado por outra família e as causas que levaram a perda deixar descendentes.
do poder desaparecerem, os genitores poderão requerer Como o artigo 20 estabelece a igualdade entre os filhos
judicialmente a reintegração do poder familiar, desde que havidos dentro ou fora do casamento, sentido em que se
compreende que tanto os filhos inseridos no matrimônio
comprovem realmente que o motivo que os levou a perder
quanto os que não o estão fazem parte da família
esse poder já não existe mais.
natural, o artigo 26 tece detalhes sobre a possibilidade de
Por seu turno, pelo que se verifica na análise da reconhecimento do vínculo de filiação, que pode se dar
legislação, quando o legislador estabeleceu as hipóteses antes mesmo do nascimento do filho ou extrapolar a sua
de extinção do poder familiar, em regra, o fez por perceber vida, devendo ser feito em documento público.
que a pessoa que a ele se encontrava sujeita adquiriu
maturidade o suficiente para guiar a sua vida, não havendo Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é
razão para que permaneça tal vínculo. Há casos, entretanto, direito personalíssimo, indisponível e imprescritível,
que a violação aos direitos inerentes ao poder familiar podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem
tornou irreversível o seu restabelecimento, como ocorre na qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
adoção. O direito à filiação é personalíssimo, indisponível e
imprescritível. Mesmo que um filho passe a vida toda ou
Artigo 1.635, CC. Extingue-se o poder familiar: I – pela boa parte de sua vida sem buscar o seu reconhecimento,
ele não se perde. Logo, a ação de investigação de
morte dos pais ou do filho; II – pela emancipação, nos termos
paternidade é imprescritível, pois também o é o vínculo
do artigo 5º, parágrafo único; III – pela maioridade; IV – pela
que ela reconhece em caso de procedência.
adoção; V – por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
Seção III
A extinção do poder familiar é mais complexa, pois Da Família Substituta
nesta situação os pais, extintos do poder, não poderão
requerer a reintegração do poder familiar se houve Subseção I
interferência deles para sua extinção. Na maioria dos casos, Disposições Gerais
é possível identificar facilmente a existência da extinção do
poder familiar, por se tratarem de hipóteses objetivas. Dos artigos 28 a 32 aborda-se a família substituta, nos
seguintes termos:
Seção II
Da Família Natural Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á
mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente
da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos
Dos artigos 25 a 27 o ECA aborda a família natural, nos
desta Lei.
seguintes termos: § 1o  Sempre que possível, a criança ou o adolescente
será previamente ouvido por equipe interprofissional,
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
formada pelos pais ou qualquer deles e seus compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua
descendentes. opinião devidamente considerada. 

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 2o  Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, apenas um ou um terceiro exerce a guarda (o que ocorre
será necessário seu consentimento, colhido em audiência.  apenas na guarda). Trata-se de situação excepcional, eis
§ 3o  Na apreciação do pedido levar-se-á em conta que em regra a criança deve permanecer na família natural,
o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de vinculada ao poder familiar atribuído a ambos os pais.
afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências Neste tipo de circunstância, deve-se buscar sempre
decorrentes da medida.  ouvir a criança ou o adolescente. Caso já possua 12 anos
§ 4o  Os grupos de irmãos serão colocados sob completos, a oitiva é obrigatória. Trata-se de respeito à
adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, autonomia da criança e do adolescente.
ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra Os irmãos devem permanecer unidos em qualquer
situação que justifique plenamente a excepcionalidade de circunstância, sendo a separação de irmãos medida
solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o excepcional. Por exemplo, se um casal estiver disposto a
rompimento definitivo dos vínculos fraternais.  adotar 4 filhos e existirem 4 irmãos, será dada prioridade a
§ 5o  A colocação da criança ou adolescente em família ele, passando na frente dos demais candidatos à adoção.
substituta será precedida de sua preparação gradativa
e acompanhamento posterior, realizados pela equipe Subseção II
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Da Guarda
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência
responsáveis pela execução da política municipal de garantia
material, moral e educacional à criança ou adolescente,
do direito à convivência familiar. 
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
§ 6o  Em se tratando de criança ou adolescente indígena
inclusive aos pais. 
ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de
é ainda obrigatório:  fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como estrangeiros.
suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora
os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela dos casos de tutela e adoção, para atender a situações
Constituição Federal;  peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente responsável, podendo ser deferido o direito de representação
no seio de sua comunidade ou junto a membros da para a prática de atos determinados.
mesma etnia;  § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão condição de dependente, para todos os fins e efeitos de
federal responsável pela política indigenista, no caso direito, inclusive previdenciários.
de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, § 4o  Salvo expressa e fundamentada determinação
perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá em contrário, da autoridade judiciária competente, ou
acompanhar o caso.  quando a medida for aplicada em preparação para adoção,
o deferimento da guarda de criança ou adolescente a
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta terceiros não impede o exercício do direito de visitas
a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que
com a natureza da medida ou não ofereça ambiente serão objeto de regulamentação específica, a pedido do
familiar adequado. interessado ou do Ministério Público. 

Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá Art. 34.  O poder público estimulará, por meio de
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios,
a entidades governamentais ou não-governamentais, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
adolescente afastado do convívio familiar. 
sem autorização judicial.
§ 1o  A inclusão da criança ou adolescente em
programas de acolhimento familiar terá preferência
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira
a seu acolhimento institucional, observado, em qualquer
constitui medida excepcional, somente admissível na caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos
modalidade de adoção. termos desta Lei. 
§ 2o  Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável casal cadastrado no programa de acolhimento familiar
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda,
encargo, mediante termo nos autos. observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. 
§ 3º A União apoiará a implementação de serviços
Existem três formas de colocação em família substituta: de acolhimento em família acolhedora como política
guarda, tutela e adoção. Neste sentido, a criança é retirada pública, os quais deverão dispor de equipe que organize
da esfera do poder familiar de ambos os pais (o que pode o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes
acontecer na tutela e na adoção), ou então permanece em residências de famílias selecionadas, capacitadas e
vinculado ao poder familiar de ambos genitores enquanto acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção.

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, A guarda definitiva expressa o modelo de guarda
estaduais, distritais e municipais para a manutenção dos adotado pelos pais. Porém, mesmo tratando-se de guarda
serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando- definitiva, tal modelo poderá ser alterado a qualquer
se o repasse de recursos para a própria família acolhedora. tempo, pois o que regula o instituto da guarda é o melhor
interesse do menor e, não sendo isso possível, a guarda é
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer passível de modificação.
tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o
Ministério Público. a) Guarda Comum ou Guarda Originária
A guarda comum ou guarda originária não é uma guarda
Na definição de Santos Neto22 a guarda trata-se de um judicial, existindo quando os genitores possuem vínculo
“direito consistente na posse de menor oponível a terceiros matrimonial ou vivem em união estável e moram juntos
e que acarreta deveres de vigilância em relação a este”. com seus filhos, situação na qual exercem plenamente e
No entender de Ishida23, a guarda é vinculada ao simultaneamente todos os poderes inerentes do poder
poder familiar, “todavia, pode ocorrer a separação dos dois familiar e, consequentemente, a guarda. Não existe a figura
institutos, por exemplo, com a separação judicial do marido do guardião e nem arbitramento judicial sobre a questão.
e da mulher, onde o poder familiar continua pertencendo Ambos pais exercem juntos a guarda em plenitude.
aos dois, no entanto um só poderá ficar com a guarda da
prole”. ou seja, tanto o pai como a mãe são detentores do b) Guarda Unilateral ou Guarda Única
poder familiar mesmo após a separação, mas nos tipos de Observando-se sempre o princípio do melhor interesse
guarda comum, apenas um terá a guarda do filho. do menor, a guarda excepcionalmente poderá ser atribuída
Logo, a dissolução do vínculo conjugal não exclui o de forma unilateral a uma terceira pessoa quando os
poder familiar, mas pode excluir a guarda de um dos pais, genitores não estiverem em condições de exercê-la, pois,
reservando-o apenas o direito de visitas, dependendo da conforme determina o artigo 1.583, §1º, do Código Civil,
modalidade de guarda adotada. Com a dissolução da união “compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um
conjugal, hoje se estabeleceu que a prole poderá ficar com só dos genitores ou a alguém que o substitua”. Neste
o genitor que tiver melhor condições de assistir o filho. viés, dispõe o artigo 1.584, §5º, do mesmo diploma legal:
“Mesmo que a mãe seja considerada culpada pela “Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob
separação, pode o juiz deferir-lhe a guarda dos filhos a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda à pessoa
menores, se estiver comprovado que o pai, por exemplo, é que revele compatibilidade com a natureza da medida,
alcoólatra e não tem condições de cuidar bem deles. Não considerados, de preferência, o grau de parentesco e as
se indaga, portanto, quem deu causa à separação e quem relações de afinidade e afetividade”. Vale ressaltar que a
é o cônjuge inocente, mas qual deles revela melhores guarda unilateral também é possível quando nenhum dos
condições para exercer a guarda dos filhos menores, pais tem condições de exercê-la, por exemplo, atribuindo a
cujos interesses foram colocados em primeiro plano. A guarda aos avós ou aos tios.
solução será, portanto, a mesma se ambos os pais forem Usualmente, nesse contexto, podemos constatar a
culpados pela separação e se a hipótese for de ruptura da existência da guarda unilateral, que é atribuída somente
vida em comum ou de separação por motivo de doença a um dos genitores, e da guarda compartilhada, que
mental. A regra amolda-se ao princípio do melhor interesse é atribuída a ambos, sendo que a previsão das duas
da criança, identificado como direito fundamental na modalidades de guarda encontra-se no artigo 1.583, da Lei
Constituição Federal (art. 5º, §2º), em razão da ratificação n. 11.698/2008, que constitui que “a guarda será unilateral
pela Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança ou compartilhada”.
– ONU/89”24. A Lei alterou a redação do artigo 1.583 e passou a
O juiz antes de decidir o mérito de uma ação de guarda, estabelecer nos incisos do §2º do dispositivo algumas das
separação ou divórcio, tem que determinar a guarda situações que deverão ser consideradas pelo magistrado
provisória do menor a um dos pais, o qual não se trata ao atribuir a guarda a um dos genitores: afeto nas relações
de um modelo de guarda, mas de definir uma situação com o genitor e com o grupo familiar; saúde e segurança;
momentânea em que a prole se encontra. Somente com o e educação.
julgamento do mérito será estabelecida a guarda definitiva, Na guarda unilateral atribuída a apenas um dos pais,
que deverá adotar um dos modelos de guarda permitida apesar de um dos genitores não ser o guardião, continuam
no ordenamento jurídico brasileiro. ambos a exercerem a guarda jurídica. A diferença é que,
em virtude da guarda, o genitor guardião tem o poder de
22 SANTOS NETO, José Antônio de Paula. Do Pá- decisão, enquanto o genitor não guardião tem o poder
trio Poder. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1994. de fiscalização, podendo contestar a decisão do genitor
23 ISHIDA, Valter Kenji. Estatuto da Criança e do guardião e até mesmo recorrer à justiça, caso entenda
Adolescente: Doutrina e Jurisprudência. 9. ed. São Paulo: que a decisão tomada não seja a melhor para a prole,
Atlas, 2008. conforme prevê o artigo 1.583, §3º, do Código Civil: “a
24 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Bra- guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha
sileiro: Direito de Família. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. a supervisionar os interesses dos filhos”.
v. 6.

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
c) Guarda Alternada ou Guarda Partilhada Com esse propósito, a recente Lei nº 11.698/2008
Nesse modelo de guarda, cada um dos genitores instituiu expressamente no ordenamento jurídico o
terá a possibilidade de ter sobre sua guarda o menor ou instituto da guarda compartilhada. Embora tenha sido
adolescente de forma alternada e exclusiva, ou seja, o casal sancionada em 13 de junho de 2008 e publicada no Diário
determinará o período em que o menor ficará com o pai ou Oficial da União em 16 de junho do mesmo ano, por força
com a mãe, existindo dessa forma sempre uma alternância da vacatio legis instituída no artigo 2º, a lei somente entrou
na guarda jurídica do menor. O período em que a guarda em vigor no país 60 (sessenta) dias após a sua publicação,
ficará com o pai ou com a mãe na guarda alternada, poderá ou seja, em 16 de agosto de 2008 (vide anexo).
ser de um dia, uma semana, uma parte da semana, um A nova lei trás em seu bojo o conceito de guarda
mês, um ano, ou até mais, dependendo do acordo dos compartilhada nos seguintes termos: “compreende-se por
genitores, sendo que, ao término desse período, os papéis [...] guarda compartilhada a responsabilização conjunta e
se invertem. Os direitos e deveres deste modelo de guarda o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não
ficarão sempre com o cônjuge que estiver com a guarda vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar
do menor, cabendo ao outro os direitos inerentes do não dos filhos comuns”.
guardião, ou seja, o de visita e o de fiscalização25.
Assim, de acordo com o novo diploma legal, pode-
se verificar que na guarda compartilhada os pais terão
d) Guarda Dividida
os mesmos direitos e deveres com relação ao filho, ou
Na guarda dividida, são os próprios pais que contestam
e procuram novos meios de garantir uma maior participação seja, as tarefas serão divididas de forma igualitária, não
na vida da prole, pois neste modelo o menor vive em um sobrecarregando somente um dos genitores.
lar fixo e determinado e recebe periodicamente a visita do
pai ou da mãe que não tem a guarda. Subseção III
Na guarda dividida o filho tem um lar fixo e recebe Da Tutela
nele a visita de ambos os genitores em tempos diferentes,
sendo que a guarda é exercida por aquele que estiver com Art. 36.  A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a
a criança, o que é diferente da guarda unilateral, pois nela pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. 
a guarda é de um dos genitores e o infante vai, em dias Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe
determinados, receber a visita do outro não guardião. a prévia decretação da perda ou suspensão do poder
familiar e implica necessariamente o dever de guarda.
e) Guarda por Aninhamento ou Nidação
A guarda por aninhamento, conhecida também como Art. 37.  O tutor nomeado por testamento ou
guarda por nidação, ocorre quando a prole possui um lar qualquer documento autêntico, conforme previsto no
fixo e os pais se revezam, mudando-se para a casa do(s) parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de
filho(s) em períodos alternados de tempo, para conviver janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30
e atender as suas necessidades. Basicamente, os pais se (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com
revezam na residência do filho. pedido destinado ao controle judicial do ato, observando o
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. 
f) Guarda Compartilhada Parágrafo único.  Na apreciação do pedido, serão
Considerando a evolução da família, especialmente a observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta
da mulher na sociedade, bem como o grande número de Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na
separações ocorridas nos últimos anos, o ordenamento disposição de última vontade, se restar comprovado que
jurídico busca com o instituto da guarda compartilhada a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra
evitar prejuízos ainda maiores aos filhos de casal separado,
pessoa em melhores condições de assumi-la. 
que, além de não terem o convívio diário com um dos
genitores, têm que vivenciar os problemas conjugais de
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no
seus pais e ainda se tornarem, em muitos casos, vítimas da
Síndrome da Alienação Parental. art. 24.
Segundo Akel26, “a guarda compartilhada surgiu da
necessidade de se encontrar uma maneira que fosse capaz A tutela é forma de colocação de criança e adolescente
de fazer com que os pais, que não mais convivem, e seus em família substituta. Pressupõe, ao contrário da guarda,
filhos mantivessem os vínculos afetivos latentes, mesmo a prévia destituição ou suspensão do poder familiar dos
após o rompimento”. pais (família natural). Visa essencialmente a suprir carência
de representação legal, assumindo o tutor tal munus na
25 COSTA, Luiz Jorge Valente Pontes. Guarda
ausência dos genitores. Na hipótese de os pais serem
Conjunta: em busca do maior interesse do menor. Dis- falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder
ponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/13965/ familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido
guarda-conjunta-em-busca-do-maior-interesse-do-me- de colocação em família substituta, este poderá ser
nor/2>. Acesso em: 16 out. 2010. formulado diretamente em cartório, em petição assinada
26 AKEL, Ana Carolina Silveira. Guarda Compar- pelos próprios requerentes, dispensada a assistência por
tilhada: um Avanço para a Família. 2. ed. São Paulo: advogado (art. 166, ECA). Em outras circunstâncias, deve
Atlas, 2010. passar pelo crivo do Judiciário.

44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Subseção IV § 6o  A adoção poderá ser deferida ao adotante que,
Da Adoção após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no
curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.
A disciplina do ECA a respeito da adoção também se
divide em dois blocos, um voltado a aspectos materiais, Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar
do artigo 39 ao 52-D, e outro voltado a aspectos reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
procedimentais, notadamente no que se refere à habilitação legítimos.
para a adoção, do artigo 197-A a 197-D.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador
segundo o disposto nesta Lei. adotar o pupilo ou o curatelado.
§ 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à
qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais
de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou do representante legal do adotando.
ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.  § 1º O consentimento será dispensado em relação à
§ 2o É vedada a adoção por procuração.  criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou
§ 3o Em caso de conflito entre direitos e interesses do tenham sido destituídos do poder familiar.
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, § 2º Em se tratando de adotando maior de doze anos
devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando. de idade, será também necessário o seu consentimento.

Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, Art. 46. A adoção será precedida de estágio de
dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo
guarda ou tutela dos adotantes. máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da
criança ou adolescente e as peculiaridades do caso.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, § 1o  O estágio de convivência poderá ser dispensado
com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do
desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo adotante durante tempo suficiente para que seja possível
os impedimentos matrimoniais. avaliar a conveniência da constituição do vínculo. 
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do § 2o  A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a
outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado dispensa da realização do estágio de convivência.  
e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos § 2o-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste
parentes. artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, decisão fundamentada da autoridade judiciária.
seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, § 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente
descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será
de vocação hereditária. de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e
cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez,
Art. 42.  Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
anos, independentemente do estado civil.  § 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo,
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe
adotando. mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou não o
§ 2o  Para adoção conjunta, é indispensável que os deferimento da adoção à autoridade judiciária.
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união § 4o O estágio de convivência será acompanhado pela
estável, comprovada a estabilidade da família.  equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
mais velho do que o adotando. responsáveis pela execução da política de garantia do direito
§ 4o  Os divorciados, os judicialmente separados e os à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso
ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto acerca da conveniência do deferimento da medida.
que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e § 5o O estágio de convivência será cumprido no território
desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na nacional, preferencialmente na comarca de residência da
constância do período de convivência e que seja comprovada criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade
a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência
não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade do juízo da comarca de residência da criança.
da concessão.  
§ 5o  Nos casos do § 4o deste artigo, desde que Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado
assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no do qual não se fornecerá certidão.
art. 1.584 da Lei no10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes
Civil.  como pais, bem como o nome de seus ascendentes.

45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará § 4o  Sempre que possível e recomendável, a preparação
o registro original do adotado. referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças
§ 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional
lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua em condições de serem adotados, a ser realizado sob a
residência. orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da
§ 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos
poderá constar nas certidões do registro.   responsáveis pelo programa de acolhimento e pela
§ 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do execução da política municipal de garantia do direito à
adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar convivência familiar. 
a modificação do prenome.   § 5o  Serão criados e implementados cadastros estaduais
§ 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo e nacional de crianças e adolescentes em condições de
adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à
disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.   adoção. 
§ 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito § 6o  Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais
em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese residentes fora do País, que somente serão consultados
prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos
retroativa à data do óbito.  cadastros mencionados no § 5o deste artigo. 
§ 8o O processo relativo à adoção assim como outros a § 7o  As autoridades estaduais e federais em matéria de
ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-
seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para
garantida a sua conservação para consulta a qualquer melhoria do sistema. 
tempo.  § 8o  A autoridade judiciária providenciará, no prazo
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
adoção em que o adotando for criança ou adolescente adolescentes em condições de serem adotados que não
com deficiência ou com doença crônica. tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à
será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no §
por igual período, mediante decisão fundamentada da 5o deste artigo, sob pena de responsabilidade. 
autoridade judiciária. § 9o  Compete à Autoridade Central Estadual zelar
pela manutenção e correta alimentação dos cadastros,
Art. 48.  O adotado tem direito de conhecer sua origem com posterior comunicação à Autoridade Central Federal
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo Brasileira. 
no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, § 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência
após completar 18 (dezoito) anos.  de pretendentes habilitados residentes no País com perfil
Parágrafo único.  O acesso ao processo de adoção poderá compatível e interesse manifesto pela adoção de criança
ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será
a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à
psicológica.  adoção internacional.
§ 11.  Enquanto não localizada pessoa ou casal
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente,
familiar dos pais naturais.  sempre que possível e recomendável, será colocado sob
guarda de família cadastrada em programa de acolhimento
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada familiar. 
comarca ou foro regional, um registro de crianças e § 12.  A alimentação do cadastro e a convocação
adolescentes em condições de serem adotados e outro criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo
de pessoas interessadas na adoção.   Ministério Público. 
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após § 13.  Somente poderá ser deferida adoção em
prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado
Ministério Público. previamente nos termos desta Lei quando: 
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não I - se tratar de pedido de adoção unilateral; 
satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das II - for formulada por parente com o qual a criança ou
hipóteses previstas no art. 29. adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; 
§ 3o  A inscrição de postulantes à adoção será precedida III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda
de um período de preparação psicossocial e jurídica, legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde
orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a
responsáveis pela execução da política municipal de ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos
garantia do direito à convivência familiar.  arts. 237 ou 238 desta Lei. 

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 14.  Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o IV - o relatório será instruído com toda a documentação
candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por
que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da
previsto nesta Lei.  legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a vigência; 
pessoas interessadas em adotar criança ou adolescente V - os documentos em língua estrangeira serão
com deficiência, com doença crônica ou com necessidades devidamente autenticados pela autoridade consular,
específicas de saúde, além de grupo de irmãos. observados os tratados e convenções internacionais, e
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na juramentado; 
qual o pretendente possui residência habitual em país-parte VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer
da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa exigências e solicitar complementação sobre o estudo
à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado
Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de no país de acolhida; 
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade
21 junho de 1999, e deseja adotar criança em outro país-
Central Estadual, a compatibilidade da legislação
parte da Convenção.
estrangeira com a nacional, além do preenchimento por
§ 1o A adoção internacional de criança ou adolescente
parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e
brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que
quando restar comprovado: dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, será
I - que a colocação em família adotiva é a solução expedido laudo de habilitação à adoção internacional, que
adequada ao caso concreto; terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; 
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado
colocação da criança ou adolescente em família adotiva será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o
brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra
inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela
com perfil compatível com a criança ou adolescente, após Autoridade Central Estadual. 
consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; § 1o  Se a legislação do país de acolhida assim o
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à
este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de adoção internacional sejam intermediados por organismos
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, credenciados. 
mediante parecer elaborado por equipe interprofissional, § 2o  Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira
observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.  o credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros
§ 2o  Os brasileiros residentes no exterior terão encarregados de intermediar pedidos de habilitação à
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção adoção internacional, com posterior comunicação às
internacional de criança ou adolescente brasileiro.  Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos
§ 3o  A adoção internacional pressupõe a intervenção oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet. 
das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria § 3o  Somente será admissível o credenciamento de
de adoção internacional.  organismos que: 
I - sejam oriundos de países que ratificaram a
Art. 52.  A adoção internacional observará o Convenção de Haia e estejam devidamente credenciados
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados
seguintes adaptações:  e no país de acolhida do adotando para atuar em adoção
internacional no Brasil; 
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar
II - satisfizerem as condições de integridade moral,
criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido
competência profissional, experiência e responsabilidade
de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em
exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central
matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim
Federal Brasileira; 
entendido aquele onde está situada sua residência habitual;  III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua
II - se a Autoridade Central do país de acolhida formação e experiência para atuar na área de adoção
considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos para internacional; 
adotar, emitirá um relatório que contenha informações IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento
sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela
solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e Autoridade Central Federal Brasileira. 
médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua § 4o  Os organismos credenciados deverão ainda: 
aptidão para assumir uma adoção internacional;  I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades
relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a competentes do país onde estiverem sediados, do país de
Autoridade Central Federal Brasileira;  acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; 

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas § 13.  A habilitação de postulante estrangeiro ou
e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um)
formação ou experiência para atuar na área de adoção ano, podendo ser renovada. 
internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia § 14.  É vedado o contato direto de representantes de
Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com
Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal dirigentes de programas de acolhimento institucional
competente;  ou familiar, assim como com crianças e adolescentes em
III - estar submetidos à supervisão das autoridades condições de serem adotados, sem a devida autorização
competentes do país onde estiverem sediados e no país de judicial. 
acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento § 15.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá
e situação financeira;  limitar ou suspender a concessão de novos credenciamentos
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo
a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, fundamentado. 
bem como relatório de acompanhamento das adoções
internacionais efetuadas no período, cuja cópia será Art. 52-A.  É vedado, sob pena de responsabilidade e
encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;  descredenciamento, o repasse de recursos provenientes
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a de organismos estrangeiros encarregados de intermediar
Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade pedidos de adoção internacional a organismos
Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) nacionais ou a pessoas físicas. 
anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de Parágrafo único.  Eventuais repasses somente poderão
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do
do país de acolhida para o adotado;  Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. 
os adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal
Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento Art. 52-B.  A adoção por brasileiro residente no
estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes exterior em país ratificante da Convenção de Haia, cujo
sejam concedidos.  processo de adoção tenha sido processado em conformidade
§ 5o  A não apresentação dos relatórios referidos no com a legislação vigente no país de residência e atendido o
§ 4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção,
acarretar a suspensão de seu credenciamento.  será automaticamente recepcionada com o reingresso
§ 6o  O credenciamento de organismo nacional ou no Brasil. 
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção § 1o  Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea
internacional terá validade de 2 (dois) anos.  “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença
§ 7o  A renovação do credenciamento poderá ser ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.  
concedida mediante requerimento protocolado na § 2o  O pretendente brasileiro residente no exterior
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias em país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez
anteriores ao término do respectivo prazo de validade.  reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da
§ 8o  Antes de transitada em julgado a decisão que sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. 
concedeu a adoção internacional, não será permitida a
§ 9o  Transitada em julgado a decisão, a autoridade Art. 52-C.  Nas adoções internacionais, quando o
judiciária determinará a expedição de alvará com Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade
autorização de viagem, bem como para obtenção de competente do país de origem da criança ou do adolescente
passaporte, constando, obrigatoriamente, as características será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver
da criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, processado o pedido de habilitação dos pais adotivos,
eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto que comunicará o fato à Autoridade Central Federal
recente e a aposição da impressão digital do seu polegar e determinará as providências necessárias à expedição do
direito, instruindo o documento com cópia autenticada da Certificado de Naturalização Provisório.  
decisão e certidão de trânsito em julgado.  § 1o  A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério
§ 10.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a Público, somente deixará de reconhecer os efeitos
qualquer momento, solicitar informações sobre a situação daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é
das crianças e adolescentes adotados.  manifestamente contrária à ordem pública ou não atende
§ 11.  A cobrança de valores por parte dos organismos ao interesse superior da criança ou do adolescente. 
credenciados, que sejam considerados abusivos § 2o  Na hipótese de não reconhecimento da adoção,
pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá
estejam devidamente comprovados, é causa de seu imediatamente requerer o que for de direito para resguardar
descredenciamento.  os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-
§ 12.  Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem se as providências à Autoridade Central Estadual, que fará
ser representados por mais de uma entidade credenciada a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à
para atuar na cooperação em adoção internacional.  Autoridade Central do país de origem. 

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 52-D.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil de audiência para oitiva de testemunhas e requerentes,
for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida solicitar juntada de documentos complementares que sejam
no país de origem porque a sua legislação a delega ao país necessários. Deve ser obrigatório o estudo psicossocial
de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, onde se testa a capacidade dos indivíduos para se tornarem
a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não pai ou mãe, o de incluir mais um membro junto aos filhos
tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção já existente. Os programas de capacitação também devem
seguirá as regras da adoção nacional.  ser aderido a este sistema, levando esclarecimentos aos
pretendentes a adoção além, de manter contato com a
A adoção no Código Civil de 1916 era tratada em seu criança em regime de acolhimento familiar.
capítulo V. A adoção seguia um critério de ter um filho para Sendo os adotantes inscritos são chamados por ordem
que a família tivesse sucessão e para configurar a família cronológica de acordo com a habilitação, e que só poderá
da época que só tinha uma configuração costumeira se ser dispensada se for pelo melhor interesse do adotando.
houvesse pai, mãe e filhos. A idade de 30 (trinta) anos Os seguintes princípios e diretrizes devem guiar a
para que as pessoas pudessem não se arrepender do feito. decisão pela adoção:
Quando se falava do casamento criava-se o critério de que - Condição da criança e do adolescente como ser de
tenha se passado 05 (cinco) anos de matrimônio para que direitos: As crianças são detentoras de direitos previstos na
o casal possa adotar, pois o ideal era que os filhos fossem lei 8.069/90 e na Constituição Federal de 1988;
consanguíneos. A adoção poderia se dissolver por vontade - Proteção integral e prioritária: Toda e qualquer norma
das partes. Caso houvessem filhos naturais reconhecidos contida dentro da lei 8.069/90 deve ser voltada a proteção
ou legitimados os filhos adotivos não participavam da integral dos interesses do menor;
sucessão além de não se desfazer o vínculo com os parentes - Responsabilidade primária e solidaria do poder
naturais, somente no que dizia respeito ao pátrio poder. público: tanto nos casos ressalvados pelo E.C.A (Estatuto da
Houve um grande salto no que concerne a adoção que Criança e do Adolescente) quanto nos casos que a CF/88
foi a letra trazida pela Constituição Federal de 1988 em seu
(Constituição Federal de 1988) e demais objetos legais
artigo 227 e com o ECA, que versa sobre todas as garantias
específicos, é, dever dos três poderes atuarem no que for
constitucionais e no que tange a adoção vem dos artigos
necessário para a proteção do menor;
39 ao 52-D falando sobre a regularização da adoção e traz
- Interesse superior da criança e do adolescente:
como princípio basilar o melhor interesse da criança, além
mediante a necessidade da intervenção estatal é necessário
de ter como fundamento o afeto de pai para filho sem que
que se dê privilégio ao interesse do que for melhor para
haja qualquer diferenciação para com os filhos biológicos.
Ainda no que concerne a adoção, foi criada para dar a criança e/ou adolescente. O primeiro interesse a ser
efetividade ao ECA a Lei nº 12.010 de 03 de agosto de 2009, observado é o que trouxer melhor benefício a estes;
que tem o intuito de alterar o direito à convivência familiar - Privacidade: A promoção dos direitos deve ser sempre
mostrando com clareza como deve ocorrer a adoção. feita respeitando a privação e o direito da imagem, a sua
Para ser candidato a adoção deve ter cumprido uma vida privada e a intimidade;
série de requisitos para se tornar hábil, estes requisitos - Intervenção precoce: Ao primeiro sinal de perigo
são elencados na lei. O primeiro deles é a qualificação e risco ao menor, o Estado deve intervir para reverter a
completa: da pessoa que deseja adotar ou das pessoas situação presente;
que desejam no caso de casais juntamente com os dados - Intervenção mínima;
familiares, dados que vão completar não só a ficha do casal - Proporcionalidade e atualidade: Ser a atitude tomada
ou pessoa que deseja adotar, mais da família onde o menor de acordo com a proporção de perigo existente no
vai residir e ter sua formação os documentos pessoais momento, evitando e revertendo o risco de morte;
como cópias de certidão de nascimento (quando solteiros), - Responsabilidade parental: a intervenção deve ser a
de certidão de casamento (quando casados), cópias de princípio para que os pais tomem responsabilidade sobre
declaração de período de união estável, Cópias de Certidão seus filhos;
de identidade (RG), Comprovante da renda da pessoa ou - Prevalência da família: Primeiro se dará a preferência
casal, comprovante que demostre que as condições vão a família natural para que a criança continue com seus pais
suprir a necessidade de se incluir mais um membro naquele depois a preferência vai ser da família contínua (família
lar, comprovante de moradia em que prove a pessoa ter natural a primeira e extensa a segunda), em último caso a
sua residência que acolherá o novo integrante. criança/adolescente vai ser direcionada a família substituta.
O interessado em adotar deve juntar atestados de - Obrigatoriedade da informação: respeitando o
saúde física onde a pessoa vai demonstrar ser capaz de estágio de desenvolvimento e compreensão da criança ou
cuidar e garantir uma boa vida para o adotando e atestado adolescente, além de seus pais e responsáveis devem ser
de saúde mental, comprovando que a pessoa é capaz informados o motivo em que se dá a intervenção e como
legalmente. esta se processou;
Nos aspectos judiciais inerentes ao caso devem ser - Oitiva obrigatória e participação: a criança ou
juntados Certidão de antecedentes criminais, que demostra adolescente separados ou na companhia de seus pais,
conduta legal do indivíduo perante a sociedade, Certidão responsáveis ou pessoas por ela indicados; bem como
negativa de distribuição civil, além da manifestação do seus pais e responsáveis, tem o direito de serem ouvidas
M.P (Ministério Público) apresentando quesitos a serem e sua opinião deve ser considerada pelas autoridades do
respondidos pela equipe interdisciplinar, designação judiciário.

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
- Afastamento da criança e do adolescente do convívio IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de
familiar: É um processo contencioso que importara zero a cinco anos de idade;
aos pais o direito do contraditório e da ampla defesa, V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
este procedimento é de competência do judiciário pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
(procedimento judicial) artigo 28 §§ 1° e 2° do E.C.A; cada um;
- Acolhimento familiar: medida de proteção criada para VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
o amparo da criança até que seja resolvida a situação; condições do adolescente trabalhador;
- Guia de acolhimento: será elaborado pelo poder VII - atendimento no ensino fundamental, através de
Judiciário um guia para encaminhar à criança a entidade programas suplementares de material didático-escolar,
de acolhimento (guia deve conter a causa da retirada e
transporte, alimentação e assistência à saúde.
permanência do menor fora da sua família natural além de
todos os dados) § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
- Plano individual de atendimento: cada criança vai ter direito público subjetivo.
um plano a ser desenvolvido visando sua adaptação a nova § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório
família; pelo poder público ou sua oferta irregular importa
- Destituição do poder familiar: Promovida pelo M.P responsabilidade da autoridade competente.
(Ministério público) sendo para isto necessário prévio aviso § 3º Compete ao poder público recensear os educandos
a entidade de acolhimento familiar, ou, responsáveis pela no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto
execução da política municipal de garantia do direito a aos pais ou responsável, pela frequência à escola.
convivência familiar.
- Cadastro de crianças a adolescentes à regime Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
institucional e familiar: é um cadastro para crianças e matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de
adolescentes que necessitem de acolhimento familiar ou ensino.
institucional devido a algum registro de maus tratos.
A Lei no 13.509 de 22 de novembro de 2017 surgiu com
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
o propósito de maximizar a efetividade das disposições
do ECA, inclusive no âmbito da adoção, possuindo a fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
peculiaridade de ser mais rigorosa no que tange ao I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
cumprimento de prazos para maior celeridade do processo. II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão
escolar, esgotados os recursos escolares;
Capítulo IV III - elevados níveis de repetência.
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao
Lazer Art. 57. O poder público estimulará pesquisas,
experiências e novas propostas relativas a calendário,
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação,
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, ensino fundamental obrigatório.
assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os
permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores; valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a
recorrer às instâncias escolares superiores; liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
IV - direito de organização e participação em
entidades estudantis; Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos
residência. e espaços para programações culturais, esportivas e de
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis lazer voltadas para a infância e a juventude.
ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da
definição das propostas educacionais. Capítulo V
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao Trabalho
adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito,
inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de
própria; quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. 
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e Preconiza o artigo 7º, XXXIII, CF a “proibição de
gratuidade ao ensino médio; trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
III - atendimento educacional especializado aos dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
portadores de deficiência, preferencialmente na rede anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze
regular de ensino; anos”.

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Portanto, em decorrência da própria norma Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime
constitucional, nenhuma criança ou adolescente pode familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em
trabalhar antes dos 14 anos de idade. Evidentemente que entidade governamental ou não-governamental, é vedado
há algumas exceções a esta regra, devidamente fiscalizadas trabalho:
pelo Conselho Tutelar, como é o caso dos artistas mirins. I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um
Entre 14 anos e 16 anos de idade somente será possível dia e as cinco horas do dia seguinte;
o trabalho na condição de menor aprendiz, cuja natureza II - perigoso, insalubre ou penoso;
é de ensino técnico-profissional, viabilizando a futura III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e
inserção do adolescente no mercado de trabalho. ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
A partir dos 16 anos, o menor pode trabalhar, mas não IV - realizado em horários e locais que não permitam a
no período noturno ou em condições de periculosidade e frequência à escola.
insalubridade. O menor aprendiz está proibido de trabalhar no
período noturno, em trabalho que o coloque exposto a
periculosidade (ex.: em andaimes, em áreas com risco
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é
de incêndio ou choques), insalubridade (ex.: em freezers
regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto
de frigoríficos, expostos a radiação) ou penosidade (ex.:
nesta Lei.
excesso de força física exigida).
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho
técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e educativo, sob responsabilidade de entidade governamental
bases da legislação de educação em vigor. ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar
ao adolescente que dele participe condições de capacitação
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos para o exercício de atividade regular remunerada.
seguintes princípios: § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao
ensino regular; desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem
II - atividade compatível com o desenvolvimento do sobre o aspecto produtivo.
adolescente; § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo
III - horário especial para o exercício das atividades. trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos
Aquele que trabalha na condição de menor aprendiz de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.
é obrigado a frequentar a escola, devendo ser facilitadas Os programas sociais voltados à capacitação dos
as condições para que o faça, notadamente pelo adolescentes devem sempre ter por objetivo educá-lo
estabelecimento de horário especial de trabalho. Além para que ele adquira condições de inserir-se no mercado
disso, a atividade laboral deve ser compatível com as de trabalho. Deve ser ensinado, logo, dele não se deve
atividades de ensino, até mesmo por se tratar de ensino cobrar tanta produtividade, mas sim deve ser avaliado pelo
técnico-profissionalizante. seu aprendizado. O fato do trabalho ser remunerado não
Ex.: um jovem pode trabalhar no período matutino, desvirtua este propósito.
frequentar o SENAI na parte da tarde e ir ao colégio no
ensino médio noturno. Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização
e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos,
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é entre outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa em
assegurada bolsa de aprendizagem.
desenvolvimento;
Toda criança e adolescente que necessitar receberá
II - capacitação profissional adequada ao mercado de
fomento para que não se desvincule das atividades de
trabalho.
ensino. Trata-se de incentivo àquele que sem auxílio Com efeito, profissionalização e proteção no trabalho
acabaria entrando em situação irregular e trabalhando. são direitos fundamentais garantidos ao adolescente,
exigindo-se neste campo que sua condição peculiar
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze inerente ao processo de aprendizado seja respeitada e que
anos, são assegurados os direitos trabalhistas e o trabalho sirva para permitir a sua inserção no mercado
previdenciários. de trabalho.
Uma vez que o adolescente está autorizado a trabalhar,
mesmo que na condição de menor aprendiz, possui direitos Título III
trabalhistas e previdenciários. Da Prevenção

Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é Capítulo I


assegurado trabalho protegido. Disposições Gerais
O adolescente que possui deficiência não pode
ser exposto a uma situação de risco em decorrência da Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência
atividade laboral. de ameaça ou violação dos direitos da criança e do
adolescente.

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a
os Municípios deverão atuar de forma articulada na informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
elaboração de políticas públicas e na execução de espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
violentas de educação de crianças e de adolescentes, Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem
tendo como principais ações: da prevenção especial outras decorrentes dos princípios
I - a promoção de campanhas educativas permanentes por ela adotados.
para a divulgação do direito da criança e do adolescente de
serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou Art. 73. A inobservância das normas de prevenção
de tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de importará em responsabilidade da pessoa física ou
proteção aos direitos humanos; jurídica, nos termos desta Lei.
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário,
do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Capítulo II
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança Da Prevenção Especial
e do Adolescente e com as entidades não governamentais
que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da Seção I
criança e do adolescente; Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões
III - a formação continuada e a capacitação dos e Espetáculos
profissionais de saúde, educação e assistência social e
dos demais agentes que atuam na promoção, proteção Art. 74. O poder público, através do órgão competente,
e defesa dos direitos da criança e do adolescente para regulará as diversões e espetáculos públicos, informando
o desenvolvimento das competências necessárias à sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se
prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e recomendem, locais e horários em que sua apresentação
ao enfrentamento de todas as formas de violência contra a se mostre inadequada.
criança e o adolescente; Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e
espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
pacífica de conflitos que envolvam violência contra a criança
destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária
e o adolescente;
especificada no certificado de classificação.
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que
visem a garantir os direitos da criança e do adolescente,
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às
desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e
diversões e espetáculos públicos classificados como
responsáveis com o objetivo de promover a informação, a
adequados à sua faixa etária.
reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso Parágrafo único. As crianças menores de dez anos
de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no somente poderão ingressar e permanecer nos locais de
processo educativo; apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a ou responsável.
articulação de ações e a elaboração de planos de atuação
conjunta focados nas famílias em situação de violência, com Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente
participação de profissionais de saúde, de assistência social exibirão, no horário recomendado para o público
e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa infanto juvenil, programas com finalidades educativas,
dos direitos da criança e do adolescente. artísticas, culturais e informativas.
Parágrafo único.  As famílias com crianças e adolescentes Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado
com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua
políticas públicas de prevenção e proteção. transmissão, apresentação ou exibição.

Art. 70-B.  As entidades, públicas e privadas, que atuem Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários
nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de
contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a programação em vídeo cuidarão para que não haja venda
reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou locação em desacordo com a classificação atribuída
ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e pelo órgão competente.
adolescentes. Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão
Parágrafo único.  São igualmente responsáveis exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a
pela comunicação de que trata este artigo, as pessoas faixa etária a que se destinam.
encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério,
profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de Art. 78. As revistas e publicações contendo material
crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes
injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.  deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com
a advertência de seu conteúdo.

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
que contenham mensagens pornográficas ou obscenas autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
sejam protegidas com embalagem opaca. I - estiver acompanhado de ambos os pais ou
responsável;
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, expressamente pelo outro através de documento com
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas firma reconhecida.
alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar
os valores éticos e sociais da pessoa e da família. Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,
nenhuma criança ou adolescente nascido em território
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que nacional poderá sair do País em companhia de
explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem
apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não Parte Especial
seja permitida a entrada e a permanência de crianças
e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do Título I
público. Da Política de Atendimento

Seção II Capítulo I
Dos Produtos e Serviços Disposições Gerais

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança
adolescente de: e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado
I - armas, munições e explosivos; de ações governamentais e não-governamentais, da
II - bebidas alcoólicas; União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
III - produtos cujos componentes possam causar
dependência física ou psíquica ainda que por utilização Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
indevida; I - políticas sociais básicas;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles II - serviços, programas, projetos e benefícios
que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar de assistência social de garantia de proteção social e
qualquer dano físico em caso de utilização indevida; de prevenção e redução de violações de direitos, seus
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; agravamentos ou reincidências;
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. III - serviços especiais de prevenção e atendimento
médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento IV - serviço de identificação e localização de pais,
congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;
pais ou responsável. V - proteção jurídico-social por entidades de defesa
dos direitos da criança e do adolescente;
Seção III VI - políticas e programas destinados a prevenir ou
Da Autorização para Viajar abreviar o período de afastamento do convívio familiar
e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora familiar de crianças e adolescentes;
da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob
responsável, sem expressa autorização judicial. forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do
§ 1º A autorização não será exigida quando: convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial,
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades
criança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de
mesma região metropolitana; irmãos.
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
grau, comprovado documentalmente o parentesco; I - municipalização do atendimento;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo II - criação de conselhos municipais, estaduais e
pai, mãe ou responsável. nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais deliberativos e controladores das ações em todos os níveis,
ou responsável, conceder autorização válida por dois assegurada a participação popular paritária por meio de
anos. organizações representativas, segundo leis federal, estaduais
e municipais;

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
III - criação e manutenção de programas específicos, § 1o  As entidades governamentais e não
observada a descentralização político-administrativa; governamentais deverão proceder à inscrição de seus
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e programas, especificando os regimes de atendimento,
municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal
da criança e do adolescente; dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, registro das inscrições e de suas alterações, do que fará
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo § 2o  Os recursos destinados à implementação e
local, para efeito de agilização do atendimento inicial a manutenção dos programas relacionados neste artigo
adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional; serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde
e Assistência Social, dentre outros, observando-se o
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente
encarregados da execução das políticas sociais básicas e de
preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal
assistência social, para efeito de agilização do atendimento e pelo caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei.
de crianças e de adolescentes inseridos em programas de § 3o  Os programas em execução serão reavaliados
acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos,
se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em constituindo-se critérios para renovação da autorização de
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas funcionamento:
no art. 28 desta Lei; I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem
VII - mobilização da opinião pública para a como às resoluções relativas à modalidade de atendimento
indispensável participação dos diversos segmentos da prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
sociedade; do Adolescente, em todos os níveis; 
VIII - especialização e formação continuada dos II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e
à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre pela Justiça da Infância e da Juventude; 
direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil; III - em se tratando de programas de acolhimento
IX - formação profissional com abrangência dos institucional ou familiar, serão considerados os índices de
diversos direitos da criança e do adolescente que sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família
substituta, conforme o caso.
favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e
do adolescente e seu desenvolvimento integral;
Art. 91. As entidades não-governamentais somente
X - realização e divulgação de pesquisas sobre poderão funcionar depois de registradas no Conselho
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência. Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos autoridade judiciária da respectiva localidade.
conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do § 1o  Será negado o registro à entidade que: 
adolescente é considerada de interesse público relevante a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas
e não será remunerada. de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os
Capítulo II princípios desta Lei;
Das Entidades de Atendimento c) esteja irregularmente constituída;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
Seção I e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções
Disposições Gerais e deliberações relativas à modalidade de atendimento
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis do Adolescente, em todos os níveis.
pela manutenção das próprias unidades, assim como § 2o  O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos,
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
pelo planejamento e execução de programas de proteção
do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de
e socioeducativos destinados a crianças e adolescentes, em
sua renovação, observado o disposto no § 1o deste artigo.
regime de: 
I - orientação e apoio sociofamiliar; Art. 92.  As entidades que desenvolvam programas
II - apoio socioeducativo em meio aberto; de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os
III - colocação familiar; seguintes princípios:
IV - acolhimento institucional; I - preservação dos vínculos familiares e promoção
V - prestação de serviços à comunidade; da reintegração familiar;
VI - liberdade assistida; II - integração em família substituta, quando
VII - semiliberdade; e esgotados os recursos de manutenção na família natural ou
VIII - internação. extensa;

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
III - atendimento personalizado e em pequenos necessárias para promover a imediata reintegração familiar
grupos; da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não
IV - desenvolvimento de atividades em regime de for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento
coeducação; a programa de acolhimento familiar, institucional ou a
V - não desmembramento de grupos de irmãos; família substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para desta Lei. 
outras entidades de crianças e adolescentes abrigados;
VII - participação na vida da comunidade local; Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de
VIII - preparação gradativa para o desligamento; internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
IX - participação de pessoas da comunidade no I - observar os direitos e garantias de que são titulares
processo educativo. os adolescentes;
§ 1o  O dirigente de entidade que desenvolve programa II - não restringir nenhum direito que não tenha sido
de acolhimento institucional é equiparado ao guardião, objeto de restrição na decisão de internação;
para todos os efeitos de direito.  III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas
§ 2o  Os dirigentes de entidades que desenvolvem unidades e grupos reduzidos;
programas de acolhimento familiar ou institucional IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de
remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 respeito e dignidade ao adolescente;
(seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da
de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para preservação dos vínculos familiares;
fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.  VI - comunicar à autoridade judiciária,
§ 3o  Os entes federados, por intermédio dos Poderes periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou
Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a impossível o reatamento dos vínculos familiares;
permanente qualificação dos profissionais que atuam VII - oferecer instalações físicas em condições
direta ou indiretamente em programas de acolhimento adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
institucional e destinados à colocação familiar de crianças segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
Ministério Público e Conselho Tutelar.  adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
§ 4o  Salvo determinação em contrário da autoridade
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos,
judiciária competente, as entidades que desenvolvem
odontológicos e farmacêuticos;
programas de acolhimento familiar ou institucional, se
X - propiciar escolarização e profissionalização;
necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de
de assistência social, estimularão o contato da criança ou
lazer;
adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que
disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. 
desejarem, de acordo com suas crenças;
§ 5o  As entidades que desenvolvem programas de
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
acolhimento familiar ou institucional somente poderão
receber recursos públicos se comprovado o atendimento XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com
dos princípios, exigências e finalidades desta Lei.  intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos resultados
§ 6o  O descumprimento das disposições desta Lei à autoridade competente;
pelo dirigente de entidade que desenvolva programas XV - informar, periodicamente, o adolescente
de acolhimento familiar ou institucional é causa de internado sobre sua situação processual;
sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua XVI - comunicar às autoridades competentes todos
responsabilidade administrativa, civil e criminal.  os casos de adolescentes portadores de moléstias
§ 7o  Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) infectocontagiosas;
anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences
atenção à atuação de educadores de referência estáveis e dos adolescentes;
qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao XVIII - manter programas destinados ao apoio e
atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto acompanhamento de egressos;
como prioritárias.  XIX - providenciar os documentos necessários ao
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;
Art. 93.  As entidades que mantenham programa de XX - manter arquivo de anotações onde constem data
acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e circunstâncias do atendimento, nome do adolescente,
e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,
prévia determinação da autoridade competente, fazendo acompanhamento da sua formação, relação de seus pertences
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz e demais dados que possibilitem sua identificação e a
da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.  individualização do atendimento.
Parágrafo único.  Recebida a comunicação, a autoridade § 1o  Aplicam-se, no que couber, as obrigações
judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com constantes deste artigo às entidades que mantêm
o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas programas de acolhimento institucional e familiar. 

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
artigo as entidades utilizarão preferencialmente os recursos II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou
da comunidade. responsável;
III - em razão de sua conduta.
Art. 94-A.  As entidades, públicas ou privadas, que
abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda Capítulo II
que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, Das Medidas Específicas de Proteção
profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao
Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
Seção II substituídas a qualquer tempo.
Da Fiscalização das Entidades
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta
Art. 95. As entidades governamentais e não- as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que
governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Parágrafo único.  São também princípios que regem a
Tutelares. aplicação das medidas: 
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos
contas serão apresentados ao estado ou ao município, previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição
conforme a origem das dotações orçamentárias. Federal;  
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve
atendimento que descumprirem obrigação constante do art. ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que
94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de crianças e adolescentes são titulares;  
seus dirigentes ou prepostos: III - responsabilidade primária e solidária do poder
público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças
I - às entidades governamentais:
e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal,
a) advertência;
salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
da possibilidade da execução de programas por entidades não
II - às entidades não-governamentais:
governamentais;  
a) advertência; IV - interesse superior da criança e do adolescente: a
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas intervenção deve atender prioritariamente aos interesses
públicas; e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; consideração que for devida a outros interesses legítimos
d) cassação do registro. no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso
§ 1o  Em caso de reiteradas infrações cometidas por concreto;  
entidades de atendimento, que coloquem em risco V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da
os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela
comunicado ao Ministério Público ou representado perante intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada; 
autoridade judiciária competente para as providências VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo
da entidade.  seja conhecida;  
§ 2o  As pessoas jurídicas de direito público e as VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida
organizações não governamentais responderão pelos exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja
danos que seus agentes causarem às crianças e aos indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da
adolescentes, caracterizado o descumprimento dos criança e do adolescente; 
princípios norteadores das atividades de proteção VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve
específica.  ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a
criança ou o adolescente se encontram no momento em que a
Título II decisão é tomada; 
Das Medidas de Proteção IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para
Capítulo I com a criança e o adolescente; 
Disposições Gerais X - prevalência da família: na promoção de direitos
e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei na sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível,
forem ameaçados ou violados: que promovam a sua integração em família adotiva;

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento em tê-los sob sua guarda; 
e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao
devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que convívio familiar. 
determinaram a intervenção e da forma como esta se § 4o  Imediatamente após o acolhimento da criança ou
processa;  do adolescente, a entidade responsável pelo programa de
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de individual de atendimento, visando à reintegração familiar,
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada
pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar em contrário de autoridade judiciária competente, caso em
nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos que também deverá contemplar sua colocação em família
e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada substituta, observadas as regras e princípios desta Lei. 
pela autoridade judiciária competente, observado o disposto § 5o  O plano individual será elaborado sob a
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.  responsabilidade da equipe técnica do respectivo
programa de atendimento e levará em consideração a
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou
art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre do responsável. 
outras, as seguintes medidas: § 6o  Constarão do plano individual, dentre outros: 
I - encaminhamento aos pais ou responsável, I - os resultados da avaliação interdisciplinar; 
mediante termo de responsabilidade; II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável;
II - orientação, apoio e acompanhamento e 
temporários; III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas
III - matrícula e frequência obrigatórias em com a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou
estabelecimento oficial de ensino fundamental; responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou esta vedada por expressa e fundamentada determinação
comunitários de proteção, apoio e promoção da família,
judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação
da criança e do adolescente;
em família substituta, sob direta supervisão da autoridade
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
judiciária. 
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
§ 7o  O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário
local mais próximo à residência dos pais ou do responsável
de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre
toxicômanos;
que identificada a necessidade, a família de origem será
VII - acolhimento institucional;  
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;  incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de
IX - colocação em família substituta.  promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento com a criança ou com o adolescente acolhido. 
familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis § 8o  Verificada a possibilidade de reintegração familiar,
como forma de transição para reintegração familiar ou, não o responsável pelo programa de acolhimento familiar
sendo esta possível, para colocação em família substituta, ou institucional fará imediata comunicação à autoridade
não implicando privação de liberdade.  judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo
§ 2o  Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual § 9o  Em sendo constatada a impossibilidade de
e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o reintegração da criança ou do adolescente à família de
afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou
é de competência exclusiva da autoridade judiciária e comunitários de orientação, apoio e promoção social, será
importará na deflagração, a pedido do Ministério Público enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no
ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento qual conste a descrição pormenorizada das providências
judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
responsável legal o exercício do contraditório e da ampla técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da
defesa. política municipal de garantia do direito à convivência
§ 3o  Crianças e adolescentes somente poderão ser familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição
encaminhados às instituições que executam programas de tutela ou guarda. 
de acolhimento institucional, governamentais ou não, § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o
por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de
autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, destituição do poder familiar, salvo se entender necessária
dentre outros:  a realização de estudos complementares ou de outras
I - sua identificação e a qualificação completa de seus providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda.
pais ou de seu responsável, se conhecidos;  § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, comarca ou foro regional, um cadastro contendo
com pontos de referência;  informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua - encaminhamento da criança e do adolescente aos
responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre pais ou responsáveis, mediante termo ou responsabilidade;
a situação jurídica de cada um, bem como as providências - orientação, apoio e acompanhamentos temporários
tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em por pessoa nomeada pelo Juiz;
família substituta, em qualquer das modalidades previstas - matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento
no art. 28 desta Lei.  oficial de ensino fundamental (o Juiz determina aos pais a
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, obrigação);
o Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social - inclusão em programa comunitário ou oficial de
e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do auxílio à família, à criança e ao adolescente;
Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe - requisição de tratamento médico, psicológico
deliberar sobre a implementação de políticas públicas que ou psiquiátrico em regime hospitalar (internação) ou
permitam reduzir o número de crianças e adolescentes ambulatorial (consultas periódicas);
afastados do convívio familiar e abreviar o período de - abrigo em entidade (não se fala em orfanato). A
permanência em programa de acolhimento. doutrina chama de “Tutela de Estado” quando a criança
está em abrigo sob a proteção do Estado;
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este - colocação em família substituta (é utilizada somente
Capítulo serão acompanhadas da regularização do em situações muito graves).
registro civil.  O Juiz pode aplicar essas medidas isolada ou
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o cumulativamente. Pode, também, substituir uma medida
assento de nascimento da criança ou adolescente será feito pela outra a qualquer tempo (art. 99 do ECA). Antes de
à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da aplicar qualquer uma dessas medidas, o Juiz deverá ouvir
autoridade judiciária. os pais ou responsáveis, realizar estudo social do caso e
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização ouvir o MP. Essa oitiva do MP é obrigatória, sob pena de
de que trata este artigo são isentos de multas, custas e nulidade (art. 204 do ECA). Esse rol do art. 101 é taxativo.
emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 3o  Caso ainda não definida a paternidade, será 
Título III
deflagrado procedimento específico destinado à sua
Da Prática de Ato Infracional
averiguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de
dezembro de 1992. 
Capítulo I
§ 4o  Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é
Disposições Gerais
dispensável o ajuizamento de ação de investigação
de paternidade pelo Ministério Público se, após o não
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para descrita como crime ou contravenção penal.
adoção. 
§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores
qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
absoluta prioridade. considerada a idade do adolescente à data do fato.
§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
requerida do reconhecimento de paternidade no assento Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
de nascimento e a certidão correspondente. corresponderão as medidas previstas no art. 101.

As normas de prevenção do ECA são destinadas a Capítulo II


crianças e adolescentes em situação de risco. Existirá Dos Direitos Individuais
situação de risco quando a criança ou o adolescente
estiverem privados de assistência. Essa assistência pode ser Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
material (quando não se tem onde dormir, o que comer, liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por
vestir etc.), moral (quando a criança ou o adolescente ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
permanece em local inadequado, como locais de prática de competente.
jogo, prostituição etc.) ou jurídica (quando não tem quem Parágrafo único. O adolescente tem direito à
o represente). identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
O menor que pratica ato infracional está em situação devendo ser informado acerca de seus direitos.
de risco por estar privado de assistência moral. A situação
de risco pode decorrer de ação ou omissão do Poder Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local
Público; ação ou omissão dos pais ou dos responsáveis; por onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à
conduta própria. autoridade judiciária competente e à família do apreendido
O art. 101 do ECA traz um rol das medidas protetivas ou à pessoa por ele indicada.
diante da situação de risco. Essas medidas poderão ser Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob
aplicadas tanto para a criança quanto para o adolescente. pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação
São elas: imediata.

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser IV - liberdade assistida;
determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco V - inserção em regime de semi-liberdade;
dias. VI - internação em estabelecimento educacional;
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
e basear-se em indícios suficientes de autoria e § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta
materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a
medida. gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não admitida a prestação de trabalho forçado.
será submetido a identificação compulsória pelos § 3º Os adolescentes portadores de doença ou
órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito deficiência mental receberão tratamento individual e
de confrontação, havendo dúvida fundada. especializado, em local adequado às suas condições.

O adolescente não é preso, é apreendido. Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts.
A internação é a medida mais gravosa para o adolescente. 99 e 100.
O ECA permite a internação provisória durante o processo.
É fixado o prazo máximo de 45 dias. Os fundamentos para Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II
que o Juiz decrete essa internação provisória são: indícios a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes
suficientes de autoria e materialidade e necessidade da da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a
medida. hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Esse prazo de internação provisória será descontado Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
na internação definitiva. Em nenhuma hipótese a criança sempre que houver prova da materialidade e indícios
poderá ser internada. Criança, que é todo aquele menor suficientes da autoria.
de 12 anos, não se sujeita a medida sócio-educativa, mas
apenas a medida de proteção. As medidas socioeducativas dependem de um
procedimento judicial, só podendo ser aplicadas pelo Juiz.
Capítulo III O ECA apresenta dois critérios genéricos para a aplicação
Das Garantias Processuais de medida socioeducativa:
- capacidade do adolescente para cumprir a medida;
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua - circunstâncias e gravidade da infração.
liberdade sem o devido processo legal. A internação é uma exceção, existindo hipóteses legais
para sua aplicação.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, A medida de segurança não poderá ser aplicada ao
as seguintes garantias: adolescente, tendo em vista ser medida para maior de idade
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato que apresenta periculosidade. No caso de adolescente
infracional, mediante citação ou meio equivalente; doente mental, será aplicada medida de proteção, podendo
II - igualdade na relação processual, podendo ser requisitado tratamento médico.
confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas O Juiz poderá cumular medidas socioeducativas,
as provas necessárias à sua defesa; desde que sejam compatíveis (ex.: prestação de serviço
III - defesa técnica por advogado; à comunidade cumulada com reparação de danos). Com
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos exceção da internação, o Juiz poderá substituir as medidas
necessitados, na forma da lei; socioeducativas de acordo com o caso concreto, visto não
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade haver taxatividade.
competente; Se o Promotor discordar com a medida socioeducativa
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou aplicada, deverá entrar com recurso de apelação. Essa
responsável em qualquer fase do procedimento. apelação do ECA possui juízo de retratação, ou seja, o Juiz
pode voltar atrás na decisão. O Tribunal competente para
Capítulo IV julgar essa apelação é o TJ.
Das Medidas Socioeducativas
Seção II
Seção I Da Advertência
Disposições Gerais
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a verbal, que será reduzida a termo e assinada.
autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as
seguintes medidas: Disposta no art. 115 do ECA, é uma medida sócio-
I - advertência; educativa que consiste em uma admoestação verbal que é
II - obrigação de reparar o dano; aplicada pelo Juiz ao adolescente e que é reduzida a termo.
III - prestação de serviços à comunidade; É destinada a atos de menor gravidade.

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Para a aplicação da advertência, o Juiz deve levar § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
em consideração a prova da materialidade e indícios acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
suficientes de autoria. É a única medida que o Juiz poderá entidade ou programa de atendimento.
aplicar fundamentando-se somente em indícios de autoria. § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo
de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
Seção III revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
Da Obrigação de Reparar o Dano orientador, o Ministério Público e o defensor.

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, supervisão da autoridade competente, a realização dos
se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova seguintes encargos, entre outros:
o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o I - promover socialmente o adolescente e sua família,
prejuízo da vítima. fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário,
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência
medida poderá ser substituída por outra adequada. social;
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar
Obrigação de reparar o dano (art. 116 do ECA). Há do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
um pressuposto: o ato infracional deve ter causado um III - diligenciar no sentido da profissionalização do
dano à vítima. Essa reparação é para a vítima que sofreu adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
o dano. É uma medida voltada para o adolescente, então IV - apresentar relatório do caso.
deve ser estabelecida de acordo com a possibilidade de
cumprimento pelo adolescente (ex.: devolução da coisa É a última medida em que o adolescente permanece
furtada, pequenos serviços a título de reparação etc.). com sua família. O Juiz irá determinar um acompanhamento
A jurisprudência admite que essa reparação de dano permanente ao adolescente, designando, para isso, um
pode ser aplicada à criança (ex.: devolução da coisa furtada). orientador, que poderá ser substituído a qualquer tempo. A
lei fixa um prazo mínimo de 6 meses para a duração dessa
Seção IV medida. O orientador terá as seguintes obrigações legais:
Da Prestação de Serviços à Comunidade - promover socialmente o adolescente, bem como a
sua família, inserindo-os em programas sociais. Promover
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste socialmente é fazer com que o adolescente realize
na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, atividades valorizadas socialmente (teatro, música etc.);
por período não excedente a seis meses, junto a entidades - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos do adolescente;
congêneres, bem como em programas comunitários ou - profissionalizar o adolescente (nos termos da EC n.
governamentais. 20);
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme - apresentar relatório do caso ao Juiz.
as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, Seção VI
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não Do Regime de Semiliberdade
prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de
trabalho. Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser
determinado desde o início, ou como forma de transição
Disposta no art. 117 do ECA, o adolescente será para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades
obrigado a prestar serviços em benefício da coletividade. externas, independentemente de autorização judicial.
São tarefas gratuitas de interesse geral junto a entidades § 1º São obrigatórias a escolarização e a
assistenciais, hospitais, escolas ou estabelecimentos profissionalização, devendo, sempre que possível, ser
congêneres. utilizados os recursos existentes na comunidade.
Como a medida é mais gravosa, a lei fixa um prazo § 2º A medida não comporta prazo determinado
máximo de 6 meses para essa prestação e um máximo de aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à
8 horas semanais. Essas 8 horas poderão ser estabelecidas internação.
discricionariamente, desde que não prejudiquem a
frequência ao trabalho e à escola. Deverá ser levada em Disposta no art. 120 do ECA, é uma medida que
conta a aptidão do adolescente para a aplicação da medida. importa em privação de liberdade ao adolescente que
pratica um ato infracional mais grave. O adolescente é
Seção V retirado de sua família e colocado em um estabelecimento
Da Liberdade Assistida apropriado de semiliberdade, podendo realizar atividades
externas (estudar, trabalhar etc.) somente com autorização
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre do diretor do estabelecimento, não havendo necessidade
que se afigurar a medida mais adequada para o fim de de autorização judicial. Pode ser usada tanto como medida
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. principal quanto como medida progressiva ou regressiva.

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
A semiliberdade não tem prazo fixado em lei, nem III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
mínimo nem máximo. A doutrina e a jurisprudência IV - ser informado de sua situação processual, sempre
determinam a aplicação da medida por analogia dos que solicitada;
prazos da internação, tendo como prazo máximo 3 anos. V - ser tratado com respeito e dignidade;
Há a obrigatoriedade de escolarização e profissionalização VI - permanecer internado na mesma localidade
na semiliberdade. ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou
responsável;
Seção VII VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
Da Internação VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio
Art. 121. A internação constitui medida privativa pessoal;
da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, X - habitar alojamento em condições adequadas de
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de higiene e salubridade;
pessoa em desenvolvimento. XI - receber escolarização e profissionalização;
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas,
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
determinação judicial em contrário.
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença,
§ 2º A medida não comporta prazo determinado,
devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão e desde que assim o deseje;
fundamentada, no máximo a cada seis meses. XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante
internação excederá a três anos. daqueles porventura depositados em poder da entidade;
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo XVI - receber, quando de sua desinternação, os
anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
regime de semiliberdade ou de liberdade assistida. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos § 2º A autoridade judiciária poderá suspender
de idade. temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade
precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério aos interesses do adolescente.
Público.
§ 7o  A determinação judicial mencionada no § 1o poderá Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade
ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas
adequadas de contenção e segurança.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
quando: Disposta no art. 121 e seguintes do ECA, é a medida
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave reservada para os atos infracionais de natureza grave. O ECA
ameaça ou violência a pessoa; estabelece princípios específicos para a internação, pois é
II - por reiteração no cometimento de outras infrações medida de privação de liberdade sempre excepcional.
graves; A internação deve durar o menor tempo possível
III - por descumprimento reiterado e injustificável da (princípio da brevidade), é uma medida de exceção
medida anteriormente imposta. que só deverá ser utilizada em último caso (princípio da
§ 1o  O prazo de internação na hipótese do inciso III excepcionalidade) e deve seguir o princípio do respeito
deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses,
à condição peculiar do adolescente como pessoa em
devendo ser decretada judicialmente após o devido
desenvolvimento. Em nenhuma hipótese pode ser aplicada
processo legal.
à criança.
§ 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
havendo outra medida adequada. O ECA estabelece hipóteses de internação para:
- prática de ato infracional mediante grave ameaça ou
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade violência à pessoa;
exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele - reiteração de infrações graves;
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por - descumprimento reiterado e injustificado da medida
critérios de idade, compleição física e gravidade da infração. anteriormente imposta (é uma hipótese de regressão).
Parágrafo único. Durante o período de internação, Neste caso, a internação não pode ultrapassar o prazo de
inclusive provisória, serão obrigatórias atividades 3 meses.
pedagógicas. Nas duas primeiras hipóteses, o prazo máximo para
internação é de 3 anos. Por força desse prazo, o ECA poderá
Art. 124. São direitos do adolescente privado de atingir o maior de 18 anos. Em rigor, todas as medidas
liberdade, entre outros, os seguintes: sócio-educativas poderão atingir o maior de 18 anos.
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do A medida só poderá ser aplicada com o devido
Ministério Público; processo legal e em nenhuma hipótese poderá ser
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; aplicada à criança. Quando o adolescente completar 21

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
anos, a liberação será obrigatória. Caso o adolescente - se o Juiz não aceitar a remissão, deverá remeter para
tenha passado por internação provisória, esses dias serão o Procurador de Justiça, que poderá insistir na remissão
computados na internação (detração). A diferença entre ou designar outro representante do MP para apresentar
semi-liberdade e internação é que, nesta, o adolescente representação contra o menor. Essa remissão concedida
depende de autorização expressa do juiz para praticar pelo MP é causa de exclusão do processo, visto que, ao
atividades externas, ou seja, o adolescente internado conceder a remissão, inexiste o processo.
somente se ausentará do estabelecimento em que se achar Quando a remissão é concedida pelo Juiz, segue-se o
se autorizado pelo juiz. seguinte procedimento:
O art. 123 dispõe que o local para a internação deve - o Promotor oferece a representação;
ser distinto do abrigo, devendo-se obedecer a separação - na audiência de apresentação, o menor será ouvido
por idade, composição física (tamanho), sexo e gravidade pelo Juiz, que poderá decidir pela remissão;
do ato infracional. Há, também, a obrigatoriedade de - o representante do MP deverá, obrigatoriamente, ser
realização de atividades pedagógicas. ouvido sobre a possibilidade da remissão antes de ela ser
O art. 124 dispõe sobre direitos específicos dos aplicada. A remissão concedida pelo Juiz causa extinção
adolescentes: do processo. Havendo discordância por parte do MP,
- entrevista pessoal com o representante do MP; este deverá ingressar com uma apelação para reformar a
- entrevista reservada com seu defensor, dentre outros. decisão do Juiz.
As visitas podem ser suspensas pelo juiz, sob o Tanto a doutrina quanto a jurisprudência admitem a
fundamento de segurança e proteção do menor, entretanto, cumulação da remissão com uma medida sócio-educativa
em nenhuma hipótese o menor poderá ficar incomunicável. que seja compatível (ex.: reparação do dano, advertência
etc.). Neste caso, a remissão é causa de suspensão do
Capítulo V processo.
O ECA traz quatro requisitos genéricos para a aplicação
Da Remissão
da remissão, devendo ficar a critério do membro do MP ou
do Juiz a sua concessão. São eles:
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial
- circunstâncias e conseqüências do fato;
para apuração de ato infracional, o representante do
- contexto social em que o fato foi praticado;
Ministério Público poderá conceder a remissão, como
- personalidade do agente;
forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias
- maior ou menor participação no ato infracional.
e consequências do fato, ao contexto social, bem como A remissão, quer concedida pelo MP quer pelo Juiz,
à personalidade do adolescente e sua maior ou menor não implica confissão de culpa. Existe uma divergência na
participação no ato infracional. doutrina em considerar a remissão como um acordo ou
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão não. A posição majoritária entende que a remissão não
da remissão pela autoridade judiciária importará na é um acordo, tendo em vista a lei falar em concessão e,
suspensão ou extinção do processo. ainda, pelo fato de não haver nenhum prejuízo para o
adolescente, não possuindo a remissão nenhum efeito,
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o podendo ser concedida quantas vezes forem necessárias.
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade,
nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo Título IV
incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-
liberdade e a internação. Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá comunitários de proteção, apoio e promoção da família;
ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante II - inclusão em programa oficial ou comunitário de
pedido expresso do adolescente ou de seu representante auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
legal, ou do Ministério Público. III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
psiquiátrico;
Tem por conceito o perdão, a indulgência ao menor. IV - encaminhamento a cursos ou programas de
Podem conceder remissão tanto o MP quanto o Juiz. orientação;
São hipóteses de natureza jurídica diferentes. A remissão V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e
judicial é forma de extinção ou de suspensão do processo acompanhar sua frequência e aproveitamento escolar;
(portanto, pressupõe o processo em curso). Já a remissão VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente
ministerial é forma de exclusão do processo (logo, deve a tratamento especializado;
ser concedida antes do processo - administrativamente). VII - advertência;
Quando a remissão é concedida pelo MP, segue-se o VIII - perda da guarda;
seguinte procedimento: IX - destituição da tutela;
- o menor é ouvido pelo Promotor que concederá a X - suspensão ou destituição do poder familiar.
remissão; Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas
- o Promotor encaminha a remissão para homologação nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos
pelo Juiz; arts. 23 e 24.

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
autoridade judiciária poderá determinar, como medida b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de
cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum. descumprimento injustificado de suas deliberações.
Parágrafo único.  Da medida cautelar constará, ainda, a IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato
fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança que constitua infração administrativa ou penal contra os
ou o adolescente dependentes do agressor. direitos da criança ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
Capítulo I competência;
Disposições Gerais VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade
judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e adolescente autor de ato infracional;
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade VII - expedir notificações;
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
adolescente, definidos nesta Lei. criança ou adolescente quando necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração
Art. 132.  Em cada Município e em cada Região da proposta orçamentária para planos e programas de
Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração X - representar, em nome da pessoa e da família, contra
pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, Constituição Federal;
permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo XI - representar ao Ministério Público para efeito
de escolha.  das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho adolescente junto à família natural;
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos
I - reconhecida idoneidade moral; profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
II - idade superior a vinte e um anos;
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
III - residir no município.
adolescentes.
Parágrafo único.  Se, no exercício de suas atribuições,
Art. 134.  Lei municipal ou distrital disporá sobre
o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento
o local, dia e horário de funcionamento do Conselho
do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao
Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos
Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os
membros, aos quais é assegurado o direito a:
motivos de tal entendimento e as providências tomadas para
I - cobertura previdenciária; 
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 a orientação, o apoio e a promoção social da família. 
(um terço) do valor da remuneração mensal;
III - licença-maternidade; Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente
IV - licença-paternidade;  poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido
V - gratificação natalina.  de quem tenha legítimo interesse.
Parágrafo único.  Constará da lei orçamentária municipal
e da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários Capítulo III
ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e Da Competência
formação continuada dos conselheiros tutelares.
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
Art. 135.  O exercício efetivo da função de conselheiro competência constante do art. 147.
constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção
de idoneidade moral.  Capítulo IV
Da Escolha dos Conselheiros
Capítulo II
Das Atribuições do Conselho Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização
previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas do Ministério Público. 
no art. 101, I a VII; § 1o  O processo de escolha dos membros do Conselho
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território
aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII; nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo
III - promover a execução de suas decisões, podendo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição
para tanto: presidencial. 

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 2o  A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia O homem necessita do convívio social, não é um
10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.  ser capaz de viver de maneira autônoma e totalmente
§ 3o  No processo de escolha dos membros do Conselho desvinculada dos demais. Neste sentido, a imposição de
Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou regramentos e normas permitiu que a sociedade atingisse
entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer o atual grau de evolução.
natureza, inclusive brindes de pequeno valor.  Obviamente, no ambiente social surgem conflitos de
interesses. Afinal, nem sempre os bens e valores existem
Capítulo V em quantidade suficiente para atender a todas as pessoas.
Dos Impedimentos Inicialmente, estes conflitos eram solucionados pelos
próprios envolvidos, na denominada fase da autotutela.
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho Contudo, a solução possibilidade pela autotutela era
marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e bastante insatisfatória e fazia com que prevalecesse a lei do
genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio,
mais forte. Então, surgiu o Estado apresentando um melhor
tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
sistema para a solução dos conflitos.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do
O Estado assumiu para si o poder-dever de dizer
conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade
o Direito, de solucionar os conflitos, conhecido como
judiciária e ao representante do Ministério Público com
atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício jurisdição. Assim, o Estado irá elaborar as leis (direito
na comarca, foro regional ou distrital. material) e prever como elas serão aplicadas (direito
processual). A autotutela para a ser punida como regra
Título VI geral e o Estado exerce a heterotutela por meio da atividade
Do Acesso à Justiça jurisdicional.
Jurisdição é o poder-dever do Estado de dizer o Direito.
Capítulo I Sendo assim, trata-se de atividade estatal exercida por
Disposições Gerais intermédio de um agente constituído com competência
para exercê-la, o juiz.
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou Nos primórdios da humanidade não existia o Direito e
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público nem existiam as leis, de modo que a justiça era feita pelas
e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos. próprias mãos, na denominada autotutela. Com a evolução
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada das instituições, o Estado avocou para si o poder-dever de
aos que dela necessitarem, através de defensor público ou solucionar os litígios, o que é feito pela jurisdição.
advogado nomeado. O poder-dever de dizer o direito é uno, apenas existindo
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça uma separação de funções: o Legislativo regulamenta
da Infância e da Juventude são isentas de custas e normas gerais e abstratas (função legislativa) e o Judiciário
emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé. as aplica no caso concreto (função jurisdicional).
Entretanto, vale destacar que na sociedade
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão contemporânea, devido às inúmeras mazelas que se
representados e os maiores de dezesseis e menores apresentaram envolvendo o abarrotamento de processos
de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou pelo Judiciário, passou-se a incentivar a adoção de
curadores, na forma da legislação civil ou processual. métodos de autocomposição, como conciliação, mediação
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador e arbitragem.
especial à criança ou adolescente, sempre que os interesses
Tradicionalmente, são enumerados pela doutrina os
destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou
seguintes princípios inerentes à jurisdição: investidura,
quando carecer de representação ou assistência legal ainda
porque somente exerce jurisdição quem ocupa o cargo
que eventual.
de juiz; aderência ao território, posto que juízes somente
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, têm autoridade no território nacional e nos limites de sua
policiais e administrativos que digam respeito a crianças competência; indelegabilidade, não podendo o Poder
e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional. Judiciário delegar sua competência; inafastabilidade, pois
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato a lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário
não poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se nenhuma lesão ou ameaça a direito.
fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, Embora a jurisdição seja una, em termos doutrinários
residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.  é possível classificá-la: a) quanto ao objeto – penal,
trabalhista e civil (a civil é subsidiária, envolvendo todo
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos direito material que não seja penal ou trabalhista, não
a que se refere o artigo anterior somente será deferida somente questões inerentes ao direito civil); b) quanto ao
pela autoridade judiciária competente, se demonstrado o organismo que a exerce – comum (estadual ou federal)
interesse e justificada a finalidade. ou especial (trabalhista, militar, eleitoral); c) quanto à
hierarquia – superior e inferior.

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Neste sentido, com vistas a instrumentalizar a jurisdição, Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é
impedindo que ela seja exercida de maneira caótica, ela é competente para:
distribuída entre juízos e foros (órgãos competentes em I - conhecer de representações promovidas pelo
localidades determinadas). A esta distribuição das parcelas Ministério Público, para apuração de ato infracional
de jurisdição dá-se o nome de competência. atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
As tutelas jurisdicionais diferenciadas, por sua vez, II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou
são aquelas que apresentam procedimentos diversos do extinção do processo;
comum. Possuem procedimentos ditos especiais, os quais III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
buscam garantir um processo mais rápido e compatível IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses
com as necessidades específicas do direito em discussão. individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
No âmbito do direito da criança e do adolescente, tem-se adolescente, observado o disposto no art. 209;
o estabelecimento de uma tutela jurisdicional diferenciada, V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em
eis que existem inúmeras regras específicas aplicáveis entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
aos processos que envolvem de algum modo criança ou VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de
adolescente. infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente;
A noção de jurisdição inclusiva também se aplica à VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho
tutela jurisdicional da criança e do adolescente. Basicamente, Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
refere-se à propiciação de uma jurisdição que esteja atenta Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou
às peculiaridades das minorias e dos grupos vulneráveis. adolescente nas hipóteses do art. 98, é também competente
No caso, as crianças e adolescentes são considerados um a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
grupo vulnerável devido à condição especial que ocupam. a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar,
Capítulo II perda ou modificação da tutela ou guarda; 
Da Justiça da Infância e da Juventude c) suprir a capacidade ou o consentimento para o
casamento;
Seção I d) conhecer de pedidos baseados em discordância
Disposições Gerais paterna ou materna, em relação ao exercício do poder
familiar; 
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil,
criar varas especializadas e exclusivas da infância e da quando faltarem os pais;
juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua f) designar curador especial em casos de apresentação
proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de de queixa ou representação, ou de outros procedimentos
infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança
plantões. ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
Seção II h) determinar o cancelamento, a retificação e o
Do Juiz suprimento dos registros de nascimento e óbito.

Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar,
Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
forma da lei de organização judiciária local. I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
desacompanhado dos pais ou responsável, em:
Art. 147. A competência será determinada: a) estádio, ginásio e campo desportivo;
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; b) bailes ou promoções dançantes;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, c) boate ou congêneres;
à falta dos pais ou responsável. d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as II - a participação de criança e adolescente em:
regras de conexão, continência e prevenção. a) espetáculos públicos e seus ensaios;
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada b) certames de beleza.
à autoridade competente da residência dos pais ou § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade
responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
abrigar a criança ou adolescente. a) os princípios desta Lei;
§ 3º Em caso de infração cometida através de b) as peculiaridades locais;
transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja c) a existência de instalações adequadas;
mais de uma comarca, será competente, para aplicação da d) o tipo de freqüência habitual ao local;
penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual e) a adequação do ambiente a eventual participação ou
da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas freqüência de crianças e adolescentes;
as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado. f) a natureza do espetáculo.

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste A tutela sócio-individual abrange aspectos do direito
artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as da criança e do adolescente voltado à criança e ao
determinações de caráter geral. adolescente individualmente concebidos, isto é, pensados
como sujeitos de direitos individuais que possam ser por
Seção III eles exercidos.
Dos Serviços Auxiliares A tutela sócio-educativa abrange aspectos do direito
da criança e do adolescente voltados às atividades de
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua ensino e aprendizagem, tanto no que se refere à educação
proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de formal quanto em relação à educação informal.
equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da A tutela coletiva volta-se à proteção de direitos difusos
Infância e da Juventude. e coletivos da criança e do adolescente. Aos direitos difusos
e coletivos são conferidos mecanismos de tutela específicos
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre
para sua proteção, bem como atribuída competência para
outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação
tanto a órgãos determinados que exercerão um papel
local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos,
representativo. No Brasil, destacam-se instituições como
ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver
o Ministério Público e a Defensoria Pública. Sem prejuízo,
trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento,
prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à como visto, há remédios constitucionais que se voltam à
autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do proteção de interesses desta categoria, como o mandado
ponto de vista técnico. de segurança coletivo e a própria ação popular, sem
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de falar na ação civil pública, também mencionada no texto
servidores públicos integrantes do Poder Judiciário constitucional.
responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou de Considerados os diferentes tipos de tutelas inseridas
quaisquer outras espécies de avaliações técnicas exigidas por no direito da criança e do adolescente, justifica-se a
esta Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária tutela jurisdicional diferenciada, adaptada à condição em
poderá proceder à nomeação de perito, nos termos do art. desenvolvimento da criança e do adolescente, que deve ser
156 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de ágil, efetiva, atenta às peculiaridades do caso concreto.
Processo Civil). Os procedimentos especiais do ECA se referem a:
perda e suspensão de poder familiar, destituição de tutela,
Capítulo III colocação em família substituta, apuração de ato infracional
Dos Procedimentos atribuído a adolescente, apuração de irregularidades
em atendimento, apuração de infração administrativa
Seção I às normas de proteção da criança e do adolescente e
Disposições Gerais habilitação em adoção.

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei Seção II


aplicam-se subsidiariamente as normas gerais previstas Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
na legislação processual pertinente.
§ 1o É assegurada, sob pena de responsabilidade, Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão
prioridade absoluta na tramitação dos processos e do poder familiar terá início por provocação do Ministério
procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução Público ou de quem tenha legítimo interesse.
dos atos e diligências judiciais a eles referentes. 
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis
Art. 156. A petição inicial indicará:
aos seus procedimentos são contados em dias corridos,
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento,
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência
vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o
Ministério Público. do requerente e do requerido, dispensada a qualificação
em se tratando de pedido formulado por representante do
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não Ministério Público;
corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra III - a exposição sumária do fato e o pedido;
lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde
ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o logo, o rol de testemunhas e documentos.
Ministério Público.
Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
para o fim de afastamento da criança ou do adolescente judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão
de sua família de origem e em outros procedimentos do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o
necessariamente contenciosos.  julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou
adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. responsabilidade. 

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 1o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
determinará, concomitantemente ao despacho de citação das partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva
e independentemente de requerimento do interessado, de testemunhas que comprovem a presença de uma das
a realização de estudo social ou perícia por equipe causas de suspensão ou destituição do poder familiar
interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de
presença de uma das causas de suspensão ou destituição janeiro de 2002 (Código Civil), ou no art. 24 desta Lei.
do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 § 2o (Revogado).
desta Lei, e observada a Lei no 13.431, de 4 de abril de 2017. § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança
indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1o deste grau de compreensão sobre as implicações da medida.
artigo, de representantes do órgão federal responsável pela § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles
política indigenista, observado o disposto no § 6o do art. 28 forem identificados e estiverem em local conhecido,
desta Lei. ressalvados os casos de não comparecimento perante a
Justiça quando devidamente citados.
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade,
a autoridade judicial requisitará sua apresentação para a
dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem
oitiva.
produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas
e documentos.
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade
§ 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os
judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por
meios para sua realização. cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando,
§ 2º O requerido privado de liberdade deverá ser citado desde logo, audiência de instrução e julgamento.
pessoalmente. § 1º (Revogado).
§ 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça § 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério
houver procurado o citando em seu domicílio ou residência Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se
sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por
informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o
qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte)
a citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos.
seguintes da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código § 3o A decisão será proferida na audiência, podendo a
de Processo Civil). autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para
§ 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
local incerto ou não sabido, serão citados por edital no prazo § 4o Quando o procedimento de destituição de poder
de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
ofícios para a localização. necessidade de nomeação de curador especial em favor da
criança ou adolescente.
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de
constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e Art. 163. O prazo máximo para conclusão do
de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá
nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do
resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o
despacho de nomeação. adolescente com vistas à colocação em família substituta.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou
liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento a suspensão do poder familiar será averbada à margem do
registro de nascimento da criança ou do adolescente.
da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.
Seção III
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária
Da Destituição da Tutela
requisitará de qualquer repartição ou órgão público a
apresentação de documento que interesse à causa, de ofício Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o
ou a requerimento das partes ou do Ministério Público. procedimento para a remoção de tutor previsto na lei
processual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido
concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe A destituição da tutela pode, assim, ser decretada
interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos
dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) previstos na legislação civil, bem como na hipótese de
dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual descumprimento injustificado dos deveres e obrigações.
prazo.

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Seção IV Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
Da Colocação em Família Substituta requerimento das partes ou do Ministério Público,
determinará a realização de estudo social ou, se possível,
Dos artigos 165 a 170 estão descritos procedimentos perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a
adotados na colocação em família substituta: concessão de guarda provisória, bem como, no caso de
adoção, sobre o estágio de convivência.
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de Parágrafo único.  Deferida a concessão da guarda
colocação em família substituta: provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual adolescente será entregue ao interessado, mediante termo
cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste; de responsabilidade.  
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de
seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo
especificando se tem ou não parente vivo; pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o
III - qualificação completa da criança ou adolescente e adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério
de seus pais, se conhecidos; Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, judiciária em igual prazo.
anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente. perda ou a suspensão do poder familiar constituir pressuposto
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se- lógico da medida principal de colocação em família
ão também os requisitos específicos. substituta, será observado o procedimento contraditório
previsto nas Seções II e III deste Capítulo.  
Art. 166.  Se os pais forem falecidos, tiverem sido Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento,
aderido expressamente ao pedido de colocação em família observado o disposto no art. 35.
substituta, este poderá ser formulado diretamente em
cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á
dispensada a assistência de advogado. 
o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art.
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
47.
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
Parágrafo único.  A colocação de criança ou adolescente
devidamente assistidas por advogado ou por defensor
sob a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento
público, para verificar sua concordância com a adoção, no
familiar será comunicada pela autoridade judiciária à
prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo
entidade por este responsável no prazo máximo de 5 (cinco)
da petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por
dias.  
termo as declarações; e
II - declarará a extinção do poder familiar.
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será Seção V
precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a
equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, Adolescente
em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da
medida. Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem
§ 3o São garantidos a livre manifestação de vontade judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade
dos detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das judiciária.
informações.
§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de
validade se não for ratificado na audiência a que se refere o ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade
§ 1o deste artigo. policial competente.
§ 5o O consentimento é retratável até a data da Parágrafo único. Havendo repartição policial
realização da audiência especificada no § 1o deste artigo, especializada para atendimento de adolescente e em se
e os pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10 tratando de ato infracional praticado em co-autoria com
(dez) dias, contado da data de prolação da sentença de maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada,
extinção do poder familiar. que, após as providências necessárias e conforme o caso,
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado encaminhará o adulto à repartição policial própria.
após o nascimento da criança.
§ 7o A família natural e a família substituta receberão Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional
a devida orientação por intermédio de equipe técnica cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106,
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos parágrafo único, e 107, deverá:
responsáveis pela execução da política municipal de garantia I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e
do direito à convivência familiar. o adolescente;

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
II - apreender o produto e os instrumentos da infração; Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo
III - requisitar os exames ou perícias necessários à anterior, o representante do Ministério Público poderá:
comprovação da materialidade e autoria da infração. I - promover o arquivamento dos autos;
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, II - conceder a remissão;
a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de III - representar à autoridade judiciária para aplicação
ocorrência circunstanciada. de medida sócio-educativa.

Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
responsável, o adolescente será prontamente liberado concedida a remissão pelo representante do Ministério
pela autoridade policial, sob termo de compromisso e Público, mediante termo fundamentado, que conterá o
responsabilidade de sua apresentação ao representante do resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade
Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no judiciária para homologação.
primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o
permanecer sob internação para garantia de sua segurança cumprimento da medida.
pessoal ou manutenção da ordem pública.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa
dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial
despacho fundamentado, e este oferecerá representação,
encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante
do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de designará outro membro do Ministério Público para
apreensão ou boletim de ocorrência. apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão,
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a que só então estará a autoridade judiciária obrigada a
autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade homologar.
de atendimento, que fará a apresentação ao representante
do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de do Ministério Público não promover o arquivamento ou
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade
policial. À falta de repartição policial especializada, o judiciária, propondo a instauração de procedimento para
adolescente aguardará a apresentação em dependência aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais
separada da destinada a maiores, não podendo, em adequada.
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo § 1º A representação será oferecida por petição, que
anterior. conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato
infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas,
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária
policial encaminhará imediatamente ao representante do instalada pela autoridade judiciária.
Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim § 2º A representação independe de prova pré-
de ocorrência. constituída da autoria e materialidade.

Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a
indícios de participação de adolescente na prática de conclusão do procedimento, estando o adolescente internado
ato infracional, a autoridade policial encaminhará provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
ao representante do Ministério Público relatório das
investigações e demais documentos. Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade
judiciária designará audiência de apresentação do
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou
ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado
manutenção da internação, observado o disposto no art. 108
em compartimento fechado de veículo policial, em condições
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua e parágrafo.
integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade. § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão
cientificados do teor da representação, e notificados a
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a
apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
devidamente autuados pelo cartório judicial e com § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade
informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas. apresentação.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada
representante do Ministério Público notificará os pais ou a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais
responsável para apresentação do adolescente, podendo ou responsável.
requisitar o concurso das polícias civil e militar.

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em internação ou regime de semi-liberdade será feita:
estabelecimento prisional. I - ao adolescente e ao seu defensor;
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais
características definidas no art. 123, o adolescente deverá ou responsável, sem prejuízo do defensor.
ser imediatamente transferido para a localidade mais § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-
próxima. se-á unicamente na pessoa do defensor.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente,
adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da
desde que em seção isolada dos adultos e com instalações sentença.
apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de
cinco dias, sob pena de responsabilidade. Seção V-A
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de
responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva Criança e de Adolescente
dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional
qualificado. Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a internet com o fim de investigar os crimes previstos nos arts.
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
proferindo decisão. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848,
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às
de internação ou colocação em regime de semi-liberdade, seguintes regras:
a autoridade judiciária, verificando que o adolescente I – será precedida de autorização judicial devidamente
não possui advogado constituído, nomeará defensor, circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites
designando, desde logo, audiência em continuação, da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério
podendo determinar a realização de diligências e estudo Público;
do caso. II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, Público ou representação de delegado de polícia e conterá
no prazo de três dias contado da audiência de apresentação, a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas
oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas. dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que
permitam a identificação dessas pessoas;
testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia,
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias,
cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não
interprofissional, será dada a palavra ao representante
exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada
do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente,
sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial.
pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público
por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em
poderão requisitar relatórios parciais da operação de
seguida proferirá decisão.
infiltração antes do término do prazo de que trata o inciso
II do § 1º deste artigo.
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não § 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste
comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, artigo, consideram-se:
a autoridade judiciária designará nova data, determinando I – dados de conexão: informações referentes a hora,
sua condução coercitiva. data, início, término, duração, endereço de Protocolo de
Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou II – dados cadastrais: informações referentes a nome
suspensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer e endereço de assinante ou de usuário registrado ou
fase do procedimento, antes da sentença. autenticado para a conexão a quem endereço de IP,
identificação de usuário ou código de acesso tenha sido
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer atribuído no momento da conexão.
medida, desde que reconheça na sentença: § 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não
I - estar provada a inexistência do fato; será admitida se a prova puder ser obtida por outros meios.
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato ato infracional; Art. 190-B. As informações da operação de infiltração
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
para o ato infracional. autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
adolescente internado, será imediatamente colocado em acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público
liberdade. e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o
objetivo de garantir o sigilo das investigações.

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a
sua identidade para, por meio da internet, colher indícios de autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção
autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240, das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o
241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154- processo será extinto, sem julgamento de mérito.
A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente
de dezembro de 1940 (Código Penal). da entidade ou programa de atendimento.
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar
de observar a estrita finalidade da investigação responderá Seção VII
pelos excessos praticados. Da Apuração de Infração Administrativa às
Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público
poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as administrativa por infração às normas de proteção à criança
informações necessárias à efetividade da identidade fictícia e ao adolescente terá início por representação do Ministério
criada. Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e
esta Seção será numerado e tombado em livro específico. assinado por duas testemunhas, se possível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a
eletrônicos praticados durante a operação deverão ser natureza e as circunstâncias da infração.
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao § 2º Sempre que possível, à verificação da infração
juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso
circunstanciado. contrário, dos motivos do retardamento.
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados
no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito apresentação de defesa, contado da data da intimação, que
policial, assegurando-se a preservação da identidade do será feita:
agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for
adolescentes envolvidos.
lavrado na presença do requerido;
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
Seção VI
habilitado, que entregará cópia do auto ou da representação
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de
ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
Atendimento
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for
encontrado o requerido ou seu representante legal;
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou
em entidade governamental e não-governamental terá início
não sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante
mediante portaria da autoridade judiciária ou representação
do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, legal.
necessariamente, resumo dos fatos.
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal,
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
entidade, mediante decisão fundamentada.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo
prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar necessário, designará audiência de instrução e julgamento.
documentos e indicar as provas a produzir. Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-
se-ão sucessivamente o Ministério Público e o procurador
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
necessário, a autoridade judiciária designará audiência de prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
instrução e julgamento, intimando as partes. que em seguida proferirá sentença.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações Seção VIII
finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo. Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou
definitivo de dirigente de entidade governamental, a Art. 197-A.  Os postulantes à adoção, domiciliados no
autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste: 
imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para I - qualificação completa; 
a substituição. II - dados familiares; 

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou Parágrafo único.  Caso não sejam requeridas diligências,
casamento, ou declaração relativa ao período de união ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária
estável;  determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
Cadastro de Pessoas Físicas;  dias, decidindo em igual prazo. 
V - comprovante de renda e domicílio; 
VI - atestados de sanidade física e mental;  Art. 197-E.  Deferida a habilitação, o postulante será
VII - certidão de antecedentes criminais;  inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a
VIII - certidão negativa de distribuição cível.  sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem
cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de
Art. 197-B.  A autoridade judiciária, no prazo de 48 crianças ou adolescentes adotáveis. 
(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério § 1o A ordem cronológica das habilitações somente
Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: 
poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe
nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando
interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a
que se refere o art. 197-C desta Lei;  comprovado ser essa a melhor solução no interesse do
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos adotando.
postulantes em juízo e testemunhas;  § 2o A habilitação à adoção deverá ser renovada no
III - requerer a juntada de documentos complementares mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe
e a realização de outras diligências que entender necessárias.  interprofissional.
§ 3o Quando o adotante candidatar-se a uma nova
Art. 197-C.  Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe adoção, será dispensável a renovação da habilitação,
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da bastando a avaliação por equipe interprofissional.
Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que § 4o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado,
conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do
preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida.
ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios § 5o A desistência do pretendente em relação à guarda
desta Lei.  para fins de adoção ou a devolução da criança ou do
§ 1o É obrigatória a participação dos postulantes em adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de
programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, adoção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção.
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
pela execução da política municipal de garantia do direito
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação
à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção
à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável
devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da
Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e por igual período, mediante decisão fundamentada da
estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes autoridade judiciária.
com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades
específicas de saúde, e de grupos de irmãos. Capítulo IV
§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa Dos Recursos
obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo
incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime Art. 198.  Nos procedimentos afetos à Justiça da
de acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução
sob orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal
Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo
adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa Civil), com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei
de acolhimento familiar e institucional e pela execução nº 12.594, de 2012)
da política municipal de garantia do direito à convivência I - os recursos serão interpostos independentemente de
familiar. preparo;
§ 3o É recomendável que as crianças e os adolescentes II - em todos os recursos, salvo nos embargos de
acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora declaração, o prazo para o Ministério Público e para a defesa
sejam preparados por equipe interprofissional antes da
será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº
inclusão em família adotiva.
12.594, de 2012)
Art. 197-D.  Certificada nos autos a conclusão da III - os recursos terão preferência de julgamento e
participação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a dispensarão revisor;
autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no
Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho
designando, conforme o caso, audiência de instrução e fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no
julgamento.  prazo de cinco dias;

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão IV - promover, de ofício ou por solicitação dos
remeterá os autos ou o instrumento à superior instância interessados, a especialização e a inscrição de hipoteca legal
dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer
pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos administradores de bens de crianças e adolescentes nas
dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do hipóteses do art. 98;
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para
intimação. a proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos
relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
149 caberá recurso de apelação. VI - instaurar procedimentos administrativos e, para
instruí-los:
a) expedir notificações para colher depoimentos
Art. 199-A.  A sentença que deferir a adoção produz
ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento
efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será
injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela
recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se
polícia civil ou militar;
tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano b) requisitar informações, exames, perícias e
irreparável ou de difícil reparação ao adotando.  documentos de autoridades municipais, estaduais e federais,
da administração direta ou indireta, bem como promover
Art. 199-B.  A sentença que destituir ambos ou qualquer inspeções e diligências investigatórias;
dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que c) requisitar informações e documentos a particulares e
deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.  instituições privadas;
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
Art. 199-C.  Os recursos nos procedimentos de adoção investigatórias e determinar a instauração de inquérito
e de destituição de poder familiar, em face da relevância policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de
das questões, serão processados com prioridade absoluta, proteção à infância e à juventude;
devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado que VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias
aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo
serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
com parecer urgente do Ministério Público.   IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e
habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal,
na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis
Art. 199-D.  O relator deverá colocar o processo em
afetos à criança e ao adolescente;
mesa para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta)
X - representar ao juízo visando à aplicação de
dias, contado da sua conclusão. 
penalidade por infrações cometidas contra as normas de
Parágrafo único.  O Ministério Público será intimado proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção
da data do julgamento e poderá na sessão, se entender da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
necessário, apresentar oralmente seu parecer.  XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de
atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando
Art. 199-E.  O Ministério Público poderá requerer de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias
a instauração de procedimento para apuração de à remoção de irregularidades porventura verificadas;
responsabilidades se constatar o descumprimento das XII - requisitar força policial, bem como a colaboração
providências e do prazo previstos nos artigos anteriores.   dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de
assistência social, públicos ou privados, para o desempenho
Capítulo V de suas atribuições.
Do Ministério Público § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e
Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica. esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não
excluem outras, desde que compatíveis com a finalidade
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
do Ministério Público.
I - conceder a remissão como forma de exclusão do
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício
processo;
de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos encontre criança ou adolescente.
às infrações atribuídas a adolescentes; § 4º O representante do Ministério Público será
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os responsável pelo uso indevido das informações e
procedimentos de suspensão e destituição do poder familiar, documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso
bem como oficiar em todos os demais procedimentos da VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério
competência da Justiça da Infância e da Juventude;  Público:

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, III - de atendimento em creche e pré-escola às crianças
instaurando o competente procedimento, sob sua presidência; de zero a cinco anos de idade;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade IV - de ensino noturno regular, adequado às condições
reclamada, em dia, local e horário previamente notificados ou do educando;
acertados; V - de programas suplementares de oferta de material
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços didático-escolar, transporte e assistência à saúde do
públicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente, educando do ensino fundamental;
fixando prazo razoável para sua perfeita adequação. VI - de serviço de assistência social visando à proteção
à família, à maternidade, à infância e à adolescência,
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele
parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa necessitem;
dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar
VIII - de escolarização e profissionalização dos
documentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis.
adolescentes privados de liberdade.
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer
caso, será feita pessoalmente. e promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício
do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes. 
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público X - de programas de atendimento para a execução
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo das medidas socioeducativas e aplicação de medidas de
juiz ou a requerimento de qualquer interessado. proteção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) 
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem
Art. 205. As manifestações processuais do representante do da proteção judicial outros interesses individuais, difusos
Ministério Público deverão ser fundamentadas. ou coletivos, próprios da infância e da adolescência,
protegidos pela Constituição e pela Lei. 
Capítulo VI § 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou
Do Advogado adolescentes será realizada imediatamente após notificação
aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes
solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata todos os dados necessários à identificação do desaparecido.
esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para todos
os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão
segredo de justiça. propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para
integral e gratuita àqueles que dela necessitarem. processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça
Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a
prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será     Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses
processado sem defensor. coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á
concorrentemente:
nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo,
I - o Ministério Público;
constituir outro de sua preferência.
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento
de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, e os territórios;
ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato. III - as associações legalmente constituídas há pelo
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais
se tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei,
sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia
autoridade judiciária. autorização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
Capítulo VII Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, interesses e direitos de que cuida esta Lei.
Difusos e Coletivos § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e
ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular: Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar
I - do ensino obrigatório; dos interessados compromisso de ajustamento de sua
II - de atendimento educacional especializado aos conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título
portadores de deficiência; executivo extrajudicial.

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé,
por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações a associação autora e os diretores responsáveis pela
pertinentes. propositura da ação serão solidariamente condenados ao
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por
normas do Código de Processo Civil. perdas e danos.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não
atribuições do poder público, que lesem direito líquido e haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários
certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se periciais e quaisquer outras despesas.
regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-
de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação
tutela específica da obrigação ou determinará providências civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.
que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento. Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar
havendo justificado receio de ineficácia do provimento a propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério
final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após Público para as providências cabíveis.
justificação prévia, citando o réu.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado
na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente poderá requerer às autoridades competentes as certidões e
de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do prazo de quinze dias.
preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua
em julgado da sentença favorável ao autor, mas será
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa,
devida desde o dia em que se houver configurado o
organismo público ou particular, certidões, informações,
descumprimento.
exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não
poderá ser inferior a dez dias úteis.
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas
pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do
todas as diligências, se convencer da inexistência de
respectivo município.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o fundamento para a propositura da ação cível, promoverá
trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças
execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos informativas, fazendo-o fundamentadamente.
autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o informação arquivados serão remetidos, sob pena de se
dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho
crédito, em conta com correção monetária. Superior do Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos de arquivamento, em sessão do Conselho Superior do
recursos, para evitar dano irreparável à parte. Ministério público, poderão as associações legitimadas
apresentar razões escritas ou documentos, que serão
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de
condenação ao poder público, o juiz determinará a remessa informação.
de peças à autoridade competente, para apuração da § 4º A promoção de arquivamento será submetida a
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério
atribua a ação ou omissão. Público, conforme dispuser o seu regimento.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro
da sentença condenatória sem que a associação autora lhe órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados. Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as
disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao
réu os honorários advocatícios arbitrados na conformidade
do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil), quando reconhecer que a
pretensão é manifestamente infundada.

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Título VII Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
constrangimento:
Capítulo I Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Dos Crimes
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa
Seção I causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou
Disposições Gerais adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da
apreensão:
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados Pena - detenção de seis meses a dois anos.
contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem
prejuízo do disposto na legislação penal. Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado
nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei Pena - detenção de seis meses a dois anos.
as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao    
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do
Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação Pena - detenção de seis meses a dois anos.
pública incondicionada.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de
Seção II quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
Dos Crimes em Espécie judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências ou efetiva a paga ou recompensa.
do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
Parágrafo único. Se o crime é culposo: destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. com inobservância das formalidades legais ou com o fito de
obter lucro:
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ameaça ou fraude: 
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
referidos no art. 10 desta Lei: correspondente à violência.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Art. 240.  Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar
ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:  
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua
§ 1o  Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da participação de criança ou adolescente nas cenas referidas
autoridade judiciária competente: no caputdeste artigo, ou ainda quem com esses contracena.  
Pena - detenção de seis meses a dois anos. § 2o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que comete o crime:  
procede à apreensão sem observância das formalidades I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto
legais. de exercê-la;  
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela coabitação ou de hospitalidade; ou  
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata III – prevalecendo-se de relações de parentesco
comunicação à autoridade judiciária competente e à família consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de
do apreendido ou à pessoa por ele indicada: tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem,
Pena - detenção de seis meses a dois anos. a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com
seu consentimento.  

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 241.  Vender ou expor à venda fotografia, vídeo  Art. 241-D.  Aliciar, assediar, instigar ou constranger,
ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:  com ela praticar ato libidinoso: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.   Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 Parágrafo único.  Nas mesmas penas incorre quem: 
Art. 241-A.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,  I – facilita ou induz o acesso à criança de material
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o
por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, fim de com ela praticar ato libidinoso; 
vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito  II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo
ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:   com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.  ou sexualmente explícita. 
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem: 
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento  Art. 241-E.  Para efeito dos crimes previstos nesta
das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
artigo;  compreende qualquer situação que envolva criança ou
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança
o caput deste artigo. ou adolescente para fins primordialmente sexuais. 
 § 2o  As condutas tipificadas nos incisos I e II do §
1  deste artigo são puníveis quando o responsável legal
o
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,
de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata munição ou explosivo:
o caput deste artigo.  Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. 

 Art. 241-B.  Adquirir, possuir ou armazenar, por Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros
envolvendo criança ou adolescente:  produtos cujos componentes possam causar dependência
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.  física ou psíquica:
 § 1o  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se
se de pequena quantidade o material a que se refere o fato não constitui crime mais grave.
o caput deste artigo. 
 § 2o  Não há crime se a posse ou o armazenamento Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos
a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241- de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu
A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
 I – agente público no exercício de suas funções;  dano físico em caso de utilização indevida:
 II – membro de entidade, legalmente constituída, que Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento,
o processamento e o encaminhamento de notícia dos Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais
crimes referidos neste parágrafo;  definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à
 III – representante legal e funcionários responsáveis de exploração sexual: 
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da
de computadores, até o recebimento do material relativo à perda de bens e valores utilizados na prática criminosa em
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da
ao Poder Judiciário.  unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi
 § 3o  As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
manter sob sigilo o material ilícito referido.  § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a
Art. 241-C.  Simular a participação de criança ou submissão de criança ou adolescente às práticas referidas
adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica no caputdeste artigo. 
por meio de adulteração, montagem ou modificação de § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação cassação da licença de localização e de funcionamento do
visual:  estabelecimento. 
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas quem Art. 244-B.  Corromper ou facilitar a corrupção de menor
vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou
divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o induzindo-o a praticá-la: 
material produzido na forma do caput deste artigo.  Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
§ 1o  Incorre nas penas previstas no caput deste artigo Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os
quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária
internet.  ou Conselho Tutelar: 
§ 2o  As penas previstas no caput deste artigo são Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de
25 de julho de 1990.  Art. 250.  Hospedar criança ou adolescente
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
Capítulo II autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em
Das Infrações Administrativas hotel, pensão, motel ou congênere: 
Pena – multa. 
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por § 1º  Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, de multa, a autoridade judiciária poderá determinar o
pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. 
os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou § 2º  Se comprovada a reincidência em período inferior
confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente: a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
Pena - multa de três a vinte salários de referência, fechado e terá sua licença cassada. 
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de qualquer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83,
entidade de atendimento o exercício dos direitos constantes 84 e 85 desta Lei:
nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada
devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou do local de exibição, informação destacada sobre a natureza
documento de procedimento policial, administrativo ou da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua certificado de classificação:
ato infracional: Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer
parcialmente, fotografia de criança ou adolescente representações ou espetáculos, sem indicar os limites de
envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração idade a que não se recomendem:
que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam Pena - multa de três a vinte salários de referência,
atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou duplicada em caso de reincidência, aplicável, separadamente,
indiretamente. à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa publicidade.
ou emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista
neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
apreensão da publicação ou a suspensão da programação espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso
da emissora até por dois dias, bem como da publicação de sua classificação:
do periódico até por dois números. (Expressão declarada Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
inconstitucional pela ADIN 869-2). duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária
poderá determinar a suspensão da programação da emissora
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de por até dois dias.
seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar
a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
prestação de serviço doméstico, mesmo que autorizado classificado pelo órgão competente como inadequado às
pelos pais ou responsável: crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
aplicando-se o dobro em caso de reincidência, reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão
independentemente das despesas de retorno do adolescente, do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até
se for o caso. quinze dias.

78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita Parágrafo único. Compete aos estados e municípios
de programação em vídeo, em desacordo com a classificação promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às
atribuída pelo órgão competente: diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
Pena - multa de três a vinte salários de referência;
em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá Art. 260.  Os contribuintes poderão efetuar doações aos
determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
dias. distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas,
sendo essas integralmente deduzidas do imposto de renda,
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e obedecidos os seguintes limites: 
79 desta Lei: I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo lucro real; e
de apreensão da revista ou publicação. II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
apurado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10
empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de dezembro de 1997.
de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre § 1º - (Revogado)
sua participação no espetáculo: § 1o-A.  Na definição das prioridades a serem atendidas
Pena - multa de três a vinte salários de referência; com os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais
em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão
determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção,
dias. Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional
Art. 258-A.  Deixar a autoridade competente de pela Primeira Infância.  
providenciar a instalação e operacionalização dos cadastros § 2o  Os conselhos nacional, estaduais e municipais
previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:  dos direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações
(três mil reais).  subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente
Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas a autoridade
percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de
que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de
guarda, de crianças e adolescentes e para programas de
adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas
atenção integral à primeira infância em áreas de maior
ou casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes
carência socioeconômica e em situações de calamidade.  
em regime de acolhimento institucional ou familiar.  
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério
da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a
Art. 258-B.  Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar
imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso deste artigo.
de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca
em entregar seu filho para adoção:   a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos
(três mil reais).  fiscais referidos neste artigo.
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena o funcionário § 5o  Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no
de programa oficial ou comunitário destinado à garantia 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata
do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a o inciso I do caput: 
comunicação referida no caput deste artigo.  I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no II - não poderá ser computada como despesa operacional
inciso II do art. 81: na apuração do lucro real.
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$
10.000,00 (dez mil reais); Art. 260-A.  A partir do exercício de 2010, ano-calendário
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que
comercial até o recolhimento da multa aplicada. trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua
Declaração de Ajuste Anual. 
Disposições Finais e Transitórias § 1o  A doação de que trata o caput poderá ser deduzida
até os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da apurado na declaração:
publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo I - (VETADO);
sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes II - (VETADO); 
da política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
estabelece o Título V do Livro II. § 2o  A dedução de que trata o caput:

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto § 2o  No caso de doação em bens, o comprovante
sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II deve conter a identificação dos bens, mediante descrição
do caput do art. 260; em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante,
II - não se aplica à pessoa física que:  informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
a) utilizar o desconto simplificado; CNPJ e endereço dos avaliadores.
b) apresentar declaração em formulário; ou 
c) entregar a declaração fora do prazo; Art. 260-E.  Na hipótese da doação em bens, o doador
III - só se aplica às doações em espécie; e  deverá:
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
em vigor. documentação hábil;
§ 3o  O pagamento da doação deve ser efetuado até a II - baixar os bens doados na declaração de bens e
data de vencimento da primeira quota ou quota única do direitos, quando se tratar de pessoa física, e na escrituração,
imposto, observadas instruções específicas da Secretaria no caso de pessoa jurídica; e
da Receita Federal do Brasil. III - considerar como valor dos bens doados:
§ 4o  O não pagamento da doação no prazo estabelecido a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
no § 3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, declaração do imposto de renda, desde que não exceda o
ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença valor de mercado;
de imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
com os acréscimos legais previstos na legislação.  Parágrafo único.  O preço obtido em caso de leilão não
§ 5o  A pessoa física poderá deduzir do imposto será considerado na determinação do valor dos bens doados,
apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações exceto se o leilão for determinado por autoridade judiciária.
feitas, no respectivo ano-calendário, aos fundos
controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e Art. 260-F.  Os documentos a que se referem os arts.
do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por
concomitantemente com a opção de que trata o caput, um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da
respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. dedução perante a Receita Federal do Brasil.
Art. 260-B.  A doação de que trata o inciso I do art. 260
Art. 260-G.  Os órgãos responsáveis pela administração
poderá ser deduzida:
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e
devem:
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual,
I - manter conta bancária específica destinada
para as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. 
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; 
Parágrafo único.  A doação deverá ser efetuada dentro
II - manter controle das doações recebidas; e 
do período a que se refere a apuração do imposto.
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal
Art. 260-C.  As doações de que trata o art. 260 desta Lei do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os
podem ser efetuadas em espécie ou em bens.  seguintes dados por doador:
Parágrafo único.  As doações efetuadas em espécie a) nome, CNPJ ou CPF;
devem ser depositadas em conta específica, em instituição b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie
financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que ou em bens.
trata o art. 260.
Art. 260-H.  Em caso de descumprimento das obrigações
Art. 260-D.  Os órgãos responsáveis pela administração previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
devem emitir recibo em favor do doador, assinado por pessoa Art. 260-I.  Os Conselhos dos Direitos da Criança e
competente e pelo presidente do Conselho correspondente, do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
especificando: divulgarão amplamente à comunidade:
I - número de ordem;  I - o calendário de suas reuniões;
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de
e endereço do emitente;  atendimento à criança e ao adolescente;
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) III - os requisitos para a apresentação de projetos a
do doador; serem beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou
V - ano-calendário a que se refere a doação. municipais;
§ 1o  O comprovante de que trata o caput deste artigo IV - a relação dos projetos aprovados em cada
pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os ano-calendário e o valor dos recursos previstos para
valores doados mês a mês.  implementação das ações, por projeto;

80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, 2) Art. 129 (...)
por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer
de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a das hipóteses do art. 121, § 4º.
Adolescência; e § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados art. 121.
com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do 3) Art. 136 (...)
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais. § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
praticado contra pessoa menor de catorze anos.
Art. 260-J.  O Ministério Público determinará, em cada 4) Art. 213 (...)
Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
fiscais referidos no art. 260 desta Lei. Pena - reclusão de quatro a dez anos.
Parágrafo único.  O descumprimento do disposto nos 5) Art. 214 (...)
arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá Pena - reclusão de três a nove anos.”
atuar de ofício, a requerimento ou representação de qualquer
cidadão. Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro
de 1973, fica acrescido do seguinte item:
Art. 260-K.  A Secretaria de Direitos Humanos da “Art. 102 (...)
Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder.”
da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano,
arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas
dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, da União, da administração direta ou indireta, inclusive
estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal
números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto,
específicas mantidas em instituições financeiras públicas, que será posto à disposição das escolas e das entidades
destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. de atendimento e de defesa dos direitos da criança e do
adolescente.
Art. 260-L.  A Secretaria da Receita Federal do Brasil
Art. 265-A.  O poder público fará periodicamente ampla
expedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto
divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos
nos arts. 260 a 260-K.
meios de comunicação social.
Parágrafo único.  A divulgação a que se refere o
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
caput será veiculada em linguagem clara, compreensível
criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações
e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às
a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei
crianças com idade inferior a 6 (seis) anos.
serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca
a que pertencer a entidade.
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar publicação.
aos estados e municípios, e os estados aos municípios, os Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão
recursos referentes aos programas e atividades previstos ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e
nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos direitos esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis.
Art. 267. Revogam-se as Leis nº 4.513, de 1964, e 6.697,
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais
Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas disposições em contrário.
pela autoridade judiciária.
Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e
Art. 263. O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro 102º da República.
de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes
alterações:
1) Art. 121 (...)
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de
um terço, se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada
de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de
catorze anos.

81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
EXERCÍCIOS d) De dezesseis anos de idade, inclusive na condição
de aprendiz.
1. (FCC/2014 - Prefeitura de Recife/PE - Procurador) e) De dezessete anos de idade, inclusive na condição
Nos termos do art. 226 da Constituição Federal, “a família, de aprendiz.
base da sociedade, tem especial proteção do Estado”. Entre R: B. Em que pese o teor do art. 64 do ECA, que poderia
os aspectos abrangidos pelo direito à proteção especial, dar a entender que um menor de 14 anos pode trabalhar,
segundo o texto constitucional, encontram-se os seguintes: prevalece o que diz o texto da Constituição Federal: “Art.
a) garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; e 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e de outros que visem à melhoria de sua condição social:
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, [...] XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
quando da aplicação de qualquer medida privativa da insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a
liberdade. menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
b) garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; a partir de quatorze anos”. Logo, o menor pode trabalhar
e acesso universal à educação infantil, em creche e pré- em qualquer serviço, desde que não seja noturno, perigoso
e insalubre, dos 16 aos 18 anos; e entre 14 e 16 anos apenas
escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade.
pode trabalhar como aprendiz.
c) erradicação do analfabetismo; e estímulo do Poder
Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e
3. (FCC/2016 - AL-MS - Agente de Polícia Legislativo)
subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de
Sobre a adoção, nos termos preconizados pelo Estatuto da
guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado. Criança e do Adolescente,
d) punição severa ao abuso, à violência e à exploração a) o adotante deve ser, no mínimo, 18 anos mais velho
sexual da criança e do adolescente; e garantia às presidiárias que o adotando.
de condições para que possam permanecer com seus filhos b) é permitida a adoção por procuração.
durante o período de amamentação. c) se um dos cônjuges adota o filho do outro, mantêm-
e) punição severa ao abuso, à violência e à exploração se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge do
sexual da criança e do adolescente; e estímulo do Poder adotante e os respectivos parentes.
Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e d) é vedada a adoção conjunta pelos divorciados,
subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de separados judicialmente e pelos ex-companheiros.
guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado. e) o estágio de convivência que precede a adoção
R: A. O artigo 227, §3º, CF fixa os aspectos que não poderá, em nenhuma hipótese, ser dispensado pela
abrangem a proteção especial da criança e do adolescente: autoridade judiciária.
“I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao R: C. Neste sentido, disciplina o art. 41, § 1º, ECA: “Se
trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII; II - garantia um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro,
de direitos previdenciários e trabalhistas; III - garantia de mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e
acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; IV - o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos
garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de parentes”. A alternativa “a” está errada porque o adotante
ato infracional, igualdade na relação processual e defesa deve ser, pelo menos, 16 anos mais velho que o adotado
técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a e possuir pelo menos 18 anos (art. 42, § 3º, ECA); a
legislação tutelar específica; V - obediência aos princípios de alternativa “b” está incorreta porque é vedada a adoção
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar por procuração, pois a adoção é ato personalíssimo (art. 39,
de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de § 2º, ECA); a alternativa “d” está incorreta porque é possível
qualquer medida privativa da liberdade; VI - estímulo do a adoção conjunta desde que preencha os requisitos de
serem casados civilmente ou mantenham união estável,
Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos
comprovada a estabilidade da família (art. 42, § 1º, ECA); e
fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob
a alternativa “e” está incorreta porque pode ser dispensado
a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou
o estágio de convivência quando o adotando já estiver sob
abandonado; VII - programas de prevenção e atendimento
a tutela ou guarda do adotante (art. 46, § 1º, ECA).
especializado à criança, ao adolescente e ao jovem
dependente de entorpecentes e drogas afins”. 4. (FCC/2016 - AL-MS - Agente de Polícia Legislativo)
Sobre a prática de ato infracional à luz do Estatuto da
2. (Alternative Concursos/2017 - Prefeitura de Sul Criança e do Adolescente, é INCORRETO afirmar que a
Brasil/SC - Agente Educativo) De acordo com o Estatuto a) medida socioeducativa de internação pode ser
da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069/90, art. 60, é determinada por descumprimento reiterado e injustificável
proibido qualquer trabalho a menores: da medida anteriormente imposta.
a) De quatorze anos de idade, inclusive na condição de b) internação, antes da sentença, poderá ser
aprendiz. determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
b) De quatorze anos de idade, salvo na condição de c) medida socioeducativa de internação não poderá
aprendiz. exceder em nenhuma hipótese três anos, liberando-se
c) De dezesseis anos de idade, salvo na condição de compulsoriamente o menor infrator aos vinte e um anos
aprendiz. de idade.

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
d) medida socioeducativa de liberdade assistida educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos
será fixada pelo prazo mínimo de trinta dias, podendo a integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída agentes públicos executores de medidas socioeducativas
por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles,
e o defensor. tratá-los, educá-los ou protegê-los”. A alternativa “a”
e) remissão não implica necessariamente o está errada porque o artigo 16 do ECA fixa que o direito
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, à liberdade envolve os seguintes aspectos: “I - ir, vir e
nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,
incluir eventualmente a aplicação de qualquer das ressalvadas as restrições legais; II - opinião e expressão; III
medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de - crença e culto religioso; IV - brincar, praticar esportes
semiliberdade e a internação. e divertir-se; V - participar da vida familiar e comunitária,
R: D. A lei exige como prazo mínimo de medida sem discriminação; VI - participar da vida política, na
socioeducativa o período de 6 meses, conforme art. 118, § forma da lei; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação”.
2º, ECA, não 30 dias conforme a alternativa “d”, razão pela A alternativa “b” está errada porque o artigo 17 do ECA
qual está incorreta. A alternativa “a” está prevista no art. prevê que “o direito ao respeito consiste na inviolabilidade
122, § 1º, ECA; a alternativa “b” está prevista no art. 108 do da integridade física, psíquica e moral da criança e do
ECA; a alternativa “c” está prevista no art. 121, §§ 3º e 5º, adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
ECA; a alternativa “e” está prevista no art. 127 ECA. identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças,
dos espaços e objetos pessoais”. A alternativa “d” está
5. (COMPERVE/2016 - Câmara de Natal/RN - Guarda errada porque o artigo 18 do ECA assegura que “é direito
Legislativo) As crianças e os adolescentes, qualificados pelo da criança e do adolescente ser criado e educado no seio
direito hoje vigente como pessoas em desenvolvimento, de sua família e, excepcionalmente, em família substituta,
receberam do direito positivo brasileiro, tutela especial assegurada a convivência familiar e comunitária, em
através da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, mais ambiente que garanta seu desenvolvimento integral”.
conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente.
Seguindo as diretrizes traçadas pela Constituição de 1988, 6. (FUNRIO/2016 - IF-PA - Assistente de Alunos)
o Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe a previsão Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
normativa da absoluta prioridade e de variados direitos 8.069/90), é considerado criança
fundamentais. Em tal seara, foi determinado que as crianças a) a pessoa até seis anos incompletos de idade.
e os adolescentes têm direito, b) a pessoa até oito anos incompletos de idade.
a) à liberdade, de forma a compreender a liberdade c) a pessoa até 12 anos incompletos de idade.
de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços d) a pessoa até 18 anos incompletos de idade.
comunitários, ressalvadas as restrições legais; a liberdade e) a pessoa até 14 anos incompletos, desde que não
de opinião e de expressão; a liberdade de brincar e de tenha cometido nenhum crime.
praticar esportes, a liberdade de participar da vida familiar R: C. O Estatuto da Criança e do Adolescente opta
e comunitária; a liberdade de buscar refúgio, auxílio e por categorizar separadamente estas duas categorias de
orientação, excetuadas dessa tutela a liberdade de crença e menores. Criança é aquele que tem até 12 anos de idade
culto religioso e de participar da vida política. (na data de aniversário de 12 anos, passa a ser adolescente),
b) ao respeito, consistente na inviolabilidade da adolescente é aquele que tem entre 12 e 18 anos (na data
sua integridade física, psíquica e moral, abrangendo a de aniversário de 18 anos, passa a ser maior), conforme o
preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de artigo 2º do ECA.
seus valores, ideias e crenças, excluída a tutela dos seus
espaços e objetos pessoais. 7. (FUNRIO/2016 - IF-PA - Assistente de Alunos) A
c) de serem educados e cuidados sem o uso de intenção principal do Estatuto da Criança e do Adolescente
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como (Lei nº 8.069/90) é
formas de correção, disciplina, educação ou a qualquer a) prover uma boa escola para que crianças e
outro pretexto, por parte dos pais, de integrantes da adolescentes possam trabalhar o mais cedo possível.
família ampliada, dos responsáveis, dos agentes públicos b) questionar políticas sociais que venham a proteger
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer quem não merece.
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los c) distribuir renda entre os mais empobrecidos da
ou protegê-los. população.
d) de serem criados e educados no seio de sua família d) proteger integralmente crianças e adolescentes,
biológica, não se admitindo a sua inserção em família garantindo políticas públicas neste sentido.
substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, e) proteger crianças e adolescentes da prisão.
em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. R: D. Conforme o artigo 1º do ECA, “esta Lei dispõe
R: C. Nestes termos, preconiza o artigo 18-A do ECA: sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”. O
“A criança e o adolescente têm o direito de ser educados princípio da proteção integral se associa ao princípio da
e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento prioridade absoluta, colacionado no artigo 4º do ECA e
cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, no artigo 227, CF. De uma doutrina da situação irregular,

83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
o direito evoluiu e passou a contemplar uma noção de outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
proteção mais ampla da criança e do adolescente, que não ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos
apenas abordasse situações de irregularidade (embora executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
ainda o fizesse), mas que abrangesse todo o arcabouço pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los
jurídico protetivo da criança e do adolescente, que é a ou protegê-los.
doutrina da proteção integral. c) no direito à liberdade, ao respeito e à dignidade
como pessoas humanas em processo de desenvolvimento
8. (Prefeitura de Cruzeiro - SP - Auxiliar de e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
Desenvolvimento Infantil - Instituto Excelência/2016) garantidos na Constituição e nas leis.
O Estatuto da Criança e do Adolescente em seu art. 4º,
d) na inviolabilidade da integridade física, psíquica
parágrafo único fixa a garantia de prioridade. Assinale
e moral da criança e do adolescente, abrangendo a
a alternativa CORRETA que compreende uma dessas
prioridades: preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos
a) Nenhuma criança ou adolescente será objeto de valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
qualquer forma de negligência, descriminação e exploração. R: D. Dispõe o ECA em seu artigo 15: “A criança
b) É assegurado atendimento integral á saúde da e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e
criança e do adolescente por intermédio do sistema único à dignidade como pessoas humanas em processo de
de saúde. desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos
c) Precedência de atendimento, nos serviços públicos e sociais garantidos na Constituição e nas leis”.
ou de relevância pública.
d) Manter alojamento conjunto, possibilitando ao 11. (TRT - 1ª REGIÃO - Juiz do Trabalho Substituto
neonato a permanência junto á mãe. - FCC/2016) Sobre o trabalho da criança e do adolescente,
R: C. Conforme o artigo 4º, parágrafo único, ECA, “a é correto afirmar:
garantia de prioridade compreende: [...] b) precedência a) É proibido o trabalho de adolescentes em atividades
de atendimento nos serviços públicos ou de relevância
lúdicas.
pública”.
b) É proibido para os menores de 16, salvo na condição
9. (FUNDAÇÃO CASA - Agente Administrativo - de aprendizes.
VUNESP/2010) Relativamente às Disposições Preliminares c) É proibido o trabalho noturno de menores de 16
do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a anos, salvo na condição de aprendizes.
alternativa correta. d) É proibido o trabalho de adolescentes em hospitais,
a) Considera-se criança a pessoa com até doze anos salvo na condição de aprendizes de enfermagem.
completos, e adolescente aquela entre treze e dezoito anos e) É proibido o trabalho de crianças em peças teatrais e
de idade incompletos. atividades cinematográficas.
b) Nos casos em que a lei determinar, deverá ser R: B. Nos termos do artigo 60, ECA, “é proibido
constantemente aplicado o Estatuto da Criança e do qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade,
Adolescente às pessoas entre dezenove e vinte anos de salvo na condição de aprendiz”. Aceita-se o trabalho
idade. como aprendiz entre 14 e 16 anos. A partir dos 16 anos,
c) A garantia de prioridade para o adolescente
o adolescente pode trabalhar, não necessariamente como
compreende a primazia na formulação das políticas sociais
aprendiz, embora a lei fixe outras restrições.
públicas para o lazer.
d) Na aplicação dessa Lei, deverão ser levados em
conta os fins políticos a que ela se destina. 12. (TRT - 1ª REGIÃO - Juiz do Trabalho Substituto -
e) Destinação privilegiada de recursos públicos nas FCC/2016) A formação técnico-profissional do adolescente
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. NÃO deverá obedecer a
R: E. Conforme o artigo 4º, parágrafo único, ECA, “a a) horário especial, estabelecido em lei.
garantia de prioridade compreende: [...] d) destinação b) horário especial, de acordo com a atividade.
privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas c) peculiaridades do seu desenvolvimento pessoal.
com a proteção à infância e à juventude”. d) adequação ao mercado de trabalho.
e) prevalência das atividades educativas sobre as
10. (Prefeitura de Cruzeiro - SP - Auxiliar de produtivas.
Desenvolvimento Infantil - Instituto Excelência/2016) R: A. Dispõe o ECA: “Art. 63. A formação técnico-
Assinale a alternativa CORRETA conforme o artigo 15 do profissional obedecerá aos seguintes princípios: [...]
ECA:
III - horário especial para o exercício das atividades”.
a) na dignidade da criança e do adolescente, pondo-
os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, Especificamente, o horário deve ser fixado sem prejudicar
aterrorizante, vexatório ou constrangedor. a frequência à escola (artigo 67, IV, ECA) e é proibido o
b) no direito de ser educados e cuidados sem o uso de trabalho noturno. Entretanto, a lei não fixa com precisão o
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como horário de trabalho permitido ao adolescente.
formas de correção, disciplina, educação ou qualquer

84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação
13. (IDECAN/2016 - UFPB - Auxiliar em Assuntos
Educacionais) Considerando a prática de ato infracional
ANOTAÇÕES
por adolescentes e os direitos individuais assegurados,
nessa situação, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), assinale a alternativa correta. ___________________________________________________
a) Considera-se ato infracional a conduta descrita como
crime e não a estabelecida como contravenção penal. ___________________________________________________
b) O adolescente não pode ser privado de sua liberdade ___________________________________________________
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita
e fundamentada da autoridade judiciária competente. ___________________________________________________
c) O adolescente que comete ato infracional perde o
direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, ___________________________________________________
devendo, contudo, ser informado acerca de seus direitos.
d) O adolescente civilmente identificado será ___________________________________________________
submetido à identificação compulsória pelos órgãos ___________________________________________________
policiais, de proteção e judiciais, independente se para
efeito de confrontação em caso de dúvida fundada. ___________________________________________________
R: B. Conforme preconiza o art. 106, “nenhum
adolescente será privado de sua liberdade senão em ___________________________________________________
flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e
___________________________________________________
fundamentada da autoridade judiciária competente”.
___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fundamentos da Educação

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Texto: leitura e compreensão. .......................................................................................................................................................................................01
Textos verbais e não verbais. .........................................................................................................................................................................................01
Texto literário e não literário; linguagens denotativa e conotativa; intertextualidade e polifonia. ................................................01
Tipologia textual e gêneros de circulação social. .................................................................................................................................................17
Coesão e coerência do texto. ........................................................................................................................................................................................39
Variabilidade linguística....................................................................................................................................................................................................50
Fonologia: fonema e letra; sílaba, encontros vocálicos e consonantais, dígrafos; ................................................................................54
Ortografia; .............................................................................................................................................................................................................................56
Acentuação tônica e gráfica. .........................................................................................................................................................................................64
Morfossintaxe: noções básicas de estrutura de palavras; ................................................................................................................................68
classes de palavras; tempos e modos verbais. ......................................................................................................................................................68
Alfabetização e letramento.............................................................................................................................................................................................68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Condições básicas para interpretar
TEXTO: LEITURA E COMPREENSÃO.
TEXTOS VERBAIS E NÃO VERBAIS. Fazem-se necessários:
TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO; - Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
LINGUAGENS DENOTATIVA E CONOTATIVA; literários, estrutura do texto), leitura e prática;
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
INTERTEXTUALIDADE E POLIFONIA.
texto) e semântico;

Observação – na semântica (significado das palavras)


incluem--se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
É muito comum, entre os candidatos a um cargo tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
público, a preocupação com a interpretação de textos. gem, entre outros.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar - Capacidade de observação e de síntese e
no momento de responder às questões relacionadas a - Capacidade de raciocínio.
textos.
Interpretar X compreender
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz Interpretar significa
de produzir interação comunicativa (capacidade de codi- - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
ficar e decodificar ). - Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
Contexto – um texto é constituído por diversas fra- - O autor permite concluir que...
ses. Em cada uma delas, há uma certa informação que a - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando
condições para a estruturação do conteúdo a ser trans- Compreender significa
mitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão gran- está escrito.
de que, se uma frase for retirada de seu contexto original - o texto diz que...
e analisada separadamente, poderá ter um significado - é sugerido pelo autor que...
diferente daquele inicial. - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
- o narrador afirma...
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
Erros de interpretação
rências diretas ou indiretas a outros autores através de
citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma
- Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do con-
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia
texto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações,
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção
na prova. apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con-
junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: entendimento do tema desenvolvido.
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamen- - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con-
tais de uma argumentação, de um processo, de uma épo- trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
ca (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os cadas e, consequentemente, errando a questão.
quais definem o tempo).
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança Observação - Muitos pensam que há a ótica do es-
ou de diferenças entre as situações do texto. critor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
com uma realidade, opinando a respeito. é o que o autor diz e nada mais.
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou se-
cundárias em um só parágrafo. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras pala- relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
vras. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
vai dizer e o que já foi dito.

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa

OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia- Eu disse “cliente paulista”, percebo a redundância: o
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e paulista é sempre cliente. Sem querer estereotipar, mas já
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor crédito?”.[...] Como pode ele entender que o fato de estar pa-
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- gando não garantirá a atenção do garçom carioca? Como
cedente. pode o ignóbil paulista, nascido e criado na crua batalha en-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- tre burgueses e proletários, compreender o discreto charme
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de da aristocracia?
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que Sim, meu caro paulista: o garçom carioca é antes de
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, tudo um nobre. Um antigo membro da corte que esconde,
a saber: por trás da carapinha entediada, do descaso e da gravata
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- borboleta, saudades do imperador. [...] Se deixou de bajular
te, mas depende das condições da frase. os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e
- qual (neutro) idem ao anterior. rainhas do 20: levou gim tônicas para Vinicius e caipirinhas
- quem (pessoa) para Sinatra, uísques para Tom e leites para Nelson, recebeu
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois gordas gorjetas de Orson Welles e autógrafos de Rockfeller;
o objeto possuído. ainda hoje fala de futebol com Roberto Carlos e ouve conse-
- como (modo) lhos de João Gilberto. Continua tão nobre quanto sempre foi,
- onde (lugar) seu orgulho permanece intacto.
quando (tempo) Até que chega esse paulista, esse homem bidimensio-
quanto (montante) nal e sem poesia, de camisa polo, meia soquete e sapatê-
nis, achando que o jacarezinho de sua Lacoste é um crachá
Exemplo: universal, capaz de abrir todas as portas. Ah, paulishhhhta
Falou tudo QUANTO queria (correto) otááário, nenhum emblema preencherá o vazio que carre-
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria gas no peito - pensa o garçom, antes de conduzi-lo à última
aparecer o demonstrativo O ).
mesa do restaurante, a caminho do banheiro, e ali esquecê-
-lo para todo o sempre.
Dicas para melhorar a interpretação de textos
Veja, veja como ele se debate, como se debaterá ama-
nhã, depois de amanhã e até a Quarta-Feira de Cinzas, mal-
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
assunto; dizendo a Guanabara, saudoso das várzeas do Tietê, onde
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a desigualdade é tão mais organizada: “Ô, companheirô,
a leitura; faz meia hora que eu cheguei, dava pra ver um cardápio?!”.
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto Acalme-se, conterrâneo.
pelo menos duas vezes; Acostume-se com sua existência plebeia. O garçom ca-
- Inferir; rioca não está aí para servi-lo, você é que foi ao restaurante
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; para homenageá-lo.
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do (Antonio Prata, Cliente paulista, garçom carioca. Folha
autor; de S.Paulo, 06.02.2013)
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor (*) Um tipo de coreografia, de dança.
compreensão;
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
cada questão; LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. Assinale a alternativa contendo passagem em que o autor
simula dialogar com o leitor.
QUESTÕES (A) Acalme-se, conterrâneo. Acostume-se com sua
existência plebeia.
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (B) Ô, companheiro, faz meia hora que eu cheguei...
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - (C) Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico “pas de
ADAPTADO) Leia o texto, para responder às questões de deux”.
números 1 e 2.
(D) Sim, meu caro paulista...
Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico “pas de deux”
(E) Ah, paulishhhhta otááário...
(*): sentado, ao fundo do restaurante, o cliente paulista ace-
na, assovia, agita os braços num agônico polichinelo; encos-
Em “meu caro paulista”, o autor está dirigindo-se a nós,
tado à parede, marmóreo e impassível, o garçom carioca o
leitores.
ignora com redobrada atenção. O paulista estrebucha: “Ami-
RESPOSTA: “D”.
gô?!”, “Chefê?!”, “Parceirô?!”; o garçom boceja, tira um fiapo
do ombro, olha pro lustre.

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- 4-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SE-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) CRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITENCIÁRIO
O contexto em que se encontra a passagem – Se deixou de – VUNESP/2013) Leia o poema para responder à questão.
bajular os príncipes e princesas do século 19, passou a servir
reis e rainhas do 20 (2.º parágrafo) – leva a concluir, corre- Casamento
tamente, que a menção a
(A) príncipes e princesas constitui uma referência em Há mulheres que dizem:
sentido não literal. Meu marido, se quiser pescar, pesque,
(B) reis e rainhas constitui uma referência em sentido mas que limpe os peixes.
não literal. Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
(C) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma re- ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
ferência em sentido não literal. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
(D) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma re- de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ferência em sentido literal. ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
(E) reis e rainhas constitui uma referência em sentido
e faz o gesto com a mão.
literal.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Pela leitura do texto infere-se que os “reis e rainhas”
Por fim, os peixes na travessa,
do século 20 são as personalidades da mídia, os “famosos” vamos dormir.
e “famosas”. Quanto a príncipes e princesas do século 19, Coisas prateadas espocam:
esses eram da corte, literalmente. somos noivo e noiva.
(Adélia Prado, Poesia Reunida)
RESPOSTA: “B”.
Texto para a questão 3: A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que
DA DISCRIÇÃO (A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não
Mário Quintana gostam que os maridos frequentem pescarias, pois acham
Não te abras com teu amigo difícil limpar os peixes.
Que ele um outro amigo tem. (B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulhe-
E o amigo do teu amigo res que não gostam de limpar os peixes, embora valorizem
Possui amigos também... os esbarrões de cotovelos na cozinha.
(http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade) (C) há mulheres casadas que não gostam de ficar so-
zinhas com seus maridos na cozinha, enquanto limpam os
3-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU- peixes.
NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com o (D) as mulheres que amam valorizam os momentos
poema, é correto afirmar que mais simples do cotidiano vividos com a pessoa amada.
(A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade (E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noi-
é algo ruim. te, para limpar, abrir e salgar o peixe.
(B) amigo que não guarda segredos não merece res- Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a au-
peito. tora narra um momento simples, mas que é prazeroso ao
(C) o melhor amigo é aquele que não possui outros casal.
amigos. RESPOSTA: “D”.
(D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado.
5-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
(E) entre amigos, não devem existir segredos.
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à ques-
tão, considere o texto abaixo.
Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informa-
ção contida na alternativa: revelar segredos para o amigo A marca da solidão
pode ser arriscado. Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
RESPOSTA: “D”. paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de
penumbra na tarde quente.
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de
Janeiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
No texto, o substantivo usado para ressaltar o uni- temos uma adjetiva explicativa (generaliza a informação
verso reduzido no qual o menino detém sua atenção é da oração principal. A construção seria: “do apagão, que
(A) fresta. atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados do país”);
(B) marca. quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe,
(C) alma. delimita a informação – como no caso do exercício).
(D) solidão. RESPOSTA: “CERTO’.
(E) penumbra.
8-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMINIS-
Com palavras do próprio texto responderemos: o mun- TRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a viatura,
do cabe numa fresta. com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte
RESPOSTA: “A”. de São Paulo.”
Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que,
6-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- em sua estrutura sintática, houve supressão da expressão
PE/2012) a) vigilantes.
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a b) carga.
totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con- c) viatura.
cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, d) foi.
que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, e) desviada.
de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do “A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes,
mundo. abandonada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Tra-
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o ta-se da figura de linguagem (de construção ou sintaxe)
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: “zeugma”, que consiste na omissão de um termo já citado
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). anteriormente (diferente da elipse, que o termo não é ci-
tado, mas facilmente identificado). No enunciado temos a
Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual narração de que a carga foi desviada e de que a viatura foi
“O riso”. abandonada.
RESPOSTA: “D”.
Vamos ao texto: O riso é tão universal como a serie-
dade; ele abarca a totalidade do universo (...). Os termos 9-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
relacionam-se. O pronome “ele” retoma o sujeito “riso”. Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
RESPOSTA: “CERTO”. — Carta para o 9.326!!!
Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta
7-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010) está em
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin- branco, e um outro pergunta:
giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge — Quem te mandou essa carta?
uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e — Minha irmã.
generalizado de energia no final de 2009. — Mas por que não está escrito nada?
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé- — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es- Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de adaptações).
900 km que separam Itaipu de São Paulo.
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in- O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto
vestimentos e também erros operacionais conspiraram para acima decorre
produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri- A) da identificação numérica atribuída ao louco.
buição de energia do país desde o traumático racionamento B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a
de 2001. carta no hospício.
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adapta- C) do fato de outro louco querer saber quem enviou
ções). a carta.
D) da explicação dada pelo louco para a carta em bran-
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas co.
do texto acima apresentado, julgue os próximos itens. E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18
estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo aparece no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah,
menos 1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por porque nós brigamos e não estamos nos falando”.
“o qual”, portanto, trata-se de um pronome relativo (ora- RESPOSTA: “D”.
ção subordinada adjetiva). Quando há presença de vírgula,

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
10-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) Daí definirem liderança como a arte de usar o poder
Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica: que existe nas pessoas ou a arte de liderar as pessoas para
— Por favor, quero falar com o dr. Pedro. fazerem o que se requer delas, da maneira mais efetiva e
— O senhor tem hora? humana possível. [...]
O sujeito olha para o relógio e diz: (Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza Pin-
— Sim. São duas e meia. to. Gestão de pessoas, in Desenvolvimento gerencial na
— Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente. Administração pública do Estado de São Paulo, org. Lais
— O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me Macedo de Oliveira e Maria Cristina Pinto Galvão, Secre-
paga o aluguel do consultório... taria de Gestão pública, São Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p.
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com 290 e 292, com adaptações)
adaptações).
11-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) De acordo com
homem para saber se ele o texto, liderança
A) verificou o horário de chegada e está sob os cuida- (A) é a habilidade de chefiar outras pessoas que não
dos do dr. Pedro. pode ser desenvolvida por aqueles que somente execu-
B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o paga- tam tarefas em seu ambiente de trabalho.
mento do aluguel.
(B) é típica de épocas passadas, como qualidades de
C) tem relógio e sabe esperar.
heróis da história da humanidade, que realizaram grandes
D) marcou consulta e está calmo.
feitos e se tornaram poderosos através deles.
E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cui-
dados do dr. Pedro. (C) vem a ser a capacidade, que pode ser inata ou até
mesmo adquirida, de conseguir resultados desejáveis da-
“O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se queles que constituem a equipe de trabalho.
o senhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele (D) torna-se legítima se houver consenso em todos
marcou horário e se é paciente do Dr. Pedro. os grupos quanto à escolha do líder e ao modo como
RESPOSTA: “E”. ele irá mobilizar esses grupos em torno de seus objetivos
pessoais.
(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO DA
FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Atenção: As Utilizando trechos do próprio texto, podemos chegar
questões de números 11 a 14 referem-se ao texto abaixo. à conclusão: O fenômeno da liderança só ocorre na in-
Liderança é uma palavra frequentemente associada a ter-relação; envolve duas ou mais pessoas e a existência
feitos e realizações de grandes personagens da história e de necessidades para serem atendidas ou objetivos para
da vida social ou, então, a uma dimensão mágica, em que serem alcançados, que requerem a interação cooperativa
algumas poucas pessoas teriam habilidades inatas ou o dom dos membros envolvidos = equipe
de transformar-se em grandes líderes, capazes de influenciar RESPOSTA: “C”.
outras e, assim, obter e manter o poder.
Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a 12-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC-
maioria das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O texto deixa
desenvolver consideravelmente as suas capacidades de lide- claro que
rança. (A) a importância do líder baseia-se na valorização de
Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas comuns todo o grupo em torno da realização de um objetivo co-
que aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjun- mum.
to, formam uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias (B) o líder é o elemento essencial dentro de uma or-
algumas habilidades, mas elas podem ser aprendidas tanto ganização, pois sem ele não se poderá atingir qualquer
através das experiências da vida, quanto da formação volta-
meta ou objetivo.
da para essa finalidade.
(C) pode não haver condições de liderança em algu-
O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; en-
mas equipes, caso não se estabeleçam atividades especí-
volve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades
para serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, ficas para cada um de seus membros.
que requerem a interação cooperativa dos membros envolvi- (D) a liderança é um dom que independe da partici-
dos. Não pressupõe proximidade física ou temporal: pode-se pação dos componentes de uma equipe em um ambiente
ter a mente e/ou o comportamento influenciado por um es- de trabalho.
critor ou por um líder religioso que nunca se viu ou que viveu
noutra época. [...] O texto deixa claro que a importância do líder baseia-
Se a legitimidade da liderança se baseia na aceitação -se na valorização de todo o grupo em torno da realização
do poder de influência do líder, implica dizer que parte desse de um objetivo comum.
poder encontra-se no próprio grupo. É nessa premissa que RESPOSTA: “A”.
se fundamenta a maioria das teorias contemporâneas sobre
liderança.

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
13-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI- Canadá e China ofereceram à equipe chilena de salvamen-
CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno da to, num gesto humanitário que só enobrece esses países. E,
liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo) também, dos dois médicos e dois “socorristas” que, demons-
No contexto, inter-relação significa trando coragem e desprendimento, desceram na mina para
(A) o respeito que os membros de uma equipe devem ajudar no salvamento.
demonstrar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por (Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – pai-
resultarem em benefício de todo o grupo. nel do leitor – 17/10/2010)
(B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex-
grupo devidamente orientado pelo líder e aqueles propos- pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor
tos pela organização a que prestam serviço. diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem
(C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO:
equipe, de modo que os mais capacitados colaborem com A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...”
os de menor capacidade. B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma
(D) a criação de interesses mútuos entre membros de mina de cobre e ouro no Chile.”
uma equipe e de respeito às metas que devem ser alcan- C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
çadas por todos. D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, des-
Pela leitura do texto, dentre as alternativas apresenta- ceram na mina...”
das, a que está coerente com o sentido dado à palavra “in-
ter-relação” é: “a criação de interesses mútuos entre mem- Em todas as alternativas há expressões que represen-
bros de uma equipe e de respeito às metas que devem ser tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
alcançadas por todos”. Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
RESPOSTA: “D”. enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
RESPOSTA: “B”.
14-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não pressupõe (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO –
proximidade física ou temporal ... (4º parágrafo) VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às
A afirmativa acima quer dizer, com outras palavras, que questões de números 16 a 18.
(A) a presença física de um líder natural é fundamen- Férias na Ilha do Nanja
tal para que seus ensinamentos possam ser divulgados e Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as
aceitos. malas nos seus carros, olhando o céu para verem que tempo
(B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sem- faz, pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas,
pre se atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de fissuras* – sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre
autores diversos. as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...
(C) o aprendizado da liderança pode ser produtivo, Meus amigos partem para as suas férias, cansados de
mesmo se houver distância no tempo e no espaço entre tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra-
aquele que influencia e aquele que é influenciado. mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver
(D) as influências recebidas devem ser bem analisadas numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da
e postas em prática em seu devido tempo e na ocasião própria vida.
mais propícia. E eu vou para a Ilha do Nanja.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as
Não pressupõe proximidade física ou temporal = o férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
aprendizado da liderança pode ser produtivo, mesmo se cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já estou
houver distância no tempo e no espaço entre aquele que vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça à
influencia e aquele que é influenciado. janela a namorar um moço na outra janela de outra ilha.
RESPOSTA: “C”. (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende.
Adaptado)
15-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR –
FGV PROJETOS/2010) *fissuras: fendas, rachaduras

Painel do leitor (Carta do leitor) 16-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA-


Resgate no Chile LHO – VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descre-
ver a maneira como se preparam para suas férias, a autora
Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de mostra que seus amigos estão
salvamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo (A) serenos.
de uma mina de cobre e ouro no Chile. (B) descuidados.
Um a um os mineiros soterrados foram içados com (C) apreensivos.
sucesso, mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cum- (D) indiferentes.
primentando seus companheiros de trabalho. Não se pode (E) relaxados.
esquecer a ajuda técnica e material que os Estados Unidos,

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
“pensando nas suas estradas – barreiras, pedras sol- Questão que envolve interpretação “visual”! Fácil. Basta
tas, fissuras – sem falar em bandidos, milhões de bandidos observar o que as personagens “dizem” e o que “pensam”.
entre as fissuras, as pedras soltas e as barreiras...” = pensar RESPOSTA: “A”.
nessas coisas, certamente, deixa-os apreensivos.
RESPOSTA: “C”. 19-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E
17-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO o Brasil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide
– VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar opiniões e gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais
que, assim como seus amigos, a autora viaja para justo? O que fazer para desafogar a cidade de tantos carros?
(A) visitar um lugar totalmente desconhecido. Prepare-se para o debate que está apenas começando.
(B) escapar do lugar em que está. (Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34)
(C) reencontrar familiares queridos. Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio
(D) praticar esportes radicais. urbano; marque S(sim) para os argumentos a favor do pe-
(E) dedicar-se ao trabalho. dágio urbano.
( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta porte público e estender as ciclovias.
da própria autora! ( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cida-
RESPOSTA: “B”. des, que não resolveu os problemas do trânsito.
( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
18-) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde, do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
“à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como ( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
um bosque” (último parágrafo), a autora sugere que viajará namento, revisão....e agora mais o pedágio?
para um lugar ( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
(A) repulsivo e populoso. investido no transporte público.
(B) sombrio e desabitado. ( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
(C) comercial e movimentado. gue pelo privilégio!
(D) bucólico e sossegado. ( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio
(E) opressivo e agitado. urbano melhorou.
A ordem obtida é:
Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim. a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N)
RESPOSTA: “D”. b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S)
c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S)
19-) (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSUL- d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N)
PLAN/2013 - ADAPTADA) Texto para responder à questão. e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N)

(S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o trans-


porte público e estender as ciclovias.
(N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas ci-
dades, que não resolveu os problemas do trânsito.
(S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mun-
do vai ter que pensar bem antes de comprar um carro.
(N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacio-
namento, revisão....e agora mais o pedágio?
(N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é
investido no transporte público.
(S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pa-
(Adail et al II. Antologia brasileira de humor. Volume 1. gue pelo privilégio!
Porto Alegre: L&PM, 1976. p. 95.) (S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio
urbano melhorou.
A charge anterior é de Luiz Carlos Coutinho, cartunis- S - N - S - N - N - S - S
ta mineiro mais conhecido como Caulos. É correto afirmar RESPOSTA: “B”.
que o tema apresentado é
(A) a oposição entre o modo de pensar e agir. 20-) (ANAC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
(B) a rapidez da comunicação na Era da Informática. PE/2012 - ADAPTADA)
(C) a comunicação e sua importância na vida das pes- A demanda por transporte aéreo doméstico de passagei-
soas. ros cresceu 7,65% em setembro deste ano em relação ao mês
(D) a massificação do pensamento na sociedade mo- de setembro de 2011. Trata-se do maior nível de demanda
derna. para o mês de setembro desde o início da série de medi-
ções, em 2000. De janeiro a setembro de 2012, a demanda

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
acumulada apresentou crescimento de 7,30% e a oferta am-
pliou-se em 5,52% em relação ao mesmo período de 2011.
Entretanto, a oferta (assentos-quilômetros oferecidos – ASK),
no mês de setembro, apresentou queda de 2,13%, após oito
anos consecutivos de crescimento, sendo essa a primeira re-
dução de oferta para o mês de setembro desde 2003. (...)
O pronome “essa” está empregado em referência à in-
formação “queda de 2,13%”.
( ) Certo
( ) Errado
Placas de trânsito – “proibido andar de bicicleta”
Novamente, recorramos ao texto: “no mês de setem-
bro, apresentou queda de 2,13%, após oito anos conse-
cutivos de crescimento, sendo essa a primeira redução de
oferta para o mês de setembro desde 2003” = retoma o
termo “queda de 2,13%.
RESPOSTA: “CERTO”.

LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL.

O que é linguagem? É o uso da língua como forma de


expressão e comunicação entre as pessoas. A linguagem
não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas,
mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos comuni- Símbolo que se coloca na porta para indicar “sanitário
camos apenas pela fala ou escrita, não é verdade? masculino”.
Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a
analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem utilizar
o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo
fundamentado e coerente! Assim, a linguagem verbal é a
que utiliza palavras quando se fala ou quando se escreve.
A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da verbal,
não utiliza vocábulo, palavras para se comunicar. O objeti-
vo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer
dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar de outros
meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos,
cores, ou seja, dos signos visuais.
Vejamos: Imagem indicativa de “silêncio”.
- um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma entre-
vista, uma reportagem no jornal escrito ou televisionado, um
bilhete? = Linguagem verbal!
Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de fu-
tebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, o
aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identificação
de “feminino” e “masculino” através de figuras na porta do
banheiro, as placas de trânsito? = Linguagem não verbal!
A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao
mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e
anúncios publicitários.
Observe alguns exemplos:
Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”.

Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/lingua-
gem.htm

Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol.

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
INTERTEXTUALIDADE Nota-se que há correspondência entre os dois textos.
A paródia piadista de Murilo Mendes é um exemplo de in-
A Intertextualidade pode ser definida como um diálo- tertextualidade, uma vez que seu texto foi criado tomando
go entre dois textos. Observe os dois textos abaixo e note como ponto de partida o texto de Gonçalves Dias.
como Murilo Mendes (século XX) faz referência ao texto de Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextua-
Gonçalves Dias (século XIX): lidade é persistente. Sabemos que todo texto, seja ele
literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou indi-
Canção do Exílio   retamente. Qualquer texto que se refere a assuntos abor-
Minha terra tem palmeiras,
dados em outros textos é exemplo de intertextualização.
Onde canta o Sabiá;
A intertextualidade está presente também em outras
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá. áreas, como na pintura, veja as várias versões da famosa
Nosso céu tem mais estrelas, pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa:
Nossas várzeas têm mais flores, Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503.
Nossos bosques têm mais vida, Mona Lisa, Marcel Duchamp, 1919.
Nossa vida mais amores. Mona Lisa, Fernando Botero, 1978.
Mona Lisa, propaganda publicitária.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Pode-se definir então a intertextualidade como sen-
Não permita Deus que eu morra, do a criação de um texto a partir de um outro texto ja
Sem que eu volte para lá; existente. Dependendo da situação, a intertextualidade
Sem que desfrute os primores tem funções diferentes que dependem muito dos textos/
Que não encontro por cá; contextos em que ela é inserida.
Sem qu’inda aviste as palmeiras, Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade
Onde canta o Sabiá.” está ligado ao “conhecimento do mundo”, que deve ser
compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao recep-
(Gonçalves Dias) tor de textos. O diálogo pode ocorrer em diversas áreas
do conhecimento, não se restringindo única e exclusiva-
Canção do Exílio
mente a textos literários.
Minha terra tem macieiras da Califórnia Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor
onde cantam gaturamos de Veneza. barroco italiano Caravaggio e a fotografia da americana
Os poetas da minha terra Cindy Sherman, na qual quem posa é ela mesma. O qua-
são pretos que vivem em torres de ametista, dro de Caravaggio foi pintado no final do século XVI, já
os sargentos do exército são monistas, cubistas, o trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido
os filósofos são polacos vendendo a prestações. quase quatrocentos anos mais tarde. Na foto, Sherman
gente não pode dormir cria o mesmo ambiente e a mesma atmosfera sensual da
com os oradores e os pernilongos. pintura, reunindo um conjunto de elementos: a coroa de
Os sururus em família têm por testemunha a
                                                       [Gioconda flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sen-
Eu morro sufocado sualidade do ombro nu etc. A foto de Sherman é uma
em terra estrangeira. recriação do quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo
Nossas flores são mais bonitas de intertextualidade na pintura.
nossas frutas mais gostosas Na publicidade, por exemplo, a que vimos sobre
mas custam cem mil réis a dúzia. anúncios do Bom Bril, o ator se veste e se posiciona como
Ai quem me dera chupar uma carambola de  se fosse a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e cujo slogan
                                        [verdade era “Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima”.
e ouvir um sabiá com certidão de idade!  Esse enunciado sugere ao leitor que o produto anuncia-
do deixa a roupa bem macia e mais perfumada, ou seja,
(Murilo Mendes) uma verdadeira obra-prima (se referindo ao quadro de

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Da Vinci). Nesse caso pode-se dizer que a intertextuali- O que amo em ti
dade assume a função de não só persuadir o leitor como não é apenas essa voz leve
também de difundir a cultura, uma vez que se trata de que me envolve e me consome
uma relação com a arte (pintura, escultura, literatura etc). nem o que deseja todo homem
Intertextualidade é a relação entre dois textos carac- flor definida e definitiva
terizada por um citar o outro. a abrir-se como boca ou ferida
nem mesmo essa juventude assim perdida.
Tipos de Intertextualidade
O que amo em ti
enigmática e solidária:
Pode-se destacar sete tipos de intertextualidade:
É a Vida!
- Epígrafe: constitui uma escrita introdutória.
(Geraldo Chacon, Meu Caderno de Poesia,
- Citação: é uma transcrição do texto alheio, marcada
Flâmula, 2004, p. 37)
por aspas.
- Paráfrase: é a reprodução do texto do outro com a Madrigal Melancólico
palavra do autor. Ela não se confunde com o plágio, pois
o autor deixa claro sua intenção e a fonte. O que eu adoro em ti
- Paródia: é uma forma de apropriação que, em lugar não é a tua beleza.
de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou A beleza, é em nós que ela existe.
abertamente. Ela perverte o texto anterior, visando a iro- A beleza é um conceito.
nia ou a crítica. E a beleza é triste.
- Pastiche: uma recorrência a um gênero. Não é triste em si,
- Tradução: está no campo da intertextualidade por- mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
que implica a recriação de um texto.
- Referência e alusão. (...)

Para ampliar esse conhecimento, vale trazer um O que eu adoro em tua natureza,
exemplo de intertextualidade na literatura. Às vezes, a su- não é o profundo instinto maternal
perposição de um texto sobre outro pode provocar uma em teu flanco aberto como uma ferida.
certa atualização ou modernização do primeiro texto. No- nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
ta-se isso no livro “Mensagem”, de Fernando Pessoa, que O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!
retoma, por exemplo, com seu poema “O Monstrengo” o O que eu adoro em ti, é a vida.
episódio do Gigante Adamastor de “Os Lusíadas” de Ca- (Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira,
mões. Ocorre como que um diálogo entre os dois textos. José Olympio, 1980, p. 83)
Em alguns casos, aproxima-se da paródia (canto paralelo),
como o poema “Madrigal Melancólico” de Manuel Bandei- A relação intertextual é estabelecida, por exemplo, no
ra, do livro “Ritmo Dissoluto”, que seguramente serviu de texto de Oswald de Andrade, escrito no século XX, “Meus
inspiração e assim se refletiu no seguinte poema: oito anos”, quando este cita o poema , do século XIX, de
Casimiro de Abreu, de mesmo nome.
Assim como Bandeira
Meus oito anos
O que amo em ti
Oh! Que saudade que tenho
não são esses olhos doces Da aurora da minha vida,
delicados Da minha infância querida
nem esse riso de anjo adolescente. Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores
O que amo em ti Naquelas tardes fagueiras
não é só essa pele acetinada À sombra das bananeiras
sempre pronta para a carícia renovada Debaixo dos laranjais!
nem esse seio róseo e atrevido (Casimiro de Abreu)
a desenhar-se sob o tecido.
“Meus oito anos”
O que amo em ti
não é essa pressa louca Oh! Que saudade que tenho
de viver cada vão momento Da aurora da minha vida,
nem a falta de memória para a dor. Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Da rua São Antonio da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo
Debaixo da bananeira dessa arte, frequentemente os discursos de políticos são
Sem nenhum laranjais! abordados de maneira cômica e contestadora, provocando
risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada
A intertextualidade acontece quando há uma referên- pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado ante-
cia explícita ou implícita de um texto em outro. Também riormente, teremos, agora, uma paródia.
pode ocorrer com outras formas além do texto, música,
pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alu- Texto Original
são à outra ocorre a intertextualidade. Minha terra tem palmeiras
Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o Onde canta o sabiá,
objeto de sua citação. Num texto científico, por exemplo, As aves que aqui gorjeiam
o autor do texto citado é indicado, já na forma implícita, a Não gorjeiam como lá.
indicação é oculta. Por isso é importante para o leitor o co-
nhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e (Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)
identificar quando há um diálogo entre os textos. A inter-
textualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da Paródia
obra citada ou contestando-as. Vejamos duas das formas: a Minha terra tem palmares
Paráfrase e a Paródia. onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia não cantam como os de lá.
do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre (Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”)
para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do
texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. O nome Palmares, escrito com letra minúscula, subs-
Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant’Anna titui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social
em seu livro “Paródia, paráfrase & Cia” : e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por
Texto Original Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sentido
Minha terra tem palmeiras do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravi-
Onde canta o sabiá, dão existente no Brasil.
As aves que aqui gorjeiam Na literatura relativa à Linguística Textual, é frequente
Não gorjeiam como lá. apontar-se como um dos fatores de textualidade a refe-
rência - explícita ou implícita - a outros textos, tomados
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”) estes num sentido bem amplo (orais, escritos, visuais - ar-
tes plásticas, cinema - , música, propaganda etc.) A esse
Paráfrase “diálogo”entre textos dá-se o nome de intertextualidade.
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “co-
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. nhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
Eu tão esquecido de minha terra… A intertextualidade pressupõe um universo cultural
Ai terra que tem palmeiras muito amplo e complexo, pois implica a identificação / o
Onde canta o sabiá! reconhecimento de remissões a obras ou a textos / trechos
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e mais, ou menos conhecidos, além de exigir do interlocutor
Bahia”) a capacidade de interpretar a função daquela citação ou
alusão em questão.
Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é mui- Entre os variadíssimos tipos de referências, há provér-
to utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia, aqui bios, ditos populares, frases bíblicas ou obras / trechos de
o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto pri- obras constantemente citados, literalmente ou modifica-
mitivo conservando suas ideias, não há mudança do senti- dos, cujo reconhecimento é facilmente perceptível pelos
do principal do texto que é a saudade da terra natal. interlocutores em geral. Por exemplo, uma revista brasileira
adotou o slogan: “Dize-me o que lês e dir-te-ei quem és”.
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar Voltada fundamentalmente para um público de uma de-
outros textos, há uma ruptura com as ideologias impos- terminada classe sociocultural, o produtor do mencionado
tas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da anúncio espera que os leitores reconheçam a frase da Bíblia
língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpre- (“Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”). Ao adap-
tação, a voz do texto original é retomada para transfor- tar a sentença, a intenção da propaganda é, evidentemen-
mar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas te, angariar a confiança do leitor (e, consequentemente, a
verdades incontestadas anteriormente, com esse processo credibilidade das informações contidas naquele periódico),
há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma pois a Bíblia costuma ser tomada como um livro de pen-
busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e samentos e ensinamentos considerados como “verdades”

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
universalmente assentadas e aceitas por diversas comuni- Um outro aspecto que é mencionado muito superfi-
dades. Outro tipo comum de intertextualidade é a introdução cialmente é o da intertextualidade linguística. Ela está liga-
em textos de provérbios ou ditos populares, que também ins- da ao que o linguista romeno, Eugenio Coseriu, chama de
piram confiança, pois costumam conter mensagens reconhe- formas do “discurso repetido”:
cidas como verdadeiras. São aproveitados não só em propa- - “textemas” ou “unidades de textos”: provérbios, dita-
ganda mas ainda em variados textos orais ou escritos, literá- dos populares; citações de vários tipos, consagradas pela
rios e não-literários. Por exemplo, ao iniciar o poema “Tecendo tradição cultural de uma comunidade etc.;
a manhã”, João Cabral de Melo Neto defende uma ideia: “Um - “sintagmas estereotipados”: equivalentes a expressões
galo sozinho não tece uma manhã”. Não é necessário muito idiomáticas;
esforço para reconhecer que por detrás dessas palavras está o - “perífrases léxicas”: unidades multivocabulares, em-
ditado “Uma andorinha só não faz verão”. O verso inicial fun- pregadas frequentemente mas ainda não lexicalizadas (ex.
ciona, pois, como uma espécie de “tese”, que o texto irá tentar “gravemente doente”, “dia útil”, “fazer misérias” etc.).
comprovar através de argumentação poética.
Há, no entanto, certos tipos de citações (literais ou cons- A intertextualidade tem funções diferentes, dependen-
truídas) e de alusões muito sutis que só são compartilhadas do dos textos/contextos em que as referências (linguísticas
por um pequeno número de pessoas. É o caso de referên- ou culturais) estão inseridas. Chamo a isso “graus das fun-
cias utilizadas em textos científicos ou jornalísticos (Seções de ções da intertextualidade”.
Economia, de Informática, por exemplo) e em obras literárias, Didaticamente pode-se dizer que a referência cultural
prosa ou poesia, que às vezes remetem a uma forma e/ou a e/ou linguística pode servir apenas de pretexto, é o caso de
um conteúdo bastante específico(s), percebido(s) apenas por “epígrafes” longinquamente vinculadas a um trabalho e/ou
um leitor/interlocutor muito bem informado e/ou altamente a um texto. Sem dizer com isso que todas as epígrafes fun-
letrado. Na literatura, podem-se citar, entre muitos outros, au- cionem apenas como pretextos. Em geral, o produtor do
tores estrangeiros, como James Joyce, T.S. Eliot, Umberto Eco. texto elege algo pertinente e condizente com a temática de
A remissão a textos e para-textos do circuito cultural (mí- que trata. Existam algumas, todavia, que estão ali apenas
dia, propaganda, outdoors, nomes de marcas de produtos para mostrar “conhecimento” de frases famosas e/ou para
etc.) é especialmente recorrente em autores chamados pós- servir de “decoração” no texto. Neste caso, o “intertexto”
-modernos. Para ilustrar, pode-se mencionar, entre outros es- não tem um papel específico nem na construção nem na
critores brasileiros, Ana Cristina Cesar, poetisa carioca, que usa camada semântica do texto.
e “abusa” da intertextualidade em seus textos, a tal ponto que, Outras vezes, o autor parte de uma frase ou de um
sem a identificação das referências, o poema se torna, cons- verso que ocorreu a ele repentinamente (texto “A última
tantemente, ininteligível e chega a ser considerado por algu- crônica”, em que o autor confessa estar sem assunto e tem
mas pessoas como um “amontoado aleatório de enunciados”, de escrever). Afirma então:
sem coerência e, portanto, desprovido de sentido.
Os teóricos costumam identificar tipos de intertextualida- “Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo
de, entre os quais se destacam: meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembran-
- a que se liga ao conteúdo (por exemplo, matérias jor- ça: assim eu quereria meu último poema.”
nalísticas que se reportam a notícias veiculadas anteriormente
na imprensa falada e/ou escrita: textos literários ou não-literá- Descreve então uma cena passada em um botequim,
rios que se referem a temas ou assuntos contidos em outros em que um casal comemora modestamente o aniversário
textos etc.). Podem ser explícitas (citações entre aspas, com da filha, com um pedaço de bolo, uma coca cola e três
ou sem indicação da fonte) ou implícitas (paráfrases, paródias velinhas brancas. O pai parecia satisfeito com o sucesso da
etc.); celebração, até que fica perturbado por ter sido observado,
- a que se associa ao caráter formal, que pode ou não mas acaba por sustentar a satisfação e se abre num sorriso.
estar ligado à tipologia textual como, por exemplo, textos que O autor termina a crônica, parafraseando o verso de Ma-
“imitam” a linguagem bíblica, jurídica, linguagem de relatório nuel Bandeira: “Assim eu quereria a minha última crônica:
etc. ou que procuram imitar o estilo de um autor, em que co- que fosse pura como esse sorriso”. O verso de Bandeira não
menta o seriado da TV Globo, baseado no livro de Guimarães pode ser considerado, nessa crônica, um mero pretexto.
Rosa, procurando manter a linguagem e o estilo do escritor); A intertextualidade desempenha o papel de conferir uma
- a que remete a tipos textuais (ou “fatores tipológi- certa “literariedade” à crônica, além de explicar o título e
cos”), ligados a modelos cognitivos globais, às estruturas e servir de “fecho de ouro” para um texto que se inicia sem
superestruturas ou a aspectos formais de caráter linguístico um conteúdo previamente escolhido. Não é, contudo, im-
próprios de cada tipo de discurso e/ou a cada tipo de tex- prescindível à compreensão do texto.
to: tipologias ligadas a estilos de época. Por superestrutura O que parece importante é que não se encare a in-
entendem-se, entre outras, estruturas argumentativas (Tese tertextualidade apenas como a “identificação” da fonte e,
anterior), premissas - argumentos (contra-argumentos - sín- sim, que se procure estudá-la como um enriquecimento da
tese), conclusão (nova tese), estruturas narrativas (situa- leitura e da produção de textos e, sobretudo, que se tente
ção - complicação - ação ou avaliação – resolução), moral mostrar a função da sua presença na construção e no(s)
ou estado final etc.; sentido(s) dos textos.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Como afirmam Koch & Travaglia, “todas as questões darem conta de que, fazendo isso, podem facilmente con-
ligadas à intertextualidade influenciam tanto o processo de verter-se em “comodidades teóricas” para seus autores e em
produção como o de compreensão de textos”. “comodidades práticas” para sua clientela. Também é em
Considerada por alguns autores como uma das condi- nome do rigor científico que tentam construir todo o seu
ções para a existência de um texto, a intertextualidade se campo teórico do fenômeno humano, mas através da ideia
destaca por relacionar um texto concreto com a memória que gostariam de ter dele, visto terem renunciado aos seus
textual coletiva, a memória de um grupo ou de um indiví- apelos e às suas significações. O equívoco olhar de Narciso,
duo específico. fascinado por sua própria beleza, estaria substituído por um
Trata-se da possibilidade de os textos serem criados olhar frio, objetivo, escrupuloso, calculista e calculador: e as
a partir de outros textos. As obras de caráter científico re- disciplinas humanas seriam científicas!
metem explicitamente a autores reconhecidos, garantindo, (Introdução às Ciências Humanas. Hilton Japiassu.
assim, a veracidade das afirmações. Nossas conversas são São Paulo, Letras e Letras, 1994, pp.89/90)
entrelaçadas de alusões a inúmeras considerações arma-
zenadas em nossas mentes. O jornal está repleto de re- Comentário: Neste texto, temos um bom exemplo do
ferências já supostamente conhecidas pelo leitor. A leitura que se define como intertextualidade. As relações entre
de um romance, de um conto, novela, enfim, de qualquer textos, a citação de um texto por outro, enfim, o diálogo
obra literária, nos aponta para outras obras, muitas vezes entre textos. Muitas vezes, para entender um texto na sua
de forma implícita. totalidade, é preciso conhecer o(s) texto(s) que nele fora(m)
A nossa compreensão de textos (considerados aqui da citado(s).
forma mais abrangente) muito dependerá da nossa expe- No trecho, por exemplo, em que se discute o papel das
riência de vida, das nossas vivências, das nossas leituras. Ciências Humanas nos tempos atuais e o espaço que estão
Determinadas obras só se revelam através do conhecimen- ocupando, é trazido à tona o mito de Narciso. É preciso,
to de outras. Ao visitar um museu, por exemplo, o nosso então, dispor do conhecimento de que Narciso, jovem do-
conhecimento prévio muito nos auxilia ao nos depararmos tado de grande beleza, apaixonou-se por sua própria ima-
com certas obras. gem quando a viu refletida na água de uma fonte onde foi
A noção de intertextualidade, da presença contínua de matar a sede. Suas tentativas de alcançar a bela imagem
outros textos em determinado texto, nos leva a refletir a acabaram em desespero e morte.
respeito da individualidade e da coletividade em termos O último parágrafo, em que o mito de Narciso é citado,
de criação. Já vimos anteriormente que a citação de outros demonstra que, dado o modo como as Ciências Humanas
textos se faz de forma implícita ou explícita. Mas, com que são vistas hoje, até o olhar de Narciso, antes “fascinado
objetivo? por sua própria beleza”, seria substituído por um “olhar
Um texto remete a outro para defender as ideias nele frio, objetivo, escrupuloso, calculista e calculador”, ou seja,
contidas ou para contestar tais ideias. Assim, para se definir o olhar de Narciso perderia o seu tom de encantamento
diante de determinado assunto, o autor do texto leva em para se transformar em algo material, sem sentimentos. A
consideração as ideias de outros “autores” e com eles dia- comparação se estende às Ciências Humanas, que, de hu-
loga no seu texto. manas, nada mais teriam, transformando-se em disciplinas
Ainda ressaltando a importância da intertextualidade, científicas.
remetemos às considerações de Vigner: “Afirma-se aqui a
importância do fenômeno da intertextualidade como fator Em vez das células, as cédulas
essencial à legibilidade do texto literário, e, a nosso ver, de
todos os outros textos. O texto não é mais considerado só Nesses tempos de clonagem, recomenda-se assistir ao
nas suas relações com um referente extra-textual, mas pri- documentário Arquitetura da destruição, de Peter Cohen. A
meiro na relação estabelecida com outros textos”. fantástica história de Dolly, a ovelha, parece saída do filme,
Como exemplo, temos um texto “Questão da Objetivi- que conta a aventura demente do nazismo, com seus so-
dade” e uma crônica de Zuenir Ventura, “Em vez das células, nhos de beleza e suas fantasias genéticas, seus experimen-
as cédulas” para concretizar um pouco mais o conceito de tos de eugenia e purificação da raça.
intertextualidade. Os cientistas são engraçados: bons para inventar e pés-
simos para prever. Primeiro, descobrem; depois se assus-
Questão da Objetividade tam com o risco da descoberta e aí então passam a gritar
“cuidado, perigo”. Fizeram isso com quase todos os inven-
As Ciências Humanas invadem hoje todo o nosso espaço tos, inclusive com a fissão nuclear, espantando-se quando
mental. Até parece que nossa cultura assinou um contrato “o átomo para a paz” tornou-se uma mortífera arma de
com tais disciplinas, estipulando que lhes compete resolver guerra. E estão fazendo o mesmo agora.
tecnicamente boa parte dos conflitos gerados pela acelera- (...) Desde muito tempo se discute o quanto a ciência,
ção das atuais mudanças sociais. É em nome do conheci- ao procurar o bem, pode provocar involuntariamente o mal.
mento objetivo que elas se julgam no direito de explicar os O que a Arquitetura da destruição mostra é como a arte e
fenômenos humanos e de propor soluções de ordem ética, a estética são capazes de fazer o mesmo, isto é, como a
política, ideológica ou simplesmente humanitária, sem se beleza pode servir à morte, à crueldade e à destruição.

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Hitler julgava-se “o maior ator da Europa” e acredita- - Arte/Beleza - Arte/Destruição: estética, sonhos de
va ser alguma coisa como um “tirano-artista” nietzschiano beleza, crueldade, tirano artista ditador de gênio, nietzs-
ou um “ditador de gênio” wagneriano. Para ele, “a vida era chiano, wagneriano, grandiosa ópera, diretor, protagonista,
arte,” e o mundo, uma grandiosa ópera da qual era diretor espetáculos de massa e tochas acesas.
e protagonista. - Corrupção: laranjas, clonagem financeira, cédulas,
O documentário mostra como os rituais coletivos, os fantasmas.
grandes espetáculos de massa, as tochas acesas (...) tudo
isso constituía um culto estético - ainda que redundante Esses campos semânticos se entrecruzam, porque en-
(...) E o pior - todo esse aparato era posto a serviço da globam referências múltiplas dentro do texto.
perversa utopia de Hitler: a manipulação genética, a possi-
bilidade de purificação racial e de eliminação das imperfei- FUNÇÕES DE LINGUAGEM
ções, principalmente as físicas. Não importava que os mais
ilustres exemplares nazistas, eles próprios, desmoralizas- Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
sem o que pregavam em termos de eugenia. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
O que importava é que as pessoas queriam acreditar car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
na insensatez apesar dos insensatos, como ainda há quem transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
continue acreditando. No Brasil, felizmente, Dolly provoca
a linguagem?
mais piada do que ameaça. Já se atribui isso ao fato de que
- A linguagem serve para informar: Função Referencial.
a nossa arquitetura da destruição é a corrupção. Somos
craques mesmo é em clonagem financeira. O que seriam
“Estados Unidos invadem o Iraque”
nossos laranjas e fantasmas senão clones e replicantes vir-
tuais? Aqui, em vez de células, estamos interessados é em Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
manipular cédulas. bre um acontecimento do mundo.
(Zuenir Ventura, JB, 1997) Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
Comentário: Tendo como ponto de partida a alusão ao soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
documentário Arquitetura da destruição, o texto mantém mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
sua unidade de sentido na relação que estabelece com ou- alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
tros textos, com dados da História. de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
Nesta crônica, duas propriedades do texto são facil- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
mente perceptíveis: a intertextualidade e a inserção his- ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
tórica. língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
O texto se constrói, à medida que retoma fatos já co- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
nhecidos. Nesse sentido, quanto mais amplo for o repertó- as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
rio do leitor, o seu acervo de conhecimentos, maior será a filosóficos mais avançados.
sua competência para perceber como os textos “dialogam A função informativa da linguagem tem importância
uns com os outros” por meio de referências, alusões e ci- central na vida das pessoas, consideradas individualmente
tações. ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
Para perceber as intenções do autor desta crônica, ou nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
seja, a sua intencionalidade, é preciso que o leitor tenha de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
conhecimento de fatos atuais, como as referências ao do- meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
cumentário recém lançado no circuito cinematográfico, à É a função informativa que permite a realização do
ovelha clonada Dolly, aos “laranjas” e “fantasmas”, termos trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
que dizem respeito aos envolvidos em transações econô- possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
A função informativa costuma ser chamada também de
micas duvidosas. É preciso que conheça também o que
função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
foi o nazismo, a figura de Hitler e sua obsessão pela raça
que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
pura, e ainda tenha conhecimento da existência do filósofo
coisas ou os eventos a que fazem referência.
Nietzsche e do compositor Wagner.
O vocabulário utilizado aponta para campos semân-
ticos relacionados à clonagem, à raça pura, aos binômios
arte/beleza, arte/destruição, corrupção.
- Clonagem: experimentos, avanços genéticos, ove-
lhas, cientistas, inventos, células, clones replicantes, mani-
pulação genética, descoberta.
- Raça Pura: aventura, demente do nazismo, fantasias
genéticas, experimentos de eugenia, utopia perversa, ma-
nipulação genética, imperfeições físicas, eugenia.

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
-se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro- /k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”. Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
- A linguagem serve para criar outros universos.
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos cos.
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte:
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- barulho dos cavalos aumenta.
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para Quando se usam recursos da própria língua para acres-
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras que estamos usando a linguagem em sua função poética.
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o
Para melhor compreensão das funções de linguagem,
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra
cação.
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
amor nunca diminui e assim por diante.
senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função outro escuta em silêncio, etc).
Poética. Exemplo:
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido Elementos da comunicação
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras - Emissor - emite, codifica a mensagem;
para delas extrairmos satisfação. - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- recepção da mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez tor;
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
quebrar por excesso de fundos”. Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está são que quando se trata da parole, entende-se que é um
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
“capital”, “dinheiro”. te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado - locutor - quem fala (e responde);
Virgílio Guimarães: - locutário - quem ouve e responde;
- interlocução - diálogo
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais,
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria.
uma dor de consciência e bata em retirada.” As atitudes e reações dos comunicantes são também
(Folha de S. Paulo) referentes e exercem influência sobre a comunicação

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Lembramo-nos:
TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS DE
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no
CIRCULAÇÃO SOCIAL.
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta
função está, por norma, a poesia lírica.
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men-
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este TIPOLOGIA TEXTUAL
assuma determinado comportamento; há frequente uso
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As
frequentemente usada por oradores e agentes de publici- únicas tipologias existentes são: narração, descrição, dis-
dade. sertação ou exposição, informação e injunção. É impor-
- Função metalinguística: função usada quando a lín- tante que não se confunda tipo textual com gênero textual.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na aná-
lise de um texto, investigamos os seus aspectos morfossin- Texto Narrativo - tipo textual em que se conta fatos
táticos e/ou semânticos). que ocorreram num determinado tempo e lugar, envolven-
- Função informativa (ou referencial): função usada do personagens e um narrador. Refere-se a objeto do mun-
quando o emissor informa objetivamente o receptor de do real ou fictício. Possui uma relação de anterioridade e
uma realidade, ou acontecimento. posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção - expõe um fato, relaciona mudanças de situação,
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e aponta antes, durante e depois dos acontecimentos (ge-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). ralmente);
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa- - é um tipo de texto sequencial;
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit- - relato de fatos;
mos agradáveis, etc. - presença de narrador, personagens, enredo, cenário,
tempo;
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- - apresentação de um conflito;
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos - uso de verbos de ação;
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- - geralmente, é mesclada de descrições;
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. - o diálogo direto é frequente.

A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo Texto Descritivo - um texto em que se faz um retrato
que mais profundamente distingue o homem dos outros por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um
animais. objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção
é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abor-
Podemos considerar que o desenvolvimento desta fun- dagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou
ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterio-
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume ridade. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as
e da mímica facial coisas acontecem ao mesmo tempo.
- expõe características dos seres ou das coisas, apre-
Devido a estas capacidades, para além da linguagem senta uma visão;
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de - é um tipo de texto figurativo;
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- - retrato de pessoas, ambientes, objetos;
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- - predomínio de atributos;
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações - uso de verbos de ligação;
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não - frequente emprego de metáforas, comparações e
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas outras figuras de linguagem;
que se podem observar entre si. - tem como resultado a imagem física ou psicológica.

Texto Dissertativo - a dissertação é um texto que ana-


lisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse
tipo textual requer reflexão, pois as opiniões sobre os fatos
e a postura crítica em relação ao que se discute têm grande
importância. O texto dissertativo é temático, pois trata de
análises e interpretações; o tempo explorado é o presente
no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução
onde o assunto a ser discutido é apresentado, seguido por
uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do au-
tor sobre o assunto em evidência. Nesse tipo de texto a

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
expressão das ideias, valores, crenças são claras, evidentes, As ações contidas no texto narrativo são praticadas
pois é um tipo de texto que propõe a reflexão, o debate de pelas personagens, que são justamente as pessoas en-
ideias. A linguagem explorada é a denotativa, embora o volvidas no episódio que está sendo contado. As persona-
uso da conotação possa marcar um estilo pessoal. A obje- gens são identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos
tividade é um fator importante, pois dá ao texto um valor substantivos próprios.
universal, por isso geralmente o enunciador não aparece Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mes-
porque o mais importante é o assunto em questão e não mo sem querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar) 
quem fala dele. A ausência do emissor é importante para as ações do enredo foram realizadas pelas personagens.
que a ideia defendida torne algo partilhado entre muitas O lugar onde ocorre uma ação ou ações  é chamado de
pessoas, sendo admitido o emprego da 1ª pessoa do plural espaço, representado no texto pelos advérbios de lugar.
Além de contar onde, o narrador também pode es-
- nós, pois esse não descaracteriza o discurso dissertativo.
clarecer “quando” ocorreram as ações da história. Esse
- expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa;
elemento da narrativa é o tempo, representado no texto
- é um tipo de texto argumentativo. narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente
- defesa de um argumento: apresentação de uma pelos advérbios de tempo. É o tempo que ordena as ações
tese que será defendida; desenvolvimento ou argumenta- no texto narrativo: é ele que indica ao leitor “como” o fato
ção; fechamento; narrado aconteceu.
- predomínio da linguagem objetiva; A história contada, por isso, passa por uma introdução
- prevalece a denotação. (parte inicial da história, também chamada de prólogo),
pelo desenvolvimento do enredo (é a história propria-
Texto Argumentativo - esse texto tem a função de mente dita, o meio, o “miolo” da narrativa, também cha-
persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia mada de trama) e termina com a conclusão da história (é o
imposta pelo texto. É o tipo textual mais presente em ma- final ou epílogo). Aquele que conta a história é o narrador, 
nifestos e cartas abertas, e quando também mostra fatos que pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu...) ou impes-
para embasar a argumentação, se torna um texto disserta- soal (narra em 3ª pessoa: Ele...).
tivo-argumentativo. Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por ver-
bos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de
Texto Injuntivo/Instrucional - indica como realizar lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens,
uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimen- que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que
fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma
tos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e sim-
rede: a própria história contada.
ples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que
imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o conta a história.
uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: Previ-
sões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de Elementos Estruturais (I):
remédio, convenções, regras e eventos.
- Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
Narração - Personagens: são seres que se movimentam, se re-
lacionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação.
A Narração é um tipo de texto que relata uma história Revelam-se por meio de características físicas ou psicológi-
real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto cas. Os personagens podem ser lineares (previsíveis), com-
narrativo apresenta personagens que atuam em um tem- plexos, tipos sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.)
po e em um espaço, organizados por uma narração feita ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o avarento etc.),
por um narrador. É uma série de fatos situados em um heróis ou anti-heróis, protagonistas ou antagonistas.
espaço e no tempo, tendo mudança de um estado para - Narrador: é quem conta a história.
outro, segundo relações de sequencialidade e causalidade, - Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
e não simultâneos como na descrição. Expressa as relações - Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico:
entre os indivíduos, os conflitos e as ligações afetivas entre o tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o
tempo interior, subjetivo.
esses indivíduos e o mundo, utilizando situações que con-
têm essa vivência.
Elementos Estruturais (II):
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e Personagens - Quem? Protagonista/Antagonista
com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narra- Acontecimento - O quê? Fato
ção predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de Tempo - Quando? Época em que ocorreu o fato
ações; assim sendo, a maioria dos verbos que compõem Espaço - Onde? Lugar onde ocorreu o fato
esse tipo de texto são os verbos de ação. O conjunto de Modo - Como? De que forma ocorreu o fato
ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história Causa - Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato
que é contada nesse tipo de texto recebe o nome de en- Resultado - previsível ou imprevisível.
redo. Final - Fechado ou Aberto.

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Esses elementos estruturais combinam-se e articulam- - Narrador-observador: é aquele que conta a história
-se de tal forma, que não é possível compreendê-los isola- como alguém que observa tudo que acontece e transmite
damente, como simples exemplos de uma narração. Há uma ao leitor, a história é contada em 3ª pessoa.
relação de implicação mútua entre eles, para garantir coerên- - Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o
cia e verossimilhança à história narrada. Quanto aos elemen- enredo e as personagens, revelando seus pensamentos e
tos da narrativa, esses não estão, obrigatoriamente sempre sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas
presentes no discurso, exceto as personagens ou o fato a ser vezes, aparece misturada com pensamentos dos persona-
narrado. gens (discurso indireto livre).

Exemplo: Estrutura:

Porquinho-da-índia - Apresentação: é a parte do texto em que são apre-


sentados alguns personagens e expostas algumas circuns-
Quando eu tinha seis anos tâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação
Ganhei um porquinho-da-índía. se desenvolverá.
Que dor de coração me dava - Complicação: é a parte do texto em que se inicia pro-
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! priamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem,
Levava ele pra sala conduzindo ao clímax.
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge
Ele não gostava: seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
Queria era estar debaixo do fogão. - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas... ações dos personagens.
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira na-
morada. Tipos de Personagens:

Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Os personagens têm muita importância na constru-
Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110. ção de um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser
principais ou secundários, conforme o papel que desem-
Observe que, no texto acima, há um conjunto de trans- penham no enredo, podem ser apresentados direta ou in-
formações de situação: ganhar um porquinho-da-índia é diretamente.
passar da situação de não ter o animalzinho para a de tê-lo; A apresentação direta acontece quando o personagem
levá-lo para a sala ou para outros lugares é passar da situa- aparece de forma clara no texto, retratando suas caracterís-
ção de ele estar debaixo do fogão para a de estar em outros ticas físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se
lugares; ele não gostava: “queria era estar debaixo do fogão” dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor
implica a volta à situação anterior; “não fazia caso nenhum vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo,
das minhas ternurinhas” dá a entender que o menino passava ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do
de uma situação de não ser terno com o animalzinho para modo como vai fazendo.
uma situação de ser; no último verso tem-se a passagem da
situação de não ter namorada para a de ter. - Em 1ª pessoa:
Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto
de mudanças de situação. É isso que define o que se chama o Personagem Principal: há um “eu” participante que
componente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mu- conta a história e é o protagonista. Exemplo:
dança de estado pela ação de alguma personagem, é uma
transformação de situação. Mesmo que essa personagem “Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bam-
não apareça no texto, ela está logicamente implícita. Assim, bas, o coração parecendo querer sair-me pela boca fora.
por exemplo, se o menino ganhou um porquinho-da-índia, é Não me atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vi-
porque alguém lhe deu o animalzinho. Assim, há basicamen- zinho. Comecei a andar de um lado para outro, estacando
te, dois tipos de mudança: aquele em que alguém recebe al- para amparar-me, e andava outra vez e estacava.”
guma coisa (o menino passou a ter o porquinho-da índia) e (Machado de Assis. Dom Casmurro)
aquele alguém perde alguma coisa (o porquinho perdia, a
cada vez que o menino o levava para outro lugar, o espaço Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acre-
confortável de debaixo do fogão). Assim, temos dois tipos de ditar, eu estava lá e vi. Exemplo:
narrativas: de aquisição e de privação.
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre
Existem três tipos de foco narrativo: teso do Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de
contrabandista que fez cancha nos banhados do Ibirocaí.
- Narrador-personagem: é aquele que conta a história Esse gaúcho desabotinado levou a existência inteira a
na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e persona- cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado
gem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa. da Lua, na escuridão das noites, na cerração das madru-

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
gadas...; ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que O homem toma a cerveja em pequenos goles, obser-
ventasse como por alma de padre, nunca errou vau, nunca vando criteriosamente o menino mais velho e o menino
perdeu atalho, nunca desandou cruzada!... mais novo absorvidos com o sanduíche e a bebida.
(...) Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois me-
Aqui há poucos – coitado! – pousei no arranchamento ninos. E permanecem para sempre, humanos e indestrutí-
dele. Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não no víamos veis, sentados naquela mesa.
desde muito tempo. (...) (Wander Piroli)
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na
matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro. Tipos de Discurso:
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista)
Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamen-
- Em 3ª pessoa: te para o personagem, sem a sua interferência. Exemplo:

Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira Caso de Desquite


pessoa. Exemplo:
__ Vexame de incomodar o doutor (a mão trêmula na
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a fan- boca). Veja, doutor, este velho caducando. Bisavô, um neto
tasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E casado. Agora com mania de mulher. Todo velho é sem-
saiu à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, mor- -vergonha.
rendo de vergonha da malha de cetim, das asas e das an- __ Dobre a língua, mulher. O hominho é muito bom. Só
tenas e, mais ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa não me pise, fico uma jararaca.
para disfarçar o sentimento impreciso de ridículo.” __ Se quer sair de casa, doutor, pague uma pensão.
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) __ Essa aí tem filho emancipado. Criei um por um, está
bom? Ela não contribuiu com nada, doutor. Só deu de ma-
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história mar no primeiro mês.
como sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: __Você desempregado, quem é que fazia roça?
__ Isso naquele tempo. O hominho aqui se espalhava.
Fui jogado na estrada, doutor. Desde onze anos estou no
Festa
mundo sem ninguém por mim. O céu lá em cima, noite e
dia o hominho aqui na carroça. Sempre o mais sacrificado,
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental
está bom?
olha o crioulão de roupa limpa e remendada, acompanha-
__ Se ficar doente, Severino, quem é que o atende?
do de dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro
__ O doutor já viu urubu comer defunto? Ninguém
mais novo, mas ambos com menos de dez anos. morre só. Sempre tem um cristão que enterra o pobre.
Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas reso- __ Na sua idade, sem os cuidados de uma mulher...
lutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde __ Eu arranjo.
há seis mesas desertas. __ Só a troco de dinheiro elas querem você. Agora tem
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O dois cavalos. A carroça e os dois cavalos, o que há de me-
homem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guara- lhor. Vai me deixar sem nada?
nás e dois pãezinhos. __ Você tinha amula e a potranca. A mula vendeu e a
__ Duzentos e vinte. potranca, deixou morrer. Tenho culpa? Só quero paz, um
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido. prato de comida e roupa lavada.
__Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz. __ Para onde foi a lavadeira?
__ Como? __ Quem?
__ Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito __ A mulata.
mais gostoso. (...)
O homem olha para os meninos. (Dalton Trevisan – A guerra Conjugal)
__ O preço é o mesmo – informa o rapaz.
__ Está certo. Discurso Indireto: o narrador conta o que o persona-
Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhes- gem diz, sem lhe passar diretamente a palavra. Exemplo:
tra, como se o estivessem fazendo pela primeira vez na
vida. Frio
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e,
em seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôn- O menino tinha só dez anos.
dega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos Quase meia hora andando. No começo pensou num
olham para dentro dos pães, enquanto o rapaz cúmplice bonde. Mas lembrou-se do embrulhinho branco e bem fei-
se retira. to que trazia, afastou a idéia como se estivesse fazendo
Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene uma coisa errada. (Nos bondes, àquela hora da noite, po-
o copo de cerveja até a boca, depois cada um prova o seu deriam roubá-lo, sem que percebesse; e depois?... Que é
guaraná e morde o primeiro bocado do pão. que diria a Paraná?)

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Andando. Paraná mandara-lhe não ficar observando as de compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e
vitrines, os prédios, as coisas. Como fazia nos dias comuns. querer ou dever comprar (respectivamente, querer deixar
Ia firme e esforçando-se para não pensar em nada, nem de pagar aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido
olhar muito para nada. despejado, por exemplo).
__ Olho vivo – como dizia Paraná. Algumas mudanças são necessárias para que outras se
Devagar, muita atenção nos autos, na travessia das deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar
ruas. Ele ia pelas beiradas. Quando em quando, assomava um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter
um guarda nas esquinas. O seu coraçãozinho se apertava. um carro, é preciso antes conseguir o dinheiro.
Na estação da Sorocabana perguntou as horas a uma
mulher. Sempre ficam mulheres vagabundeando por ali, à Narrativa e Narração
noite. Pelo jardim, pelos escuros da Alameda Cleveland. Ela
lhe deu, ele seguiu. Ignorava a exatidão de seus cálculos, Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narrativi-
mas provavelmente faltava mais ou menos uma hora para dade é um componente narrativo que pode existir em tex-
chegar em casa. Os bondes passavam. tos que não são narrações. A narrativa é a transformação
(João Antônio – Malagueta, Perus e Bacanaço) de situações. Por exemplo, quando se diz “Depois da aboli-
Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala ção, incentivou-se a imigração de europeus”, temos um tex-
do personagem e a fala do narrador. É um recurso relati- to dissertativo, que, no entanto, apresenta um componente
narrativo, pois contém uma mudança de situação: do não
vamente recente. Surgiu com romancistas inovadores do
incentivo ao incentivo da imigração européia.
século XX. Exemplo:
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de
texto, o que é narração?
A Morte da Porta-Estandarte A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três carac-
terísticas:
Que ninguém o incomode agora. Larguem os seus bra- - é um conjunto de transformações de situação (o texto
ços. Rosinha está dormindo. Não acordem Rosinha. Não é de Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos,
preciso segurá-lo, que ele não está bêbado... O céu baixou, preenche essa condição);
se abriu... Esse temporal assim é bom, porque Rosinha não - é um texto figurativo, isto é, opera com personagens
sai. Tenham paciência... Largar Rosinha ali, ele não larga e fatos concretos (o texto “Porquinho-da-índia” preenche
não... Não! E esses tambores? Ui! Que venham... É guer- também esse requisito);
ra... ele vai se espalhar... Por que não está malhando em - as mudanças relatadas estão organizadas de maneira
sua cabeça?... (...) Ele vai tirar Rosinha da cama... Ele está tal que, entre elas, existe sempre uma relação de anterio-
dormindo, Rosinha... Fugir com ela, para o fundo do País... ridade e posterioridade (no texto “Porquinho-da-índia” o
Abraçá-la no alto de uma colina... fato de ganhar o animal é anterior ao de ele estar debaixo
(Aníbal Machado) do fogão, que por sua vez é anterior ao de o menino levá-
-lo para a sala, que por seu turno é anterior ao de o porqui-
Sequência Narrativa: nho-da-índia voltar ao fogão).

Uma narrativa não tem uma única mudança, mas vá- Essa relação de anterioridade e posterioridade é sem-
rias: uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma pre pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequên-
subordina-se a outra. cia linear da temporalidade apareça alterada. Assim, por
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: exemplo, no romance machadiano Memórias póstumas de
- uma em que uma personagem passa a ter um que- Brás Cubas, quando o narrador começa contando sua mor-
rer ou um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer te para em seguida relatar sua vida, a sequência temporal
algo); foi modificada. No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma leitura, as relações de anterioridade e de posterioridade.
Resumindo: na narração, as três características expli-
competência para fazer algo);
cadas acima (transformação de situações, figuratividade e
- uma em que a personagem executa aquilo que queria
relações de anterioridade e posterioridade entre os episó-
ou devia fazer (é a mudança principal da narrativa);
dios relatados) devem estar presentes conjuntamente. Um
- uma em que se constata que uma transformação se texto que tenha só uma ou duas dessas características não
deu e em que se podem atribuir prêmios ou castigos às é uma narração.
personagens (geralmente os prêmios são para os bons, e
os castigos, para os maus). Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto
narrativo:
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se - Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata que aconteceu, quando e onde.
a realização de uma mudança é porque ela se verificou, e - Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos
ela efetua-se porque quem a realiza pode, sabe, quer ou personagens.
deve fazê-la. Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um - Desenvolvimento: detalhes do fato.
apartamento: quando se assina a escritura, realiza-se o ato - Conclusão: consequências do fato.

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Caracterização Formal: Tipologia da Narrativa Não-Ficcional:

Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspec- - Memorialismo


to narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetivi- - Notícias
dade, porquanto a criação e o colorido do contexto estão - Relatos
em função da individualidade e do estilo do narrador. De- - História da Civilização
pendendo do enfoque do redator, a narração terá diver-
sas abordagens. Assim é de grande importância saber se Apresentação da Narrativa:
o relato é feito em primeira pessoa ou terceira pessoa. No
primeiro caso, há a participação do narrador; segundo, há - visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em
uma inferência do último através da onipresença e onis- quadrinhos) e desenhos.
ciência. - auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e
Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação discos.
dos acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, trans- - audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisiona-
gredindo o aspecto linear e constituindo o que se deno- das.
mina “flashback”. O narrador que usa essa técnica (carac-
terística comum no cinema moderno) demonstra maior Descrição
criatividade e originalidade, podendo observar as ações
ziguezagueando no tempo e no espaço. É a representação com palavras de um objeto, lugar,
situação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais
Exemplo - Personagens particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer
elemento que seja apreendido pelos sentidos e transfor-
“Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. mado, com palavras, em imagens. Sempre que se expõe
com detalhes um objeto, uma pessoa ou uma paisagem a
Amâncio não viu a mulher chegar.
alguém, está fazendo uso da descrição. Não é necessário
- Não quer que se carpa o quintal, moço?
que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do obser-
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face
vador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa
escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa
forma, o que será importante ser analisado para um, não
do passado, os olhos).”
será para outro. A vivência de quem descreve também in-
fluencia na hora de transmitir a impressão alcançada sobre
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre:
determinado objeto, pessoa, animal, cena, ambiente, emo-
Mercado Aberto, p. 5O) ção vivida ou sentimento.
Exemplo - Espaço Exemplos:
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a re-
dondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco (I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redon-
de algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe da. Mas a penumbra dos ramos cobria o atalho.
a insipidez.” Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores,
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado
Porto Alegre: Movimento, 1981, p. 51) pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha
o meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zu-
Exemplo - Tempo nido de abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais,
grande demais.”
“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra- (extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lis-
-se: a mulher lhe pediu que a chamasse cedo.” pector)
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4)
(II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole,
Tipologia da Narrativa Ficcional: aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas
em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cin-
- Romance quenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fa-
- Conto zer logo com o cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai.
- Crônica Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava
- Fábula alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes.
- Lenda O mestre era mais severo com ele do que conosco.
- Parábola (Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed.
- Anedota São Paulo, Ática, 1974, págs. 31-32.)
- Poema Épico
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do pro-
fessor da escola que o escritor frequentava. Deve-se notar:

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas - O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes,
(ao mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo mas sim a capacidade de observação que deve revelar
que os outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Rai- aquele que a realiza.
mundo tinha grande medo ao pai); - Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exem-
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser plo: “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais ve-
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto lha pelo desenvolvimento das proporções. Grande, carnu-
de vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na da, sanguínea e fogosa, era um desses exemplares exces-
escola é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no ní- sivos do sexo que parecem conformados expressamente
vel do relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é para esposas da multidão (...)” (Raul Pompéia – O Ateneu)
indiferente: o que o escritor quer é explicitar uma caracte- - Como na descrição o que se reproduz é simultâneo,
rística do menino, e não traçar a cronologia de suas ações); não existe relação de anterioridade e posterioridade entre
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), seus enunciados.
todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica conco- - Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível,
mitância em relação a um marco temporal instalado no tex- que se usem então as formas nominais, o presente e o pre-
to (no caso, o ano de 1840, em que o escritor frequentava tério imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferên-
a escola da rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma cia aos verbos que indiquem estado ou fenômeno.
transformação de estado; - Todavia deve predominar o emprego das compara-
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não ções, dos adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido
correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológi- ao texto.
ca - poderíamos mesmo colocar o últímo período em pri-
meiro lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre A característica fundamental de um texto descritivo é
era mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola essa inexistência de progressão temporal. Pode-se apre-
depois do pai e retirava-se antes... sentar, numa descrição, até mesmo ação ou movimento,
desde que eles sejam sempre simultâneos, não indicando
Evidentemente, quando se diz que a ordem dos enun-
progressão de uma situação anterior para outra posterior.
ciados pode ser invertida, está-se pensando apenas na
Tanto é que uma das marcas linguísticas da descrição é o
ordem cronológica, pois, como veremos adiante, a ordem
predomínio de verbos no presente ou no pretérito imper-
em que os elementos são descritos produz determinados
feito do indicativo: o primeiro expressa concomitância em
efeitos de sentido.
relação ao momento da fala; o segundo, em relação a um
Quando alteramos a ordem dos enunciados, preci-
marco temporal pretérito instalado no texto.
samos fazer certas modificações no texto, pois este con-
tém anafóricos (palavras que retomam o que foi dito an- Para transformar uma descrição numa narração, basta-
tes, como ele, os, aquele, etc. ou catafóricos (palavras que ria introduzir um enunciado que indicasse a passagem de
anunciam o que vai ser dito, como este, etc.), que podem um estado anterior para um posterior. No caso do texto II
perder sua função e assim não ser compreendidos. Se to- inicial, para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Re-
marmos uma descrição como As flores manifestavam unia a isso grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-se
todo o seu esplendor. O Sol fazia-as brilhar, ao inver- desse medo...
termos a ordem das frases, precisamos fazer algumas al-
terações, para que o texto possa ser compreendido: O Sol Características Linguísticas:
fazia as flores brilhar. Elas manifestavam todo o seu
esplendor. Como, na versão original, o pronome oblíquo O enunciado narrativo, por ter a representação de um
as é um anafórico que retoma flores, se alterarmos a or- acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela tem-
dem das frases ele perderá o sentido. Por isso, precisamos poralidade, na relação situação inicial e situação final, en-
mudar a palavra flores para a primeira frase e retomá-la quanto que o enunciado descritivo, não tendo transforma-
com o anafórico elas na segunda. ção, é atemporal.
Por todas essas características, diz-se que o fragmento Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintá-
do conto de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de tico-semânticas encontradas no texto que vão facilitar a
texto em que se expõem características de seres concretos compreensão:
(pessoas, objetos, situações, etc.) consideradas fora da re- - Predominância de verbos de estado, situação ou in-
lação de anterioridade e de posterioridade. dicadores de propriedades, atitudes, qualidades, usados
principalmente no presente e no imperfeito do indicativo
Características: (ser, estar, haver, situar-se, existir, ficar).
- Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que
- Ao fazer a descrição enumeramos características, é descrito;
comparações e inúmeros elementos sensoriais;
- As personagens podem ser caracterizadas física e psi- Exemplo:
cologicamente, ou pelas ações;
- A descrição pode ser considerada um dos elementos “Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço
constitutivos da dissertação e da argumentação; entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no quei-
- É impossível separar narração de descrição; xo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
amolgado no alto; tingia os cabelos que de uma orelha à “A casa velha era enorme, toda em largura, com por-
outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto ta central que se alcançava por três degraus de pedra e
lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não quatro janelas de guilhotina para cada lado. Era feita de
tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos pau-a-pique barreado, dentro de uma estrutura de cantos
da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras. e apoios de madeira-de-lei. Telhado de quatro águas. Pin-
Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito tada de roxo-claro. Devia ser mais velha que Juiz de Fora,
despegadas do crânio.” provavelmente sede de alguma fazenda que tivesse ficado,
(Eça de Queiroz - O Primo Basílio) capricho da sorte, na linha de passagem da variante do Ca-
minho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois a Rua
- Emprego de figuras (metáforas, metonímias, compa- Direita – sobre a qual ela se punha um pouco de esguelha
rações, sinestesias). Exemplo: e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).”
(Pedro Nava – Baú de Ossos)
“Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não
muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Descrição Subjetiva: quando há maior participação
Apesar de seu corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a pai-
buliçosa e saltitante que lhe dava petulância de rapaz e ca- sagem são transfigurados pela emoção de quem escreve,
sava perfeitamente com os olhinhos de azougue.” podendo opinar ou expressar seus sentimentos. Exemplo:
(José de Alencar - Senhora) “Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso
ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito
- Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo: como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo
era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram
“Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, de um rei...”
e essa casa era assim: na frente, uma grade de ferro; depois (“O Ateneu”, Raul Pompéia)
você entrava tinha um jardinzinho; no final tinha uma esca-
dinha que devia ter uns cinco degraus; aí você entrava na “(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra
sala da frente; dali tinha um corredor comprido de onde esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem,
saíam três portas; no final do corredor tinha a cozinha, de- par-de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso,
mandando por lei, de sobregoverno.”
pois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e atrás ain-
(Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas)
da tinha um galpão, que era o lugar da bagunça...”
(Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)
Os efeitos de sentido criados pela disposição dos ele-
mentos descritivos:
Recursos:
Como se disse anteriormente, do ponto de vista da
- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações tér- progressão temporal, a ordem dos enunciados na descri-
micas. Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor ção é indiferente, uma vez que eles indicam propriedades
alegre do sol. ou características que ocorrem simultaneamente. No en-
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exa- tanto, ela não é indiferente do ponto de vista dos efeitos
tas, concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um de sentido: descrever de cima para baixo ou vice-versa, do
céu sereno, uma pureza de cristal. detalhe para o todo ou do todo para o detalhe cria efeitos
- As sensações de movimento e cor embelezam o po- de sentido distintos.
der da natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”,
transparente que deslumbrava e enlouquecia qualquer um. de Bocage:
- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez
do texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O Magro, de olhos azuis, carão moreno,
pessoal, muito crente. bem servido de pés, meão de altura,
triste de facha, o mesmo de figura,
A descrição pode ser apresentada sob duas formas: nariz alto no meio, e não pequeno.

Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a Incapaz de assistir num só terreno,
passagem são apresentadas como realmente são, concre- mais propenso ao furor do que à ternura;
tamente. Exemplo: bebendo em níveas mãos por taça escura
de zelos infernais letal veneno.
“Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70kg. Aparência atlética,
ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabe- Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão, 1968, pág. 497.
los negros e lisos”.
O poeta descreve-se das características físicas para as
Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não
Exemplo: seria o mesmo, pois as características físicas perderiam
qualquer relevo.

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a vi- Descrição de pessoas (I):
sualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de - Introdução: primeira impressão ou abordagem de
um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características qualquer aspecto de caráter geral.
exteriores, facilmente identificáveis (descrição objetiva), ou - Desenvolvimento: características físicas (altura, peso,
suas características psicológicas e até emocionais (descrição cor da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas).
subjetiva). - Desenvolvimento: características psicológicas (per-
Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjeti- sonalidade, temperamento, caráter, preferências, inclina-
vos, também denominado adjetivação. Para facilitar o apren- ções, postura, objetivos).
dizado desta técnica, sugere-se que o concursando, após - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de
escrever seu texto, sublinhe todos os substantivos, acrescen- caráter geral.
tando antes ou depois deste um adjetivo ou uma locução
adjetiva. Descrição de pessoas (II):
- Introdução: primeira impressão ou abordagem de
Descrição de objetos constituídos de uma só parte: qualquer aspecto de caráter geral.
- Desenvolvimento: análise das características físicas,
- Introdução: observações de caráter geral referentes à
associadas às características psicológicas (1ª parte).
procedência ou localização do objeto descrito.
- Desenvolvimento: análise das características físicas,
- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) - formato (compa-
ração com figuras geométricas e com objetos semelhantes); associadas às características psicológicas (2ª parte).
dimensões (largura, comprimento, altura, diâmetro etc.) - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de
- Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) - material, peso, caráter geral.
cor/brilho, textura.
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação.
sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o É uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais
objeto como um todo. predominam. Porque toda técnica descritiva implica con-
Descrição de objetos constituídos por várias partes: templação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o
- Introdução: observações de caráter geral referentes à redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de sensi-
procedência ou localização do objeto descrito. bilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou
- Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza
das partes que compõem o objeto, associados à explicação cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade.
de como as partes se agrupam para formar o todo.
- Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser
todo (externamente) - formato, dimensões, material, peso, não-literária ou literária. Na descrição não-literária, há
textura, cor e brilho. maior preocupação com a exatidão dos detalhes e a pre-
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a cisão vocabular. Por ser objetiva, há predominância da de-
sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o notação.
objeto em sua totalidade.
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica
Descrição de ambientes: é um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usan-
- Introdução: comentário de caráter geral. do uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto
- Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura glo- é usado para descrever aparelhos, o seu funcionamento,
bal do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, lumino- as peças que os compõem, para descrever experiências,
sidade e aroma (se houver).
processos, etc. Exemplo:
- Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a
objetos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, es-
Folheto de propaganda de carro
culturas ou quaisquer outros objetos.
- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira
no ambiente. Conforto interno - É impossível falar de conforto sem
incluir o espaço interno. Os seus interiores são amplos,
Descrição de paisagens: acomodando tranquilamente passageiros e bagagens. O
- Introdução: comentário sobre sua localização ou qual- Passat e o Passat Variant possuem direção hidráulica e ar
quer outra referência de caráter geral. condicionado de elevada capacidade, proporcionando a
- Desenvolvimento: observação do plano de fundo (ex- climatização perfeita do ambiente.
plicação do que se vê ao longe). Porta-malas - O compartimento de bagagens possui
- Desenvolvimento: observação dos elementos mais próxi- capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até
mos do observador - explicação detalhada dos elementos que 1500 litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado.
compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem. Tanque - O tanque de combustível é confeccionado
- Conclusão: comentários de caráter geral, concluin- em plástico reciclável e posicionado entre as rodas trasei-
do acerca da impressão que a paisagem causa em quem ras, para evitar a deformação em caso de colisão.
a contempla.

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa

Textos descritivos literários: Na descrição literária Características:


predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto
de associações conotativas que podem ser exploradas a - ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é
partir de descrições de pessoas; cenários, paisagens, espa- temático;
ço; ambientes; situações e coisas. Vale lembrar que textos - como o texto narrativo, ele mostra mudanças de si-
descritivos também podem ocorrer tanto em prosa como tuação;
em verso. - ao contrário do texto narrativo, nele as relações de
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm
Dissertação maior importância - o que importa são suas relações ló-
gicas: analogia, pertinência, causalidade, coexistência, cor-
A dissertação é uma exposição, discussão ou interpre- respondência, implicação, etc.
tação de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar al- - a estética e a gramática são comuns a todos os tipos
gum tema. Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, de redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística pos-
raciocínio, clareza, coerência, objetividade na exposição, suem características próprias a cada tipo de texto.
um planejamento de trabalho e uma habilidade de expres-  
são. É em função da capacidade crítica que se questionam São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvi-
pontos da realidade social, histórica e psicológica do mun- mento / Conclusão.
do e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação
no seu significado diz respeito a um tipo de texto em que Introdução: em que se apresenta o assunto; se apre-
a exposição de uma ideia, através de argumentos, é feita senta a ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu de-
com a finalidade de desenvolver um conteúdo científico, senvolvimento. Tipos:
doutrinário ou artístico. Exemplo:
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem dis-
Há três métodos pelos quais pode um homem chegar cutidos. Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consi-
a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência, go: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de
como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma fora para dentro...”
irmã; o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e - Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona
o terceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrup- a um fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início
ção da corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os no começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices
que se valem do último desses métodos, pois os tais faná- de inflação que a década colecionou, agravou vários dos
ticos sempre se revelam os mais obsequiosos e subservien- históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência,
tes à vontade e às paixões do amo. Tendo à sua disposição principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente
todos os cargos, conservam-se no poder esses ministros identificada pela população brasileira.”
subordinando a maioria do senado, ou grande conselho, - Proposição: o autor explicita seus objetivos.
e, afinal, por via de um expediente chamado anistia (cuja - Convite: proposta ao leitor para que participe de al-
natureza lhe expliquei), garantem-se contra futuras pres- guma coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na
tações de contas e retiram-se da vida pública carregados sua”? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não
com os despojos da nação. entre pelo cano! Faça parte desse time de vencedores des-
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver. de a escolha desse momento!
São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234-235. - Contestação: contestar uma idéia ou uma situação.
Ex: “É importante que o cidadão saiba que portar arma de
Esse texto explica os três métodos pelos quais um ho- fogo não é a solução no combate à insegurança.”
mem chega a ser primeiro-ministro, aconselha o príncipe - Características: caracterização de espaços ou aspec-
discreto a escolhê-lo entre os que clamam contra a cor- tos.
rupção na corte e justifica esse conselho. Observe-se que: - Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex:
- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realida- “Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com
de com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque
homem particular e do que faz para chegar a ser primeiro- de aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo,
-ministro, mas do homem em geral e de todos os métodos existem no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar
para atingir o poder); programas) e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a sinais recebidos). (...)”
mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da - Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
corte no momento em que se tornam primeiros-ministros); - Citação: opinião de alguém de destaque sobre o as-
- a progressão temporal dos enunciados não tem im- sunto do texto. Ex: “A principal característica do déspota
portância, pois o que importa é a relação de implicação encontra-se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das
(clamar contra a corrupção da corte implica ser corrupto normas e das regras que definem a vida familiar, isto é, o
depois da nomeação para primeiro-ministro). espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário,
pois decorre exclusivamente de sua vontade, de seu prazer
e de suas necessidades.”

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo
que compõem o texto. o trabalho automático, devido à evolução tecnológica e a
- Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se necessidade de qualificação cada vez maior, o que provoca
faz a pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entu- o desemprego. Outro fator que também leva ao desem-
siasmo pelo futebol não é uma prova de alienação?” prego de um sem número de trabalhadores é a contenção
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a de despesas, de gastos. (B)
curiosidade do leitor. Segundo a Constituição, “preocupada” com essa cri-
- Comparação: social e geográfica. se social que provém dessa automatização e qualificação,
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à obriga que seja feita uma lei, em que será dada absoluta
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, garantia aos trabalhadores, de que, mesmo que as empre-
triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e das sas sejam automatizadas, não perderão eles seu mercado
realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a
de trabalho. (C)
verdadeira doença do século...”
Não é uma utopia?!
- Narração: narrar um fato.
Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na
Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial, de colheita da cana de açúcar que devido ao avanço tecno-
forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais im- lógico e a lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo
portante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas: o meio ambiente, proibindo a queima da cana de açúcar
para a colheita e substituindo-os então pelas máquinas,
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova desemprega milhares deles. (D)
com este tipo de abordagem. Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar cursos de cabeleleiro, marcenaria, eletricista, para não per-
a idéia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a derem o mercado de trabalho, aumentando, com isso, a
definição. classe de trabalhos informais.
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situa- Como ficam então aqueles trabalhadores que passa-
ções distintas. ram à vida estudando, se especializando, para se diferen-
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta ciarem e ainda estão desempregados?, como vimos no úl-
pontos favoráveis e desfavoráveis. timo concurso da prefeitura do Rio de Janeiro para “gari”,
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou havia até advogado na fila de inscrição. (E)
descrever uma cena. Já que a Constituição dita seu valor ao social que to-
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados esta-
dos têm o direito de trabalho, cabe aos governantes desse
tísticos.
país, que almeja um futuro brilhante, deter, com urgência
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
esse processo de desníveis gritantes e criar soluções efi-
prováveis resultados.
- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve cazes para combater a crise generalizada (F), pois a uma
apresentar questionamento e reflexão. nação doente, miserável e desigual, não compete a tão so-
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: concei- nhada modernidade. (G)
tos, valores, juízos.
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos 1º Parágrafo – Introdução
porquês de uma determinada situação.
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. A. Tema: Desemprego no Brasil.
- Exemplificação: dar exemplos. Contextualização: decorrência de um processo histó-
rico problemático.
Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fe-
chamento integrado de tudo que se argumentou. Para ela 2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas.
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. remetem a uma análise do tema em questão.
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro
pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão dado da realidade.
de quem lê.
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade
de quem propõe soluções.
Exemplo:
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.
Direito de Trabalho
7º Parágrafo: Conclusão
Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um F. Uma possível solução é apresentada.
novo modelo econômico: o capitalismo, que até o século G. O texto conclui que desigualdade não se casa com
XX agia por meio da inclusão de trabalhadores e hoje pas- modernidade.
sou a agir por meio da exclusão. (A)

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
É bom lembrarmos que é praticamente impossível - O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise
opinar sobre o que não se conhece. A leitura de bons tex- atualmente.
tos é um dos recursos que permite uma segurança maior - O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a
no momento de dissertar sobre algum assunto. Debater e sociedade brasileira.
pesquisar são atitudes que favorecem o senso crítico, es-
sencial no desenvolvimento de um texto dissertativo. O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:

Ainda temos: Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma


série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, características, funções, processos, situações, sempre ofe-
o assunto que vai ser abordado. recendo o complemente necessário à afirmação estabele-
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo cida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os
discutido. critérios de importância, preferência, classificação ou alea-
Argumentação: é um conjunto de procedimentos lin- toriamente.
guísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas Exemplo:
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É for-
necer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma 1- O adolescente moderno está se tornando obeso por
determinada tese. várias causas: alimentação inadequada, falta de exercícios
Estes assuntos serão vistos com mais afinco posterior- sistemáticos e demasiada permanência diante de compu-
mente. tadores e aparelhos de Televisão.

Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são: 2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é gran-
de o número de emissoras que dedicam parte da sua pro-
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessi- gramação à veiculação de programas religiosos de crenças
dade de pleno domínio do assunto e habilidade de argu- variadas.
mentação;
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao 3-
tema; - A Santa Missa em seu lar.
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; - Terço Bizantino.
- impõem-se sempre o raciocínio lógico;
- Despertar da Fé.
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer
- Palavra de Vida.
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstra-
- Igreja da Graça no Lar.
ção do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural,
original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve
4-
ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).
- Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o
governo brasileiro diante de tantos desmatamentos, dese-
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apre-
quilíbrios sociológicos e poluição.
sentar: uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear)
e uma ou mais frases que explicitem tal ideia. - Existem várias razões que levam um homem a enve-
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada redar pelos caminhos do crime.
(ideia central) porque oculta os problemas sociais realmen- - A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
te graves. (ideia secundária)”. porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.
Vejamos: - O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser comba- sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
tida urgentemente. - O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas
em várias categorias.
Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser
combatida urgentemente, pois a alta concentração de Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver
elementos tóxicos põe em risco a vida de milhares de através da comparação, que confronta ideias, fatos, fenô-
pessoas, sobretudo daquelas que sofrem de problemas menos e apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.
respiratórios: Exemplo:

- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem “A juventude é uma infatigável aspiração de felicida-
levado muita gente ao vício. de; a velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e
- A televisão é um dos mais eficazes meios de comuni- persistente sentimento de dor, porque já estamos nos con-
cação criados pelo homem. vencendo de que a felicidade é uma ilusão, que só o sofri-
- A violência tem aumentado assustadoramente nas ci- mento é real”.
dades e hoje parece claro que esse problema não pode ser (Arthur Schopenhauer)
resolvido apenas pela polícia.

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes, A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:
encontra no seu desenvolvimento um segmento causal
(fato motivador) e, em outras situações, um segmento indi- Introdução: deve conter a ideia principal a ser desen-
cando consequências (fatos decorrentes). volvida (geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura
do texto, por isso é fundamental. Deve ser clara e chamar
Exemplos: a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e o
plano do desenvolvimento. Contém a proposição do tema,
- O homem, dia a dia, perde a dimensão de humanida- seus limites, ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser
de que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas defendida.
em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam. Desenvolvimento: exposição de elementos que vão
fundamentar a ideia principal que pode vir especificada
- O espírito competitivo foi excessivamente exerci- através da argumentação, de pormenores, da ilustração,
do entre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver da causa e da consequência, das definições, dos dados es-
numa sociedade fria e inamistosa. tatísticos, da ordenação cronológica, da interrogação e da
citação. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos
Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos mar- quantos forem necessários para a completa exposição da
cam temporal e espacialmente a evolução de ideias, pro- ideia. E esses parágrafos podem ser estruturados das cinco
cessos. maneiras expostas acima.
Exemplos: Conclusão: é a retomada da ideia principal, que ago-
ra deve aparecer de forma muito mais convincente, uma
Tempo - A comunicação de massas é resultado de uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento
lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. De- da dissertação (um parágrafo). Deve, pois, conter de forma
pois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação
inventou a escrita e só muitos séculos mais tarde é que da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica
passou à comunicação de massa.
empregada no desenvolvimento.
Espaço - O solo é influenciado pelo clima. Nos climas
úmidos, os solos são profundos. Existe nessas regiões uma
Texto Argumentativo
forte decomposição de rochas, isto é, uma forte transfor-
mação da rocha em terra pela umidade e calor. Nas regiões
Texto Argumentativo é o texto em que defendemos
temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo é pou-
uma ideia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procuran-
co profunda. (Melhem Adas)
do (por todos os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor
aceite-a, creia nela. Num texto argumentativo, distinguem-
Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se
conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las -se três componentes: a tese, os argumentos e as estraté-
mais compreensíveis. gias argumentativas.
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue prove-
niente do coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão Tese, ou proposição, é a ideia que defendemos, neces-
umbilical e na ligação entre os pulmões e o coração, todas sariamente polêmica, pois a argumentação implica diver-
as artérias contém sangue vermelho-vivo, recém oxigena- gência de opinião.
do. Na artéria pulmonar, porém, corre sangue venoso, mais Argumento tem uma origem curiosa: vem do latim Ar-
escuro e desoxigenado, que o coração remete para os pul- gumentum, que tem o tema ARGU, cujo sentido primeiro é
mões para receber oxigênio e liberar gás carbônico”. “fazer brilhar”, “iluminar”, a mesma raiz de “argênteo”, “ar-
gúcia”, “arguto”. Os argumentos de um texto são facilmente
Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê?
deve delimitar-se o tema que será desenvolvido e que po- Exemplo: o autor é contra a pena de morte (tese). Por que...
derá ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, (argumentos).
o tema é a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a Estratégias argumentativas são todos os recursos
partir das seguintes ideias: (verbais e não-verbais) utilizados para envolver o leitor/ou-
vinte, para impressioná-lo, para convencê-lo melhor, para
- A violência contra os povos indígenas é uma constan- persuadi-lo mais facilmente, para gerar credibilidade, etc.
te na história do Brasil.
- O surgimento de várias entidades de defesa das po- A Estrutura de um Texto Argumentativo
pulações indígenas.
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio A argumentação Formal
brasileiro.
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena. A nomenclatura é de Othon Garcia, em sua obra “Co-
municação em Prosa Moderna”. O autor, na mencionada
Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, obra, apresenta o seguinte plano-padrão para o que chama
deve fazer a estruturação do texto. de argumentação formal:

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Proposição (tese): afirmativa suficientemente definida Deixando-se de lado a perspectiva teórica do Mestre,
e limitada; não deve conter em si mesma nenhum argu- acima referida suponha-se que se deva recuperar linguisti-
mento. camente um jovem estudante universitário cujo texto apre-
Análise da proposição ou tese: definição do sentido sente preocupantes problemas de concordância, regência,
da proposição ou de alguns de seus termos, a fim de evitar colocação, ortografia, pontuação, adequação vocabular,
mal-entendidos. coesão, coerência, informatividade, entre outros. E, esti-
Formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados mando-lhe melhoras, lhe fosse dada uma gramática que
estatísticos, testemunhos, etc. ele passaria a estudar: que é fonética? Que é fonologia?
Conclusão. Que é fonemas? Morfema? Qual é coletivo de borboleta?
O feminino de cupim? Como se chama quem nasce na
Observe o texto a seguir, que contém os elementos Província de Entre-Douro-e-Minho? Que é oração subor-
referidos do plano-padrão da argumentação formal. dinada adverbial concessiva reduzida de gerúndio? E de-
corasse regras de ortografia, fizesse lista de homônimos,
Gramática e desempenho Linguístico parônimos, de verbos irregulares... e estudasse o plural de
compostos, todas regras de concordância, regências... os
Pretende-se demonstrar no presente artigo que o es- casos de próclise, mesóclise e ênclise. E que, ao cabo de
tudo intencional da gramática não traz benefícios signifi- todo esse processo, se voltasse a examinar o desempenho
cativos para o desempenho linguístico dos utentes de uma do jovem estudante na produção de um texto. A melhora
língua. seria, indubitavelmente, pouco significativa; uma pequena
Por “estudo intencional da gramática” entende-se melhora, talvez, na gramática da frase, mas o problema de
o estudo de definições, classificações e nomenclatura; a coesão, de coerência, de informatividade - quem sabe os
realização de análises (fonológica, morfológica, sintáti- mais graves - haveriam de continuar. Quanto mais não seja
ca); a memorização de regras (de concordância, regência porque a gramática tradicional não dá conta dos mecanis-
e colocação) - para citar algumas áreas. O “desempenho mos que presidem à construção do texto.
linguístico”, por outro lado, é expressão técnica definida Poder-se-á objetar que a ilustração de há pouco é ape-
como sendo o processo de atualização da competência na nas hipotética e que, por isso, um argumento de pouco
produção e interpretação de enunciados; dito de maneira
valor. Contra argumentar-se-ia dizendo que situação como
mais simples, é o que se fala, é o que se escreve em condi-
essa ocorre de fato na prática. Na verdade, todo o ensino
ções reais de comunicação.
de 1° e 2° graus é gramaticalista, descritivista, definitório,
A polêmica pró-gramática x contra gramática é bem
classificatório, nomenclaturista, prescritivista, teórico. O re-
antiga; na verdade, surgiu com os gregos, quando surgi-
sultado? Aí estão as estatísticas dos vestibulares. Valendo
ram as primeiras gramáticas. Definida como “arte”, “arte
40 pontos a prova de redação, os escores foram estes no
de escrever”, percebe-se que subjaz à definição a ideia da
vestibular 1996/1, na PUC-RS: nota zero: 10% dos candida-
sua importância para a prática da língua. São da mesma
tos, nota 01: 30%; nota 02: 40%; nota 03: 15%; nota 04: 5%.
época também as primeiras críticas, como se pode ler em
Apolônio de Rodes, poeta Alexandrino do séc. II a.C.: “Raça Ou seja, apenas 20% dos candidatos escreveram um texto
de gramáticos, roedores que ratais na musa de outrem, que pode ser considerado bom.
estúpidas lagartas que sujais as grandes obras, ó flage- Finalmente pode-se invocar mais um argumento, lem-
lo dos poetas que mergulhais o espírito das crianças na brando que são os gramáticos, os linguistas - como es-
escuridão, ide para o diabo, percevejos que devorais os pecialistas das línguas - as pessoas que conhecem mais a
versos belos”. fundo a estrutura e o funcionamento dos códigos linguís-
Na atualidade, é grande o número de educadores, fi- ticos. Que se esperaria, de fato, se houvesse significativa
lólogos e linguistas de reconhecido saber que negam a influência do conhecimento teórico da língua sobre o de-
relação entre o estudo intencional da gramática e a me- sempenho? A resposta é óbvia: os gramáticos e os linguis-
lhora do desempenho linguístico do usuário. Entre esses tas seriam sempre os melhores escritores. Como na prática
especialistas, deve-se mencionar o nome do Prof. Celso isso realmente não acontece, fica provada uma vez mais a
Pedro Luft com sus obra “Língua e liberdade: por uma tese que se vem defendendo.
nova concepção de língua materna e seu ensino” (L&PM, Vale também o raciocínio inverso: se a relação fosse
1995). Com efeito, o velho pesquisar apaixonado pelos significativa, deveriam os melhores escritores conhecer -
problemas da língua, teórico de espírito lúcido e de larga teoricamente - a língua em profundidade. Isso, no entanto,
formação linguística, reúne numa mesma obra convincen- não se confirma na realidade: Monteiro Lobato, quando es-
te fundamentação para seu combate veemente contra o tudante, foi reprovado em língua portuguesa (muito prova-
ensino da gramática em sala de aula. Por oportuno, uma velmente por desconhecer teoria gramatical); Machado de
citação apenas: Assis, ao folhar uma gramática declarou que nada havia en-
“Quem sabe, lendo este livro muitos professores talvez tendido; dificilmente um Luis Fernando Veríssimo saberia o
abandonem a superstição da teoria gramatical, desistindo que é um morfema; nem é de se crer que todos os nossos
de querer ensinar a língua por definições, classificações, bons escritores seriam aprovados num teste de Português
análises inconsistentes e precárias hauridas em gramáti- à maneira tradicional (e, no entanto eles são os senhores
cas. Já seria um grande benefício”. da língua!).

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Portanto, não há como salvar o ensino da língua, como Abstraída qualquer pretensão de crítica ou censura
recuperar linguisticamente os alunos, como promover um pessoal aos insignes juízes que se filiam a esta corrente,
melhor desempenho linguístico mediante o ensino-estu- alguns dos quais reconhecidos como dos mais brilhantes
do da teoria gramatical. O caminho é seguramente outro. do país, não nos furtamos, todavia, de tecer breves consi-
derações sobre os perigos da generalização desse enten-
Gilberto Scarton dimento.
Primeiro, porque o mesmo, além de violar os preceitos
Eis o esquema do texto em seus quatro estágios: dos arts. 126 e 127 do CPC, atenta de forma direta e fron-
tal contra os princípios da legalidade e da separação de
Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se poderes, esteio no qual se assenta toda e qualquer ideia
enuncia claramente a tese a ser defendida. de democracia ou limitação de atribuições dos órgãos do
Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se de- Estado.
finem as expressões “estudo intencional da gramática” e Isso é o que salientou, e com a costumeira maestria, o
“desempenho lingüístico”, citadas na tese. insuperável José Alberto dos Reis, o maior processualista
Terceiro Estágio: terceiro, quarto, quinto, sexto, séti- português, ao afirmar que: “O magistrado não pode so-
mo e oitavo parágrafos, em que se apresentam os argu- brepor os seus próprios juízos de valor aos que estão en-
mentos. carnados na lei. Não o pode fazer quando o caso se acha
- Terceiro parágrafo: parágrafo introdutório à argu- previsto legalmente, não o pode fazer mesmo quando o
mentação. caso é omisso”.
- Quarto parágrafo: argumento de autoridade. Aceitar tal aberração seria o mesmo que ferir de morte
- Quinto parágrafo: argumento com base em ilustra- qualquer espécie de legalidade ou garantia de soberania
ção hipotética. popular proveniente dos parlamentos, até porque, na lúci-
- Sexto parágrafo: argumento com base em dados es- da visão desse mesmo processualista, o juiz estaria, nessa
tatísticos. situação, se arvorando, de forma absolutamente espúria,
- Sétimo e oitavo parágrafo: argumento com base em na condição de legislador.
fatos. A esta altura, adotando tal entendimento, estaria insti-
Quarto Estágio: último parágrafo, em que se apre- tucionalizada a insegurança social, sendo que não haveria
senta a conclusão. mais qualquer garantia, na medida em que tudo estaria ao
sabor dos humores e amores do juiz de plantão.
A Argumentação Informal De nada adiantariam as eleições, eis que os represen-
tantes indicados pelo povo não poderiam se valer de sua
A nomenclatura também é de Othon Garcia, na obra maior atribuição, ou seja, a prerrogativa de editar as leis.
já referida. A argumentação informal apresenta os seguin- Desapareceriam também os juízes de conveniência e
tes estágios: oportunidade política típicos dessas casas legislativas, na
- Citação da tese adversária. medida em que sempre poderiam ser afastados por uma
- Argumentos da tese adversária. esfera revisora excepcional.
- Introdução da tese a ser defendida. A própria independência do parlamento sucumbiria
- Argumentos da tese a ser defendida. integralmente frente à possibilidade de inobservância e
- Conclusão. desconsideração de suas deliberações.
Ou seja, nada restaria, de cunho democrático, em nos-
Observe o texto exemplar de Luís Alberto Thompson sa civilização.
Flores Lenz, Promotor de Justiça. Já o Poder Judiciário, a quem legitimamente compete
fiscalizar a constitucionalidade e legalidade dos atos dos
Considerações sobre justiça e equidade demais poderes do Estado, praticamente aniquilaria as
atribuições destes, ditando a eles, a todo momento, como
Hoje, floresce cada vez mais, no mundo jurídico a aca- proceder.
dêmico nacional, a ideia de que o julgador, ao apreciar os Nada mais é preciso dizer para demonstrar o desacer-
caos concretos que são apresentados perante os tribunais, to dessa concepção.
deve nortear o seu proceder mais por critérios de justiça Entretanto, a defesa desse entendimento demonstra,
e equidade e menos por razões de estrita legalidade, no sem sombra de dúvidas, o desconhecimento do próprio
intuito de alcançar, sempre, o escopo da real pacificação conceito de justiça, incorrendo inclusive numa contradictio
dos conflitos submetidos à sua apreciação. in adjecto.
Semelhante entendimento tem sido sistematicamente Isto porque, e como magistralmente o salientou o in-
reiterado, na atualidade, ao ponto de inúmeros magis- superável Calamandrei, “a justiça que o juiz administra é,
trados simplesmente desprezarem ou desconsiderarem no sistema da legalidade, a justiça em sentido jurídico, isto
determinados preceitos de lei, fulminando ditos dilemas é, no sentido mais apertado, mas menos incerto, da con-
legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à realida- formidade com o direito constituído, independentemente
de nacional. da correspondente com a justiça social”.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Para encerrar, basta salientar que a eleição dos meios o interlocutor a proceder desta ou daquela forma. Assim,
concretos de efetivação da Justiça social compete, funda- torna-se possível substituir um determinado procedimento
mentalmente, ao Legislativo e ao Executivo, eis que seus em função de outro, como é o caso do que ocorre com
membros são indicados diretamente pelo povo. os ingredientes de uma receita culinária, por exemplo. São
Ao Judiciário cabe administrar a justiça da legalidade, exemplos dessa modalidade:
adequando o proceder daqueles aos ditames da Constitui- - A mensagem revelada pela maioria dos livros de au-
ção e da Legislação. toajuda;
Luís Alberto Thompson Flores Lenz - O discurso manifestado mediante um manual de ins-
truções;
Eis o esquema do texto em seus cinco estágios; - As instruções materializadas por meio de uma receita
culinária.
Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se cita
a tese adversária. Texto Instrucional - o texto instrucional é um tipo de
Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se cita texto injuntivo, didático, que tem por objetivo justamen-
um argumento da tese adversária “... fulminando ditos dile- te apresentar orientações ao receptor para que ele realize
mas legais sob a pecha de injustiça ou inadequação à rea- determinada atividade. Como as palavras do texto serão
lidade nacional”. transformadas em ações visando a um objetivo, ou seja,
Terceiro Estágio: terceiro parágrafo, em que se intro- algo deverá ser concretizado, é de suma importância que
duz a tese a ser defendida. nele haja clareza e objetividade. Dependendo do que se
Quarto Estágio: do quarto ao décimo quinto, em que trata, é imprescindível haver explicações ou enumerações
se apresentam os argumentos. em que estejam elencados os materiais a serem utilizados,
Quinto Estágio: os últimos dois parágrafos, em que bem como os itens de determinados objetos que serão
se conclui o texto mediante afirmação que salienta o que manipulados. Por conta dessas características, é necessário
ficou dito ao longo da argumentação. um título objetivo. Quanto à pontuação, frequentemente
empregam-se dois pontos, vírgulas e pontos e vírgulas. É
Texto Injuntivo/Instrucional possível separar as orientações por itens ou de modo coe-
so, por meio de períodos. Alguns textos instrucionais pos-
No texto injuntivo-instrucional, o leitor recebe orien- suem subtítulos separando em tópicos as instruções, basta
tações precisas no sentido de efetuar uma transformação. reparar nas bulas de remédios, manuais de instruções e
É marcado pela presença de tempos e modos verbais que receitas. Pelo fato de o espaço destinado aos textos instru-
apresentam um valor diretivo. Este tipo de texto distingue- cionais geralmente não ser muito extenso, recomenda-se o
-se de uma sequencia narrativa pela ausência de um sujeito uso de períodos. Leia os exemplos.
responsável pelas ações a praticar e pelo caráter diretivo
Texto organizado em itens:
dos tempos e modos verbais usado e uma sequência des-
critiva pela transformação desejada.
Para economizar nas compras
Nota: Uma frase injuntiva é uma frase que exprime uma
ordem, dada ao locutor, para executar (ou não executar)
Quem deseja economizar ao comprar deve:
tal ou tal ação. As formas verbais específicas destas frases
- estabelecer um valor máximo para gastar;
estão no modo injuntivo e o imperativo é uma das formas
- escolher previamente aquilo que deseja comprar an-
do injuntivo.
tes de ir à loja ou entrar em sites de compra;
- pesquisar os preços em diferentes lojas e sites, se
Textos Injuntivo-Instrucionais: Instruções de monta- possível;
gem, receitas, horóscopos, provérbios, slogans... são textos - não se deixar levar completamente pelas sugestões
que incitam à ação, impõem regras; textos que fornecem dos vendedores nem pelos apelos das propagandas;
instruções. São orientados para um comportamento futuro - optar pela forma de pagamento mais cômoda, sem
do destinatário. se esquecer de que o uso do cartão de crédito exige certa
cautela e planejamento.
Texto Injuntivo - A necessidade de explicar e orien- Do mais, é só ir às compras e aproveitar!
tar por escrito o modo de realizar determinados procedi-
mentos, manipular instrumentos, desenvolver atividades Texto organizado em períodos:
lúdicas e desempenhar algumas funções profissionais, por
exemplo, deu origem aos chamados textos injuntivos, nos Para economizar nas compras
quais prevalece a função apelativa da linguagem, criando-
-se uma relação direta com o receptor. É comum aos textos Para economizar ao comprar, primeiramente estabele-
dessa natureza o uso dos verbos no imperativo (Abra o ca- ça um valor máximo para gastar e então escolha previa-
derno de questões) ou no infinitivo (É preciso abrir o cader- mente aquilo que deseja comprar antes de ir à loja ou en-
no de questões, verificar o número de alternativas...). Não trar em sites de compra. Se possível, pesquise os preços em
apresenta caráter coercitivo, haja vista que apenas induz

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
diferentes lojas e sites; não se deixe levar completamente - Instrucionais: didáticos, resumos, receitas, catálogos,
pelas sugestões dos vendedores nem pelos apelos das pro- índices, listas, verbetes em geral, bulas e notas explicativas
pagandas e opte pela forma de pagamento mais cômoda: de embalagens.
não se esqueça de que o uso do cartão de crédito exige
certa cautela e planejamento. - Epistolares: bilhetes, cartas familiares e cartas formais.
Do mais, aproveite as compras!
- Administrativos: requerimentos, ofícios e etc.
Observe que, embora ambos os textos tratem do mes-
mo assunto, o segundo é uma adaptação do primeiro: FICCIONAIS
tanto o modo verbal quanto a pontuação sofreram alte-
rações; além disso, algumas palavras foram omitidas e ou- CONTO
tras acrescentadas. Isso ocorreu para que o aspecto instru-
cional, conferido pelos itens do primeiro exemplo, não se É um gênero textual que apresenta um único conflito,
perdesse no segundo texto, o qual, sem essas adaptações, tomado já próximo do seu desfecho. Encerra uma história
passaria a impressão de ser um mero texto expositivo. com poucas personagens, e também tempo e espaço redu-
zido. A linguagem pode ser formal ou informal. É uma obra
GÊNEROS TEXTUAIS de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos,
de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção,
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vis-
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de ta e enredo. Classicamente, diz-se que o conto se define
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o
e decodificar). romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve
uma história e tem apenas um clímax. Exemplo:
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz Lépida
ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con-
Tudo lento, parado, paralisado.
dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido.
- Maldição! - dizia um homem que tinha sido o melhor
A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que
corredor daquele lugar.
o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma
- Que tristeza a minha - lamentava uma pequena baila-
frase for retirada de seu contexto original e analisada se-
rina, olhando para as suas sapatilhas cor-de-rosa.
paradamente, poderá ter um significado diferente daquele
Assim estava Lépida, uma cidade muito alegre que no
inicial.
passado fora reconhecida pela leveza e agilidade de seus
habitantes. Todos muito fortes, andavam, corriam e nada-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- vam pelos seus limpos canais.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- Até que chegou um terrível pirata à procura da riqueza
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. do lugar. Para dominar Lépida, roubou de um mago um
elixir paralisante e despejou no principal rio. Após beberem
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma a água, os habitantes ficaram muito lentos, tão lentos que
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia não conseguiram impedir a maldade do terrível pirata. Seu
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, povo nunca mais foi o mesmo. Lépida foi roubada em seu
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, maior tesouro e permaneceu estagnada por muitos anos.
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas Um dia nasceu um menino, que foi chamado de Zim. O
na prova. único entre tantos que ficou livre da maldição que passara de
geração em geração. Diferente de todos, era muito ágil e, ao
Textos Ficcionais e Não Ficcionais crescer, saiu em busca de uma solução. Encontrou pelo cami-
nho bruxas de olhar feroz, gigantes de três, cinco e sete cabeças,
Os textos não ficcionais baseiam-se na realidade, e os noites escuras, dias de chuva, sol intenso. Zim tudo enfrentou.
ficcionais inventam um mundo, onde os acontecimentos E numa noite morna, ao deitar-se em sua cama de fo-
ocorrem coerentemente com o que se passa no enredo da lhas, viu ao seu lado um velho de olhos amarelos e brilhan-
história. tes. Era o mago que havia sido roubado pelo pirata muitos
anos antes. Zim ficou apreensivo. Mas o velho mago (que
Ficcionais: Conto; Crônica; Romance; Poemas; História tudo sabia) deu-lhe um frasco. Nele havia um antídoto e
em Quadrinhos. Zim compreendeu o que deveria fazer. Despejou o líquido
no rio de sua cidade.
Não Ficcionais: Lépida despertou diferente naquela manhã. Um copo
de água aqui, um banho ali e eram novamente braços que
- Jornalísticos: notícia, editorial, artigos, cartas e tex- se mexiam, pernas que corriam, saltos e sorrisos. E a dança
tos de divulgação científica. das sapatilhas cor-de-rosa.
(Carla Caruso)

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
CRÔNICA Quanto ao tipo de abordagem o Romance pode ser:
Urbano, Regionalista, Indianista e Histórico. E quanto à
Em jornais e revistas, há textos normalmente assinados época ou Escola Literária, o Romance pode ser: Romântico,
por um escritor de ficção ou por uma pessoa especializada Realista, Naturalista e Modernista.
em determinada área (economia, gastronomia, negócios,
entre outras) que escreve com periodicidade para uma se- POEMA
ção (por exemplo, todos os domingos para o Caderno de
Economia). Esses textos, conhecidos como crônicas, são Um poema é uma obra literária geralmente apresen-
curtos e em geral predominantemente narrativos, podendo tada em versos e estrofes (ainda que possa existir prosa
apresentar alguns trechos dissertativos. Exemplo: poética, assim designada pelo uso de temas específicos e
de figuras de estilo próprias da poesia). Efetivamente, exis-
A luta e a lição te uma diferença entre poesia e poema. Segundo vários
autores, o poema é um objeto literário com existência ma-
Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no terial concreta, a poesia tem um carácter imaterial e trans-
Tibete após escalar pela segunda vez o ponto culminante cendente. Fortemente relacionado com a música, beleza e
do planeta, o monte Everest. Da primeira, usou o reforço de arte, o poema tem as suas raízes históricas nas letras de
um cilindro de oxigênio para suportar a altura. Na segunda acompanhamento de peças musicais. Até a Idade Média,
(e última), dispensou o cilindro, devido ao seu estado geral, os poemas eram cantados. Só depois o texto foi separado
que era considerado ótimo. As façanhas dele me emocio- do acompanhamento musical. Tal como na música, o ritmo
naram, a bem sucedida e a malograda. Aqui do meu canto, tem uma grande importância. Um poema também faz par-
temendo e tremendo toda a vez que viajo no bondinho do te de um sarau (reuniões em casas particulares para expres-
Pão de Açúcar, fico meditando sobre os motivos que levam sar artes, canções, poemas, poesias etc). Obra em verso em
alguns heróis a se superarem. Vitor já havia vencido o cume que há poesia. Exemplo:
mais alto do mundo. Quis provar mais, fazendo a escalada
sem a ajuda do oxigênio suplementar. O que leva um ser Soneto do amigo
humano bem sucedido a vencer desafios assim?
Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a hu- Enfim, depois de tanto erro passado
manidade. Se cada um repetisse meu exemplo, ficando so- Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
lidamente instalado no chão, sem tentar a aventura, ainda
Nunca perdido, sempre reencontrado.
estaríamos nas cavernas, lascando o fogo com pedras, co-
mendo animais crus e puxando nossas mulheres pelos ca-
É bom sentá-lo novamente ao lado
belos, como os trogloditas - se é que os trogloditas faziam
Com olhos que contêm o olhar antigo
isso. Somos o que somos hoje devido a heróis que trocam
Sempre comigo um pouco atribulado
a vida pelo risco. Bem verdade que escalar montanhas, em
E como sempre singular comigo.
si, não traz nada de prático ao resto da humanidade que Um bicho igual a mim, simples e humano
prefere ficar na cômoda planície da segurança. Sabendo se mover e comover
Mas o que há de louvável (e lamentável) na aventura E a disfarçar com o meu próprio engano.
de Vítor Negrete é a aspiração de ir mais longe, de superar
marcas, de ir mais alto, desafiando os riscos. Não sei até O amigo: um ser que a vida não explica
que ponto ele foi temerário ao recusar o oxigênio suple- Que só se vai ao ver outro nascer
mentar. Mas seu exemplo - e seu sacrifício - é uma lição de E o espelho de minha alma multiplica...
luta, mesmo sendo uma luta perdida.
(Autor: Carlos Heitor Cony. Vinicius de Moraes
Publicado na Folha Online)
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
ROMANCE
As primeiras manifestações das Histórias em Quadri-
O termo romance pode referir-se a dois gêneros literá- nhos surgiram no começo do século XX, na busca de novos
rios. O primeiro deles é uma composição poética popular, meios de comunicação e expressão gráfica e visual. Entre
histórica ou lírica, transmitida pela tradição oral, sendo ge- os primeiros autores das histórias em quadrinhos estão o
ralmente de autor anônimo; corresponde aproximadamen- suíço Rudolph Töpffer, o alemão Wilhelm Bush, o francês
te à balada medieval. E como forma literária moderna, o Georges, e o brasileiro Ângelo Agostini. A origem dos ba-
termo designa uma composição em prosa. Todo Romance lões presentes nas histórias em quadrinhos pode ser atri-
se organiza a partir de uma trama, ou seja, em torno dos buída a personagens, observadas em ilustrações europeias
acontecimentos que são organizados em uma sequência desde o século XIV.
temporal. A linguagem utilizada em um Romance é muito As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no sé-
variável, vai depender de quem escreve, de uma boa dife- culo XIX, adotando um estilo satírico conhecido como car-
renciação entre linguagem escrita e linguagem oral e prin- tuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria
cipalmente do tipo de Romance. com as populares tiras. A publicação de revistas próprias de

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do sé- NÃO FICCIONAIS - JORNALÍSTICOS
culo XX também. Atualmente, o estilo cômicos dos super-
-heróis americanos é o predominante, mas vem perdendo NOTÍCIA
espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos
japoneses (conhecidos como Mangá). O principal objetivo da notícia é levar informação atual
A leitura interpretativa de Histórias em Quadrinhos, as- a um público específico. A notícia conta o que ocorreu,
sim como de charges, requer uma construção de sentidos quando, onde, como e por quê. Para verificar se ela está
que, para que ocorra, é necessário mobilizar alguns proces- bem elaborada, o emissor deve responder às perguntas:
sos de significação, como a percepção da atualidade, a re- O quê? (fato ou fatos); Quando? (tempo); Onde? (local);
presentação do mundo, a observação dos detalhes visuais Como? (de que forma) e Por quê? (causas). A notícia apre-
senta três partes:
e/ou linguísticos, a transformação de linguagem conota-
tiva (sentido mais usual) em denotativa (sentido amplifi-
- Manchete (ou título principal) – resume, com obje-
cado pelo contexto, pelos aspetos socioculturais etc). Em tividade, o assunto da notícia. Essa frase curta e de impac-
suma, usa-se o conhecimento da realidade e de processos to, em geral, aparece em letras grandes e destacadas.
linguísticos para “inverter” ou “subverter” produzindo, as- - Lide (ou lead) – complementa o título principal,
sim, sentidos alternativos a partir de situações extremas. fornecendo as principais informações da notícia. Como a
Exemplo: manchete, sua função é despertar a atenção do leitor para
o texto.
Observe a tirinha em quadrinhos do Calvin: - Corpo – contém o desenvolvimento mais amplo e de-
talhado dos fatos.

A notícia usa uma linguagem formal, que segue a nor-


ma culta da língua. A ordem direta, a voz ativa, os verbos de
ação e as frases curtas permitem fluir as ideias. É preferível
a linguagem acessível e simples. Evite gírias, termos colo-
quiais e frases intercaladas.
Os fatos, em geral, são apresentados de forma impes-
soal e escritos em 3ª pessoa, com o predomínio da função
referencial, já que esse texto visa à informação.
A falta de tempo do leitor exige a seleção das informa-
ções mais relevantes, vocabulário preciso e termos espe-
cíficos que o ajudem a compreender melhor os fatos. Em
jornais ou revistas impressos ou on-line, e em programas
de rádio ou televisão, a informação transmitida pela notícia
precisa ser verídica, atual e despertar o interesse do leitor.
O objetivo do Calvin era vender ao seu pai um dese-
nho de sua autoria pela exorbitante quantia de 500 dóla- EDITORIAL
res. Ele optou por valorizar o desenho, mostrando todas
as habilidades conquistadas para conseguir produzi-lo. O Os editoriais são textos de um jornal em que o conteú-
pai, no último quadrinho, reconhece o empenho do filho, do expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe
utilizando-se de um conector de concessão (“Ainda assim”), de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialida-
valorizando a importância de tudo aquilo. Contudo, afirma de ou objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam
que não pagaria o valor pedido (como se dissesse: “sim, fi- um espaço predeterminado para os editoriais em duas ou
lho, foi um esforço absurdo, mas não vou pagar por isso!”). mais colunas logo nas primeiras páginas internas. Os boxes
A graça está no fato de Calvin elaborar um discurso (quadros) dos editoriais são normalmente demarcados com
“maduro” em relação ao seu desenvolvimento cognitivo e uma borda ou tipografia diferente para marcar claramente
motor nos dois primeiros quadrinhos e, somente depois, que aquele texto é opinativo, e não informativo. Exemplo:
ficar claro para nós, leitores, que toda a força argumenta-
Cidade paraibana é exemplo ao País
tiva foi em prol da cobrança pelo desenho que ele mes-
mo fez. Em outras palavras, o personagem empenha-se Em tempos em que estudantes escrevem receita de
na construção de um raciocínio em prol de uma finalidade macarrão instantâneo e transcrevem hino de clube de fu-
absurda – o que nos faz sorrir no último quadrinho, já que tebol na redação do Exame Nacional do Ensino Médio e
é somente nele que conseguimos “completar” o sentido. ainda obtém nota máxima no teste, uma boa notícia vem
Claro, se você conhece os quadrinhos do Calvin, sabe que de uma pequena cidade no interior da Paraíba chamada
ele tem apenas 6 anos, o que torna tudo ainda mais hilário, Paulista, de cerca de 12 mil habitantes. Alunos da Escola
mas a falta deste conhecimento não prejudica em nada a Municipal Cândido de Assis Queiroga obtiveram destaque
interpretação textual. nas últimas edições da Olimpíada Brasileira de Matemática
das Escolas Públicas.

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
O segredo é absolutamente simples, e quem explica é Caracterize o assunto, especialmente se existirem opi-
a professora Jonilda Alves Ferreira: a chave é ensinar Ma- niões diferentes sobre o tema. Seja objetivo. Evite o uso de
temática através de atividades do cotidiano, como fazer eufemismos e de calão ou gíria, e explique o jargão. No
compras na feira ou medir ingredientes para uma receita. final do artigo deve listar as referências utilizadas, e ao longo
Com essas ações práticas, na edição de 2012 da Olimpíada, do artigo deve citar a fonte das afirmações feitas, especial-
a escola conquistou nada menos do que cinco medalhas de mente se estas forem controversas ou suscitarem dúvidas.
ouro, duas de prata, três de bronze e 12 menções honrosas.
Orgulhosa, a professora conta que se sentia triste com a re- CARTAS
pulsa dos estudantes aos números, e teve a ideia de pô-los
para vivenciar a Matemática em suas vidas, aproximando- Na maioria dos jornais e revistas, há uma seção desti-
-os da disciplina. nada a cartas do leitor. Ela oferece um espaço para o leitor
O que parecia ser um grande desafio tornou-se rea- elogiar ou criticar uma matéria publicada, ou fazer sugestões.
lidade e, hoje, a cidade inteira orgulha-se de seus filhos Os comentários podem referir-se às ideias de um texto, com
campeões olímpicos. Os estudantes paraibanos devem ser as quais o leitor concorda ou não; à maneira como o assunto
foi abordado; ou à qualidade do texto em si. É possível tam-
exemplo para todo o País, que anda precisando, sim, de
bém fazer alusão a outras cartas de leitores, para concordar
modelos a se inspirar. O Programa Internacional de Ava-
ou não com o ponto de vista expresso nelas. A linguagem
liação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês) – o mais
da carta costuma variar conforme o perfil dos leitores da pu-
sério teste internacional para avaliar o desempenho esco-
blicação. Pode ser mais descontraída, se o público é jovem,
lar e coordenado pela Organização para a Cooperação e ou ter um aspecto mais formal. Esse tipo de carta apresenta
Desenvolvimento Econômico – continua sendo implacável formato parecido com o das cartas pessoais: data, vocativo (a
com o Brasil. No exame publicado de 2012, o País aparece quem ela é dirigida), corpo do texto, despedida e assinatura.
na incômoda penúltima posição entre 40 países avaliados.
O teste aponta que o aprendizado de Matemática, TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Leitura e Ciências durante o ciclo fundamental é sofrível, e
perdemos para países como Colômbia, Tailândia e México. Sua finalidade discursiva pauta-se pela divulgação de
Já passa da hora de as autoridades melhorarem a gestão conhecimentos acerca do saber científico, assemelhando-se,
de nossa Educação Pública e seguir o exemplo da pequena portanto, com os demais gêneros circundantes no meio edu-
Paulista. cacional como um todo, entre eles, textos didáticos e verbe-
Fonte: http://www.oestadoce.com.br/noticia/ tes de enciclopédias. Mediante tal pressuposto, já temos a
editorial-cidade-paraibana-e-exemplo-ao-pais ideia do caráter condizente à linguagem, uma vez que esta
se perfaz de características marcantes - a objetividade, isen-
ARTIGOS tando-se de traços pessoais por parte do emissor, como tam-
bém por obedecer ao padrão formal da língua. Outro aspec-
É comum encontrar circulando no rádio, na TV, nas re- to passível de destaque é o fato de que no texto científico, às
vistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição vezes, temos a oportunidade de nos deparar com determi-
por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o nadas terminologias e conceitos próprios da área científica a
autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema que eles se referem.
em questão através do artigo (texto jornalístico). Veiculados por diversos meios de comunicação, seja em
Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem jornais, revistas, livros ou meio eletrônico, compartilham-se
a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, com uma gama de interlocutores. Razão esta que incide na
precisa apresentar bons argumentos, que consistem em forma como se estruturam, não seguindo um padrão rígido,
verdades e opiniões. O artigo de opinião é fundamentado uma vez que este se interliga a vários fatores, tais como: as-
sunto, público-alvo, emissor, momento histórico, dentre ou-
em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são
tros. Mas, geralmente, no primeiro e segundo parágrafos, o
fáceis de contestar.
autor expõe a ideia principal, sendo representada por uma
O artigo deve começar com uma breve introdução, que
ideia ou conceito. Nos parágrafos que seguem, ocorre o de-
descreva sucintamente o tema e refira os pontos mais im- senvolvimento propriamente dito da ideia, lembrando que
portantes. Um leitor deve conseguir formar uma ideia clara tais argumentos são subsidiados em fontes verdadeiramente
sobre o assunto e o conteúdo do artigo ao ler apenas a passíveis de comprovação - comparações, dados estatísti-
introdução. Por favor tenha em mente que embora este- cos, relações de causa e efeito, dentre outras.
ja familiarizado com o tema sobre o qual está a escrever,
outros leitores da podem não o estar. Assim, é importante NÃO FICCIONAIS – INSTRUCIONAIS
clarificar cedo o contexto do artigo. Por exemplo, em vez
de escrever: DIDÁTICOS
Guano é um personagem que faz o papel de mascote
do grupo Lily Mu. Seria mais informativo escrever: Na leitura de um texto didático, é preciso apanhar suas
Guano é um personagem da série de desenho anima- ideias fundamentais. Um texto didático é um texto concei-
do Kappa Mikey que faz o papel de mascote do grupo Lily tual, ou seja, não figurativo. Nele os termos significam exa-
Mu. tamente aquilo que denotam, sendo descabida a atribuição

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
de segundos sentidos ou valores conotativos aos termos. CATÁLOGOS
Num texto didático devem se analisar ainda com todo o
cuidado os elementos de coesão. Deve-se observar a ex- Catálogo é uma relação ordenada de coisas ou pes-
pectativa de sentido que eles criam, para que possa en- soas com descrições curtas a respeito de cada uma. Espécie
tender bem o texto. de livro, guia ou sumário que contém informações sobre
O entendimento do texto didático de uma determina- lugares, pessoas, produtos e outros. Têm o objetivo de dar
da disciplina requer o conhecimento do significado exato opções para uma melhor escolha.
dos termos com que ela opera. Conhecer esses termos
significa conhecer um conjunto de princípios e de con- ÍNDICES
ceitos sobre os quais repousa uma determinada ciência,
certa teoria, um campo do saber. O uso da terminologia Enumeração detalhada dos assuntos, nomes de pes-
científica dá maior rigor à exposição, pois evita as conota- soas, nomes geográficos, acontecimentos, etc., com a indi-
ções e as imprecisões dos termos da linguagem cotidiana. cação de sua localização no texto.
Por outro lado, a definição dos termos depende do nível
de público a que se destina. LISTAS
Um manual de introdução à física, destinado a alu-
nos de primeiro grau, expõe um conceito de cada vez e, Enumeração de elementos selecionados do texto, tais
por conseguinte, vai definindo paulatinamente os termos como datas, ilustrações, exemplo, tabelas etc., na ordem de
específicos dessa ciência. Num livro de física para univer- sua ocorrência.
sitários não cabe a definição de termos que os alunos já
deveriam saber, pois senão quem escreve precisaria escre- VERBETES EM GERAL
ver sobre tudo o que a ciência em que ele é especialista
já estudou. O verbete é um tipo de texto predominantemente des-
critivo. A elaboração reflete o conflito seminal que define
RESUMOS a elegância científica: a negociação constante entre síntese
e exaustividade. Os padrões do gênero valorizam tanto a
Resumo é uma exposição abreviada de um aconteci- brevidade e a abordagem direta dos temas quanto o deta-
mento. Fazer um resumo significa apresentar o conteúdo lhamento e a completude da informação.
de forma sintética, destacando as informações essenciais É um texto escrito, de caráter informativo, destinado a
do conteúdo de um livro, artigo, argumento de filme, peça explicar um conceito segundo padrões descritivos sistemá-
teatral, etc. A elaboração de um resumo exige análise e in- ticos, determinados pela obra de referência da qual faz par-
terpretação do conteúdo para que sejam transmitidas as te: mais comumente, um dicionário ou uma enciclopédia. O
ideias mais importantes. verbete é essencialmente destinado a consulta, o que lhe
Escrever um texto em poucas linhas ajuda o aluno a impõe uma construção discursiva sucinta e de acesso ime-
desenvolver a sua capacidade de síntese, objetividade e diato, embora isso não incorra necessariamente em curta
clareza: três fatores que serão muito importantes ao lon- extensão. Geralmente, os verbetes abordam conceitos bem
go da vida escolar. Além de ser um ótimo instrumento de estabelecidos em algum paradigma acadêmico-científico,
estudo da matéria para fazer um teste. Resumo é sinôni- ao invés de entrar em polêmicas referentes a categorias
mo de “recapitulação”, quando, ao final de cada capítulo teóricas discutíveis.
de um livro é apresentado um breve texto com as ideias Por sua pretensão universalista e pela posição respei-
chave do assunto introduzido. Outros sinônimos de resu- tável que ocupa no sistema de valores da cultura raciona-
mo são: sinopse, sumário, síntese, epítome e compêndio. lista, espera-se que todo verbete siga as normas padrão de
uso da língua escrita, em um nível elevado de formalidade.
RECEITAS Por sua natureza sistemática e por ser destinado à consul-
ta, espera-se que a linguagem do verbete seja também o
A receita tem como objetivo informar a fórmula de um mais objetiva possível. As consequências gramaticais desse
produto seja ele industrial ou caseiro, contando detalha- princípio são: no nível lexical, precisão na escolha dos ter-
damente sobre seu preparo. É uma sequência de passos mos e ausência de palavras que expressem subjetividade
para a preparação de alimentos. As receitas geralmente (opiniões, impressões e sensações); no nível sintático, sim-
vêm com seus verbos no modo imperativo, para dar or- plificação das construções; e no nível estilístico, denotação
dens de como preparar seu prato seja ele qual for. Elas (ausência de ornamentos e figuras de linguagem).
são encontradas em diversas fontes como: livros, sites, É comum a presença de terminologia especializada na
programas (TV/Rádio), revistas ou até mesmo em jornais construção do verbete, embora sua frequência varie confor-
e panfletos. A receita também ajuda a fazer vários tipos me o público consumidor da obra de referência em que se
de pratos típicos e saudáveis e até sobremesas deliciosas. insere o texto. Elementos de linguagens não verbais (espe-
cialmente pictóricos) são tradicionalmente agregados ao
verbete com função de esclarecimento.

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
BULAS - Carta Pessoal é a carta que escrevemos para amigos,
parentes, namorado(a), o remetente é a própria pessoa que
Bula pode referir-se a: assina a carta, estas cartas não têm um modelo pronto, são
escritas de uma maneira particular.
Bula Pontifícia - documento expedido pela Santa Sé. - Carta Comercial se torna o meio mais efetivo e segu-
Refere-se não ao conteúdo e à solenidade de um docu- ro de comunicação dentro de uma organização. A lingua-
mento pontifício, como tal, mas à apresentação, à forma gem deve ser clara, simples, correta e objetiva. 
externa do documento, a saber, lacrado com pequena bola
(em latim, “bulla”) de cera ou metal, em geral, chumbo. A carta ao ser escrita deve ser primeiramente bem ana-
Assim, existem Litterae Apostolicae (carta apostólica) em lisada em termos de língua portuguesa, ou seja, deve-se ob-
forma ou não de bula e também Constituição Apostólica servar a concordância, a pontuação e a maneira de escrever
em forma de bula. Por exemplo, a carta apostólica “Munifi- com início, meio e então o fim, contendo também um cabe-
centissimus Deus”, bem como as Constituições Apostólicas çalho e se for uma carta formal, deve conter pronomes de
de criação de dioceses. A bula mais antiga que se conhece tratamento (Senhor, Senhora, V. Ex.ª etc.) e por fim a finali-
é do Papa Agapito I (535), conservada apenas em desenho. zação da carta que deve conter somente um cumprimento
O mais antigo original conservado é do Papa Adeodato I formal ou não (grato, beijos, abraços, adeus etc.). Depois de
(615-618). todos esses itens terem sido colocados na carta, a mesma
deverá ser colocada em um envelope para ser enviado ao
Bula (medicamento) - folha com informações sobre destinatário. Na parte de trás e superior do envelope deve-se
medicamentos. Nome que se dá ao conjunto de informa- conter alguns dados muito importantes tais como: nome do
ções sobre um medicamento que obrigatoriamente os la- destinatário, endereço (rua, bairro e cidade) e por fim o CEP.
boratórios farmacêuticos devem acrescentar à embalagem Já o remetente (quem vai enviar a carta), também deve inserir
de seus produtos vendidos no varejo. As informações po- na carta os mesmos dados que o do destinatário, que devem
dem ser direcionadas aos usuários dos medicamentos, aos ser escritos na parte da frente do envelope. E por fim deve
profissionais de saúde ou a ambos. ser colocado no envelope um selo que serve para que a carta
seja levada à pessoa mencionada.
NOTAS EXPLICATIVAS DE EMBALAGENS
NÃO FICCIONAIS – ADMINISTRATIVOS
As notas explicativas servem para que o fabricante do
REQUERIMENTOS
produto esclareça ou explique aspectos da composição,
nutrição, advertências a respeito do produto.
É o instrumento por meio do qual o interessado requer
a uma autoridade administrativa um direito do qual se jul-
NÃO FICCIONAIS – EPISTOLARES ga detentor. Estrutura:
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário),
BILHETES ou seja, da autoridade competente.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do re-
O bilhete é uma mensagem curta, trocada entre as querente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva quali-
pessoas, para pedir, agradecer, oferecer, informar, descul- ficação: nacionalidade, estado civil, profissão, documento de
par ou perguntar. O bilhete é composto normalmente de: identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins de prefe-
data, nome do destinatário antecedido de um cumprimen- rência na tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03),
to, mensagem, despedida e nome do remetente. Exemplo: e domicílio (caso o requerente seja servidor da Câmara dos
Deputados, precedendo à qualificação civil deve ser coloca-
Belinha, do o número do registro funcional e a lotação); Exposição do
Passei na sua casa para contar o que aconteceu comigo pedido, de preferência indicando os fundamentos legais do
ontem à noite. requerimento e os elementos probatórios de natureza fática.
Telefone para mim hoje à tarde, que eu vou contar tudi- - Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
nho para você! - Local e data.
Um beijinho da amiga Juliana. 14/03/2013 - Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.

CARTAS FAMILIARES E CARTAS FORMAIS OFÍCIOS

A carta é um dos instrumentos mais úteis em situações O Ofício deve conter as seguintes partes:
diversas. É um dos mais antigos meios de comunicação.
Em uma carta formal é preciso ter cuidado na coerência do - Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
tratamento, por exemplo, se começamos a carta no trata- órgão que o expede. Exemplos:
mento em terceira pessoa devemos ir até o fim em terceira
pessoa, seguindo também os pronomes e formas verbais Of. 123/2002-MME
na terceira pessoa. Há vários tipos de cartas, o formato da Aviso 123/2002-SG
carta depende do seu conteúdo: Mem. 123/2002-MF

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
- Local e data. Devem vir por extenso com alinhamen- Arroz-doce da infância
to à direita. Exemplo:
Ingredientes
Brasília, 20 de maio de 2013 1 litro de leite desnatado
- Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos: 150g de arroz cru lavado
1 pitada de sal
Assunto: Produtividade do órgão em 2012. 4 colheres (sopa) de açúcar
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computa- 1 colher (sobremesa) de canela em pó
dores.
Preparo
- Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é Em uma panela ferva o leite, acrescente o arroz, a pitada
dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluí- de sal e mexa sem parar até cozinhar o arroz. Adicione o
do também o endereço. açúcar e deixe no fogo por mais 2 ou 3 minutos. Despeje em
um recipiente, polvilhe a canela. Sirva.
- Texto. Nos casos em que não for de mero encami-
nhamento de documentos, o expediente deve conter a se- Cozinha Clássica Baixo Colesterol, nº4.
guinte estrutura: São Paulo, InCor, agosto de 1999, p. 42.

Introdução: que se confunde com o parágrafo de Toda receita culinária tem duas partes: lista dos ingre-
abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a dientes e modo de preparar. As informações apresentadas
comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, na primeira são retomadas na segunda. Nesta, os nomes
“Tenho o prazer de”, “Cumpreme informar que”, empregue mencionados pela primeira vez na lista de ingredientes
a forma direta; vêm precedidos de artigo definido, o qual exerce, entre ou-
Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se tras funções, a de indicar que o termo determinado por ele
o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas se refere ao mesmo ser a que uma palavra idêntica já fizera
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere menção.
maior clareza à exposição; No nosso texto, por exemplo, quando se diz que se
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente rea- adiciona o açúcar, o artigo citado na primeira parte. Se
presentada a posição recomendada sobre o assunto. dissesse apenas adicione açúcar, deveria adicionar, pois se
trataria de outro açúcar, diverso daquele citado no rol dos
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto ingredientes.
nos casos em que estes estejam organizados em itens ou Há dois tipos principais de mecanismos de coesão: re-
títulos e subtítulos. tomada ou antecipação de palavras, expressões ou frases e
encadeamento de segmentos.

COESÃO E COERÊNCIA DO TEXTO. Retomada ou Antecipação por meio de uma palavra


gramatical
(pronome, verbos ou advérbios)

“No mercado de trabalho brasileiro, ainda hoje não há


Coesão total igualdade entre homens e mulheres: estas ainda ga-
nham menos do que aqueles em cargos equivalentes.”
Uma das propriedades que distinguem um texto de
um amontoado de frases é a relação existente entre os ele- Nesse período, o pronome demonstrativo “estas” reto-
mentos que os constituem. A coesão textual é a ligação, ma o termo mulheres, enquanto “aqueles” recupera a pala-
a relação, a conexão entre palavras, expressões ou frases vra homens.
do texto. Ela manifesta-se por elementos gramaticais, que Os termos que servem para retomar outros são de-
servem para estabelecer vínculos entre os componentes do nominados anafóricos; os que servem para anunciar, para
texto. Observe: antecipar outros são chamados catafóricos. No exemplo a
“O iraquiano leu sua declaração num bloquinho comum seguir, desta antecipa abandonar a faculdade no último ano:
de anotações, que segurava na mão.”
“Já viu uma loucura desta, abandonar a faculdade no
Nesse período, o pronome relativo “que” estabelece último ano?”
conexão entre as duas orações. O iraquiano leu sua decla- São anafóricos ou catafóricos os pronomes demons-
ração num bloquinho comum de anotações e segurava na trativos, os pronomes relativos, certos advérbios ou locu-
mão, retomando na segunda um dos termos da primeira: ções adverbiais (nesse momento, então, lá), o verbo fazer,
bloquinho. O pronome relativo é um elemento coesivo, e a o artigo definido, os pronomes pessoais de 3ª pessoa (ele,
conexão entre as duas orações, um fenômeno de coesão. o, a, os, as, lhe, lhes), os pronomes indefinidos. Exemplos:
Leia o texto que segue:

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
“Ele era muito diferente de seu mestre, a quem sucedera “O encarregado da limpeza encontrou uma carteira na
na cátedra de Sociologia na Universidade de São Paulo.” sala de espetáculos. Curiosamente, a carteira tinha muito
O pronome relativo “quem” retoma o substantivo mestre. dinheiro dentro, mas nem um documento sequer.”

“As pessoas simplificam Machado de Assis; elas o veem - Quando, em dado contexto, o anafórico pode refe-
como um pensador cín iço e descrente do amor e da amizade.” rir-se a dois termos distintos, há uma ruptura de coesão,
porque ocorre uma ambiguidade insolúvel. É preciso que o
O pronome pessoal “elas” recupera o substantivo pessoas; texto seja escrito de tal forma que o leitor possa determi-
o pronome pessoal “o” retoma o nome Machado de Assis. nar exatamente qual é a palavra retomada pelo anafórico.
“Os dois homens caminhavam pela calçada, ambos tra-
“Durante o ensaio, o ator principal brigou com o diretor
jando roupa escura.”
por causa da sua arrogância.”
O numeral “ambos” retoma a expressão os dois homens.
O anafórico “sua” pode estar-se referindo tanto à pala-
“Fui ao cinema domingo e, chegando lá, fiquei desani- vra ator quanto a diretor.
mado com a fila.”
“André brigou com o ex-namorado de uma amiga, que
O advérbio “lá” recupera a expressão ao cinema. trabalha na mesma firma.”

“O governador vai pessoalmente inaugurar a creche dos Não se sabe se o anafórico “que” está se referindo ao
funcionários do palácio, e o fará para demonstrar seu apreço termo amiga ou a ex-namorado. Permutando o anafóri-
aos servidores.” co “que” por “o qual” ou “a qual”, essa ambiguidade seria
desfeita.
A forma verbal “fará” retoma a perífrase verbal vai Retomada por palavra lexical
inaugurar e seu complemento. (substantivo, adjetivo ou verbo)
- Em princípio, o termo a que o anafórico se refere deve Uma palavra pode ser retomada, que por uma repeti-
estar presente no texto, senão a coesão fica comprometida,
ção, quer por uma substituição por sinônimo, hiperônimo,
como neste exemplo:
hipônimo ou antonomásia.
“André é meu grande amigo. Começou a namorá-la há Sinônimo é o nome que se dá a uma palavra que pos-
vários meses.” sui o mesmo sentido que outra, ou sentido bastante apro-
ximado: injúria e afronta, alegre e contente.
A rigor, não se pode dizer que o pronome “la” seja um Hiperônimo é um termo que mantém com outro uma
anafórico, pois não está retomando nenhuma das palavras relação do tipo contém/está contido;
citadas antes. Exatamente por isso, o sentido da frase fica Hipônimo é uma palavra que mantém com outra uma
totalmente prejudicado: não há possibilidade de se de- relação do tipo está contido/contém. O significado do ter-
preender o sentido desse pronome. mo rosa está contido no de flor e o de flor contém o de
Pode ocorrer, no entanto, que o anafórico não se refi- rosa, pois toda rosa é uma flor, mas nem toda flor é uma
ra a nenhuma palavra citada anteriormente no interior do rosa. Flor é, pois, hiperônimo de rosa, e esta palavra é hi-
texto, mas que possa ser inferida por certos pressupostos pônimo daquela.
típicos da cultura em que se inscreve o texto. É o caso de Antonomásia é a substituição de um nome próprio
um exemplo como este: por um nome comum ou de um comum por um próprio.
Ela ocorre, principalmente, quando uma pessoa célebre
“O casamento teria sido às 20 horas. O noivo já estava é designada por uma característica notória ou quando o
desesperado, porque eram 21 horas e ela não havia compa- nome próprio de uma personagem famosa é usada para
recido.”
designar outras pessoas que possuam a mesma caracterís-
tica que a distingue:
Por dados do contexto cultural, sabe-se que o prono-
me “ela” é um anafórico que só pode estar-se referindo à
palavra noiva. Num casamento, estando presente o noivo, “O rei do futebol (=Pelé) som podia ser um brasileiro.”
o desespero só pode ser pelo atraso da noiva (representa-
da por “ela” no exemplo citado). “O herói de dois mundos (=Garibaldi) foi lembrado
- O artigo indefinido serve geralmente para introduzir numa recente minissérie de tevê.”
informações novas ao texto. Quando elas forem retomadas,
deverão ser precedidas do artigo definido, pois este é que Referência ao fato notório de Giuseppe Garibaldi ha-
tem a função de indicar que o termo por ele determinado ver lutado pela liberdade na Europa e na América.
é idêntico, em termos de valor referencial, a um termo já “Ele é um hércules (=um homem muito forte).
mencionado.

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Referência à força física que caracteriza o herói grego A elipse é o apagamento de um segmento de frase que
Hércules. pode ser facilmente recuperado pelo contexto. Também
“Um presidente da República tem uma agenda de tra- constitui um expediente de coesão, pois é o apagamento
balho extremamente carregada. Deve receber ministros, de um termo que seria repetido, e o preenchimento do
embaixadores, visitantes estrangeiros, parlamentares; pre- vazio deixado pelo termo apagado (=elíptico) exige, ne-
cisa a todo momento tomar graves decisões que afetam a cessariamente, que se faça correlação com outros termos
vida de muitas pessoas; necessita acompanhar tudo o que presentes no contexto, ou referidos na situação em que
acontece no Brasil e no mundo. Um presidente deve come- se desenrola a fala.
çar a trabalhar ao raiar do dia e terminar sua jornada altas Vejamos estes versos do poema “Círculo vicioso”, de
horas da noite.” Machado de Assis:

A repetição do termo presidente estabelece a coesão (...)


entre o último período e o que vem antes dele. Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

“Observava as estrelas, os planetas, os satélites. Os as- “Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
tros sempre o atraíram. Claridade imorta, que toda a luz resume!”

Os dois períodos estão relacionados pelo hiperônimo Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar,
astros, que recupera os hipônimos estrelas, planetas, saté- 1979, v.III, p. 151.
lites.
Nesse caso, o verbo dizer, que seria enunciado an-
“Eles (os alquimistas) acreditavam que o organismo do tes daquilo que disse a lua, isto é, antes das aspas, fica
homem era regido por humores (fluidos orgânicos) que per- subentendido, é omitido por ser facilmente presumível.
corriam, ou apenas existiam, em maior ou menor intensi- Qualquer segmento da frase pode sofrer elipse. Veja
dade em nosso corpo. Eram quatro os humores: o sangue, a que, no exemplo abaixo, é o sujeito meu pai que vem
fleuma (secreção pulmonar), a bile amarela e a bile negra. elidido (ou apagado) antes de sentiu e parou:
E eram também estes quatro fluidos ligados aos quatro ele-
mentos fundamentais: ao Ar (seco), à Água (úmido), ao Fogo “Meu pai começou a andar novamente, sentiu a pon-
(quente) e à Terra (frio), respectivamente.” tada no peito e parou.”

Ziraldo. In: Revista Vozes, nº3, abril de 1970, p.18. Pode ocorrer também elipse por antecipação. No
exemplo que segue, aquela promoção é complemento
Nesse texto, a ligação entre o segundo e o primeiro tanto de querer quanto de desejar, no entanto aparece
períodos se faz pela repetição da palavra humores; entre apenas depois do segundo verbo:
o terceiro e o segundo se faz pela utilização do sinônimo
fluidos. “Ficou muito deprimido com o fato de ter sido prefe-
É preciso manejar com muito cuidado a repetição de rido. Afinal, queria muito, desejava ardentemente aquela
palavras, pois, se ela não for usada para criar um efeito de promoção.”
sentido de intensificação, constituirá uma falha de estilo.
No trecho transcrito a seguir, por exemplo, fica claro o uso Quando se faz essa elipse por antecipação com ver-
bos que têm regência diferente, a coesão é rompida. Por
da repetição da palavra vice e outras parecidas (vicissitudes,
exemplo, não se deve dizer “Conheço e gosto deste livro”,
vicejam, viciem), com a evidente intenção de ridicularizar a
pois o verbo conhecer rege complemento não introdu-
condição secundária que um provável flamenguista atribui
zido por preposição, e a elipse retoma o complemento
ao Vasco e ao seu Vice-presidente:
inteiro, portanto teríamos uma preposição indevida: “Co-
nheço (deste livro) e gosto deste livro”. Em “Implico e dis-
“Recebi por esses dias um e-mail com uma série de pia-
penso sem dó os estranhos palpiteiros”, diferentemente,
das sobre o pouco simpático Eurico Miranda. Faltam-me
no complemento em elipse faltaria a preposição “com”
provas, mas tudo leva a crer que o remetente seja um fla-
exigida pelo verbo implicar.
menguista.”
Nesses casos, para assegurar a coesão, o recomen-
Segundo o texto, Eurico nasceu para ser vice: é vice-
dável é colocar o complemento junto ao primeiro verbo,
-presidente do clube, vice-campeão carioca e bi vice-cam-
respeitando sua regência, e retomá-lo após o segundo
peão mundial. E isso sem falar do vice no Carioca de futsal,
por um anafórico, acrescentando a preposição devida
no Carioca de basquete, no Brasileiro de basquete e na Taça
(Conheço este livro e gosto dele) ou eliminando a inde-
Guanabara. São vicissitudes que vicejam. Espero que não
vida (Implico com estranhos palpiteiros e os dispenso
viciem.
sem dó).
José Roberto Torero. In: Folha de S. Paulo,
08/03/2000, p. 4-7.

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Coesão por Conexão - Conjunção Argumentativa: há operadores que as-
sinalam uma conjunção argumentativa, ou seja, ligam um
Há na língua uma série de palavras ou locuções que conjunto de argumentos orientados em favor de uma dada
são responsáveis pela concatenação ou relação entre seg- conclusão: e, também, ainda, nem, não só... mas também,
mentos do texto. Esses elementos denominam-se conecto- tanto... como, além de, a par de.
res ou operadores discursivos. Por exemplo: visto que, até, “Se alguém pode tomar essa decisão é você. Você é o di-
ora, no entanto, contudo, ou seja. retor da escola, é muito respeitado pelos funcionários e tam-
Note-se que eles fazem mais do que ligar partes do tex- bém é muito querido pelos alunos.”
to: estabelecem entre elas relações semânticas de diversos
tipos, como contrariedade, causa, consequência, condição, Arrolam-se três argumentos em favor da tese que é o
conclusão, etc. Essas relações exercem função argumentati- interlocutor quem pode tomar uma dada decisão. O último
va no texto, por isso os operadores discursivos não podem deles é introduzido por “e também”, que indica um argu-
ser usados indiscriminadamente. mento final na mesma direção argumentativa dos prece-
Na frase “O time apresentou um bom futebol, mas não dentes.
alcançou a vitória”, por exemplo, o conector “mas” está ade- Esses operadores introduzem novos argumentos; não
quadamente usado, pois ele liga dois segmentos com orien- significam, em hipótese nenhuma, a repetição do que já
tação argumentativa contrária. foi dito. Ou seja, só podem ser ligados com conectores
Se fosse utilizado, nesse caso, o conector “portanto”, o de conjunção segmentos que representam uma progres-
resultado seria um paradoxo semântico, pois esse operador são discursiva. É possível dizer “Disfarçou as lágrimas que
discursivo liga dois segmentos com a mesma orientação ar- o assaltaram e continuou seu discurso”, porque o segundo
gumentativa, sendo o segmento introduzido por ele a con- segmento indica um desenvolvimento da exposição. Não
clusão do anterior. teria cabimento usar operadores desse tipo para ligar dois
segmentos como “Disfarçou as lágrimas que o assaltaram e
- Gradação: há operadores que marcam uma gradação escondeu o choro que tomou conta dele”.
numa série de argumentos orientados para uma mesma
- Disjunção Argumentativa: há também operadores
conclusão. Dividem-se eles, em dois subtipos: os que indi-
que indicam uma disjunção argumentativa, ou seja, fazem
cam o argumento mais forte de uma série: até, mesmo, até
uma conexão entre segmentos que levam a conclusões
mesmo, inclusive, e os que subentendem uma escala com
opostas, que têm orientação argumentativa diferente: ou,
argumentos mais fortes: ao menos, pelo menos, no mínimo,
ou então, quer... quer, seja... seja, caso contrário, ao contrário.
no máximo, quando muito.
“Não agredi esse imbecil. Ao contrário, ajudei a separar a
“Ele é um bom conferencista: tem uma voz bonita, é bem briga, para que ele não apanhasse.”
articulado, conhece bem o assunto de que fala e é até sedutor.”
O argumento introduzido por ao contrário é diametral-
Toda a série de qualidades está orientada no sentido de mente oposto àquele de que o falante teria agredido alguém.
comprovar que ele é bom conferencista; dentro dessa série,
ser sedutor é considerado o argumento mais forte. - Conclusão: existem operadores que marcam uma
conclusão em relação ao que foi dito em dois ou mais enun-
“Ele é ambicioso e tem grande capacidade de trabalho. ciados anteriores (geralmente, uma das afirmações de que
Chegará a ser pelo menos diretor da empresa.” decorre a conclusão fica implícita, por manifestar uma voz
geral, uma verdade universalmente aceita): logo, portanto,
Pelo menos introduz um argumento orientado no mes- por conseguinte, pois (o pois é conclusivo quando não en-
mo sentido de ser ambicioso e ter grande capacidade de tra- cabeça a oração).
balho; por outro lado, subentende que há argumentos mais
fortes para comprovar que ele tem as qualidades requeridas “Essa guerra é uma guerra de conquista, pois visa ao con-
dos que vão longe (por exemplo, ser presidente da empresa) trole dos fluxos mundiais de petróleo. Por conseguinte, não é
e que se está usando o menos forte; ao menos, pelo menos e moralmente defensável.”
no mínimo ligam argumentos de valor positivo. Por conseguinte introduz uma conclusão em relação à
afirmação exposta no primeiro período.
“Ele não é bom aluno. No máximo vai terminar o segun-
do grau.” - Comparação: outros importantes operadores discur-
sivos são os que estabelecem uma comparação de igual-
No máximo introduz um argumento orientado no mes- dade, superioridade ou inferioridade entre dois elementos,
mo sentido de ter muita dificuldade de aprender; supõe que com vistas a uma conclusão contrária ou favorável a certa
há uma escala argumentativa (por exemplo, fazer uma fa- ideia: tanto... quanto, tão... como, mais... (do) que.
culdade) e que se está usando o argumento menos forte da
escala no sentido de provar a afirmação anterior; no máximo “Os problemas de fuga de presos serão tanto mais graves
e quando muito estabelecem ligação entre argumentos de quanto maior for a corrupção entre os agentes penitenciá-
valor depreciativo. rios.”

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
O comparativo de igualdade tem no texto uma função Nesse caso, a primeira oração conduz a uma conclu-
argumentativa: mostrar que o problema da fuga de presos são negativa sobre um processo ocorrido com o atleta,
cresce à medida que aumenta a corrupção entre os agen- enquanto a começada pela conjunção “mas” leva a uma
tes penitenciários; por isso, os segmentos podem até ser conclusão positiva. Essa segunda orientação é a mais forte.
permutáveis do ponto de vista sintático, mas não o são do Compare-se, por exemplo, “Ela é simpática, mas não é
ponto de vista argumentativo, pois não há igualdade argu- bonita” com “Ela não é bonita, mas é simpática”. No primei-
mentativa proposta, “Tanto maior será a corrupção entre os ro caso, o que se quer dizer é que a simpatia é suplanta-
agentes penitenciários quanto mais grave for o problema da da pela falta de beleza; no segundo, que a falta de beleza
fuga de presos”. perde relevância diante da simpatia. Quando se usam as
Muitas vezes a permutação dos segmentos leva a con- conjunções adversativas, introduz-se um argumento com
clusões opostas: Imagine-se, por exemplo, o seguinte diá- vistas a determinada conclusão, para, em seguida, apresen-
logo entre o diretor de um clube esportivo e o técnico de tar um argumento decisivo para uma conclusão contrária.
futebol: Com as conjunções concessivas, a orientação argu-
mentativa que predomina é a do segmento não introduzi-
“__Precisamos promover atletas das divisões de base
do pela conjunção.
para reforçar nosso time.
__Qualquer atleta das divisões de base é tão bom quan-
to os do time principal.” “Embora haja conexão entre saber escrever e saber gra-
Nesse caso, o argumento do técnico é a favor da pro- mática, trata-se de capacidades diferentes.”
moção, pois ele declara que qualquer atleta das divisões de A oração iniciada por “embora” apresenta uma orien-
base tem, pelo menos, o mesmo nível dos do time princi- tação argumentativa no sentido de que saber escrever e
pal, o que significa que estes não primam exatamente pela saber gramática são duas coisas interligadas; a oração prin-
excelência em relação aos outros. cipal conduz à direção argumentativa contrária.
Suponhamos, agora, que o técnico tivesse invertido os Quando se utilizam conjunções concessivas, a estraté-
segmentos na sua fala: gia argumentativa é a de introduzir no texto um argumento
que, embora tido como verdadeiro, será anulado por outro
“__Qualquer atleta do time principal é tão bom quanto mais forte com orientação contrária.
os das divisões de base.” A diferença entre as adversativas e as concessivas, por-
tanto, é de estratégia argumentativa. Compare os seguin-
Nesse caso, seu argumento seria contra a necessidade tes períodos:
da promoção, pois ele estaria declarando que os atletas do
time principal são tão bons quanto os das divisões de base. “Por mais que o exército tivesse planejado a operação
(argumento mais fraco), a realidade mostrou-se mais com-
- Explicação ou Justificativa: há operadores que in- plexa (argumento mais forte).”
troduzem uma explicação ou uma justificativa em relação “O exército planejou minuciosamente a operação (argu-
ao que foi dito anteriormente: porque, já que, que, pois. mento mais fraco), mas a realidade mostrou-se mais com-
plexa (argumento mais forte).”
“Já que os Estados Unidos invadiram o Iraque sem au-
torização da ONU, devem arcar sozinhos com os custos da - Argumento Decisivo: há operadores discursivos que
guerra.” introduzem um argumento decisivo para derrubar a argu-
mentação contrária, mas apresentando-o como se fosse
Já que inicia um argumento que dá uma justificativa
um acréscimo, como se fosse apenas algo mais numa sé-
para a tese de que os Estados Unidos devam arcar sozinhos
rie argumentativa: além do mais, além de tudo, além disso,
com o custo da guerra contra o Iraque.
ademais.
- Contrajunção: os operadores discursivos que as-
sinalam uma relação de contrajunção, isto é, que ligam “Ele está num período muito bom da vida: começou a
enunciados com orientação argumentativa contrária, são namorar a mulher de seus sonhos, foi promovido na empre-
as conjunções adversativas (mas, contudo, todavia, no en- sa, recebeu um prêmio que ambicionava havia muito tempo
tanto, entretanto, porém) e as concessivas (embora, apesar e, além disso, ganhou uma bolada na loteria.”
de, apesar de que, conquanto, ainda que, posto que, se bem
que). O operador discursivo introduz o que se considera a
Qual é a diferença entre as adversativas e as conces- prova mais forte de que “Ele está num período muito bom
sivas, se tanto umas como outras ligam enunciados com da vida”; no entanto, essa prova é apresentada como se
orientação argumentativa contrária? fosse apenas mais uma.
Nas adversativas, prevalece a orientação do segmento
introduzido pela conjunção. - Generalização ou Amplificação: existem operado-
res que assinalam uma generalização ou uma amplificação
“O atleta pode cair por causa do impacto, mas se levan- do que foi dito antes: de fato, realmente, como aliás, tam-
ta mais decidido a vencer.” bém, é verdade que.

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
“O problema da erradicação da pobreza passa pela ge- - Explicação: há operadores que desencadeiam uma
ração de empregos. De fato, só o crescimento econômico explicação, uma confirmação, uma ilustração do que foi
leva ao aumento de renda da população.” afirmado antes: assim, desse modo, dessa maneira.

O conector introduz uma amplificação do que foi dito “O exército inimigo não desejava a paz. Assim, enquanto
antes. se processavam as negociações, atacou de surpresa.”

“Ele é um técnico retranqueiro, como aliás o são todos os O operador introduz uma confirmação do que foi afir-
que atualmente militam no nosso futebol. mado antes.
O conector introduz uma generalização ao que foi afir-
mado: não “ele”, mas todos os técnicos do nosso futebol Coesão por Justaposição
são retranqueiros.
É a coesão que se estabelece com base na sequência
- Especificação ou Exemplificação: também há ope- dos enunciados, marcada ou não com sequenciadores.
radores que marcam uma especificação ou uma exempli- Examinemos os principais sequenciadores.
ficação do que foi afirmado anteriormente: por exemplo,
como. - Sequenciadores Temporais: são os indicadores de
anterioridade, concomitância ou posterioridade: dois meses
“A violência não é um fenômeno que está dissemina- depois, uma semana antes, um pouco mais tarde, etc. (são
do apenas entre as camadas mais pobres da população. Por utilizados predominantemente nas narrações).
exemplo, é crescente o número de jovens da classe média
que estão envolvidos em toda sorte de delitos, dos menos “Uma semana antes de ser internado gravemente
aos mais graves.” doente, ele esteve conosco. Estava alegre e cheio de planos
Por exemplo assinala que o que vem a seguir especifica, para o futuro.”
exemplifica a afirmação de que a violência não é um fenô- - Sequenciadores Espaciais: são os indicadores de po-
meno adstrito aos membros das “camadas mais pobres da sição relativa no espaço: à esquerda, à direita, junto de, etc.
população”. (são usados principalmente nas descrições).
- Retificação ou Correção: há ainda os que indicam “A um lado, duas estatuetas de bronze dourado, repre-
uma retificação, uma correção do que foi afirmado antes: sentando o amor e a castidade, sustentam uma cúpula oval
ou melhor, de fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer de forma ligeira, donde se desdobram até o pavimento bam-
dizer, ou seja, em outras palavras. Exemplo: bolins de cassa finíssima. (...) Do outro lado, há uma lareira,
não de fogo, que o dispensa nosso ameno clima fluminense,
“Vou-me casar neste final de semana. Ou melhor, vou ainda na maior força do inverno.”
passar a viver junto com minha namorada.”
José de Alencar. Senhora.
O conector inicia um segmento que retifica o que foi
São Paulo, FTD, 1992, p. 77.
dito antes.
Esses operadores servem também para marcar um
- Sequenciadores de Ordem: são os que assinalam a
esclarecimento, um desenvolvimento, uma redefinição do
ordem dos assuntos numa exposição: primeiramente, em
conteúdo enunciado anteriormente. Exemplo:
segunda, a seguir, finalmente, etc.
“A última tentativa de proibir a propaganda de cigarros
“Para mostrar os horrores da guerra, falarei, inicial-
nas corridas de Fórmula 1 não vingou. De fato, os interes-
ses dos fabricantes mais uma vez prevaleceram sobre os mente, das agruras por que passam as populações civis; em
da saúde.” seguida, discorrerei sobre a vida dos soldados na frente de
batalha; finalmente, exporei suas consequências para a eco-
O conector introduz um esclarecimento sobre o que nomia mundial e, portanto, para a vida cotidiana de todos
foi dito antes. os habitantes do planeta.”
Servem ainda para assinalar uma atenuação ou um re-
forço do conteúdo de verdade de um enunciado. Exemplo: - Sequenciadores para Introdução: são os que, na
conversação principalmente, servem para introduzir um
“Quando a atual oposição estava no comando do país, tema ou mudar de assunto: a propósito, por falar nisso, mas
não fez o que exige hoje que o governo faça. Ao contrário, voltando ao assunto, fazendo um parêntese, etc.
suas políticas iam na direção contrária do que prega atual-
mente. “Joaquim viveu sempre cercado do carinho de muitas
pessoas. A propósito, era um homem que sabia agradar às
O conector introduz um argumento que reforça o que mulheres.”
foi dito antes.

44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
- Operadores discursivos não explicitados: se o texto relacionando o quarto período ao terceiro. No entanto, esse
for construído sem marcadores de sequenciação, o leitor conjunto não é um texto, pois não apresenta unidade de
deverá inferir, a partir da ordem dos enunciados, os ope- sentido, isto é, não tem coerência. A coesão, portanto, é con-
radores discursivos não explicitados na superfície textual. dição necessária, mas não suficiente, para produzir um texto.
Nesses casos, os lugares dos diferentes conectores estarão
indicados, na escrita, pelos sinais de pontuação: ponto-final, Coerência
vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos.
Infância
“A reforma política é indispensável. Sem a existência da
fidelidade partidária, cada parlamentar vota segundo seus in- O camisolão
teresses e não de acordo com um programa partidário. Assim, O jarro
não há bases governamentais sólidas.” O passarinho
Esse texto contém três períodos. O segundo indica a O oceano
causa de a reforma política ser indispensável. Portanto o A vista na casa que a gente sentava no sofá
ponto-final do primeiro período está no lugar de um porque.
Adolescência
A língua tem um grande número de conectores e se-
quenciadores. Apresentamos os principais e explicamos Aquele amor
sua função. É preciso ficar atento aos fenômenos de coe- Nem me fale
são. Mostramos que o uso inadequado dos conectores e a
utilização inapropriada dos anafóricos ou catafóricos geram Maturidade
rupturas na coesão, o que leva o texto a não ter sentido ou,
pelo menos, a não ter o sentido desejado. Outra falha co- O Sr. e a Sra. Amadeu
mum no que tange a coesão é a falta de partes indispen- Participam a V. Exa.
sáveis da oração ou do período. Analisemos este exemplo: O feliz nascimento
De sua filha
“As empresas que anunciaram que apoiariam a campa- Gilberta
nha de combate à fome que foi lançada pelo governo federal.”
Velhice
O período compõe-se de:
- As empresas
O netinho jogou os óculos
- que anunciaram (oração subordinada adjetiva restritiva
Na latrina
da primeira oração)
- que apoiariam a campanha de combate à fome (oração
Oswaldo de Andrade. Poesias reunidas.
subordinada substantiva objetiva direta da segunda oração)
4ª Ed. Rio de Janeiro
- que foi lançada pelo governo federal (oração subordi- Civilização Brasileira, 1974, p. 160-161.
nada adjetiva restritiva da terceira oração).
Talvez o que mais chame a atenção nesse poema, ao
Observe-se que falta o predicado da primeira oração. menos à primeira vista, seja a ausência de elementos de coe-
Quem escreveu o período começou a encadear orações su- são, quer retomando o que foi dito antes, quer encadeando
bordinadas e “esqueceu-se” de terminar a principal. segmentos textuais. No entanto, percebemos nele um sen-
Quebras de coesão desse tipo são mais comuns em pe- tido unitário, sobretudo se soubermos que o seu título é “As
ríodos longos. No entanto, mesmo quando se elaboram pe- quatro gares”, ou seja, as quatro estações.
ríodos curtos é preciso cuidar para que sejam sintaticamente Com essa informação, podemos imaginar que se trata
completos e para que suas partes estejam bem conectadas de flashes de cada uma das quatro grandes fases da vida: a
entre si. infância, a adolescência, a maturidade e a velhice. A primeira
Para que um conjunto de frases constitua um texto, não é caracterizada pelas descobertas (o oceano), por ações (o
basta que elas estejam coesas: se não tiverem unidade de jarro, que certamente a criança quebrara; o passarinho que
sentido, mesmo que aparentemente organizadas, elas não ela caçara) e por experiências marcantes (a visita que se per-
passarão de um amontoado injustificado. Exemplo: cebia na sala apropriada e o camisolão que se usava para
dormir); a segunda é caracterizada por amores perdidos, de
“Vivo há muitos anos em São Paulo. A cidade tem exce- que não se quer mais falar; a terceira, pela formalidade e
lentes restaurantes. Ela tem bairros muito pobres. Também o pela responsabilidade indicadas pela participação formal do
Rio de Janeiro tem favelas.” nascimento da filha; a última, pela condescendência para
com a traquinagem do neto (a quem cabe a vez de assumir
Todas as frases são coesas. O hiperônimo cidade retoma a ação). A primeira parte é uma sucessão de palavras; a se-
o substantivo São Paulo, estabelecendo uma relação entre o gunda, uma frase em que falta um nexo sintático; a tercei-
segundo e o primeiro períodos. O pronome “ela” recupera ra, a participação do nascimento de uma filha; e a quarta,
a palavra cidade, vinculando o terceiro ao segundo período. uma oração completa, porém aparentemente desgarrada
O operador também realiza uma conjunção argumentativa, das demais.

45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Como se explica que sejamos capazes de entender Coerência Narrativa
esse poema em seus múltiplos sentidos, apesar da falta de
marcadores de coesão entre as partes? A coerência narrativa consiste no respeito às impli-
A explicação está no fato de que ele tem uma quali- cações lógicas entre as partes do relato. Por exemplo, para
dade indispensável para a existência de um texto: a coe- que um sujeito realize uma ação, é preciso que ele tenha
rência. competência para tanto, ou seja, que saiba e possa efe-
Que é a unidade de sentido resultante da relação que tuá-la. Constitui, então, incoerência narrativa o seguinte
se estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda exemplo: o narrador conta que foi a uma festa onde to-
a compreender a outra, produzindo um sentido global, à dos fumavam e, por isso, a espessa fumaça impedia que se
luz do qual cada uma das partes ganha sentido. No poe- visse qualquer coisa; de repente, sem mencionar nenhuma
ma acima, os subtítulos “Infância”, “Adolescência”, “Ma- mudança dessa situação, ele diz que se encostou a uma
turidade” e “Velhice” garantem essa unidade. Colocar a coluna e passou a observar as pessoas, que eram ruivas,
participação formal do nascimento da filha, por exemplo, loiras, morenas. Se o narrador diz que não podia enxer-
sob o título “Maturidade” dá a conotação da responsabi- gar nada, é incoerente dizer que via as pessoas com tanta
lidade habitualmente associada ao indivíduo adulto e cria nitidez. Em outros termos, se nega a competência para a
um sentido unitário. realização de um desempenho qualquer, esse desempenho
Esse texto, como outros do mesmo tipo, comprova não pode ocorrer. Isso por respeito às leis da coerência nar-
que um conjunto de enunciados pode formar um todo rativa. Observe outro exemplo:
coerente mesmo sem a presença de elementos coesivos,
isto é, mesmo sem a presença explícita de marcadores “Pior fez o quarto-zagueiro Edinho Baiano, do Paraná
de relação entre as diferentes unidades linguísticas. Em Clube, entrevistado por um repórter da Rádio Cidade. O Pa-
outros termos, a coesão funciona apenas como um me- raná tinha tomado um balaio de gols do Guarani de Campi-
canismo auxiliar na produção da unidade de sentido, pois nas, alguns dias antes. O repórter queria saber o que tinha
esta depende, na verdade, das relações subjacentes ao acontecido. Edinho não teve dúvida sobre os motivos:
texto, da não-contradição entre as partes, da continuida- __ Como a gente já esperava, fomos surpreendidos pelo
de semântica, em síntese, da coerência. ataque do Guarani.”
A coerência é um fator de interpretabilidade do texto,
pois possibilita que todas as suas partes sejam engloba- Ernâni Buchman. In: Folha de Londrina.
das num único significado que explique cada uma delas.
Quando esse sentido não pode ser alcançado por faltar A surpresa implica o inesperado. Não se pode ser sur-
relação de sentido entre as partes, lemos um texto incoe- preendido com o que já se esperava que acontecesse.
rente, como este:
A todo ser humano foi dado o direito de opção entre a Coerência Argumentativa
mediocridade de uma vida que se acomoda e a grandeza
A coerência argumentativa diz respeito às relações de
de uma vida voltada para o aprimoramento intelectual.
implicação ou de adequação entre premissas e conclusões
A adolescência é uma fase tão difícil que todos en-
ou entre afirmações e consequências. Não é possível al-
frentam. De repente vejo que não sou mais uma “crianci-
guém dizer que é a favor da pena de morte porque é con-
nha” dependente do “papai”. Chegou a hora de me decidir!
tra tirar a vida de alguém. Da mesma forma, é incoerente
Tenho que escolher uma profissão para me realizar e ser
defender o respeito à lei e à Constituição Brasileira e ser
independente financeiramente.
favorável à execução de assaltantes no interior de prisões.
No país em que vivemos, que predomina o capitalis-
Muitas vezes, as conclusões não são adequadas às
mo, o mais rico sempre é quem vence!
premissas. Não há coerência, por exemplo, num raciocínio
como este:
Apud: J. A. Durigan, M. B. M. Abaurre e Y. F. Viei-
ra (orgs). Há muitos servidores públicos no Brasil que são verda-
A magia da mudança. Campinas, Unicamp, 1987, deiros marajás.
p. 53. O candidato a governador é funcionário público.
Portanto o candidato é um marajá.
Nesses parágrafos, vemos três temas (direito de op-
ção; adolescência e escolha profissional; relações sociais Segundo uma lei da lógica formal, não se pode con-
sob o capitalismo) que mantêm relações muito tênues cluir nada com certeza baseado em duas premissas parti-
entre si. Esse fato, prejudicando a continuidade semân- culares. Dizer que muitos servidores públicos são marajás
tica entre as partes, impede a apreensão do todo e, por- não permite concluir que qualquer um seja.
tanto, configura um texto incoerente. A falta de relação entre o que se diz e o que foi dito
Há no texto, vários tipos de relação entre as partes anteriormente também constitui incoerência. É o que se vê
que o compõem, e, por isso, costuma-se falar em vários neste diálogo:
níveis de coerência.

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
“__ Vereador, o senhor é a favor ou contra o pagamento “Tendo recebido a notificação para pagamento da cha-
de pedágio para circular no centro da cidade? mada taxa do lixo, ouso dirigir-me a V. Exª, senhora prefeita,
__ É preciso melhorar a vida dos habitantes das grandes para expor-lhe minha inconformidade diante dessa medida,
cidades. A degradação urbana atinge a todos nós e, por con- porque o IPTU foi aumentado, no governo anterior, de 0,6%
seguinte, é necessário reabilitar as áreas que contam com para 1% do valor venal do imóvel exatamente para cobrir as
abundante oferta de serviços públicos.” despesas da municipalidade com os gastos de coleta e destina-
ção dos resíduos sólidos produzidos pelos moradores de nossa
Coerência Figurativa cidade. Francamente, achei uma sacanagem esta armação da
Prefeitura: jogar mais um gasto nas costas da gente.”
A coerência figurativa refere-se à compatibilidade das
figuras que manifestam determinado tema. Para que o lei- Como se vê, o léxico usado no último período do texto
tor possa perceber o tema que está sendo veiculado por destoa completamente do utilizado no período anterior.
uma série de figuras encadeadas, estas precisam ser com-
patíveis umas com as outras. Seria estranho (para dizer o Ninguém há de negar a incoerência de um texto como
mínimo) que alguém, ao descrever um jantar oferecido no este: Saltou para a rua, abriu a janela do 5º andar e deixou
palácio do Itamarati a um governador estrangeiro, depois um bilhete no parapeito explicando a razão de seu suicídio,
em que há evidente violação da lei sucessivamente dos even-
de falar de baixela de prata, porcelana finíssima, flores,
tos. Entretanto talvez nem todo mundo concorde que seja
candelabros, toalhas de renda, incluísse no percurso figu-
incoerente incluir guardanapos de papel no jantar do Itama-
rativo guardanapos de papel.
rati descrito no item sobre coerência figurativa, alguém po-
deria objetivar que é preconceito considerá-los inadequados.
Coerência Temporal Então, justifica-se perguntar: o que, afinal, determina se um
texto é ou não coerente?
Por coerência temporal entende-se aquela que con- A natureza da coerência está relacionada a dois concei-
cerne à sucessão dos eventos e à compatibilidade dos tos básicos de verdade: adequação à realidade e conformida-
enunciados do ponto de vista de sua localização no tem- de lógica entre os enunciados.
po. Não se poderia, por exemplo, dizer: “O assassino foi Vimos que temos diferentes níveis de coerência: narrati-
executado na câmara de gás e, depois, condenado à morte”. va, argumentativa, figurativa, etc. Em cada nível, temos duas
espécies diversas de coerência:
Coerência Espacial - extratextual: aquela que diz respeito à adequação en-
tre o texto e uma “realidade” exterior a ele.
A coerência espacial diz respeito à compatibilidade - intratextual: aquela que diz respeito à compatibilidade,
dos enunciados do ponto de vista da localização no es- à adequação, à não-contradição entre os enunciados do texto.
paço. Seria incoerente, por exemplo, o seguinte texto: “O
filme ‘A Marvada Carne’ mostra a mudança sofrida por um A exterioridade a que o conteúdo do texto deve ajustar-
homem que vivia lá no interior e encanta-se com a agitação -se pode ser:
e a diversidade da vida na capital, pois aqui já não supor- - o conhecimento do mundo: o conjunto de dados refe-
tava mais a mesmice e o tédio”. Dizendo lá no interior, o rentes ao mundo físico, à cultura de um povo, ao conteúdo das
enunciador dá a entender que seu pronunciamento está ciências, etc. que constitui o repertório com que se produzem
sendo feito de algum lugar distante do interior; portanto e se entendem textos. O período “O homem olhou através das
ele não poderia usar o advérbio “aqui” para localizar “a paredes e viu onde os bandidos escondiam a vítima que havia
mesmice” e “o tédio” que caracterizavam a vida interiora- sido sequestrada” é incoerente, pois nosso conhecimento do
na da personagem. Em síntese, não é coerente usar “lá” e mundo diz que homens não vêem através das paredes. Temos,
“aqui” para indicar o mesmo lugar. então, uma incoerência figurativa extratextual.
- os mecanismos semânticos e gramaticais da língua:
o conjunto dos conhecimentos sobre o código linguístico ne-
Coerência do Nível de Linguagem Utilizado
cessário à codificação de mensagens decodificáveis por ou-
tros usuários da mesma língua. O texto seguinte, por exem-
A coerência do nível de linguagem utilizado é aquela plo, está absolutamente sem sentido por inobservância de
que concerne à compatibilidade do léxico e das estrutu- mecanismos desse tipo:
ras morfossintáticas com a variante escolhida numa dada “Conscientizar alunos pré-sólidos ao ingresso de uma car-
situação de comunicação. Ocorre incoerência relacionada reira universitária informações críticas a respeito da realidade
ao nível de linguagem quando, por exemplo, o enunciador profissional a ser optada. Deve ser ciado novos métodos cria-
utiliza um termo chulo ou pertencente à linguagem infor- tivos nos ensinos de primeiro e segundo grau: estimulando o
mal num texto caracterizado pela norma culta formal. Tan- aluno a formação crítica de suas ideias as quais, serão a prati-
to sabemos que isso não é permitido que, quando o faze- cidade cotidiana. Aptidões pessoais serão associadas a testes
mos, acrescentamos uma ressalva: com perdão da palavra, vocacionais sérios de maneira discursiva a analisar concei-
se me permitem dizer. Observe um exemplo de incoerência tuações fundamentais.”
nesse nível:
Apud: J. A. Durigan et alii. Op. cit., p. 58.

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Fatores de Coerência - O conhecimento de mundo:

- O contexto: para uma dada unidade linguística, fun- 31 de março / 1º de abril


ciona como contexto a unidade linguística maior que ela: Dúvida Revolucionária
a sílaba é contexto para o fonema; a palavra, para a sílaba;
a oração, para a palavra; o período, para a oração; o texto, Ontem foi hoje?
para o período, e assim por diante. Ou hoje é que foi ontem?

“Um chopps, dois pastel, o polpettone do Jardim de Na- Aparentemente, falta coerência temporal a esse poe-
poli, cruzar a Ipiranga com a avenida São João, o “Parmera”, ma: o que significa “ontem foi hoje” ou “hoje é que foi
o “Curíntia”, todo mundo estar usando cinto de segurança.” ontem?”. No entanto, as duas datas colocadas no início
do poema e o título remetem a um episódio da História
À primeira vista, parece não haver nenhuma coerência do Brasil, o golpe militar de 1964, chamado Revolução de
na enumeração desses elementos. Quando ficamos saben- 1964. Esse fato deve fazer parte de nosso conhecimento
do, no entanto, que eles fazem parte de um texto intitulado de mundo, assim como o detalhe de que ele ocorreu no
“100 motivos para gostar de São Paulo”, o que aparente- dia 1º de abril, mas sua comemoração foi mudada para
mente era caótico torna-se coerente: 31 de março, para evitar relações entre o evento e o “dia
da mentira”.
100 motivos para gostar de São Paulo
- As regras do gênero:
1. Um chopps
2. E dois pastel “O homem olhou através das paredes e viu onde os
(...) bandidos escondiam a vítima que havia sido sequestrada.”
5. O polpettone do Jardim de Napoli
(...) Essa frase é incoerente no discurso cotidiano, mas é
30. Cruzar a Ipiranga com a av. São João completamente coerente no mundo criado pelas histórias
(...) de super-heróis, em que o Super-Homem, por exemplo,
43. O “Parmera” tem força praticamente ilimitada; pode voar no espaço a
(...) uma velocidade igual à da luz; quando ultrapassa essa ve-
45. O “Curíntia” locidade, vence a barreira do tempo e pode transferir-se
(..) para outras épocas; seus olhos de raios X permitem-lhe
59. Todo mundo estar usando cinto de segurança ver através de qualquer corpo, a distâncias infinitas, etc.
(...) Nosso conhecimento de mundo não é restrito ao que
efetivamente existe, ao que se pode ver, tocar, etc.: ele
O texto apresenta os traços culturais da cidade, e to- inclui também os mundos criados pela linguagem nos
dos convergem para um único significado: a celebração da diferentes gêneros de texto, ficção científica, contos ma-
capital do estado de São Paulo no seu aniversário. Os dois ravilhosos, mitos, discurso religioso, etc., regidos por ou-
primeiros itens de nosso exemplo referem-se a marcas lin- tras lógicas. Assim, o que é incoerente num determinado
guísticas do falar paulistano; o terceiro, a um prato que tor- gênero não o é, necessariamente, em outro.
nou conhecido o restaurante chamado Jardim de Napoli; o
quarto, a um verso da música “Sampa”, de Caetano Veloso; - O sentido não literal:
o sexto e o sétimo, à maneira como os dois times mais
populares da cidade são denominados na variante linguís- “As verdes ideias incolores dormem, mas poderão ex-
tica popular; o último à obediência a uma lei que na época plodir a qualquer momento.”
ainda não vigorava no resto do país.
Tomando em seu sentido literal, esse texto é absurdo,
- A situação de comunicação: pois, nessa acepção, o termo ideias não pode ser qua-
lificado por adjetivos de cor; não se podem atribuir ao
__A telefônica. mesmo ser, ao mesmo tempo, as qualidades verde e inco-
__Era hoje? lor; o verbo dormir deve ter como sujeito um substantivo
animado.
Esse diálogo não seria compreendido fora da situação No entanto, se entendermos ideias verdes em sentido
de interlocução, porque deixa implícitos certos enunciados não literal, como concepções ambientalistas, o período
que, dentro dela, são perfeitamente compreendidos: pode ser lido da seguinte maneira: “As idéias ambientalis-
__ O empregado da companhia telefônica que vinha tas sem atrativo estão latentes, mas poderão manifestar-se
consertar o telefone está aí. a qualquer momento.”
__ Era hoje que ele viria?

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
- O intertexto: Dissemos também que há outros textos que fazem da
inversão da realidade seu princípio constitutivo; da incoe-
Falso diálogo entre Pessoa e Caeiro rência, um fator de coerência. São exemplos as obras de
Lewis Carrol “Alice no país das maravilhas” e “Através do
__ a chuva me deixa triste... espelho”, que pretendem apresentar paradoxos de sentido,
__ a mim me deixa molhado. subverter o princípio da realidade, mostrar as aporias da
lógica, confrontar a lógica do senso comum com outras.
José Paulo Paes. Op. Cit., p 79.
Reproduzimos um poema de Manuel Bandeira que
Muitos textos retomam outros, constroem-se com contém mais de um exemplo do que foi abordado:
base em outros e, por isso, só ganham coerência nessa re-
lação com o texto sobre o qual foram construídos, ou seja, Teresa
na relação de intertextualidade. É o caso desse poema. Para
compreendê-lo, é preciso saber que Alberto Caeiro é um A primeira vez que vi Teresa
dos heterônimos do poeta Fernando Pessoa; que heterô- Achei que ela tinha pernas estúpidas
nimo não é pseudônimo, mas uma individualidade lírica Achei também que a cara parecia uma perna
distinta da do autor (o ortônimo); que para Caeiro o real é
a exterioridade e não devemos acrescentar-lhe impressões Quando vi Teresa de novo
subjetivas; que sua posição é antimetafísica; que não deve- Achei que seus olhos eram muito mais velhos
mos interpretar a realidade pela inteligência, pois essa in- [que o resto do corpo
terpretação conduz a simples conceitos vazios, em síntese, (Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando
é preciso ter lido textos de Caeiro. Por outro lado, é preciso [que o resto do corpo nascesse)
saber que o ortônimo (Fernando Pessoa ele mesmo) expri-
me suas emoções, falando da solidão interior, do tédio, etc. Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
Incoerência Proposital
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face
[das águas.
Existem textos em que há uma quebra proposital da
coerência, com vistas a produzir determinado efeito de
Poesias completas e prosa. Rio de Janeiro,
sentido, assim como existem outros que fazem da não-
Aguilar, 1986, p. 214.
-coerência o próprio princípio constitutivo da produção
de sentido. Poderia alguém perguntar, então, se realmente
Para percebermos a coerência desse texto, é preciso,
existe texto incoerente. Sem dúvida existe: é aquele em que
a incoerência é produzida involuntariamente, por inabili- no mínimo, que nosso conhecimento de mundo inclua o
dade, descuido ou ignorância do enunciador, e não usada poema:
funcionalmente para construir certo sentido.
Quando se trata de incoerência proposital, o enuncia- O Adeus de Teresa
dor dissemina pistas no texto, para que o leitor perceba
que ela faz parte de um programa intencionalmente dire- A primeira vez que fitei Teresa,
cionado para veicular determinado tema. Se, por exemplo, Como as plantas que arrasta a correnteza,
num texto que mostra uma festa muito luxuosa, aparecem A valsa nos levou nos giros seus...
figuras como pessoas comendo de boca aberta, falando em
voz muito alta e em linguagem chula, ostentando sua últi- Castro Alves
mas aquisições, o enunciador certamente não está queren-
do manifestar o tema do luxo, do requinte, mas o da vul- Para identificarmos a relação de intertextualidade en-
garidade dos novos-ricos. Para ficar no exemplo da festa: tre eles; que tenhamos noção da crítica do Modernismo
em filmes como “Quero ser grande” (Big, dirigido por Penny às escolas literárias precedentes, no caso, ao Romantismo,
Marshall em 1988, com Tom Hanks) e “Um convidado bem em que nenhuma musa seria tratada com tanta cerimônia
trapalhão” (The party, Blake Edwards, 1968, com Peter Sel- e muito menos teria “cara”; que façamos uma leitura não
lers), há cenas em que os respectivos protagonistas exibem literal; que percebamos sua lógica interna, criada pela dis-
comportamento incompatível com a ocasião, mas não há seminação proposital de elementos que pareceriam absur-
incoerência nisso, pois todo o enredo converge para que o dos em outro contexto.
espectador se solidarize com eles, por sua ingenuidade e
falta de traquejo social. Mas, se aparece num texto uma fi-
gura incoerente uma única vez, o leitor não pode ter certe-
za de que se trata de uma quebra de coerência proposital,
com vistas a criar determinado efeito de sentido, vai pensar
que se trata de contradição devida a inabilidade, descuido
ou ignorância do enunciador.

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
- A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria
das regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do
VARIABILIDADE LINGUÍSTICA.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na
linguagem caipira): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster,
pastel; faróu, farór, farol.
“Há uma grande diferença se fala um deus ou um he- - deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, pre-
rói; se um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na guntar, estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa extra-
flor da idade; se uma matrona autoritária ou uma dedicada; ção social.
se um mercador errante ou um lavrador de pequeno campo
fértil (...)” Variações Morfológicas

Todas as pessoas que falam uma determinada língua São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra.
conhecem as estruturas gerais, básicas, de funcionamento Nesse domínio, as diferenças entre as variantes não são tão
podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fa- numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são des-
tores. Tais variações, que às vezes são pouco perceptíveis e prezíveis. Como exemplos, podemos citar:
- o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para
outras vezes bastantes evidentes, recebem o nome genérico
criar o superlativo de adjetivos, recurso muito característico
de variedades ou variações linguísticas.
da linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos
de humaníssimo), uma prova hiper difícil (em vez de dificí-
os seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação.
lima), um carro hiper possante (em vez de possantíssimo).
Sabe-se que, numa mesma língua, há formas distintas para - a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos
traduzir o mesmo significado dentro de um mesmo contex- regulares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se
to. Suponham-se, por exemplo, os dois enunciados a seguir: ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser).
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irre-
Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz gulares: vareia (varia), negoceia (negocia).
tempo. - uso de substantivos masculinos como femininos ou vi-
Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há ce-versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a cham-
anos. panha (o champanha), tive muita dó dela (muito dó), mis-
Qualquer falante do português reconhecerá que os dois tura do cal (da cal).
enunciados pertencem ao seu idioma e têm o mesmo senti- - a omissão do “s” como marca de plural de substantivos
do, mas também que há diferenças. Pode dizer, por exemplo, e adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga,
que o segundo é de gente mais “estudada”. os livro indicado, as noite fria, os caso mais comum.
Isso é prova de que, ainda que intuitivamente e sem sa- - o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espe-
ber dar grandes explicações, as pessoas têm noção de que ro que o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas úl-
existem muitas maneiras de falar a mesma língua. É o que os timas eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acon-
teóricos chamam de variações linguísticas. tecer; Não é possível que ele esforçou (tenha se esforçado)
As variações que distinguem uma variante de outra mais que eu.
se manifestam em quatro planos distintos, a saber: fônico,
morfológico, sintático e lexical. Variações Sintáticas

Variações Fônicas Dizem respeito às correlações entre as palavras da fra-


se. No domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são
São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons tantas as diferenças entre uma variante e outra. Como exem-
constituintes da palavra. Os exemplos de variação fônica são plo, podemos citar:
- o uso de pronomes do caso reto com outra função
abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os domí-
que não a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o)
nios em que se percebe com mais nitidez a diferença entre
na rua; não irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve
uma variante e outra. Entre esses casos, podemos citar:
entre tu (em vez de ti) e ele.
- a queda do “r” final dos verbos, muito comum na lin- - o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em
guagem oral no português: falá, vendê, curti (em vez de cur- vez de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.
tir), compô. - a ausência da preposição adequada antes do pronome
- o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu relativo em função de complemento verbal: são pessoas que
me alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem (em vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme
clássica, hoje frequentes na fala caipira. que (em vez de a que) eu assisti; você é a pessoa que (em vez
- a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, de em que) eu mais confio.
marelo (amarelo), margoso (amargoso), características na lin- - a substituição do pronome relativo “cujo” pelo prono-
guagem oral coloquial. me “que” no início da frase mais a combinação da preposi-
- a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis ção “de” com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu
(Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas for- já conhecia a família dele (em vez de ...cuja família eu já
mam típicas de pessoas de baixa extração social. conhecia).

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
- a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo As palavras de origem inglesas são inúmeras: insight
quando se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu (compreensão repentina de algo, uma percepção súbita),
quero falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a feeling (“sensibilidade”, capacidade de percepção), brie-
sua (em vez de tua) voz me irrita. fing (conjunto de informações básicas), jingle (mensagem
- ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles publicitária em forma de música).
chegou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou Do francês, hoje são poucos os estrangeirismos que
naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios. ainda não se aportuguesaram, mas há ocorrências: hors-
-concours (“fora de concurso”, sem concorrer a prêmios),
Variações Léxicas tête-à-tête (palestra particular entre duas pessoas), esprit
de corps (“espírito de corpo”, corporativismo), menu (car-
É o conjunto de palavras de uma língua. As varian- dápio), à la carte (cardápio “à escolha do freguês”), physi-
tes do plano do léxico, como as do plano fônico, são que du rôle (aparência adequada à caracterização de um
muito numerosas e caracterizam com nitidez uma va- personagem).
riante em confronto com outra. Eis alguns, entre múl-
tiplos exemplos possíveis de citar: - Jargão: é o lexo típico de um campo profissio-
- a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio mui- nal como a medicina, a engenharia, a publicidade, o
to para formar o grau superlativo dos adjetivos, caracte- jornalismo. No jargão médico temos uso tópico (para
rísticas da linguagem jovem de alguns centros urbanos: remédios que não devem ser ingeridos), apneia (interrup-
maior legal; maior difícil; Esse amigo é um carinha maior ção da respiração), AVC ou acidente vascular cerebral (der-
esforçado. rame cerebral). No jargão jornalístico chama-se de gralha,
- as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tan-
pastel ou caco o erro tipográfico como a troca ou inversão
tas e, às vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto
de uma letra. A palavra lide é o nome que se dá à abertura
de piada de lado a lado do Oceano. Em Portugal chamam
de uma notícia ou reportagem, onde se apresenta sucin-
de cueca aquilo que no Brasil chamamos de calcinha; o
tamente o assunto ou se destaca o fato essencial. Quando
que chamamos de fila no Brasil, em Portugal chamam de
o lide é muito prolixo, é chamado de nariz-de-cera. Furo
bicha; café da manhã em Portugal se diz pequeno almoço;
é notícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela
camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de
falso, foi uma barriga. Entre os jornalistas é comum o uso
suéter, malha, camiseta.
do verbo repercutir como transitivo direto: __ Vá lá reper-
cutir a notícia de renúncia! (esse uso é considerado errado
Designações das Variantes Lexicais:
pela gramática normativa).
- Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso
e, por isso, denunciam uma linguagem já ultrapassada e - Gíria: é o lexo especial de um grupo (originariamen-
envelhecida. É o caso de reclame, em vez de anúncio publi- te de marginais) que não deseja ser entendido por outros
citário; na década de 60, o rapaz chamava a namorada de grupos ou que pretende marcar sua identidade por meio
broto (hoje se diz gatinha ou forma semelhante), e um ho- da linguagem. Existe a gíria de grupos marginalizados,
mem bonito era um pão; na linguagem antiga, médico era de grupos jovens e de segmentos sociais de contestação,
designado pelo nome físico; um bobalhão era chamado de sobretudo quando falam de atividades proibidas. A lis-
coió ou bocó; em vez de refrigerante usava-se gasosa; algo ta de gírias é numerosíssima em qualquer língua: ralado
muito bom, de qualidade excelente, era supimpa. (no sentido de afetado por algum prejuízo ou má sorte),
ir pro brejo (ser malsucedido, fracassar, prejudicar-se irre-
- Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de mediavelmente), cara ou cabra (indivíduo, pessoa), bicha
palavras recém-criadas, muitas das quais mal ou nem es- (homossexual masculino), levar um lero (conversar).
traram para os dicionários. A moderna linguagem da com-
putação tem vários exemplos, como escanear, deletar, prin- - Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico ex-
tar; outros exemplos extraídos da tecnologia moderna são cessivamente erudito, muito raro, afetado: Escoimar (em
mixar (fazer a combinação de sons), robotizar, robotização. vez de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar
(em vez de discordar); cinesíforo (em vez de motorista);
- Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras obnubilar (em vez de obscurecer ou embaçar); conúbio
emprestadas de outra língua, que ainda não foram apor- (em vez de casamento); chufa (em vez de caçoada, troça).
tuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso,
há muitas expressões latinas, sobretudo da linguagem ju- - Vulgarismo: é o contrário do preciosismo, ou seja,
rídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas o o uso de um léxico vulgar, rasteiro, obsceno, grosseiro. É o
corpo” ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso caso de quem diz, por exemplo, de saco cheio (em vez de
facto (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo”), ipsis lit- aborrecido), se ferrou (em vez de se deu mal, arruinou-se),
teris (textualmente, “com as mesmas letras”), grosso modo feder (em vez de cheirar mal), ranho (em vez de muco,
(“de modo grosseiro”, “impreciso”), sic (“assim, como está secreção do nariz).
escrito”), data venia (“com sua permissão”).

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Tipos de Variação região dá-se o nome de sotaque: sotaque mineiro, sota-
que nordestino, sotaque gaúcho etc. A variação geográfica,
Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para além de ocorrer na pronúncia, pode também ser percebida
as variantes linguísticas um sistema de classificação que no vocabulário, em certas estruturas de frases e nos sen-
seja simples e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de tidos diferentes que algumas palavras podem assumir em
todas as diferenças que caracterizam os múltiplos modos diferentes regiões do país.
de falar dentro de uma comunidade linguística. O principal Leia, como exemplo de variação geográfica, o trecho
problema é que os critérios adotados, muitas vezes, se su- abaixo, em que Guimarães Rosa, no conto “São Marcos”, re-
perpõem, em vez de atuarem isoladamente. cria a fala de um típico sertanejo do centro-norte de Minas:
As variações mais importantes, para o interesse do “__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado
concurso público, são os seguintes: Mangolô!].
__ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço.
- Sócio-Cultural: Esse tipo de variação pode ser per- Não faço, porque não paga a pena... De primeiro, quando eu
cebido com certa facilidade. Por exemplo, alguém diz a se- era moço, isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui,
guinte frase: de noite, foras d’hora, em cemitério... (...). Quando a gente é
novo, gosta de fazer bonito, gosta de se comparecer. Hoje,
“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” não, estou percurando é sossego...”
(frase 1)
- Histórica: as línguas não são estáticas, fixas, imutá-
Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? veis. Elas se alteram com o passar do tempo e com o uso.
Vamos caracterizá-la, por exemplo, pela sua profissão: um Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o
advogado? Um trabalhador braçal de construção civil? Um sentido delas. Essas alterações recebem o nome de varia-
médico? Um garimpeiro? Um repórter de televisão? ções históricas.
E quem usaria a frase abaixo? Os dois textos a seguir são de Carlos Drummond de
Andrade. Neles, o escritor, meio em tom de brincadeira,
“Obviamente faltou-lhe coragem para enfrentar os la- mostra como a língua vai mudando com o tempo. No texto
I, ele fala das palavras de antigamente e, no texto II, fala das
drões.” (frase 2)
palavras de hoje.
Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes perten-
Texto I
centes a grupos sociais economicamente mais pobres.
Pessoas que, muitas vezes, não frequentaram nem a escola
Antigamente
primária, ou, quando muito, fizeram-no em condições não
adequadas. Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
Por outro lado, a frase 2 é mais comum aos falantes eram todas mimosas e prendadas. Não fazia anos; comple-
que tiveram possibilidades socioeconômicas melhores e tavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não
puderam, por isso, ter um contato mais duradouro com sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa,
a escola, com a leitura, com pessoas de um nível cultural mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levantam
mais elevado e, dessa forma, “aperfeiçoaram” o seu modo tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em
de utilização da língua. outra freguesia. (...) Os mais idosos, depois da janta, faziam o
Convém ficar claro, no entanto, que a diferenciação quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomava cautela
feita acima está bastante simplificada, uma vez que há di- de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao ani-
versos outros fatores que interferem na maneira como o fa- matógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas
lante escolhe as palavras e constrói as frases. Por exemplo, de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de
a situação de uso da língua: um advogado, num tribunal pouco siso, se metiam em camisas de onze varas, e até em
de júri, jamais usaria a expressão “tá na cara”, mas isso não calças pardas; não admira que dessem com os burros n’agua.
significa que ele não possa usá-la numa situação informal (...) Embora sem saber da missa a metade, os presun-
(conversando com alguns amigos, por exemplo). çosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso
Da comparação entre as frases 1 e 2, podemos concluir punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se
que as condições sociais influem no modo de falar dos in- perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava
divíduos, gerando, assim, certas variações na maneira de sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo,
usar uma mesma língua. A elas damos o nome de variações insinuavam que seu filho era artioso. Verdade seja que às
socioculturais. vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pi-
tar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros
- Geográfica: é, no Brasil, bastante grande e pode ser cromos, umas teteias.
facilmente notada. Ela se caracteriza pelo acento linguís- (...) Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os
tico, que é o conjunto das qualidades fisiológicas do som meninos, lombrigas; asthma os gatos, os homens portavam
(altura, timbre, intensidade), por isso é uma variante cujas ceroulas, bortinas a capa de goma (...). Não havia fotógrafos,
marcas se notam principalmente na pronúncia. Ao conjun- mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.
to das características da pronúncia de uma determinada Mas tudo isso era antigamente, isto é, doutora.

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Texto II Ô mano, ta difícil de te entendê.

Entre Palavras Esse modo de dizer, que é adequado a um diálogo em


situação informal, não tem cabimento se o interlocutor é o
Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras professor em situação de aula.
– circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de Assim, um único indivíduo não fala de maneira unifor-
há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo mo- me em todas as circunstâncias, excetuados alguns falantes
mento impõe-se tornar conhecimento de novas palavras e da linguagem culta, que servem invariavelmente de uma
combinações de. linguagem formal, sendo, por isso mesmo, considerados
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar ne- excessivamente formais ou afetados.
nhuma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido, sem re- São muitos os fatores de situação que interferem na
gistrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao con- fala de um indivíduo, tais como o tema sobre o qual ele
versar com seu avô; talvez ele não entenda o que você diz. discorre (em princípio ninguém fala da morte ou de suas
O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Ve- crenças religiosas como falaria de um jogo de futebol ou
maguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone, de uma briga que tenha presenciado), o ambiente físico
a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em em que se dá um diálogo (num templo não se usa a mesma
1940? linguagem que numa sauna), o grau de intimidade entre
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mís- os falantes (com um superior, a linguagem é uma, com um
seis, a motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o módulo lunar, o colega de mesmo nível, é outra), o grau de comprometi-
antibiótico, o enfarte, a acumputura, a biônica, o acrílico, o mento que a fala implica para o falante (num depoimento
ta legal, a apartheid, o som pop, as estruturas e a infraes- para um juiz no fórum escolhem-se as palavras, num rela-
trutura. to de uma conquista amorosa para um colega fala-se com
Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro menos preocupação).
Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, As variações de acordo com a situação costumam ser
o bandeirinha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, chamadas de níveis de fala ou, simplesmente, variações de
estilo e são classificadas em duas grandes divisões:
a mixagem.
- Estilo Formal: aquele em que é alto o grau de refle-
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o ser-
xão sobre o que se diz, bem como o estado de atenção e
vomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futuro-
vigilância. É na linguagem escrita, em geral, que o grau de
logia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene,
formalidade é mais tenso.
o Incra, a Unesco, o Isop, a Oea, e a ONU.
- Estilo Informal (ou coloquial): aquele em que se fala
Estão reclamando, porque não citei a conotação, o con-
com despreocupação e espontaneidade, em que o grau de
glomerado, a diagramação, o ideologema, o idioleto, o ICM,
reflexão sobre o que se diz é mínimo. É na linguagem oral
a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a gui-
íntima e familiar que esse estilo melhor se manifesta.
tarra elétrica.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra Como exemplo de estilo coloquial vem a seguir um
tensora, vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster, pequeno trecho da gravação de uma conversa telefônica
filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, entre duas universitárias paulistanas de classe média, trans-
carnet da girafa, poluição. crito do livro Tempos Linguísticos, de Fernando Tarallo. AS
Fundos de investimento, e daí? Também os de incen- reticências indicam as pausas.
tivos fiscais. Knon-how. Barbeador elétrico de noventa mi-
crorranhuras. Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos Eu não sei tem dia... depende do meu estado de espíri-
super congelados. Viagens pelo crediário, Circuito fechado to, tem dia que minha voz... mais ta assim, sabe? taquara
de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click! rachada? Fica assim aquela voz baixa. Outro dia eu fui lê
Não havia nada disso no Jornal do tempo de Vences- um artigo, lê?! Um menino lá que faiz pós-graduação na,
lau Brás, ou mesmo, de Washington Luís. Algumas coisas na GV, ele me, nóis ficamo até duas hora da manhã ele me
começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na explicando toda a matéria de economia, das nove da noite.
esquina, para consumo geral. A enumeração caótica não é
uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de to- Como se pode notar, não há preocupação com a pro-
dos os dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, núncia nem com a continuidade das ideias, nem com a es-
e palavras somos, finalmente, mas com que significado? colha das palavras. Para exemplificar o estilo formal, eis um
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, trecho da gravação de uma aula de português de uma pro-
Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988) fessora universitária do Rio de Janeiro, transcrito do livro de
Dinah Callou. A linguagem falada culta na cidade do Rio de
- De Situação: aquelas que são provocadas pelas al- Janeiro. As pausas são marcadas com reticências.
terações das circunstâncias em que se desenrola o ato de
comunicação. Um modo de falar compatível com determi- ...o que está ocorrendo com nossos alunos é uma frag-
nada situação é incompatível com outra: mentação do ensino... ou seja... ele perde a noção do todo... e
fica com uma série... de aspectos teóricos... isolados... que ele

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
não sabe vincular a realidade nenhuma de seu idioma... isto Orais: quando a corrente de ar passa apenas pela cavi-
é válido também para a faculdade de letras... ou seja... né? há dade bucal. São elas: a, é, ê, i, ó, ô, u. Exemplos: já, pé, vê,
uma série... de conceitos teóricos... que têm nomes bonitos ali, pó, dor, uva.
e sofisticados... mas que... na hora de serem empregados... Nasais: quando a corrente de ar passa pela cavidade
deixam muito a desejar... bucal e nasal. A nasalidade pode ser indicada pelo til (~)
ou pelas letras n e m. Exemplos: mãe, venda, lindo, pomba,
Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o nunca.
grau de formalidade e planejamento típico do texto escrito,
mas trata-se de um estilo bem mais formal e vigiado que o Observação: As vogais ainda podem ser tônicas ou áto-
da menina ao telefone. nas, dependendo da intensidade com que são pronuncia-
das. A vogal tônica é pronunciada com maior intensidade:
café, bola, vidro. A vogal átona é pronunciada com menor
FONOLOGIA: FONEMA E LETRA; SÍLABA, intensidade: café, bola, vidro.
ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS,
DÍGRAFOS; Semivogais: são os fonemas /i/ e /u/ quando, juntos
de uma vogal, formam com ela uma mesma sílaba. Obser-
ve, por exemplo, a palavra papai. Ela é formada de duas
sílabas: pa-pai. Na sílaba pai, o fonema vocálico /i/ não é
LETRA E FONEMA tão forte quanto o fonema vocálico /a/; nesse caso, o /i/ é
semivogal.
Letra é o sinal gráfico da escrita. Exemplos: pipoca (tem
6 letras); hoje (tem 4 letras). Consoantes: são os fonemas em que a corrente de ar,
emitida para sua produção, teve de forçar passagem na
Fonema é o menor elemento sonoro capaz de estabe- boca, onde determinado movimento articulatório lhe criou
lecer uma distinção de significado entre palavras. Veja, nos embaraço. Exemplos: gato, pena, lado.
exemplos, os fonemas que marcam a distinção entre os pa-
res de palavras: Encontro Vocálicos

bar – mar tela – vela sela – sala - Ditongos: é o encontro de uma vogal e uma semi-
vogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Exemplos: pai
Não confunda os fonemas com as letras. Fonema é um (vogal + semivogal = ditongo decrescente); ginásio (semi-
elemento acústico e a letra é um sinal gráfico que represen- vogal + vogal = ditongo crescente).
ta o fonema. Nem sempre o número de fonemas de uma - Tritongos: é o encontro de uma semivogal com uma
palavra corresponde ao número de letras que usamos para vogal e outra semivogal numa mesma sílaba. Exemplo: Pa-
escrevê-la. Na palavra chuva, por exemplo, temos quatro fo- raguai.
nemas, isto é, quatro unidades sonoras [xuva] e cinco letras. - Hiatos: é a sequência de duas vogais numa mesma
Certos fonemas podem ser representados por diferen- palavra mas que pertencem a sílabas diferentes, pois nunca
tes letras. É o caso do fonema /s/, que pode ser representa- há mais de uma vogal numa sílaba. Exemplos: saída (sa-í-
do por: s (pensar) – ss (passado) – x (trouxe) – ç (caçar) – sc -da), juiz ( ju-iz)
(nascer) – xc (excelente) – c (cinto) – sç (desço)
Às vezes, a letra “x” pode representar mais de um fone- Encontro Consonantais
ma, como na palavra táxi. Nesse caso, o “x” representa dois
sons, pois lemos “táksi”. Portanto, a palavra táxi tem quatro Ocorre quando há um grupo de consoantes sem vogal
letras e cinco fonemas. intermediária. Exemplos: flor, grade, digno.
Em certas palavras, algumas letras não representam
nenhum fonema, como a letra h, por exemplo, em palavras Dígrafos
como hora, hoje, etc., ou como as letras m e n quando são
usadas apenas para indicar a nasalização de uma vogal, Grupo de duas letras que representa apenas um fone-
como em canto, tinta, etc. ma. Exemplos: passo (ss = fonema /s/), nascimento (sc =
fonema /s/), queijo (qu = fonema /k/)
Classificação dos Fonemas
Os dígrafos podem ser consonantais e vocálicos.
Os fonemas classificam-se em vogais, semivogais e con-
soantes. - Consonantais: ch (chuva), sc (nascer), ss (osso), sç
(desça), lh (filho), xc (excelente), qu (quente), nh (vinho), rr
Vogais: são fonemas resultantes das vibrações das (ferro), gu (guerra)
cordas vocais e em cuja produção a corrente de ar passa - Vocálicos: am, an (tampa, canto), em, en (tempo, ven-
livremente na cavidade bucal. As vogais podem ser orais to), im, in (limpo, cinto), om, on (comprar, tonto), um, un
e nasais. (tumba, mundo)

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Atenção: nos dígrafos, as duas letras representam um 05. Os vocabulários passarinho e querida possuem:
só fonema; nos encontros consonantais, cada letra repre- a) 6 e 8 fonemas respectivamente;
senta um fonema. b)10 e 7 fonemas respectivamente;
Observe de acordo com os exemplos que o número de c) 9 e 6 fonemas respectivamente;
letras e fonemas não precisam ter a mesma quantidade. d) 8 e 6 fonemas respectivamente;
- Chuva: tem 5 letras e 4 fonemas, já que o “ch” tem um e) 7 e 6 fonemas respectivamente.
único som.
- Hipopótamo: tem 10 letras e 9 fonemas, já que o “h” 06. Quantos fonemas existem na palavra paralelepípedo:
não tem som. a) 7
- Galinha: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “nh” tem b) 12
um único som. c) 11
- Pássaro: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “ss” só tem d) 14
um único som. e) 15
- Nascimento: 10 letras e 8 fonemas, já que não se pro-
nuncia o “s” e o “en” tem um único som. 07. Os vocábulos pequenino e drama apresentam, res-
- Exceção: 7 letras e 6 fonemas, já que não tem som pectivamente:
o “x”. a) 4 e 2 fonemas
- Táxi: 4 letras e 5 fonemas, já que o “x” tem som de “ks”. b) 9 e 5 fonemas
- Guitarra: 8 letras e 6 fonemas, já que o “gu” tem um c) 8 e 5 fonemas
único som e o “rr” também tem um único som. d) 7 e 7 fonemas
- Queijo: 6 letras e 5 fonemas, já que o “qu” tem um e) 8 e 4 fonemas
único som.
08. O “I” não é semivogal em:
Repare que através do exemplo a mudança de apenas a) Papai
uma letra ou fonema gera novas palavras: C a v a l o / C a v b) Azuis
a d o / C a l a d o / C o l a d o / S o l a d o. c) Médio
d) Rainha
EXERCÍCIOS e) Herói

01. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas 09. Assinale a alternativa que apresenta apenas hiatos:
são as letras que a compõem é: a) muito, faísca, balaústre.
a) importância b) guerreiro, gratuito, intuito.
b) milhares c) fluido, fortuito, Piauí.
c) sequer d) tua, lua, nua.
d) técnica e) n.d.a.
e) adolescente
10. Em qual dos itens abaixo todas as palavras apresen-
02. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não tam ditongo crescente:
um, mas dois fonemas? a) Lei, Foice, Roubo
a) exemplo b) Muito, Alemão, Viu
b) complexo c) Linguiça, História, Área
c) próximos d) Herói, Jeito, Quilo
d) executivo e) Equestre, Tênue, Ribeirão
e) luxo
RESPOSTAS:
03. Qual palavra possui dois dígrafos?
a) fechar 01-D (Em d, a palavra possui 7 fonemas e 7 letras. Nas
b) sombra demais alternativas, tem-se: a) 10 fonemas / 11 letras; b) 7
c) ninharia fonemas / 8 letras; c) 5 fonemas / 6 letras; e) 9 fonemas /
d) correndo 11 letras).
e) pêssego 02-B (a palavra complexo, o x equivale ao fonema /ks/).
03-D (Em d, há o dígrafo “rr” e o dígrafo nasal “en”).
04. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos 04-B (Observe os encontros: oi, u - i, u - í e eu).
apresenta, na mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato, hia- 05-D / 06-D / 07-C / 08-D / 09-D / 10-C
to, ditongo.
a) jamais / Deus / luar / daí
b) joias / fluir / jesuíta / fogaréu
c) ódio / saguão / leal / poeira
d) quais / fugiu / caiu / história

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
verno, e Espanha, respectivamente do latim, herba, hibernus
ORTOGRAFIA e Hispania. Os derivados eruditos, entretanto, grafam-se com
h: herbívoro, herbicida, hispânico, hibernal, hibernar, etc.

Emprego das letras E, I, O e U


A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/
orto “correto” e grafia “escrita” sendo a escrita correta das e /i/, /o/ e /u/ nem sempre é nítida. É principalmente desse
palavras da língua portuguesa, obedecendo a uma combi- fato que nascem as dúvidas quando se escrevem palavras
nação de critérios etimológicos (ligados à origem das pa- como quase, intitular, mágoa, bulir, etc., em que ocorrem
lavras) e fonológicos (ligados aos fonemas representados). aquelas vogais.
Somente a intimidade com a palavra escrita, é que
acaba trazendo a memorização da grafia correta. Deve-se Escrevem-se com a letra E:
também criar o hábito de consultar constantemente um - A sílaba final de formas dos verbos terminados em
dicionário. –uar: continue, habitue, pontue, etc.
Desde o dia primeiro de Janeiro de 2009 está em vigor - A sílaba final de formas dos verbos terminados em
o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, por isso –oar: abençoe, magoe, perdoe, etc.
temos até 2012 para nos “habituarmos” com as novas re- - As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, an-
gras, pois somente em 2013 que a antiga será abolida. terior): antebraço, antecipar, antedatar, antediluviano, ante-
véspera, etc.
Esse material já se encontra segundo o Novo Acordo - Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeei-
Ortográfico. ro, Cemitério, Confete, Creolina, Cumeeira, Desperdício,
Destilar, Disenteria, Empecilho, Encarnar, Indígena, Irrequie-
Alfabeto to, Lacrimogêneo, Mexerico, Mimeógrafo, Orquídea, Peru,
Quase, Quepe, Senão, Sequer, Seriema, Seringa, Umedecer.
O alfabeto passou a ser formado por 26 letras. As le-
tras “k”, “w” e “y” não eram consideradas integrantes do Emprega-se a letra I:
alfabeto (agora são). Essas letras são usadas em unidades - Na sílaba final de formas dos verbos terminados em –
de medida, nomes próprios, palavras estrangeiras e outras air/–oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui, retribui, sai, etc.
palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground, Wil- - Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra):
liam, Kafka, kafkiano. antiaéreo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.
Vogais: a, e, i, o, u. - Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, arti-
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,y,z. fício, artimanha, camoniano, Casimiro, chefiar, cimento,
Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z. crânio, criar, criador, criação, crioulo, digladiar, displicente,
erisipela, escárnio, feminino, Filipe, frontispício, Ifigênia, in-
Emprego da letra H clinar, incinerar, inigualável, invólucro, lajiano, lampião, pá-
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor tio, penicilina, pontiagudo, privilégio, requisito, Sicília (ilha),
fonético; conservou-se apenas como símbolo, por força silvícola, siri, terebintina, Tibiriçá, Virgílio.
da etimologia e da tradição escrita. Grafa-se, por exemplo,
hoje, porque esta palavra vem do latim hodie. Grafam-se com a letra O: abolir, banto, boate, bola-
cha, boletim, botequim, bússola, chover, cobiça, concor-
Emprega-se o H: rência, costume, engolir, goela, mágoa, mocambo, moela,
- Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hér- moleque, mosquito, névoa, nódoa, óbolo, ocorrência, re-
nia, hesitar, haurir, etc. botalho, Romênia, tribo.
- Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: cha-
Grafam-se com a letra U: bulir, burburinho, camun-
ve, boliche, telha, flecha companhia, etc.
dongo, chuviscar, cumbuca, cúpula, curtume, cutucar, entu-
- Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?,
pir, íngua, jabuti, jabuticaba, lóbulo, Manuel, mutuca, rebu-
hum!, etc.
liço, tábua, tabuada, tonitruante, trégua, urtiga.
- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, har-
monia, hangar, hábil, hemorragia, hemisfério, heliporto,
Parônimos: Registramos alguns parônimos que se di-
hematoma, hífen, hilaridade, hipocondria, hipótese, hipo-
ferenciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/ e /u/. Fixe-
crisia, homenagear, hera, húmus;
mos a grafia e o significado dos seguintes:
- Sem h, porém, os derivados baianos, baianinha, baião,
baianada, etc. área = superfície
ária = melodia, cantiga
Não se usa H: arrear = pôr arreios, enfeitar
- No início de alguns vocábulos em que o h, embora arriar = abaixar, pôr no chão, cair
etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras que en- comprido = longo
traram na língua por via popular, como é o caso de erva, in- cumprido = particípio de cumprir

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
comprimento = extensão - Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm
cumprimento = saudação, ato de cumprir j: laje (lajedo), nojo (nojento), jeito ( jeitoso, enjeitar, proje-
costear = navegar ou passar junto à costa ção, rejeitar, sujeito, trajeto, trejeito).
custear = pagar as custas, financiar - Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-
deferir = conceder, atender -guarani) ou africana: canjerê, canjica, jenipapo, jequitibá,
diferir = ser diferente, divergir jerimum, jiboia, jiló, jirau, pajé, etc.
delatar = denunciar - As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafa-
dilatar = distender, aumentar jeste, cerejeira, intrujice, jeca, jegue, Jeremias, Jericó, Jerô-
descrição = ato de descrever nimo, jérsei, jiu-jitsu, majestade, majestoso, manjedoura,
discrição = qualidade de quem é discreto manjericão, ojeriza, pegajento, rijeza, sabujice, sujeira, traje,
emergir = vir à tona ultraje, varejista.
imergir = mergulhar - Atenção: Moji palavra de origem indígena, deve ser
emigrar = sair do país escrita com J. Por tradição algumas cidades de São Paulo
imigrar = entrar num país estranho
adotam a grafia com G, como as cidades de Mogi das Cru-
emigrante = que ou quem emigra
zes e Mogi Mirim.
imigrante = que ou quem imigra
eminente = elevado, ilustre
iminente = que ameaça acontecer Representação do fonema /S/
recrear = divertir O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por:
recriar = criar novamente - C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censu-
soar = emitir som, ecoar, repercutir ra, cimento, dança, dançar, contorção, exceção, endereço,
suar = expelir suor pelos poros, transpirar Iguaçu, maçarico, maçaroca, maço, maciço, miçanga, mu-
sortir = abastecer çulmano, muçurana, paçoca, pança, pinça, Suíça, suíço, vi-
surtir = produzir (efeito ou resultado) cissitude.
sortido = abastecido, bem provido, variado - S: ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado,
surtido = produzido, causado descansar, descanso, diversão, excursão, farsa, ganso, hor-
vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau tênsia, pretensão, pretensioso, propensão, remorso, sebo,
vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida tenso, utensílio.
de vadio - SS: acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar,
carrossel, cassino, concessão, discussão, escassez, escasso,
Emprego das letras G e J essencial, expressão, fracasso, impressão, massa, massagis-
Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. ta, missão, necessário, obsessão, opressão, pêssego, pro-
Grafa-se este ou aquele signo não de modo arbitrário, mas cissão, profissão, profissional, ressurreição, sessenta, sosse-
de acordo com a origem da palavra. Exemplos: gesso (do gar, sossego, submissão, sucessivo.
grego gypsos), jeito (do latim jactu) e jipe (do inglês jeep). - SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciên-
cia, consciente, crescer, cresço, descer, desço, desça, disci-
Escrevem-se com G: plina, discípulo, discernir, fascinar, florescer, imprescindível,
- Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: néscio, oscilar, piscina, ressuscitar, seiscentos, suscetível,
garagem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, suscetibilidade, suscitar, víscera.
lanugem. Exceção: pajem - X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proxi-
- As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, midade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc.
-úgio: contágio, estágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio.
- XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelen-
- Palavras derivadas de outras que se grafam com g:
te, excelso, excêntrico, excepcional, excesso, excessivo, ex-
massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem), fer-
ceto, excitar, etc.
ruginoso (de ferrugem), engessar (de gesso), faringite (de
faringe), selvageria (de selvagem), etc.
- Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, Homônimos
auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete, gíria,
giz, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, su- acento = inflexão da voz, sinal gráfico
gestão, tangerina, tigela. assento = lugar para sentar-se
acético = referente ao ácido acético (vinagre)
Escrevem-se com J: ascético = referente ao ascetismo, místico
- Palavras derivadas de outras terminadas em –já: la- cesta = utensílio de vime ou outro material
ranja (laranjeira), loja (lojista, lojeca), granja (granjeiro, sexta = ordinal referente a seis
granjense), gorja (gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lison- círio = grande vela de cera
jeiro), sarja (sarjeta), cereja (cerejeira). sírio = natural da Síria
- Todas as formas da conjugação dos verbos termina- cismo = pensão
dos em –jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar (despejei), sismo = terremoto
gorjear (gorjeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substan- empoçar = formar poça
tivo). empossar = dar posse a

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
incipiente = principiante Sufixo –ESA e –EZA
insipiente = ignorante Usa-se –esa (com s):
intercessão = ato de interceder - Nos seguintes substantivos cognatos de verbos ter-
interseção = ponto em que duas linhas se cruzam minados em –ender: defesa (defender), presa (prender),
ruço = pardacento despesa (despender), represa (prender), empresa (em-
russo = natural da Rússia preender), surpresa (surpreender), etc.
- Nos substantivos femininos designativos de títu-
Emprego de S com valor de Z los nobiliárquicos: baronesa, dogesa, duquesa, marquesa,
- Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, princesa, consulesa, prioresa, etc.
gracioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc. - Nas formas femininas dos adjetivos terminados em
- Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, –ês: burguesa (de burguês), francesa (de francês), campo-
portuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa, etc. nesa (de camponês), milanesa (de milanês), holandesa (de
- Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino holandês), etc.
–esa: burguês, burguesa, burgueses, camponês, campone- - Nas seguintes palavras femininas: framboesa, inde-
sa, camponeses, freguês, freguesa, fregueses, etc. fesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, toesa, tur-
- Verbos derivados de palavras cujo radical termina em quesa, etc.
–s: analisar (de análise), apresar (de presa), atrasar (de atrás), Usa-se –eza (com z):
extasiar (de êxtase), extravasar (de vaso), alisar (de liso), etc. - Nos substantivos femininos abstratos derivados de
- Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: adjetivos e denotado qualidades, estado, condição: beleza
pus, pusemos, compôs, impuser, quis, quiseram, etc. (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza
- Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Balta- (de leve), etc.
sar, Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel, Isaura, Luís, Luísa,
Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês. Verbos terminados em –ISAR e -IZAR
- Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes
arnês, ás, ases, através, avisar, besouro, colisão, convés, correspondentes termina em –s. Se o radical não terminar
cortês, cortesia, defesa, despesa, empresa, esplêndido, es-
em –s, grafa-se –izar (com z): avisar (aviso + ar), analisar
pontâneo, evasiva, fase, frase, freguesia, fusível, gás, Goiás,
(análise + ar), alisar (a + liso + ar), bisar (bis + ar), catalisar
groselha, heresia, hesitar, manganês, mês, mesada, obsé-
(catálise + ar), improvisar (improviso + ar), paralisar (parali-
quio, obus, paisagem, país, paraíso, pêsames, pesquisa, pre-
sia + ar), pesquisar (pesquisa + ar), pisar, repisar (piso + ar),
sa, presépio, presídio, querosene, raposa, represa, requisito,
frisar (friso + ar), grisar (gris + ar), anarquizar (anarquia +
rês, reses, retrós, revés, surpresa, tesoura, tesouro, três, usi-
izar), civilizar (civil + izar), canalizar (canal + izar), amenizar
na, vasilha, vaselina, vigésimo, visita.
(ameno + izar), colonizar (colono + izar), vulgarizar (vulgar
+ izar), motorizar (motor + izar), escravizar (escravo + izar),
Emprego da letra Z
- Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cicatrizar (cicatriz + izar), deslizar (deslize + izar), matizar
cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita, etc. (matiz + izar).
- Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: Emprego do X
cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar (de vazio), etc. - Esta letra representa os seguintes fonemas:
- Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cog- Ch – xarope, enxofre, vexame, etc.
natas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização, etc. CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc.
- Substantivos abstratos em –eza, derivados de adje- Z – exame, exílio, êxodo, etc.
tivos e denotando qualidade física ou moral: pobreza (de SS – auxílio, máximo, próximo, etc.
pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio), etc. S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc.
- As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo,
amizade, aprazível, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, - Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção,
ojeriza, prezar, prezado, proeza, vazar, vizinho, xadrez. exceder, excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar,
inexcedível, etc.
Sufixo –ÊS e –EZ - Grafam-se com x e não com s: expectativa, experien-
- O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes te, expiar, expirar, expoente, êxtase, extasiado, extrair, fênix,
substantivos) derivados de substantivos concretos: montês texto, etc.
(de monte), cortês (de corte), burguês (de burgo), monta- - Escreve-se x e não ch: Em geral, depois de ditongo:
nhês (de montanha), francês (de França), chinês (de China), caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc.
etc. Excetuam-se caucho e os derivados cauchal, recauchutar e
- O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos recauchutagem. Geralmente, depois da sílaba inicial en-:
derivados de adjetivos: aridez (de árido), acidez (de ácido), enxada, enxame, enxamear, enxaguar, enxaqueca, enxergar,
rapidez (de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de enxerto, enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcio-
mudo) avidez (de ávido) palidez (de pálido) lucidez (de lú- nalmente, grafam-se com ch: encharcar (de charco), encher
cido), etc. e seus derivados (enchente, preencher), enchova, enchu-
maçar (de chumaço), enfim, toda vez que se trata do prefi-

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
xo en- + palavra iniciada por ch. Em vocábulos de origem - Substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topô-
indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu, caxingue- nimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): José,
lê, orixá, maxixe, etc. Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, Tiradentes, Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santís-
coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, sima, Tupã, Minerva, Via-Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
puxar, rixa, oxalá, praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale, - Nomes de épocas históricas, datas e fatos importan-
xingar, xampu. tes, festas religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário
da Independência do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das
Emprego do dígrafo CH Mães, etc.
Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábu- - Nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente
los: bucha, charque, charrua, chavena, chimarrão, chuchu, da República, etc.
cochilo, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, - Nomes de altos conceitos religiosos ou políticos:
tocha. Igreja, Nação, Estado, Pátria, União, República, etc.
- Nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos,
Homônimos agremiações, órgãos públicos, etc: Rua do Ouvidor, Praça
da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Tea-
Bucho = estômago tro Municipal, Colégio Santista, etc.
Buxo = espécie de arbusto - Nomes de artes, ciências, títulos de produções ar-
Cocha = recipiente de madeira tísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e revistas:
Coxa = capenga, manco Medicina, Arquitetura, Os Lusíadas, O Guarani, Dicionário
Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de Geográfico Brasileiro, Correio da Manhã, Manchete, etc.
cabeça larga e chata, caldeira. - Expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presi-
Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa dente, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas - Nomes dos pontos cardeais, quando designam re-
do chá ou de outras plantas giões: Os povos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o
Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã) país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
Cheque = ordem de pagamento - Nomes comuns, quando personificados ou individua-
Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é ataca- dos: o Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
do por uma peça adversária
Emprego das iniciais minúsculas
Consoantes dobradas - Nomes de meses, de festas pagãs ou populares, no-
- Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoan- mes gentílicos, nomes próprios tornados comuns: maia,
tes C, R, S. bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, etc.
- Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes - Os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quan-
do empregados em sentido geral: São Pedro foi o primeiro
soam distintamente: convicção, occipital, cocção, fricção,
papa. Todos amam sua pátria.
friccionar, facção, sucção, etc.
- Nomes comuns antepostos a nomes próprios geo-
- Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, inter-
gráficos: o rio Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da
vocálicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante,
Neblina, etc.
respectivamente: carro, ferro, pêssego, missão, etc. Quando
- Palavras, depois de dois pontos, não se tratando de
a um elemento de composição terminado em vogal seguir,
citação direta: “Qual deles: o hortelão ou o advogado?”;
sem interposição do hífen, palavra começada com /r/ ou
“Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro,
/s/: arroxeado, correlação, pressupor, bissemanal, girassol, incenso, mirra”.
minissaia, etc. - No interior dos títulos, as palavras átonas, como: o, a,
CÊ - cedilha com, de, em, sem, grafam-se com inicial minúscula.
É a letra C que se pôs cedilha. Indica que o Ç passa a
ter som de /S/: almaço, ameaça, cobiça, doença, eleição, Algumas palavras ou expressões costumam apresentar
exceção, força, frustração, geringonça, justiça, lição, miçan- dificuldades colocando em maus lençóis quem pretende
ga, preguiça, raça. falar ou redigir português culto. Esta é uma oportunidade
Nos substantivos derivados dos verbos: ter e torcer e para você aperfeiçoar seu desempenho. Preste atenção e
seus derivados: ater, atenção; abster, abstenção; reter, re- tente incorporar tais palavras certas em situações apropria-
tenção; torcer, torção; contorcer, contorção; distorcer, dis- das.
torção. A anos: a indica tempo futuro: Daqui a um ano iremos
O Ç só é usado antes de A,O,U. à Europa.
Há anos: há indica tempo passado: não o vejo há me-
Emprego das iniciais maiúsculas ses.
- A primeira palavra de período ou citação. Diz um pro-
vérbio árabe: “A agulha veste os outros e vive nua”. No iní- “Procure o seu caminho
cio dos versos que não abrem período é facultativo o uso Eu aprendi a andar sozinho
da letra maiúscula. Isto foi há muito tempo atrás

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Mas ainda sei como se faz Baixar: os preços quando não há objeto direto; os pre-
Minhas mãos estão cansadas ços funcionam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito)
Não tenho mais onde me agarrar.” nos supermercados. Vamos comemorar, pessoal!
(gravação: Nenhum de Nós) Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os
postos (sujeito) de combustível abaixaram os preços (ob-
Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há jeto direto) da gasolina.
necessidade de usar atrás, isto é um pleonasmo.
Bebedor: é a pessoa que bebe: Tornei-me um grande
Acerca de: equivale a (a respeito de): Falávamos acerca bebedor de vinho.
de uma solução melhor. Bebedouro: é o aparelho que fornece água. Este bebe-
Há cerca de: equivale a (faz tempo). Há cerca de dias douro está funcionando bem.
resolvemos este caso.
Ao encontro de: equivale (estar a favor de): Sua atitude Bem Vindo: é um adjetivo composto: Você é sempre
vai ao encontro da verdade. bem vindo aqui, jovem.
De encontro a: equivale a (oposição, choque): Minhas Benvindo: é nome próprio: Benvindo é meu colega
opiniões vão de encontro às suas. de classe.

A fim de: locução prepositiva que indica (finalidade): Boêmia/Boemia: são formas variantes (usadas nor-
Vou a fim de visitá-la. malmente): Vivia na boêmia/boemia.
Afim: é um adjetivo e equivale a (igual, semelhante):
Somos almas afins. Botijão/Bujão de gás: ambas formas corretas: Com-
prei um botijão/bujão de gás.
Ao invés de: equivale (ao contrário de): Ao invés de
falar começou a chorar (oposição). Câmara: equivale ao local de trabalho onde se reúnem
Em vez de: equivale a (no lugar de): Em vez de acom- os vereadores, deputados: Ficaram todos reunidos na Câ-
panhar-me, ficou só.´ mara Municipal.
Faça você a sua parte, ao invés de ficar me cobrando! Câmera: aparelho que fotografa, tira fotos: Comprei
Quantas vezes usamos “ao invés de” quando queremos uma câmera japonesa.
dizer “no lugar de”!
Contudo, esse emprego é equivocado, uma vez que Champanha/Champanhe (do francês): O champa-
“invés” significa “contrário”, “inverso”. Não que seja absur- nha/champanhe está bem gelado.
damente errado escrever “ao invés de” em frases que ex- Cessão: equivale ao ato de doar, doação: Foi confirma-
pressam sentido de “em lugar de”, mas é preferível optar da a cessão do terreno.
por “em vez de”. Sessão: equivale ao intervalo de tempo de uma reu-
Observe: Em vez de conversar, preferiu gritar para a es- nião: A sessão do filme durou duas horas.
cola inteira ouvir! (em lugar de) Ele pediu que fosse embora Seção/Secção: repartição pública, departamento: Visi-
ao invés de ficar e discutir o caso. (ao contrário de) tei hoje a seção de esportes.
Use “ao invés de” quando quiser o significado de “ao
contrário de”, “em oposição a”, “avesso”, “inverso”. Demais: é advérbio de intensidade, equivale a muito,
Use “em vez de” quando quiser um sentido de “no lu- aparece intensificando verbos, adjetivos ou o próprio ad-
gar de” ou “em lugar de”. No entanto, pode assumir o sig- vérbio. Vocês falam demais, caras!
nificado de “ao invés de”, sem problemas. Porém, o que Demais: pode ser usado como substantivo, seguido de
ocorre é justamente o contrário, coloca-se “ao invés de” artigo, equivale a os outros. Chamaram mais dez candida-
onde não poderia. tos, os demais devem aguardar.
De mais: é locução prepositiva, opõe-se a de menos,
A par: equivale a (bem informado, ciente): Estamos a refere-se sempre a um substantivo ou a um pronome: Não
par das boas notícias. vejo nada de mais em sua decisão.
Ao par: indica relação (de igualdade ou equivalência
entre valores financeiros – câmbio): O dólar e o euro estão Dia a dia: é um substantivo, equivale a cotidiano, diário,
ao par. que faz ou acontece todo dia. Meu dia a dia é cheio de
surpresas. (até 01/01/2009, era grafado dia a dia)
Aprender: tomar conhecimento de: O menino apren- Dia a dia: é uma expressão adverbial, equivale a diaria-
deu a lição. mente. O álcool aumenta dia a dia. Pode isso?
Apreender: prender: O fiscal apreendeu a carteirinha
do menino. Descriminar: equivale a (inocentar, absolver de crime).
À toa: é uma locução adverbial de modo, equivale a O réu foi descriminado; pra sorte dele.
(inutilmente, sem razão): Andava à toa pela rua. Discriminar: equivale a (diferençar, distinguir, separar).
À toa: é um adjetivo (refere-se a um substantivo), equi- Era impossível discriminar os caracteres do documento.
vale a (inútil, desprezível). Foi uma atitude à toa e precipita- Cumpre discriminar os verdadeiros dos falsos valores. /Os
da. (até 01/01/2009 era grafada: à-toa) negros ainda são discriminados.

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa

Descrição: ato de descrever: A descrição sobre o joga- Levantar: é sinônimo de erguer: Ginês, meu estimado
dor foi perfeita. cunhado, levantou sozinho a tampa do poço.
Discrição: qualidade ou caráter de ser discreto, reserva- Levantar-se: pôr de pé: Luís e Diego levantaram-se
do: Você foi muito discreto. cedo e, dirigiram-se ao aeroporto.

Entrega em domicílio: equivale a lugar: Fiz a entrega Mal: advérbio de modo, equivale a erradamente, é opos-
em domicílio. to de bem: Dormi mal. (bem). Equivale a nocivo, prejudicial,
Entrega a domicílio com verbos de movimento: Enviou enfermidade; pode vir antecedido de artigo, adjetivo ou pro-
as compras a domicílio. nome: A comida fez mal para mim. Seu mal é crer em tudo.
Conjunção subordinativa temporal, equivale a assim que,
As expressões “entrega em domicílio” e “entrega a do- logo que: Mal chegou começou a chorar desesperadamente.
micílio” são muito recorrentes em restaurantes, na propa- Mau: adjetivo, equivale a ruim, oposto de bom; plu-
ganda televisa, no outdoor, no folder, no panfleto, no catá- ral=maus; feminino=má. Você é um mau exemplo (bom).
logo, na fala. Convivem juntas sem problemas maiores por- Substantivo: Os maus nunca vencem.
que são entendidas da mesma forma, com um mesmo sen-
tido. No entanto, quando falamos de gramática normativa, Mas: conjunção adversativa (ideia contrária), equivale a
temos que ter cuidado, pois “a domicílio” não é aceita. Por porém, contudo, entretanto: Telefonei-lhe mas ela não aten-
quê? A regra estabelece que esta última locução adverbial deu.
deve ser usada nos casos de verbos que indicam movimen- Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a
to, como: levar, enviar, trazer, ir, conduzir, dirigir-se. menos: Há mais flores perfumadas no campo.
Portanto, “A loja entregou meu sofá a casa” não está
correto. Já a locução adverbial “em domicílio” é usada Nem um: equivale a nem um sequer, nem um único; a
com os verbos sem noção de movimento: entregar, dar, palavra um expressa quantidade: Nem um filho de Deus
cortar, fazer. apareceu para ajudá-la.
A dúvida surge com o verbo “entregar”: não indicaria Nenhum: pronome indefinido variável em gênero e nú-
movimento? De acordo com a gramática purista não, uma mero; vem antes de um substantivo, é oposto de algum: Ne-
vez que quem entrega, entrega algo em algum lugar. nhum jornal divulgou o resultado do concurso.
Porém, há aqueles que afirmam que este verbo indica
sim movimento, pois quem entrega se desloca de um lugar Obrigada: As mulheres devem dizer: muito obrigada,
para outro. eu mesma, eu própria.
Contudo, obedecendo às normas gramaticais, deve- Obrigado: Os homens devem dizer: muito obrigado,
mos usar “entrega em domicílio”, nos atentando ao fato de eu mesmo, eu próprio.
que a finalidade é que vale: a entrega será feita no (em+o)
domicílio de uma pessoa. Onde: indica o (lugar em que se está); refere-se a verbos
Espectador: é aquele que vê, assiste: Os espectadores que exprimem estado, permanência: Onde fica a farmácia
se fartaram da apresentação. mais próxima?
Expectador: é aquele que está na expectativa, que es- Aonde: indica (ideia de movimento); equivale (para onde)
pera alguma coisa: O expectador aguardava o momento
somente com verbo de movimento desde que indique des-
da chamada.
locamento, ou seja, a+onde. Aonde vão com tanta pressa?
Estada: permanência de pessoa (tempo em algum lu-
“Pode seguir a tua estrada
gar): A estada dela aqui foi gratificante.
o teu brinquedo de estar
Estadia: prazo concedido para carga e descarga de
fantasiando um segredo
navios ou veículos: A estadia do carro foi prolongada por
o ponto aonde quer chegar...”
mais algumas semanas.
(gravação: Barão Vermelho)
Fosforescente: adjetivo derivado de fósforo; que brilha
no escuro: Este material é fosforescente.
Por ora: equivale a (por este momento, por enquanto):
Fluorescente: adjetivo derivado de flúor, elemento
químico, refere-se a um determinado tipo de luminosida- Por ora chega de trabalhar.
de: A luz branca do carro era fluorescente. Por hora: locução equivale a (cada sessenta minutos):
Você deve cobrar por hora.
Haja - do verbo haver - É preciso que não haja des-
cuido. Por que: escreve se separado; quando ocorre: preposi-
Aja - do verbo agir - Aja com cuidado, Carlinhos. ção por+que - advérbio interrogativo (Por que você men-
tiu?); preposição por+que – pronome relativo pelo/a qual,
Houve: pretérito perfeito do verbo haver, 3ª pessoa pelos/as quais (A cidade por que passamos é simpática e
do singular acolhedora.) (=pela qual); preposição por+que – conjunção
Ouve: presente do indicativo do verbo ouvir, 3ª pes- subordinativa integrante; inicia oração subordinada subs-
soa do singular tantiva (Não sei por que tomaram esta decisão. (=por que
motivo, razão)

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Por quê: final de frase, antes de um ponto final, de in- 04. Preencha as lacunas com as seguintes palavras: se-
terrogação, de exclamação, reticências; o monossílabo que ção, sessão, cessão, comprimento, cumprimento, conserto,
passa a ser tônico (forte), devendo, pois, ser acentuado: __O concerto
show foi cancelado mas ninguém sabe por quê. (final de a) O pequeno jornaleiro foi à.........do jornal.
frase); __Por quê? (isolado) b) Na..........musical os pequenos cantores apresenta-
Porque: conjunção subordinativa causal: equivale a: ram-se muito bem.
pela causa, razão de que, pelo fato, motivo de que: Não fui c) O........do jornaleiro é amável.
ao encontro porque estava acamado; conjunção subordi- d) O..... das roupas é feito pela mãe do garoto.
nativa explicativa: equivale a: pois, já que, uma vez que, vis- e) O......do sapato custou muito caro.
to que: “Mas a minha tristeza é sossego porque é natural e f) Eu......meu amigo com amabilidade.
justa.”; conjunção subordinativa final (verbo no subjuntivo, g) A.......de cinema foi um sucesso.
equivale a para que): “Mas não julguemos, porque não h) O vestido tem um.........bom.
venhamos a ser julgados.” i) Os pequenos violinistas participaram de um........ .
Porquê: funciona como substantivo; vem sempre
acompanhado de um artigo ou determinante: Não foi fácil 05. Dê a palavra derivada acrescentando os sufixos ESA
encontrar o porquê daquele corre-corre. ou EZA: Portugal; certo; limpo; bonito; pobre; magro; belo;
gentil; duro; lindo; China; frio; duque; fraco; bravo; grande.
Senão: equivale a (caso contrário, a não ser): Não fazia
coisa nenhuma senão criticar. 06. Forme substantivos dos adjetivos: honrado; rápi-
Se não: equivale a (se por acaso não), em orações ad- do; escasso; tímido; estúpido; pálido; ácido; surdo; lúcido;
verbiais condicionais: Se não houver homens honestos, o pequeno.
país não sairá desta situação crítica.
Tampouco: advérbio, equivale a (também não): Não 07. Use o H quando for necessário: alucinar; élice,
compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa. umilde, esitar, oje, humano, ora, onra, aver, ontem, êxito,
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos
ábil, arpa, irônico, orrível, árido, óspede, abitar.
tão pouco esta semana.
8. Complete as lacunas com as seguintes formas ver-
bais: Houve e Ouve.
Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios
a) O menino .....muitas recomendações de seu pai.
Traz - do verbo trazer
b) ........muita confusão na cabeça do pequeno.
c) A criança não.........a professora porque não a com-
Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso
preende.
aqui.
d) Na escola........festa do Dia do Índio.
Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face
está vultuosa e deformada.
9. A letra X representa vários sons. Leia atentamente as
EXERCÍCIOS palavras oralmente: trouxemos, exercícios, táxi, executarei,
exibir-se, oxigênio, exercer, proximidade, tóxico, extensão,
01. Observe a ortografia correta das palavras: disente- existir, experiência, êxito, sexo, auxílio, exame. Separe as
ria; programa; mortadela; mendigo; beneficente; caderne- palavras em três seções, conforme o som do X.
ta; problema. - Som de Z;
- Som de KS;
Empregue as palavras acima nas frases: - Som de S.
a) O......teve.....porque comeu......estragada.
b) O superpai protegeu demais seu filho e este lhe 10. Complete com X ou CH: en.....er; dei.....ar; ......eiro;
trouxe um.........: sua.......escolar indicou péssimo aproveita- fle......a; ei.....o; frou.....o; ma.....ucar; .....ocolate; en.....ada;
mento. en.....ergar; cai......a; .....iclete; fai......a; .....u......u; salsi......a;
c) A festa......teve um bom.......e, por isso, um bom apro- bai.......a; capri......o; me......erica; ria.......o; ......ingar; .......aleira;
veitamento. amei......a; ......eirosos; abaca.....i.

02. Passe as palavras para o diminutivo: 11. Complete com MAL ou MAU:
- asa; japonês; pai; homem; adeus; português; só; anel; a) Disseram que Carlota passou......ontem.
- beleza; rosa; país; avô; arroz; princesa; café; b) Ele ficou de......humor após ter agido daquela forma.
- flor; Oscar; rei; bom; casa; lápis; pé. c) O time se considera......preparado para tal jogo.
d) Carlota sofria de um..........curável.
03. Passe para o plural diminutivo: trem; pé; animal; só; e) O.......é se ter afeiçoado às coisas materiais.
papel; jornal; mão; balão; automóvel; pai; cão; mercadoria; f) Ele não é um........sujeito.
farol; rua; chapéu; flor. g) Mas o.......não durou muito tempo.

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
12. Complete as frases com porque ou por que corre- 18. Haja ou aja. Use haja ou aja para completar as ora-
tamente: ções:
a) ....... você está chateada? a) ........ com atenção para que não ........ muitos erros.
b) Cuidar do animal é mais importante........ele fica lim- b) Talvez ......... greve; é preciso que........... cuidado e
pinho. atenção.
c) .......... você não limpou o tapete? c) Desejamos que ........ fraternidade nessa escola.
d) Concordo com papai.............ele tem razão. d) ...... com docilidade, meu filho!
e) ..........precisamos cuidar dos animais de estimação.  
19. A palavra MENOS não deve ser modificada para o
13. Preencha as lacunas com: mas = porém; mais = feminino. Complete as frases com a palavra MENOS:
indica quantidade; más = feminino de mau. a) Conheço todos os Estados brasileiros,.....a Bahia.
a) A mãe e o filho discutiram,.......não chegaram a um b) Todos eram calmos,.........mamãe.
acordo. c) Quero levar.........sanduíches do que na semana pas-
b) Você quer.......razões para acreditar em seu pai? sada.
c) Pessoas.........deveriam fazer reflexões para acredi- d) Mamãe fazia doces e salgados........tortas grandes.
tar...... na bondade do que no ódio.
d) Eu limpo,.........depois vou brincar. 20. Use por que , por quê , porque e porquê:
e) O frio não prejudica .........o Tico. a) ..........ninguém ri agora?
f) Infelizmente Tico morreu, ........comprarei outro cão- b) Eis........ ninguém ri.
zinho. c) Eis os princípios ............luto.
g) Todas as atitudes ......devem ser perdoadas,....... d) Ela não aprendeu, ...........?
jamais ser repetidas, pois, quanto............se vive,.........se e) Aproximei-me .........todos queriam me ouvir.
aprende. f) Você está assustado, ..........?
g) Eis o motivo........errei.
14. Preencha as lacunas com: trás, atrás e traz. h) Creio que vou melhorar.......estudei muito.
a) ........... de casa havia um pinheiro. i) O....... é difícil de ser estudado.
b) A poluição.......consigo graves consequências. j) ........ os índios estão revoltados?
c) Amarre-o por......... da árvore. k) O caminho ........viemos era tortuoso.
d) Não vou....... de comentários bobos..
21. Uso do S e Z. Complete as palavras com S ou Z.
15. Preencha as lacunas com: HÁ - indica tempo pas- A seguir, copie as palavras na forma correta: pou....ando;
sado; A - tempo futuro e espaço. pre....ença; arte.....anato; escravi.....ar; nature.....a; va.....o;
a) A loja fica ....... pouco quilômetros daqui. pre.....idente; fa.....er; Bra.....il; civili....ação; pre....ente; atra....
b) .........instantes li sobre o Natal. ados; produ......irem; a....a; hori...onte; torrão....inho; fra....e;
c) Eles não vão à loja porque ........ mais de dois dias a intru ....o; de....ejamos; po....itiva; podero....o; de...envolvido;
mercadoria acabou. surpre ....a; va.....io; ca....o; coloni...ação.
d) .........três dias que todos se preparam para a festa
do Natal. 22. Complete com X ou S e copie as palavras com
e) Esse fato aconteceu ....... muito tempo. atenção: e....trangeiro; e....tensão; e....tranho; e....tender; e....
f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal tenso; e....pontâneo; mi...to; te....te; e....gotar; e....terior; e....
daqui ......oito dias. ceção; e...plêndido; te....to; e....pulsar; e....clusivo.
g) Ele estava......... três passos da casa de André. 23. Tão Pouco / Tampouco
h) ........ dois quarteirões existe uma bela árvore de Na-
tal. Complete as frases corretamente:
a) Eu tive ........oportunidades!
16. Atenção para as palavras: por cima; devagar; de- b) Tenho.......... alunos, que cabem todos naquela sali-
pressa; de repente; por isso. Agora, empregue-as nas fra- nha.
ses: c) Ele não veio;.......virão seus amigos.
a) ......... uma bola atingiu o cenário e o derrubou. d) Eu tenho .........tempo para estudar.
b) Bem...........o povo começou a se retirar. e) Nunca tive gosto para dançar;......para tocar piano.
c) O rei descobriu a verdade,..........ficou irritado. f) As pessoas que não amam,........são felizes.
d) Faça sua tarefa............, para podermos ir ao dentista. g) As pessoas têm.....atitudes de amizade.
e) ......... de sua vestimenta real, o rei usava um manto. h) O governo daquele país não resolve seus proble-
mas,....... se preocupa em resolvê-los.
17. Forme novas palavras usando ISAR ou IZAR: análi-
se; pesquisa; anarquia; canal; civilização; colônia; humano;
suave; revisão; real; nacional; final; oficial; monopólio; sin-
tonia; central; paralisia; aviso.

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
RESPOSTAS 17. analisar; pesquisar; anarquizar; canalizar; civilizar;
colonizar; humanizar; suavizar; revisar; realizar; nacionali-
01. a) mendigo disenteria mortadela b) problema ca- zar; finalizar; oficializar; monopolizar; sintonizar; centrali-
derneta c) beneficente programa zar; paralisar; avisar.

02. 18. a) Aja haja b) haja haja c) haja d) Aja


- asinha; japonesinho; paizinho; homenzinho; adeusi-
nho; portuguesinho; sozinho; anelzinho; 19. a) menos b) menos c) menos d) menos
- belezinha; rosinha; paisinho; avozinho; arrozinho;
princesinha; cafezinho; 20. a) Por que b) por que c) por que d) por quê e) por-
- florzinha; Oscarzinho; reizinho; bonzinho; casinha; la- que f) por quê g) por que h) porque i) porquê j) Por que k)
pisinho; pezinho. por que

03. trenzinhos; pezinhos; animaizinhos; sozinhos; pa- 21. Pousando; Presença; Artesanato; Escravizar; Natu-
peizinhos; jornaizinhos; mãozinhas; balõezinhos; automo- reza; Vaso; Presidente; Fazer; Brasil; Civilização; Presente;
veizinhos; paizinhos; cãezinhos; mercadoriazinhas; faroizi- Atrasados; Produzirem; Asa; Horizonte; Torrãozinho; Frase;
nhos; ruazinhas; chapeuzinhos; florezinhas. Intruso; Desejamos; Positiva; Poderoso; Desenvolvido; Sur-
presa; Vazio; Caso; Colonização.
04. a) seção b) sessão c) cumprimento d) conserto e)
conserto f) cumprimento g) sessão h) comprimento i) con- 22. estrangeiro; extensão; estranho; estender; extenso;
certo. Espontâneo; Misto; Teste; Esgotar; Exterior; Exceção; Es-
plêndido; Texto; Expulsar; Exclusivo.
05. portuguesa; certeza; limpeza; boniteza; pobreza;
magreza; beleza; gentileza; dureza; lindeza; Chinesa; frieza; 23. a) tão poucas b) tão poucos c) tampouco d) tão pou-
duquesa; fraqueza; braveza; grandeza. co e) tampouco f) tampouco g) tão poucas h) tampouco
06. honradez; rapidez; escassez; timidez; estupidez; pa-
lidez; acidez; surdez; lucidez; pequenez.
ACENTUAÇÃO TÔNICA E GRÁFICA.
07. alucinar, ontem, hélice, êxito, humilde, hábil, hesitar,
harpa, hoje, irônico, humano, horrível, hora, árido, honra,
hóspede, haver, habitar.
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as re-
gras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se com-
08. a) ouve b) Houve c) ouve d) houve
põe de algumas particularidades, às quais devemos estar
atentos, procurando estabelecer uma relação de familia-
09.
ridade e, consequentemente, colocando-as em prática na
Som de Z: exercícios, executarei, exibir-se, exercer, exis-
linguagem escrita.
tir, êxito e exame.
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a
Som de KS: táxi, oxigênio, tóxico e sexo.
prática de redigir, automaticamente aprimoramos essas
Som de S: trouxemos, proximidade, extensão, expe-
riência e auxílio. competências, e logo nos adequamos à forma padrão.

10. encher, deixar, cheiro, flecha, eixo, frouxo, machucar, Regras básicas – Acentuação tônica
chocolate, enxada, enxergar, caixa, chiclete, faixa, chuchu,
salsicha, baixa, capricho, mexerica, riacho, xingar, chaleira, A acentuação tônica implica na intensidade com que
ameixa, cheirosos, abacaxi. são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá
de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica.
11. a) mal b) mau c) mal d) mal e) mau f) mau g) mal As demais, como são pronunciadas com menos intensida-
12. a) Por que b) porque c) Por que d) porque e) Porque de, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
13. a) mas b) más mais c) más d) mas e) mais f) mas g) das como:
más mas mais mais
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
14. a) Atrás b) traz c) trás d) atrás última sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel

15. a) a b) Há c) há d) Há e) há f) a g) a h) A Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato
16. a) De repente b) devagar c) por isso d) depressa e) – passível
Por cima

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica Paroxítonas:
está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tím- Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
pano – médico – ônibus - i, is : táxi – lápis – júri
- us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais - l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax –
de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com fórceps
uma sílaba somente: são os chamados monossílabos que, - ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos
quando pronunciados, apresentam certa diferenciação
quanto à intensidade. -- Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
Tal diferenciação só é percebida quando os pronun- pare que essa palavra apresenta as terminações das paro-
ciamos em uma dada sequência de palavras. Assim como xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
podemos observar no exemplo a seguir: fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
“Sei que não vai dar em nada,
-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
Seus segredos sei de cor”.
não de “s”: água – pônei – mágoa – jóquei
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os de-
Regras especiais:
mais, como átonos (que, em, de).
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
Os acentos abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», palavras paroxítonas.
«u» e sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras * Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
caí, público, parabéns. Sobre as letras “e” e “o” indica, além acentuados. Ex.: herói, céu, dói, escarcéu.
da tonicidade, timbre aberto.Ex.: herói – médico – céu (di-
tongos abertos) Antes Agora
assembléia assembleia
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, idéia ideia
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: geléia geleia
tâmara – Atlântico – pêssego – supôs jibóia jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” paranóico paranoico
com artigos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acom-
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total- panhados ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca
mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado – baú – país – Luís
em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.:
mülleriano (de Müller) Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo- hiato quando vierem depois de ditongo: Ex.:
gais nasais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
Regras fundamentais:
feiúra feiura
Sauípe Sauipe
Palavras oxítonas:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci- abolido. Ex.:
pó(s) – armazém(s)
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos: Antes Agora
crêem creem
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se- lêem leem
guidos ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há vôo voo
enjôo enjoo
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
seguidas de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – - Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
compô-lo que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Repare: Questões sobre Acentuação Gráfica
1-) O menino crê em você
Os meninos creem em você. 01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA –
2-) Elza lê bem! VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras
Todas leem bem! são acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que
3-) Espero que ele dê o recado à sala. justificam, respectivamente, as acentuações de: década,
Esperamos que os garotos deem o recado! relógios, suíços.
4-) Rubens vê tudo! (A) flexíveis, cartório, tênis.
Eles veem tudo! (B) inferência, provável, saída.
(C) óbvio, após, países.
* Cuidado! Há o verbo vir: (D) islâmico, cenário, propôs.
Ele vem à tarde! (E) república, empresária, graúda.
Eles vêm à tarde!
02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru- Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segundo
-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio
e antropológico.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti- (A) Distúrbio e acórdão.
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. (B) Máquina e jiló.
(C) Alvará e Vândalo.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem (D) Consciência e características.
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba (E) Órgão e órfãs.
As formas verbais que possuíam o acento tônico na 03. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE –
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As pa-
“e” ou “i” não serão mais acentuadas. Ex.: lavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de
Antes Depois
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
04. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS
argúi (arguir) argui
GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assinale a
afirmativa em que se aplica a mesma regra de acentuação.
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
A) tevê – pôde – vê
plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir)
B) únicas – histórias – saudáveis
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, C) indivíduo – séria – noticiários
reter, deter, abster. D) diário – máximo – satélite
ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm 05. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
ele retém – eles retêm PE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego
ele convém – eles convêm do acento gráfico tem justificativas gramaticais diferentes.

Não se acentuam mais as palavras homógrafas que 06. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
antes eram acentuadas para diferenciá-las de outras seme- PE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência”
lhantes (regra do acento diferencial). Apenas em algumas recebem acento gráfico com base na mesma regra de
exceções, como: acentuação gráfica.
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua sen- 07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL – CES-
do acentuada para diferenciar-se de pode (terceira pessoa GRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas mes-
do singular do presente do indicativo). Ex: mas regras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”,
Ela pode fazer isso agora. respectivamente, são
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou... a) trajetória, inútil, café e baú.
b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da c) necessário, túnel, infindáveis e só.
preposição por. d) médio, nível, raízes e você.
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co- e) éter, hífen, propôs e saída.
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex:
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
08. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) São acen- 4-)
tuados graficamente de acordo com a mesma regra de A) tevê – pôde – vê
acentuação gráfica os vocábulos Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito per-
A) também e coincidência. feito do Indicativo) = acento diferencial (que ainda preva-
B) quilômetros e tivéssemos. lece após o Novo Acordo Ortográfico) para diferenciar de
C) jogá-la e incrível. “pode” – presente do Indicativo; vê = monossílaba termi-
D) Escócia e nós. nada em “e”
E) correspondência e três. B) únicas – histórias – saudáveis
Únicas = proparoxítona; história = paroxítona termi-
09. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- nada em ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em
PE/2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de ditongo.
acordo com a mesma regra de acentuação gráfica. C) indivíduo – séria – noticiários
Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria =
GABARITO
paroxítona terminada em ditongo; noticiários = paroxíto-
na terminada em ditongo.
01. E 02. D 03. E 04. C 05. E
D) diário – máximo – satélite
06. C 07. D 08. B 09. E
Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo =
proparoxítona; satélite = proparoxítona.
RESOLUÇÃO
5-) Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxí-
1-) Década = proparoxítona / relógios = paroxítona tona. Ambas são acentuadas pela mesma regra (antepe-
terminada em ditongo / suíços = regra do hiato núltima sílaba é tônica, “mais forte”).
(A) flexíveis e cartório = paroxítonas terminadas em RESPOSTA: “ERRADO”.
ditongo / tênis = paroxítona terminada em “i” (seguida
de “s”) 6-) Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo;
(B) inferência = paroxítona terminada em ditongo / diária = paroxítona terminada em ditongo; paciência =
provável = paroxítona terminada em “l” / saída = regra do paroxítona terminada em ditongo. Os três vocábulos são
hiato acentuados devido à mesma regra.
(C) óbvio = paroxítona terminada em ditongo / após RESPOSTA: “CERTO”.
= oxítona terminada em “o” + “s” / países = regra do hiato
(D) islâmico = proparoxítona / cenário = paroxítona 7-) Vamos classificar as palavras do enunciado:
terminada em ditongo / propôs = oxítona terminada em 1-) Conferência = paroxítona terminada em ditongo
“o” + “s” 2-) razoável = paroxítona terminada em “l’
(E) república = proparoxítona / empresária = paroxíto- 3-) países = regra do hiato
na terminada em ditongo / graúda = regra do hiato 4-) será = oxítona terminada em “a”
2-) Para que saibamos qual alternativa assinalar, primei- a) trajetória, inútil, café e baú.
ro temos que classificar as palavras do enunciado quanto à Trajetória = paroxítona terminada em ditongo; inútil
posição de sua sílaba tônica:
= paroxítona terminada em “l’; café = oxítona terminada
Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo; An-
em “e”
tropológico = proparoxítona (todas são acentuadas). Ago-
b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
ra, vamos à análise dos itens apresentados:
(A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo; Exercício = paroxítona terminada em ditongo; balaús-
acórdão = paroxítona terminada em “ão” tre = regra do hiato; níveis = paroxítona terminada em “i
(B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada + s”; sofá = oxítona terminada em “a”.
em “o” c) necessário, túnel, infindáveis e só.
(C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo = pro- Necessário = paroxítona terminada em ditongo; túnel
paroxítona = paroxítona terminada em “l’; infindáveis = paroxítona
(D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo; terminada em “i + s”; só = monossílaba terminada em “o”.
características = proparoxítona d) médio, nível, raízes e você.
(E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em Médio = paroxítona terminada em ditongo; nível =
“ão” e “ã”, respectivamente. paroxítona terminada em “l’; raízes = regra do hiato; será
= oxítona terminada em “a”.
3-) “Conteúdo” é acentuada seguindo a regra do hiato; e) éter, hífen, propôs e saída.
calúnia = paroxítona terminada em ditongo; injúria = paro- Éter = paroxítona terminada em “r”; hífen = paroxíto-
xítona terminada em ditongo. na terminada em “n”; propôs = oxítona terminada em “o
RESPOSTA: “ERRADO”. + s”; saída = regra do hiato.

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
8-) Defendemos que uma proposta curricular que atenda
A) também e coincidência. ao ciclo de alfabetização passa necessariamente pela dis-
Também = oxítona terminada em “e + m”; coincidência tribuição gradual das capacidades ao longo dos três anos,
= paroxítona terminada em ditongo sem que se tenha uma sobrecarga em determinado ano e,
B) quilômetros e tivéssemos. sim, uma organização coerente e adequada aos conheci-
Quilômetros = proparoxítona; tivéssemos = proparo- mentos e à idade dos alunos.
xítona As reflexões sobre planejamento e organização de uma
C) jogá-la e incrível. proposta de alfabetização que contemple esse aprendiza-
Oxítona terminada em “a”; incrível = paroxítona termi- do devem possibilitar ao professor uma visualização mais
nada em “l’ clara dos objetivos de seu trabalho em sala de aula e das
D) Escócia e nós. metas que deve procurar atingir, nos três anos do ciclo de
Escócia = paroxítona terminada em ditongo; nós = mo- alfabetização.
nossílaba terminada em “o + s” Uma proposta envolve um processo permanente de
E) correspondência e três. experimentação e reflexão na ação pedagógica, para a me-
Correspondência = paroxítona terminada em ditongo; lhoria da qualidade da educação brasileira. Entendemos
três = monossílaba terminada em “e + s” que as práticas de ensino e as experiências dos professores
são imprescindíveis e podem favorecer a ampliação dos re-
9-) Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monos- ferenciais teóricos e culturais dos docentes e de sua auto-
sílaba terminada em “o”; céu = monossílaba terminada em nomia no trabalho no ciclo de alfabetização.
ditongo aberto “éu”. Uma proposta para o ciclo de alfabetização precisa le-
RESPOSTA: “ERRADO”. var em consideração alguns princípios, entre eles, desta-
camos:

MORFOSSINTAXE: NOÇÕES BÁSICAS DE O aprendizado e a progressão da criança dependem:


ESTRUTURA DE PALAVRAS; CLASSES DE - Do processo por ela desenvolvido;
PALAVRAS; TEMPOS E MODOS VERBAIS. - Do patamar em que ela se encontra;
- Das possibilidades que o ambiente escolar lhe pro-
picia.
“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado
A proposta pedagógica deve valorizar:
na matéria de Língua Portuguesa que acompanha a
- A interpretação das capacidades da criança pelo pro-
apostila”
fessor, através de critérios capazes de sinalizar progressivos
avanços no processo de alfabetização.

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO. Também é necessário ter a clareza dos conceitos de


alfabetizar e letrar:
- Alfabetizar não se reduziria ao domínio das “primei-
Atualmente, as discussões que envolvem o ciclo de al- ras letras” (alfabetizar);
fabetização e o Ensino Fundamental de nove anos passam - Saber utilizar a língua escrita nas situações em que
por reflexões e questionamentos que estão diretamente esta é necessária, lendo e produzindo textos (letrar);
relacionados às atividades que precisam ser desenvolvidas - Ter clareza sobre capacidades e conhecimentos que
no espaço escolar. Ao defendermos a entrada da criança precisam ser desenvolvidos para que uma criança seja con-
de seis anos no primeiro ano do ciclo de alfabetização, es- siderada alfabetizada;
tamos defendendo que não se trata apenas de incluir os - Saber como distribuí-los ao longo dos três anos ini-
meninos e as meninas na escola, mas encontrar novas lin- ciais da Educação Fundamental;
guagens, novas categorias, novas estratégias para enfren- - Saber o que cada criança deve ser capaz de realizar a
tar formas inéditas de exclusão que, hoje, se produzem e cada período do Ciclo de Alfabetização.
se reproduzem. E uma das maiores exclusões do sistema
educacional brasileiro é de crianças e jovens que não têm Como planejar projetos didáticos e sequências didáti-
domínio e fluência das habilidades da leitura e da escrita. cas ao longo de três anos de forma integrada entre os anos
Partindo do princípio de que orientações curriculares e as diferentes áreas de conhecimento?
são “conhecimentos” e não podem designar “conteúdos”, Os materiais didáticos e de apoio pedagógico levam
cujo termo é restrito, nossa opção teórico-metodológica em conta o ciclo de alfabetização?
é por “capacidades”, termo amplo o suficiente para abran- Nesta edição temática, pretende-se focalizar a discus-
ger todos os níveis de progressão, desde os primeiros atos são e a análise de propostas de planejamento e organiza-
motores até a leitura e a produção textual. Uma proposta ção de rotinas, que possam colaborar com o trabalho de
curricular de alfabetização ancorada nas capacidades diz gestores e professores alfabetizadores. Além disso, pre-
respeito àquilo que uma pessoa precisa saber para ser al- tende-se apresentar relatos de professoras que planejam e
fabetizada. organizam suas rotinas de forma integrada, com diferentes

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
áreas de conhecimento. Pretende-se, ainda, mostrar a im- deiras pedagógicos, os exercícios individuais, a produção
portância de organizar diferentes agrupamentos nos três coletiva de textos escritos, a leitura autônoma e coletiva de
anos, adequando os modos de organização do ciclo aos textos, as rodas de leitura, a confecção de livros infantis, a
objetivos pretendidos. produção de jornal e informativos escolares etc.
Vamos discutir aqui as atividades pedagógicas da lei-
Sequência didática para desenvolver a leitura e tura e da escrita desenvolvidas em turmas do primeiro ano
produção de gêneros textuais do Ensino Fundamental. Sequências didáticas/atividades
pedagógicas são todas as estratégias didáticas usadas em
O objetivo do segundo texto da edição temática é sala de aula para mobilizar os processos de aprendizagem
apresentar uma prática escolar de leitura e produção escri- dos aprendizes.
ta de uma professora do 3º ano ciclo de alfabetização do Elas operacionalizam os procedimentos de ensino para
Ensino Fundamental. Procura-se evidenciar os procedimen- que as metas de aprendizagem estabelecidas no planeja-
tos metodológicos utilizados pela professora, as interações mento de ensino do professor sejam alcançadas. No que se
estabelecidas com/entre os alunos, as oportunidades de refere à aprendizagem inicial da língua escrita, é possível
aprendizagem geradas pelos eventos de letramento. O dizer que há uma demanda por atividades pedagógicas
evento de letramento analisado trata da elaboração de um específicas e adequadas aos seus três níveis de ensino da
texto descritivo, que teve como foco a produção do gênero alfabetização e do letramento:
perfil. São analisadas e comentadas as etapas do trabalho - Sistema de escrita,
com os alunos em sala de aula e mostrados os textos pro- - Leitura e produção de textos escritos,
duzidos por alguns deles ao final deste interessante evento - Usos sociais da língua escrita.
de letramento.
Dessa forma, o conjunto de atividades que compõem
As histórias em quadrinhos (hqs) nas sequências a rotina escolar das crianças nos anos iniciais do Ensino
didáticas (sd): o prazer no fazer, ensinar e aprender Fundamental se caracteriza pela diversidade das atividades
propostas em sala de aula. A organização que se dará às
Para a autora do terceiro texto da edição temática, atividades de alfabetização e de letramento deve obedecer
“as HQs cumprem com diferentes funções da leitura: la- a dois critérios didáticos: a sequência das atividades e a
zer, humor, informação e, ainda, são uma forma prazerosa integração entre elas.
para quem ensina e para quem aprende.” A autora destaca, São exemplos de atividades pedagógicas: os jogos e
brincadeiras pedagógicos, os exercícios individuais, a pro-
também, que “a combinação atrativa da linguagem visual
dução coletiva de textos escritos, a leitura autônoma e co-
e verbal e a rápida comunicação podem fazer parecer que
letiva de textos, as rodas de leitura, a confecção de livros
as HQ são apenas um artefato de diversão, mas elas não
infantis, a produção de jornal e informativos escolares etc.
são apenas isto e podem se tornar um grande aliado do
Esse texto está organizado em duas partes. Na primeira
professor em seu trabalho com linguagem, história, geo-
será discutida a relação entre as atividades pedagógicas e
grafia, matemática, etc.” Após analisar as HQs e incluir vá-
os procedimentos de ensino. Na segunda parte serão dis-
rios e sugestivos exemplos deste gênero textual, a autora cutidos, a partir de exemplos de planejamentos de ensino
mostra como desenvolver a SD com os alunos, ressaltando para uma turma do primeiro ano, os dois critérios de orga-
que, nesta etapa, é feita a apresentação da proposta e, em nização das atividades pedagógicas.
seguida, o trabalho com os módulos – também conhecidos
como oficinas – com sugestões de atividades. Esses módu- Procedimentos de ensino e atividades pedagógicas:
los/oficinas deverão propor situações didáticas desafiado- a operacionalização do planejamento de ensino
ras e desconhecidas dos alunos.
As metas gerais de aprendizagem em alfabetização e le-
Sequências e atividades pedagógicas para alfabe- tramento, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, abrangem
tização a compreensão do princípio da base alfabética do sistema de
escrita; a apreensão das regras ortográficas das palavras; a
O primeiro texto da edição temática apresenta as se- aquisição da fluência no processo de leitura; o desenvolvimen-
quências didáticas/atividades pedagógicas, que são to- to das habilidades de leitura, resultantes da compreensão do
das as estratégias didáticas usadas em sala de aula para funcionamento da modalidade escrita; o desenvolvimento das
mobilizar os processos de aprendizagem dos aprendizes. habilidades de produção de textos escritos e a identificação e
Segundo a autora do texto: “Elas operacionalizam os pro- apropriação dos usos sociais da língua escrita.
cedimentos de ensino para que as metas de aprendizagem Para cada uma dessas metas gerais de aprendizagem
estabelecidas no planejamento do professor sejam alcan- devem ser estabelecidos os objetivos específicos de ensi-
çadas”. no para cada ano e turma dos anos iniciais, levando-se em
“Dessa forma, o conjunto de atividades que compõem conta a trajetória e o nível de aprendizagem dos alunos.
a rotina escolar das crianças nos anos iniciais do Ensino A partir daí, torna-se necessário definir os procedimentos
Fundamental se caracteriza pela diversidade das ativida- de ensino e as atividades pedagógicas que irão operacio-
des propostas em sala de aula.” A autora apresenta, como nalizar o plano de ensino. O esquema abaixo representa o
exemplos de atividades pedagógicas: os jogos e brinca- modelo desse sistema didático.

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
Metas gerais de aprendizagem em Alfabetização e Letramento

Objetivos Específicos de Ensino

Procedimentos de Ensino

Atividades Pedagógicas

Esquema: Sistema didático do planejamento de ensino

Os procedimentos de ensino-aprendizagem – formas de proceder que alunos e professores adotam para aprender e
ensinar no contexto escolar (Monteiro, 2010) – pode ser compreendido como ações cognitivas que permitem ao aprendiz
refletir sobre os conteúdos escolares, através dos encaminhamentos de ensino planejados pelos professores.
Na alfabetização e no letramento, os procedimentos de ensino estão relacionados ao desenvolvimento da consciên-
cia metalinguística, que se refere à capacidade de manipular e refletir sobre a estrutura da língua (Maluf, 2006; Roazzi &
Carvalho, 1991). A consciência metalinguística abrange diferentes estruturas linguísticas: o fonema e a sílaba (consciência
fonológica); a palavra (consciência de palavra); a frase (consciência sintática) e o texto (consciência discursiva).
No eixo da escrita e da leitura relacionadas ao processamento da palavra, os procedimentos de ensino estão relacio-
nados ao desenvolvimento da consciência fonológica e da consciência de palavra, à compreensão da relação entre a lin-
guagem oral e escrita, à automatização do reconhecimento da palavra escrita, ao desenvolvimento da escrita ortográfica.
Podemos citar como exemplos de procedimentos nesse eixo de trabalho a leitura do próprio nome e de nomes dos colegas
em listas de nomes; a leitura de palavras e frases pelas crianças com o objetivo de desenvolver a fluência; a leitura de pe-
quenos textos com autonomia, a escrita compartilhada e autônoma de palavras e frases.
No eixo da produção e leitura de textos escritos, os procedimentos devem possibilitar o desenvolvimento das estra-
tégias de compreensão e produção de textos, a ampliação do vocabulário pelo aluno e a compreensão de textos curtos
lidos pela professora e com autonomia, a produção compartilhada de textos adequados ao gênero, aos objetivos, ao leitor
visado (planejamento, produção e revisão). As perguntas de compreensão de textos diversos (identificação do assunto, lo-
calização de informações explícitas, interpretação, avaliação) que podem ser propostas em conversas coletivas sobre textos,
livros e revistas lidos e as atividades de leitura de pequenos textos e de livros com poucos textos, a produção compartilhada
de textos (toda a turma, pequenos grupos e duplas de alunos) são procedimentos comuns na rotina escolar das crianças
que estão em processo de aprendizagem inicial da língua escrita.
O exemplo de planejamento apresentado a seguir mostra como o sistema didático funciona, tendo-se como referência
o eixo de ensino sistema de escrita.

“A consciência metalinguística abrange diferentes estruturas linguísticas: o fonema e a sílaba (consciência fonológica);
a palavra (consciência de palavra); a frase (consciência sintática) e o texto (consciência discursiva)”.

Exemplo 1

Sistema didático do planejamento de ensino para uma turma do 1º ano - crianças em processo de compreensão do
princípio alfabético do sistema de escrita.

Nível de Ensino Meta Geral Objetivos Específicos Procedimentos de Ensino


- Identificação de número de sílabas de
palavras.
As crianças devem ser
Compreender o Princí- capazes de analisar pa- - Comparação de Palavras quanto ao
Sistema de escrita. pio alfabético do siste- lavras orais e escritas, tamanho, com base no número de
ma de escrita. com base em suas uni- sílabas.
dades silábicas.
- Identificação de palavras que come-
çam com a mesma sílaba.

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa

Atividades didáticas

1. Brincadeira de contar sílabas de palavras: as crianças em trio passam um toquinho de madeira a cada sílaba das
palavras sorteadas pela professora – nomes de frutas: banana, maçã, abacaxi, laranja, uva. A professora registra em um
cartaz, em frente de cada palavra escrita, a quantidade de sílabas de cada palavra. Nessa atividade as crianças poderão
contar e comparar a quantidade de sílabas das palavras selecionadas.

2. As crianças são orientadas a comparar novamente o número de sílabas de duas palavras (boneca e bola) e contar
o número de letras das palavras, que estarão escritas no quadro da sala. As crianças serão orientadas a identificarem
a sílaba “bo” nas duas palavras. Depois da atividade oral, as fichas das duas palavras serão exploradas em pequenos
grupos com as seguintes orientações: 1. fazer um desenho para cada uma delas em uma folha de papel ofício; 2. colorir
de vermelho as sílabas iguais no início das palavras; 3. dizer outras palavras que comecem com a sílaba “bo”, como a
sílaba colorida nas duas palavras.

A rotina de trabalho escolar e as atividades propostas em sala de aula são fundamentais para a aprendizagem dos alu-
nos. Mas, tendo-se como referência o sistema didático de planejamento de ensino, elas precisam estar associadas às metas
de aprendizagem e aos procedimentos de ensino definidos do planejamento geral para cada turma. Atividades propostas
aleatoriamente, sem que se tenha clareza do seu papel pedagógico, não resultam em aprendizagem para as crianças.
As atividades descritas no exemplo 1 nos mostram como se pode planejar e desenvolver atividades equivocadas, que
pouco irão acrescentar aos conhecimentos dos alunos. A professora, ainda que tenha pautado seu planejamento nas metas,
não apresentou um bom planejamento. Ao trazer este “modelo”, a intenção foi contrapor este exemplo aos outros exem-
plos que se seguem, por acreditar que planejamentos como estes estão muito presentes nas salas de aula das turmas de
alfabetização.
Os critérios de organização das atividades pedagógicas

Conforme foi dito anteriormente, as atividades didáticas devem ser planejadas de acordo com os níveis de ensino da
língua escrita: sistema de escrita, leitura e produção de textos escritos e uso social da língua escrita. A diversidade de ati-
vidades pedagógicas propostas em sala de aula precisa se apresentar para as crianças de modo organizado e coeso. Isso
pode ser garantido se forem observados dois critérios didáticos: a sequência das atividades e a integração entre elas.
A sequência das atividades garante que as ações de aprendizagem sejam contínuas, ou seja, que partam consecuti-
vamente umas das outras, permitindo o aprofundamento e a ampliação do conhecimento dos alunos. A integração diz
respeito ao relacionamento entre as ações pedagógicas, visando dar unidade às temáticas abordadas em sala de aula e à
exploração de determinados recursos pedagógicos e materiais escritos.
Vamos nos valer novamente da análise de exemplos de planejamento de ensino nos quais esses critérios foram adota-
dos pela professora.

Exemplo 2
Planejamento de ensino para uma turma do 1º ano - crianças em processo de compreensão do princípio alfabético do
sistema de escrita

Nível de Ensino Meta Geral Objetivos Específicos Procedimentos de Ensino


As crianças devem expressar opinião
sobre a obra, A princesa que escolhia,
demonstrando compreensão dotexto
lido pela professora.
- Participação em eventos
de leitura em sala de aula,
Título: A princesa que escolhia
nos quais é preciso ouvir
Apreciar uma
Leitura. com atenção leitura oral da
narrativa literária. Autora: Ana Maria Machado.
professora e participar de
conversas e atividades sobre a
Ilustradora: Graça Lima.
história lida em sala de aula.
Editora: Nova Fronteira

Ano de publicação: 2011 (2ª edição)

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa

Atividades pedagógicas

1. Roda de leitura do livro A princesa que escolhia. A leitura será realizada em dois dias seguidos. No primeiro dia,
após a leitura de parte do livro, as crianças serão estimuladas a expressar suas opiniões sobre o livro (observando
ilustrações, formato, cores etc.) e sobre a história (respondendo a perguntas de compreensão).
No segundo dia, para se retomar a leitura, os alunos serão estimulados a fazer o reconto da parte lida no dia anterior,
tendo-se o livro como recurso para a memória da narrativa e a elaborarem hipóteses para o desfecho da história.

2. No terceiro dia, a professora irá propor a produção de um álbum de princesas: as crianças terão oportunidade de
participar da produção coletiva de pequenos textos descrevendo as características das princesas dos contos de fada
e de histórias que atualizam esses contos a partir de seus personagens.

3. Tendo como referência a produção coletiva do álbum, a professora selecionará 2 ou 3 palavras que comecem com
uma mesma sílaba para propor atividades de análise de palavras, conforme procedimentos de ensino definidos no
nível do sistema de escrita do plano de ensino. As atividades podem ser realizadas no terceiro ou no dia da semana.

A presença da roda de leitura do livro na rotina escolar dos alunos é um estímulo à prática de leitura como entreteni-
mento e exercício à liberdade de pensamento. É possível observar que o planejamento da leitura do livro prevê ações nas
quais não apenas o texto escrito é objeto de reflexão, mas também o livro passa a ser foco da atenção das crianças – as
crianças serão estimuladas a expressar suas opiniões sobre o livro (observando ilustrações, formato, cores etc.) e sobre
a história (respondendo a perguntas de compreensão). As práticas efetivas de leitura em sala de aula que aproximam as
crianças dos materiais de escrita são extremamente importantes para a formação de novos leitores.
A interrupção e a retomada da leitura junto aos alunos, usando-se a estratégia do reconto e da antecipação da história
mediada pelas ilustrações do livro, favorecem o desenvolvimento de capacidades de interpretação do texto escrito. A pro-
posta de elaboração coletiva de pequenos textos descritivos para a produção de um “álbum de princesas” contribui para
o desenvolvimento de capacidades de produção de textos escritos. As propostas que tomam o texto como unidade do
trabalho pedagógico são fundamentais para que as crianças aprendam não apenas a construir significados para os textos
escritos que leem e organizar o discurso escrito na produção textual, mas também para que elas observem semelhanças e
diferenças entre o texto escrito e o oral.
Por fim, atividades de análise de palavras com base nos procedimentos de ensino definidos no nível do sistema de
escrita – ganham significado quando são selecionadas dentre aquelas usadas na produção textual coletiva. A análise de
palavras, visando à compreensão do sistema de escrita e à aprendizagem das correspondências entre letras e sons, precisa
ser proposta de forma sistemática, observando-se os avanços das crianças ao longo do processo de alfabetização.
A contextualização e a exploração lúdica das palavras são princípios da abordagem didática nesse nível de ensino, que
deve considerar ainda os aspectos linguísticos definidos como objeto de aprendizagem para as crianças.
A sequência das três atividades pedagógicas propostas nesse planejamento permite o engajamento das crianças em
ações relacionadas entre si que favorecem o desenvolvimento de aprendizagens em diferentes eixos de ensino. Dessa
forma, observa-se que a organização das ações correspondentes ao procedimento definido no planejamento baseia-se na
integração das ações das crianças como critério de organização das atividades pedagógicas.

Exemplo 3
Planejamento de ensino para uma turma do 1º ano - crianças em processo de compreensão do princípio alfabético do
sistema de escrita

Objetivos Procedimentos
Nível de Ensino Meta Geral
Específicos de Ensino
- Identificação das sílabas de
palavras compostas por sílabas
cv e ccv, oralmente.
As crianças devem ser
Compreender o princípio capazes de identificar sílabas - Associar as Sílabas
Sistema de escrita. alfabético do sistema de de palavras, oralmente e identificadas oralmente aos seus
escrita. por escrito, compostas por correspondentes na escrita.
sílabas cv e ccv.
- Identificação de palavras
compostas das mesmas sílabas
das palavras analisadas.

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa

Atividades pedagógicas

1. Jogo das sílabas: A professora seleciona 10 palavras compostas por sílabas cv e ccv. Exemplos: pedra – cobra. As
crianças, de posse de cartões com imagens correspondentes às palavras selecionadas, devem encontrar o cartão
com a imagem que representa a palavra composta por uma sílaba sorteada pela professora.

2- Ao final do jogo, as crianças devem escolher duas palavras. A professora confecciona fichas de palavras para que
as crianças possam observar a escrita das palavras escolhidas por elas, fazendo o reconhecimento, com ajuda da
professora, das sílabas escritas correspondentes às sílabas orais sorteadas.

3- Jogo de encontrar palavras: as crianças recebem uma cartela com várias palavras escritas. Elas devem encontrar
palavras escritas com as mesmas sílabas das palavras escolhidas na atividade anterior.

Podemos observar nessa sequência de atividades que dirigem a atenção das crianças para um tipo de sílaba a conti-
nuidade de ações voltadas para a análise da estrutura silábica ccv. Na primeira atividade, identificam-se oralmente sílabas
desse tipo em várias palavras. Na segunda, estabelece-se a relação entre sílaba oral e sua forma escrita em duas palavras.
Por último, identificam-se as sílabas escritas nas duas palavras escolhidas pelas crianças em outras palavras escritas listadas
pela professora. Essa organização tende a oferecer oportunidade para que as crianças ampliem a possibilidade de reconhe-
cimento da estrutura silábica em estudo em outras palavras e aprofundem seus conhecimentos sobre as correspondências
letra-som.
As sequências das atividades apresentadas neste texto tiveram como objetivos mostrar que se pode fazer um bom ou
mau trabalho didático na aquisição do sistema de escrita alfabética com sequências específicas para esta aquisição. Um
bom trabalho com sequências didáticas voltadas para a aquisição do sistema alfabético precisa ser planejado em uma inte-
ração dialógica com as crianças, em que elas sejam desafiadas a resolver seus conflitos cognitivos sobre a língua. De pouco
adianta ter metas e objetivos específicos se as propostas de sequências didáticas não passam de meras atividades avulsas
e desconexas do mundo e do saber das crianças.

Referências

BRAIBANT, J. A decodificação e a compreensão: Dois componentes essenciais da leitura no 2º ano primário. Em J. Gré-
goire & B. Piérart (Orgs.). Avaliação dos problemas de leitura: Os novos modelos teóricos e suas implicações diagnósticas
(p. 167-187). Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
BRANDÃO, A. C. P. & SPINILLO, A. G. Aspectos gerais e específicos na compreensão de textos. Psicologia: Reflexão e
Crítica, 11, p. 253-272. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2002, 15(2), pp. 321-331, 1998.
MALUF, M. R. (Org.). Metalinguagem e aquisição da escrita. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p. 185-216.
CARDOSO-MARTINS, C. Consciência fonológica e alfabetização. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
CIELO, C. A. Relação entre a sensibilidade fonológica e a fase inicial da aprendizagem da leitura. Dissertação de Mestra-
do não publicada, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, 1996.
GUARALDO, C. N. A contribuição da consciência fonológica e dos processos subjacentes à velocidade de nomeação
para o desenvolvimento da leitura e da escrita no português brasileiro. Dissertação de Mestrado não-publicada. Belo Hori-
zonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2006.
MONTEIRO, Sara Mourão. O processo de aquisição da leitura no contexto escolar por alfabetizandos considerados por-
tadores de dificuldades de aprendizagem. Tese (Doutorado em Educação) Belo Horizonte: Faculdade de Educação/UFMG,
2007.
MORAIS, J. A arte de ler. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996.
PINHEIRO, A. Heterogeneidade entre leitores julgados competentes pelas professoras. Psicologia: Reflexão e Crítica, 14,
p. 537-551, 2001.
REGO, L. L. B. & BUARQUE, L. L. Consciência sintática, consciência fonológica e aquisição de regras ortográficas. Psico-
logia: Reflexão e Crítica, 10, p. 199-217, 1997. REGO, L. L. B. Diferenças individuais na aprendizagem inicial da leitura: Papel
desempenhado por fatores metalinguísticos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 11(1), p. 51-60, 1995.
SALLES, J. F. Habilidades e dificuldades de leitura e escrita em crianças de 2ª série: abordagem neuropsicológica cog-
nitiva. [Tese de Doutorado não publicada]; Curso de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento. Porto Alegre, RS:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005.
SCLIAR-CABRAL. Guia prático de alfabetização baseado em princípios do sistema alfabético do português do Brasil. São
Paulo: Contexto, 2003a.
SOARES, Magda. Alfabetização: acesso a um código ou acesso à leitura? ONG Leia Brasil. Rio de Janeiro. Disponível
em:http://www.leiabrasil.org.br/leiaecomente/biblioteca_derrubada.htm. Acesso em: 13 set. 2005.

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa
MONTEIRO, S. M. Aprender a ler e a escrever. In: RE-
VISTA EDUCAÇÃO: guia da alfabetização. Escrita e leitura: ANOTAÇÕES
como tornar o ensino significativo. São Paulo: Segmento,
CEALE, n. 2, p. 12-27, 2010. MONTEIRO, S. M.; BAPTISTA,
M. C. Dimensões da proposta pedagógica para o ensino da ___________________________________________________
linguagem escrita em classes de seis anos. In: Maciel, F. I. P.;
Baptista, M. C.; Monteiro, S. M. (Orgs.). A criança de 6 anos, ___________________________________________________
a linguagem escrita e o ensino fundamental de nove anos:
___________________________________________________
orientações para o trabalho com a linguagem escrita em
turmas de crianças de seis anos de idade. Belo Horizonte: ___________________________________________________
UFMG/FaE/CEALE, 2009.
MALUF, M. R., ZANELLA, M. S. & PAGNEZ, K. S. M. M. ___________________________________________________
Habilidades metalinguísticas e linguagem escrita nas pes-
quisas brasileiras (1987 a 2005). Boletim de Psicologia, v. ___________________________________________________
LVI, n. 124, p. 67-92, 2006.
___________________________________________________
ROAZZI, A. & CARVALHO, M. Consciência metalinguís-
tica e desenvolvimento da leitura In: I. S. Ribeiro & L. S. ___________________________________________________
Almeida (Eds.), Psicologia escolar e desenvolvimento hu-
mano. Braga: Apport/Ispa, 1991. p. 182-241. ___________________________________________________
ROAZZI, A. & DOWKER, A. A consciência fonológica:
rima e aprendizagem da leitura. Psic.: Teoria e Pesquisa, ___________________________________________________
Brasília, 5(1), p. 31-55, 1989 ___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Língua Portuguesa

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Números Naturais e Números Racionais. ...............................................................................................................................................................01
Operações com números naturais e números racionais. .................................................................................................................................01
Figuras geométricas espaciais e planas.....................................................................................................................................................................11
Área e perímetro. ...............................................................................................................................................................................................................11
Sistemas de medidas decimais: comprimento, área, volume, capacidade, massa e temperatura..................................................27
Medidas de tempo. ..........................................................................................................................................................................................................27
Sistema monetário brasileiro. .......................................................................................................................................................................................31
Tratamento da informação: leitura, interpretação e construção de tabelas e gráficos........................................................................35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Números Inteiros
NÚMEROS NATURAIS E NÚMEROS  Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
RACIONAIS. números naturais, o conjunto dos opostos dos números
OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS E naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
NÚMEROS RACIONAIS. Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}

Subconjuntos do conjunto  :

Números Naturais 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero


Os números naturais são o modelo matemático neces- Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}
sário para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
unidade, obtemos o conjunto infinito dos números naturais Z+={0, 1, 2, ...}

3) Conjunto dos números inteiros não positivos


Z-={...-3, -2, -1}
- Todo número natural dado tem um sucessor
a) O sucessor de 0 é 1. Números Racionais
b) O sucessor de 1000 é 1001. Chama-se de número racional a todo número que pode
c) O sucessor de 19 é 20. ser expresso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer,
com b≠0
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.

São exemplos de números racionais:


-12/51
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um -3
antecessor (número que vem antes do número dado). -(-3)
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente -2,333...
de zero.
a) O antecessor do número m é m-1. As dízimas periódicas podem ser representadas por
b) O antecessor de 2 é 1. fração, portanto são consideradas números racionais.
c) O antecessor de 56 é 55. Como representar esses números?
d) O antecessor de 10 é 9.
Representação Decimal das Frações
Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
decimais
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro ope- 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
rações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão pri- mero decimal terá um número finito de algarismos após a
meiramente, na ordem em que elas aparecerem e somente vírgula.
depois a adição e a subtração, também na ordem em que
aparecerem e os parênteses são resolvidos primeiro.

Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír-
27 gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para
ser número racional
Exemplo 3 OBS: período da dízima são os números que se repe-
25-(50-30)+4x5 tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números
25-20+20=25 irracionais, que trataremos mais a frente.

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática

Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais.


- Todos os números inteiros são racionais.
Representação Fracionária dos Números Decimais - Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irra-
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar cionais.
com o denominador seguido de zeros. - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma - A soma de um número racional com um número irra-
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim cional é sempre um número irracional.
por diante. - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo:  -  = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional.

Exemplo:  :  =  = 2  e 2 é um número racional.

- O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.
2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en-
Exemplo:  .  =  = 7 é um número racional.
tão como podemos transformar em fração?
Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um nú-
Exemplo 1 mero natural, se não inteira, é irracional.
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi- Números Reais
ma dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período.

Exemplo 2 Fonte: www.estudokids.com.br


Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais
maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

INTERVALOS LIMITADOS Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou maiores que a.
iguais a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b. Potenciação
Multiplicação de fatores iguais

Intervalo:]a,b[ 2³=2.2.2=8
Conjunto:{x∈R|a<x<b}
Casos
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
que a ou iguais a a e menores do que b.

Intervalo:{a,b[
Conjunto {x∈R|a≤x<b}
Intervalo fechado à direita – números reais maiores que 2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio
a e menores ou iguais a b. número.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,
INTERVALOS IIMITADOS resulta em um número positivo.

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números


reais menores ou iguais a b.

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-


par, resulta em um número negativo.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números


reais menores que b. 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar
o sinal para positivo e inverter o número que está na base. 

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o Técnica de Cálculo
valor do expoente, o resultado será igual a zero.  A determinação da raiz quadrada de um número torna-
-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em
números primos. Veja: 

Propriedades

1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de


mesma base, repete-se a base e  soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes- 64=2.2.2.2.2.2=26


ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “ti-
Exemplos: ra-se” um e multiplica.
96 : 92 = 96-2 = 94

Observe: 1 1
1

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-


3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
tiplica-se os expoentes.
Exemplos: De modo geral, se
(52)3 = 52.3 = 56
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
então:

n
a.b = n a .n b
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva-
dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- O radical de índice inteiro e positivo de um produto
mo expoente. indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
(4.3)²=4².3² dos fatores do radicando.

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, Raiz quadrada de frações ordinárias


podemos elevar separados. 1 1
2 2 2 2 2
2
=  = 1 =
3 3 3
Observe: 32
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação De modo geral,

a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * ,
se

então:

a na
n =
b nb

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente 1º Caso:Denominador composto por uma só parcela
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando.

Raiz quadrada números decimais

Operações
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Operações
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-
Multiplicação rença de quadrados no denominador:

Exemplo

QUESTÕES

Divisão 01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível


Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio.
Sabe-se que:
Exemplo
• dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio;
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
Adição e subtração lheres.

O número de candidatos homens de nível médio é

Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. (A) 42.


(B) 45.
(C) 48.
(D) 50.
(E) 52.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga-
nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final.
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu
Caso tenha: tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez
1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. (A) José
(B) Isabella
Racionalização de Denominadores (C) Maria Eduarda
(D) Raoni
Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - De acordo com esses dados, ao longo da existência
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: desse prédio comercial, a fração do total de situações de
(A) 0,2222... risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
(B) 0,6666... responde à
(C) 0,1616... (A) 3/20.
(D) 0,8888... (B) 1/4.
(C) 13/60.
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (D) 1/5.
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são (E) 1/60.
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível,
então o dividendo é 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
(A) 131. co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Assinale a
(B) 121. alternativa que apresenta o valor da expressão
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.

05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres- (A) 1.


sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem (B) 2.
um padrão específico: (C) 4.
(D) 8.
1ª expressão: 1 x 9 + 2 (E) 16.

2ª expressão: 12 x 9 + 3 08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


GO/2017)
3ª expressão: 123 x 9 + 4
Qual o resultado de ?
...
(A) 3
7ª expressão: █ x 9 + ▲ (B) 3/2
(C) 5
Seguindo esse padrão e colocando os números ade- (D) 5/2
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
expressão será 09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
(A) 1 111 111. sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
(B) 11 111.
(C) 1 111. Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:
(D) 111 111. (A) 1;
(E) 11 111 111. (B) 2;
(C) 3;
06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um (D) 4;
treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio (E) 6.
comercial informou que, nos cinquenta anos de existência
do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas 10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun- sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-
do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas, minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de
enquanto as demais situações haviam sido geradas por di- homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco dessa equipe saíram para um atendimento externo.
geradas por displicência,
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade- Desses que foram para o atendimento externo, a fração
quadamente; de mulheres é
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas; (A) 3/4;
− 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e (B) 8/9;
− as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar. (C) 5/7;
(D) 8/13;
(E) 9/17.

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
RESPOSTAS 08. Resposta: D.

01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior. 09. Resposta: C.
82-37=45 homens de nível médio. 2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12
02. Resposta: D. 4N=12
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o N=3
vencedor.
10. Resposta: E.
03. Resposta: B. Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

X=0,4444....
10x=4,444...
9x=4 Dos homens que saíram:

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131

05. Resposta: E.
A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111 Múltiplos
Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos
06. Resposta: D. o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo

Gerado por descuidos ao cozinhar:

O conjunto de múltiplos de um número natural não-


-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplicando-se o
número dado por todos os números naturais.
Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- M(3)={0,3,6,9,12,...}
1/13)
Divisores
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é
divisor de 12 e 15.
D(12)={1,2,3,4,6,12}
07.Resposta: C. D(15)={1,3,5,15}

Observações:
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
- Todo número natural é múltiplo de 1.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos
múltiplos.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural.

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Máximo Divisor Comum Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá
O máximo divisor comum de dois ou mais números medir
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses (A) mais de 30 cm.
números. (B) menos de 15 cm.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve- (C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
mos seguir as etapas: (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
• Decompor o número em fatores primos (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si. Resposta: A.

Exemplo:

Devemos achar o mdc para achar a maior medida pos-


sível
E são os fatores que temos iguais:25=32
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
m.d.c Exemplo2
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016)
No aeroporto de uma pequena cidade chegam aviões de
três companhias aéreas. Os aviões da companhia A chegam
Mínimo Múltiplo Comum a cada 20 minutos, da companhia B a cada 30 minutos e da
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais nú- companhia C a cada 44 minutos. Em um domingo, às 7 ho-
meros é o menor número, diferente de zero. ras, chegaram aviões das três companhias ao mesmo tem-
Para calcular devemos seguir as etapas: po, situação que voltará a se repetir, nesse mesmo dia, às
• Decompor os números em fatores primos (A) 16h 30min.
• Multiplicar os fatores entre si (B) 17h 30min.
(C) 18h 30min.
Exemplo: (D) 17 horas.
(E) 18 horas.

Resposta: E.

Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.


Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo.
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido,
continua aparecendo.
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660
Assim, o mmc
1h---60minutos
Exemplo x-----660
x=660/60=11
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di- Então será depois de 11horas que se encontrarão
mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio 7+11=18h
entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
QUESTÕES com um desconto de 3% sobre o valor da compra e, quan-
do as 3 luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto
01. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- era de 5%. Se, exatamente às 9 horas de um determinado
NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há uma dia, as luzes das 3 caixas acenderam ao mesmo tempo, en-
caixa contendo n bombons. Para serem vendidos, devem tão é verdade que o número máximo de premiações de 5%
ser repartidos em pacotes iguais, todos com a mesma de desconto que esse mercado poderia ter dado aos seus
quantidade de bombons. Com os bombons dessa caixa, clientes, das 9 horas às 21 horas e 30 minutos daquele dia,
podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, ou com 7 uni- seria igual a
dades cada um, e, nesses casos, não faltará nem sobrará (A) 8.
nenhum bombom. Nessas condições, o menor valor que (B) 10.
pode ser atribuído a n é (C) 21.
(A) 280. (D) 27.
(B) 265. (E) 33.
(C) 245.
(D) 230. 06. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrativo
(E) 210. – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C. na
matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que M.D.C.
02. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017) significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual o valor
Considerando A o MDC (maior divisor comum) entre os nú- do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36 e 72?
meros 24 e 60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre (A) 8
os números 12 e 20, então o valor de 2A + 3B é igual a: (B) 6
(A) 72 (C) 4
(B) 156 (D) 2
(C) 144
(D) 204 07. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPE-
SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160
mulheres. Em determinado momento é preciso dividir os
03. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO
participantes em grupos formados somente por homens ou
/2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve comer
somente por mulheres, de maneira que os grupos tenham
a cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o macaco a cada
o mesmo número de integrantes.
3 horas. Considerando que todos foram alimentados às 8
Neste caso, o número máximo de integrantes em um
horas da manhã de domingo, é correto afirmar que o fun-
grupo é:
cionário encarregado deverá servir a alimentação a todos
(A) 10.
concomitantemente às: (B) 15.
(A) 8 horas de segunda-feira. (C) 20.
(B) 14 horas de segunda-feira. (D) 30.
(C) 10 horas de terça-feira. (E) 40.
(D) 20 horas de terça-feira.
(E) 9 horas de quarta-feira. 08. (PREF. DE GUARULHOS/SP – Assistente de Ges-
tão Escolar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-
04. (EMBASA – Assistente de Laboratório – IBFC/2017) torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º
Um marceneiro possui duas barras de ferro, uma com 1,40 ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
metros de comprimento e outra com 2,45 metros de compri- o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
mento. Ele pretende cortá-las em barras de tamanhos iguais, possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos
de modo que cada pedaço tenha a maior medida possível. de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora de
Nessas circunstâncias, o total de pedaços que o marceneiro um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o núme-
irá cortar, utilizando as duas de ferro, é: ro total de grupos formados foi
(A) 9 (A) 8.
(B) 11 (B) 12.
(C) 12 (C) 13.
(D) 13 (D) 15.
(E) 18.
05. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU-
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu 09. (PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo –
fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é:
registradoras foi programada para acender uma luz, em (A) 39000
intervalos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a (B) 38000
cada 15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa (C) 37000
3, a luz acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de (D) 36000
uma caixa acendia, o cliente que estava nela era premiado (E) 35000

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
10. (MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU- 03. Resposta: D.
NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pessoas, Mmc(3, 4, 5)=60
sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com for- 60/24=2 dias e 12horas
mação na área de humanas, em grupos menores contendo, Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas áreas, de mentação será na terça às 20h.
modo que: (1) o número de grupos seja o maior possível;
(2) cada grupo tenha o mesmo número x de pessoas com
formação na área de exatas e o mesmo número y de pes-
soas com formação na área de humanas; e (3) cada uma
das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas con-
dições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com 04. Resposta: B.
ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for- Mdc=5⋅7=35
mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a 140/35=4
(A) 1 245/35=7
(B) 2 Portanto, serão 11 pedaços.
(C) 3
(D) 4 05. Resposta: D.
(E) 5

RESPOSTAS

01. Resposta: E.

Mmc(15, 30, 45)=90 minutos


Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos

Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210 9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27
02. Resposta: E.
06. Resposta: C.

Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:


MDC(24,60)=2²⋅3=12 Mmc(6,8)=24

Mmc(12,20)=2²⋅3⋅5=60
2A+3B=24+180=204 Mdc(30, 36, 72) =2x3=6
Portanto: 24/6=4

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
07. Resposta: E. - eles são múltiplos de 2, pois terminam com números
pares.
E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9

FIGURAS GEOMÉTRICAS ESPACIAIS E


PLANAS.
ÁREA E PERÍMETRO.
MDC(120,160)=8x5=40

08. Resposta:B. Ângulos

Denominamos ângulo a região do plano limitada por


duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
ângulo.

MDC(84,96)=2²x3=12

09. Resposta: A.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do


que 90º.

Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000

10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum)

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

Mdc(90, 125)=2.3²=18

Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas
90/18 = 5 grupos de humanas
A diferença é de 7-5=2

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Ângulo Raso: Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-
tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
- É o ângulo cuja medida é 180º; dicular a esse lado.
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

Ângulo Reto:

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares.

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen-


dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.

Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Triângulo

Elementos

Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.
Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do
triângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Classificação Triângulo retângulo: tem um ângulo reto

Quanto aos lados

Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso

Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos

Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-


Triângulo equilátero: três lados iguais. nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:

- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
Quanto aos ângulos
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos
Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.

- é paralelo a

- Losango: 4 lados congruentes


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática

- Observações:
- No retângulo e no quadrado as diagonais são con-
gruentes (iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são perpen- Número de Diagonais
diculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes
dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da
base e h é a medida da altura.
3- Retângulo: A = b.h Ângulos Internos
A soma das medidas dos ângulos internos de um polí-
gono convexo de n lados é (n-2).180
Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
4- Losango: , onde D é a medida da diagonal mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma
maior e d é a medida da diagonal menor.
das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono

Chama-se polígono a união de segmentos que são


chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
mados vértices do polígono.

Ângulos Externos

Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-


midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

A soma dos ângulos externos=360°

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Teorema de Tales 2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans- proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

Exemplo

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhantes.

Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os
seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.
Considerando o triângulo retângulo ABC.
Casos de Semelhança
1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Temos: Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado
triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo

Chamamos relações métricas as relações existentes en-


tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:
Fórmulas Trigonométricas
1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da
Relação Fundamental hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipo-


tenusa pela altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

Neste triângulo, temos que: c²=a²+b² 4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos
quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).
Dividindo os membros por c²

Posições Relativas de Duas Retas

Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo


plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são deno-
minadas retas reversas.
Como

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Retas Coplanares QUESTÕES

a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum 01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-
rios- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com 40
m de largura por 60 m de comprimento, foi dividido em
três lotes, conforme mostra a figura.

-Duas retas concorrentes podem ser:

1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.

2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é


864 m², o perímetro do lote 2 é

b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são (A) 100 m.


coincidentes. (B) 108 m.
(C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m.

02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)


Considere um triângulo retângulo de catetos medindo
3m e 5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante
ao primeiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá
como medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D) 5 e 6.
(E) 6 e 10.

03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o 06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
comprimento da cinta acima representada é - MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a
(A) 8/3 π + 8 . seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma
(B) 8/3 π + 24. cidade. Qual é a área dessa praça?
(C) 8π + 8 .
(D) 8π + 24.
(E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.
(A) 120 m²
(B) 90 m²
(C) 60 m²
(D) 30 m²

07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em cen-
tímetros, mostra um painel informativo ABCD, de formato
retangular, no qual se destaca a região retangular R, onde
x > y.

A área da região sombreada, da figura acima apresen-


tada, é
(A) 100 - 5π .
(B) 100 - 10π .
(C) 100 - 15π .
(D) 100 - 20π .
(E) 100 - 25π .

05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  No


cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen- Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon- correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF e a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
HG, gerando o quadrilátero BCQP.  dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
respectivamente,
(A) 80 e 64.
(B) 80 e 62.
(C) 62 e 80.
(D) 60 e 80.
(E) 60 e 78.

08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de piso.
(A) 25√5. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro desse
(B) 50√2. piso é, em metros, igual a
(C) 50√5. (A) 20.
(D) 100√2 . (B) 21.
(E) 100√5. (C) 24.
(D) 27.
(E) 30.

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- 12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma- cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3 reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
metros, ao longo dos quatro lados do terreno. (considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).
O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324;
(D) 330; (A) 64,2 m
(E) 372. (B) 46,2 m
(C) 92,4 m
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU- (D) 128,4 m
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com Respostas
formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas 01. Resposta: D.
etárias distintas.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em


metros, igual a

(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42.

11. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –


MSCONCURSOS/2017)

96h=1728
Seja a expressão definida em H=18
0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos:
Como I é um triângulo:
(A) 1 60-36=24
(B) sen²x X²=24²+18²
(C) cos²x X²=576+324
(D) 0 X²=900
X=30

Como h=18 e AD é 40, EG=22


Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
02. Resposta: B. A área de um círculo é

A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
Lado=3√2 A=5√5⋅10=50√5

Outro lado =5√2 06. Resposta: C


Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.
03. Resposta: D.
17²=x²+8²
Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente 289=x²+64
a mesma medida da parte reta da cinta. X²=225
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado X=15
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo, 07. Resposta: A.
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

04. Resposta: E. 5y=320


Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.

Y=64

5x=400
X=80

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o X=27/6
ponto Médio
X²=5²+5² O perímetro seria
X²=25+25
X²=50
X=5√2
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos,
temos 2 círculos inteiros.

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
09. Resposta: C. 12. Resposta: D.
Número de estacas: x
X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
do duas vezes o canto
6x=30
X=5
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

10. Resposta: B. X=6

Y=10,2
9x=108 2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m
X=12
Cilindros
Para encontrar o perímetro do triângulo R2: Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.

Y²=16²+12²
Y²=256+144=400
Y=20

Perímetro: 16+12+20=48
Classificação
11. Resposta: C. Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
1-cos²x=sen²x

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Área Área
Área da base: Sb=πr²
Área lateral:

Área da base:

Área total:

Volume
Volume

Cones Pirâmides
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α, As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
um ponto V que não pertence ao plano. mero de lados da base.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.

Área e Volume
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados
Classificação
-Reto:eixo VO perpendicular à base;
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução. Prismas
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
denominado cone equilátero. contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião


de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.
-Oblíquo: eixo não é perpendicular

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
-Quadrangular

E assim por diante...


Assim, um prisma é um poliedro com duas faces con-
gruentes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos Paralelepípedos
obtidos ligando-se os vértices correspondentes das duas Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi-
faces paralelas. nam-se paralelepípedos.

Classificação

Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares


às bases

Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces


quadradas.

Classificação pelo polígono da base

Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
lares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

-Triangular Área

Área cubo:

Área paralelepípedo:

A área de um prisma:

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Onde: St=área total 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
Sb=área da base de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
ma de paralelepípedo reto retângulo.
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces laterais.

Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³
Demais:

QUESTÕES

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-
altura deve ser igual a me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 1/3h. (A) 3000.
(B) 1/2h. (B) 4500.
(C) 2/3h. (C) 6000.
(D) 2h. (D) 7500.
(E) 3h. (E) 9000.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al- paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões:
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
indicadas na figura.

Estando o referido aquário completamente cheio, a sua


capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
Em uma revisão do projeto, foi necessário aumentar vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.
em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, man-
tendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, o
volume inicialmente previsto para esse reservatório foi au-
mentado em
(A) 1 m³ .
(B) 3 m³ .
(C) 4 m³ .
(D) 5 m³ .
(E) 6 m³ .

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do 09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)
bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a De um reservatório com formato de paralelepípedo reto re-
(A) 15,5. tângulo, totalmente cheio, foram retirados 3 m³ de água.
(B) 11. Após a retirada, o nível da água restante no reservatório ficou
(C) 12,5. com altura igual a 1 m, conforme mostra a figura.
(D) 14.
(E) 16

07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e
25 cm de altura, está com 20% de seu volume total preen-
chido com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de
escala)

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura


total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
tros, igual a
(A) 1,8.
(B) 1,75.
(C) 1,7.
(D) 1,65.
Para completar o volume total desse recipiente, serão (E) 1,6.
despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá- 10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
rios para completar o volume total do prisma será: CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
(A) 8 copos cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um
(B) 9 copos cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
(C) 10 copos é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é:
(D) 12 copos (A) 9 cm
(E) 15 copos (B) 30 cm
(C) 60 cm
08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU- (D) 90 cm
FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.
Respostas

01. Resposta:

Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér-


tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é
dado por
(A) a³/6 02. Resposta: D
(B) a³/3 V= πr²h
(C) a³/3√3 V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml
(D) a³/6√6
03. Resposta:E.
V=2⋅3⋅x=6x
Aumentando 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
Portanto, o volume aumentou em 6.

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
04. Resposta:E.
São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000

05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros

06. Resposta:C.

VA=125cm³

VB=1000cm³

180h=2250
H=12,5

07. Resposta: C.
V=10⋅10⋅25=2500 cm³
2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
Para terminar de completar o volume:
2500-500=2000 cm³
2000/200=10 copos

08. Resposta: A.
A base é um triângulo de base a e altura a

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
10. Resposta: D.
Cone

Cilindro
V=Ab⋅h
V=πr²h
Como o volume do cone é 30% maior:
117πr²=1,3 πr²h
H=117/1,3=90

SISTEMAS DE MEDIDAS DECIMAIS:


COMPRIMENTO, ÁREA, VOLUME,
CAPACIDADE, MASSA E TEMPERATURA.
MEDIDAS DE TEMPO.

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por 10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada. 

Unidades de Área
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por 100.

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.

Unidades de Volume
km 3
hm 3
dam 3
m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade

Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos. 
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³
1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Transformação de unidades Divisão

Deve-se saber: 5h 20 minutos :2


1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu 1h 20 minutos, transformamos para minutos
seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. :60+20=80minutos
Demorou 30 minutos para chegar em casa. Que horas ela
chegou? QUESTÕES

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-


rios- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote
de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que
imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20
minutos de funcionamento, a máquina A quebra e o serviço
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- restante passa a ser feito pela máquina B, que imprime 4500
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o folhetos em 48 minutos. O tempo que a máquina B levará
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 para imprimir o restante do lote de folhetos é
hora=60 minutos (A) 14 horas e 10 minutos.
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos (B) 14 horas e 05 minutos.
(C) 13 horas e 45 minutos.
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação (D) 13 horas e 30 minutos.
inversa. (E) 13 horas e 20 minutos.

Subtração 02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minu- clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15
tos. Quanto tempo ficou fora? min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica, então o
tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta, foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
(C) 1h.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h.

Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da 03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
mesma forma que conta de subtração. NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 litros
de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produção diá-
1hora=60 minutos ria é distribuída em caixinhas P, que recebem 300 mililitros
de suco cada uma. Nessas condições, é correto afirmar que
a cada cinco dias a indústria utiliza uma quantidade de cai-
xinhas P igual a
(A) 25000.
(B) 24500.
(C) 23000.
Multiplicação (D) 22000.
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas (E) 20500.
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo?
04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-
GO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400 li-
tros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio, tem
80 gramas. A quantidade de toneladas que representa todos
os recipientes cheios com essa substância é de

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
(A) 16 09. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
(B) 160 RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de
(C) 1600 abastecimento com 36.000 litros de gasolina em seu re-
(D) 16000 servatório. Parte dessa gasolina é transferida para dois
tanques de armazenamento, enchendo-os completamen-
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- te. Um desses tanques tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e
GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às estavam, inicialmente, vazios.
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o in- Após a transferência, quantos litros de gasolina resta-
tervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola há ram no caminhão-tanque?
5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que o (A) 35.722,00
término das aulas de João se dá às: (B) 8.200,00
(A) 22h30min (C) 3.577,20
(B) 22h40min (D) 357,72
(C) 22h50min (E) 332,20
(D) 23h
(E) Nenhuma das anteriores 10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)
Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km 40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
1h20min. obter
(A) 6 pedaços.
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com (B) 8 pedaços.
a época em que era jovem, Arquimedes precisa de mais: (C) 9 pedaços.
(A) 10 minutos; (D) 5 pedaços.
(B) 7 minutos; (E) 7 pedaços.
(C) 5 minutos;
(D) 3 minutos; RESPOSTAS
(E) 2 minutos.
01. Resposta: E.
07. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- 3h 20 minutos-200 minutos
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um ho-
rário de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem 5000-----40
trânsito intenso, Lucas foi de carro para o trabalho a uma x----------200
velocidade média 20km/h maior do que no dia de trânsito x=1000000/40=25000
intenso e gastou 48min.
Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: 4500-------48
(A) 36; 75000------x
(B) 40; X=3600000/4500=800 minutos
(C) 48; 800/60=13,33h
(D) 50; 13 horas e 1/3 hora
(E) 60. 13h e 20 minutos

08. (EMDEC - Assistente Administrativo Jr –


IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o tem-
po que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780 02. Resposta: C.
(D) 2120 Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida
e volta demorou 1 hora.

03. Resposta:A.
4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
1500000/300=5000 caixinhas por dia
5000.5=25000 caixinhas em 5 dias

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
04. Resposta:A. 10.Resposta: E.
14400litros=14400000 ml 1,7m=170cm
1,45m=145 cm
170/40=4 resta 10
145/40=3 resta 25
4+3=7
200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

05. Resposta: B.
SISTEMA MONETÁRIO BRASILEIRO.
5⋅45=225 minutos de aula
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40 Sistema Monetário Brasileiro

06. Resposta: D. A Medida Provisória nº 542, de 30.06.1994 (D.O.U. de


1h45min=60+45=105 minutos 30.06.94), instituiu o REAL como unidade do sistema mo-
netário, a partir de 01.07.1994,
15km-------105 Atualmente, essas são as notas disponíveis
1--------------x
X=7 minutos

1h20min=60+20=80min

8km----80
1-------x
X=10minutos

A diferença é de 3 minutos

07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversa-
mente)

Moedas disponíveis

80v=48V+960
32V=960
V=30km/h

30km----60 min
x-----------80

60x=2400
X=40km
Quando vamos falar dos centavos:
08 Resposta: B. 50 centavos=R$0,50
12:45 até 13:12 são 27 minutos 25 centavos=R$0,25
27x60=1620 segundos 10 centavos= R$0,10
5 centavos=R$0,05
09. Resposta: B.
1m³=1000litros
36000/1000=36 m³
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Exercício Resolvido 03. (PREF CONCHAS/SP – Auxiliar de Serviços Ge-
rais – Nível Fundamental – METROCAPITAL/2018) Um
(PREF. CONCHAS/SP – Auxiliar de Serviços Gerais funcionário de uma empresa tem um salário de R$ 7.863,00.
– Nível Fundamental - METROCAPITAL/2018) Uma mãe No entanto, por ter-se ausentado sem justificativa alguns
deseja dividir R$ 5.000,00 entre seus dois filhos, de modo dias, o patrão decidiu descontar R$ 1.158,00 de seus venci-
que o mais novo receba a metade do que recebe o mais ve- mentos. O funcionário receberá a quantia de:
lho, e mais R$ 500,00. Quanto caberá a cada um dos filhos? A. R$ 7.705,00.
A. R$ 2.500,00 e R$ 2.500,00. B. R$ 6.505,00.
B. R$ 1.500,00 e R$ 3.500,00. C. R$ 6.805,00.
C. R$ 3.000,00 e R$ 2.000,00. D. R$ 6.405,00.
D. R$ 4.000,00 e R$ 1.000,00. E. R$ 6.705,00.
E. R$ 4.500,00 e R$ 500,00.
Resposta: E.
Resposta: C. 7863-1158=6705,00
5000-500=4500
Mais velho=4500/1,5=3000 04. (MPE/GO - Secretário Auxiliar – Ceres – Nível
Mais novo=3000/2=1500+500=2000 Fundamental – MPE/2017) Guilherme decidiu contratar
uma empresa para plantar árvores e cortar a grama de sua
EXERCÍCIOS casa. Ele quer plantar 3 árvores e cortar 5 metros quadra-
dos de grama. Quatro empresas lhe passaram os custos do
01. (PREF, SANTIAGO/RS – Agente Comunitário de serviço:
saúde – Nível Fundamental – OBJETIVAS/2018) Em de-
terminado cofre, há ao todo 20 unidades de moedas de 50 1ª Empresa: R$ 17,00 para cada árvore plantada e R$
centavos, duas dezenas de moedas de 25 centavos e 16 2,50 para cada metro quadrado de grama cortada.
unidades de moedas de um real. A quantia total que há no
cofre é de: 2ª Empresa: R$ 13,00 para cada árvore plantada e R$
A. R$ 22,50 4,50 para cada metro quadrado de grama cortada.
B. R$ 26,00
C. R$ 26,50 3° Empresa: R$ 15,00 para cada árvore plantada e R$
D. R$ 31,00 3,50 para cada metro quadrado de grama cortada.
Resposta: D.
20⋅0,5=10 reais 4° Empresa: R$ 14,00 para cada árvore plantada e R$
20⋅0,25=5 reais 4,70 para cada metro quadrado de grama cortada.
16 de 1 real
10+5+16=31 Qual empresa João deve contratar para que o serviço
seja feito e ele gaste a menor quantia de dinheiro possível?
02. (PREF. NOVA CRUZ/RN - Auxiliar de Serviços A. 3ª empresa.
Gerais – Nível Fundamental - COMPERVE/UFRN/2018) B. 1ª empresa.
Ao comprar pão e leite em uma panificadora, uma garota C. 2ª empresa.
pagou a conta apenas com moedas. Ela tinha na bolsa cin- D. 4ª empresa.
co moedas de R$ 0,10, seis moedas de R$ 0,25, três moedas E. 1ª ou 3ª empresa, já que o valor é o mesmo.
de R$ 0,50 e quatro moedas de R$ 1,00. Se a compra custou
ao todo R$ 6,75 e foi utilizado o menor número possível de Resposta: C.
moedas, ela pagou a conta com 1ª Empresa: 17 x 3 + 2,5 x 5 = 63,5
A. 12 moedas. 2ª Empresa: 13 x 3 + 4,5 x 5 = 61,5
B. 14 moedas. 3° Empresa: 15 x 3 + 3,5 x 5 = 62,5
C. 11 moedas. 4° Empresa: 14 x 3 + 4,7 x 5 = 65,5
D. 13 moedas.
05. (MPE/GO - Secretário Auxiliar – Ceres – Nível
Resposta: A. Fundamental – MPE/2017) Um grupo de 50 pessoas fez
5⋅0,10=0,50 um orçamento inicial para organizar uma festa, que seria
6⋅0,25=1,50 dividido entre elas em cotas iguais. Verificou-se ao final que,
3⋅0,50=1,50 para arcar com todas as despesas, faltavam R$ 510,00, e que
4⋅1=4,00 5 novas pessoas haviam ingressado no grupo. No acerto foi
Ela pode usar 4 moedas de 1,00=4,00 decidido que a despesa total seria dividida em partes iguais
Faltando 2,75 pelas 55 pessoas. Quem não havia ainda contribuído paga-
Usa as 3 de 0,50 ria a sua parte, e cada uma das 50 pessoas do grupo inicial
2,75=1,50=1,25 deveria contribuir com mais R$ 7,00. De acordo com essas
E mais 5 de 0,25 informações, qual foi o valor da cota calculada no acerto
4+3+5=12 moedas final para cada uma das 55 pessoas?

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
A. R$14,00. 08. (IBGE – Recenseador – Nível Fundamental -
B. R$17,00. FGV/2017) Cinco resmas de papel custaram R$90,00. Se o
C. R$ 22,00. preço não mudar, dezoito resmas custarão:
D. R$ 32,00. A. R$308,00;
E. R$ 57,00. B. R$312,00;
C. R$316,00;
Resposta: D. D. R$320,00;
50⋅7=350 (as 50 tiveram que contribuir com mais 7 E. R$324,00.
reais) Resposta: E.
510-350=160 (falta) 90/5=18 cada
160/5=32(dividindo pelas pessoas que entraram) 18⋅18=324

06. (CÂMARA DE SUMARÉ/SP – Ajudante Adminis- 09. (PREF. DE SANTO EXPEDITO/SP – Motorista –
trativo – Nível Fundamental – VUNESP/2017) Guardei Nível Fundamental – PRIME CONCURSOS/2017) Selma
somente moedas de R$ 1,00 e de R$ 0,50 num total de 80 tem um saldo em seu cartão de R$530,00, foi ao mercado
moedas que, juntas, somam R$ 50,00 e vou trocá-las no e gastou R$415,60 em mercadorias, mais tarde retornou e
supermercado. A quantidade de moedas de R$ 1,00 que gastou mais R$115,89. Qual é o saldo atual do cartão de
guardei foi Selma?
A. 60. A. R$ +1,49
B. 50. B. R$ -1,49
C. 40. C. R$ + 0,49
D. 20. D. R$ - 0,49
E. 10.
Resposta: B.
Resposta: D. Gastos:415,60+115,89= 531,49
Moedas de R$1,00:x 531,49-530=1,49
Moedas de R$0,50: y Ela ficou com saldo negativo de 1,49

10. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Oficial de Serviço Pú-


𝑥 + 𝑦 = 80 blico – Nível Fundamental – MSCOCNURSOS/2017) A
� figura a seguir apresenta 14 notas de R$ 100,00 e 8 notas
𝑥 + 0,5𝑦 = 50
de R$ 50,00:
Subtraindo as equações:
0,5y=30
Y=60
X=80-60=20

07. (CÂMARA DE SUMARÉ/SP – Ajudante Adminis-


trativo – Nível Fundamental – VUNESP/2017) Para exe-
cutar um serviço foram comprados 200 pregos iguais por
30 reais. Cada prego custou
A. R$ 0,05.
B. R$ 0,10.
C. R$ 0,15.
D. R$ 1,18.
E. R$ 1,50.

Resposta: C.

30 Com essa quantia, um comerciante pretende pagar


= 0,15 uma dívida com o banco no valor de R$ 1600,00. Em rela-
200 ção ao valor da dívida e a quantia que o comerciante pos-
sui, podemos concluir que:
A. Com essa quantia não é possível pagar a dívida.
B. É possível pagar a dívida e não sobrará troco para o
comerciante.
C. Faltariam R$ 200,00 para pagar a dívida.
D. É possível pagar a dívida e ainda sobrariam R$ 200,00
para o comerciante.

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Resposta: D.
14⋅100=1400
8⋅50=400
Total:1400+400=1800
1800-1600=200

11. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Oficial de Serviço Público – Nível Fundamental – MSCOCNURSOS/2017) Observe
a figura, a seguir, que representa o extrato bancário de Antônio. Ele possui uma conta especial e seu limite de crédito é de
R$ 1 800,00.

Observando as movimentações nesse extrato bancário, pode-se concluir que o saldo na conta corrente de Antônio
após a última movimentação que ocorreu em 05 ∕ 12 ∕ 2016 é:
A. R$ 273 de crédito
B. R$ 1245,02 de crédito
C. R$ 1245,02 de débito
D. R$ 1791,02 de crédito

Resposta: C.
-1518,02+273=-1245,02

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
12. (PREF. MARÍLIA/SP – Agente de Controle de Ende- Barra horizontal
mias – Nível Fundamental - VUNESP/2017) André foi ao cine-
ma com seus três filhos. Comprou uma entrada inteira, para ele
mesmo, e três meias entradas para os filhos, pagando, ao todo,
R$ 65,00. O preço de uma entrada inteira mais meia entrada é
A. R$ 37,00.
B. R$ 39,00.
C. R$ 40,50.
D. R$ 41,00.
E. R$ 43,50.

Resposta: B.
Um inteiro+3 meias=1+1,5=2,5
Como pagou 65, vamos dividir pra ver quanto custa cada.
65/2,5=26
26⋅1,5=39

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO: LEITURA,


INTERPRETAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE
TABELAS E GRÁFICOS.
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

Histogramas
Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
dois dados relacionados entre si. São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre variável específica e um detalhe importante que são faixas
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um de valores em x.
bom gráfico deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto
possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspec-
tos descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

Tipos de gráficos

Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Fonte: tecnologia.umcomo.com.br

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e Podem ser tabelas simples:
queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
como numa pizza. Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?

aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1

Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio


lógico

QUESTÕES

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes-


quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, rea-
lizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br (IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por-
Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co- centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi-
mum na representação de tendências e relacionamentos ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.
de variáveis

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta


a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014.
Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais (A) 15%.
fácil a compreensão de todos sobre um tema. (B) 25%.
(C) 50%.
(D) 75%.
(E) 90%.

02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
O número total de ônibus dessa empresa é 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
(A) 270.
(B) 250.
(C) 220
(D) 180.
(E) 120.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.

Tendo como referência o gráfico precedente, que mos-


tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte-
O número médio de carros vendidos por dia nesse pe- rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei-
ríodo foi igual a tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte.
(A) 10. (B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe-
(B) 9. ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da
(C) 8. arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
(D) 7. tâneo de gastos e de arrecadação.
(E) 6. (C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis-
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior
04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- arrecadação de receitas.
NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se- (D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os
tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti- passada por gastos com despesas.
das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova (E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor
de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta- gasto mensal com despesas foram verificados, respectiva-
gens referentes a cada conceito foram substituídas por x ou mente, no primeiro e no segundo semestre do ano de 2015.
por múltiplos e submúltiplos de x.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a
(A) 144º.
(B) 135º.
(C) 126º
(D) 117º
(E) 108º.

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- 07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen- distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. rios é dada na tabela seguinte. 

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

Pode-se concluir que


(A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
(B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
salários.
(C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
(D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
da total.
(E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
renda total.

08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)


Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
dos dados.

xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40

Assinale a alternativa em que o histograma é o que


melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de


Linha. (A)
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de (B)
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

(C)

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-
PE/2015)

(D)

(E)

09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-


PE/2015)
A partir das informações e do gráfico apresentados,
julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário


Nacional
— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –
InfoPen,
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional
Brasileiro, dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com
adaptações)
( ) Certo ( ) Errado
A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten-
tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. RESPOSTAS
Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e 01. Resposta: E.
a quantidade de detentos no sistema penitenciário — re- 13,7/7,2=1,90
gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média Houve um aumento de 90%.
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresentada, 02. Resposta:D
julgue o item a seguir. 81+27=108
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Bra- 108 ônibus somam 60%(100-35-5)
sil se encontrava na região Sudeste. 108-----60
( ) certo ( ) errado x--------100
x=10800/60=180

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Matemática
03. Resposta: C.
ANOTAÇÕES

04. Resposta: A. ___________________________________________________

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360 ___________________________________________________
10x=360
___________________________________________________
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144° ___________________________________________________

05. Resposta: B. ___________________________________________________


Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os
dois primeiros meses de receita diminuem e os dois meses ___________________________________________________
seguintes aumentam, o mesmo acontece com a despesa. ___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________
06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores ___________________________________________________
ou pizza e de linha
___________________________________________________
07. Resposta: D.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 salários ___________________________________________________
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem ___________________________________________________
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários ___________________________________________________
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6 ___________________________________________________
20% de 30=0,2x30=6
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior. ___________________________________________________
(E) 60% de 30=0,6x30=18 ___________________________________________________
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20
___________________________________________________
08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, ___________________________________________________
40-45, 35-40,
___________________________________________________
09. Resposta: CERTA. ___________________________________________________
555----100%
x----55% ___________________________________________________
x=305,25
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. ___________________________________________________

___________________________________________________
10. Resposta: ERRADO.
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no ___________________________________________________
eixo x e não simplesmente um dado.
___________________________________________________
Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br ___________________________________________________

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
Localização espacial: pontos cardeais e colaterais. Mapas,..............................................................................................................................01
Escalas, plantas e convenções cartográficas...........................................................................................................................................................04
Relevo, solo, hidrografia, clima e vegetação; transformações naturais e humanas...............................................................................05
Brasil: população, urbanização, divisões do espaço............................................................................................................................................17
Mundo: divisão do trabalho,..........................................................................................................................................................................................20
Globalização e questão ambiental..............................................................................................................................................................................20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia

LOCALIZAÇÃO ESPACIAL: PONTOS


CARDEAIS E COLATERAIS. MAPAS,

Os pontos cardeais são um dos elementos utilizados para orientação e localização na Cartografia, sendo que o padrão
mais comumente utilizado é a Rosa dos Ventos, com uma seta apontando para o Norte do espaço representado. Conhecer
os pontos cardeais é importante principalmente para saber efetuar a leitura de um mapa, seja para se localizar ou para
compreender a organização do espaço geográfico.
Quais são os principais elementos de um mapa?
Os mapas são importantes recursos utilizados na Geografia, isso porque possuem o poder de comunicar uma dada
mensagem. Assim, os mapas não servem apenas para localização no espaço, mas oferecem importantes elementos para
compreensão das formas pelas quais o espaço geográfico é organizado. Deste modo, os mapas possuem alguns elementos
essenciais e que possibilitam sua leitura por parte dos interessados, conforme demonstrado na imagem abaixo:

Esses elementos servem para auxiliar o leitor de mapas a compreensão da mensagem (Imagem: Reprodução)
Os elementos mais importantes que devem constar em um mapa são:

• Título: equivale ao que o mapa retrata.


• Símbolos: convenções cartográficas (bola preta, bola maior ou menos, triângulo verde, etc.).
• Legenda: onde são explicados os significados dos símbolos utilizados no mapa.
• Indicador de direção: rosa dos ventos ou algo similar.
• Indicador de linhas: paralelos (Equador, Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio) e meridianos (Greenwich).

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
Os elementos citados servem para auxiliar o leitor de • Quatro pontos cardeais principais (Norte, Sul, Les-
mapas a compreensão da mensagem que o mapa, enquan- te e Oeste).
to linguagem, pretende transmitir. Cabe ressaltar que estes • Quatro pontos colaterais (Nordeste, Sudeste, No-
elementos, assim como os  pontos cardeais, são  criações roeste e Sudoeste).
humanas para facilitar a linguagem cartográfica. Ou seja, • Oito pontos subcolaterais (Norte-nordeste, Leste-
os pontos cardeais não são algo naturalizado, mas sim uma -nordeste, Leste-sudeste, Sul-sudeste, Sul-sudoeste, Oes-
criação dos homens com uma finalidade bem específica.  te-sudoeste, Oeste-noroeste e Norte-noroeste).

O que são os pontos cardeais?


Os pontos cardeais são os indicadores de direção utili-
zados nos produtos cartográficos, ou seja, são eles que aju-
dam na orientação em relação ao espaço. Geralmente o
ponto cardeal que oferece o recurso de localização é o
Norte, comumente apontado para “cima” nos mapas.
Saiba mais: O globo terrestre é um ímã; entenda
Apesar desse padrão de se colocar o Norte voltado
para “cima”, essa não é uma regra geral na Cartografia,
de modo que justamente para isso serve a Rosa dos Ven-
tos, sendo que o Norte pode ser colocado em qualquer
direção, mesmo para baixo, deste que esteja efetivamente
mostrando qual a direção Norte no terreno.
A melhor posição para visualização de um mapa é
olhando-o de cima para baixo, já que as representações
são feitas dessa forma, observando o espaço com uma vi-
são vertical, já que os mapas são representações no plano A rosa-dos-ventos normalmente aponta para a direção
de um objeto esférico. do Norte, mas isso não é regra (Foto: depositphotos)
Os pontos cardeais são os indicadores mais importan-
Definição dos pontos cardeais tes e mais comumente utilizados nos recursos cartográfi-
A definição sobre os pontos cardeais surgiu a partir da cos, sendo que a ampla maioria dos mapas carrega apenas
própria  observação do meio ambiente por parte dos ho- os quatro pontos principais, sendo os demais dedutíveis.
mens. Todas as manhãs, observava-se que o  Sol “nascia” Foi convencionado que o ponto do “nascimento do
aproximadamente no mesmo ponto no horizonte, varian- Sol” seria definido como Leste  para orientação no espa-
do um pouco em relação ao período do ano. Do mesmo ço, enquanto o ponto oposto seria denominado de Oeste.
modo, percebeu-se que o Sol “desaparecia” do lado opos- Assim, para localização espacial utiliza-se uma técnica re-
to ao qual havia surgido pela manhã. A partir disso, foram lativamente simples, embora não muito precisa por conta
estabelecidos dois pontos principais de referência para das variações anuais quanto ao posicionamento do Sol em
orientação espacial. relação à Terra.
Tomando-se estes dois pontos, foram traçados outros
dois, compondo os quatro pontos cardeais. Sendo que Sol nasce a Leste
para uma localização mais precisa, foram ainda estabeleci- Para se localizar no espaço, aponta-se o braço direito
dos os pontos colaterais e subcolaterais, oferecendo ainda para o ponto onde o Sol “nasce”, sendo este o Leste, então
mais exatidão em relação aos pontos no espaço. aponta-se o braço esquerdo em sentido contrário, tendo-
Necessária para se posicionar o mapa, a orientação é -se o Oeste.
explicitada por uma seta com a indicação de uma das dire-
ções da rosa-dos-ventos, normalmente a direção do Norte. O  Sul  sempre estará atrás do observador, e o  Nor-
É comum ainda que ele seja colocado na parte inferior do te sempre estará a sua frente. No entanto, essa técnica ser-
mapa, apontando para a parte superior do mesmo. Mas ve apenas no terreno, sendo que nos mapas é necessária
isso não é uma regra, porque o indicador pode ser colo- uma indicação para que o leitor consiga definir a orienta-
cado em qualquer ponto do mapa. Comumente os mapas ção cartográfica. Há contradições entre os autores quanto
apresentam a Rosa dos Ventos em sua forma tradicional, a obrigatoriedade de indicar a direção em todos os mapas.
mas podem apresentar simplesmente uma seta indicando Ou se seria necessário apenas naqueles em que o Nor-
o Norte.  te não se encontra no topo do mapa. Portanto, quando um
determinado mapa não apresenta indicadores de direção,
Quais são os pontos cardeais, colaterais e subcolate- entende-se que o lado superior deste seja o Norte no es-
rais? paço geográfico.
Diante da necessidade humana de localização e orien-
tação no espaço, foram criados pontos de referência a par-
tir da observação da movimentação dos astros em relação
à Terra, sendo eles:

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia

O Oeste se opõe ao Leste, e o Norte se opõe ao Sul (Imagem: Reprodução)


Norte magnético e Norte verdadeiro
Os indicadores de direção são criações humanas, sendo que não representam fielmente a complexidade do planeta
Terra. Existem algumas contradições quanto ao local preciso dos pontos cardeais, cabendo assim uma diferenciação entre
o Norte magnético e o Norte verdadeiro. O norte magnético é a direção indicada pela agulha de uma bússola, admitindo
que não haja fontes locais de perturbação. Normalmente essa extremidade da agulha é pintada de vermelho ou com tinta
fosforescente.

O desvio pode ser positivo (Leste) ou negativo (Oeste). O norte verdadeiro, ou norte geográfico, é a direção do hori-
zonte no ponto baixado na vertical, do polo celeste norte para a superfície terrestre. Relaciona-se com o posicionamento
e orientação do observador.

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
O norte magnético é a direção indicada pela agulha de Já a escala gráfica representa diretamente o espaço re-
uma bússola (Imagem: Reprodução/Poseidon) lacional e suas medidas.

Fonte: https://www.estudopratico.com.br/pontos-car-
deais/

ESCALAS, PLANTAS E CONVENÇÕES


CARTOGRÁFICAS.

Exemplos de escala gráfica


A escala cartográfica é um importante elemento pre-
sente nos mapas, sendo utilizada para representar a rela- Nos esquemas acima, podemos perceber que cada in-
ção de proporção entre a área real e a sua representação. tervalo entre um número e outro representa uma distância
É a escala que indica o quanto um determinado espaço específica, que é devidamente apontada pela escala. Esse
geográfico foi reduzido para “caber” no local em que ele foi tipo de escala possui o mérito de aumentar e reduzir jun-
confeccionado em forma de material gráfico. tamente ao mapa. Assim, se eu transferir um mapa que es-
Sabemos que os mapas são reproduções reduzidas de tava em um papel menor para um pôster grande, a escala
uma determinada área. Mas essa redução não ocorre de continuará correta, o que não aconteceria com a escala nu-
forma aleatória, e sim de maneira proporcional, ou seja, mérica, que, nesse caso, teria de ser recalculada.
resguardando uma relação entre as medidas originais e Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
suas representações. A expressão numérica dessa propor-
ção é a escala. Escala grande, escala pequena... Qual é a diferença?
Por exemplo: se uma escala de um determinado mapa Imagine que todo mapa é uma visão aérea sobre o de-
é 1:500, significa que cada centímetro do mapa representa terminado espaço. Dessa forma, para saber se uma escala é
500 centímetros do espaço real. Consequentemente, essa grande ou pequena, ou se ela é maior do que outra, basta
proporção é de 1 por 500. entender que a escala nada mais é do que o nível de apro-
Existem, dessa forma, dois tipos de escala, isto é, duas ximação da visão aérea do mapa. Outra forma é observar
formas diferentes de representá-la: a  escala numérica e a escala numérica, lembrando que ela se trata de uma di-
a escala gráfica. A numérica, como o próprio nome sugere, visão. Assim, quanto menor for esse denominador, maior
é utilizada basicamente por números; já a gráfica utiliza-se será a escala.
de uma esquematização. Exemplo. Considere essas duas escalas: a) 1:5000; b)
A escala numérica representa em forma de fração a 1:10000. A primeira escala é uma divisão de 1 para cinco
proporção da escala, havendo, dessa maneira, o seu nume- mil que, quando calculada, com certeza dará um número
rador e o seu denominador. Confira: maior que uma divisão de 1 para dez mil. Portanto, a pri-
meira escala é maior do que a segunda.
Assim, é possível perceber que, quanto maior for a es-
cala, menor será a área representada no mapa e vice-versa,
pois, quanto maior a escala, maior é a aproximação da vi-
são aérea do local representado. Isso nos permite, por sua
vez, um maior nível de detalhamento das informações, pois
quanto mais próximos estamos de um local, mais detalhes
conseguimos visualizar.
Em resumo, a sentença é:

Quanto maior a escala, menor a área representada


e maior é o nível de detalhamento.
Exemplo de escala numérica e os seus termos Um mapa-múndi possui uma escala muito pequena,
com uma área grande representada e, com certeza, apre-
No esquema acima, podemos notar que o numerador sentará menos detalhes do que, por exemplo, um mapa do
representa a área do mapa e o denominador a área real. estado da Bahia, que teria, nesse caso, uma escala grande.
Convém, geralmente, deixar o numerador sempre como 1,
para assim sabermos quanto cada unidade do mapa equi- Cálculo da escala
vale. Quando ela não possui a medida indicada (cm, m, km) Para calcular a escala, basta lembrar o seu conceito: Es-
em sua notação, significa, por convenção, que ela está em cala (E) é a relação (divisão) entre a área do mapa (d) pela
centímetros. Caso contrário, essa unidade de medida pre- área real (D). Assim:
cisa ser apontada.

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
O planalto das Guianas, situado no extremo norte do
Brasil, corresponde ao escudo cristalino das Guianas. Trata-se,
portanto, de terrenos cristalinos do pré-cambriano, altamente
desgastado pela erosão, apresentando, como conseqüência,
modestas cotas altimétricas em sua maior parte. Entretan-
to, nas fronteiras com as Guianas e a Venezuela, existe uma
região de serras, onde aparecem os pontos culminantes do
Assim, para calcular uma escala de um mapa em que relevo brasileiro: o pico da Neblina (serra do Imeri), o pico 31
dois pontos estão a 5 cm de distância um do outro, sen- de Março e o monte Roraima. Dentre as serras podemos citar:
do que, no mundo real, eles estão separados por 1000 cm, Parima, Pacaraima, Surucucu, Tapirapecó, Imeri, etc.
basta aplicar a fórmula: A maior parte do Domínio Amazônico apresenta um
relevo caracterizado por terras baixas. As verdadeiras planí-
E = 5/1000 → E = 1/200 cies (onde predomina a acumulação de sedimentos) ocor-
rem somente ao longo de alguns trechos de rios regionais;
A escala, nesse caso, é de 1:200 ou um para duzentos. os baixos planaltos (ou platôs), também de origem sedi-
mentar, mas em processo de erosão, apresentam a princi-
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/esca- pal e mais abrangente forma de relevo da Amazônia.
las.htm
Clima
A Amazônia apresenta o predomínio do clima Equato-
rial. Trata-se de um clima quente e úmido. Região de baixa
RELEVO, SOLO, HIDROGRAFIA, CLIMA E latitude, apresenta médias térmicas mensais elevadas que
VEGETAÇÃO; TRANSFORMAÇÕES NATURAIS variam de 24 ºC e 27 ºC.
E HUMANAS. A amplitude térmica anual, isto é, as diferenças de tem-
peraturas entre as médias dos meses mais quentes e mais
frios, é bastante baixa (oscilações inferiores a 2 ºC); os índi-
ces pluviométricos são extremamente elevados, de 1500 a
Relevo 2500 mm ao ano, chegando a atingir 4.000 mm; o período
O relevo brasileiro é de formação antiga ou pré-cam- de estiagens é bastante curto em algumas áreas. A região é
briana, sendo erodido e, portanto, aplainado. Apresenta o marcada por chuvas o ano todo.
predomínio de planaltos, terrenos sedimentares e certas
áreas com subsolo rico em recursos minerais. Um outro as- Clima Equatorial
pecto importante consiste na ausência de vulcanismo ativo Este pluviograma apresenta a região de Uaupés, no
e fortes abalos sísmicos, fatos explicados pela distância em Estado do Amazonas, com o tipo de clima predominan-
relação à divisa ou encontro das placas tectônicas, somado te na área. Observe que a linha de temperatura não cai a
à idade antiga do território. menos de 24 ºC e que a pluviosidade é alta durante o ano
todo, não se observando estação seca.
Clima As precipitações que ocorrem nessa região são exem-
O país apresenta o predomínio de climas quentes ou plos de chuvas de convecção, resultantes do movimento
macrotérmicos, devido à sua localização no planeta, apre- ascendente do ar carregado de umidade; essas correntes
sentando uma grande porção de terras na Zona Intertro- de ar ascendentes são conseqüências do encontro dos
pical e uma pequena porção na Zona Intertropical e uma ventos alísios (convergência dos alísios).
pequena porção na Zona Temperada do Sul. A massa de ar Equatorial Continental (Ec) é responsável
É fundamental perceber que a diversidade climática do pela dinâmica do clima em quase toda a região. Somente
na porção ocidental a frente fria (Polar Atlântica) atinge a
País é positiva para a agropecuária e é explicada por vários
Amazônia durante o inverno, ocasionando uma queda de
fatores, destacando-se a latitude e a atuação das massas
temperatura denominando friagem.
de ar.
A massa de ar Equatorial Atlântica (Ea) exerce alguma
influência somente em áreas litorâneas (AP e PA).
DOMÍNIO AMAZÔNICO
Hidrografia
Relevo A hidrografia regional é riquíssima, representada quase
O Domínio Geoecológico Amazônico apresenta um re- que totalmente pela bacia amazônica.
levo formado essencialmente por depressões , originando O rio principal, Amazonas, é um enorme coletor das
os baixos planaltos e as planícies aluviais. Apenas nos ex- chuvas abundantes na região (clima Equatorial); seus
tremos norte e sul desse domínio, é que ocorrem maiores afluentes provêm tanto do hemisférico norte (margem es-
altitudes, surgindo os planaltos das Guianas ao norte e o querda), como o Negro, Trombetas, Jari, Japurá, etc., quan-
Central (Brasileiro) ao sul. (Classificação de Aroldo de Aze- to do hemisfério sul (margem direita), como o Juruá, Purus,
vedo). Madeira, Tapajós, Xingu, etc. Esse fato explica o duplo pe-
ríodo de cheias anuais em seu médio curso.

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
O rio Amazonas (e alguns trechos de seus afluentes) vores de maior porte. São espécies vegetais do Caaetê o
é altamente favorável à navegação. Por outro lado, o po- angelim, caucho, andiroba, castanheira, guaraná, mogno,
tencial hidráulico dessa bacia é atualmente considerado o pau-rosa, salsaparrilha, sorva, etc.
mais elevado do Brasil, localizado sobretudo nos afluentes
da margem direita que formam grande número de quedas O DOMÍNIO DOS CERRADOS
e cachoeiras nas áreas de contatos entre o planalto Brasi- O Cerrado é um domínio geoecológico característico
leiro e as terras baixas amazônicas (Tocantis, Tucuruí). do Brasil Central, apresentando terrenos cristalinos (as cha-
Apresenta a maior variedade de peixes existentes em madas “serras”) e sedimentares (chapadas), com solos mui-
todas as bacias hidrográficas do mundo. A pesca tem uma to precários, ácidos, muito porosos, altamente lixiviados e
grande expressão na alimentação da população local. laterizados.
Além da grande quantidade de rios na região existem A expansão contínua da agricultura e pecuária moder-
os igarapés (córregos ou riachos); os furos (braços de água nas exige o uso de corretivos com calagens e nutrientes,
que ligam um rio a outro ou a um lago); os paranás-mirins que é a fertilização artificial do solo. A mecanização inten-
(braços de rios que contornam elevações formando ilhas siva tem aumentado a erosão e a compactação dos solos.
fluviais) e lagos e várzea. A região tem sido devastada nas últimas décadas pela agri-
cultura comercial policultora (destaque para a soja).
Solos O Cerrado apresenta dos estratos: o arbóreo-arbustivo
A maior parte do Domínio Amazônico apresenta so- e o herbáceo. As árvores de pequeno porte, com troncos e
los de baixa fertilidade. Apenas em algumas áreas restritas, galhos retorcidos, cascas grossas e raízes profundas, deno-
ocorrem solos de maior fertilidade natural, como os solos tam raquitismo, e o lençol freático profundo. A produção
de várzeas em alguns trechos dos rios regionais e a terras da lenha e de carvão vegetal continua a ocorrer, apesar das
pretas, solo orgânico bastante fértil (pequenas manchas). proibições e alertas, bem como da prática das queimadas.

Vegetação Localização
A floresta amazônica, principal elemento natural do O Domínio Geoecológico do Cerrado ocupa quase todo
Domínio Geoecológico Amazônico, abrangia quase 40% da o Brasil Central, abrangendo não somente a maior parte da
área do País. Além do Brasil, ocupa áreas das Guianas, Ve- região Centro-Oeste, mas também trechos de Minas Gerais,
nezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, cobrindo cerca parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão / Piauí.
de 5 milhões de km².
A floresta Amazônica possui as seguintes característi- Relevo
cas: A principal unidade geomorfológica do Cerrado é o
• Latifoliada: com vegetais de folhas largas e grandes; planalto Central, constituído por terrenos cristalinos, bas-
• Heterogênea: apresenta grande variedade de espé- tante desgastados pelos processos erosivos, e por terrenos
cies vegetais, ou grande biodiversidade; sedimentares que formam as chapadas e os chapadões.
• Densa: bastante compacta ou intricada com plantas Destacam-se nesse planalto as chapadas dos Parecis,
muito próximas uma das outras; dos Guimarães, das Mangabeiras e o Espigão Mestre, que
• Perene: sempre verde, pois não perde as folhas no divide das águas das bacias do São Francisco e Tocantins.
outono-inverno como as florestas temperadas (caducifó- Na porção sul desse domínio (MS e GO) localiza-se
lias); parte do planalto Meridional, com a presença de rochas
• Higrófila: com vegetais adaptados a um clima bas- vulcânica (basalto) intercaladas por rochas sedimentares,
tante úmido; formando as cuestas Maracaju, Caiapó, etc.
• Outros nomes: Hiléia, denominação dada por Alexan-
dre Von Humboldt, Inferno Verde, por Alexandre Rangel e Solos
Floresta Latifoliada Equatorial. No Domínio do Cerrado predominam os solos pobres
Apresenta aspectos diferenciados dependendo, princi- e bastante ácidos (pH abaixo de 6,5). São solos altamente
palmente da maior ou menor proximidade dos cursos flu- lixiviados e laterizados, que para serem utilizados na agri-
viais. Pode ser dividida em três tipos básicos ou florestais: cultura, necessitam de corretivos; utiliza-se normalmente
• Caaigapó: ou mata de igapó, localizada ao longo dos o método da calagem, que é a adição de calcário ao solo,
rios nas planícies permanentemente inundadas. São espé- visando à correção do pH.
cies do Igapó a vitória-régia, piaçava, açaí, cururu, marajá, Ao sul desse domínio (planalto Meridional) aparecem
etc. significativas manchas de terra roxa, de grande fertilidade
• Mata de várzea: localizada nas proximidades dos rios, natural (região de Dourados e Campo Grande).
parte da floresta que sofre inundações periódicas. Como
principais espécies temos a seringueira (Hevea brasiliensis), Hidrografia
cacaueiro, sumaúma, copaíba, etc. A densidade hidrográfica é baixa; as elevações do
• Caaetê: ou mata de terra firme, parte da floresta da planalto Central (chapadas) funcionam como divisores de
maior extensão localizada nas áreas mais elevadas (baixos águas entre as bacias Amazônica (rios que correm para o
planaltos), que nunca são atingidas pelas enchentes. Além norte) e Platina (Paraná e Paraguai que correm para o sul)
de apresentar a maior variedade de espécies, possui as ár- e do São Francisco.

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
São rios perenes com regime tropical, isto é, as cheias A baixa e irregular quantidade de chuvas dói Domínio
ocorrem no verão e as vazantes no inverno. da Caatinga pode ser explica pela situação da região em
relação à circulação atmosférica (massa de ar), relevo, geo-
Clima logia, etc.
O principal clima do Cerrado é tropical semi-úmido; Trata-se de uma área de encontro ou ponto final de
apresenta estações do ano bem definidas, uma bastante quatro sistemas atmosféricos: as massas de ar Ec, Ta, Ea e
chuvosa (verão) e outra seca (inverno); as médias térmicas Pa. Quando essas massas de ar atingem a região, já perdem
são elevadas, oscilando entre 20 ºC a 28 ºC e os índices grande parte de sua umidade.
pluviométricos variam em torno de 1.500 mm. O Planalto de Borborema raramente ultrapassa 800 m
Verifica-se pelo climograma anterior a estação seca no de altitude, sendo descontínuo. Portanto, é incapaz de pro-
meio do ano, destacando-se a queda de temperatura. vocar a semi-aridez da área sertaneja.
A presença de rochas cristalinas (impermeáveis) e solos
Vegetação rasos dificulta a formação do lençol freático em algumas
O Cerrado é a vegetação dominante; apresenta normal- áreas, acentuando o problema da seca.
mente dois estratos: um arbóreo-arbustivo, com árvores de Um dos mitos ou explicações falsas do subdesenvol-
pequeno porte (pau-santo, lixeira, pequi) e outro herbáceo, vimento nordestino é a afirmação de que as secas cons-
de gramíneas e vegetação rasteiras com várias espécies de tituem a principal causa do atraso socioeconômico dessa
capim (barba-de-bode, flechinha, colonião, gordura, etc.). região, causando também migração para São Paulo e Rio
Os arbustos possuem os troncos e galhos retorcidos, de Janeiro.
caule grosso, casca espessa e dura e raízes profundas. O es- Na realidade, a pobreza regional é muito mais bem ex-
paçamento entre arbusto e árvores é grande favorecendo a plicada pelas causas históricas e sociais.
prática da pecuária extensiva. As arcaicas estruturas socioeconômicas regionais (es-
Ao longo dos rios, conseqüência da maior umidade do truturas fundiária, predomínio da agricultura tradicional de
solo, surgem pequenas e alongas florestas, denominadas exportação, governos controlados pelas elites locais, bai-
Matas Galeiras ou Ciliares. Essas formações vegetais são xos níveis salariais, analfabetismo, baixa produtividade nas
de grande importância para a ecologia local, pois evitam a atividades econômicas, etc.) explicam muito melhor o sub-
erosão das margens impedindo o assoreamento dos rios;
desenvolvimento nordestino que as causas naturais.
favorecem ainda a fauna e a vida do rio.
A seca é apenas mais agravante, que poderia ser solu-
Nos últimos anos, como conseqüências da expansão
cionada com o progresso socioeconômico regional.
da agricultura na região, as Matas Galerias e o Cerrado
sofrem intenso processo de destruição, afetando o meio
Hidrografia
ambiente regional.
A mais importante bacia hidrográfica do Domínio da
Caatinga é a do São Francisco. Apesar de percorrer áreas
O DOMÍNIO DAS CAATINGAS
de clima semi-árido, é um rio perene embora na época das
Este domínio é marcado pelo clima tropical semi-árido, secas possua um nível baixíssimo de águas. É navegável
vegetação de caatinga, relevo erodido, destacando-se o em seu médio curso numa extensão de 1370 km, no trecho
maciço nordestino e a hidrografia intermitente. que vai de Juazeiro (BA) a Pirapora(MG). Atualmente essa
A Zona da Mata ou litoral oriental é a sub-região mais in- navegação é de pouca expressão na economia regional,
dustrializadas, mais populosa, destacando-se o solo de massa- devido à concorrência das rodovias. Rio de planalto, apre-
pé (calcário e gnaisse), com as tradicionais lavouras comerciais senta, sobretudo em seu baixo curso, várias quedas, favo-
de cana e cacau. O agreste apresenta pequena propriedades recendo a produção de energia elétrica (usinas de Paulo
com policultura visando a abastecer o litoral. O sertão é marca- Afonso, Sobradinho etc.).
do pela pecuária em grandes propriedades. Já o Meio-Norte, A maior parte de seus afluentes são intermitentes ou
apresenta grandes propriedades com extrativismo. temporários, reflexo das condições locais.
Além do São Francisco, existem vários outros que dre-
Clima nam a Caatinga: os rios intermitentes da bacia do Nordeste
O Domínio da Caatinga apresenta como característica como o Jaguaribe, Acaraú, Apodi, Piranhas, Capibaribe, etc.
mais marcante a presença do clima semi-árido. É um tipo
de clima tropical, portanto, quente, mais próximo do árido Convém lembrar que o rio São Francisco possui três
(seco); as médias de chuvas anuais são inferiores a 1000 apelidos importantes:
mm (Cabaceiras, PB – 278 mm, mais baixa do Brasil), con- • Rio dos Currais: devido ao desenvolvimento da pe-
centradas num curto período (três meses do ano) – chuvas cuária extensiva no sertão.
de outono-inverno. A longa estação seca é bastante quen- • Rio da Unidade Nacional: devido ao seu trecho na-
te, com estiagens acentuadas. vegável ligando o Sudeste ao Nordeste, sendo as regiões
Esse pluviograma da região Cabaceiras, Na Paraíba, é o mais importantes na fase colonial.
mais representativo do clima semi-árido do Sertão nordes- • Rio Nilo Brasileiro: devido à semelhança com o rio
tino. A região apresenta o menor índice pluviométrico do africano, pois nasce numa área úmida (MG – serra da Ca-
Brasil, com 278 mm de chuvas. Observe o predomínio do nastra) e atravessa uma área seca, sendo perene. Além de
tempo seco e a temperatura elevada durante o ano todo. apresentar o sentido sul-norte e ser axorréico.

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
Relevo levando águas para o Rio Grande do Norte, Paraíba e Per-
No domínio das Caatingas predominam depressões nambuco. Mas o projeto é polêmico, podendo colocar em
interplanálticas, exemplificadas pela Sertaneja e a do São risco o rio São Francisco.
Francisco.
A leste atinge o planalto de Borborema (PE) e a Cha- O DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS
pada Diamantina (sul da Bahia). A oeste estende-se até o
Espigão Mestre e a Chapada das Mangabeiras. Nos limites Localização
setentrionais desse domínio, localizam inúmeras serras ou Esse domínio geoecológico localiza-se na porção
chapadas residuais, como Araripe, Grande, Ibiapada, Apodi, oriental do País, desde o Nordeste até o Sul. Na região Su-
etc. deste, penetra para o interior, abrangendo o centro-sul de
O interior do planalto Nordestino é uma área em pro- Minas Gerais e São Paulo.
cesso de pediplanação, isto é, a importância das chuvas é
pequena (clima semi-árido) nos processos erosivos, pre- Relevo
dominando o intemperismo físico (variação de temperatu- O aspecto característico do Domínio dos Mares de
ra) e ação dos ventos (erosão eólica), que vão aplainando Morros encontra-se no relevo e nos processos erosivos.
progressivamente o relevo (fragmentação de rochas e de O planalto Atlântico (Classificação Aroldo Azevedo) é a
blocos). unidade do relevo que mais se destaca; apresenta terrenos
É comum no quadro geomorfológico nordestino a pre- cristalinos antigos, datados do pré-cambriano, correspon-
sença de inselbergs, que são morros residuais, composto dendo ao Escudo Atlântico. Nesse planalto estão situadas
normalmente por rochas cristalinas. as terras altas do Sudeste, constituindo um conjunto de sa-
Os solos do Domínio da Caatinga são, geralmente, liência ou elevações, abrangendo áreas que vão do Espírito
pouco profundas devido às escassas chuvas e ao predomí- Santo a Santa Catarina.
nio do intemperismo físico. Apesar disso, apresentam boa Entre as várias serras regionais como a do Mar, Man-
quantidade de minerais básicos, fator favorável à prática da tiqueira, Espinhaço, Geral, Caparão (Pico da Bandeira = 2
agricultura. A limitação da atividade agrícola é represen- 890 m), etc.
tada pelo regime incerto e irregular das chuvas, problema A erosão, provocada pelo clima tropical úmido, asso-
que poderia ser solucionado com a prática de técnicas ade- ciada a um intemperismo químico significativo sobre os
quadas de irrigação. terrenos cristalinos (granito/gnaisse), é um dos fatores
A paisagem arbustiva típica do Sertão Nordestino, que responsáveis pela conformação do relevo, com a presença
dá o nome a esse domínio geoecológico, é a Caatinga (caa de morros com vertentes arredondadas (morros em Meia
= mata; tinga = branco). Possui grande heterogeneidade Laranja, Pães-de-Açúcar).
quanto ao seu aspecto e composição vegetal. Entre a serra do Mar e a da Mantiqueira, localiza-se a
Em algumas áreas, forma-se uma mata rala ou aberta, depressão do rio Paraíba do Sul (vale do Paraíba) formada
com muitos arbustos e pequenas árvores, tais como juazei- a partir de uma fossa tectônica.
ro, a aroeira, baraúna, etc. Em outras áreas o solo apresen-
ta-se quase que descoberto, proliferando os vegetais xeró- Solos
filos, como as cactáceas (mandacaru, facheiro, xique-xique, Na Zona da Mata Nordestina encontra-se um solo de
coroa de frade, etc.) e as bromeliáceas (macambira). grande fertilidade, denominando massapé; originou-se da
É uma vegetação caducifólia, isto é, na época das secas decomposição do granito, gnaisse e, ás vezes, do calcário.
as plantas perdem suas folhas, evitando-se assim a evapo- No Sudeste, ocorre a presença de um solo argiloso,
transpiração. de razoável fertilidade, formado, principalmente, pela de-
Os brejos são as mais importantes áreas agrícolas do composição do granito em climas úmidos, denominado
sertão. São áreas de maior umidade, localizadas em encos- salmourão.
tas das serras ou vales fluviais, isto é, regatos e riachos. As É o domínio geoecológico brasileiro mais sujeito aos
cabeceiras são formadas pelos “olhos d’água” (minas). processos erosivos, conseqüência do relevo acidentado e
da ação de clima tropical úmido. O intemperismo quími-
Projetos co atinge profundamente as rochas dessa área, formando
A região Nordeste é marcada por projetos, destacando solos profundos, intensamente trabalhados pela ação das
os relacionados à irrigação. O mais famoso envolve as ci- chuvas e enxurradas. É comum a ocorrência de deslizamen-
dades vizinhas e separadas pelo rio São Francisco, Petrolina tos, causados pela destruição da vegetação natural, práti-
(PE) e Juazeiro (BA). O clima seco e a irrigação controlada cas agrícolas inadequadas, etc.
favorecem o controle de pragas, e o cultivo de frutas para
exportação marca a paisagem, com influência de capital Hidrografia
estrangeiro. As terras altas do Sudeste dividem as águas de várias
Porém, existem projetos eleitoreiros, que não saem do bacias Paranaica (Grande Tietê, etc.), bacias Secundárias do
papel, como o da transposição das águas do São Francis- Leste (Paraíba do Sul, Doce) e Sul.
co: antiga ideia de construir um canal artificial, envolven- A maior parte dos rios são planálticos, encachoeira-
do Cabrobó (PE) e Jati (CE), ligando os rios São Francisco dos, com grande número de quedas ou saltos, corredeiras
ao Jaguaribe, com 115 km. Deste canal, nasceriam outros, e com elevado poder de erosão. O potencial hidráulico é

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
também de vários rios de maior extensão que correm dire- Solos
tamente para o mar (bacias Secundárias ). A serra do Mar re- Aparecem, nesse domínio, solos de grande fertilidade
presenta uma linha de falhas que possibilita, também, a pro- natural, como a terra roxa a oeste do Paraná, solo de ori-
dução energética (exemplo: usinas Henry Borden I e II que gem vulcânica, de cor vermelha, formado pela decomposi-
aproveitam as águas do sistema Tietê – Pinheiros- Billings). ção do basalto.
Esses rios apresentam cheias de verão e vazante de in- Em vários trechos do Rio Grande do Sul, ocorrem vas-
verno (regime pluvial tropical). tas áreas do solos fértil, denominando brunizem (elevado
teor de matéria orgânica).
Clima São encontrados ainda, nesse domínio, solos ácidos,
O Domínio dos Mares de Morros apresenta o predomí- pobre em mineiras e de baixa fertilidade natural.
nio do clima tropical úmido. Na Zona da Mata Nordestina,
as chuvas concentram-se no outono e inverno. Clima
Na região Sudeste, devido a maiores altitudes, o clima O domínio das araucárias apresenta como clima pre-
é o tropical de altitude, com médias térmicas anuais entre dominante o subtropical. Ao contrário dos demais climas
14 ºC e 22 ºC. As chuvas ocorrem no verão, que é muito brasileiros, pode ser classificado como mesotérmico, isto é,
quente. No inverno, as médias térmicas são mais baixas, temperaturas médias, não muito elevadas.
por influência da altitude e da massa de ar Pa (Polar Atlân- As chuvas ocorrem durante o ano todo; durante o ve-
cia). rão são provocadas pela massa deserta (Tropical Atlânti-
No litoral, sobretudo no norte de São Paulo, a pluviosi- ca). No inverno, é freqüente a penetração da massa Polar
dade é elevadíssima, conseqüência da presença da serra do Atlântica (Pa) ocasionando chuvas frontais, precipitações
Mar, que barra a umidade vinda do Atlântico (chuvas oro- causadas pelo encontro da massa de ar quente (Ta) com a
gráficas ou de relevo). Em Itapanhaú, litoral de São Paulo, fria (Pa). Os índices pluviométricos são elevados, variando
foi registrado o maior anual de chuvas (4.514 mm). de 1.250 a 2.000 mm anuais.
Forte influência da massa de ar Polar Atlântica princi-
Vegetação
palmente no outono e no inverno, quando é responsável
A principal paisagem vegetal desse domínio era, ori-
pela formação de geadas, quedas de neve em São Joaquim
ginalmente, representada pela mata Atlântica ou floresta
(SC). Gramado (RS) e São José dos Ausentes (RS), chuvas
latifoliada tropical. Essa formação florestal ocupava as ter-
frontais e redução acentuada de temperatura.
ras desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul,
cobrindo as escarpas voltadas para o mar e os planaltos in-
Vegetação
teriores do Sudeste. Apresentava, em muitos trechos, uma
O Domínio das Araucárias apresenta o predomínio da
vegetação imponente, com árvores de 25 a 30 metros de
altura, como perobas, pau-d’alho, figueiras, cedros, jaca- floresta aciculifoliada subtropical ou floresta das Araucá-
randá, jatobá, jequitibá, etc. rias. Originalmente, localizava-se das terras altas de São
Com o processo de ocupação dessas terras brasileiras, Paulo até o Rio Grande do Sul, sendo o único exemplo bra-
essa floresta sofreu grandes devastações. No início, foi a sileiro de conífera. Também denominada mata dos Pinhais,
extração do pau-brasil; posteriormente, a agricultura da ca- apresenta as seguintes características gerais:
na-de-açúcar (Nordeste) e a do café (Sudeste). • Os pinheiros apresentam folhas em forma de agulha
Atualmente, restam apenas alguns trechos esparsos (aciculifoliadas).
em encostas montanhosas. • Ocupam principalmente os planaltos meridionais do
Brasil.
O DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS • Não é uma floresta homogênea porque possui man-
chas de vegetais latifoliados.
Localização • É uma formação de vegetação menos densa.
Abrange áreas altas do Centro-Sul do País, sobretudo • Foi intensamente devastada.
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. • Área de colonização européia no século XIX (italianos
e alemães)
Relevo
O Domínio das Araucárias ocupa áreas pertencentes ao Hidrografia
Planalto Meridional do Brasil; as altitudes variam entre 800 O Domínio das Araucárias é drenado, principalmen-
e 1.300 metros; apresentam terrenos sedimentares (Paleo- te, por rios pertencentes às bacias Paranaica e do Uruguai
zóico), recobertos, em partes, por lavas vulcânicas (basalto) (alto curso).
datadas do Mesozóico. São rios de planaltos com belíssimas cachoeiras e que-
Além do planalto arenito basáltico, surgem a Depres- das, o que lhes confere em elevado potencial hidráulico.
são Periférica e suas cuestas. São relevos salientes, forma- Embora o Paraná apresente um regime tropical, com
dos pela erosão diferencial, ou seja, ação erosiva sobre ro- cheias de verão (dezembro a março), a maior parte dos
chas de diferentes resistências; apresentam uma vertente rios desse domínio possui regime subtropical (Uruguai, por
inclinada, denominada frente ou front e um reverso suave. exemplo), com duas cheias e duas vazantes anuais, apre-
Essas frentes de cuestas são chamadas serras: Geral, Botu- sentando pequena variação em sua vazão, conseqüência
catu, Esperança, etc. do regime de chuvas, distribuído durante o ano todo.

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
Características Gerais Nos vales fluviais, surgem capões de matas (matas de
• Bacias do rio Paraná (parte) e do rio Uruguai (alto galerias ou ciliares) que quebram a monotonia da paisa-
curso). gem rasteira, formando verdadeiras ilhas de vegetação em
• Os afluentes da margem esquerda do rio Paraná se meio aos campos.
formam nos planaltos e nas serras da porção oriental das
regiões Sudeste e Sul; portanto, correm de leste para o Solos
oeste. Apresentam boa fertilidade natural.
• A bacia hidrográfica do Paraná possui o maior poten- Formação de areais e campos de dunas no sudoeste do
cial hidrelétrico instalado no País. Rio Grande do Sul (Alegrete, Quarai, Cacequi).
• Hidrovia do Tietê-Paraná. A utilização do conceito de desertificação é conside-
• O rio Uruguai e rio Iguaçu apresentam um regime rado inadequado para a região, porque ela não apresenta
subtropical. um clima árido ou semi-árido, como também não existem
evidências de que o processo estaria alterando o clima re-
O DOMÍNIO DAS PRADARIAS gional, sendo assim o termo mais indicado, segundo a pes-
quisadora Dirce Suertegaray, é arenização.
O Domínio das Pradarias, também, conhecido como O geógrafo José Bueno Conti utiliza o termo deserti-
Campanha Gaúcha ou Pampas, abrange vastas áreas (Cen- ficação ecológica, que corresponde ao processo interativo
tro-Sul) do Rio Grande do Sul, constituindo-se em um pro- entre o homem (uso predatório dos recursos naturais por
longamento dos campos ou pradarias do Uruguai e Argen- meio da agricultura e da pecuária) e o meio ambiente (cli-
tina pelo território brasileiro. ma úmido – arenito Botucatu).
O centro-sul do Rio Grande do Sul é marcado por baixa
densidade demográfica, clima subtropical e por uma eco- Hidrografia
nomia que apresenta cultivos mecanizados (soja) ou gran- Envolve partes das bacias hidrográficas do Uruguai e
des estâncias com pecuárias extensiva. O povoamento é de do Sudeste e Sul. Os rios desse domínio são perenes mas
origem ibérica. de baixa densidade hidrográfica, com traçados meândricos
(curvas), favoráveis à navegação.
Relevo Alguns correm para o Leste (bacia Secundária do Sul),
Este domínio engloba três unidades do relevo brasi- desaguando nas lagoas litorâneas como Patos (maior do
leiro: planaltos e chapadas da bacia do paraná (oeste), de- Brasil), Mangueira e Mirim. Os rios Jacuí (Guaíba) e Cama-
pressão periférica sul-rio-grandense (centro) e o planalto quã são exemplos. Outros correm em direção ao Oeste
sul-rio-grandense (centro) e o planalto sul-rio-grandense (bacia do Uruguai), como os rios Quarai, Ijuí, etc.
(leste). Trata-se de um baixo planalto cristalino com alti-
tudes médias entre 200 e 400 metros, onde se destacam Questoes anbientais
conjuntos de colinas onduladas denominadas coxilhas, ou Impactos ambientais são efeitos causados no meio
seja, pequenas elevações onduladas. As saliências mais sig- ambiente que decorrem de atividades humanas ou natu-
nificativas (cristas), de maior altitudes, são chamadas regio- rais. Muitas atividades são potencialmente causadoras de
nalmente de cerros. danos ambientais. Podemos citar como principais danos
No litoral do Rio Grande do Sul são comuns as lagoas ambientais enfrentados hoje, o aquecimento global, a ex-
costeiras (Patos, Mirim e Mangueira), isoladas pelas restin- tinção de espécies, o desmatamento e outros. Com o in-
gas, as faixas de areia depositada paralelamente ao litoral, tuito de minimizar os danos irreversíveis ao meio ambiente,
graças ao dinamismo oceânico, formando um aterro na- foi criado uma série de procedimentos legais que deve-
tural. rão ser observados pelas empresas, órgãos públicos e pela
própria sociedade. É o que veremos a seguir:
Clima O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) constitui-se em
O clima é subtropical com temperatura média anual instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, posto
baixa, devido a vários fatores, destacando-se a latitude e a ser requisito indispensável à concessão do licenciamento
ocorrência de frentes frias (mPa). de obras ou atividades potencialmente causadoras de sig-
Apresenta considerável amplitude térmica e, no verão, nificativa degradação ambiental. Na condição de instru-
as áreas mais quentes são Vale do Uruguai e a Campanha mento, o EIA possui natureza jurídica de Instituto Consti-
Gaúcha, que registram máximas diárias acima de 38º. As tucional, por força do inciso IV do § 1º do artigo 225 da
chuvas são regulares. Constituição da República Federativa do Brasil, que incum-
be à Administração Pública:
Vegetação Exigir, na forma da Lei, para instalação de obra ou ativi-
A paisagem vegetal típica é constituída pelos Campos dade potencialmente causadora de significativa degradação
Limpos ou Pampas, onde predominam gramíneas, cuja al- do meio ambiente, estudo de impacto ambiental, a que se
tura varia de 10 a 50 cm aproximadamente. É a vegetação dará publicidade.
brasileira (natural) mais favorável à prática da pecuária, tra- A Política Nacional do Meio Ambiente, através de suas
dicional atividade dessa região. finalidades, apresenta-se como importante instrumento
capaz de assegurar o cumprimento do objetivo constitu-

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
cional, do direito ao meio ambiente ecologicamente equi- preendimentos e atividades utilizadoras de recursos am-
librado. A incumbência ao Poder Público de exigir o Es- bientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluido-
tudo Prévio de Impacto Ambiental faz-se necessário nas ras, ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
ocasiões em que o processo de Licenciamento tenha como degradação ambiental, considerando as disposições legais
objetivo a instalação de obra ou atividade potencialmente e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
causadora de significativa degradação ambiental, visando O licenciamento ambiental é ato único, porém dividido
assegurar que as referidas obras e atividades não colo- em etapas, fazendo-se necessário a intervenção de vários
quem em risco o meio ambiente. A preservação do meio agentes, devendo ser precedido de estudo de impacto am-
ambiente é tema de grande importância em nosso planeta, biental (EIA) e relatório de impacto ambiental (RIMA), sem-
por ser hoje inquestionável a esgotabilidade dos recursos pre que presente a relevância do impacto ambiental.
naturais.
Os danos causados na natureza pela instalação de algu- Estudo de Impacto Ambiental
mas atividades, muitas vezes são irreversíveis, ocasionando
uma série de problemas, tais como o incidente ocorrido na O Estudo de Impacto Ambiental é requisito indispen-
cidade de Cubatão pelo nascimento de fetos malformados sável para a concessão do licenciamento Ambiental, pois
(anencefalia), decorrentes da emissão de níquel nos bairros serve para oferecer uma análise técnica dos efeitos que de-
residentes daquele município. Daí a importância de uma correrão da implantação do projeto. O estudo deve ofere-
política preservacionista que vise na medida do possível, a cer uma visão abrangente das consequências da instalação
integridade do nosso ecossistema. de determinada atividade e o Órgão público competente
deverá realizar um balanço entre todas as opções conside-
Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA radas. Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos
relativos aos aspectos ambientais relacionados à localiza-
Surgiu no Brasil, em 1981, o instituto legal chamado: ção, instalação, operação e ampliação de uma atividade
Política Nacional do Meio Ambiente, posteriormente re- ou empreendimento, apresentado como subsídio para a
cepcionado pela Constituição da República. A Política Na- análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental
cional do meio Ambiente, Lei 6.938 de 31 de agosto de preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, pla-
1981, tem por objetivo geral, o disposto em seu artigo 2º: no de recuperação de área degradada e análise preliminar
[...] preservação, melhoria e recuperação da qualidade de risco. Hoje podemos contar com esses instrumentos de
ambiental propícia à vida, visando assegurar ao país, con- proteção ao meio ambiente, porém cabe à coletividade, e à
dições de desenvolvimento socioeconômico, aos interesses Administração Pública fiscalizar e dar cumprimento a esses
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida instrumentos para minimizar os danos ambientais.
humana [...] Com a revolução agrícola, há aproximadamente 10.000
A PNMA traça uma lista mais ampla de objetivos, a.C, o impacto sobre a natureza começou a aumentar gra-
dentre eles a “compatibilização do desenvolvimento eco- dativamente, devido a derrubada das florestas em alguns
nômico-social com a preservação da qualidade do meio lugares para permitir a pratica da agricultura e pecuária.
ambiente e do equilíbrio ecológico”. A proteção do meio Além disso, a derrubada de matas proporcionava madei-
ambiente, como objetivo da Política Nacional do Meio Am- ra para a construção de abrigos mais confortáveis e para
biente, não visa coibir o desenvolvimento econômico em a obtenção de lenha. A partir de então, alguns impactos
nosso país, mas busca o equilíbrio desse desenvolvimento sobre o meio ambiente já começaram a se fazer notar: al-
social com o meio ambiente de forma que o problema da terações em algumas cadeias alimentares, como resultado
degradação não seja maior que o benefício do crescimen- da extinção de espécies animais e vegetais; erosão do solo,
to econômico. Nesse sentido a PNMA instituiu o Sistema como resultado de pratica agrícolas impróprias; poluição
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído pela do ar, em alguns lugares, ela queima das florestas e da le-
União, Estados e Municípios, dando ao Estado uma maior nha; poluição do solo e da água, em pontos localizados,
responsabilidade na execução das normas protetoras ao por excesso de matéria orgânica.
meio ambiente, permitindo que estes estabeleçam normas  Outro importante resultado da revolução agrícola foi
próprias. o surgimento das primeiras cidades, há mais ou menos
O SISNAMA tem por órgão superior o Conselho Nacio- 4.500 anos. A população humana passou a crescer num
nal do Meio Ambiente (CONAMA) que editou normas de ritmo mais rápido do que até então.  Paralelamente a es-
grande valia, dentre elas o licenciamento ambiental, trazido pantosa aceleração do crescimento demográfica, ocorreu
pela PNMA, como um de seus instrumentos, capaz de coi- avanços técnicos inimagináveis para o homem antigo, que
bir a ação de atividades ou obras potencialmente causado- aumentaram cada vez mais capacidade de transformação
ras de significativa degradação ambiental. da natureza.   Assim, o limiar entre o homem submisso a
natureza e senhor dela é marcado, pela Revolução Indus-
Licenciamento Ambiental trial, nos séculos XVIII e XIX. Os impactos ambientais pas-
saram acrescer em ritmo acelerado, chegando a provocar
Licenciamento Ambiental é um procedimento adminis- desequilíbrio não mais localizado, mas em escala global. Os
trativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia ecossistemas têm incrível capacidade de regeneração e re-
a localização, instalação, ampliação e a operação de em- cuperação contra eventuais impactos esporádicos, descon-

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
tínuos ou localizados, muitos dos quais provocados pela - Aumento do processo erosivo, o que leva a um em-
própria natureza, mas a agressão causada pelo homem e pobrecimento dos solos, como resultado da retirada de sua
contínua, não dando chance nem tempo para a regenera- camada superficial, e, muitas vezes, acaba inviabilizando a
ção do meio ambiente. agricultura; 
  - Assoreamento de rios e lagos, como resultado da ele-
Principais impactos vação da sedimentação, que provoca desequilíbrios nesses
  ecossistemas aquáticos, além de causar enchentes e, mui-
Impacto ambiental deve ser entendido como um de- tas vezes, trazer dificuldades para a navegação;
sequilíbrio provocado por um choque, resultante da ação - A elevação das temperaturas locais e regionais, como
do homem sobre o meio ambiente. No entanto, pode ser consequência da maior irradiação e calor para atmosfera a
resultados de acidentes naturais: a explosão de vulcão partir do solo exposto. Boa parte da energia solar é absor-
pode provocar poluição atmosférica. Mas devemos dar vida pela floresta para o processo de fotossíntese e eva-
cada vez mais atenção aos impactos causados pela ação potranspiração, Sem a floresta, quase toda essa energia é
do homem. Quando dizemos que o homem causa desequi- devolvida para a atmosfera em forma de calor, elevando as
líbrios, obviamente estamos falando do sistema produtivo temperaturas médias.
construído pela humanidade ao longo de sua historia. Um - Agravamento dos processos de desertificação 
impacto ocorrido em escala local, posa ter também con- - Proliferação de pragas e doenças, como resultado de
sequências em escala global. Por exemplo, a devastação desequilíbrio nas cadeias alimentares. Algumas espécies,
de florestas tropicais por queimadas para a introdução de geralmente insetos, antes sem nenhuma nocividade, pas-
pastagens pode provocar desequilíbrios nesse ecossistema sam a proliferar exponencialmente com a eliminação de
natural. Mas a emissão de gás carbônico como resultado seus predadores, causando graves prejuízos, principalmen-
da combustão das árvores vai colaborar para o aumento da te para agricultura. 
concentração desse gás na atmosfera, agravando o “efei-
to estufa”. Assim, os impactos localizados, ao se somarem, Além desses impactos locais e regionais da devastação
acabam tendo um efeito também em escala global. das florestas, há também a queima das florestas que tem
  colaborado para aumentar a concentração de gás carbôni-
As florestas tropicais co na atmosfera. É importante lembrar que esse gás é um
  dos principais responsáveis pelo efeito estufa.
Um dos principais impactos ambientais que ocorrem
em um ecossistema natural é a devastação das florestas, O desmatamento no Brasil
notadamente das florestas tropicais, as mais ricas em bio-
diversidades. Essa devastação ocorre basicamente por fa- Há três importantes fatores responsáveis pelo desflo-
tores econômicos, tanto na Amazônia quanto nas florestas restamento no Brasil: as madeireiras, a pecuária e o cultivo
africanas e nas do Sul e Sudeste Asiático. O desmatamento da soja. Como boa parte opera ilegalmente, principalmente
ocorre principalmente como consequência da: na Amazônia, os estragos na floresta são cada vez maiores.
Os estados mais atingidos pelo desflorestamento são Pará
- Extração da madeira para fins comerciais; e Mato Grosso. A média de madeira movimentada na Ama-
- Instalação de projetos agropecuários; zônia - é de aproximadamente 40 milhões de m³. Apenas
- Implantação de projetos de mineração; 3% desse total é de madeira legalizada.
- Construção de usinas hidrelétricas;  
- Propagação do fogo resultante de incêndios;  Impactos ambientais em ecossistema agrícolas
Os incêndios ou queimadas de florestas, que conso-  
mem uma quantidade incalculável de biomassa todos os Como resultado da modernização do campo e da in-
anos, são provocados para o desenvolvimento de ativida- trodução de novas técnicas agrícolas, a produção de ali-
des agropecuárias. Podem também ser resultado de uma mentos aumentou significativamente. Contudo, apesar dos
prática criminosa difícil de cobrir ou ainda de acidentes, espantosos avanços tecnológicos, a fome ainda ronda mi-
inclusive naturais. A primeira consequência do desmata- lhões de pessoas em países subdesenvolvidos, principal-
mento é a destruição da biodiversidade, como resultado mente na África. Além disso, como resultado da revolução
da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies agrícola, enfrenta-se, atualmente, uma série de desequilí-
vegetais e animais. Um efeito muito sério, do desmatamen- brios no meio ambiente.
to é o agravamento dos processos erosivos. Em uma flores-  Poluição com agrotóxicos: O plantio de uma única es-
ta, as árvores servem de anteparo para as gotas de chuva, pécie em grandes extensões de terra tem causado desequi-
que escorrem pelos seus troncos, infiltrando-se no subsolo. líbrio nas cadeias alimentares preexistentes, favorecendo a
Além de diminuir a velocidade de escoamento superficial, proliferação de vários insetos, que se tornaram verdadeiras
as árvores evitam o impacto direto da chuva com o solo e pragas com o desaparecimento de seus predadores natu-
suas raízes ajudam a retê-lo, evitando a sua desagregação. rais. Por outro lado, a maciça utilização de agrotóxicos, na
A retirada da cobertura vegetal expõe o solo ao impacto tentativa de controlar tais insetos, tem levado a prolifera-
das chuvas. As consequências dessa interferência humana ção de linhagens resistentes, forçando a aplicação de pes-
são várias. ticidas cada vez mais potentes. Isso, além de causar doen-

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
ças nas pessoas que manipulam e aplicam esses venenos e Poluição das Águas em sistemas urbanos
naqueles que consomem os alimentos contaminados, tem  
agravado a poluição dos solos. Nas grandes aglomerações urbanas, o problema da
  poluição das águas assume proporções catastróficas. Nas
Erosão: Outro impacto sério causado pela agricultura é cidades, há um elevado consumo de água e, consequente-
a erosão do solo. A perda de milhares de toneladas de solo mente, uma infinidade de fontes poluidoras, tanto na for-
agricultável todos os anos, em consequência da erosão, é ma de esgotos domésticos como de fluentes industriais. 
um dos mais graves problemas enfrentados pela economia Há a necessidade de implantação de um sistema de
agrícola. O processo de formação de novos solos, como coleta e tratamento dos esgotos domiciliares e industriais
resultado do intemperismo das rochas, é extremamente para que, depois de utilizada, a água retorne limpa a na-
lento, daí a gravidade do problema. tureza.
O combate a erosão  
  Problemas do lixo
- Terraceamento: Consiste em fazer cortes formando  
degraus nas encostas das montanhas, o que dificulta ao Onde há serviço de coleta, o lixo é depositado em ter-
quebrar a velocidade de escoamento da água, o processo renos usados exclusivamente para esse fim, os chamados
erosivo. Essa técnica é muito comum em países asiáticos, lixões, que são depositados a céu aberto, ou então enterra-
como a China, o Japão, a Tailândia. do e compactado em aterros sanitários. Esses locais sofrem
graves impactos ambientais. O acúmulo de lixo no solo traz
- Curvas de nível: Esta técnica consiste em arar o solo uma série de problemas não somente para alguns ecossis-
e depois e fazer semeadura seguindo as cotas altimétricas temas, mas também para a sociedade: proliferação de inse-
do terreno. Pra reduzi-la ainda mais, é comum a constru- tos e ratos, que podem transmitir várias doenças, decom-
ção de obstáculos no terreno, espécies de canaletas, com posição bacteriana da matéria orgânica que além de gerar
terra retirada dos próprios sulcos resultantes da aração. O um mau cheiro típico, produz um caldo escuro e ácido de-
cultivo seguindo as curvas de nível é feito em terrenos com
nominado chorume, o qual, nos grandes lixões, infiltra-se
baixo declive, propício a mecanização.
no subsolo, contaminado o lençol freático, contaminação
 
do solo e das pessoas que manipulam o lixo com produtos
- Associação de culturas:
tóxicos e o acúmulo de materiais não-biodegradáveis.
 
Em  que deixam boa parte do solo exposto a erosão é
Soluções para o lixo
comum plantar entre uma fileira e outra, espécies legumi-
As soluções para o problema do lixo urbano são várias,
nosas que recobrem bem o terreno. Essa técnica, além de
dependendo da fonte produtora. No caso do lixo hospita-
evitar a erosão, garante o equilíbrio orgânico do solo.
  lar, por exemplo, não há outra saída a não ser a incinera-
Poluição das águas em ecossistemas ção, dada a sua alta periculosidade por causa do risco de
naturais e em ecossistemas agrícolas contaminação.
  Para o lixo orgânico, predominante nos países subde-
- Uma das piores formas de poluição das águas num senvolvidos, o ideal seria o retorno do lixo ao solo, para
ecossistema natural é o derrame de mercúrio nos rios, la- servir como adubo orgânico ou também para a produção
gos e mares. O mercúrio, metal pesado e extremamente de gás metano, resultante da fermentação anaeróbica, que
tóxico, tende a se concentrar no organismo dos animais, pode ser usado como combustível. No Brasil aproximada-
como os peixes. Como essa concentração é cumulativa, mente 70% do total do lixo domiciliar é orgânico, essa é
tende a ser muito maior no último elo da cadeia alimentar, uma boa saída para o país. Em muitos países da Europa
que é justamente o homem. Por se acumular mais facil- Ocidental, o lixo orgânico é triturado e enviado pela pia ao
mente no cérebro, provoca sérios problemas neurológicos. esgoto.
Há muitos rios e lagos na Amazônia e no Pantanal con- Já para o lixo inorgânico, o ideal seria a coleta seletiva,
taminados com mercúrio, por causa do garimpo e ouro. que possibilitaria a reciclagem de grande parte dos mate-
Outra forma de poluição das águas em ecossistemas riais contidos no lixo domiciliar e industrial.
naturais é o carreamento, quantidades de agrotóxicos e de Muitos países instalaram usinas de incinerações do
fertilizantes utilizados pela agricultura moderna. Acabam lixo. Mas, a não ser que a energia produzida seja utilizada
escoando para os rios e lagos e, muitas vezes, atingem frá- para algum fim, como no caso da França, que utiliza para
geis ecossistemas naturais, causando grandes desequilíbrios. aquecimento dos metrôs, essa é uma saída pouco racional
O excesso de alimentos provoca uma enorme proliferação de em termos ambientais, pois desperdiça grande quantidade
algas, que logo morrem, consumindo enorme quantidade de de matérias e de energia, além de poluir o ar.
oxigênio no processo de decomposição e, assim, matando os A grande dificuldade para um melhor aproveitamento
peixes por asfixia. Assim, a poluição orgânica mata os peixes do lixo está exatamente na forma de coleta. Como é sólido,
por asfixia, e não por envenenamento. o lixo tem de ser coletado por caminhões, o que por si só
Outro caso grave de poluição das águas que sempre já cria algumas dificuldades.
ocorre é o derrame de petróleo nas águas oceânicas.

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
Aquecimento Global O Desmatamento
O aquecimento global é o aumento gradual da tempera- Outra causa do aquecimento global é o desmatamen-
tura do planeta, confirmado por diversas pesquisas. De acor- to. Ao acabar com as florestas, o homem também elimi-
do com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas na um importante sumidouro para o dióxido de carbono.
(IPCC, na sigla em inglês), o século XX foi o mais quente dos Além disso, quando as árvores são queimadas, lançam
últimos 500 anos, registrando um aumento da temperatura quantidade enorme de gás carbônico na atmosfera. No
média em torno de 0,3ºC e 0,6ºC. A previsão para este século caso do desmatamento da Amazônia, ao contrário do que
é de um aumento médio de 2ºC. Esta mudança poderia acar- costuma ser divulgado nos relatórios de ambientalistas, as
retar alterações climáticas drásticas, afetar a biodiversidade e queimadas não são o pior dano, visto que a maior parte da
desencadear desastres naturais. Há uma linha de pesquisa- madeira tombada é utilizada com fins comerciais e indús-
dores que define o aquecimento como algo absolutamente trias, vira mesa, cadeira, assoalho. O grande problema do
natural, um fenômeno lento e dinâmico que reflete a tran- desmatamento no Brasil é o desaparecimento das árvores,
sição do planeta da era glacial para uma interglacial. Para a que funcionam como uma espécie de filtro de purificação
maioria dos ambientalistas, no entanto, o aquecimento glo- do ar.
bal é fruto da ação humana sobre a Terra.
Desmatamento na Amazônia
Gases-estufa Quando chegarmos ao ano de 2020, o Brasil terá redu-
Entre as causas do aquecimento global atribuídas à zido em 80% o desmatamento na Amazônia. Pelo menos
atuação humana, a mais importante delas parece ser o efei- este foi o compromisso firmado pelo Governo Brasilei-
to estufa, fruto da emissão de gases de combustíveis fos- ro durante a reunião de Conferência da Organização das
seis na atmosfera. Ao serem queimadas, estas substâncias Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, ocorrida em
petróleo, gás natural, carvão mineral - liberam gases que dezembro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca. Os úl-
ficam na atmosfera e atuam como uma espécie de escudo timos números do monitoramento das áreas desmatadas
que retém o calor emitido pelos raios solares, funcionando fizeram com que o Governo até aumentasse (extraoficial-
mais ou menos da mesma forma que o vidro em uma estu-
mente) a meta, prevendo chegar a 2020 com redução de
fa de plantas, daí o nome efeito estufa. Estes gases (dióxido
até 95% do desmatamento em relação à década anterior.
de carbono, metano, óxido nitroso, entre outros) são cha-
O otimismo do Governo brasileiro se deu porque, em abril
mados de gases-estufa.
de 2010, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
informou que houve redução de 51% no desmatamento
Os dez maiores emissores de Gases-estufa
da Amazônia, entre agosto de 2009 e fevereiro de 2010, na
- China
comparação com o mesmo período do ano anterior. Os da-
- Estados Unidos
- Rússia dos são do Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo
- Índia Real), sistema de monitoramento por satélite do Inpe, cuja
- Brasil finalidade é alertar as equipes de fiscalização em terra para
- Japão coibir a devastação.
- Alemanha O sistema informou que 1.352 quilômetros quadrados
- Canadá foram destruídos na Amazônia entre agosto de 2009 e fe-
- Reino Unido vereiro de 2010. Nesses mesmos meses de 2008 e 2009, a
- Coréia do Sul devastação havia derrubado 2.781 quilômetros quadrados
de floresta. Um estudo do Imazon mostrou que a taxa de
O Protocolo de Kyoto desmatamento entre 1995 e 2007 foi muito influenciada
O Protocolo de Kyoto é um acordo redigido em 1997, pelo preço de mercadorias agrícolas, especialmente do boi
durante a realização da terceira Conferência da ONU sobre gordo e da soja. O aumento do preço da soja e gado em
Mudanças Climáticas (COP-3), na cidade de Kyoto, no Ja- um ano geralmente levou ao aumento do desmatamento
pão. O tratado entrou em vigor em fevereiro de 2005, com no ano seguinte. Essa relação também se estabelece quan-
a ratificação de 163 países. Segundo o documento, as na- do o Governo interfere de alguma forma na região. Segun-
ções desenvolvidas teriam que diminuir em ao menos 5% do o Imazon, houve uma diminuição do desmatamento em
as emissões de gases-estufa, em relação aos níveis de 1990, 2008, principalmente a partir do mês de julho, relacionada
entre 2008 e 2012. Porém, a relutância dos Estados Unidos a duas políticas.
em assinar o tratado limitou o alcance das propostas para Em meados de junho de 2008, o Ibama apreendeu cer-
diminuir o aquecimento do planeta. Daí a expectativa (frus- ca de 3 mil cabeças de gado criadas ilegalmente em uma
trada) em torno da Conferência de Copenhague, onde se Unidade de Conservação (UC) no centro do Pará. Uma vez
esperava avançar nesta questão a estabelecer um plano de que o Ibama foi autorizado a leiloar o gado, os fiscais noti-
metas de redução de emissão de gases-estufa até 2020 e ficaram outros fazendeiros para que se tirassem seus bois
2050. Por ora, o único acordo que estipula metas concretas de outras UCs na região. Segundo o Ibama, foram retira-
neste sentido continua sendo o Protocolo de Kyoto. Os dez das 36 mil cabeças de gado destas UCs. As cerca de 3 mil
maiores emissores de Gases-estufa: China, Estados Unidos, cabeças apreendidas foram leiloadas. Assim, a penalização
Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido, foi relativamente rápida e teve em efeito demonstrativo
Coréia do Sul. importante. Passou a valer na Amazônia a proibição do

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
crédito para imóveis rurais, com irregularidades fundiárias A vegetação dominante da caatinga tem característi-
e ambientais acima e 400 hectares; isto é, sem licença am- cas xerofíticas – vegetais secos – com gramas, arbustos e
biental e sem título de terras ou sem ter iniciado o processo árvores de porte baixo ou médio (3 a 7 metros de altura),
e licenciamento ambiental. A crise econômica global que caducifólias (folhas que caem), com grande quantidade de
restringiu crédito de forma geral pode também ter influen- plantas espinhosas entremeadas de outras espécies, como
ciando a queda expressiva do desmatamento no final de as cactáceas e as bromeliáceas. A fauna desta região apre-
2008. senta várias espécies de lagartos, de anfibenídeos (lagartos
Para o Imazon, o fato de as novas políticas estarem sem pés), serpentes, quelônios e anfíbios.
funcionando aumenta a resistência local contra elas – por
exemplo, há pressão agora para reduzir as Unidades da Carvão de áreas reflorestadas
Conservação de onde foi retirado gado ilegal. Para contra-
por essa resistência, segundo o instituto, seria necessário Para tentar o processo de desmatamento, o Ministério
acelerar os investimentos nas políticas favoráveis ao desen- do Meio Ambiente estendeu ao cerrado e à caatinga o que
volvimento sustentável como o manejo de florestas nativas já era feito na Amazônia: planos de combate ao desmata-
e reflorestamento das áreas degradadas e no aumento da mento com ações para inibir as atividades de grande im-
produtividade agrícola nas áreas desmatadas. Assim, seria pacto. Para monitorar e controlar a proteção de áreas e o
possível aumentar a produção e manter empregos sem ordenamento territorial de regiões devastadas foi lançado,
desmatar novas áreas. o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmata-
mento no Cerrado (PPCerrado). As áreas de atuação priori-
Desmatamento tárias do plano serão as que apresentaram maiores índices
de desmatamento entre 2002 e 2008 e as consideradas de
A caatinga brasileira já perdeu 45,39% de sua cobertu- alta prioridade para a biodiversidade, como aquelas onde
ra vegetal, ou seja, 375.116 Km2 dos 826.411 Km2 originais. há nascentes de bacias hidrográficas. O documento de-
Os dados são do Ministério do Meio Ambiente. A principal termina que, até 2013, as indústrias que usam carvão ve-
razão para o desastre, apontada pelo próprio ministério, é getal terão que deixar de comprar carvão de mata nativa
a falta de alternativas energéticas. No Nordeste, que tem de cerrado. O PPCerrado irá ampliar a Resolução 3545 do
a caatinga como bioma principal, a vegetação é derruba- Banco Central (BC), que não permite concessão de crédi-
da principalmente para a produção de lenha e carvão. Boa to a produtores que não cumprem a legislação ambiental.
parte deste carvão serve a siderúrgicas de Minas Gerais e A medida, que já era adotada na Amazônia, foi estendida
Espírito Santo, além de abastecer o pólo gesseiro e de ce- para o cerrado. Por outro lado, serão abertas linhas e finan-
râmica do Nordeste. ciamento do Governo para plantio de florestas energéticas
Os estados que mais desmataram no período ente e comerciais. Além disso, será reduzido o imposto para de-
2002 e 2008 foram Bahia (0,55% do bioma) e Ceará (0,50%). sonerar o carvão vegetal que vier de mata plantada especi-
A taxa média anual de desmatamento neste período foi de ficamente para a produção de lenha e carvão.
2.763 Km2, totalizando 16.576 Km2. No total, 2% do bioma
foram queimados. O Ministério listou ainda os 20 municí- O que é a Caatinga
pios que mais desmataram a caatinga. Os setes primeiros
são baianos e cearenses: Acopiara (CE), Tauá (CE), Bom Je- A expressão “caatinga” tem origem tupi-guarani e sig-
sus da Lapa (BA), Campo Formoso (BA), Boa Viagem (CE), nifica “mata branca”. A caatinga é o principal ecossistema
Tucano (BA) e Mucugê (BA). O principal efeito direto sen- da Região Nordeste e está presente em áreas de clima se-
tido pela região desmatada é o processo de desertifica- mi-árido, numa extensão equivalente a 6,83% do território
ção. Tais áreas tornam-se mais vulneráveis à erosão, sofrem nacional. Esta paisagem é encontrada nos estados da Bah-
processos de degradação dos solos, falta de recursos hídri- ia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba,
cos e empobrecimento da vegetação e da biodiversidade, Sergipe, Alagoas, Maranhão e Minas Gerais. A vegetação
causando redução dos 826.411 Km2 originais. e da qualida- dominante da caatinga tem características xerofíticas – ve-
de de vida da população. Em todo o país, 980 mil Km estão getais secos – com gramas, arbustos e árvores de porte
sujeitos à desertificação. baixo ou médio (3 a 7 metros de altura), caducifólias (folhas
O Nordeste já tem sofrido com a diminuição da quan- que caem), com grande quantidade de plantas espinhosas
tidade de água, assoreamento do Rio São Francisco, ex- entremeadas de outras espécies, como as cactáceas e as
posição dos solos ao sol, perda da umidade e redução da bromeliáceas. A fauna desta região apresenta várias espé-
biodiversidade da caatinga. Uma outra consequência social cies de lagartos, de anfibenídeos (lagartos sem pés), ser-
também é a tendência desse processo: o aumento da po- pentes, quelônios e anfíbios.
breza. A expressão “caatinga” tem origem tupi-guarani e
significa “mata branca”. A caatinga é o principal ecossiste- Água
ma da Região Nordeste e está presente em áreas de clima
semi árido, numa extensão equivalente a 6,83% do territó- Se, até hoje, as disputas interpessoais e internacionais
rio nacional. Esta paisagem é encontrada nos estados da por água potável eram apenas motes para as histórias lite-
Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Pa- rárias ou exageros de seguidores de Nostradamus, é me-
raíba, Sergipe, Alagoas, Maranhão e Minas Gerais. lhor começar a pensar que isso pode fazer parte da sua

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
realidade em pouco tempo. Neste momento há milhares 3% é doce. Para piorar, apenas um terço da água, presente
de pessoas em todo o mundo que já sofrem com a falta de nos rios, lagos, lençóis freáticos superficiais e atmosfera é
água ou com a baixa qualidade da mesma. Essa situação acessível. O restante está imobilizado nas geleiras, calotas
acontece ainda que cerca de 75% da superfície terrestre polares e lençóis freáticos profundos.
seja coberta por água. No entanto, a maior parte é água Embora a fórmula química seja muito simples (dois
salgada; apenas 3% é doce. Para piorar, apenas um terço átomos de hidrogênio e um de oxigênio, o popular H2O)
da água, presente nos rios, lagos, lençóis freáticos super- a água nunca foi sintetizada, não é possível reproduzi-la.
ficiais e atmosfera é acessível. O restante está imobilizado Dessa forma, duas alternativas já vêm sendo utilizadas em
nas geleiras, calotas polares e lençóis freáticos profundos. alguns países: a reciclagem da água de esgoto e a des-
Embora a fórmula química seja muito simples (dois átomos salinização da água salgada. O grande empecilho dessas
de hidrogênio e um de oxigênio, o popular H2O) a água medidas são seus altos custos, ainda que os processos te-
nunca foi sintetizada, não é possível reproduzi-la. Dessa nham barateado ao longo dos últimos anos. Atualmente,
forma, duas alternativas já vêm sendo utilizadas em alguns segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,2 bi-
países: a reciclagem da água de esgoto e a dessalinização lhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potá-
da água salgada. O grande empecilho dessas medidas são vel – a maioria em países africanos e do Oriente Médio. E
seus altos custos, ainda que os processos tenham baratea- a situação pode ficar muito pior se o consumo do recurso
do ao longo dos últimos anos. continuar no ritmo que se encontra hoje. De acordo com
Atualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde a OMS, até 2025 serão cerca de 2,8 bilhões de pessoas, de
(OMS), 1,2 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à 48 países diferentes, que viverão em situação de falta total
água potável – a maioria em países africanos e do Oriente de água. Ou seja, quase um terço da população mundial
Médio. E a situação pode ficar muito pior se o consumo sofrerá com a escassez em pouco tempo.
do recurso continuar no ritmo que se encontra hoje. De
acordo com a OMS, até 2025 serão cerca de 2,8 bilhões de Qualidade ameaçada
pessoas, de 48 países diferentes, que viverão em situação
de falta total de água. Ou seja, quase um terço da popu- A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um
lação mundial sofrerá com a escassez em pouco tempo. A comunicado sobre a qualidade do recurso, vital para a vida
Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um comu- na Terra. No documento, a entidade lembra que a qualida-
nicado sobre a qualidade do recurso, vital para a vida na de da água em todo o mundo é ameaçada pelo crescimen-
Terra. No documento, a entidade lembra que a qualidade to populacional e pela expansão das atividades industrial e
da água em todo o mundo é ameaçada pelo crescimento agrícola. O texto afirma também que as mudanças climáti-
populacional e pela expansão das atividades industrial e cas podem alterar o ciclo global hídrico e que há a necessi-
agrícola. dade urgente de que os setores público e privado de todo
O texto afirma também que as mudanças climáticas o mundo se unam para assumir o desafio de proteger e
podem alterar o ciclo global hídrico e que há a necessida- melhorar a qualidade de rios, lagos e aquíferos. Para tanto,
de urgente de que os setores público e privado de todo diz o documento, a população deve se comprometer a evi-
o mundo se unam para assumir o desafio de proteger e tar a poluição futura da água, tratando as já contaminadas
melhorar a qualidade de rios, lagos e aquíferos. Para tanto, e restaurando a qualidade e saúde de rios, lagos aquífe-
diz o documento, a população deve se comprometer a evi- ros e ecossistemas aquáticos. Além da questão humana,
tar a poluição futura da água, tratando as já contaminadas o relatório fala sobre as perdas econômicas decorrentes,
e restaurando a qualidade e saúde de rios, lagos aquífe- lembrando que a falta de água e de instalações sanitárias,
ros e ecossistemas aquáticos. Além da questão humana, apenas na África, são estimadas em US$ 28,4 bilhões, o que
o relatório fala sobre as perdas econômicas decorrentes, significa cerca de 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB).
lembrando que a falta de água e de instalações sanitárias,
apenas na África, são estimadas em US$ 28,4 bilhões, o que Desperdício é o principal problema
significa cerca de 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB).
A ONU diz que a água potável disponível em todo o
Água ganha mais relevância no mundo mundo é suficiente para abastecer de forma digna toda a
população mundial. AOMS também garante que, para viver
Primeiras disputas revelam que questão será central bem, cada pessoa necessita de apenas 20 litros de água
nos próximos anos. Se, até hoje, as disputas interpessoais por dia – ou seja, 7.240 mil litros/ano. O problema é que
e internacionais por água potável eram apenas motes para a média de consumo per capita é muito maior do que a
as histórias literárias ou exageros de seguidores de Nos- necessária; chega a ser de 885 mil litros anuais.
tradamus, é melhor começar a pensar que isso pode fazer
parte da sua realidade em pouco tempo. Neste momento Guerra por água
em que você lê este almanaque, há milhares de pessoas em
todo o mundo que já sofrem com a falta de água ou com A disputa pelo domínio e utilização de fontes de água,
a baixa qualidade da mesma. Essa situação acontece ainda especialmente rios, já é uma realidade. Um dos pontos da
que cerca de 75% da superfície terrestre seja coberta por questão Palestina, por exemplo, diz respeito à utilização das
água. No entanto, a maior parte é água salgada; apenas fontes hídricas existentes na Cisjordânia, região localizada

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
junto ao Baixo Vale do Rio Jordão. Síria, Iraque, Turquia há - Ilhas de Calor:
muito tempo também vêm acumulando desavenças sérias - Elevação das temperaturas no interior das cidades.
no que diz respeito à utilização das águas dos rios Tigre e - Grande volume de construções;
Eufrates, que têm suas nascentes em território turco, mas - Diminuição da vegetação e da circulação de ar;
que cruzam áreas dos outros dois países. Mais próximos - Grande depósito de poluentes;
da realidade brasileira estão os debates ocasionais em tor- - Grande circulação de veículos;
no do Rio Paraná, que, embora fique dentro do país, afeta - Prejuízos à saúde e à qualidade de vida.
o estoque e a qualidade da água que chega à Argentina.
A escassez de água já atinge 2 bilhões de pessoas. Esse - Inversão Térmica:
número pode dobrar em 20 anos. Mais de 2,6 bilhões de - Dificuldade da circulação normal do ar, mantendo
pessoas não têm saneamento básico e mais de 1 bilhão poluentes em camadas próximas à superfície.
continua a usar fontes de água impróprias para o consumo. - Ocorro com maior incidência no inverno.
Cinco milhões de pessoas, na sua maioria crianças, mor-
rem todos os anos de doenças relacionadas à qualidade - Efeito Estufa:
da água. - A emissão de poluentes para a atmosfera através da
queima de combustíveis fósseis.
Reciclar e Reutilizar - Queimadas de florestas e na agricultura provocam
uma maior retenção da radiação solar;
Além da economia, a reciclagem e a reutilização sur- - Esses gases estufa absorvem essa radiação provocan-
gem como alternativas para o uso mais racional da água. A do a lenta e gradual elevação da temperatura da atmosfera;
reciclagem pode ser definida como o reaproveitamento de - Derretimento do gelo das calotas polares e das gelei-
água já utilizada para determinada função, mesmo que sua ras nas altas montanhas;
qualidade tenha sido reduzida durante esse uso inicial. O - Elevação do nível da água dos oceanos;
reaproveitamento é feito antes que essa água atinja a rede - Chuvas intensas e inundações em algumas áreas;
- Alterações nos ecossistemas do planeta;
de esgoto. Em uma residência, por exemplo, a água gasta
- Protocolo de Kyoto.
durante o banho poderia ser reaproveitada, sem qualquer
tratamento, para a descarga do vaso sanitário ou para a
- Buraco na camada de ozônio: Essa camada encon-
lavagem do quintal. A reciclagem já é uma realidade em
tra-se na estratosfera (aproximadamente 15 km de altitude)
vários setores industriais. Para as empresas, ela é economi-
e protege a superfície e os seres vivos da entrada de radia-
camente interessante tanto pela própria economia de água
ções ultravioletas. Observam-se, no entanto, aberturas ou
quanto pela redução de gastos com impostos.
perfurações (inconvenientemente chamadas de buracos)
Já a reutilização consiste no reaproveitamento da água nessa camada, o que facilita a entrada dessas radiações
que já passou pela rede de esgoto e por uma estação de nocivas. As análises recaem sobre um gás, o CFC, utilizado
tratamento. À primeira vista, essa possibilidade pode pare- em certas produções industriais, aparelhos de refrigeração
cer um exagero e uma perspectiva apenas em longo prazo. e aerossóis. Assim, desenvolvem-se programas de redução
Vários países, porém, já estão planejando esse tipo de rea- e eliminação do uso desse gás para evitar maiores prejuí-
proveitamento, diante da crescente escassez. Isso aconte- zos a essa camada. A entrada de grandes quantidades dos
ce inclusive no Brasil: a Companhia de Saneamento Básico raios ultravioletas pode acabar provocando significativas
do Estado de São Paulo (Sabesp) desenvolve projetos, na alterações em ecossistemas do planeta e sérios problemas
região da capital paulista, para fornecer água tratada, não- de saúde (câncer) ao ser humano. Em estágio avançado
-potável, para indústrias. Com isso, grandes quantidades pode inviabilizar a sobrevivência do homem no planeta.
de água de alta qualidade deixariam de ser empregadas
em atividades que não exigem tal pureza. Como produção
de vapor e limpeza e refrigeração de equipamentos, entre
outras. BRASIL: POPULAÇÃO, URBANIZAÇÃO,
DIVISÕES DO ESPAÇO.
Poluição Atmosférica

A poluição do ar ocorre pela emissão de poluentes


para a atmosfera segue alguns efeitos provenientes da po- O processo de urbanização no território brasileiro ini-
luição atmosférica ciou-se, de maneira mais concreta, a partir do final do sé-
culo XIX, com o início gradativo da industrialização no país.
- Chuva Ácida: No entanto, foi após os anos 1930 que a presença das in-
- Volume elevado de poluentes na atmosfera gera rea- dústrias tornou-se mais intensiva e a urbanização começou
ções químicas no decorrer de atividades pluviométricas. a intensificar-se. A segunda metade do século XX serviu de
- Poluição das águas; incremento graças ao intenso êxodo rural ocasionado pela
- Poluição do solo; mecanização das atividades produtivas no meio rural, o que
- Degradação em edificações. gerou um maior desemprego no campo e a grande leva de
migrantes em direção às principais cidades do Brasil.

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
A década de 1960 foi o período em que o Brasil, pela primeira vez, passou a ter uma população predominantemente
urbana, ou seja, a maior parte dos habitantes concentrava-se nas cidades. Atualmente, mais de 80% dos habitantes do Bra-
sil residem em cidades, sendo a maioria desses em grandes centros urbanos e capitais, tais como São Paulo, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte, Porto Alegre e outras. Afinal, além de um acelerado êxodo rural, a urbanização brasileira contou com um
intensivo processo de metropolização — a concentração das populações nas grandes metrópoles.
Esse foi um dos motivos responsáveis pela desigualdade tanto em tamanho das cidades e número de habitantes quan-
to em níveis de avanço econômico e ofertas de infraestrutura no espaço urbano brasileiro. A região Sudeste, dessa forma,
abrange a maior parte dos habitantes e possui as maiores taxas de urbanização, com destaque para os estados de São
Paulo e Rio de Janeiro, que contam com mais de 90% de seus habitantes vivendo em cidades.
Por outro lado, a região Norte e algumas áreas da região Nordeste apresentam números mais modestos nesse sentido.
Os estados menos urbanizados do Brasil são Pará, Maranhão e Piauí, enquanto outros apresentam números pouco maiores,
mas com índices populacionais baixos, o que torna suas cidades menores em termos demográficos, a exemplo do Acre e
de Roraima.
Outro exemplo de estado com pouca população e com elevada urbanização é Goiás, graças à grande quantidade de
pessoas habitando a região metropolitana de Goiânia e o entorno do Distrito Federal. Assim como os dois estados do Su-
deste acima mencionados, o território goiano é cerca de 90% composto por populações urbanas, mas o seu número total
de habitantes é de apenas seis milhões e meio de pessoas aproximadamente, bem menos do que a capital paulista, que,
sozinha, ultrapassa os onze milhões.
A densidade populacional mais elevada na região Sudeste deve-se às heranças econômicas e estruturais herdadas dos
ciclos produtivos anteriores, sobretudo do auge do período cafeeiro da história da economia brasileira. Por esse motivo, é
nessa região que se encontram as duas únicas cidades globais do país, São Paulo e Rio de Janeiro, que, juntas, formam uma
megalópole, ponto de intensa aglomeração urbana com níveis internacionais de alcance produtivo.
Atrás das duas cidades globais estão as metrópoles nacionais, responsáveis por estabelecer articulações intensivas com
praticamente todo o território nacional. São elas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Brasília e outras. Enquan-
to isso, há também as metrópoles regionais, com destaque para Campinas, Goiânia, Manaus, Florianópolis, entre outras.
Após os longos ciclos de urbanização, êxodo rural e metropolização vistos ao longo do século XX, o início do século
XXI, sobretudo nessa segunda década, demarca um gradativo processo de descentralização, com o crescimento das me-
trópoles de médio porte e a desmetropolização — quando as cidades médias passam a receber uma maior carga de in-
vestimentos, indústrias, empregos e habitantes. No entanto, é errado pensar que as grandes metrópoles do país perderam
a importância, pelo contrário, suas estruturas seguem modernizando-se e, de cidades industriais, elas lentamente vão se
tornando centros burocráticos, concentrando a maior parte das sedes das grandes empresas nacionais e internacionais.

Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/o-espaco-urbano-brasileiro.htm

A Geografia é a ciência que estuda o espaço geográfico, isto é, aquele espaço o qual o ser humano transforma e se
relaciona. Ela se preocupa também em estudar a relação entre as atividades humanas e o meio natural.
Ao longo de sua história, a Geografia dividiu-se em duas frentes principais, aquela que se preocupa em estudar o es-
paço em sua totalidade – também chamada de Geografia Geral – e aquela interessada em estudar os eventos particulares
– conhecida por Geografia Regional.
Apesar de os mais diferentes autores dividirem a Geografia com base em outros critérios, a distinção acima é atualmen-
te a mais aceita no meio acadêmico, de forma que as demais divisões estariam inseridas dentro dessa mais genérica. Assim,
a Geografia Geral estaria subdividida em Geografia Humana e Geografia Física, enquanto a Regional, em tese, não entraria
nessa divisão, pois ela teria o método de abordar os conhecimentos naturais e os humanos ao mesmo tempo. Observe o
organograma a seguir:

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia

Esquema com as principais áreas e subáreas da Geografia


Como podemos notar, existem subáreas tanto no aspecto humano da ciência geográfica quanto no aspecto físico. A
seguir, tentaremos fazer uma breve explanação sobre cada uma dessas subáreas.
Geografia Urbana: estuda a formação e crescimento das cidades e aglomerações urbanas, em suas inter-relações
hierárquicas e em rede.
Geografia Agrária: preocupa-se com a produção e a transformação, sejam através das práticas de uso do solo, sejam
através das relações comerciais e sociais que interferem e modificam as relações entre campo e cidade.
Geoeconomia: estuda a produção do espaço causada por transformações econômicas, como a adoção de um modelo
de desenvolvimento, a industrialização e outros processos.
Geografia Política: estuda as transformações políticas no espaço geográfico, tanto em âmbito nacional quanto em
âmbito inter-regional.
Geografia Cultural: preocupa-se em identificar e compreender as práticas culturais, bem como a relação entre essas
e o espaço geográfico.
Geografia da População ou Demografia: estuda a distribuição, crescimento e condições de vida das populações
humanas.
Geomorfologia: é área da Geografia que estuda as formas de relevo e suas dinâmicas. É uma área interdisciplinar,
sendo também uma filiação da Geologia.
Climatologia: estuda as transformações climáticas e seus impactos sobre o meio ao longo do tempo. Diferente da
meteorologia, não se restringe a estudar somente o tempo, mas o clima como um todo.  
Biogeografia: é uma subárea da Geografia que se relaciona à Biologia. Estuda a distribuição e regionalização das for-
mas de vida natural no espaço.
Hidrogeografia: estuda a dinâmica superficial das águas, procurando entender a sua distribuição, a dinâmica dos cur-
sos d’água e as técnicas de aproveitamento e conservação dos recursos hídricos.
Geocartografia: é a área da Geografia tangente à Cartografia. Preocupa-se em produzir ou modificar mapas cartográ-
ficos a partir de estudos temáticos, geralmente vinculados a uma ou mais áreas acima mencionadas.
É válido, porém, ressaltar que podem existir outros ramos que a Geografia se preocupa em estudar, dependendo da
abordagem do pesquisador, como as religiões, os movimentos sociais e muitos outros elementos. Além disso, muitas vezes,
as áreas acima se correlacionam, sendo trabalhadas em conjunto. Na verdade, atualmente, existem constantes esforços
em unir e atenuar as cisões causadas pelas constantes compartimentações e ramificações dos conhecimentos geográficos.

Fonte: https://alunosonline.uol.com.br/geografia/divisoes-geografia.html

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
fábricas, robôs ligados aos computadores aceleravam (e
MUNDO: DIVISÃO DO TRABALHO, aceleram) a produção, ocasionando a redução da mão-de-
-obra necessária, outro exemplo são as redes de televisão
que facilitam ainda mais a realização de negócios, com as
suas transmissões em tempo real.
A Divisão Territorial do Trabalho diz respeito às diferen- A globalização envolve países ricos, pobres, pequenos
ças econômicas que se apresentam nas diversas regiões do ou grandes e atinge todos os setores da sociedade, e por
mundo, e também entre cidades e estados de uma mesma ser um fenômeno tão abrangente, ela exige novos modos
nação. Ou seja, cada território, ou região, pode produzir de pensar e enxergar a realidade. As coisas mudam muito
determinado produto da cadeia e contribuir para o desen- rápido hoje em dia, o território mundial ficou mais integra-
volvimento da economia. do, mais ligado. Por exemplo, na década de 1950, uma via-
O processo da divisão territorial do trabalho acontece gem de avião cruzando o Oceano Atlântico durava 18 ho-
a nível mundial, onde também recebe o nome de Divisão ras; hoje a mesma rota pode ser feita em menos de 5 horas.
Internacional do Trabalho (DIT). Em 1865, a notícia da morte de Abraham Lincoln levou 13
Essa realidade intensifica a circulação de mercadorias. dias para chegar na Europa, mas hoje, ficamos sabendo de
No Brasil, cada região do país se especializou na produção tudo o que acontece no mundo em apenas alguns minutos.
e exportação de determinado produto. Não podemos negar que a globalização facilita a vida
das pessoas, por exemplo o consumidor foi beneficiado,
Fonte: https://www.grupoescolar.com/pesquisa/divi- pois podemos contar com produtos importados mais ba-
sao-territorial-do-trabalho.html ratos e de melhor qualidade, porém ela também pode di-
ficultar. Uma das grandes desvantagens da globalização é
o desemprego. Muitas empresas aprenderam a produzir
mais com menos gente, e para tal feito elas usavam no-
vas tecnologias fazendo com que o trabalhador perdesse
GLOBALIZAÇÃO E QUESTÃO AMBIENTAL.
espaço.
A necessidade de união causada pela Globalização fez
com que vários países que visavam uma integração eco-
nômica se unissem formando os chamados  blocos eco-
Prezado candidato o Tema questão ambiental já foi nômicos (ALCA, NAFTA e Tigres Asiáticos, por exemplo), o
abordado em tópicos anteriores . interesse dessa união seria o aumento do enriquecimento
geral.
Globalização Não podemos esquecer também que, hoje em dia, é
essencial o conhecimento da língua inglesa. O inglês, que
O termo  globalização  surgiu após a  Guerra Fria  tor- ao longo dos anos se tornou a segunda língua de quase
nando-se o assunto do momento, aparecendo nos círculos todos nós, é exigido em quase todos os campos de traba-
intelectuais e nos meios de comunicação, tornando pos- lho, desde os mais simples como um gerente de hotel até
sível a união de países e  povos, essa união nos dá a im- o mais complexo, como um grande empresário que fecha
pressão de que o planeta está ficando cada vez menor. Um grandes acordos com multinacionais.
dos mais importantes fatores que contribui para a união Para encarar todas estas mudanças, o cidadão precisa
desses povos é, sem dúvida, a internet. É impossível falar se manter atualizado e informado, pois estamos vivendo
de globalização sem falar da Internet, que a cada minuto em um mundo em que a cada momento somos bombar-
nos proporciona uma viagem pelo mundo sem sair do lu- deados de informações e descobertas novas em todos os
gar. Dentro da rede conhecemos novas culturas, podemos setores, tanto na música, como na ciência, na medicina e
fazer amizades com pessoas que moram horas de distân- na política.
cia, trabalhamos e ainda podemos nos aperfeiçoar cada vez Intimamente vinculada à questão da globalização eco-
mais nos assuntos ligados a nossa área de interesse, atra- nômica é a mudança no papel do Estado. A globalização
vés dela, milhões de negócios são fechados por dia. significa que as variáveis externas passaram a ter influên-
A globalização não é uma realização do presente, vem cia acrescida nas agendas domésticas, reduzindo o espaço
de longa data. Tudo começou há muito tempo quando disponível para as escolhas nacionais. Já mencionei que os
povos primitivos passaram a explorar o ambiente em que requisitos para a competitividade externa levaram a uma
viviam. No século XV os europeus viajavam pelos mares a maior homogeneidade nos aspectos institucionais e regu-
fim de ligar Oriente e Ocidente; a Revolução Industrial foi latórios dos Estados, que tais requisitos deixaram menor
outro fator que permitiu o avanço de países industrializa- margem de manobra para estratégias nacionais altamen-
dos sobre o restante do mundo. te diferenciadas em relação, entre outros, ao trabalho e à
No final dos anos 70, os economistas passaram a usar política macroeconômica. O equilíbrio fiscal, por exemplo,
o termo “globalização” fora das discussões econômicas tornou-se um novo dogma, conforme bem ilustra o Trata-
facilitando as negociações entre os países. Nos anos 80, do de Maastricht da União Europeia, que fixa parâmetros
começaram a ser difundidas novas tecnologias que uniam dentro dos quais devem situar-se os números do equilíbrio
os avanços da ciência com a produção, por exemplo: nas orçamentário de seus países-membros.

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
Tanto a opinião pública internacional quanto o compor- é justamente isto o que ocorre. Ao realocar seus recursos e
tamento dos mercados também passaram a desempenhar suas prioridades para educação e saúde, num país com os
um papel que antes não tinham na redefinição dos limites grandes contrastes sociais do Brasil, o novo Estado estará
possíveis de ação para o Estado. A informação movimen- contribuindo para a realização de algo em que ele falhou
ta-se livre e rapidamente. Se, por exemplo, circula a noticia no passado: promover maior igualdade de oportunidades
de que um determinado país está enfrentando dificuldades numa época em que a qualificação e a educação consti-
para controlar seu déficit orçamentário ou estará proxima- tuem pré-requisito não apenas para a conquista de um
mente elevando suas taxas de juros, os mercados financei- posto de trabalho, mas também para aumentar o grau de
ros intencionais tomam, com fundamento nestas noticias, mobilidade social no país.
decisões que poderão ter impacto real no pais em questão. Hoje, mais do que nunca, metas caras à esquerda po-
Os países, seus lideres e as políticos por eles adotadas es- dem ser alcançadas junto com e em virtude de nossos es-
tão sob vigilância próxima e constante da opinião pública forços para aumentarmos as capacidades nacionais com
internacional. Qualquer medida julgada por estas entida- vistas à participação competitiva na economia mundial.
des imateriais como passo em falso pode impor penalida- Além disso, este Estado remodelado precisa ser ainda mais
des. Ao contrário, decisões ou eventos interpretados como forte no desempenho de suas tarefas sociais e melhor pre-
positives solo recompensados. A opinião pública interna- parado para regulamentar as atividades recentemente pri-
cional e, sobretudo, os mercados tendem a ser conserva- vatizadas. As dificuldades no processo de transição do pa-
dores, a seguir certa ortodoxia em matéria econômica. Es- pel do Estado são sentidas em toda parte e não podem ser
tabelecem um padrão de conduta econômica que pratica- subestimadas. A reforma da Previdência Social na França
mente não admite desvios num mundo em que h;! imensa e as difíceis negociações para a aprovação do orçamento
variedade de realidades nacionais. 0 complexo processo de nos Estados Unidos são exemplos dos obstáculos a serem
ajuste não deve ignorar tal diversidade. superados pelos Governos, basicamente porque não há
A globalização modificou o papel do Estado num outro respostas imediatas e evidentes ao desafio da transição.
aspecto. Alterou radicalmente a ênfase da ação governa- Abandonar as práticas tradicionais do Estado do Bem-Estar
mental, agora dirigida quase exclusivamente para tomar não implica deixar de lado a necessidade de melhores pa-
possível As economias nacionais desenvolverem e susten- drões de vida para os nossos povos.
tarem condições estruturais de competitividade em escala Globalização e a questão da inclusão e exclusão
global. Gostaria agora de passar ao exame de outra conse-
Isto não significa necessariamente um Estado menor, quência da globalização: a questão da exclusão e inclusão
muito embora este também seja um efeito colateral de- social. E minha primeira observação é a de que a globaliza-
sejável da mudança de ênfase, mas certamente pede um ção está dando origem a uma nova divisão internacional.
Estado que intervenha menos e melhor; um Estado que Os pontos cardeais já não explicam de forma satisfa-
seja capaz de mobilizar seus recursos escassos para atingir tória o mundo. As divisões Leste-Oeste e Norte-Sul eram
prioridades selecionadas, um Estado que possa canalizar conceitos que minha geração empregou para lidar respec-
seus investimentos para as áreas vitais na melhoria da posi- tivamente com a realidade política da Guerra Fria e com
ção competitiva do pais, tais como infraestrutura e serviços o desafio econômico do subdesenvolvimento. A situação
públicos básicos, entre os quais melhor educação e saúde; internacional desta metade da década de 90 é muito mais
um Estado que esteja pronto a transferir para mãos priva- complexa. O mundo pode ser dividido entre as regiões ou
das empresas melhor administradas por elas; um Estado, países que participam do processo de globalização e usu-
finalmente, no qual os funcionários públicos estejam à al- fruem seus frutos e aqueles que não participam. Os pri-
tura das demandas da coletividade por melhores serviços. meiros estão geralmente associados à ideia de progresso,
E tudo isso tem de ser feito num tempo em que os riqueza, melhores condições de vida; os demais, à exclu-
valores democráticos e uma sociedade civil fortalecida tor- são, marginalização, miséria. É certo que a globalização
nam ainda mais amplas as reivindicações de mudança. A produziu uma janela de oportunidades para que mais paí-
transformação do Estado tem também de ser conduzida ses pudessem ingressar nas principais correntes da eco-
num quadro econômico de disciplina fiscal e austerida- nomia mundial. Os Tigres Asiáticos e mesmo o Japão são
de no gasto público, em que o Estado conta com menos exemplos significativos. Estes países souberam aproveitar
recursos financeiros. Não se trata de tarefa simples. Re- as oportunidades dadas pela economia mundial através
quer uma mudança substancial de atitude e determinação da adoção de um conjunto de políticas que incluem, en-
para combater interesses velados dentro do aparato esta- tre outras, o desenvolvimento de uma força de trabalho
tal. Mas não há alternativa. No caso do Brasil, temos, em bem treinada e qualificada, aumento substancial da taxa de
suma, de reconstruir o Estado se quisermos ter qualquer poupança doméstica, e implementação de modelos volta-
possibilidade de êxito na transição do modelo autárquico dos para a exportação e baseados na intervenção estatal
do passado para outro em que nossa economia se inte- seletiva em alguns setores.
gre plenamente nos fluxos mundiais de comércio e inves- Para outros países em desenvolvimento mais comple-
timento. Pode parecer paradoxal que esta remodelação do xos, entre os quais o Brasil e a Índia, a integração na eco-
Estado de nenhuma forma conflite com ideais tradicionais nomia global está sendo feita à custa de maior esforço de
da esquerda (e orgulho-me de ser fundador e membro do ajuste interno e numa época de competição internacional
partido que representa a Social Democracia no Brasil). Pois mais acirrada. Nossos avanços são conhecidos, e não te-

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
nho dúvidas de que nossos dois países estão tendo êxito oficiais e do setor privado que sejam destinados ao retrei-
em gradualmente colher os frutos dos laços econômicos namento dos trabalhadores dispensados por setores nos
mais profundos que estão estabelecendo com o resto do quais já não conseguem encontrar um posto de trabalho.
mundo. Um terceiro passo seria tornar mais flexível o conjunto de
O mesmo acredito será válido para as chamadas eco- regras relativas às relações de trabalho, de modo a preser-
nomias em transição dos antigos países comunistas, que, var o número de empregos. Esta flexibilização deveria pos-
não obstante, estão pagando um preço alto pelo ajuste aos sibilitar, por exemplo, que empresas e trabalhadores ne-
princípios da economia de mercado impostos pela realida- gociassem livremente um leque tão vasto quanto possível
de atual. de tópicos, tais como o número de horas de trabalho e de
Para os países menores e mais atrasados, prevalece, po- dias de férias, a forma de pagamento das horas extras, etc.
rém, um grande ponto de interrogação. Serão eles capazes Deveria também resultar em menores custos para a con-
de algum dia poder superar os desafios da globalização? tratação de trabalhadores. Por fim, há alguns instrumentos
Estão seus povos condenados por uma lógica perversa a à disposição do Governo que podem ser atrelados à ex-
viver na pobreza absoluta, a ver suas instituições ruírem e a pansão da oferta de empregos, tais como a concessão de
depender da ajuda externa num mundo menos predispos- créditos pelos bancos estatais e a inclusão de incentivos na
to a oferecê-la e mal preparado para canalizá-la de modo legislação tributária. Em países de grande população como
eficiente? Reconheço que as dificuldades a serem enfrenta- o Brasil e a Índia, deve-se também ter sempre presentes, ao
das por esses países são enormes. No entanto, recuso-me a pensar-se a questão da geração de empregos, as formas
aceitar que seu destino esteja predeterminado ao fracasso, de funcionamento da chamada economia informal. Em que
como se nada pudesse ser feito, como se a comunidade medida a economia informal reduz empregos na econo-
internacional pudesse conviver confortavelmente com a in- mia formal e em que medida oferece postos de trabalho
diferença e a paralisia em relação aos países mais pobres. A adicionais? Um melhor conhecimento destas questões é
marginalização perverte a boa consciência da humanidade. necessário para que possamos tirar as conclusões corretas
A marginalização, todavia, não está confinada unicamente e adotar as medidas apropriadas.
aos países ainda não integrados na economia internacional.
Ela também está crescendo-nos próprios países prósperos.
A globalização significa competição com base em Exercícios
maiores níveis de produtividade, ou seja, maior produção
por unidade de trabalho. O desemprego resulta assim dos 1. (PM/SP – SOLDADO DE POLICIA MILITAR –
mesmos motivos que levam uma economia a ser competi- VUNESP/2013) - Os países conhecidos como BRICS já
tiva. A situação é particularmente grave na Europa. Os que deixaram para trás o status de economias emergentes
são demitidos nos países ricos podem recorrer a mecanis- e precisam ser vistos como uma categoria à parte. Dois
mos de proteção social de diferentes tipos; alguns poderão BRICS, China e Brasil, já estão entre as sete maiores eco-
ser treinados para um trabalho substituto. Mas pouco po- nomias do planeta, com outros dois muito próximos na
derá fazer-se para aliviar a frustração dos jovens que que- lista.
rem ingressar no mercado de trabalho e não conseguem. (http://economia.uol.com.br. Adaptado)
A falta de esperança, o consumo de drogas e álcool, o des-
membramento da família são alguns dos problemas trazi- Sobre os BRICS, é correto afirmar que
dos pelo desemprego e pela consequente marginalização. A) a Índia e a Rússia são dois componentes dos
Há um sentimento de exclusão, de mal-estar em vastos BRICS que se destacam mundialmente pelo crescimen-
segmentos das sociedades ricas integradas na economia to econômico e elevado PIB (produto interno bruto).
global, alimentando a violência e, em alguns casos, atitu- B) o poder econômico desse bloco permite que seus
des de xenofobia. Como lidar com a complexa questão do membros deixassem de fazer parte de outros blocos, a
desemprego é um desafio com o qual se defrontam prati- exemplo do Brasil que está se retirando do MERCOSUL.
camente todos os países que participam da economia glo- C) a África do sul e a indonésia, antigos países for-
bal. A resposta a ele certamente não deve ser encontrada madores do bloco, foram substituídas por China e Rús-
numa reação à globalização, seja mediante um fechamento sia que apresentam crescimento econômico mais rápi-
da economia ao comércio com parceiros externos, o que do.
apenas agrava a marginalização de um país, seja mediante D) a capacidade econômica dos BRICS já tem produ-
o estabelecimento de regras muito rígidas nas relações de zido transformações no mundo capitalista, entre elas, a
trabalho, passo que corre o risco de, em vez de estimular, reforma do FMI (fundo monetário internacional).
dificultar a criação de empregos. E) os quatro países que o compõem possuem eleva-
Apesar de que dificilmente se poderia considerar a da população, um dos fatores determinantes do forte
criação de empregos uma responsabilidade direta dos Go- crescimento econômico que apresentam.
vernos, estes dispõem de uma ampla gama de possibili- O  BRICS  é um agrupamento econômico atualmente
dades de ação para atacar o problema. A primeira e talvez composto por cinco países:  Brasil,  Rússia,  Índia,  China e
mais importante medida seja a promoção do crescimen- África do Sul. Não se trata de um bloco econômico ou uma
to econômico sustentado, através da adoção de políticas instituição internacional, mas de um mecanismo interna-
corretas. A segunda seria promover programas dos órgãos cional na forma de um agrupamento informal, ou seja, não

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
registrado burocraticamente com estatuto e carta de prin- 3.(UERJ – VESTIBULAR – UERJ/2013) –
cípios. Durante a V Cúpula do BRICS, em 27 de Março de
2013, os países do eixo decidiram pela criação de um Banco
Internacional do grupo, o que desagradou profundamente
os Estados Unidos e a Inglaterra, países responsáveis pelo
FMI e Banco Mundial, respectivamente. A decisão sobre
o banco do BRICS ainda não foi oficializada, mas deve se
concretizar nos próximos anos. A ideia é fomentar e garan-
tir o desenvolvimento da economia dos países-membros
do BRICS e de demais nações subdesenvolvidas ou em de-
senvolvimento.

RESPOSTA: “D”.

2.(PM/SP – OFICIAL DE POLICIA MILITAR – VU-


NESP/2012) - A ECO-92 trouxe de inédito a emergên-
cia de uma vigorosa sociedade civil e de organizações
não governamentais em torno da criação de uma nova O gasto militar é um dos indicadores do poder dos
consciência ecológica. Nessa frente de luta, temas países no cenário internacional em um dado contexto
como a Guerra Fria foram substituídos pelas preocu- histórico. Com base na análise dos dois gráficos, pode-
pações ambientais e pela defesa dos Direitos Humanos. -se projetar a seguinte alteração na atual ordem geo-
20 anos depois, durante a Rio+20, notou-se que política mundial:
A) permanece a disputa de poder entre leste e oes- A) eliminação de conflitos atômicos
te, conheci- da como “guerra fria”. B) declínio da supremacia europeia
B) o muro de Berlim ainda está de pé, marcando a C) superação da unipolaridade bélica
divisão entre ocidente e oriente, capitalismo e socialis- D) padronização de tecnologias de defesa
mo.
C) a união soviética é parte do G20 – o grupo de 20 O fato de haver mais de um país detentor de bomba
países mais poderosos do mundo. atômica não nos permite eliminar a possibilidade de con-
D) as questões ambientais já estão no centro da flitos atômicos, mesmo em tempos de paz. Nos dias atuais,
países como Estados Unidos, França, China e Israel pos-
agenda mundial e seduziram novas gerações.
suem bombas atômicas. A alternativa (A) está incorreta.
E) os direitos humanos mostraram-se “privilégios
A alternativa (B) está incorreta, pois, em termos de gas-
de bandidos”.
tos militares, a Europa já está bem atrás dos Estados Uni-
dos há bastante tempo. Por isso, alguns defendem que a
A  Conferência das Nações Unidas sobre Desen-
segunda metade do século XX foi de unipolaridade bélica.
volvimento Sustentável(CNUDS), conhecida também
Ainda assim, cinco dos países mostrados no gráfico são
como Rio+20, foi uma conferência realizada entre os dias
europeus e a importância política e econômica da Europa
13 e 22 de junho de 2012 na cidade Brasileira do  Rio de
ainda é bastante significativa. 
Janeiro, cujo objetivo era  discutir  sobre a renovação do A alternativa (C) está correta, pois, com a ascensão da
compromisso político com o desenvolvimento sustentável. China como possível potência bélica, respaldada pelos gas-
Considerado o maior evento já realizado pela Nações tos militares crescentes, os Estados Unidos deixariam de
Unidas, o Rio+20 contou com a participação de chefes de ser o único país com excesso de poder em termos militares,
estados de cento e noventa nações que propuseram mu- comparativamente aos demais Estados do mundo.
danças, sobretudo, no modo como estão sendo usados os A alternativa (D) está incorreta, pois o fato de a China
recursos naturais do planeta.Além de questões ambientais, estar se aproximando dos Estados Unidos em termos de
foram discutidos, durante a CNUDS, aspectos relacionados gastos militares não significa necessariamente uma padro-
a questões sociais como a falta de moradia e outros. nização da tecnologia de defesa. 
O evento ocorreu em dez locais, tendo o  Riocen-
tro  como principal local de debates e discussões; entre RESPOSTA: “C”.
os outros locais, figuram o Aterro do Flamengo e oMuseu
de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Além disso, viraram o 4.(IF/SP – VESTIBULAR – IF/2013) – Em janeiro de
centro da agenda mundial, seduzindo novas gerações para 2013, Pequim, a capital da China, viveu uma das mais
a consciência ecológica. Nessa parte da história, assuntos sérias crises de poluição já registradas no país e no
como “Guerra Fria” e “União Soviética” já haviam sido es- mundo. Contribuiu para esse elevado nível de poluição
quecidos. A) o forte crescimento da cidade, que já ultrapas-
sou os 30 milhões de habitantes.
RESPOSTA: “D”. B) a proximidade com o Himalaia, que dificulta a
circulação do ar atmosférico.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Geografia
C) o predomínio do transporte individual, movido a A alternativa (B) está correta, pois as cidades globais
combustíveis fósseis. são, de fato, caracterizadas por grande capacidade econô-
D) a queima de carvão mineral nas termelétricas, a mica e financeira, ligando-as a outras cidades globais do
principal fonte de energia do país. mundo. A presença de grandes bancos, empresas e bolsa
E) a ocorrência de furacões que transportam areia de valores nessas cidades ilustram o que foi dito na afir-
das áreas desérticas ao oeste do país. mativa.
A alternativa (C) está incorreta porque a questão do
O fato de uma cidade ter população muito grande cola- dinamismo político é questionável, uma vez que existem
bora para o aumento da poluição, mas, no caso de Pequim, cidades globais em países ditatoriais onde não há grande
o maior problema se refere à matriz energética usada no dinamismo político. Além disso, é incorreto afirmar que,
país com mais intensidade: termelétrica. Esse tipo de fonte nessas cidades, há inclusão social de maneira ampla. Em
de energia é considerado sujo justamente porque tem o quase todas as cidades globais, existem camadas da so-
condão de gerar muita poluição atmosférica, uma vez que ciedade que são desfavorecidas econômica e socialmente.
a energia é gerada por meio da combustão/queima de car- A alternativa (D) está errada, pois, como o próprio
vão mineral ou outros recursos naturais fósseis, o que se nome revela, as cidades são globais e, portanto, apresen-
transforma em uma fumaça poluente e tóxica para os seres tam interesses econômicos globais, e não limitados à re-
vivos. Até 2010, aproximadamente 90% da matriz energé- gião onde se localizam.
tica do país era poluente, baseada em carvão ou petróleo. A alternativa (E) está incorreta, pois o fato de concen-
Nos dias atuais, a China tem se esforçado para limpar sua trarem alto grau de tecnologia em diversas áreas não isen-
matriz energética, por meio de investimentos em fontes de ta as cidades globais de problemas naturais ou ambientais.
energia renováveis, mas a maior parte de sua energia ainda Pelo contrário, por serem espaços drasticamente modifi-
é bastante poluente, o que explica a situação exposta no cados pelo homem, vários problemas costumam ocorrer,
enunciado sobre Pequim. Por fim, deve-se esclarecer que como alto nível de poluição do ar, do mar e dos rios locais,
o Himalaia fica muito distante de Pequim, a mais de 3000 enchentes pela impermeabilização artificial do solo com
quilômetros, não tendo influência sobre os problemas de asfalto, dentre outros. 
poluição da capital chinesa.
RESPOSTA: “B”.
RESPOSTA: “D”.

5.(IF/SP – VESTIBULAR – IF/2013) –

Sobre as cidades globais é correto afirmar que


A) tornam-se cada vez mais autossuficientes, prin-
cipalmente no que se refere ao abastecimento alimen-
tar de seus habitantes.
B) estão associadas a uma grande capacidade eco-
nômica e financeira que lhes permite polarizar espaços
nacionais e internacionais.
C) possuem forte dinamismo político e econômico,
o que lhes garante inclusão social, fato que não se repe-
te nas megalópoles e megacidades.
D) apresentam uma organização das atividades
produtivas voltadas, principalmente, aos interesses
econômicos da região em que se localizam.
E) concentram elevado grau de tecnologia em di-
ferentes setores científicos, o que as torna isentas de
problemas naturais ou ambientais.

Apesar de as cidades globais serem espaços onde se


pode encontrar praticamente tudo em termos de serviços
e produtos, elas geralmente não são autossuficientes em
relação ao abastecimento alimentar de seus habitantes,
dependendo do fornecimento de alimentos de produtores
agropecuários, os quais, em regra, não se situam nessas
cidades, mas em zonas rurais ou cidades menores. A alter-
nativa (A) está incorreta.

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
Fontes históricas e periodização. Formação da sociedade brasileira...........................................................................................................01
Acontecimentos dos períodos da História do Brasil............................................................................................................................................07
História do Estado do Rio de Janeiro.........................................................................................................................................................................10
Construção dos conceitos de tempo..........................................................................................................................................................................11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
- A historiografia é o estudo do registro da História.
FONTES HISTÓRICAS E PERIODIZAÇÃO. - O historiador é o profissional, com bacharelado em
FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA. curso de História, que atua no estudo desta ciência, anali-
sando e produzindo conhecimentos históricos.

Fonte: http://www.suapesquisa.com/historia/con-
Conceito de História  ceito_historia.htm
História é uma ciência humana que estuda o desenvolvi-
mento do homem no tempo. A História analisa os processos O papel do historiador
históricos, personagens e fatos para poder compreender um Todos temos uma noção, mais ou menos exata, mais
determinado período histórico, cultura ou civilização. ou menos profunda da história e dos heróis da antiguida-
de. O historiador, narrador de factos passados mais ou me-
Objetivos  nos gloriosos, mais ou menos demonstrativos das vitórias
Um dos principais objetivos da História é resgatar os e feitos, tinha o papel de levar até aos seus contemporâ-
aspectos culturais de um determinado povo ou região para neos a descrição dos mesmos. De criar valores sociais co-
o entendimento do processo de desenvolvimento. Enten- muns à sociedade que estudava. Contribuir para a criação
der o passado também é importante para a compreensão de origens. Criar uma identidade comum. O modo como
do presente. o fazia, a opinião pessoal, os gostos, o sentimento de na-
cionalidade, de pertença ou de propriedade levavam por
Fontes  vezes a que esse relato não fosse isento. As descrições, por
O estudo da História foi dividido em dois períodos: a vezes fantasiosas, enalteciam factos, transmitiam a história
Pré-História (antes do surgimento da escrita) e a História socialmente adequada à mensagem que se pretendia fosse
(após o surgimento da escrita, por volta de 4.000 a.C). transmitida sem que se verificasse uma preocupação com
Para analisar a Pré-História, os historiadores e arqueó- a total veracidade dos factos.
logos analisam fontes materiais (ossos, ferramentas, vasos O historiador tem assim, desde a antiguidade, um pa-
de cerâmica, objetos de pedra e fósseis) e artísticas (arte pel social. A função de procurar e transmitir conhecimento.
rupestre, esculturas, adornos). Decifrar enigmas do passado. Da conduta humana. Expli-
Já o estudo da História conta com um conjunto maior car porque é que determinados factos aconteceram numa
de fontes para serem analisadas pelo historiador. Estas po- determinada época. Determinar quais as nossas origens, o
dem ser: livros, roupas, imagens, objetos materiais, regis- nosso passado, quais as repercussões que este tem no pre-
tros orais, documentos, moedas, jornais, gravações, etc. sente ou as possíveis influências no futuro.
É isso possível? Serão os nossos atos, a nossa história, a
Ciências auxiliares da História  nossa realidade uma espécie de continuidade, de produto
A História conta com ciências que auxiliam seu estudo. dos factos passados? Estará o nosso futuro condicionado
Entre estas ciências auxiliares, podemos citar: Antropologia pelo que fomos, pelo que somos?
(estuda o fator humano e suas relações), Paleontologia(es- Não isento de influências, não afastado das condições
tudo dos fósseis), Heráldica (estudo de brasões e emble- sociais, económicas, políticas e históricas que o envolvem,
mas), Numismática (estudo das moedas e medalhas), Psi- que caracterizam a sociedade em que está inserido compe-
cologia (estudo do comportamento humano), Arqueologia
te ao historiador averiguar a verdade dos fatos. Conhecê-
(estudo da cultura material de povos antigos), Paleogra-
-los, compreendê-los, transmiti-los. Se a história é por ve-
fia (estudo das escritas antigas) entre outras.
zes enaltecida por grandes feitos, se é contada apenas pelo
que os seus principais protagonistas desenvolveram, se é
Periodização da História
divulgada de um modo parcial ou tendencioso, o conheci-
Para facilitar o estudo da História ela foi dividida em
mento que adquirimos desse passado, desse evoluir, pode
períodos:
não corresponder totalmente à realidade. É neste contex-
- Pré-História: antes do surgimento da escrita, ou seja,
até 4.000 a.C. to que o historiador procurará aferir, não só dos factos,
- Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C até 476 (in- como dos lugares, das condições de vida que caracteriza-
vasão do Império Romano) ram cada época, enquadrando-os no contexto em que os
- Idade Média (História Medieval): de 476 a 1453 (con- mesmos ocorreram, de modo a transportar-nos a tempos e
quista de Constantinopla pelos turcos otomanos). situações passadas, a compreendê-las, a vivencia-las, a re-
- Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa). conhecer as transformações ideológicas, políticas, sociais,
- Idade Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje. económicas ou mesmo religiosas por que passaram pes-
soas e sociedades e que estiveram na origem da tomada
Outras informações: de decisões. Que influenciaram ou contribuíram para essas
- O grego Heródoto, que viveu no século V a.C é con- alterações.
siderado o “pai da História” e primeiro historiador, pois foi O papel social do historiador é assim o de transmitir,
o pioneiro na investigação do passado para obter o conhe- dar a conhecer e consolidar um passado comum. As raí-
cido histórico. zes e o percurso efetuado desde as origens até aos nossos
dias. Contribuir para que o futuro seja orientado com base

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
no passado. Mas não se lhe pode exigir que seja o mentor Em suma, a função social do historiador passa por
do que fomos do que somos ou do que seremos. Não se dar-nos a conhecer o passado. As origens. Os percursos
lhe pode pedir que opine. Que julgue. Que avalize as de- que percorremos e que fizeram de nós o que somos. Que
cisões, os acontecimentos ou as transformações ocorridas. nos integram numa sociedade. Num grupo. Numa cultura.
A história mostra-nos que não se aprende com o passado. Reconstruir factos aparentemente isolados e interliga-los,
Que o facto de conhecer as nossas origens, o nosso per- confronta-los, de modo a formar um todo. Sem juízos de
curso não faz de nós o que somos nem nos orienta no que valor. Sem tomar partido, julgar factos ou pessoas. Sem
seremos. Não é pelo facto de conhecermos o passado que se deixar influenciar por opiniões, comentários ou docu-
melhoramos o futuro. Não é porque se cometeram erros mentos que leia, estude ou consulte. Pondo de parte a sua
que os mesmos não se repetirão. No entanto o reconheci- própria opinião e tentando não se deixar condicionar pelo
mento desses factos, o revisitar tempos e situações porque meio social, económico e político em que está inserido, re-
a humanidade passou, contribui para que saibamos que construir percursos, contextos e situações. Aferir de factos
nada é eterno. As crises sucedem-se, mas passam. Outras que fizeram da sociedade o que ela foi, sem a pretensão
virão, é certo, mas também essas serão ultrapassadas, com de que esses mesmos factos contribuam ou condicionem
mudanças! Com mais ou menos danos. Com maiores ou o que somos ou o que seremos, pois o conhecimento do
menores alterações, mas contribuindo para a construção passado não
do nosso percurso. Da nossa história. O seu papel é, cada vez mais, o de ir além do que co-
A pesquisa realizada pelo historiador é, nos dias de hoje, nhecemos, reconstruir um passado que vai além do co-
uma prática que se reveste de racionalidade, sentido crítico, nhecimento de reis ou dinastias. Um passado em que o
sujeita a regras de ensaio e erro, condicionadas por um co- Homem adquire o estatuto de ser social, com qualidades e
nhecimento rigoroso dos fatos ocorridos e das condicionan- defeitos. Capaz de grandes feitos mas também com derro-
tes existentes em cada situação, em cada época. Não compete tas. Que integra grupos não só de monumentos ou factos
ao historiador produzir conhecimentos passíveis de compro- “históricos” mas de toda uma realidade que vai mais além.
vação ou refutação pelos métodos da ciência experimental Que inclui povos, culturas, vitórias e derrotas. Grandes fei-
(FLORESCANO, 19..: 77).  Este sabe que as ações humanas não
tos e pequenas realizações. Mantendo-se, na medida do
são mensuráveis a esse ponto. Que as mesmas são condicio-
possível, imparcial pois as suas vivências e opiniões, são
nadas por fatores tão diversos como os sociais, económicos,
passíveis de condicionar o modo como vê, lê e reconstrói
políticos, religiosos ou outros que inviabilizam o estudo das
os factos do passado. Como os interpreta. Como os trans-
mesmas de um modo individualizado. O objetivo da história
mite.
é a produção de conhecimento. O do historiador é fazer com
que esse conhecimento seja objetivo, realista e o mais exato
Fonte: http://www.almanaqueliterario.com/o-pa-
possível. Decifrar os enigmas da conduta humana e explicar o
pel-do-historiador
desenvolvimento social (FLORESCANO, 19..: 78). 
Para tal serve-se dos métodos mais rigorosos que en-
contra ao seu dispor. A sua ação alarga-se à pesquisa da Formação da sociedade Brasileira
informação. À consulta das mais diversificadas fontes. Ao
cruzamento de dados que podem ser obtidos pelos pro- Não é difícil no Brasil depararmo-nos com algumas si-
cessos mais variados. Não basta a consulta de manuais. tuações que fogem às regras que sustentam o proceder
De documentos descritivos dos feitos do passado. Não burocrático. O patriarcalismo, o personalismo e o patrimo-
lhe chega saber qual o modo de vida, as conquistas ou as nialismo fazem parte da cultura brasileira, esses aspectos
derrotas que foram alcançadas ou sofridas. O historiador se estabeleceram a partir da colonização portuguesa. Para
interessado em conhecer a realidade da história está em tratar da temática foi feita uma pesquisa bibliográfica, na
constante pesquisa. Serve-se de documentos que lhe per- qual foram encontradas informações procedentes nos es-
mitam aferir de todos os elementos necessários ao real co- tudos de Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, Jacob
nhecimento dos factos. Quem fomos não é só o que está Gorender, Leo Huberman, Caio Prado Júnior e Raymundo
documentado nos manuais oficiais. Encontra-se também Faoro.
descrito nos mais ínfimos pormenores. Em documentos
que, aparentemente, nada têm a ver com o percurso de um A partir do século XV com o intuito de tornar o Esta-
povo ou de uma nação. Há que aferir as alterações que se do mais poderoso, como um todo, alguns países europeus
verificaram a diversos níveis. Desde o estudo da linguagem, transferiram para a esfera nacional as políticas que vinham
da paisagística. Do comércio. Das migrações verificadas e sendo adotadas em suas cidades “Era preciso considerar
que resultaram na mistura de culturas. Até factos tão dis- não o que seria melhor para a cidade de Southampton ou a
tantes do percurso civilizacional como sejam as alterações cidade de Lyons ou a cidade de Amsterdã, mas o que seria
climatéricas, politicas, sociais entre outras. Para que consi- melhor para a Inglaterra, a França ou a Holanda”.
ga aferir da realidade do percurso da história o historiador Incentivada pela burguesia, em formação, as monar-
obriga-se a uma constante procura. À imposição de nor- quias absolutistas desenvolveram políticas que facilitaram
mas essenciais em comunicação. Em clareza de linguagem os negócios dentro de seus países, como a unificação de
e de expressão. Na transmissão de uma análise cuidada da moedas e construção de estradas. Nesse período a rique-
história. Do que fomos, Do que somos. Do que seremos… za e o poder de um país era proporcional à quantidade

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
de ouro e prata que este tinha em seus cofres, pois esses tros países “A chave para compreender o atrito surgido en-
metais, entre outras vantagens, facilitavam as trocas co- tre a metrópole e as colônias está no fato de que enquanto
merciais e não perdiam o valor. Algumas nações européias, a metrópole julgava que as colônias existiam para ela, estas
com exceção da Espanha, que possuía colônias para suprir julgavam que existiam para si mesmas”.
constantemente suas reservas de ouro e prata, tiveram que O objetivo primeiro dos navegantes europeus era en-
desenvolver medidas que assegurassem a permanência e o contrar uma rota via ocidente para a Ásia. Em 1520 Maga-
aumento do estoque desses metais. Foram decretadas leis lhães “encontrará o estreito que conservou o seu nome e
que impediam a exportação de ouro e prata, os governos que constituirá afinal a famosa passagem tão procurada;
tinha também como prioridade, manter uma balança co- mas ela se revelará pouco praticável e se desprezará”. Após
mercial positiva, sendo esta a principal forma de aumentar a descoberta, e, conseqüente abandono da passagem, os
seus estoques “A única maneira de fazer com que muito navegantes dedicaram todas as suas forças à exploração
ouro seja trazido de outros remos para o tesouro real é do território . O ouro e a prata foram o grande estímulo
conseguir que grande quantidade de nossos produtos seja para o estabelecimento da colonização espanhola na Amé-
levada anualmente além dos mares e menor quantidade de rica, desde de parte da América do norte (México), passan-
seus produtos seja para cá transportada”. do pela América central até a América do sul.
Na França, Colbert estimulou a indústria manufaturei- Os aventureiros espanhóis tinham como objetivo prin-
ra, concedendo privilégios e ajudas em valor para quem cipal a exploração de metais preciosos, para alcançar este
quisesse abrir uma fábrica. Os produtos manufaturados fim eles realizaram um dos maiores genocídios da história,
possuíam maior valor agregado que os agrícolas, fato que levando à cabo algumas civilizações, entre elas Astecas, In-
favorecia a balança comercial dos países produtores nas cas e Maias. A colonização inglesa, no norte da América,
trocas comerciais. Preocupada com a questão alimentar, a durante algum tempo, também teve um caráter explorató-
Inglaterra por sua vez também estimulou, através de prê- rio, os itens lá extraídos eram peles e pescados. Mas essa
mios, a produção de cereais. Além de alimento suficiente colonização ficou marcada por outra característica: O po-
para o povo, essa preocupação era justificada em caso de voamento. Devido às instabilidades político-religiosas e, às
guerra “Uma nação auto suficiente em alimentos durante questões econômicas um grande contingente populacio-
uma guerra, e dispondo de combatentes fortes e bem ali- nal se dirigiu à América a procura de liberdade e melhores
mentados, era um dos principais objetivos das várias leis condições de vida “É a situação interna da Europa, em par-
sobre cereais baixadas nos diferentes países”. Tais políticas ticular da Inglaterra, as suas lutas político-religiosas, que
desenvolvidas por vários países, de incentivo à produção desviam para a América as atenções de populações que
interna, voltadas ao comércio exterior, proporcionaram um não se sentem à vontade e vão procurar ali abrigo e paz
grande impulso para desenvolvimento do sistema mercan- para suas convicções”.
tilista. Como já foi exposta, a descoberta do Brasil pelos por-
As práticas mercantilistas, que se preocupavam so- tugueses, não consistiu de uma empresa isolada de uma só
mente com a prosperidade interna de um país em detri- nação. Esta fez parte de um amplo processo de expansão
mento do outro, trouxeram instabilidade política à Europa de mercado realizado, primeiramente, por portugueses, es-
“O fruto da política mercantilista é a guerra. A luta pelos panhóis e mais tarde por franceses, holandeses e ingleses
mercados, pelas colônias- tudo isso mergulhou as nações “Tudo que se passa são incidentes da imensa empresa co-
rivais numa guerra após a outra. Algumas foram travadas mercial a que se dedicam os países da Europa a partir do
abertamente como guerras comerciais”. séc. XV, e que lhes alargará o horizonte pelo Oceano afora”.
Nesse contexto de expansão mercantilista ocorre tam- Prado Júnior, aparentemente, faz uso do “método
bém o desenvolvimento da marinha mercante, voltada compreensivo” de Weber para a compreensão do sen-
para dois objetivos distintos, a defesa do país e ataque aos tido, da ideia principal que motivou a ação colonizadora
inimigos em casos de guerra, e na busca de novos mer- na América. Salienta que devemos compreender a coloni-
cados para seus produtos. Portugal e Espanha foram as zação brasileira a partir de uma visão mais abrangente e
nações pioneiras nas grandes navegações e descobertas que “Todo povo tem na sua evolução, vista à distância, um
de novas terras. A França, a Inglaterra e a Holanda se tor- certo “sentido”. Este se percebe não nos pormenores de
naram, posteriormente, em países com grande quantidade sua história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos
de colônias. A expansão marítima mercantil possibilitou a essenciais que a constituem num largo período de tempo”.
descoberta, no final do século XV, do que viria a se chamar O sentido da colonização dos trópicos foi a exploração dos
de América. Portugal foi pioneiro nas descobertas das rotas recursos naturais, em solos virgens americanos, voltados
alternativas, contornando o Cabo da Boa Esperança para para o comércio do velho mundo. A grande extensão da
negociar diretamente com os indianos. Os espanhóis por propriedade rural, a monocultura e o uso da mão de obra
sua vez descobriram a América, colonizando grande parte escrava constituíram a estrutura agrária e social da coloni-
do continente. Portugueses, ingleses, franceses e holan- zação portuguesa no Brasil.
deses, posteriormente, também assentaram colônia neste Ao passo que Prado Júnior procura um “sentido” para
continente. A relação entre a metrópole e a colônia sempre a colonização brasileira, Gilberto Freyre analisa como a fa-
foi de dominação da segunda pela primeira. As metrópoles mília constituiu a instituição central da organização da so-
mantinham o monopólio das relações comerciais de suas ciedade colonial. Algumas características foram preponde-
colônias, evitando que estas mantivesse relações com ou- rantes para o estabelecimento, com êxito, dos portugueses

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
no Brasil. Os elementos semitas herdados por alguns por- racional sistemático, inspirados nos pensadores clássicos
tugueses gente de uma mobilidade, de uma plasticidade, gregos, uma forma alternativa à religiosa, de conceber o
de uma adaptabilidade tanto social como física ofereceram mundo. É nesse novo paradigma que se desenrola a colo-
aos colonizadores portugueses algumas das suas principais nização brasileira. O leve declínio do poder clerical pode
condições físicas e psíquicas de êxito e de resistência. ser percebido nos costumes e no arranjo social da colônia:
Acrescenta-se a isso a sua longa experiência nos trópi- “Nem era entre eles [os portugueses] a religião o mesmo
cos proporcionada pelas navegações anteriores. Tais fato- duro e rígido sistema que entre os povos do Norte refor-
res contribuíram para a adaptabilidade do português aos mados mas sim uma liturgia antes social que religiosa, um
trópicos americanos. A interrelação racial entre os portu- doce cristianismo lírico, com muitas reminiscências fálicas e
gueses e as índias, no início da colonização, foi crucial para animistas das religiões pagãs: os bois entrando pela igreja
assegurar a posse e a expansão do território brasileiro. Tal para ser benzidos pelos padres; as mulheres estéreis indo
miscigenação se fez necessária devido a escassez da popu- esfregar-se, de saia levantada, nas pernas de São Gonçalo
lação portuguesa naquele período. Freyre ressalta também de Amarante.
a aclimatabilidade dos portugueses ao clima tropical, fator São esses os fatos e circunstâncias que tornaram possí-
favorável devido às semelhanças mesológicas entre Portu- vel a prevalência da família patriarcal como instituição má-
gal e Brasil. “Estava assim o português predisposto pela sua xima da sociedade colonial. Buarque de Holanda desloca
mesma mesologia ao contato vitorioso com os trópicos”. o foco de sua lente, em relação a Freyre, para analisar de
Portugal foi o pioneiro, entre as nações colonizadoras, outra perspectiva o mesmo objeto de estudo deste, que
a desenvolver um novo método de exploração das riquezas é, o colonizador português. Holanda ressalta como ideais
coloniais, da simples extração mineral, Portugal passou a dois tipos de colonizadores: o colonizador das áreas tem-
produzir riquezas através do trabalho escravo nas grandes peradas, que é o trabalhador, que procura alcançar suas
lavouras baseadas na monocultura. É no nordeste da colô- metas através do trabalho árduo e lento; e o aventureiro,
nia, na primeira metade do século XVI, que se desenvolve colonizador português, que visa a recompensa rápida sem
a família de base patriarcal, que alicerçado no braço do ne- muito esforço Esse tipo humano ignora as fronteiras. No
gro e nas plantações de cana, ditará os rumos políticos e mundo tudo se apresenta a ele em generosa amplitude.
econômicos e sociais da colônia por um longo tempo. Os Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos hori-
senados de câmara são uma manifestação do poder políti- zontes distantes.
co familiar, poder que se equipara ao da coroa. A partir de Diferentemente do tipo trabalhador que desenvolve
1532 começa de fato o processo de colonização português, seu ofício numa área limitada. Segundo Buarque de Holan-
vindo as primeiras levas de famílias completas do reino, da, houve no Brasil a predominância do tipo aventureiro,
que junto com as famílias constituídas aqui, se dedicaram este fato contribuiu para moldar o comportamento da elite
a cultivar as terras doadas pelo governo, desenvolvendo social brasileira, que encontra na distinção hierárquica e na
assim a base da família patriarcal. A família, não o indiví- apropriação do trabalho alheio alguns de seus traços ca-
duo, nem tão pouco o Estado nem nenhuma companhia de racterísticos. Para o autor, a ânsia por um enriquecimento
comércio, é desde o século XVI o grande fator colonizador sem esforço, por títulos honoríficos, tão fácil de se perceber
no Brasil, a unidade produtiva , o capital que desbrava o na população brasileira, são claras manifestações do espí-
solo, instala fazendas, compra escravos, bois, ferramentas, rito de aventura.
a força social que se desdobra em política, constituindo-se A partir do acúmulo de riquezas decorria, logo, a ne-
na aristocracia colonial mais poderosa da América. cessidade de adquirir um título de nobreza, essa distinção
A riqueza proveniente da produção agrícola e do tra- assegurava ao indivíduo, por exemplo, um cargo no servi-
balho escravo propiciaram à família colonial uma varie- ço público, desta forma ascendendo na hierarquia social.
dade de funções sociais e econômicas. Inclusive, como já Buarque de Holanda salienta ainda que esta não era a regra
insinuamos a do mando político: o oligarquismo ou nepo- geral, visto que em Itu, no final do período colonial, eram
tismo, que aqui madrugou. Por outro lado unidade política todos nobres, apesar de exercerem a profissão de mecâ-
estava assegurada pela língua e pela eligião em comum, nico. A aversão, por parte dos aventureiros, pelo trabalho
juntando-se também a esse estavam as características fí- metódico, duro, repetitivo associado à lógica de menos
sicas e climáticas brasileira. O clima não variando de norte esforço e mais dinheiro, são características que induziram
a sul, nem da altitude máxima à mínima, o bastante para esse colonizador a se apropriar do produto do trabalho de
criar diferenças profundas no gênero de vida colonial, nem terceiros. Esses traços provocaram, ainda, impossibilidade
variando a qualidade física e química do solo ao ponto de de desenvolvimento de um verdadeiro artesanato, mas
estimular o desenvolvimento de duas sociedades radical- ainda de oficiais suficientemente habilitados para trabalhos
mente antagônicas nos interesses econômicos e sociais, que requerem vocação decidida e longo tirocínio.
venceu a tendência no sentido da uniformização. Outra prática recorrente entre os brasileiro bem colo-
A religião católica que durante a Idade Média atingiu cado será a utilização dos chamados “negros de ganho ou
seu ápice como instituição central da vida social, ditando as “moços de ganho”, que trabalhavam mediante simples li-
regras nos aspectos econômicos, morais, filosóficos, sociais cenças obtidas pelos senhores em benefício exclusivos des-
e políticos, a partir do final do século XIII começa a perder tes. Esses fatos denotam que a elite social brasileira herdou,
força, tendo seus conceitos contestados pelos pensadores e pôs em prática, o espírito aventureiro dos colonizadores
Renascentistas, que procuravam através do pensamento portugueses. Todas estas características dos colonizadores

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
ibéricos se associam a uma questão espacial, ao passo que forma diminuitiva “Os que assistiram às festas do Senhor
o trabalhador se contenta em desenvolver sua atividade Bom Jesus de Pirapora, em São Paulo, conhecem a história
em um território restrito, limitado, o aventureiro deseja o do Cristo que desce do altar para sambar com o povo. No
horizonte, um território ilimitado, o além-mar para alcançar Brasil é precisamente o rigorismo do rito que se afrouxa e
seus propósitos. Vimos como Buarque delineou o perfil do se humaniza. Essa aversão aos ritos, aos formalismos que
colonizador português no Brasil, homem aventureiro que pairam sobre os brasileiros anulou qualquer ímpeto de
busca recompensa fácil, não afeita ao trabalho sistemático interferência social “Assim, nenhuma elaboração política
de fruto demorado. seria possível senão fora dela, fora de um culto que só ape-
Dando continuidade ao raciocínio buarqueano, no lava para os sentimentos e os sentidos e quase nunca para
quinto capítulo do mesmo livro ele analisa de que modo as a razão e a vontade. Não admira pois, que nossa República
relações desenvolvidas nas famílias oligárquicas atingiram tenha sido feita pelos positivistas, ou agnósticos, e nossa
a esfera pública, deixando-a marcada pelo personalismo e Independência fosse obra de maçons.
pela apropriação hierárquica dos cargos, com critérios pes- Faoro e Buarque dividem a mesma opinião no tocan-
soais de escolha, em vez da utilização de critérios impes- te as práticas patrimonialistas adotadas pelo funcionalis-
soais e universais de direitos e deveres. Buarque se reporta mo público, Faoro por sua vez faz um estudo aprofundado
à mitologia grega para sedimentar seu ponto de vista, dis- dessa prática, e defende que as origens desse problema
correndo sobre o antagonismo entre a vontade individual e está associado ao antigo modelo lusitano de centralização
as normas estatais, Antígona e Creonte, de Sófocles, passa política. Faoro remonta ao surgimento do Estado portu-
a ideia dessa oposição. “Creonte encarna a noção abstrata, guês, salientando que os países Ibéricos se formaram atra-
impessoal da Cidade em luta contra essa realidade concre- vés de guerras entre mouros e visigodos, tentando ocupar
ta e tangível que é a família. Antigona, sepultando Polinice o vácuo deixado pelo Império Romano. Para enfrentar toda
contra as ordenações do Estado, atrai sobre si a cólera do sorte de invasão e violência e, para nortear as ações do
irmão, que não age em nome de sua vontade pessoal, mas exército, constituiu-se um Rei. “Ainda uma vez a guerra,
da suposta vontade geral dos cidadãos, da pátria: E todo a conquista e o alargamento do território que ela gerou,
aquele que acima da Pátria Coloca seu amigo, eu o terei constitui a base real, física e tangível, sobre que assenta
por nulo. o poder da Coroa. O rei, como senhor do reino, dispunha,
Mas no Brasil essa lógica não é levada em conta, com instrumento de poder, da terra, num tempo em que as ren-
o crescimento das cidades e o desenvolvimento dos meios das eram predominantemente derivadas do solo.
de comunicação, as práticas patrimonialistas antes desen- O rei desta forma se torna dono das terras e chefe de
volvidas no meio rural, passa à vida urbana provocando guerras, já é perceptível nesse momento a apropriação
um desequilíbrio social, cujos efeitos permanecem vivos pela coroa, na figura do rei, dos bens públicos, já havendo,
até hoje. A apropriação do público pelo privado, vai de nesse momento, uma confusão entre o público e o privado.
encontro ao bom desenvolvimento do Estado moderno Por volta do século XIV o rei já possuía mais terras que a
burocrático, que requer um trato impessoal com a coisa coroa, o clero e a nobreza. Para manutenção do poder real,
pública. Buarque lembra que o funcionalismo patrimonial a coroa lançou mão de algumas estratégias como: a apro-
pode, com a progressiva divisão das funções e com a racio- priação das terras conquistadas, a criação de um exército
nalização, adquirir traços burocráticos. Mais a frente esta particular, unificação da moeda et cetera. Portugal manti-
questão será abordada com mais profundidade, através nha seu sustento através dos tributos, que eram cobrados
da obra de Faoro. O personalismo é outra característica do por funcionários do rei. No fim do século XIV a sisa, devida
povo brasileiro analisada pelo autor, é opinião corrente en- ao tesouro pelos consumidores na compra e venda e na
tre os estrangeiros que por aqui baixam, que o brasileiro troca de mercadorias, ocupa o primeiro lugar no orçamen-
tem um jeito diferenciado de comportamento: hospitaleiro to, recaindo sobre toda a gente, nobres, eclesiásticos e ple-
e generoso, tratando bem quem chega por aqui. O autor beus, com o rompimento do privilégio da imunidade.
reflete que esse tipo não suporta o isolamento, ainda não O autor nos traz alguns fatos que contestam a ideia do
aprendeu a conviver consigo mesmo “No “homem cordial”, sistema feudal em Portugal: A unidade do comando polí-
a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira li- tico, no sistema feudal o poder era fragmentado; ausência
bertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, de sobreposição de camadas sociais, no feudalismo haviam
em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias os senhores e os servos; terra como fonte de tributos, a
da existência. terra no sistema feudal tinha somente a função de produzir
Pode-se até fazer uma analogia com o estágio de de- itens; tendência mercantilista, a base econômica do feudo
senvolvimento da nação, que ainda se encontra em sua era somente a agricultura; administração consuetodinária.
infância, e o homem reflete essa infância em seu medo Após a descoberta do Brasil, a coroa portuguesa, ainda no
da solidão, deste modo o amadurecimento da nação re- século XIV, com o fito de incentivar a ocupação e a defesa
presentará à sua chegada à vida adulta. O que ocorre, se- das novas terras, criou as sesmarias, que eram que gran-
gundo Buarque, à esse homem é a necessidade de logo des lotes de terras, oferecidos aos portugueses que qui-
estabelecer intimidade com o desconhecido, no campo da sesse produzir e fazer a defesa dessas porções de terras,
linguística essa necessidade de intimidade se encontra no essa função administrativa ficou, primeiramente, a cargo
emprego do termo “inho” no final das palavras, a religião de Afonso d’Albuquerque. “O sentido da colonização está
não passou imune a esse hábito, nos nomes dos santos na claro: o povoamento como obra auxiliar da conquista. O

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
casamento, com a assistência religiosa tornando-o estável, como uma síntese visto que não houve um novo arranjo
seria o núcleo da lealdade ao país, confundido, no ânimo contendo elementos dos modos de produção português e
cruzado dos portugueses, com a fé. A capitania era inalie- indígena. Gorender conclui: “Impõe-se, por conseguinte, a
nável e indivisível, sujeita à sucessão mesmo de “fêmeas, conclusão de que o modo de produção escravista colonial
bastardos, transversais e ascendentes”, em desvio da lei é inexplicável como síntese de modos de produção pree-
mental. O “capitão e governador” representava os pode- xistentes, no caso do Brasil.
res do rei, como administrador e delegado, com jurisdição Devido à complexidade dos fatores que interferiram na
sobre o colono, português ou estrangeiro, mas sempre ca- colonização portuguesa, emerge no Brasil uma forma iné-
tólico. As terras eram distribuídas aos moradores, que as dita do modo de produção na história: “Nem ele constituiu
deviam agricultar em certo prazo, sob o mesmo espírito da repetição ou retorno do escravismo antigo, colocando-se
velha Lei das Sesmarias de dom Fernando. em sequência “regular” ao comunismo primitivo, nem re-
Cabe destacar que Faoro compreende todos esses sultou da conjugação sintética entre as tendências ineren-
movimentos portugueses como decorrência da expansão tes à formação social portuguesa do século XVI e às tribos
mercantilista, levando em conta que os portugueses de- indígenas. O estudo da estrutura e da dinâmica do modo
senvolveram aqui, não mais simples feitorias, mas um novo de produção escravista colonial demonstrará o que desde
modelo de exploração baseado na agricultura, como já foi logo vem afirmado, ou seja, que se tratou de um modo de
exposto anteriormente. O modelo patrimonialista é trazido produção historicamente novo, pois a outra conclusão não
para a colônia através dos burocratas da corte, que devido cabe chegar se este estudo puser em relevo leis específicas
à distancia da coroa, aqui são como reis “O funcionário é distintas das leis dos outros , modos de produção”.
o outro eu do rei, um outro eu muitas vezes extraviado da Gorender ressalta que na procura por uma definição
fonte de seu poder. Os funcionários do rei assumem aqui adequada do modo de produção Marx escreve (como es-
características de déspotas “manda quem pode obedece boço, que o próprio Marx desconsideraria) que tal modo
quem tem juízo” o que impera aqui, segundo Faoro, é o de produção se constituía em anomalia “sob o argumento
trato pessoal, desprovido de racionalidade que dão a tô- de sua inclusão no mercado mundial capitalista. Gorender
nica nas relações entre o povo e a autoridade. Os parcos continua: “Creio, porém, implausível classificar de anômalo
rendimentos dos funcionários induzem à corrupção Essa um modo de produção que representou um tendência do-
degradação dos vencimentos explicará as inúmeras denún- minante, durou séculos, avassalou enormes extensões ter-
cias de corrupção. ritoriais, mobilizou dezenas de milhões de seres humanos
Faoro cita vários exemplos de descontentamento com e serviu de base à organizações de formações sociais está-
a política aplicada na colônia, como o do padre Antônio veis e inconfundíveis. O autor trata das similaridades entre
Vieira “Desfazia-se o povo em tributos, em imposições e o escravismo colonial e a escravidão antiga praticada em
mais imposições, em donativos e mais donativos, em es- Roma, ressaltando que em ambos, havia o trabalho escravo
molas e mais esmolas, e no cabo nada aproveitava, nada como tipo predominante de exploração de mão de obra,
luzia, nada aparecia. Porque?”. São estes alguns dos ar- porém que a estrutura e a dinâmica eram diferentes entre
gumentos utilizados por Faoro para demonstrar como a uma e outra, isso se revela “com o impasse representado
prática patrimonialista surge em Portugal, através do po- pela impossibilidade de evolução do escravismo patriarcal
der do rei, e se estabelece posteriormente no Brasil, pelas arcaico ao escravismo mercantil moderno.
mãos dos burocratas. Passaremos agora à analise do novo Um modo de produção inequivocamente novo, o bra-
ponto de vista teórico, desenvolvido pelo pesquisador J. ço negro servindo, de viés, ao mercado internacional, este
Gorender. Através da aplicação das técnicas de pesquisa bravo, impedido de gozar o resultado de seu trabalho, em
do materialismo histórico, Gorender desenvolve uma nova todos os aspectos alienado. Gorender, através da lente de
perspectiva historiográfica, encontrando contradições na Marx, lança um novo olhar sobre a página mais vergonhosa
opinião intelectual corrente de que o Brasil era constituído da história brasileira.
por uma base econômica feudal e por uma estrutura social Foram expostos nesse trabalho, através de obras de al-
patriarcal. Gorender confronta a realidade brasileira com guns dos principais especialistas em história do Brasil, os
os três tipos de dominação, entre sociedade heterogê- elementos essenciais que compõem os aspectos políticos,
neas, proposto por Marx: “O povo conquistador submete o religiosos, econômicos, éticos e sociais em que foram eri-
povo conquistado ao seu próprio modo de produção (por gidos a sociedade brasileira. A partir deste estudo é possí-
exemplo, os ingleses neste século na Irlanda e, em parte, vel perceber que o estabelecimento do patriarcalismo, do
na Índia); ou ele deixa subsistir o antigo modo de produção personalismo e do patrimonialismo na sociedade brasileira
e se satisfaz com o tributo (por exemplo, os turcos e os se deu por herança cultural do comportamento vigente em
romanos); ou então se produz uma ação recíproca que dá Portugal, sendo praticado a partir dos aspectos sociais e
nascimento a uma forma nova, a uma síntese (em parte nas materiais aqui desenvolvidos. Texto adaptado de ALVES. C.
conquistas germânicas. F.
Concluindo que nenhum dos três tipos se aplica ao
caso brasileiro, lembrando que, primeiro, o modo de pro-
dução feudal português não foi transferido para o Brasil; se-
gundo, os portugueses não deixaram o modo de produção
indígena subsistir; e por último, não pode ser considerado

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
res, e administrava em nome do rei a capitania da Bahia,
ACONTECIMENTOS DOS PERÍODOS DA cuja sede, Salvador -- primeira cidade fundada no Brasil, foi
HISTÓRIA DO BRASIL. também sede do governo geral até 1763, quando a capital
da colônia foi transferida para o Rio de Janeiro. A admi-
nistração local era exercida pelas câmaras municipais, para
as quais eram eleitos os colonos ricos, chamados “homens
A descoberta do Brasil, em 22 de abril de 1500, pela es- bons”.
quadra comandada por Pedro Álvares Cabral, com destino O papel da Igreja Católica era da mais alta importância.
às Índias, integra o ciclo da expansão marítima portuguesa. A ela cabiam tarefas administrativas, a assistência social,
Inicialmente denominada Terra de Vera Cruz, depois Santa o ensino e a catequese dos indígenas. Dentre as diversas
Cruz e, finalmente, Brasil, a nova terra foi explorada a prin- ordens religiosas, destacaram-se os jesuítas.
cípio em função da extração do pau-brasil, madeira de cor Invasões estrangeiras. Durante o período colonial, o
vermelha usada em tinturaria na Europa, e que deu o nome Brasil foi alvo de várias incursões estrangeiras, sobretudo
à terra. de franceses, ingleses e holandeses. Os franceses chega-
Várias expedições exploradoras (Gonçalo Coelho, Gas- ram a fundar, em 1555, uma colônia, a França Antártica, na
par de Lemos) e guarda-costas (Cristóvão Jacques) foram ilha de Villegaignon, na baía de Guanabara. Somente foram
enviadas pelo rei de Portugal, a fim de explorar o litoral expulsos em 1567, em combate do qual participou Estácio
e combater piratas e corsários, principalmente franceses, de Sá, fundador da cidade do Rio de Janeiro (1565). Mais
para garantir a posse da terra. O sistema de feitorias, já tarde, entre 1612 e 1615, novamente os franceses tentaram
utilizado no comércio com a África e a Ásia, foi empregado estabelecer uma colônia no Brasil, desta vez no Maranhão,
tanto para a defesa como para realizar o escambo (troca) chamada França Equinocial.
do pau-brasil com os indígenas. A exploração do pau-bra- Os holandeses, em busca do domínio da produção do
sil, monopólio da Coroa portuguesa, foi concedida ao cris- açúcar (do qual eram os distribuidores na Europa), inva-
tão-novo Fernão de Noronha. diram a Bahia, em 1624, sendo expulsos no ano seguinte.
A partir de 1530, tem início a colonização efetiva, com Em 1630, uma nova invasão holandesa teve como alvo Per-
a expedição de Martim Afonso de Sousa, cujos efeitos fo- nambuco, de onde estendeu-se por quase todo o Nordes-
ram o melhor reconhecimento da terra, a introdução do te, chegando até o Rio Grande do Norte. Entre 1637 e 1645,
cultivo da cana-de-açúcar e a criação dos primeiros enge- o Brasil holandês foi governado pelo conde Maurício de
nhos, instalados na recém-fundada cidade de São Vicente, Nassau, que realizou brilhante administração. Em 1645, os
no litoral de São Paulo, que no século 16 chegou a ter treze holandeses foram expulsos do Brasil, no episódio conheci-
engenhos de açúcar. A economia açucareira, entretanto, do como insurreição pernambucana.
vai se concentrar no Nordeste, principalmente em Pernam-
buco. Estava baseada no tripé latifúndio--monocultura- Expansão geográfica
--escravidão. A cana-de-açúcar, no Nordeste, era cultivada Durante o século 16, foram organizadas algumas entra-
e beneficiada em grandes propriedades, que empregavam das, expedições armadas ao interior, de caráter geralmente
mão-de-obra dos negros africanos trazidos como escravos, oficial, em busca de metais preciosos. No século seguin-
e destinava-se à exportação. te, expedições particulares, conhecidas como bandeiras,
Ao lado do ciclo da cana-de-açúcar, ocorrido na zona partiram especialmente de São Paulo, com três objetivos:
da mata, desenvolveu-se o ciclo do gado. A pecuária aos a busca de índios para escravizar; a localização de agru-
poucos ocupou toda a área do agreste e do sertão nordes- pamentos de negros fugidos (quilombos), para destruí-los;
tinos e a bacia do rio São Francisco. No século 18, o ciclo da e a procura de metais preciosos. As bandeiras de caça ao
mineração do ouro e dos diamantes em Minas Gerais levou índio (Antônio Raposo Tavares, Sebastião e Manuel Preto)
à ocupação do interior da colônia. A sociedade mineradora atingiram as margens do rio Paraguai, onde arrasaram as
era mais diversificada do que a sociedade açucareira, extre- “reduções” (missões) jesuíticas. Em 1695, depois de qua-
mamente ruralizada. Na zona mineira, ao lado dos proprie- se um século de resistência, foi destruído Palmares, o mais
tários e escravos, surgiram classes intermediárias, consti- célebre quilombo do Brasil, por tropas comandadas pelo
tuídas por comerciantes, artesãos e funcionários da Coroa. bandeirante Domingos Jorge Velho.
Política e administrativamente a colônia estava subor- Datam do final do século 17 as primeiras descobertas
dinada à metrópole portuguesa, que, para mais facilmente de jazidas auríferas no interior do território, nas chama-
ocupá-la, adotou, em 1534, o sistema de capitanias here- das Minas Gerais (Antônio Dias Adorno, Manuel de Borba
ditárias. Consistia na doação de terras pelo rei de Portugal Gato), em Goiás (Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangue-
a particulares, que se comprometiam a explorá-las e po- ra) e Mato Grosso (Pascoal Moreira Cabral), onde foram
voá-las. Apenas duas capitanias prosperaram: São Vicente estabelecidas vilas e povoações. Mais tarde, foram encon-
e Pernambuco. As capitanias hereditárias somente foram trados diamantes em Minas Gerais. Um dos mais célebres
extintas em meados do século 18. bandeirantes foi Fernão Dias Pais, o caçador de esmeraldas.
Em 1548, a Coroa portuguesa instituiu o governo ge- Ao mesmo tempo que buscavam o oeste, os bandei-
ral, para melhor controlar a administração da colônia. O rantes ultrapassaram a vertical de Tordesilhas, a linha ima-
governador-geral Tomé de Sousa possuía extensos pode- ginária que, desde 1494, separava as terras americanas per-
tencentes a Portugal e à Espanha, contribuindo para alar-

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
gar o território brasileiro. As fronteiras ficaram demarca- A partir de 1821, com a volta do rei e da corte para
das por meio da assinatura de vários tratados, dos quais Portugal, o Brasil passou a ser governado pelo príncipe re-
o mais importante foi o de Madri, celebrado em 1750, e gente D. Pedro. Atendendo principalmente aos interesses
que praticamente deu ao Brasil os contornos atuais. Nas dos grandes proprietários rurais, contrários à política das
negociações com a Espanha, Alexandre de Gusmão de- Cortes portuguesas, que desejavam recolonizar o Brasil,
fendeu o princípio do uti possidetis, o que assegurou a bem como pretendendo libertar-se da tutela da metrópole,
Portugal as terras já conquistadas e ocupadas. que visava diminuir-lhe a autoridade, D. Pedro proclamou
a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, às
Revoltas coloniais margens do riacho do Ipiranga, na província de São Paulo.
Desde a segunda metade do século 17, explodiram É importante destacar o papel de José Bonifácio de Andra-
na colônia várias revoltas, geralmente provocadas por in- da e Silva, à frente do chamado Ministério da Independên-
teresses econômicos contrariados. Em 1684, a revolta dos cia, na articulação do movimento separatista.
Beckman, no Maranhão, voltou-se contra o monopólio Primeiro reinado. Aclamado imperador do Brasil, D. Pe-
exercido pela Companhia de Comércio do Estado do Ma- dro I tratou de dar ao país uma constituição, outorgada em
ranhão. Já no século 18, a guerra dos emboabas envolveu 1824. No início do seu reinado, ocorreu a chamada “guerra
paulistas e “forasteiros” na zona das minas; a guerra dos da independência”, contra as guarnições portuguesas se-
mascates opôs os comerciantes de Recife aos aristocrá- diadas principalmente na Bahia. Em 1824, em Pernambu-
ticos senhores de engenho de Olinda; e a revolta de Vila co, a confederação do Equador, movimento revoltoso de
Rica, liderada por Filipe dos Santos, em 1720, combateu caráter republicano e separatista, questionava a excessiva
a instituição das casas de fundição e a cobrança de novos centralização do poder político nas mãos do imperador,
impostos sobre a mineração do ouro. mas foi prontamente debelado. Em 1828, depois da guerra
Os mais importantes movimentos revoltosos desse contra as Províncias Unidas do Rio da Prata, o Brasil reco-
século foram a conjuração mineira e a conjuração baiana, nheceu a independência do Uruguai.
as quais possuíam, além do caráter econômico, uma cla- Depois de intensa luta diplomática, em que foi muito
ra conotação política. A conjuração mineira, ocorrida em importante a intervenção da Inglaterra, Portugal reconhe-
1789, também em Vila Rica, foi liderada por Joaquim José ceu a independência do Brasil. Frequentes conflitos com a
da Silva Xavier, o Tiradentes, que terminou preso e en- Assembleia e interesses dinásticos em Portugal levaram D.
forcado, em 1792. Pretendia, entre outras coisas, a inde- Pedro I, em 1831, a abdicar do trono do Brasil em favor do
pendência e a proclamação de uma república. A conjura- filho D. Pedro, então com cinco anos de idade.
ção baiana -- também chamada revolução dos alfaiates, Período regencial. O reinado de D. Pedro II teve início
devido à participação de grande número de elementos com um período regencial, que durou até 1840, quando foi
das camadas populares (artesãos, soldados, negros liber- proclamada a maioridade do imperador, que contava cerca
tos) --, ocorrida em 1798, tinha idéias bastante avança- de quinze anos. Durante as regências, ocorreram intensas
das para a época, inclusive a extinção da escravidão. Seus lutas políticas em várias partes do país, quase sempre pro-
principais líderes foram executados. Mais tarde, estourou vocadas pelos choques entre os interesses regionais e a
outro importante movimento de caráter republicano e concentração do poder no Sudeste (Rio de Janeiro). A mais
separatista, conhecido como revolução pernambucana importante foi a guerra dos farrapos ou revolução farrou-
de 1817. pilha, movimento republicano e separatista ocorrido no Rio
Independência. Em 1808, ocorreu a chamada “inver- Grande do Sul, em 1835, e que só terminou em 1845. Além
são brasileira”, isto é, o Brasil tornou-se a sede da mo- dessa, ocorreram revoltas na Bahia (Sabinada), no Mara-
narquia portuguesa, com a transferência da família real e nhão (Balaiada) e no Pará (Cabanagem).
da corte para o Rio de Janeiro, fugindo da invasão napo- Segundo reinado. O governo pessoal de D. Pedro II
leônica na península ibérica. Ainda na Bahia, o príncipe começou com intensas campanhas militares, a cargo do
regente D. João assinou o tratado de abertura dos portos general Luís Alves de Lima e Silva, que viria a ter o título
brasileiros ao comércio das nações amigas, beneficiando de duque de Caxias, com a finalidade de pôr termo às re-
principalmente a Inglaterra. Terminava assim o monopó- voltas provinciais. A partir daí, a política interna do império
lio português sobre o comércio com o Brasil e tinha início brasileiro viveu uma fase de relativa estabilidade, até 1870.
o livre-cambismo, que perduraria até 1846, quando foi A base da economia era a agricultura cafeeira, desen-
estabelecido o protecionismo. volvida a partir de 1830, no Sudeste, inicialmente nos mor-
Além da introdução de diversos melhoramentos (Im- ros como o da Tijuca e a seguir no vale do Paraíba flumi-
prensa Régia, Biblioteca Pública, Academia Militar, Jardim nense (província do Rio de Janeiro), avançando para São
Botânico, faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Paulo (vale do Paraíba e oeste paulista). Até 1930, o ciclo do
Bahia e outros), no governo do príncipe regente D. João café constituiu o principal gerador da riqueza brasileira. A
(que passaria a ter o título de D. João VI a partir de 1816, partir da década de 1850, graças aos empreendimentos de
com o falecimento da rainha D. Maria I) o Brasil foi eleva- Irineu Evangelista de Sousa, o barão e depois visconde de
do à categoria de reino e teve anexadas a seu território Mauá, entre os quais se destaca a construção da primeira
a Guiana Francesa e a Banda Oriental do Uruguai, que estrada de ferro brasileira, ocorreu um primeiro surto de
tomou o nome de província Cisplatina. industrialização no país.

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
A base social do império era a escravidão. Desde o República Nova
período colonial, os negros escravos constituíam a prin- Sob a chefia de Getúlio Vargas, foi instaurado um go-
cipal, e quase exclusiva, mão-de-obra no Brasil. As restri- verno provisório que durou até 1934. Embora vitorioso
ções ao tráfico negreiro começaram por volta de 1830, sobre a revolução constitucionalista de 1932, ocorrida em
por pressões da Inglaterra, então em plena revolução São Paulo, Vargas viu-se obrigado a convocar uma assem-
industrial. Finalmente, em 1888, após intensa campanha bleia constituinte, que deu ao país uma nova constituição
abolicionista, a chamada Lei Áurea declarava extinta a (1934), de cunho liberal.
escravidão no país. Nesse período, houve uma grande Em 1935, a Aliança Nacional Libertadora (ANL) promo-
imigração para o Brasil, sobretudo de alemães e italianos. veu uma revolta militar, conhecida como intentona comu-
Na política externa, sobressaíram as guerras do Prata, nista. Aproveitando-se de uma conjuntura favorável, Vargas
em que o Brasil enfrentou o Uruguai e a Argentina, e a deu um golpe de estado, em 1937, fechando o Congresso
da Tríplice Aliança ou do Paraguai, que reuniu o Brasil, a e estabelecendo uma ditadura de cunho corporativo-fas-
Argentina e o Uruguai numa coligação contra o ditador cista, denominada Estado Novo, regida por uma carta ou-
paraguaio Solano López. A guerra do Paraguai (1864-- torgada, de caráter autoritário. Vargas governou até 1945,
1870), um dos episódios mais sangrentos da história quando foi deposto por novo golpe militar.
americana, terminou com a vitória dos aliados. Durante seu governo, incentivou-se a industrialização,
A partir de 1870, a monarquia brasileira enfrentou su- inclusive com a fundação da Companhia Siderúrgica Na-
cessivas crises (questão religiosa, questão militar, ques- cional, foi estabelecida uma legislação trabalhista, reorga-
tão da abolição), que culminaram com o movimento mi- nizou-se o aparelho administrativo do Estado, com a cria-
litar, liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, que ção de novos ministérios, e cuidou-se da previdência social,
depôs o imperador e proclamou a república, em 15 de entre outros melhoramentos.
novembro de 1889. Terceira República. As eleições de 1945 apontaram o
República Velha. A Primeira República, ou República general Eurico Gaspar Dutra como o novo presidente da
Velha, estendeu-se de 1889 até 1930. Sob a chefia do ma- República. Em seu governo, o Brasil ganhou uma nova
constituição, foi modernizada a estrada de rodagem entre
rechal Deodoro, foi instalado um governo provisório, que
o Rio de Janeiro e São Paulo (rodovia Presidente Dutra)
convocou uma assembleia constituinte para elaborar a
e começou o aproveitamento hidrelétrico da cachoeira de
primeira constituição republicana, promulgada em 1891.
Paulo Afonso.
Os governos do marechal Deodoro, e, depois, do mare-
Nesse período, firmaram-se os três grandes partidos
chal Floriano Peixoto foram plenos de conflitos com o
que tiveram importância na vida política brasileira até a de-
Legislativo e rebeliões, como as duas revoltas da Armada.
flagração do movimento militar de 1964: o Partido Traba-
Com a eleição de Prudente de Morais, tem início a
lhista Brasileiro (PTB), o Partido Social Democrático (PSD) e
chamada “política do café com leite”, segundo a qual os
a União Democrática Nacional (UDN). O Partido Comunista
presidentes da República seriam escolhidos dentre os re- Brasileiro (PCB) foi posto na ilegalidade.
presentantes dos estados mais ricos e populosos -- São Em 1951, Vargas, candidato do PTB, voltou ao poder,
Paulo e Minas Gerais -- prática que foi seguida, quase eleito pelo voto popular. Em seu segundo governo, desta-
sem interrupções, até 1930. cou-se a criação da Petrobrás, empresa estatal destinada
A economia agrário-exportadora continuou domi- a monopolizar a pesquisa, extração e refino do petróleo.
nante. O café representava a principal riqueza brasileira, Foi um período conturbado, que teve no atentado da rua
e os fazendeiros paulistas constituíam a oligarquia mais Tonelero (dirigido ao jornalista Carlos Lacerda, mas em que
poderosa. As classes médias eram pouco expressivas e morreu um oficial da Aeronáutica) um dos seus episódios
começava a existir um embrião de proletariado. Por oca- mais importantes. Pressionado pelas classes conservado-
sião da primeira guerra mundial (1914--1918), ocorreu ras, e ameaçado de deposição por seus generais, Vargas
um surto de industrialização, em função da substituição suicidou-se em 24 de agosto de 1954.
de importações européias por produtos fabricados no A eleição de Juscelino Kubitschek de Oliveira, candidato
Brasil. do PSD, inaugurou a era do desenvolvimentismo. Durante
A partir da década de 1920, o descontentamento dos seu governo, orientado pelo Plano de Metas, construiu-se
militares explodiu em uma série de revoltas, destacando- a nova capital, Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960;
-se a marcha da coluna Prestes, entre 1924 e 1927, que foram abertas numerosas estradas, ligando a capital às di-
percorreu grande parte do Brasil. As oligarquias alijadas versas regiões do país, entre as quais a Belém--Brasília; im-
do poder central também se mostravam insatisfeitas. plantou-se a indústria automobilística; e foi impulsionada a
Quando ocorreu a crise de 1929 -- iniciada com o crash construção das grandes usinas hidrelétricas de Três Marias
da bolsa de Nova York --, com seus reflexos negativos e Furnas. A sucessão presidencial coube a Jânio Quadros,
sobre os preços do café, a desorganização da economia, apoiado pela UDN, que, após sete meses de governo, re-
as divergências político-eleitorais das oligarquias domi- nunciou.
nantes e as aspirações de mudança de amplos setores A subida de João Goulart ao poder contrariou as clas-
da sociedade provocaram a deflagração da revolução de ses conservadoras e altos chefes militares. No início de seu
1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. governo, o Brasil viveu uma curta experiência parlamenta-
rista, solução encontrada para dar posse a Goulart. Foi um

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
período marcado por greves e intensa agitação sindical. O sa movimentação popular, Collor foi afastado do governo,
presidente terminou sendo deposto pelos militares, com em 1992, pelo processo de impeachment, conduzido pelo
apoio da classe média, em 1964. Congresso Nacional.
Regime militar. Os governos militares preocuparam-se
sobretudo com a segurança nacional. Editaram vários atos Fonte: http://www.sohistoria.com.br/ef2/histbrasil/p2.
institucionais e complementares, promovendo modifica- php
ções no funcionamento do Congresso e tomando medi-
das de caráter econômico, financeiro e político. Os partidos
políticos tradicionais foram extintos, e criadas duas novas
agremiações políticas, a Aliança Renovadora Nacional (Are- HISTÓRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
na) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Em 1967, promulgou-se nova constituição, que esta-
beleceu um poder executivo ainda mais forte. Com o cres-
cimento da agitação estudantil e operária, foi editado o O Estado do Rio de Janeiro está localizado na região
Ato Institucional nº 5, que fechou o Congresso. Em 1969, a Sudeste. A capital é Rio de Janeiro. Quem nasce no Estado
Emenda Constitucional nº 1 deu ao país praticamente uma é chamado fluminense. Aquele que nasce na cidade é de-
nova carta política. nominado carioca.
No campo do desenvolvimento econômico, as aten-
ções dos governantes e dos tecnocratas voltaram-se prio- A sigla do Estado é RJ e a população é de aproximada-
ritariamente para o combate à inflação, que atingira níveis mente 16,5 milhões de habitantes, segundo o IBGE (Insti-
alarmantes; para a construção de obras de infraestrutura, tuto Brasileiro de Geografia e Estatística). O estado tem 92
sobretudo nas áreas de transportes -- como a rodovia municípios distribuídos em uma área de 43.777,954 quilô-
Transamazônica e a ponte Rio--Niterói (oficialmente, ponte metros quadrados.
Presidente Costa e Silva) --, de comunicações -- com a im-
plantação do sistema de comunicação por satélite -- e de Estado do Rio de Janeiro
energia, com a construção da usina hidrelétrica de Itaipu Bandeira do Estado do Rio de Janeiro
-- por meio de um convênio com o Paraguai -- e com a as-
sinatura de um acordo com a Alemanha para a construção História
de usinas nucleares. O Estado está entre os primeiros a serem colonizados
O governo Geisel iniciou um processo de abertura pelos portugueses, que atracaram na baía da Guanabara
democrática, lenta e gradual, desembocando na anistia em 1.º de janeiro de 1502, em uma expedição exploratória.
política, que permitiu a volta ao país de numerosos exi- É por este motivo que foi batizado de Rio de Janeiro.
lados. Em seguida à anistia, veio o fim do bipartidarismo, O processo de colonização começou em 1531, com o
e foram criados vários partidos políticos. No final da dé- desembarque de Martim Afonso de Souza. A expedição
cada de 1970, o movimento popular e sindical tomou um dos colonizadores foi impulsionada pelas ameaças de fran-
novo alento, o que levaria, nos primeiros anos da década ceses, holandeses e ingleses.
seguinte, ao movimento das “diretas já”, que, embora não Essas nações participaram tardiamente das grandes
fosse vitorioso, permitiu em 1985 a eleição indireta pelo navegações e começavam a invadir o território brasileiro.
Congresso de Tancredo Neves, do Partido do Movimento As constantes invasões motivaram o rei Dom João III
Democrático Brasileiro (PMDB), para a presidência da Re- a dividir o Brasil em 15 capitanias hereditárias que foram
pública. Com a morte de Tancredo Neves, na véspera da distribuídas a 12 fidalgos.
posse, assumiu seu vice-presidente, José Sarney. O território que hoje é ocupado pelo Estado do Rio
  de Janeiro pertencia à Capitania de São Vicente. A área foi
Nova República entregue a Martim Afonso de Souza em 1534. Também in-
O governo Sarney teve como fato econômico mais tegrava o território a área de São Tomé, que foi doada a
importante a implantação do Plano Cruzado, com vistas Pero Góis da Silveira em 1536.
a combater a inflação pelo congelamento de preços e da A região da baía da Guanabara foi invadida em 1555,
troca da moeda. O fato político marcante do período foi a por uma expedição de franceses. No local, fundaram a
eleição de uma assembleia nacional constituinte, que em França Antártica, para onde foram enviados 300 colonos
1988 deu ao Brasil uma nova constituição. O fracasso do calvinistas.
plano econômico e a corrupção generalizada contribuíram A reação da Coroa portuguesa contra a invasões fran-
para polarizar as preferências eleitorais em 1989 em torno cesas começa em 1565. O processo ocorre com a fundação
das candidaturas de Fernando Collor de Mello, apoiado por da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1.º de
poderosas forças políticas, e Luís Inácio Lula da Silva, do março, sob o comando de Estácio de Sá. Esta foi a segunda
Partido dos Trabalhadores. cidade fundada no Brasil.
A vitória de Fernando Collor provocou uma euforia Sucessivas batalhas de portugueses contra franceses e
momentânea, logo dissipada pelo fracasso dos sucessivos indígenas ocorreram em 1567 e 1568. Em batalhas como
planos econômicos e pelas denúncias de corrupção que essas, a população indígena brasileira foi praticamente di-
atingiam figuras próximas ao presidente. Depois de inten- zimada.

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
Os índios que se aliavam aos portugueses eram recom- Cobinada com o leque de belezas naturais, a cidade
pensados. Esse foi o caso de Arariboia, líder dos temiminós, oferece o equipamento histórico deixado pela permanên-
que recebeu a área hoje ocupada pela cidade de Niterói cia da Corte portuguesa no Brasil. Entre eles estão a Biblio-
como recompensa pela luta contra os franceses. teca Nacional, o Teatro Municipal e diversos museus.
Como estratégia para administrar as investidas dos ini-
migos europeus, os portugueses dividiram o Brasil em dois Fonte: https://www.todamateria.com.br/estado-do-
governos em 1574. Os governos gerais ficaram sediados -rio-de-janeiro/
em Salvador, na Bahia, e na cidade do Rio de Janeiro.
A partir desse ponto ocorre a ocupação definitiva da
região. A reunificação do território ocorre somente em
1578, ficando a capital sediada em Salvador. CONSTRUÇÃO DOS CONCEITOS DE TEMPO.
Após a chegada da corte portuguesa, em 1808, o Rio
de Janeiro passou a ser a capital do Brasil e pertencia ao
Estado da Guanabara. Essa condição durou até à fundação
da capital atual, Brasília (DF), em 21 de abril de 1960.
O tempo é um dos conceitos mais complexos de en-
Com a transferência do Distrito Federal para o Centro-
-Oeste, a área da atual cidade do Rio de Janeiro tornou-se tendimento, para os estudiosos que se dedicaram a enten-
uma cidade-estado independente. Essa condição durou de dê-lo, a concepção de tempo na história varia de acordo
1960 a 1975, quando a cidade do Rio de Janeiro foi unida com a sociedade que o “lê”. Ou seja, a história é profun-
ao Estado do Rio de Janeiro e tornou-se capital. É essa a damente marcada pela mudança tanto no campo da reali-
organização político-administrativa atual. dade natural e física, como nas criações culturais humanas.
Dependendo do ponto de vista de quem o concebe, o tem-
Compreenda melhor o assunto lendo os artigos: po pode abarcar concepções múltiplas.

Capitanias Hereditárias De acordo com Reis (1994), temos o tempo na pers-


Governo Geral pectiva da física e da filosofia. O tempo da física refere-se
Tomé de Souza aos movimentos naturais, cosmológicos e o da filosofia é
Sesmarias o tempo das mudanças vividas pela consciência. Ao tempo
Economia físico associam-se características como medidas, quantida-
O Estado do Rio de Janeiro tem a segunda maior eco- de, abstração e reversibilidade e o tempo vivido concreto e
nomia do Brasil. É responsável por 12,6% do PIB (Produto a reflexão marcam o tempo da consciência.
Interno Bruto) brasileiro.
A extração de petróleo é a principal fonte de rendi- Na mediação entre o tempo físico e o tempo da cons-
mentos do Estado. Em segundo lugar está a indústria de ciência, situa-se o tempo coletivo, das sociedades, ou seja,
transformação e, por fim, comércio e serviços. o tempo histórico que cria artifícios capazes de promover
A produção industrial está centrada em ligas de aço, pontes de ligação entre o tempo físico e o tempo da cons-
tubos flexíveis, motores automotivos, cosméticos, pneus ciência: o calendário, a genealogia e os vestígios arqueoló-
e polipropileno. Também há indústrias de combustíveis e gicos (Dutra, 2003)
lubrificantes para aeronaves, óleo diesel, biodiesel, medi-
camentos e outros. Para cada cultura, há uma noção de tempo, a ideia
de tempo deve ser analisada numa perspectiva histórica,
Principais Cidades
como resultante de múltiplas experiências de mundo, des-
As cidades do estado têm importância turística e eco-
sa forma não se pode falar em apenas um conceito de tem-
nômica conforme a região onde estão instaladas. Na re-
gião costeira, que é chamada de Costa do Sol, estão Bú- po, mas de concepções de tempo.
zios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Rio das Ostras, Maricá e
Saquarema. Para Ricoeur, o tempo histórico refere-se à vida huma-
na e o calendário é indispensável, o tempo do calendário
Na Região Serrana estão Petrópolis, Teresópolis e Nova ultrapassa o físico e o vivido para se tornar original, é um
Friburgo. Entre elas, Petrópolis tem uma arquitetura espe- evento capaz de conferir a ordem dos acontecimentos e
cial e foi escolhida para as férias de Verão de Dom Pedro II. mudar o curso da história. Outro conceito é o de geração,
A cidade mais importante é a capital, Rio de Janeiro. O trata-se de vida compartilhada. O tempo histórico repre-
município é destaque histórico, econômico e turístico. senta permanência de gerações e sequência de gerações.

Pontos Turísticos A terceira conexão são os vestígios, os arquivos, pois


A cidade do Rio de Janeiro é o principal ponto de atra- as gerações deixam sinais, marcas, que são buscadas pelo
ção de visitantes da região e do País. historiador. Koselleck aborda o tempo histórico como algo
Além das praias, as mais conhecidas são Copacabana, entre o campo da experiência e o tempo da espera: a expe-
Leblon e Ipanema, há o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. riência é o passado atual, cujos eventos foram integrados
Os locais são visitados por milhares de turistas todos os e podem ser rememorados por uma elaboração racional
anos. e por comportamentos inconscientes, e a espera é o fu-

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
turo atualizado no presente. Na perspectiva dos Annales, Na construção do conceito tempo é necessário esta-
o tempo histórico é estrutural Influenciada pelas Ciências belecer uma relação entre o tempo cronológico, o tempo
Sociais vai incorporando novos objetos de análise e amplia social (vivido) e o tempo histórico. Conhecer o conceito
o campo de pesquisa do saber histórico. tempo demarcado em sequência linear, dia, meses e anos
é fundamental para que o conceito seja apreendido.
Promove ainda uma mudança no campo das técnicas
e dos métodos. Se antes a documentação era relativa ao Dessa forma, um dos objetivos da História é estudar o
evento e ao seu produtor, agora ela é relativa ao campo passado, buscando as explicações para entender o tempo
econômico-social: ela se torna massiva, serial e revela tam- histórico presente. Sendo assim, o homem tem consciência
bém o duradouro, a permanência, as estruturas sociais e é que é um ser histórico, temporal e finito. Quando interro-
justamente esse conceito de “longa duração” que permitiu gamos: O quê? Quando? Por quê? Como? Para quê? Onde?
maior consistência ao terceiro tempo do historiador (Dutra, Sobre o período histórico daquele homem (ou sociedade),
2003). vamos entendendo melhor o passado e o seu presente. E a
partir dessas observações e conclusões, podemos direcio-
Os documentos se referem à vida cotidiana das massas nar, planejar melhor o futuro.
anônimas, à sua vida produtiva, à sua vida comercial, ao
seu consumo, às suas crenças, as diversas formas de vida. Alguns especialistas em História, apontam que o Tem-
Dessa forma podemos situar três tendências quanto ao po é um elemento central na História, e que um dos princi-
modo de relacionar o presente e o passado: a positivista, a pais problemas que o professor ao ministrar a disciplina de
historicista e a escola dos Annales. História enfrenta é a compreensão do conceito de tempo
pelos educandos. Boa parte dos estudos contemporâneos
Na abordagem positivista, o tempo histórico con- a respeito do desenvolvimento da educação histórica parte
funde-se com o tempo do calendário; as sociedades e os do pressuposto de que este conceito é abrangente e am-
eventos são lineares, confundindo-se com o passado das bíguo necessitando de uma atenção maior voltada para o
sociedades humanas, esse passado guarda pouca relação pensamento dos educandos, inter-relacionando com ou-
com o presente e quase nenhuma com o futuro, já abor- tros conceitos tais como: explicação, compreensão e em-
dagem historicista, o tempo histórico é percebido como patia em História, interpretação da evidência, mudança e
tempo social, ou seja, os eventos são percebidos em simul- objetividade (Barca, 2000).
taneidade interna á sociedade, é um tempo marcado pela
irreversibilidade, direcionado, heterogêneo, descontínuo, A História tradicional trabalha com a ideia de tempo na
múltiplo e reflexivo (Reis, 1994). sua suposta linearidade. A ideia da uniformidade do tempo
dominou largamente a história na sequência temporal dos
A nova história privilegia a documentação massiva e acontecimentos, ainda hoje encontramos essa abordagem
involuntária em relação aos documentos voluntários e ofi- principalmente em livros didáticos de História.
ciais. Nesse sentido, os documentos são arqueológicos,
pictográficos, iconográficos, fotográficos, cinematográfi- Cada sociedade tem um tempo diferenciado mesmo
cos, numéricos, orais, enfim, de todo tipo. vivendo um tempo simultâneo ao das sociedades tecno-
lógicas. São esses elementos que fornecem as ferramen-
O tempo histórico é uma representação do presen- tas para que a História seja constantemente reescrita. Isso,
te sobre um tempo passado, ou seja, o tempo histórico é porque cada época, cada sociedade histórica tem uma
sempre produto do homem presente, fazendo com que o preocupação e questionamentos que diferem de suas an-
passado, e/ou o futuro, sejam entidades instáveis na cons- tecessoras.
trução do conhecimento. Assim, as experiências passadas
não estão cristalizadas, estabelecidas em um tempo vivi- A história das sociedades é feita por homens que vi-
do, não permanentemente. Estarão sempre sujeitas a uma vem em um espaço e em um determinado tempo histórico,
nova leitura, uma nova interpretação e, fundamentalmente, portanto, quando estudamos História, vamos adquirindo
uma reconstrução. consciência da existência de elementos transformadores e
de dinâmicas dentro das sociedades. Vamos entendendo
As noções de tempo introduzidas nas séries iniciais de- as transformações e as mudanças tanto no sentido indivi-
vem ser trabalhadas com a ideia de ordenação que consis- dual quanto no coletivo.
te em estabelecer a sequência de acontecimentos, viven- Esse recurso de utilizarmos a linha do tempo é apenas
ciados, o que implica uma identificação do que ocorre an- um exemplo didático para melhor compreensão do próprio
tes e do que ocorreu depois. Essa noção está se formando, processo histórico, o que precisa ficar claro que a História
por exemplo, quando o educando relata um acontecimen- não é estática, e que aquelas datas são apenas referências.
to identificando o que aconteceu antes e o que aconteceu
depois, quando colocam em certa ordenação os quadros As diversas concepções de tempo são produtos cultu-
de uma história, quando colocam em sequência os aconte- rais que serão compreendidas, ao longo de uma variedade
cimentos de sua vida. de estudos e acesso a conhecimentos pelos alunos durante
sua escolaridade.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
Vários estudiosos ao longo dos anos estudaram as di- ocorrer em velocidades diferentes, segundo os fenôme-
versas formas de conceber o tempo, para a História esse nos estudados. Sendo assim, a compreensão da dimensão
conhecimento pode ser entendido como a construção pes- histórica da realidade pode ser entendida a partir de uma
soal e social, considerando que está associado à memória adequada relação dialética entre passado e presente, o que
e esta às identidades sociais dos homens, nas diferentes poderá ser considerado como uma das finalidades do ensi-
trajetórias, sofrendo variações nas diferentes épocas e cul- no de História atualmente.
turas.
Por se tratar de um conceito abstrato, a representação
Elias (1998), afirma que o tempo, muito especialmente do tempo aparece em ordem cronológica como sendo o
o do relógio, é uma das sínteses mais poderosas que os tempo histórico. Nesse sentido, parece necessário buscar
seres humanos alcançaram através da relação de aproxi- a compreensão de que as relações temporais são de níveis
mação e de distanciamento com os vários níveis da expe- múltiplos e de grande complexidade.
riência, o físico, o biológico e o individual. O tempo sempre
foi, pelo menos na história da sociologia e da antropologia, Para Elias, (1988) o tempo pode ser considerado um
algo considerado como avassalador relativamente à expe- símbolo conceitual de uma síntese em vias de constituição,
riência concreta dos indivíduos ao longo da sua história de isto é, de uma operação complexa de relacionamento de
vida e ao longo da macro história. O tempo não é natural diferentes processos evolutivos.
e sim uma instituição social que resulta de um longo pro-
cesso de aprendizagem. Esse aprendizado é histórico, uma O que significa dizer que a aprendizagem do tempo é
vez que o indivíduo só pode construir algo a partir de um algo que se reveste de uma profunda dimensão cultural e,
patrimônio de saber já adquirido. Ao mesmo tempo, essa por conseguinte, variável historicamente e que está ligado
aprendizagem é individual, pois mesmo o educando, para às formas como se compreende, se explica, se interpreta e
que possa desempenhar seu papel de adulto, desenvolve se seleciona em História. E ainda, a ideia de temporalidade
um sistema de autodisciplina conforme essa instituição so- segundo regras culturais e historicamente apresentadas, é
cial que é o tempo: nas sociedades industrializadas o tem- algo que não se explica, por si só, a construção da ideia
po exerce de fora para dentro, sob a forma de relógios, de tempo no indivíduo, implica uma construção cognitiva
calendários e outras tabelas de horários, uma coerção que subjetiva.
suscita o desenvolvimento da autodisciplina no indivíduo.
A transformação da coerção exercida de fora para dentro A compreensão do tempo histórico constitui uma sín-
pela instituição social do tempo num sistema de autodis- tese da compreensão histórica do educando, que depende
ciplina que abarque toda a existência do indivíduo, explici- não só do seu desenvolvimento cognitivo, mas da qualida-
tamente, a maneira como o processo civilizador contribui de do que vai ser apreendido.
para formar os hábitos sociais que são parte integrante de
qualquer estrutura da personalidade. Nessas perspectivas, o tempo histórico, é a construção
de sujeitos históricos em um dado momento da História,
Nesse sentido Elias (1998), procura delimitar a noção considerando a permanência, a simultaneidade e a mudan-
de tempo através das particularidades de cada sociedade ça. Assim, o tempo pode ser entendido como uma dimen-
no curso da história, e confrontando as diversas caracte- são cultural existentes em tempos não necessariamente
rísticas históricas e culturais no que se refere à relação dos sequenciais em termos cronológicos.
homens com o tempo.
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/
A análise histórica realizada por Elias é importante, pois artigos/pedagogia/tempo/24238
a instituição tempo foi passando por diversos processos
como, por exemplo, no que se refere ao monopólio dessa
determinação que, no início cabia aos sacerdotes, passan-
do a ser dividida entre estes e as autoridades leigas, para
finalmente passar a ser monopólio do Estado. A autodisci-
plina em matéria de tempo, a exemplo de outras capacida-
des sociais, só se desenvolveu muito lentamente ao longo
dos séculos e só atingiu sua forma atual ligando-se ao sur-
gimento de exigências sociais específicas.

Dessa forma, o que muda é a perspectiva de utilização


da dimensão temporal na construção do conhecimento. No
final do século XX, os historiadores, expandem a noção de
temporalidade, e o tempo deixa de ser um elemento fixo
explicativo da causalidade, da sequência temporal, crono-
lógica, linear e teológica, para se transformar em uma con-
cepção não linear, não teológica, fragmentada e podendo

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História
Exercícios (C) o caráter violento das manifestações hindus
frente à ação inglesa.
1. (ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO- (D) a impossibilidade de deter o movimento lidera-
INEP/2012) É verdade que, nas democracias, o povo pare- do por Gandhi.
ce fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste (E) a indiferença das autoridades britânicas frente
nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é in- ao apelo popular hindu.
dependência e o que é liberdade. A liberdade é o direito
de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão Em 1932, a Índia estava sob o domínio britânico, sendo
pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais uma de suas colônias mais importantes, e considerada “Joia
da Coroa”. Ela tanto tinha importante papel geoestratégico
liberdade, porque os outros também teriam tal poder.
no Oriente para os ingleses, como era de grande valia eco-
(MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Edito-
nômica, pois da referida colônia provinham produtos como
ra Nova Cultural, 1997 - adaptado). chá, especiarias e tecidos (estes últimos vendidos em todas
as praças comerciais do império). É contra o domínio inglês
A característica de democracia ressaltada por Mon- que Gandhi lidera a luta, de cunho pacifista: propunha o
tesquieu diz respeito boicote aos produtos ingleses e o não pagamento de taxas.
(A) Ao status de cidadania que o indivíduo adquire Dessa forma, Gandhi conseguiu a adesão de muçulmanos
ao tomar as decisões por si mesmo. e hindus. A cada prisão que sofria Mahatma, como era co-
(B) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos nhecido, maior se tornava o apoio ao líder indiano, como
à conformidade às leis. bem demonstra a charge.
(C) à possibilidade de o cidadão participar no poder
e, nesse caso, livre da submissão às leis. RESPOSTA: “D”.
(D) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo
que é proibido, 3. (ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO-
desde que ciente das consequências. INEP/2012) Que é ilegal a faculdade que se atribui à
(E) ao direito do cidadão exercer sua vontade de autoridade real para suspender as leis ou seu cumpri-
acordo com seus valores pessoais. mento. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a
Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de
prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos de-
Foi de Montesquieu a proposta da divisão de poderes,
signados por ele próprio. Que é indispensável convocar
como maneira de cercear toda forma de abuso, prática ro-
com frequência os Parlamentos para satisfazer os agra-
tineira na época. Portanto, o que ele defende claramente é vos, assim como para corrigir, afirmar e conservar leis.
que “(...) a liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis (Declaração de Direitos. Disponível em: http://discipli-
permitem”. Assim sendo, liberdade, para ele, é sinônimo nas.stoa.usp.br. Acesso em: 20 dez. 2011 - adaptado).
de compartilhamento com responsabilidade e respeito às
leis de poder entre os cidadãos de uma determinada so- No documento de 1689, identifica-se uma parti-
ciedade. cularidade da Inglaterra diante dos demais Estados
europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa
Resposta: ”B” e o regime político que predominavam na Europa con-
tinental estão indicados, respectivamente, em:
2. ((ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (A) redução da influência do papa – Teocracia.
- INEP/2012) ) (B) limitação do poder do soberano – Absolutismo.
(C) ampliação da dominação da nobreza – Repúbli-
ca.
(D) expansão da força do presidente – Parlamenta-
rismo.
(E) restrição da competência do congresso –Presi-
dencialismo.

A Revolução Inglesa ocorreu no século XVII, em duas


etapas: 1640, com a Guerra Civil e o Governo de Cromwell,
e firma-se com a Revolução Gloriosa e a com a Declaração
Disponível em: www.gandhiserve.org. Acesso em: 21 dos Direitos, em 1688. Nessa época, a maioria dos outros
nov. 2011. Estados europeus tinha regime político absolutista. Portan-
O cartum, publicado em 1932, ironiza as conse- to, a opção “B” é a correta. O efeito principal da Declaração
quências sociais das constantes prisões de Mahatma dos Direitos foi a limitação dos poderes do soberano, o
Gandhi pelas autoridades britânicas, na Índia, demons- que possibilitou o surgimento do regime parlamentarista,
trando em contraste com o regime absolutista então vigente na
(A) a ineficiência do sistema judiciário inglês no ter- Europa Continental.
ritório indiano.
(B) o apoio da população hindu à prisão de Gandhi. RESPOSTA: “B”.

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
Ar: importância, composição e propriedades.........................................................................................................................................................01
Água: importância, composição, propriedades, estados físicos e ciclo da água....................................................................................01
Solo: importância, composição e erosão..................................................................................................................................................................05
Seres vivos: caracterização geral e classificação....................................................................................................................................................06
Relações entre os seres vivos e os ambientes........................................................................................................................................................06
Ecossistemas..........................................................................................................................................................................................................................07
Ser humano e saúde: noções elementares de anatomia e fisiologia humana e princípios básicos de saúde...........................09
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências

Observe que quando a qualidade do ar é afetada, o


ecossistema e os fatores que o envolvem (clima, solo, água)
AR: IMPORTÂNCIA, COMPOSIÇÃO E são também alterados, provocando assim, diversos fenô-
PROPRIEDADES. menos por exemplo, o efeito estufa, a chuva ácida, a inver-
são térmica e a destruição da camada de ozônio.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/a-importan-
O ar é um elemento fundamental, sendo formado por cia-do-ar/
uma combinação de gases, vapor de água e partículas sus-
pensas. Trata-se, portanto, de uma substância vital para a
manutenção da vida na terra, ao lado da água e do solo.
ÁGUA: IMPORTÂNCIA, COMPOSIÇÃO,
Além disso, o ar é essencial para o clima, a distribuição
da chuva e a dispersão de sementes as quais favorecem a
PROPRIEDADES, ESTADOS FÍSICOS E CICLO
produção agríc DA ÁGUA.
ola. Por outro lado, ele favorece o desenvolvimento de
diversas doenças por vírus, bactérias e microrganismos, os
quais são levados pelas correntes de ar.
A água é um dos recursos naturais mais importantes
Composição do Ar
para a humanidade, posto que não podemos viver sem ela.
Os principais elementos que compõem o ar são essen-
Da mesma forma, os vegetais e animais precisam dela para
cialmente o nitrogênio (78%) e o oxigênio (21%) e em pe- viver.
quena quantidade argônio (0.94%), gás carbônico (0,03%), A maior parte de cada uma das células de nosso corpo
neônio (0,0015%). Embora possua peso e ocupe espaço na possui água. Usamos a água para beber, para o preparo
atmosfera, observe que o ar é um conjunto de substâncias das refeições, para a higiene pessoal e doméstica, ou ain-
que não apresenta cor, cheiro, gosto e que não podemos da para a pesca, transporte, produção de energia elétrica,
ver nem tocar. irrigação etc.
A Importância do Ar para os Seres Vivos A água doce é encontrada nos continentes e está dis-
Quando respiramos, o ar da atmosfera entra no nosso tribuída nos rios, lagos, camadas subterrâneas do solo ou
corpo sendo filtrado pelas narinas até chegar aos pulmões, em geleiras.
o qual será utilizado na produção de energia. O mecanismo Em alguns lugares da terra há grande disponibilidade
de respirar é realizado da seguinte maneira: respiramos o de água doce, em muitos outros a escassez de água é uma
oxigênio (O2) e liberamos o gás carbônico (CO2) na atmos- realidade, como nas regiões semiáridas e nos desertos.
fera, o qual será absorvido pelas plantas e outros seres au-
tótrofos no processo denominado de fotossíntese. Importância da água
De tal modo, as plantas, importantes nesse processo, A Importância da Água na vida do planeta é de tama-
liberarão oxigênio, extremamente necessário para outros nha proporção, posto que é um elemento essencial para a
sobrevivência de animais e vegetais na Terra. Nesse senti-
seres vivos. Importante destacar que os sons emitidos pe-
do, quando falta água, a vida está ameaçada, uma vez que
las cordas vocais só conseguem ser produzidos pela exis-
a água é a fonte de vida do planeta.
tência do ar. Estamos tão habituados à presença da água que só
Muitos especialistas afirmam que o ato de “saber res- damos conta da sua importância quando ela nos faz falta.
pirar” pode nos livrar de diversas doenças. Nesse sentido, Note que a maior parte das células de nosso corpo possui
vale ressaltar que em muitos locais do mundo, sobretudo água, sendo que os vegetais e animais precisam dela para
nas grandes cidades, o ar tornou-se poluído, o que tem viver.
gerado muitas doenças respiratórias e neurológicas.
Entenda melhor sobre esse processo nos artigos: Ciclo Ciclo da Água
do Oxigênio e Ciclo do Carbono Cerca de dois terços da superfície da Terra são cobertos
Poluição do Ar pela água, em estado líquido (oceanos mares, lagos, rios e
A poluição do ar ou poluição atmosférica é um tema água subterrâneas) ou em estado sólido (geleiras e neve).
muito recorrente na atualidade, posto que com o cresci- Uma parcela significativa dessas águas encontram-se
mento das cidades bem como a expansão demográfica em permanente circulação, sob a ação do calor do sol e dos
tem alterado significativamente a qualidade do ar que res- ventos. Essas águas se transformam em vapor, constituindo
piramos. o chamado ciclo da água ou ciclo hidrográfico. A importân-
Além da expansão das indústrias e do aumento dos cia do ciclo hidrográfico é vital para a biosfera, o conjunto
automóveis, muitos outros fatores afetam a qualidade do dos seres vivos da Terra e seus habitats.
Parte desse vapor é produzido também pela transpira-
ar, por exemplo, a redução de espaços verdes, já que as
ção dos organismos vegetais e animais. Para exemplificar,
plantas são importantes no processo do ciclo do oxigênio,
note que num só dia, uma árvore de grande porte pode
as queimadas, o uso de inseticidas e agrotóxicos na agri-
chegar a evaporar até 300 litros de água.
cultura, dentre outros.

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
Nas partes mais altas, a atmosfera fica tão fria que o Fusão
vapor se condensa em pequenas gotas de água, flocos de Mudança do estado sólido para o estado líquido da
neve e cristais de gelo, que formam as nuvens. Ao serem água, provocada por aquecimento, por exemplo, um gelo
levadas pelo vento para regiões mais frias, ocorrem as pre- que derrete num dia de calor.
cipitações de chuva, neve ou granizo. Além disso, o denominado “Ponto de Fusão” (PF) é a
Se no momento da precipitação as camadas inferiores temperatura que a água passa do estado sólido para o lí-
da atmosfera estão mais quentes, a água cai em forma de quido. No caso da água, o ponto de fusão é de 0ºC.
chuva. Se a temperatura perto da superfície estiver abaixo
de zero, a precipitação se dará sob a forma de neve ou gra- Vaporização
nizo. Mudança do estado líquido para o estado gasoso por
meio do aquecimento da água. Assim, o «Ponto de Ebuli-
Preservação da Água ção» (PE) de uma substância é a temperatura a que essa
Preservar o ciclo vital da água é preservar a natureza. substância passa do estado líquido para o estado gasoso e,
Em muitas regiões da terra, o ciclo natural vem sofrendo no caso da água, o é de 100ºC.
muitas alterações. Os intensos desmatamentos fazem com Vale lembrar que a Ebulição e a Evaporação são, na
que a água precipitada em forma de chuva escorra mais ra- realidade, tipos de vaporização. A diferença de ambas resi-
pidamente, reduzindo a infiltração no solo e a sustentação de na velocidade do aquecimento, ou seja, se for realizado
dos cursos d’água. Isto acaba levando ao desaparecimento lentamente chama-se evaporação; entretanto, se for reali-
no período de estiagem (seca). zado com aquecimento rápido chama-se ebulição.
A impermeabilização do solo das cidades, intensificada
pelo uso do asfalto, cimento e calçamento, reduz a infil- Solidificação
tração da água, deixando também de abastecer os cursos Mudança de estado líquido para o estado sólido pro-
subterrâneos. Muitas cidades precisam dessa água, retira- vocado pelo arrefecimento ou resfriamento. Além disso,
da com a perfuração de poços para atender as suas neces- o «Ponto de Solidificação» da água é de 0ºC. O exemplo
sidades. mais visível são os cubos de água que colocamos no refri-
gerador para fazer os cubos de gelo.
Estados físicos
A água é encontrada na natureza em três estados fí- Liquefação
sicos, a saber: Líquido, Sólido e Gasoso. Assim, o ciclo da Chamada também de Condensação, esse processo
água corresponde ao movimento da água da natureza e, identifica a mudança do  estado gasoso  para o  estado lí-
portanto, apresenta os processos de transformação da quido decorrente do resfriamento (arrefecimento). Como
água. exemplo podemos citar: a geada e o orvalho das plantas.
Em outras palavras, as mudanças dos estados físicos da
água ocorrem por meio dos processos denominados: Fu- Sublimação
são, Vaporização (Ebulição e Evaporação), Solidificação, Li-
quefação (Condensação) e Sublimação. Propriedades da água
Mudança do estado sólido para o estado gasoso, por
Os Três Estados Físicos da Água meio do aquecimento. Também denomina a mudança
Dependendo de sua forma, a água pode ser encontra- do estado gasoso para o estado sólido (ressublimação),
da de três maneiras: por arrefecimento, por exemplo: gelo seco e naftalina.
Estado Líquido A água tem características especiais que permitem
Encontrada em maior parte no planeta por meio de a vida no planeta, entre elas, sua grande capacidade de
rios, lagos e oceanos; o estado líquido não possui forma dissolver substâncias, além de conter nutrientes orgâ-
própria. nicos e inorgânicos, é encontrada em maior quantida-
de na forma líquida, aspectos essenciais aos seres vivos.
Estado Sólido Se comparada com o ar, ela possui valores maiores de den-
No estado sólido, a água possui forma, como por exem- sidade, resistência à passagem da luz e calor específico.
plo, os cubos de gelos. Isso acontece pois as moléculas de
água encontram-se muito próximas devido à temperatura. A Estrutura da Molécula da Água
A fórmula da água, H20, indica que é composta por dois
Estado Gasoso átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Esses átomos
No estado gasoso, as partículas de água encontram-se compartilham de forma desigual os elétrons, criando uma
afastadas umas das outras e, por isso, não possui uma for- polaridade (cargas positivas e negativa).
ma definida. Em outras palavras, a molécula da água é polar e por
isso as moléculas ligam-se através de pontes de hidrogê-
Mudanças de Estados Físicos da Água nio, que são bem fortes.
As Mudanças de Estados Físicos da Água são divididas
em 5 processos, a saber:

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências

Representação das moléculas de água e a ponte de hidrogênio entre elas. Observe as cargas elétricas.
A água na natureza pode ser encontrada no estado sólido nas geleiras de regiões muito frias, no estado de vapor for-
mando a atmosfera e as nuvens, ou como líquido nos rios, mares e outros corpos aquáticos.
A forma mais abundante na natureza, nas condições normais de temperatura e pressão, é a líquida graças à sua estru-
tura química, além do fato de ter um alto ponto de ebulição (só ferve aos 100°).
Essas características da molécula da água influenciam várias propriedades químicas e físicas da água, como a tensão
superficial, o calor específico, a solubilidade, entre outras, explicadas a seguir.

Propriedades Físico-Químicas da Água


Solubilidade
A água é um excelente solvente porque é capaz de dissolver enorme quantidade de substâncias. As substâncias que
se dissolvem são chamadas solutos e ao ser misturada com o solvente forma uma solução. Essa propriedade é muito im-
portante para os seres vivos porque absorvem nutrientes (como o cálcio, o magnésio, etc) dissolvidos na água que bebem.
Exemplo: quando o sal é adicionado na água e misturado forma uma solução.

Tensão Superficial

Esquema das forças de coesão nas moléculas da superfície e nas moléculas internas.
A tensão superficial é uma propriedade física que resulta da força de atração entre as moléculas internas e da superfície.
Nas moléculas internas, como as forças são em todas as direções elas se anulam, já na superfície as forças de coesão
puxam para os lados e para baixo, desse modo, fazem com que a superfície fique como uma película elástica.

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências

Inseto na “película elástica” formada pela tensão superficial.


Exemplo: um inseto consegue caminhar sobre a água por causa da tensão superficial. Muitos organismos marinhos
vivem nessa região da película como os protozoários, as bactérias, os copépodos, entre outros.
Densidade
A densidade é uma medida da concentração da massa em certo volume, ou seja, determina o quanto a substância é
compacta.
A densidade da água varia e diminui em temperaturas menores. Isso explica porque o gelo flutua na superfície da água.

Gráfico mostrando as variações de densidade da água de acordo com a temperatura.


Exemplo: a superfície dos lagos congela devido a essa diferença de densidade em relação ao interior do lago.
Calor Específico
O calor específico ou capacidade térmica da água é a quantidade de calor que é preciso para elevar em 1°C a tempe-
ratura de 1g de uma substância.
A água tem um elevado calor específico, o que significa dizer, que ele consegue aumentar ou diminuir bastante sua
temperatura sem mudar de estado físico, mas por outro lado isso demora mais a acontecer, se comparado com outras
substâncias.
Exemplo: como a água ocupa cerca de 70% da superfície terrestre, essa propriedade ajuda a controlar o aquecimento
do planeta. Os oceanos guardam o calor no tempo quente que é liberado no tempo frio.
Calor Latente
Representa a quantidade de calor necessária para que a substância mude de estado físico. O calor latente de vaporiza-
ção e de fusão da água são muito elevados de modo que evita que ela congele ou evapore muito rapidamente.
Exemplo: o elevado calor latente de fusão da água não permite que ela congele rapidamente, evitando assim que os
organismos de ambientes frios congelem.
Fontes: https://www.todamateria.com.br/propriedades-da-agua/ https://www.todamateria.com.br/agua/ / https://
www.todamateria.com.br/a-importancia-da-agua/

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências

A Importância do Solo para o Ser Humano


SOLO: IMPORTÂNCIA, COMPOSIÇÃO E Na vida humana, o solo participa quase que inteira-
EROSÃO. mente, posto que deles retiramos os alimentos necessários
para nossa sobrevivência. Além disso, utilizamos esse re-
curso na construção civil, ou seja, na construção de casas,
edifícios, dentre outros.
O solo corresponde a camada superficial da crosta ter-
restre sendo muito importante para o desenvolvimento da A Importância do Solo para os Animais
vida na terra, posto que dele retiramos os alimentos neces- Para os animais, tanto quanto para os seres humanos,
sários para nossa sobrevivência. o solo é um recurso muito importante de desenvolvimento,
Note que utilizamos o solo não somente para a produ- pois é do solo que eles retiram os alimentos que necessi-
ção da alimentação, mas também como matéria prima para tam para sobreviverem.
diversas construções.
Além disso, o solo possui importantes funções, desde A Importância do Solo para a Agricultura
o armazenamento e escoamento e infiltração da água na O solo é fundamental na composição do ecossistema
superfície, sendo um componente fundamental para o de- terrestre, pois é dele que as plantas retiram todos os nu-
senvolvimento de diversos ecossistemas. trientes necessários para se desenvolverem.
O tipo de solo é muito importante para as plantações e
o desenvolvimento da agricultura. Nesse sentido, não são
todos os solos que auxiliam na reprodução de plantas, pos-
to que há solos pobres de nutrientes, os quais impedem o
desenvolvimento da flora.
Para melhorar os problemas ambientais causados no
solo, a produção sustentável de alimentos através da agri-
cultura biológica tem sido uma boa alternativa.
Os alimentos orgânicos são produzidos pela ausência
de produtos químicos (agrotóxicos, inseticidas, adubos
químicos). O sistema de agricultura mais utilizado afeta
não somente o solo, empobrecendo-o, mas também po-
dem gerar diversas doenças nos seres humanos.

Poluição do Solo
A poluição do solo pode ocorrer de diversas maneiras,
Por esse motivo, o manejo adequado e a preservação sendo que a ação humana tem sido um importante fator de
do solo tornam-se tarefas essenciais, já que é um recurso degradação do solo.
natural não renovável, ou seja, é limitado, e a exploração As queimadas, o desmatamento, o desenvolvimento de
desenfreada pode acarretar muitos problemas futuros. pastos (para animais) ou plantações e a contaminação dos
A Lei Federal 7867 de 13 de novembro de 1989 imple- recursos hídricos (água) podem gerar diversos problemas
mentou no Brasil, o “Dia Nacional da Conservação Solo” ambientais, por exemplo, a erosão, que afeta diretamente
que é comemorado todo dia 15 de abril. o solo, desequilibrando assim, os ecossistemas.
A data alerta para a importância desse recurso tão im- Algumas medidas importantes devem ser tomadas, por
portante para o desenvolvimento da vida na Terra, assim exemplo, a diminuição de queimadas e do uso de agrotó-
como a água, o ar, a fauna e a flora. xicos na agricultura, o reflorestamento de determinadas
zonas, não jogar lixo e produtos químicos (geralmente
Composição e Tipos de Solo causado pelas indústrias) em locais inapropriados, fazer a
O solo é um complexo composto de minerais e ma- separação dos resíduos segundo a coleta seletiva, dentre
téria orgânica surgido por um lento processo decorrente outros.
da degradação de rochas e da decomposição de diversos
animais e plantas. Fontes: https://www.todamateria.com.br/a-importan-
Existem diversos tipos de solo, resultantes da ação de cia-do-solo/
elementos como a água, o clima e o relevo. Assim, os prin-
cipais tipos de solo, são classificados em:
• Solo Arenoso
• Solo Argiloso
• Solo Orgânico
Entenda melhor nos artigos:
• Tipos de Solo
• Solo Orgânico e Inorgânico

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, profes-
sor aposentado da Universidade de Harvard, onde cunhou
SERES VIVOS: CARACTERIZAÇÃO GERAL E o termo biodiversidade e participou da fundação da socio-
CLASSIFICAÇÃO. biologia, ao defender um “projeto genoma” da biodiver-
sidade da Terra, propôs a criação de uma base de dados
digital com fotos detalhadas de todas a espécies vivas e a
finalização do projeto Árvore da vida. Em contraposição a
A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e des- uma sistemática baseada na biologia celular e molecular,
crever a biodiversidade e compreender as relações filoge- Wilson vê a necessidade da sistemática descritiva para pre-
néticas entre os organismos. servar a biodiversidade.
Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter
classificação das espécies e grupo de espécies, com suas Raven e Dan Brooks, a sistemática pode trazer conheci-
normas e princípios) e também a filogenia (relações evo- mentos úteis na biotecnologia, e na contenção de doenças
lutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que com- emergentes. Mais da metade das espécies do planeta é pa-
preende a classificação dos diversos organismos vivos. Em rasita, e a maioria delas ainda é desconhecida.
biologia, os sistematas são os cientistas que classificam as De acordo com a classificação vigente as espécies des-
espécies em outros táxons a fim de definir o modo como
critas são agrupadas em gêneros. Os gêneros são reunidos,
eles se relacionam evolutivamente.
se tiverem algumas características em comum, forman-
O objetivo da classificação dos seres vivos, chama-
do uma família. Famílias, por sua vez, são agrupadas em
da taxonomia, foi inicialmente o de organizar as plantas e
animais conhecidos em categorias que pudessem ser re- uma ordem. Ordens são reunidas em uma classe. Classes
feridas. Posteriormente a classificação passou a respeitar de seres vivos são reunidas em  filos. E os filos são, final-
as relações evolutivas entre organismos, organização mais mente, componentes de alguns dos cinco reinos (Monera,
natural do que a baseada apenas em características exter- Protista, Fungi, Plantae e Animalia).
nas. Fonte: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Se-
Para isso se utilizam também características ecológicas, resvivos/Ciencias/bioclassifidosseresvivos.php
fisiológicas, e todas as outras que estiverem disponíveis
para os táxons em questão. é a esse conjunto de investiga-
ções a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemá-
tica. Nos últimos anos têm sido tentadas classificações ba- RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS E OS
seadas na semelhança entre genomas, com grandes avan- AMBIENTES.
ços em algumas áreas, especialmente quando se juntam a
essas informações aquelas oriundas dos outros campos da
Biologia.
A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, Ecologia
ciência que estuda as relações entre organismos, e que in- Como matéria pode ser dividida em Autoecologia (é
clui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análi- um dos dois grandes ramos em que Schot dividiu a ecolo-
se dos dados vindos de várias áreas de pesquisa biológica. gia), Demoecologia e Sinecologia.
O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóte- Entretanto, diversos ramos tem surgido utilizando di-
les no século IV a.C., que ordenou os animais pelo tipo de versas áreas do conhecimento: Biologia da Conservação,
reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu Ecologia da Restauração, Ecologia Numérica, Ecologia
discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e for- Quantitativa, Ecologia Teórica, Macroecologia, Ecofisiolo-
ma de cultivo. gia,  Agroecologia, Ecologia da Paisagem. Ainda pode-se
Nos séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos come- dividir a Ecologia em Ecologia Vegetale Animal e ainda em
çaram a delinear o atual sistema de categorias, ainda ba-
Ecologia Terrestre e Aquática.
seados em características anatômicas superficiais. No en-
O meio ambiente afeta os seres vivos não só pelo espa-
tanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de
ço necessário à sua sobrevivência e reprodução, mas tam-
tais semelhanças, este sistema demonstrou aproximar-se
da natureza, e continua sendo a base da classificação atual. bém às suas funções vitais, incluindo o seu comportamen-
Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em to, através do metabolismo.
1758, criando a hierarquia atual. Por essa razão, o meio ambiente e a sua qualidade de-
A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada terminam o número de indivíduos e de espécies que po-
como paradigma central da Biologia, e com isso evidências dem viver no mesmo habitat. Por outro lado, os seres vivos
da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia também alteram permanentemente o meio ambiente em
sobre semelhanças nos primeiros estágios de vida. No sé- que vivem.
culo XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes
na classificação, como o uso recente da genética molecular Relações entre os seres vivos
na comparação de códigos genéticos. Programas de com- O exemplo mais dramático de alteração do meio am-
putador específicos são usados na análise matemática dos biente por organismos é a construção dos recifes de coral
dados. por minúsculos invertebrados, os pólipos coralinos.

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
As relações entre os seres vivos do ecossistema tam- Mundo biológico 
bém influenciam na distribuição e abundância deles pró- Para estruturar o estudo da ecologia em um quadro
prios. Como exemplo, incluem-se a competição pelo es- de entendimento o mundo biológico é conceitualmen-
paço, pelo alimento ou por parceiros para a reprodução, te organizado em uma estrutura hierárquica, variando de
a predação de organismos por outros, a simbiose entre uma escala de genes, para células, tecidos, órgãos, orga-
diferentes espécies que cooperam para a sua mútua sobre- nismos, espécies, até o nível de biosfera. Ecossistemas são
vivência, o comensalismo, o parasitismo e outras. primeiramente pesquisados em seus principais níveis de
A maior compreensão dos conceitos ecológicos e da organização, incluindo (1) organismos, (2) populações e (3)
verificação das alterações de vários ecossistemas pelo ho- comunidades.
mem levou ao conceito da Ecologia Humana que estuda Ecólogos estudam ecossistemas por amostragem de
as relações entre o homem e a biosfera, principalmente do um certo número de indivíduos que representam uma po-
ponto de vista da manutenção da sua saúde, não só física, pulação. Os ecossistemas consistem nas comunidades que
mas também social. entre elas e com o meio ambiente. E em ecologia, comuni-
Com o passar do tempo surgiram também os concei- dades são criadas por interação de populações de diferen-
tos de conservação que se impuseram na atuação dos go- tes espécies de uma área.
vernos, quer através das ações de regulamentação do uso Ecologia e evolução
do ambiente natural e das suas espécies, quer através de Ecologia e evolução são consideradas disciplinas irmãs,
várias organizações ambientalistas que promovem a disse- sendo ramos da ciência da vida. Seleção Natural, Historia
minação do conhecimento sobre estas interações entre o de vida, desenvolvimentos, adaptação, populações, e he-
homem e a biosfera. rança estão presentes em teorias evolutivas e ecológicas.
Há muitas aplicações práticas da ecologia, como a bio- Morfologia, comportamento e/ou traços genéticos,
logia da conservação, gestão de zonas úmidas, gestão de por exemplo, podem ser mapeados em árvores evoluti-
recursos naturais (agricultura, silvicultura e pesca), planeja- vas para estudar a desenvolvimento histórico da espécie e
mento da cidade e aplicações na economia. também organizar a informação em relação a adaptações
ecológicas. Em outras palavras, adaptação é explicada em
Ecologia – Níveis de organização, âmbito e escala relação a origem histórica de traços e condições ecológicas
da organização e que esta sujeita a forças da seleção natural.
Como ecologia lida sempre com ecossistemas em mu- Nesse quadro, ferramentas analíticas de ecólogos e
dança, por isso, tempo e espaço devem ser levados em evolucionistas se sobrepõem para organizar, classificar e
conta quando são descritos fenômenos ecológicos. No que investigar a vida por meio de princípios sistemáticos co-
diz respeito ao tempo, pode levar milhares de anos para muns, como filogenéticos ou taxonômicos de  Lineu. As
um processo ecológico amadurecer. O tempo de vida de duas disciplinas frequentemente aparecem juntas como no
uma árvore, por exemplo, pode passar através de diferen- título do jornal Trends in Ecology and Evolution.
tes estágios sucessionais até atingir a maturidade de uma Não há uma fronteira nítida que separa a ecologia da
floresta. evolução e que diferem suas áreas de aplicação. Ambas
O processo ecológico ainda é estendido mais ao lon- as disciplinas descobrem e explicam emergentes e únicos
go do tempo até a arvore cair e decompor. Ecossistemas processos que operam em diferentes escalas espaciais e
são também classificados em diferentes escalas espaciais. temporais da organização. Embora a fronteira entre a eco-
A área de um ecossistema pode variar muito, de muito pe- logia e evolução nem sempre é clara, é lógico que os ecó-
queno a muito vasto. Por exemplo, várias gerações de um logos estudam os fatores abióticos e bióticos que influen-
pulgão e seus predadores podem existir sobre uma única ciam o processo evolutivo.
folha, e dentro de cada um destes pulgões podem existir
diversas comunidades de bactérias. Fonte: https://biologo.com.br/bio/ecologia/
A escalada do estudo deve ser muito ampla para estu-
dar árvores de uma floresta, onde vivem pulgões e bacté-
rias. Para entender o crescimento das árvores, por exemplo,
o tipo de solo, umidade, inclinação do terreno, abertura do ECOSSISTEMAS.
dossel e outras variáveis locais devem ser examinadas. Para
entender a ecologia de uma floresta, complexos fatores lo-
cais, como clima também devem ser levados em conta.
Estudos ecológicos de longo prazo promovem impor- Ecossistema é o conjunto dos organismos vivos e seus
tantes registros para entender melhor os ecossistemas no ambientes físicos e químicos.
espaço e no tempo. O International Long Term Ecological
Network gerencia e faz intercambio de informação entre O termo ecossistema é originado a união das palavras
locais de pesquisas. O mais longo experimento existente é “oikos” e “sistema”, ou seja, tem como significado, sistema
o Park Grass Experiment que início em 1856. Outro exem- da casa. Ele representa o conjunto de comunidades que
plo inclui o Hubbard Brook Experimental Forest em opera- habitam e interagem em um determinado espaço.
ção desde 1960.

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências

Ecossistema terrestre
Os componentes dos ecossistemas são:
• Fatores bióticos: Todos os organismos vivos. Produtores primários, consumidores, decompositores e parasitas.
• Fatores abióticos: Ambiente físico e químico que fornece condições de vida. Nutrientes, água, chuva, umidade,
solo, sol, ar, gases, temperatura,etc.
O ecossistema é a unidade básica de estudo da Ecologia.
Tipos de Ecossistemas
Os ecossistemas são divididos em:
• Ecossistemas terrestres: São representados pelas florestas, desertos, montanhas, pradarias e pastagens.
• Ecossistemas aquáticos: Compreendem os ambiente de água doce como lagos, mangues, rios. Além dos ambien-
tes marinhos como os mares e oceanos.

Ecossistema marinho
Ao conjunto de ecossistemas terrestres damos o nome de bioma. Os biomas são ecossistemas com vegetação carac-
terística e um tipo de clima predominante, o que lhes confere um caráter geral e único.

Exemplos de Ecossistemas
Os ecossistemas apresentam diferentes escalas. Não existe tamanho para se definir um ecossistema.
O maior ecossistema que existe é a biosfera. Ela reúne todos os ecossistemas existentes. Refere-se à camada da Terra
habitada pelos seres vivos e onde os mesmos interagem.
Os ecossistemas também podem ser mais simples. Por exemplo, uma poça de água é um ecossistema, pois nela existem
diversos microrganismos vivos que interagem entre si e com fatores do ambiente.
As florestas tropicais representam os ecossistemas mais complexos, dada a grande biodiversidade e inúmeras relações
ecológicas entre os seres vivos e os fatores abióticos.

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
Ecossistemas Brasileiros
O Brasil apresenta grande extensão territorial, isso confere diferentes tipos de clima e de solo, resultando em diferentes
condições ambientais e ecossistemas.
Os principais ecossistemas brasileiros são:
• Amazônia: O maior ecossistema brasileiro. Abrange, aproximadamente, 60% do território do Brasil.
• Caatinga: Compreende o Nordeste do Brasil. Apresenta vegetação adaptada às secas.
• Cerrado: O segundo maior bioma brasileiro em extensão. Abrange os estados do Amapá, Maranhão, Piauí, Rondô-
nia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Tocantins, Bahia.
• Mata Atlântica: Corresponde a 15% do território brasileiro. É o ecossistema mais ameaçado do Brasil.
• Mata dos Cocais: Abrange parte do Nordeste. Representa uma vegetação de transição entre a floresta amazônica
e a caatinga.
• Pantanal: Localiza-se na região Centro-Oeste do Brasil. É considerado a maior planície inundável do mundo.
• Mata de Araucárias: Abrange a região Sul do Brasil. É característico pelo predomínio do pinheiro-do-paraná, co-
nhecido como Araucária.
• Mangue: É característico de regiões alagadiças do ambiente de encontro entre águas doces e marinhas.
• Pampa: Presente no estado do Rio Grande do Sul. Tem como características a presença de gramíneas, plantas ras-
teiras, arbustos e árvores de pequeno porte.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/ecossistema/

SER HUMANO E SAÚDE: NOÇÕES


ELEMENTARES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA
HUMANA E PRINCÍPIOS BÁSICOS DE SAÚDE.

Fisiologia
A fisiologia é o ramo da Biologia que estuda o funcionamento dos organismos vivos.
A palavra fisiologia é de origem grega e deriva de physis “natureza” e logos “estudo, conhecimento”.
A fisiologia envolve a compreensão das funções de células, tecidos, órgãos e sistemas de organismo, bem como a in-
teração entre eles e a importância para a sobrevivência.
Para isso, a fisiologia trata do estudo das múltiplas funções químicas, físicas e biológicas que garantem o adequado
funcionamento dos organismos.
A compreensão do funcionamento dos organismos vivos sempre despertou a curiosidade e interesse dos cientistas. Os
primeiros estudos sobre fisiologia foram desenvolvidos na Grécia, há 2.500 anos atrás.
A fisiologia pode ser classificada conforme o seu objeto de estudo. A Fisiologia Animal estuda o funcionamento dos
organismos animais. Nessa área encontra-se a Fisiologia Humana, voltada aos seres humanos.
Enquanto isso, a Fisiologia Vegetal se concentra nos vegetais. Assim, é considerada como um ramo da botânica que
estuda os processos que ocorrem em plantas e de suas respostas às variações do meio ambiente.
Fisiologia Humana
O organismo humano é constituído de diversas partes, que em conjunto garantem o seu funcionamento adequado.
O nível de organização do organismo humano é o seguinte: moléculas - células - tecidos - órgãos - sistemas - organis-
mo. Todos os níveis trabalham de modo integrado, através de variadas e numerosas reações químicas.
No estudo da fisiologia humana, deve-se reconhecer o nível de organização do organismo:
• As moléculas são fundamentais para que ocorram as reações químicas e atuam em nível celular;
• A célula é a menor unidade estrutural e funcional;
• Os tecidos são grupos de células semelhantes que realizam uma função particular;
• Quando diferentes tipos de tecidos estão unidos, formam os órgãos com funções específicas e, geralmente com
uma forma reconhecível;
• Um sistema consiste de órgãos relacionados que desempenham uma função comum;
• Todos os sistemas funcionando de modo integrado compõem o organismo, um indivíduo.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/fisiologia/

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
Anatomia
A Anatomia Humana é um campo da Biologia que estuda os sistemas do corpo humano. O estudo da anatomia tem
evoluído muito com o apoio da tecnologia. Através da internet, possibilitamos conteúdo informativo referente a esta im-
portante ciência, não só para estudantes de medicina, mas para todos que possuem curiosidade frente ao fantástico corpo
humano.Em nosso site você poderá ter acesso aos principais conceitos e imagens referentes ao corpo humano, descritos
nos sistemas apresentados abaixo.

Sistemas do Corpo Humano


O corpo humano apresenta sistemas biológicos que realizam funções específicas necessárias para a nossa vida. Em
nosso site você poderá encontrar artigos direcionados para cada um destes sistemas.
 Sistema Esquelético
Nosso corpo possui 206 ossos, divididos em diferentes grupos: ossos da cabeça, do pescoço, do ouvido, do tórax, do
abdômen, dos membros inferiores e dos membros superiores.
 Sistema Muscular
O corpo humano é composto por cerca de 600 músculos, que juntos representam cerca da metade do peso humano.
Existem diferentes tipos e formatos de músculos, os quais são apresentados em nossa seção sobre o sistema.
 Sistema Tegumentar
A pele humana é o maior órgão de nosso corpo. Na anatomia humana, este órgão é descrito e estudado no sistema
tegumentar, que também inclui o cabelo e as unhas.
 Sistema Urinário
Sistema responsável pela eliminação da ureia, criada a partir de alimentos consumidos. O sistema é composto por
2 rins, 2 ureteres, a bexiga, os músculos do esfíncter e a uretra.
 Sistema Respiratório
Sistema responsável pela respiração humana e as trocas gasosas com meio ambiente.
 Sistema Endócrino
Sistema o qual se encontram diferentes glândulas importantíssimas para o corpo humano. Tais glândulas possuem fun-
ções tais como o metabolismo, crescimento e função sexual.
 Sistema Nervoso
O Sistema Nervoso controla as ações voluntárias e involuntárias do corpo humano. O sistema é divido em Sistema
Nervoso Central e Periférico. O primeiro consiste no Cérebro e na Medula Espinhal, o segundo consiste-se nos Nervos.
 Sistema Circulatório
Importante sistema da anatomia humana responsável sangue, nutrientes, oxigênio, dióxido de carbono e hormônios,
em torno do corpo.
 Sistema Digestório
Sistema responsável pela digestão dos alimentos consumidos pelo ser humano. Fazem parte desse sistema: boca,
esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, recto e ânus. O fígado e pâncreas produzem sucos digestivos e
costumam serem incluídos no sistema.
Divisão do Corpo Humano
Para facilitar o estudo, o corpo humano é comumente dividido em:
 Cabeça (Crânio e face)
 Pescoço

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
 Tronco (Tórax, abdome e pelve) Uma dieta Saudável
 Membros Superiores (Ombro, braço, antebraço e O que é uma dieta saudável?
mão)
 Membros Inferiores (Quadril, coxa, perna e pé)

História da Anatomia Humana


Embora os primeiros registros de dissecações em se-
res humanos sejam de Alexandria, no século II a.C., muitos
consideram seu início em meados do século V a.C. quando,
no sul da Itália, Alcméon de Crotona realizou dissecações
em animais, tendendo entender os aspectos do corpo hu-
mano.
Em 1543 foi produzido o primeiro livro Atlas de Ana-
tomia – “De Humani Corporis Fabrica” – pelo médico belga
Andreas Vesalius.

Anatomia Humana no Brasil


A  Sociedade Brasileira de Anatomia foi criada em
1952, no Departamento de Anatomia da USP – Universida-
de de São Paulo.
Fonte: http://www.anatomiadocorpo.com/

Princípios básico de Saúde


O fator mais importante para a manutenção ou obten- Basicamente, pode se dizer que é uma dieta que pro-
ção de saúde é a “atitude mental positiva” coerente. Evi- porciona todos os nutrientes assenciais ao organismo em
dências e pesquisas científicas estão comprovando que o níveis ideais, com baixos níveis de componentes prejudi-
que pensamos, sentimos ou representamos internamente, ciais para a saúde.
possuem um enorme efeito sobre o modo de funciona- Enquanto que nossos ancestrais praticavam uma dieta
mento do nosso organismo. composta por alimentos naturais, frescos e integrais, ricos
em fibras, vitaminas e sais minerais, o homem atual recor-
Nossa mente é muito poderosa, ainda que seja utili- re aos alimentos processados, refinados, conservados ar-
zada apenas uma fração de sua capacidade. Atualmente, tificialmente, com elevados teores de gorduras saturadas,
é muito comum as pessoas recorrerem às literaturas de pobres em fibras, em vitaminas e sais minerais, saturados
auto-ajuda, cujos conteúdos são capazes de induzir mu- de açucar e sal refinados, além de aditivos químicos e agro-
danças às pessoas que se predispõem a agir e atingir a sua tóxicos.
“auto-realização”. É oportuno anotarmos o exemplo do consumo exa-
gerado de carnes, ovos e laticinios; Eles contêm elevadas
É de vital importância que as necessidades biológicas quantidades de gorduras saturadas, que, como se não bas-
essenciais do ser humano, ou seja, a fome, a sede, a sexua- tasse o prejuízo que causam diretamente ao organismo
lidade e o abrigo sejam atendidos em primeira instância. humano, propiciam a transferência dos agrotóxicos, hor-
Uma vez que estes fatores são atendidos é a vez de satisfa- mônios, antibióticos e outros produtos químicos prejudi-
zer o sentimento da segurança, da ordem e da estabilida- ciais, ingeridos pelos animais, para o organismo humano.
de. A partir de então o ser humano necessita capacitar-se a Somado a isso, a dieta atual é composta também de
amar e ser amado. Isso requer aprovação, reconhecimento alimentos industrializados, cuja qualidade está significa-
e aceitação que, por outro lado, o levam para a auto-es- tivamente comprometida, pois grande parte de seus nu-
tima e outo-respeito. Finalmente, vem o desejo da auto- trientes é perdida durante o processamento. Além disso, a
-realização. É claro que a auto-realização não acontece de tais alimentos são adicionadas outras substâncias como os
repente ou da noite para o dia. As mudanças são graduais aditivos e os conservantes que contaminam o organismo,
e sutis, acumuladas uma por uma. Antes, é preciso assumir debilitando-o cada vez mais.
a responsabilidade pessoal e decidir-se pelo estado mental Em suma, uma nutrição carente em nutrientes assen-
positivo, pela saúde e pela própria vida. No próximo passo ciais pode originar um organismo predisposto aos mais
é necessário agir para realizar as modificações desejadas. E variados distúrbios orgânicos, estados depressivos e de-
as transformações serão sempre reforçadas pela experiên- senvolvimento de doenças degenerativas como câncer,
cia pessoal. como demostram as pesquisas científicas que apontam os
hábitos alimentares incorretos como responsáveis diretos
dos distúrbios orgânicos, tanto crônicos como os degene-
rativos.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
O segredo da Vida Saudável é uma Alimentação Saudável

Enquanto a ciência continua a desvendar as correlações entre nutrição e saúde, o provérbio “Você é o que você come”,
parece de fato ter fundamento. Cada célula existente no organismo é constituídas por moléculas que não estavam presen-
tes há um ano atrás. Todas se originam de uma única fonte – a alimentação. Uma dieta balanceada precisa fornecer todas
as vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos essenciais, proteínas e energia para a boa saúde.
Por outro lado, uma dieta não balanceada pode, conseqüentemente, levar à perda da saúde. Assim, uma combinação
de carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, que forneçam uma quantidade correta de energia, sem desper-
dício, é o esquema ideal para uma dieta balanceada.
A Organização Mundial da Saúde propõe a pirâmide da alimentação, como um modelo prático para uma alimentação
saudável:
Em sua base devem estar presentes os carboidratos complexos: batatas, cerais, arroz, pães e massas integrais (6 a 11
porções);
A seguir, está o grupo dos legumes e verduras (3 a 5 porções), das frutas (2 a 4 porções); e das nozes, amêndoas, avelãs,
etc. (1 porção): 8-10g.
Os produtos de origem animal e derivados do leite devem estar presentes na seguinte proporção: peixes, mais de 3
vezes por semana (80-100g); aves, sempre sem pele, 2 a 3 vezes por semana (60-80g); ovos, 2 a
3 unidades por semana; carne vermelha, em pouca quantidade (60-80g); laticínios desnatados (2 a 3 porções) como 1
copo de leite ou iogurte ou 60g de queijo. As gorduras e os óleos insaturados (2 porções), 1 colher de chá.
Os doces e salgados devem ser consumidos em quantidades e frequências mínimas, apenas como prazeres ocasionais.
Curiosamente, a população de países orientais, adota esse padrão na sua alimentação há milênios, apresentando muito
mais saúde que a população dos países ocidentais.
As Regras Básicas para uma Alimentação Saudável

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
Além da dieta balanceada e da correta escolha e com- Uma alimentação saudável visando uma adequada eli-
binação dos alimentos, é necessário uma mudança de há- minação das toxinas
bitos para se obter uma melhor digestão e assimilação dos A capacidade do organismo em assimilar os nutrientes
nutrientes. é apenas uma parte de suas funções para manter um bom
Alimentar-se nos horários corretos estado de saúde. Porém o organismo necessita também, eli-
Existe um ritmo biológico natural do organismo, se- minar os resíduos tóxicos, e esse processo é tão importante
gundo a teoria do ciclo circadiano, preconizando que a quanto a assimilação dos nutrientes essenciais. Assim, o cor-
cada duas horas, um órgão ou função orgânica, está mais reto funcionamento dos rins e intestinos, através da inges-
polarizado. O estômago, por exemplo, entre as 7h e 9h, se tão adequada de água e fibras vegetais, é um procedimento
encontra mais apto à receber a primeira refeição do dia, natural visando um incremento na eliminação das toxinas
sendo portanto, ideal que esta seja mais rica e variada. e contribuindo para a manutenção do equilíbrio orgânico.
Realizar o almoço seis horas após a refeição matinal e o O organismo humano é extremamente complexo, estando
jantar entre 19h e 21h, não ingerindo nesta, alimentos em intimamente dependente da qualidade e quantidade dos
excesso e de difícil digestão, pois estando o metabolismo alimentos e seus nutrientes essenciais. Quando há deficiên-
digestivo diminuindo neste horário, uma sobrecarga pode cias nutricionais, surge a falta de energia, o cansaço e va-
prejudicar o sono fisiológico noturno. rias outras conseqüências. Aplicando-se estas regras bási-
Procurar alimentar-se com prazer cas aliadas a outros princípios básicos de saúde, é possível
É óbvio que, o melhor é alimentar-se com tudo aquilo estimular o organismo a cuidar de seus próprios órgãos e
que é saudável, mas também é fundamental escolher ali- sistemas, promovendo-se a saúde por um método simples
mentos que façam do ato alimentar, um prazer. Valorizan- e natural.
do-se o verdadeiro paladar dos alimentos e oferecendo ao
mesmo tempo, o que há de melhor para o seu organismo, Atividade Física
é uma enorme demonstração de autoestima.
Mastigar os alimentos lentamente
A mastigação e a saliva resultante são fundamentais
para a correta digestão e assimilação orgânica dos nutrien-
tes presentes no alimento. Por esse motivo, é importan-
te mastigar mais de trinta vezes cada porção de alimento,
desde que não sejam verduras, até que o mesmo esteja
completamente dissolvido.
Não utilizar líquidos durante as refeições
No estômago, o ácido clorídrico e outras enzimas di-
gestivas, originam um meio ácido importante para a di-
gestão dos alimentos. Uma manutenção constante dessa
acidez, durante o processo digestivo, permite uma melhor
atividade desse processo; contudo, a administração de lí-
quidos durante a refeição, diminuem a acidez e a concen-
tração de enzimas, dificultando e aumentando o tempo de
digestão dos alimentos no estômago. Assim, o ideal é não
consumir líquidos até uma hora antes e duas horas após as
principais refeições.
Alimentar-se com dietas leves nas crises emocionais
Quando o estado emocional apresentar-se alterado,
com agitação, nervosismo, cansaço e preocupações, há
uma diminuição das secreções gástricas,prejudicando o
processo digestivo. Por esse motivo,é importante não in-
gerir alimentos de difícil digestão, nos momentos em que
essas alterações estejam presentes, dando preferência para
alimentos como saladas, sucos de verduras ou frutas.
Alimentar-se com quantidades adequadas de verduras
e frutas frescas
Além de conterem a maioria dos nutrientes necessários
ao organismo, esses alimentos são abundantes em água.
Como o organismo humano é composto por 70% de água, Todo o organismo se beneficia com a atividade física
a dieta alimentar precisa suprir e abastecer o organismo regular, principalmente pelos resultados de melhoria nas
com essa substância vital, através das saladas em todas as funções cardiovascular e respiratória; isto porque ocorre
refeições e das frutas, como sobremesa. uma ampliação do transporte de oxigênio e nutrientes para
todas as células orgânicas. Paralelamente, também há uma
ampliação do transporte de dióxido de carbono e toxinas

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
metabólicas, das células para a corrente sanguínea e final- Questões
mente, para os órgão depuradores, ou seja, pulmões, fíga-
do e rins, facilitando a remoção dos detritos do organismo. 01. (FUVEST) Os líquens são vegetais resultantes da
Contudo, a atividade física regular é particularmente associação entre algas e fungos. Trata-se
importante para se reduzir o risco de doenças cardíacas, (A) Comensalismo
por promover um aumento na capacidade funcional do (B) Parasitismo do fungo
coração, através da redução da pressão arterial e da obesi- (C) Epifitismo
dade. Além disso, segundo um estudo científico publicado (D)Amensalismo
pelo Americam Journal of Epidemiology, a atividade física (E) Mutualismo
regular está fortemente associada com a diminuição de es-
tados depressivos, ansiedade, insônia, esgotamento físico 02. (Fund. Carlos Chagas) Uma população cujos
e mental. membros têm funções específicas e especializadas é:
(A) um bioma
Todavia, antes de se iniciar um programa de ativida-
(B) uma comunidade
de física é muito importante uma avaliação médica geral e
(C) uma sociedade
cardiológica, principalmente sendo fumante e apresentan-
(D) uma teia alimentar
do mais de 35 anos de idade. As melhores atividades são: (E) um ecossistema
caminhadas em rítmo moderado, andar de bicicleta, hidro-
ginástica e dança aeróbica. Um mínimo de 15 a 20 minutos 03. (PUCCAMP-SP) Considere as afirmações abaixo
de exercícios, na freqüência de treinamento individual, pelo relativas a fatores de crescimento populacional.
menos três vezes por semana são necessários para promo- I. A competição intraespecífica interfere na densidade
ver algum benefício ao organismo. da população.
As medidas de Apoio II. A competição interespecífica não influi no cresci-
mento das populações.
III. Um dos fatores limitantes do crescimento popula-
cional é a disponibilidade de alimentos, que diminui quan-
do a densidade da população aumenta.
IV. Fatores climáticos influem no crescimento da popu-
lação independentemente de sua densidade.
São verdadeiras apenas:
(A) I e II.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(E) I, III e IV.
(E) II, III e IV.

04. Duas espécies que apresentam sobreposição de


Algumas medidas de apoio podem complementar os nicho são:
pontos essenciais referidos anteriormente, para a manu- (A) Mutualistas
tenção de uma vida saudável. A moderna Medicina Ecoló- (B) Comensalistas
(C) Parasitas
gica que valoriza a necessidade de se restaurar o equilíbrio
(D) Competidoras
orgânico e desacelerar o processo de degeneração bioló-
(E) Simbiônticas
gica e energética, visa a utilização de medidas e recursos
naturais, tais como: ervas medicinais, remédios homeopá- 05. (Cesgranrio- RJ) Se duas espécies diferentes ocu-
ticos, dietas naturais, suplementos nutricionais, terapias al- parem num mesmo ecossistema o mesmo nicho ecológico,
ternativas, etc. A grande expansão à nível mundial, destas é provável que:
medidas e recursos naturais, neste início de um novo milê- (A) se estabeleça entre elas uma relação harmônica.
nio, é um sinal evidente de que uma nova consciência cole- (B) se estabeleça uma competição interespecífica.
tiva esta buscando novas soluções para as questões básicas (C) se estabeleça uma competição intraespecífica.
de saúde. Hipócrates, o Pai da Medicina, sempre valorizou (D) uma das espécies seja produtora e a outra, consu-
o poder curativo da natureza, através da estimulação de midora.
forças renovadoras e de cura do próprio organismo, aliadas (E) uma das espécies ocupe um nível trófico elevado.
com a harmonia do homem e as forças sutis da natureza.
Assim, provavelmente, a medicina do futuro não prescreve- 06. (UFCE) As abelhas, os piolhos, e os gafanhotos são
ra nenhum remédio, mas estimulará seus pacientes a cuidarem respectivamente:
de si mesmos adequadamente, a terem uma boa alimentação (A) Predadores, parasitas e simbiontes
e a prestarem atenção nas causas e na prevenção das doenças, (B) Parasitas, sociais e comensais
tendo como base, o meio ambiente e a força da natureza. (C) Comensais, predadores e simbiontes
Fonte: https://antoniocarloslopes.wordpress. (D) Sociais, parasitas e predadores
com/2010/11/22/os-princpios-bsicos-de-sade/ (E) Simbiontes, predadores e sociais

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
07. A rêmora é um peixe que estabelece uma relação 12 Leia as afirmativas abaixo relativas às cadeias ali-
bastante íntima com o tubarão, fixando-se em seu corpo mentares:
e alimentando-se dos restos de alimentos que não foram I. As cadeias alimentares podem ocorrer isoladamente
digeridos pelo temido peixe. Essa relação é chamada de: em um ecossistema.
(A) Inquilinismo. II. Podemos definir cadeias alimentares como sendo
(B) Competição. uma sequência de organismos que dependem uns dos ou-
(C) Predação. tros para se alimentarem.
(D) Mutualismo. III. Em alguns casos, encontramos organismos produ-
(E) Comensalismo. tores no primeiro trófico de uma cadeia alimentar.
IV. Os decompositores são fungos e bactérias que tam-
08. (PUC-RIO) As sardinhas da Califórnia foram co- bém participam da cadeia alimentar e são eles os respon-
mercializadas pela primeira vez no começo do século XX. sáveis por devolverem à natureza os nutrientes que retiram
Em 1930, mais de 60.000 toneladas eram trazidas à su- da matéria orgânica.
perfície terrestre, a cada ano. Em 1950, poucas sardinhas Estão corretas as afirmativas:
restaram. Curiosamente a quantidade de outro peixe – a (A) I e II
anchova - cresceu rapidamente. (B) III e IV
A relação existente entre a sardinha e a anchova é de: (C) Somente IV
(A) mutualismo. (D) II e IV
(B) competição. (D) I e III
(C) comensalismo.
(D) amensalismo. 13. (ETES) Considere a canção “Água”, de Paulo Tatit e
(E) protocooperação Arnaldo Antunes.
Da nuvem até o chão,
09. Sabemos que o mutualismo ocorre quando seres Do chão até o bueiro,
de espécies diferentes mantêm relações em que ambos são Do bueiro até o cano,
beneficiados. Marque a alternativa que indica organismos Do cano até o rio,
que estabelecem uma interação mutualística. Do rio até a cachoeira...
(A) Fungos e algas. Da cachoeira até a represa,
(B)Tubarão e rêmoras. Da represa até a caixa d’água,
(C) Piolho e ser humano. Da caixa d’água até a torneira,
(D) Bromélias e árvores. Da torneira até o filtro,
(E) Leões e zebras. Do filtro até o copo.
Do copo até a boca,
10. (UEL) O que acontece quando uma comunidade se Da boca até a bexiga,
torna estável, atingindo o estágio clímax? Da bexiga até a privada,
(A) Aumenta o número de mutações que podem ocor- Da privada até o cano,
rer nas espécies. Do cano até o rio...
(B) Diminui a transmissão dos caracteres adquiridos Do rio até outro rio,
entre as espécies. Do outro rio até o mar,
(C) Aumentam os efeitos causados pela seleção natural Do mar até outra nuvem....
nas espécies. (SILVEIRA, Ieda. A Geografia da gente. São Paulo: Ática,
(D) Diminuem as modificações evolutivas nas diferen- 2003. P. 8).
tes espécies. A letra da canção faz referência
(E) Aumenta a variabilidade genética das espécies. (A) ao ciclo da água e à ação do homem sobre a na-
tureza.
11 (PUC-RJ) Quando nos referimos ao ecossistema de (B) à rede hidrográfica e ao consumo inadequado da
um lago, dois conceitos são muito importantes: o ciclo dos água.
nutrientes e o fluxo de energia. A energia necessária aos (C)) à rede de esgoto e à ação da natureza sobre o
processos vitais de todos os elementos desde lago é rein- homem.
troduzida neste ecossistema: (D) à bacia hidrográfica e à submissão do homem à
(A) Pela respiração dos produtores. natureza.
(B) Pela captura direta por parte dos consumidores. (E) ao abastecimento de água e ao sistema de canali-
(C) Pelo processo fotossintético. zação de esgoto.
(D) Pelo armazenamento da energia nas cadeias tró-
ficas. 14. (Fuvest) A maior parte do nitrogênio que compõe
(E) Pela predação de níveis tróficos inferiores. as moléculas orgânicas ingressa nos ecossistemas pela
ação de:

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
(A) algas marinhas. 18. Sobre a biodiversidade é correto afirmar que:
(B) animais. (A) O tráfico de animais não prejudica a biodiversidade
(C) bactérias. de um determinado local, visto que a reprodução ocorre
(D) fungos. com rapidez.
(E) plantas terrestres. (B) A biodiversidade é um conjunto de espécies de ani-
mais de um determinado local, não incluindo a fauna, pois
15. Os ciclos biogeoquímicos representam o movi- essa não é um organismo vivo.
mento de um ou mais elementos na natureza e estão inti- (C) O desenvolvimento urbano e econômico não oca-
mamente ligados aos processos geológicos, hidrológicos sionou nenhuma perda para a biodiversidade em âmbito
e biológicos. Entre os ciclos a seguir, marque aquele que mundial.
envolve a participação de bactérias do gênero Rhizobium (D) A biodiversidade é o conceito que abrange todas as
e leguminosas. formas de vida na natureza, incluindo as espécies animais,
(A) Ciclo do carbono. vegetais e os micro-organismos.
(B) Ciclo do nitrogênio. (E) A retirada de uma determinada espécie de seu ha-
(C) Ciclo do enxofre. bitat natural não altera a cadeia alimentar, pois outros ani-
(D) Ciclo do fósforo. mais poderão ocupar a sua função.
(E) Ciclo do cloro
19. (UFPI) Preservar a biodiversidade constitui uma
16. (ENEM) O ciclo biogeoquímico do carbono com- das condições básicas para manter os ambientes sadios no
preende diversos compartimentos, entre os quais a Terra, a nosso planeta. Essa afirmação refere-se a uma preocupa-
atmosfera e os oceanos, e diversos processos que permi- ção:
tem a transferência de compostos entre esses reservatórios. (A) mundial, porque as espécies levaram milhões de
anos para se desenvolverem e muitas delas podem desa-
Os estoques de carbono armazenados na forma de recur-
parecer do mundo em poucas décadas, se a poluição e o
sos não renováveis, por exemplo, o petróleo, são limitados,
desmatamento indiscriminado tiverem continuidade.
sendo de grande relevância que se perceba a importância
(B) regional, porque o desaparecimento de espécies de
da substituição de combustíveis fósseis por combustíveis
animais pode ser responsável por problemas alimentares e
de fontes renováveis.
pelo aumento de pragas, pela ruptura da cadeia alimentar,
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo
em algumas regiões do mundo.
do carbono, pois provoca:
(C) apenas para os Estados Unidos e países da Europa
que já destruíram quase totalmente suas florestas, por te-
(A) aumento da porcentagem de carbono contido na
rem desenvolvido seu setor industrial há muito tempo.
Terra. (D) apenas para países e regiões que se organizaram
(B) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais supe- politicamente em espaços áridos ou semiáridos, como a
riores. Namíbia e o Nordeste do Brasil, que dependem do pouco
(C) aumento da produção de carboidratos de origem que resta de seus ecossistemas.
vegetal. (E) apenas para países que utilizam uma tecnologia al-
(D) aumento na quantidade de carbono presente na tamente desenvolvida, que precisam de organismos vivos
atmosfera. como fonte original dos princípios ativos.
(E) redução da quantidade global de carbono armaze-
nado nos oceanos. 20. Vegetação típica de regiões costeiras, sendo uma
área de encontro das águas do mar com as águas doces
17. Os ciclos biogeoquímicos, também chamados de dos rios. A principal espécie encontrada nesse bioma é o
ciclos da matéria, garantem que os elementos circulem caranguejo. Essas características são do:
pela natureza. Entre as afirmações a seguir, marque aque- (A) Cerrado
la que melhor explica o papel dos decompositores nesses (B) Mata de Cocais
ciclos. (C) Mangue
(A) Os decompositores garantem a fixação dos ele- (D) Caatinga
mentos químicos no solo. (E) Pantanal
(B) Os decompositores, ao degradar os restos de seres
vivos, garantem espaço para que novos nutrientes sejam 21. (UFSC 2010). Sobre as formações fitogeográfi-
adicionados ao ambiente. cas ou Biomas existentes no Brasil, assinale a(s) proposi-
(C) Os decompositores permitem, ao decompor os ção(ões) correta(s).
restos dos organismos, que substâncias presentes nesses (A) O Cerrado é uma formação fitogeográfica caracte-
seres possam ser utilizadas novamente. rizada por uma floresta tropical que cobre cerca de 40% do
(D) Os decompositores permitem que o fluxo de ener- território brasileiro, ocorrendo na Região Norte.
gia ocorra em vários sentido (B) A Caatinga é caracterizada por ser uma floresta
úmida da região litorânea do Brasil, hoje muito devastada.

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
(C) O Mangue ocorre desde o Amapá até Santa Ca- 07. Resposta E
tarina e desenvolve-se em estuários, sendo utilizados por Essa relação é o comensalismo, uma vez que apenas a
vários animais marinhos para reprodução. rêmora é beneficiada, porém o tubarão não é prejudicado.
(D) O Pampa ocorre na Região Centro-Oeste, onde o Nesse tipo de relação, o chamado comensal está normal-
clima é quente e seco. A flora e a fauna dessa região são mente procurando alimento.
extremamente diversificadas.
(E) A Floresta Amazônica está localizada nos estados
08. Resposta B
do Maranhão e do Piauí e as árvores típicas dessa formação
Possivelmente entre a população de anchova e sardi-
são as palmeiras e os pinheiros.
nha houve a sobreposição de nicho, levando consequente-
(F) O Pantanal ocorre nos estados do Mato Grosso do
mente a redução da população de sardinhas.
Sul e do Mato Grosso, caracterizando-se como uma região
plana que é alagada nos meses de cheias dos rios. 09. Resposta A
(G) A Mata Atlântica é uma formação que se estende Os fungos e algas estabelecem um mutualismo obriga-
de São Paulo ao Sul do país, onde predominam árvores tório, formando os chamados líquens. Enquanto a alga for-
como o babaçu e a carnaúba, e está muito bem preservada. nece alimento para o fungo, este fornece água e nutrientes
para a alga.
Respostas
10. Resposta D
01. Resposta E Quando o clímax é atingido não existe modificações
O mutualismo é uma relação harmônica entre duas es- tão significativas quanto nos primeiros estágios sucessio-
pécies em que ambas se beneficiam nais. Diante disso, diminui as modificações evolutivas nas
diferentes espécies desse ecossistema.
02. Resposta C
O conjunto de membros de uma população em que 11. Resposta C
os organismos apresentam divisões de trabalhos (funções O processo fotossintético é o meio pelo qual os orga-
específicas e especializadas) é considerada uma sociedade. nismos autótrofos produzem seu alimento. Sabemos tam-
bém que esses organismos são chamados de produtores
03. Resposta D por esse mesmo motivo. Diante disso, podemos concluir
A única afirmação negativa é a II, pois a competição que os vegetais são os únicos organismos que conseguem
por recursos sempre influencia no crescimento e tamanho obter os nutrientes necessários ao seu metabolismo e re-
de uma população. passá-los aos demais níveis tróficos.

04. Resposta D 12. Resposta D


Quando duas espécies que habitam determinado local A alternativa I está incorreta porque é impossível uma
em determinado período de tempo utilizam do mesmo re- cadeia alimentar manter-se isoladamente, pois um mesmo
organismo que participa de uma cadeia alimentar também
curso e este não encontra-se disponível para a manutenção
pode participar de várias outras ao mesmo tempo. Por
de ambas espécies, estas tendem a competir pelo recurso,
exemplo, há organismos que são carnívoros e herbívoros,
podendo ocasionar a eliminação de uma população.
ou seja, que atuam em uma cadeia alimentar como con-
sumidores primários e consumidores secundários ou ter-
05. Resposta B
ciários.
Como as espécies estão ocupando o mesmo nicho, A alternativa III está incorreta porque os organismos
elas terão que competir pelos mesmos recursos. Sendo as- produtores estarão sempre no primeiro trófico de uma
sim, haverá uma competição interespecífica, ou seja, entre cadeia alimentar, pois eles são os únicos que conseguem
espécies diferentes. produzir o próprio alimento e, consequentemente, o ali-
mento dos consumidores primários.
06. Resposta D
As abelhas são espécies que formam uma organização 13. Resposta A.
social que se expressa através do cooperativismo A letra da música nos remete claramente aos processos
Os piolhos são espécies que vivem na superfície de ou- e transformações que a passa desde a sua condensação até
tra (hospedeiro) causando malefícios. a evaporação.
Os gafanhotos ao se alimentarem de uma espécie ve-
getal, são considerados como predadores uma vez que 14. Resposta C.
podem reduzir ou até mesmo dizimar a população desse A fixação biológica do nitrogênio é realizada por bacté-
vegetal. rias que estão associadas às raízes de plantas leguminosas.

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ciências
15. Resposta B. 20. Resposta C
As bactérias do gênero Rhizobium, que vivem nas raí- a) Falso – O cerrado é um bioma típico do Centro-Oes-
zes das leguminosas, exercem um importante papel na te brasileiro, onde não há encontro das águas do mar com
transformação de nitrogênio do ar em amônia. Ao realizar as águas dos rios.
essa transformação, essas bactérias permitem que o nitro- b) Falso – Esse tipo de vegetação consiste numa zona
gênio possa ser utilizado pelas plantas. de transição entre a Amazônia e as terras semiáridas do
16. Resposta D. Nordeste Brasileiro. O caranguejo não é uma espécie desse
Quando se realiza a queima de combustíveis fósseis, é bioma.
liberada na atmosfera uma grande quantidade de dióxido c) Verdadeiro – O mangue é um bioma típico de pon-
de carbono (CO2), aumentando, assim, a sua quantidade na tos da costa brasileira, sendo muito comum em locais onde
atmosfera. o mar se encontra com as águas doces dos rios. O caran-
guejo e a ostra são as principais espécies desse bioma.
17 Resposta C d) Falso – A caatinga possui vegetação típica de regiões
O papel dos decompositores nos ciclos biogeoquími- semiáridas, formada por plantas que se adaptam ao clima
cos é garantir que as substâncias presentes nos seres vivos seco. Portanto, esse bioma não é típico de regiões onde
retornem ao ambiente para que possam ser usadas em no- ocorre o encontro das águas do mar com as águas dos rios.
vos processos. e) Falso – O pantanal é considerado uma das maiores
planícies inundáveis do planeta. Esse tipo de cobertura ve-
18. Resposta D getal não ocorre em regiões costeiras, além de não abrigar
a) Falso – O tráfico de animais altera o equilíbrio da caranguejos.
natureza, pois esse ato interfere negativamente no ciclo de
reprodução dos animais. 21. Resposta C
b) Falso – A biodiversidade consiste na variabilidade da a) Falso – O cerrado é o bioma predominante da Re-
fauna, flora, micro-organismos e ecossistemas. gião Centro-Oeste, essa formação fitogeográfica não cor-
c) Falso – As atividade econômicas afetaram – e ainda responde a cerca de 40% da extensão territorial do Brasil.
afetam – a biodiversidade do planeta, sendo o desmata- O cerrado não é caracterizado como uma floresta tropical,
mento um dos grandes vilões desse processo, pois vários sendo considerado um tipo de savana, com vegetação típi-
animais morrem durante as queimadas ou perdem seu ha- ca de clima tropical semiúmido.
bitat natural.
b) Falso – A caatinga está presente nas áreas semiári-
d) Verdadeiro – A biodiversidade engloba a variabilida-
das da Região Nordeste, composta por plantas xerófilas,
de de espécies da fauna, flora, micro-organismos e ecossis-
adaptadas ao clima seco e a pouca quantidade de água.
temas de um determinado local, sendo, portanto, um con-
Portanto, esse bioma não é uma floresta úmida da região
ceito que inclui todos os elementos que constituem a vida.
litorânea do território brasileiro.
e) Falso – A retirada de uma espécie de seu habitat
c) Verdadeiro – As áreas de manguezal estão presentes
natural irá alterar a cadeia alimentar, pois esse animal tem
em diferentes pontos da costa brasileira, sendo mais co-
uma função específica nesse processo, não sendo substi-
tuível. mum onde o mar se encontra com as águas doces dos rios.
Esse bioma é de fundamental importância para a produção
19. Resposta A de alimentos dos animais marinhos, além de ser um am-
a) Verdadeiro – A afirmativa enfatiza a importância da biente de reprodução dessas espécies.
preservação da biodiversidade em âmbito planetário: “Pre- d) Falso – O pampa é o bioma típico do estado do Rio
servar a biodiversidade constitui uma das condições bási- Grande do Sul, estando presente em áreas de fronteira com
cas para manter os ambientes sadios no nosso planeta”. As o Uruguai. A vegetação desse bioma é formada por plantas
atividades humanas têm gerado uma redução drástica da rasteiras, gramíneas e pequenos arbustos. Seu clima é o
biodiversidade, sendo que muitas espécies estão ameaça- subtropical.
das de extinção, consequência da intensificação das quei- e) Falso – A floresta Amazônica compreende aproxi-
madas, desmatamentos, atividade industrial, entre outros. madamente 42% do território brasileiro, estando presente
b) Falso – A conservação da biodiversidade deve ocor- em todos os estados da Região Norte, além do Maranhão
rer em âmbito global, visto que os problemas não se res- (Nordeste) e Mato Grosso (Centro-Oeste).
tringem ao regional. f) Verdadeiro – O Pantanal está localizado no sudoeste
c) Falso – O processo de preservação ambiental tam- de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul, estando
bém deve ocorrer nos países em desenvolvimento e nos presente também no Paraguai e na Bolívia. Esse bioma é
subdesenvolvidos. considerado uma das maiores planícies inundáveis do pla-
d) Falso – A preservação da biodiversidade é uma neta.
questão global, não sendo restrita a determinadas regiões g) Falso – A Mata Atlântica estende-se do Piauí ao Rio
do planeta. Grande do Sul. Sua vegetação é composta pela peroba,
e) Falso – A biodiversidade deve ser preservada pelos ipê, quaresmeira, cedro, jequitibá-rosa, jacarandá, pau-bra-
países com elevado desenvolvimento tecnológico. Porém, sil, entre outras. A Mata Atlântica é um dos biomas mais
esse processo deve abranger também todas as nações do ameaçados do planeta, visto que só restam 7% da mata
planeta original.

18

Você também pode gostar