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Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino

do Estado do Amazonas

SEDUC-AM
Assistente Técnico
Edital de N° 02 – Nível Fundamental e Médio

AB088-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino do Estado do Amazonas

Cargo: Assistente Técnico

(Baseado no Edital de N° 02 – Nível Fundamental e Médio

• Língua Portuguesa
• Raciocínio Lógico-Matemático
• Noções de Informática
• Conhecimentos Específicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Karoline Dourado

Capa
Joel Ferreira dos Santos

Editoração Eletrônica
Marlene Moreno
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Leitura, compreensão e interpretação de textos. ........................................................................................................................................ 85


Estruturação do texto e dos parágrafos. ........................................................................................................................................................ 90
Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores sequenciais. .................................................... 88
Significação contextual de palavras e expressões. ..................................................................................................................................... 76
Equivalência e transformação de estruturas. ................................................................................................................................................ 88
Sintaxe: processos de coordenação e subordinação. ................................................................................................................................ 63
Emprego de tempos e modos verbais. ........................................................................................................................................................... 07
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................. 50
Estrutura e formação de palavras. .................................................................................................................................................................... 04
Funções das classes de palavras. ....................................................................................................................................................................... 07
Flexão nominal e verbal. ....................................................................................................................................................................................... 07
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. ...................................................................................................................... 07
Concordância nominal e verbal. ........................................................................................................................................................................ 52
Regência nominal e verbal. .................................................................................................................................................................................. 58
Ortografia oficial. ..................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação gráfica.................................................................................................................................................................................................. 47
Redação de correspondência e documentos oficiais................................................................................................................................. 71

Raciocínio Lógico-Matemático

Estruturas Lógicas. .................................................................................................................................................................................................. 93


Lógica de Argumentação, negação de proposições, implicação lógica. ........................................................................................... 93
Diagramas Lógicos. ...............................................................................................................................................................................................110
Compreensão e elaboração da lógica das situações por meio de raciocínio matemático. ....................................................... 93
Problemas envolvendo as quatro operações nas formas fracionária e decimal; números e grandezas direta e indiretamente
proporcionais; razão e proporção; divisão proporcional; ........................................................................................................................ 11
Regra de três simples e composta; ................................................................................................................................................................... 15
Porcentagem.............................................................................................................................................................................................................. 74
Sistemas de medidas de comprimento, perímetro, área, volume, temperatura, massa e tempo. .......................................... 19
Princípios de contagem e noção de probabilidade. ................................................................................................................................115
Equações do primeiro e segundo graus. ....................................................................................................................................................... 23
Geometria básica. .................................................................................................................................................................................................... 47
Noções de estatística; médias e leitura de gráficos.................................................................................................................................... 37
SUMÁRIO

Noções de Informática

Conceitos e modalidades de processamento (batch x offline x online x real time x time sharing). ....................................... 64
Arquitetura básica de computadores: hardware; ........................................................................................................................................ 01
Componentes e funções; ...................................................................................................................................................................................... 01
Unidade central de Processamento; ................................................................................................................................................................ 01
Memória ROM, RAM, cache, tipos e tamanhos de memória; ................................................................................................................ 01
Dispositivos de entrada e saída e de armazenamento de dados;......................................................................................................... 01
Impressoras, teclado, mouse, disco rígido, pendrives, scanner, plotter, discos ópticos; ............................................................. 01
Conectores; ................................................................................................................................................................................................................ 01
Barramentos: especificação de equipamentos. ........................................................................................................................................... 01
Software: software básico;..................................................................................................................................................................................... 01
Noções de Sistemas Operacionais; .................................................................................................................................................................. 01
Utilitários; .................................................................................................................................................................................................................... 01
Antivírus; ..................................................................................................................................................................................................................... 64
Windows XP/7BR: ambiente gráfico; ............................................................................................................................................................... 01
Janelado Computador /Windows Explorer: ícones, atalhos de teclado, pastas, tipos de arquivos, localização, criação,
cópia e remoção de arquivos, cópias de arquivos para outros dispositivos; ................................................................................... 01
Ajudado Windows; .................................................................................................................................................................................................. 01
Lixeira: remoção e recuperação de arquivos e de pastas, cópias de segurança/backup, uso dos recursos. MS Office 2007
BR ou 2010 BR (Word, Excel, PowerPoint, Access, Outlook): conceitos, características, funcionalidades, ícones, atalhos de
teclado, uso dos recursos. Internet: conceitos; Características; Figuras e Imagens (formatos); Acesso; .............................. 21
Browsers; ..................................................................................................................................................................................................................... 55
Internet Explorer 9 BR x Firefox Mozilla x Google Chrome. Correio eletrônico/e-mail; ............................................................... 55
Thunderbird Mozilla: conceitos, características, funcionalidades, ícones, atalhos de teclado e uso dos recursos. .......... 55
Computação na nuvem: conceitos de organização e de gerenciamento de informações. ....................................................... 64
Arquivos, pastas e programas. Segurança da informação: procedimentos de segurança, noções de vírus, wormse pragas
virtuais. ........................................................................................................................................................................................................................ 64
Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware). ................................................................................................................. 64
Procedimentos de backup; armazenamento de dados na nuvem........................................................................................................ 64

Conhecimentos Específicos

Noções de Administração Pública: princípios; descentralização e desconcentração; Administração Direta e Indire-


ta; ................................................................................................................................................................................................................01
Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e
critérios de departamentalização. ..................................................................................................................................................................... 13
Empreendedorismo governamental e novas lideranças no setor público. ....................................................................................... 17
Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada. ........................................................................................... 26
Excelência nos serviços públicos. Gestão da Qualidade. ......................................................................................................................... 28
Gestão de resultados na produção de serviços públicos. ....................................................................................................................... 49
O paradigma do cliente na gestão pública. .................................................................................................................................................. 54
Noções de Arquivologia: noções fundamentais de arquivo; arquivos correntes, intermediários e permanentes; proto-
colo, código de classificação; tabela de temporalidade. Noções básicas de conservação e preservação de documentos.
Noções de métodos de arquivamento. .......................................................................................................................................................... 55
Relações pessoais e interpessoais: atendimento pessoal e telefônico. .............................................................................................. 58
Conduta profissional: comunicação verbal; apresentação pessoal e ética profissional. .............................................................. 70
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Amazonas-Lei nº1.762/86 e suas alterações................................... 72
LÍNGUA PORTUGUESA

Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................. 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA

PROF. ZENAIDE AUXILIADORA PACHEGAS BRANCO

Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1 2 3 4 5 6 7 12 3 45 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho


1 2 3 4 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.

3) Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton- que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos:
go e o hiato. consonantais e vocálicos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
das as palavras da sequência. claro”.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.

cant-á-va-mos: Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:


cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência mo- azeite, cavalo.
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primei- Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
ra pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
* As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência mo-
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjunti- Processos de Formação de Palavras
vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda
pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
Vogal temática a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de- vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica
Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
acréscimo de prefixo.
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir).
In feliz des leal
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
Prefixo radical prefixo radical
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base,
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo de sufixo.
A estas vogais temáticas se liga a desinência indicadora
de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados Feliz mente leal dade
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não Radical sufixo radical sufixo
apresentam vogal temática.
Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de se principalmente verbos.
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática En trist ecer
é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal Prefixo radical sufixo
temática -i pertencem à terceira conjugação.
Em tard ecer
Interfixos prefixo radical sufixo

São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- Outros Tipos de Derivação


tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por Há dois casos em que a palavra derivada é formada
exemplo: sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. regressiva e a derivação imprópria.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
Formação das Palavras dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
de substantivos derivados de verbos.
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
das, palavras simples, palavras compostas. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- Fontes de pesquisa:


tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri-
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
na classe gramatical. formacao-de-palavras-i.htm
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê” SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
deriva da conjunção porque) coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
do verbo olhar). ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical Questões sobre Estrutura das Palavras
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeira-
mente faz parte. A alteração acontece devido à presença de 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
outros termos, como artigos, por exemplo: CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é for-
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- mada pelo seguinte processo:
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) A) sufixação
Composição B) prefixação
C) parassíntese
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais D) justaposição
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de E) aglutinação
composição: justaposição e aglutinação.
1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
Justaposição: ocorre quando os elementos que for- prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos-
prefixação).
tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira,
girassol.
RESPOSTA: “B”.
Composição por aglutinação: ocorre quando os ele-
mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014)
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
alta), vinagre (vinho + acre). O vocábulo “entristecido”, presente na terceira estrofe, é
um exemplo de:
Outros processos de formação de palavras: a) palavra composta
b) palavra primitiva
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir c) palavra derivada
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. d) neologismo

Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

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LÍNGUA PORTUGUESA

de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- mentos.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará duas qualidades de um mesmo elemento.
invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro.
rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos apresenta as seguintes modalidades:
cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
Grau do Adjetivo de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo
benéfico - beneficentíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- comum - comuníssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
que” ou “mais...que”.
todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
todas.
rioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de * Note bem:


superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-
grande/maior, baixo/inferior. tepostos ao adjetivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
O ônibus chegou ontem.
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo,
querda, ao lado, em volta.
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen-
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente, gran-
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- demente, bem (quando aplicado a propriedades graduá-
nato fala tão alto quanto João. veis).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen- Locução Adverbial


te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o
vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus dentro, por aqui, etc.
amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.

* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

11
LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCO-
NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho dignifica o homem. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
* No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. Além da preposição, há outra palavra também invariá-
O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
* No caso de os nomes próprios personativos estarem de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele Morfossintaxe da Conjunção
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
* O artigo também é usado para substantivar palavras pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”.
Já em:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a grantes e adverbiais:
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal): 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
a função de objeto direto do verbo da oração principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-
e independente ou termos da oração que têm a mesma do com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
função gramatical. Subdividem-se em:
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
(= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não),
que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se que, a menos que, sem que, etc.
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por Não sei se farei o concurso...
isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
Não demore, que o filme já vai começar. me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina-


lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que),
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado f) Proporcionais: introduzem uma oração que expres-
quando ela chegou. sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
O baile já tinha começado: oração principal expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais),
ela chegou: oração subordinada quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.

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O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um Psiu!


texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú- nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios puxa: interjeição; tom da fala: euforia
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
junto das relações que garantem a coesão do enunciado. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
estas interferem semanticamente no enunciado.
tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
Ah, deve ser muito interessante!
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
b) Sintetizar uma frase apelativa.
são de circunstâncias fundamentais à condução da história, Cuidado! Saia da minha frente.
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequên-
cia. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a li- As interjeições podem ser formadas por:
nha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
exposições e argumentações construídas por meio de con- b) palavras: Oba! Olá! Claro!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
concessivas. Ora bolas!

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Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Essa não! Chega! Basta! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
nada sequência.
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
se trata de um processo natural desta classe de palavra, a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. trata de numerais, mas sim de algarismos.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Locução Interjetiva vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Por exemplo: alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

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- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

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Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

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fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php - O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: nino.
Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo em *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- lugar e/ou a função de um substantivo.
preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Destino = Irei a Salvador.
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
Causa = Chorei de saudade.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
Instrumento = Escreveu a lápis.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
Companhia = Estarei com ele amanhã.
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Matéria = copo de cristal.
uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado Meio = passeio de barco.
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Origem = Nós somos do Nordeste.
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Conteúdo = frascos de perfume.
causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- * Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
* Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = da- Pronome
quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
a destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
(homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1.ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2.ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
* Observação: frequentemente observamos a omissão
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as próprias formas verbais marcam, através de suas desi-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência nências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto:
através do pronome seja coerente em termos de gênero Fizemos boa viagem. (Nós)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
* Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la
Ela veio até mim, mas nada falou.
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
tem + as = tem-nas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
- 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
- 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco expressa pelo verbo.
- 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas - 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Conhece a ti mesmo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se-
nhor Ministro, compareça a este encontro.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. priedade.

- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Note que: A forma do possessivo depende da pessoa *Em relação ao tempo:


gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam - Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- relação à pessoa que fala:
ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, soa que fala:
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como:
remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala-
anos. rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência - Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - Este e aquele são empregados quando se quer fa-
zer referência a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
por último:
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe
os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
Pronomes Demonstrativos aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com


o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
São aqueles que representam nomes já mencionados quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
as orações subordinadas adjetivas. equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
= oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima: ações
das pessoas. É como se lêssemos “de trás para frente”. Ou-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” tro exemplo:
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem se a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
Observe: tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-


- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, pre precedido de preposição.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- É um professor a quem muito devemos.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu (preposição)
antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu semana
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
se o qual / a qual) - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou porte.
de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- Morfossintaxe do substantivo


retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
quanto (e variações). do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como
Sobre os pronomes: núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca-
de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para oposição aos bairros).
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos comum.
de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Estamos voando para Barcelona.
o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Fontes de pesquisa: pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
php ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
Saraiva, 2010. existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
res do mundo real e do mundo imaginário.
Substantivo
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Brasília.
as quais denominam todos os seres que existem, sejam Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ma.
nos, os substantivos também nomeiam:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que enxoval roupas


dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. - Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se
O substantivo chuva é formado por um único elemento faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
ou radical. É um substantivo simples. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a víti-
elemento. ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- variam em seu significado:
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
a partir da palavra limão. o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
tra palavra. o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
Flexão dos substantivos o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or:
estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
- cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
* Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul formados de:
e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa-
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). da - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o louva-a-deus e os louva-a-deus


de três maneiras.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Plural das Palavras Substantivadas


o látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de palavras O aluno errou na prova dos noves.
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, gi- * Observação: numerais substantivados terminados
rassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmeque- em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
res. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
pé(s) + zinhos = pezinhos de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:

Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


Este jogador faz gols toda vez que joga. do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança de
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

30
LÍNGUA PORTUGUESA

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- - Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
Fontes de pesquisa: exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre * Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do ver-
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-) * Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - fonema permanece inalterado.
E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) putar, reaver, abolir, falir.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin- - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
gular ou plural): malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

31
LÍNGUA PORTUGUESA

* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

* São impessoais, ainda:


- o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

- os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).

* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

32
LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

33
LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

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LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

35
LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.

* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

36
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

38
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já __________ alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
Questões sobre Verbo (A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – (C) faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: (D) fazem … haverem … têm
A) Houveram eleições em outros países este ano. (E) faz … haverem … tem
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
D) Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
E) Esse homem possue muitos bens. smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos
1-) Correções à frente: para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao
A) Houveram eleições em outros países este ano = uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o
houve termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos Temos: faz, haver, têm.
RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”.
Vozes do Verbo
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res-
posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

42
LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç

2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam.
SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato-
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.

O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
S e não Z
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- CH e não X


sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
verbos derivados de nomes cujo radical termina com mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
As letras “e” e “i”
Z e não S
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: “i”, só o ditongo interno cãibra.
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal * Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
O fonema j cia, que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).

O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
X e não CH tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
tixa. Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Hífen ** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Lembrete da Zê!
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). -inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que das as frases abaixo,
todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. posto policial.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
1-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo retamente as lacunas das frases.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
droelétrica, ultrassom B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
trutura E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”.
3-) Questão que envolve ortografia.
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que
posto policial. (= aproximadamente)
todas as palavras estão corretas:
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
lacione com infrator)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
carro. (de grande vulto, volumoso)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
com “pego no flagra”)
2-) Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta RESPOSTA: “D”.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
UFAL/2014) isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível

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LÍNGUA PORTUGUESA

Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.

Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas Antes Agora


em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen- apóia (verbo apoiar) apoia
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
paranóico paranoico
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
Acento Diferencial
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
ra – Atlântico – pêsames – supôs .
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
e/ou tempos verbais. Por exemplo:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
tivo do mesmo verbo).
riano (de Müller)
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Regras fundamentais
Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
Palavras oxítonas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
cais são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém.
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
nalidade).
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Regra do Hiato:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
fórceps
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Questões

bocaiúva bocaiuva 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL


feiúra feiura TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assi-
nale a alternativa que contém duas palavras acentuadas
Sauípe Sauipe
conforme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
abolido:
(C) “Índice” e “dólares”.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Antes Agora (E) “Atribuídos” e “índice”.
crêem creem
1-)
lêem leem
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
vôo voo roxítona
enjôo enjoo (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais tona
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
Repare: do hiato
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! xítona
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que RESPOSTA: “B”.
os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à – FUNDATEC/2014 - adaptada)
tarde! Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
As formas verbais que possuíam o acento tônico na gráfica.
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
“e” ou “i” não serão mais acentuadas: seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Antes Depois rios’ e ‘país’ não é a mesma.
apazigúe (apaziguar) apazigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
averigúe (averiguar) averigue IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
tuação de uso, quanto à flexão de número.
argúi (arguir) argui Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa B) Apenas II e IV.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo C) Apenas I, II e IV.
vir) D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles 2-)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Fontes de pesquisa: portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. bos (correta)
htm II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
Saraiva, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. tarde e calor à noite.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de pontuação
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: 2- Depois de interjeições ou vocativos
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não Ai! Que susto!
“etc..”) João! Há quanto tempo!

3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)


ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam pon- Reticências (...)


to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os nú-
meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
mal... pega doutor?
(VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

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LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
Usa-se a vírgula: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
ra, possui um trânsito caótico. está correta em:
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
Observações: fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha-
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você 1-) Correções realizadas:
falou isso para ela?! A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
ração de siglas (IOF/UPC); seu complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a gar à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- Concordância Verbal


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al- É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo seu sujeito.
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. a) Sujeito Simples - Regra Geral
( ) CERTO ( ) ERRADO O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos:
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- A prova para ambos os cargos será aplicada
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo às 13h.
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
RESPOSTA: “CERTO”.
Casos Particulares
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em
apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empre- 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
gada. Assinale-a. titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- no singular ou no plural.
plexas. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
fundamental. proposta.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
3-) los destruiu / destruíram o monumento.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- destaque aos elementos que formam esse conjunto.
plexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fun- 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
damental = não se separa sujeito do predicado. dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado corda com o substantivo.
RESPOSTA: “A”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-


te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. substituição do segmento grifado pelo que está entre pa-
php rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- necer no singular está em:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- (C) No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular - Chegar, Ir
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
o que corresponde à diversidade de significados que estes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
forem empregados. formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

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LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
voz passiva analítica: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- tantiva Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- licença estiver subentendida.
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
indireto relacionado a pessoas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
Agradeço aos ouvintes a audiência. vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto
direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Paguei minhas contas. / Paguei-as. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- má-la.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
estão: cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Muito custa viver tão longe da família.


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


- Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido a preposição “a”:
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
Querem melhor atendimento. nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Queremos um país melhor. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
VISAR nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
to, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
de ônibus a dirigir sujeito e predicado.
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
nome em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
C) Você assistiu à cena toda? = correta tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
oficina pela manhã que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe- a declaração do que se atribui ao sujeito.
deço às leis de trânsito Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
RESPOSTA: “C”. dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi-
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predi-
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- cado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os
guinte trecho para responder à questão. que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno- (predicado verbal)
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: cleo é “fácil” (predicado nominal)
(A) das mulheres
(B) às mulheres Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
(C) com das mulheres por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
(D) à das mulheres completo. O período pode ser simples ou composto.
(E) ao das mulheres
Período simples é aquele constituído por apenas uma
oração, que recebe o nome de oração absoluta.
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da
Chove.
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
A existência é frágil.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
RESPOSTA: “D”.
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos essenciais da oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que es-
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por tabelece concordância com o verbo.
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- O candidato está preparado.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou Os candidatos estão preparados.
muito ontem à noite.
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu no singular: candidato = está).
sentido global: A função do sujeito é basicamente desempenhada por
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
- frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
um pedido: Dê-me uma luz! dem exercer a função de sujeito.
- frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
afetivo: Que dia abençoado! tantivo)
- frases declarativas = o emissor constata um fato: A Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
prova será amanhã. plo: substantivo)

63
LÍNGUA PORTUGUESA

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer - As questões estavam fáceis!


ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
do de duas maneiras: Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões

O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-


tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto)
português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo. C) adjunto adnominal.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Coordenadas Assindéticas


... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com- São orações coordenadas entre si e que não são liga-
plemento que o da frase acima está em: das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... tas.
(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras... Coordenadas Sindéticas
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem denativa, que dará à oração uma classificação. As orações
ou o quê - não há preposição): coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento, aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
mas sim, predicativo do sujeito (rota única); vas.
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios =
adjunto adverbial); ** Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
adverbial); cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
D = cair = intransitivo; só... como, assim... como.
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
quê?) Comprei o protetor solar e fui à praia.
RESPOSTA: “E”.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
Período Composto por Coordenação principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O período composto se caracteriza por possuir mais de Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Li tudo, porém não entendi!
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
orações). principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Passei no concurso, portanto comemorarei!
entre as orações de um período composto: uma relação de A situação é delicada; devemos, pois, agir.
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am- de, pois (anteposto ao verbo).
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. mingo.
(Período Composto) Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Período Composto Por Subordinação
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independen- Quero que você seja aprovado!
tes. Tal período é classificado como Período Composto Oração principal oração subordinada
por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe que na oração subordinada temos o verbo
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Sindéticas. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas

A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.

Não sei se sairemos hoje. Observação: quando a oração subordinada substanti-


Oração Subordinada Substantiva va é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na
3.ª pessoa do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
do verbo da oração principal:
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Todos querem sua aprovação no concurso.
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Objeto Direto
como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Subs- Oração Principal oração Subordinada Substantiva
tantiva Objetiva Direta

Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan- (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Conforme a função que exerce no período, a oração
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva

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LÍNGUA PORTUGUESA

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome.
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Predicativo do Sujeito equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação: a classificação das orações subordinadas


O homem, que se considera racional, muitas vezes age adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
animalescamente. adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pela oração.
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo
Orações Subordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
“homem”. a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
** Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicati- que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
va é separada da oração principal por uma pausa que, na bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm que.
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem se subordina. Repare:
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
1-) Faltei à aula porque estava doente.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subor-
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
dinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a con-
junção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
acontece com as coordenadas sindéticas). fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
Oração Subordinada Adverbial primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
b) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan-
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a to...que, tamanho...que.
um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
exata compreensão da circunstância que exprime. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

70
LÍNGUA PORTUGUESA

Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
se-periodo-e-oracao
cessiva.
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais CRASE


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Você age como criança. (age como uma criança age) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
*geralmente há omissão do verbo. nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
execução do que se declara na oração principal. Principal quais.
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras O uso do acento indicativo de crase está condicionado
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
das com o mesmo valor de conforme). minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
direitos iguais. é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
tindo a anteposição do artigo a(s).

71
LÍNGUA PORTUGUESA

Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Antes de numeral. Questões


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
Observação: as lacunas da frase a seguir.
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- Quando________ três meses disse-me que iria _________
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está B-) há - à - a - a – às
confirmada, visto que estes não podem ser empregados C-) há - a - há - à - as
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira D-) a - à - a - à - às
aluna da classe. E-) a - a - à - há – as
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan- 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para vi-
exaustos a casa.
sitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
tos à casa de Marcela.
Teremos: há, à, a, a, às.
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa RESPOSTA: “B”.
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a
terra, já era noite. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- VUNESP/2014)
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
O astronauta voltou à Terra. mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
uso do artigo. de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
Os livros foram entregues a mim. ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
Dei a ela a merecida recompensa. se sua morte se deve ______ envenenamento.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em (A) a ... à ... a ... a
sentido genérico ou indeterminado: (B) as ... à ... a ... à
Estamos sujeitos a críticas. (C) às ... a ... à ... a
Refiro-me a conversas paralelas. (D) à ... à ... à ... a
(E) a ... a ... a ... à
Fontes de pesquisa:
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
html
trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
Saraiva, 2010. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi-
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
RESPOSTA: “A”.

73
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase. ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!

74
LÍNGUA PORTUGUESA

- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente foi
Emprego de o, a, os, as realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.

* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
Saraiva, 2010. e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo ( já que no enunciado
temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-
Questões do-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

75
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em dis- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
em determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsá-
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad- Hiperonímia e Hiponímia
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
Antônimos
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
São palavras que se opõem através de seu significado:
ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa-
mal - bem. do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
um hiperônimo de carros.
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- repetição desnecessária de termos.
ticomunista; simétrico e assimétrico.
Fontes de pesquisa:
Homônimos e Parônimos http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ser Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Saraiva, 2010.
rentes na pronúncia: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
rego (subst.) e rego (verbo); ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
colher (verbo) e colher (subst.); XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
jogo (subst.) e jogo (verbo); tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo). Denotação e Conotação

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

76
LÍNGUA PORTUGUESA

As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia


o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
palavra. da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- O gato do vizinho é peralta.
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, sobrevivência
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- O passarinho foi atingido no bico.
daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Conotação de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- formato quadriculado que têm.
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse-
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão Polissemia e homonímia
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi-
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei quando duas ou mais palavras com origens e significados
pau no concurso). distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- monímia.
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em polissemia porque os diferentes significados para a pala-
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu- vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
blicitários, entre outros. Exemplos: polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
Você é o meu sol! o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
Minha vida é um mar de tristezas. indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
Você tem um coração de pedra! terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado Polissemia e ambiguidade
com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
Fontes de pesquisa: interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cao/ ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: temente são felizes.
Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:

77
LÍNGUA PORTUGUESA

As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- algum.
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
mas duas seriam:
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é
Corte e coloração capilar
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de
ou
terra que leva a lugar algum.
Faço corte e pintura capilar
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa:
Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
htm Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Saraiva, 2010. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pode acontecer dos seguintes modos:
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
Figura de Palavra As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
A figura de palavra consiste na substituição de uma da cruz. (= Não te afastes da religião).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - crates tomou veneno).
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
a metáfora e a metonímia. trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo).
Metáfora 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo-
lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir- nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
tude da circunstância de que o nosso espírito as associa dos jogadores).
e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres-
palavra fora de seu sentido normal. sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).

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LÍNGUA PORTUGUESA

10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:


frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

79
LÍNGUA PORTUGUESA

Prosopopeia ou Personificação Elipse

É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
Gradação lepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-


Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden-
faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
te (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões...
intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. cidade de Porto Velho).
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres-
cente de intensidade. Outros exemplos: 2) Vossa Excelência está preocupado.
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
amor”. (Olavo Bilac) soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu- Excelência.
se.” (Padre Antônio Vieira)
Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Fontes de pesquisa: A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
php com a ideia que nele está contida. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Salvador.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) tos das orações (que se encontram no singular, procissão
ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
maior expressividade que se dá ao sentido. isso que os verbos estão no plural.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.

Pleonasmo Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-


de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- Hipérbato / Inversão
çar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e sujeito venha depois do predicado:
“lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As- Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro- venceu ao ódio)
nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
tro exemplo: Eu cuido dos meus problemas)
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto * Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo- tumbante de um povo heroico”.
nástico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

82
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo. gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
- Capacidade de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Questões
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.

84
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia.  textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(E)  a energia e o barulho.   dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma


modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- COESÃO E COERÊNCIA
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
se pelo predomínio de operadores argumentativos, revela- do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
dos por uma carga ideológica constituída de argumentos estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
e contra-argumentos que justificam a posição assumida falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- elementos que compõem a oração, como também entre a
paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
estão em complementação, não em disputa. bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
cesso têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
GÊNEROS TEXTUAIS de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
São os textos materializados que encontramos em orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- re daí a coerência textual.
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com- Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
A escolha de um determinado gênero discursivo de- prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
texto, etc. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem- Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. os elementos que compõem a estrutura textual.

Fontes de pesquisa: Formas de se garantir a coesão entre os elementos


de uma frase ou de um texto:
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex-
tual.htm
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: tivo.
Saraiva, 2010. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa / desgaste / desgastante).
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. 3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com Questões


base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené- * As questões abaixo também envolvem o conteúdo
rico). “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de - inclusive - coesão e coerência.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) As-
gato. sinale a opção que indica o segmento em que a conjunção
7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
e tem valor adversativo e não aditivo.
* Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral- da população na escolha dos governantes,...”.
mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
“estudo”, evitando repetição desnecessária. toral anterior”.
(C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- de hoje”.
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
dia”.
relação entre as duas orações).
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. = adição
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da de hoje”. = adição
enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
(D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns ela na história nacional”. = adição
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
ano, depois de (futuro).” está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
A coerência de um texto está ligada: RESPOSTA: “E”.
- à sua organização como um todo, em que devem es-
tar assegurados o início, o meio e o fim;
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
experiências; um texto informativo apresenta coerência se conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé- (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
fazer justiça com as próprias mãos...”
livre associação de ideias, palavras conotativas.
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
Fontes de pesquisa: instituições:...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. velocidade e do progresso...”

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) A Ordem dos Termos na Frase


(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
instituições”. = adição Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo- tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sição acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-
velocidade e do progresso”. = adição tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
RESPOSTA: “C”. transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-


sando desemprego.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
ESTRUTURAS Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um o que mais nos auxilia na organização de um período, pois
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen- facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga-
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem nizadas aos nossos leitores.
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever. O básico para a organização sintática das frases é a or-
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- ram tal ordem da seguinte maneira:
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as- SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIR-
sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. CUNSTÂNCIAS
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia- A globalização + está causando + desemprego + no
do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Brasil nos dias de hoje.
Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases mas observações:
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu-
ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ- 1) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
mensagens. Observe: de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está La- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
tina América causando.
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
na América Latina. nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de Observações:
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação a) tais construções não estão erradas, mas rompem
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de com a ordem direta;
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de b) é preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
tural do mundo atual. exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
burgo. São quatro horas agora;

88
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.

89
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução

1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O

90
LÍNGUA PORTUGUESA

segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, REDAÇÃO OFICIAL
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.
Pronomes de tratamento na redação oficial
Conclusão
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder públi-
Considerada como a parte mais importante do texto, co para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo- fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, con-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa cisa, sem muito comprometimento, bem como um uso ade-
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. quado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asse-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, guram que os atos normativos sejam bem executados.
possui atributos de síntese. A discussão não deve ser en- No Poder Público, nós nos deparamos com situações em
cerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo: que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de
conclusão...”. tratamento assumem uma condição e precisam estar adequa-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve dos à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos.
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homoge-
características de textos bem redigidos. neidade na forma de tratamento, não só nos pronomes como
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- também nos verbos. No entanto, as formas de tratamento
cam muito longas: não são do conhecimento de todos.
Abaixo, seguem as discriminações de usos dos pronomes
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- de tratamento, com base no Manual da Presidência da Repú-
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão blica.
das ideias de desenvolvimento na conclusão.
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- São de uso consagrado:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex- a) do Poder Executivo
to em que o autor fica girando em torno de ideias redun- Presidente da República, Vice-Presidente da República, Mi-
dantes ou paralelas. nistro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das For-
te dispensáveis. ças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Re-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- pública, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República,
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Secretários da Presidência da República, Procurador – Geral da
República, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Distrito Federal, Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Ofi-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes ciais Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário
fatores: Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais.
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade b) do Poder Legislativo:
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tri-
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as- bunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais
sunto. de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais.
enumera algumas perguntas no final do texto.
c) do Poder Judiciário:
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presi-
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica dente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de
possível. Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Fede-
rais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
Fonte de pesquisa: Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho,
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Juízes e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

91
LÍNGUA PORTUGUESA

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas A Impessoalidade


aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
go respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Ex- alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém
celentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vo- quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
cativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atri-
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento buições do órgão que comunica; o destinatário dessa comu-
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas acima, nicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais cargos órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
públicos sejam ocupados. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto- decorre:
rado. Portanto, é aconselhável que não se use discriminada- a) da ausência de impressões individuais de quem comu-
mente tal termo. nica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assina-
do por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do
As Comunicações Oficiais Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
O que é Redação Oficial b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ma- sempre concebido como público, ou a outro órgão público.
neira pela qual o Poder Público redige atos normativos Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do homogênea e impessoal;
Poder Executivo. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalida- universo temático das comunicações oficiais restringe-se a
de, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, for- questões que dizem respeito ao interesse público, é natural
malidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos que não caiba qualquer tom particular ou pessoal.
decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A admi- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publi- da interferência da individualidade que a elabora.
cidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de
administração pública, claro que devem igualmente nortear a que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con-
elaboração dos atos e comunicações oficiais. tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impes-
Não se concebe que um ato normativo de qualquer na- soalidade.
tureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
possibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos A necessidade de empregar determinado nível de lingua-
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto le- gem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
gal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro,
pois, necessariamente, clareza e concisão. de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públi-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações cos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empre-
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigi- gada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expe-
dos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou dientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
instituições tratados de forma homogênea (o público). clareza e objetividade.
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à As comunicações que partem dos órgãos públicos fede-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar rais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ- brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa da- uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dú-
quele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência vida de que um texto marcado por expressões de circulação
particular, etc. restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jar-
Apresentadas essas características fundamentais da re- gão técnico, tem sua compreensão dificultada.
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada Ressalte-se que há necessariamente uma distância en-
uma delas. tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâ-
mica, reflete de forma imediata qualquer alteração de cos-

92
LÍNGUA PORTUGUESA

tumes, e pode eventualmente contar com outros elementos Concisão e Clareza


que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue trans-
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lenta- mitir o máximo de informações com um mínimo de palavras.
mente as transformações, tem maior vocação para a perma- Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se
nência e vale-se apenas de si mesma para comunicar. tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se es-
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua creve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pron-
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, to. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.
que o padrão culto é aquele em que se observam as regras O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao
da gramática formal e se emprega um vocabulário comum princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação se deve, de forma alguma, entendê-la como economia de
oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens subs-
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, pas-
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos sagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
os cidadãos. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a sim- cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
plicidade de expressão, desde que não seja confundida com imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
da língua literária. tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um dado ao texto;
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá pre- entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
ferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obe- circulação restrita, como a gíria e o jargão;
decida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas - a formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
isso não implica, necessariamente, que se consagre a utiliza- prescindível uniformidade dos textos;
ção de uma forma de linguagem burocrática. O jargão buro- - a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
crático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre linguísticos que nada lhe acrescentam.
sua compreensão limitada. É pela correta observação dessas características que se
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,
Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principal-
próprio à determinada área, são de difícil entendimento por mente, da falta da releitura que torna possível sua correção.
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cui- A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
dado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami- com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
dirigidos aos cidadãos. um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
Formalidade e Padronização pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto
é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencio- Pronomes de Tratamento
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto Concordância com os Pronomes de Tratamento
de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-
para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a for- da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem
malidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfo- se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in-
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne- tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria
cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administra- nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
ção federal é una, é natural que as comunicações que expede Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
exige que se atente para todas as características da redação “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. so...”).
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que
dispensáveis para a padronização. se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.

94
LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente


Excelentíssimo Senhor Presidente da República da República por um Ministro de Estado.
Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
Senhor Chefe de Gabinete Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por to-
dos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as de interministerial.
seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo-
– endereço postal; tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de
– telefone e e-mail. motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Observação: Estas informações estão ausentes no exclusivamente informativo e outra para a que proponha al-
guma medida ou submeta projeto de ato normativo.
memorando, pois se trata de comunicação interna - des-
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
tinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presiden-
Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também
te da República, sua estrutura segue o modelo antes referido
não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para para o padrão ofício.
outras instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Mensagem
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Definição e Finalidade - É o instrumento de comunica-
Memorando ção oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Definição e Finalidade Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública,
O memorando é a modalidade de comunicação entre expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- pendem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim,
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
eminentemente interna. resse dos poderes públicos e da Nação.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Mi-
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço a redação final.
público. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- - encaminhamento de projeto de lei ordinária, comple-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. mentar ou financeira;
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- - encaminhamento de medida provisória;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados - indicação de autoridades;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em - pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Pre-
folha de continuação. Este procedimento permite formar sidente da República ausentarem-se do País por mais de 15
dias;
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
- encaminhamento de atos de concessão e renovação de
transparência à tomada de decisões e permitindo que se
concessão de emissoras de rádio e TV;
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- encaminhamento das contas referentes ao exercício an-
terior;
Forma e Estrutura - mensagem de abertura da sessão legislativa;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do - comunicação de sanção (com restituição de autógrafos);
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário - comunicação de veto;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: - outras mensagens.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Forma e Estrutura - As mensagens contêm:


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda;
Exposição de Motivos b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex- esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Fede-
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Pre- ral);
sidente para: c) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
a) informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- d) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
ato normativo. margem direita.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática


consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- principalmente, pela construção adequada da frase, “a me-
ções de envio do documento por meio eletrônico. Quando nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e Celso Pedro Luft.
na forma de praxe. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
modelos, deteriora-se rapidamente.
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
bos não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
É conveniente o envio, juntamente com o documento
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con- de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
forme exemplo a seguir: Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
[Órgão Expedidor] de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
[setor do órgão expedidor] complemento adverbial). Função acessória desempenham
[endereço do órgão expedidor] os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Destinatário:____________________________________ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
Remetente: ____________________________________ o início da oração.
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: ________ No do documento:____________ mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:___________________________________
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
pal forma de comunicação para transmissão de documen- ocorrer em ordem diversa):
tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)

96
LÍNGUA PORTUGUESA

O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
to - obj. indireto - (adj. Adv.)
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.

6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Erros de Paralelismo
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

97
LÍNGUA PORTUGUESA

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem - pronomes pessoais:
sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
médico. nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
A omissão de termos provocou uma comparação indevi- as quais, que marcam gênero e número.
da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:

98
LÍNGUA PORTUGUESA

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2
cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.

Senhor Deputado 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO


Em complemento às informações transmitidas pelo te- – CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas di-
legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo _____ de que recionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso
as medidas mencionadas em ______ carta n.º 6708, dirigida dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acor-
ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo do com as hierarquias do destinatário e do remetente.
procedimento administrativo de demarcação de terras in- ( ) CERTO (
dígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de ) ERRADO
1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) 3-) Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
A alternativa que completa, correta e respectivamen- para todas as modalidades de comunicação oficial:
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais da República: Respeitosamente,
a respeito do uso de formas de tratamento em correspon- b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
quia inferior: Atenciosamente,
dências públicas, é:
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
A) Vossa Senhoria … tua.
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
B) Vossa Magnificência … sua.
dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
C) Vossa Eminência … vossa.
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
D) Vossa Excelência … sua. RESPOSTA: “CERTO”.
E) Sua Senhoria … vossa.

1-) Podemos começar pelo pronome demonstrativo.


Mesmo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (mui-
tas vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”),
os pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer

99
LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” • pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar
como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando
for pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun-
A palavra que em português pode ser: ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. indireto, etc.)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de Que aconteceu com você?
exclamação. Usa-se também a variação  o quê! A pala-
vra que não exerce função sintática quando funciona como • pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
interjeição. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Quê! Você ainda não está pronto? Que vida é essa?


O quê! Quem sumiu?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Substantivo: equivale a alguma coisa. caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quan-
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tô- to subordinadas, daí classificar-se como conjunção coorde-
nativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
nico terminado em e. Como substantivo, designa também
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que
a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for
recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto,
plicativa)
predicativo, etc.) Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
consecutiva)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função
de núcleo do objeto direto) Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal integrante.
em que o auxiliar é o verboter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não Desejo que você venha logo.
exerce função sintática.

Tenho que sair agora. A palavra se 


Ele tem que dar o dinheiro hoje.
A palavra se, em português, pode ser:
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido. Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Nesse caso, a palavra que  não exerce função sintáti- caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
ca; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar vra se pode ser:
realce. Como partícula expletiva, aparece também na ex- * conjunção subordinativa integrante: inicia uma ora-
pressão é que. ção subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Quase que não consigo chegar a tempo. * conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Elas é que conseguiram chegar. ção adverbial condicional (equivale a caso).
Advérbio:  modifica um adjetivo ou um advérbio. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala-
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
caso, de intensidade.
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
indica, é usada apenas para dar realce.
Que lindas flores!
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Que barato!
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
• pronome relativo: retoma um termo da oração an- sintática.
tecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale Ele arrependeu-se do que fez.
a o qual e flexões.

100
LÍNGUA PORTUGUESA

Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
* objeto indireto
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.”
bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-


gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
A linguagem é a característica que nos difere dos de- As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nais da área de informática, dentre outros.
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali-
dade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Vício na fala
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- Para dizerem milho dizem mio
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Para melhor dizem mió
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para pior pió

101
LÍNGUA PORTUGUESA

Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação; Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta:
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.

102
LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que FUNÇÕES DA LINGUAGEM.
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada con- Comunicação
forme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma
culta. A comunicação constitui uma das ferramentas mais im-
portantes que os líderes têm à sua disposição para desem-
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: penhar as suas funções de influência. A sua importância é
tal que alguns autores a consideram mesmo como o “san-
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- gue” que dá vida à organização. Esta importância deve-se
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. essencialmente ao fato de apenas através de uma comuni-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação cação efetiva ser possível:
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, - Estabelecer e dar a conhecer, com a participação de
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade membros de todos os níveis hierárquicos da organização,
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, os objetivos organizacionais por forma a que contemplem,
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e não apenas os interesses da organização, mas também os
a evoluções. interesses de todos os seus membros.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân-
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- bros de todos os níveis hierárquicos da organização, a es-
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, trutura organizacional, quer ao nível do desenho organiza-
a que os professores sempre estão atentos. cional, quer ao nível da distribuição de autoridade, respon-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- sabilidade e tarefas.
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste. bros de todos os níveis hierárquicos da organização, de-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- cisões, planos, políticas, procedimentos e regras aceites e
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de respeitadas por todos os membros da organização.
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre - Coordenar, dar apoio e controlar as atividades de to-
uma modalidade e outra. dos os membros da organização.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que - Efetuar a integração dos diferentes departamentos e
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a permitir a ajuda e cooperação interdepartamental.
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível - Desempenhar eficazmente o papel de influência atra-
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, vés da compreensão e atuação em conformidade satisfa-
processam-se lentamente e em número consideravelmente ção das necessidades e sentimentos das pessoas por forma
menor, quando cotejada com a modalidade falada. a aumentar a sua motivação.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com Elementos do Processo de Comunicação
a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- Para perceber desenvolver políticas de comunicação
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia eficazes é necessário analisar antes cada um dos elemen-
e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não tos que fazem parte do processo de comunicação. Assim,
fala com uma criança como se estivesse em uma missa, as- fazem parte do processo de comunicação o emissor, um
sim como uma criança não fala como um adulto. Um enge- canal de transmissão, geralmente influenciado por ruídos,
nheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível um receptor e ainda o feedback do receptor.
de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum
professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e - Emissor (ou fonte da mensagem da comunicação):
na sala de aula. representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre seja, quem inicia o processo de comunicação. A codificação
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti- da mensagem pode ser feita transformando o pensamento
diano, a que já fizemos referência. que se pretende transmitir em palavras, gestos ou símbolos
que sejam compreensíveis por quem recebe a mensagem.

103
LÍNGUA PORTUGUESA

- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
  exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função

104
LÍNGUA PORTUGUESA

específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

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LÍNGUA PORTUGUESA

própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)

107
LÍNGUA PORTUGUESA

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SOBRE: LÍNGUA PORTUGUESA
As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
Lembramo-nos: ternativa correta quanto à concordância, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta social está no centro dos debates atuais.
função está, por norma, a poesia lírica. (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men- lação aos efeitos da desigualdade social.
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
assuma determinado comportamento; há frequente uso mais pobres é um fenômeno crescente.
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
frequentemente usada por oradores e agentes de publici- criticado por alguns teóricos.
dade. (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
- Função metalinguística: função usada quando a lín- zas não são de exclusividade dos economistas.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na aná-
Realizei a correção nos itens:
lise de um texto, investigamos os seus aspectos morfossin-
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
táticos e/ou semânticos).
cial está = estão
- Função informativa (ou referencial): função usada
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
quando o emissor informa objetivamente o receptor de
gem
uma realidade, ou acontecimento.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
mais pobres é um fenômeno crescente.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). cado = criticada
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa- (E) Os debates relacionado = relacionados
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
mos agradáveis, etc. RESPOSTA: “C”.
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
que mais profundamente distingue o homem dos outros americanos consomem em média 357 calorias, diárias
animais. dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
Podemos considerar que o desenvolvimento desta fun- americanos consomem, em média 357 calorias diárias
ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a dessa fonte.
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
e da mímica facial dessa fonte.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
Devido a estas capacidades, para além da linguagem americanos, consomem em média 357 calorias diárias
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de dessa fonte.
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações dessa fonte.
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
que se podem observar entre si. ou faltante:
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve- proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa. colas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- religioso nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
nicos, como “compro ouro”. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
exposição pública a que se submetem os guardadores de pública, consistem = consiste.
carros. (D) O número de templos em atividade na cidade de
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros- São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma ção maior do que ocorrem = ocorre
demonstração de mau gosto. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
queles velhos carros-placa. escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

109
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade. (D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.

110
MATEMÁTICA

Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéricas;
Frações e operações com frações. .................................................................................................................................................................... 01
Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais ............................................. 11
Regra de três ............................................................................................................................................................................................................. 15
Sistema métrico decimal ...................................................................................................................................................................................... 19
Equações e inequações......................................................................................................................................................................................... 23
Funções ....................................................................................................................................................................................................................... 29
Gráficos e tabelas .................................................................................................................................................................................................... 37
Estatística Descritiva, Amostragem, Teste de Hipóteses e Análise de Regressão ........................................................................... 41
Geometria ................................................................................................................................................................................................................... 47
Matriz, determinantes e sistemas lineares ..................................................................................................................................................... 62
Sequências, progressão aritmética e geométrica ....................................................................................................................................... 70
Porcentagem ............................................................................................................................................................................................................. 74
Juros simples e compostos .................................................................................................................................................................................. 77
Taxas de Juros, Desconto, Equivalência de Capitais, Anuidades e Sistemas de Amortização ................................................... 80
1. Lógica: proposições, valor-verdade negação, conjunção, disjunção, implicação, equivalência, proposições
compostas................................................................................................................................................................................................................... 93
2. Equivalências lógicas. ........................................................................................................................................................................................ 93
3. Problemas de raciocínio: deduzir informações de relações arbitrárias entre objetos, lugares, pessoas e/ou eventos
fictícios dados. .......................................................................................................................................................................................................... 93
4. Diagramas lógicos, tabelas e gráficos.......................................................................................................................................................110
16. Princípios de contagem e noção de probabilidade...........................................................................................................................115
MATEMÁTICA

Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS:
OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, 40 – 9 x 4 + 23
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, 40 – 36 + 23
4 + 23
POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES
27
NUMÉRICAS; FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM
FRAÇÕES. Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25
Números Naturais
Números Inteiros
Os números naturais são o modelo mate-
 Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
mático necessário para efetuar uma contagem.
números naturais, o conjunto dos opostos dos números
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida-
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais
Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}
Subconjuntos do conjunto  :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}
- Todo número natural dado tem um sucessor
a) O sucessor de 0 é 1.
2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
b) O sucessor de 1000 é 1001.
Z+={0, 1, 2, ...}
c) O sucessor de 19 é 20.
3) Conjunto dos números inteiros não positivos
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.
Z-={...-3, -2, -1}

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
antecessor (número que vem antes do número dado).
quaisquer, com b≠0
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
São exemplos de números racionais:
de zero.
-12/51
a) O antecessor do número m é m-1.
-3
b) O antecessor de 2 é 1.
-(-3)
c) O antecessor de 56 é 55.
-2,333...
d) O antecessor de 10 é 9.
As dízimas periódicas podem ser representadas por
Expressões Numéricas
fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
decimais
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão
mero decimal terá um número finito de algarismos após a
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so-
vírgula.
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.

Exemplo 1

10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

1
MATEMÁTICA

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- Exemplo 2


gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para Seja a dízima 1,1212...
ser número racional
OBS: período da dízima são os números que se repe- Façamos x = 1,1212...
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números 100x = 112,1212... .
irracionais, que trataremos mais a frente. Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais.


- Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
Representação Fracionária dos Números Decimais - Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
com o denominador seguido de zeros. - A soma de um número racional com um número irra-
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma cional é sempre um número irracional.
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
por diante. número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo:  -  = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional.

Exemplo:  :  =  = 2  e 2 é um número racional.

- O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en- Exemplo:  .  =  = 7 é um número racional.


tão como podemos transformar em fração?
Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú-
Exemplo 1 mero natural, se não inteira, é irracional.

Transforme a dízima 0, 333... .em fração Números Reais


Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
ma dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período. Fonte: www.estudokids.com.br

2
MATEMÁTICA

Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


INTERVALOS LIMITADOS maiores que a.
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b. 2³=2.2.2=8

Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores


que a ou iguais a a e menores do que b.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


Intervalo:{a,b[ número.
Conjunto {x∈R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores


que a e menores ou iguais a b.

Intervalo:]a,b] 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,


Conjunto:{x∈R|a<x≤b} resulta em um número positivo.

INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números re-


ais menores ou iguais a b.

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-


Intervalo:]-∞,b] par, resulta em um número negativo.
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números re-


ais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

3
MATEMÁTICA

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas- Radiciação


sar o sinal para positivo e inverter o número que está na Radiciação é a operação inversa a potenciação
base. 

Técnica de Cálculo
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o A determinação da raiz quadrada de um número tor-
valor do expoente, o resultado será igual a zero.  na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja: 

Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de
mesma base, repete-se a base e  soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

64=2.2.2.2.2.2=26

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes- Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-
ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes. -se” um e multiplica.

Exemplos: 1 1
1
96 : 92 = 96-2 = 94
Observe: 3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-


n
a.b = n a .n b
tiplica-se os expoentes.
Exemplos: O radical de índice inteiro e positivo de um produto
(52)3 = 52.3 = 56 indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva- 1 1


dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- 2 2 2 2 2
2
mo expoente. Observe: =  = 1 =
(4.3)²=4².3² 3 3 3
32
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,
podemos elevar separados. De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n =
b nb

4
MATEMÁTICA

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente Racionalização de Denominadores


indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando. Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
Raiz quadrada números decimais minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Operações

Operações 2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Multiplicação

Exemplo Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-


rença de quadrados no denominador:

Divisão

Questões

01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível


Exemplo Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio.

Sabe-se que:
Adição e subtração
• dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio;
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. lheres.

O número de candidatos homens de nível médio é


(A) 42.
(B) 45.
(C) 48.
(D) 50.
(E) 52.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga-
Caso tenha: nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final.
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:

5
MATEMÁTICA

(A) José − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e


(B) Isabella − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni De acordo com esses dados, ao longo da existência
desse prédio comercial, a fração do total de situações de
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: responde à
(A) 0,2222... (A) 3/20.
(B) 0,6666... (B) 1/4.
(C) 0,1616... (C) 13/60.
(D) 0,8888... (D) 1/5.
(E) 1/60.
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Téc-
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, nico I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) As-
então o dividendo é sinale a alternativa que apresenta o valor da expressão
(A) 131.
(B) 121.
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.
(A) 1.
05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres- (B) 2.
sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem (C) 4.
um padrão específico: (D) 8.
(E) 16.
1ª expressão: 1 x 9 + 2
08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-
2ª expressão: 12 x 9 + 3 VGO/2017) Qual o resultado de ?

3ª expressão: 123 x 9 + 4 (A) 3


(B) 3/2
... (C) 5
(D) 5/2
7ª expressão: █ x 9 + ▲
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
Seguindo esse padrão e colocando os números ade- sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
expressão será Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:
(A) 1;
(A) 1 111 111. (B) 2;
(B) 11 111. (C) 3;
(C) 1 111. (D) 4;
(D) 111 111. (E) 6.
(E) 11 111 111.
10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-
treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de
comercial informou que, nos cinquenta anos de existência homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas dessa equipe saíram para um atendimento externo.
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas, Desses que foram para o atendimento externo, a fra-
enquanto as demais situações haviam sido geradas por di- ção de mulheres é
ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco (A) 3/4;
geradas por displicência, (B) 8/9;
(C) 5/7;
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade- (D) 8/13;
quadamente; (E) 9/17.
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;

6
MATEMÁTICA

Respostas 08. Resposta: D.

01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior. 09. Resposta: C.
82-37=45 homens de nível médio. 2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12
02. Resposta: D. 4N=12
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o N=3
vencedor.
10. Resposta: E.
03. Resposta: B. Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131

05. Resposta: E. MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO


A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111 DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM.
06. Resposta: D.

Múltiplos

Gerado por descuidos ao cozinhar: Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos


o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- O conjunto de múltiplos de um número natural
1/13) não-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplican-
do-se o número dado por todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}

Divisores
07.Resposta: C.
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é
divisor de 12 e 15.

D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15}

7
MATEMÁTICA

Observações: Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá


medir
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo. (A) mais de 30 cm.
- Todo número natural é múltiplo de 1. (B) menos de 15 cm.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos (C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
múltiplos. (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.

Máximo Divisor Comum Resposta: A.


O máximo divisor comum de dois ou mais números
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses
números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve-
mos seguir as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si.

Exemplo:
Devemos achar o mdc para achar a maior medida pos-
sível
E são os fatores que temos iguais:25=32

Exemplo2
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016)
No aeroporto de uma pequena cidade chegam aviões de
três companhias aéreas. Os aviões da companhia A che-
gam a cada 20 minutos, da companhia B a cada 30 minutos
e da companhia C a cada 44 minutos. Em um domingo, às
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente. 7 horas, chegaram aviões das três companhias ao mesmo
tempo, situação que voltará a se repetir, nesse mesmo dia,
m.d.c às
(A) 16h 30min.
Mínimo Múltiplo Comum (B) 17h 30min.
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais nú- (C) 18h 30min.
meros é o menor número, diferente de zero. (D) 17 horas.
Para calcular devemos seguir as etapas: (E) 18 horas.
• Decompor os números em fatores primos
• Multiplicar os fatores entre si Resposta: E.

Exemplo:

Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.


Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo.
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido,
continua aparecendo.
Assim, o mmc
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660

1h---60minutos
Exemplo x-----660
x=660/60=11
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di- Então será depois de 11horas que se encontrarão
mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio 7+11=18h
entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.

8
MATEMÁTICA

Questões caixa acendia, o cliente que estava nela era premiado com
um desconto de 3% sobre o valor da compra e, quando
01. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- as 3 luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era
NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há uma de 5%. Se, exatamente às 9 horas de um determinado dia,
caixa contendo n bombons. Para serem vendidos, devem as luzes das 3 caixas acenderam ao mesmo tempo, então
ser repartidos em pacotes iguais, todos com a mesma é verdade que o número máximo de premiações de 5%
quantidade de bombons. Com os bombons dessa caixa, de desconto que esse mercado poderia ter dado aos seus
podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, ou com 7 uni- clientes, das 9 horas às 21 horas e 30 minutos daquele dia,
dades cada um, e, nesses casos, não faltará nem sobrará seria igual a
nenhum bombom. Nessas condições, o menor valor que (A) 8.
pode ser atribuído a n é (B) 10.
(A) 280. (C) 21.
(B) 265. (D) 27.
(C) 245. (E) 33.
(D) 230.
(E) 210. 06. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrati-
vo – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C.
02. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017) na matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que
Considerando A o MDC (maior divisor comum) entre os nú- M.D.C. significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual
meros 24 e 60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre o valor do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36
os números 12 e 20, então o valor de 2A + 3B é igual a: e 72?
(A) 72 (A) 8
(B) 156 (B) 6
(C) 144 (C) 4
(D) 204 (D) 2

03. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO 07. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPE-
/2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve comer SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160
a cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o macaco a cada mulheres. Em determinado momento é preciso dividir os
3 horas. Considerando que todos foram alimentados às 8 participantes em grupos formados somente por homens
horas da manhã de domingo, é correto afirmar que o fun- ou somente por mulheres, de maneira que os grupos te-
cionário encarregado deverá servir a alimentação a todos nham o mesmo número de integrantes.
concomitantemente às:
(A) 8 horas de segunda-feira. Neste caso, o número máximo de integrantes em um
(B) 14 horas de segunda-feira. grupo é:
(C) 10 horas de terça-feira. (A) 10.
(D) 20 horas de terça-feira. (B) 15.
(E) 9 horas de quarta-feira. (C) 20.
(D) 30.
04. (EMBASA – Assistente de Laboratório – (E) 40.
IBFC/2017) Um marceneiro possui duas barras de ferro,
uma com 1,40 metros de comprimento e outra com 2,45 08. (PREF. DE GUARULHOS/SP – Assistente de Ges-
metros de comprimento. Ele pretende cortá-las em barras tão Escolar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-
de tamanhos iguais, de modo que cada pedaço tenha a torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º
maior medida possível. Nessas circunstâncias, o total de ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
ferro, é: possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos
(A) 9 de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora
(B) 11 de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o
(C) 12 número total de grupos formados foi
(D) 13 (A) 8.
(B) 12.
05. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU- (C) 13.
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu (D) 15.
fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas (E) 18.
registradoras foi programada para acender uma luz, em
intervalos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a
cada 15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa 3,
a luz acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de uma

9
MATEMÁTICA

09. (PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo – 03. Resposta: D.


JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é: Mmc(3, 4, 5)=60
(A) 39000 60/24=2 dias e 12horas
(B) 38000 Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
(C) 37000 mentação será na terça às 20h.
(D) 36000
(E) 35000 04. Resposta: B.

10. (MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU-


NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pesso-
as, sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com
formação na área de humanas, em grupos menores con-
tendo, obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas
áreas, de modo que: (1) o número de grupos seja o maior
possível; (2) cada grupo tenha o mesmo número x de pes- Mdc=5⋅7=35
soas com formação na área de exatas e o mesmo número y 140/35=4
de pessoas com formação na área de humanas; e (3) cada 245/35=7
uma das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas Portanto, serão 11 pedaços.
condições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com
ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo 05. Resposta: D.
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for-
mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a
(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5
Mmc(15, 30, 45)=90 minutos
Respostas
Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos
01. Resposta: E.

9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27

06. Resposta: C.

Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210

02. Resposta: E.

Mmc(6,8)=24

Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:


MDC(24,60)=2²⋅3=12

Mdc(30, 36, 72) =2x3=6


Portanto: 24/6=4

Mmc(12,20)=2²⋅3⋅5=60
2A+3B=24+180=204

10
MATEMÁTICA

07. Resposta: E. - eles são múltiplos de 2, pois terminam com números


pares.
E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9

NÚMEROS E GRANDEZAS
MDC(120,160)=8x5=40 PROPORCIONAIS: RAZÕES E
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES
08. Resposta:B. PROPORCIONAIS

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e


b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a
para b por a/b  ou a : b. 
Exemplo: 
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25
moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o
MDC(84,96)=2²x3=12 número de moças. (lembrando que razão é divisão) 

09. Resposta: A.

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões. A propor-


ção entre A/B e C/D é a igualdade:

Propriedade fundamental das proporções


Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000 Numa proporção:

10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum)
Os números A e D são denominados extremos enquan-
to os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8,


pois:
Mdc(90, 125)=2.3²=18

Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3
90/18 = 5 grupos de humanas esteja em proporção com 4/6.
A diferença é de 7-5=2 Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte for-
ma:

11
MATEMÁTICA

Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para o se-
gundo termo, assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto termo.
Então temos:

     ou     
Ou
     ou     

Terceira propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos conse-
quentes, assim como cada antecedente está para o seu respectivo consequente. Temos então:

     ou     
Ou
     ou     

Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
é igual a razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
Distância(km) Combustível(litros)
13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
é igual ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Exemplo
velocidadextempo a tabela abaixo:
Velocidade (m/s) Tempo (s)
5 200
8 125
10 100
16 62,5
20 50

12
MATEMÁTICA

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo?? Questões


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela me- 01. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
tade. TO AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma so-
ciedade para fabricação e venda de cachorro quente. João
Diretamente Proporcionais iniciou com um capital de R$ 30,00 e Marcos colaborou
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di- com R$ 70,00. No primeiro final de semana de trabalho, a
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos reinvestiram
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$ 140,00
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P. de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicial-
mente, qual é o valor que João e Marcos devem receber
desse lucro, respectivamente?
(A) 30 e 110 reais.
(B) 40 e 100 reais.
A solução segue das propriedades das proporções: (C) 42 e 98 reais.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais.

02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Em uma


Exemplo empresa, trabalham oito funcionários, na mesma função,
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. mas com cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32
Carlos entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ga- horas semanais, um trabalha 24 horas semanais, um tra-
nhem o prêmio de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada balha 20 horas semanais, três trabalham 16 horas sema-
um, se o combinado entre os dois foi de dividirem o prê- nais e, por fim, dois deles trabalham 12 horas semanais.
No final do ano, a empresa distribuirá um bônus total de
mio de forma diretamente proporcional?
R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que
a parte de cada um seja diretamente proporcional à sua
carga horária semanal.
Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
(A) 10.000,00.
(B) 8.000,00.
(C) 20.000,00.
(D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Inversamente Proporcionais NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas entrevis-
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., tas nos estados da Região Sudeste do Brasil. A amostra foi
Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decom- composta da seguinte maneira:
por este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente
proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. – 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo;
A montagem do sistema com n equações e n incógni-
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso – 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados
da Região Sudeste.

Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o nú-


mero de entrevistas realizadas em São Paulo e o número
total de entrevistas realizadas nos quatro estados é de
cuja solução segue das propriedades das proporções: (A) 8 para 5.
(B) 5 para 8.
(C) 5 para 7.
(D) 3 para 5.
(E) 3 para 8.

04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Em relação à prova de matemática de um con-
curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão
entre o número de questões que ela errou para o total de
questões da prova é de

13
MATEMÁTICA

(A) 2/3 Nessas condições, é correto afirmar que a diferença


(B) 1/2 entre o número de caixas carregadas em A e o número de
(C) 1/3 caixas carregadas em B foi igual a
(D) 3/2 (A) 304.
(B) 286.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (C) 224.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5 (D) 216.
e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a (E) 198.
quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí-
10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente
Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente pro-
de idades, os seguintes valores:
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. porcionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. e 8 anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. aos dois filhos com maior idade é igual a:
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) R$2.500,00
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) R$3.500,00
(C) R$ 1.000,00
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) R$3.200,00
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer- Respostas
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível 01. Resposta: C.
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- 30k+70k=140
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- 100k=140
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o K=1,4
número de caixas Q utilizadas será igual a 30⋅1,4=42
(A) 10. 70⋅1,4=98
(B) 28.
(C) 18.
02. Resposta: A.
(D) 22.
Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
(E) 30.
32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU- 74000/148=500
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí- O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que 32⋅500=16000
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- 12⋅500=6000
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram A diferença é: 16000-6000=10000
pagos a cada um deles.
03. Resposta:B.
Fornecedor A B C 2500+1500=4000 entrevistas
Valor pago 22,5 X 37,5
Valor devido Y 40 z

Sabe-se que os valores pagos foram diretamente pro-


porcionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nes-
sas condições, é correto afirmar que o valor total devido a 04. Resposta: C.
esses três fornecedores era, antes dos pagamentos efetu- Se Paula acertou 32, errou 16.
ados, igual a
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00.
(C) R$ 108.000,00.
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.
05. Resposta: E.
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- 2k+5k+8k=240
NESP/2017) O transporte de 1980 caixas iguais foi total- 15k=240
mente repartido entre dois veículos, A e B, na razão direta K=16
das suas respectivas capacidades de carga, em toneladas. Alfredo: 2⋅16=32
Sabe-se que A tem capacidade para transportar 2,2 t, en- Bernardo: 5⋅16=80
quanto B tem capacidade para transportar somente 1,8 t. Caetano: 8⋅16=128

14
MATEMÁTICA

06. Resposta: E.
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 REGRA DE TRÊS
caixa, faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q,
então vamos ver o equivalente de 12 caixas K

Regra de três simples

Q=30 caixas Regra de três simples é um processo prático para re-


solver problemas que envolvam quatro valores dos quais
conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um
07. Resposta: E. valor a partir dos três já conhecidos.

Passos utilizados numa regra de três simples:

Y=90/3=30 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da


mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha
as grandezas de espécies diferentes em correspondência.

X=120/4=30 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou in-


versamente proporcionais.

3º) Montar a proporção e resolver a equação.


Z=150/3=50 Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000 400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em
quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade
utilizada fosse de 480km/h?
08. Resposta: E.
Solução: montando a tabela:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)


400-----------------3
X=1,05 480---------------- x
Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50
2) Identificação do tipo de relação:

Velocidade----------tempo
X=1,20 400↓-----------------3↑
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm 480↓---------------- x↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inver-


09. Resposta: E. ter os números mantendo a primeira coluna e invertendo a
2,2k+1,8k=1980 segunda coluna ou seja o que está em cima vai para baixo
4k=1980 e o que está em baixo na segunda coluna vai para cima
K=495
2,2x495=1089 Velocidade----------tempo
1980-1089=891 400↓-----------------X↓
1089-891=198 480↓---------------- 3↓

10. Resposta: B. 480x=1200


X=25

A+B+C=4500 Regra de três composta


4p+6p+8p=4500 Regra de três composta é utilizada em problemas com
18p=4500 mais de duas grandezas, direta ou inversamente propor-
P=250 cionais.
B=6p=6x250=1500
C=8p=8x250=2000
1500+2000=3500

15
MATEMÁTICA

Exemplos: 02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação


e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes-
areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários mo tempo.
para descarregar 125m³? A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
A máquina A faz 100 cópias em
Solução: montando a tabela, colocando em cada co- (A) 44 minutos.
luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as (B) 46 minutos.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem: (C) 48 minutos.
(D) 50 minutos.
Horas --------caminhões-----------volume (E) 52 minutos.
8↑----------------20↓----------------------160↑
5↑------------------x↓----------------------125↑ 03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
- MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro-
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque- dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14
la onde está o x. dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a
Observe que: rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias,
Aumentando o número de horas de trabalho, pode- e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar
é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o correto?
número de caminhões. Portanto a relação é diretamente (A) 6h 8 min
proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua- (B) 6h 50min
lar a razão que contém o termo x com o produto das outras (C) 9h 20 min
razões de acordo com o sentido das setas. (D) 9h 33min
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Horas --------caminhões-----------volume 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


8↑----------------20↓----------------------160↓ NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus
5↑------------------x↓----------------------125↓ preços de acordo com a tabela:

Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican-


do:

Horas --------caminhões-----------volume Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-


5----------------20----------------------160 -feira. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse
8------------------x----------------------125 almoço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que
essa quantidade é, em gramas, igual a

(A) 375.
(B) 380.
(C) 420.
Logo, serão necessários 25 caminhões (D) 425.
(E) 450.
Questões

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá- 05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina- NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi totalmente
das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba- embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada saco. Se fos-
lhar 5 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra- sem colocados apenas 30 kg em cada saco, o número de
tivos, será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3 sacos necessários para embalar todo o carregamento seria
dias. O número de horas diárias que essa máquina terá que igual a
trabalhar para realizar a tarefa é (A) 420.
(A) 6. (B) 375.
(B) 7. (C) 370.
(C) 8. (D) 345.
(D) 9. (E) 320.
(E) 10.

16
MATEMÁTICA

06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- Respostas


VGO/2017) Quarenta e oito funcionários de uma certa em-
presa, trabalhando 12 horas por dia, produzem 480 bolsas 01. Resposta: C.
por semana. Quantos funcionários a mais, trabalhando 15 ↑Apostilas ↑ horas dias↓
horas por dia, podem assegurar uma produção de 1200 300------------------5--------------4
bolsas por semana? 360-----------------x----------------3
(A) 48
(B) 96 ↑Apostilas ↑ horas dias↑
(C) 102 300------------------5--------------3
(D) 144 360-----------------x----------------4

07. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Durante 90 dias, 12 operários constroem uma 900x=7200
loja. Qual o número mínimo de operários necessários para X=8
fazer outra loja igual em 60 dias?
(A) 8 operários. 02. Resposta: D.
(B) 18 operários. Como a máquina A faz 20% a mais:
(C) 14 operários. Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
(D) 22 operários. 120------60 minutos
(E) 25 operários 10-------x
X=50 minutos

08. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) A va- 03. Resposta: C.


zão de uma torneira é de 50 litros a cada 3 minutos. O tem- ↑Operário ↓horas dias↑
po necessário para essa torneira encher completamente 12--------------8------------14
um reservatório retangular, cujas medidas internas são 1,5 18----------------x------------8
metros de comprimento, 1,2 metros de largura e 70 centí- Quanto mais horas, menos operários
metros de profundidade é de: Quanto mais horas, menos dias
(A) 1h 16min 00s
(B) 1h 15min 36s
(C) 1h 45min 16s
(D) 1h 50min 05s
(E) 1h55min 42s
8⋅18x=14⋅12⋅8
X=9,33h
09. (CRMV/SC – Assistente Administrativo – IE- 9 horas e 1/3 da hora
SES/2017) Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produ- 1/3 de hora é equivalente a 20 minutos
zem 600 peças. Determine quantas peças serão produzidas 9horas e 20 minutos
por sete operários trabalhando por 8 dias:
(A) 1120 peças 04. Resposta:C.
(B) 952 peças 12,50------250
(C) 875 peças 21----------x
(D) 1250 peças X=5250/12,5=420 gramas

05. Resposta: E.
10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU- Sacos kg
NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6 240----40
funcionários, todos com a mesma capacidade de produção, x----30
trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20 Quanto mais sacos, menos areia foi
funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais, colocada(inversamente)
deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
(A) 48.
(B) 50.
(C) 46.
(D) 54. 30x=9600
(E) 52. X=320

17
MATEMÁTICA

06. Resposta: A.
↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
48------------------------12-----------480
x-----------------------------15----------1200
Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas

X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários

07. Resposta: B.
Operários dias
12-----------90
x--------------60
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcional)

60x=1080
X=18

08. Resposta: B.
V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
50litros-----3 min
1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min

09. Resposta: A.
↑Dias ↑ operários peças↑
6-------------5---------------600
8--------------7---------------x

30x=33600
X=1120

10. Resposta: D.

Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3 horas em minutos

3x60=180 minutos
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x

18
MATEMÁTICA

As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos
↑Funcionários minutos↑
6------------x
20-------------180
20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m


    Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação

1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²). 
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada. 

Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação

1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.

19
MATEMÁTICA

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.

Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos. 
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades

Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou
30 minutos para chegar em casa. Que horas ela chegou?

20
MATEMÁTICA

Questões

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-


rios- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote
de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que
imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20
minutos de funcionamento, a máquina A quebra e o servi-
ço restante passa a ser feito pela máquina B, que imprime
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- 4500 folhetos em 48 minutos. O tempo que a máquina B
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o levará para imprimir o restante do lote de folhetos é
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 (A) 14 horas e 10 minutos.
hora=60 minutos (B) 14 horas e 05 minutos.
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos (C) 13 horas e 45 minutos.
(D) 13 horas e 30 minutos.
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação (E) 13 horas e 20 minutos.
inversa.
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Subtração NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h
16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minu- 15 min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica,
tos. Quanto tempo ficou fora? então o tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta,
foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
(C) 1h.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h.
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
mesma forma que conta de subtração.
NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 li-
1hora=60 minutos
tros de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produ-
ção diária é distribuída em caixinhas P, que recebem 300
mililitros de suco cada uma. Nessas condições, é correto
afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma quan-
tidade de caixinhas P igual a
(A) 25000.
Multiplicação (B) 24500.
(C) 23000.
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas (D) 22000.
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? (E) 20500.

04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
Divisão (B) 160
5h 20 minutos :2 (C) 1600
(D) 16000

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o in-
tervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola há
1h 20 minutos, transformamos para minutos 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que o
:60+20=80minutos término das aulas de João se dá às:

21
MATEMÁTICA

(A) 22h30min 10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)


(B) 22h40min Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
(C) 22h50min m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
(D) 23h 40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
(E) Nenhuma das anteriores em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
obter
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- (A) 6 pedaços.
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km (B) 8 pedaços.
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em (C) 9 pedaços.
1h20min. (D) 5 pedaços.
(E) 7 pedaços.
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com
a época em que era jovem, Arquimedes precisa de mais: Respostas
(A) 10 minutos;
(B) 7 minutos; 01. Resposta: E.
(C) 5 minutos; 3h 20 minutos-200 minutos
(D) 3 minutos;
(E) 2 minutos. 5000-----40
x----------200
07. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- x=1000000/40=25000
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um ho-
rário de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
trânsito intenso, Lucas foi de carro para o trabalho a uma
velocidade média 20km/h maior do que no dia de trânsito 4500-------48
intenso e gastou 48min. 75000------x
X=3600000/4500=800 minutos
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: 800/60=13,33h
(A) 36; 19 horas e 1/3 hora
(B) 40; 19h e 20 minutos
(C) 48;
(D) 50; 02. Resposta: C.
(E) 60.

08. (EMDEC - Assistente Administrativo Jr –


IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o tem-
po que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780
(D) 2120 Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida
e volta demorou 1 hora.
00. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de 03. Resposta:A.
abastecimento com 36.000 litros de gasolina em seu re- 4500/3=1500 litros para as caixinhas
servatório. Parte dessa gasolina é transferida para dois tan- 1500litros=1500000ml
ques de armazenamento, enchendo-os completamente. 1500000/300=5000 caixinhas por dia
Um desses tanques tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e esta- 5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
vam, inicialmente, vazios.
Após a transferência, quantos litros de gasolina resta- 04. Resposta:A.
ram no caminhão-tanque? 14400litros=14400000 ml
(A) 35.722,00
(B) 8.200,00
(C) 3.577,20
(D) 357,72
(E) 332,20 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

22
MATEMÁTICA

05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40
Equação 1º grau
06. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta represen-
1h45min=60+45=105 minutos tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
que representam números desconhecidos.
15km-------105 Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
1--------------x redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
X=7 minutos chamados coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor nu-
1h20min=60+20=80min mérico de x que, substituindo no 1º membro da equação,
torna-se igual ao 2º membro.
8km----80
1-------x Nada mais é que pensarmos em uma balança.
X=10minutos

A diferença é de 3 minutos

07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o
tempo(inversamente)

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a


equação também.
No exemplo temos:
3x+300
80v=48V+960
Outro lado: x+1000+500
32V=960
E o equilíbrio?
V=30km/h
3x+300=x+1500
30km----60 min
Quando passamos de um lado para o outro invertemos
x-----------80
o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
X=600
60x=2400
Exemplo
X=40km
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do-
08 Resposta: B.
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre.
12:45 até 13:12 são 27 minutos
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez
27x60=1620 segundos
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro
tem hoje.
09. Resposta: B.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje
1m³=1000litros
é:
36000/1000=36 m³
(A) 72;
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros
(B) 69;
(C) 66;
10.Resposta: E.
(D) 63;
1,7m=170cm
(E) 60.
1,45m=145 cm
Resolução
170/40=4 resta 10
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
145/40=3 resta 25
na linguagem matemática o que está no texto.
4+3=7

23
MATEMÁTICA

“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”


Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
idade que Pedro tem hoje.”
Exemplo

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa
, portanto não há solução real.
Lembrando que:
Pi=Pa+3 2.

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3 3.
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69

Resposta: B.

Equação 2º grau
Se não há solução, pois não existe raiz quadrada
A equação do segundo grau é representada pela fór- real de um número negativo.
mula geral:
Se , há duas soluções iguais:

Onde a, b e c são números reais,

Discussão das Raízes Se , há soluções reais diferentes:

1.

Relações entre Coeficientes e Raízes

Dada as duas raízes:


Se for negativo, não há solução no conjunto dos
números reais.

Se for positivo, a equação tem duas soluções:

24
MATEMÁTICA

Soma das Raízes Substituindo em A


A=44-26=18
Ou A=44-18=26
Resposta: B.

Produto das Raízes Inequação


Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi-
gualdade. Veja os sinais de desigualdade:
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci-
das as raízes >: maior 
<: menor
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: ≥: maior ou igual 
≤: menor ou igual 
x²-Sx+P=0

Exemplo O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da


equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplicação
Solução de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a parte
S=x1+x2=-2+7=5 da incógnita positiva, invertemos o sinal representativo da
P=x1.x2=-2.7=-14 desigualdade.
Então a equação é: x²-5x-14=0
Exemplo 1
Exemplo 4x + 12 > 2x – 2
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A 4x – 2x > – 2 – 12
soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando 2x > – 14
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A x > –14/2
mais velha das duas tem: x>–7
(A) 24 anos
(B) 26 anos Inequação-Produto
(C) 31 anos
(D) 33 anos Quando se trata de inequações-produto, teremos uma
desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
Resolução ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo
A+J=44 da desigualdade em cada função e obter a resposta final
A²+J²=1000 realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
A=44-J
Exemplo
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000 a)(-x+2)(2x-3)<0
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
rente de zero.

25
MATEMÁTICA

O método de resolução se assemelha muito à resolu-


ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal
dessas funções.
Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0 Portanto: 
x≠2 S = { x   R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c≤0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≠0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as
outras inequações envolvidas. 
Exemplo
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º
grau:  Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.

Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.

Vamos achar a solução de cada inequação. 


4x + 4 ≤ 0 
4x ≤ - 4 
x ≤ - 4 : 4 
x ≤ - 1 

S1 = {x   R | x ≤ - 1} 
Fazendo o cálculo da segunda inequação temos: 
x + 1 ≤ 0 
x ≤ - 1 

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual. 

S2 = { x   R | x ≤ - 1} 
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação
temos:  S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}
S = S1 ∩ S2

26
MATEMÁTICA

Questões 06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x²
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - - 6x + 3 = 0 tenha duas raízes reais iguais é
MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um nú- (A) 3
mero natural aumentado de 3 unidades é igual a sete vezes (B) 2
esse número. Qual é esse número? (C) −1
(A) 2 (D) −6
(B) 3
(C) 4 07. (IPRESB - Agente Previdenciário – VUNESP/2017)
(D) 5 Em setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a
4/5 do seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- salário líquido recebido nesse mês para pagamento do alu-
NESP/2017) Um carro parte da cidade A em direção à guel, e que poupou 2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ain-
cidade B pela rodovia que liga as duas cidades, percorre da, com R$ 1.620,00 para outros gastos, então o seu salário
1/3 do percurso total e para no ponto P. Outro carro parte bruto do mês de setembro foi igual a
da cidade B em direção à cidade A pela mesma rodovia, (A) R$ 6.330,00.
percorre 1/4 do percurso total e para no ponto Q. Se a (B) R$ 5.625,00.
soma das distâncias percorridas por ambos os carros até os (C) R$ 5.550,00.
pontos em que pararam é igual a 28 km, então a distância (D) R$ 5.125,00.
entre os pontos P e Q, por essa rodovia, é, em quilômetros, (E) R$ 4.500,00.
igual a
(A) 26. 8. (SESAU/RO – Técnico em Informática – FUN-
(B) 24. RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua
(C) 20. idade atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte
(D) 18. idade:
(E) 16. (A) 12.
(B) 14.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (C) 16.
NESP/2017) Nelson e Oto foram juntos a uma loja de ma- (D) 17.
teriais para construção. Nelson comprou somente 10 uni- (E) 18.
dades iguais do produto P, todas de mesmo preço. Já Oto
comprou 7 unidades iguais do mesmo produto P, e gastou 09. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – Profes-
mais R$ 600,00 na compra de outros materiais. Se os valo- sor – PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raí-
res totais das compras de ambos foram exatamente iguais, zes iguais a x1 e x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
então o preço unitário do produto P foi igual a (A) 1/2 .
(A) R$ 225,00. (B) 3.
(B) R$ 200,00. (C) 3/2 .
(C) R$ 175,00. (D) 12.
(D) R$ 150,00. (E) 28.
(E) R$ 125,00.
10 (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de Adminis-
04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni- tração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao perguntar
co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considere para João qual era a sua idade atual, recebi a seguinte res-
a equação dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a alternati- posta:
va que apresenta a soma das duas soluções dessa equação. - O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di-
(A) 0. minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás
(B) 1. representa a minha idade atual.
(C) -1. A soma dos algarismos do número que representa, em
(D) 6. anos, a idade atual de João, corresponde a:
(E) -6. (A) 6
(B) 7
05. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- (C) 10
VGO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos, (D) 14
15 triciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de
269 rodas, quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
(B) 47
(C) 50
(D) 52

27
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 07. Resposta: B.


Salário liquido: x
01. Resposta: B.
2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém. 9x=40500
X=4500
02. Resposta: C.
Salario fração
y---------------1
4500---------4/5

Mmc(3,4)=12

4x+3x=336
7x=336
X=48 08. Resposta: D.
A distância entre A e B é 48km
Como já percorreu 28km Idade atual: x
48-28=20 km entre P e Q. X+24=3x
2x=24
03. Resposta:B. X=12
Sendo x o valor do material P Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
10x=7x+600
3x=600 09. Resposta: C.
X=200 ∆=(-28)²-4.8.12
∆=784-384
04. Resposta: E. ∆=400
2x²+12x+10=0
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64

A soma das duas é -1-5=-6

05. Resposta:B.
Vamos fazer a conta de rodas:
Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4
18⋅2+15⋅3+x⋅4=269
4x=269-36-45
4x=188
X=47 10. Resposta: C.
Atual:x
06. Resposta: B 5(x+8)-5(x-3)=x
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0 5x+40-5x+15=x
36-24m+12=0 X=55
-24m=-48 Soma: 5+5=10
M=2

28
MATEMÁTICA

O conjunto B é denominado contradomínio, CD.


FUNÇÕES Cada elemento x do domínio tem um correspondente
y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
Diagrama de Flechas imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra-


domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im
= {6, 9, 12}

Classificação das funções

Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-


mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
mínio.
Muitas vezes nos deparamos com situações que en-
volvem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser
pago na conta de luz depende do consumo medido no pe-
ríodo; o tempo de uma viagem de automóvel depende da
velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
mos definir com mais rigor o que é uma função matemáti-
ca utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-
uma relação de A em B. domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada domínio.
elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
elemento y do conjunto B.
Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores correspondentes
da variável dependente.
O conjunto A é denominado domínio da função, indi-
cada por D. O domínio serve para definir em que conjun-
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a
variável x.

29
MATEMÁTICA

Bijetora: Quando apresentar as características de fun- Função Decrescente: a < 0


ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, Nesse caso, os valores de y, caem.
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
nos um elemento do domínio.

Função 1 grau Raiz da função


A função do 1° grau relacionará os valores numéricos Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
Estudo dos Sinais a seguir:
Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente,
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.
Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
Função Crescente: a > 0
neralização com base na própria lei de formação da função,
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá-
considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
fico que os valores de y vão crescendo.
X=-b/a

Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema


com duas equações para acharmos o valor de a e b.

Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b
3=a+b

F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4

30
MATEMÁTICA

b=2 Raízes
Portanto,
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2) Vértices e Estudo do Sinal
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua- Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada
drática e deve ser o maior termo. para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a pa-
rábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de
Considerações máximo V. 
Em qualquer caso, as coordenadas de V são 
Concavidade . Veja os gráficos:
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
baixo se a<0

Discriminante(∆)

∆=b²-4ac

∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao


eixo x, no ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante , as


duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais

∆<0

A função não tem raízes reais

31
MATEMÁTICA

Equação Exponencial Função decrescente


Se   temos uma função exponencial de-
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expo- crescente em todo o domínio da função.
ente de uma ou mais potências de bases positivas e dife- Neste outro gráfico podemos observar que à medida
rentes de 1. que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que
a curva da função é decrescente.
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em
função da definição da função exponencial, temos que:
Função exponencial Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao ma-
A expressão matemática que define a função exponen- temático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primei-
cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número ros a estudar as propriedades desse número.
real positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável. O valor deste número expresso com 10 dígitos deci-
mais, é:
Função crescente e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
Se   temos uma função exponencial crescente, pode ser escrita como a potência de base e com expoente
qualquer que seja o valor real de x. x, isto é: 
No gráfico da função ao lado podemos observar que à ex = exp(x)
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica-
mente vemos que a curva da função é crescente. Propriedades dos expoentes
Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um
número racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax  

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos,
com a ≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N


na base a

32
MATEMÁTICA

Ainda com base na definição podemos estabelecer Função Logarítmica


condições de existência:
Uma função dada por , em que
a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-se fun-
ção logarítmica.
Exemplo

Consequências da Definição

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Uma


locadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de
carros a seus clientes:
Propriedades
Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem
livre.

Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilô-


metro rodado.

Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos qui-


lômetros precisam ser rodados para que o valor do aluguel
pelo Plano A seja igual ao valor do aluguel pelo Plano B?

(A) 30.
Mudança de Base (B) 36.
(C) 48.
(D) 75.
(E) 84.

Exemplo 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule: vendedor recebe um salário mensal composto de um valor
a)log 6 fixo de R$ 1.300,00 e de uma parte variável. A parte variá-
b) log1,5 vel corresponde a uma comissão de 6% do valor total de
c) log 16 vendas que ele fez durante o mês. O salário mensal desse
Solução vendedor pode ser descrito por uma expressão algébrica
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781 f(x), em função do valor total de vendas mensal, represen-
b) tado por x.
c)
A expressão algébrica f(x) que pode representar o salá-
rio mensal desse vendedor é

33
MATEMÁTICA

(A) f(x) = 0,06x + 1.300.


(B) f(x) = 0,6x + 1.300.
(C) f(x) = 0,78x + 1.300.
(D) f(x) = 6x + 1.300.
(E) f(x) = 7,8x + 1.300.

03. (CONSANPA – Técnico Industrial – FADESP/2017)


Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por
uma fonte a vazão constante e tem a altura de sua coluna
d’água (em metros), em função do tempo (em dias), descri-
ta pelo seguinte gráfico:

Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são

(A) -0,5 e 2,5.


(B) -0,5 e 3.
Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros,
(C) -1 e 2.
o número de dias necessários para que a fonte encha o
(D) -1 e 2,5.
reservatório inicialmente vazio é
(E) -1 e 3.
(A) 18
(B) 12 06. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017)
(C) 8 A soma das coordenadas do vértice da parábola da função
(D) 6 f(x) = – x² + 8x – 12 é igual a:
(A) 4
(B) 6
04. (TRT – 14ªREGIÃO -Técnico Judiciário – (C) 8
FCC/2016) Carlos presta serviço de assistência técnica de (D) 10
computadores em empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até
o local, mais R$ 25,00 por hora de trabalho até resolver o 07. (EMBASA – Assistente de Laboratório –
problema (também são cobradas as frações de horas traba-
lhadas). Em um desses serviços, Carlos resolveu o problema IBFC/2017) Substituindo o valor da raiz da função
e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite concluir que , na função g(x) = x2 - 4x + 5, encontramos
ele trabalhou nesse serviço
como resultado:
(A) 5 horas e 45 minutos.
(B) 6 horas e 15 minutos. (A) 12
(C) 6 horas e 25 minutos. (B) 15
(D) 5 horas e 25 minutos. (C) 16
(E) 5 horas e 15 minutos. (D) 17

08. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-


05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Quantos valores reais
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- de x fazem com que a expressão as-
contram-se representados o gráfico da função de segundo suma valor numérico igual a 1?
grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de primeiro
grau g, definida por g(x). (A) 2
(B) 3
(C) 4
(D) 5
(E) 6

34
MATEMÁTICA

09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico 11. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
que melhor representa a função y = 2x , para o domínio co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Conside-
em R+ é: rando que log105 = 0,7, assinale a alternativa que apresenta
o valor de log5100.
(A) 0,35.
(B) 0,50.
(C) 2,85.
(D) 7,00.
(E) 70,00.

(A) Respostas

01. Resposta: D.

90+0,4x=120
0,4x=30
X=75km

(B) 02. Resposta: A.

6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300

03. Resposta: A.

(C)

2x=36
X=18

04.Resposta: B.
(D) F(x)=12+25x
X=hora de trabalho

168,25=12+25x
25x=156,25
X=6,25 horas
1hora---60 minutos
0,25-----x
X=15 minutos

(E) Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos

05. Resposta: E.
10. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor de (x-2)(x+2)=x²-4
k na equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha exa-
tamente uma raiz? A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
(A) 0 Y=ax+b
(B) 3 -1=b
(C) 6 3=2a-1
(D) 9 2a=4
(E) 12 A=2
Y=2x-1

35
MATEMÁTICA

Igualando a função do primeiro grau e a função do se-


gundo grau:
X²-4=2x-1
X²-2x-3=0
∆=4+12=16 A base for -1 desde que o expoente seja par:
X²-5x+5=-1
X²-5x+6=0

∆=25-24=1

06. Resposta:C.

Vamos substituir esses dois valores no expoente


X=2:
X²+4x-60
2²+8-60==48
A soma das coordenadas é igual a 8 X=3
3²+12-60=-39
07. Resposta: D.
Portanto, serão 5 valores.

09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do
zero, é é uma curva.

10. Resposta: E.
-2x=-12 Kx=(x+3)²
X=6 Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Substituindo em g(x) Para ter uma raiz, ∆=0
G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17 ∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0
08. Resposta: D. 36-12k+k²-36=0
Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero. k²-12k=0
X²+4x-60=0 k=0 ou k=12
∆=4²-4.1.(-60)
∆=16+240 11. Resposta:C.
∆=256

A base pode ser igual a 1:


X²-5x+5=1
X²-5x+4=0
∆=25-16=9

36
MATEMÁTICA

Histogramas
GRÁFICOS E TABELAS
São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
variável específica e um detalhe importante que são faixas
de valores em x.
Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve: Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
possível. como numa pizza.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspec-
tos descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

Tipos de gráficos
Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais


Fonte: tecnologia.umcomo.com.br fácil a compreensão de todos sobre um tema.
Barra horizontal

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:


Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?
aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio
lógico
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

37
MATEMÁTICA

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes-


quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, re-
alizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi-
ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a
(A) 10.
(B) 9.
(C) 8.
(D) 7.
(E) 6.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta 04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se-
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014. cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti-
das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova
(A) 15%. de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta-
(B) 25%. gens referentes a cada conceito foram substituídas por x
(C) 50%. ou por múltiplos e submúltiplos de x.
(D) 75%.
(E) 90%.

02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a
(A) 144º.
O número total de ônibus dessa empresa é (B) 135º.
(C) 126º
(A) 270. (D) 117º
(B) 250. (E) 108º.
(C) 220
(D) 180. 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
(E) 120.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.

38
MATEMÁTICA

Tendo como referência o gráfico precedente, que mos- Pode-se concluir que
tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação (A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná (B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta. salários.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte- (C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei- (D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte. da total.
(B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe- (E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da renda total.
arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
tâneo de gastos e de arrecadação.
(C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis- 08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
arrecadação de receitas. em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os dos dados.
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas. xi fi
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor 30-35 4
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti- 35-40 12
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de 40-45 10
2015. 45-50 8
50-55 6
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- TOTAL 40
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)

(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de


Linha. (B)
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de
(C)
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A


distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná- (D)
rios é dada na tabela seguinte. 

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8 (E)
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

39
MATEMÁTICA

09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES- A partir das informações e do gráfico apresentados,
PE/2015) julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário


Nacional
— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –
InfoPen, ( ) Certo ( ) Errado
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional
Brasileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adap-
tações) Respostas

A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten- 01. Resposta: E.


tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. 13,7/7,2=1,90
Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela Houve um aumento de 90%.
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e
a quantidade de detentos no sistema penitenciário — re-
gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média 02. Resposta:D
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes. 81+27=108
Com base nessas informações e na tabela apresentada, 108 ônibus somam 60%(100-35-5)
julgue o item a seguir. 108-----60
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Bra- x--------100
sil se encontrava na região Sudeste. x=10800/60=180

( )certo ( ) errado
03. Resposta: C.
10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-
PE/2015)

04. Resposta: A.

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que
os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois me-
ses seguintes aumentam, o mesmo acontece com a des-
pesa.

40
MATEMÁTICA

ESTATÍSTICA DESCRITIVA, AMOSTRAGEM,


TESTE DE HIPÓTESES E ANÁLISE DE
REGRESSÃO

Teste de Hipóteses
Definição: Processo que usa estatísticas amostrais
para testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro
populacional.
Para testar um parâmetro populacional, você deve
afirmar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que
represente a afirmação e outra, seu complemento. Quan-
06. Resposta: C. do uma é falsa, a outra é verdadeira.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que
ou pizza e de linha contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipó-
tese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém
07. Resposta: D. afirmação de desigualdade, como <, ≠, >.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa-
lários Vamos ver como montar essas hipóteses
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem Um caso bem simples.
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6 Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18 Há uma regrinha para formular essas hipóteses
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20 Formulação verbal Formulação
H0 Formulação verbal Ha
Matemática
08. Resposta: A. A média é A média é
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, ...maior ou igual
40-45, 35-40, a k. ...menor que k

....pelo menos k. ... abaixo de k


09. Resposta: CERTA.
555----100% ...não menos que ...menos que k.
x----55% k.
x=305,25 ...menor ou igual ..maior que k
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. a k.
... acima de k
....no máximo k.
10. Resposta: ERRADO. ...mais do que
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no ...não mais que k. k.
... não igual
eixo x e não simplesmente um dado.
... igual a k. a k.

Referências .... k. .... diferente


http://www.galileu.esalq.usp.br de k.
...exatamente k.
...não k.
Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o
índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
menor que 2,5 galões por minuto.

41
MATEMÁTICA

Classes Frequências
41 |------- 45 7
Referências 45 |------- 49 3
Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pe- 49 |------- 53 4
arson Prentice Hall, 2010. 53 |------- 57 1
57 |------- 61 5
Frequências
A primeira fase de um estudo estatístico consiste em Total 20
recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
uma população estatística ou sobre uma amostra dessa Média aritmética
população. Média aritmética de um conjunto de números é o valor
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme-
Frequência Absoluta ro de elementos do conjunto.
É o número de vezes que a variável estatística assume Representemos a média aritmética por .
um valor. A média pode ser calculada apenas se a variável envol-
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a
Frequência Relativa média aritmética para variáveis quantitativas.
É o quociente entre a frequência absoluta e o número Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre
de elementos da amostra. diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos: mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos
e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al-
turas dos jogadores é:

Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-


res, obteremos a média aritmética das alturas:

Distribuição de frequência sem intervalos de classe:


É a simples condensação dos dados conforme as repeti- A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
ções de seu valores. Para um ROL  de tamanho razoável
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi- Média Ponderada
ge muito espaço. Veja exemplo abaixo: A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
Dados Frequência
peso” é chamada média aritmética ponderada.
41 3
42 2
43 1
44 1
45 1
46 2 Mediana (Md)
50 2 Sejam os valores escritos em rol:
51 1
52 1
54 1
57 1 1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal
58 2 que o número de termos da sequência que precedem
60 2 é igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
Total 20 termo médio da sequência ( ) em rol.
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Distribuição de frequência com intervalos de classe: pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional número de termos que precedem é igual ao número de
efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
classe. mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.

42
MATEMÁTICA

Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução: Isto é:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12

Resposta: Md=12. E para amostra

Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Exemplo 1:
Solução: Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem- tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
-se: Jogo Número de pontos
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit- 1 22
mética entre os dois termos centrais do rol. 2 18
3 13
Logo: 4 24
5 26
Resposta: Md=15 6 20
7 19
Moda (Mo)
8 18
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência. a) Qual a média de pontos por jogo?
b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Observação: Solução:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni- a) A média de pontos por jogo é:
ca.

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2: b) A variância é:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados Desvio médio
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão. Definição
Medida da dispersão dos dados em relação à média de
Variância uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos
de um conjunto de números em relação à sua média arit-
mética, e que é chamado de variância. Esse índice é assim
definido:

Seja o conjunto de números , tal que é


sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
e indica-se por , o número:

43
MATEMÁTICA

Desvio padrão

Definição
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto,
e indica-se por , o número:

Isto é:

Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
Solução:
a) Sendo a estatura média, temos:

b) Sendo o desvio padrão, tem-se:

Questões

01. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem
curso superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que a
média salarial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse modo, é correto afirmar que
a média salarial dos funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00.
(E) R$ 3.600,00.

02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.

A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso,
que continha 5 questões de múltipla escolha
Número de acertos Número de candidatos
5 204
4 132
3 96
2 78
1 66
0 24

44
MATEMÁTICA

A média de acertos por prova foi de


(A) 3,57.
(B) 3,43
(C) 3,32.
(D) 3,25.
(E) 3,19.

03. (PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no período
matutino e 10 classes no período vespertino. O número médio de alunos por classe no período matutino é 20, e, no período
vespertino, é 25. Considerando os dois períodos citados, a média aritmética do número de alunos por classe é
(A) 24,5.
(B) 23.
(C) 22,5.
(D) 22.
(E) 21.

04. (SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual – FCC/2016) Para responder à questão, considere as informações
abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma
nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um deter-
minado dia.

Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
é igual a
(A) 0,32.
(B) 0,21.
(C) 0,35.
(D) 0,18.
(E) 0,24.

05. (UFES – Assistente em Administração – UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn
. A mediana desses números é igual a x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for
par. Uma prova composta por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte relaciona o número de
acertos obtidos na prova com o número de alunos que obtiveram esse número de acertos.

Número de acertos Número de alunos


0 4
1 5
2 4
3 3
4 5
5 3

A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na prova.
A mediana dos números de acertos é igual a
(A) 1,5
(B) 2
(C) 2,5
(D) 3
(E) 3,5

45
MATEMÁTICA

06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016) 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
semestre de 2016. foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
Mës Empréstimos R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
cionários, é igual a
Janeiro 15 (A)) R$ 2.002,00.
Fevereiro 25 (B) R$ 2.006,00.
Março 22 (C) R$ 2.010,00.
(D) R$ 2.004,00.
Abril 30
(E) R$ 2.008,00.
Maio 28
Junho 15
10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
Dadas as afirmativas, FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
mês. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
II. A mediana da série de valores é igual a 26. escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
III. A moda da série de valores é igual a 15.
50 55 55 55 55 60
verifica-se que está(ão) correta(s) 62 63 65 90 90 100
(A) II, apenas.
(B) III, apenas. O número de funcionários com pontuação acima da
(C) I e II, apenas. média é:
(D) I e III, apenas. (A) 3;
(E) I, II e III. (B) 4;
(C) 5;
07. (COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas (D) 6;
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo- (E) 7.
ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro
laboratórios e os resultados são mostrados na tabela abai-
xo. Respostas

Replicatas Laboratório 01. Resposta: E.


1 2 3 4
1 30,3 30,9 30,3 30,5 S=cursam superior
2 30,4 30,8 30,7 30,4 M=não tem curso superior
3 30,0 30,6 30,4 30,7
Média 30,20 30,77 30,47 30,53
Desvio
0,20 0,15 0,21 0,15
Padrão
Utilize essa tabela para responder à questão. S+M=600000
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
de número
(A) 1.
(B) 2. S=420000
(C) 3. M=600000-420000=180000
(D) 4.

08. (ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)


Os valores a seguir representam uma amostra

331546248 02. Resposta:B.

Então, a variância dessa amostra é igual a


(A) 4,0
(B) 2,5.
(C) 4,5.
(D) 5,5
(E) 3,0

46
MATEMÁTICA

03. Resposta: D. 08. Resposta: C.

M=300

V=250

09. Resposta: C.
Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
04. Resposta: B. x/13=1998
X=13.1998
X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010

3,36-3,15=0,21 10. Resposta: A.

05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda
regra: M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

GEOMETRIA
06. Resposta: D.

Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por
duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
Mediana o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
Vamos colocar os números em ordem crescente ângulo.
15,15,22,25,28,30

Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.

07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
proporcional, portanto também é maior em 3.

47
MATEMÁTICA

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Triângulo


que 90º.
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.

Na figura, é uma mediana do ABC.

Um triângulo tem três medianas.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Ângulo Raso:
Na figura, é uma bissetriz interna do .
- É o ângulo cuja medida é 180º; Um triângulo tem três bissetrizes internas.
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulo Reto: Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-


tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
- É o ângulo cuja medida é 90º; dicular a esse lado.
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares. Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

48
MATEMÁTICA

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen- Triângulo equilátero: três lados iguais.
dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.
Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do tri-


ângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo:tem um ângulo reto

Classificação Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso


Quanto aos lados
Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais. Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

49
MATEMÁTICA

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos. Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-
midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a

- Losango: 4 lados congruentes


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

- Observações: Ângulos Internos


A soma das medidas dos ângulos internos de um po-
- No retângulo e no quadrado as diagonais são lígono convexo de n lados é (n-2).180
congruentes (iguais) Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
- No losango e no quadrado as diagonais são per- mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse- medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio). das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da
base e h é a medida da altura.
3- Retângulo: A = b.h
4- Losango: , onde D é a medida da diagonal
maior e d é a medida da diagonal menor.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono Ângulos Externos


Chama-se polígono a união de segmentos que são
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
mados vértices do polígono.
A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

50
MATEMÁTICA

Exemplo

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.

2
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.


Semelhança de Triângulos

Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os


seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança

1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

Temos:

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

51
MATEMÁTICA

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da


hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

Fórmulas Trigonométricas
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hi-
Relação Fundamental potenusa pela altura relativa à hipotenusa.
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos


quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
Neste triângulo, temos que: c²=a²+b² plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
Dividindo os membros por c² também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são de-
nominadas retas reversas.
Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Como

-Duas retas concorrentes podem ser:

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado 1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

52
MATEMÁTICA

2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares. 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Con-
sidere um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e
5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante ao pri-
meiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá como
medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D) 5 e 6.
(E) 6 e 10.
b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são
coincidentes. 03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na
figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o


comprimento da cinta acima representada é
Questões
(A) 8/3 π + 8 .
01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci- (B) 8/3 π + 24.
ários- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com (C) 8π + 8 .
40 m de largura por 60 m de comprimento, foi dividido (D) 8π + 24.
em três lotes, conforme mostra a figura. (E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é


864 m², o perímetro do lote 2 é
(A) 100 m.
(B) 108 m.
(C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m. A área da região sombreada, da figura acima apresen-
tada, é

53
MATEMÁTICA

(A) 100 - 5π . Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados


(B) 100 - 10π . correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
(C) 100 - 15π . a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
(D) 100 - 20π . dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
(E) 100 - 25π . respectivamente,
(A) 80 e 64.
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  No (B) 80 e 62.
cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen- (C) 62 e 80.
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon- (D) 60 e 80.
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF (E) 60 e 78.
e HG, gerando o quadrilátero BCQP. 
08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de
piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro
desse piso é, em metros, igual a
(A) 20.
(B) 21.
A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é (C) 24.
(A) 25√5. (D) 27.
(B) 50√2. (E) 30.
(C) 50√5.
(D) 100√2 . 09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
(E) 100√5. sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma-
06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos
- MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3
seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma metros, ao longo dos quatro lados do terreno.
cidade. Qual é a área dessa praça? O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324;
(A) 120 m² (D) 330;
(B) 90 m² (E) 372.
(C) 60 m²
(D) 30 m²
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centí-
metros, mostra um painel informativo ABCD, de formato re- formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
tangular, no qual se destaca a região retangular R, onde x > y. e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em


metros, igual a

54
MATEMÁTICA

(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42. 96h=1728
H=18

11. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – Como I é um triângulo:


MSCONCURSOS/2017) Seja a expressão 60-36=24
X²=24²+18²
definida em 0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos: X²=576+324
X²=900
(A) 1 X=30
(B) sen²x Como h=18 e AD é 40, EG=22
(C) cos²x
(D) 0 Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 02. Resposta: B.


MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
(considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).

(A) 64,2 m
(B) 46,2 m
(C) 92,4 m
(D) 128,4 m Lado=3√2
Outro lado =5√2
Respostas

01. Resposta: D. 03. Resposta: D.

Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente


a mesma medida da parte reta da cinta.
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

55
MATEMÁTICA

04. Resposta: E. 5y=320


Como o quadrado tem lado 10,a área é 100. Y=64

5x=400
X=80

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria

O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


ponto Médio
09. Resposta: C.
X²=5²+5² Número de estacas: x
X²=25+25 X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
X²=50 do duas vezes o canto
X=5√2 6x=30
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, X=5
temos 2 círculos inteiros. Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
A área de um círculo é a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

10. Resposta: B.

A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25 9x=108
CQ²=125 X=12
CQ=5√5 Para encontrar o perímetro do triângulo R2:
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5

06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15

07. Resposta: A. Y²=16²+12²


Y²=256+144=400
Y=20
Perímetro: 16+12+20=48

56
MATEMÁTICA

11. Resposta: C.

1-cos²x=sen²x

12. Resposta: D.

Área
Área da base: Sb=πr²

Volume

X=6

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
Y=10,2 e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.

Classificação

-Reto:eixo VO perpendicular à base;


Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

57
MATEMÁTICA

-Oblíquo: eixo não é perpendicular Prismas


Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

Área

Área lateral:

Área da base:
Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião
Área total: de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.
Volume

Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruen-


Área e Volume tes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos
ligando-se os vértices correspondentes das duas faces paralelas.
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados Classificação
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares
às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

58
MATEMÁTICA

Classificação pelo polígono da base Prisma Regular


Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
-Triangular lares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

Área
Área cubo:

Área paralelepípedo:

A área de um prisma:
Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
-Quadrangular rais.

Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³

Demais:

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua
altura deve ser igual a
(A) 1/3h.
(B) 1/2h.
(C) 2/3h.
E assim por diante... (D) 2h.
(E) 3h.
Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi- 02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
nam-se paralelepípedos. MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al-
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
indicadas na figura.
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces
quadradas.

59
MATEMÁTICA

Em uma revisão do projeto, foi necessário aumen- 06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
tar em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
mantendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
o volume inicialmente previsto para esse reservatório foi formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
aumentado em vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.

(A) 1 m³ .
(B) 3 m³ .
(C) 4 m³ .
(D) 5 m³ .
(E) 6 m³ .

04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
ma de paralelepípedo reto retângulo.
Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do
bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
(A) 15,5.
(B) 11.
(C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16

07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e 25
cm de altura, está com 20% de seu volume total preenchido
com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de escala)
Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-
me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 3000.
(B) 4500.
(C) 6000.
(D) 7500.
(E) 9000.

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de Para completar o volume total desse recipiente, serão
paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões: despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá-
rios para completar o volume total do prisma será:
(A) 8 copos
(B) 9 copos
(C) 10 copos
(D) 12 copos
(E) 15 copos

08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU-


FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.
Estando o referido aquário completamente cheio, a sua
capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

60
MATEMÁTICA

Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér- 02. Resposta: D


tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é V= πr²h
dado por V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml
(A) a³/6
(B) a³/3 03. Resposta:E.
(C) a³/3√3 V=2⋅3⋅x=6x
(D) a³/6√6 Aumentando 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- Portanto, o volume aumentou em 6.
NESP/2017) De um reservatório com formato de parale-
lepípedo reto retângulo, totalmente cheio, foram retirados 04. Resposta:E.
3 m³ de água. Após a retirada, o nível da água restante no São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
reservatório ficou com altura igual a 1 m, conforme mostra São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
a figura. 3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000

05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros

06. Resposta:C.
VA=125cm³
VB=1000cm³

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura


total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
tros, igual a
(A) 1,8.
(B) 1,75.
(C) 1,7.
(D) 1,65. 180h=2250
(E) 1,6. H=12,5

10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- 07. Resposta: C.


CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um V=10⋅10⋅25=2500 cm³
cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é: 2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
(A) 9 cm Para terminar de completar o volume:
(B) 30 cm 2500-500=2000 cm³
(C) 60 cm 2000/200=10 copos
(D) 90 cm
08. Resposta: A.
Respostas
A base é um triângulo de base a e altura a
01. Resposta:
Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

61
MATEMÁTICA

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m

10. Resposta: D.
Cone

Portanto,

Tipos de Matriz
Cilindro Matriz linha
V=Ab.h
V=πr²h Chama-se matriz linha a toda matriz que possui uma
Como o volume do cone é 30% maior: única linha.
117πr²=1,3 πr²h Assim, [2 3 7] é uma matriz do tipo 1 x 3.
H=117/1,3=90
Matriz coluna

Chama-se matriz coluna a toda matriz que possui uma


MATRIZ, DETERMINANTES E SISTEMAS única coluna.
LINEARES
Assim, é uma matriz coluna do tipo 2 x 1.

Matriz
Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a toda Matriz quadrada
tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n colunas.
Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e colocar seus Chama-se matriz quadrada a toda matriz que possui
elementos entre parênteses ou entre colchetes como, por número de linhas igual ao número de colunas. Uma matriz
exemplo, a matriz A de ordem 2x3. quadrada A do tipo n x n é dita matriz quadrada de ordem
n e indica-se por An. Exemplo:

Representação da matriz
Forma explicita (ou forma de tabela)
A matriz A é representada indicando-se cada um de Diagonais
seus elementos por uma letra minúscula acompanhada Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
de dois índices: o primeiro indica a linha a que pertence (a11, a22, a33,..)
o elemento: o segundo indica a coluna a que pertence o Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
elemento, isto é, o elemento da linha i e da coluna j é in- que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)
dicado por ij.
Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:

Forma abreviada
A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece
aij em função de i e j.
A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j

62
MATEMÁTICA

Matriz diagonal

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz diagonal se, e somen-
te se, todos os elementos que não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.

Matriz identidade

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz identidade se, e somente se, os elementos da diagonal
principal são iguais a um e os demais são iguais a zero.

Matriz nula

É chamada matriz nula se, e somente se, todos os elementos são iguais a zero.

Matriz Transposta

Dada a matriz A=(aij) do tipo m x n, chama-se matriz transposta de A a matriz do tipo n x m.

Adição de Matrizes

Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por A+B.
Dada as matrizes:

, portanto
Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt

Subtração de matrizes

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se, C=A+(-
-B).

63
MATEMÁTICA

Multiplicação de um número por uma matriz Temos que x=3; y=2; z=1; t=1

Considere: Logo,

Determinante
Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
número real a ela associado.

Cálculo do determinante
Determinante de ordem 1
Multiplicação de matrizes

O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)


mxp
por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n,
de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se
ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim Determinante de ordem 2
obtidos.
Dada as matrizes:
Dada a matriz
O determinante é dado por:

Determinante de ordem 3
Regra 1:

Repete a primeira e a segunda coluna

Matriz Inversa

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B


é chamada inversa de A se, e somente se,

Regra 2

Exemplo:
Determine a matriz inversa de A.

Solução
detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
Seja
a21 a33 - a32 a23 a11

64
MATEMÁTICA

Sistema de equações lineares Matriz Associada a um Sistema Linear


Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto
de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas. Dado o seguinte sistema:

Matriz incompleta

Em que: Classificação

1. Sistema Possível e Determinado

O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois


Sistema Linear 2 x 2

Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equa-


ções lineares a duas incógnitas, consideradas simultanea-
mente. Como não existe outro par que satisfaça simultane-
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo: amente as duas equações, dizemos que esse sistema é
SPD(Sistema Possível e Determinado), pois possui uma úni-
ca solução.
a1 x + b1 y = c1 2. Sistema Possível e Indeterminado

a2 + b2 y = c2

Sistema Linear 3x3


esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valo-
res de x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema
a seguir, x e y podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3),
(2,2), (3,1) e etc. 

Sistemas Lineares equivalentes 3. Sistema Impossível

Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto


solução são ditos equivalentes. Por exemplo:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente


as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto tanto é impossível.
solução S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequ- Sistema Escalonado
ência ordenada de números reais que verifica, simultane- Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as
amente, todas as equações do sistema. incógnitas das equações lineares estão escritas em uma
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa-
todas as sequências ordenadas de números reais que satis- ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação
façam as equações do sistema. anterior.

65
MATEMÁTICA

Exemplo - Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.


Sistema 2x2 escalonado. - Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.

Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-


nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca-
Sistema 3x3 lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um. Exemplos

- Discutir, em função de a, o sistema:

x + 3 y = 5

Sistema 2x3 2 x + ay = 1

Resolução

1 3
Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento
D= = a−6
Podemos transformar qualquer sistema linear em um 2 a
outro equivalente pelas seguintes transformações elemen-
tares, realizadas com suas equações: D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
-trocas as posições de duas equações
-Multiplicar uma das equações por um número real di- Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado.
ferente de 0. Para a ≠ 6, temos:
-Multiplicar uma equação por um número real e adi-
x + 3 y = 5

cionar o resultado a outra equação.
Exemplo
x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9

Que é um sistema impossível.


Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é Assim, temos:
conveniente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação. a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer
Consideramos os sistema . Suponhamos
Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta desse sis-
Multiplicando a equação por -2:
tema é , cujo determinante é indicado por D =
ad – bc.

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de


Somando as duas equações: y) pela coluna dos coeficientes independentes, obteremos
,cujo determinante é indicado por Dy = af – ce.

Assim, .

Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e


Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-
ro de Incógnitas considerando a matriz , cujo determinante é indi-
cado por Dx = ed – bf, obtemos , D ≠ 0.
Quando o sistema linear apresenta nº de equações
igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe-
ficientes (incompleta), e:

66
MATEMÁTICA

Questões

01. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz
C que representa a soma da matriz A e B, ou seja, C = A + B:

04. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Fiscal de


(D)
Posturas – MSCONCURSOS/2017) Sejam as matrizes
. A matriz A-B é igual a

02. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C
que representa a subtração da matriz A e B, ou seja, C =
A - B.

05. (UNITINS – Assistente Administrativo – UNI-

TINS/2016) Sejam os determinantes das matrizes

O valor de x²-2xy+y² é
igual a
(A) 8
(B) 6
(C) 4
(D) 2
(E) 0

03. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


06. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
IBFC/2017) Dada a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C CONCURSOS/2016) Sabendo que o determinante da ma-
que representa o produto da matriz A e B, ou seja, C=A*B. triz é 10, então o determinante da matriz

é:

67
MATEMÁTICA

(A) -20 (C) S={(4,0,6)}


(B) -10 (D) S={(3/2 ,6, -7/2)}
(C) 3 (E) Sistema sem solução.
(D) 20
12. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA-
07. (PREF. DE BIGUAÇU/SC – Professor – UNI- TEC/2015) A solução do sistema linear é:
SUL/2016) Considere
(A) S={(4, ¼)}
(B) S={(3, 3/2 )}
Assinale a alternativa CORRETA: (C) S={(3/2 ,3 )}
(D) S={(3,− 3/2 )}
(A) A + B = 20 (E) S={(1,3/2 )}
(B) A - 3B2 = -51
(C) √2A + 1- 5 = -2 13. (SEDUC/PI – Professor – Matemática – NUCE-
(D) A/B +1 =23 PE/2015) O sistema linear é possível e inde-
(E) 3A -2B + 9 = 25 terminado se:
(A) m ≠ 2 e n = 2 .
(B) m ≠ 1/2 e n = 2 .
08. (PREF. DE TAQUARITUBA/SP – Professor – INS-
(C) m = 2 e n = 2 .
TITUTO EXCELÊNCIA/2016) Dada a matriz , (D) m = 1/2 e n = 2 .
(E) m = 1/2 e n ≠ 2 .
assinale a alternativa que tenha respectivamente os núme-
ros dos elementos a12, a23, a33 e a35. Respostas
(A) 0, 0, 7, 5.
(B) 0, 7, 7, 5. 01. Resposta: E.
(C) 6, 7, 0, 0.
(D) Nenhuma das alternativas.

02. Resposta: E.
09. (MGS – Serviços Técnicos Contábeis – IBFC/2015)
Sejam as matrizes quadradas de e então o valor ordem
e , então o valor do determinante da ma-
triz C = A + B é igual a: 03. Resposta: E.
(A) -2
(B) 2
(C) 6
(D) -6
04. Resposta: A.
10. (PREF. DE SANTO ANDRÉ – Assistente Econômi-
co Financeiro – IBAM/2015) Considere as seguintes ma-
trizes:

05. Resposta:C.
detA=15+10+4x+6+2x-50=-19
Sendo “a” um número real, para que tenhamos A . B = 6x=0
C, o valor da variável “a” deverá ser: X=0
(A) um número inteiro, ímpar e primo.
(B) um número inteiro, par, maior que 1 e menor que 5 detB=0+40-y-0-12y+6=72
(C) um número racional, par, maior que 5 e menor que -13y=26
10. Y=-2
(D) um número natural, impar, maior que 1 e menor X²-2xy+y²=0²-0+4=4
que 5.
06. Resposta: A.
11. (BRDE – Analista de Sistemas – FUNDATE/2015) Observe a primeira coluna: foi multiplicado por 2.
A solução do seguinte sistema linear é: Observe a segunda coluna: foi multiplicada por -1
(A) S={(0,2,-5)} Portanto, fazemos as mesmas operações com o deter-
(B) S={(1,4,1)} minante: 10.2.-1=-20

68
MATEMÁTICA

07. Resposta: B. Substituindo na I


Da primeira matriz, para fazer o determinante, basta 5+z+2(13+2z)+z=10
multiplicar os números da diagonal principal: 5+z+26+4z+z=10
detA=-1⋅3⋅2⋅-4=24 6z=10-31
6z=-21
A matriz B, devemos multiplicar os números da dia- Z=-21/6
gonal secundária e multiplicar ainda por -1(pois, quando Z=-7/2
fazemos determinante, sempre colocamos o menos antes
de fazer a diagonal secundária) X=5+z
detB=-(-1/2⋅1⋅10⋅-1)=-5
Fazendo por alternativa:
A-A+B=20
24-5=20
19=20(F)

(B) A-3B²=-51
24-3⋅(-5)²=-51 12. Resposta: A.
24-75=-51
-51=-51(V)

08. Resposta: A.
A12=0
A23=0
A33=7
A35=5

09. Resposta: D.
Somando as duas equações:
144y=36

-x+28y=3
-x+7=3
-x=3-7
10. Resposta: A. X=4

13. Resposta: D.
Para ser possível e indeterminado, D=Dx=Dy=Dz=0

D=(3m+4m+3)-(3m+6m+2)=0
7m+3-9m-2=0
-2m=-1
m=1/2
a+2=9
a=7

11. Resposta: D.
Da II equação tiramos:
X=5+z (n-4+9)-(-3+6+2n)=0
n+5-2n-3=0
Da III equação: -n=-2
Y=13+2z n=2

69
MATEMÁTICA

Termo Geral da PA
SEQUÊNCIAS, PROGRESSÃO Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA da seguinte forma:

Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se- Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao
gundo por a2, e o n-ésimo por an. primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
nos uma unidade.
Termo Geral de uma Sequência
Algumas sequências podem ser expressas mediante
uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um
termo qualquer da sequência a partir de uma expressão,
que relaciona o valor do termo com sua posição. Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n) Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
te r chama-se razão da PA. Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes
dos extremos é igual à soma dos extremos.

Soma dos Termos


Exemplo Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que per-
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5: mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma pro-
gressão aritmética.

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas


-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
média aritmética entre o anterior e o posterior.

Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O
-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri-
igual à soma dos extremos. meiro termo?
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda
e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados
para solucionar a questão:

70
MATEMÁTICA

- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto


ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
Sabemos também que a soma de dois termos equidis- termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de igual à posição do termo menos uma unidade.
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:

Portanto, o termo geral é:

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica


Finita
Seja a PG finita de razão q e de soma
dos termos Sn:
1º Caso: q=1

2º Caso: q≠1

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência Exemplo
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multipli- Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
cando o anterior por uma constante q, chamada razão da PG. a) A soma dos 6 primeiros termos
Exemplo b) O valor de n para que a soma dos n primeiros ter-
Dada a sequência: (4, 8, 16) mos seja 29524

Solução

a)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an- b)
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-
trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria.

71
MATEMÁTICA

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica 04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi-
Infinita dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da
1º Caso:-1<q<1 equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética
(P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(A) 48
(B) 36
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a (C) 32
série é convergente. (D) 28
(E) 24
2º Caso:
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- 05. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
rie é divergente de Transporte – FCC/2017) Em um experimento, uma
planta recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que
3º Caso: havia recebido no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu
Também não possui soma finita, portanto divergente 374 gotas de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
(A) 64 gotas.
Produto dos termos de uma PG finita (B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
(D) 44 gotas.
(E) 54 gotas.
Questões
06. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
01. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- de Transporte – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) A soma dos n pri- sequência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12,
meiros termos de uma progressão geométrica é dada por 13, 11, 12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos
é igual a
(A) 42.
(B) 31.
Quanto vale o quarto termo dessa progressão geomé-
(C) 33.
trica?
(D) 39.
(E) 36.
(A) 1
(B) 3
07. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Auxiliar de Necropsia
(C) 27
– IBFC/2017) Considere a seguinte progressão aritmética:
(D) 39
(23, 29, 35, 41, 47, 53, ...)
(E) 40
Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é:
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Para (A) 137
que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão (B) 455
aritmética, x pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, (C) 500
o valor de (D) 515
(A) -0,5. (E) 680
(B) 1,5.
(C) 2. 08. (CEGAS – Assistente Técnico – IES/2017) Deter-
(D) 4. mine o valor do nono termo da seguinte progressão geo-
(E) 6. métrica (1, 2, 4, 8, ...):
(A) 438
03. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- (B) 512
sor – FGV/2017) O valor da expressão (C) 256
(D) 128
2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:
09. (CRF/MT – Agente Administrativo – QUA-
(A)2014; DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No
(B) 2016; mesmo dia, quatro pessoas começaram a segui-la. Após
(C) 2018; 1 dia, ela já tinha 21 seguidores e após 2 dias, já eram 38
(D) 2020; seguidores. Maria percebeu que, a cada dia, ela ganhava 17
(E) 2022. seguidores. Mantendo-se essa tendência, ela ultrapassará a
barreira de 1.000 seguidores após:

72
MATEMÁTICA

(A) 57 dias.
(B) 58 dias.
(C) 59 dias.
(D) 60 dias. Para a sequência par:
(E) 61 dias. -2016=-2+(n-1)⋅(-2)
-2016=-2-2n+2
10.. (PREF. DE CHOPINZINHO – Procurador Munici- 2n=2016
pal – FAU/2016) Com base na sequência numérica a seguir N=1008
determine o sexto termo da sequência:
196 ;169 ;144 ;121 ; ...
(A) 115.
(B) 100.
(C) 81.
(D) 69.
(E) 49. 1018081-1017072=1009
2⋅1009=2018
Respostas
04. Resposta: A.
01.Resposta: A. Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:

PA
Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos 4 (12,16,...)
primeiros termos, se subtrairmos um do outro, obteremos R=16-12=4
o 4º termo.

02. Resposta: B.
Para ser uma PA: =48
X²-1-(4x-1)=x-4-(x²-1)
X²-1-4x+1=x-4-x²+1 05. Resposta: E.
X²+x²-4x-x-3=0
2x²-5x-3=0
∆=25-24=1

A1=374-320
A1=54

06. Resposta: B.
Observe os números em negrito:
9, 11, 13, 15,...
03. Resposta: C. São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são os meros.
números ímpares. Ou seja, o 9 está na posição 5
Os termos pares formam uma PA de razão -2 O 11 está na posição 10 e assim por diante.
Vamos descobrir quantos termos há: O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
Seguindo os termos:
2017=1+(n-1)⋅2 25º termo é o 17
2017=1+2n-2 30º termo é 19
2017=-1+2n Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
2n=2018 des
n=1009 O 31º termo é o 17.
14+17=31

73
MATEMÁTICA

07. Resposta: D. Desconto


Observe a razão: 29-23=6 No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli-
A83=a1+82r cação será:
A83=23+82⋅6     Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na
A83=23+492 forma decimal)
A83=515     Veja a tabela abaixo:
Fator de
Desconto
08. Resposta: C. Multiplicação
Q=2 10% 0,90
25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40
90% 0,10

    Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 te-


09. Resposta: C. mos: 
1000=21+17(n-1)
1000=21+17n-17
1004=17n
N=59 Chamamos de lucro em uma transação comercial de
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
10. Resposta: C. preço de custo.
A sequência tem como base os quadrados perfeitos Lucro=preço de venda -preço de custo
14, 13, 12, 11, 10, 9
Portanto o 6º termo é o 9²=81 Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem
de duas formas:

PORCENTAGEM

Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,


seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas, (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala
em máquinas de calcular, etc. de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
Os acréscimos e os descontos é importante saber por- o menor valor possível para x é igual a
que ajuda muito na resolução do exercício. (A) 8.
(B) 15.
Acréscimo (C) 10.
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter- (D) 6.
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi- (E) 12.
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim Resolução
por diante. Veja a tabela abaixo: 45------100%
X-------60%
X=27
Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação
10% 1,10 O menor número de meninas possíveis para ter gripe
15% 1,15 é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2
20% 1,20 meninas estão.
47% 1,47
67% 1,67
 
    Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-
mos:  Resposta: C.

74
MATEMÁTICA

Questões

01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari-
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias, ce recebessem, respectivamente,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida- (A) o bracelete, os brincos e o colar.
ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de: (B) os brincos, o colar e o bracelete.
(A) R$1120,00 (C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(B) R$1056,00
(E) o colar, os brincos e o bracelete.
(C) R$960,00
(D) R$864,00
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas
02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser
segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen- 2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e
te cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio passou a ser 3/ 4 da largura original.
nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos e Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo
os encaminhando às autoridades competentes. Após uma original, a área do novo retângulo:
reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes- (A) foi aumentada em 50%.
ma equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução (B) foi reduzida em 50%.
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de (C) aumentou em 25%.
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação, (D) diminuiu 25%.
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate (E) foi reduzida a 15%.
ao dano ao patrimônio em
(A) 35%. 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
(B) 28%. GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
(C) 63%. editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni-
(D) 41%. tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido
(E) 80%. estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra.
Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30%
03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir- sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi-
mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he- ções, qual será o lucro obtido por unidade?
rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de (A) R$ 4,20.
ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante. (B) R$ 5,46.
A tia especificou em testamento que as joias não deveriam (C) R$ 10,70.
ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar (D) R$ 12,60.
(E) R$ 18,00.
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada
a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido
que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso, de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria
tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci- um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-
diram fazer a partilha do seguinte modo: gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
(A) R$ 120,00 reais
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um (B) R$ 112,50 reais
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- (C) R$ 127,50 reais
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao (D) R$ 97,50 reais
valor total da herança. (E) R$ 90 reais

− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas 07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
avaliações. NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da 10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-
herança toda ou mais. te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
joias foi a seguinte: 2018 é, em milhões de reais, igual a

75
MATEMÁTICA

(A) 200. 03. Resposta: D.


(B) 203. Clarice obviamente recebeu o brinco.
(C) 195. Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou
(D) 190. acima de 30% e André recebeu o bracelete.
(E) 198.
04. Resposta: B.
08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN- A=b⋅h
DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
Preço: Portanto foi reduzida em 50%
Aproveite a Promoção! 05. Resposta: D.
Forno Micro-ondas Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
De R$ 720,00
valor:
Por apenas R$ 504,00
60⋅0,7=42
Ele revendeu por:
Nessa oferta, o desconto é de:
42⋅1,3=54,60
(A) 70%.
(B) 50%. Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
(C) 30%.
(D) 10%. 06. Resposta: D.
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi- 150⋅0,65=97,50
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento 07. Resposta: C.
no preço dessa caixa de bombom foi de: Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
(A) 30%. milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
(B) 25%. previsão de
(C) 20%. 180-----90%
(D) 15% x---------100
x=200
10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De-
rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de 380----95
12 tanques menores, idênticos e cheios. x----100
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% x=400 milhões
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
de 780/4trimestres=195 milhões
(A) 4 tanques menores
(B) 6 tanques menores 08. Resposta: C.
(C) 7 tanques menores
(D) 8 tanques menores
(E) 10 tanques menores

Respostas
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
01. Resposta:B. 30%.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
duto. OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
errar conforme a pergunta feita.
1600⋅0,6=960
Como vai pagar 10% a mais: 09. Resposta: B.
960⋅1,1=1056 8,6(1+x)=10,75
8,6+8,6x=10,75
02. Resposta: E. 8,6x=10,75-8,6
63/35=1,80 8,6x=2,15
Portanto teve um aumento de 80%. X=0,25=25%

76
MATEMÁTICA

10. Resposta: D. J = juros


50% maior quer dizer que ficou 1,5 M=C+C.i.n
Quantidade de tanque: x M=C(1+i.n)
A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
ques Juros Simples
1,5x=12 Chama-se juros simples a compensação em dinheiro
X=8 pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa com-
binada, por um prazo determinado, produzida exclusiva-
mente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial
aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tem-
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS
po de aplicação.
A expressão matemática utilizada para o cálculo das
situações envolvendo juros simples é a seguinte:
Matemática Financeira J = C i n, onde:
A Matemática Financeira possui diversas aplicações J = juros
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre- C = capital inicial
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos i = taxa de juros
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, mestre, ano...)
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações. Observação importante: a taxa de juros e o tempo de
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti- aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em- seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres,
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta- semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A períodos.
essa diferença damos o nome de juros. Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Capital Outro ponto importante é saber que essa fórmula
O Capital é o valor aplicado através de alguma opera- pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi- souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá
nanceiras). obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
combinação.
Taxa de juros e Tempo
    A taxa de juros indica qual remuneração será paga Exemplo
ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à
Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em vista. Como não tinha essa quantia no momento e não
seguida da especificação do período de tempo a que se queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de
refere: pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). estava cobrando nessa operação era de:
    Outra forma de apresentação da taxa de juros é a (A) 5,0%
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem (B) 5,9%
o símbolo %: (C) 7,5%
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). (D) 10,0%
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) (E) 12,5%
Resposta Letra “e”.
Montante
Também conhecido como valor acumulado é a soma O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
do  Capital Inicial com o juro produzido em determina- a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria
do tempo.  R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para Aplicando a fórmula M = C + J:
resolver questões. 45 = 40 + J
M=C+J J=5
M = montante Aplicando a outra fórmula J = C i n:
C = capital inicial 5 = 40 X i X 1
i = 0,125 = 12,5%

77
MATEMÁTICA

Juros Compostos 02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária-


o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir -FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a seu
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros simples
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para seu pai
inicial e passa a render juros também. após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Roberto foi
(A) 3.410,00.
Quando usamos juros simples e juros compostos? (B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
 A maioria das operações envolvendo dinheiro uti- (D) R$ 3.120,00.
liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e (E) R$ 1.880,00.
longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos
bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta 03. (IFBAIANO – Técnico em Contabilidade –
de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra- FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses e
os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais, com
ramente encontramos uso para o regime de juros simples:
uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de capitaliza-
é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo
ção simples, é de
de desconto simples de duplicatas.
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00.
O cálculo do montante é dado por:
(B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20.
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00.
(D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.
Exemplo 04. (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O valor
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação dos juros simples em uma aplicação financeira de $ 3.000,00
de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é igual a:
C=25000 (A) $ 360,00
i=25%aa=0,25 (B) $ 240,00
i=72 meses=6 anos (C) $ 120,00
(D) $ 480,00

05. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci-


ários- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim-
ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse
período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$
2.018,80. O capital aplicado era de
(A) R$ 2.010,20.
(B) R$ 2.000,00.
(C) R$ 1.980,00.
(D) R$ 1.970,40.
M=C+J (E) R$ 1.960,00.
J=95367,50-25000=70367,50
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o valor
de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor total de R$
Questões
9.200,00. Considerando estes apontamentos e que o rendi-
mento se deu a juros simples, é verdadeiro afirmar que a
01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma taxa mensal foi de:
geladeira está sendo vendida nas seguintes condições: (A) 1,5%
− Preço à vista = R$ 1.900,00; (B) 2 %
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e paga- (C) 5,5%
mento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data (D) 6%
da compra. (E) 7%
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
prazo é de 07. (UFES – Assistente em Administração –
(A) 1,06% a.m. UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada
(B) 2,96% a.m. período de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um
(C) 0,53% a.m. capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês.
(D) 3,00% a.m. Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o menor
(E) 6,00% a.m. valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o dobro de
C0, é

78
MATEMÁTICA

(A) 30 com a instituição financeira credora para pagá-la 90 dias


(B) 32 após a data do vencimento. Sabendo que a taxa de juros
(C) 34 compostos cobrada pela instituição financeira foi 3% ao
(D) 36 mês, o valor pago pela empresa, desprezando-se os centa-
(E) 38 vos, foi, em reais,
(A) 163.909,00.
08. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário – (B) 163.500,00.
(C) 154.500,00.
FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe-
(D) 159.135,00.
ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra,
sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de 13. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo- FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da
leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso. quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros compos-
O valor total do pagamento foi: tos de 10% ao ano, será igual a
(A) R$ 542,00; (A) R$ 26.000,00.
(B) R$ 546,00; (B) R$ 28.645,00.
(C) R$ 548,00; (C) R$ 29.282,00.
(D) R$ 552,00; (D) R$ 30.168,00.
(E) R$ 554,00. (E) R$ 28.086,00.

09. (CASAN – Assistente Administrativo – INSTITU- 14. (IFBAIANO - Técnico em Contabilidade-


TO AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da FCM/2017) A empresa Good Finance aplicou em uma
renda fixa um capital de 100 mil reais, com taxa de juros
compra, certa loja cobrava juros de 25%. Se certa merca-
compostos de 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O
doria tem preço a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à vista valor recebido de juros ao final do período foi de
era igual a (A) R$ 10.016,00.
(A) R$ 1200,00. (B) R$ 15.254,24.
(B) R$ 1750,00. (C) R$ 16.361,26.
(C) R$ 1000,00. (D) R$ 18.000,00.
(D) R$ 1600,00. (E) R$ 19.561,82.
(E) R$ 1250,00.
15. (POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal –
10. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa
AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1
juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual
fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor de juros desse empréstimo foi de:
(A) 0,5% ao ano
pago foi de
(B) 5 % ao ano
(A) R$ 970,00. (C) 5,55 % ao ano
(B) R$ 777,00. (D) 150% ao ano
(C) R$ 762,00. (E) 50% ao ano
(D) R$ 800,00.
(E) R$ 840,00. Respostas

11. (DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Em 01. Resposta: D.


15 de junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu J=500+1484-1900=84
imposto de renda. Como estava tranquilo financeiramente, C=1900-500=1400
resolveu realizar uma aplicação financeira para retirada em J=Cin
15/12/20xx, período que vai realizar as compras de natal. A 84=1400.i.2
uma taxa de juros de 3% a.m., qual é o montante do capital, I=0,03=3%
sabendo-se que a capitalização é mensal:
02. Resposta: B.
(A) R$ 2.985,13
J=Cin
(B) R$ 2.898,19 J=23500⋅0,04⋅3
(C) R$ 3.074,68 J= 2820
(D) R$ 2.537,36
(E) R$ 2.575,00 03. Resposta: D.
J=Cin
12. (TRE/PR – Analista Judiciário- FCC/2017) A Cia. J=10000⋅0,01⋅6=600
Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo M=C+J
de R$ 150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo M=10000+600=10600

79
MATEMÁTICA

04. Resposta: A. 13. Resposta: C.


2 trimestres=6meses M=C(1+i)t
J=Cin M=20000(1+0,1)4
J=3000⋅0,02⋅6 M=20000⋅1,4641=29282
J=360
14. Resposta: E.
05. Resposta: E. J=Cin
4meses=1/3ano J=10000⋅0,015⋅12=18000
M=C(1+in)
2018,80=C(1+0,09⋅1/3) Não, ninguém viu errado.
2018,80=C+0,03C Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a
1,03C=2018,80 tática é fazer o juro simples, e como sabemos que o com-
C=1960 posto vai dar maior que esse valor, só nos resta a alterna-
tiva E. Você pode se perguntar, e se houver duas alternati-
06. Resposta: E. vas com números maiores? Olha pessoal, não creio que a
M=C(1+in) banca fará isso, e sim que eles fizeram mais para usar isso
9200=5000(1+12i) mesmo.
9200=5000+60000i
4200=60000i 15. Resposta: E.
I=0,07=7% M=C(1+i)t
180000=120000(1+i)
07. Resposta: C. 180000=120000+120000i
M=C(1+in) 60000=120000i
Cn=Co(1+0,03n) i=0,5=50%
2Co=Co(1+0,03n)
2=1+0,03n
1=0,03n
N=33,33 TAXAS DE JUROS, DESCONTO,
Ou seja, maior que 34 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS, ANUIDADES E
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
08. Resposta: C.
M=C(1+in)
C=500+500x0,02=500+10=510
M=510(1+0,004x18) Podemos definir a taxa nominal como aquela em que
M=510(1+0,072)=546,72 a unidade de referência do seu tempo não coincide com a
unidade de tempo dos períodos de capitalização. É usada
09. Resposta: A. no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se encontrar
M=C(1+in) a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de 12% ao ano,
1500=C(1+0,25x1) capitalizada mensalmente, resultará em uma taxa mensal
1500=C(1,25) de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa é capitalizada
C=1500/1,25 pelo regime de juros compostos, teremos uma taxa efetiva
C=1200 de 12,68% ao ano.

10. Resposta: E. Taxa Nominal


M=C(1+in) A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan-
M=750(1+0,12) ceira pode ser calculada pela expressão:
M=750x1,12=840 Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés-
timo
11. Resposta: A.
D junho a dezembro: 6 meses Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,
M=C(1+i)t deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário
M=2500(1+0,03)6 de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
M=2500⋅1,194=2985 Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
12. Resposta: A.
90 dias=3 meses Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con-
M=C(1+i)t fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa
M=150000(1+0,03)3 nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judi-
M=150000⋅1,092727=163909,05 cial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de
Desprezando os centavos: 163909 empréstimos, financiamentos, consórcios  e etc.

80
MATEMÁTICA

Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maio- NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
ria das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante
não são apresentados de uma maneira clara. utilizando a taxa anual, neste caso  teremos que transfor-
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou
não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
(é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo de for- M = c (1 + i)n
mação e incorporação de juros ao capital inicial) será dada M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x  1,185297
através de outra  taxa,  numa unidade de tempo diferente, M = 1.185,29
taxa efetiva.  
Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; Conclusões:
isto é, a taxa efetiva? - A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no
Vamos acompanhar através do exemplo cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem
sempre ao ano!
Taxa Efetiva - A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode
reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa
mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é equivalente mensal (0,949 % a.m.).
taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal: - Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em
Respostas e soluções: se tratando de concursos públicos, a grande maioria das
1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa propor-
capitalizado com a taxa anual. cional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza-se a
2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de convenção de taxa equivalente.
duas convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equi-
valente mensal. Taxa Equivalente
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao
12): 12%/12 = 1% a.m. mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas com
R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual apli- muita atenção, em alguns financiamentos de longo prazo,
cada nesse mesmo capital). somos apenas informados da taxa mensal de juros e não
  tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro do pe-
Cálculo da taxa equivalente mensal: ríodo estabelecido, trimestre, semestre entre outros. Uma
expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos
fornece a equivalência de duas taxas é: 
1 + ia = (1 + ip)n, onde: 
ia = taxa anual 
onde: ip = taxa período
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero n: número de períodos 
it : taxa para o prazo que eu tenho
q : prazo que eu quero Observe alguns cálculos: 
t : prazo que eu tenho
Exemplo 1
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês?
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02 
  1 + ia = (1 + 0,02)12 
1 + ia = 1,0212
iq = 0,009489 a.m  ou  iq = 0,949 % a.m. 1 + ia = 1,2682 
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe- ia = 1,2682 – 1 
tiva mensal ia = 0,2682 
ia = 26,82% 
a) pela convenção da taxa proporcional: A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de
M = c (1 + i)n 26,82%. 
M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x  1,196147
M = 1.196,15 As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa
  anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x
b) pela convenção da taxa equivalente: 12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não
procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e
M = c (1 + i)n corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre porque
M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x  1,185296 temos que levar em conta o andamento dos juros compos-
M = 1.185,29 tos ( juros sobre juros). 

81
MATEMÁTICA

Taxa Real
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem ser
inclusive, negativas.
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado capital
P é aplicado por um período de tempo unitário, a certa taxa nominal in
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).
Consideremos agora que durante o mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital
corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então
escrever: S1 = S2 (1 + r)
Substituindo S1 e S2 , vem:
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Daí então, vem que:
(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
in = taxa de juros nominal
j = taxa de inflação no período
r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coincidentes.
Exemplo
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com
$150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal e real deste
empréstimo.
Teremos que a taxa nominal será igual a:
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 = 25%
Portanto in = 25%
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros:
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa.

Exemplo
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período foi de 20%,
qual a taxa real do empréstimo?
Resposta: 25%

Taxas Proporcionais
Para se compreender mais claramente o significado destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envolve dois
prazos:
- o prazo a que se refere à taxa de juros; e
- o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF NETO, 2001).

Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro simples são ditas proporcionais quando seus valores e seus respecti-
vos períodos de tempo, reduzidos a uma mesma unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). Exemplos

Prestação = amortização + juros

Há diferentes formas de amortização, conforme descritas a seguir.

Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos o mes-
mo exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil, prazo de três meses e juros de 3% ao mês.

82
MATEMÁTICA

Pagamento único
É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em um único pagamento, ao final do período. Utilizamos a mesma
fórmula do montante:

Nos juros simples:

M = C (1 + i×n)
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - - -
100.000,00

1 - -
3.000,00 103.000,00

2 - -
3.000,00 106.000,00

3 109.000,00 -
3.000,00 100.000,00
Nos juros compostos:

Amortiza- Saldo deve-


n Juros Prestação
ção dor
0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.090,00
3.090,00

3 -
3.182,70 100.000,00 109.272,70

Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo

83
MATEMÁTICA

i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - -
- 100.000,00

1 32.353,04
3.000,00 35.353,04 67.646,96

2 33.323,63
2.029,41 35.353,04 34.323,33

3 34.323,33 -
1.029,71 35.353,04

Sistema de Amortização Misto (SAM)


É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

Amortiza-
n Juros Prestação Saldo devedor
ção
0 - - - 100.000,00

1 3.000,00 67.156,81
32.843,19 35.843,19

2 2.014,70 33.828,32
33.328,49 35.343,19

3 1.014,87 -
33.828,32 34.843,19

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros

84
MATEMÁTICA

n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

Amorti- Presta- Saldo


n Juros
zação ção devedor

0 -
3.000,00 3.000,00 100.000,00

1
2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66

2
1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63

3 -
34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000

85
MATEMÁTICA

9 10400 400 10000 30000


10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

86
MATEMÁTICA

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 4% ao mês.
Referências

Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_


matematica_finaceiraNos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -

87
MATEMÁTICA

Nos juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.090,00 - - 106.090,00
3 3.182,70 100.000,00 109.272,70 -

Sistema Price (Sistema Francês)


Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
2 2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
3 1.029,71 34.323,33 35.353,04 -

Sistema de Amortização Misto (SAM)


É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.843,19 35.843,19 67.156,81
2 2.014,70 33.328,49 35.343,19 33.828,32
3 1.014,87 33.828,32 34.843,19 -

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

88
MATEMÁTICA

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
1 2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2 1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)
OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:
Saldo
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000

89
MATEMÁTICA

11 10200 200 10000 10000


12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Questões

01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Para comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em 3 con-
cessionárias e obteve as seguintes propostas de financiamento:

Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada.


Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 prestações R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respectiva-
mente.

Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao mês, para a aquisição do automóvel
(A) a melhor proposta é a 1, apenas.
(B) a melhor proposta é a 2, apenas.
(C) a melhor proposta é a 3, apenas.
(D) as melhores propostas são 2 e 3, por serem equivalentes.
(E) as melhores propostas são 1 e 2, por serem equivalentes.

02. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um empréstimo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas mensais de
R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela um mês após a data da obtenção. A taxa de juros negociada com a instituição
financeira foi 2% ao mês no regime de capitalização composta. Se, após o pagamento da oitava parcela, o devedor decidir
liquidar o saldo devedor do empréstimo nesta mesma data, o valor que deverá ser pago, desprezando-se os centavos, é,
em reais,
(A) 3.846,00.
(B) 3.883,00.
(C) 3.840,00.
(D) 3.880,00.

(E) 3.845,00.

03. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Perito Criminal – IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa comprou
um vídeo game de última geração em uma loja, parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada uma, sem entrada.
Sabendo-se que a taxa de juros compostos cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os valores estão arredondados
e que: (1,03)12 = 1,4258
(1,03)12 x 0,03 = 0,0428
0,4258/0,0428 = 9,95

90
MATEMÁTICA

O valor do vídeo game era de: 07. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
(A) R$ 1.393 FCC/2017) Um empréstimo foi contratado com uma taxa
(B) R$ 1.820 nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitalização
(C) R$ 1.680 mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a
(D) R$ 1.178 (A) 6,2302%.
(E) R$ 1.423 (B) 6,3014%.
(C) 6,1385%.
(D) 6,2463%.
04. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um in- (E) 6,1208%.
vestidor aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remuneram à
taxa de juros compostos de 10% ao ano e o prazo para res-
gate da aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que a inflação 08. (TRE/BA – Técnico Judiciário – CESPE/2017) Um
no prazo total da aplicação foi 15%, a taxa real de remune- banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues no
ração obtida pelo investidor no prazo total da aplicação foi ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro
(A) 5,00%. prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-
(B) 6,00%. ção constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada
(C) 5,22%. para o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-
(D) 5,00% (negativo). ção será paga um ano após a tomada do empréstimo.
(E) 4,55%. Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser
paga pela empresa será
(A) superior a R$ 33.000.
05. (TST - Analista Judiciário - FCC/2017) Uma em- (B) inferior a R$ 30.000.
presa obteve um empréstimo no valor de R$ 100.000,00 (C) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000.
para ser liquidado em uma única parcela no final do prazo (D) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000.
de 2 meses. A taxa de juros compostos negociada foi 3% ao (E) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000.
mês e a empresa deve pagar, adicionalmente, na data da
obtenção do empréstimo, uma taxa de cadastro no valor
de R$ 1.000,00. Na data do vencimento do empréstimo a 09. (EMBASA – Contador – IBFC/2017) Um clien-
empresa deve pagar, junto com o valor que pagará à ins- te fez um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco
tituição financeira, um imposto no valor de R$ 530,00. O ABC em 31/12/2013 para reaplicar em um investimento
custo efetivo total para a empresa no prazo do emprésti- em sua empresa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era
mo, foi de 10% ao ano. Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de
(A) 7,70%. caixa da empresa foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em
(B) 6,09%. 31/12/2015, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.210,00
(C) 7,62%. e em 31/12/2016, após três anos, o fluxo de caixa da em-
(D) 6,00%. presa foi de R$ 1.331,00.
(E) 7,16%. O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa,
trazidos a valor presente em 31/12/2013, era de:
(A) R$ 1.100,00
06. (TRE/PR - Analista Judiciário - FCC/2017) A Cia. (B) R$ 1.000,00
Ted está avaliando a alternativa de compra de um novo (C) R$ 2.210,00
equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se que a (D) R$ 2.331,00
vida útil do equipamento seja de 3 anos, que o valor residual
de revenda no final do terceiro ano seja R$ 70.000,00 e que
os fluxos líquidos de caixa gerados por este equipamento 10.(DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Um
ao final de cada ano sejam R$ 120.000,00, R$180.000,00 e comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente ofer-
R$ 200.000,00, respectivamente. Sabendo que a taxa míni- ta de compra de material para sua empresa no valor de
ma de atratividade é de 10% a.a., a alternativa R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos,
(A) apresenta valor presente líquido positivo. precisou tomar um empréstimo junto ao seu banco, em
(B) apresenta valor presente líquido negativo. parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Deter-
(C) apresenta taxa interna de retorno maior que 10% mine o valor da última prestação do empréstimo, lembran-
a.a. do que o Sistema de financiamento usado é o SAC.
(D) é economicamente viável à taxa mínima de atrati- (A) R$ 533,33
vidade de 10% a.a.. (B) R$ 733,33
(E) é economicamente viável à taxa mínima de atrativi- (C) R$ 653,33
(D) R$ 560,00
dade de 12% a.a..
(E) R$ 546,67

91
MATEMÁTICA

Respostas 06. Resposta: B.


VPL = valor presente das entradas – valor presente das
01. Resposta: B. saídas
Concessionária 1

Concessionária 2 07. Resposta: E.


Temos que transformar os 6% ao trimestre em capita-
lização mensal
6/3=2%a.m
1,02³=1,061208=6,1208%
Concessionária 3

08. Resposta: E.
SD=100000
A=100000/4=25000
02. Resposta: B. J=(100000-25000)⋅0,1
J=7500
P=A+J
P=25000+7500=32500

03. Resposta: A.
Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presente, 09. Resposta: B.
usaremos o sistema de amortização PRICE, por ser parcelas
fixas:

10. Resposta: E.
8000/15 = 533,33
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66

04. Resposta: C.
Sendo i a taxa de juros nominal
R a taxa de juros real
J a taxa de juros de inflação
1+i=(1+r)(1+j)
(1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15)
1,1²=(1+r) ⋅1,15
1,21=1,15+1,15r
0,06=1,15r
R=0,05217≅0,0522=5,22%

05. Resposta: A.
M=C(1+i)t
M=100000(1+0,03)²=106090
Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu en-
tão 99000
A empresa teve eu pagar 106090+530=106620
106620=99000(1+i)
106620=99000+99000i
7620=99000i
I=0,0769=7,69%

92
MATEMÁTICA

I. Princípio da não Contradição: uma proposição não


1. LÓGICA: PROPOSIÇÕES, VALOR-VERDADE
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
NEGAÇÃO, CONJUNÇÃO, DISJUNÇÃO, II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
IMPLICAÇÃO, EQUIVALÊNCIA, PROPOSIÇÕES “ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se
COMPOSTAS. sempre um desses casos e nunca um terceiro caso.
2. EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS.
3. PROBLEMAS DE RACIOCÍNIO: DEDUZIR Valor Lógico das Proposições
INFORMAÇÕES DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a
ENTRE OBJETOS, LUGARES, PESSOAS E/OU verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se
EVENTOS FICTÍCIOS DADOS. a proposição é falsa (F).

Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)= V essa é a simbologia para indicar que o valor
Proposição lógico de p é verdadeira, ou
Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos V(p)= F
que exprimem um pensamento de sentido completo.
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal-
Nossa professora, bela definição! so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor
Não entendi nada! lógico falso.

Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que Classificação
fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas
também no sentido lógico. Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser
posição como parte integrante de si mesma. São geral-
proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verda-
mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
deira ou falsa.
E depois da letra colocamos “:”
Exemplos:
(A) A Terra é azul. Exemplo:
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é p: Marcelo é engenheiro
uma proposição. q: Ricardo é estudante
(B) >2
Proposição composta: combinação de duas ou mais
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúscu-
falso. las P, Q, R, S,...

Todas elas exprimem um fato. Exemplo:


P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
Agora, vamos pensar em uma outra frase: Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
O dobro de 1 é 2?
Sim, correto? Se quisermos indicar quais proposições simples fazem
Correto. Mas é uma proposição? parte da proposição composta:
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos
declarar se é falso ou verdadeiro. P(p,q)

Bruno, vá estudar. Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição


É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não composta quando tiver mais de um verbo e proposição
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para
é proposição. ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.
Passei! Conectivos
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos Agora vamos entrar no assunto mais interessante: o
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque
que liga as proposições.
é uma sentença exclamativa.
Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
Vamos ver alguns princípios da lógica:
nectivos vem a parte prática.

93
MATEMÁTICA

Definição - Disjunção Exclusiva


Palavras que se usam para formar novas proposições,
a partir de outras. Extensa: Ou...ou...
Símbolo: ∨
Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
coisa? p: Vitor gosta de estudar.
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conetivo q: Vitor gosta de trabalhar
terá um nome, vamos ver?
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra-
-Negação
balhar.

-Condicional
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição ne-
Exemplo cessária
p: Lívia é estudante. Símbolo: →
~p: Lívia não é estudante.
Exemplos
q: Pedro é loiro. p→q: Se chove, então faz frio.
¬q: É falso que Pedro é loiro. p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
r: Érica lê muitos livros. p→q: É necessário que faça frio para que chova.
~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros. p→q: Fazer frio é condição necessária para chover.

s: Cecilia é dentista. -Bicondicional


¬s: É mentira que Cecilia é dentista. Extenso: se, e somente se, ...
Símbolo:↔
-Conjunção
p: Lucas vai ao cinema
q: Danilo vai ao cinema.

p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai


ao cinema.
Nossa, são muitas formas de se escrever com a con-
junção. Referências
Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais: “e”, ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
“mas”, “porém” tica – São Paulo: Nobel – 2002.

Exemplos
p: Vinícius é professor.
q: Camila é médica. Questões
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica.
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica. 01. (IFBAIANO – Assistente em Administração –
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. FCM/2017) Considere que os valores lógicos de p e q são
V e F, respectivamente, e avalie as proposições abaixo.
- Disjunção I- p → ~(p ∨ ~q) é verdadeiro
II- ~p → ~p ∧ q é verdadeiro
III- p → q é falso
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q é falso
p: Vitor gosta de estudar.
q: Vitor gosta de trabalhar Está correto apenas o que se afirma em:

p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de traba- (A) I e III.


lhar. (B) I, II e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) III e IV.

94
MATEMÁTICA

02. (TERRACAP – Técnico Administrativo – QUA- 05. (EBSERH – Médico – IBFC/2017) Sabe-se que p,
DRIX/2017) Sabendo-se que uma proposição da forma q e r são proposições compostas e o valor lógico das pro-
“P→Q” — que se lê “Se P, então Q”, em que P e Q são pro- posições p e q são falsos. Nessas condições, o valor lógico
posições lógicas — é Falsa quando P é Verdadeira e Q é Fal- da proposição r na proposição composta {[q v (q ^ ~p)] v r}
sa, e é Verdadeira nos demais casos, assinale a alternativa cujo valor lógico é verdade, é:
que apresenta a única proposição Falsa.
(A) falso
(A) Se 4 é um número par, então 42 + 1 é um número (B) inconclusivo
primo. (C) verdade e falso
(B) Se 2 é ímpar, então 22 é par. (D) depende do valor lógico de p
(C) Se 7 × 7 é primo, então 7 é primo. (E) verdade
(D) Se 3 é um divisor de 8, então 8 é um divisor de 15.
(E) Se 25 é um quadrado perfeito, então 5 > 7. 06. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS-
CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é clas-
03. (IFBAIANO – Assistente Social – FCM/2017) sificada como uma proposição simples?
Segundo reportagem divulgada pela Globo, no dia
17/05/2017, menos de 40% dos brasileiros dizem praticar (A) Será que vou ser aprovado no concurso?
esporte ou atividade física, segundo dados da Pesquisa Na- (B) Ele é goleiro do Bangu.
cional por Amostra de Domicílios (Pnad)/2015. Além disso, (C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista.
concluiu-se que o número de praticantes de esporte ou de (D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos.
atividade física cresce quanto maior é a escolaridade.
(Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/me-
07.(EBSERH – Assistente Administrativo –
nos-de-40-dos-brasileiros-dizem-praticar-esporte-ou-ati-
IBFC/2017) Assinale a alternativa incorreta com relação
vidade-fisica-futebol-e-caminhada-lideram-praticas.ghtml.
aos conectivos lógicos:
Acesso em: 23 abr. 2017).
Com base nessa informação, considere as proposições
p e q abaixo: (A) Se os valores lógicos de duas proposições forem
falsos, então a conjunção entre elas têm valor lógico falso.
p: Menos de 40% dos brasileiros dizem praticar esporte (B) Se os valores lógicos de duas proposições forem
ou atividade física falsos, então a disjunção entre elas têm valor lógico falso.
q: O número de praticantes de esporte ou de atividade (C) Se os valores lógicos de duas proposições forem
física cresce quanto maior é a escolaridade falsos, então o condicional entre elas têm valor lógico ver-
dadeiro.
Considerando as proposições p e q como verdadeiras, (D) Se os valores lógicos de duas proposições forem
avalie as afirmações feitas a partir delas. falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
falso.
I- p ∧ q é verdadeiro (E) Se os valores lógicos de duas proposições forem
II- ~p ∨ ~q é falso falsos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico
III- p ∨ q é falso verdadeiro.
IV- ~p ∧ q é verdadeiro
08. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de
Está correto apenas o que se afirma em: direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou
sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu-
(A) I e II. mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e
(B) II e III. as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu
(C) III e IV. vocabulário particular constava, por exemplo:
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV. P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
04. (UFSBA - Administrador – UFMT /2017) Assinale R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
a alternativa que NÃO apresenta uma proposição.
são no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
(A) Jorge Amado nasceu em Itabuna-BA.
(B) Antônio é produtor de cacau.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não re-
(C) Jorge Amado não foi um grande escritor baiano.
(D) Queimem os seus livros. cordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
o item que se segue.

95
MATEMÁTICA

A proposição “Caso tenha cometido os crimes A e B, 02. Resposta:.E.


não será necessariamente encarcerado nem poderá pagar Vamos fazer por alternativa:
fiança” pode ser corretamente simbolizada na forma (P∧- (A) V→V
Q)→((~R)∨(~S)). V
( )Certo ( )Errado
(B) F→V
09. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Administrador - V
PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere-se a seguinte
proposição: “Se chove, então Mariana não vai ao deserto”. (C)V→V
Com base nela é logicamente correto afirmar que: V
(A) Chover é condição necessária e suficiente para Ma-
riana ir ao deserto. (D) F→F
V
(B) Mariana não ir ao deserto é condição suficiente
para chover.
(E) V→F
(C) Mariana ir ao deserto é condição suficiente para
F
chover.
(D) Não chover é condição necessária para Mariana ir
03. Resposta: A.
ao deserto.
p∧q é verdadeiro
~p∨~q
10. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
nistração – PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere- F∨F
-se a seguinte proposição: F
p∨q
P: João é alto ou José está doente. V∨V
V
O conectivo utilizado na proposição composta P cha-
ma-se: ~p∧q
(A) disjunção F∧V
(B) conjunção F
(C) condicional
(D) bicondicional 04. Resposta: D.
As frases que você não consegue colocar valor lógico
(V ou F) não são proposições.
RESPOSTAS Sentenças abertas, frases interrogativas, exclamativas,
imperativas
01. Resposta: D.
I- p → ~(p ∨ ~q) 05. Resposta: E.
(V) →~(V∨V) Sabemos que p e q são falsas.
V→F q∧~p =F
F q∨( q∧~p)
F∨F
II- ~p → ~p ∧ q F
F→F∧V Como a proposição é verdadeira, R deve ser verdadeira
F→F para a disjunção ser verdadeira.
V
06. Resposta: D.
III- p → q A única que conseguimos colocar um valor lógico.
V→F A C é uma proposição composta.
F
07. Resposta: D.
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q Observe que as alternativas D e E são contraditórias,
~(F∨F) →V∧V portanto uma delas é falsa.
V→V Se as duas proposições têm o mesmo valor lógico, a
→V bicondicional é verdadeira.

96
MATEMÁTICA

08. Resposta: Errado. -Negação


“...encarcerado nem poderá pagar fiança”. p ~p
“Nem” é uma conjunção(∧) V F
F V
09. Resposta: D.
Não pode chover para Mariana ir ao deserto. Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico
oposto, faz sentido, não?
10. Resposta: A. - Conjunção
O conectivo ou chama-se disjunção e também é repre-
sentado simbolicamente por ∨ Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se eu
tiver as duas coisas, certo?
Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só
Tabela-verdade
chocolate.
Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor
E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
lógico de proposições compostas facilmente, analisando
cada coluna.
p q p ∧q
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V ou V V V
V(p)=F V F F
F V F
p F F F
V
F -Disjunção

Quando temos duas proposições, não basta colocar só Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co-
nectivo “ou”.
VF, será mais que duas linhas.
Eu comprei bala ou chocolate.
p q Eu comprei bala e também comprei o chocolate, está
V V certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
V F Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
F V forma se eu comprei apenas chocolate.
F F Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
certo.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF
E a segunda intercalou VFVF.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi- p q p ∨q
bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um V V V
padrão para se tornar mais fácil! V F V
As possibilidades serão 2n,
F V V
Onde:
n=número de proposições F F F
p q r -Disjunção Exclusiva
V V V
V F V Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
chocolate OU comprei bala.
V V F
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo
V F F tempo.
F V V
F F V p q p∨q
V V F
F V F
V F V
F F F F V V
F F F
A primeira proposição, será metade verdadeira e me-
tade falsa.
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF.
E a terceira VVFFVVFF.
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
operadores lógicos?

97
MATEMÁTICA

-Condicional A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da


não contradição. Está lembrado?
Se chove, então faz frio.
Princípio da não Contradição: uma proposição não
Se choveu, e fez frio pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
Estamos dentro da possibilidade.(V)
P ~p p∧~p ~(p∧p)
Choveu e não fez frio V F F V
Não está dentro do que disse. (F) F V F V
Não choveu e fez frio.. A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do
Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover, Terceiro excluído.
certo?(V)
Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é
Não choveu, e não fez frio verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses
Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V) casos e nunca um terceiro caso.
p q p →q
V V V P ~p p∨~p
V F F V F V
F V V F V V
F F V
Esses são os exemplos mais simples, mas normalmente
-Bicondicional conseguiremos resolver as questões com base na tabela
verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos opera-
Ficarei em casa, se e somente se, chover. dores, têm que estar na “ponta da língua”, quase como a
tabuada da matemática.
Estou em casa e está chovendo.
A ideia era exatamente essa. (V) Veremos outros exemplos

Estou em casa, mas não está chovendo. Exemplo 1


Você não fez certo, era só pra ficar em casa se choves- Vamos pensar nas proposições
se. (F) P: João é estudante
Q: Mateus é professor
Eu sai e está chovendo. Se João é estudante, então João é estudante ou Mateus
Aiaiai não era pra sair se está chovendo. (F) é professor.
Não estou em casa e não está chovendo. Em simbologia: p→p∨q
Sem chuva, você pode sair, ta? (V)
P Q pVq p→p∨q
p q p ↔q V V V V
V V V V F V V
V F F F V V V
F V F F F F V
F F V
A coluna inteira da proposição composta deu verda-
Tentei deixar de uma forma mais simples, para enten- deiro, então é uma tautologia.
der a tabela verdade de cada conectivo, pois sei que será
difícil para decorar, mas se você lembrar das frases, talvez Exemplo 2
fique mais fácil. Bons estudos! Vamos às questões!
Com as mesmas proposições anteriores:
Tautologia João é estudante ou não é verdade que João é estu-
dante e Mateus é professor.
Definição: Chama-se tautologia, toda proposição com- p∨~(p∧q)
posta que terá a coluna inteira de valor lógico V.
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)
a coluna da proposição composta for verdadeira é tauto- V V V F V
logia. V F F V V
Vamos ver alguns exemplos. F V F V V
F F F V V

98
MATEMÁTICA

Novamente, coluna deu inteira com valor lógico verda-


deiro, é tautologia.

Exemplo 3
Se João é estudante ou não é estudante, então Mateus
é professor.

P Q ~p p∨~p p∨~p→q
V V F V V
V F F V F
F V V V V
F F V V V

Deu uma falsa e agora?


Não é tautologia.
Completando a tabela, se necessário, assinale a opção
que mostra, na ordem em que aparecem, os valores lógi-
cos na coluna correspondente à proposição S, de cima para
Referências baixo.
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá- (A) V / V / F / F / F / F / F / F
tica – São Paulo: Nobel – 2002. (B) V / V / F / V / V / F / F / V
(C) V / V / F / V / F / F / F / V
(D) V / V / V / V / V / V / V / V
Questões (E) V / V / V / F / V / V / V / F

01. (TRT 7ªREGIÃO – Conhecimentos Básicos – CES- 03. (UTFPR – pedagogo – UTFPR/2017) A operação
PE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P lógica descrita pela tabela verdade da função Z, cujos ope-
A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- randos são p e q, é:
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga-
mento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-
-verdade para representar todas as combinações possíveis
para os valores lógicos das proposições simples que com-
põem a proposição P do texto CB1A5AAA é igual a:

(A) 32.
(A) Conjunção.
(B) 4.
(B) Disjunção.
(C) 8.
(C) Disjunção exclusiva.
(D) 16. (D) Implicação.
(E) Bicondicional.
02. (SERES/PE – Agente de Segurança Penitenciária 04. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017)
– CESPE/2017) A partir das proposições simples P: “Sandra Considere a tabela-verdade abaixo, em que nas duas pri-
foi passear no centro comercial Bom Preço”, Q: “As lojas meiras colunas encontram-se os valores-verdade de duas
do centro comercial Bom Preço estavam realizando liquida- proposições A e B. Considere que V é usado para proposi-
ção” e R: “Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço” ção verdadeira e F para proposição falsa.
é possível formar a proposição composta S: “Se Sandra foi
passear no centro comercial Bom Preço e se as lojas desse
centro estavam realizando liquidação, então Sandra com-
prou roupas nas lojas do Bom Preço ou Sandra foi passear
no centro comercial Bom Preço”. Considerando todas as
possibilidades de as proposições P, Q e R serem verdadei-
ras (V) ou falsas (F), é possível construir a tabela-verdade da
proposição S, que está iniciada na tabela mostrada a seguir.

99
MATEMÁTICA

Assinale a sequência que completa correta e respecti- 08. A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre ver-
vamente a tabela com os valores-verdade de x, y, z, t. dadeira, independentemente das valorações de P e Q como
verdadeiras ou falsas.
(A) V, F, V, V ( )certo ( )errado
(B) V, F, F, F
(C) F, V, V, F
(D) F, V, F, V 09. Tendo como referência essa situação hipotética,
julgue o item que se segue.
05. (AGREBRA – Técnico em Regulação – IBFC/2017)
A sentença P→S é verdadeira.
Assinale a alternativa correta. O valor lógico do bicondicio-
nal entre duas proposições é falso se:
( )certo ( )errado
(A) os valores lógicos das duas proposições forem fal-
sos .
(B) o valor lógico de cada uma das proposições for ver- 10. Tendo como referência essa situação hipotética,
dade. julgue o item que se segue.
(C) o valor lógico da primeira proposição for falso.
(D) o valor lógico da segunda proposição for falso. A sentença Q→R é falsa.
(E) somente uma das proposições tiver valor lógico fal- ( )certo ( )errado
so.

06. (PREF. DE SÃO JOSÉ DO CERRITO/SC – Assitente 11. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere as
Social – IESES/2017) Assinale a alternativa INCORRETA so- seguintes proposições:
bre lógica proposicional:
I) p ∧ ~p
(A) A disjunção inclusiva é falsa apenas quando ambas II) p → ~p
as proposições são falsas. III) p ∨ ~p
(B) A negação de uma proposição é falsa se ela for ver-
IV) p →~q
dadeira, e vice-versa.
(C) A conjunção é verdadeira apenas quando ambas as
proposições são verdadeiras. Assinale a alternativa correta.
(D) A implicação ou condicional é falsa quando ambas
as proposições são falsas. (A) Somente I e II são tautologias.
(B) Somente II é tautologia.
07. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS- (C) Somente III é tautologia.
CONCURSOS/2017) A tabela-verdade da proposição (p (D) Somente III e a IV são tautologias.
->q) ^r <->(p^~r) possui: (E) Somente a IV é tautologia.

(A) 4 linhas
(B) 8 linhas 12 (FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE BRASILIA/DF – Ad-
(C) 16 linhas ministração – IADES/2017) Assinale a alternativa que apre-
(D) 32 linhas senta uma tautologia.

(DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de di- (A) p∨(q∨~p)


reito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou (B) (q→p) →(p→q)
sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu- (C) p→(p→q∧~q)
mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e (D) p∨~q→(p→~q)
as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu (E) p∨q→p∧q
vocabulário particular constava, por exemplo:

P: Cometeu o crime A.
Respostas
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu-
são no regime fechado. 01. Resposta: C.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança. P: A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não denciárias.
recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafian- Q: apresentou os comprovantes de pagamento.
çável. R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
ex-empregado.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue Número de linhas: 2³=8.
os itens que se seguem.

100
MATEMÁTICA

02. Resposta: D. -Bicondicional


A proposição S é composta por: (p∧q)→(r∨p) p q p ↔q
V V V
P Q R p∧q r∨p S(p∧q)→(r∨p) V F F
V V V V V V F V F
F F V
V V F V V V
V F V F V V 09. Resposta: Errado
Apesar da tendência de falar que é verdadeira, pois fala
V F F F V V que o crime B é inafiançável, logo A é pode optar por pagar
F V V F V V a fiança, não é correto, pois não sabemos sobre o crime A,
F V F F F V se ele é inafiançável ou não.
F F V F V V
10. Resposta: Errado.
F F F F F V Se temos V(Q)=V
Para a proposição Q→R ser falsa, R deve ser falso.
03. Resposta: A. Mas, se o crime B é inafiançável, então R é verdadeiro,
É uma conjunção, pois só é verdadeira quando as duas tornando Q→R verdadeira, por isso está errado.
proposições são verdadeiras.
11. Resposta: C.
04. Resposta:A. P ou a própria negação é tautologia.
A B ¬A ¬A ou B
V V F V 12. Resposta: A.
V F F F Antes de entrar em desespero que tenha que fazer to-
F V V V das as tabela verdade, vamos analisar:
F F V V Provavelmente terá uma alternativa que tenha uma
proposição com conectivo de disjunção e a negação:
05. Resposta: E. p∨~p
p q p ↔q Logo na alternativa A, percebemos que temos algo pa-
V V V recido.
V F F Para confirmar, podemos fazer a tabela verdade:
F V F P Q ~p q∨~p p∨(q∨~p)
F F V V V F V V
V F F F V
06. Resposta: D. F V V V V
A condicional é falsa, apenas quando a primeira for F F V V V
verdadeira e a segunda falsa.

07. Resposta: B.
São três proposições: 2³=8

08. Resposta: Certo.


Analisando as duas tabelas, qualquer valor lógico que
colocarmos dará verdadeiro.
Exemplo: EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
V(P)=V
V(Q)=V Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente
V(~P)=F equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se as
V(~Q)=F tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊNTICAS.
V(P→Q)=V Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguinte
V(~Q→~P)=V notação:
V((P→Q)↔((~Q→(~P))==V P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..)

-Condicional Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha,


p q p →q mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas.
V V V
V F F Regra da Dupla negação
F V V ~~p⇔p
F F V

101
MATEMÁTICA

p ~p ~~p p q p∧q q∧p


V F V V V V V
F V F V F F F
F V F F
São iguais, então ~~p⇔p F F F F
Regra de Clavius
b) p ∨ q ⇔ q ∨ p
~p→p⇔p
p q p∨q q∨ p
p ~p ~p→p V V V V
V F V V F V V
F V F F V V V
Regra de Absorção F F F F
c) p ∨ q ⇔ q p
p→p∧q⇔p→q
p q p∨q q∨p
V V F F
p q p∧q p→p∧q p→q
V F V V
V V V V V
F V V V
V F F F F
F F F F
F V F V V
F F F V V d) p ↔ q ⇔ q ↔ p
Condicional p q p↔q q↔p
V V V V
Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são V F F F
as mais pedidas nos concursos F V F F
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas- F F V V
-verdades idênticas
Equivalências notáveis:
p ~p q p∧q p→q ~p∨q
1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)
V F V V V V
a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
V F F F F F
F V V F V V
F V F F V V q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p
p q r
∨r ∨ r) q ∧r ∧ r)
Exemplo V V V V V V V V
p: Coelho gosta de cenoura V V F V V V F V
q: Coelho é herbívoro. V F V V V F V V
V F F F F F F F
p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é her- F V V V F F F F
bívoro. F V F V F F F F
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é her- F F V V F F F F
bívoro F F F F F F F F

A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção p∨~q b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)

p q ~p ~q ~p→~q p∨~q q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧ (p
V V F F V V p q r
∧r ∧ r) q ∨r ∨ r)
V F F V V V V V V V V V V V
F V V F F F V V F F V V V V
F F V V V V V F V F V V V V
V F F F V V V V
Equivalência fundamentais (Propriedades Funda- F V V V V V V V
mentais): a equivalência lógica entre as proposições goza F V F F F V F F
das propriedades simétrica, reflexiva e transitiva. F F V F F F V F
F F F F F F F F
1 – Simetria (equivalência por simetria)
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p 2 - Associação (equivalência pela associativa)
a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)

102
MATEMÁTICA

V V F V F V
q p ∧ (q p (p ∧ q) ∧ (p V F F V V V
p q r p∧q
∧r ∧ r) ∧r ∧ r) F V V V F V
V V V V V V V V F F V F V F
V V F F F V F F
V F V F F F V F 3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)
V F F F F F F F p q ~q p → ~q ~p q → ~p
F V V V F F F F V V F F F F
F V F F F F F F V F V V F V
F F V F F F F F F V F V V V
F F F F F F F F F F V V V V
b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r) 5 - Pela bicondicional
a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição
q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∨ (p
p q r p q p ↔ q p → q q → p (p → q) ∧ (q → p)
∨r ∨ r) q ∨r ∨ r)
V V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V V V V F F F V F
V F V V V V V V F V F V F F
V F F F V V V V F F V V V V
F V V V V V V V
b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q)
F V F V V V F V p
F F V V V F V V ~q → ~p → (~q → ~p) ∧
p q ↔ ~q ~p
F F F F F F F F ~p ~q (~p → ~q)
q
V V V F F V V V
3 – Idempotência
V F F V F F V F
a) p ⇔ (p ∧ p)
F V F F V V F F
Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas
F F V V V V V V
colunas com p:
c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)
p p p∧p p p
V V V ~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p
p q ↔ ∧ ~p ~q
F F F ~q ∧ ~q)
q q
V V V V F F F V
b) p ⇔ (p ∨ p) V F F F F V F F
F V F F V F F F
p p p∨p F F V F V V V V
V V V
F F F 6 - Pela exportação-importação
[(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se p q r p ∧ q (p ∧ q) → r q → r p → (q → r)
outra condicional equivalente à primeira, apenas inverten- V V V V V V V
do-se e negando-se as proposições simples que as com- V V F V F F F
põem. V F V F V V V
V F F F V V V
Da mesma forma que vimos na condicional mais acima, F V V F V V V
temos outros modos de definir a equivalência da condicio- F V F F V F V
nal que são de igual importância F F V F V V V
F F F F V V V
1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p)
p q ~p ~q p → q ~q → ~p Proposições Associadas a uma Condicional (se, então)
V V F F V V
V F F V F F Chama-se proposições associadas a p → q as três pro-
F V V F V V posições condicionadas que contêm p e q:
F F V V V V – Proposições recíprocas: p → q: q → p
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p) – Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p
p q ~p ~p → q ~q ~q → p

103
MATEMÁTICA

Observe a tabela verdade dessas quatro proposições: 05. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Considere
como verdadeira a seguinte sentença: “Se todas as flores são
q vermelhas, então o jardim é bonito”.
p→ ~p → ~q → É correto concluir que:
p q ~p ~q →
q ~q ~p
p
V V F F V V V V (A) se todas as flores não são vermelhas, então o jardim
V F F V F V V F não é bonito;
F V V F V F F V (B) se uma flor é amarela, então o jardim não é bonito;
F F V V V V V V (C) se o jardim é bonito, então todas as flores são ver-
melhas;
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua (D) se o jardim não é bonito, então todas as flores não
recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO são vermelhas;
EQUIVALENTES. (E) se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor
não é vermelha.
Questões
01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VU- 06. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017)
NESP/2017) Uma afirmação equivalente para “Se estou fe- Uma proposição equivalente a Se há fumaça, há fogo, é:
liz, então passei no concurso” é:
(A) Se passei no concurso, então estou feliz. (A) Se não há fumaça, não há fogo.
(B) Se não passei no concurso, então não estou feliz. (B) Se há fumaça, não há fogo.
(C) Não passei no concurso e não estou feliz. (C) Se não há fogo, não há fumaça.
(D) Estou feliz e passei no concurso. (D) Se há fogo, há fumaça.
(E) Passei no concurso e não estou feliz.
07. (DPE/RR – Técnico em Informática – INAZ DO
02. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere a
frase: PARÁ/2017) Diz-se que duas preposições são equivalen-
Se Marco treina, então ele vence a competição. tes entre si quando elas possuem o mesmo valor lógico. A
A frase equivalente a ela é: sentença logicamente equivalente a: “ Se Maria é médica,
(A) Se Marco não treina, então vence a competição. então Victor é professor” é:
(B) Se Marco não treina, então não vence a competição.
(C) Marco treina ou não vence a competição. (A) Se Victor não é professor então Maria não é médica
(D) Marco treina se e somente se vence a competição. (B) Se Maria não é médica então Victor não é professor
(E) Marco não treina ou vence a competição. (C) Se Victor é professor, Maria é médica
(D) Se Maria é médica ou Victor é professor
03. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES- (E) Se Maria é médica ou Victor não é professor
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho-
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o 08. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador –
próximo item.
PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma proposição lo-
Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é
equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”. gicamente equivalente a “se eu não posso pagar um táxi,
( ) Certo então vou de ônibus” é a seguinte:
( ) Errado
(A) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
04. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário – FGV/2017) (B) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
Considere a sentença: “Se Pedro é torcedor do Avaí e Marce- (C) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
la não é torcedora do Figueirense, então Joana é torcedora (D) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar
da Chapecoense”. um táxi
Uma sentença logicamente equivalente à sentença dada é:
(A) Se Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- 09. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi-
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha- nistração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma pro-
pecoense. posição logicamente equivalente a “todo ato desonesto é
(B) Se Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torce-
passível de punição” é a seguinte:
dora do Figueirense, então Joana não é torcedora da Cha-
pecoense.
(C) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora (A) todo ato passível de punição é desonesto.
do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense. (B) todo ato não passível de punição é desonesto.
(D) Se Joana não é torcedora da Chapecoense, então (C) se um ato não é passível de punição, então não é
Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torcedora do Fi- desonesto.
gueirense. (D) se um ato não é desonesto, então não é passível
(E) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora de punição.
do Figueirense e Joana é torcedora da Chapecoense.

104
MATEMÁTICA

10. (TJ/PI – Analista Judiciário – FGV/2015) Conside- 08. Resposta: A.


re a sentença: “Se gosto de capivara, então gosto de javali”. Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p
~p∨q
Uma sentença logicamente equivalente à sentença Nesse caso, como temos apenas condicional nas alter-
dada é: nativas.
Nega as duas e troca
(A) Se não gosto de capivara, então não gosto de javali. p: não posso pagar um táxi
(B) Gosto de capivara e gosto de javali. q: vou de ônibus
(C) Não gosto de capivara ou gosto de javali. ~p: Posso pagar um táxi
(D) Gosto de capivara ou não gosto de javali. ~q: Não vou de ônibus
(E) Gosto de capivara e não gosto de javali. Se não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
Respostas 09. Resposta: C.
Vamos pensar da seguinte maneira:
01. Resposta: B. Se todo ato é desonesto, então é passível de punição
p→q⇔~q→~p Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou
p: Estou feliz “~p∨q”
q: passei no concurso Nesse caso, as alternativas nos mostram condicional.
A equivalência ficaria: Se um ato não é passível de punição, então não é de-
Se não passei no concurso, então não estou feliz. sonesto.

02. Resposta: E. 10. Resposta: C.


Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou Lembra da tabela da teoria??
“~p∨q” p q p→q ~p ~p∨q
P: Marcos treina V V V F V
Q: ele vence a competição V F F F F
Marcos não treina ou ele vence a competição F V V V V
F F V V V
03. Resposta: Certo.
Uma dica é que normalmente quando tem vírgula é Então
condicional, não é regra, mas acontece quando você não p: Gosto de capivara
acha o conectivo. q: Gosto de javali
04. Resposta: C. Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p, mas não
Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou temos essa opção.
“~p∨q” Portanto, deve ser ~p∨q
~p: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce-
Não gosto de capivara ou gosto de javali.
dora do Figueirense
~q→~p: Se Joana não é torcedora da Chapecoense,
Referências
então Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
do Figueirense
tica – São Paulo: Nobel – 2002.
~p∨q: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce-
CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de
dora do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense.
Abreu - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro:
05. Resposta: E. Elsevier, 2013.
Equivalência: p→q⇔~q→~p
Para negar Todos:
Pelo menos faz o contrário, ou seja, no nosso caso,
pelo menos uma flor não é vermelha
~p: Pelo menos uma flor não é vermelha SEQUËNCIA LÓGICA
Se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor
não é vermelha. As sequências lógicas aparecem com frequências nas
provas de concurso. São vários tipos: números, letras, figu-
06. Resposta: C. ras, baralhos, dominós e como é um assunto muito abran-
Nega as duas e troca de lado. gente, e pode ser pedido de qualquer forma, o que ajudará
Se não há fogo, então não há fumaça. nos estudos serão as práticas de exercícios e algumas dicas
que darei. Em cada exemplo, darei algumas dicas para toda
07. Resposta: A. vez que você visualizar esse tipo de questão já ajude a ana-
Nega as duas e troca de lado. lisar que tipo será. Vamos lá?
Se Victor não é professor, então Maria não é medica.

105
MATEMÁTICA

Sequência de Números (A) 9.


Pode ser feita por soma, subtração, divisão, multipli- (B) 11.
cação. (C) 26.
Mas lembre-se, se estamos falando de SEQUÊNCIA, ela (D) 27.
vai seguir um padrão, basta você achar esse padrão, alguns
serão mais difíceis, outro beeem fácil e não se assuste se Resolução
achar rápido, não terá uma “PEGADINHA”, será isso e pon- Quando há uma sequência que não parece progressão
to. aritmética ou geométrica, devemos “apelar” para soma os
Vamos ver alguns tipos de sequências: dois anteriores, soma 1, e assim por diante.
No caso se somarmos os dois primeiros para dar o ter-
-Progressão Aritmética ceiro: 3+6=9
2 5 8 11 Para dar 3, devemos dividir por 3: 9/3=3
Vamos ver se ficará certo com o restante
Progressão aritmética sempre terá a mesma razão. 6+3=9
No nosso exemplo, a razão é 3, pois para cada número 9/3=3
seguinte, temos que somar 3. 3+2=5
5/3
-Progressão Geométrica Opa...parece que deu certo
9 18 36 72 Então:

E agora para essa nova sequência?


Se somarmos 9, não teremos uma sequência, então
não é soma.
O próximo que tentamos é a multiplicação,9x2=18
18x2=36
36x2=72
Opa, deu certo? Resposta: D.
Progressão geométrica de razão 2.
Sequência de Letras
Sobre a sequência de Letras, fica um pouco mais difícil
-Incremento em Progressão
de falar, pois podem ser de vários tipos.
1 2 4 7
Às vezes temos que substituir por números, outras ana-
lisar o padrão de como aparecem. Vamos ver uns exemplos?
Observe que estamos somando 1 a mais para cada nú-
mero.
Exemplo 1
1=1=2
(AGERIO – Analista de Desenvolvimento – FDC/2015)
2+2=4
Considerando a sequência de vocábulos:
4+3=7 galo - pato - carneiro - X - cobra – jacaré
-Série de Fibonacci A alternativa lógica que substitui X é:
1 1 2 3 5 8 13
Cada termo é igual à soma dos dois anteriores. (A) boi
(B) siri
-Números Primos (C) sapo
2 3 5 7 11 13 17 (D) besouro
Naturais que possuem apenas dois divisores naturais. (E) gaivota
-Quadrados Perfeitos Resolução
1 4 9 16 25 36 49 Primeiro tentamos número de sílabas ou letras.
Números naturais cujas raízes são naturais. Letras já não deu certo.

Exemplo 1 Galo=4
Pato=4
(UFPB – Administrador – IDECAN/2016) Considere a Carneiro=8
sequência numérica a seguir: Cobra=4
3, 6, 3, 3, 2, 5/3, 11/9. . . Jacaré=6
Não tem um padrão
Sabendo-se que essa sequência obedece uma regra de
formação a partir do terceiro termo, então o denominador Número de sílabas
do próximo termo da sequência é: Está dividido em 2 e 3 e sem padrões

106
MATEMÁTICA

Começadas com as letras dos meses?não... (A)


Difícil...
São animais, então:

Galo e pato são aves (B)


Cobra e jacaré são répteis
O carneiro é mamífero, se estão aos pares, devemos
procurar outro mamífero que no caso é o boi
Resposta: A.
(C)
Exemplo 2
(IBGE - Técnico em Informações Geográficas e Esta-
tísticas – FGV/2016) Considere a sequência infinita
(D)
IBGEGBIBGEGBIBGEG...

A 2016ª e a 2017ª letras dessa sequência são, respec-


tivamente:
(A) BG; (E)
(B) GE;
(C) EG;
(D) GB;
(E) BI.
Resposta: B.
Resposta: E.
Primeiro risco vai na parte de baixo, depois do lado
É uma sequência com 6 E depois 2 riscos e assim por diante.
Cada letra equivale a sequência Então nossa figura terá que ter 3 riscos, mas a B ou D?
I=1 É a B, pois o risco de cima, tem que ser o maior de
B=2 todos.
G=3
E=4 Questões
G=5
B=0 01. ( TRE/RJ - Técnico Judiciário - Operação de
Computadores – CONSULPLAN/2017) Os termos de uma
2016/6=336 resta 0 determinada sequência foram sucessivamente obtidos se-
2017/6=336 resta 1 guindo um determinado padrão:

Portanto, 2016 será a letra B, pois resta 0, será equiva- (5, 9, 17, 33, 65, 129...)
lente a última letra
O décimo segundo termo da sequência anterior é um
E 2017 será a letra I, pois resta 1 e é igual a primeira
número
letra.
(A) menor que 8.000.
Sequência de Figuras (B) maior que 10.000.
(C) compreendido entre 8.100 e 9.000.
Do mesmo modo que a sequência de letras, é um tema (D) compreendido entre 9.000 e 10.000.
abrangente, pois a banca pode pedir a figura que convém.
02. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
(FACEPE – Assistente em Gestão de Ciência e Tecno- TO AOCP/2017) Uma máquina foi programada para dis-
logia – UPENET/2015) Assinale a alternativa que contém a tribuir senhas para atendimento em uma agência bancária
próxima figura da sequência. alternando algarismos e letras do alfabeto latino, no qual
estão inclusas as letras K, W e Y, sendo a primeira senha
o número 2, a segunda a letra A, e sucessivamente na se-
guinte forma: (2; A; 5; B; 8; C; ...). Com base nas informações
mencionadas, é correto afirmar que a 51ª e a 52ª senhas,
respectivamente, são:

107
MATEMÁTICA

(A) 69 e Z. 06. (EBSERH – Assistente Administrativo –


(B) 90 e Y. IBFC/2017) Considerando a sequência de figuras @, % , &,
(C) T e 88. # , @, %, &, #,..., podemos dizer que a figura que estará na
(D) 77 e Z. 117ª posição será:
(E) Y e 100. (A) @
(B) %
03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Na (C) &
figura abaixo, encontram-se representadas três etapas da (D) #
construção de uma sequência elaborada a partir de um (E) $
triângulo equilátero.
07. (IF/PE – Técnico em Eletrotécnica – IFPE/0217)
Considere a seguinte sequência de figuras formadas por
círculos:

Continuando a sequência de maneira a manter o mes-


Na etapa 1, marcam-se os pontos médios dos lados mo padrão geométrico, o número de círculos da Figura 18 é:
do triângulo equilátero e retira-se o triângulo com vértices (A) 334.
nesses pontos médios, obtendo-se os triângulos pretos. Na (B) 314.
etapa 2, marcam-se os pontos médios dos lados dos triân- (C) 342.
gulos pretos obtidos na etapa 1 e retiram-se os triângulos (D) 324.
com vértices nesses pontos médios, obtendo-se um novo (E) 316.
conjunto de triângulos pretos. A etapa 3 e as seguintes
mantêm esse padrão de construção. 08. (CODEBA – Guarda Portuário – FGV/2016) Para
passar o tempo, um candidato do concurso escreveu a sigla
Mantido o padrão de construção acima descrito, o nú- CODEBA por sucessivas vezes, uma após a outra, formando
mero de triângulos pretos existentes na etapa 7 é a sequência:
C O D E B A C O D E B A C O D E B A C O D ...
(A) 729.
(B) 1.024. A 500ª letra que esse candidato escreveu foi:
(C) 2.187.
(D) 4.096. (A) O
(E) 6.561. (B) D
(C) E
04. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Ob- (D) B
serve a sequência: 43, 46, 50, 55, 61, ... (E) A

O próximo termo é o: 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-


(A) 65. NESP/2016) A sequência ((3, 5); (3, 3, 3); (5; 5); (3, 3, 5);
...) tem como termos sequências contendo apenas os nú-
(B) 66.
meros 3 ou 5. Dentro da lógica de formação da sequência,
(C) 67.
cada termo, que também é uma sequência, deve ter o me-
(D) 68.
nor número de elementos possível. Dessa forma, o número
(E) 69.
de elementos contidos no décimo oitavo termo é igual a:
(A) 5.
05. (TRT 24ª REGIÃO – Analista Judiciário – (B) 4.
FCC/2017) Na sequência 1A3E; 5I7O; 9U11A; 13E15I; (C) 6.
17O19U; 21A23E; . . ., o 12° termo é formado por algaris- (D) 7.
mos e pelas letras (E) 8.
(A) EI.
(B) UA. 10. (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) A se-
(C) OA. quência numérica (99; 103; 96; 100; 93; 97; ...) possui deter-
(D) IO. minada lógica em sua formação. O número corresponden-
(E) AE. te ao décimo elemento dessa sequência é:

108
MATEMÁTICA

(A) 91 08. Resposta: A.


(B) 88. É uma sequência com 6 letras:
(C) 87 500/6=83 e resta 2
(D) 84 C=1
O=2
D=3
Respostas E=4
B=5
01. Resposta: C. A=0
Os termos tem uma sequência começando por 2²+1
Como restaram 2, então será igual a O.
Portanto, para sabermos o 12º termo, fazemos
213+1=8193
09. Resposta: A.
Vamos somar os números:
02. Resposta: D. 3+5=8
A 51ª senha segue a sequência ímpar que são: (2, 5, 3+3+3=9
8,...) 5+5=10
51/2=25 e somamos 1, para saber qual posição ocupa- 3+3+5=11
rá na sequência. Portanto será a 26 Observe que
A26=a1+25r os termos formam uma PA de razão 1.
A26=2+25⋅3 a18=?
A26=2+75=77 a18=a1+17r
a18=8+17
A 52ª senha ocupará a posição 26 também, mas na se- a18=25
quência par, ou seja, a 26ª letra do alfabeto que é a letra Z.
Para dar 25, com o menor número de elementos possí-
03 Resposta:C veis, devemos ter (5,5,5,5,5)
É uma PG de razão 3 e o a1 também é 3.
10. Resposta: A.
A princípio, queremos ver a sequência com os termos
seguidos mesmo, o que seria:
99+4=103
103-7=96
04. Resposta: D. 96+4=100
Observe que de 43 para 46 são 3 100-7=93
50-46=4 Alternando essa sequência, mas se conseguirmos vi-
55-50=5 sualizar uma outra maneira, ficará mais fácil.
61-55=6
Portanto, o próximo será somando 7 Observe que os termos ímpares (a1,a3,a5...)formam
61+7=68 uma PA de razão r=-3
Os termos pares (a2,a4,a6..) formam uma PA de razão
05. Resposta: D. também r=-3
A partir do 5º termo começa a repetir as letras, por-
tanto: Como a10 é par, devemos tomar como base a sequên-
12/5=2 e resta 2 cia par, mas para isso, vamos lembrar que se estamos tra-
Assim, será igual ao segundo termo, IO. tando apenas dela, a10=a5
Pois, devemos transformar o a2 em a1 e assim por
06. Resposta: A. diante.
A5=a1+4r
117/4=29 e resta 1
A5=103-12
Portanto, é igual a figura 1 @
A5=31
07. Resposta: D.
Figura 1:1
Figura 2:4
Figura 3:9
Figura 4:16
O número de círculos é o quadrado da posição
Figura 18: 18²=324

109
MATEMÁTICA

Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
4. DIAGRAMAS LÓGICOS, TABELAS E
GRÁFICOS Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-
trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)

Todo A é B é necessariamente falsa.


As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro- Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?
posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solução
requer que desenhemos figuras, os chamados diagramas. Algum A é B é necessariamente falsa.
Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.
Definição das proposições
Algum A não é B necessariamente verdadeira.
Todo A é B.
Algum cachorro não é gato, ah sim espero que todos
O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
não sejam mas, se já está dizendo algum vou concordar.
elemento de A também é elemento de B.
Algum A é B.
Podemos representar de duas maneiras:
Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em
comum com o conjunto B.

Temos 4 representações possíveis:

a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum.

Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.

Nenhum A é B é necessariamente falsa.


Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
que TODA criança é linda? Por isso é falsa.

Algum A é B é necessariamente verdadeira


Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
lindas. b) Todos os elementos de A estão em B.

Algum A não é B necessariamente falsa, pois A está


contido em B.
Alguma criança não é linda, bem como já vimos impos-
sível, pois todas são.

Nenhum A é B.
A e B não terão elementos em comum.

110
MATEMÁTICA

c) Todos os elementos de B estão em A. a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-
tos em comum

d) O conjunto A é igual ao conjunto B.


b) Todos os elementos de B estão em A.

Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras? c) Não há elementos em comum entre os dois conjun-
Frase: Algum copo é de vidro. tos

Nenhum A é B é necessariamente falsa


Nenhum copo é de vidro, com frase fica mais fácil né?
Porque assim, conseguimos ver que é falsa, pois acabei de
falar que algum copo é de vidro, ou seja, tenho pelo menos
1 copo de vidro.

Todo A é B , não conseguimos determinar, podendo ser


verdadeira ou falsa (podemos analisar também os diagra-
mas mostrados nas figuras a e c)
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não.

Algum A não é B não conseguimos determinar, poden- Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver
do ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras b e d) como ficam os valores lógicos das outras?
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se to- Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior
dos os copos são de vidros, pode ser verdadeira. Frase: Algum copo não é de vidro.

Algum A não é B. Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as


O conjunto A tem pelo menos um elemento que não figuras a e b)
pertence ao conjunto B. Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se
todos não são de vidro.
Aqui teremos 3 modos de representar:
Todo A é B , é necessariamente falsa
Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo
não era.

111
MATEMÁTICA

Algum A é B é indeterminada Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).


Algum copo é de vidro, não consigo determinar se tem Negação: (∀x)(~Q(x)).
algum de vidro ou não. (∃x)(2x-1=3)
Negação: (∀x)(2x-1≠3)
Quantificadores são elementos que, quando associa-
dos às sentenças abertas, permitem que as mesmas sejam Questões
avaliadas como verdadeiras ou falsas, ou seja, passam a ser
qualificadas como sentenças fechadas. 01. (UFES - Assistente em Administração –
UFES/2017) Em um determinado grupo de pessoas:
O quantificador universal
• todas as pessoas que praticam futebol também pra-
O quantificador universal, usado para transformar sen- ticam natação,
tenças (proposições) abertas em proposições fechadas, é • algumas pessoas que praticam tênis também prati-
indicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer que seja”, cam futebol,
“para todo”, “para cada”. • algumas pessoas que praticam tênis não praticam
natação.
Exemplo:
(∀x)(x + 2 = 6) É CORRETO afirmar que no grupo
Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6” (fal-
sa). (A) todas as pessoas que praticam natação também
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a praticam tênis.
afirmação ser verdadeira. (B) todas as pessoas que praticam futebol também pra-
ticam tênis.
O quantificador existencial (C) algumas pessoas que praticam natação não prati-
cam futebol.
O quantificador existencial é indicado pelo símbolo (D) algumas pessoas que praticam natação não prati-
“∃” que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe cam tênis.
um”. (E) algumas pessoas que praticam tênis não praticam
futebol.
Exemplos: 02. (TRT - 20ª REGIÃO /SE - Técnico Judiciário –
(∃x)(x + 5 = 9) FCC/2016) que todo técnico sabe digitar. Alguns desses
Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (verda- técnicos sabem atender ao público externo e outros desses
deira). técnicos não sabem atender ao público externo. A partir
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem...claro dessas afirmações é correto concluir que:
que existe algum número que essa afirmação será verda-
(A) os técnicos que sabem atender ao público externo
deira.
não sabem digitar.
(B) os técnicos que não sabem atender ao público ex-
Ok?? Sem maiores problemas, certo? terno não sabem digitar.
(C) qualquer pessoa que sabe digitar também sabe
Representação de uma proposição quantificada atender ao público externo.
(D) os técnicos que não sabem atender ao público ex-
(∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15) terno sabem digitar.
Quantificador: ∀ (E) os técnicos que sabem digitar não atendem ao pú-
Condição de existência da variável: x ∈ N . blico externo.
Predicado: x + 3 > 15.
03. (COPERGAS – Auxiliar Administrativo –
(∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)] FCC/2016) É verdade que existem programadores que não
Quantificador: ∃ gostam de computadores. A partir dessa afirmação é cor-
Condição de existência da variável: não há. reto concluir que:
Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”.
(A) qualquer pessoa que não gosta de computadores é
Negações de proposições quantificadas ou funcionais um programador.
Seja uma sentença (∀x)(A(x)). (B) todas as pessoas que gostam de computadores não
Negação: (∃x)(~A(x)) são programadores.
(C) dentre aqueles que não gostam de computadores,
Exemplo alguns são programadores.
(∀x)(2x-1=3) (D) para ser programador é necessário gostar de com-
Negação: (∃x)(2x-1≠3) putador.
(E) qualquer pessoa que gosta de computador será um
bom programador.

112
MATEMÁTICA

04. (COPERGAS/PE - Analista Tecnologia da Infor- (C) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
mação gosta de matemática.
- FCC/2016) É verdade que todo engenheiro sabe ma- (D) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
temática. É verdade que há pessoas que sabem matemática não é professor de matemática.
e não são engenheiros. É verdade que existem administra-
dores que sabem matemática. A partir dessas afirmações é
possível concluir corretamente que: 08. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
NESP/2015) Se todo estudante de uma disciplina A é tam-
(A) qualquer engenheiro é administrador. bém estudante de uma disciplina B e todo estudante de
(B) todos os administradores sabem matemática. uma disciplina C não é estudante da disciplina B, e ntão é
verdade que:
(C) alguns engenheiros não sabem matemática.
(D) o administrador que sabe matemática é engenhei-
(A) algum estudante da disciplina A é estudante da dis-
ro. ciplina C.
(E) o administrador que é engenheiro sabe matemática. (B) algum estudante da disciplina B é estudante da dis-
ciplina C.
05. (CRECI 1ª REGIÃO/RJ – Advogado – MSCON- (C) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
CURSOS/2016) Considere como verdadeiras as duas pre- disciplina C.
missas seguintes: (D) nenhum estudante da disciplina B é estudante da
disciplina A.
I – Nenhum professor é veterinário; (E) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
II – Alguns agrônomos são veterinários. disciplina B.

A partir dessas premissas, é correto afirmar que, neces-


sariamente: 09. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
(A) Nenhum professor é agrônomo. NESP/2015) Considere verdadeira a seguinte afirmação:
(B) Alguns agrônomos não são professores. “Todos os primos de Mirian são escreventes”.
(C) Alguns professores são agrônomos.
Dessa afirmação, conclui­se corretamente que
(D) Alguns agrônomos são professores.
(A) se Pâmela não é escrevente, então Pâmela não é
06. (EMSERH - Auxiliar Administrativo – FUN- prima de Mirian.
CAB/2016) Considere que as seguintes afirmações são (B) se Jair é primo de Mirian, então Jair não é escre-
verdadeiras: vente.
(C) Mirian é escrevente
“Algum maranhense é pescador.” (D) Mirian não é escrevente.
“Todo maranhense é trabalhador.” (E) se Arnaldo é escrevente, então Arnaldo é primo de
Mirian
Assim pode-se afirmar, do ponto de vista lógico, que:

(A) Algum maranhense pescador não é trabalhador 10. (DPE/MT – Assistente Administrativo –
(B) Algum maranhense não pescar não é trabalhador FGV/2015) Considere verdadeiras as afirmações a seguir.
(C) Todo maranhense trabalhadoré pescador
(D) Algum maranhense trabalhador é pescador • Existem advogados que são poetas.
(E) Todo maranhense pescador não é trabalhador. • Todos os poetas escrevem bem.
07. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Assistente Ad- Com base nas afirmações, é correto concluir que
ministrativo – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2015) Em certa
(A) se um advogado não escreve bem então não é poe-
comunidade, é verdade que:
ta.
(B) todos os advogados escrevem bem.
- todo professor de matemática possui grau de mestre;
(C) quem não é advogado não é poeta.
- algumas pessoas que possuem grau de mestre gos-
(D) quem escreve bem é poeta.
tam de empadão de camarão;
(E) quem não é poeta não escreve bem.
- algumas pessoas que gostam de empadão de cama-
rão não possuem grau de mestre.

Uma conclusão necessariamente verdadeira é:

(A) algum professor de matemática gosta de empadão


de camarão.
(B) nenhum professor de matemática gosta de empa-
dão de camarão.

113
MATEMÁTICA

Respostas 04. Resposta: E.

01. Resposta: E.

02. Resposta: D. 05. Resposta: B.


Podemos excluir as alternativas que falam que não sa- Alguns agrônomos são veterinários e podem ser só
bem digitar, pois todos os técnicos sabem digitar. agrônomos.

06. Resposta: D.

03. Resposta: C.

07. Resposta: D.

114
MATEMÁTICA

Podemos ter esses dois modelos de diagramas: 10. Resposta: A.


(A) não está claro se os mestres que gostam de empa- Se o advogado não escreve bem, ele faz parte da área
dão são professores ou não. hachurada, portanto ele não é poeta.
(B) podemos ter o primeiro diagrama
(C) pode ser o segundo diagrama.

08. Resposta: C.
O diagrama C deve ficar para fora, pois todo estudante
de C não é da disciplina B, ou seja, não tem ligação nenhuma.

Referências
Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Pro-
vas e Concursos, 2010.

Assim, os estudantes da disciplina A, também não fa-


zem disciplina C e vice-versa. 16. PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E NOÇÃO DE
PROBABILIDADE.
09. Resposta: A.

Análise Combinatória
A Análise Combinatória é a área da Matemática que
trata dos problemas de contagem.

Princípio Fundamental da Contagem


Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-
cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.

Como Pâmela não é escrevente, ela está em um diagra- Exemplo


ma a parte, então não é prima de Mirian.
Analisando as alternativas erradas:

(B) Todos os primos de primo são escrevente.


(C) e (D) Não sabemos se Mirian é escrevente ou não.
(E) Não necessariamente, pois há pessoas que são es-
creventes, mas não primos de Mirian.

O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-


ças). 3(blusas)=6 maneiras

Fatorial
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o
produto de uma multiplicação cujos fatores são números
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial.

115
MATEMÁTICA

Arranjo Simples Exemplo


Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
p, toda sequência de p elementos distintos de E. Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
Exemplo mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números será menor.
de 2 algarismos distintos podemos formar? Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos,
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub-
conjunto com i elementos é chamado combinação simples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução

Observe que os números obtidos diferem entre si: Números Binomiais


Pela ordem dos elementos: 56 e 65 O número de combinações de n elementos, tomados
Pelos elementos componentes: 56 e 67 p a p, também é representado pelo número binomial .
Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.
Indica-se

Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:
Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
O número de permutações simples de n elementos é
indicado por Pn. Relação de Stifel

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO? Triângulo de Pascal
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n ob-
jetos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
iguais a C etc.

116
MATEMÁTICA

Considerando-se essa mesma forma de distribuição,


de quantas maneiras distintas esses livros podem ser orga-
Binômio de Newton nizados na estante?
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da for- (A) 30 maneiras
ma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns binômios: (B) 60 maneiras
(C) 120 maneiras
(D) 360 maneiras
(E) 720 maneiras

04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação


– UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão
viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa
que indica de quantas maneiras distintas os 4 passageiros
Observe que os coeficientes dos termos formam o podem ocupar os assentos do carro.
triângulo de Pascal. (A) 13.
(B) 26.
(C) 17.
(D) 20.
(E) 24.

05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação –


UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da inter-
Questões net é formada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha alfanu-
01. (UFES - Assistente em Administração – mérica. André tem algumas informações sobre os números
UFES/2017) Uma determinada família é composta por e letras que a compõem conforme a figura.
pai, por mãe e por seis filhos. Eles possuem um automó-
vel de oito lugares, sendo que dois lugares estão em dois
bancos dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e
os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão
no automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão
um dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de
dispor os membros da família nos lugares do automóvel é Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e
igual a: também não se repetem os números ímpares, assinale a
(A) 1440 alternativa que indica o número máximo de possibilidades
(B) 1480 que existem para a composição da senha.
(C) 1520 (A) 3125.
(D) 1560 (B) 1200.
(E) 1600 (C) 1600.
(D) 1500.
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) To- (E) 625.
mando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números
pares de 4 algarismos distintos podem ser formados? 06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUF-
(A) 120. GO/2017) Uma empresa de limpeza conta com dez faxi-
(B) 210. neiras em seu quadro. Para atender três eventos em dias
(C) 360. diferentes, a empresa deve formar três equipes distintas,
(D) 630. com seis faxineiras em cada uma delas. De quantas manei-
(E) 840. ras a empresa pode montar essas equipes?
(A) 210
03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros (B) 630
diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, con- (C) 15.120
forme a figura abaixo: (D) 9.129.120

117
MATEMÁTICA

07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/ Números ímpares: 1,3,5,7,9


IAUPE – 2017) No carro de João, tem vaga apenas para
3 dos seus 8 colegas. De quantas formas diferentes, João
pode escolher os colegas aos quais dá carona?
(A) 56
(B) 84
(C) 126 5⋅5⋅4⋅4⋅3=1200
(D) 210
(E) 120 06. Resposta: D.

08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/


IAUPE – 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres,
quantos são os modos diferentes de formar uma comissão Como para os três dias têm que ser diferentes:
composta por 2 homens e 3 mulheres? __ __ __
(A) 4725 210⋅209⋅208=9129120
(B) 12600
(C) 3780 07. Resposta: A.
(D) 13600
(E) 8820

09. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um


torneio de futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada
equipe jogará apenas uma vez com cada uma das outras. 08. Resposta: E.
Esse torneio terá a seguinte quantidade de jogos:
(A) 320.
(B) 460.
(C) 620.
(D) 1.225.
(E) 2.450.

10. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho 09. Resposta: D.


– FUNIVERSA/2016) Considerando-se que uma sala de
aula tenha trinta alunos, incluindo Roberto e Tatiana, e que
a comissão para organizar a festa de formatura deva ser
composta por cinco desses alunos, incluindo Roberto e Ta-
tiana, a quantidade de maneiras distintas de se formar essa 10. Resposta: D.
comissão será igual a:
(A) 3.272. Roberto Tatiana __ ___ ___
(B) 3.274.
(C) 3.276. São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que
(D) 3.278. terão que fazer parte da comissão.
(E) 3.280. 30-2=28

Respostas

01. Resposta: A.
P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440
Experimento Aleatório
02. Resposta: C.
__ ___ __ __ Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360 previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.
03. Resposta: E.
P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720
04. Resposta: E.
P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24

05. Resposta: B.
Vogais: a, e, i, o, u

118
MATEMÁTICA

Espaço Amostral Note que


Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face volta- Exemplo
da para cima, tem-se: Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
E={1,2,3,4,5,6} coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retira-
No lançamento de uma moeda, observando a face vol- da uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter
tada para cima: sido retirada uma bola que não seja vermelha.
E={Ca,Co}
Solução
Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que são complementares.
E={1,2,3,4,5,6}
Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo Adição de probabilidades


Considere o seguinte experimento: registrar as faces Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E,
voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda. finito e não vazio. Tem-se:

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral. Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de
Solução se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lan-
çamento, há duas possibilidades. Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
2x2x2=8 Sejam os eventos
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(- A={2,4,6} n(A)=3
C,R,R),(R,R,R)} B={1,2,3,4} n(B)=4

Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.

Probabilidade Condicional
Eventos complementares É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A ocorreu o evento B, definido por:
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A.
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

119
MATEMÁTICA

Eventos Simultâneos 06. (PREF. DE PIRAUBA/MG – Assistente Social –


Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espa- MSCONCURSOS/2017) A probabilidade de qualquer uma
ço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por: das 3 crianças de um grupo soletrar, individualmente, a pa-
lavra PIRAÚBA de forma correta é 70%. Qual a probabili-
dade das três crianças soletrarem essa palavra de maneira
errada?
Questões (A) 2,7%
(B) 9%
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Em (C) 30%
cada um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são nu- (D) 35,7%
meradas de 1 a 6. Lançando os dois dados simultaneamen-
te, cuja ocorrência de cada face é igualmente provável, a 07. (UFTM – Tecnólogo – UFTM/2016) Lançam-se si-
probabilidade de que o produto dos números obtidos seja multaneamente dois dados não viciados, a probabilidade
um número ímpar é de:
de que a soma dos resultados obtidos seja nove é:
(A) 1/4.
(A) 1/36
(B) 1/3.
(B) 2/36
(C) 1/2.
(D) 2/3. (C) 3/36
(E) 3/4. (D) 4/36

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária 08. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
- MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pes- AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es-
soas, entre homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um
probabilidade de se sortear um homem é de 5/12 . Quan- carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua
tas mulheres foram à excursão? casa. Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência
(A) 20 ao contar o fato para um de seus amigos, enquanto um
(B) 24 ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha
(C) 28 tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um
(D) 32 dos pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro-
babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
03. (UPE – Técnico em Administração – UPE- (A) 0,20.
NET/2017) Qual a probabilidade de, lançados simulta- (B) 0,23.
neamente dois dados honestos, a soma dos resultados ser (C) 0,25.
igual ou maior que 10? (D) 0,27.
(A) 1/18 (E) 0,30.
(B) 1/36
(C) 1/6 09. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em
(D) 1/12 uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re-
(E) ¼ tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição,
duas bolas da urna.
04. (UPE – Técnico em Administração – UPE-
NET/2017) Uma pesquisa feita com 200 frequentadores
A probabilidade de que o número da segunda bola re-
de um parque, em que 50 não praticavam corrida nem ca-
tirada da urna seja par é:
minhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80 exercitavam
(A) 1/2;
corrida, qual a probabilidade de encontrar no parque um
entrevistado que pratique apenas caminhada? (B) 3/7;
(A) 7/20 (C) 4/7;
(B) 1/2 (D) 7/15;
(C)1/4 (E) 8/15.
(D) 3/20
(E) 1/5 10. (CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016)
Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu-
05. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal – tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que a
IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número face voltada para cima tenha apresentado ao menos uma
múltiplo de 5 de uma urna que contém 40 bolas numera- cara e ao menos uma coroa é:
das de 1 a 40, é: (A) 0,66.
(A) 0,2 (B) 0,75.
(B) 0,4 (C) 0,80.
(C) 0,6 (D) 0,98.
(D) 0,7 (E) 0,50.
(E) 0,8

120
MATEMÁTICA

Respostas 09. Resposta: D.


Temos duas possibilidades
01. Resposta: A. As bolas serem par/par ou ímpar/par
Para o produto ser ímpar, a única possibilidade, é que Ser par/par:
os dois dados tenham ímpar:
Os números pares são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14

02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es- Ímpar/par:
colher uma mulher é de 7/12
Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15

12x=336
X=28
A probabilida de é par/par OU ímpar/par
03. Resposta: C.
P=6x6=36
Pra ser maior ou igual a 10:
4+6
5+5
5+6 10. Resposta: B.
6+4
São seis possibilidades:
6+5
Cara, coroa, cara
6+6

Cara, coroa, coroa


04. Resposta: A.
Praticam apenas corrida: 80-30=50
Apenas caminhada:x
X+50+30+50=200
70
P=70/200=7/20 Cara, cara, coroa

05. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
P=8/40=1/5=0.2
Coroa, cara, cara
06. Resposta:A.
A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
__ __ __
0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%
Coroa, coroa, cara
07. Resposta: D. Coroa, cara, coroa
Para dar 9, temos 4 possibilidades
3+6
6+3
4+5
5+4

P=4/36

08. Resposta: C.
A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o
dinheiro está em 1.
1/4=0,25

121
MATEMÁTICA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES _____


8.7.6.5.4=6720
1. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Dentre os nove competidores de um campeona- RESPOSTA: “D”.
to municipal de esportes radicais, somente os quatro pri-
meiros colocados participaram do campeonato estadual. 4. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Leia o
Sendo assim, quantas combinações são possíveis de serem trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que
formadas com quatro desses nove competidores? preenche corretamente a lacuna.
A) 126 Com a palavra PERMUTA é possível formar ____ ana-
B) 120 gramas começados por consoante e terminados por vogal.
C) 224 A) 120
D) 212 B) 480
E) 156 C) 1.440
D) 5.040

9! 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5! _______
!!,! = = = 126 P5.4.3.2.1 A=120
5! 4! 5! ∙ 24 120.2(letras E e U)=240
!

RESPOSTA: “A”. 120+240=360 anagramas com a letra P

360.4=1440 (serão 4 tipos por ter 4 consoantes)


2. (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR
SOCIAL – IDECAN/2013) Renato é mais velho que Jorge de
RESPOSTA: “C”.
forma que a razão entre o número de anagramas de seus
5. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Assinale a alter-
nomes representa a diferença entre suas idades. Se Jorge
nativa que apresenta o número de anagramas da palavra
tem 20 anos, a idade de Renato é
QUARTEL que começam com AR.
A) 24.
A) 80.
B) 25.
B) 120.
C) 26.
C) 240.
D) 27. D) 720.
E) 28.
AR_ _ _ _ _
Anagramas de RENATO 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1=120
______
6.5.4.3.2.1=720 RESPOSTA: “B”.
Anagramas de JORGE 6. (PM/SP – CABO – CETRO/2012) Uma lei de certo
_____ país determinou que as placas das viaturas de polícia de-
5.4.3.2.1=120 720 veriam ter 3 algarismos seguidos de 4 letras do alfabeto
Razão dos anagramas: = 6! grego (24 letras).
120
Sendo assim, o número de placas diferentes será igual
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos a
A) 175.760.000.
RESPOSTA: “C”. B) 183.617.280.
C) 331.776.000.
3. (PREF. NEPOMUCENO/MG – PORTEIRO – CON- D) 358.800.000.
SULPLAN/2013) Uma dona de casa troca a toalha de rosto
do banheiro diariamente e só volta a repeti-la depois que Algarismos possíveis: 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9=10 algarismos
já tiver utilizado todas as toalhas. Sabe-se que a dona de _ _ _ _ _ _ _
casa dispõe de 8 toalhas diferentes. De quantas maneiras 10 ⋅ 10 ⋅ 10 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24 ⋅ 24=331.776.000
ela pode ter utilizado as toalhas nos primeiros 5 dias de
um mês? RESPOSTA: “C”.
A) 4650.
B) 5180. 7. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
C) 5460. NISTRATIVO – FCC/2014) São lançados dois dados e mul-
D) 6720. tiplicados os números de pontos obtidos em cada um de-
E) 7260. les. A quantidade de produtos distintos que se pode obter
nesse processo é

122
MATEMÁTICA

A) 36. De quantos modos distintos é possível escolher uma


B) 27. cor para o fundo e uma cor para o texto se, por uma ques-
C) 30. tão de contraste, as cores do fundo e do texto não podem
D) 21. ser iguais?
E) 18. A) 13
B) 14
__ C) 16
6.6=36 D) 17
Mas, como pode haver o mesmo produto por ser dois E) 18
dados, 36/2=18
__
RESPOSTA: “E”. 6.3=18

8. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ- Tirando as possibilidades de papel e texto iguais:


TICA – IMA/2014) Quantos são os anagramas da palavra P P e V V=2 possibilidades
TESOURA? 18-2=16 possiblidades
A) 2300
B) 5040 RESPOSTA: “C”.
C) 4500
D) 1000 11. (PREF. NEPOMUCENO/MG – TÉCNICO EM SEGU-
E) 6500 RANÇA DO TRABALHO – CONSULPLAN/2013) Numa sala
há 3 ventiladores de teto e 4 lâmpadas, todos com inter-
_______ ruptores independentes. De quantas maneiras é possível
7.6.5.4.3.2.1=5040 ventilar e iluminar essa sala mantendo, pelo menos, 2 ven-
Anagramas são quaisquer palavras que podem ser for- tiladores ligados e 3 lâmpadas acesas?
madas com as letras, independente se formam palavras A) 12.
que existam ou não.
B) 18.
C) 20.
RESPOSTA: “B”.
D) 24.
E) 36.
9. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Analise
as sentenças abaixo.
1ª possibilidade:2 ventiladores e 3 lâmpadas
I. 4! + 3! = 7!
II. 4! ⋅ 3! = 12! !!
!!,! = !!!! = 3
III. 5! + 5! = 2 ⋅ 5!
É correto o que se apresenta em
A) I, apenas. !!
!!!,! = =4
B) II, apenas. !!!!
C) III, apenas.
D) I, II e III. !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 4 = 12
! 2ª possibilidade:2 ventiladores e 4 lâmpadas
I falsa
4!=24 !!
!!,! = !!!! = 3
3!=6
7!=5040
II falsa !!
!!,! = =1
4! ⋅ 3! ≠12! !!!!
III verdadeira
5!=120 !!,! ∙ !!,! = 3 ∙ 1 = 3
5!+5!=240
2 ⋅ 5!=240 !
3ª possibilidade:3 ventiladores e 3 lâmpadas
RESPOSTA: “C”. !!
!!,! = !!!! = 1
10. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
GRANRIO/2013) Uma empresa de propaganda pretende !!
criar panfletos coloridos para divulgar certo produto. O !!,! = !!!! = 4
papel pode ser laranja, azul, preto, amarelo, vermelho ou
roxo, enquanto o texto é escrito no panfleto em preto, ver- !!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 4 = 4
melho ou branco.
!

123
MATEMÁTICA

4ª possibilidade:3 ventiladores e 4 lâmpadas brancas. Se não pode haver código com todas as barras
!! da mesma cor, o número de códigos diferentes que se
!!,! = =1 pode obter é de
!!!!
A) 10.
!! B) 30.
!!,! = !!!! = 1 C) 50.
D) 150.
!!,! ∙ !!,! = 1 ∙ 1 = 1 E) 250.
! _____
Somando as possibilidades:12+3+4+1=20 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ 2=32 possibilidades se pudesse ser
qualquer uma das cores
RESPOSTA: “C”. Mas, temos que tirar código todo preto e todo branco.
32-2=30
12. (PREF. PAULISTANA/PI – PROFESSOR DE MATEMÁ-
TICA – IMA/2014) Se enfileirarmos três dados iguais, obte- RESPOSTA: “B”.
remos um agrupamento dentre quantos possíveis.
A) 150 15. (PETROBRAS – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR –
B) 200 CESGRANRIO/2012) Certa empresa identifica as diferentes
C) 410 peças que produz, utilizando códigos numéricos compos-
D) 216 tos de 5 dígitos, mantendo, sempre, o seguinte padrão: os
E) 320 dois últimos dígitos de cada código são iguais entre si, mas
!!,! ∙ !!,! ∙ !!,! diferentes dos demais. Por exemplo, o código “03344” é
válido, já o código “34544”, não.
Quantos códigos diferentes podem ser criados?
6! 6.5! A) 3.312
!!,! = = =6
1! 5! 5! B) 4.608
C) 5.040
6 ∙ 6 ∙ 6 = 216 D) 7.000
! E) 7.290
_____
RESPOSTA: “D”.
9.9.9.1.1=729
13. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA
E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Um técnico judiciário
deve agrupar 4 processos do juiz A, 3 do juiz B e 2 do juiz São 10 possibilidades para os últimos dois dígitos:
C, de modo que os processos de um mesmo juiz fiquem 729.10=7290
sempre juntos e em qualquer ordem. A quantidade de
maneiras diferentes de efetuar o agrupamento é de RESPOSTA: “E”.
A) 32.
B) 38. 16. (DNIT – ANALISTA ADMINISTRATIVO –ADMINIS-
C) 288. TRATIVA – ESAF/2012) Os pintores Antônio e Batista farão
D) 864. uma exposição de seus quadros. Antônio vai expor 3 qua-
E) 1728. dros distintos e Batista 2 quadros distintos. Os quadros se-
rão expostos em uma mesma parede e em linha reta, sendo
Juiz A:P4=4!=24 que os quadros de um mesmo pintor devem ficar juntos.
Juiz B: P3=3!=6 Então, o número de possibilidades distintas de montar essa
Juiz C: P2=2!=2 exposição é igual a:
_ _ _ A) 5
24.6.2=288.P3=288.6=1728 B) 12
A P3 deve ser feita, pois os processos tem que ficar C) 24
juntos, mas não falam em que ordem podendo ser de D) 6
qualquer juiz antes. E) 15
Portanto pode haver permutação entre eles. Para Antônio
_ _ _ P3=3!=6
RESPOSTA: “E”.
Para Batista
14. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA _ _ P2=2!=2
E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) O Tribunal de Justiça E pode haver permutação dos dois expositores:
está utilizando um código de leitura de barras composto
por 5 barras para identificar os pertences de uma deter- 6.2.2=24
minada seção de trabalho. As barras podem ser pretas ou RESPOSTA: “C”.

124
MATEMÁTICA

17. (CRMV/RJ – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUN- Para Alberto:5+4=9


DAÇÃO BIO-RIO/2014) Um anagrama de uma palavra é Para Bianca:4
um reordenamento de todas as suas letras. Por exemplo, Para Carolina: 12
ADEUS é um anagrama de SAUDE e OOV é um anagrama ___
de OVO. A palavra MOTO possui a seguinte quantidade de 9.4.12=432
anagramas:
A)8 RESPOSTA: “E”.
B)10
C)12 20. (SAMU/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
D)16 SPDM/2012) O total de números de 3 algarismos que ter-
E)20 minam por um número par e que podem ser formados pe-
los algarismos 3,4,5,7,8, com repetição, é de:
Como tem letra repetida: A) 50
!! !∙!∙!∙! B) 100
!!! = !! = = 12 C) 75
!
D) 80
!
O último algarismo pode ser 4 ou 8
RESPOSTA: “C”. ___
5.5.2=50
18. (TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA
– FCC/2012) A palavra GOTEIRA é formada por sete letras RESPOSTA: “A”.
diferentes. Uma sequência dessas letras, em outra ordem,
é TEIGORA. Podem ser escritas 5040 sequências diferentes 21. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
com essas sete letras. São 24 as sequências que terminam NISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma ci-
com as letras GRT, nessa ordem, e começam com as quatro dade, 13 dele não se inscreveram nas comissões de Edu-
vogais. Dentre essas 24, a sequência AEIOGRT é a primei- cação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos vereadores
ra delas, se forem listadas alfabeticamente. A sequência se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles se
IOAEGRT ocuparia, nessa listagem alfabética, a posição de inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e
número oito deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e
A) 11. Saneamento Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu
B) 13. em apenas uma dessas comissões. O número de vereado-
C) 17. res inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a
D) 22. A) 15.
E) 23. B) 21.
C) 18.
A_ _ _ GRT P3=3!=6 D) 27.
E_ _ _ GRT P3=3!=6 E) 16.
IA_ _GRT P2=2!=2
IE_ _GRT P2=2!=2 7 vereadores se inscreveram nas 3.
IOAEGRT-17ª da sequência APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o
12 não deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos con-
RESPOSTA: “C”. juntos, pois ele já desconsidera os que se inscreveram nos
três)
19. (SEED/SP – AGENTE DE ORGANIZAÇÃO ESCOLAR APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento bá-
– VUNESP/2012) Um restaurante possui pratos principais e sico.
individuais. Cinco dos pratos são com peixe, 4 com carne São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comis-
vermelha, 3 com frango, e 4 apenas com vegetais. Alber- sões, pois 13 dos 43 não se inscreveram.
to, Bianca e Carolina pretendem fazer um pedido com três Portanto, 30-7-12-8=3
pratos principais individuais, um para cada. Alberto não Se inscreveram em educação e saneamento 3 verea-
come carne vermelha nem frango, Bianca só come vege- dores.
tais, e Carolina só não come vegetais. O total de pedidos
diferentes que podem ser feitos atendendo as restrições
alimentares dos três é igual a
A) 384.
B) 392.
C) 396.
D) 416.
E) 432.

125
MATEMÁTICA

Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18 A análise adequada do diagrama permite concluir cor-


retamente que o número de medalhas conquistadas por
RESPOSTA: “C”. esse país nessa edição dos jogos universitários foi de
A) 15.
22. (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Dos B) 29.
46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos 15 C) 52.
deles também estão aptos para classificar processos e os D) 46.
demais estão aptos para atender ao público. Há outros 11 E) 40.
técnicos que estão aptos para atender ao público, mas não
são capazes de arquivar documentos. Dentre esses últimos O diagrama mostra o número de atletas que ganharam
técnicos mencionados, 4 deles também são capazes de medalhas.
classificar processos. Sabe-se que aqueles que classificam No caso das intersecções, devemos multiplicar por
processos são, ao todo, 27 técnicos. Considerando que to- 2 por ser 2 medalhas e na intersecção das três medalhas
dos os técnicos que executam essas três tarefas foram cita- multiplica-se por 3.
dos anteriormente, eles somam um total de
A) 58. Intersecções:
B) 65. 6 ∙ 2 = 12
C) 76. 1∙2=2
D) 53. 4∙2=8
E) 95. 3∙3=9
!
15 técnicos arquivam e classificam Somando as outras:
46-15=31 arquivam e atendem 2+5+8+12+2+8+9=46
4 classificam e atendem
Classificam:15+4=19 como são 27 faltam 8 RESPOSTA: “D”.

24. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚ-


DE NM – AOCP/2014) Qual é o número de elementos que
formam o conjunto dos múltiplos estritamente positivos do
número 3, menores que 31?
A) 9
B) 10
C) 11
D) 12
E) 13
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30}

10 elementos
RESPOSTA: “B”.
RESPOSTA: “B”.
23. (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI-
FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de 25. (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE
atletas da delegação de um país nos jogos universitários NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e B, sabendo
por medalha conquistada. Sabe-se que esse país conquis- que ! ∩ ! = {!}, ! ∪ ! = {!; !; !; !; !}!!!! − ! = {!; !},!!
tou medalhas apenas em modalidades individuais. Sabe-se assinale a alternativa que apresenta o conjunto B.
ainda que cada atleta da delegação desse país que ganhou A) {1;2;3}
uma ou mais medalhas não ganhou mais de uma meda- B) {0;3}
lha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze). De acordo com o C) {0;1;2;3;5}
diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação desse país D) {3;5}
ganharam, cada um, apenas uma medalha de ouro. E) {0;3;5}

A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento


de B.
A-B são os elementos que tem em A e não em B.
Então de A ∪ B, tiramos que B={0;3;5}.

RESPOSTA: “E”.

126
INFORMÁTICA BÁSICA

Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática. Sistema Operacional


Windows (XP/7/8). Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática. Uso
dos recursos, ambiente de trabalho, arquivo, pastas, manipulação de arquivos, formatação, localização de arquivos,
lixeira, área de transferência e backup. .......................................................................................................................................................... 01
Microsoft Office 2003/2007/2010 (Word, Excel e Power Point): Conceitos, organização, utilização, configuração e uso
dos recursos: gerenciamento de arquivos, pastas, diretórios, planilhas, tabelas, gráficos, fórmulas, funções, suplementos,
programas e impressão. ....................................................................................................................................................................................... 21
Protocolos, serviços, tecnologias, ferramentas e aplicativos associados à Internet e ao correio eletrônico. Conceitos dos
principais navegadores da Internet. ................................................................................................................................................................ 55
Conceito de software livre. .................................................................................................................................................................................. 60
Conceitos de segurança da informação aplicados a TIC.Cópia de segurança (backup): Conceitos. ..................................... 64
Conceitos de ambiente de Redes de Computadores................................................................................................................................. 70
INFORMÁTICA BÁSICA

Prof. Ovidio Lopes da Cruz Netto

- Doutor em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.


- Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.
- Pós Graduado em Engenharia de Software pela Universidade São Judas Tadeu.
- Pós Graduado em Formação de Docentes para o Ensino Superior pela Universidade Nove de Julho.
- Graduado em Engenharia da Computação pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC

CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM


AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS (XP/7/8).
CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM
AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
USO DOS RECURSOS, AMBIENTE DE TRABALHO, ARQUIVO, PASTAS,
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS, FORMATAÇÃO, LOCALIZAÇÃO DE ARQUIVOS,
LIXEIRA, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA E BACKUP.

1. Conceitos e fundamentos básicos de informática

A Informática é um meio para diversos fins, com isso acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A sua utiliza-
ção passou a ser um diferencial para pessoas e empresas, visto que, o controle da informação passou a ser algo fundamen-
tal para se obter maior flexibilidade no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor integrar sua área de atuação
com a informática, atingirá, com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemente, o seu sucesso, por isso em quase
todos editais de concursos públicos temos Informática.
1.1. O que é informática?
Informática pode ser considerada como significando “informação automática”, ou seja, a utilização de métodos e téc-
nicas no tratamento automático da informação. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada: O computador.
A palavra informática originou-se da junção de duas outras palavras: informação e automática. Esse princípio básico
descreve o propósito essencial da informática: trabalhar informações para atender as necessidades dos usuários de maneira
rápida e eficiente, ou seja, de forma automática e muitas vezes instantânea.
Nesse contexto, a tecnologia de hardwares e softwares é constantemente atualizada e renovada, dando origem a equi-
pamentos eletrônicos que atendem desde usuários domésticos até grandes centros de tecnologia.

1.2. O que é um computador?


O computador é uma máquina que processa dados, orientado por um conjunto de instruções e destinado a produzir
resultados completos, com um mínimo de intervenção humana. Entre vários benefícios, podemos citar:
: grande velocidade no processamento e disponibilização de informações;
: precisão no fornecimento das informações;
: propicia a redução de custos em várias atividades
: próprio para execução de tarefas repetitivas;
Como ele funciona?
Em informática, e mais especialmente em computadores, a organização básica de um sistema será na forma de:

Figura 1: Etapas de um processamento de dados.

1
INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais com arquivos dos mais diferentes formatos de compressão,
para o entendimento de informática em concursos públi- tais como: ACE, ARJ, BZ2, CAB, GZ, ISO, JAR, LZH, RAR, TAR,
cos. UUEncode, ZIP, 7Z e Z. Também suporta arquivos de até
Hardware, são os componentes físicos do computador, 8.589 bilhões de Gigabytes!
ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri- Chat  é um termo da língua inglesa que se pode tra-
féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou duzir como “bate-papo” (conversa). Apesar de o conceito
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa- ser estrangeiro, é bastante utilizado no nosso idioma para
mento) fazer referência a uma ferramenta (ou fórum) que permite
Software, são os programas que permitem o funciona- comunicar (por escrito) em tempo real através da Internet.
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica Principais canais para chats são os portais, como Uol,
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacio- Terra, G1, e até mesmo softwares de serviços mensageiros
nais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação. como o Skype, por exemplo.
O primeiro software necessário para o funcionamento Um e-mail hoje é um dos principais meios de comuni-
de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope- cação, por exemplo:
racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os canaldoovidio@gmail.com
aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
na manutenção do computador, o antivírus é o principal Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer dizer
exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra- na, o gmail é o servidor e o .com é a tipagem.
mação que são programas que fazem outros programas, Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
como o JAVA por exemplo. em um único computador, sem necessariamente estarmos
Importante mencionar que os softwares podem ser conectados à Internet no momento da criação ou leitura do
livres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes e-mail, podemos usar um programa de correio eletrônico.
características: Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla Thun-
• O usuário pode executar o software, para qualquer derbird, outros proprietários como o Outlook Express. Os dois
uso. programas, assim como vários outros que servem à mesma
• Existe a liberdade de estudar o funcionamento do finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos os recur-
programa e de adaptá-lo às suas necessidades. sos dos programas de correio eletrônico através do Outlook
• É permitido redistribuir cópias. Express que também estão presentes no Mozilla Thunderbird.
• O usuário tem a liberdade de melhorar o progra- Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
ma e de tornar as modificações públicas de modo que a com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de
comunidade inteira beneficie da melhoria. teclado para a realização de diversas funções dentro do
Entre os principais sistemas operacionais pode-se des- Outlook. Para você começar os seus estudos, anote alguns
tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões, atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta apertar
o Macintosh (Apple) e o  Linux  (software livre criado pelo Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada mensagem
finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso em considera-
o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras. ção inclua os atalhos de teclado na sua rotina de estudos e
É o principal software do computador, pois possibilita vá preparado para o concurso com os principais na cabeça.
que todos os demais programas operem. Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para pro-
Android  é um Sistema Operacional desenvolvido pelo fissionais que compartilham uma mesma área é o compartilha-
Google para funcionar em dispositivos móveis, como Smar- mento de calendário entre membros de uma mesma equipe.
tphones e Tablets. Sua distribuição é livre, e qualquer pessoa Por isso mesmo é importante que você tenha o conhe-
pode ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver aplicati- cimento da técnica na hora de fazer uma prova de con-
vos (apps) para funcionar neste Sistema Operacional. curso que exige os conhecimentos básicos de informática,
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos aparelhos pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores
fabricados pela Apple, como o iPhone e o iPad. chances de aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
2. Conhecimento e utilização dos principais softwares do Outlook que permite que o usuário organize de forma
utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, com-
e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem) promissos e reuniões de maneira organizada por dia, de
forma a ter um maior controle das atividades que devem
Os compactadores de arquivos servem para transfor- ser realizadas durante o seu dia a dia.
mar um grupo de arquivos em um único arquivo e ocu- Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permi-
pando menos memória, ficou muito famoso como o termo te que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
zipar um arquivo. parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
Hoje o principal programa é o WINRAR para Windows, que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que
inclusive com suporte para outros formatos. Compacta em pode ser uma ótima pedida para profissionais dentro de
média de 8% a 15% a mais que o seu principal concorrente, uma mesma equipe, principalmente quando um determi-
o WinZIP. WinRAR é um dos únicos softwares que trabalha nado membro entra de férias.

2
INFORMÁTICA BÁSICA

Para conseguir utilizar essa função basta que você entre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Feito isso,
basta que você clique em Enviar Calendário por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as informações que vão ser compartilhadas com quem você deseja,
de forma que o Outlook vai formular um calendário de forma simples e detalhada de fácil visualização para quem você
deseja enviar uma mensagem.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria para
deixar os comunicados enviados por e-mail com uma aparência mais profissional.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este con-
teúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua pre-
paração para concurso. Ao contrário do que muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assinatura é
bastante simples, de forma que perder pontos por conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de Opções.
Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve clicar. Feito isso,
você vai conseguir adicionar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura acima, ao
clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:

Figura 2: Tela de Envio de E-mail

Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da mensagem. Cam-
po obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que servirá para ter
ciência desse e-mail.
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam ocultos.

Assunto: campo onde será inserida uma breve descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase sobre o
conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode levar o
destinatário a não dar a devida importância à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas formatações existentes na barra de formatação do Outlook:
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma
criadora do Mozilla Firefox).
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que
funciona como uma página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e
senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está
instalado para acessar seu e-mail.

3
INFORMÁTICA BÁSICA

A popularização da banda larga e dos serviços de e-mail com grande capacidade de armazenamento está aumentan-
do a circulação de vídeos na Internet. O problema é que a profusão de formatos de arquivos pode tornar a experiência
decepcionante.
A maioria deles depende de um único programa para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai necessitar do
QuickTime, da Apple. Outros, além de um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo de “COder/DECo-
der”, codec é uma espécie de complemento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o caso do MPEG, que roda no
Windows Media Player, desde que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação é automática.
Com os três players de multimídia mais populares - Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você dificilmente
encontrará problemas para rodar vídeos, tanto offline como por streaming (neste caso, o download e a exibição do vídeo
são simultâneos, como na TV Terra).
Atualmente, devido à evolução da internet com os mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há uma
grande demanda por programas para trabalhar com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso, também há
no mercado uma ampla gama de ferramentas existentes que fazem algum tipo de tratamento ou conversão de imagens.
Porém, muitos destes programas não são o que se pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão em seu
uso ou na manipulação dos recursos existentes. Caso o que você precise seja apenas um programa para visualizar imagens
e aplicar tratamentos e efeitos simples ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma conferida em alguns
aplicativos mais leves e com recursos mais enxutos como os visualizadores de imagens.
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis de se
utilizar dos editores, para você que não precisa de tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um tratamento especial
para as suas mais variadas imagens.
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos e
imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem do com-
putador.
As ferramentas de edição possuem os métodos mais avançados para automatizar o processo de correção de imagens.
No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o programa consegue identificar e corrigir todos os olhos vermelhos da foto
automaticamente sem precisar selecionar um por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicionar textos, inserir efei-
tos, e muito mais.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente de ar-
mazenamento capaz de filtrar imagens que contenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar apenas as fotos que
contém pessoas.
Depois de tudo organizado em seu computador, você pode escolher diversas opções para salvar e/ou compartilhar
suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. O programa
possui integração com o PicasaWeb, o qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos segundos.
O  IrfanView  é um visualizador de imagem muito leve e com uma interface gráfica simples porém otimizada e fácil
de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns recursos
simples de editor. Com ele é possível fazer operações como copiar e deletar imagens até o efeito de remoção de olhos ver-
melhos em fotos. O programa oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e alteração de cores em sua imagem
por meio de apenas um clique.
Além disso sempre é possível a visualização de imagens pelo próprio gerenciador do Windows.

3.Identificação e manipulação de arquivos

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos através de programas aplicativos. Por exemplo, quando abrimos a
Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a programas, arquivos, pastas ou atalhos. As duas figuras mostradas
nos itens anteriores são ícones. O primeiro representa uma pasta e o segundo, um arquivo criado no programa Excel.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
Clicando com o botão direito do mouse sobre um espaço vazio da área de trabalho, temos as seguintes opções, de
organização:

4
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 3: Organizar ícones

-Nome: Organiza os ícones por ordem alfabética de nomes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tamanho: Organiza os ícones pelo seu tamanho em bytes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tipo: Organiza os ícones em grupos de tipos, por exemplo, todas as pastas ficarão ordenadas em sequência, depois
todos os arquivos, e assim por diante, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de trabalho.
-Modificado em: Organiza os ícones pela data da última alteração, permanecendo inalterados os ícones padrão da área
de trabalho.
-Organizar automaticamente: Não permite que os ícones sejam colocados em qualquer lugar na área de trabalho.
Quando arrastados pelo usuário, ao soltar o botão esquerdo, o ícone voltará ao seu lugar padrão.
-Alinhar à grade: estabelece uma grade invisível para alinhamento dos ícones.
-Mostrar ícones da área de trabalho: Oculta ou mostra os ícones colocados na área de trabalho, inclusive os ícones
padrão, como Lixeira, Meu Computador e Meus Documentos.
-Bloquear itens da Web na área de trabalho: Bloquea recursos da Internet ou baixados em temas da web e usados na
área de trabalho.
-Executar assistente para limpeza da área de trabalho:
Inicia um assistente para eliminar da área de trabalho ícones que não estão sendo utilizados.
Para acessar o Windows Explorer, basta clicar no botão Windows, Todos os Programas, Acessórios, Windows Explorer,
ou usar a tecla do Windows+E. O Windows Explorer é um ambiente do Windows onde podemos realizar o gerenciamento
de arquivos e pastas. Nele, temos duas divisões principais: o lado esquerdo, que exibe as pastas e diretórios em esquema
de hierarquia e o lado direito que exibe o conteúdo das pastas e diretórios selecionados do lado esquerdo.
Quando clicamos, por exemplo, sobre uma pasta com o botão direito do mouse, é exibido um menu suspenso com
diversas opções de ações que podem ser realizadas. Em ambos os lados (esquerdo e direito) esse procedimento ocorre,
mas do lado esquerdo, não é possível visualizar a opção “Criar atalho”, como é possível observar nas figuras a seguir:

5
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 4: Windows Explorer – botão direito

A figura a cima mostra as opções exibidas no menu suspenso quando clicamos na pasta DOWNLOADS com o botão
direito do mouse, do lado esquerdo do Windows Explorer.
No Windows Explorer podemos realizar facilmente opções de gerenciamento como copiar, recortar, colar e mover,
pastas e arquivos.

-Copiar e Colar: consiste em criar uma cópia idêntica da pasta, arquivo ou atalho selecionado. Para essa tarefa, pode-
mos adotar os seguintes procedimentos:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “copiar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+C. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.
Dessa forma, teremos o mesmo arquivo ou pasta em mais de um lugar no computador.

-Recortar e Colar: Esse procedimento retira um arquivo ou pasta de um determinado lugar e o coloca em outro. É como
se recortássemos uma figura de uma revista e a colássemos em um caderno. O que recortarmos ficará apenas em um lugar
do computador.
Os passos necessários para recortar e colar, são:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “recortar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+X. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.

Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, podemos clicar
com o botão direito do mouse sobre eles e depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez sobre o objeto
desejado e depois pressionar o botão delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para lixeira o que foi excluído,
sendo possível a restauração, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo enviado para a lixeira, pode-
mos, após abri-la, restaurar o que desejarmos.

6
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 5: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode ser feita com um clique com o botão direito do mouse sobre o item de-
sejado e depois, outro clique com o esquerdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. Sempre
que algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele item para a Lixeira,
ou avisando que o que foi selecionado será permanentemente excluído. Outra forma de excluir documentos ou pastas sem
que eles fiquem armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.
No Linux a forma mais tradicional para se manipular arquivos é com o comando chmod que altera as permissões de
arquivos ou diretórios. É um comando para manipulação de arquivos e diretórios que muda as permissões para acesso
àqueles, por exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser apenas leitura, impedindo que
seu conteúdo seja alterado.

4. Backup de arquivos

O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão acidentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os dados originais
do disco rígido forem apagados ou substituídos acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido a um defeito do disco
rígido, você poderá restaurar facilmente os dados usando a cópia arquivada.

4.1. Tipos de Backup


Fazer um backup é simples. Basta copiar os arquivos que você usa para outro lugar e pronto, está feito o backup. Mas e
se eu alterar um arquivo? E se eu excluir acidentalmente um arquivo? E se o arquivo atual corrompeu? Bem, é aí que a coisa
começa a ficar mais legal. É nessa hora que entram as estratégias de backup.
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado com backups, a maioria pensará que um backup é somente uma
cópia idêntica de todos os dados do computador. Em outras palavras, se um backup foi criado na noite de terça-feira, e
nada mudou no computador durante o dia todo na quarta-feira, o backup criado na noite de quarta seria idêntico àquele
criado na terça. Apesar de ser possível configurar backups desta maneira, é mais provável que você não o faça. Para enten-
der mais sobre este assunto, devemos primeiro entender os tipos diferentes de backup que podem ser criados. Estes são:
• Backups completos;
• Backups incrementais;
• Backups diferenciais;
• Backups delta;
O backup completo é simplesmente fazer a cópia de todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os dis-
positivos de backup correspondentes), independente de versões anteriores ou de alterações nos arquivos desde o último
backup. Este tipo de backup é o tradicional e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando pensam em backup:
guardar TODAS as informações. Outra característica do backup completo é que ele é o ponto de início dos outros métodos
citados abaixo. Todos usam este backup para assinalar as alterações que deverão ser salvas em cada um dos métodos.
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos para a mídia de backup. Conforme mencionado anteriormente, se os
dados sendo copiados nunca mudam, cada backup completo será igual aos outros. Esta similaridade ocorre devido ao fato
que um backup completo não verifica se o arquivo foi alterado desde o último backup; copia tudo indiscriminadamente

7
INFORMÁTICA BÁSICA

para a mídia de backup, tendo modificações ou não. Esta O armazenamento deve ser sempre levado em con-
é a razão pela qual os backups completos não são feitos o sideração, onde o administrador desses backups deve
tempo todo Todos os arquivos seriam gravados na mídia se preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda
de backup. Isto significa que uma grande parte da mídia adequadamente às necessidades de todos, e também
de backup é usada mesmo que nada tenha sido alterado. assegurar que os backups estejam disponíveis para a
Fazer backup de 100 gigabytes de dados todas as noites pior das situações.
quando talvez 10 gigabytes de dados foram alterados não Após todas as técnicas de backups estarem efetiva-
é uma boa prática; por este motivo os backups incremen- das deve-se garantir os testes para que com o passar
tais foram criados. do tempo não fiquem ilegíveis.
Já os backups incrementais primeiro verificam se o
horário de alteração de um arquivo é mais recente que o 4.3. Recomendações para proteger seus backups
horário de seu último backup, por exemplo, já atuei em
uma Instituição, onde todos os backups eram programa- Fazer backups é uma excelente prática de seguran-
dos para a quarta-feira. ça básica. Agora lhe damos conselhos simples para que
A  vantagem  principal em usar backups incrementais você esteja a salvo no dia em que precisar deles:
é que rodam mais rápido que os backups completos. A 1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escri-
principal desvantagem dos backups incrementais é que tório, e, se for possível, em algum recipiente à prova
para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces- de incêndios, como os cofres onde você guarda seus
sário procurar em um ou mais backups incrementais até documentos e valores importantes.
encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de arquivo 2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as
completo, é necessário restaurar o último backup completo mantenha em lugares separados.
e todos os backups incrementais subsequentes. Numa ten- 3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups,
tativa de diminuir a necessidade de procurar em todos os é melhor comprimir os arquivos que já sejam muito
backups incrementais, foi implementada uma tática ligeira- antigos (quase todos os programas de backup contam
mente diferente. Esta é conhecida como backup diferencial. com essa opção), assim você não desperdiça espaço
Os backups diferenciais, também só copia arquivos al- útil.
terados desde o último backup, mas existe uma diferen- 4. Proteja seus backups com uma senha, de manei-
ça, ele mapeia as alterações em relação ao último backup ra que sua informação fique criptografada o suficiente
completo, importante mencionar que essa técnica ocasio- para que ninguém mais possa acessá-la. Se sua infor-
na o aumento progressivo do tamanho do arquivo. mação é importante para seus entes queridos, imple-
Os backups delta sempre armazena a diferença entre mente alguma forma para que eles possam saber a se-
as versões correntes e anteriores dos arquivos, começan- nha se você não estiver presente.
do a partir de um backup completo e, a partir daí, a cada
novo backup são copiados somente os arquivos que foram 5. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, me-
alterados enquanto são criados hardlinks para os arquivos mórias, processadores (CPU) e disco de armazenamen-
que não foram alterados desde o último backup. Esta é a to HDs, CDs e DVDs)
técnica utilizada pela Time Machine da Apple e por ferra- Os gabinetes são dotados de fontes de alimenta-
mentas como o rsync. ção de energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão
de reset, baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD,
4.2. Mídias saídas de ventilação e painel traseiro com recortes para
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de dados encaixe de placas como placa mãe, placa de som, vídeo,
removível amplamente utilizado. Tem os benefícios de custo rede, cada vez mais com saídas USBs e outras.
baixo e uma capacidade razoavelmente boa de armazena- No fundo do gabinete existe uma placa de metal
mento. Entretanto, a fita tem algumas desvantagens. Ela está onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é
sujeita ao desgaste e o acesso aos dados na fita é sequen- possível verificar se será possível ou não fixar determi-
cial por natureza. Estes fatores significam que é necessário nada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser
manter o registro do uso das fitas (aposentá-las ao atingirem proporcionais aos furos encontrados na placa mãe para
o fim de suas vidas úteis) e também que a procura por um parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.
arquivo específico nas fitas pode ser uma tarefa longa. Placa-mãe, é a placa principal, formada por um con-
Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados junto de circuitos integrados (“chip set“) que reconhece
como um meio de backup. No entanto, os preços de ar- e gerencia o funcionamento dos demais componentes
mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos, do computador.
usar drives de disco para armazenamento de backup faz Se o processador pode ser considerado o “cérebro”
sentido. A razão principal para usar drives de disco como do computador, a placa-mãe (do inglês  motherboard)
um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de representa a espinha dorsal, interligando os demais pe-
armazenamento em massa mais rápido. A velocidade pode riféricos ao processador.
ser um fator crítico quando a janela de backup do seu cen- O disco rígido, do inglês hard disk, também conhe-
tro de dados é curta e a quantidade de dados a serem co- cido como HD, serve como unidade de armazenamento
piados é grande. permanente, guardando dados e programas.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Ele armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus dados gravados ou acessados por um braço móvel composto por
um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham com valores discretos) são totalmente binários. Toda informação
introduzida em um computador é convertida para a forma binária, através do emprego de um código qualquer de arma-
zenamento, como veremos mais adiante.
A menor unidade de informação armazenável em um computador é o algarismo binário ou dígito binário, conhecido
como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as infor-
mações manipuladas por um computador são codificadas em grupos ordena- dos de bits, de modo a terem um significado
útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma informação útil e inteligível para o ser humano é o byte (leia-se
“baite”).
Como os principais códigos de representação de caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos de
byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo acesso, armazenamento e recuperação de informações são efetua-
dos byte a byte. Por essa razão, em anúncios de computadores, menciona-se que ele possui “512 mega bytes de memória”;
por exemplo, na realidade, em face desse costume, quase sempre o termo byte é omitido por já subentender esse valor.
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja a imagem abaixo:

Figura 6: Unidade de medida de memórias

Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe basta
multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:

Transformar 4 gigabytes em kilobytes: Transformar 16422282522 kilobytes em terabytes:


4 * 1024 = 4096 megabytes 16422282522 / 1024 = 16037385,28 megabytes
4096 * 1024 = 4194304 kilobytes. 16037385,28 / 1024 = 15661,51 gigabytes
15661,51 / 1024 = 15,29 terabytes.

USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de entrada mais usada atualmente.


Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia. Por
isso permite que os conectores USB sejam usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.

A fonte de energia do computador ou, em inglês é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, que chega
pelas tomadas, em voltagens menores, capazes de ser suportadas pelos componentes do computador.

Monitor de vídeo
Normalmente um dispositivo que apresenta informações na tela de LCD, como um televisor atual.
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados de touchscreen), onde podemos escolher opções tocando em
botões virtuais, apresentados na tela.

Impressora
Muito popular e conhecida por produzir informações impressas em papel.
Atualmente existem equipamentos chamados impressoras multifuncionais, que comportam impressora, scanner e fo-
tocopiadoras num só equipamento.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá- ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
rios de computadores atualmente. quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite
Ele não precisar recarregar energia para manter os da- que outras operações também façam referência à memória.
dos armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao contrá- Possuem um clock interno de sincronização que define
rio dos antigos disquetes. É utilizado através de uma porta a velo- cidade com que o processamento ocorre. Essa velo-
USB (Universal Serial Bus). cidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
Em um computador, a velocidade do clock se refere ao
Cartões de memória, são baseados na tecnologia flash, número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
semelhante ao que ocorre com a memória RAM do com- (dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o
putador, existe uma grande variedade de formato desses tempo necessário para o processador executar uma instru-
cartões. ção. Assim para avaliar a performance de um processador,
São muito utilizados principalmente em câmeras foto- medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e,
gráficas e telefones celulares. Podem ser utilizados também para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên-
em microcomputadores. cia, o Hertz.

BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema Básico


de Entrada e Saída, trata-se de um mecanismo responsável
por algumas atividades consideradas corriqueiras em um
computador, mas que são de suma importância para o cor-
reto funcionamento de uma máquina.
Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao
iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e iden-
tificar todos os componentes de hardware conectados à
máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é que
a BIOS passa o controle para o sistema operacional e o
boot acontece de verdade.

Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM Figura 7: Esquema Processador


(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desliga- Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
mento do computador. com seus circuitos que recebem e transmite dados para
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibilitam Internet e a outros computadores e, como não poderia fal-
a regravação dos dados por meio de equipamentos espe- tar, possibilitar a saída de imagens no monitor.
ciais. Essas memórias são utilizadas para o armazenamento Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
do BIOS. ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
O processador que é uma peça de computador que não estão implementa- dos nesses chips, da própria mo-
contém instruções para realizar tarefas lógicas e matemá- therboard. Geralmente esse fato implica na redução da ve-
ticas. O processador é encaixado na placa mãe através do locidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, uma
socket, ele que processa todas as informações do compu- vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
tador, sua velocidade é medida em Hertz e os fabricantes No entanto, quando se pretende ter maior potência de
mais famosos são Intel e AMD. som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de imagens
O processador do computador (ou CPU – Unidade e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as placas off
Central de Processamento) é uma das partes principais do board. Vamos conhecer mais sobre esse termo e sobre as
hardware do computador e é responsável pelos cálculos, placas de vídeo, som e rede:
execução de tarefas e processamento de dados. Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
Contém um conjunto de restritos de células de memó- lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
ria chamados registradores que podem ser lidos e escritos podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
muito mais rapidamente que em outros dispositivos de placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
memória. Os registra- dores são unidades de memória que na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de
representam o meio mais caro e rápido de armazenamento dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, o
de dados. Por isso são usados em pequenas quantidades resultado do processamento de vários outros dados.
nos processadores. Você já deve ter visto placas de vídeo com especifica-
Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos ções 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o número,
RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Complex maior será a quantidade de dados que passarão por se-
Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]: gundo por essa placa, o que oferece imagens de vídeo, por
exemplo, com velocidade cada vez mais próxima da reali-

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INFORMÁTICA BÁSICA

dade. Além dessa velocidade, existem outros itens importantes de serem observados em uma placa de vídeo: aceleração
gráfica 3D, resolução, quantidade de cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão de encaixe na placa mãe que
ela deverá usar (atualmente seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens um a um:
Placas de som são hardwares específicos para trabalhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de ouvido ou
microfone. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conectadas em slots
presentes na placa mãe. São dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto permitem a inclusão de dados (com a entrada
da voz pelo microfone, por exemplo) como a saída de som (através das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para integrar um computador a uma rede, de forma que ele possa enviar e
receber informações. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conecta-
das em slots presentes na placa mãe.
Alguns dados importantes a serem observados em uma placa de rede são: a arquitetura de rede que atende os tipos
de cabos de rede suportados e a taxa de transmissão.

6. Periféricos de computadores

Para entender o suficiente sobre periféricos para concurso público é importante entender que os periféricos são os
componentes (hardwares) que estão sempre ligados ao centro dos computadores.
Os periféricos são classificados como:
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, microfo-
ne, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador Biométrico, Touchpad e outros.
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a informação do computador. Exemplos: Monitor, Impressoras, Caixa
de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros.
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em transmitir e receber informação ao computador. Exemplos: Drive de Dis-
quete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, modem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo de Som e outros.

SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS

Windows assim como tudo que envolve a informática passa por uma atualização constante, os concursos públicos em
seus editais acabam variando em suas versões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões do Windows
quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um software, um programa de computador desenvolvido por pro-
gramadores através de códigos de programação. Os Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, são consi-
derados como a parte lógica do computador, uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada apenas quando o
computador está em funcionamento. O Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o primeiro a ser instalado
na máquina.
Quando montamos um computador e o ligamos pela primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas rotinas
presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos todos os recursos do computador, com toda a qualidade das placas
de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos que instalar o SO.
Após sua instalação é possível configurar as placas para que alcancem seu melhor desempenho e instalar os demais
programas, como os softwares aplicativos e utilitários.
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e gerencia os demais programas.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e 64 bits está na forma em que o processador do computador
trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32 bits tem que ser instalado em um computador que tenha o proces-
sador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que ser instalado em um computador de 64 bits.
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais memória que
as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda a reduzir o tempo despendi- do na permuta de processos para dentro e para
fora da memória, pelo armazenamento de um número maior desses processos na memória de acesso aleatório (RAM) em
vez de fazê-lo no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral do programa”.

Windows XP

O Windows XP foi lançado em 2001 e ele era um sistema operacional bastante completo e confiável, por isso pode-se
dizer que ele foi uma versão muito bem sucedida, importante mencionar que o encerramento do seu suporte foi em abril
de 2014.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 8: Tela de login do Windows XP

Figura 9: Desktop do Windows XP

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INFORMÁTICA BÁSICA

Ele foi sucessor de uma versão considerada fracassada Comparando o Windows XP com o Windows 7
que foi o Windows Me (Millennium Edition), lançado em
2000, e é considerado por muitos o principal responsável Estabilidade
em recuperar a confiança dos clientes Microsoft. Seu lança-
mento foi dia 25 de outubro de 2001 e chamou a atenção O Windows 7 é muito mais estável do que o Windo-
por trazer uma nova interface gráfica e eliminar os proble- ws XP, e isso acontece por diversos motivos. Inicialmente
mas de estabilidade encontrados no ME. ele foi desenvolvido para dar maior proteção à memória,
A interface gráfica do Windows XP ficou conhecida por isolando-a de problemas externos. Exemplo clássico: você
ser muito mais intuitiva e agradável, afinal as janelas cinzas, instala um novo driver de placa de vídeo, e ele trava pois
e barras quadradas foram substituídas por uma interface tem um bug. Enquanto o Windows XP trava por completo
colorida, com padrão azul, e botões mais arredondados e (ou o computador é reiniciado), o Windows 7 se recupera
visíveis. Outra grande novidade foi o botão iniciar, que fi- normalmente do travamento utilizando um driver padrão
cou maior, com mais atalhos e possibilidades de fixar pro- de vídeo, e isso não afeta os demais programas abertos.
gramas, mudança essa que permaneceu até o Windows 7. O Windows 7 vem com o Monitor de Confiabilidade.
Outros aspectos visuais trazidos pelo Windows XP, fo- Ele monitora constantemente o computador, salvando in-
ram as novas camadas e efeitos para o desktop, além de formações importantes quando há alguma falha de aplica-
apresentar um papel de parede padrão que viria a se tor- tivo ou do Windows, e com isso o usuário tem um pano-
nar icônico. Os usuários poderiam ainda travar a barra de rama geral que permite concluir que aplicativo ou driver
tarefas e evitar que houvesse mudanças das configurações está causando problemas. Isso é possível pois ele monitora
no espaço. a data de instalação de drivers e programas, execução de
O XP foi apresentado ainda em diferentes edições, aplicativos, updates do Windows, travamento de progra-
além de estar disponível em 32 e 64 bits. A versão Home mas, e tudo mais que possa afetar a estabilidade do sis-
Edition era voltada para o uso doméstico e trazia ferra- tema operacional - e com isso é fácil concluir quando um
mentas mais simples para o usuário comum. Já a edição novo programa ou driver está causando problemas no sis-
Professional tinha como público empresas e usuários com tema operacional. O Monitor de Confiabilidade também
conhecimentos avançados. Houve ainda uma versão Media tem a opção de verificar soluções para todos os problemas
Center Edition, mas esta nunca foi colocada à venda e era listados.
entregue somente sob encomenda. Além disso, o Windows 7 também vem com a opção
Em relação as funcionalidades, o grande destaque foi o de restauração de sistema e drivers, permitindo que você
suporte a dispositivos Plug and Play, famoso plugar e usar retorne a um status ou driver anterior ao atual caso este
que acabou com etapas burocráticas de instalação, não exi- apresente algum problema.
gindo que o computador fosse desligado ao remover um Por fim, o NTFS (tipo de partição) do Windows 7 é mais
dispositivo externo, como um pendrive. completo e avançado do que o do Windows XP, pois é o
Outra novidade na funcionalidade foi a tecnologia mesmo utilizado no Windows Server 2008. Quando ocorre
ClearType, que facilitava a visualização de textos em tela algum problema em disco ou na partição do Windows XP,
LCD, novidades na época. Além disso, ele melhorou o con- por exemplo, o sistema operacional tenta corrigi-lo (às ve-
sumo de energia para a utilização em dispositivos móveis zes durante horas) via chkdsk no próximo boot. O NTFS do
como notebook e tablets, e incluiu a possibilidade de ini- Windows 7, por outro lado, utiliza o self-healing (auto-cor-
cializar a máquina mais rapidamente e hibernar. reção) e o problema é reparado imediatamente sem que o
Além disso, passou a dar suporte às redes Wireless e usuário sequer saiba disso. Além disso, ele permite corrigir
DSL, melhorando a alternância entre contas de usuários, problemas em arquivos de sistema (como o Win32k.sys) -
permitindo que o indivíduo acesse outra conta sem fechar algo que o Windows XP não consegue. Neste item Windo-
seus programas abertos. Além disso, introduziu a funcio- ws 7 x Windows XP, o Windows 7 ganha.
nalidade de assistência remota, o que possibilitou que pes-
soas conectadas à Internet pudessem assumir o controle Usabilidade
da máquina para realizar suporte técnico ou auxiliar uma
tarefa. O Windows 7 facilita o dia-a-dia das pessoas com novi-
Quanto as atualizações e até mesmo o encerramen- dades que tornam as tarefas mais rápidas e eficientes. Entre
to do suporte, pode-se dizer que o XP teve três grandes elas estão:
atualizações, que ficaram conhecidas como Service Packs. - Central de Contas do Usuário (UAC) que protege o
O primeiro foi lançado no dia 9 de setembro de 2002, adi- usuário sem incomodá-lo
cionando o suporte ao formato USB 2.0 e a possibilidade - Pesquisa integrada ao sistema operacional
de definir padrões de programas. O SP2 chegou em 6 de - Bibliotecas, que organizam os arquivos e facilitam o
agosto de 2004 com foco na segurança do sistema. Já o seu uso em rede local
SP3 foi distribuído em 6 de maio de 2008 com correções de - Aero Snap, que ao arrastar uma janela para a lateral
segurança e melhoras no desempenho. da tela, esta é automaticamente expandida e ocupa meta-
No dia 8 de abril de 2014, a Microsoft encerrou o su- de da tela (ou tela cheia se for arrastada para cima)
porte ao Windows XP SP3, não oferecendo mais atualiza- - Aero Peek, que torna as janelas transparentes para
ções ou correções de segurança para o sistema. você visualizar ou acessar rapidamente o desktop

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INFORMÁTICA BÁSICA

- Aero Shake, que ao chacoalhar uma janela faz com Custo Benefício
que todas as demais sejam automaticamente minimizadas
O Windows XP foi inaugurado em 2001, ou seja, para
Essas melhorias na usabilidade não devem ser descon- hardwares equivalentes da época, os requisitos mínimos
sideradas ou vistas como “frescura”, pois elas podem eco- do Windows XP são inferiores até mesmo aos smartpho-
nomizar dezenas de horas de trabalho por ano! Mais uma nes mais simples de hoje em dia: Pentium 233 MHz, 64MB
vantagem para o Windows 7 na comparação Windows 7 x RAM e 1,5GB de espaço em disco! É preciso dizer mais?
Windows XP. O Windows 7 funciona muito bem até mesmo em
hardware limitado, como netbooks com 1GB RAM e pro-
Segurança cessador de 1GHz, além de estar preparado para utilizar
todo potencial das tecnologias atuais:  processadores
Há um mundo de diferença entra a segurança do multi-core, muita memória RAM, discos SSD, drive de
Windows XP e a do Windows 7. Embora algumas pessoas Blu-Ray, USB 3.0, placas de vídeo caseiras que processam
achem que basta instalar um navegador atual para se man- 3 trilhões de cálculos por segundo (quatro placas dessas
ter seguro na web, nada mais ilusório: estes mesmos nave- trabalhando juntas superam o total de cálculos por se-
gadores não conseguem proteger o usuário se eles estão gundo do supercomputador mais rápido do planeta de
sendo executados em um sistema operacional com capaci- 2001 - e ele tinha 8.192 processadores!), e tecnologias
dade de proteção limitada. O navegador não impede ata- que utilizamos atualmente e que seriam consideradas
ques remotos nem ataques que utilizam vulnerabilidades coisas de ficção científica quando o Windows XP foi cria-
existentes no sistema operacional. do.
Além disso, vulnerabilidades no Windows 7 são muito Na prática não existem motivos razoáveis para um
menos perigosas do que a mesma vulnerabilidade no Win- computador utilizar o Windows XP ao invés do Windows
dows XP, pois o Windows 7 tem diversas proteções adicio- 7.
nais que diminuem o poder de ação dos malwares. Entre
elas estão ASLR, PatchGuard, UAC, PMIE e outras tecnolo-
gias que bloqueiam e impedem ataques externos por vias Windows 7
desconhecidas. Além disso, o antivírus gratuito da Micro-
soft (MSE – Microsoft Security Essentials) pode ser utilizado
por qualquer pessoa que tenha Windows Original, prote- Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:
gendo-a contra malwares. 1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito
em computador e clique em Propriedades.
Hardware e performance 2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
Atualmente muitos computadores e notebooks vêm você precisará de um processador capaz de executar uma
com 4GB de memória RAM ou mais - e o Windows XP não versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um siste-
aproveita isso. ma operacional de 64 bits ficam mais claros quando você
Tanto o Windows XP quanto o Windows 7 “enxergam” tem uma grande quantidade de RAM (memória de acesso
até 4GB RAM nas suas versões 32-bits - mas ao contrário aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou mais.
do XP, o Windows 7 tem versões 64-bits perfeitamente uti- Nesses casos, como um sistema operacional de 64 bits
lizáveis, isto é, o mercado lançou programas e periféricos pode processar grandes quantidades de memória com
que funcionam perfeitamente no Windows 7, mas não para mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de 64 bits
o Windows XP. poderá responder melhor ao executar vários programas
Embora exista uma versão 64-bits do Windows XP, pra- ao mesmo tempo e alternar entre eles com frequência”.
ticamente ninguém a usa pois não há drivers para periféri- Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
cos nem programas que aproveitam o seu potencial. reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
E um detalhe que poucos sabem é que o limite de 4GB caso, é possível instalar:
de memória se aplica à soma da memória RAM + memória - Sobre o Windows XP;
da placa de vídeo + memória dos periféricos PCI + ACPI + - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
tudo mais que esteja instalado no computador que utilize (Win Vista), também 32 bits;
memória (exceto pendrive, disco rígido e cartões de me- - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
mória, obviamente). - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
Isso significa que se você utiliza  uma poderosa placa - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
de vídeo de 2GB de memória (algo relativamente comum) - Win 7 em um computador e formatar o HD durante
no Windows XP, este acessará menos de 2GB de memória a insta- lação;
RAM independentemente da quantidade de memória RAM - Win 7 em um computador sem SO;
instalada no computador. E quanto menos memória RAM, Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
menos performance o computador terá. A solução é utili- tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
zar um sistema operacional completo de 64-bits como o chave do produto, que é um código que será solicitado
Windows 7. durante a instalação.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos adotar a opção de instalação com formatação Criação de pastas (diretórios)


de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corpo-
ration:
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows
seja inicia- lizado normalmente, insira do disco de instala-
ção do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o seu
computador.
- Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
isso, e siga as instruções exibidas.
- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
ou outras preferências e clique em avançar.
- Se a página de Instalação Windows não aparecer e o
programa não solicitar que você pressione alguma tecla,
talvez seja necessário alterar algumas configurações do sis-
tema. Para obter mais informações sobre como fazer isso,
consulte Inicie o seu computador usando um disco de ins-
talação do Windows 7 ou um pen drive USB.
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
os termos de licença, clique em aceito os termos de licença
e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? clique Figura 8: Criação de pastas
em Personalizada.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique em Clicando com o botão direito do mouse em um espaço
op- ções da unidade (avançada). vazio da área de trabalho ou outro apropriado, podemos
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na encontrar a opção pasta.
opção de formatação desejada e siga as instruções. Clicando nesta opção com o botão esquerdo do mou-
- Quando a formatação terminar, clique em avançar. se, temos então uma forma prática de criar uma pasta.
- Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
dows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a confi-
guração de uma conta do usuário inicial.

Conceitos de pastas, arquivos e atalhos, manipula-


ção de arquivos e pastas, uso dos menus

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar Figura 9: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”.
arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos– são registros digitais criados e salvos atra-
vés de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
mos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones– são imagens representativas associadas a pro-
gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos–são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

Figura 10: Tela da pasta criada

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e


agora criaremos mais duas pastas dentro dela:

Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o


procedimento botão direito, Novo, Pasta.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Área de trabalho:

Figura 11: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área de
trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos para dar
início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 12: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato com todos os outros programas instalados, programas que fazem
parte do sistema operacional e ambientes de configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos uma lista, cha-
mada Menu Iniciar, que contém opções que nos permitem ver os programas mais acessados, todos os outros programas
instalados e os recursos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as opções disponíveis no
computador.
Através do botão Iniciar, também podemos:
-desligar o computador, procedimento que encerra o Sistema Operacional corretamente, e desliga efetivamente a
máquina;
-colocar o computador em modo de espera, que reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver ociosa, ou
seja, sem uso. Muito usado nos casos em que vamos nos ausentar por um breve período de tempo da frente do compu-
tador;
-reiniciar o computador, que desliga e liga automaticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns programas
que precisam da reinicialização do sistema para efetivarem sua insta- lação, durante congelamento de telas ou travamentos
da máquina.
-realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambiente com
características diferentes para cada usuário do mesmo computador.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 13: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura a cima temos o menu Iniciar, acessado com um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones colocados como atalhos na barra de tarefas para serem acessados com
facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são configurados para entrar em ação quando o computador é
iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo todo no sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus que
monitoram constante- mente o sistema para verificar se não há invasões ou vírus tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostra o relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, com o
botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos as Propriedades de data e hora.

17
INFORMÁTICA BÁSICA

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho mui-


to grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira.
Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensa-
gem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele
item para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado
será permanentemente excluído. Outra forma de excluir
documentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados
na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.

A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro


cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e com
ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado (canto
direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).

Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos


Figura 14: Propriedades de data e hora que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora, está marcada.
deter- minarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que vi-
mos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário
diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das
vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser
trocada. Esse horário também é sincronizado com o mes-
mo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
que desejarmos.
Figura 16: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Através do clique com o botão direito do mouse na bar-
ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do
menu iniciar”.

Figura 15: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo
em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar


este item”, após selecionar o objeto.

18
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 19: Barra de Ferramentas

Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Figura 17: Propriedades da barra de tarefas e do menu Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
iniciar as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-
Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros: tema e da segurança”, permite a realização de backups e
restauração das configurações do sistema e de arquivos.
-Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela seja Possui ferramentas que permitem a atualização do Sistema
posicionada em outros cantos da tela que não seja o infe- Operacional, que exibem a quantidade de memória RAM
rior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão es- instalada no computador e a velocidade do processador.
querdo do mouse pressionado. Oferece ainda, possibilidades de configuração de Firewall
-Ocultar automaticamente a barra de tarefas – oculta para tornar o computador mais protegido.
(esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior apro- - Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi-
veitamento da área da tela pelos programas abertos, e a lita configurações de rede e Internet. É possível também
exibe quando o mouse é posicionado no canto inferior do definir preferências para compartilhamento de arquivos e
monitor. computadores.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover har-
dwares como impressoras, por exemplo. Também permite
alterar sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente,
configurar modo de economia de energia e atualizar drives
de dispositivos instalados.
- Programas: através desta opção, podemos realizar a
desinstalação de programas ou recursos do Windows.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui alte-
ramos senhas, criamos contas de usuários, determinamos
configurações de acesso.
- Aparência: permite a configuração da aparência da
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu
iniciar e barra de tarefas.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para
Figura 18: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de nú-
meros e moedas.
Pela figura acima podemos notar que é possível a apa- - Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o compu-
rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar. tador às necessidades visuais, auditivas e motoras do usuá-
rio.

Computador

Através do “Computador” podemos consultar e aces-


sar unidades de disco e outros dispositivos conectados ao
nosso computador.

19
INFORMÁTICA BÁSICA

Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com- Charms Bar


putador. A janela a seguir será aberta: O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e
esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun-
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema
e configurada de acordo com a página em que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial e
em seguida escolha a cor da tela. O usuário também pode
selecionar desenhos durante a personalização do papel de
parede.

Redimensionar as tiles
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser des-
Figura 20: Computador tacar no computador.

Observe que é possível visualizarmos as unidades de dis- Grupos de Aplicativos


co, sua capacidade de armazenamento livre e usada. Vemos Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
também informações como o nome do computador, a quanti- parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos po-
dade de memória e o processador instalado na máquina. dem ser renomeados.

Windows 8 Visualizar as pastas


A interface do programas no computador podem ser
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula- lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no a barra de rolagem que fica no rodapé.
layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
acostumados com o antigo visual desse sistema. Compartilhar e Receber
A tela inicial completamente alterada foi a mudança Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Com-
aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e partilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a
também é possível visualizar previsão do tempo, cotação opção Dispositivo que é usada para receber e enviar con-
da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas teúdos de aparelhos conectados ao computador.
miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso
aos programas que mais utiliza. Alternar Tarefas
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro-
uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
das pastas e não encontre algum comando, clique com o lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.
botão direito do mouse para que esse painel apareça.
A organização de tela do Windows 8 funciona como o Telas Lado a Lado
antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com imagens Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
animadas. Cada mosaico representa um aplicativo que está to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao
instalado no computador. Os atalhos dessa área de traba- mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar
lho, que representam aplicativos de versões anteriores, ficam o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computa-
com o nome na parte de cima e um pequeno ícone na parte dor.
inferior. Novos mosaicos possuem tamanhos diferentes, co-
res diferentes e são atualizados automaticamente. Visualizar Imagens
A tela pode ser customizada conforme a conveniência do O sistema operacional agora faz com que cada vez que
usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas po- você clica em uma figura, um programa específico abre e
dem ser encontrados clicando com o botão direito do mouse isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preci-
em um espaço vazio da tela. Se deseja que um desses apli- so ir em Programas – Programas Default – Selecionar Win-
cativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão direito dows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as
sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial. Default.

20
INFORMÁTICA BÁSICA

Imagem e Senha Windows 10 Education  – Baseada na versão Enterprise,


O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao é destinada a atender as necessidades do meio educacional.
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, aces- Também tem seu método de distribuição baseado através da
se a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em se- versão acadêmica de licenciamento de volume.
guida clique em More PC settings. Acesse a opção Usuários Windows 10 Mobile – Embora o Windows 10 tente ven-
e depois clique na opção “Criar uma senha com imagem”. der seu nome fantasia como um sistema operacional único, os
Em seguida, o computador pedirá para você colocar sua smartphones com o Windows 10 possuem uma versão espe-
senha e redirecionará para uma tela com um pequeno tex- cífica do sistema operacional compatível com tais dispositivos.
to e dando a opção para escolher uma foto. Escolha uma Windows 10 Mobile Enterprise – Projetado para smart-
imagem no seu computador e verifique se a imagem está phones e tablets do setor corporativo. Também estará dis-
correta clicando em “Use this Picture”. Você terá que dese- ponível através do Licenciamento por Volume, oferecendo
nhar três formas em touch ou com o mouse: uma linha reta, as mesmas vantagens do Windows 10 Mobile com funcio-
um círculo e um ponto. Depois, finalize o processo e sua nalidades direcionadas para o mercado corporativo.
senha estará pronta. Na próxima vez, repita os movimentos Windows 10 IoT Core – IoT vem da expressão “Internet
para acessar seu computador. das Coisas” (Internet ofThings). A Microsoft anunciou que ha-
verá edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile
Internet Explorer no Windows 8 Enterprise destinados a dispositivos como caixas eletrônicos,
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra- para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será
mentas e menus. destinada para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
7.2. Windows 10 soft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que • 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para 64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun-
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 ou maior.
do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é fi-
car com um visual mais de smart e touch.
MICROSOFT OFFICE 2003/2007/2010
(WORD, EXCEL E POWER POINT):
CONCEITOS, ORGANIZAÇÃO, UTILIZAÇÃO,
CONFIGURAÇÃO E USO DOS RECURSOS:
GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS, PASTAS,
DIRETÓRIOS, PLANILHAS, TABELAS,
GRÁFICOS, FÓRMULAS, FUNÇÕES,
SUPLEMENTOS, PROGRAMAS E IMPRESSÃO.

O Microsoft Word é um processador de texto que cria


textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofí-
Figura 21:Tela do Windows 10 cios, relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que
atende às necessidades de um usuário doméstico ou de
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões uma empresa.
(com destaque para as duas primeiras): O Microsoft Word é o processador de texto integrante
Windows 10 – É a versão de “entrada” do Windows 10, dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares
que possui a maioria dos recursos do sistema. É voltada aplicativos destinados a uso de escritório e usuários do-
para Desktops e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Sur- mésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
face 3. Os softwares da Microsoft Office são proprietários e
Windows 10 Pro – Além dos recursos da versão de en- compatíveis com o sistema operacional Windows.
trada, fornece proteção de dados avançada e criptografa-
da  com o BitLocker, permite a hospedagem de uma  Co- 10.1. Word 2003
nexão de Área de Trabalho Remota  em um computador, As versões do Microsoft Word era quase sempre a
trabalhar com máquinas virtuais, e permite o ingresso em mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003
um domínio para realizar conexões a uma rede corporativa. foi a última versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela
Windows 10 Enterprise – Baseada na versão 10 Pro, é era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa
disponibilizada por meio do Licenciamento por Volume, mais voltada para a parte de formatação de texto, e as de-
voltado a empresas. mais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra
a figura 28.

21
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 28: Tela do Microsoft Word 2003

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos painéis,
que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme você adiciona
novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.
Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, foram: In-
foPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como aplicação
do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a usar cores e
ícones do Windows XP.

10.2. Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequente-
mente o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 29 mostra
a guia início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao cos-
tume das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão
do arquivo que passou de DOC para DOCX.

Figura 29: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido
em grandes painéis.
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as ver-
sões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com a interface. 
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das abas.

22
INFORMÁTICA BÁSICA

10.3. Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 30: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 27.

Figura 31: Extensões de Arquivos ligados ao Word

As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada guia que-
bram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou exibem um menu de
comandos.
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

23
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 32: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo do
grupo, contendo mais opções de formatação.

As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.


Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquerda,
direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar o
botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua .
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha desejada,
pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua .
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado” .
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o res-
tante do parágrafo selecionado .
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionarmos
a tecla Tab.

Figura 33: Réguas


Grupo edição:

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e sele-
cionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que deseja-
mos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.

- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar
a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não estiver
marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.

- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o carac-
tere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).

Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

24
INFORMÁTICA BÁSICA

Para localizar digite exemplo

Qualquer caractere ? s?o localiza salvo e


único sonho.

Qualquer * t*o localiza tristonho e


sequência de término.
caracteres
<(org) localiza
organizar e
O início de uma palavra < organização,
mas não localiza
desorganizado.
(do)> localiza medo e
O final de uma palavra > cedo, mas não localiza
domínio.

Um dos caracteres [] v[ie]r localiza vir e ver


especificados
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere [-] Os intervalos devem
único neste intervalo estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere F[!a-m]rro localiza
único, exceto [!x-z] forro, mas não
os caracteres no localiza ferro.
intervalo entre
colchetes
Exatamente n ca{2}tinga localiza
ocorrências do {n} caatinga, mas não
caractere ou catinga.
expressão anterior
Pelo menos n
ocorrências do {n,} ca{1,}tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
caractere ou {n,m} 100 e 1000.
expressão anterior
Uma ou mais
ocorrências do @ ca@tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 34: Estilos de Tabela

25
INFORMÁTICA BÁSICA

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formata- Grupo Ilustrações:


ções de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e
demais itens presentes na mesma. Além de escolher um
estilo predefinido, podemos alterar a formatação do som-
breamento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua
espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma ta-
bela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Esco-
lher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:

Figura 36: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto


uma imagem que esteja salva no computador ou em outra
mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comu-
nicar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar da-
dos.
Figura 35: Bordas e sombreamento
Grupo Links:
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defini-
ção”, escolhemos como será a borda da nossa tabela: Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Nenhuma: retira a borda; uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela pode se tornar um link dentro do próprio documento.
iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais cam- Referência cruzada: referência tabelas.
pos de opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da Grupo cabeçalho e rodapé:
janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as
bordas internas permanecem iguais. Insere cabeçalhos, rodapés e números de páginas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo texto:
- Visualização: através desse recurso, podemos definir
bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo, po-
demos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda
superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior; e as-
sim colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com
cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recur-
sos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença
é que se trata de criar bordas na página de um documento
e não em uma tabela. Figura 37: Grupo Texto
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-
envolve vários tipos de desenhos. das. As caixas de texto são espaços próprios para inserção
Alguns desses desenhos podem ser formatados de textos que podem ser direcionados exatamente onde
com cores de linhas diferentes, outros, porém não permi- precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”, os nú-
tem outras formatações a não ser o ajuste da largura. meros ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adicionados
Podemos aplicar as formatações de bordas da página através de caixas de texto.
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reu-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas em tilizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-forma-
de página diferentes em um mesmo documento. do.

26
INFORMÁTICA BÁSICA

3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve


como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
mento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação decora-
tiva, muito usada principalmente, em livros e revistas. Para
inserir a letra capitular, basta clicar no parágrafo desejado e
depois na opção “Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Guia revisão:
Grupo revisão de texto:
Figura 39: Verificar ortografia e gramática
Figura 38: Grupo revisão de texto
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já bus-
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes- ca trechos do texto ou palavras que não se enquadrem
quisas em materiais de referência como jornais, enciclopé- no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e or-
dias e serviços de tradução. tográficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
algumas palavras é possível realizar sua tradução para ou- siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
tro idioma. Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
a correção de ortografia e gramática. sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
caracteres, parágrafos e linhas de um documento. a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte- podemos continuar a verificação de ortografia e gramática
rar a palavra selecionada por outra de significado igual ou clicando no botão “Próxima sentença”.
semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi-
outro idioma. cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se
e gramatical do documento. Assim que clicamos na opção uma das sugestões propostas se enquadra.
“Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta: Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos com
o botão direito do mouse sobre ela, um menu suspenso
nos será mostrado, nos dando a opção de escolher a pala-
vra informática. Clicando sobre ela, a palavra do texto será
substituída e o texto ficará correto.

Grupo comentário:

Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-


ve como comentário do texto selecionado, onde é possível
realizar exclusão e navegação entre os comentários.

27
INFORMÁTICA BÁSICA

Grupo controle:

Figura 40: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações feitas no


documento como formatações, inclusões, exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio do-
cumento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de exi-
bir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de mar-
cação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.

Grupo alterações:

Figura 42: Imprimir

As opções que temos antes de imprimir um arquivo


estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a im-
pressora, caso haja mais de uma instalada no computa-
dor ou na rede, configurar as propriedades da impressora,
podendo estipular se a impressão será em alta qualidade,
Figura 41: Grupo alterações econômica, tom de cinza, preto e branca, entre outras op-
ções.
1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró-
xima alteração proposta. Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja,
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá-
aceita ou rejeitada. gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que um intervalo de páginas. Podemos determinar o número
possa ser rejeitada ou aceita. de cópias e a forma como as páginas sairão na impressão.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave- Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos se sai-
gação para aceitação ou rejeição. rão primeiro todas as páginas de número 1, depois as de
número 2, assim por diante, ou se desejamos que a segun-
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão da cópia só saia depois que todas as páginas da primeira
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”. forem impressas.
Este procedimento nos dará as seguintes opções:
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso- Word 2013
ra, o número de cópias e outras opções de configuração
antes de imprimir. Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente plataforma Word 2013:
para a impressora configurada como padrão e não abre Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a
opções de configuração. leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença,
- Visualização da Impressão – promove a exibição do pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que
documento na forma como ficará impresso, para que pos- abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia,
samos realizar alterações, caso necessário. ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação.

28
INFORMÁTICA BÁSICA

Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da página
durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será ampliado,
facilitando sua visualização. Como se não bastasse, clicando com o botão direito do mouse sobre uma palavra desco-
nhecida, é possível ver sua definição através do dicionário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um documento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe Acro-
bat. Em seu novo formato, o Word é capaz de converter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de editado, sal-
vá-lo novamente no formato original. Esta façanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de arquivos
PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normalmente a colaboração de outras pessoas na criação de um
documento, ou seja, os comentários realizados neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é
possível responder diretamente o comentário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente no campo de
leitura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada através dos comentários, aparece em forma de pequenos balões
à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office 2013. O responsável por esta apresentação online é o Office
Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar
o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado para
a nuvem e, com isso, você irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos demais
usuários baixá-lo em formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e
edição de determinadas partes de um arquivo muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais
fácil e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
estarem formatados no estilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma
espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repetir a
ação para o mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta
relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para seus
aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e download
de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu conteúdo
sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instalado
pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou baixar
fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem acessados e
contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minutos
Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pagando
uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos
falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.

Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 43: Versões Office 365

29
INFORMÁTICA BÁSICA

10.4. LibreOffice Writer


O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como base
o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou seja, é
multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
 
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.
 

Figura 44: Tela do Libreoffice Writer

 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic). 
 
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:
 

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 45: Atalhos Word x Writer

11. Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

11.1. Excel 2003

No começo da sua vida, o Excel tornou-se alvo de um processo judicial de marca registrada por outra empresa que já
vendia um pacote de software chamado “Excel” na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi solicitada
a se referir ao programa como “Microsoft Excel” em todas as press releases formais e documentos legais. Contudo, com o
passar do tempo, essa prática foi sendo ignorada, e a Microsoft resolveu a questão quando ela comprou a marca registrada
reservada ao outro programa. Ela também encorajou o uso das letras XL como abreviação para o programa; apesar dessa
prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por uma combinação estilizada das duas
letras, e a extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel 2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão
12, acompanhando a mudança nos formatos de arquivo dos aplicativos do Microsoft Office.
Foi a última versão ao modo antigo com menus e uma caixa de ferramenta fixa como podemos ver na Figura 46

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 46: Tela Excel 2003

Uma inovação marcante do Excel 2003 são as células em forma de lista: com elas fica mais fácil analisar e gerenciar
dados relacionados, ordenando-os como preferir com um simples clique do mouse. Para transformar qualquer intervalo de
células em uma lista.

11.2. Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office
Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta
de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem
com elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office e
clique em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar
Como – Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o
recurso Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:

• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo
ou a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências
estruturadas: além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estrutu-
radas que fazem referência a intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo or-
ganizar, atualizar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito
mais fáceis de usar do que nas versões anteriores.
Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel 2007
oferece uma exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000
itens na lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha,
o número de referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o
gerenciamento de memória foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel
2007, permitindo cálculos em planilhas grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vá-
rios processadores e chipsets multithread.

1 1 . 3 . E xc e l 2 0 1 0 , 2 0 1 3 e d e t a l h e s g e r a i s

  F i g u r a 4 7 : Te l a P r i n c i p a l d o E x c e l 2 0 1 3

Barra de Títulos:

A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar
o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Faixa de Opções:

Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

 Figura 48: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:

A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de
sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

 Figura 49: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:

Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar à
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apre-
sentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os
comandos do Excel.

 Figura 50: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

34
INFORMÁTICA BÁSICA

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:

Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

 Figura 51: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

 Figura 52: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 53: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.

 Figura 54: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:

-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatar as células (será visto detalhadamente
adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessá-
rios para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no ca-
beçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 55: Cabeçalho de linha

Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula A1. Na
Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

 Figura 56: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar
um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar.

Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as
planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.

Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.

Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 57: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados im-
portantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o principal
documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma planilha
consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.)ou da pasta de
trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou parte de uma
planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúscu-
las e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de pla-
nilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

 Figura 58: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que ter

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INFORMÁTICA BÁSICA

sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for-
no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
de uma fórmula. primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numé- próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
ricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguin-
tes formas de fazê-lo: Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5.
A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – re-
fere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual
é o maior valor. No caso a resposta seria 10.

 Figura 59: Soma simples Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter-
valo de células selecionadas.
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4. Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência mínimo (A2:A5).
até o último valor. Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe-
Após a sequência de células a serem somadas, clicar re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é
no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=. o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
A última forma que veremos é a função soma digi-
tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é Média: A função da média soma os valores de uma
fundamental: sequência selecionada e divide pela quantidade de valores
dessa sequência.
= nome da função ( Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os
1 - Sinal de igual. valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
2 – Nome da função. pressionada, o resultado será automaticamente colocado
3 – Abrir parênteses. na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for
Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno alterado, recalculam o valor final.
lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possí-
vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
a seguir, a função = soma(B2:B4). planilha.
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o
primeiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último
a célula que contém o último valor.

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois


valores, por isso não precisamos de uma função espe-
cífica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Figura 60: Exemplo função hoje
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos)
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
seguir a fórmula = B2-B3. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, pro-
cedemos de forma semelhante à subtração. Clicamos Inteiro: Com essa função podemos obter o valor intei-
no primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação ro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lem-
que, para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no bramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com
último valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
=B2*B3.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da Arredondar para cima: Com essa função, é possível
seguinte função: arredondar um número com casas decimais para o número
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo mais distante de zero.
valor da célula C2. Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
dígitos)

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INFORMÁTICA BÁSICA

Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se deseja arredondar núm.

Figura 61: Início da função arredondar para cima

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o num,
ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para a qual
queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos na coluna
C:
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o mesmo conceito.

Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.

Figura 62: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número sem
o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 63: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 64: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 65: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.

A sintaxe desra função é a seguinte:


=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.

Assim, temos a condição:

SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RE-
SULTADO NA CÉLULA E3

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”

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INFORMÁTICA BÁSICA

Valor_se_falso: “Abaixo” Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) onde devemos digitar a fórmula
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as Intervalo para análise: C3:C10
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Critério: “FEMININO”
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: Intervalo para soma: D3:D10
E4 =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
E6 =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
E8 =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
E10 =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma desta função é a seguinte:
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin- =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
te:
= : significa a chamada para uma fórmula/função
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
=Significa a chamada para uma fórmula/função dos dados
SomaSe: função SOMASE “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise “intervalo”
dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- Usando a planilha acima como exemplo, queremos
liados a fim de chegar à condição verdadeira saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
cada a condição para soma dos valores abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15.
Para isso precisamos criar a seguinte condição:
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar R$ 1200,00 ou MAIS:
o resultado na célula D16. E também queremos somar os SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na OU IGUAL A 1200, ENTÃO
célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição: CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI- Traduzindo a condição em variáveis teremos:
NO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
INTERVALO D3 ATÉ D10 onde devemos digitar a fórmula
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
onde devemos digitar a fórmula =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO” MENOS DE R$ 1200,00:
Intervalo para soma: D3:D10 SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: NOR QUE 1200, ENTÃO
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MULHERES: MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
NO, ENTÃO Traduzindo a condição em variáveis teremos:
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
TERVALO D3 ATÉ D10 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 onde devemos digitar a fórmula

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INFORMÁTICA BÁSICA

Intervalo para análise: C3:C10


Critério: <1200

Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 66: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 67: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 68: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 69: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 70: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 71: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nos-
sa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar
somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente
e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 72: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido:

Figura 73: Gráfico de Colunas – 3D

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INFORMÁTICA BÁSICA

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na pá-
gina, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do Office
365, que podem ser comprados conforme figura 39.

11.4. LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet). 
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 74: Exemplo de Operação no Calc

 Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_plani-
lha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usan-
do o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

 Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

12. Utilização do Microsoft PowerPoint.

12.1. PowerPoint 2003

Na tela do PowerPoint 2003 o usuário tem a sua disposição: - barra de título, barra de menu, barra de ferramenta, pai-
nel de anotações, painel do slide, barra de status, painel de estrutura de tópicos. Confira a tela do PowerPoint na figura 75:

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 75: Tela do PowerPoint 2003

1- Aqui aparecerá o título do PowerPoint e o nome da apresentação que está sendo editada. Caso o arquivo não
tenha nome, aparecerá o nome e o número das apresentações, como no exemplo da figura acima apresentação 1.
2- Esta é a principal ferramenta do PowerPoint, nela você encontrará vários menus. Para acessá-los é só clicar sobre a
mesma, ou através do teclado pressionando a tecla ALT junto coma letra do nome do comando no referido menu. Exemplo:
para acessar o menu arquivo, pressione ALT e a letra A que se encontra sublinhada
3- A barra de ferramentas possui vários botões que servem para acelerar a execução de alguns recursos do Power-
Point
4- Este é o local de trabalho no qual o texto é digitado.
5- Este painel permite adicionar anotações ou informações e até mesmo, elementos gráficos que você deseja com-
partilhar com o público.
6- Com este painel você poderá organizar e desenvolver o conteúdo da apresentação, assim, inserir fotos, desenhos,
clip-arts e muito mais, para que sua apresentação seja mostrada da melhor maneira. Você só tem a ganhar com os recursos
que o PowerPoint dispõe, principalmente para apresentação de trabalhos escolares e trabalhos pessoais.
7- Esta fornece o número de slides, o tipo de visualização e o idioma.
Como existiu a mudança de formato, a versão 2003 foi a última a ser PPT, para poder abrir apresentações feitas na
versão 2007 ou superior, você pode baixar o pacote de compatibilidade do Microsoft gratuitos para Word, Excel e Power-
Point. Seus conversores ajudam que seja possível abrir, editar e salvar uma apresentação que você criou em versões mais
recentes do Office.
Depois que você instalar as atualizações e conversores, todas as apresentações de versões do PowerPoint mais recentes
que 2003 são convertidos automaticamente quando você abri-los, para que você possa editar e salvá-los.

12.2. PowerPoint 2007

A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.

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INFORMÁTICA BÁSICA

O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.
Neste momento o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual, diferentemente do seu
antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta UI categoriza grupos e guias relacionados, tor-
nando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do PowerPoint . Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização
ao vivo , para rever alterações de formatação antes de finalizá-los , bem como galerias de efeitos pré- definidos, layouts , temas e “Estilos Rápidos”. 
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no Power-
Point 2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para
gráficos, textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

12.3. PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 76: Tela Principal do PowerPoint 2013

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INFORMÁTICA BÁSICA

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar
o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 77: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibi-
da uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 78: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 79: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).

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INFORMÁTICA BÁSICA

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).

Figura 80: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 81: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRE-
SENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:

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INFORMÁTICA BÁSICA

Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 82: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides:Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 83: Modo de Exibição ‘Normal’.

Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou utilize as
teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de ani-
mação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 84: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

Alterando o Design:

O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O Power-
Point disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral para
visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes->Cores e Variantes->Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando cores e
fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse sobre cada
tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o mouse para aplicá-la
à apresentação.

Figura 85: Variantes de Temas de Design

Variantes->Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e ima-
gens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente a apa-
rência dos objetos.

Layout de Texto:

O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da palestra
ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. A
apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa em
que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a
‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Isso
acontece porque o programa entende que o próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim sucessivamente
pra a criação da sua apresentação.

Layouts de Conteúdo:

Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de mídia
(que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a utili-
zação dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta lateral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias opções.
Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide
possui diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar apre-
sentações muito mais interessantes. O funcionamento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de conteúdo.
Desta forma, você estará aprendendo ainda mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.

Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é uma
etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na utilização
dos mesmos, pois além de tornar a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo, ao invés de dar
foco ao conteúdo da apresentação, passam a dar fico para as animações.

Transições: A transição dos slides nada mais é que a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher entre diver-
sas transições prontas, através da faixa de opções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apresentação e clique
nesta opção.

Escolha uma das transições prontas e veja o que acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando
sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito da
apresentação, o exagero pode tornar sua apresentação pouco profissional.

Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao Clicar com
o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você também pode aplicar som durante a transição.

Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresentação
você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.

Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 86: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 87: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.

Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.

Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

12.4. Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).
 
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.
 
- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir  - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em obje-
tos e na transição de slides.

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INFORMÁTICA BÁSICA

PROTOCOLOS, SERVIÇOS, TECNOLOGIAS,


FERRAMENTAS E APLICATIVOS ASSOCIADOS
À INTERNET E AO CORREIO ELETRÔNICO.
CONCEITOS DOS PRINCIPAIS NAVEGADORES
DA INTERNET.

O objetivo inicial da Internet era atender necessidades militares, facilitando a comunicação. A agência norte-americana
ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na década de 60, criaram
um projeto que pudesse conectar os computadores de departamentos de pesquisas e bases militares, para que, caso um
desses pontos sofresse algum tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam totalmente perdidas, pois estariam
salvas em outros pontos estratégicos.
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma conexão a longa distância e possibilitava que as mensagens fossem
fragmentadas e endereçadas ao seu computador de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da informação pode-
ria ser realizado por várias rotas, assim, caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados poderiam seguir por outro
caminho garantindo a entrega da informação, é importante mencionar que a maior distância entre um ponto e outro, era
de 450 quilômetros.
No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a troca de
informações de computadores de universidades dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET) internacional
(INTER), consequentemente seu nome passa a ser, INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras continentais, os computadores pessoais evoluíam em forte escala
alcançando forte potencial comercial, a Internet deixou de conectar apenas computadores de universidades, passou a co-
nectar empresas e, enfim, usuários domésticos.
Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os setores sociais até atingir a
amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica dei-
xando a internet ainda mais interessante e vantajosa, pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o pai
da internet criou os protocolos TCP/IP, que são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL
(Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são conjuntos de regras que
tornam possível tanto a conexão entre os computadores, quanto ao entendimento da informação trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo informações por isso o periférico que permite a conexão com
a internet chama MODEM, porque que ele MOdula e DEModula sinais, e essas informações só podem ser trocadas graças
aos protocolos TCP/IP.

Protocolos Web

Já que estamos falando em protocolos, citaremos outros que são largamente usados na Internet:

-HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para trocar
informações na Internet. Quando digitamos um site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
Onde:
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto,
som, imagem, filmes e links.
-URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é como
se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de acessar um determinado site
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:

55
INFORMÁTICA BÁSICA

Faz a solicitação de um arquivo de


http:// hipermídiaparaaInternet.
Estipulaqueesse recursoestánarede mundialdecomputa
www dores(veremosmais sobre www emumpróximotópico).
Éo endereçodedomínio.Um endereçode
novaconcursos domíniorepresentarásua empresaou seu
espaçonaInternet.
Indicaqueo servidorondeesse siteestá
.com hospedado é de finalidadescomerciais.

.br Indicaqueo servidorestáno Brasil.

Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que demonstram a finalidade a organização que o criou, como:
.gov - Organização governamental
.edu - Organização educacional
.org - Organização
.ind - Organização Industrial
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar
.pro - Organização de profissões
.eng – Organização de engenheiros

E também, do país de origem:


.it – Itália
.pt – Portugal
.ar – Argentina
.cl – Chile
.gr – Grécia

Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos que se trata de um site hospedado em um servidor dos Estados
Unidos.
-HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Semelhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam transmitidos
através de uma conexão criptografada e que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente através de certificados
digitais.

-FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder subir os ar-
quivos para um servidor de internet, seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao criar um site,
o profissional utiliza um desses programas FTP ou similares e executa a transferência dos arquivos criados, o manuseio é
semelhante à utilização de gerenciadores de arquivo, como o Windows Explorer, por exemplo.

-POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar o seu
correio num servidor distante (o servidor POP). É necessário para as pessoas não ligadas permanentemente à Internet,
para poderem consultar os mails recebidos offline. Existem duas versões principais deste protocolo, o POP2 e o POP3, aos
quais são atribuídas respectivamente as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de comandos textuais radicalmente
diferentes, na troca de e-mails ele é o protocolo de entrada.

IMAP (Internet Message Access Protocol): É um protocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece muitas
mais possibilidades, como, gerir vários acessos simultâneos e várias caixas de correio, além de poder criar mais
critérios de triagem.

-SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz a
validação de destinatários de mensagens. Ele que verifica se o endereço de e-mail do destinatário está corretamente
digitado, se é um endereço existente, se a caixa de mensagens do destinatário está cheia ou se recebeu sua mensa-
gem, na troca de e-mails ele é o protocolo de saída.

56
INFORMÁTICA BÁSICA

-UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permi- temos uma relação de alguns deles:
te que a apli- cação escreva um datagrama encapsulado - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
num pacote IP e trans- portado ao destino. É muito comum etc.).
lermos que se trata de um protocolo não confiável, isso - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
porque ele não é implementado com regras que garantam - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
tratamento de erros ou entrega. PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários
Provedor - Apresentações

O provedor é uma empresa prestadora de serviços que INTRANET: A Intranet ou Internet Corporativa é a im-
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces- plantação de uma Internet restrita apenas a utilização interna
sário conectar-se com um computador que já esteja na In- de uma empresa. As intranets ou Webs corporativas, são re-
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per- des de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet. na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e de-
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, partamentos, mesclando (com segurança) as suas informações
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso particulares dentro da estrutura de comunicações da empresa.
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como O grande sucesso da Internet, é particularmente da
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra- World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave- evolução da informática nos últimos anos.
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
estão interligadas nesta avenida. interliga- dos através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
os dados. ram o acesso à informação através de redes de computa-
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
endereço eletrônico na Internet. ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
Home Page sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é nante explosão na informação disponível na Internet, que
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu- segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí- que tem interessado um número cada vez maior de em-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
dentro das Home Pages. sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato: advento e disseminação promete operar uma revolução
http://www.endereço.com/página.html tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
Por exemplo, a página principal do meu projeto de cimento das primeiras redes locais de computadores, no
mestrado: final da década de 80.
http://www.ovidio.eng.br/mestrado
O que é Intranet?
PLUG-INS
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
Os plug-ins são programas que expandem a capacida- 1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
de do Browser em recursos específicos - permitindo, por rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes projetadas para a comunicação por computador entre em-
em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de soft- presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
ware vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade im- rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
pressionante. Maiores informações e endereços sobre plu- de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
g-ins são encontradas na página: tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft- as razões para este sucesso, estão o custo de implantação
ware/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indi- relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos
ces/ programas de navegação na Web, os browsers.

57
INFORMÁTICA BÁSICA

Objetivo de construir uma Intranet Mecanismos de Buscas

Organizações constroem uma intranet porque ela é Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente exatamente o que você queria pode trazer algumas horas
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os algorit-
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital mos de busca sejam sempre revisados e busquem de certa
com conhecimentos das operações e produtos da empresa. forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça, lançar
mão de alguns artifícios para que sua busca seja otimizada
Aplicações da Intranet poupará seu tempo e fará com que você tenha acesso a
resultados mais relevantes.
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu- Os mecanismos de buscas contam com operadores
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no en-
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. tanto, pode não interessar e você, caso não seja um prati-
De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet cante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis e estão
vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os listados abaixo. Realize uma busca simples e depois apli-
diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas que os filtros para poder ver o quanto os resultados podem
áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: sem mais especializados em relação ao que você procura.
- Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
listas de preços, promoções, planejamento de eventos; -palavra_chave
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de Retorna um busca excluindo aquelas em que a pa-
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
membros das equipes, situações de projetos; por  computação,  provavelmente encontrarei na relação
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste- dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computação“.
mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais Contudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência ,
de qualidade; os resultados que tem a palavra chave ciência serão omi-
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas, tidos.
políticas da companhia, organograma, oportunidades de tra-
balho, programas de desenvolvimento pessoal, benefícios. +palavra_chave
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo- Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado. uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
quase somente em clicar nos links que remetem às novas putação, terei como retorna uma gama mista de resulta-
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- dos. Caso eu queira filtrar somente os casos em que ciên-
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa cias aparece, e também no estado de SP, realizo uma busca
complexa e exige a presença de profissionais especializa- do tipo computação + ciência SP.
dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet,
sua diversidade de funções e a quantidade de informações “frase_chave”
nela armazenadas. Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos
A intranet é baseada em quatro conceitos: termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas
- Conectividade - A base de conexão dos computa- ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra
qualquer tipo de informação digital entre si; FAZER, verá resultados em que a frase idêntica foi empre-
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computado- gada.
res e sistemas operacionais podem ser conectados de for-
ma transparente; palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
- Navegação - É possível passar de um documento a Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
facilitam o acesso não linear aos documentos; exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas re-
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de aces- levantes sobre pelo menos um dos dois temas- nesse caso,
so ou manipulação na intranet só podem ocorrer graças à como as duas palavras chaves são populares, os dois resul-
execução de programas aplicativos, que podem estar no tados são apresentados em posição de destaque.
servidor, ou nos microcomputadores que acessam a rede
(também chamados de clientes, daí surgiu à expressão que filetype:tipo
caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servidor). Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de
- A vantagem da intranet é que esses programas são extensão especificada. Por exemplo, em uma busca  fi-
ativa- dos através da WWW, permitindo grande flexibilida- letype:pdf jquery  serão exibidos os conteúdos da palavra
de. Determinadas linguagens, como Java, assumiram gran- chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de
de importância no desenvolvimento de softwares aplicati- extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC
vos que obedeçam aos três conceitos anteriores.

58
INFORMÁTICA BÁSICA

palavra_chave_01 * palavra_chave_02 Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo


Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * um navegador considerado pelos especialistas e possui uma
indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados em interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
que os termos inicial e final aparecem, independente do Apple existem versões para Windows.
que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook
* msn e veja o resultado na prática.

15. Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla


Firefox, Google Chrome.

Navegadores: Navegadores de internet ou browsers


são programas de computador especializados em visuali- Figura 91: Símbolo do Safari
zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web,
até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o na-
e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no vegador padrão do Windows. Como o próprio nome diz,
mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um é um programa preparado para explorar a Internet dando
deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o acesso a suas informações. Representado pelo símbolo do
Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mun- “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique
do, porém o conceito e usabilidade dos outros navegado- em seu símbolo.
res seguem os mesmos princípios lógicos.

Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-


sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o
mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
fácil de utilizar. Figura 92: Símbolo do Internet Explorer

16. Transferência de arquivos pela internet

FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência


de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação
na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos
Figura 88: Símbolo do Google Chrome para, ou de computadores que se caracterizam como ser-
vidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na- texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter – código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans-
mais rápidas e com maior segurança contra hackers. ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
como uma informação textual, enquanto a transferência de
um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou
não-textual (binário).
Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é ca-
paz de se comunicar com outro computador na Rede que
Figura 89: Símbolo do Mozilla Firefox o esteja acessando através de um cliente FTP.
  FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- conexão anônima, na qual não é preciso possuir um user-
dera o navegador com menos segurança. name ou password (senha) no servidor de FTP, bastando
apenas identificar-se como anonymous (anônimo). Neste
caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de diretório
que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto
é muito importante, porque garante um nível de segurança
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co-
Figura 90: Símbolo do Opera nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que a
conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de dire-
tórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e
incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma auten-

59
INFORMÁTICA BÁSICA

ticação, e portanto, é indispensável que o usuário possua Uma forma de atender a necessidade de comunicação
um username e uma password que sejam reconhecidas entre ker- nel e aplicativo é a chamada do sistema (System
pelo sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Nes- Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de
te caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento usuário e um serviço que o kernel fornece.
é no diretório criado para a conta do usuário – diretório Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada
home, e dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, direta não pode ser executada; em vez disso, você deve
mas só escrever e ler arquivos nos quais ele possua. utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço do
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas usuário/kernel.
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema No Linux também existem diferentes run levels de ope-
operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsá- ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú-
vel pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.  mero 2.
Como o Linux também é conhecido por ser um sis-
Algumas dicas tema operacional que ainda usa muitos comandos digi-
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú- tados, não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que
mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga é justamente o programa que permite ao usuário digitar
na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de ho- comandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacional
rário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em e executem funções.
horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é tempora- No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com,
riamente desativado. através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root,
acessado. aparece como símbolo #.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo Temos também os termos usuário e superusuário. En-
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de
caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arqui- comandos simples, ao superusuário é permitido configurar
vos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. quais comandos os usuários po- dem usar, se eles podem
Esta prevenção pode evitar perda de tempo. apenas ver ou também alterar e gravar dire- tórios, ou seja,
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi- ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa-
dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que um drão que contém os programas utilizados pelo superusuário
amigo seu consiga acessar o seu computador como um para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin.
servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao /bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá-
número IP, que lhe é atribuído dinamicamente. rios comuns.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são
utilizados pelos usuários comuns.
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu-
CONCEITO DE SOFTWARE LIVRE. suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin
fosse o administrador do sistema, com permissões espe-
ciais de inclusões, exclusões e alterações.
O Linux é um sistema operacional inicialmente basea-
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes Comandos básicos
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape- Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que
sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota- podemos usar no Shell do Linux:
dos, os comandos do Linux ainda são largamente empre- -addgroup - adiciona grupos
gados, sendo importante seu conhecimento e estudo. -adduser - adiciona usuários
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é -apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz a -cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou tex-
ligação entre software e máquina, é a camada de software to
mais próxima do hardware, considerado o núcleo do sis- -cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retor-
tema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um na para home
pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991, cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exem-
quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que plo: cd /usr/bin/
Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel -chfn - altera informação relativa a um utilizador
é capaz de fazer gerenciamentos primários básicos e es- -chmod - altera as permissões de arquivos ou diretó-
senciais para o funcionamento da máquina, foi necessário rios. É um comando para manipulação de arquivos e dire-
desenvolver módulos específicos para atender várias neces- tórios que muda as permissões para acesso àqueles. por
sidades, como por exemplo um módulo capaz de utilizar exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura,
uma placa de rede ou de vídeo lançada no mercado ou até pode passar a ser apenas leitura, impedindo que seu con-
uma interface gráfica como a que usamos no Windows. teúdo seja alterado.

60
INFORMÁTICA BÁSICA

-chown - altera a propriedade de arquivos e pastas


(dono)
-clear – limpa a tela do terminal
-cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd)
ao fim do arquivo (txt)
-cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
-df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de
arquivos
-dig - testa a configuração do servidor DNs
-dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log)
-du - exibe estado de ocupação dos discos/partições
-du -msh - mostra o tamanho do diretório em mega-
bytes Figura 24: Prompt “ftp”
-env - mostra variáveis do sistema
-exit – sair do terminal ou de uma sessão de root. -mount – montar partições em algum lugar do sistema.
-/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de confi- -mtr - mostra rota até determinado IP
guração do sistema -mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
-/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de arqui- -nano – editor de textos básico.
vos para o diretório Home de novos usuários. -nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacio-
-fdisk -l – mostra a lista de partições. nal Linux, para o compartilhamento de recursos pela rede
-find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 -netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sis-
-find – busca arquivos no disco rígido. tema.
-halt -p – desligar o computador. -nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais
-head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo atrás de portas abertas.
-history – mostra o histórico de comandos dados no -nslookup - consultas a serviços DNs
terminal. -ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização
-ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as in- -passwd - modifica senha (password) de usuários
for- mações relacionadas a cada uma delas -ps - mostra os processos correntes
-iptraf - analisador de tráfego da rede com interface -ps –aux - mostra todos os processos correntes no sis-
gráfica baseada em diálogos tema
-kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG- -ps -e – lista os processos abertos no sistema.
TErm e sIGKILL encerram o processo. -pwd - exibe o local do diretório atual. o prompt pa-
-kill -9 xxx – mata o processo de número xxx. drão do Linux exibe apenas o último nome do caminho do
-killall - manda um sinal para todos os processos. diretório atual. para exibir o caminho completo do diretório
-less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com atual digite o comando pwd. Linux@fedora11 – é a versão
controle do Linux que está sendo usada. help pwd – é o coman-
-ls - listar o conteúdo do diretório do que nos mostrará o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A
-ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório informação do help nos mostra-nos que pwd imprime o
-ls –ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em nome do diretório atual.
ordem inversa (r) de data (t) -reboot – reiniciar o computador.
-man - mostra informações sobre um comando -recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
-mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na 15.. utf8 file_to_change.txt
raiz do Linux para a criação de novos diretórios. -rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
-rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretó- -rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
rio chamado “myfolder”. -route - mostra as informações referentes às rotas
-shutdown -r now – reiniciar o computador
-split - divide um arquivo
-smbpasswd - No sistema operacional Linux, na versão
samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua senha
criptografada smb que é armazenada no arquivo smbpass-
wd (normalmente no diretório privado sob a hierarquia de
diretórios do samba). os usuários comuns só podem exe-
cutar o comando sem opções. Ele os levará para que sua
senha velha smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua
nova senha duas vezes, para garantir que a senha foi digi-
tada corretamente. Nenhuma senha será mostrada na tela
enquanto está sendo digitada.

61
INFORMÁTICA BÁSICA

-su - troca para o superusuário root (é exigida a senha) Distribuição Linux é um sistema operacional que uti-
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ liza o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Exis-
(é exigida a senha) tem várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu,
-tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem Debian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e
-tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um desvantagens. O que torna a escolha de uma distribui-
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. Sua ção bem pessoal.
sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acrescentado Distribuições são criadas, normalmente, para aten-
de alguns parâmetros como o -n que mostra o [numero] der razões específicas. Por exemplo, existem distribui-
de linhas do final do arquivo; o – c [numero] que mostra ções para rodar em servidores, redes - onde a segurança
o [numero] de bytes do final do arquivo e o – f que exibe é prioridade - e, também, computadores pessoais.
continuamente os dados do final do arquivo à medida que Assim, não é possível dizer qual é a melhor distri-
são acrescentados. buição. Pois, depende da finalidade do seu computador.
-tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que
“ouve” os pacotes Sistema de arquivos: organização e gerenciamen-
-top – mostra os processos do sistema e dados do pro- to de arquivos, diretórios e permissões no Linux
cessador.
-touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; Dependendo da versão do Linux é possível encon-
também altera data e hora de modificação para agora trar gerencia- dores de arquivos diferentes. Por exemplo,
-traceroute - traça uma rota do host local até o destino no Linux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite
mostrando os roteadores intermediários a cópia, recorte, colagem, movimentação e organização
-umount – desmontar partições. dos arquivos e pastas. No Linux, vale lembrar que os
-uname -a – informações sobre o sistema operacional dispositivos de armazenamento não são nomeados por
-userdel - remove usuários letras.
-vi - editor de ficheiros de texto Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
-vim - versão melhorada do editor supracitado máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs,
-which - mostra qual arquivo binário está sendo cha- um será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de
mado pelo shell quando chamado via linha de comando um mesmo sistema da mesma estrutura de pastas.
-who - informa quem está logado no sistema

Não são só comandos digitados via teclado que pode-


mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas
e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas cria-
das para o Linux, vamos citar o KDE.

Figura 26: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu

As principais pastas do Linux são:


/etc - possui os arquivos gerais de configuração do
sistema e dos
programas instalados.
/home – cada conta de usuário possui um diretório
salvo na pasta home.
/boot – arquivos de carregamento do sistema, in-
cluindo configuração do gerenciador de boot e o kernel.
Figura 25: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de /dev – onde ficam as entradas das placas de disposi-
http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in- tivos como rede, som, impressoras.
terface_gr%C3%A1fica_KDE /lib – bibliotecas do sistema.
/media – possui a instalação de dispositivos como
Um dos motivos que ainda desestimula várias pes- drive de CD, pen drives e outros.
soas a adotarem o Linux como seu sistema operacional é a /opt – usado por desenvolvedores de programas.
quantidade de programas compatíveis com ele, o que vem /proc – armazena informações sobre o estado atual
sendo solucionado com o passar do tempo. Sua interface do sistema.
familiar, semelhante ao do Windows, tem ajudado a au- /root – diretório do superusuário.
mentar os adeptos ao Linux.

62
INFORMÁTICA BÁSICA

O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, Administração de usuários e grupos no Linux


copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma: Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
- Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o - superusuário: é o administrador do sistema. Ele
arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área tem acesso e permissão para executar todos os coman-
de transferência, mas o original permanecerá no local. dos.
- Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre - usuário comum: tem as permissões configuradas
o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área pelo superusuário para o grupo em que se encontra.
de transferência, sendo removido do seu local de origem. Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de trans- atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que
ferência será colado. desejamos que tenha determinada permissão no grupo
Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar- correspondente.
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressio-
nar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado Comandos básicos para grupos
e movê-lo para o destino.
- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo
Instalar, remover e atualizar programas - Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
nomegrupo nomeusuario
Para instalar ou remover um programa, considerando o - Definir senha para o usuário: sudo password no-
Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/Re- meusuario
mover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela In- - Remover usuário do sistema: sudo userdel no-
ternet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplicações, meusuario
Adicionar/Remover.
Na parte superior da janela encontramos uma linha de Permissões no Linux
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo dese-
jado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu. acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra- dependem de sua permissão para executar comandos.
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é As permissões podem ser sobre tipo do arquivo, per-
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de missões do proprietário, permissões do grupo e per-
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos, missões para os outros usuários.
Gráficos, Internet, entre outros. Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos
comuns com o ‘-‘.
Manipulação de hardware e dispositivos Alguns dos comandos utilizados em permissões
são:
A manipulação de hardware e dispositivos pode ser ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permis-
feita no menu Locais, Computador, através do qual aces- sões do proprietário do grupo
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence
dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são r- -permissão para os outros usuários
simplesmente instalados. Quando se trata de um pen drive, As permissões do Linux são: leitura, escrita e exe-
após sua conexão física, aparecerá uma janela do geren- cução.
ciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo. É - Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas
importante, porém, lembrar-se de desmontar corretamente veja, ou seja, leia o arquivo.
os dispositivos de armazenamento e outros antes de en- - Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
cerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar com criar e alterar arquivos.
o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na área - Execução: (x, de eXecution) o usuário pode execu-
de trabalho e depois em Desmontar. tar arquivos.
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, sig-
Agendamento de tarefas nifica que ela não é atribuída ao usuário.

O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza- Compactação e descompactação de arquivos


do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite Comandos básicos para compactação e descom-
estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe- pactação de arquivos:
cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos
ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto compacta- dos com gzip.
que armazena a lista de comandos a serem aciona- dos no gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis.
horário e data estipulados. gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos.
zcat [opções] [arquivos] descompacta arquivos.

63
INFORMÁTICA BÁSICA

Backup A Segurança da Informação se refere à proteção exis-


tente sobre as informações de uma determinada empresa
Comandos básicos para backups ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corporati-
tar agrupa vários arquivos em somente um. vas quanto aos pessoais. Entende-se por informação todo
compress faz a compressão de arquivos padrão do conteúdo ou dado que tenha valor para alguma organiza-
Unix. ção ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito
uncompress descomprime arquivos compactados ou exibida ao público para consulta ou aquisição.
pelo com- press. Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
zcat permite visualizar arquivos compactados pelo de ferramentas) para definir o nível de segurança que há e,
compress. com isto, estabelecer as bases para análise de melhorias ou
pioras de situações reais de segurança. A segurança de cer-
ta informação pode ser influenciada por fatores comporta-
mentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente ou
infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal-intenciona-
das que têm o objetivo de furtar, destruir ou modificar tal
informação.
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availabi-
lity) — Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade
— representa as principais características que, atualmen-
te, orientam a análise, o planejamento e a implementação
da segurança para um certo grupo de informações que se
almeja proteger. Outros fatores importantes são a irrevo-
gabilidade e a autenticidade. Com a evolução do comércio
eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é
também uma grande preocupação.
Portanto as características básicas, de acordo com os
Figura 27: Centro de controle do KDE imagem obtida padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as seguin-
de http:// tes:
pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interfa- - Confidencialidade – especificidade que limita o aces-
ce_ so a informação somente às entidades autênticas, ou seja,
gr%C3%A1fica_KDE àquelas autorizadas pelo proprietário da informação.
- Integridade – especificidade que assegura que a in-
formação manipulada mantenha todas as características
autênticas estabelecidas pelo proprietário da informação,
CONCEITOS DE SEGURANÇA DA incluindo controle de mudanças e garantia do seu ciclo de
INFORMAÇÃO APLICADOS A TIC. vida (nascimento, manutenção e destruição).
CÓPIA DE SEGURANÇA (BACKUP): - Disponibilidade – especificidade que assegura que a
CONCEITOS. informação esteja sempre disponível para o uso legítimo,
ou seja, por aqueles usuários que têm autorização pelo
proprietário da informação.
- Autenticidade – especificidade que assegura que a
Segurança da informação: procedimentos de segu- informação é proveniente da fonte anunciada e que não foi
rança alvo de mutações ao longo de um processo.
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade que
A Segurança da Informação refere-se às proteções assegura a incapacidade de negar a autoria em relação a
existentes em relação às informações de uma determi- uma transação feita anteriormente.
nada empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou
seja, aplica-se tanto às informações corporativas quanto Mecanismos de segurança
as pessoais.
Entende-se por informação todo e qualquer conteú- O suporte para as orientações de segurança pode ser
do ou dado que tenha valor para alguma corporação ou encontrado em:
pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou Controles físicos: são barreiras que limitam o contato
exposta ao público para consulta ou aquisição. ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que as-
Antes de proteger, devemos saber: segura a existência da informação) que a suporta.
- O que proteger; Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou limi-
- De quem proteger; tam o acesso à informação, que está em ambiente contro-
- Pontos frágeis; lado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria
- Normas a serem seguidas. exibida a alteração não autorizada por elemento mal-in-
tencionado.

64
INFORMÁTICA BÁSICA

Existem mecanismos de segurança que sustentam os   Hoje, a criptografia pode ser considerada um méto-
controles lógicos: do 100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e
proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes e
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem a tentativas de invasão.
modificação da informação de forma a torná-la ininteligível Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’ são
a terceiros. Utiliza-se para isso, algoritmos determinados e usados para expressar o tamanho da chave, ou seja, quanto
uma chave secreta para, a partir de um conjunto de dados mais bits forem utilizados, mais segura será essa criptogra-
não criptografados, produzir uma sequência de dados crip- fia.
tografados. A operação contrária é a decifração. Um exemplo disso é se um algoritmo usa um chave de
- Assinatura digital: Um conjunto de dados criptogra- 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para decodi-
fados, agregados a um documento do qual são função, ficar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a 256. As-
garantindo a integridade e autenticidade do documento sim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas de combi-
associado, mas não ao resguardo das informações. nações e decodificar a mensagem, que mesmo sendo uma
- Mecanismos de garantia da integridade da informa- tarefa difícil, não é impossível. Portanto, quanto maior o
ção: Usando funções de “Hashing” ou de checagem, é ga- número de bits, maior segurança terá a criptografia.
rantida a integridade através de comparação do resultado
do teste local com o divulgado pelo autor. Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave, simétricas e as chaves assimétricas
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é usa-
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de um da para a codificação e decodificação. Entre os algoritmos
documento. que usam essa chave, estão:
- Integridade: Medida em que um serviço/informação é - DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves de
autêntico, ou seja, está protegido contra a entrada por intrusos. 56 bits, que corresponde à aproximadamente 72 quatrilhões
- Honeypot: É uma ferramenta que tem a função de de combinações. Mesmo sendo um número extremamente
proposital de simular falhas de segurança de um sistema e elevado, em 1997, quebraram esse algoritmo através do mé-
obter informações sobre o invasor enganando-o, e fazen- todo de ‘tentativa e erro’, em um desafio na internet.
do-o pensar que esteja de fato explorando uma fraqueza - RC (Ron’sCode ou RivestCipher): É um algoritmo muito
daquele sistema. É uma espécie de armadilha para invaso- utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a 1024 bits. Além
res. O HoneyPot não oferece forma alguma de proteção. disso, ele tem várias versões que diferenciam uma das ou-
- Protocolos seguros: Uso de protocolos que garantem tras pelo tamanho das chaves.
um grau de segurança e usam alguns dos mecanismos citados. - EAS (AdvancedEncryption Standard): Atualmente é um
dos melhores e mais populares algoritmos de criptogra-
Mecanismos de encriptação fia. É possível definir o tamanho da chave como sendo de
128bits, 192bits ou 256bits.
A criptografia vem, originalmente, da fusão entre duas - IDEA (International Data EncryptionAlgorithm): É um
palavras gregas: algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido com o DES.
• CRIPTO = ocultar, esconder. Seu ponto forte é a fácil execução de software.
• GRAFIA= escrever  As chaves simétricas não são absolutamente seguras
Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em có- quando referem-se às informações extremamente valiosas,
digos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam uma principalmente pelo emissor e o receptor precisarem ter
mensagem ininteligível, e permite apenas que o destinatá- o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, a trans-
rio que saiba a chave de encriptação possa decriptar e ler a missão pode não ser segura e o conteúdo pode chegar a
mensagem com clareza. terceiros.
Permitema transformação reversível dainformação de
forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para isso, Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a pú-
algoritmos determinados e uma chave secreta para,a partir blica. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave pública
de um conjunto de dados não encriptados,produzir uma para codificar e a chave privada para decodificar, conside-
continuação de dados encriptados. A operação inversa é a rando-se que a chave privada é secreta. Entre os algoritmos
desencriptação. utilizados, estão:
- RSA (Rivest, ShmirandAdleman): É um dos algoritmos
Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave de chave assimétrica mais usados, em que dois números
privada. primos (aqueles que só podem ser divididos por 1 e por
  eles mesmos) são multiplicados para a obter um terceiro
A chave pública é usada para codificar as informações, valor. Assim, é preciso fazer fatoração, que significa desco-
e a chave privada é usada para decodificar.   brir os dois primeiros números a partir do terceiro, sendo
Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para um cálculo difícil. Assim, se números grandes forem utili-
‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não zados, será praticamente impossível descobrir o código. A
tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o chave privada do RSA são os números que são multiplica-
emissor e receptor original possui. dos e a chave pública é o valor que será obtido.

65
INFORMÁTICA BÁSICA

- ElGamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é um problema matemático que o torna mais seguro. É muito usado
em assinaturas digitais.

Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing; Worms e pragas virtuais e Apli-
cativos para segurança (antivírus, firewall e antispyware)

Firewall é uma solução de segurança fundamentada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de
dados podem ser realizadas. “Parede de fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o firewall se enquadra em
uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados indesejados e liberar
acessos desejados.
Para melhor compreensão, imagine um firewall como sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é necessário
obedecer a determinadas regras, como se identificar, ser esperado por um morador e não portar qualquer objeto que possa
trazer riscos à segurança; para sair, não se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a devida autorização.
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de ações maliciosas: um malware que utiliza determinada porta para
se instalar em um computador sem o usuário saber, um programa que envia dados sigilosos para a internet, uma tentativa
de acesso à rede a partir de computadores externos não autorizados, entre outros.
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie de barreira que verifica quais dados podem passar ou não. Esta
tarefa só pode ser feita mediante o estabelecimento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo usuário.
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no computador
ou na rede. O problema é que esta condição isola este computador ou esta rede, então pode-se criar uma regra para que,
por exemplo, todo aplicativo aguarde autorização do usuário ou administrador para ter seu acesso liberado. Esta autoriza-
ção poderá inclusive ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes serão automaticamente permitidos.
Em um modo mais versátil, um firewall pode ser configurado para permitir automaticamente o tráfego de determina-
dos tipos de dados, como requisições HTTP (veja mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras, como conexões
a serviços de e-mail.
Perceba, como estes exemplos, que as políticas de um firewall são baseadas, inicialmente, em dois princípios: todo trá-
fego é bloqueado, exceto o que está explicitamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o que está explicitamente
bloqueado.
Firewalls mais avançados podem ir além, direcionando determinado tipo de tráfego para sistemas de segurança inter-
nos mais específicos ou oferecendo um reforço extraem procedimentos de autenticação de usuários, por exemplo.
O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias formas. O que define uma metodologia ou outra são fatores
como critérios do desenvolvedor, necessidades específicas do que será protegido, características do sistema operacional
que o mantém, estrutura da rede e assim por diante. É por isso que podemos encontrar mais de um tipo de firewall. A
seguir, os mais conhecidos.

Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras soluções de firewall surgiram na década de 1980 baseando-se em
filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, embora ofereça
um nível de segurança significativo.
Para compreender, é importante saber que cada pacote possui um cabeçalho com diversas informações a seu respeito,
como endereço IP de origem, endereço IP do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Firewall então analisa estas
informações de acordo com as regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja para sair ou para entrar na máquina/
rede), podendo também executar alguma tarefa relacionada, como registrar o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de
log.
O firewall de aplicação, também conhecido como proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma solução
de segurança que atua como intermediário entre um computador ou uma rede interna e outra rede, externa normalmente,
a internet. Geralmente instalados em servidores potentes por precisarem lidar com um grande número de solicitações, fire-
walls deste tipo são opções interessantes de segurança porque não permitem a comunicação direta entre origem e destino.
A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar direta-
mente com a internet, há um equipamento entre ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e entre o proxy e
a internet. Observe:

66
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 93: Proxy

Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer
regras que impeçam o acesso de determinados endereços externos, assim como que proíbam a comunicação entre com-
putadores internos e determinados serviços remotos.
Este controle amplo também possibilita o uso do proxy para tarefas complementares: o equipamento pode registrar
o tráfego de dados em um arquivo de log; conteúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espécie de cache (uma
página Web muito acessada fica guardada temporariamente no proxy, fazendo com que não seja necessário requisitá-la
no endereço original a todo instante, por exemplo); determinados recursos podem ser liberados apenas mediante auten-
ticação do usuário; entre outros.
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja visto a enorme quantidade de serviços e protocolos existentes
na internet, fazendo com que, dependendo das circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija muito trabalho de
configuração para bloquear ou autorizar determinados acessos.
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, é conveniente mencionar uma solução chamada de proxy trans-
parente. O proxy “tradicional”, não raramente, exige que determinadas configurações sejam feitas nas ferramentas que
utilizam a rede (por exemplo, um navegador de internet) para que a comunicação aconteça sem erros. O problema é, de-
pendendo da aplicação, este trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O proxy transparente surge como uma alternativa para estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede não
precisam saber de sua existência, dispensando qualquer configuração específica. Todo acesso é feito normalmente do clien-
te para a rede externa e vice-versa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e responder adequadamente, como
se a comunicação, de fato, fosse direta.
É válido ressaltar que o proxy transparente também tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «normal» é ca-
paz de barrar uma atividade maliciosa, como um malware enviando dados de uma máquina para a internet; o proxy trans-
parente, por sua vez, pode não bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para conseguir se comunicar externamente, o
malware teria que ser configurado para usar o proxy “normal” e isso geralmente não acontece; no proxy transparente não
há esta limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.

Limitações dos firewalls


Firewalls têm lá suas limitações, sendo que estas variam conforme o tipo de solução e a arquitetura utilizada. De fato,
firewalls são recursos de segurança bastante importantes, mas não são perfeitos em todos os sentidos, seguem abaixo
algumas dessas limitações:

- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, mas comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de um com-
putador). Esta situação pode gerar mais gastos para uma ampliação de infraestrutura capaz de superar o problema;
- A verificação de políticas tem que ser revista periodicamente para não prejudicar o funcionamento de novos serviços;
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devidamente tratados por proxies já implementados;
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma atividade maliciosa que se origina e se destina à rede interna;
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma atividade maliciosa que acontece por descuido do usuário - quando
este acessa um site falso de um banco ao clicar em um link de uma mensagem de e-mail, por exemplo;
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou atacantes experientes podem tentar descobrir ou explorar brechas de
segurança em soluções do tipo;
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário acessar a internet
em seu computador a partir de uma conexão 3G (justamente para burlar as restrições da rede, talvez), o firewall não con-
seguirá interferir.

67
INFORMÁTICA BÁSICA

SISTEMA ANTIVÍRUS.

Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca precisou
formatar seu computador?
Os vírus representam um dos maiores problemas para usuários de computador. Para poder resolver esses problemas,
as principais desenvolvedoras de softwares criaram o principal utilitário para o computador, os antivírus, que são progra-
mas com o propósito de detectar e eliminar vírus e outros programas prejudiciais antes ou depois de ingressar no sistema.
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de programas de software que são implementados sem o consentimento
(e inclusive conhecimento) do usuário ou proprietário de um computador e que cumprem diversas funções nocivas para
o sistema. Entre elas, o roubo e perda de dados, alteração de funcionamento, interrupção do sistema e propagação para
outros computadores.
Os antivírus são aplicações de software projetadas como medida de proteção e segurança para resguardar os dados e o
funcionamento de sistemas informáticos caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas comunmente como vírus
ou malware que tem a função de alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos computadores.
Um programa de proteção de vírus tem um funcionamento comum que com frequência compara o código de cada
arquivo que revisa com uma base de dados de códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode determinar se trata
de um elemento prejudicial para o sistema. Também pode reconhecer um comportamento ou padrão de conduta típica
de um vírus. Os antivírus podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro do sistema como aqueles que procuram
ingressar ou interagir com o mesmo.
Como novos vírus são criados de maneira quase constante, sempre é preciso manter atualizado o programa antivírus
de maneira de que possa reconhecer as novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode permanecer em execução duran-
te todo tempo que o sistema informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo ou série de arquivos cada vez que o
usuário exija. Normalmente, o antivírus também pode verificar e-mails e sites de entrada e saída visitados.
Um antivírus pode ser complementado por outros aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares que cum-
prem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.
Então, antivírus são os programas criados para manter seu computador seguro, protegendo-o de programas malicio-
sos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar dados de seu computador.
Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre escolha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers estão usando
este mercado para enganar pessoas com falsos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa seu computador vul-
nerável aos ataques.
E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado ao baixar programas de segurança em sites desconhecidos, e
divulgue, para que ninguém seja vítima por falta de informação.
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados. Alguns
às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço considerável
(que é sempre muito precioso) em seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços do programa origi-
nal, para não dar a menor pista de sua existência.
Cada vírus possui um critério para começar o ataque propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apagados,
o micro começa a travar, documentos que não são salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram mensagens
chatas, outros mais elaborados fazem estragos muitos grandes.

Existe uma variedade enorme de softwares antivírus no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o sempre
atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles para proteger
seu sistema operacional.
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de atualização automática. Abaixo há uma lista com os antivírus
mais conhecidos:
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br - Possui versão de teste.
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui versão de teste.
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e outra gratuita para uso não comercial (com menos funcionali-
dades).
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftware.com.br - Possui versão de teste.
É importante frisar que a maioria destes desenvolvedores possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover vírus
específicos. Geralmente, tais softwares são criados para combater vírus perigosos ou com alto grau de propagação.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 94: Principais antivírus do mercado atual

Tipos de Vírus

Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permitem a inva-
são de um computador alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato militar fabri-
cado pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de grego”, que seria um aplicati-
vo qualquer. Quando o leigo o executa, o pro- grama atua de forma diferente do que era esperado.
Ao contrário do que é erroneamente informado na mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não se re-
produz e não tem nenhuma comparação com vírus de computador, sendo que seu objetivo é totalmente diverso. Deve-se
levar em consideração, também, que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como tal. A expressão “Tro-
jan” deve ser usada, exclusivamente, como definição para programas que capturam dados sem o conhecimento do usuário.
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como um ar- quivo no computador da vítima. Ele tem o intuito de
roubar informações como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a
máquina contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as informações contidas no HD visualizadas
e capturadas por um intruso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve dentro de um com-
putador alheio sabe as possibilidades oferecidas.

Worms (vermes) podem ser interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença entre
eles está na forma de propagação: os worms podem se propagar rapidamente para outros computadores, seja pela Internet, seja
por meio de uma rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e o usuário só nota o problema quando o
computador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de propagação. O
worm pode capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema de envio de e-mails) próprios
ou qualquer outro meio que permita a contaminação de computadores (normalmente milhares) em pouco tempo.

Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três nomes também represen-
tam perigo. Spywares são programas que ficam«espionando» as atividades dos internautas ou capturam informações sobre
eles. Para contaminar um computador, os spywares podem vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem baixa- dos
automaticamente quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destina-
dos a capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» navegadores de Internet, principalmente o Internet Explorer.
Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagandas em
pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a determinados sites (como
sites de software antivírus, por exemplo).
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pragas são
tão peri- gosas que alguns antivírus podem ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso de hijackers,
muitas vezes é necessário usar uma ferramenta desenvolvida especialmente para combater aquela praga. Isso porque os hi-
jackers podem se infiltrar no sistema operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-spywares conseguem “pegar”.

Hoaxes, São boatos espalhados por mensagens de correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de computa-
dor. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na rede e que infectará
o micro do destinatário enquanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em determinada tecla ou link.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Quem cria a mensagem hoax normalmente costuma dizer Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
que a informação partiu de uma empresa confiável, como MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá danificar a máquina tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
do usuário. Desconsidere a mensagem. 10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – WAN)
– rede que faz a cobertura de uma grande área geográ-
fica, geralmente, um país, cerca de 100 km;
CONCEITOS DE AMBIENTE DE REDES DE Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
COMPUTADORES. des espalhadas pelo mundo podendo ser interconectadas
a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem maio-
res, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Redes de Computadores refere-se à interligação por Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
missões e protocolos de vários computadores com o ob- Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos grandes distâncias.
ou dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computado- Topologia de Redes
res espalhados pelo mundo que permite a comunicação Astopologias das redes de computadores são as estru-
entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela turas físicas dos cabos, computadores e componentes.
internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário utili- Existem as topologias físicas, que são mapas que mos-
zar recursos como impressoras para imprimir documentos, tram a localização de cada componente da rede que
reuniões através de videoconferência, trocar e-mails, aces- serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo
sar às redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc. modo que os dados trafegam na rede:
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à internet tão interconectadas por pares através de um roteamen-
nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, o to de dados;
crescimento das redes de computadores também tem seu Topologia de Estrela – modelo em que existe um
lado negativo. A cada dia surgem problemas que preju- ponto central (concentrador) para a conexão, geral-
dicam as relações entre os indivíduos, como pirataria, es- mente um hub ou switch;
pionagem, phishing - roubos de identidade, assuntos polê- Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
micos como racismo, sexo, pornografia, sendo destacados automação industrial e na década de 1980 pelas redes
com mais exaltação, entre outros problemas. Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores são
Há muito tempo, o ser homem sentiu a necessidade entreligados formando um anel e os dados são propagados
de compartilhar conhecimento e estabelecer relações com de computador a computador até a máquina de origem;
pessoas a distância. Na década de 1960, durante a Guerra Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
Fria, as redes de computadores surgiram com objetivos mi- meiras conexões feitas pelas redes Ethernet.Refere- se a
litares: interconectar os centros de comando dos EUA para computadores conectados em formato linear, cujo cabea-
com objetivo de proteger e enviar de dados. mento é feito em sequencialmente;
Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
Alguns tipos de Redes de Computadores estão interligadas por um mesmo canal através de pacotes
Antigamente, os computadores eram conectados em endereçados (unicast, broadcast e multicast).
distâncias curtas, sendo conhecidas como  redes locais.
Mas, com a evolução das redes de computadores, foi ne- Cabos
cessário aumentar a distância da troca de informações en- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura fí-
tre as pessoas. As redes podem ser classificadas de acor- sica utilizada para conectar computadores em rede, estan-
do com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, do relacionados a largura de banda, a taxa de transmissão,
etc.), a  extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, padrões internacionais, etc. Há vantagens e desvantagens
etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a- para a conexão feita por meio de cabeamento. Os mais uti-
-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por cabo de lizados são:
fibra óptica, trançado, via rádio, etc.). Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por
Veja alguns tipos de redes: sua velocidade, pode ser feito sob medida, comprados
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se em lojas de informática ou produzidos pelo usuário;
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Blue- Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância
tooth; maior na transmissão de dados, apesar de serem flexí-
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em veis, são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, ISA, suporte não encontrado em computadores mais
um prédio ou um campus de universidade; novos;

70
INFORMÁTICA BÁSICA

Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
de difícil instalação. São velozes e imunes a interfe- e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
rências eletromagnéticas. como um tipo de ponte na camada de  rede do modelo
Após montar o cabeamento de rede é necessário OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
realizar um teste através dos  testadores de cabos, ad- conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
quirido em lojas especializadas. Apesar de testar o fun- diferentes fabricantes), identificando e determinando um IP
cionamento, ele não detecta se existem ligações incor- para cada computador que se conecta com a rede.
retas. É preciso que um técnico veja se os fios dos cabos Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de dados
estão na posição certa. na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os ro-
teadores estáticos, capaz de encontrar o menor caminho
Sistema de Cabeamento Estruturado para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver conges-
Para que essa conexão não prejudique o ambiente tionada; e os  roteadores dinâmicos que encontram ca-
de trabalho, em uma grande empresa, são necessárias minhos mais rápidos e menos congestionados para o
várias conexões e muitos cabos, sendo necessário o ca- tráfego.
beamento estruturado.
Através dele, um técnico irá poupar trabalho e tem- Modem: Dispositivo responsável por transformar a
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção onda analógica que será transmitida por meio da linha te-
da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos- lefônica, transformando-a em sinal digital original.
sibilitam que vários conectores possam ser inseridos
em um único local, sem a necessidade de serem conec- Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes de
tados diretamente no hub. computadores, como por exemplo, envio de arquivos ou
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado e-mail. Os computadores que acessam determinado servi-
possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os dor são conhecidos como clientes.
cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunicação
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem entre os computadores da rede. Cada arquitetura de rede
inseridos em um rack. depende de um tipo de placa específica. As mais utilizadas
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em anel).
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é
pensada de forma a realizar a sua expansão.

Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o ca-


beamento de rede. Ele poderá transformar os sinais re-
cebidos e enviá-los para outros pontos da rede. Ape-
sar de serem transmissores de informações para outros
pontos, eles também diminuem o desempenho da rede,
podendo haver colisões entre os dados à medida que
são anexas outras máquinas. Esse equipamento, nor-
malmente, encontra-se dentro do hub.

Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar


todos os dados da rede e compartilhá-los entre as ou-
tras estações (máquinas). Nesse momento nenhuma ou-
tra máquina consegue enviar um determinado sinal até
que os dados sejam distribuídos completamente. Eles
são utilizados em redes domésticas e podem ter 8, 16,
24 e 32 portas, variando de acordo com o fabricante.
Existem os  Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes  e  Empi-
lháveis.

Bridges: É um repetidor inteligente que funciona


como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede,
além de relacionar diferentes arquiteturas.

Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub,


mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados
apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui mui-
tas portas de entrada e melhor performance, podendo
ser utilizado para redes maiores.

71
INFORMÁTICA BÁSICA

EXERCÍCIOS 5) (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um


computador com o sistema operacional Windows insta-
1 ) ( L I Q U I G Á S 2012 - C E S G R A N R I O - A S S I S- lado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que jun-
T E N T E A D M I N I S T R AT I VO ) Um computador é um tos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail.
equipamento capaz de processar com rapidez e Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto
segurança grande quantidade de informações. de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa-
Assim, além dos componentes de hardware, os re  compactador. Só não poderá ser utilizado nessa ta-
computadores necessitam de um conjunto de soft- refa o software: 
wares denominado: a) 7-Zip.
a. arquivo de dados. b) WinZip.
b. blocos de disco. c) CuteFTP.
c. navegador de internet. d) jZip.
d. processador de dados. e) WinRAR.
e. sistemaoperacional.
6) (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direi-
2) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁ- to) Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em
RIO – ADMINISTRATIVA) As características básicas português, é correto afirmar que,
da segurança da informação — confidencialidade, a) para mostrar tipos diferentes de informações so-
integridade e disponibilidade — não são atributos bre cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão
exclusivos dos sistemas computacionais. Classificar na barra de ferramentas da janela e escolher
a. Certo o modo de exibição desejado.
b. Errado b) quando você exclui um arquivo do disco rígido,
ele é apagado permanentemente e não pode ser pos-
3) (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO teriormente recuperado caso tenha sido excluído por
– JURÍDICA) São ações para manter o computador engano.
protegido, EXCETO: c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta
a. Evitar o uso de versões de sistemas ope- clicar com o botão direito do mouse sobre ele e selecio-
racionais ultrapassadas, como Windows 95 ou 98. nar a opção Enviar para a lixeira.
b. Excluir spams recebidos e não comprar d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas
nada anunciado através desses spams. que estão no mesmo disco rígido, ele será compartilha-
c. Não utilizar firewall. do entre todos os usuários que possuem acesso a essas
d. Evitar utilizar perfil de administrador, pre- pastas.
ferindo sempre utilizar um perfil mais restrito. e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do dis-
e. Não clicar em links não solicitados, pois co rígido para uma mídia removível, como um pen drive,
links estranhos muitas vezes são vírus. ele será copiado.

4) (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional 7) (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema
Segurança do Trabalho) A ferramenta Outlook : operacional Linux,o comando que NÃO está relacionado
a) é um serviço de e-mail gratuito para geren- a manipulação de arquivos é:
ciar todos os e-mails, calendários e contatos de a) kill
um usuário. b) cat
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compa- c) rm
tível com o Windows 10, o Windows 8.1 e o Win- d) cp
dows 7. e) ftp
c) permite que todas as pessoas possam ver o
calendário de um usuário, mas somente aquelas 8) (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
com e-mail Outlook.com podem agendar reuniões - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um de-
e responder a convites. senvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade de
d) funciona apenas em dispositivos com Win- backup em uma aplicação móvel para, de tempos em
dows, não funcionando no iPad, no iPhone, em ta- tempos, armazenar dados automaticamente. A classe da
blets e em telefones com Android. API de Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às fer- a) BkpAgent;
ramentas do pacote de webmail Office 356 da Mi- b) BkpHelper;
crosoft.] c) BackupManager;
d) BackupOutputData;
e) BackupDataStream.

72
INFORMÁTICA BÁSICA

9) (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do 14) (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da
Pará - Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada de
forma de prevenir perda de informações. Qual é o um computador:
Backup que só efetua a cópia dos últimos arquivos que
foram criados pelo usuário ou sistema? a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner.
a) Backup incremental b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
b) Backup diferencial c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.
c) Backup completo d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
d) Backup Normal e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.
e) Backup diário
15) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
10) (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departa- GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Linux e
mento) Como é chamado o backup em que o sistema Windows, julgue os itens seguintes.2No sistema operacio-
não é interrompido para sua realização? nal Windows 8, há a possibilidade de integrar-se à denomi-
a) Backup Incremental. nada nuvem de computadores que fazem parte da Internet.
b) Cold backup. a)Certo
c) Hot backup. b)Errado
d) Backup diferencial.
e) Backup normal 16) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTI-
CA) Alguns programas do computador de Ana estão muito
11) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrati- lentos e ela receia que haja um problema com o hardware
vo) Um funcionário precisa conectar um projetor mul- ou com a memória principal. Muitos de seus programas
timídia a um computador. Qual é o padrão de conexão falham subitamente e o carregamento de arquivos gran-
que ele deve usar? des de imagens e vídeos está muito demorado. Além disso,
a) RJ11 aparece, com frequência, mensagens indicando conflitos
b) RGB em drivers de dispositivos. Como ela utiliza o Windows 7,
c) HDMI resolveu executar algumas funções de diagnóstico, que
d) PS2 poderão auxiliar a detectar as causas para os problemas e
e) RJ45 sugerir as soluções adequadas.
Para realizar a verificação da memória e, em seguida do
12) (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Ad- hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:
ministração) Correspondem, respectivamente, aos ele- a)Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de
mentos placa de som, editor de texto, modem, editor desempenho.
de planilha e navegador de internet: b)Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de
conflitos do Windows.
a) software, software, hardware, software e hardwa- c)Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
re. desempenho de hardware.
b) hardware, software, software, software e hard- d)Mapeamento de Memória do Windows e Mapea-
ware. mento de hardware do Windows.
c) hardware, software, hardware, hardware e soft- e)Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnósti-
ware. co de hardware do Windows.
d) software, hardware, hardware, software e soft-
ware. 17) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECU-
e) hardware, software, hardware, software e softwa- ÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um escritório de
re. advocacia e utiliza um computador com o Windows 7 Profes-
sional em português. Certo dia notou que o computador em
13) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrati- que trabalha parou de se comunicar com a internet e com
vo) Um computador à venda em um sítio de comércio outros computadores ligados na rede local. Após consultar
eletrônico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. um técnico, por telefone, foi informada que sua placa de rede
Essa configuração indica que: poderia estar com problemas e foi orientada a checar o fun-
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. cionamento do adaptador de rede. Para isso, Beatriz entrou
b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. no Painel de Controle, clicou na opção Hardware e Sons e, no
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB. grupo Dispositivos e Impressoras, selecionou a opção:
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de a) Central de redes e compartilhamento.
6 portas USB. b) Verificar status do computador.
c) Redes e conectividade.
d) Gerenciador de dispositivos.
e) Exibir o status e as tarefas de rede.

73
INFORMÁTICA BÁSICA

18) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA) No console do sistema operacional Linux, alguns comandos
permitem executar operações com arquivos e diretórios do disco.
Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um diretório vazio são, respectivamente,
a) pwd, mv e rm.
b) md, ls e rm.
c) mkdir, cd e rmdir.
d) cdir, lsdir e erase.
e) md, cd e rd.

19) (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema operacional
(ambientes Linux e Windows) e de redes de computadores, julgue os itens.3Por ser um sistema operacional aberto, o Li-
nux, comparativamente aos demais sistemas operacionais, proporciona maior facilidade de armazenamento de dados em
nuvem.
a) certo
b) errado

20) (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO) Acerca de organização e gerenciamento de informações, arquivos,
pastas e programas, de segurança da informação e de armazenamento de dados na nuvem, julgue os itens subsequen-
tes.1Um arquivo é organizado logicamente em uma sequência de registros, que são mapeados em blocos de discos. Em-
bora esses blocos tenham um tamanho fixo determinado pelas propriedades físicas do disco e pelo sistema operacional,
o tamanho do registro pode variar.
a) certo
b) errado

21) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - RH) Paulo utiliza em seu trabalho o edi-
tor de texto Microsoft Word 2010 (em português) para produzir os documentos da empresa. Certo dia Paulo digitou um
documento contendo 7 páginas de texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5, 6 e 7. Para imprimir apenas
essas páginas, Paulo clicou no Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configurações, selecionou a opção Imprimir
Intervalo Personalizado. Em seguida, no campo Páginas, digitou
a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.

22) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) João trabalha no departamento finan-
ceiro de uma grande empresa de vendas no varejo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768 clientes inadim-
plentes uma carta com um texto padrão, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e a data em que deveria
comparecer à empresa para negociar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo de clientes, João pesquisou
recursos no Microsoft Office 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas os dados dos clientes e as datas em
que deveriam comparecer à empresa e automatizar o processo de impressão, sem ter que mudar os dados manualmente.
Após imprimir todas as correspondências, João desejava ainda imprimir, também de forma automática, um conjunto de
etiquetas para colar nos envelopes em que as correspondências seriam colocadas. Os recursos do Microsoft Office 2010
que permitem atender às necessidades de João são os recursos
a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft PowerPoint 2010.
c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir do Microsoft Word 2010.
e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Excel 2010.

23) (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II) No editor de textos Writer do pacote BR Office, é
possível modificar e criar estilos para utilização no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para um determinado
estilo, é INCORRETO afirmar que é possível alterar um valor para
a) recuo da primeira linha.
b) recuo antes do texto.
c) recuo antes do parágrafo.
d) espaçamento acima do parágrafo.
e) espaçamento abaixo do parágrafo.

74
INFORMÁTICA BÁSICA

24) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ordenar, por
data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na lista
disponibilizada, clicar ordenar data.
a) certo
b) errado

25) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se o
Microsoft Excel 2010 (em português).

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve ser
digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é
a) =(B2+B2)*C2*D2.
b) =B2+B2*C2/D2.
c) =B2*C2*D2.
d) =B2*(1+(C2*D2)).
e) =D2*(1+(B2*C2)).

26)(MINISTÉRIO DA FAZENDA 2012 - ESAF - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO) O BrOffice é uma suíte para
escritório gratuita e de código aberto. Um dos aplicativos da suíte é o Calc, que é um programa de planilha eletrônica e
assemelha-se ao Excel da Microsoft. O Calc é destinado à criação de planilhas e tabelas, permitindo ao usuário a inserção
de equações matemáticas e auxiliando na elaboração de gráficos de acordo com os dados presentes na planilha. O Calc
utiliza como padrão o formato:
a) XLS.
b) ODF.
c) XLSX.
d) PDF.
e) DOC.

27) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Após ministrar uma palestra sobre Segurança
no Trabalho, Iracema comunicou aos funcionários presentes que disponibilizaria os slides referentes à palestra na intranet
da empresa para que todos pudessem ter acesso. Quando acessou a intranet e tentou fazer o upload do arquivo de slides
criado no Microsoft PowerPoint 2010 (em português), recebeu a mensagem do sistema dizendo que o formato do arquivo
era inválido e que deveria converter/salvar o arquivo para o formato PDF e tentar realizar o procedimento novamente. Para
realizar a tarefa sugerida pelo sistema, Iracema
a) clicou no botão Iniciar do Windows, selecionou a opção Todos os programas, selecionou a opção Microsoft Office
2010 e abriu o software Microsoft Office Converter Professional 2010. Em seguida, clicou na guia Arquivo e na opção Con-
verter. Na caixa de diálogo que se abriu, selecionou o arquivo de slides e clicou no botão Converter.
b)abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint 2010, clicou na guia Ferramentas e, em seguida, clicou na opção
Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, clicou na caixa de combinação que permite definir o tipo do arquivo e selecio-
nou a opção PDF. Em seguida, clicou no botão Converter.
c)abriu a pasta onde o arquivo estava salvo, utilizando os recursos do Microsoft Windows 7, clicou com o botão direito
do mouse sobre o nome do arquivo e selecionou a opção Salvar como PDF.

75
INFORMÁTICA BÁSICA

d)abriu o arquivo utilizando o Microsoft Power- 31) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
Point 2010, clicou na guia Arquivo e, em seguida, cli- GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito de redes de compu-
cou na opção Salvar Como. Na caixa de diálogo que tadores, julgue os itens subsequentes. Lista de discussão é
se abriu, clicou na caixa de combinação que permite uma ferramenta de comunicação limitada a uma intranet,
definir o tipo do arquivo e selecionou a opção PDF. ao passo que grupo de discussão é uma ferramenta geren-
Em seguida, clicou no botão Salvar. ciável pela Internet que permite a um grupo de pessoas a
e)baixou da internet um software especializado troca de mensagens via email entre todos os membros do
em fazer a conversão de arquivos do tipo PPTX para grupo.
PDF, pois verificou que o PowerPoint 2010 não possui a) Certo
opção para fazer tal conversão. b) Errado

28) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ADMINISTRA- 32) (CEITEC 2012 - FUNRIO - ADMINISTRAÇÃO/CIÊN-
DOR) Em um slide em branco de uma apresentação CIAS CONTÁBEIS/DIREITO/PREGOEIRO PÚBLICO) Na inter-
criada utilizando-se o Microsoft PowerPoint 2010 net o protocolo_________ permite a transferência de men-
(em português), uma das maneiras de acessar alguns sagens eletrônicas dos servidores de _________para caixa
dos comandos mais importantes é clicando-se com o postais nos computadores dos usuários. As lacunas se
botão direito do mouse sobre a área vazia do slide. completam adequadamente com as seguintes expressões:
Dentre as opções presentes nesse menu, estão as que a) Ftp/ Ftp.
permitem b) Pop3 / Correio Eletrônico.
a) copiar o slide e salvar o slide. c) Ping / Web.
b) salvar a apresentação e inserir um novo slide. d) navegador / Proxy.
c) salvar a apresentação e abrir uma apresentação e) Gif / de arquivos
já existente.
d) apresentar o slide em tela cheia e animar obje- 33) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS-
tos presentes no slide. TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINISTRA-
e) mudar o layout do slide e a formatação do pla- TIVO) Em uma rede local, cujas estações de trabalho usam
no de fundo do slide. o sistema operacional Windows XP e endereços IP fixos em
suas configurações de conexão, um novo host foi instalado
29) (TRT 11ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO e, embora esteja normalmente conectado à rede, não con-
- JUDICIÁRIA) Em um slide mestre do BrOffice.org segue acesso à internet distribuída nessa rede.
Apresentação (Impress), NÃO se trata de um espaço Considerando que todas as outras estações da rede es-
reservado que se possa configurar a partir da janela tão acessando a internet sem dificuldades, um dos motivos
Elementos mestres: que pode estar ocasionando esse problema no novo host é
a) Número da página.
b) Texto do título. a) a codificação incorreta do endereço de FTP para o
c) Data/hora. domínio registrado na internet.
d) Rodapé. b) a falta de registro da assinatura digital do host nas
e) Cabeçalho. opções da internet.
c) um erro no Gateway padrão, informado nas proprie-
30) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE dades do Protocolo TCP/IP desse host.
TÉCNICO ADMINISTRATIVO - RH) No Microsoft Inter- d) um erro no cadastramento da conta ou da senha do
net Explorer 9 é possível acessar a lista de sites visi- próprio host.
tados nos últimos dias e até semanas, exceto aqueles e) um defeito na porta do switch onde a placa de rede
visitados em modo de navegação privada. Para abrir desse host está conectada.
a opção que permite ter acesso a essa lista, com o
navegador aberto, clica-se na ferramenta cujo dese- 34) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS-
nho é TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINISTRA-
a) uma roda dentada, posicionada no canto supe- TIVO) Para conectar sua estação de trabalho a uma rede
rior direito da janela. local de computadores controlada por um servidor de do-
b) uma casa, posicionada no canto superior direi- mínios, o usuário dessa rede deve informar uma senha e
to da janela. um[a]
c) uma estrela, posicionada no canto superior di- a) endereço de FTP válido para esse domínio.
reito da janela. b) endereço MAC de rede registrado na máquina cliente.
d) um cadeado, posicionado no canto inferior di- c) porta válida para a intranet desse domínio.
reito da janela. d) conta cadastrada e autorizada nesse domínio.
e) um globo, posicionado à esquerda da barra de e) certificação de navegação segura registrada na in-
endereços. tranet.

76
INFORMÁTICA BÁSICA

35) (CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 - CESPE - ANA- Está correto o que se afirma em
LISTA LEGISLATIVO - TÉCNICA LEGISLATIVA) Com relação
a redes de computadores, julgue os próximos itens.5Uma a) II, apenas.
rede local (LAN — local area network) é caracterizada por b) I e II, apenas.
abranger uma área geográfica, em teoria, ilimitada. O al- c) II e III, apenas.
cance físico dessa rede permite que os dados trafeguem d) I, II e III, apenas.
com taxas acima de 100 Mbps. e) I, II, III e IV.
a) certo
b) errado 40) (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL - IN-
FORMÁTICA) Sobre Cavalo de Tróia, é correto afirmar:
36) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação à certifica- a) Consiste em um conjunto de arquivos .bat que não
ção digital, julgue os itens que se seguem.O certificado necessitam ser explicitamente executados.
digital revogado deve constar da lista de certificados re- b) Contém um vírus, por isso, não é possível distinguir
vogados, publicada na página de Internet da autoridade as ações realizadas como consequência da execução do
certificadora que o emitiu. Cavalo de Tróia propriamente dito, daquelas relacionadas
a) Certo ao comportamento de um vírus.
b) Errado c) Não é necessário que o Cavalo de Tróia seja executa-
do para que ele se instale em um computador. Cavalos de
37) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - Tróia vem anexados a arquivos executáveis enviados por
ADMINISTRATIVA) Acerca de segurança da informação, e-mail.
julgue os itens a seguir. O vírus de computador é assim d) Não instala programas no computador, pois seu úni-
denominado em virtude de diversas analogias poderem ser co objetivo não é obter o controle sobre o computador,
feitas entre esse tipo de vírus e os vírus orgânicos. mas sim replicar arquivos de propaganda por e-mail.
a) Certo e) Distingue-se de um vírus ou de um worm por não
b) Errado infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo
automaticamente.
38) (MPE/PE 2012 - FCC - TÉCNICO MINISTERIAL - AD-
MINISTRATIVO) Existem vários tipos de vírus de computa-
dores, dentre eles um dos mais comuns são vírus de ma- GABARITO
cros, que:
a) são programas binários executáveis que são baixa- 1-E/ 2-A/ 3- C/ 4- B/ 5-C/ 6-E / 7-A / 8-C / 9-A / 10-C/
dos de sites infectados na Internet. 11-C / 12-E / 13-A / 14-C / 15-A / 16-A / 17-D / 18-C /
b) podem infectar qualquer programa executável do 19-B / 20-A / 21-A / 22-A / 23-C / 24-B / 25-D/ 26-B/
computador, permitindo que eles possam apagar arquivos 27-D / 28-E / 29-B / 30-C / 31-B / 32-B / 33-C / 34-D/
e outras ações nocivas. 35-B / 36-A / 37- A / 38-C / 39-B / 40-E
c) são programas interpretados embutidos em docu-
mentos do MS Office que podem infectar outros documen-
tos, apagar arquivos e outras ações nocivas.
d) são propagados apenas pela Internet, normalmente
em sites com software pirata.
e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de software
legal, em um computador com acesso apenas a sites da
Internet com boa reputação.

39) (SABESP 2012 - FCC - ANALISTA DE GESTÃO I - SIS-


TEMAS)Sobre vírus, considere:
I. Para que um computador seja infectado por um ví-
rus é preciso que um programa previamente infectado seja
executado.
II. Existem vírus que procuram permanecer ocultos,
infectando arquivos do disco e executando uma série de
atividades sem o conhecimento do usuário.
III. Um vírus propagado por e-mail (e-mail borne vírus)
sempre é capaz de se propagar automaticamente, sem a
ação do usuário.
IV. Os vírus não embutem cópias de si mesmo em ou-
tros programas ou arquivos e não necessitam serem expli-
citamente executados para se propagarem.

77
INFORMÁTICA BÁSICA

ANOTAÇÕES

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78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Noções de Administração Pública: princípios; descentralização e desconcentração; Administração Direta e Indire-


ta; ................................................................................................................................................................................................................01
Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e
critérios de departamentalização. ..................................................................................................................................................................... 13
Empreendedorismo governamental e novas lideranças no setor público. ....................................................................................... 17
Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada. ........................................................................................... 26
Excelência nos serviços públicos. Gestão da Qualidade. ......................................................................................................................... 28
Gestão de resultados na produção de serviços públicos. ....................................................................................................................... 49
O paradigma do cliente na gestão pública. .................................................................................................................................................. 54
Noções de Arquivologia: noções fundamentais de arquivo; arquivos correntes, intermediários e permanentes; proto-
colo, código de classificação; tabela de temporalidade. Noções básicas de conservação e preservação de documentos.
Noções de métodos de arquivamento. .......................................................................................................................................................... 55
Relações pessoais e interpessoais: atendimento pessoal e telefônico. .............................................................................................. 58
Conduta profissional: comunicação verbal; apresentação pessoal e ética profissional. .............................................................. 70
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Amazonas-Lei nº1.762/86 e suas alterações................................... 72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

c) Princípio da moralidade: A posição deste princí-


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de
PRINCÍPIOS; DESCENTRALIZAÇÃO E uma espécie de moralidade administrativa, intimamente
DESCONCENTRAÇÃO; ADMINISTRAÇÃO relacionada ao poder público. A administração pública não
atua como um particular, de modo que enquanto o des-
DIRETA E INDIRETA;
cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti-
cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento
jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento
Princípios constitucionais expressos imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio
da moralidade deve se fazer presente não só para com os
São princípios da administração pública, nesta ordem: administrados, mas também no âmbito interno. Está indis-
Legalidade sociavelmente ligado à noção de bom administrador, que
Impessoalidade não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos
Moralidade princípios éticos regentes da função administrativa. TODO
Publicidade ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS
Eficiência IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios
anteriores.
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for- d) Princípio da publicidade: A administração pública
mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da é obrigada a manter transparência em relação a todos seus
Administração Pública. É de fundamental importância um atos e a todas informações armazenadas nos seus ban-
olhar atento ao significado de cada um destes princípios, cos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e
posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão
no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que
tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho1 e todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de
Spitzcovsky2: servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se ne-
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali- gar indevidamente a fornecer informações ao administrado
dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não caracteriza ato de improbidade administrativa.
No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que
proíbe. Contudo, como a administração pública representa
o princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação
político-eleitoral:
de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex-
pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso
Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
lei anterior editando a matéria para que seja preservado o obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
princípio da legalidade). A origem deste princípio está na caráter educativo, informativo ou de orientação social,
criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
Estado deve respeitar as leis que dita. caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servido-
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes- res públicos.
ses que representa, a administração pública está proibida
de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar Somente pela publicidade os indivíduos controlarão
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pú- instrumentos para proteção são o direito de petição e as
blica deve tratar igualmente todos aqueles que se encon- certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - resi-
trem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou dualmente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda,
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalida- prevê o artigo 37, CF em seu §3º: 
de no que tange à contratação de serviços. O princípio da
impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par-
pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração públi- ticipação do usuário na administração pública direta e
ca é somente o interesse público. Com efeito, o interesse indireta, regulando especialmente:
particular não pode influenciar no tratamento das pessoas, I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços
já que deve-se buscar somente a preservação do interesse públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
coletivo. atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
interna, da qualidade dos serviços;
II -  o acesso dos usuários a registros administrativos e
a informações sobre atos de governo, observado o disposto
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de no art. 5º, X e XXXIII;
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, III -  a disciplina da representação contra o exercício ne-
2010. gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na admi-
2 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. nistração pública.
ed. São Paulo: Método, 2011.

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

e) Princípio da eficiência: A administração pública Meirelles4 entende que o ato discricionário, editado sob
deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de
controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pes- liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportuni-
soas (o concurso público seleciona os mais qualificados ao dade, não sendo necessária a motivação. No entanto, se
exercício do cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos houver tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a
(pois é possível exonerar um servidor público por ineficiên- esta, em razão da necessidade de observância da Teoria
cia) e ao controlar gastos (limitando o teto de remunera- dos Motivos Determinantes. O entendimento majoritário
ção), por exemplo. O núcleo deste princípio é a procura da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato discricionário,
por produtividade e economicidade. Alcança os serviços é necessária a motivação para que se saiba qual o caminho
públicos e os serviços administrativos internos, se referindo adotado pelo administrador. Gasparini5, com respaldo no
diretamente à conduta dos agentes. art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de
tais discussões doutrinárias, pois o referido artigo exige a
Outros princípios administrativos motivação para todos os atos nele elencados, compreen-
Além destes cinco princípios administrativo-constitu- dendo entre estes, tanto os atos discricionários quanto os
cionais diretamente selecionados pelo constituinte, podem vinculados.
ser apontados como princípios de natureza ética relaciona- c) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos:
dos à função pública a probidade e a motivação: O Estado assumiu a prestação de determinados serviços,
a) Princípio da probidade:  um princípio constitu- por considerar que estes são fundamentais à coletividade.
cional incluído dentro dos princípios específicos da licita- Apesar de os prestar de forma descentralizada ou mesmo
ção, é o dever de todo o administrador público, o dever delegada, deve a Administração, até por uma questão de
de honestidade e fidelidade com o Estado, com a popu- coerência, oferecê-los de forma contínua e ininterrupta.
lação, no desempenho de suas funções. Possui contornos Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos, o Es-
mais definidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini3 tado é obrigado a não interromper a prestação dos ser-
alerta que alguns autores tratam veem como distintos os viços que disponibiliza. A respeito, tem-se o artigo 22 do
princípios da moralidade e da probidade administrativa, Código de Defesa do Consumidor:
mas não há características que permitam tratar os mesmos
como procedimentos distintos, sendo no máximo possível Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
afirmar que a probidade administrativa é um aspecto parti- concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra for-
cular da moralidade administrativa. ma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, con-
ao administrador de motivar todos os atos que edita, ge- tínuos.
rais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pes-
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a soas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos
fundamentação surge como meio interpretativo da decisão causados, na forma prevista neste código.
que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro
meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da d) Princípios da Tutela e da Autotutela da Adminis-
Administração. tração Pública: a Administração possui a faculdade de re-
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicá- ver os seus atos, de forma a possibilitar a adequação destes
vel ao caso concreto e relacionar os fatos que concreta- à realidade fática em que atua, e declarar nulos os efeitos
mente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos dos atos eivados de vícios quanto à legalidade. O sistema
os atos administrativos devem ser motivados para que o de controle dos atos da Administração adotado no Brasil é
Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo o jurisdicional. Esse sistema possibilita, de forma inexorável,
quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem ao Judiciário, a revisão das decisões tomadas no âmbito
ser observados os motivos dos atos administrativos. da Administração, no tocante à sua legalidade. É, portanto,
Em relação à necessidade de motivação dos atos ad- denominado controle finalístico, ou de legalidade.
ministrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um À Administração, por conseguinte, cabe tanto a anu-
único comportamento possível) e dos atos discricionários lação dos atos ilegais como a revogação de atos válidos
(aqueles que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta e eficazes, quando considerados inconvenientes ou ino-
um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com um portunos aos fins buscados pela Administração. Essa for-
juízo de conveniência e oportunidade), a doutrina é unís- ma de controle endógeno da Administração denomina-se
sona na determinação da obrigatoriedade de motivação princípio da autotutela. Ao Poder Judiciário cabe somente a
com relação aos atos administrativos vinculados; todavia, anulação de atos reputados ilegais. O embasamento de tais
diverge quanto à referida necessidade quanto aos atos dis- condutas é pautado nas Súmulas 346 e 473 do Supremo
cricionários. Tribunal Federal.
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.
3 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª 5 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª
ed. São Paulo: Saraiva, 2004. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Súmula 346. A administração pública pode declarar a f) Supremacia do interesse público sobre o priva-
nulidade dos seus próprios atos. do: Na maioria das vezes, a Administração, para buscar de
maneira eficaz tais interesses, necessita ainda de se colocar
Súmula 473. A administração pode anular seus próprios em um patamar de superioridade em relação aos particu-
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque lares, numa relação de verticalidade, e para isto se utiliza
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de do princípio da supremacia, conjugado ao princípio da in-
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adqui- disponibilidade, pois, tecnicamente, tal prerrogativa é irre-
ridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. nunciável, por não haver faculdade de atuação ou não do
Poder Público, mas sim “dever” de atuação.
Os atos administrativos podem ser extintos por revo- Sempre que houver conflito entre um interesse indi-
gação ou anulação. A Administração tem o poder de rever vidual e um interesse público coletivo, deve prevalecer o
seus próprios atos, não apenas pela via da anulação, mas interesse público. São as prerrogativas conferidas à Admi-
também pela da revogação. Aliás, não é possível revogar nistração Pública, porque esta atua por conta de tal interes-
atos vinculados, mas apenas discricionários. A revogação se. Com efeito, o exame do princípio é predominantemente
se aplica nas situações de conveniência e oportunidade, feito no caso concreto, analisando a situação de conflito
quanto que a anulação serve para as situações de vício de entre o particular e o interesse público e mensurando qual
legalidade. deve prevalecer.

e) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade: Centralização, descentralização, concentração e


Razoabilidade e proporcionalidade são fundamentos de desconcentração
caráter instrumental na solução de conflitos que se esta-
beleçam entre direitos, notadamente quando não há legis- Em linhas gerais, descentralização significa transferir
lação infraconstitucional específica abordando a temática a execução de um serviço público para terceiros que não
objeto de conflito. Neste sentido, quando o poder público se confundem com a Administração direta; centralização
significa situar na Administração direta atividades que, em
toma determinada decisão administrativa deve se utilizar
tese, poderiam ser exercidas por entidades de fora dela;
destes vetores para determinar se o ato é correto ou não,
desconcentração significa transferir a execução de um ser-
se está atingindo indevidamente uma esfera de direitos ou
viço público de um órgão para o outro dentro da própria
se é regular. Tanto a razoabilidade quanto a proporciona-
Administração; concentração significa manter a execução
lidade servem para evitar interpretações esdrúxulas mani-
central ao chefe do Executivo em vez de atribui-la a outra
festamente contrárias às finalidades do texto declaratório.
autoridade da Administração direta.
Razoabilidade e proporcionalidade guardam, assim, a
Passemos a esmiuçar estes conceitos:
mesma finalidade, mas se distinguem em alguns pontos.
Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do
Historicamente, a razoabilidade se desenvolveu no direito
Executivo, do poder de delegar certas atribuições que são
anglo-saxônico, ao passo que a proporcionalidade se origi- de sua competência privativa. Neste sentido, o previsto na
na do direito germânico (muito mais metódico, objetivo e CF:
organizado), muito embora uma tenha buscado inspiração
na outra certas vezes. Por conta de sua origem, a propor- Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da Repúbli-
cionalidade tem parâmetros mais claros nos quais pode ser ca poderá delegar as atribuições mencionadas nos inci-
trabalhada, enquanto a razoabilidade permite um processo sos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado,
interpretativo mais livre. Evidencia-se o maior sentido jurí- ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da
dico e o evidente caráter delimitado da proporcionalidade União, que observarão os limites traçados nas respectivas
pela adoção em doutrina de sua divisão clássica em 3 sen- delegações.
tidos:
- adequação, pertinência ou idoneidade: significa que Neste sentido:
o meio escolhido é de fato capaz de atingir o objetivo pre-
tendido; Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre: 
- necessidade ou exigibilidade: a adoção da medida a) organização e funcionamento da administração
restritiva de um direito humano ou fundamental somente é federal, quando não implicar aumento de despesa nem
legítima se indispensável na situação em concreto e se não criação ou extinção de órgãos públicos; 
for possível outra solução menos gravosa; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
- proporcionalidade em sentido estrito: tem o sentido vagos; 
de máxima efetividade e mínima restrição a ser guardado Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas,
com relação a cada ato jurídico que recaia sobre um direito com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
humano ou fundamental, notadamente verificando se há Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos pú-
uma proporção adequada entre os meios utilizados e os blicos federais, na forma da lei; (apenas o provimento é
fins desejados. delegável, não a extinção)

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem op- XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Minis-
ções de delegar parte de suas atribuições privativas para tros do Tribunal de Contas da União;
os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
ou o Advogado-Geral da União. O Presidente irá delegar Constituição, e o Advogado-Geral da União;
com relação de hierarquia cada uma destas essencialida- XVII - nomear membros do Conselho da República,
des dentro da estrutura organizada do Estado. Reforça-se, nos termos do art. 89, VII;
desconcentrar significa delegar com hierarquia, pois XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e
há uma relação de subordinação dentro de uma estrutura o Conselho de Defesa Nacional;
centralizada, isto é, os Ministros de Estado, o Procurador- XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
-Geral da República e o Advogado-Geral da União respon- autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele,
dem diretamente ao Presidente da República e, por isso, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas
não possuem plena discricionariedade na prática dos atos mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobi-
lização nacional;
administrativos que lhe foram delegados.
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
Congresso Nacional;
Concentrar, ao inverso, significa exercer atribuições
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
privativas da Administração pública direta no âmbito mais
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
central possível, isto é, diretamente pelo chefe do Poder que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
Executivo, seja porque não são atribuições delegáveis, seja ou nele permaneçam temporariamente;
porque se optou por não delegar. XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano pluria-
nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as pro-
Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente postas de orçamento previstos nesta Constituição;
da República: XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa,
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a di- as contas referentes ao exercício anterior;
reção superior da administração federal; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais,
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos na forma da lei;
previstos nesta Constituição; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei,
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, nos termos do art. 62;
bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
execução; Constituição.
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor, mediante decreto, sobre:  Descentralizar envolve a delegação de interesses es-
a) organização e funcionamento da administração tatais para fora da estrutura da Administração direta, o que
federal, quando não implicar aumento de despesa nem é possível porque não se refere a essencialidades, ou seja,
criação ou extinção de órgãos públicos;  a atos administrativos que somente possam ser praticados
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando pela Administração direta porque se referem a interesses
vagos;  estatais diversos previstos ou não na CF. Descentralizar é
VII - manter relações com Estados estrangeiros e uma delegação sem relação de hierarquia, pois é uma
acreditar seus representantes diplomáticos; delegação de um ente para outro (não há subordinação
nem mesmo quanto ao chefe do Executivo, há apenas uma
VIII - celebrar tratados, convenções e atos interna-
espécie de tutela ou supervisão por parte dos Ministérios –
cionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
se trata de vínculo e não de subordinação).
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
Basicamente, se está diante de um conjunto de pessoas
X - decretar e executar a intervenção federal;
jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para presta-
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con- rem serviços de interesse do Estado. Possuem patrimônio
gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislati- próprio e são unidades orçamentárias autônomas. Ainda,
va, expondo a situação do País e solicitando as providências exercem em nome próprio direitos e obrigações, respon-
que julgar necessárias; dendo pessoalmente por seus atos e danos.
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiên- Existem duas formas pelas quais o Estado pode efetuar
cia, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; a descentralização administrativa: outorga e delegação.
XIII - exercer o comando supremo das Forças Arma- A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade
das, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e e a ela transfere, através de previsão em lei, determinado
da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá- serviço público e é conferida, em regra, por prazo indeter-
-los para os cargos que lhes são privativos;  minado. Isso é o que acontece quanto às entidades da Ad-
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os ministração Indireta prestadoras de serviços públicos. Nes-
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais te sentido, o Estado descentraliza a prestação dos serviços,
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procura- outorgando-os a outras entidades criadas para prestá-los,
dor-Geral da República, o presidente e os diretores do ban- as quais podem tomar a forma de autarquias, empresas pú-
co central e outros servidores, quando determinado em lei; blicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

A delegação ocorre quando o Estado transfere, por Quanto se faz desconcentração da autoridade central –
contrato ou ato unilateral, apenas a execução do ser- chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara com di-
viço, para que o ente delegado o preste ao público em versos níveis de órgãos, que podem ser classificados em sim-
seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização ples ou complexos (simples se possuem apenas uma estrutura
do Estado. A delegação é geralmente efetivada por pra- administrativa, complexos se possuem uma rede de estruturas
zo determinado. Ela se dá, por exemplo, nos contratos de administrativas) e em unitários ou colegiados (unitário se o
concessão ou nos atos de permissão, pelos quais o Estado poder de decisão se concentra em uma pessoa, colegiado se
transfere aos concessionários e aos permissionários ape- as decisões são tomadas em conjunto e prevalece a vontade
da maioria):
nas a execução temporária de determinado serviço.
a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou estru-
Centralizar envolve manter na estrutura da Adminis-
tura do Estado, gozando de independência para agir e não se
tração direta o desempenho de funções administrativas
submetendo a outros órgãos. Cabe a eles definir as políticas que
de interesses não essenciais do Estado, que poderiam ser serão implementadas. É o caso da Presidência da República, ór-
atribuídos a entes de fora da Administração por outorga gão complexo composto pelo gabinete, pela Advocacia-Geral
ou delegação. da União, pelo Conselho da República, pelo Conselho de De-
fesa, e unitário (pois o Presidente da República é o único que
Administração Pública Direta toma as decisões).
Administração Pública direta é aquela formada pelos b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do poder,
entes integrantes da federação e seus respectivos órgãos. com autonomia funcional, porém subordinados politicamente
Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Fe- aos independentes. É o caso de todos os ministérios de Estado.
deral e os Municípios. À exceção da União, que é dotada c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia ou
de soberania, todos os demais são dotados de autonomia. independência, sendo plenamente vinculados aos órgãos autô-
Dispõe o Decreto nº 200/1967: nomos. Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vinculada ao Minis-
tério do Trabalho e Emprego; Departamento da Polícia Federal,
Art. 4° A Administração Federal compreende: vinculado ao Ministério da Justiça.
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima deles
integrados na estrutura administrativa da Presidência da com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos que execu-
tam trabalho de campo, policiais federais, fiscais do MTE.
República e dos Ministérios.
ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas e
as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura, sendo
A administração direta é formada por um conjunto de
órgãos independentes constitucionais. Em verdade, para Cano-
núcleos de competências administrativas, os quais já fo- tilho e outros constitucionalistas, estes órgãos não pertencem
ram tidos como representantes do poder central (teoria nem mesmo aos três poderes.
da representação) e como mandatários do poder central Conforme Carvalho Filho6, “a noção de Estado, como visto,
(teoria do mandato). Hoje, adota-se a teoria do órgão, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Estado, na verdade,
de Otto Giërke, segundo a qual os órgãos são apenas é considerado um ente personalizado, seja no âmbito interna-
núcleos administrativos criados e extintos exclusivamente cional, seja internamente. Quando se trata de Federação, vigora
por lei, mas que podem ser organizados por decretos au- o pluripersonalismo, porque além da pessoa jurídica central
tônomos do Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos existem outras internas que compõem o sistema político. Sendo
de personalidade jurídica própria. uma pessoa jurídica, o Estado manifesta sua vontade através de
Assim, os órgãos da Administração direta não pos- seus agentes, ou seja, as pessoas físicas que pertencem a seus
suem patrimônio próprio; e não assumem obrigações em quadros. Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, compõe o
nome próprio e nem direitos em nome próprio (não po- Estado um grande número de repartições internas, necessárias
dem ser autor nem réu em ações judiciais, exceto para fins à sua organização, tão grande é a extensão que alcança e tama-
de mandado de segurança – tanto como impetrante como nha as atividades a seu cargo. Tais repartições é que constituem
quanto impetrado). Já que não possuem personalidade, os órgãos públicos”.
“Várias teorias surgiram para explicar as relações do Estado,
atuam apenas no cumprimento da lei, não atuando por
pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do mandato, o
vontade própria. Logo, órgãos e agentes públicos são im-
agente público é mandatário da pessoa jurídica; a teoria foi cri-
pessoais quando agem no estrito cumprimento de seus
ticada por não explicar como o Estado, que não tem vontade
deveres, não respondendo diretamente por seus atos e própria, pode outorgar o mandato”7. A origem desta teoria está
danos. no direito privado, não tendo como prosperar porque o Estado
Esta impossibilidade de se imputar diretamente a res- não pode outorgar mandato a alguém, afinal, não tem vontade
ponsabilidade a agentes públicos ou órgãos públicos que própria.
estejam exercendo atribuições da Administração direta é
denominada teoria da imputação objetiva, de Otto Giër- 6 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
ke, que institui o princípio da impessoalidade. direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
ris, 2010.
7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Admi-
nistrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas editora, 2010.

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Num momento seguinte, adotou-se a teoria da repre- “Enquanto a Administração Direta é composta de ór-
sentação: “Posteriormente houve a substituição dessa con- gãos internos do Estado, a Administração Indireta se com-
cepção pela teoria da representação, pela qual a vontade põe de pessoas jurídicas, também denominadas de entida-
dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade do Es- des”9. Em que pese haver entendimento diverso registrado
tado, como ocorre na tutela ou na curatela, figuras jurídicas em nossa doutrina, integram a Administração indireta do
que apontam para representantes dos incapazes. Ocorre Estado quatro espécies de pessoa jurídica, a saber: as Au-
que essa teoria, além de equiparar o Estado, pessoa jurí- tarquias, as Fundações, as Sociedades de Economia Mista e
dica, ao incapaz (sendo que o Estado é pessoa jurídica do- as Empresas Públicas.
tada de capacidade plena), não foi suficiente para alicerçar Dispõe o Decreto nº 200/1967:
um regime de responsabilização da pessoa jurídica perante
terceiros prejudicados nas circunstâncias em que o agente Art. 4° A Administração Federal compreende:
ultrapassasse os poderes da representação”8. Criticou-se a II - A Administração Indireta, que compreende as se-
teoria porque o Estado estaria sendo visto como um su- guintes categorias de entidades, dotadas de personalidade
jeito incapaz, ou seja, uma pessoa que não tem condições jurídica própria:
plenas de manifestar, de falar, de resolver pendências; bem a) Autarquias;
como porque se o representante estatal exorbitasse seus b) Empresas Públicas;
poderes, o Estado não poderia ser responsabilizado. c) Sociedades de Economia Mista.
Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giër- d) fundações públicas.
ke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos adminis-
trativos criados e extintos exclusivamente por lei, mas que Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que
podem ser organizados por decretos autônomos do Exe- prestam serviços públicos por delegação, embora não inte-
cutivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personalidade grem os quadros da Administração, quais sejam, os permis-
jurídica própria. Com efeito, o Estado brasileiro responde sionários, os concessionários e os autorizados.
pelos atos que seus agentes praticam, mesmo se estes atos Essas quatro pessoas integrantes da Administração
extrapolam das atribuições estatais conferidas, sendo-lhe
indireta serão criadas para a prestação de serviços públi-
assegurado o intocável e assustador direito de regresso.
cos ou, ainda, para a exploração de atividades econômicas,
Apresenta-se a classificação dos órgãos:
como no caso das empresas públicas e sociedades de eco-
a) Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, dis-
nomia mista, e atuam com o objetivo de aumentar o grau
tritais e municipais.
de especialidade e eficiência da prestação do serviço públi-
b) Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são
co ou, quando exploradoras de atividades econômicas, vi-
aqueles que detêm condição de comando e de direção,
sando atender a relevante interesse coletivo e imperativos
e os subordinados, incumbidos das funções rotineiras de
da segurança nacional.
execução.
c) Quanto à composição: singulares, quando integra- Com efeito, de acordo com as regras constantes do
dos em um só agente, e os coletivos, quando compostos artigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só po-
por vários agentes. derá explorar atividade econômica a título de exceção, em
d) Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem atri- duas situações, conforme se colhe do caput do referido ar-
buições em todo o território nacional, estadual, distrital e tigo, a seguir reproduzido:
municipal, e os locais, que atuam em parte do território. Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Cons-
e) Quanto à posição estatal: são os que representam tituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
os poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo e o Ju- Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
diciário. de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, con-
f) Quanto à estrutura: simples ou unitários e compos- forme definidos em lei.
tos. Os órgãos compostos são constituídos por vários ou- Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras cons-
tros órgãos. titucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao
Poder Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta de-
Administração indireta ferida ao setor privado. Assim, apenas explora atividades
A Administração Pública indireta pode ser definida econômicas nas situações indicadas no artigo 173 do Texto
como um grupo de pessoas jurídicas de direito público ou Constitucional. Quando atuar na economia, concorre em
privado, criadas ou instituídas a partir de lei específica, que grau de igualdade com os particulares, e sob o regime do
atuam paralelamente à Administração direta na prestação artigo 170 da Constituição, inclusive quanto à livre concor-
de serviços públicos ou na exploração de atividades eco- rência, submetendo-se ainda a todas as obrigações cons-
nômicas. tantes do regime jurídico de direito privado, inclusive no
tocante às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tri-
butárias.
8 NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo
– esquematizado, completo, atualizado, temas polêmicos, 9 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
conteúdo dos principais concursos públicos. 3. ed. São direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
Paulo: Atlas editora, 2013. ris, 2010.

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Autarquias Ainda sobra as autarquias:


Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: Contam com patrimônio próprio, constituído a partir
de transferência pela entidade estatal a que se vinculam,
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com portanto, capital exclusivamente público.
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para São dotadas, ainda, de autonomia financeira, planejan-
executar atividades típicas da Administração Pública, que do seus gastos e compromissos a cada exercício. A propos-
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão admi- ta orçamentária é encaminhada anualmente ao chefe do
nistrativa e financeira descentralizada. Executivo, que a inclui no orçamento fiscal da lei orçamen-
tária anual. A própria autarquia presta contas diretamente
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, ao Tribunal de Contas.
de natureza administrativa, criadas para a execução de ser- Podem pagar aos seus credores por meio de precató-
viços tipicamente públicos, antes prestados pelas entida- rios e requisição de pequeno valor, tal como a Administra-
des estatais que as criam. Por serviços tipicamente públicos ção direta. Podem emitir sozinhas certidão de dívida ativa
entenda-se aqueles sem fins lucrativos criados por lei e co- de seus devedores.
mum monopólio do Estado. Gozam de imunidade tributária recíproca em relação a
“O termo autarquia significa autogoverno ou gover- todas unidades da federação.
no próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção se- A elas se conferem as mesmas prerrogativas proces-
mântica para ter o sentido de pessoa jurídica administrativa suais que à Fazenda Pública, inclusive prazo em dobro para
com relativa capacidade de gestão dos interesses a seu car- contestar e recorrer, além de reexame necessário da causa
go, embora sob controle do Estado, de onde se originou. em situações de condenação acima de certos valores.
Na verdade, até mesmo em relação a esse sentido, o termo Todas autarquias devem ser criadas, organizadas e ex-
está ultrapassado e não mais reflete uma noção exata do tintas por lei, que podem ser complementadas por atos do
instituto. [...] Pode-se conceituar autarquia como a pessoa Executivo, notadamente Decretos.
jurídica de direito público, integrante da Administração In- As autarquias podem ser federais, estaduais, distritais
direta, criada por lei para desempenhar funções que, des- e municipais, contudo não podem ser interestaduais ou in-
pidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do termunicipais (não é permitida a associação de unidades
Estado”10. federativas para a criação de autarquias).
Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo Devem executar atividades típicas do direito público e,
regime jurídico de direito público, podendo, tão-somente, notadamente, serviços públicos de natureza social e ativi-
ser prestadoras de serviços públicos, contando com capital dades administrativas, com a exclusão dos serviços e ativi-
oriundo da Administração direta. O Código Civil, em seu dades de cunho econômico e mercantil.
artigo 41, IV, as coloca como pessoas jurídicas de direito O patrimônio da autarquia é formado por bens públi-
público, embora exista controvérsia na doutrina. cos, razão pela qual seu patrimônio se sujeita às mesmas
Carvalho Filho11 classifica quanto ao regime jurídico: “a) regras aplicáveis aos bens públicos em geral, inclusive no
autarquias comuns (ou de regime comum); b) autarquias que se refere à impenhorabilidade e à impossibilidade de
especiais (ou de regime especial). Segundo a própria termi- oneração e de usucapião.
nologia, é fácil distingui-las: as primeiras estariam sujeitas Os agentes públicos das autarquias são concursados
a uma disciplina jurídica sem qualquer especificidade, ao e estatutários, logo, se sujeitam a estatuto próprio e não
passo que as últimas seriam regidas por disciplina especí- à CLT. Já os dirigentes não precisam ser concursados e são
fica, cuja característica seria a de atribuir prerrogativas es- nomeados e destituídos livremente pelo chefe do Execu-
peciais e diferenciadas a certas autarquias”. São exemplos tivo.
de autarquias especiais aquelas criadas para serviços espe-
ciais, como autarquias de ensino (ex.: USP) e autarquias de Agências reguladoras
fiscalização (ex.: CRM e CREA). São figuras muito recentes em nosso ordenamento ju-
A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias: rídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de regime
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (In- especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com ca-
cra), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Departa- pacidade administrativa, aplicando-se a elas todas as re-
mento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), Conse- gras das autarquias.
lho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Departa- O dirigente é nomeado pelo chefe do Executivo, mas
mento nacional de Registro do Comércio (DNRC), Instituto a nomeação se sujeita à aprovação do legislativo, que se
Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Instituto Brasilei- baseia nos critérios de conhecimento. Uma vez nomeado,
ro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis o dirigente passa a gozar de mandato com prazo determi-
(Ibama), Banco Central do Brasil (Bacen). nado e só pode ser destituído por processo com decisão
motivada.
10 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- de serviços públicos. Elas não executam o serviço propria-
ris, 2010. mente, elas o fiscalizam. Logo, são entidades com típica
11 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de função de controle da prestação dos serviços públicos e do
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- exercício de atividades econômicas, evitando a prática de
ris, 2010. abusos por parte de entidades do setor privado.

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

São titulares da matéria técnica que regulam, de modo Quando as fundações são criadas pelo Estado são co-
que somente elas podem disciplinar as regras e padrões nhecidas como fundações públicas, ou autarquias funda-
técnicos desta determinada seara. cionais ou fundações autárquicas. O estatuto da fundação,
No exercício de seus poderes, compete a elas: fiscalizar no caso, terá a forma de lei, cujo escopo será criar e orga-
o cumprimento de contratos de concessões e o atingimen- nizar a fundação. As fundações públicas são regulamenta-
to de metas neles fixadas, fiscalizar e controlar o atendi- das por lei complementar. Sendo fundações públicas que
mento a consumidores e usuários (inclusive recebendo e adotam regime jurídico de direito público, se equiparam às
processando denúncias e reclamações, aplicando penas autarquias e se sujeitam às mesmas regras que elas.
administrativas e multas, bem como rescindindo contra- Obs.: é possível que a lei autorize (não crie) uma fun-
tos), definir política tarifária e reajustá-la. dação pública que adote regime jurídico de direito privado,
Entre as agências reguladoras inseridas no ordena- ou então um regime misto, caso em que seus servidores
mento brasileiro, destacam-se: ANEEL – Agência Nacional poderão se sujeitar à CLT, seu patrimônio não será exclu-
de Energia Elétrica, criada pela Lei nº 9.427/1996; a ANA- sivamente oriundo de verbas estatais. A lei autorizadora
TEL – Agência Nacional de Telecomunicações, pela Lei nº deve ser expressa neste sentido.
9.472/1997; e a ANP – Agência Nacional do Petróleo, pela
Lei nº 9.478/1997. Empresas públicas
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
Agências executivas
Agência executiva é a qualificação conferida a autar- II - Empresa Pública - a entidade dotada de personali-
quia, fundação pública ou órgão da administração direta dade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e
que celebra contrato de gestão com o próprio ente polí- capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração
tico com o qual está vinculado. As agências executivas se de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer
distinguem das agências reguladoras por não terem como por força de contingência ou de conveniência administrativa
objetivo principal o de exercer controle sobre particulares podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em
que prestam serviços públicos, que é o objetivo fundamen- direito.
tal das agências reguladoras. Assim, a expressão “agências
executivas” corresponde a um título ou qualificação atribuí- Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Pri-
da à autarquia ou a fundações públicas cujo objetivo seja vado, criadas para a prestação de serviços públicos ou para
exercer atividade estatal. a exploração de atividades econômicas, que contam com
capital exclusivamente público, e são constituídas por qual-
Fundações públicas quer modalidade empresarial, após autorização legislativa
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: do ente federativo criador.
Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de persona- públicos, estará submetida a regime jurídico público, ainda
lidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada que constituída segundo o modelo imposto pelo Direito
em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvi- Privado. Se a empresa pública é exploradora de atividade
mento de atividades que não exijam execução por órgãos ou econômica, estará submetida a regime jurídico denomina-
entidades de direito público, com autonomia administrativa, do pela doutrina como semipúblico, ante a necessidade de
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de dire- observância, ao menos em suas relações com os adminis-
ção, e funcionamento custeado por recursos da União e de trados, das regras atinentes ao regime da Administração, a
outras fontes. exemplo dos princípios expressos no “caput” do artigo 37
da Constituição Federal.
As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um Podemos citar, a título de exemplo, algumas empre-
patrimônio personalizado, destacado pelo seu instituidor sas públicas, nas mais variadas esferas de governo, como
para atingir uma finalidade específica, denominadas, em o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
latim, universitas bonorum. Entre estas finalidades, desta- (BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de São Pau-
cam-se as de escopo religioso, moral, cultural ou de assis- lo (EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
tência. (ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF).
Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive Estas empresas públicas se caracterizam e se diferen-
para aquelas que não integram a Administração indireta ciam das sociedades de economia mista por: não possuí-
(não-governamentais). No caso das fundações que inte- rem fins lucrativos (o capital excedente não se transforma
gram a Administração indireta (governamentais), quando em lucro, é reinvestido na própria empresa), podem adotar
forem dotadas de personalidade de direito público, serão perfis empresariais diversos (LTDA, comandita, nome cole-
regidas integralmente por regras de direito público. Quan- tivo, S/A), o capital social é formado por recursos públicos
do forem dotadas de personalidade de direito privado, se- e só admite sócios públicos (pode ter apenas um sócio –
rão regidas por regras de direito público e direito privado. unipessoalidade originária ou inicial).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Sociedades de economia mista ATENÇÃO: o impedimento de prerrogativas somente


Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: se aplica quando o Estado está explorando atividade eco-
nômica propriamente dita, não quando está ofertando ser-
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada viços públicos. Afinal, se o serviço é público, então o Estado
de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei pode sobre ele exercer monopólio, o que afasta a necessi-
para a exploração de atividade econômica, sob a forma de dade de regras que impeçam o abuso do poder econômi-
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto perten- co. Por exemplo, os Correios são uma empresa pública e
çam em sua maioria à União ou a entidade da Administra- possuem isenção fiscal e impenhorabilidade de bens.
ção Indireta. Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de
economia mista são criadas por lei e a existência delas deve
As sociedades de economia mista são pessoas jurídi- ser fundada em contrato ou estatuto. Ambas se sujeitam,
cas de Direito Privado criadas para a prestação de serviços ainda, ao regime jurídico de direito privado. Inclusive, seus
bens são, a princípio, penhoráveis (exceto se for prestadora
públicos ou para a exploração de atividade econômica,
de serviço público e não exploradora de atividade econô-
contando com capital misto e constituídas somente sob a
mica). No entanto, não se sujeitam à falência ou à recupe-
forma empresarial de S/A.
ração judicial (art. 2º, Lei nº 11.101/2005).
Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Esta-
Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório mí-
do que participa dela, existem acionistas a ela vinculados. nimo: licitar (exceto no que tange à prestação da ativida-
Entretanto, o Estado deve ser o acionista controlador do de-fim), concursar (os agentes se sujeitam ao regime da
direito a voto, mesmo que não seja o acionista majoritário CLT, são celetistas e não estatutários, mas são contratados
(se o Estado for sócio, mas não for controlador, trata-se de mediante concurso público de provas ou provas e títulos),
empresa comum, não sociedade de economia mista). prestar contas ao Tribunal de Contas e obedecer ao teto de
Alguns exemplos de sociedade mista: remuneração (exceto no caso de sociedade de economia
- Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil mista que subsista sem qualquer auxílio do governo, ape-
e Banespa. nas com seus lucros).
- Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp,
Metrô e CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habita- LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005.
cional Urbano).
Estas sociedades de economia mista se caracterizam e Dispõe sobre normas gerais de contratação de consór-
se diferenciam das empresas públicas por: possuírem fins cios públicos e dá outras providências.
lucrativos (os lucros são distribuídos entre os acionistas), O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
adotam o perfil de sociedade anônima S/A, o capital social gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
é formado por recursos públicos e privados, os sócios são
privados e públicos (Estado). Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem
Empresas públicas e sociedades de economia mis- consórcios públicos para a realização de objetivos de interes-
ta: semelhanças se comum e dá outras providências.
Embora a Constituição Federal reserve a atividade § 1º O consórcio público constituirá associação pública
econômica à iniciativa privada, resguardando ao Estado os ou pessoa jurídica de direito privado.
papéis de integração (integrar o Brasil na economia glo- § 2º A União somente participará de consórcios pú-
bal), regulação (definindo regras e limites na exploração blicos em que também façam parte todos os Estados em
cujos territórios estejam situados os Municípios consorcia-
da atividade econômica por particulares) e intervenção
dos.
(fixação de regras e normas para combater o abuso do
§ 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão
poder econômico) (conforme artigos 173 e seguintes, CF),
obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o
autoriza-se excepcionalmente que o Estado explore di-
Sistema Único de Saúde – SUS.
retamente atividades econômicas se houver um relevan-
te interesse em matérias (serviços públicos em geral) ou Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão de-
atividades de soberania. terminados pelos entes da Federação que se consorciarem,
Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por observados os limites constitucionais.
meio de sociedades de economia mista e empresas pú- § 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio
blicas. Tais empresas são regidas por regime jurídico de público poderá:
direito privado, o que evita que o próprio Estado possa I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer na-
abusar do poder econômico. Logo, o Estado não pode dar tureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais
às suas próprias empresas benefícios previdenciários, tri- ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
butários e trabalhistas. Além disso, em termos processuais, II – nos termos do contrato de consórcio de direito pú-
não gozam das prerrogativas que as autarquias gozam. blico, promover desapropriações e instituir servidões nos ter-
mos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou
interesse social, realizada pelo Poder Público; e

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

III – ser contratado pela administração direta ou indireta d) as condições a que deve obedecer o contrato de pro-
dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação. grama, no caso de a gestão associada envolver também a
§ 2º Os consórcios públicos poderão emitir documen- prestação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes
tos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de ta- da Federação consorciados;
rifas e outros preços públicos pela prestação de serviços e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas
ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou
administrados ou, mediante autorização específica, pelo revisão; e
ente da Federação consorciado. XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando
§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar conces- adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumpri-
são, permissão ou autorização de obras ou serviços públi- mento das cláusulas do contrato de consórcio público.
cos mediante autorização prevista no contrato de consór- § 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo,
cio público, que deverá indicar de forma específica o objeto considera-se como área de atuação do consórcio público,
da concessão, permissão ou autorização e as condições a independentemente de figurar a União como consorciada,
que deverá atender, observada a legislação de normas ge- a que corresponde à soma dos territórios:
rais em vigor. I – dos Municípios, quando o consórcio público for cons-
tituído somente por Municípios ou por um Estado e Municí-
Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato pios com territórios nele contidos;
cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal,
de intenções. quando o consórcio público for, respectivamente, constituído
por mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e
Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de inten- o Distrito Federal;
ções as que estabeleçam: III – (VETADO)
I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o con-
sede do consórcio; sórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e
V – (VETADO)
II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
§ 2º O protocolo de intenções deve definir o número
III – a indicação da área de atuação do consórcio;
de votos que cada ente da Federação consorciado possui
IV – a previsão de que o consórcio público é associação
na assembleia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada
pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins eco-
ente consorciado.
nômicos;
§ 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio que
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum,
preveja determinadas contribuições financeiras ou econô-
autorizar o consórcio público a representar os entes da Fede-
micas de ente da Federação ao consórcio público, salvo a
ração consorciados perante outras esferas de governo;
doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou
VI – as normas de convocação e funcionamento da as-
imóveis e as transferências ou cessões de direitos operadas
sembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e por força de gestão associada de serviços públicos.
modificação dos estatutos do consórcio público; § 4º Os entes da Federação consorciados, ou os com
VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma
máxima do consórcio público e o número de votos para as e condições da legislação de cada um.
suas deliberações; § 5º O protocolo de intenções deverá ser publicado na
VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do re- imprensa oficial.
presentante legal do consórcio público que, obrigatoriamen-
te, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação Art. 5º O contrato de consórcio público será celebrado
consorciado; com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.
IX – o número, as formas de provimento e a remune- § 1º O contrato de consórcio público, caso assim preve-
ração dos empregados públicos, bem como os casos de ja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela
contratação por tempo determinado para atender a neces- dos entes da Federação que subscreveram o protocolo de
sidade temporária de excepcional interesse público; intenções.
X – as condições para que o consórcio público celebre § 2º A ratificação pode ser realizada com reserva que,
contrato de gestão ou termo de parceria; aceita pelos demais entes subscritores, implicará consor-
XI – a autorização para a gestão associada de serviços ciamento parcial ou condicional.
públicos, explicitando: § 3º A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subs-
a) as competências cujo exercício se transferiu ao con- crição do protocolo de intenções dependerá de homologa-
sórcio público; ção da assembleia geral do consórcio público.
b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a § 4º É dispensado da ratificação prevista no caput deste
área em que serão prestados; artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o pro-
c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, per- tocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação
missão ou autorização da prestação dos serviços; no consórcio público.

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade ju- Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fis-
rídica: calização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal
I – de direito público, no caso de constituir associação de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do
pública, mediante a vigência das leis de ratificação do pro- Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive
tocolo de intenções; quanto à legalidade, legitimidade e economicidade das des-
II – de direito privado, mediante o atendimento dos re- pesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo
quisitos da legislação civil. do controle externo a ser exercido em razão de cada um dos
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de contratos de rateio.
direito público integra a administração indireta de todos os
entes da Federação consorciados. Art. 10. (VETADO)
§ 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da
de direito privado, o consórcio público observará as nor- gestão de consórcio não responderão pessoalmente pelas
obrigações contraídas pelo consórcio público, mas responde-
mas de direito público no que concerne à realização de
rão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou
licitação, celebração de contratos, prestação de contas e
com as disposições dos respectivos estatutos.
admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT.
Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio
público dependerá de ato formal de seu representante na
Art. 7º Os estatutos disporão sobre a organização e o assembleia geral, na forma previamente disciplinada por lei.
funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do con- § 1º Os bens destinados ao consórcio público pelo
sórcio público. consorciado que se retira somente serão revertidos ou re-
trocedidos no caso de expressa previsão no contrato de
Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recur- consórcio público ou no instrumento de transferência ou
sos ao consórcio público mediante contrato de rateio. de alienação.
§ 1º O contrato de rateio será formalizado em cada § 2º A retirada ou a extinção do consórcio público não
exercício financeiro e seu prazo de vigência não será su- prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os con-
perior ao das dotações que o suportam, com exceção dos tratos de programa, cuja extinção dependerá do prévio pa-
contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos gamento das indenizações eventualmente devidas.
consistentes em programas e ações contemplados em pla-
no plurianual ou a gestão associada de serviços públicos Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de con-
custeados por tarifas ou outros preços públicos. sórcio público dependerá de instrumento aprovado pela as-
§ 2º É vedada a aplicação dos recursos entregues por sembleia geral, ratificado mediante lei por todos os entes
meio de contrato de rateio para o atendimento de des- consorciados.
pesas genéricas, inclusive transferências ou operações de § 1º Os bens, direitos, encargos e obrigações decorren-
crédito. tes da gestão associada de serviços públicos custeados por
§ 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, tarifas ou outra espécie de preço público serão atribuídos
bem como o consórcio público, são partes legítimas para aos titulares dos respectivos serviços.
exigir o cumprimento das obrigações previstas no contrato § 2º Até que haja decisão que indique os responsáveis
de rateio. por cada obrigação, os entes consorciados responderão
§ 4º Com o objetivo de permitir o atendimento dos solidariamente pelas obrigações remanescentes, garantin-
dispositivos da Lei Complementar no 101, de 4 de maio do o direito de regresso em face dos entes beneficiados ou
dos que deram causa à obrigação.
de 2000, o consórcio público deve fornecer as informações
necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos
Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por con-
entes consorciados, todas as despesas realizadas com os
trato de programa, como condição de sua validade, as obri-
recursos entregues em virtude de contrato de rateio, de
gações que um ente da Federação constituir para com outro
forma que possam ser contabilizadas nas contas de cada ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito
ente da Federação na conformidade dos elementos econô- de gestão associada em que haja a prestação de serviços
micos e das atividades ou projetos atendidos. públicos ou a transferência total ou parcial de encargos,
§ 5º Poderá ser excluído do consórcio público, após serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos
prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, serviços transferidos.
em sua lei orçamentária ou em créditos adicionais, as do- § 1º O contrato de programa deverá:
tações suficientes para suportar as despesas assumidas por I – atender à legislação de concessões e permissões de
meio de contrato de rateio. serviços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo
de tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos
Art. 9º A execução das receitas e despesas do consór- serviços a serem prestados; e
cio público deverá obedecer às normas de direito financeiro II – prever procedimentos que garantam a transparência
aplicáveis às entidades públicas. da gestão econômica e financeira de cada serviço em rela-
ção a cada um de seus titulares.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

§ 2º No caso de a gestão associada originar a transfe- “Art. 41. [...] IV – as autarquias, inclusive as associações
rência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens públicas; [...]” (NR)
essenciais à continuidade dos serviços transferidos, o con-
trato de programa, sob pena de nulidade, deverá conter Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei nº 8.666, de 21
cláusulas que estabeleçam: de junho de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsi-
diária da entidade que os transferiu; “Art. 23. [...]
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o do-
aos encargos transferidos; bro dos valores mencionados no caput deste artigo quan-
III – o momento de transferência dos serviços e os deve- do formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo,
res relativos a sua continuidade; quando formado por maior número.»
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passi-
vos do pessoal transferido; “Art. 24. [...]
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua ges- XXVI – na celebração de contrato de programa com ente
tão e administração transferidas e o preço dos que sejam da Federação ou com entidade de sua administração indire-
efetivamente alienados ao contratado; ta, para a prestação de serviços públicos de forma associada
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e nos termos do autorizado em contrato de consórcio público
avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados ou em convênio de cooperação.
mediante receitas de tarifas ou outras emergentes da pres- Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I
tação dos serviços. e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para
§ 3º É nula a cláusula de contrato de programa que compras, obras e serviços contratados por consórcios públi-
atribuir ao contratado o exercício dos poderes de plane- cos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
jamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele pró- autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como
prio prestados. Agências Executivas.” (NR)
§ 4º O contrato de programa continuará vigente mes-
mo quando extinto o consórcio público ou o convênio de “Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17
cooperação que autorizou a gestão associada de serviços e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexi-
públicos. gibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas,
§ 5º Mediante previsão do contrato de consórcio públi- e o retardamento previsto no final do parágrafo único do
co, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três)
poderá ser celebrado por entidades de direito público ou dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na
privado que integrem a administração indireta de qualquer imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
dos entes da Federação consorciados ou conveniados. para a eficácia dos atos” (NR).
§ 6º O contrato celebrado na forma prevista no § 5o
deste artigo será automaticamente extinto no caso de o “Art. 112. [...]
contratado não mais integrar a administração indireta do § 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação
ente da Federação que autorizou a gestão associada de da qual, nos termos do edital, decorram contratos adminis-
serviços públicos por meio de consórcio público ou de trativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da
convênio de cooperação. Federação consorciados.
§ 7º Excluem-se do previsto no caput deste artigo as § 2º É facultado à entidade interessada o acompanha-
obrigações cujo descumprimento não acarrete qualquer mento da licitação e da execução do contrato.» (NR)
ônus, inclusive financeiro, a ente da Federação ou a con-
sórcio público. Art. 18. O art. 10 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos:
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os con- “Art. 10. [...]
sórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentrali- XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
zação e a prestação de políticas públicas em escalas ade- por objeto a prestação de serviços públicos por meio da ges-
quadas. tão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público
Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem ob-
funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados servar as formalidades previstas na lei.” (NR)
pela legislação que rege as associações civis.
Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos convênios
Art. 16. O inciso IV do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10 de cooperação, contratos de programa para gestão associa-
de janeiro de 2002 - Código Civil, passa a vigorar com a da de serviços públicos ou instrumentos congêneres, que te-
seguinte redação: nham sido celebrados anteriormente a sua vigência.

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Art. 20. O Poder Executivo da União regulamentará o • Proporcionar aos empregados de todos os níveis:
disposto nesta Lei, inclusive as normas gerais de contabili-  Informação.
dade pública que serão observadas pelos consórcios públicos  Recursos para o trabalho.
para que sua gestão financeira e orçamentária se realize na  Medidas de desempenho compatíveis com obje-
conformidade dos pressupostos da responsabilidade fiscal. tivos e metas.
 Motivação.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
ção. Tipos de estrutura organizacional

Brasília, 6 de abril de 2005; 184º da Independência e  Funcional.


117º da República.  Clientes.
 Produtos.
 Territorial.
 Por projetos.
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS  Matricial.
ORGANIZAÇÕES FORMAIS MODERNAS:
TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, Desenvolvimento, implantação e avaliação de es-
NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE trutura organizacional.
DEPARTAMENTALIZAÇÃO.
No desenvolvimento considerar:
 Seus componentes.
 Condicionantes.
Benefícios de uma estrutura adequada.  Níveis de influência.
 Níveis de abrangência.
• Identificação das tarefas necessárias;
• Organização das funções e responsabilidades; Implantação / Ajustes
• Informações, recursos, e feedback aos emprega-  Participação dos funcionários
dos;  Motivar
• Medidas de desempenho compatíveis com os ob-
jetivos; Avaliar
• Condições motivadoras.  Quanto ao alcance dos objetivos
 Influencia dos aspectos formais e informais
Estrutura:
Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e
informal. Componentes da estrutura organizacional

Elaboração da estrutura organizacional ⇒ Sistema de responsabilidade, constituído por:

É o conjunto ordenado de responsabilidades, autori-  Departamentalização;


dades, comunicações e  Linha e assessoria; e
decisões das unidades organizacionais de uma em-  Especialização do trabalho.
presa.

⇒ Sistema de autoridade, constituído por:


• Não é estática.
• É representada graficamente pelo organograma.  Amplitude administrativa ou de controle;
• É dinâmica.  Níveis hierárquicos;
• Deve ser delineada de forma a alcançar os objeti-  Delegação;
vos institucionais.  Centralização/descentralização.
• (Delinear = Criar, aprimorar).
• Deve ser planejada.
⇒ Sistema de comunicações (Resultado da interação
O Planejamento deve estar voltado para os seguintes das unidades organizacionais), constituída por:
objetivos:  O que,
Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser  Como,
desempenhadas.  Quando,
• Agrupar as tarefas em funções que possam ser  De quem,
bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a  Para quem.
pessoas ou grupos.

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Condicionantes da estrutura organizacional. DEPARTAMENTALIZAÇÃO


É uma divisão do trabalho por especialização dentro da
São Quatro: estrutura organizacional da empresa.
 Objetivos e estratégias, Departamentalização é o agrupamento, de acordo com
 Ambiente, um critério específico de homogeneidade, das atividades e
 Tecnologia, correspondente recursos (humanos, financeiros, materiais
 Recursos humanos. e equipamentos) em unidades organizacionais.
Existem diversas maneiras básicas pelas quais as orga-
Níveis de influência da estrutura organizacional.
nizações decidem sobre a configuração organizacional que
será usada para agrupar as várias atividades. O processo
São três:
organizacional de determinar como as atividades devem
 Nível estratégico,
 Nível tático, ser agrupadas chama-se Departamentalização.
 Nível operacional.
Formas de Departamentalizar:
Níveis de abrangência da estrutura organizacional. • Função
• Produto ou serviço
Três níveis podem ser considerados quando do desen- • Território
volvimento e implantação da estrutura organizacional: • Cliente
 Nível da empresa, • Processo
 Nível da UEN – Unidade Estratégica de Negócio • Projeto
 Nível da Corporação. • Matricial
• Mista
Condicionantes da estrutura organizacional.
Deve-se notar, no entanto, que a maioria das organi-
 Fator humano zações usa uma abordagem da contingência à Departa-
A empresa funciona por meio de pessoas, a eficiência mentalização: isto é, a maioria usará mais de uma destas
depende da qualidade intrínseca e do valor e da integração
abordagens usadas em algumas das maiores organizações.
dos homens que ela organiza.
A maioria usa a abordagem funcional na cúpula e outras
Ao desenvolver uma estrutura organizacional deve-se
nos níveis mais baixos.
levar em consideração o comportamento e o conhecimen-
to das pessoas que irão desempenhar funções.
Não podemos nos esquecer da MOTIVAÇÃO. Departamentalização Por Funções: A Departamenta-
lização funcional agrupa funções comuns ou atividades se-
 Fator ambiente externo melhantes para formar uma unidade organizacional. Assim
Avaliação das mudanças e suas influências. todos os indivíduos que executam funções semelhantes
 Fator sistema de objetivos e estratégias ficam reunidos, todo o pessoal de vendas, todo o pessoal
Quando os objetivos e estratégias estão bem definidos de contabilidade, todo o pessoal de secretaria, todas as en-
e claros, é mais fácil organizar. Sabe-se o que se espera de fermeiras, e assim por diante.
cada um. A Departamentalização funcional pode ocorrer em
qualquer nível e é normalmente encontrada muito próximo
 Fator tecnologia à cúpula.
Conhecimentos
Equipamentos Vantagens: As vantagens principais da abordagem fun-
cional são:
• Mantém o poder e o prestígio das funções prin-
Implantação da estrutura organizacional
cipais
• Cria eficiência através dos princípios da especia-
Três aspectos devem ser considerados:
lização.
• A mudança na estrutura organizacional. • Centraliza a perícia da organização.
• O processo de implantação; e • Permite maior rigor no controle das funções pela
• As resistências que podem ocorrer. alta administração.
• Segurança na execução de tarefas e relacionamen-
Avaliação da estrutura organizacional to de colegas.
• Aconselhada para empresas que tenham poucas
• Levantamento linhas de produtos.
• Análise
• Avaliação
• Políticas de avaliação de estruturas.

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Desvantagens: Existem também muitas desvantagens As vantagens e desvantagens da Departamentalização


na abordagem funcional. territorial são semelhantes às dadas para a Departamenta-
Entre elas podemos dizer: lização de produto. Tal grupamento permite a uma divisão
• A responsabilidade pelo desempenho total está focalizar as necessidades singulares de sua área, mas exige
somente na cúpula. coordenação e controle da administração de cúpula em
• Cada gerente fiscaliza apenas uma função estreita cada região.
• O treinamento de gerentes para assumir a posi-
ção no topo é limitado. Departamentalização Por Cliente: A Departamenta-
• A coordenação entre as funções se torna com- lização de cliente consiste em agrupar as atividades de tal
plexa e mais difícil quanto à organização em tamanho e modo que elas focalizem um determinado uso do produ-
amplitude. to ou serviço. A Departamentalização de cliente é usada
• Muita especialização do trabalho. principalmente no grupamento de atividade de vendas ou
• serviços.
Departamentalização De Produto: É feito de acordo
com as atividades inerentes a cada um dos produtos ou A principal vantagem:
serviços da empresa. • a adaptabilidade uma determinada clientela.
Exemplos de Departamentalização de produto: Desvantagens:
1- Lojas de departamentos • Dificuldade de coordenação.
2- A Ford Motor Company tem as suas divisões Ford, • Subutilização de recursos e concorrência entre os
Mercury e Lincoln Continental. gerentes para concessões especiais em benefício de seus
3- Um hospital pode estar agrupado por serviços pres- próprios clientes.
tados, como cirurgia, obstetrícia, assistência coronariana.
Departamentalização por Processo ou Equipamen-
Vantagens: Algumas das vantagens da Departamenta- to: É o agrupamento de atividades que se centralizam nos
lização de produtos são: processos de produção ou equipamento. É encontrada
• Pode-se dirigir atenção para linhas especificas de com mais frequência em produção. As atividades de uma
produtos ou serviços. fábrica podem ser grupadas em perfuração, esmerilamen-
• A coordenação de funções ao nível da divisão de to, soldagem, montagem e acabamento, cada qual em seu
produto torna-se melhor. departamento.
• Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quan-
to ao lucro. Vantagens:
• Facilita a coordenação de resultados. • Maior especialização de recursos alocados.
• Propicia a alocação de capital especializado para • Possibilidade de comunicação mais rápida de in-
cada grupo de produto. formações técnicas.
• Propicia condições favoráveis para a inovação e
criatividade. Desvantagens:
Desvantagens: • Possibilidade de perda da visão global do anda-
• Exige mais pessoal e recursos de material, po- mento do processo.
dendo daí resultar duplicação desnecessária de recursos • Flexibilidade restrita para ajustes no processo.
e equipamento. •
• Pode propiciar o aumento dos custos pelas dupli- Departamentalização Por Projeto: Aqui as pessoas
cidades de atividade nos vários grupos de produtos. recebem atribuições temporárias, uma vez que o projeto
• Pode criar uma situação em que os gerentes de tem data de inicio e término. Terminado o projeto as pes-
produtos se tornam muito poderosos, o que pode deses- soas são deslocadas para outras atividades. Por exemplo:
tabilizar a estrutura da empresa. uma firma contábil poderia designar um sócio (como ad-
ministrador de projeto), um contador sênior, e três con-
Departamentalização Territorial: Algumas vezes tadores juniores para uma auditoria que está sendo feita
mencionadas como regional, de área ou geográfica. É o para um cliente. Uma empresa manufatureira, um especia-
agrupamento de atividades de acordo com os lugares lista em produção, um engenheiro mecânico e um químico
onde estão localizadas as operações. Uma empresa de poderiam ser indicados para, sob a chefia de um admi-
grande porte pode agrupar suas atividades de vendas em nistrador de projeto, completar o projeto de controle de
áreas do Brasil como a região Nordeste, região Sudeste, e poluição. Em cada um destes casos, o administrador de
região Sul. Muitas vezes as filiais de bancos são estabele- projeto seria designado para chefiar a equipe, com plena
cidas desta maneira. autoridade sobre seus membros para a atividade específi-
ca do projeto.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Departamentalização De Matriz: A Departamen- CENTRALIZAÇÃO


talização de matriz é semelhante à de projeto, com uma Uma empresa é centralizada, quando a maioria das
exceção principal. No caso da Departamentalização de decisões são tomadas pelas chefias posicionadas nos seus
matriz, o administrador de projeto não tem autoridade de níveis hierárquicos superiores, ocorrendo uma redução dos
linha sobre os membros da equipe. Em lugar disso, a or- centros decisórios.
ganização do administrador de projeto é sobreposta aos A centralização ocorre normalmente nas seguintes si-
vários departamentos funcionais, dando a impressão de tuações básicas:
uma matriz. • Manter maior nível de integração da empresa;
A organização de matriz proporciona uma hierarquia • Manter uniformidade de decisões e ações;
que responde rapidamente às mudanças em tecnologia. • Melhor administrar as urgências;
Por isso, é tipicamente encontrada em organização de • Quando o empresário não quer um segundo ho-
orientação técnica, também é usada por empresas com mem que lhe faça sombra;
projetos de construção complexos • Quando a estrutura organizacional da empresa
não possibilita a descentralização.
Vantagens: • Aumentar o nível de controle das atividades da
• Permitem comunicação aberta e coordenação de empresa.
atividades entre os especialistas funcionais relevantes. Existem decisões que são centralizadas na grande
• Capacita a organização a responder rapidamente maioria das empresas, destacando-se:
à mudança. • Decisões sobre diretrizes que a empresa traçará
• São abordagens orientadas para a tecnologia. para atingir suas metas, gerando uma política de uniformi-
dade de ação para toda instituição.
Desvantagens: • Decisões que envolvam custos muito altos, não só
• Pode haver choques resultantes das prioridades. em termos financeiros, como também em termos de con-
• ceito da empresa, seu posicionamento no mercado etc.
Principais vantagens da centralização:
Departamentalização Mista - É o tipo mais frequen-
• Menor número de níveis hierárquicos
te, cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se
• Melhor uso dos recursos humanos, materiais,
adapte à sua realidade organizacional.
equipamentos e financeiros
• Melhor possibilidade de interação no processo de
A melhor forma de departamentalizar
planejamento, controle e avaliação
Para evitar problemas na hora de decidir como depar-
• Maior uniformidade em termos de processos téc-
tamentalizar, pode-se seguir certos princípios:
nicos e administrativos
• Princípio do maior uso – o departamento que faz
• Decisões estratégicas mais rápidas
maior uso de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição.
• Maior segurança nas informações
• Principio do maior interesse – o departamento É bom lembrar que organizações que têm sistemas de
que tem maior interesse pela atividade deve supervisio- comunicações excelentes e rápidos tendem a favorecer a
na-la. centralização da autoridade. Em situações nas quais não há
• Principio da separação e do controle – As ativi- disponibilidade de pessoal adequado, a organização tende
dades do controle devem estar separadas das atividades para a autoridade centralizada.
controladas.
• Principio da supressão da concorrência – Eliminar DESCENTRALIZAÇÃO
a concorrência entre departamentos, agrupando ativida- A descentralização administrativa existe quando a
des correlatas no mesmo departamento. maioria das decisões processa-se nos níveis hierárquicos
Outro critério básico para departamentalização está inferiores, ou seja, a descentralização coloca os centros de-
baseado na diferenciação e na integração, os princípios cisórios o mais próximo possível dos órgãos de execução.
são: A descentralização é um estado de espírito, criado pela
Diferenciação, cujo princípio estabelece que as ativi- administração estratégica que formula os limite dentro dos
dades diferentes devem ficar em departamentos separa- quais se desenvolve e que assegura as comunicações ne-
dos. A diferenciação ocorre quando: cessárias e a formação dos homens que o praticam. A polí-
• O fator humano é diferente, tica de descentralização e frequentemente revista, devendo
• A tecnologia e a natureza das atividades são di- ser dinâmica, não podendo ser reduzida a formulários e/ou
ferentes, instruções imutáveis.
• Os ambientes externos são diferentes, A descentralização normalmente ocorre nas seguintes
• Os objetivos e as estratégias são diferentes. situações:
• A carga de trabalho de alta administração esta vo-
Integração – Quanto mais atividades trabalham inte- lumosa e/ou demasiadamente complexa.
gradas, maior razão para ficarem no mesmo departamen- • Pela maior ênfase que a empresa quer dar à rela-
to. ção produto-mercado.

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

• Para encorajar o desenvolvimento gerencial de


seus executivos lotados na média e baixa administração.
• Para proporcionar maior participação e motivação EMPREENDEDORISMO GOVERNAMENTAL E
• O grande volume de trabalho de alta administra- NOVAS LIDERANÇAS NO SETOR PÚBLICO.
ção provoca morosidade no processo decisório.
Para que o processo de descentralização seja efetivado
algumas questões devem ser observadas, tais como: Há tempo o empreendedorismo, que tem como foco
• Nível de treinamento e preparo da chefia; uma postura na gestão de inovação, busca por alternati-
• Grau de confiança dos chefes sobre os subordi- vas, e principalmente excelência em resultados se faz pre-
nados; sente na Administração Publica, isso percebe-se através de
• Capacidade do subordinado de lidar com as suas alguma iniciativas
responsabilidades; Parcerias com o setor privado e com as (ONGs);
• A forma de atuação das unidades organizacionais  Avaliação de desempenho individual e de resulta-
de assessoria. dos organizacionais, atrelados a indicadores de qualidade
Algumas vantagens da descentralização: e produtividade;
• Rapidez nas decisões pela proximidade do lugar  Autonomia às agências governamentais, horizon-
onde surgem os problemas. talizando a estrutura;
• Aumento do moral e da experiência dos jovens  Descentralização política: poder de decisão próxi-
executivos. mo ao cidadão, melhoria da qualidade e da accountability;
• Diminuição da esfera de controle do principal exe-  Estabelecimento do conceito de planejamento es-
cutivo. tratégico;
• Tendência a maior número de idéias inovadoras.  Flexibilização das regras que regem a burocracia
• Possibilidade de maior participação e motivação. pública;
• Maior tempo à alta administração para outras ati-  Profissionalização do servidor público, através de
vidades. políticas de motivação, de desenvolvimento pessoal e re-
• Maior desenvolvimento da capacitação gerencial valorização a questão da ética no serviço público;
e profissional.  Desenvolvimento das habilidades gerenciais dos
Algumas desvantagens da descentralização: funcionários;
• Inadequada utilização dos especialistas centrais.  Competição administrada;
• Maior necessidade de controle e de coordenação.  Princípio da subsidiariedade, como base do con-
• Maior dificuldade de normatização e de padroni- ceito de descentralização.
zação.  Ênfase e orientação da ação do Estado para o ci-
• Pouca flexibilidade da organização frente a situa- dadão-cliente;
ções excepcionais.  Controle social com mecanismo de prestação de
• Necessidade de contar com dirigentes treinados
contas e avaliação de desempenho;
para a descentralização.
 Vê o cidadão como contribuinte de impostos e
• O custo das comunicações tende a aumentar.
como cliente de se seus serviços;
• Maior dificuldade de coordenação de atividades
 Resultados são considerados bons não porque os
que envolvem alto nível de interdependência.
processos administrativos estão sob controle e são segu-
ros (APB), mas porque as necessidades do cidadão-cliente
Pode-se dizer que a descentralização deve ser conside-
estão sendo atendidas (interesse público – diferenças do
rada como os demais problemas organizacionais, em ter-
significado;
mos de conveniência administrativa. Sempre que uma de-
 Confiança, descentralização das decisões e de
cisão puder ser mais bem tomada ao nível operativo, com
maior rapidez e favorecendo o completo exame dos vários funções.
fatores em causa, pode-se proceder logo a uma descentra-
lização da função respectiva. Não se trata de descartar a administração racio-
A descentralização esta intimamente associada à ideia nal-legal, mas de manter as características que ainda se
de se alterar o regimento interno da organização e os do- mantém válidas para garantir efetividade à administração
cumentos decorrentes, para que a decisão relativa aos as- e trazer novas ações e ferramentas que aprimorem essa
suntos descentralizados passe a ser competência dos níveis administração, permitindo que ela fique mais atualizada,
inferiores. mais atenta às mudanças comportamentais da sociedade
A descentralização tem caráter permanente e é impes- e também às mudanças que o próprio mercado privado
soal, onde a autoridade passa para o nível subordinado as sobre e que de certa forma afeta a gestão pública.
atribuições e responsabilidades. Portanto, cabe às novas lideranças (líderes públicos)
estarem se inserindo nesse modelo e desenvolver ações
políticas baseadas em objetivos e comportamentos que:

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

 Melhorem a eficiência, eficácia e efetividade na observa que essa prática tem sido denotada de um cará-
produção de bens e serviços públicos, ter parcial, na qual a ênfase passa a ser no formato e não
 Minimizem esforços, custos, maximizando e bus- no conteúdo. Dessa forma, o reduzido esforço de reflexão
cando novas fontes de receitas, através de aplicações fi- crítica (em que os modelos são importados de casos de
nanceiras; sucesso em outros países, ou, quando adaptado com pre-
 Criem uma gestão baseada na avaliação pela so- servando seu formato original) favorece a coexistência de
ciedade, mensuração do desempenho e dos resultados; elementos e práticas gerenciais tradicionais e inovadoras
 Sejam inovador, pró-ativo; criativo; que corram na administração pública.
riscos calculados, que sejam mobilizadores de ação con- Portanto, estudar o empreendedorismo no setor pú-
junta voluntária privada e pública, que sejam intraem- blico do Brasil torna-se uma oportunidade de pesquisa na
preendedores. área, a qual é movida por uma inquietação: Qual a apli-
cabilidade deste construto, na administração pública bra-
O Fenômeno do Empreendedorismo Público: Um sileira? Frente a este questionamento, este ensaio busca
Ensaio sobre a Aplicabilidade desse Construto na Ad- contribuir, de forma crítica, para a compreensão do em-
ministração Pública Brasileira preendedorismo no setor público brasileiro, a partir das
As mudanças ocorridas no setor público, nos últimos contribuições da literatura estrangeira. Desta forma, tem
anos, têm promovido o aumento das expectativas de re- como objetivo analisar o potencial e o alcance de aplica-
forço de sua modernização e o interesse de diversos pes- ção da noção de empreendedorismo na administração de
quisadores, como Orborne e Gaebler (1992), Bellone e organizações públicas no Brasil.
Goerl (1992), Moore (1995), Morris e Jones (1999), Barnier A sua operacionalização ocorreu em três seções estru-
e Hafsi (2007), Currie et al. (2008) e Diefenbach (2011) em turantes, além desta introdução.
entender os possíveis desdobramentos, talvez contraditó- A primeira traz uma revisão acerca do empreende-
rios, que essa modernização acarretou ao Estado. dorismo e suas principais abordagens, focando principal-
Nas últimas décadas, esse processo de modernização mente a teorização deste construto nas organizações. A
tem sido associado a noções comportamentais e geren- segunda seção busca definir a noção de empreendedoris-
ciais, imbuídas de conceitos e práticas, que eram próprias mo nas organizações públicas, a partir da literatura inter-
e, até então, restritas à esfera das organizações empresa- nacional, principalmente europeia. A terceira, e principal
riais. parte, traz reflexões pontuais acerca da aplicabilidade do
O empreendedorismo é uma dessas noções que tem empreendedorismo público no contexto brasileiro.
sido empregada no setor público, principalmente em paí-
ses europeus, como forma de criar valor para os cidadãos. A Teorização sobre Empreendedorismo nas Orga-
Essa noção sinaliza a necessidade de as organizações pú- nizações
blicas desenvolverem uma Orientação Empreendedora Sadler (2000) indica que o termo empreendedorismo
(OE) voltada para a capacidade de se adequar e de inovar deriva do verbo francês entreprendre, que significa iniciar
frente às novas demandas do setor público (MILLER, 1983; ou realizar algum empreendimento. Os autores pioneiros
COVIN e SLEVIN, 1991; LUMPKIN e DESS, 1996). Todavia, dessa temática foram Cantillon (1755) e Say (1803) (FI-
enquanto no setor privado as contribuições e os desafios LION, 1997). Sadler (2000) indica que o conceito de Ri-
do empreendedorismo têm sido extensivamente estuda- chard Cantillon buscou explicar a receptividade ao risco
dos, no setor público, sobretudo no Brasil, estudos sobre de comprar algo por um preço e vendê-lo em regime de
esse assunto são difíceis de serem encontrados. Possíveis incerteza. Jean-Baptiste Say (1803) sustentou que o em-
causas dessa limitada produção nacional seriam: o assunto preendedor era capaz de alterar os recursos econômicos
é recente no Brasil; há poucas evidências verificadas cien- de uma área de baixa produtividade, transformando em
tificamente; e os setores público e privado apresentam di- uma área de produtividade e lucratividade elevadas, sen-
ferenças importantes tornando a transposição de práticas do que ele atuava como o catalisador do desenvolvimento
complexa e, em algumas situações inadequadas (BERGUE, econômico. Tanto na definição de Cantillon (1755) como
2011; DIENFEBACH, 2011). na de Say (1803), o empreendedor é tomado como um
Bergue (2008, p. 2) observa que “o atual cenário da agente tomador de risco (SADLER, 2000).
administração pública brasileira revela forte e sem prece- Outro autor clássico do construto é Joseph Schum-
dente inclinação para adição de práticas gerenciais usuais peter. Esse é quem lançou o estudo contemporâneo de
no campo gerencial”. Esse movimento apresenta-se em empreendedorismo ao alinha-lo com a inovação (SADLER,
forma de duas perspectivas: a) oferta – esforços exóge- 2000). Para o referido autor, o empreendedor era tratado
nos que promovem e estimulam a transferência, como as de forma peculiar por sua capacidade de criar, inovar e
influências dos conceitos estrangeiros; e, b) demanda – a de agregar valor em produtos, processos e serviços, nos
busca das organizações públicas por inovações gerenciais, quais a inovação era a principal força para criação de nova
como recurso de legitimação e sobrevivência. No entan- demanda e riqueza. Esse pesquisador percebeu que o em-
to, a apropriação de técnicas gerenciais no setor público preendedor conduzia, criava, novas combinações de pro-
apresenta algumas limitações significativas. Bergue (2011) dução por meio do processo de destruição criativa. Nesse

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

sentido, Schumpeter (1954) observa que o ímpeto para perfil empreendedor. Deve-se destacar que no âmago do
o sistema econômico vem de homens de coragem, que empreendedor está a busca pela sua autorrealização. Nes-
arriscam suas fortunas para implementar, inovar, experi- se sentido, conforme destaca Sadler (2000) o empreende-
mentar e expandir novas ideias. Escritores posteriores a dor pode se tornar um risco para a administração pública,
Schumpeter (1954), como Higgins (1959), Baumol (1968), pois pode adotar várias facetas em busca de seu objetivo
ampliaram a noção de empreendedorismo ao indicarem próprio, podendo ser caracterizado como um camaleão
que este poderia ser visualizado como causador da substi- dentro do setor público, que muda de cor em razão do
tuição de produtos obsoletos por produtos mais inovado- atendimento de seus objetivos particulares.
res e com maior potencial de lucro. Até a década de 1970, as pesquisas sobre empreende-
Drucker (1985) considera o empreendedorismo uma dorismo priorizavam as ações e características individuais
forma de intensa mudança e o empreendedor como al- dos empreendedores (DRUCKER, 1985; SADLER, 2000). No
guém que sempre se apoia nessas mudanças para a busca entanto, a partir de 1980, autores como Miller & Friesen
e exploração de novas oportunidades. No caso da admi- (1982), Burgelmann (1983), Pinchot, (1985), Cornwall e
nistração pública, vale destacar que o aspecto burocrático Perlman (1990), Hashimoto (2009) e Diefenbach (2011) de-
é muito evidente em tal tipo de organização. Buscar opor- senvolveram pesquisas que compreendessem a noção de
tunidades, nesse contexto, torna muito mais desafiador ao empreendedorismo dentro das organizações.
empreendedor. É preciso refletir se o empreendedor pode- Surgiu, assim, o empreendedorismo corporativo, ou
ria sustentar-se em um ambiente mais estático. Apesar de o seja, o estudo do comportamento empreendedor dentro
setor público ter se tornado mais ágil, percebe-se que, em das organizações (HASHIMOTO, 2009).
Os proponentes dessa escola corporativa foram
comparação com o mercado, mudanças ainda são reativas
Cuninghan e Lischeron (1991), na qual buscaram valorizar
e lentas.
as habilidades empreendedoras como variáveis úteis para
O empreendedorismo pode ser entendido sobre duas
organizações complexas. Hashimoto (2009) destaca que os
principais perspectivas. A perspectiva econômica, com
primeiros estudos sobre essa escola datam de 1970, com
Schumpeter como seu principal autor, e a comportamental, os trabalhos de Peter Drucker e Arnie Cooper. Para Druc-
com McClelland como seu principal teórico. Para os econo- ker (1985), a responsabilidade das empresas existentes do
mistas o empreendedorismo é ponto de vista empreendedor, sobretudo para empresas já
compreendido como um agente de desenvolvimento bem-sucedidas, é manter-se bem-sucedida no futuro. Tais
econômico (SMITH, 1766; BAUMOL, 1968); empreende- ideias, conforme evidenciado acima, ganharam força na
dores de negócios (HIGGINS, 1959); tomadores de riscos década de 1980, quando as empresas japonesas começa-
(KIHLSTROM e LAFFONT, 1979); trabalhadores em condi- ram a invadir o país com seus produtos mais baratos e de
ções de ambiguidade e incerteza (SADLER, 2000). melhor qualidade. A partir desse momento, houve um in-
Apesar de todas essas atribuições, Sadler (2000) ob- teresse crescente de pesquisadores no estabelecimento de
serva que a noção de empreendedorismo apregoada pelos relações entre empreendedorismo e corporações, gerando
economistas é associada à capacidade do homem, enquan- várias terminologias ao longo do tempo, conforme ilustra
to empreendedor, de inovar e de poder contribuir para o a Figura 1:
desenvolvimento local da economia. Essa noção pode ter
intensas influências do sistema de produção em vigor na
época dos clássicos da economia. Um sistema que buscava
a noção e o homos econômicus, no qual o indivíduo era
considerado uma mera extensão da máquina produtiva.
Na tentativa de compreender a figura do empreendedor,
ou seja, da pessoa que age de forma empreendedora, a
perspectiva comportamental importou da teoria de recur-
sos humanos importantes conceituações comportamentais
para a teoria do empreendedorismo (SADLER, 2000). Essa
perspectiva focou na descrição de um perfil empreendedor.
Stevenson e Jarillo (1990), Covin e Slevin (1991), Cun-
ningham e Lischeron (1991) e Bygrave (1993) tentaram
descrever tal perfil. Com base nas informações deste, Filion
(1997) evidenciou que os empreendedores são fruto de seu
ambiente. O autor constatou que o empreendedor pode
ser desenvolvido e que uma cultura empreendedora pode
ser um mecanismo catalisador para a formação de um per-
fil empreendedor. O ambiente, então, torna-se muito im-
portante na formação do perfil. Se a pessoa cresce em um
local onde é incitado a agir de forma empreendedora e a
vencer seus desafios, torna-se propenso a desenvolver um

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Figura 1. Terminologias do Empreendedorismo Corporativo


Fonte: Adaptado de Hashimoto (2009, p. 90) com base em Diefenbach (2011).

A diversidade dos termos que definem o empreendedorismo dentro de organizações pode gerar confusão, bem como
contradições. Zahra et al. (1991), Antonic & Hisrich (2001) e Kearney et al. (2009) associam os termos mencionados na
Figura 1 como sinônimos, em que ambos denotam ações de empreendedores dentro de organizações como agentes pro-
pulsores de inovação em produtos, processos e serviços (PINCHOT, 1985; BURGELMAN & SAYLES, 1986; ZAHRA et al., 1991;
HISRICH e PETERS, 2004). No contexto brasileiro, no trabalho desenvolvido por Emmendoerfer e Valadares (2011), no qual
se propôs fazer reflexões sobre a construção do empreendedorismo interno, foram encontradas características próprias do
Empreendedorismo Corporativo e do Intraempreendedorismo. No entanto, essas diferenciações fogem do escopo deste
ensaio. Dessa forma, será adotado o termo Empreendedorismo Corporativo (EC) como alusão ao empreendedorismo as-
sociado à organizações.
O empreendedorismo corporativo baseia-se no conceito de Orientação Empreendedora (OE) da organização (MILLER,
1983; COVIN e SLEVIN, 1991; LUMPKIN e DESS, 1996).
Miller (1983) destaca que a OE é conceituada através de três perspectivas – a da inovação, da proatividade e da tomada
de risco. O referido conceito foi redimensionado por Covin e Slevin (1991) e Lumpkin e Dess (1996). Ao longo dos traba-
lhos, foram incorporados novos conceitos ao construto, porém Rauch et al. (2009) observa que a maioria dos estudos tem
adotado as três principais dimensões da OE cunhadas por Miller (1983).
Portanto, a partir da perspectiva de Miller (1983), Covin e Slevin (1991), Lumpkin e Dess (1996), Rauch et al. (2009) e
Diefenbach (2011), o termo Empreendedorismo Corporativo (EC) refere-se ao processo cujo indivíduo ou grupos em as-
sociação com uma organização cria uma nova organização ou instiga um ambiente propício a inovações, de modo que a
organização detenha uma orientação empreendedora que permita o desenvolvimento e a manutenção de comportamen-
tos empreendedores (inovação, proatividade e tomada de riscos). A partir dessas considerações iniciais sobre a teorização
do empreendedorismo nas organizações, apresenta-se na Figura 2, de forma sintética, os principais termos que formam os
referidos construtos.

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Figura 2. Fatores-Chave do Termo Empreendedorismo


Fonte: Diefenbach (2011, p. 17). Tradução livre.

A Figura 2 evidencia as duas abordagens de estudo do empreendedorismo. Para os fins deste ensaio, não serão reali-
zadas análises em relação ao empreendedorismo independente, ou seja, à criação de novas organizações. Será ressaltada a
escola corporativa, a partir da qual serão feitas análises nas organizações públicas, levando em consideração a Orientação
Empreendedora (OE) e o Comportamento Empreendedor (CE). Estas duas premissas, segundo Diefenbach (2011), são fato-
res básicos para a implementação do empreendedorismo em organizações públicas.

O Empreendedorismo Público (EP)


Historicamente, grande parte das teorias organizacional e gerencial foi desenvolvida para organizações em geral, sem
distinção entre público e privado. As teorias Weberiana (1946;1978) e Taylorista (1911) são exemplos que defendem implíci-
ta ou explicitamente que seus achados se aplicam tanto no setor público quanto no privado, porque organizações públicas
e privadas possuem muito mais similaridades do que diferenças (STOKER, 2006; RAINEY, 2009; DIEFENBACH, 2011). No
entanto, Dienfenbach (2011) argumenta que essa não é a única perspectiva acerca das similaridades e diferenças entre as
organizações públicas e privadas (RAINEY, 2009). Existe uma argumentação de que a transposição de conceitos de um setor
para outro requer uma análise mais detalhada devido a diferenças entre ambos (BERGUE, 2008; 2011).
Diefenbach (2011) mostra que dentre as principais diferenças entre as organizações do setor público e privado destaca-
-se que as organizações públicas são: a) caracterizadas pela ausência de mercados econômicos e suas pressões de redução
de custos; b) influenciadas intensivamente por questões políticas; c) tem como pressupostos a equidade, responsabilidade,
franqueza e transparência aos usuários e pela multiplicidade de conflitos entre os agentes (gestores); e, d) é tradicional-
mente mais centralizada, na qual os gestores tem menos autonomia de decisão e flexibilidade, menos incentivos e menos
riscos/recompensas (BERNIER & HAFSI, 2007; CURRIE, et al., 2008). Essas características vão de encontro com as caracterís-
ticas de uma organização orientada para o empreendedorismo, pois a cultura de prevenção de riscos e de baixa tomada de
decisão, autonomia e de flexibilidade são negativamente relacionadas ao contexto do empreendedorismo (RAINEY, 2009).
Muitos estudos têm procurado definir o que seria o empreendedorismo público (ROBERTS e KING, 1991; OSBORNE
e GAEBLER, 1992; MORRIS e JONES, 1999; KEARNEY, et al.; 2007; RAUCH, et al. 2009). No entanto, as definições existentes
sobre esse termo são limitadas e diversificadas (ROBERTS e KING, 1991; BOYETT, 1997; CURRIE et al., 2008; KEARNEY et al.,
2007; 2009; MORRIS e JONES, 1999; MORRIS et al., 2008).

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Nesse ínterim, Roberts e King (1991) definem que o ção cidadã, formulação de políticas públicas transparentes
empreendedorismo público é um processo de introdução e planejamento de longo prazo. Já Roberts (1992) caracte-
de inovação nas organizações do setor público. Para Ro- riza o EP como um indivíduo que gera, projeta e implemen-
berts (1992), o EP é a geração de ideia inovadora, a con- ta ideias inovadoras no domínio público.
cepção e a implementação dessa ideia no setor público. Na visão de Schneider et al. (1995), o empreendedor
Osborne e Gaebler (1992) analisa esse termo a partir da público é definido por dois fatores: a) sua vontade de to-
compreensão das ações de instituições empreendedoras/ mar medidas de risco; e, b) sua capacidade de coordenar
empreendedores públicos. Nesse sentido, explica que eles as ações de outras pessoas para cumprir metas. Segundo
usam recursos disponíveis e constroem novas maneiras Currie et al. (2008), o empreendedor público é um líder que
para maximização da produtividade e efetividade organi- amplia metas, mandatos, funções e poder de suas organi-
zacional. Morris e Jones (1999) definem o empreendedo- zações de forma não prevista pelos agentes públicos. Ele
rismo público pela constrói coalizões políticas para usufruir as oportunidades
perspectiva do processo de criação de valor para os empreendedoras na organização.
cidadãos, ao reunir uma combinação de recursos públicos Apesar de difusas, as definições de empreendedorismo
para explorar oportunidades sociais. (OSBORNE e GAE- no setor público também se aproximam em alguns aspec-
BLER, 1992). tos (DIEFENBACH, 2011). Um dos aspectos são as dimen-
Dessa forma, o empreendedorismo público implica em sões inovação, proatividade e tomada de riscos. Elas se re-
um papel inovador e proativo do governo na condução petem em várias conceituações, como a conceituação de
da sociedade para melhoria da qualidade de vida, com a Kearney (2007), Currie et al. (2008) e Morris et al. (2008).
inclusão de geração de receitas alternativas, melhoria de Outro ponto em comum é que algumas conceituações in-
processos internos e desenvolvimento de soluções inova- corporam o conceito de criação de valor, o qual é eviden-
doras para satisfazer as necessidades sociais e econômicas ciado por Morris e Jones (1999) e Bernier e Hafsi (2007).
(DIEFENBACH, 2011). Portanto, observa-se que o construto empreendedo-
Shockley et al. (2006) indicam que o EP ocorre sempre rismo público ainda está em formação e que as suas in-
que um ator político está em alerta com as problemáticas fluências estão arraigadas em pesquisas internacionais,
da administração pública e age em oportunidades poten- principalmente europeias, as quais se têm dedicado a com-
ciais de lucro, mudando o sistema em que ator está incor- preender melhor esse construto (MORRIS e JONES, 1999;
porado em direção ao equilíbrio. Kearney et al. (2007) re- SADLER, 2000; BARNIER e HAFSI, 2007; MORRIS et al., 2008;
fere-se à empresa estatal/ serviço civil. Sob esse aspecto, o CURRIE, et al. 2008; KEARNEY et al., 2009; DIEFENBACH,
EP é definido como um indivíduo ou grupo de indivíduos 2011).
que se compromete com a atividade desejada para iniciar Ao analisar os setores público e privado, observa-se al-
a mudança dentro da organização, na qual busca adaptar, gumas diferenças significativas.
inovar e facilitar o risco. Deve-se entender que os empreendedorismos público
Nessa conceituação, metas e objetivos pessoais são e privado também seguem a mesma lógica. Dessa forma,
menos importantes do que a geração de um bom resulta- apresentam-se na Figura 3 as principais diferenças entre o
do para a organização pública. empreendedorismo no setor público e no privado.
Na conceituação de Currie et al. (2008), o empreende-
dorismo público é visto como o processo de identificação e
busca de oportunidades de indivíduos e, ou, organizações.
Além disso, esse processo é muitas vezes caracterizado
pela capacidade de inovação, tomada de riscos e proativi-
dade. Morris et al. (2008) evidenciam que as organizações
podem ser caracterizadas em termos de sua orientação ou
intensidade empreendedora, que é um reflexo das ativida-
des empresariais no qual estão fazendo. Essas atividades
são baseadas no conceito de OE (inovadoras, arriscadas e
proativas). Os passos básicos para esse processo identifica-
do (no setor privado) não deve ser diferente em um contex-
to de organizações públicas.
Alguns autores também se dedicaram a definir o per-
fil do empreendedor público. Neste sentido, Ramamurti
(1986) afirma que o empreendedor público é um indivíduo
que se compromete para iniciar e manter uma ou mais or-
ganização do setor público. Para Bellone e Goerl (1992), o
empreendedor público pode ser definido a partir de quatro
características, a saber: a) autonomia; b) visão pessoal do
futuro; c) sigilo; e, d) tomada de risco. Essas característi-
cas, segundo o autor, podem ser conciliadas com os valores
democráticos fundamentais como accountability, participa-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Figura 3. Diferenças entre o Empreendedorismo Público, Empreendedorismo Independente e no setor Privado


Fonte: Kearney et al. (2009, p. 29). Tradução livre.

A partir da análise das diferenças mencionadas na Figura 3, observa-se que a transposição de práticas de um setor para outro
se torna delicada. Portanto, é preciso conceber o empreendedorismo público como um construto em processo de formação.
Muito se tem a elucidar de sua verdadeira contribuição para a administração pública, dado que a discussão sobre empreendedo-
res no setor público é balizada, principalmente, em um modelo de administração pública gerencial, passível de inúmeras críticas.
No Brasil, nos últimos anos, tem surgido a noção de empreendedorismo público.
Identificou-se de forma exploratória que um governo estadual de uma unidade federativa no país possui indicativos de
empreendedorismo público, os quais podem ser verificados pela criação e pelo gerenciamento de um cargo, comissionado e
de livre nomeação, cuja denominação faz alusão a essa noção (VALADARES et al. 2010; VALADARES e EMMENDOERFER, 2011).
Impulsionado por essa evidência, buscou-se compreender a aplicabilidade do empreendedorismo no setor público brasileiro. No
entanto, antes de fazer as devidas análises, é necessário contextualizar a realidade da administração pública brasileira.
Dessa forma, na próxima seção, buscar-se-á caracterizar, de forma sucinta, a evolução da administração pública desse
país.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Breve histórico da evolução da administração pú- gerencial. Um dos objetivos dessa reforma era o de tornar
blica brasileira o Estado mais eficiente, mais capaz de prestar serviços so-
Na tentativa de modernizar a administração do Esta- ciais, culturais e científicos com baixo custo e boa qualida-
do brasileiro, os governos, ao longo da história, buscaram, de. Envolveram-se a descentralização de trabalhos sociais
por meio de reformas administrativas, melhorar o desem- para estados e municípios; a delimitação mais precisa da
penho do setor público. Essas reformas se materializaram área de atuação do Estado; a distinção entre as atividades
em modelos que, com suas características próprias, con- do núcleo estratégico; a separação entre a formulação de
tribuíram, e ainda contribuem, para formação da moder- políticas e a sua execução; a maior autonomia tanto para
nização do Estado brasileiro. Nesse sentido, os três mode- as atividades executivas exclusivas do Estado como para
los de administração pública mais relevantes no contexto os serviços sociais e científicos que este presta; e, ainda, a
brasileiro foram denominados patrimonial, burocrático e segurança da responsabilização (accountability) por meio
gerencial. da administração por objetivos (BRESSER-PEREIRA, 1998).
Apesar da existência desses três modelos, observa-se A reforma gerencial de 1995 trouxe uma mudança de
que na história de administração pública brasileira, não é conceitos em toda estrutura administrativa do país, pois
possível enquadra-la em um só modelo (TORRES, 2004), se objetivou deixar o Estado mais gerencial, a partir do
pois, ela é caracterizada por uma gestão híbrida, na qual distanciamento de práticas patrimoniais e burocráticas
os três modelos (patrimonial, burocrático e gerencial) coe- (BRESSER-PEREIRA, 2010). Ele passou a priorizar os resul-
xistem na estrutura administrativa. No entanto, percebe-se tados de sua administração e não as questões jurídico-le-
que apesar da irregularidade, um modelo sempre se so- gais.
brepôs ao outro em relação ao período que estava em evi- Segundo esse autor, a reforma gerencial foi um dos
dência. É possível afirmar que o modelo patrimonialista é produtos da grande evolução da forma que o Brasil estava
encontrado em todas as fases da modernização do Estado propondo. A modernização da Administração Pública foi
supracitado, o que faz dele uma característica dominante pautada em contratações de técnicos competentes, ex-
na administração pública brasileira (JANOTTI, 1987; NU- tinção de secretarias e cargos públicos, fixação de tetos
NES, 1997; FAORO, 2000; HOLANDA, 2000; PAULA, 2005; salariais do poder executivo e atualização de processos de
MATIAS-PEREIRA, 2009; CABOBIANGO et al., 2010). compras e licitações (BRESSER-PEREIRA, 2010). Portanto,
Historicamente, até a Revolução de 1930, o Estado passa-se a aplicar como foco central na gestão do Estado
brasileiro era refém dos interesses de uma elite agrária brasileiro, a partir da reforma gerencial de 1995, a adminis-
composta de aristocráticos proprietários rurais. A urbani- tração por resultados.
zação e industrialização que o Brasil experimentou a partir Depois de ser institucionalizado o modelo gerencial,
de 1930 fizeram que o país passasse por um rearranjo po- surgiram várias críticas a esse modelo, principalmente no
lítico do Estado, atendendo às pressões para moderniza- que diz respeito à falta de participação do povo em rela-
ção deste por parte da burguesia (TORRES, 2004). Deve-se ção à tomada de decisão dos governos. Assim, surgiu a ne-
ressaltar que a reforma administrativa de Vargas foi um cessidade de as decisões da administração pública terem
dos primeiros esforços para superar o modelo patrimo- participação ampla do povo. Dessa forma, um novo mo-
nial em voga no contexto brasileiro, embora suas raízes delo de administração pública começa a ser evidenciado
patrimoniais não tenham sido suplantadas. Essas ligações, como tendência na administração pública brasileira. Esse
segundo Holanda (2000), são características fundamentais novo modelo ficou conhecido como modelo societal, que
do “homem cordial” brasileiro que, em sua caminhada e tem como base as diretrizes do novo serviço público, no
busca pelo poder, não consegue distinguir os aspectos pú- qual o bem público ou o serviço público é realizado com a
blico e privado. sociedade e pela sociedade (PAULA, 2005; CAPOBIANGO,
Prosseguindo na reforma administrativa burocrática, et al. 2010). Essa perspectiva denota uma administração
no contexto do governo militar da década de 1960, sur- pública voltada para o cidadão. Entretanto, deve-se ressal-
giu um decreto-lei que visava modernizar a administração tar que esse modelo ainda está em processo de constru-
pública por meio da utilização de instrumentos gerenciais ção, de modo que ainda seja um campo fértil de pesquisas
utilizados pela iniciativa privada. Além da normatização para sua consolidação.
e da padronização de procedimentos nas áreas de pes- A partir desta breve delimitação do contexto da evolu-
soal, compras governamentais e execução orçamentária, ção da administração pública no Brasil, percebe-se que ela
buscava-se também estruturar o governo. As estratégias segue tendências mundiais de transformações do Estado.
adotadas para alcançar a estruturação seriam planejamen- Apesar de haver muito em que se avançar, existe um esfor-
to, coordenação, descentralização, delegação de compe- ço do governo brasileiro, ao menos no discurso, de aten-
tências, controle e investimento em administração indireta der às demandas da sociedade. No entanto, o modelo que
(COSTA, 2008). está em voga, o gerencial, se apega, sobretudo, à transpo-
Na tentativa de evoluir os quadros existentes frente às sição de práticas gerenciais para as organizações públicas.
limitações dos modelos preconizados e institucionalizados
na administração pública brasileira, foi instituída uma nova
reforma, que aconteceu em 1995, dando início ao modelo

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

(De) limitações acerca da aplicabilidade do empreen- Todavia, aplicar a noção de empreendedorismo na or-
dedorismo na administração pública brasileira ganização pública é diferente de aplicá-la no setor privado
Sadler (2000), Kearney (2009) e Diefenbach (2011) obser- devido ao fato dos dois setores apresentarem característi-
vam que pouco tem sido escrito sobre o empreendedorismo cas particulares. No caso da organização pública, o lócus de
no setor público. Além da escassez de estudos nessa temáti- atuação é mais complexo, pois suas
ca, o que existe na literatura baseia-se, em grande parte, no intensas relações políticas, pressupostos de equidade,
pensamento abstrato, decorrente da apropriação de estudos responsabilidade, transparência, multiplicidade de conflitos
do empreendedorismo no setor privado (SADLER, 2000). O entre os gestores, estrutura tradicionalmente mais centrali-
problema de optar-se por uma apropriação mimética dos zada na qual os gestores tem menor autonomia de decisão,
termos sem uma correta adaptação é que, em muitos casos, menor incentivo/recompensas e menor risco, contribuem
a técnica aplicada na organização privada não se adapta à para uma cultura que vai de encontro à cultura empreende-
organização pública ficando como um corpo estranho na or- dora (KEARNEY et al., 2009). Assim, para promover o com-
ganização, porém, sem função alguma (BERGUE, 2008). Nes- portamento empreendedor nos agentes públicos, é preciso
se sentido, o empreendedorismo nas organizações públicas desenvolver uma orientação empreendedora nas organiza-
pode ser compreendido como uma prática cerimonial ou ções públicas.
“para inglês ver”, o que não gera impacto na gestão pública. As reformas administrativas que aconteceram em níveis
Porém cabe destacar, que apesar de não gerar impacto nas globais logo depois da crise do petróleo no final da década
práticas internas das organizações públicas, o empreende- de 1970 e início da de 1980, fizeram que os governantes
dorismo público pode gerar impacto no ambiente externo propusessem um modelo de administração pública que
(mídia, sociedade, outros governos) onde o termo pode ser promovia uma cultura empreendedora nas organizações
tratado como uma novidade projetando positivamente a públicas. Esse novo modelo, conhecido como New Public
imagem do governante e de seu governo. Desta forma, ob- Management (NPM), orientou-se para uma prática gerencial
serva-se que a adoção de empreendedorismo no setor públi- no setor público que teve, como uma de suas premissas
co brasileiro pode estar atrelado ao discurso de governantes norteadoras, a priorização do alcance de resultados efetivos
nas ações do poder público.
para que possa alcançar legitimação e manutenção de poder
Essas mudanças, de fato, buscaram uma forma de su-
(VALADARES e EMMENDOERFER, 2011).
perar características mais rígidas das organizações públicas
É necessário haver uma reflexão crítica antes de sair
pela incorporação dos valores de eficácia e efetividade. Em
apropriando técnicas gerenciais nas organizações públicas,
síntese, a NPM procurou melhorar a gestão dos processos
pois ambas apresentam diferenças ambientais e estruturais
através da aplicação de técnicas de gestão presentes no
(BERGUE, 2008; KEARNEY et al., 2009). Stoker (2006) contri-
setor privado (COOKE, 2004; HENISZ, ZELNER e GUILLÉN,
bui para essa afirmação ao observar que o governo não se
2005; IMASATO, MARTINS e PIERANTI, 2010). No entanto,
sustenta no mecanismo de compra e venda de mercadoria. esse novo modelo de administração não é isento de críticas.
Esta lógica, segundo o autor, aplica-se à organização priva- Dentre as principais, incluem-se:
da, a qual em seu contexto visa à maximização das riquezas a) os cidadãos vistos como clientes;
do empreendedor. No entanto, no setor público, a principal b) a “agenda oculta” de corte de custos;
preocupação deve ser seu usuário. c) a negligência das necessidades de serviços diferentes
A literatura acerca do empreendedorismo, conforme para grupo diferentes;
visto acima, pode ser concebida por meio de dois lócus de d) o favorecimento de pequenos grupos; e,
análise: e) a falta de envolvimento dos cidadãos e grupos inte-
a) a criação de empresas (empreendedorismo indepen- ressados (DIEFENBACH, 2011).
dente); e, Dessa forma, o empreendedorismo no setor público
b) o comportamento empreendedor dentro das organi- também apresenta algumas limitações importantes, pois a
zações (empreendedorismo corporativo). sua base está relacionada à implementação da NPM. Se-
No contexto do setor público, aplica-se a noção do em- gundo a literatura, três grandes temas limitam a aplicabili-
preendedorismo corporativo. Ao que se atém a esse con- dade dessa noção no setor público:
texto, a escola corporativa indica que o empreendedorismo a) a ameaça à governabilidade democrática, em que a
pode ser entendido por duas formas, a do indivíduo agindo principal crítica reside na falta de legitimidade (DELEON e
de forma empreendedora ou a da organização possuindo DENHARDT, 2000);
uma orientação empreendedora. b) esses empreendedores podem perseguir interesses
Na perspectiva de Miller (1983), Covin e Slevin (1991), próprios, fazer mal uso de fundos públicos, estabelecer do-
Lumpkin e Dess (1996) e Diefenbach (2011) comportamento mínio sobre outros (poder), implementar mudanças radi-
empreendedor é entendido como a busca do agente públi- cais, ignorando, assim, padrões das organizações públicas
co por inovação, proatividade, tomada de riscos e orientação (CURRIE et al., 2008); e,
empreendedora é entendida como a busca da organização c) os objetivos da atividade empresarial não está com-
pública por promover um ambiente propício à inovação, pletamente alinhada aos objetivos da organização pública,
proatividade e tomada de riscos. Assim, o empreendedoris- o que pode gerar, por conseguinte, a mudança de foco do
mo público pode ser conceituado, de uma forma geral, por gestor público, ou seja, este pode negligenciar as suas prin-
meio da ação de empreendedores e, ou, de organizações pú- cipais responsabilidades que está no usuário (MORRIS e JO-
blicas de modo inovador, proativo e tomador de riscos. NES, 1999).

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Na realidade brasileira, desenvolver empreendedores O potencial do EP relaciona-se à adoção deste cons-


públicos se torna complexo devido à própria formação de truto no âmbito da apropriação de técnicas gerenciais na
sua administração pública contemporânea. Apesar da ten- administração pública. Estas técnicas, quando bem deli-
tativa de se estabelecer um modelo gerencial, e até mesmo mitadas e adaptadas ao contexto local, podem contribuir
societal, com maior participação da sociedade, um dos prin- para o alcance de maior efetividade da organização públi-
cipais desafios é o aspecto cultural. O setor público brasi- ca. Neste sentido o empreendedor público pode contribuir,
leiro ainda é muito caracterizado pelas relações políticas do pois, devido a seu comportamento, auxilia a organização
“homem cordial”, no qual práticas clientelistas, paternalistas a se tornar mais dinâmica, flexível e focada nos resultados.
e patrimonialistas ainda se sobressaem. Partindo do pressu-
No entanto, para que isso aconteça, observa-se a necessi-
posto da metáfora do camaleão (SADLER, 2000) e de que o
dade de desenvolver uma cultura empreendedora na orga-
empreendedor é formado pelas características do ambiente
nização pública.
na qual está inserido, o empreendedorismo na administra-
ção pública brasileira pode catalisar a busca por interesses Apesar das propostas inovadoras do empreendedoris-
próprios, mal uso de fundos e fortalecimento de elites clas- mo público é preciso também se atentar às limitações de
sistas nos governos. tal noção aplicada ao setor público brasileiro. A literatura
Assim, ao invés de trazer maior dinamismo, o empreen- supracitada indica que o EP é tratado como uma prática
dedorismo público no Brasil pode acarretar um aumento cerimonialista ou simbólica que trabalha a imagem de no-
do insulamento da administração pública. Essa prática pode vidade (inovação) do governante e do seu governo. Neste
ser evidenciada no trabalho de Valadares e Emmendoerfer sentido, pode-se tornar um risco para as Políticas de Esta-
(2011), o qual ressalta que o empreendedorismo público do, pois, os governos podem buscar benefícios para legi-
em uma Unidade Federativa Brasileira pode estar correla- timar o seu governo. Desta forma, o empreendedorismo
cionado com a formação de uma elite classista que detém pode ser mais uma ferramenta promocional do discurso
o controle do Estado no intuito de manter o governo de político. Deve-se ressaltar que este ensaio buscou suscitar
situação. reflexões teóricas sobre o potencial e alcance da aplicação
Neste sentido, a prática de insulamento burocrático li- do empreendedorismo público no Brasil.
mita a gestão das organizações em base tecnicista, ao ter de Assim, cabem às pesquisas futuras testar, empiricamen-
forma concentrada e fechada, a tomada de decisão junta- te, a aplicabilidade deste construto na realidade brasileira.12
mente com a formulação e implementação da política pú-
blica. Isto contribui para gestor público abandonar qualquer
tentativa de estabelecer accountability ou responsiveness
pelos seus atos (XAVIER, 2006). Dessa forma, o insulamento
CONVERGÊNCIAS E DIFERENÇAS ENTRE A
burocrático torna a administração pública imune ao con-
trole da sociedade e do sistema político, podendo compro- GESTÃO PÚBLICA E A GESTÃO PRIVADA.
meter a sustentabilidade da democracia. Diniz (2003) indica
que o alcance da estabilidade da democracia requer superar
o déficit da inclusão social no qual objetiva reverter altos
graus de concentração de renda e de desigualdade, o défi- A Constituição Federal de 1988 (CF) instituiu, em opo-
cit de capacidade de produzir resultados socialmente dese- sição aos regimes então vigentes, um novo paradigma de
jados, de modo a reverter o padrão patrimonialista de ação Estado, o Estado Democrático de Direito, marcado crucial-
estatal e o déficit de accountability, que reduz os graus de mente pela importância de um amplo rol de direitos (de
discricionariedade das autoridades governamentais. primeira, segunda e terceira gerações) e pelo destaque que
Dessa forma, é preciso compreender que o setor pú- confere à participação popular na tomada de decisões polí-
blico é caracterizado pelos princípios burocráticos, os quais ticas, na definição de políticas públicas e na conferência de
garantem a legitimidade de suas atividades, e nesse setor, a legitimidade ao governante.
democracia representativa ainda precisa do ethos burocráti- Porém, como já adiantado, até se chegar a esse mode-
co. É preciso tomar cuidado com as expectativas exageradas lo, houve outros paradigmas ou modelos de Estado.
por parte do empreendedor público, para que não o torne a
Com efeito, em primeiro lugar, a doutrina administrati-
solução para todos os problemas.
vista entende que se insere o Estado Liberal, marcado pela
Este estudo sugere que o desenvolvimento de em-
valorização dos direitos individuais, mormente de liber-
preendedores no setor público possui conotação dupla. De
um lado, com sua visão de futuro, autonomia e tomada de dade, igualdade (apenas formal) e de propriedade e pela
risco contribui para construir novas maneiras para maximi- contenção do governante, submetido ao Estado de Direito,
zar a produtividade e a efetividade organizacionais. Por ou- em contraposição à monarquia absolutista então reinante.
tro lado, representa riscos para a manutenção da democra-
cia no setor público, no qual suas ações podem visar a inte-
resses próprios. Nesse sentido, entende-se que o potencial 12 Fonte: www.anpad.org.br - Por Josiel Lopes Vala-
e alcance da aplicação da noção de empreendedorismo no dares, Magnus Luiz Emmendoerfer, Renner Coelho Messias
setor público brasileiro estão diretamente correlacionados Alves,
com a compreensão da capacidade e da limitação desse Mateus Cerqueira Anício Morais
agente para a administração pública.

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Sucessor desse tipo estatal foi o paradigma do Estado nal n.º 08, de 15 de agosto de 1995, deu-se a modificação
Social, no qual mereceu predominância a tutela de mais do artigo 21, inciso XI, da CF , particularmente no ramo das
direitos, agora de cunho social (direitos sociais) e com uma telecomunicações, que passou a atribuir à União, além da
característica de igualdade mais material, e pela edição de competência para explorar serviços públicos, diretamente
um rol considerável de normas protetivas da saúde, empre- ou mediante outorga, a criação de órgão regulador, o que
go e aposentadoria do trabalhador, com um Estado inter- significou a quebra da exclusividade de concessão tais ser-
vencionista e protecionista na economia e no setor social. viços a empresas sob o controle acionário do Estado.
Tratou-se de um modelo marcado pela burocracia, pela Além disso, nesse último e atual paradigma, primou-se
lentidão e por um inchaço de atribuições, do que resultou, por uma releitura da relação entre os setores público e pri-
porém, altos gastos públicos, corrupção e pouca eficiência vado. A diferenciação, antes bem delineada, tornou-se di-
gestora. fusa e, por vezes, confusa. A propósito, a própria distinção
Nada obstante, é crucial enfatizar que a existência dos no Direito entre Direito Público e Direito Privado vem sen-
ditos paradigmas não implicou simplesmente uma drásti- do hodiernamente desfeita, haja vista a proximidade contí-
ca ruptura com o modelo então vigente. Adotar-se uma nua entre as áreas jurídicas, todas plasmadas pelo conteú-
premissa purista desse tipo há o sério risco de incorrer em do do texto constitucional, já que não basta que o Estado e
diversas incongruências e equívocos, agravadas pelo con- seus cidadãos observem a lei, mas também e, muitas vezes,
texto histórico e social que acompanham todos modelos primordialmente a CF.
estatais. Isso quer dizer que, mesmo com essa “geração de Outro ponto interessante é que o Estado começou a
paradigmas”, embora tenha havido certa sucessão, o novo atuar em parceria com o setor privado em atividades que
modelo não abandonou totalmente os critérios e objetivos correspondem aos chamados espaços públicos não esta-
antes tutelados ou previstos em sede legal ou constitucio- tais, ou seja, serviços públicos entendidos como competiti-
nal. vos ou atividades não exclusivamente estatais, como saúde,
Essa situação se verifica, inclusive, na Lei Maior Brasi- educação, cultura, etc. É o chamado Terceiro Setor, exercido
leira, na qual convivem direitos de gerações diversas (in- por meio de Organizações Sociais e Organizações da So-
dividuais, sociais e coletivos ou transindividuais), proteção ciedade Civil, instituídas, respectivamente, pelas Leis n.ºs
ainda forte da Seguridade Social (a qual se triparte em 9.637, de 15 de maio de 1998, e 9.790, de 23 de março de
Previdência Social, Assistência Social e Saúde) e, mais, até 1999, que celebram com o Estado o polêmico contrato de
pela previsão de alguns aparatos e métodos tipicamente gestão, pois é objeto de fiscalização atenuada pelo ente
burocráticos, como a organização do serviço público e a estatal, no processo conhecido como publicização.
previsão de concurso de provas e títulos para o provimento Sobremais, consoante brevemente exposto, no Esta-
de cargos públicos. do Democrático, o Estado passa a assegurar ao seu povo
De volta ao início desse item, como substituto do Es- maior oportunidade de participação da vida política e de
tado Social adveio o modelo do Estado Democrático de controle no governo, o que se dá de formas multifaceta-
Direito, que começou a se desenvolver no exterior nas dé- das, como através da opinião pública, da participação de
cadas de 70 e 80 do século passado, em cenário caracteri- audiências públicas sobre temas relevantes em debate nas
zado, em breve síntese, pelas crises do padrão ouro do dó- Cortes Supremas e no amplo acesso ao Poder Judiciário,
lar e do petróleo, quando o Estado deixou de adotar uma preconizado pela Carta Magna, e na disponibilização de
postura tão ativa e intervencionista. informações sobre as atividades da Administração, que ga-
No cenário interno, tem-se que, voltado aos ideais de nhou proteção legal há poucos anos.13
eficiência, gerência administrativa e prevalência dos fins A administração pública brasileira vive momentos de
aos meios, próprios da reforma administrativa que, no Bra- redescobrimento da sua função administrativa. Geralmen-
sil, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique te pautada por aspectos que indicam ainda uma eminente
Cardoso (1995-2002) o Estado acabou por se desfazer de força do movimento burocrático Weberiano e de suas dis-
diversas indústrias de sua propriedade, ao privatizá-las, funções latentes, a gestão publica, passa, por um período
mas as submeter ao controle do Estado, através de poderes que quebra de paradigmas.
de polícia e disciplinar, por meio da criação de Agências Re- Expressões antes vistas apenas na administração de
guladoras. Assim se deu nos ramos ferroviário, rodoviário, empresas ganham cada vez mais destaque na gestão pú-
de exploração de energia elétrica, dos serviços de teleco- blica. Planejamento estratégico, gestão orientada por re-
municações, entre outros. sultados, indicadores de satisfação e qualidade, gestão
Em consequência, foram promulgadas várias normas participativa, integração de informações gerenciais pelo
infraconstitucionais sobre o tema, como o Programa Na- uso da TI, análise de ambiente, elaboração de projetos e
cional de Desestatização, criado pela Lei n.° 8.031, de 12 de parcerias, para citar apenas alguns aspectos de uma lista
abril de 1990 e posteriormente alterado pela Lei n.º 9.491, extensa, estão fazendo parte da ação do Estado. Para se ter
de 09 de setembro de 1997, e o Programa Nacional de Des- uma ideia da dimensão que essa mudança de paradigma
burocratização (Decreto n.° 83.740, de 18 de julho de 1979). está fazendo na administração pública, nos dias atuais, a
Todavia, tal reforma veio a materializar-se constitucio- fiscalização dos recursos direcionados para todos os mu-
nalmente por intermédio da Emenda Constitucional n.° 19, nicípios ou estados da federação são acompanhados em
de 04 de junho de 1998, que traduzia a forte orientação tempo real, via internet.
neoliberal do então Presidente Fernando Henrique Cardo- 13 Fonte: www.jus.com.br – Por Graziele Mariete Buza-
so. Antes, por meio da aprovação da Emenda Constitucio- nello

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

A dinâmica que envolvia as antigas organizações bu- Este trabalho apresenta, também, um breve histórico
rocráticas, lentas e introspectivas, perde cada vez mais da administração pública brasileira entre o período de 1930
espaço para as administrações modernas, capazes de ge- a 1995, período este que compreende o nascimento da Re-
rar informações e de articular rapidamente sua estrutura pública Nova, com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder,
para atender às demandas do seu público-alvo. Trata-se promovendo a primeira reforma administrativa na adminis-
de uma redescoberta da função gestora da administração tração pública brasileira, até o nascimento da Nova República,
pública, denominada pela teoria como administração ge- que nasce com o fim do período militar, iniciado em 1964.
rencial, que passa a agir segundo os conceitos funcionais Dentro do contexto histórico mundial e nacional, este ensaio
buscou, ainda, apresentar os modelos e tendências atuais, em
da administração de empresas.
particular, as correntes da Nova Gestão Pública, de um lado,
Por outro lado, essa redescoberta se restringe à forma
patrocinada pelo neoliberalismo, inspirado nos governos da
da administração e não ao seu objeto. Por isso podemos
Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, que preconizam a ado-
afirmar que isso não tira o caráter público da coisa pública. ção de práticas e ferramentas oriundas da iniciativa privada
Enquanto administração de empresas trabalha para aten- no âmbito da administração pública, entendendo o cidadão
der os princípios de mercado e de lucro, a gestão pública como cliente, e por outro lado, o Novo Serviço Público, que se
se envolve com os interesses públicos. baseia na participação do cidadão como cogestor do serviço
Reconhecemos também que, como toda mudança de público. Apesar de todas as mudanças ocorridas, a situação
paradigma, ela se dá de forma gradual e com a presen- da administração pública no Brasil pouco se alterou e um dos
ça da resistência por parte de alguns gestores públicos, motivos é a adoção de modelos importados, inadequados
que veem a administração como se ainda estivessem em para resolver os problemas da administração no País.
tempos passados, que esperam que as correspondências Chamou a atenção para a importância em se incluir a
cheguem pelo correio, à tempo e em tempo do desenvol- sociedade civil nos movimentos de mudanças, considerando
vimento. Ora, o desenvolvimento é dinâmico e requer uma que a transformação da administração pública deve ser ini-
administração dinâmica. ciada pelos indivíduos que compõem o subsistema dos lide-
Compreender essa nova dinâmica é um passo relevan- rados. Destacou-se as contribuições de cada movimento de
te para a modernização da gestão pública frente aos novos reforma (burocrática e gerencial) e a contribuição dada pela
paradigmas. Isso requer, necessariamente, a articulação de filosofia do Novo Serviço Público ao introduzir, de vez e de
fato, a sociedade civil como agente no processo de cogestão
esforços para expandir os horizontes conceituais dos ges-
do serviço público, entendendo que desta forma, é possível
tores e da máquina administrativa e, dessa forma, comba-
que o governo seja exercido de forma realmente democrática.
ter as forças burocráticas internas que ainda emperram o
processo de mudança.14

As reformas administrativas podem ser compreendi- EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS PÚBLICOS.


das como um processo de adaptação da máquina públi- GESTÃO DA QUALIDADE.
ca ao ambiente em que se insere e se apresentam como
tentativas adotadas pelo Estado para que o mesmo pos-
sa evoluir de modo a eliminar práticas cujas aplicações se Pode-se definir a gestão da qualidade como qualquer ati-
apresentam esgotadas. Este ensaio teórico, por sua vez, vidade coordenada de direção e controle dos processos, que
busca contextualizar o cenário das reformas administrati- possui como principal objetivo a melhoria de produtos e ser-
vas, sem ter a pretensão de exaurir os pontos específicos viços, visando ainda garantir a satisfação total dos clientes. A
destas e suas tendências, mas a de levantar indagações e primeira abordagem da qualidade surgiu durante a Segunda
reflexões sobre o tema. Para tanto, efetuou-se um levan- Guerra Mundial e tinha como única finalidade a correção de
tamento bibliográfico apresentando a base do sistema de erros nos produtos bélicos dos exércitos. Com a expansão da
ação cultural brasileiro, seus subsistemas, traços marcan- indústria no início do século XX, surgiu o controle da qualida-
tes e a forma como estes se manifestam e influenciam o de, que visava a uniformidade dos processos, sem haver uma
preocupação explícita com a qualidade em si, mas sim com a
cotidiano.
atividade da empresa em geral.
Considera-se que os modelos de reformas de vem re-
Após o término da Segunda Guerra, ocorreram novos
conhecer a realidade do país em que o mesmo será ado-
avanços nos estudos da qualidade (muito devido ao sucesso
tado, avaliando seus elementos culturais e reconhecendo, da produção em massa de Ford). Com isso, foi desenvolvido
desta forma, possíveis limitações que o modelo possa o conceito do controle estatístico da qualidade, o que poste-
apresentar. À medida que tais limitações são reconhecidas, riormente abriria as portas para pesquisas mais aprofundadas
novas propostas se apresentam como alternativas capa- sobre o assunto. Já dentro do contexto mundial, a qualidade é
zes de melhorar o funcionamento do Estado, visto como visualizada como uma forma de gerenciamento que tem por
um sistema que necessita, continuamente, ser reajustado finalidade melhorar de modo contínuo (Kaizen) o desempe-
e adaptado a uma realidade de um ambiente dinâmico de nho organizacional. De acordo com os estudos sobre gestão
mudanças permanentes. da qualidade, existem seis elementos nos quais a mesma se
14 Fonte: www.administradores.com – Por Jadson An- baseia, sendo eles: excelência, valor, especificações, conformi-
derson dade, regularidade e adequação ao uso.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Elementos da Gestão da Qualidade A gestão de qualidade é uma estratégia empresarial,


> Excelência: Significa fazer o melhor que se consegue bastante difundida, que visa associar qualidade a todas as
fazer. A excelência é considerada um valor por muitas or- etapas e processos de uma empresa ou organização. A ges-
ganizações, sendo também um objetivo a ser seguido. Em tão de qualidade não só apenas afeta a gestão da empresa,
termos simples, quando falamos de gestão da qualidade, mas também os fornecedores e todos aqueles que trabalha-
utilizamos a palavra como sinônimo de um desempenho rem junto à empresa.
de alto nível, ou seja, trata-se basicamente do «fazer bem O conceito da gestão de qualidade vem do toyotismo,
feito», que é o ideal da própria excelência (boas práticas que é um modo de produção japonês, do qual a Toyota foi
que conduzem à inovação e melhoram o resultado). a precursora. O toyotismo foi a solução encontrada para a
produção no Japão pós segunda guerra. A situação que eles
> Regularidade: Significa a redução da variação que tinham era bem diferente da americana, por isso o fordismo
ocorre em qualquer processo de trabalho, seja fabricar um não pode ser usado no Japão. O método japonês era um
sistema flexível. A mão de obra não era extremamente seg-
produto ou prestar um serviço. Qualidade, em seu concei-
mentada como a de Henry Ford, e era multifuncional, dan-
to, também é sinônimo de regularidade e confiabilidade.
do flexibilidade para a produção japonesa da época que era
Dessa maneira, quanto menor for a variação de um produ-
pequena, e tinha recursos escassos. O modelo de Toytota
to (suas características ou desconformidades), mais quali-
valorizava a capacitação dos profissionais e a eficiência. Esta
dade ele conseguirá ter e vice-versa. Trata-se de um dos é a sua semelhança com a gestão de qualidade.
principais pontos na gestão da qualidade. A gestão de qualidade objetiva aumentar a satisfação
dos clientes com o produto, ter uma melhor eficiência de
> Valor: O valor é a apreciação feita pelo indivíduo da produção, reduzir os custos, formar um sistema que facilite
importância de um bem, tendo como base sua utilidade, buscar novos mercados e novas parcerias com outras em-
aspecto e características. Num primeiro momento, signifi- presas.
ca produto de luxo ou de alto desempenho. Quanto mais A implementação da gestão de qualidade
alta a qualidade do produto, consequentemente mais alto Muitos empresários se inibem na hora de implantar a
será o seu preço, uma vez que, mais qualidade implica em gestão de qualidade em suas empresas, estas sendo nor-
custos maiores.  malmente de pequeno e médio porte. Isso acontece por que
muita gente pensa que são necessários processos caros e
> Conformidade: É a contrapartida da qualidade pla- trabalhosos para implantar a gestão de qualidade. Mas isto
nejada, ou seja, é a qualidade real que o produto oferece não é verdade.
(àquela que o cliente recebe). Dependendo da taxa de su- Claro que em grandes empresas o processo acaba sen-
cesso do planejamento, ela pode ser próxima ou distante do feita de maneira mais complexa e com investimentos
da qualidade planejada. Se ao final houver baixa conformi- maiores. Mas a gestão de qualidade pode ser levada para
dade, significa também que o produto é de baixa qualida- dentro das empresas sem grandes gastos. A gestão de qua-
de, pois um produto ou serviço bem feito é aquele que está lidade é uma série de conceitos que precisam ser absorvidos
dentro das especificações que foram planejadas. por cada um dos profissionais que trabalham dentro da em-
presa. E para isto não são gastos financeiros que precisamos,
> Especificações: O elemento de especificação se re- e sim liderança e motivação para fazer com que todos mu-
fere à descrição da produto, ou de sua determinação cir- dem a sua maneira de pensar para a empresa como um todo
cunstancial. São as características do produto. As especifi- poder melhorar.
cações descrevem o produto ou serviço em termos de sua
Princípios da gestão de qualidade
utilidade, desempenho e atributos. Com isso, nós temos a
A gestão de qualidade total, como às vezes é chamada,
“qualidade planejada’’ que estabelece como o produto ou
tem alguns princípios básicos, listados abaixo:
serviço devem ser. 
• Qualidade é algo que pode e deve ser gerenciada;
• Problemas devem ser prevenidos, não remediados;
> Adequação ao uso: A adequação dependerá da • Processos e não pessoas são os frutos dos proble-
perspectiva do cliente. Essa perspectiva abrange dois as- mas;
pectos distintos: a qualidade de projeto e a ausência de • Todo mundo tem um fornecedor e um cliente;
deficiências. O primeiro compreende as  características do • Cada empregado da empresa é responsável por
produto que atendem às necessidades do cliente. Quanto manter a qualidade;
mais o produto atender à sua finalidade, maior será a quali- • A qualidade precisa ser medida;
dade do projeto. A ausência de deficiências compreende as • A melhora da qualidade precisa ser contínua;
falhas no cumprimento das especificações, ou seja, quanto • Objetivos são baseados em necessidades, não são
menor o número de falhas, mais alta será a qualidade do negociados;
produto ou serviço. • O padrão de qualidade é livre de defeitos;
• Planejar e organizar para melhorar a qualidade;
• O gerenciamento deve liderar e estar envolvido dia-
riamente no processo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

A gestão de qualidade é uma filosofia empresarial. Benefícios mútuos nas relações com fornecedores: a or-
Uma empresa que trabalha efetivamente com ela tem as ganização deve buscar o relacionamento de benefício mú-
suas fundações baseadas na busca pelo melhor a cada dia tuo com seus fornecedores através do desenvolvimento de
que passa. Uma placa dourada, pendurada na parede, com alianças estratégicas, parcerias e respeito mútuo, pois o tra-
os princípios da empresa em baixo relevo é bonito, mas se balho em conjunto de ambos facilitará a criação de valor.16
cada um dentro da organização não acreditar e viver aqui-
lo, de nada adianta.15 ADMINISTRAÇÃO DA QUALIDADE
A gestão da qualidade pode ser definida como sen- Todas as pessoas convivem sob a sombra da palavra
do qualquer atividade coordenada para dirigir e controlar qualidade. Não é para menos, a qualidade tornou-se ali-
uma organização no sentido de possibilitar a melhoria de cerce fundamental para as organizações, onde ganhou des-
produtos/serviços com vistas a garantir a completa satis- taque à cerca de 30 anos. Porém, a sua abordagem é bem
fação das necessidades dos clientes relacionadas ao que mais antiga, vindo de filósofos gregos e chineses.
está sendo oferecido, ou ainda, a superação de suas ex- A primeira abordagem de qualidade dentro das orga-
pectativas. nizações visava a uniformidade dos processos e não havia
Desta forma, a gestão da qualidade não precisa, ne- uma preocupação explícita com a qualidade. A produção
cessariamente, implicar na adoção de alguma certificação em massa abriu as portas para a pesquisa da qualidade.
embora este seja o meio mais comum e o mais difundido, Como qualidade era sinônimo de uniformidade e o
porém, sempre envolve a observância de alguns conceitos controle de todas as peças produzido era muito demorado,
básicos, ou princípios de gestão da qualidade, que podem surgiu o controle estatístico da qualidade.
e devem ser observados por qualquer organização. A sa-
ber: COMO DEFINIR QUALIDADE?
Focalização no cliente: qualquer organização tem Não há uma definição universal para qualidade, mas
como motivo de sua existência a satisfação de determina- podemos abordá-la segundo alguns pontos de vista.
da necessidade de seu cliente, seja com o oferecimento de
um produto ou serviço. Portanto, o foco no cliente é um EXCELÊNCIA
princípio fundamental da gestão da qualidade que deve Nesta definição, elaborada pelos pensadores gregos.
sempre buscar o atendimento pleno das necessidades do Excelência é o que diferencia as coisas superiores das infe-
cliente sejam elas atuais ou futuras e mesmo a superação riores. Refere-se ao mais alto nível possível sob um aspecto.
das expectativas deste; Esta linha é exemplificada por frases como:
Liderança: cabe aos líderes em uma organização criar 1. Qualidade significa a aplicação dos melhores talentos
e manter um ambiente propício para que os envolvidos no e recursos para produzir os resultados mais elevados;
processo desempenhem suas atividades de forma adequa- 2. Ou se faz bem feito ou mal feito.
da e que se sintam motivadas e comprometidas a atingir os A ideia é obter a qualidade máxima desde o primeiro
objetivos da organização; momento.
Envolvimento das pessoas: toda organização é forma-
da por pessoas que, em conjunto, constituem a essência da VALOR
organização. Portanto, a gestão da qualidade deve com- Esta definição está bastante ligada ao status que o pro-
preender o envolvimento de todos, o que possibilitará o duto ou serviço proporciona para o comprador. Ela surgiu
uso de sãs habilidades para o benefício da organização; na ascensão da produção massificada de bens de consumo
Abordagem por processos: a abordagem por proces- que tinham baixo preço. Ela faz a diferenciação de produtos
sos permite uma visão sistêmica do funcionamento da em- que podem ser adquiridos a baixos preços e pela grande
presa como um todo, possibilitando o alcance mais eficien- maioria da população de produtos que são adquiridos so-
te dos resultados desejados; mente por pouquíssimas pessoas a custos muito altos. Esta
Abordagem sistêmica: a abordagem sistêmica na ges- definição segue uma frase de Freud: “Se quiser qualidade,
tão da qualidade permite que os processos inter-relacio- pague por ela”.
nados sejam identificados, entendidos e gerenciados de
forma a melhorar o desempenho da organização como um ESPECIFICAÇÕES
todo; Do ponto de vista dos profissionais da área de exatas,
Melhoria contínua: para que a organização consiga qualidade está relacionada com as especificações técnicas
manter a qualidade de seus produtos atendendo suas ne- de um produto ou serviço. Se o produto ou serviço está de
cessidades atuais e futuras e encantando-o (excedendo acordo com as suas especificações técnicas, ele tem quali-
suas expectativas), é necessário que ela tenha seu foco vol- dade.
tado sempre para a melhoria contínua do seu processo e Este conceito está relacionado com a qualidade plane-
produto/serviço; jada para o produto ou serviço.
Abordagem factual para a tomada de decisão: todas Conformidade com Especificações
as decisões dentro de um sistema de gestão de qualidade A qualidade planejada é apenas um ponto, é preciso
devem se tomadas com base em fatos, dados concretos e verificar se as especificações foram bem definidas e alcan-
análise de informações, o que implica na implementação e çadas. Ou seja, é preciso analisar a qualidade recebida pelo
manutenção de um sistema eficiente de monitoramento; cliente.
15 Fonte: adm.esobre.com 16 Fonte: www.infoescola.com

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

REGULARIDADE
Qualidade também significa a uniformidade sugerida por Taylor e Ford. A uniformidade sugere confiabilidade do pro-
duto ou serviço.

ADEQUAÇÃO AO USO
Como não poderia deixar de haver, existe uma definição exclusiva para o cliente. Neste contexto, há dois significados:

Qualidade do Projeto – este conceito compreende as características do produto que atendem as necessidades dos
clientes. Quanto mais o produto atender a esta finalidade, maior será a sua qualidade. Em outras palavras significa:
_ Clientes satisfeitos com o produto;
_ Produtos e serviços mais competitivos;
_ Melhor desempenho da empresa.

Ausência de Deficiências – esta parte compreende as falhas de cumprimento das especificações. Essas falhas de um
modo ou de outro podem ser evitadas pela organização. Quanto menor o número de falhas, maior a qualidade. Isto se
reflete em:
_ Maior eficiência dos recursos produtivos;
_ Maior satisfação do cliente com o desempenho dos produtos e serviços;
_ Custos menores de inspeção e controle.
_ Tempo menor de colocação e consolidação de produtos no mercado.

CUSTOS DA QUALIDADE
De forma geral, Freud não está errado quando diz: “Se quer qualidade, pague por ela”. A qualidade tem custos, e requer
investimentos por parte da organização. Estes custos são repassados para o preço final do serviço ou produto. Existem,
basicamente, duas categorias de custos da qualidade que estão descritas na Tabela 5.1.

Tabela 5-1 - Categoria de Custos da Qualidade

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

CUSTOS DA NÃO-QUALIDADE
A falta de qualidade do produto, ou seja, a inadequação do produto ou serviço para os clientes gera custos para a
organização que também são agrupados em duas categorias, conforme a Tabela 5.2.

Tabela 5-2 - Custos da não Qualidade

O CLIENTE EM PRIMEIRO LUGAR


Dentro dos conceitos modernos de administração, a qualidade é definida com base nas necessidades e no interesse
do cliente. A ausência de deficiências permite oferecer produtos que satisfaçam os clientes e evitar os indesejáveis custos
da não qualidade.
Para transformar desejos, interesses e necessidades do cliente em especificações é aplicada uma técnica chamada
Quality Function Deployment (QFD).
Ela consiste de quatro etapas:
1. Os atributos que o produto deve ter, segundo o cliente, são transformados em características e especificações téc-
nicas;
2. As especificações técnicas são transformadas em características ou especificações de componentes ou matérias
primas;
3. As especificações técnicas dos componentes são transformadas em características ou especificações do processo
produtivo;
4. As informações de especificação do processo produtivo são aplicadas na montagem de um sistema de produção.
Dentro da visão moderna, o cliente é o ponto de partida para a definição de qualidade. Ao contrário dos enfoques da
Administração Científica, o cliente é o elemento chave.

• Eras da História da Qualidade


A história da qualidade do ponto de vista administrativo pode ser dividido em quatro eras.

• Era da Inspeção
A ênfase está em separar os bons produtos dos defeituosos por meio da observação direta. Esta abordagem vem des-
de os primórdios da Revolução Industrial, onde o próprio artesão fazia a inspeção da sua produção que tinha que estar de
acordo com as especificações técnicas que ele mesmo estipulou. No início do século XX, as empresas começaram a ver os
supervisores de produção como agentes da qualidade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

• Era do Controle Estatístico 4. Engenharia de Processo – escolhe máquinas, ferra-


Com a ascensão da produção massificada, a inspeção mentas e métodos de produção;
tornou-se impraticável. Este novo ambiente era mais propí- 5. Produção – a supervisão e os operadores têm uma
cio a outras técnicas de controle de qualidade. Uma delas responsabilidade importante pela qualidade durante a fa-
era o controle estatístico. Ele se baseia na amostragem, ou bricação;
seja, são tomadas algumas amostras da produção ao invés 6. Inspeção e testes – verificam a conformidade do
de todos os produtos. produto com as especificações;
Sua primeira aplicação veio com Walter A. Shewhart 7. Expedição – responsável pela embalagem e trans-
que definiu a carta de controle, que desenvolveu técnicas porte;
de amostragem. 8. Instalação e assistência técnica.
Até a Segunda Grande Guerra o seu modelo não era Com esta nova visão a qualidade deixa de ser atributo
muito utilizado, entretanto, as forças armadas precisavam do produto ou serviço. Deixa de ser responsabilidade de
de grandes quantidades de insumos com altíssima qualida- apenas um departamento, mas de todos os componentes
de. As forças armadas influenciaram muito, pois adotaram da organização. A qualidade exige visão sistêmica, para
técnicas refinadas de amostragem. integrar as ações das pessoas, máquinas informações e to-
Após a guerra, a estatística ganhou força dentro das dos os recursos envolvidos na administração da qualidade.
organizações como forma de controlar e obter a qualidade. A qualidade de administração começa na administra-
Nesta mesma época, veio a tona a ideia do departamento ção superior, de onde vem toda a coordenação do sistema
de qualidade dentro das organizações, pois até então era de qualidade. Nesse novo contexto, o departamento de
considerado um trabalho geral, porém ocorria o seguinte: qualidade deve ter poderes para garantir a qualidade dos
A qualidade era um trabalho de todos, mas acaba- produtos e serviços com o custo aceitável. A qualidade to-
va sendo de ninguém. tal envolve os clientes e os interesses das empresas.
O departamento de qualidade deveria ocupar-se, se-
gundo o seu fundador Armand V. Feigenbaum, com: A ESCOLA JAPONESA DA QUALIDADE TOTAL
_ Estabelecer padrões: definir os padrões de custo e
O Japão é um país sem recursos naturais, conseqüen-
desempenho do produto;
temente a sua sobrevivência viria das exportações. Dian-
_ Avaliar o desempenho: comparar o desempenho dos
te dessa realidade, a qualidade tornou-se uma verdadei-
produtos com os padrões.
ra obsessão. Foram iniciadas pesquisas e visitas a países
_ Agir quando necessário: tomar providências correti-
onde a qualidade do processo industrial era mais apurada.
vas quando os padrões forem violados;
• Deming
_ Planejar aprimoramentos.
Em 1947 a JUSE (Associação Japonesa de Cientistas e
Engenheiros) se tornou o centro das atividades de qua-
• Qualidade Total
lidade do país. Esta entidade convidou Willaim Edwards
Prosseguindo as suas pesquisas, Feigenbaum apresen-
tou uma evolução de suas propostas, chamado Controle da Deming para visitar o país e ministrar alguns cursos de es-
Qualidade Total (TQC – Total Quality Control). O seu foco tatística.
continua no cliente, ou seja, a pedra fundamental para a Ele percebeu que a alta administração não se empe-
definição de qualidade é o ponto de vista dos clientes. nhava de forma minimamente adequada com a qualida-
“A qualidade quem estabelece é o cliente e não os enge- de. Ele presumiu que em pouco tempo, a qualidade iria
nheiros, nem o pessoal de marketing ou a alta administra- se restringir a separa os produtos com defeitos dos sem
ção. A qualidade de um produto ou serviço pode ser definida defeitos.
como o conjunto total das características de marketing, en- Com o apoio da JUSE, Deming conseguiu chegar à Alta
genharia, fabricação e manutenção do produto ou serviço administração, onde dirigiu todos os seus esforços para
que satisfazem às expectativas do cliente”. sensibilizá-la da necessidade da consciência na qualidade.
Consequentemente, a qualidade não é somente a con- Ele dizia que a qualidade era o caminho natural para a
formidade com as especificações, como era pregado na prosperidade através do aumento de produtividade, redu-
inspeção. A qualidade vem desde a concepção do produto ção de custos, conquista de mercados e da expansão do
ou serviço a partir dos desejos dos clientes. Depois des- emprego. Para ele havia quatorze pontos a serem traba-
sa análise viriam outras características como, por exemplo, lhados:
confiabilidade e a manutenabilidade.
Feigembaum enumerou oito estágios da qualidade no
ciclo industrial:
1. Marketing – avalia no nível de qualidade desejado
pelo cliente e o custo que ele está disposto a pagar;
2. Engenharia – transforma as expectativas e os desejos
do cliente em especificações;
3. Suprimentos – escolhe, compra e retém fornecedo-
res de peças e materiais;

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Tabela 5-3 - Princípios de Deming

Pontos de Deming

Estabelecer a constância do propósito de melhorar o produto e o serviço, com a finalidade de tornar


a empresa competitiva, permanente no mercado e criar novos empregos;
Adotar a nova filosofia. Numa nova era econômica, a administração deve despertar para o desafio,
assumir as responsabilidades e assumir a liderança da mudança;
Acabar coma dependência da inspeção em massa. Elimina-se a necessidade da inspeção em massa
construindo a qualidade junto com o produto desde o começo;
Cessar a prática da compra baseada exclusivamente no preço. Deve-se avaliar a relação custo/
benefício;
Melhorar constantemente o sistema de produção e serviços;
Instituir o treinamento de serviço;
Instituir a liderança;
Afastar o medo para que todos possam trabalhar de forma eficaz;
Eliminar as barreiras entre as organizações para prever erros e tratá-los;
Cuidado com slogans que estimulam a competição interna e prejudicial dentro da organização;
Eliminar as cotas numéricas do chão da fábrica;
Remover as barreiras que impedem o operário de sentir orgulho de suas funções;
Instituir um sólido programa de treinamento e educação;
Agir para concretizar a mudança.

Era preciso conhecer as necessidades dos clientes. Ele montou três alicerces para a prosperidade com a qualidade:
_ Predominância do Cliente;
_ Importância da mentalidade preventiva;
_ Necessidade de envolvimento da alta administração.

• Juran
Com Joseph M. Juran, a JUSE conscientizou que o controle de qualidade não se resumia a inspeção, mas a todas as
áreas funcionais e todas as operações das organizações. Ele criou o curso de controle de qualidade do gerente médio.

• Ishikawa e a Qualidade Total


Os japoneses criaram a própria filosofia de qualidade total. Diferente de Feigerbaum que pregava a participação de
todos, mas com a centralização em um departamento altamente especializado. A cultura da indústria japonesa prega a
qualidade a todos os setores sem a necessidade de um departamento que centraliza as atividades. Os treinamentos são
direcionados a todos os membros da organização.

MATURIDADE DA ERA DA QUALIDADE TOTAL


• Garantia Da Qualidade E Auditoria Do Sistema
No ambiente da qualidade total, a qualidade não é preocupação somente com os serviços ou produtos. Muito menos
é responsabilidade exclusiva de um grupo. Para a filosofia da qualidade total, todos os membros e setores da organização
são responsáveis pela qualidade, sendo tratada de forma sistêmica.
As organizações passaram a exigir de seus fornecedores que eles entregassem as matérias-primas com alta qualidade.
Elas passaram a fazer auditoria no sistema de qualidade de seus fornecedores. Dessa maneira, forma-se um ciclo de con-
trole de qualidade, e o sistema torna-se bastante completo.

NORMAS ISO 9000


A International Organization for Standartization (ISO) é uma organização privada que publicou normas para avaliação
de um Sistema de Qualidade, chamada Série 9000. Existem mais de 11.000 padrões introduzidos pela ISO. Um ponto im-
portante a ser considerado é que a ISO não faz auditorias para verificar se seguem as suas recomendações. A adesão às
suas recomendações é voluntária.
Entretanto, devido a sua grande aceitação ela tornou-se referência em auditorias de sistemas de qualidade, surgindo
empresas especializadas nesse tipo de auditoria, mas é importante ter conhecimento que não há uma certificação ISO.
A Tabela 5.4 ilustra alguns exemplos de categorias ISO e a Tabela 5.5 os elementos das normas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Tabela 5-4 - Exemplos das categorias ISO 9000

ISO 9000:2000 – Sistema de Administração da Qualidade


Fornece um ponto de partida para a compreensão dos
Fundamentos e vocabulários padrões e define os termos e conceitos fundamentais usados
na família ISO 9000.

Padrão de Requisitos usados para avaliar a capacidade de


atender requisitos estabelecidos pelo cliente e pela legislação.
Requisitos
Ele é amplamente usado para certificação de empresas.

É um conjunto de diretrizes para o aprimoramento contínuo


de
seu sistema de administração da qualidade, de forma a
Diretrizes para Aprimoramento do Desempenho
atender
a todas as partes interessadas por meio da satisfação
permanente do consumidor.

Diretrizes sobre a Auditoria de Sistemas de Diretrizes para conferir a capacidade do Sistema alcançar os
Administração da qualidade no Ambiente objetivos da qualidade.

PRÊMIOS DE QUALIDADE
A sociedade mundial criou uma série de prêmios para as organizações que preocupam-se com a qualidade como, por
exemplo, Deming, Baldrige e o Europeu.17

Enfim, temos, resumidamente que, a qualidade tem existido desde os tempos em que os chefes tribais, reis e faraós
governavam. Desde a antiguidade a qualidade possuía diferentes formas, que variavam de acordo com o tipo de negócio
que era realizado. Nesses tempos, já existiam inspetores que aceitavam ou rejeitavam os produtos se estes não cumpriam
com as especificações solicitadas. Por outro lado, nos dias atuais, a gestão da qualidade nos trás pensamentos estratégicos
que antecedem o agir e o produzir. Esse modelo mudou a postura e a forma que as empresas vêem a qualidade, tornando-a
um valioso item de vantagem competitiva empresarial.
No Brasil, a gestão da qualidade começou a ser implantada a partir de 1990. Esse modelo foi um dos principais propul-
sores que as organizações brasileiras tiveram para começarem a adquirir novas competências e maiores patamares. Com a
gestão da qualidade foi possível adquirir o aprendizado de novos procedimentos, a melhora na interação com o público
interno e externo e a aceleração do desenvolvimento econômico e industrial. Essa “nova era” também trouxe consigo uma
nova filosofia, baseada na elaboração e aplicação de conceitos, métodos e técnicas adequadas à nova realidade corporativa
que vivemos.
A gestão da qualidade marcou o deslocamento da análise do produto ou serviço para a concepção de um sistema
integrado de qualidade. A qualidade deixou de ser um aspecto do produto e passou a ser um problema da empresa, abran-
gendo todos os pontos de sua operação. Esse modelo pode ajudar a alavancar o melhor da organização ao lhe permitir en-
tender seus processos de entrega de seus produtos e serviços a seus clientes. Suas diretrizes são desenvolvidas para serem
usadas por toda organização como uma estrutura para guiar a companhia em direção à melhoria de contínua, levando em
conta as necessidades de todas as partes interessadas (stakeholders), não somente dos clientes.18

FERRAMENTAS DA QUALIDADE
A utilização de metodologias de trabalho e a aplicação de ferramentas conhecidas de todos na organização, dentro da
mesma filosofia, permitem uma maior rapidez e transparência nas comunicações internas e a consequente agilização na
tomada de decisões.
As ferramentas da Qualidade não são uma invenção nova. Algumas delas já existem desde a II Guerra Mundial e, com-
binadas a outras mais recentes, formam o atual conjunto de que se dispõe para o desenvolvimento de ações de melhoria.
É comum classificá-las em ferramentas estatísticas e não estatísticas. Há quem as subdivida em ferramentas gerenciais
e estatísticas ou em antigas e novas ferramentas. Há quem selecione apenas sete. Essas são denominadas «as sete ferra-
mentas da qualidade».

17 Fonte: www.oocities.org
18 Fonte: www.portal-administracao.com

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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As ferramentas conhecidas como “as sete ferramentas da qualidade” são estratificação, folha de verificação, gráfico de Pareto,
diagrama de causa e efeito, histograma, diagrama de dispersão e gráfico de controle.
As ferramentas não-estatísticas, como o fluxograma, folhas de verificação, cartas de tendências etc., são relativamente simples e
podem ser utilizadas tanto pelo nível gerencial quanto operacional da organização. O uso dessas ferramentas exige pouco treinamento.
As ferramentas estatísticas, como o histograma, diagrama de Pareto, estratificação etc., são de complexidade média. Essas, em ge-
ral, são utilizadas pela gerência intermediária e por técnicos, desde que sejam submetidos a treinamento específico e tenham alguma
facilidade para trabalhar com dados numéricos.
Não há limites para a quantidade de ferramentas que podem ser utilizadas na análise e melhoria de processos. No entanto, para o
uso eficaz de todas as ferramentas, é necessário conhecimento e prática.

Ferramentas Não-Estatísticas
Vejamos abaixo as ferramentas não-estatísticas mais utilizadas, seus conceitos e exemplos:

Folha de verificação
As folhas de verificação são ferramentas de fácil compreensão, usadas para responder à pergunta: “Com que frequência certos
eventos acontecem?” Ela inicia o processo transformando “opiniões” em “fatos”.
Na preparação de uma Folha de Verificação devem ser incluídos, sempre que possível, os seguintes itens:
· o objetivo da verificação (por que);
· os itens a serem verificados (o que);
· os métodos de verificação (como);
· a data e a hora das verificações (quando);
· o nome da pessoa que faz a verificação (quem);
· os locais e processos das verificações (onde);
· os resultados das verificações;
· a sequência das verificações.
Além disso, é necessário:
· definir o período para a coleta de dados;
· elaborar um formulário simples e fácil de ser preenchido;
· verificar se os dados podem ser colhidos consistente e oportunamente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Carta de tendência
São representações gráficas de dados coletados em um determinado período para identificar tendências ou outros padrões que
ocorrem ao longo deste período.
São utilizadas para monitorar um sistema, a fim de se observar ao longo do tempo a existência de alterações na média esperada.
A carta de tendência, como qualquer outro gráfico, deve ser usada para chamar atenção para mudanças realmente vitais no sistema.
Por exemplo, quando monitoramos qualquer processo, é esperado que encontremos certa quantidade de pontos acima e abaixo da
média. Porém quando muitos pontos aparecem em apenas um lado da média, isto indica um evento estatístico não usual e que houve
variação na média. Estas mudanças devem ser sempre investigadas. Se a causa da variação é favorável, deve ser incorporada ao processo.
Se não deve ser eliminada.

Checklist de aderência
Checklist (ou lista de verificação) é um formulário, previamente elaborado, para coleta de opiniões sobre o quanto pessoas
ou organizações conhecem, aceitam ou praticam as ações, os princípios ou os comportamentos que estão sendo avaliados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Diagrama de causa e efeito


É uma ferramenta utilizada para:
· apresentar a relação existente entre o resultado de um processo (efeito) e os fatores (causas) que possam afetar este
resultado;
· estudar processos e situações;
· planejamento.
É, também, conhecido como diagrama de espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa.
Desenvolvido no Japão, em 1943, por Kooru Ishikawa, permite, ainda, representar a relação entre problema e todas as
possibilidades de causas que podem implicar neste efeito.
Para facilitar a construção do diagrama, Ishikawa idealizou quatro categorias de causas conhecidas como 4M. Outras
categorias foram propostas e nada impede que cada pessoa proponha suas próprias categorias. Todavia, não deve esque-
cer que a simplicidade é o segredo para o bom funcionamento desta ferramenta.
As categorias mais comuns para agrupamento das causas são:
· 4M: Mão-de-obra, Máquina, Método do Processo ou da Medida e Materiais;
· 5M: Mão-de-obra, Máquina, Método, Materiais e Manager (Gerenciamento);
· 6M: Mão-de-obra, Máquina, Método, Materiais, Manager (Gerenciamento) e Meio
Ambiente;
· 7M: Mão-de-obra, Máquina, Método, Materiais, Manager (Gerenciamento), Meio Ambiente e Money (Dinheiro).

4Q1POC (5W2H)
É uma técnica de levantamento global recomendada para todas as etapas da análise e melhoria de processos. O nome
da técnica deriva-se de cinco perguntas em inglês. São elas: Who, Where, Why, What, When, How much and How. Por isso,
ela também é conhecida como 5W2H. Em português, 4Q1POC refere-se às perguntas Quem, O Que, Quando, Quanto, Por
que, Onde e Como. Esta técnica pode ser utilizada tanto para análise de processos quanto para o planejamento de melho-
rias. É a forma mais simples do Plano de Ação.
Quem
· Quem são os clientes e os fornecedores?
· Quem planeja, executa e avalia?

O Que
· O que é feito?
· O que é consumido?

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Quando
· Quando a atividade é executada?
· Quando o cliente precisa do produto ou serviço?

Quanto
· Quanto custará a implementação das atividades?

Onde
· Onde a atividade é planejada, executada e avaliada?
· Onde o produto ou serviço deve ser entregue?

Por que
· Por que o processo segue esta rotina?
· Por que esta solução será implementada?

Como
· Como a atividade é planejada, executada e avaliada?
· Como esta solução será implementada?

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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5 Por quês
É uma técnica de análise que permite, através da formulação de uma única pergunta, Por que, aprofundar o conheci-
mento sobre determinado assunto. Como se trata de uma sequencia de perguntas ordenadas, de forma que a pergunta
seguinte incida sempre sobre a resposta dada à questão anterior, a tendência é a identificação de uma grande variedade
de causas afins ao tema que está sendo questionado. Cabe observar que o número 5, colocado no nome da técnica, não é
impositivo, apenas sugere a reincidência da pergunta e o não conformismo com a primeira resposta.

Matriz GUT
É uma matriz de priorização de problemas a partir da análise feita, considerando três critérios (Gravidade - Urgência – Tendência):
· Gravidade: impacto do problema sobre coisas, pessoas, resultados, processos ou organizações e efeitos que surgirão
a longo prazo, caso o problema não seja resolvido.
· Urgência: relação com o tempo disponível ou necessário para resolver o problema.
· Tendência: potencial de crescimento do problema, avaliação da tendência de crescimento, redução ou desapare

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Técnica nominal de grupo


É uma técnica de priorização que se aplica a situações diversas, tais como: problemas, soluções, processos, atividades, etc. Di-
ferentemente de outras técnicas, o critério de priorização é absolutamente subjetivo, o que torna recomendável que sua utilização
seja precedida de ampla discussão sobre os assuntos a serem priorizados.
Na Técnica Nominal de Grupo, os valores a serem atribuídos no preenchimento da matriz não são estabelecidos “a priori”, sendo
que o maior valor é sempre igual ao número de itens a serem priorizados. No preenchimento da matriz, cada avaliador começa
atribuindo o maior valor ao item que considera mais prioritário. Não é permitido, a um único avaliador, atribuir o mesmo valor a
dois ou mais itens.

Votação de Pareto
É uma técnica de priorização baseada no «Princípio de Pareto» dos poucos pontos vitais e muitos pontos triviais sendo, neste
caso, utilizado o procedimento de votação.
Juran adaptou aos problemas da Qualidade a teoria da desigualdade da distribuição de renda desenvolvida pelo economista
italiano Vilfredo Pareto. O princípio de Pareto estabelece que, na maioria dos processos, uma pequena quantidade de causas (cerca
de 20%) contribui de forma preponderante para a maior parte dos problemas (cerca de 80%), e que uma grande quantidade de
causas (cerca de 80%) contribui muito pouco para os efeitos observados (cerca de 20%). Ao primeiro grupo de causas, ele chamou
de “pouco vitais” e ao segundo de “muito triviais”.
O procedimento utilizado consiste em que o coordenador, após a geração de uma série de ideias por um grupo, solicita que os
participantes votem naquelas que consideram as mais importantes, de acordo com as seguintes regras:
· o número de votos por participante é limitado a 20%, do total de ideias;
· todos os votos permitidos devem ser usados;
· não é permitido dedicar mais de um voto para uma mesma ideia por participante.
As ideias mais votadas, que devem estar na faixa dos 20% do total de ideias geradas, são as consideradas prioritárias.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Diagrama de árvore
Relaciona o objetivo mais geral com passos de implementação prática. Na sua versão original japonesa, o diagrama da
árvore é utilizado para descrever os métodos pelos quais um propósito pode ser alcançado. Além disso, é utilizado também,
para explorar todas as causas possíveis de um problema, assemelhando-se ao diagrama de causa e efeito, para mapear
características de um produto ou serviço e para identificar atividades a serem acompanhadas tendo em vista um objetivo
organizacional geral, como no exemplo prático apresentado na tela seguinte.

Diagrama de matriz
Apresenta graficamente o relacionamento entre dois ou mais elementos, tais como: atividades de pessoas com fun-
ções, tarefas com tarefas, problemas com problemas, problemas com causas e soluções, etc. As matrizes podem ter vários
formatos, dependendo da quantidade de elementos a serem combinados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Fluxograma
É a representação esquemática da sequencia (setas) das etapas (caixas) de um processo e tem por objetivo ajudar a per-
ceber sua lógica. O fluxograma serve para compreender e melhorar o processo de trabalho, criar um procedimento padrão
de operação e mostrar como o trabalho deve ser feito.
É utilizado também como ferramenta de comunicação, de compreensão, aprendizado e auxílio à memória. Essa ferra-
menta possibilita identificar instruções incompletas e serve como roteiro de controle e padronização. É muito útil na iden-
tificação e resolução de problemas e na operacionalização, no controle e na melhoria de um processo.
Na construção de um fluxograma são utilizados símbolos variados, e os mais comuns são os apresentados a seguir:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

FERRAMENTAS ESTÍSTICAS
Vejamos abaixo as ferramentas estatísticas mais utilizadas, seus conceitos e exemplos.
Diagrama de Pareto
São gráficos de barras verticais que permitem classificar e priorizar problemas em duas categorias: “Pouco vitais” e
“Muito triviais”.
Segundo o princípio de Pareto, os processos podem ser melhorados se houver uma atuação sistemática sobre as cau-
sas do primeiro grupo. Se existir o hábito da priorização, muitos problemas simplesmente desaparecem por serem pouco
relevantes.
Por outro lado, os problemas mais graves passam a ter o tratamento devido e também desaparecem.
Outro ponto importante sobre o diagrama de Pareto é a possibilidade de desdobramento das causas principais em
outros Paretos, permitindo análises sucessivas, como ilustrado a seguir.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Estratificação
A estratificação consiste em dividir um conjunto de dados em grupos que possuem características que os tornam pe-
culiares, podendo agrupá-los de diversas maneiras. Ela ajuda na análise dos casos cujos dados mascaram os fatos reais. Isto
geralmente ocorre quando os dados registrados provêm de diferentes fontes, mas são tratados sem distinção.
Permite também identificar fontes de variação, analisar dados, pesquisar oportunidades de melhoria e avaliar de forma
mais eficaz as situações. Uma forma prática de fazer estratificação é utilizar os 4M ou 5M ou 6M ou 7M.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

São gráficos de barras construídos a partir de uma tabela de frequência de determinadas ocorrências. O eixo horizontal
apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse.
Subdivide-se o eixo horizontal em vários pequenos intervalos, construindo-se para cada um destes intervalos uma
barra vertical.
Os histogramas, assim como os processos, podem ter as mais variadas formas, indicando se o processo está “estável”
ou apresenta algum desvio. A construção de histogramas exige alguns conhecimentos de estatística que permitam, após
a coleta de dados, a determinação da amplitude, do número, do intervalo e dos limites de classe e a preparação de uma
tabela de frequência.

ESCOLHENDO O PROCESSO
A escolha do processo a ser analisado é de grande importância para o sucesso dos trabalhos a serem desenvolvidos
no âmbito de uma organização.
A seguir são listadas algumas dicas para seleção de processos:
· impacto direto sobre clientes externos;
· ciclo de execução rápido;
· não esteja passando por importantes transições;
· seja relativamente simples;
· tenha potencial para gerar benefícios;
· ofereça integração com visão e missão.

A Metodologia de Análise e Solução de Problemas (MASP) consiste em um conjunto de procedimentos sistemati-


camente ordenados, baseado em fatos e dados, que visa a identificação e a eliminação de problemas que afetam os pro-
cessos, bem como a identificação e o aproveitamento de oportunidades para a melhoria contínua.
O gerenciamento de processos organizacionais envolve tanto a aplicação da MASP como a compreensão do ciclo
PDCA (Planejar, Desenvolver, Checar, Agir corretivamente), estudado anteriormente. Ambos os métodos, assim como o uso
de ferramentas, são úteis no gerenciamento da Qualidade de processos. Entender a relação existente entre estes deve, pois,
ser considerada. Vejamos a seguir como essas metodologias se relacionam.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Compreendendo a Masp – Etapas e Procedimentos e a Relação com o PDCA

RELAÇÃO ENTRE CICLO PDCA, ETAPAS DA MASP E FERRAMENTAS UTILIZADAS

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO DA MASP FASE 3 – ANÁLISE


FASE 1 - PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO Atividade 1: Identificação e Priorização dos Proble-
Atividade 1: Elaboração do Projeto mas
· definição de objetivos e produtos; · ambiente interno: fatores restritivos e fatores incen-
· definição das áreas envolvidas e seus representantes; tivadores (condições de trabalho, documentação, recursos
· definição dos patrocinadores; humanos, recursos tecnológicos e recursos materiais);
· definição do Comitê Gestor de Redesenho; · ambiente externo: ameaças e oportunidades;
· definição das Equipes de Redesenho; · definição dos fatores críticos de sucesso e subproces-
· definição dos Grupos de Contato; sos essenciais;
· definição do Coordenador do Projeto; · identificação e priorização dos problemas;
· definição dos recursos necessários; · descrição dos principais problemas;
· definição das estratégias de comunicação e respon- · forma com que os problemas são percebidos; mo-
mento e providências adotadas.
sáveis;
Atividade 2: Análise dos Problemas
· definição da metodologia de análise a ser emprega-
· identificação das causas dos problemas (Diagrama de
da;
Ishikawa);
· definição das técnicas de documentação a serem uti-
· priorização das causas (Matriz GUT, Votação de Pare-
lizadas; to, etc).
· definição dos resultados a serem atingidos;
· elaboração do Plano de Ação (descrição da tarefas, FASE 4 – PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS
responsáveis e cronograma). Atividades
Atividade 2: Validação · definição das possíveis soluções e respectivas alterna-
Atividade 3: Divulgação tivas, com descrição das vantagens e desvantagens;
Atividade 4: Alocação de Recursos · identificação dos sistemas a serem modificados ou
Atividade 5: Formalização dos Grupos de Trabalho desenvolvidos;
(Comitê Gestor, Equipes de Redesenho, Grupos de Contato · mapeamento dos riscos envolvidos.
e Coordenação)
Atividade 6: Capacitação da Equipe de Redesenho FASE 5 – ELABORAÇÃO DOS MANUAIS DOS PRO-
CESSOS
FASE 2 – IDENTIFICAÇÃO Atividades
Atividade 01: Identificação do Contexto Institucio- · novos fluxogramas (geral e detalhado);
nal do Processo · redação dos manuais;
· missão da organização e competências das áreas; · revisão dos conteúdos;
· diagrama da estrutura organizacional (com o quanti- · revisão ortográfica.
tativo de pessoal).
Atividade 02: Identificação do Processo FASE 6 – PLANEJAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO
· nome do processo; descrição e objetivos; Atividades
· unidade responsável; · definição da equipe responsável em cada área;
· responsável (cargo, nome, telefone e e-mail); · definição dos patrocinadores;
· recursos alocados (humanos, tecnológicos e mate- · definição do processo de monitoramento dos resulta-
riais); dos (indicadores, itens de verificação e de controle, e metas
a serem atingidas);
· produtos intermediários e finais;
· definição da estratégia de implementação;
· clientes internos e externos e seus requisitos;
· elaboração do plano de implementação (tarefas, res-
· fornecedores e insumos (e requisitos);
ponsáveis e cronograma);
· fluxograma geral do processo;
· elaboração do plano de capacitação;
· documentação existente (legislação, normas, siste- · capacitação das equipes executoras.
mas, etc);
· indicadores existentes [tipo, nome, descrição/fórmula, FASE 7 – ACOMPANHAMENTO DA IMPLEMENTA-
periodicidade, insumos, responsável, histórico (financeiro/ ÇÃO
custos; processo eficiência; eficácia; efetividade; qualidade; Atividades
prazos; metas; capacidade; satisfação dos clientes; critérios · Reuniões de acompanhamento, avaliação e tomada
PNGP – liderança, planejamento, cidadão e sociedade, in- de decisão (correções ou modificações no processo).
formação e análise, processos, pessoas, resultados);
· mapa de atividades; FASE 8 – RELATÓRIO FINAL DE AVALIAÇÃO DO
· fluxograma detalhado do processo. PROJETO
Atividades
· elaboração de relatório.19
19 Fonte: www.adapar.pr.gov.br

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

A busca da excelência organizacional deve nortear a admi-


nistração pública, por meio do desempenho aprimorado das fun-
GESTÃO DE RESULTADOS NA PRODUÇÃO DE
ções administrativas. Pensar no aprimoramento dessas funções é
SERVIÇOS PÚBLICOS. pensar no conjunto das organizações do Setor Público e de forma
sistêmica. Reconhecer que ações de aprimoramento deve envol-
ver todos os níveis organizacionais, todas as unidades administra-
Um dos fatores que mais provoca perda de produtividade tivas de modo a obter um comprometimento estratégico.
nos serviços públicos é o excesso de burocracia, que além de Sob o ponto de vista formal, uma organização empresarial
não impedir corrupções e fraudes, tem inibido o desempenho consiste em um conjunto de encargos funcionais e hierárqui-
das empresas, motivado a sonegação fiscal e incentivado a cos, orientados para o objetivo econômico de produzir bens
informalidade. ou serviços. A estrutura orgânico deste conjunto de encargos
Um dos maiores entraves para a melhoria dos serviços está condicionada à natureza do ramo de atividade, aos meios
públicos no Brasil era a maneira secundária com que a ad- de trabalho, às circunstâncias sócio-econômicas da comunida-
ministração pública encarava a necessidade da formação de de e à maneira de conceber a atividade empresarial. As princi-
quadros e de uma profissionalização muito mais intensa. En- pais características da organização formal são:
quanto o Brasil não fizesse a reforma administrativa para mo- • 1. Divisão do Trabalho;
dernizar a administração pública. • 2. Especialização;
Baseado nos princípios constitucionais que regem a ad- • 3. Hierarquia;
ministração pública (legalidade, impessoalidade, publicidade, • 4. Distribuição da autoridade e da responsabilidade;
moralidade e eficiência), é dever do servidor prezar pela pres-
• 5. Racionalismo.
tação de serviços de qualidade. Para a excelência pode ser
1. Divisão do Trabalho
atingida por meio de avaliação de desempenho e produtivi-
O objetivo imediato e fundamental de todo e qualquer tipo de
dade. Esse modelo foi implantado pelo governo de São Paulo
organização é a produção. Para ser eficiente, a produção deve ba-
e pode ser usado como ferramenta na busca da excelência do
sear-se na divisão do trabalho, que nada mais é do que a maneira
serviço público.
pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma
Agregar valor na gestão pública significa investir em pro- série de pequenas tarefas. O procedimento de dividir o trabalho
jetos que aumentem a produtividade oferecendo à população começou a ser praticado mais intensamente com o advento da Re-
um dos mais valiosos bens da atualidade - a praticidade. Os volução Industrial, provocando uma mudança radical no conceito
ganhos em produtividade passam por uma revisão de cada de produção, principalmente no fabrico maciço de grandes quan-
detalhe dos processos operacionais, objetivando a redução tidades através do uso da máquina, substituindo o artesanato, e o
de etapas, inovação em cada uma delas, minimizando tempo uso do trabalho especializado na linha de montagem. O importan-
e, melhor ainda, a eliminação de normas de procedimento. te era que cada pessoa pudesse produzir o máximo de unidades
Os prestadores de serviços devem ter consciência que dentro de um padrão aceitável, objetivo que somente poderia ser
usam a mais valiosa das matérias-primas - o tempo - a única atingido automatizando a atividade humana ao repetir a mesma
que não tem reposição. A excelência dos serviços públicos, tarefa várias vezes. Essa divisão do trabalho foi iniciada ao nível dos
especialmente em educação e saúde, é a melhor das estraté- operários com a Administração Científica no começo deste século.
gias para reduzir a desigualdade social. 2. Especialização
A chave da eficácia também pode ser encontrada na re- A especialização do trabalho proposta pela Administração
dução das atividades-meios e na eliminação das formalidades Científica constitui uma maneira de aumentar a eficiência e
que não agregam valores às atividades-fins. O maior desa- de diminuir os custos de produção. Simplificando as tarefas,
fio da classe política e dos gestores públicos é transformar atribuindo a cada posto de trabalho tarefas simples e repetiti-
uma instituição mecânica, em orgânica. Gestão transparente, vas que requeiram pouca experiência do executor e escassos
interativa e que coloque o cidadão em primeiro lugar - é um conhecimentos prévios, reduzem-se os períodos de aprendi-
modelo exemplar. Os profissionais de Recursos Humanos, dos zagem, facilitando substituições de uns indivíduos por outros,
órgãos públicos, têm a gratificante missão de dinamizar os permitindo melhorias de métodos de incentivos no trabalho e,
programas de capacitação funcional, focando a excelência or- consequentemente, aumentando o rendimento de produção.
ganizacional. 3. Hierarquia
Enquanto as organizações privadas são custeadas pela Uma das consequências do princípio da divisão do trabalho
comercialização de produtos e serviços, as organizações pú- é a diversificação funcional dentro da organização. Porém, uma
blicas são criadas por lei e custeadas pelos impostos e taxas pluralidade de funções desarticuladas entre si não forma uma
pagas pelos cidadãos, ai se incluem todos os órgãos e suas organização eficiente. Como decorrência das funções especiali-
diversas unidades organizacionais, em todos os poderes e ní- zadas, surge inevitavelmente a de comando, para dirigir e con-
veis de governo. Espera-se que elas sejam bem administradas trolar todas as atividades para que sejam cumpridas harmonio-
e possam cumprir as suas finalidades, pois representam os samente. Portanto, a organização precisa, além de uma estrutura
interesses da coletividades e exercem ações decorrentes das de funções, de uma estrutura hierárquica, cuja missão é dirigir
funções do Estado. Num mundo globalizado ampliam-se as as operações dos níveis que lhes estão subordinados. Em toda
exigências de uma administração de qualidade e refinada, no organização formal existe uma hierarquia. Esta divide a organiza-
sentido do uso de técnicas e metodologias que contribuam ção em camadas ou escalas ou níveis de autoridade, tendo os su-
para a implantação do desenvolvimento social baseado em periores autoridade sobre os inferiores. À medida que se sobe na
resultados efetivos. escala hierárquica, aumenta a autoridade do ocupante do cargo.

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

4. Distribuição da Autoridade e da Responsabilidade O desenho departamental decorre da diferenciação de


A hierarquia na organização formal representa a autoridade atividades dentro da empresa. À medida que ocorre a espe-
e a responsabilidade em cada nível da estrutura. Por toda a orga- cialização com o trabalho e o aparecimento de funções es-
nização, existem pessoas cumprindo ordens de outras situadas pecializadas, a empresa passa a necessitar de coordenação
em níveis mais elevados, o que denota suas posições relativas, dessas diferentes atividades, agrupando-as em unidades
bem como o grau de autoridade em relação às demais. A au- maiores. Daí o princípio da homogeneidade: as funções devem
toridade é, pois, o fundamento da responsabilidade, dentro da ser atribuídas a unidades organizacionais na base da homo-
organização formal, ela deve ser delimitada explicitamente. De geneidade de conteúdo, no sentido de alcançar operações
um modo geral, a generalidade do direito de comandar diminui mais eficientes e econômicas. As funções são homogêneas na
à medida que se vai do alto para baixo na estrutura hierárquica. medida em que o seu conteúdo apresente semelhanças entre
Fayol dizia que a “autoridade” é o direito de dar ordens e o si. O desenho departamental é mais conhecido como depar-
poder de exigir obediência, conceituando-a, ao mesmo tempo, tamentalização ou divisionalização. A departamentalização é
como poder formal e poder legitimado. Assim, como a condi- uma característica típica das grandes empresas e está relacio-
ção básica para a tarefa administrativa, a autoridade investe o nada com o tamanho da empresa e com a natureza de suas
administrador do direito reconhecido de dirigir subordinados, operações. Quando a empresa cresce, as suas atividades não
para que desempenhem atividades dirigidas pra a obtenção dos podem ser supervisionadas diretamente pelo proprietário
objetivos da empresa. A autoridade formal é sempre um poder, ou pelo diretor. Essa tarefa de supervisão pode ser facilitada
uma faculdade, concedidos pela organização ao indivíduo que atribuindo-se a diferentes departamentos a responsabilidade
nela ocupe uma posição determinada em relação aos outros. pelas diferentes fases ou aspectos dessa atividade.
5. Racionalismo da Organização Formal O desenho departamental ou departamentalização apre-
Uma das características básicas da organização formal é o ra- senta uma variedade de tipos. Os principais tipos de departa-
cionalismo. Uma organização é substancialmente um conjunto de mentalização são:
encargos funcionais e hierárquicos a cujas prescrições e normas • a) funcional;
de comportamento todos os seus membros se devem sujeitar. O • b) por produtos e serviços;
princípio básico desta forma de conceber uma organização é que, • c) por base territorial;
dentro de limites toleráveis, os seus membros se comportarão
• d) por clientela:
racionalmente, isto é, de acordo com as normas lógicas de com-
• e) por processo;
portamento prescritas para cada um deles. Dito de outra forma, a
• f) por projeto;
formulação orgânica de um conjunto lógico de encargos funcio-
• g) matricial.
nais e hierárquicos está baseada no princípio de que os homens
vão funcionar efetivamente de acordo com tal sistema racional.
Centralização versus descentralização
De qualquer forma, via de regra, toda organização se es-
trutura a fim de atingir os seus objetivos, procurando com a sua O Estado tem como função primordial o oferecimento de
estrutura organizacional a minimização de esforços e a maximi- utilidades aos administrados, não se justificando sua atuação
zação do rendimento. Em outras palavras, o maior lucro, pelo senão no interesse público. Assim, entende-se que todas as
menor custo, dentro de um certo padrão de qualidade. A or- vezes que o Estado atua, o faz porque à coletividade deve
ganização, portanto, não é um fim, mas um meio de permitir à atender.
empresa atingir adequadamente determinados objetivos. No início dos estudos sobre o Direito Administrativo ha-
via o entendimento de que os serviços público eram poderes
Departamentalização estatais (e não deveres), que independiam da vontade ou da
Quando uma empresa é pequena e constituída de poucas necessidade do cidadão ou do residente de um determinado
pessoas, nenhum arranjo formal para definir e agrupar as suas local.
atividades é necessário. As pequenas empresas não requerem di- Esta idéia inicial foi superada com o surgimento da Esco-
ferenciação ou especialização para distinguir o trabalho de uma la Francesa do Serviço Público, capitaneada por Léon Duguit,
pessoa ou unidade dos demais. Mas, à medida que as empresas quando se passou a entender serviço público como serviços
se tornam maiores e envolvem atividades mais diversificadas, elas prestados aos administrados.
são forçadas a dividir as principais tarefas empresariais e transfor- HELY LOPES MEIRELLES nos deixou o seguinte conceito
má-las em responsabilidades departamentais ou divisionais. de serviço público:
Departamento designa uma área, divisão ou um segmento “ Serviço Público é todo aquela prestado pela Administra-
distinto de uma empresa sobre o qual um administrador (seja ção ou por seus delegados, sob normas e controles estatais,
diretor, gerente, chefe, supervisor etc) tem autoridade para o de- para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da co-
sempenho de atividades específicas. Assim, um departamento ou letividade ou simples conveniência do Estado.”
divisão é empregado com um significado genérico e aproximativo: (HELY LOPES MEIRELLES, Direito Administrativo Brasileiro,
pode ser um órgão de produção, uma divisão de vendas, a seção São Paulo, Ed. Malheiros, 1997, 22ª Ed., pg. 297)
de contabilidade, a unidade de pesquisa e desenvolvimento ou o Nesse sentido, prendendo-se aos critérios relativos à ati-
setor de compras. Em algumas empresas, a terminologia depar- vidade pública, ensina o Professor JOSÉ DOS SANTOS CAR-
tamental é levada a sério e indica relações hierárquicas bem defi- VALHO FILHO:
nidas: um superintendente cuida de uma divisão; um gerente de “ ..., conceituamos serviço público como toda atividade
um departamento; um chefe de uma seção; um supervisor de um prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente
setor. Em outras empresas, a terminologia é simplesmente casual e sob o regime de direito público, com vistas a satisfação de
pouco ordenada. Daí a dificuldade de uma terminologia universal. necessidades essenciais e secundárias da coletividade.”

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

(JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, Manual de Direito Essa execução indireta, quando os serviços públicos são
Administrativo, Rio de Janeiro, Ed. Lumen Juris, 3ª ed., 1999, prestados por terceiros sob o controle e a fiscalização do ente
pg. 217) titular, é conhecido na doutrina como DESCENTRALIZAÇÃO.
Apresentado dois dos diversos conceitos oferecidos pela Leciona o Professor CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE
doutrina, deve-se buscar qual a entidade federativa (União, MELLO que:
Estados-Membros, Distrito Federal ou Municípios) competen- “ Diz-se que a atividade é descentralizada quando é exer-
te para instituir, regulamentar e controlar os diversos serviços cida, ..., por pessoas distintas do Estado.
públicos. ...
Para tanto, há que se buscar o fundamento de validade           Na descentralização o Estado atua indiretamen-
da atuação estatal na Constituição Federal que apresenta, te, pois o faz através de outras pessoas, seres juridicamente
quanto ao ente federativo titular do serviço, a classificação de distintos dele, ainda quando sejam criaturas suas e por isso
serviços privativos e serviços comuns. Os primeiros são aque- mesmo se constituam, ..., em parcelas personalizadas da to-
les atribuídos a somente uma das esferas da federação, como talidade do aparelho administrativo estatal.”
por exemplo, a emissão de moeda, de competência privativa (CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, Curso de Direto
da União (CF, art. 21, VII). Já os serviços comuns, podem ser Administrativo, São Paulo, Ed. Malheiros, 10 ed., 1998, pg. 96)
prestados por mais de uma esfera federativa, como por exem- Visualizado o conceito de descentralização da prestação
plo, os serviços de saúde pública (CF, art. 23, II). dos serviços públicos, há que destacar os modelos de des-
Analisados o conceito e a atribuição para a prestação dos centralização adotados pela doutrina pátria.
serviços públicos, deve-se ter em mente que estes são regidos Não há, pelos doutrinadores, uniformidade na classifica-
por princípios que levam em consideração o prestador (ente ção das subespécies de descentralização.
público ou delegado), os destinatários e o regime a que se su- Entretanto, tenho por mais didática a apresentação feita
jeitam. Como exemplo dos princípios que regem os serviços pela Professora MARIA SYLVIA ZANELA DI PIETRO, em seu
públicos temos o princípio da generalidade - o serviço deve Direito Administrativo, São Paulo, Ed. Atlas, 1997, 8° ed. Pg.
beneficiar o maior número possível de indivíduos; princípio 296 e ss.
da continuidade – os serviços não devem sofrer interrupção; Em seu curso, a professora MARIA SYLVIA divide a des-
princípio da eficiência; princípio da modicidade – o lucro, centralização inicialmente em política e administrativa.
meta da atividade econômica capitalista, não é objetivo da A descentralização política ocorre quando o ente des-
função administrativa. centralizado exerce atribuições próprias que não decorrem
Feitas breves considerações preliminares, quanto à ori- do ente central. Tema que já foi abordado supra, a descentra-
gem, ao conceito, à titularidade, e aos princípios informativos, lização política decorre diretamente da constituição (o funda-
passamos à análise da questão central que é a forma de exe- mento de validade é o texto constitucional) e independe da
cução dos serviços públicos. manifestação do ente central (União).
Sendo o titular dos serviços públicos, o Estado deve pres- Já a descentralização administrativa ocorre quando o
tá-los da melhor forma possível. Assim, pode, em casos espe- ente descentralizado exerce atribuições que decorrem do
cíficos, dividir a tarefa da execução, não podendo, em nenhu- ente central, que empresta sua competência administrativa
ma hipótese, transferir a titularidade do serviço. constitucional a um dos entes da federação tais como os Es-
O certo é que, possível a parceria, podem os serviços pú- tados-Membros, os municípios e o Distrito Federal, para a
blicos serem executados direta ou indiretamente. consecução dos serviços públicos.
O Estado, por seus diversos órgãos e nos diversos níveis Assim, entende-se que na descentralização administra-
da federação, estará prestando serviço por EXECUÇÃO DIRE- tiva, os entes descentralizados têm capacidade para gerir os
TA quando, dentro de sua estrutura administrativa -ministé- seus próprios “negócios”, mas com subordinação a leis pos-
rios, secretarias, departamentos, delegacias -, for o titular do tas pelo ente central
serviço e o seu executor. Assim, o ente federativo, será tanto A descentralização administrativa se apresenta de três
o titular do serviço, quando o prestador do mesmo. Esses ór- formas. Pode ser territorial ou geográfica, por serviços, fun-
gãos formam o que a doutrina chama de ADMINISTRAÇÃO cional ou técnica e por colaboração.
CENTRALIZADA, porque é o próprio Estado que, nesses ca- A descentralização territorial ou geográfica é a que se
sos, centraliza a atividade. verifica quando uma entidade local, geograficamente delimi-
O professor CARVALHO DOS SANTOS, em sua obra já ci- tada, é dotada de personalidade jurídica própria, de direito
tada (pg. 229), conclui: público, com capacidade jurídica própria e com a capacidade
“ O Decr.-lei n° 200/67, que implantou a reforma adminis- legislativa (quando existente) subordinada a normas emana-
trativa federal, denominou esse grupamento de órgãos de ad- das do poder central.
ministração direta (art. 4°, I), isso porque o Estado, na função No Brasil, podem ser incluídos nessa modalidade de des-
de administrar, assumirá diretamente seus encargos.” (GN) centralização os territórios federais, embora na atualidade
Por outro lado, identifica-se a EXECUÇÃO INDIRETA não existam.
quando os serviços são prestados por pessoas diversas das A descentralização por serviços, funcional ou técnica é
entidades formadoras da federação. a que se verifica quando o poder público (União, Estados,
Ainda que prestados por terceiros, insisto, o Estado não Distrito Federal ou Município) por meio de uma lei cria uma
poderá nunca abdicar do controle sobre os serviços públicos, pessoa jurídica de direito público – autarquia e a ela atribui a
afinal, quem teve o poder jurídico de transferir atividades titularidade (não a plena, mas a decorrente de lei) e a execu-
deve suportar, de algum modo, as conseqüências do fato. ção de serviço público descentralizado.

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Doutrina minoritária permite, ignorando o DL 200/67, Portanto, fica clara a importância da gestão pública na rea-
a transferência da titularidade legal e da execução de serviço lização do interesse público, porque é ela que vai viabilizar o
público a pessoa jurídica de direito privado. Essa classificação controle da eficiência do Estado na realização do bem comum
permitiria no Brasil a transferência da titularidade legal e da estabelecido politicamente e normatizado administrativamente. 
execução dos serviços às sociedades de economia mista e às No que tange a gestão por resultados, temos que a socie-
empresas públicas. dade demanda – de modo insistente – a necessidade de pro-
Na descentralização por serviços, o ente descentralizado mover um crescimento constante da produtividade no ambien-
passa a deter a “titularidade” e a execução do serviço nos ter- te público, exigindo a redução da pressão fiscal e o incremento,
mos da lei não devendo e não podendo sofrer interferências ao mesmo tempo, da produção de bens públicos. O resultado
indevidas por parte do ente que lhe deu vida. Deve pois, desem- se transforma, assim, em um instrumento-chave para a valoriza-
penhar o seu mister da melhor forma e de acordo com a estrita ção da ação pública; e a gestão para resultados e do resultado
demarcação legal. surge como instrumento e objetivo da melhoria e moderniza-
A descentralização por colaboração é a que se verifica ção da administração pública.
quando por meio de contrato (concessão de serviço público) As especificidades nacionais, a natureza abrangente do
ou de ato administrativo unilateral (permissão de serviço pú- conceito gestão para resultados – derivada da própria lógica
blico), se transfere a execução de determinado serviço público integradora do processo de gestão – e a enorme quantidade de
a pessoa jurídica de direito privado, previamente existente, con- produção teórica, conceitual, operacional e experimental exis-
servando o poder público, in totum, a titularidade do serviço, o tente sobre o tema, convidam e obrigam à mais absoluta humil-
que permite ao ente público dispor do serviço de acordo com dade em qualquer tentativa de aproximação ao tema.
o interesse público. O Estado tem passado a desempenhar um papel-chave
Feitas as distinções concernentes ao tema, vale recordar que como produtor de valor público, e como tal tem priorizado a
a descentralização não se confunde com a desconcentração. criação de condições para o desenvolvimento e o bem-estar so-
A desconcentração é procedimento eminentemente inter- cial, além da produção de serviços e da oferta de infraestrutura.
no, significando, tão somente, a substituição de um órgão por Esta mudança na função do Estado tem transformado vá-
dois ou mais com o objetivo de acelerar a prestação do servi-
rias frentes da administração pública, pela exigência cada vez
ço. Na desconcentração o serviço era centralizado e continuou
mais contundente dos cidadãos que exercem também o papel
centralizado, pois que a substituição se processou apenas inter-
de usuários dos serviços.
namente.
A crise fiscal do modelo anterior, uma vez esgotado o pe-
Na desconcentração, as atribuições administrativas são ou-
ríodo de esplendor do Estado do Bem-Estar, tem trazido novos
torgadas aos vários órgãos que compões a hierarquia, criando-
problemas. Dentre eles, destaca-se a crescente necessidade de
-se uma relação de coordenação e subordinação entre um e
atender uma demanda irrefreável de bens públicos de boa qua-
outros. Isso é feito com o intuito de desafogar, ou seja, descon-
centrar, tirar do centro um grande volume de atribuições para lidade, típica do Estado de Bem-Estar, porém hoje acompanha-
permitir o seu mais adequado e racional desempenho.20 da da exigência de diminuir a pressão fiscal – inclusive naqueles
casos em que ainda persiste um modelo de estado anterior ao
A gestão privada prioriza o econômico-mercantil e desen- de bem-estar. Esta substituição de missão trouxe muitos desa-
volve seus instrumentos e processos de gestão sempre dando fios ao Estado, entre os quais a redefinição dos conceitos de
prioridade às finalidades de ordem econômica, sobretudo mer- administração, gestão pública e valor público.
cadológica. A gestão pública tem como atribuição a gestão de Além disso, essas transformações têm afetado profunda-
necessidades do social, principalmente por meio das chamadas mente as práticas dos dirigentes públicos (políticos e gerentes)
políticas públicas e políticas sociais. e a teoria na qual fundamentavam suas ações.
Gestão pública refere-se às funções de gerência pública dos Da mesma forma, esta mudança afetou o sistema de con-
negócios do governo. trole da ação do Estado; está-se migrando da exigência de rigor
De uma maneira sucinta, pode-se classificar o agir do admi- nos procedimentos para a exigência de resultados – inerente a
nistrador público em três níveis distintos: um Estado que se apresenta como provedor de serviços, capa-
a) atos de governo, que situam-se na órbita política; citador de desenvolvimento e fornecedor de bem-estar. Desta
b) atos de administração, atividade neutra, vinculada à lei; e troca de missão se deriva uma variação na posição do cidadão
c) atos de gestão, que compreendem os seguintes parâme- perante o Estado.
tro básicos: O cidadão comum se preocupa em assegurar-se uma cor-
I - tradução da missão; reta e burocrática (homogênea, idêntica e não discricionária)
II - realização de planejamento e controle; aplicação da lei e da norma. O cidadão-usuário se interessa por
III - administração de recursos humanos, materiais, tecno- conseguir o melhor retorno fiscal – enquanto bens coletivos.
lógicos e financeiros; Vê-se, pois, que o Estado deve deslocar sua atenção, antes
IV - inserção de cada unidade organizacional no foco da colocada no procedimento como produto principal de sua ati-
organização; e vidade, agora voltada para o de serviços e bem-estar. A gestão
V - tomada de decisão diante de conflitos internos e ex- por resultados é um dos lemas que melhor representa o novo
ternos. desafio. Isto não significa que não interessa o modo de fazer as
coisas, apenas exprime que agora é muito mais relevante o quê
20 Fonte: www.jus.com.br – Por Salvador Infante San- se faz pelo bem da comunidade.
ches

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Nestes últimos tempos, a Gestão Pública – como disci- Apesar de existirem muitos documentos que tratem da
plina – tem abordado estes desafios novos com o auxílio da GpR, não existe uma definição única para ela. A maioria
lógica gerencial, isto é, pela racionalidade econômica que dos textos usa este termo como uma noção “guarda-chu-
procura conseguir eficácia e eficiência. Esta lógica com- vas”, por assim dizer. Na literatura em língua espanhola é
partilha, mais ou menos explicitamente, três propósitos fun- comum achar um uso indistinto de conceitos: controle de
damentais: gestão, gestão do desempenho, gestão por resultados,
• Assegurar a constante otimização do uso dos re- gestão por objetivos, avaliação do desempenho, avaliação
cursos públicos na produção e distribuição de bens públi- de resultados, sem uma clara diferenciação.
cos como resposta às exigências de mais serviços e menos Trata-se, portanto, de um conceito muito amplo quan-
impostos, mais eficácia e mais eficiência, mais equidade e to ao seu uso, interpretação e definição. A heterogeneida-
mais qualidade. de da expressão e do conceito também se observa na sua
• Assegurar que o processo de produção de bens e aplicação operacional: os países põem em prática a GpR
serviços públicos (incluindo a concessão, a distribuição e a segundo suas próprias perspectivas.
melhoria da produtividade) seja transparente, equitativo Um estudo para identificar o significado que lhe atri-
e controlável. buem os gestores públicos de diferentes nações demons-
• Promover e desenvolver mecanismos internos que trou que frequentemente eles empregam os mesmo ter-
melhorem o desempenho dos dirigentes e servidores pú- mos com sentido diferente. É assim como o conceito “re-
blicos, e, com isso, fomentar a efetividade dos organismos sultados” varia notavelmente entre as distintas instituições
governamentais, visando a concretização dos objetivos an- públicas. Isto não ocorre na empresa privada, onde os indi-
teriores. cadores-chave do êxito se conhecem nitidamente: rentabi-
lidade, benefícios, quotas de mercado etc. Muitos autores
Estes objetivos, presentes nas atuais demandas cidadãs destacam a dificuldade de determinar e avaliar os resulta-
e aos quais se orienta a Gestão por Resultados (GpR), são, dos da ação estatal como uma das características que dife-
conjuntamente com a democracia, o principal pilar de legiti- renciam a gestão do setor público do privado.
midade do Estado atual. Desta forma, a Nova Gestão Pública
Pode-se observar que a GpR possui as seguintes di-
fornece os elementos necessários à melhoria da capacidade
mensões:
de gerenciamento da administração pública bem como à
• É um marco conceitual de gestão organizacional,
elevação do grau de governabilidade do sistema político.
pública ou privada, em que o fator resultado se converte
O conceito e a prática da GpR no setor público têm
na referência-chave quando aplicado a todo o processo de
um grau de desenvolvimento e consolidação relativamen-
gestão.
te baixo. Inicialmente, a GpR se utilizou principalmente no
• É um marco de assunção de responsabilidade de
setor privado, mesmo quando o governo federal dos Esta-
dos Unidos da América começou a usar algumas de suas gestão, por causa da vinculação dos dirigentes ao resulta-
propostas no gerenciamento de diferentes órgãos públicos. do obtido.
Somente durante o governo do presidente Nixon é que se • É um marco de referência capaz de integrar os di-
começou a implantar no conjunto da administração pública versos componentes do processo de gestão, pois se pro-
o que passou a ser conhecida como a Nova Gestão Pública. põe interconectá-los para otimizar o seu funcionamento.
Esta moderna filosofia sugere a passagem de uma ges- • Finalmente, e especialmente na esfera pública, a
tão burocrática a uma de tipo gerencial. GpR se apresenta como uma proposta de cultura organi-
Na base destas novas idéias se encontrava uma preo- zadora, diretora, de gestão, mediante a qual se põe ênfase
cupação generalizada sobre as mudanças que o entorno nos resultados e não nos processos e procedimentos.
exigia e sobre a imperiosa necessidade de repensar o papel Todas estas dimensões situam a GpR como uma ferra-
do Estado; de melhorar a eficiência, a eficácia e a qualidade menta cultural, conceitual e operacional, que se orienta a
dos serviços públicos; de otimizar o desempenho dos ser- priorizar o resultado em todas as ações, e que é capaz de
vidores públicos e das organizações em que trabalhavam. otimizar o desempenho governamental. Assim, se trata de
Vários estudiosos e especialistas em gestão pública um exercício de direção dos organismos públicos que pro-
alertaram para os benefícios que o enfoque da GpR poderia cura conhecer e atuar sobre todos aqueles aspectos que
trazer para este novo cenário. De acordo com Emery, a GpR afetem ou modelem os resultados da organização.
acarreta três tipos de considerações para a administração A GpR tem, portanto, uma dimensão de controle orga-
do setor público: nizacional que convém esclarecer, pois o conceito de con-
• Constitucionais: a maioria das constituições regula trole no setor público possui conotações particulares deri-
o uso dos fundos públicos por parte das autoridades em vadas, fundamentalmente, do sistema de auditoria externa
cumprimento de mandato. que domina nesse Estado. A ferramenta GpR não faz parte
• Políticas: as autoridades devem responder pelas dessa concepção de controle, mas de outro universo: o de
suas ações e pelo conteúdo dos seus programas eleitorais, gestão e direção estratégico/operacional, porque permite
por respeito ao princípio da responsabilidade do cargo. e facilita aos gerentes da administração pública melhor
• Cidadãs: por obediência ao princípio de delegação conhecimento, maior capacidade de análise, desenho de
democrática, os cidadãos confiam nas autoridades eleitas, alternativas e tomada de decisões para que sejam alcan-
delegando-lhes a gestão dos fundos públicos – produto da çados os melhores resultados possíveis, afinados com os
coleta de seus impostos. objetivos pré-fixados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

É importante assinalar esta diferença porque, muito Hoje, na era do planejamento e dos mapas estratégicos,
embora a GpR seja uma boa base para uma melhor pres- as organizações, além de traçarem seus planos de negócio e
tação de contas (e uma maior transparência), sua função resultados esperados, também definem as expectativas de seus
principal não é a de servir como instrumento de controle clientes, as competências essenciais da organização, traços de
da atuação dos gerentes públicos, mas a de proporcionar a cultura e valores e diferenciais dos produtos e de serviços que
eles um meio de monitoramento e regulação que lhes ga- não podem ser traduzidos apenas em números e que deman-
ranta o exercício de suas dam uma avaliação comportamental, por parte dos gestores,
tornando o processo mais subjetivo e cheio de significados es-
A Gestão por Resultados ( GpR) está caracterizada por: pecíficos para o sucesso do negócio.
• Uma estratégia na qual se definam os resultados A partir das definições de metas e objetivos do negócio, da
esperados por um organismo público no que se refere à clarificação dos valores e competências requeridas para a or-
mudança social e à produção de bens e serviços; ganização e para o cargo e dos profissionais expressarem suas
• Uma cultura e um conjunto de ferramentas de aspirações e registrarem seu histórico profissional e de aprendi-
gestão orientado à melhoria da eficácia, da eficiência, da zagem , um banco de dados pode ser elaborado e com a ajuda
produtividade e da efetividade no uso dos recursos do Es- da tecnologia, pode ser acompanhado pela empresa gerando
tado para uma melhora dos resultados no desempenho das um verdadeiro mapa de talentos e potenciais, onde os crité-
organizações públicas e de seus funcionários; rios do desempenho superior ficam mais claros e transparentes
• Sistemas de informação que permitam monitorar para todos os envolvidos no processo.
a ação pública, informar à sociedade e identificar o serviço Em outras palavras a gestão do desempenho tem sido
realizado, avaliando-o; uma importante ferramenta de competitividade e de identi-
• Promoção da qualidade dos serviços prestados aos dade organizacional. Ela permite que colaboradores, gestores
cidadãos, mediante um processo de melhoramento contí- e a área de Recursos Humanos, construam ciclos virtuosos de
nuo; comprometimento, na medida em que articulam os interesses
• Sistemas de contratação de funcionários de gerên- da empresa, da área e do indivíduo, atingindo um elevado nível
cia pública, visando aprofundar a responsabilidade, o com-
de qualidade e excelência gerencial.
promisso e a capacidade de ação dos mesmos;
• Sistemas de informação que favoreçam a tomada
de decisões dos que participam destes processos.
Por conseguinte, com base nestes elementos, sugere-se O PARADIGMA DO CLIENTE NA GESTÃO
a seguinte definição para a GpR: PÚBLICA.
A Gestão para Resultados é um marco conceitual cuja
função é a de facilitar às organizações públicas a direção efe-
tiva e integrada de seu processo de criação de valor público, a
fim de otimizá-lo, assegurando a máxima eficácia, eficiência O chamado paradigma do cliente na gestão pública é
e efetividade de desempenho, além da consecução dos obje- uma linha de estudos que surgiu a reboque das concepções
tivos de governo e a melhora contínua de suas instituições. da administração pública gerencial. Trata-se de um modelo
No mundo empresarial, identificar o profissional de de- que, assim como boa parte da doutrina gerencialista, ganhou
sempenho superior, aquele que traz resultados significati- fôlego a partir da obra “Reinventando o Governo: como o
vos para a empresa e que não deveria ser “perdido” para o espírito empreendedor está transformando o setor público”,
mercado é ainda um desafio para os gestores, para a área de autoria de David Osborne e Ted Gaebler, em 1992. 
de Recursos Humanos e para o próprio profissional que, na A obra acima citada é, sem dúvida, uma das grandes re-
maioria das vezes, não sabe se seu desempenho está de ferências em sede concursos públicos, aliás, como veremos
acordo com as expectativas, qual é o seu valor para a em- logo, logo, a questão foi formulada a partir do capítulo 6 do
presa e onde poderá chegar caso permaneça nesta empresa livro, intitulado: “O Governo e seus clientes: atendendo às
ou vá para outra qualquer. necessidades do cliente e não da burocracia”. Uma observa-
Uma das práticas mais úteis para ajudar a encarar este ção atenta ao enunciado da questão e ao nome do capítulo
desafio tem sido o processo de gestão do desempenho. certamente demonstrará alguma semelhança entre ambos.
Trata-se de um processo mais recente, no âmbito da Bem, mas o que vem a ser o paradigma do cliente na gestão
gestão de pessoas, que vem evoluindo muito nas organiza- pública?
ções, passando de um mero processo de avaliação para um Embora partindo de severas críticas ao movimento rein-
processo de gestão da aprendizagem, do autodesenvolvi- ventado o governo – como, por exemplo, o fato de o mesmo
mento, da gestão da própria carreira, das aspirações pro- não ter um viés societal – a professora Drª Ana Paula Paes de
fissionais, além da contratação de resultados quantitativos Paula, em sua brilhante obra “Por uma Nova Gestão Pública”,
do negócio. resume da seguinte forma a resposta para a questão acima:
Antes praticava-se a avaliação de desempenho focan- Governo e seus clientes: atendendo às necessidades
do-se essencialmente números, metas e objetivos, identifi- dos clientes e não da burocracia – os cidadãos estão can-
cando-se ao final de um período os resultados obtidos pela sados da burocracia e querem ser mais valorizados como
empresa, área ou unidade de trabalho e dos indivíduos que clientes. Logo, é recomendável o uso da administração
tinham seus objetivos cascateados dos objetivos e metas da qualidade e a criação de sistemas transparentes.
mais amplos da empresa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Do conceito acima, alguns pontos merecem uma aná-


lise mais acurada. 
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA: NOÇÕES
Atendendo às necessidades dos clientes e não da
burocracia – Segundo Osborne e Gaebler, pouca gente no FUNDAMENTAIS DE ARQUIVO; ARQUIVOS
governo usa o termo cliente. A maioria das organizações CORRENTES, INTERMEDIÁRIOS E
públicas sequer sabe quem são os seus clientes. Governos PERMANENTES; PROTOCOLO, CÓDIGO DE
democráticos existem para servir aos cidadãos, no entanto, CLASSIFICAÇÃO; TABELA DE TEMPORALIDADE.
quem mais se empenha para servir ao povo são as empre- NOÇÕES BÁSICAS DE CONSERVAÇÃO E
sas privadas. Os autores sustentam que a falta de empenho PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS. NOÇÕES DE
das organizações públicas em relação aos seus clientes é de- MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO.
corrência do fato de que os órgãos públicos, via de regra,
não obtêm seus recursos diretamente dos clientes. Quando
afirmam que o governo deve atender aos clientes e não à
burocracia, corroboram tal tese, considerando o ambiente Segundo estudiosos, a origem da palavra arquivo tem
dos EUA, dizendo que: “Os órgãos públicos recebem a maior duas vertentes: a primeira diz que é originária do grego
parte dos seus recursos diretamente do Legislativo, dos arché (palácio dos magistrados), passando depois a se
Conselhos Municipais etc. E a maioria dos “clientes” é cativa chamar archeion (local utilizado para guardar e depositar
e tem poucas alternativas para os serviços oferecidos por documentos); e a segunda, que é originária do latim, archi-
seus governos. Assim, os administradores públicos passam vum, quer dizer: local de guarda de documentos e outros
a ignorá-los. Os clientes-alvo a quem os administradores títulos.
públicos tentam satisfazer, são o Legislativo e o Executivo O art. 2º da Lei nº 8.159/91 que: “dispõe sobre a políti-
– pois são eles que fornecem recursos. Os ocupantes de car- ca nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá
gos eletivos, por sua vez, são governados por seus consti- outras providências”, traz a seguinte definição:
tuintes – na maioria dos casos, por grupos de interesses. “Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os con-
juntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos
Os cidadãos querem ser valorizados como clientes – públicos, instituições de caráter público e entidades priva-
Filas intermináveis, prazos extremamente longos para a das, em decorrência do exercício de atividades específicas,
emissão de documentos, excesso de exigências… Chega!!! bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte
Os cidadãos, segundo os autores, querem ser valorizados da informação ou a natureza dos documentos.”
como são os clientes perante uma empresa privada. Para Outras definições de arquivo:
tanto, Osborne e Gaebler sugerem algumas medidas, tais “designação genérica de um conjunto de documentos
como: gestão voltada para o cliente, diminuição de re- produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica,
cursos para uma escola, por exemplo, a cada vez que um pública ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de
estudante abandonar os estudos, entrega de valores aos sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por
cidadãos para que eles decidam em quais dos serviços ele seus sucessores, para fins de prova ou informação”, CO-
vai aplicar (ex: no lugar de universidades públicas, o gover- NARQ.
no custeará a universidade particular que o cidadão-cliente “É o conjunto de documentos oficialmente produzidos
deseja) etc. algumas ideias podem soar um tanto quanto, e recebidos por um governo, organização ou firma, no de-
eu diria, radicais, e realmente são, dada a visão que temos correr de suas atividades, arquivados e conservados por si
sobre a administração pública. e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza,
1950) (citado por PAES, Marilena Leite, 1986).
Administração da qualidade total  – Partindo mais “É a acumulação ordenada dos documentos, em sua
uma vez das ideias de Osborne e Gaebler, podemos deter- maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no
minar a metodologia da Qualidade Total foi a pedra funda- curso de sua atividade, e preservados para a consecução
mental para estabelecer como o governo deveria se posi- dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão ofere-
cionar perante seus clientes. Os autores citam que Edward cer no futuro.” (PAES, Marilena Leite, 1986).
Deming (autor dos 14 princípios da qualidade total) pedia Obs.: O termo arquivo, em suas várias acepções, tam-
constantemente às organizações que perguntassem a seus bém é usado para designar: entidade; mobiliário; setor; re-
clientes o que realmente eles queriam, adequando servi- partição; conjunto documental; local físico designado para
ços e produção às suas necessidades. E arrematam: “Na conservar o acervo; órgão do governo; título de periódicos,
verdade, a Administração da Qualidade Total (Total Qua- etc.
lity Management – TQM), coloca os conceitos tradicionais
de administração de cabeça pra baixo: os clientes são as Finalidade e Função do Arquivo
pessoas mais importantes para a organização; em seguida A principal finalidade do arquivo é servir como fon-
vêm aqueles que servem aos clientes; a administração vem te de consulta à administração, pois, constitui-se em sua
depois, com a função de servir àqueles que servem”. essência, em documentos produzidos e/ou recebidos pela
entidade mantenedora do acervo, podendo, com o passar
Fonte: https://www.estrategiaconcursos.com.br/ do tempo, servir de base para o conhecimento da História.
blog/o-paradigma-do-cliente-na-gestao-publica-4/

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O arquivo tem como função principal: tornar acessível/disponível a informação contida no acervo documental sob sua
guarda aos diversos consulentes e, como função básica: armazenar, guardar e conservar os documentos.

Características do arquivo
a) o arquivo possui essência funcional/administrativa, constituindo-se na maioria das vezes de um único exemplar ou
de um limitado número de cópias;
b) conteúdo exclusivamente formado por documentos produzidos e/ou recebidos por uma entidade, família, setor,
repartição, pessoa, organismo ou instituição;
c) tem origem no desempenho das atividades que o gerou (servindo de prova) e;
d) possui caráter orgânico, ou seja, relação entre documentos de arquivo pertencentes a um mesmo conjunto (um
documento possui muito mais valor quando está integrado ao conjunto a que pertence do que quando está desagregado
dele).

Obs.: Segundo PAES, “não se considera arquivo uma coleção de manuscritos históricos, reunidos por uma pessoa”.
Arquivo, biblioteca e museu, respectivamente vinculados à Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia, embora se-
jam ramificações da Ciência da Informação, distingue-se basicamente pelos seguintes aspectos:

O “boom” da informação, consequência do progresso científico e tecnológico (século XIX), possibilitou o surgimento
de diversas profissões, especializações, descobertas, invenções etc., resultando na criação/produção de novos documentos
e seus variados suportes. Originou-se a partir daí os chamados Centros de Documentação ou Centros de Informação
(órgãos responsáveis pela reunião, análise, tratamento técnico, classificação, seleção, armazenamento e disseminação de
todo e qualquer tipo de documento e informação). Neles se reúnem documentos de arquivo, biblioteca e museu, ou seja,
são centros formados por elementos pertencentes as três entidades citadas.

Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II, que dispõe sobre a política nacional de arquivos
públicos e privados e dá outras providências:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por
órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrati-
vas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por
entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua docu-
mentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Atenção! Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de
caráter público – mediante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da
esfera de governo.
Ex: Arquivos Públicos das esferas: federal, estadual, distrito federal e municipal.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Obs.: Conforme o art. 175 inserido na Constituição da O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estu-
República Federativa do Brasil de 1988: “Incumbe ao Poder dos e técnicas de organização sistemática e conservação
Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de de arquivos, na elaboração de projetos e na implantação de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a instituições e sistemas arquivísticos, no gerenciamento da
prestação de serviços públicos”, ou seja, a titularidade dos informação e na programação e organização de atividades
serviços públicos é do poder público, mas, estes serviços, culturais que envolvam informação documental produzida
poderão ser exercidos indiretamente pelo particular (enti- pelos arquivos públicos e privados. Uma grande dificulda-
dades privadas) mediante concessão ou permissão. de é que muitas organizações não se preocupam com seus
arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho
Arquivos Privados deste profissional, delegando a outros profissionais as ati-
Segundo o art. 11 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de vidades específicas do arquivista. Isto provoca problemas
1991: “Consideram-se arquivos privados os conjuntos quanto à qualidade do serviço e de tudo o que, direta ou
de documentos produzidos ou recebidos por pessoas indiretamente, depende dela.
físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.” Arquivo é um conjunto de documentos criados ou re-
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido cebidos por uma organização, firma ou indivíduo, que os
artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz mantém ordenadamente como fonte de informação para a
respeito à pessoa jurídica de direito privado, não se con- execução de suas atividades. Os documentos preservados
fundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito públi- pelo arquivo podem ser de vários tipos e em vários supor-
co, pois os órgãos que compõe a administração indireta da tes. As entidades mantenedoras de arquivos podem ser pú-
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também blicas (Federal, Estadual Distrital, Municipal), institucionais,
pessoas jurídicas, destituídas de poder político e dotadas comerciais e pessoais.
de personalidade jurídica própria, porém, de direito pú- Um documento (do latim documentum, derivado de
blico. docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo
Exemplos: gráfico, que comprove a existência de um fato, a exatidão
ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico, do-
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.
cumentos são frequentemente sinônimos de atos, cartas
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de traba-
ou escritos que carregam um valor probatório.
lhos, etc.
Documento arquivístico: Informação registrada, inde-
• Comercial: companhias, empresas, etc.21
pendente da forma ou do suporte, produzida ou recebida
no decorrer da atividade de uma instituição ou pessoa e
Arquivístiva
que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes para
A arquivística é uma ciência que estuda as funções do
servir de prova dessa atividade.
arquivo, e também os princípios e técnicas a serem obser-
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como dis-
vados durante a atuação de um arquivista sobre os arqui- ciplina, a partir da segunda metade do século XIX, talvez
vos. É a Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas as nada tenha sido tão revolucionário quanto o desenvolvi-
informações que possam ser registradas em documentos mento da concepção teórica e dos desdobramentos práti-
de arquivos. Para tanto, utiliza-se de princípios, normas, cos da gestão.
técnicas e procedimentos diversos, que são aplicados nos
processos de composição, coleta, análise, identificação, PRINCÍPIOS:
organização, processamento, desenvolvimento, utilização, Os princípios arquivísticos constituem o marco principal
publicação, fornecimento, circulação, armazenamento e re- da diferença entre a arquivística e as outras “ciências” do-
cuperação de informações. cumentárias. São eles:
O arquivista é um profissional de nível superior, com
formação em arquivologia ou experiência reconhecida Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do do-
pelo Estado. Ele pode trabalhar em instituições públicas cumento, relativamente a seu produtor. Por este princípio,
ou privadas, centros de documentação, arquivos privados os arquivos devem ser organizados em obediência à com-
ou públicos, instituições culturais etc. É o responsável pelo petência e às atividades da instituição ou pessoa legitima-
gerenciamento da informação, gestão documental, conser- mente responsável pela produção, acumulação ou guarda
vação, preservação e disseminação da informação contida dos documentos. Arquivos originários de uma instituição
nos documentos. Também tem por função a preservação ou de uma pessoa devem manter a respectiva individuali-
do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídi- dade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não
ca), institução e, em última instância, da sociedade como devendo ser mesclados a outros de origem distinta.
um todo. Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação
e da elaboração de instrumentos de pesquisa, observan- Princípio da Organicidade: As relações administra-
do as três idades dos arquivos: corrente, intermediária e tivas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A
permanente. organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos es-
pelham a estrutura, funções e atividades da entidade pro-
21 Fonte: www.editorajuspodivm.com.br – Texto adapta- dutora/acumuladora em suas relações internas e externas.
do de George Melo Rodrigues

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Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero, tipo ou Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos
suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter único, Relações Públicas: estratégica, política, institucional, mer-
em função do contexto em que foram produzidos. cadológica, social, comunitária, cultural, etc.; atuando sem-
pre para cumprir os objetivos da organização e definir suas
Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os fundos de políticas gerais de relacionamento.
arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação, Em vista do que foi dito sobre o profissional de Relações
destruição não autorizada ou adição indevida. Públicas, destaca-se como principal objetivo liderar o pro-
cesso de comunicação total da empresa, tanto no nível do
Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma formação entendimento, como no nível de persuasão nos negócios.
progressiva, natural e orgânica.
Pronúncia correta das palavras
Legislação arquivística Proferir as palavras corretamente. Isso envolve:
 Usar os sons corretos para vocalizar as palavras;
Papel da Legislação  Enfatizar a sílaba certa;
 Normatizar a atuação do arquivista;  Dar a devida atenção aos sinais diacríticos
 Regulamentar a atuação profissional e as atividades do
arquivista junto aos documentos e aos arquivos; Por que é importante?
 Apresentar diretrizes para a gestão de arquivos A pronúncia correta confere dignidade à mensagem
 Estabelecer padrões para o desenvolvimento de ativida- que pregamos. Permite que os ouvintes se concentrem no
des de arquivo; teor da mensagem sem ser distraídos por erros de pronún-
 Garantir o desempenho de atividades conforme normas cia.
gerais e disposições específicas para alguns tipos de instituição; Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras
 Recomendar ações rotineiras e preventivas junto aos do- de pronúncia que se aplique a todos os idiomas. Muitos
cumentos de arquivo idiomas utilizam um alfabeto. Além do alfabeto latino, há
também os alfabetos árabe, cirílico, grego e hebraico. No
idioma chinês, a escrita não é feita por meio de um alfabeto,
mas por meio de caracteres que podem ser compostos de
RELAÇÕES PESSOAIS E INTERPESSOAIS: vários elementos. Esses caracteres geralmente representam
ATENDIMENTO PESSOAL E TELEFÔNICO. uma palavra ou parte de uma palavra. Embora os idiomas
japonês e coreano usem caracteres chineses, estes podem
ser pronunciados de maneiras bem diferentes e nem sem-
pre ter o mesmo significado.
Quando se fala em comunicação interna organizacional, Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige
automaticamente relaciona ao profissional de Relações Públi- que se use o som correto para cada letra ou combinação
cas, pois ele é o responsável pelo relacionamento da empresa de letras. Quando o idioma segue regras coerentes, como
com os seus diversos públicos (internos, externos e misto). é o caso do espanhol, do grego e do zulu, a tarefa não é
As organizações têm passado por diversas mudanças tão difícil. Contudo, as palavras estrangeiras incorporadas
buscando a modernização e a sobrevivência no mundo dos ao idioma às vezes mantêm uma pronúncia parecida à ori-
negócios. Os maiores objetivos dessas transformações são: ginal. Assim, determinadas letras, ou combinações de letras,
tornar a empresa competitiva, flexível, capaz de responder podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes,
as exigências do mercado, reduzindo custos operacionais e simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise
apresentando produtos competitivos e de qualidade. memorizar as exceções e então usá-las regularmente ao
A reestruturação das organizações gerou um público in- conversar. Em chinês, a pronúncia correta exige a memori-
terno de novo perfil. Hoje, os empregados são muito mais zação de milhares de caracteres. Em alguns idiomas, o sig-
conscientes, responsáveis, inseridos e atentos às cobranças nificado de uma palavra muda de acordo com a entonação.
das empresas em todos os setores. Diante desse novo mo- Se a pessoa não der a devida atenção a esse aspecto do
delo organizacional, é que se propõe como atribuição do idioma, poderá transmitir ideias erradas.
profissional de Relações Públicas ser o intermediador, o ad- Se as palavras de um idioma forem compostas de síla-
ministrador dos relacionamentos institucionais e de negócios bas, é importante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas
da empresa com os seus públicos. Sendo assim, fica claro que usam esse tipo de estrutura têm regras bem definidas
que esse profissional tem seu campo de ação na política de sobre a posição da sílaba tônica (aquela que soa mais forte).
relacionamento da organização. As palavras que fogem a essas regras geralmente recebem
A comunicação interna, portanto, deve ser entendida um acento gráfico, o que torna relativamente fácil pronun-
como um feixe de propostas bem encadeadas, abrangentes, ciá-las de maneira correta. Contudo, se houver muitas ex-
coisa significativamente maior que um simples programa de ceções às regras, o problema fica mais complicado. Nesse
comunicação impressa. Para que se desenvolva em toda sua caso, exige bastante memorização para se pronunciar cor-
plenitude, as empresas estão a exigir profissionais de comu- retamente as palavras.
nicação sistêmicos, abertos, treinados, com visões integradas Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante
e em permanente estado de alerta para as ameaças e opor- atenção aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo
tunidades ditadas pelo meio ambiente. de determinadas letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas ar- Exceções


madilhas. A precisão exagerada pode dar a impressão de 110 - cento e dez
afetação e até de esnobismo. O mesmo acontece com as 111 – cento e onze
pronúncias em desuso. Tais coisas apenas chamam atenção 211 – duzentos e onze
para o orador. Por outro lado, é bom evitar o outro extremo 118 – cento e dezoito
e relaxar tanto no uso da linguagem quanto na pronúncia 511 – quinhentos e onze
das palavras. Algumas dessas questões já foram discutidas 0001 – mil ao contrario
no estudo “Articulação clara”.
Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir Atendimento telefonico
de um país para outro — até mesmo de uma região para Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlo-
outra no mesmo país. Um estrangeiro talvez fale o idioma cutor se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata
local com sotaque. Os dicionários às vezes admitem mais da utilização de um canal de comunicação a distância. É preciso,
de uma pronúncia para determinada palavra. Especialmen- portanto, que o processo de comunicação ocorra da melhor ma-
te se a pessoa não teve muito acesso à instrução escolar ou neira possível para ambas as partes (emissor e receptor) e que
se a sua língua materna for outra, ela se beneficiará muito as mensagens sejam sempre acolhidas e contextualizadas, de
por ouvir com atenção os que falam bem o idioma local e modo que todos possam receber bom atendimento ao telefone.
imitar sua pronúncia. Alguns autores estabelecem as seguintes recomenda-
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se ções para o atendimento telefônico:
está bem familiarizado. Normalmente, a pronúncia não • não deixar o cliente esperando por um tempo muito
constitui problema numa conversa, mas ao ler em voz alta longo. É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e
você poderá se deparar com palavras que não usa no co- retornar a ligação em seguida;
tidiano. • o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem
de se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços;
Maneiras de aprimorar. Muitas pessoas que têm pro- • atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o
atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas;
blemas de pronúncia não se dão conta disso.
• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia”
Em primeiro lugar, quando for designado a ler em
ou “boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou insti-
público, consulte num dicionário as palavras que não co-
tuição são atitudes que tornam a conversa mais pessoal. Per-
nhece. Se não tiver prática em usar o dicionário, procure
guntar o nome do cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a
em suas páginas iniciais, ou finais, a explicação sobre as
ideia de que ele é importante para a empresa ou instituição.
abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos usados ou,
O atendente deve também esperar que o seu interlocutor
se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los. Em desligue o telefone. Isso garante que ele não interrompa o
alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, usuário ou o cliente. Se ele quiser complementar alguma
dependendo do contexto. Alguns dicionários indicam a questão, terá tempo de retomar a conversa.
pronúncia de letras que têm sons variáveis bem como a No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal
sílaba tônica. Antes de fechar o dicionário, repita a palavra para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso
várias vezes em voz alta. que o atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler demandas de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso
para alguém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe correto da língua portuguesa e a qualidade da dicção também
que corrija seus erros. são fatores importantes para assegurar uma boa comunicação
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar telefônica. É fundamental que o atendente transmita a seu in-
atenção aos bons oradores. terlocutor segurança, compromisso e credibilidade.
Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir,
Pronúncia de números telefonicos procedimentos para a excelência no atendimento telefônico:
O número de telefone deve ser pronunciado algarismo • Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém
por algarismo. gosta de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o
Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo. atendente da chamada deve identificar-se assim que atender
Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres ao telefone. Por outro lado, deve perguntar com quem está
em tres algarismos, com exceção de uma sequencia de falando e passar a tratar o interlocutor pelo nome. Esse toque
quatro numeros juntos, onde damos uma pausa a cada pessoal faz com que o interlocutor se sinta importante;
dois algarismos. • assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o atende ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja,
número “11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado comprometer-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta
como “onze”. rápida. Por exemplo: não deve dizer “não sei”, mas “vou imediata-
Veja abaixo os exemplos mente saber” ou “daremos uma resposta logo que seja possível”.
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, Se não for mesmo possível dar uma resposta ao assunto, o aten-
zero – zero, tres dente deverá apresentar formas alternativas para o fazer, como:
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres, fornecer o número do telefone direto de alguém capaz de resolver
tres – quatro, tres o problema rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pessoa
031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze responsável procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de
– nove, oito que alguém confirmará a recepção do pedido ou chamada;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

• Não negar informações: nenhuma informação deve ser • competência – recursos humanos capacitados e recursos
negada, mas há que se identificar o interlocutor antes de a for- tecnológicos adequados;
necer, para confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é • confiabilidade – cumprimento de prazos e horários esta-
adequada a seguinte frase: vamos anotar esses dados e depois belecidos previamente;
entraremos em contato com o senhor • credibilidade – honestidade no serviço proposto;
• Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao • segurança – sigilo das informações pessoais;
tempo, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e • facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal
mostrar que o diálogo está sendo acompanhado com atenção, de contato;
dando feedback, mas não interrompendo o raciocínio do inter- • comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser-
locutor; viços.
• Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra
que o atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada; Fatores críticos de sucesso ao telefone:
• Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser ca-  A voz / respiração / ritmo do discurso
tastrófica: as más palavras difundem-se mais rapidamente do  A escolha das palavras
que as boas;  A educação
• Manter o cliente informado: como, nessa forma de co- Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do outro
municação, não se estabelece o contato visual, é necessário que lado da linha não pode ver as suas expressões faciais e ges-
o atendente, se tiver mesmo que desviar a atenção do telefone tos, mas você transmite através da voz o sentimento que está
durante alguns segundos, peça licença para interromper o diálo- alimentando ao conversar com ela. As emoções positivas ou
go e, depois, peça desculpa pela demora. Essa atitude é impor- negativas, podem ser reveladas, tais como:
tante porque poucos segundos podem parecer uma eternidade • Interesse ou desinteresse,
para quem está do outro lado da linha; • Confiança ou desconfiança,
• Ter as informações à mão: um atendente deve conservar • Alerta ou cansaço,
a informação importante perto de si e ter sempre à mão as infor- • Calma ou agressividade,
• Alegria ou tristeza,
mações mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a
• Descontração ou embaraço,
rapidez de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;
• Entusiasmo ou desânimo.
• Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras
liga: quem atende a chamada deve definir quando é que a pes-
por minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras por
soa deve voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa
minuto aproximadamente, tornando o discurso mais claro.
ou instituição vai retornar a chamada.
A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensagem
e pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o outro a
Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitudes julgar que não existe entusiasmo da sua parte.
no atendimento telefônico:
• Receptividade - demonstrar paciência e disposição O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige
para servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais co- ao cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando sua
muns dos usuários como se as estivesse respondendo pela pri- simpatia. Está relacionada a:
meira vez. Da mesma forma é necessário evitar que interlocutor • Presteza – demonstração do desejo de servir, valori-
espere por respostas; zando prontamente a solicitação do usuário;
• Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, • Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de
dizer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, cordialidade;
anotar a mensagem do interlocutor); • Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-
• Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se -previstas.
pronunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, ex-
pressões como “meu bem”, “meu querido, entre outras); A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja vista,
• Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fazê-la com-
(evitar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situações, des- preender a essência da mesma é uma tarefa que envolve inúme-
viando-se do tema da conversa, bem como evitar comer ou be- ras variáveis que transformam a comunicação humana em um
ber enquanto se fala); desafio constante para todos nós. E essa complexidade aumenta
• Comportamento ético na conversação – o que envolve quando não há uma comunicação visual, como na comunicação
também evitar promessas que não poderão ser cumpridas. por telefone, onde a voz é o único instrumento capaz de transmi-
tir a mensagem de um emissor para um receptor. Sendo assim,
Atendimento e tratamento inúmeras empresas cometem erros primários no atendimento
O atendimento está diretamente relacionado aos negó- telefônico, por se tratar de algo de difícil consecução.
cios de uma organização, suas finalidades, produtos e ser- Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefônico,
viços, de acordo com suas normas e regras. O atendimento de modo a atingirmos a excelência, confira:
estabelece, dessa forma, uma relação entre o atendente, a 1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma linguagem
organização e o cliente. formal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito
A qualidade do atendimento, de modo geral, é determi- e seriedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois as-
nada por indicadores percebidos pelo próprio usuário rela- sim fazendo, você estará gerando uma imagem positiva de si
tivamente a: mesmo por conta do profissionalismo demonstrado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extremamen- 15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente atenta-
te prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja, tudo aquilo mente, sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui positiva-
que atrapalha a comunicação entre as partes (chieira, sons de mente para a identificação dos problemas existentes e conse-
aparelhos eletrônicos ligados, etc.). Sendo assim, é necessário quentemente para as possíveis soluções que os mesmos exigem.
manter a linha “limpa” para que a comunicação seja eficiente, 16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou li-
evitando desvios. gar para alguma empresa e teve que esperar um longo perío-
3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que do de tempo para que a linha fosse desocupada? Pois é, é algo
seja minimamente compreensível, evitando desconforto para o extremamente inconveniente e constrangedor. Por esse motivo,
cliente que por várias vezes é obrigado a “implorar” para que o busque não delongar as conversas e evite conversas pessoais,
atendente fale mais alto. objetivando manter, na medida do possível, sua linha sempre
4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você disponível para que o cliente não tenha que esperar muito tem-
não cometa o erro de falar muito rapidamente, ou seja, procu- po para ser atendido.
re encontrar o meio termo (nem lento e nem rápido), de forma Buscar a excelência constantemente na comunicação huma-
que o cliente entenda perfeitamente a mensagem, que deve ser na é um ato fundamental para todos nós, haja vista, que estamos
transmitida com clareza e objetividade. nos comunicando o tempo todo com outras pessoas. Infeliz-
5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e coe- mente algumas pessoas não levam esse importante ato a sério,
são para que a mensagem tenha organização, evitando possíveis comprometendo assim, a capacidade humana de transmitir uma
erros de interpretação por parte do cliente. simples mensagem para outra pessoa. Sendo assim, devemos fi-
6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um cliente car atentos para não repetirmos esses erros e consequentemen-
sem educação, use a inteligência, ou seja, seja paciente, ouça-o te aumentarmos nossa capacidade de comunicação com nosso
atentamente, jamais seja hostil com o mesmo e tente acalmá-lo, semelhante.
pois assim, você estará mantendo sua imagem intacta, haja vista,
que esses “dinossauros” não precisam ser atacados, pois, eles se Resoluções de situações conflitantes ou problemas
matam sozinhos. quanto ao atendimento de ligações ou transferências
7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorridente para O agente de comunicação é o cartão de visita da empresa..
que o cliente se sinta valorizado pela empresa, gerando um clima Por isso é muito importante prestar atenção a todos os detalhes
confortável e harmônico. Para isso, use suas entonações com criati- do seu trabalho. Geralmente você é a primeira pessoa a manter
vidade, de modo a transmitir emoções inteligentes e contagiantes. contato com o público. Sua maneira de falar e agir vai contribuir
8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o muito para a imagem que irão formar sobre sua empresa. Não
cliente para aguardar na linha, mas não demore uma eternidade, esqueça: a primeira impressão é a que fica.
pois, o cliente pode se sentir desprestigiado e desligar o telefone. Alguns detalhes que podem passar despercebidos na rotina
9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal é do seu trabalho:
atender o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, é um - Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural
ato que demonstra afabilidade e empenho em tentar entregar possível. Assim você fala só uma vez e evita perda de tempo.
para o cliente a máxima eficiência. - Calma:  Ás vezes pode não ser fácil mas é muito impor-
10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer o tante que você mantenha a calma e a paciência . A pessoa que
nome da organização, o nome da própria pessoa seguido ainda, esta chamando merece ser atendida com toda a delicadeza. Não
das tradicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.). Além disso, deve  ser apressada ou interrompida. Mesmo que ela seja um
quando for encerrar a conversa lembre-se de ser amistoso, agra- pouco grosseira, você não deve responder no mesmo tom. Pelo
decendo e reafirmando o que foi acordado. contrário, procure acalmá-la.
11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém que - Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece
não está presente na sua empresa no momento da ligação, ja- atenção especial. E você, como toda boa telefonista, deve ser
mais peça a ele para ligar mais tarde, pois, essa é uma função do sempre simpática e demonstrar interesse em ajudar. 
atendente, ou seja, a de retornar a ligação quando essa pessoa - Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de deta-
estiver de volta à organização. lhes  importantes sobre o assunto que será tratado. Esses deta-
12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organiza- lhes são confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvi-
ção é um dos princípios para um bom atendimento telefônico, das. Você deve ser discreta e manter tudo em segredo. A quebra
haja vista, que é necessário anotar o nome da pessoa e os pontos de sigilo nas ligações telefônicas é considerada  uma falta grave,
principais que foram abordados. sujeita às penalidades legais. 
13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que não O que dizer e como dizer
tem responsabilidade de cumprir aquilo que foi acordado demons-  Aqui seguem algumas sugestões de como atender as cha-
tra desleixo e incompetência, comprometendo assim, a imagem da madas externas:
empresa. Sendo assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar uma - Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o nome
ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando esquecimentos. da sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou boa noite.
14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao atender - Essa chamada externa vai solicitar um ramal  ou pessoa.
o telefone, você deve demonstrar para o cliente uma postura de Você deve repetir esse número ou nome, para ter certeza de que
quem realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se importa com entendeu  corretamente. Em seguida diga: “ Um momento, por
os problemas do mesmo. Atitudes negativas como um tom de favor,” e transfira a ligação.
voz desinteressado, melancólico e enfadado contribuem para a Ao transferir as ligações, forneça as informações que já
desmotivação do cliente, sendo assim, é necessário demonstrar possui; faça uso do seu vocabulário profissional; fale somen-
interesse e iniciativa para que a outra parte se sinta acolhida. te o necessário e evite assuntos pessoais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar ao Informações básicas adicionais


seu interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir a liga- -  Ramal: são os terminais de onde saem e entram as
ção, mantenha-o ciente dos passos desse atendimento. ligações telefônicas. Eles se dividem em:
Não se deve transferir uma ligação apenas para se livrar * Ramais privilegiados: são os ramais de onde se po-
dela. Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colocar-se à dem fazer ligações para fora sem passar pela telefonista
disposição dele, e se acontecer de não ser possível, transfira-o * Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é necessá-
para quem realmente possa atendê-lo e resolver sua solicita- rio o auxilio da telefonista para ligar para fora.
ção. Transferir o cliente de um setor para outro, quando essa * Ramais restritos: só fazem ligações internas.
ligação já tiver sido transferida várias vezes não favorece a ima- -Linha - Tronco: linha telefônica que liga  a CPCT à cen-
gem da empresa. Nesse caso, anote a situação e diga que irá tral Telefônica Pública.
retornar com as informações solicitadas. -  Número-Chave ou Piloto: Número que acessa au-
- Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a trans- tomaticamente as linhas que estão  em busca automática,
ferência, diga à pessoa  que chamou: “O ramal está ocupado. devendo ser o único número divulgado ao público.
Posso anotar o recado e retornar a ligação.” É importante que - Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações  entre
você não deixe uma linha ocupada  com uma pessoa que está  ramais e linhas-tronco.
apenas esperando a liberação de um ramal. Isso pode conges- - Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a
tionar as linhas do equipamento, gerando perda de ligações. realização de ligações interurbanas.
Mas caso essa pessoa insista em falar com o ramal ocupado, - DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano
você deve interromper a outra ligação  e dizer: “Desculpe-me franqueado, cuja cobrança das ligações  é feita no telefone
interromper  sua ligação, mas há uma chamada urgente do (a) chamado.
Sr.(a) Fulano(a) para este ramal. O (a) senhor (a) pode atender?” - DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas exter-
Se a pessoa puder atender , complete a ligação, se não, diga nas vão direto  para o ramal desejado, sem passar pela tele-
que a outra ligação ainda está em andamento e reafirme sua fonista . Isto só é possível em algumas CPCTs do tipo PABX.
possibilidade em auxiliar. - Pulso : Critério de medição de uma chamada por tem-
Lembre-se  :
po, distância e horário.
Você deve ser natural, mas não deve esquecer de certas
- Consultores: empregados da Telems que dão  orien-
formalidades como, por exemplo, dizer sempre “por favor” ,
tação  às empresas quanto ao melhor funcionamento dos
“Queira desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita a comu-
sistemas de telecomunicações.
nicação e induz a outra pessoa a ter com você o mesmo tipo
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço
de tratamento.
e dar assistência às CPCTs.
A conversa: existem  expressões que nunca devem ser
usadas, tais como girias, meias palavras, e palavras com cono- -  Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas
tação de intimidade. A conversa deve ser sempre mantida em nos horários fora do expediente para determinados ramais.
nível profissional. Só é possível em CPCTs do tipo PBX e PABX.
 
Equipamento básico Em casos onde você se depara com uma situação que
Além da sala, existem outras coisas necessárias para asse- represente conflito ou problema, é necessário adequar a sua
gurar o bom andamento do seu trabalho: reação à cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
- Listas telefônicas atualizadas. 1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer?
- Relação dos ramais por nomes de funcionários (em or-  Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar a
dem alfabética). raiva.
- Relação dos números  de telefones mais chamados.  Acima de tudo, mantenha-se calmo.
- Tabela de tarifas telefônicas.  Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente, em
- Lápis e caneta um estado de nervosismo.
- Bloco para anotações  Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a) está
- Livro de registro de defeitos. muito nervoso (a), tente acalmar-se”.
 Use frases adequadas ao momento. Frases que aju-
 O que você precisa saber: dam acalmar o Cliente, deixando claro que você está ali para
O seu equipamento telefônico não é apenas parte do seu ajudá-lo
material de trabalho. É o que há de mais importante. Por isso
você deve saber como ele funciona. Tecnicamente, o equipa- 2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fa-
mento que você usa é chamado de CPCT - Central Privada de zer?
Comunicação Telefônica, que permite você fazer ligações in-  O tratamento deverá ser sempre positivo, indepen-
ternas (de ramal para ramal) e externas. Atualmente existem dentemente das circunstâncias.
dois tipos: PABX e KS.  Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a
- PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste siste- entender que você não é o alvo.
ma, todas as ligações  internas e a maioria das ligações para  Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidando
fora da empresa são feitas pelos usuários de ramais. Todas as para não parecer ironia. Quando você toma a iniciativa e age
ligações que entram, passam pela telefonista. positivamente, coloca uma pressão psicológica no Cliente,
- KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de entra- para que ele reaja de modo positivo.
da, de saída ou internas, são feitas sem passar pela telefonista

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

3ª – Diante de erros ou problemas causados pela empresa  Entender que seu trabalho é este: atender o melhor
 ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido possível. possível.
 Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que estiver ao  Entender que você e a empresa dependem do
seu alcance para que o problema seja resolvido. cliente, não ele de vocês.
 CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando vai corrigir.  Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai de-
 Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema. pender o futuro da relação do cliente com a empresa.
 EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
 Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFIQUE, POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/
mas com muita prudência. O Cliente não se interessa por “justifi- Cordialidade)
cativas”. Este é um problema da empresa. A FUGA DOS CLIENTES
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas
4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer? fogem delas por problemas relacionados à postura de aten-
 Concentre-se para entender o que realmente o Cliente dimento.
quer ou, exatamente, o que ele não está entendendo e o porquê. Numa escala decrescente de importância, podemos obser-
 Caso necessário, explique novamente, de outro jeito, até var os seguintes percentuais:
que o Cliente entenda.  68% dos clientes fogem das empresas por problemas
 Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o geren- de postura no atendimento;
te, o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do possível, que o  14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução.  9% fogem pelo preço;
5ª – Discussão com o Cliente  9% fogem por competição, mudança de endereço,
Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você morte.
sempre perde!
Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou A origem dos problemas está nos sistemas implantados
“discutir” com um cliente é estar consciente – sempre alerta -, de nas organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não
forma que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocional definem uma política clara de serviços, não definem o que é o
do Cliente, quando esta for negativa. Exemplos: próprio serviço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita
dificuldade em satisfazer plenamente o cliente.
O Cliente está... Reaja de forma oposta Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não con-
tratam profissionais com características básicas para atender o
Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
público, não treinam estes profissionais na postura adequada,
Irritado Mantenha a calma. não criam um padrão de atendimento e este passa a ser reali-
Desafiando Não aceite. Ignore o desafio. zado de acordo com as características individuais e o bom senso
Diga-lhe que é possível resol- de cada um.
Ameaçando ver o problema sem a neces- A falta de noção clara da causa primária da perda de clien-
sidade de uma ação extrema. tes faz com que as empresas demitam os funcionários “porque
Diga-lhe que o compreende, eles não sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendi-
que gostaria que ele lhe des- mento é a tarefa mais simples da empresa e que menos merece
Ofendendo preocupação. Ao contrário, é a mais complexa e recheada de
se uma oportunidade para
ajudá-lo. nuances que perpassam pela condição individual e por condi-
ções sistêmicas.
6ª – Equilíbrio Emocional
Em uma época em que manter um excelente relacionamento Estas condições sistêmicas estão relacionadas a:
com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um alto coeficien- 1. Falta de uma política clara de serviços;
te de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos 2. Indefinição do conceito de serviços;
os profissionais, particularmente os que trabalham diretamente no 3. Falta de um perfil adequado para o profissional de aten-
atendimento a Clientes. dimento;
4. Falta de um padrão de atendimento;
Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à me- 5. Inexistência do follow up;
dida que: 6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal.
 For paciente e compreensivo com o Cliente.
 Tiver uma crescente capacidade de separar as questões Nas condições individuais, podemos encontrar a contra-
pessoais dos problemas da empresa. tação de pessoas com características opostas ao necessário para
 Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, atender ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...
mas, sim, a empresa. Que você só está ali como uma espécie de
“para-raios”. SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO
 Não fizer pré julgamentos dos clientes. Observando estas duas condições principais que causam a
 Entender que cada cliente é diferente do outro. vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos
 Entender que para você o problema apresentado pelo separar a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os
cliente é um entre dezenas de outros; para o cliente não, o proble- serviços e a postura de atendimento.
ma é único, é o problema dele.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
e, como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio.
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de servi- A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os
ços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são trata- aspectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua tota-
dos os aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, lidade e nossa condição emocional.
como: o ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item,
portanto, depende mais diretamente da empresa e está mais Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de
relacionado com as condições sistêmicas. POSTURA. São eles:
01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento dis- por um posicionamento de humildade, mostrando-se sempre dis-
pensado às pessoas, está mais relacionado com o funcionário ponível para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta
em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir com os clien- POSTURA DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimen-
tes. Portanto, está ligado às condições individuais. tos positivos nos clientes, como por exemplo:
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políti- a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o
cas das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de peito aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e
atendimento e de um perfil básico para o profissional de aten- acolhimento;
dimento, como forma de avançar no próprio negócio. Dessa b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclina-
maneira, estes dois itens se tornam complementares e inter-re- do transmite ao cliente a humildade do atendente;
lacionados, com dependência recíproca para terem peso. c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem res-
Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se peito e segurança;
necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento. d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade
e calorosidade.
Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento:
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de com- 02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL:
preender e atender as necessidades dos clientes, fazer com que que se caracteriza pela existência de uma unidade entre o que di-
ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcio- zemos e o que expressamos no nosso corpo.
ná-lo um ambiente agradável. Este profissional é voltado comple- Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e con-
tamente para a interação com o cliente, estando sempre com as fortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos sen-
suas antenas ligadas neste, para perceber constantemente as suas timentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais
necessidades. Para este profissional, não basta apenas conhecer o livres do stress, das doenças, dos medos.
produto ou serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse 03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois
em relação às necessidades dos clientes e atendê-las. aspectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas
02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessida- traduzem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua
des dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. função social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus
Para entender o lado humano, é necessário que este profissional efeitos sobre o observador e quem a expressa.
tenha uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamen-
com gente. Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, to inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o
pois para este profissional, a felicidade de uma pessoa começa no organismo e o seu meio ambiente.
mesmo instante em que ela cessa a busca de sua própria felicida-
de para buscar a felicidade do outro. O olhar
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do
ESPÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais
positivos, para ter atitudes adequadas no momento do atendi- profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito.
mento. Ele sabe que é fundamental separar os problemas parti- Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so-
culares do dia a dia do trabalho e, para isso, cultiva o estado de mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos
espírito antes da chegada do cliente. O primeiro passo de cada o real sentido dos olhos.
dia, é iniciar o trabalho com a consciência de que o seu principal Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de aco-
papel é o de ajudar os clientes a solucionarem suas necessida- lhimento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de
des. A postura é de realizar serviços para o cliente. vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza
e desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissa-
Os requisitos para contratação deste profissional bor pelo atendimento.
Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisi-
tos são essenciais ao atendente. São eles: Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho
 Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz. nos nossos olhos ? A resposta é simples:
 Gostar de lidar com gente. Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar
 Ser extrovertido. de ajudar o próximo.
 Ter humildade. Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto,
 Cultivar um estado de espírito positivo. pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para
 Satisfazer as necessidades do cliente. o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender
 Cuidar da aparência. as necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir:  Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um
01. Interesse quando: bem;
 Brilha;  Seguir o cliente por toda a loja;
 Tem atenção;  O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente
 Vem acompanhado de aceno de cabeça. passageiro;
 O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo
02. Desinteresse quando: pratos sem ser solicitado;
 É apático;  O funcionário que cumprimenta o cliente com dois
 É imóvel, rígido; beijinhos e tapinhas nas costas;
 Não tem expressão.  O funcionário que transfere a ligação ou desliga o te-
lefone sem avisar.
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar
nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar. Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profis-
sional do atendimento.
A aproximação - raio de ação.
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito O sorriso
de RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, inde- O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem
pendente deste ser cliente ou não. universal.
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 me- Imagine que você tem um exame de saúde muito impor-
tros de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, tante para receber e está apreensivo com o resultado. Você che-
prontamente. ga à clínica e é recebido por uma recepcionista que apresenta
Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcio- um sorriso caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro
nário estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para e mais confiante, diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste
a interação, a tornam mais eficaz. caso, o sorriso foi interpretado como um ato de apaziguamento.
Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito
verbal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um das pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes
aceno de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se são avaliadas mais favoravelmente do que as não sorridentes.
acolhido e certo de estar recebendo toda a atenção necessária O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de co-
para satisfazer os seus anseios. municação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e ge-
ralmente informa mais do que a linguagem falada e a escrita.
Alguns exemplos são: Dessa forma, podemos passar vários tipos de sentimentos e
1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho acarretar as mais diversas emoções no outro.
de limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamen-
te olha para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”. Ir ao encontro do cliente
2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no mo- Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromis-
mento do pagamento; so no atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a
03. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver importância dada ao cliente no momento de atendimento, na
o carro entrando no posto e faz uma sudação... qual o atendente faz tudo o que é possível para atender as suas
necessidades, pois ele compreende que satisfazê-las é funda-
A INVASÃO mental. Indo ao encontro do cliente, o atendente demonstra o
Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com seu interesse para com ele.
INVASÃO DE TERRITÓRIO.
Vamos entender melhor isso. A primeira impressão
Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ- Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRI-
RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território MEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA.
não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas Você concorda com ela?
principalmente num espaço pessoal e social, o que podemos tra- No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a em-
duzir como a necessidade de privacidade, de respeito, de man- presa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão
ter uma distância ideal entre si e os outros de acordo com cada inicial, se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar.
situação. É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os
privacidade, o que normalmente traz consequências negativas. seus desejos satisfeitos.
Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações Estes clientes perdem a confiança na empresa e normal-
corriqueiras: uma piada muito picante contada na presença de mente os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos
pessoas estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do ou- que as empresas adotam são os contatos via telemarketing, ma-
tro, quase se encostando nele; dar um tapinha nas costas... la-direta, visitas, mas nem sempre são eficazes.
Nas situações de atendimento, são bastante comuns as in- A maioria das empresas não têm noção da quantidade de
vasões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, cau- clientes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam me-
sam mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como canismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes
atitudes grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para refor-
destas atitudes e situações mais comuns: çar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Quando as organizações atentam para essa importân- É importante lembrar que o cumprimento deve estar asso-
cia, elas passam a aplicar instrumentos de medição. ciado ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito
Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a abertos, totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal.
realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subje- Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada de
tivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto. cumprimentar, esta jamais deverá ser mecânica e automática.
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não co-
lher as informações reais. Tom de voz
A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda
e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e de intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as
o produto adquiridos da empresa. palavras, são mais importantes do que as próprias palavras.
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje
Apresentação pessoal do conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente próxima semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de
quando o atendemos com as unhas sujas, os cabelos des- acordo com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações
penteados, as roupas mal cuidadas... ? diferentes do cliente.
O atendente está na linha de frente e é responsável pelo Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpan-
contato, além de representar a empresa neste momento. do pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando
Para transmitir confiabilidade, segurança, bons serviços e com calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a
cuidado, se faz necessário, também, ter uma boa apresen- reação do cliente será de compreensão.
tação pessoal. Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica,
estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando...
mais completo. São eles: As palavras são símbolos com significados próprios. A forma
01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além como elas são utilizadas também traz o seu significado e com
da função higiênica, também é revigorante e espanta a pre- isso, cada palavra tem a sua vibração especial.
guiça;
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, Saber escutar
cabelos cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agra- Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Se
dável, axilas você respondeu que não, você errou.
Asseadas, barba feita; Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro
03. Roupas limpas e conservadas; sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo
04. Sapatos limpos; da comunicação.
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visí- O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nos-
vel pelo cliente. sa capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro,
o cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o barreiras que atrapalham e empobrecem o processo de comu-
cliente se questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da nicação. São elas:
sua aparência pessoal, como é que vai cuidar de me prestar * os nossos PRECONCEITOS;
um bom serviço ? “ * as DISTRAÇÕES;
A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto im- * os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
portante para criar uma relação de proximidade e confiança * as ANTIPATIAS.
entre o cliente e o atendente.
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisa-
Cumprimento caloroso mos compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do
O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem outro, fazendo uma leitura completa da situação.
firmeza ? Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de re-
Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se co- ceptividade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e uma
nhece alguém, a sua integridade moral, pela qualidade do boca, o que nos sugere que é preciso escutar mais do que
seu aperto de mão. falar.
O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passivi- Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o,
dade, baixa energia, desinteresse, pouca interação, falta de falando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações
compromisso com o contato. - tiramos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros
Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que anseios e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois
machuca a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, não iremos conseguir atende-las.
causa um mal estar, traduzindo hiperatividade, agressivida- A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que va-
de, invasão e desrespeito. O ideal é ter um cumprimento mos conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar de fato,
firme, que prenda toda a mão, mas que a deixe livre, sem os sentimentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso,
sufocá-la. Este aperto de mão demonstra interesse pelo ou- é preciso que o atendente esteja sintonizado emocionalmente
tro, firmeza, bom nível de energia, atividade e compromisso com o cliente. Esta sintonia se dá através do despojamento das
com o contato. barreiras que já falamos antes.

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Agilidade * cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só


Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder devem ser feitas no banheiro);
a qualidade do serviço prestado. * comer na frente do cliente (comum nas empresas que
A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de oferecem lanches ou têm cantina);
respeito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do * gritar para pedir alguma coisa;
cliente em relação à utilização adequada do seu tempo. * se coçar na frente do cliente;
Quando há agilidade, podemos destacar: * bocejar (revela falta de interesse no atendimento).
 o atendimento personalizado; Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:
 a atenção ao assunto; * se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona,
 o saber escutar o cliente; por exemplo;
 cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante * receber presentes do cliente em troca de um bom serviço;
todo o seu percurso na empresa. * fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou servi-
ços na frente do cliente;
O calor no atendimento * desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende,
O atendimento caloroso evita dissabores e situações cons- o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente;
trangedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estu- * falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do
dados sobre postura. cliente;
O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para * usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;
isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir im- * reclamar na frente do cliente;
portante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente * lamentar;
busca ser reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitu- * colocar problemas salariais;
des, o atendente satisfaz as necessidades do cliente de estima * “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
e consideração.
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OU-
sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar TROS E NÃO SE SERVIR DOS OUTROS.
ao atendente como um bumerangue. O EFEITO BUMERAN-
GUE é bastante comum em situações de atendimento, pois ele Usar chavões
reflete o nível de satisfação, ou não, do cliente em relação ao O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como for-
atendente. Com este efeito, as atitudes batem e voltam, ou seja, ma de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente.
se você atende bem, o cliente se sente bem e trata o atendente Citamos aqui, os mais comuns:
com respeito. Se este atende mal, o cliente reage de forma ne-
gativa e hostil. O cliente não está na esteira da linha de produ- PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A
ção, merecendo ser tratado com diferenciação e apreço. ESTE ATENDENTE?
Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, * o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER...
que façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, * o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA
que é SERVIR AO PRÓXIMO. FAZ PELO SENHOR...
Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re- * o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...
tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, * AÍ VEM ELE DE NOVO...
o atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a libe-
vá embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. ração do lado bom da pessoa que atende o cliente.
Assim, o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fa- Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um cír-
zer o cliente FELIZ. culo vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os
chavões (pensa dessa forma em relação ao cliente e a situação
As gafes no atendimento de atendimento ), o cliente se aborrece e descarrega no aten-
Depois de conhecermos a postura correta de atendimento, dente, ou simplesmente não volta mais.
também é importante sabermos quais são as formas erradas, Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radi-
para jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um cal no pensamento e postura do atendente.
verdadeiro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em
duas partes, que são: Impressões finais do cliente
Toda a postura e comportamento do atendente vai levar
Postura inadequada o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, conse-
A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura quentemente, sobre a empresa.
física ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na pre- Duas são as formas de impressões finais mais comuns do
sença do cliente. cliente:
Em relação à postura física, podemos destacar como ina- 1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto
dequado, o atendente: (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
* se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no 2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos
seu birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que conhecê-las com mais detalhes.
ele interaja no raio de ação);
* mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento;

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Momentos da verdade São eles:


Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer 01. O tom de voz: é através dele que transmitimos interesse
episódio no qual o cliente entra em contato com qualquer as- e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, passa-
pecto da organização e obtem uma impressão da qualidade do mos ao cliente, a ideia de desatenção e desinteresse.
seu serviço. Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma decidi-
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do da e atenciosamente, satisfazemos as necessidades do cliente de
cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este sentir-se assistido, valorizado, respeitado, importante.
é o momento que separa o grande profissional dos demais.
Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da 02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o
verdade, considerando-o único e fundamental para definir a sa- atendente passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica ex-
tisfação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO pressamente PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem,
ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é com- benzinho, chuchu, mulherzinha, queridinha, colega...
posto de elementos básicos do processo de interação, que são:
03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a impressão
A ) a pessoa
de educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de transfe-
A pessoa mais importante é aquela que está na sua fren-
te. Então, podemos entender que a pessoa mais importante é o rir a ligação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; passar a
cliente que está na frente e precisa de atenção. ligação para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com isso que
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona direta- não ouviu o que ele disse ); desligar sem cumprimento ou sau-
mente com o cliente, tentando atender a todas as suas necessida- dação; dividir a atenção com outras conversas; deixar o telefone
des. Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato di- tocar muitas vezes sem atender; dar risadas no telefone.
reto e, portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente.
Aspectos psicológicos do atendente
B ) a hora Nós falamos sobre a importância da postura de atendimen-
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o pre- to. Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendi-
sente, pois somente nele podemos atuar. mento. Vamos a eles.
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o fu-
turo não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como Empatia
fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que
agora são os únicos momentos nos quais podemos interagir significa entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacida-
e precisamos fazer isto da melhor forma. de de nos colocarmos no lugar do outro, procurando sem-
pre entender as suas necessidades, os seus anseios, os seus
C ) a tarefa sentimentos. Dessa forma, é uma aptidão pessoal fundamental
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais impor- na relação atendente - cliente. Para conseguirmos ser empáticos,
tante diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais precisamos nos despojar dos nossos preconceitos e preferências,
importante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, evitando julgar o outro a partir de nossas referências e valores.
atendendo as suas necessidades. A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa es-
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da tarmos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto
Verdade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os fun- mais isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimen-
cionários de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, te- tos dos outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios
nham poder de decisão. É necessário que os chefes concedam
sentimentos, dificilmente conseguimos ver os dos outros.
autonomia aos seus subordinados para atuarem com precisão
E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na
nos Momentos da Verdade.
capacidade de interpretar os canais não verbais de comunicação
Teleimagem do outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais...
Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao
da empresa e dele mesmo. envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é
sua mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo e , impossível ser empático.
consequentemente, sobre a empresa ( que é representada por Quando não somos humildes, vemos as pessoas de maneira
este atendente). deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente egoísmo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino
encaminhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a em- mundo.
presa é comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a huma-
é negativa, vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. nidade, impedindo-a de ser feliz.
Como no atendimento telefônico, o único meio de interação com Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho , crian-
o cliente, é através da palavra e sendo a palavra o instrumento, do uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós
faz-se necessário usá-la de forma adequada para satisfazer as achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar
exigências do cliente. Dessa forma, classificamos 03 itens básicos para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em
ligados a palavra e as atitudes, como fundamentais na formação que podemos ajudar.
da TELEIMAGEM.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimen- Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo
tos e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos de defesa.
vaidosos e passamos a ver os outros de acordo com o que estes
óculos registram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos O ESTADO INTERIOR
sentimentos... O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a
Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sa- condição interna, o estado de espírito diante das situações.
bemos repartir, não sabemos doar. A atitude de quem atende o público está diretamente rela-
Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só cionada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém
lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os um equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas,
nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem as suas atitudes serão mais positivas frente ao cliente.
harmonização com o outro e passam por cima de tudo. Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR e sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as
COM O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE CO- atitudes frente ao cliente.
LOCAR NO LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS SENTI- Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos
MENTOS E NECESSIDADES. negativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitu-
des advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão:
Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois * Atitudes preconceituosas;
as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, pode- * Atitudes de exclusão e repulsa;
mos lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Prín- * Atitudes de fechamento;
cipe: “Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos * Atitudes de rejeição.
olhos“. Isto é empatia. É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade,
para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com
PERCEPÇÃO os clientes e as situações.
PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender
e captar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no O ENVOLVIMENTO
processo de atendimento ao público. Para percebermos melhor, A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente
precisamos passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando e voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho
assim, mais próximos do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar para o verdadeiro sentido de atender.
vazios? É isso mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconcei- Na área de serviços, o produto é o próprio serviço presta-
tos, das nossas antipatias, dos nossos medos, dos nossos blo- do, que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente.
queios, vamos observar as situações na sua totalidade, para en- Um serviço é, então, um resultado psicológico e pessoal que
tendermos melhor o que o cliente deseja. Vamos ilustrar com um depende de fatores relacionados com a interação com o ou-
exemplo real: certa vez, em uma loja de carros, entra um senhor tro. Quando o atendente tem um envolvimento baixo com o
de aproximadamente 65 anos, usando um chapéu de palha, ca- cliente, este percebe com clareza a sua falta de compromisso. As
miseta rasgada e calça amarrada na cintura por um barbante. preocupações excessivas, o trabalho estafante, as pressões exa-
Ele entrou na sala do gerente, que imediatamente se levantou cerbadas, a falta de liderança, o nível de burocracia, são fatores
pedindo para ele se retirar, pois não era permitido “pedir esmolas que contribuem para uma interação fraca com o cliente. Esta
ali “. O senhor com muita paciência, retirou de um saco plástico fraqueza de envolvimento não permite captar a essência dos
que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu quero comprar desejos do cliente, o que se traduz em insatisfação. Um exemplo
aquele carro ali”. simples disso é a divisão de atenção por parte do atendente.
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramen- Quando este divide a atenção no atendimento entre o cliente e
te o que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as os colegas ou outras situações, o cliente sente-se desrespeitado,
situações. diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a empresa é de
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
muito mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não Esta ação traz consequências negativas como: impossibili-
é harmônico e com ele percebemos a essência dos fatos e si- dade de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o
tuações. seu tempo, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendi-
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a mento.
PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade-
qual vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos inte- quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente
ressa. Esta seleção age como um filtro, que deixa passar apenas a dividir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico,
o que convém. Esta filtragem está diretamente relacionada com quando normalmente há um fluxo grande de ambos no setor.
a nossa condição física-psíquica emocional. Como é isso? Vamos Neste caso, o ideal seria separar os dois tipos de atendimento,
entender: evitando problemas desta espécie.
a)Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu pos- * atender pessoalmente e interromper com o telefone
so percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar; * atender o telefone e interromper com o contato direto
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um * sair para tomar café ou lanchar
cheiro agradável de comida; * conversar com o colega do lado sobre o final de semana,
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte férias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao
mais amena da repreensão e reprimir a mais severa. cliente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um


exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho.
O cliente deve ser poupado dele.
CONDUTA PROFISSIONAL: COMUNICAÇÃO
VERBAL; APRESENTAÇÃO PESSOAL E ÉTICA
Os desafios do profissional de atendimento PROFISSIONAL.
Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Al-
gumas situações exigem um alto grau de maturidade do
atendente e é nestes momentos que este profissional tem a Ética e Postura Profissional
grande oportunidade de mostrar o seu real valor. Aqui estão Em um mundo empresarial onde a competição é cada vez
duas destas situações. mais acirrada, termos como ética e moral são cada vez menos
valorizados. Mas os bons profissionais de qualquer ramo de ati-
Encantando o cliente vidade devem manter uma postura ética para que possam ter
Fazer apenas o que está definido pela empresa como sucesso em suas carreiras. O comportamento ético do bom pro-
sendo o seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as fissional traz a garantia do respeito e da estabilidade no empre-
necessidades do cliente, mas talvez não ultrapasse o normal. go. A atuação de acordo com os valores morais da sociedade
Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que e da organização valoriza o profissional e o transforma em um
faz a grande diferença no atendimento. elemento importante dentro da estrutura da empresa.
Porém, o que são a ética e a moral? Como podemos aplicá-las
Atuação extra no dia a dia do trabalho? Como pensar em ser ético em uma socie-
A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente dade onde a ética é cada vez menos valorizada? A resposta a estas
que se caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não perguntas nos mostrará como é importante o comportamento éti-
estabelecidas nos procedimentos de trabalho. É produzir um co no ambiente empresarial. Muitas vezes, confundimos ética com
serviço acima da expectativa do cliente. moral e, por isso, vamos definir cada um desses termos, para que
possamos compreender a diferença e a relação existente entre eles.
Autonomia Ética vem do grego ethos, que significa morada, lugar certo.
Na verdade, a autonomia não deveria estar no encan- São princípios universalizantes, perenes. Ética é a parte da filo-
tamento do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da sofia que se preocupa com a reflexão a respeito das noções e
empresa. Mas, nem sempre a realidade é esta. Colocamos princípios que fundamentam a vida moral. Moral vem do latim
aqui porque o consumidor brasileiro ainda se encanta ao en- mos, moris, que significa o modo de proceder regulado pelo
contrar numa loja, um balconista que pode resolver as suas uso ou costume. Moral é o conjunto de normas livres e cons-
queixas sem se dirigir ao gerente. cientemente adotadas que visam organizar as relações das pes-
A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao soas na sociedade, tendo em vista o certo e o errado.
processo de tomada de decisão. Onde existir uma situação A Ética é a teoria e a Moral é a prática. A ética tem a ver com os
na qual o funcionário precise decidir, deve haver autonomia. princípios mais abrangentes e universais, enquanto a moral se refe-
No atendimento ao público, é fundamental haver auto- re à conduta humana. A primeira aparece como um horizonte que
nomia do pessoal de linha de frente e é uma das condições inspira, atrai e define o ser humano, e a segunda seria o caminho
que nos possibilita agir com ética. Assim, um termo nasce do outro.
básicas para o sucesso deste tipo de trabalho.
Podemos então afirmar que os princípios éticos são aque-
Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo
les princípios básicos que definem o comportamento de todos
de poder para atuar de acordo com a situação e esse poder
os seres humanos. Mais abrangentes que as leis, os regulamen-
deve ser conquistado. O poder aos funcionários serve para
tos e mesmo os costumes, os princípios da ética valem para
agilizar o negócio. Às vezes, a falta de autonomia se relacio-
toda a sociedade e devem ser respeitados por todos. Existem
na com fraca liderança do chefe.
atos como o homicídio, o preconceito e a discriminação que são
vistos de forma negativa por toda a sociedade e esta noção do
Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, que é certo e do que é errado nos é transmitida por meio das
desburocratização, respeito, compromisso, organização. gerações e se transforma no padrão ético de uma sociedade.
Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o outro A moral representa a interpretação e consolidação dos
, não precisa passear pela empresa, ouvindo dos atendentes: princípios éticos para a sua aplicação na sociedade. As leis de
“Esse assunto eu não resolvo; é só com o fulano; procure um país ou o regulamento de uma empresa representam o có-
outro setor...” digo moral que deve ser seguido por todos e representam de
A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra forma prática os preceitos éticos que são aceitos por todos os
que a empresa está totalmente voltada para o cliente, pois membros daquele grupo. Portanto, todos sabem o que é ou
todo o sistema funciona para atendê-lo integralmente, e não é ético. Todos sabem distinguir o certo do errado em nossa
essa postura é vital, visto que a imagem transmitida pelo sociedade. Todos devem conhecer as regras e normas de con-
atendente é a imagem que será gerada no cliente em re- duta que regem os códigos morais de nosso grupo social.
lação à organização, dessa forma, ao atender, o atendente Todos também têm a opção de agir ou não de forma
precisa se lembrar que naquele cargo, ele representa uma ética. Cada ser humano, independente da sua origem, da sua
marca, uma instituição, um nome, e que todas as suas atitu- história e de seus antecedentes pode escolher o seu cami-
des devem estar em conformidade com a proposta de visão nho. Os atos de cada um são uma escolha pessoal e a forma
que essa organização possui, focando sempre em um aten- como cada um age depende de si próprio.
dimento efetivamente eficaz e de qualidade.

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

E por que vale a pena ser ético? Os desafios do mercado são muitos, mas a postura como
Para que possamos agir de modo que as consequências encaramos estes desafios faz toda a diferença. Se nos posicio-
de nossas ações possibilitem a aceitação e aprovação de nos- narmos de forma ética, dinâmica, colaborativa e hospitaleira
so comportamento pelo grupo social que nos cerca e ao mes- estaremos de fato contribuindo para o nosso crescimento pro-
mo tempo para garantir a nossa qualidade de vida. Quando fissional e para o sucesso da empresa como um todo. O bom
agimos de forma ética (de acordo com os princípios básicos profissional deve combinar um conhecimento técnico ade-
de convivência e civilidade difundidos em nossa sociedade) quado com um comportamento desejável. Nenhum desses
e respeitamos a moral (as regras escritas e não escritas que dois ingredientes sozinho pode construir um bom profissional.
determinam o comportamento de todos os membros de uma Somente a boa postura de um profissional sem conhecimento
sociedade) somos respeitados por nossos atos e passamos a técnico não conduz ao sucesso, ao mesmo tempo em que os
ser mais valorizados no julgamento de todos que nos cercam. conhecimentos técnicos de um profissional não bastam se este
Um comportamento sempre ético não dá margens a dú- não souber se comportar da maneira correta.
vidas com relação ao nosso caráter e à nossa integridade e Algumas ferramentas comportamentais podem ser de
nos confere o status de bom cidadão e bom profissional. O grande auxílio na formação de um profissional com postu-
nosso comportamento ético tem o poder de mudar o meio ra mais adequada. A comunicação interpessoal é um aspecto
em que vivemos. Por mais corrompido e difícil que seja o am- básico muito importante e pode auxiliar muito o profissional a
biente externo (seja ele profissional ou não) cada um de nós melhorar seus aspectos comportamentais. Deve ser entendida
possui a capacidade da alterá-lo por meio de nossa postura como uma das principais ferramentas de trabalho no restauran-
individual. te. Independente do cargo e da função exercida por cada um,
Se o meu comportamento é sempre ético, eu passo a todos têm que se comunicar durante todo o tempo, seja com os
ter a capacidade de exigir que o comportamento das outras clientes, com os colegas, ou com os outros setores.
pessoas para comigo seja da mesma forma ético. O relacio- Se cada funcionário souber a melhor forma de se comu-
namento com todos se altera a partir da minha mudança indi- nicar o trabalho fica muito mais fácil e os problemas são evita-
vidual. O meu comportamento ético fará com que as pessoas dos, tornando o ambiente mais agradável e produtivo. A boa
comunicação deve partir de cada um de nós. É muito comum
passem a me tratar de forma mais respeitosa e justa. Dessa
encontrarmos excelentes profissionais que não conseguem
maneira, a minha opinião passa a ter mais valor, minhas ações
mostrar todo o seu potencial no trabalho devido a dificuldades
passam a ter mais peso e por fim minha influência positiva
de comunicação. A forma de se expressar é muito importante
na sociedade passa a ser sentida e me traz retornos positivos.
e pode ser a diferença entre um profissional medíocre de um
Por mais que meu comportamento ético não consiga al-
funcionário eficiente e com condições de progredir na carreira.
terar a situação global do meio social onde estou inserido,
Algumas regras básicas devem ser entendidas e aplicadas
com certeza ele fará com que ocorra uma mudança positi- para que cada um consiga se comunicar da melhor maneira
va da atitude das pessoas para comigo e isso me traz efeitos possível. Isso não significa que existe um modo único de nos
muito positivos ao nível pessoal. Vale à pena tentar! O maior comunicarmos. Na verdade cada um tem seu próprio estilo de
beneficiado com a minha postura ética sou eu mesmo e, por- comunicação e isso deve ser respeitado. Porém todos os tipos
tanto, trabalhar e viver com ética é o melhor caminho para de pessoa (os tímidos, os extrovertidos, os falantes, os calados,
trabalhar e viver com paz e tranquilidade e ser respeitado etc.) podem aprimorar a forma como se comunicam com os ou-
como profissional e cidadão. tros e utilizar a boa comunicação como ferramenta de trabalho.
O comportamento ético é traduzido no ambiente de tra- O termo comunicação vem do latim communicatione e
balho por uma postura profissional adequada. Entende-se significa tornar comum, transmitir. A comunicação não inclui
por postura o modo como nos apresentamos junto aos nos- apenas mensagens que as pessoas trocam de forma voluntá-
sos colegas profissionais e clientes. É a forma como podemos ria entre si. As mensagens podem ser trocadas consciente ou
externalizar o nosso profissionalismo interior por intermédio inconscientemente. A comunicação é uma transmissão e recep-
de atitudes, gestos e dizeres. Logo, é importante que nosso ção de ideias, de informações e de sentimentos e tem como
comportamento seja adequado para que possamos transmitir principais componentes o emissor, o receptor, a mensagem e o
uma boa imagem pessoal em nosso ambiente de trabalho. código (veículo em que a informação é transmitida).
O depoimento de um funcionário do restaurante de um Neste processo o emissor (pessoa que tem uma informação
hotel de alto padrão, em Belo Horizonte nos mostra como o para repassar), utilizará algum tipo de código (ou linguagem) para
setor de alimentos e bebidas valoriza a boa postura profis- que o receptor (pessoa ou grupo de pessoas a que se destina a
sional: informação) a compreenda. Após a sua codificação, a informação
[...] o mais difícil são as atitudes, os aspectos comporta- transforma-se em mensagem que será transmitida do emissor
mentais. O comportamento é que faz a diferença no atendi- para o receptor (ou receptores) por meio de um meio específico.
mento. (...) Pode saber fazer, mas se não quiser, não faz. (...) O processo de comunicação é bem-sucedido quando o
Depois do comportamento é que vem o saber fazer, para receptor capta a informação transmitida com o mínimo de dis-
manter o padrão do hotel. (AUTOR, ano, p.). torção (ou diferenças) em relação à informação original. É um
Muitos bons profissionais não são valorizados, pois trans- processo que parece simples, mas que pode ser prejudicado por
mitem uma imagem ruim de si, ou seja, não têm uma postura vários fatores, que são chamados de ruídos de comunicação. Os
adequada. A busca por um profissional capaz de realizar um ruídos podem partir do emissor, do receptor ou do meio am-
bom atendimento representa hoje uma grande preocupação biente onde se desenvolve o processo de comunicação. Quanto
dos estabelecimentos de alimentos e bebidas, sejam estes de menor a quantidade de ruído presente na comunicação maior
qualquer perfil ou porte. às chances de se obter um bom resultado.

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Para que o ruído seja reduzido e o processo de comunicação III - Classe é o conjunto de cargos de igual deno-
ocorra sem problemas deve haver a colaboração do emissor e minação e com atribuições, responsabilidades e padrões de
do receptor. As principais formas de cada um destes elementos vencimento;
colaborar no bom processo de comunicação são. IV - Série de Classes é o conjunto de classes da
No ato da comunicação cada pessoa sempre atua como mesma denominação, dispostas, hierarquicamente, de acordo
emissor e receptor simultaneamente, daí a necessidade da aten- com o grau de complexidade das atribuições, nível de respon-
ção constante para que o processo se efetive com eficácia. Outro sabilidade, e constitui a linha natural de promoção do funcio-
elemento da comunicação que é muito importante para seu su- nário.
cesso é o feedback, que pode ser definido como retorno dado V - Lotação é o numero de cargos e funções gratifi-
pelo receptor ao emissor, após ter recebido uma mensagem. cadas fixado para cada repartição, ou ainda o número de servi-
Um bom feedback dá fluidez à comunicação a partir do mo- dores que devem ter exercício em cada unidade administrativa.
mento em que auxilia emissor e receptor a certificarem-se de Art. 3.º - Ao funcionário não serão atribuídas responsabi-
que as informações estão sendo transmitidas e entendidas de lidades ou cometidos serviços alheios aos definidos em lei ou
forma adequada. No processo de comunicação do restaurante regulamento como típicos do seu cargo, exceto funções gra-
é muito importante recebermos e valorizarmos o feedback de tificadas, comissões ou mandatos em órgãos de deliberação
nossos clientes. Se levarmos em consideração tudo àquilo que o coletiva do Estado ou de que o Estado participe.
cliente nos transmite saberemos de forma mais exata o que ele Art. 4.º - É vedada a prestação de serviços gratuítos, salvo
deseja, necessita, pensa, sente e teremos melhores condições de no desempenho de função transitória de natureza especial ou
satisfazê-lo. na participação em comissões ou grupos de trabalho.
Escutar sempre nossos clientes e procurar sempre dar um
feedback positivo é uma ótima maneira de aprimorar o proces- TÍTULO II
so de comunicação e melhorar a qualidade do serviço prestado. DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA DOS CARGOS PÚ-
Além da comunicação outras pequenas atitudes podem fazer a BLICOS CAPÍTULO I
diferença no momento do atendimento ao cliente. DO PROVIMENTO SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
FONTE: http://www.portaleducacao.com.br/iniciacao-pro-
Art. 5.º - São formas de provimento dos cargos públicos:
fissional/artigos/17750/etica-e-postura-profissional#!4#ixzz4D-
I - Nomeação;
qBCNcjy
II - Promoção;
III - Acesso;
IV - Readmissão;
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS V - Reintegração;
CIVIS DO ESTADO DO AMAZONAS-LEI VI VI - Reversão;
Nº1.762/86 E SUAS ALTERAÇÕES. VII - Aproveitamento;
VIII - Transferência; e
IX - Readaptação.
Art. 6.º - Lei ou regulamento estabelecerá as qualificações
LEI N.º 1.762 DE 14 DE NOVEMBRO DE 1986 para o provimento e as atribuições dos cargos públicos em ge-
DISPÕE sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis ral.
do Estado do Amazonas.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, SEÇÃO II
FAÇO SABER a todos os habitantes que a ASSEMBLÉIA LE- DA NOMEAÇÃO
GISLATIVA decretou e eu sanciono a presente
Art. 7.º - A nomeação será feita:
LEI: I - Em caráter efetivo;
II - Em comissão, quando se tratar de cargo que,
TÍTULO I CAPÍTULO ÚNICO por Lei, assim deva ser provido;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES III - (Revogado).
Art. 8.º - A nomeação em caráter efetivo dependerá, sem-
Art. 1.º - Esta Lei dispõe sobre o regime jurídico dos Funcio- pre, de prévia habilitação em concurso público de provas ou de
nários Públicos Civis do Estado do Amazonas. provas e títulos, devendo obedecer, obrigatoriamente, à ordem
Parágrafo único - As disposições desta Lei, salvo norma legal de classificação dos concursados para cada cargo, observados
expressa, não se aplicam aos servidores regidos por legislação ainda o prazo de validade do concurso e o número de vagas
especial. existentes.
Art. 2.º - Para efeito desta Lei: Art. 9.º - Ressalvados os casos previstos em lei, é exigida a
I - Funcionário é a pessoa legalmente investida em idade mínima de dezoito e a máxima de sessenta anos com-
cargo público; pletos, na data do encerramento da inscrição em concurso pú-
II - Cargo é a designação do conjunto de atribuições blico.
e responsabilidades cometidas a um funcionário, identificando- Parágrafo único - Não dependerá de limite de idade a ins-
-se pelas características de criação por lei, denominação própria, crição em concurso do ocupante de cargo público estadual de
número certo e pagamento pelos cofres do Estado; provimento efetivo.

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Art. 10 - Dentre os candidatos aprovados, os classificados Art. 24 - O processo seletivo exigirá concurso interno, de
até o limite de vagas, existentes à época do edital, têm assegu- caráter competitivo e eliminatório no qual serão indispensáveis
rado o direito à nomeação, no prazo de validade do concurso. nível de conhecimento compatível com a atividade própria do
Parágrafo único - Os demais candidatos aprovados serão cargo a ser provido, formalidades e condições idênticas às es-
nomeados à medida que ocorrerem vagas, dentro do prazo tabelecidas para o concurso público, exceto limite de idade.
de validade do concurso. Parágrafo único - Somente poderá inscrever-se, no con-
Art. 11 - O regulamento ou edital do concurso indicará o curso interno, funcionário com mais de três anos de serviço
respectivo prazo de validade, que não poderá ser superior a público estadual, sob regime deste Estatuto, e com habilita-
quatro anos, incluídas as prorrogações. ção profissional ou escolaridade exigida para o ingresso na
Art. 12 - O cargo em comissão será sempre de livre esco- classe em concorrência.
lha do Governador, dos Presidentes dos Poderes Legislativo ou
Judiciário e dos Tribunais de Contas. SEÇÃO V
DA READMISSÃO
SEÇÃO III
DA PROMOÇÃO Art. 25 - Readmissão é o ato pelo qual o funcionário
exonerado reingressa no serviço público, sem direito a res-
Art. 13 - Promoção é a forma pela qual o funcionário sarcimento de qualquer espécie e sempre por conveniência
progride na série de classes, e consiste na passagem da re- da Administração.
ferência em que se encontra, para a imediatamente superior, Parágrafo único - A readmissão dependerá da existên-
observadas as normas constantes de Regulamento próprio. cia de vaga e far-se-á no cargo anteriormente ocupado pelo
Art. 14 - A promoção pode ocorrer mediante avanço ho- funcionário exonerado ou, se transformado, no cargo resul-
rizontal e vertical. tante da transformação.
Art. 15 - A promoção horizontal é a mudança de referência
dentro da mesma classe e independerá da existência de vaga. SEÇÃO VI
DA REINTEGRAÇÃO
Art. 16 - A promoção vertical consiste na passagem de
referência final de uma classe para a inicial da classe imediata-
Art. 26 - Reintegração é o ato pelo qual o demitido rein-
mente superior, dentro da mesma série de classes, e depende-
gressa no serviço público, em decorrência de decisão ad-
rá da existência de vaga.
ministrativa ou judicial transitada em julgado, com o ressar-
Art. 17 - As promoções obedecerão aos critérios de anti-
cimento de todos os direitos e vantagens, bem como dos
güidade e de merecimento, alternadamente, sendo a primeira
prejuízos resultantes da demissão.
sempre por antigüidade. Art. 27 - Deferido o pedido por decisão administrativa
Art. 18 - A promoção por antigüidade recairá no funcionário ou transitada em julgado a sentença, será expedido o ato
com mais tempo de efetivo exercício na referência, apurado em dias. de reintegração.
Parágrafo único - Havendo empate, terá preferência su- § 1.º - Se o cargo houver sido transformado, a reintegra-
cessivamente, o funcionário: I - de maior tempo na classe; ção dar-se-á no cargo resultante da transformação.
II - de maior tempo na série de classes; § 2.º - Se extinto o cargo antes ocupado, a reintegração
III - de maior tempo no serviço público estadual; ocorrerá no cargo de vencimento equivalente, respeitada a
IV - de maior tempo no serviço público; habilitação profissional.
V - mais idoso. § 3.º - Se inviáveis as soluções indicadas nos parágrafos
Art. 19 - O merecimento obedecerá a critérios pelos quais precedentes, será restabelecido automaticamente o cargo
serão aferidos os graus de pontualidade, assiduidade, eficiên- anterior, no qual se dará a reintegração.
cia, espírito de colaboração ético-profissional e cumprimento
dos deveres por parte do funcionário. SEÇÃO VII
Art. 20 - O interstício para a promoção horizontal será de DA REVERSÃO
dezoito meses.
Art. 21 - Para efeito de promoção vertical, o interstício, na Art. 28 - Reversão é o ato pelo qual o aposentado rein-
classe, será de vinte e quatro meses. gressa no serviço público, a pedido ou “ex-offício”.
Art. 22 - Somente por antigüidade será promovido o fun- § 1.º - A reversão “ex-offício” ocorrerá quando insubsisten-
cionário em exercício de mandato legislativo. tes as razões que determinaram a aposentadoria por invalidez.
§ 2.º - A reversão somente poderá se efetivar quando,
SEÇÃO IV em inspeção médica, ficar comprovada a capacidade para o
DO ACESSO exercício do cargo.
§ 3.º - Será tornada sem efeito a reversão “ex-offício”
Art. 23 - O acesso é o ato pelo qual o funcionário obtém, me- e cassada a aposentadoria do funcionário que não tomar
diante processo seletivo, elevação de uma série de classes ou clas- posse ou não entrar no exercício dentro de prazo legal.
se singular para outra do mesmo ou de outro grupo, na jurisdição Art. 29 - A reversão far-se-á no mesmo cargo ou em
do mesmo ou de outro órgão integrante da Administração Direta. cargo resultante da transformação.
§ 1.º - Quando se tratar de série de classes, o acesso só Parágrafo único - Em casos especiais, a juízo da Administra-
poderá ocorrer para a classe inicial de carreira. ção, poderá o aposentado reverter em outro cargo de igual ven-
§ 2.º - O acesso precederá ao concurso público. cimento, respeitados os requisitos para o respectivo provimento.

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

SEÇÃO VIII Art. 40 - Poderá haver posse mediante procuração quando


DO APROVEITAMENTO se tratar de funcionário ausente do Estado, em missão da Ad-
ministração ou ainda em casos especiais, a juízo da autoridade
Art. 30. O retorno à atividade do servidor em disponi- competente.
bilidade far-se-á mediante adequado aproveitamento em
cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o an- Art. 41 - A posse ocorrerá no prazo de trinta dias, contados
teriormente ocupado, se existente vaga e mediante com- da publicação do ato de provimento do Diário Oficial do Estado.
provação, por junta médica oficial, da capacidade física e § 1.º - O prazo previsto neste artigo poderá ser prorrogado
mental do aproveitando. por igual período, a juízo da autoridade competente para em-
Parágrafo único. O aproveitamento de servidor de que possar.
trata este artigo somente ocorrerá, mediante solicitação § 2.º - Quando o funcionário não tomar posse no prazo le-
devidamente fundamentada do órgão interessado e auto- gal, o ato de provimento será tornado sem efeito. Art. 42. São
rização expressa do Chefe do Poder Executivo. requisitos para a posse:
Art. 31. Será tornado sem efeito o aproveitamento e I - nacionalidade brasileira ou estrangeira, esta quan-
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exer- do admitida por legislação federal específica;
cício no prazo de trinta dias contados da publicação do ato, II - Idade mínima de dezoito anos;
salvo doença comprovada por junta médica oficial. III - Exercício pleno dos direitos políticos;
Art. 32. O aproveitamento precederá a realização de IV - quitação com o serviço militar, quando o em-
concurso público destinado ao provimento de cargo que possando for do sexo masculino;
atenda as condições do artigo 30. V - sanidade física e mental atestada por junta mé-
Art. 33 - Será aposentado no cargo que ocupava o fun- dica oficial;
cionário em disponibilidade que, em inspeção médica, for VI - preenchimento das condições especiais prescri-
julgado definitivamente incapaz para o serviço público. tas para o cargo;
VII - declaração de bens e valores que constituem o
SEÇÃO IX
patrimônio do empossando;
DA TRANSFERÊNCIA
§ 1º - O servidor, no ato de posse, declarará expressamente
se ocupa outro cargo ou emprego público, especificando cada
Art. 34 - Transferência é o ato pelo qual o funcionário
um deles com os respectivos horários, se for o caso, ou com-
estável passa de um cargo para outro, de quadro diverso,
provará haver requerido exoneração ou dispensa, na hipótese
ambos de provimento efetivo.
de acumulação não-permitida.
Art. 35 - A transferência ocorrerá a pedido do funcio-
§ 2º - Na hipótese de o empossando perceber proventos,
nário ou “ex-officio”, atendidos, sempre, a conveniência do
serviço e os requisitos necessários ao provimento do cargo. fará declaração correspondente, indicando o cargo em que se
Art. 36 - A transferência será feita para cargo de mes- deu a inatividade.
mo padrão de vencimento ou de igual remuneração, res-
salvados os casos de transferência a pedido, quando o ven- Art. 43 - São competentes para dar posse:
cimento ou a remuneração poderá ser inferior. I - O Chefe do Poder Executivo, aos Secretários de
Estado e demais autoridades que lhes sejam diretamente su-
SEÇÃO X bordinadas, e o responsável pelo órgão de pessoal, nos demais
DA READAPTAÇÃO casos;
II - Quando se tratar de funcionário dos Poderes Le-
Art. 37 - Readaptação é a investidura em cargo de atri- gislativo e Judiciário, dos Tribunais de Contas do Estado e dos
buições e responsabilidades compatíveis com a limitação Municípios, ou ainda das autarquias, as autoridades designadas
que tenha o funcionário sofrido em sua capacidade física em regimento interno, lei orgânica ou regulamento.
ou mental, apurada por junta médica oficial. Parágrafo único - A autoridade que empossar verificará, sob
Parágrafo único - A redução ou o aumento de venci- pena de responsabilidade, de forma satisfeitas as condições le-
mento que acaso decorrer da readaptação serão discipli- gais para a investidura no cargo.
nados em regulamento.
CAPÍTULO III
CAPÍTULO II DO EXERCÍCIO
DA POSSE
Art. 44 - Exercício é o desempenho das atribuições do cargo.
Art. 38 - Posse é o ato de investidura em cargo público. Art. 45 - O exercício começará no prazo máximo de trinta
§ 1.º - A posse será formalizada com a assinatura do dias, contados da data da posse.
termo pela autoridade competente e pelo empossado. Parágrafo único - Tornar-se-á sem efeito o ato de provimen-
§ 2.º - Não haverá posse nos casos de promoção, aces- to, se o funcionário não entrar em exercício no prazo legal.
so, substituição, reintegração, transferência e readaptação. Art. 46 - O funcionário que deva ter exercício em outro ór-
Art. 39 - A posse em cargo público depende de prévia ins- gão terá quinze dias, contados do desligamento do órgão de
peção médica, para comprovar se o candidato satisfaz os re- origem, para assumir o cargo.
quisitos físicos mentais exigidos para o desempenho do cargo.

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO E DA ESTABILIDADE SEÇÃO I DA SUBSTITUIÇÃO
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
Art. 51 - Haverá substituição nos casos de impedimento
Art. 47. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para car- legal ou afastamento de titular de cargo em comissão, função
go de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório, por gratificada ou função de confiança.
período de três anos, durante o qual seu desempenho será avalia- Parágrafo único - (Revogado).
do por comissão especialmente constituída para essa finalidade. § 1º - A substituição de que trata este artigo será remune-
Parágrafo único - (Suprimido). rada, qualquer que seja a natureza do afastamento, desde que
§ 1.º O estagiário poderá afastar-se do exercício do cargo em por período superior a trinta dias consecutivos, paga na propor-
caso de férias, nomeação para cargo de provimento em comissão ção dos dias de efetiva substituição que excederem o referido
destinado às atribuições de direção, chefia e assessoramento su- período.
perior ou licença para tratamento de saúde. § 2º - Em nenhuma hipótese haverá remuneração por subs-
§ 2.º O servidor público que for nomeado para exercício de tituição automática, entendida esta como a que integra a fun-
cargo de provimento em comissão, destinado às atribuições de ção própria do cargo de que o servidor for titular.
direção, chefia e assessoramento superior, em organismo do Po- § 3º - A substituição prevista no caput deste artigo dar-se-á
der Executivo Estadual, ficará, automaticamente, à disposição do mediante designação do servidor substituto, por ato do dirigen-
órgão ou entidade onde tiver exercício, com ou sem ônus para o te do órgão ou entidade.
órgão de origem, observadas as regras de opção e limite remu-
neratórios. CAPÍTULO VI
§ 3.º Quando a nomeação decorrer de ato dos Poderes Le- DA REMOÇÃO
gislativo e Judiciário, do Ministério Público Estadual, do Tribunal
de Contas do Estado, de outros órgãos ou entidades da Adminis- Art. 52 - Remoção é o ato pelo qual o funcionário é desloca-
tração Federal, de outros Estados, do Distrito Federal ou das Ad- do de um órgão para outro, dentro da mesma repartição.
ministrações Municipais, as disposições serão concedidas, por ato Parágrafo único - A remoção do funcionário será feita a seu
do Governador, mediante a satisfação dos seguintes requisitos: pedido, por permuta, ou “ex-officio”. Art. 53 - A remoção por
I - operar-se-ão, como regra geral, sem quaisquer permuta ocorrerá a pedido escrito de ambos os interessados.
ônus para a repartição de origem e pelo prazo de doze meses,
prorrogável a critério do Chefe do Poder Executivo; CAPÍTULO VII
II - o ato concessivo somente será editado se a requi- DA VACÂNCIA
sição se referir ao exercício de cargo de provimento em comis-
são destinado às atribuições de direção, chefia e assessoramento Art. 54 - A vacância de cargo público decorrerá de :
superior ou função de confiança, estabelecendo-se, no próprio I - Exoneração;
ato, o compromisso de ressarcimento ao Estado do Amazonas, II - Demissão;
quando o servidor optar pela remuneração de seu cargo efetivo, III - Acesso;
nos termos do artigo 109, XXIII, da Constituição Estadual, com IV - Promoção;
as alterações promovidas pela Emenda Constitucional n.º 36, V - Transferência; VI - Readaptação;
de 13 de dezembro de 1999. VII - Aposentadoria; e VIII - Falecimento.
Art. 55 - Dar-se-á exoneração:
Art. 48. Cumprido satisfatoriamente o estágio probatório, o I - A pedido do funcionário; II - “Ex-Officio”.
servidor adquirirá estabilidade no serviço público após o terceiro a) quando se tratar de cargo em comissão e não
ano de efetivo exercício. ocorrer a hipótese do item I;
b) quando o funcionário não entrar em exercício
SEÇÃO II dentro do prazo legal;
DA ESTABILIDADE c) quando não satisfeitas as condições do estágio
probatório.
Art. 49. O servidor não aprovado no estágio será exonerado,
salvo se já estável no serviço público, hipótese em que será re- TÍTULO III CAPÍTULO ÚNICO
conduzido ao cargo de que era titular ou aproveitado em outro DO TEMPO DE SERVIÇO
de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente
ocupado, se aquele se encontrar provido. Art. 56 - Será considerado como de efetivo exercício o afas-
Art. 50 - O servidor público estável só perderá o cargo: tamento do funcionário em virtude de: I - Férias;
I - em virtude de sentença judicial transitada em jul- II - Casamento, até oito dias;
gado; III - Falecimento do cônjuge ou parente consangüí-
II - mediante processo administrativo em que lhe seja neo ou afim, até o segundo grau, não excedente a oito dias; IV
assegurada ampla defesa; - Serviços obrigatórios por lei;
III - mediante procedimento de avaliação periódica V - Licença, salvo a que determinar a perda do ven-
de desempenho, na forma de lei complementar federal, assegu- cimento;
rada ampla defesa. VI - Faltas justificadas, até o máximo de três por
mês, na forma prevista no artigo 86 deste Estatuto;

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

VII - Missão ou estudo fora da sede de exercício, § 4.º - Atendida a conveniência do serviço público, obser-
quando autorizado o afastamento pela autoridade competente; var-se-á na organização da escala, quando possível, o interesse
VIII - Trânsito em decorrência de mudança da sede de do funcionário.
exercício, até quinze dias; § 5.º - A escala de férias poderá ser alterada por necessi-
IX - Competições esportivas em que represente o Bra- dade do serviço.
sil ou o Estado do Amazonas; X - Prestação de concurso público; Art. 63 - Poderão ser acumuladas até três períodos de fé-
XI - Disposição ou exercício de cargo de confiança no serviço rias, por imperiosa necessidade do serviço, declarada por escri-
público. to pelo chefe imediato do funcionário e, quando for o caso, re-
Art. 57 - O tempo de serviço do funcionário afastado para conhecida pelo titular da Secretária de Estado ou da Autarquia
exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, será competente, ou ainda, pelo Presidente do Poder Legislativo ou
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por do Judiciário e dos Tribunais de Contas.
merecimento. § 1.º - A declaração constante do “caput” deste artigo será
Art. 58 - Para efeito de aposentadoria, disponibilidade e adi- formulada até dez dias antes da data prevista para início do
cional, será computado integralmente: I - O tempo de serviço fe- gozo de férias.
deral, estadual ou municipal; § 2.º - A acumulação de períodos de férias não autoriza a
II - O tempo de serviço ativo nas Forças Armadas acumulação do valor das férias anuais remuneradas a que se
prestado durante a paz, computado em dobro quando em ope- refere o “caput” do artigo anterior, que será pago obedecendo
ração de guerra. rigorosamente a escala antes obedecida.
III - O tempo de serviço prestado em autarquia; § 3.º - O período de férias acumuladas com base neste ar-
IV - O tempo de serviço prestado à instituição ou em- tigo será incluído na escala do ano seguinte, imediatamente
presa de caráter privado, que houver sido transformada em esta- após o período normal, VETADO.
belecimento de serviço público VETADO. Art. 64 - Durante as férias o funcionário terá direito a todas
V - O tempo de licença especial não gozada, contada as vantagens do cargo, como se em efetivo exercício estivesse.
em dobro; e VI - O tempo de licença para tratamento de saúde.
CAPÍTULO II DAS LICENÇAS SEÇÃO I
Parágrafo único - VETADO.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 59 - O tempo em que o funcionário esteve em disponibili-
dade ou aposentado será considerado, exclusivamente, para nova
Art. 65 - Conceder-se-á, nos termos e condições de regula-
aposentadoria ou disponibilidade.
mento, licença: I - Para tratamento de saúde;
Art. 60 - O cômputo do tempo de serviço será feito em dias.
II - Por motivo de doença em pessoa da família; III - À ges-
§ 1.º - O número de dias será convertido em anos, considera-
tante;
do o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. IV - Por motivo de afastamento do cônjuge, funcionário
§ 2.º - Para efeito de aposentadoria ou disponibilidade, a fra- civil, militar, ou servidor de autarquia; V - Para tratamento de
ção do ano superior a cento e oitenta dias será arredondada para interesse particular;
um ano. VI - Para serviço militar obrigatório; e VII - Especial.
§ 3.º - O tempo de serviço será computado à vista de docu- Art. 66 - A licença, concedida dentro de sessenta dias, após
mentação expedida na forma da lei, incluindo o prestado à União, o término da anterior, será considerada como prorrogada.
Estados, Municípios VETADO, bem como o relativo a mandato Parágrafo único - Para efeito do disposto neste artigo, so-
eletivo. mente serão levadas em consideração as licenças da mesma
§ 4.º - Somente após verificada a inexistência de documentos espécie.
bastantes na repartição do interessado e no Arquivo Geral corres- Art. 67 - O funcionário não poderá permanecer licenciado
pondente, admitir-se-á a comprovação de tempo de serviço atra- por prazo superior a vinte e quatro meses, consecutivos, salvo
vés de justificação judicial. nos casos dos itens IV, V e VI do artigo 65.
Art. 61 - É vedada a acumulação de tempo de serviço pres-
tado concorrente e simultaneamente em dois ou mais cargos ou SEÇÃO I
funções da União, dos Estados, do Distrito Federal, Territórios, Mu- DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
nicípios e Autarquias.
Art. 68 - A licença para tratamento de saúde depende de
TÍTULO IV inspeção médica e será concedida sem prejuízo da remuneração.
DOS DIREITOS E VANTAGENS CAPÍTULO I Art. 69 - Quando a inspeção médica verificar redução da
DAS FÉRIAS capacidade física do funcionário, ou estado de saúde a impos-
sibilitar ou desaconselhar o exercício das funções inerentes ao
Art. 62 - O funcionário gozará férias anuais de trinta dias, seu cargo, e não se configurar necessidade de aposentadoria
percebendo, sem qualquer prejuízo financeiro, um valor corres- nem licença, poderá o funcionário ser readaptado na forma do
pondente a um terço da remuneração mensal. artigo 37.
§ 1.º - Somente depois do primeiro ano de exercício, o fun- Art. 70 - O funcionário licenciado para tratamento de saú-
cionário terá direito a férias. de não poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada,
§ 2.º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao sob pena de imediata suspensão da licença, com perda total
serviço. de vencimento e vantagens, até reassumir o cargo.
§ 3.º - O órgão de pessoal de cada repartição organizará, no
mês de novembro, a escala de férias para o exercício seguinte. Art. 71 - (Revogado).

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

SEÇÃO III SEÇÃO VII


DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO
DA FAMÍLIA
Art. 76 - Ao funcionário convocado para o serviço militar
Art. 72 - Sem prejuízo de sua remuneração, o servidor pode- e outras obrigações de segurança nacional será concedida li-
rá obter licença por motivo de doença em parente consanguíneo cença remunerada.
ou afim até segundo grau, e do cônjuge ou companheiro, quan- § 1.º - Da remuneração descontar-se-á a importância que
do provado que a sua assistência pessoal é indispensável e não o funcionário perceber pelo serviço militar.
pode ser prestada sem se afastar da repartição § 2.º - A licença será concedida à vista de documento que
Parágrafo único - (Suprimido). prove a incorporação.
§ 1.º A licença dependerá de inspeção pela junta médica ofi- § 3.º - Ocorrido o desligamento do serviço militar o fun-
cial, que avaliará e definirá o prazo da concessão, de acordo com cionário terá prazo de trinta dias para reassumir o exercício do
a gravidade do caso. cargo.
§ 2.º Enquanto perdurar a enfermidade, poderão ser conce- Art. 77 - Ao funcionário oficial da reserva das Forças Arma-
didas prorrogações, precedidas de perícia médica oficial, a quem das será concedida licença remunerada, durante os estágios
cabe fixar o novo prazo da licença. previstos pelos regulamentos militares quando pelo serviço
§ 3.º Nos casos de tratamento fora do Estado, o servidor, militar não perceber vantagem pecuniária.
para fins de prorrogação da licença, deverá apresentar laudo do Parágrafo único - Quando o estágio for remunerado, asse-
médico responsável para exame da junta médica oficial. gurar-se-á ao funcionário o direito de opção.
§ 4.º Sobrevindo a cura ou o falecimento do familiar durante
licença, o servidor deverá retornar às suas funções, observado o SEÇÃO VIII
disposto no art. 56, III, deste Estatuto, sob pena de instauração DA LICENÇA ESPECIAL
de processo administrativo disciplinar e restituição ao erário dos
valores percebidos a títulos de remuneração. Art. 78 - Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o fun-
cionário fará jus à licença especial de três meses, com todos os
SEÇÃO IV direitos e vantagens do seu cargo efetivo, podendo acumular
DA LICENÇA À GESTANTE o período de dois qüinqüênios.
§ 1.º - Não será concedida licença especial se houver o
Art. 73 - (Revogado). funcionário, no qüinqüênio correspondente: I - Sofrido pena
§ 1.º - (Revogado). de multa ou suspensão;
§ 2.º - (Revogado). II - Faltado ao serviço sem justificação; III - Gozado licença:
a) Para tratamento de saúde, por prazo superior a
SEÇÃO V cento e oitenta dias, consecutivos ou não;
DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE b) Para tratamento de saúde em pessoa da família,
por prazo superior a cento e vinte dias, consecutivos ou não;
Art. 74 - O funcionário terá direito à licença, sem remunera- c) Para tratamento de interesses particulares;
ção, para acompanhar o cônjuge removido ou transferido para d) Por motivo de afastamento do cônjuge, funcio-
outro ponto do território nacional ou para o exterior, ou eleito nário civil ou militar, por prazo superior a sessenta dias, conse-
para exercer mandato eletivo. cutivos ou não.
Parágrafo único - Existindo no novo local de residência, re- § 2.º - Cessada a interrupção prevista neste artigo, reco-
partição estadual, o funcionário nele terá exercício, enquanto meçará a contagem de qüinqüênio, a partir da data da reas-
perdurar aquela situação. sunção do funcionário ao exercício do cargo.
§ 3.º - As faltas injustificadas ao serviço retardarão a con-
SEÇÃO VI cessão da licença prevista neste artigo, na proporção de um
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE INTERESSES PAR- (01) mês para cada falta.
TICULARES Art. 79 - O funcionário efetivo, ocupante de cargo em co-
missão ou função gratificada, terá direito à percepção, durante
Art. 75 - A critério da Administração, ao servidor poderá ser o período de licença especial, das vantagens financeiras do
concedida licença para tratar de interesses particulares, por pe- cargo em comissão ou da função gratificada que ocupar.
ríodo fixado no ato concessivo e sempre sem remuneração.
§ 1º - O servidor aguardará em exercício a concessão da li- CAPÍTULO III
cença. DO VENCIMENTO E A REMUNERAÇÃO SEÇÃO I
§ 2º - A licença de que trata este artigo poderá ser inter- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
rompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou a critério da
Administração. Art. 80 - Considera-se:
§ 3º - A licença poderá ser prorrogada por requerimento I - vencimento, a retribuição pecuniária mensal,
do servidor interessado, pessoalmente ou por procurador com com valor fixado em lei, devida na Administração Pública Di-
poderes especiais, observado o disposto no caput deste artigo. reta, Autárquica e Fundacional de qualquer dos Poderes do
§ 4º - A licença suspende o vínculo do servidor com a Ad- Estado, pelo efetivo exercício de cargo público;
ministração, não se computando o tempo correspondente para II - vencimentos, a soma do vencimento básico
qualquer efeito, inclusive o de estágio probatório. com as vantagens permanentes relativas ao cargo público.

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Art. 81 - Remuneração é a soma do vencimento com as Art. 88 - As reposições e as indenizações à Fazenda do


vantagens criadas por lei, inclusive as de caráter individual e as Estado serão descontadas em parcelas mensais e sucessivas,
relativas à natureza ou ao local de trabalho. aquelas não excedentes da décima parte do valor da remu-
Parágrafo único - Em se tratando de cargo comissionado neração e as outras, em no máximo seis vezes.
ao qual seja atribuída gratificação distinta da de representação, Parágrafo único - (Suprimido).
o servidor que o ocupar optará por uma delas Art. 89 - Os vencimentos e proventos devidos ao funcio-
Art. 82 (Revogado). nário falecido não serão considerados herança, devendo ser
I - (Revogado). pagos, independentemente de ordem judicial, ao cônjuge
II - (Revogado). ou companheiro ou, na falta deste, aos legítimos herdeiros.
§ 1.º - (Revogado).
§ 2.º - (Revogado). SEÇÃO II
§ 3.º - (Revogado). DAS GRATIFICAÇÕES
§ 4.º - (Revogado).
§ 5.º - (Revogado). Art. 90 - Poderão ser concedidas ao funcionário, na for-
Art. 83 - Perderá o vencimento do cargo efetivo o funcio- ma regulamentar, as seguintes gratificações: I - De função;
nário. II - De representação;
I - Nomeado para cargo em comissão, salvo se por III - (Revogado).
ele optar ou acumular legalmente; IV - De produtividade ou de prêmio por produ-
II - Cumprindo mandato eletivo remuneração fede- ção;
ral, estadual ou municipal, ressalvado, em relação ao último, o Art. 4º da Lei nº 3.301/2008 Art. 6º da Lei nº 3.300/2008
direito de opção ou de acumulação legal; Art. 7º da Lei nº 1.839/1988 Decreto nº 23.278/2003 Decreto
III - Licenciado na forma do artigo 65, itens IV e V. nº 21.962/2001
Art. 84 - O funcionário perderá: Inciso II do art. 5º do Decreto nº 20.805/2000 Decre-
I - O vencimento ou remuneração do dia, se não to nº 20.237/1999
comparecer ao serviço, salvo por motivo legal ou por doença Decreto nº 18.979/1998
comprovada, de acordo com as disposições deste Estatuto; Art. 1º do Decreto nº 18.884/1998 Decreto nº
II - Um terço do vencimento ou remuneração do 18.881/1998
dia, se comparecer ao serviço na hora seguinte ao início do ex- Art. 2º do Decreto nº 18.878/1998 Art. 2º do Decreto
pediente ou dele se retirar antes da hora regulamentar, ou ain- nº 18.777/1998 Decreto nº 18.682/1998
da, ausentar-se, sem autorização, por mais de sessenta minutos; Art. 5º do Decreto nº 18.606/1998 Art. 4º do Decreto
III - Um terço do vencimento ou remuneração du- nº 18.327/1997 Art. 3º do Decreto nº 18.328/1997 De-
rante o afastamento por motivo de prisão preventiva, pronúncia creto nº 17.893/1997
por crime comum ou denúncia por crime funcional, ou, ainda, Art. 4º do Decreto nº 17.869/1997
condenação por crime inafiançável em processo em que não Decreto de 23 de setembro de 1997 Decreto nº
haja pronúncia, tendo direito à diferença se absolvido; 17.454/1996 Decreto nº 16.936/1996
IV - Um terço do vencimento ou remuneração, du- Decreto nº 16.390-A/1994 Decreto nº 16.390/1994
rante o período de afastamento em virtude de condenação, por Decreto nº 16.387/1994 Decreto nº 16.385/1994 De-
sentença definitiva, à pena que não acarrete a perda do cargo. creto nº 16.341/1994 Decreto nº 16.296/1994 De-
Parágrafo único - Para efeitos deste artigo, serão levadas creto nº 16.295/1994 Decreto nº 16.272/1994 Decre-
em conta as gratificações percebidas pelo funcionário. to nº 16.230/1994 Decreto nº 16.226/1994 Decreto
Art. 85 - Nenhum funcionário perceberá vencimento infe- nº 15.835/1994 Decreto nº 15.770/1993 Decreto nº
rior ao salário-mínimo fixado para o Estado do Amazonas. 15.749/1993 Decreto nº 13.940/1991
Art. 86 - Serão abonadas até três faltas, durante o mês, por V - Pela prestação de serviços extraordinários;
motivo de doença comprovada mediante atestado passado por VI - Pela execução de trabalhos de natureza espe-
médico ou dentista do serviço oficial ou particular. cial, com risco de vida ou de saúde;
Parágrafo único - (Suprimido). VII - Pela participação em órgão de deliberação
§ 1º - Sem prejuízo no disposto do “caput “ do presente arti- coletiva;
go 86, todo funcionário que doar sangue à Fundação Hemoam VIII - Pela participação como membro ou auxiliar
terá direito à folga no dia correspondente à sua doação, desde de comissão examinadora de concurso;
que, porém, apresente no dia posterior, o respectivo atestado da IX - Pela prestação de serviço em regime de tem-
doação, fornecido pela Hemoam. po integral ou tempo integral com dedicação exclusiva;
§ 2º - Para os efeitos deste artigo, o funcionário apresentará X - Pela participação em comissão, grupo de
o atestado no primeiro dia em que retornar ao serviço. trabalho ou grupo especial de assessoramento técnico, de
Art. 87 - O vencimento, as gratificações e os proventos não caráter transitório;
sofrerão descontos além dos previstos em lei, nem serão obje- XI - Pelo exercício em determinadas zonas ou lo-
to do arresto, sequestro ou penhora, salvo quando se tratar de: cais; e
I - Prestação de alimentos determinada judicialmen- XII - Pelo exercício do magistério em cursos espe-
te; ciais de treinamento de funcionários, se realizado o trabalho
II - Reposição ou indenização devida à Fazenda do fora das horas de expediente.
Estado.

78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

§ 1.º - Os percentuais de atribuição das gratificações previstas Art. 98 - Restituirá a ajuda de custo, sem prejuízo da pena
nos incisos deste artigo, a serem fixados por ato legal, somente disciplinar cabível:
incidirão, para efeito de cálculo das referidas vantagens, sobre o I - O funcionário que não se deslocar para a nova
valor do vencimento do cargo efetivo do funcionário. sede dentro do prazo fixado, salvo por motivo devidamente
§ 2.º - O percentual para percepção da gratificação pela pres- comprovado;
tação de serviço em regime de tempo integral ou tempo integral II - Quando retornar ou pedir exoneração antes de
com dedicação exclusiva, não poderá ser superior a 60% (sessenta completar cento e oitenta dias de exercício na nova sede.
por cento) e a gratificação pela participação em comissão, grupo Parágrafo único - Se o funcionário regressar por ordem su-
de trabalho ou grupo especial de assessoramento técnico, de perior, ou por comprovado motivo de força maior, não haverá
caráter transitório, não poderá ter percentual de atribuição acima restituição.
de 100% (cem por cento). Art. 99 - O transporte do funcionário inclui as passagens e,
§ 3º - (Revogado). no limite estabelecido em regulamento próprio, as bagagens.
Art. 91 - A função gratificada é a vantagem pecuniária atri- Parágrafo único - O funcionário será obrigado a repor a im-
buída pelo exercício de encargos de chefia, assessoramento ou portância correspondente ao transporte irregularmente requisi-
secretariado e outros julgados necessários. tado, além de sofrer a pena disciplinar cabível.
§ 1.º - Em havendo recursos orçamentários, o Poder Executivo
poderá criar funções gratificadas, previstas em regulamento pró- SEÇÃO IV
prio, onde se estabelecerá também competência para designação. DAS DIÁRIAS
§ 2.º - A dispensa da função gratificada cabe à autoridade
competente para a designação. Art. 100 - O funcionário, que a serviço se deslocar da sede
Art. 92 - A gratificação por serviço extraordinário destina-se em caráter eventual e transitório, fará jus a diárias correspon-
a remunerar o trabalho executado fora do período normal de ex- dentes ao período de afastamento, para cobrir as despesas de
pediente. alimentação e pousada.
§ 1.º - A gratificação será paga por hora de trabalho, prorro- § 1.º - Entende-se por sede o lugar onde o funcionário re-
gado ou antecipado, na mesma razão de cada hora do período side.
normal de trabalho. § 2.º - Não serão pagas diárias ao funcionário removido ou
§ 2.º - Ressalvados os casos de convocação de emergência, o transferido, quando designado para função gratificada ou no-
serviço extraordinário não excederá de noventa horas mensais. meado para cargo em comissão.
§ 3.º - É vedado conceder gratificações por serviços extraordi- § 3.º - Não caberá pagamento de diárias quando a viagem
nários com o objetivo de remunerar outros serviços ou encargos. do funcionário constituir exigência inerente ao cargo ou função.
§ 4.º - O exercício de cargo em comissão ou função gratificada Art. 101 - Será paga diária especial ao funcionário designa-
impede o pagamento de gratificação por serviços extraordinários. do para serviços intensivos de campo, em qualquer lugar do
Art. 93 - Para o serviço extraordinário noturno, o valor da gra- Estado.
tificação será acrescido de vinte e cinco por cento. Art. 94 - (Revo- Parágrafo único - A diária especial de campo é devida a
gado). partir da entrada em serviço, obedecendo seu pagamento aos
Parágrafo único - (Revogado). valores fixados por ato governamental.
Art. 102 - O funcionário que, indevidamente, receber diárias,
SEÇÃO III restituirá de uma só vez igual importância, sujeito ainda à puni-
DA AJUDA DE CUSTO ção disciplinar.

Art. 95 - A administração pagará ajuda de custo ao funcio- Art. 103 - Será punido com suspensão e, na reincidência, com
nário que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova demissão, o funcionário que, indevidamente, conceder diárias.
sede.
§ 1.º - A ajuda de custo destina-se a indenizar ao funcionário SEÇÃO V
as despesas de viagem e de nova instalação. DO SALÁRIO-FAMÍLIA
§ 2.º - O transporte do funcionário, sua família e um serviçal,
ocorrerá por conta do Estado. Art. 104 - O salário-família é devido por dependente, menor
§ 3.º - O nomeado para cargo em comissão, que não seja fun- de 21 anos, do funcionário, ativo ou inativo.
cionário do Estado e não resida na sede designada, também fará § 1.º - A cada dependente corresponderá uma cota de sa-
jus aos benefícios deste artigo. lário-família.
Art. 96 - A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do § 2.º - A cota do salário-família destinada a dependente in-
cargo efetivo ou do cargo em comissão. válido será paga em dobro.
Parágrafo único - A ajuda de custo não excederá a importân- Art. 105 - Não será devido o salário-família quando o de-
cia correspondente a três meses de remuneração. pendente passar a perceber qualquer rendimento, em importân-
Art. 97 - Não será concedida ajuda de custo: cia igual ou superior à do salário-mínimo.
I - Quando o funcionário for posto à disposição de Art. 106 - Quando o pai e a mãe forem funcionários e vive-
outro órgão; rem em comum, o salário-família será pago a um deles apenas;
II - Quando o funcionário for transferido ou removido se não viverem em comum, será pago ao que tiver os depen-
a pedido, mesmo por permuta; e III - Quando o funcionário deixar dentes sob sua guarda ou; se ambos os tiverem, será concedido
a sede ou voltar em virtude de mandato eletivo. a um e a outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Art. 107 - O salário-família é devido mesmo quando o funcio- § 4.º Fica expressamente proibido o desvio de finalidade, sob as
nário não receber vencimentos ou proventos. penas da lei, devendo ser observado os termos do ato autorizativo.
Art. 108 - O salário-família não está sujeito a qualquer impos- § 5.º Somente será concedida nova autorização para afastamen-
to ou taxa, nem servirá de base para qualquer contribuição, mes- to, após o cumprimento da obrigação prevista no § 2.º deste artigo.
mo para a previdência social.
Art. 109 - (Revogado). CAPÍTULO V
Art. 110 - Quando o funcionário, em regime de acumulação DA ASSISTÊNCIA E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
legal, ocupar mais de um cargo , só perceberá o salário-família por
um dos cargos. Art. 117 - O Estado prestará assistência ao funcionário e à
sua família através de instituição própria criada por lei.
SEÇÃO VI
DO AUXÍLIO-DOENÇA CAPÍTULO VI
DO DIREITO DE PETIÇÃO
Art. 111 - (Revogado).
Art. 112 - (Revogado). Art. 118 - É assegurado ao funcionário o direito de reque-
rer, representar, pedir reconsideração e recorrer, desde que o
SEÇÃO VII faça dentro das normas de urbanidade.
DO AUXÍLIO-FUNERAL Art. 119 - O requerimento é cabível para defesa de direito
ou de interesse legítimo e será dirigido à autoridade compe-
Art. 113 - Será pago auxílio-funeral correspondente a um tente em razão da matéria.
mês de vencimento, remuneração ou provento, mediante prova Art. 120 - A representação é cabível contra abuso de auto-
da despesa, a quem providenciou o sepultamento do funcionário ridade ou desvio de poder e, encaminhada pela via hierárqui-
falecido. ca, será obrigatoriamente apreciada pela autoridade superior
§ 1.º - O vencimento, remuneração ou provento corresponde- àquela contra a qual é interposta.
rá àquele do funcionário, no momento do óbito. Art. 121 - Caberá pedido de reconsideração dirigido à au-
§ 2.º - Em caso de acumulação legal de cargos do Estado, o toridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira
auxílio-funeral corresponderá ao pagamento do cargo de maior decisão, quando contiver novos argumentos.
vencimento ou remuneração do funcionário. Parágrafo único - O prazo para apresentação do pedido
§ 3.º - A despesa com auxílio-funeral correrá à conta da dota- de reconsideração é de quinze dias a contar da ciência do ato,
ção orçamentária própria do cargo, que não será provido antes de da decisão ou da publicação oficial.
decorridos trinta dias da vacância. Art. 122 - O recurso é cabível contra indeferimento de pe-
dido de reconsideração e contra decisões sobre recursos su-
CAPÍTULO IV DAS CONCESSÕES cessivamente interpostos.
Art. 123 - O recurso será dirigido à autoridade imediata-
Art. 114 - Sem prejuízo da remuneração e qualquer outro di- mente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a
reito ou vantagem, o funcionário poderá faltar ao serviço até oito decisão recorrida.
dias consecutivos, por motivo de : § 1.º - O recurso será interposto por intermédio da auto-
I - Casamento; ou ridade recorrida, que poderá reconsiderar a decisão, ou, man-
II - Falecimento do cônjuge ou companheiro, pais, fi- tendo-a, encaminhá-la à autoridade superior.
lhos ou irmãos. § 2.º - É de trinta dias o prazo para a interposição de re-
Art. 115 - Ao funcionário estudante será permitido ausentan- curso, a contar da publicação ou ciência, pelo interessado, da
do-se do serviço, sem prejuízo do vencimento, remuneração ou decisão recorrida.
vantagem, para submeter-se a prova ou exame, mediante apre-
sentação de atestado fornecido pelo estabelecimento de ensino. Art. 124 - O direito de pleitear na esfera administrativa
Art. 116 - Poderá o servidor público ser autorizado a se afastar prescreverá:
de suas atividades funcionais para frequentar curso de aperfeiçoa- I - Em cinco anos, quando aos atos de demissão,
mento profissional, pelo prazo máximo de 04 (quatro) anos, sem cassação de aposentadoria ou disponibilidade e aos referentes
prejuízo do vencimento e remuneração. a matéria patrimonial;
§ 1.º - A autorização prevista no “caput” deste artigo será conce- II - Em cento e vinte dias, nos demais casos.
dida por ato do Chefe do Poder Executivo Estadual, mediante indica- Art. 125 - Os prazos de prescrição estabelecidos no artigo
ção do titular do órgão ou entidade, desde que comprovada a per- anterior, contar-se-ão da data da publicação, no órgão oficial,
tinência entre a atividade funcional do servidor e o curso pretendido. do ato impugnado, ou da data da ciência pelo interessado.
§ 2.º - O servidor ficará obrigado a prestar serviço ao Estado Art. 126 - Os pedidos de reconsideração e os recursos,
por período igual ao de seu afastamento, sob pena de indeniza- quando cabíveis, e apresentados dentro do prazo, interrom-
ção aos cofres públicos da importância despendida pelo Estado. pem a prescrição até duas vezes, determinando a contagem
§ 3.º O prazo de afastamento previsto no “caput” deste artigo de novos prazos a partir da data da publicação de despacho
poderá ser estendido quando devidamente justificado pela Ins- denegatório ou restritivo ao pedido.
tituição de Ensino e ratificado pelo Titular do órgão ou entidade, Art. 127 - O ingresso em juízo não implica necessariamen-
que demonstrará a importância para o Estado e a boa-fé do ser- te suspensão, na instância administrativa, de pleito formulado
vidor público. pelo funcionário.

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Assistente Técnico

CAPÍTULO VII TÍTULO V


DA DISPONIBILIDADE DO REGIME DISCIPLINAR CAPÍTULO I
DA ACUMULAÇÃO
Art. 128 - Disponibilidade é o ato pelo qual o funcioná-
rio estável fica afastado de qualquer atividade, no serviço Art. 144 - É vedada a acumulação remunerada de cargo
público em virtude da extinção ou declaração da desneces- com outro cargo, emprego ou função públicos, abrangen-
sidade do seu cargo. do a Administração Direta, autarquias, fundações, empresas
Parágrafo único - O funcionário em disponibilidade per- públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
ceberá proventos proporcionais ao seu tempo de serviço, sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
mais as vantagens incorporáveis à data da inativação e o sa- público, exceto, quando houver compatibilidade de horários:
lário-família. I - a de dois cargos ou empregos de professor;
Art. 129 - Restabelecido o cargo, mesmo modificada a II - a de um cargo ou de emprego de professor
sua denominação, será nele aproveitado, com prioridade, o com outro técnico ou científico;
funcionário em disponibilidade. III - a de dois cargos ou empregos privativos de
Art. 130 - O funcionário em disponibilidade poderá ser médico.
aposentado, preenchidos os requisitos legais. IV - (Suprimido)
§ 1.º - (Suprimido).
CAPÍTULO VIII § 2.º - (Suprimido).
DA APOSENTADORIA § 3.º - (Suprimido).
Parágrafo único - É vedada a percepção simultânea de
Art. 131 - (Revogado). proventos com a remuneração de cargo, emprego ou fun-
I - (Revogado). ção pública, ressalvadas as hipóteses de acumulação permi-
II - (Revogado). tida na atividade, de exercício de mandato eletivo, de cargo
a) (Revogada). em comissão ou de contrato para a prestação de serviços de
natureza técnica ou especializada.
b) (Revogada).
Art. 145 - O reconhecimento da licitude da acumulação
III - (Revogado).
de cargos fica condicionado à comprovação da compatibili-
Art. 132 - (Revogado).
dade de horários a ser declarada pelo servidor em ato pró-
I - (Revogado).
prio perante os órgãos ou entidades a que pertencer.
a) (Revogada).
I - (Suprimido).
b) (Revogada).
II - (Suprimido).
II (Revogado).
III - (Suprimido).
Parágrafo único - (Revogado). Parágrafo único - A qualquer tempo a Administração
Art. 133 - (Revogado). poderá solicitar declaração do servidor atestando que não
§ 1.º - (Revogado). acumula cargos, empregos ou funções em órgão da União,
§ 2.º - (Revogado). Estado e Municípios.
Art. 134 - (Revogado). Art. 146 - As acumulações e a percepção de proventos
Art. 135 - (Revogado). vedadas pelo art. 144 serão apuradas em processo sumá-
Art. 136 - (Revogado). rio, nos termos do artigo 174 deste Estatuto, por meio de
Art. 137 - (Revogado). comissão constituída em caráter transitório ou permanente.
Art. 138 - (Revogado). Parágrafo único - (Suprimido).
Art. 139 - (Revogado). Art. 147 - Transitada em julgado a decisão do processo
I - (Revogado). sumário que concluir pela acumulação ou pela percepção de
II - (Revogado). proventos vedadas pelo art. 144, o servidor:
III (Revogado). Parágrafo único - (Suprimido).
Parágrafo único - (Revogado). I - optará, no prazo de 05 (cinco) dias, por um
dos cargos, empregos ou funções exercidos, ou pelos pro-
Art. 140 - (Revogado). ventos, se patenteada a boa fé;
I - (Revogado). II - será demitido do cargo ou cargos estaduais
II - (Revogado). ilegalmente ocupados, ou terá cassada a aposentadoria ou a
§ 1.º - (Revogado). disponibilidade, nos casos de má-fé comprovada.
§ 2.º - (Revogado). Art. 148 - As autoridades que tiverem conhecimento de
Art. 141 - (Revogado). qualquer acumulação indevida, comunicarão o fato, sob
§ 1.º - (Revogado). pena de responsabilidade, ao órgão de pessoal, para os fins
§ 2.º - (Revogado). indicados no artigo 146.

Art. 142 - (Revogado).


Art. 143 - (Revogado).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

CAPÍTULO II a) Contratante ou concessionária de serviço pú-


DOS DEVERES blico;
b) Fornecedora de equipamento ou material de
Art. 149 - Além do exercício das atribuições do cargo, qualquer natureza ou espécie, a qualquer órgão estadual;
são deveres do funcionário: I - Lealdade e respeito às insti- c) Com atividades relacionadas à natureza do car-
tuições constitucionais e administrativas; go ou função pública exercida;
II - Assiduidade e pontualidade; XIII - Exercer o comércio ou participar de socie-
III - Cumprimento de ordens superiores, repre- dade comercial, exceto como acionistas, cotistas ou coman-
sentando quando manifestamente ilegais; IV - Desempenho, ditário;
com zelo e presteza, dos trabalhos de sua incumbência; XIV - Entreter-se, nos locais e horas de trabalho,
V - Sigilo sobre os assuntos da repartição; em palestras, leituras ou atividades estranhas ao serviço; XV
VI - Zelo pela economia do material e pela con- - Atender pessoas estranhas ao serviço no local de trabalho,
servação do patrimônio sob sua guarda ou para sua utili- para tratar de assuntos particulares;
zação. VII - Urbanidade com companheiros de serviços e o XVI - Incitar greves ou delas participar ou praticar atos de
público geral; sabotagem contra o serviço público; XVII - Fundar sindicato
VIII - Cooperação e espírito de solidariedade com de funcionário ou dele participar; e
os companheiros de trabalho; XVIII - Ausentar-se do Estado, mesmo para estudo ou
IX - Conhecimento das leis, regulamentos, regi- missão oficial de qualquer natureza, com ou sem ônus para
mentos, instruções e ordens de serviços referentes às suas os cofres públicos, sem autorização expressa do Chefe do Po-
funções; e der a cujo Quadro de Pessoal integre.
X - Procedimento compatível com a dignidade
da função pública. CAPÍTULO IV
DAS RESPONSABILIDADES
CAPÍTULO III
DAS PROIBIÇÕES Art. 151 - (Revogado).
Art. 152 - A responsabilidade civil decorre de procedi-
Art. 150 - Ao funcionário é proibido: mento doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazen-
- Referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso em da Pública ou a terceiros.
informação, parecer ou despacho, às autoridades e a atos § 1.º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda
da Administração Pública, podendo, porém, em trabalho Pública será liquidada mediante desconto em prestações
assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da mensais, não superiores à décima parte do vencimento ou
organização do serviço; remuneração, à falta de outros bens que respondam pela re-
I - Censurar, por qualquer órgão de divulgação posição.
pública, as autoridades constituídas; § 2.º - Tratando-se de danos causado a terceiros, respon-
derá o funcionário perante a Fazenda Pública, em ação re-
II - Pleitear, como procurador ou intermediá- gressiva, proposta depois de transitada em julgado a decisão
rio junto às repartições públicas, salvo quando se tratar de que houver condenado a Fazenda a indenizar o prejudicado.
percepção de vencimentos e proventos do cônjuge, compa- Art. 153 - A responsabilidade penal abrange os crimes
nheiro ou parente consangüíneo ou afim, até segundo grau; e contravenções imputados ao funcionário, nesta qualidade.
III - Retirar, modificar ou substituir, sem prévia au- Art. 154 - A responsabilidade administrativa resulta de
torização, qualquer documento de órgão estadual; omissões ou atos praticados no desempenho do cargo ou
IV - Empregar materiais e bens do Estado em ser- função.
viço particular ou, sem autorização superior, retirar objetos Art. 155 - As sanções civis, penais e disciplinares poderão
de órgãos oficiais; acumular-se, umas e outras, independentes entre si, bem as-
V - Valer-se do cargo para lograr proveito pes- sim as instâncias cível, penal e administrativa.
soal;
VI - Coagir ou aliciar subordinados com objetivo CAPÍTULO V DAS PENALIDADES
de natureza partidária;
VII - Receber propinas, comissões, presentes e Art. 156 - São penas disciplinares:
vantagens de qualquer espécie, em razão do cargo; IX - Pra- I - Reprensão;
ticar a usura, em qualquer de suas formas; II - Suspensão;
X - Promover manifestações de apreço ou de- III - Demissão; e
sapreço, mesmo para obsequiar superiores hierárquicos, e IV - Cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
fazer circular ou subscrever lista de donativos na repartição; Art. 157 - Na aplicação das penas disciplinares serão
XI - Cometer a pessoa estranha à repartição, fora consideradas a natureza e a gravidade da infração, os danos
dos casos previstos em lei, o desempenho de encargos de que dela resultarem para o serviço público e os antecedentes
sua competência ou de seus subordinados. funcionais do culpado.
XII - Participar da diretoria, gerência, adminis- Art. 158 - A pena de repreensão será aplicada por escrito,
tração, conselho-técnico ou administrativo de empresa ou nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deve-
sociedade: res funcionais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Art. 159 - A pena de suspensão, que não excederá a no- Art. 164 - Constarão obrigatoriamente do seu assenta-
venta dias, será aplicada em casos de falta grave ou de rein- mento individual as penalidades disciplinares impostas ao
cidência. funcionário.
Parágrafo único - O funcionário suspenso perderá, du- Art. 165 - Além da pena judicial cabível, serão considera-
rante o período de cumprimento da pena, todos os direitos e das como de suspensão os dias em que o funcionário deixar
vantagens decorrentes do exercício do cargo. de atender, sem motivo justificado, à convocação do júri e
Art. 160 - As penas de repreensão e suspensão até cinco outros serviços obrigatórios previstos em lei.
dias serão aplicadas de imediato pela autoridade que tiver co- Art. 166 - Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
nhecimento direto de falta cometida. lidade do inativo que praticou, quando em atividade, falta
§ 1.º - O ato punitivo será motivado e terá efeito imediato, punível com demissão.
mas provisório, assegurando-se ao funcionário o direito de Art. 167 - Será cassada a disponibilidade quando o fun-
oferecer defesa por escrito, no prazo de três dias. cionário, nessa situação, investiu-se ilegalmente em cargo
§ 2.º - A defesa prevista no parágrafo anterior é indepen- ou função pública, ou aceitou comissão, emprego ou pensão
dente de autuação e será apresentada mediante recibo, dire- de Estado estrangeiro, sem prévia e expressa autorização do
tamente pelo funcionário à autoridade que aplicou a pena. Presidente da República.
§ 3.º - As penalidades aplicadas nas condições deste ar- Parágrafo único - Será igualmente cassada a disponi-
tigo, somente serão confirmadas mediante novo ato, após a bilidade do funcionário que não assumir no prazo legal o
apreciação da defesa, ou pelo decurso do prazo para tanto exercício do cargo em que for aproveitado.
estabelecido, se tal direito não for exercido pelo funcionário. Art. 168 - Prescreverá:
§ 4.º - Somente se confirmada a penalidade constará no I - Em dois meses, a falta sujeita à repreensão;
assentamento individual do funcionário. Art. 161 - A pena de II - Em dois anos, a falta sujeita à pena de sus-
demissão será aplicada nos casos de: pensão; e
I - Crime contra a administração pública, assim definido III - Em cinco anos, a falta sujeita às penas de de-
na Lei Penal; II - Abandono de cargo; missão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Pa-
III - Inassiduidade habitual; rágrafo único - Também a falta, prevista em Lei Penal como
IV - Incontinência pública ou escandalosa e prática crime, prescreverá juntamente com ele.
de jogos proibidos; V - Insubordinação grave em serviço; Art. 169 - A prescrição começa a contar da data em que
VI - Ofensa física em serviço contra funcionário a autoridade tomar conhecimento da existência da
ou particular, salvo em legítima defesa e em estrito cumpri- falta.
mento do dever legal; Parágrafo único - O curso de prescrição interrompe-se
VII - Aplicação irregular de dinheiro público; pela abertura do competente procedimento administrativo.
VIII - Revelação de fato ou informação de natureza
sigilosa que o funcionário conheça em razão do cargo; IX - CAPÍTULO VI
Corrupção passiva, nos termos da Lei Penal; DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA
X - Lesão aos cofres públicos e dilapidação do pa- SUSPENSÃO PREVENTIVA
trimônio estadual;
XI - ocorrência de qualquer das vedações previstas Art. 170 - Cabe dentro das respectivas competências ao
no, art. 144, se provada a má-fé; Secretário de Estado e demais chefes de órgãos diretamente
XII - Transgressão de quaisquer dos itens IV, V, VI, subordinados ao Governador, ordenar a prisão administrati-
VII e IX do artigo 150. va, mediante despacho fundamentado, de todo e qualquer
§ 1.º - Considera-se abandono de cargo a ausência ao responsável por dinheiro ou valores pertencentes à Fazenda
serviço, sem justa causa, por mais de trinta dias consecutivos. Estadual ou que se acharem sob sua guarda, nos casos de
§ 2.º - Entende-se comao inassiduidade habitual a falta ao alcance, remissão ou omissão em efetuar as entradas nos
serviço sem causa justificada, por sessenta dias intercalados devidos prazos.
durante o período de doze meses. § 1.º - Em se tratando de funcionário dos Poderes Le-
Art. 162 - O ato de imposição de penalidade mencionará gislativo e Judiciário, e dos Tribunais de Contas do Estado e
sempre a causa da sanção e o fundamento legal. Art. 163 - São dos Municípios, a prisão administrativa será ordenada pelas
competentes para aplicação das penalidades disciplinares: autoridades designadas em regimento interno, lei orgânica
I - Governador; ou regulamento.
II - O Secretário de Estado ou autoridade direta- § 2.º - Ordenada a prisão, será ela comunicada imediata-
mente subordinada ao Governador e os dirigentes de autar- mente à autoridade judiciária competente.
quias, nos casos de suspensão por mais trinta dias; e § 3.º - A prisão administrativa não excederá de noventa
III - Os chefes de unidades administrativas, na for- dias, podendo, no entanto, ser revogada, a critério da autori-
ma regimental, nos casos de repreensão ou suspensão até dade que a decretou, sem prejuízo do processo disciplinar e
trinta dias. penas cabíveis, se o funcionário ressarcir os danos causados
Parágrafo único - Quando se tratar de funcionário dos ao erário público ou oferecer garantia idônea.
Poderes Legislativo e Judiciário, e dos Tribunais de Contas do § 4.º - No curso do processo disciplinar compete ao Pre-
Estado e dos Municípios, as penalidades serão aplicadas pelas sidente da Comissão suscitar a prisão administrativa do indi-
autoridades designadas em regimento interno, lei orgânica ciado, perante a autoridade competente para decretá-la, nos
ou regulamento. casos legalmente cabíveis.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Art. 171 - A suspensão preventiva até trinta dias será orde- SEÇÃO IV
nada pelo chefe da unidade administrativa, mediante despacho DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
fundamentado, se o afastamento do funcionário for necessário,
para que não venha a influir na apuração da falta cometida. Art. 179 - Instaura-se inquérito administrativo quando a
§ 1.º - Caberá ao Secretário de Estado ou às autoridades falta disciplinar, por sua gravidade ou natureza, possa deter-
designadas em regimento interno, lei orgânica ou regulamen- minar a aplicação da penas de suspensão, por mais de trinta
to, prorrogar, até noventa dias, o prazo de suspensão já or- dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
denada, mas cumprida a penalidade, cessarão os respectivos Parágrafo único - No inquérito administrativo é assegura-
efeitos, ainda que o processo disciplinar não esteja concluso. do o amplo e irrestrito exercício do direito de defesa.
§ 2.º - A suspensão preventiva do funcionário não impede Art. 180 - Além do Governador, dos Presidentes dos Po-
a decretação de sua prisão administrativa. deres Legislativo, Judiciário, dos Tribunais de Contas e do
Art. 172 - Durante o período da prisão administrativa ou Secretário de Estado, são competentes para determinar a
da suspensão preventiva, o funcionário perderá um terço do instauração do inquérito disciplinar os dirigentes dos órgãos
vencimento ou remuneração. diretamente subordinados ao Chefe do Poder Executivo e os
Parágrafo único - Reconhecida sua inocência, o funcioná- dirigentes de autarquias, respeitadas as atribuições estabeleci-
rio terá direito à diferença de remuneração e à contagem, para das em regulamento, regimento interno ou lei orgânica.
todos os efeitos, do período correspondente à prisão adminis- Art. 181 - O inquérito administrativo será conduzido por
trativa ou suspensão preventiva. uma Comissão, permanente ou especial, composta por cinco
funcionários estáveis.
CAPÍTULO VII § 1.º - Entre os membros da Comissão, dois, no mínimo
DO PROCESSO DISCIPLINAR SEÇÃO I serão Bacharéis em Direito.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS § 2.º - A Comissão obedecerá a regimento próprio e o
mandato de seus membros será de 02 (dois) anos, admitida
Art. 173 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade a recondução.
no serviço público é obrigada a tomar providências para apu- § 3.º - A Comissão procederá a todas as diligências neces-
rar os fatos e responsabilidades. sárias, recorrendo, quando aconselhável, a técnicos ou peritos.
§ 1.º - As providências de apuração começarão logo após § 4.º - Os órgãos estaduais responderão com a máxima
o conhecimento dos fatos e serão tomadas na unidade onde presteza às solicitações da Comissão, devendo comunicar a
eles ocorreram, devendo consistir, no mínimo, em relatório cir- impossibilidade de atendimento, em caso de força maior.
cunstanciado sobre as possíveis irregularidades. § 5.º - Terá caráter urgente e prioritário e expedição de do-
§ 2.º - A averiguação preliminar será cometida a um só cumentos necessários à instrução do inquérito administrativo.
funcionário ou a uma comissão. Art. 182 - O inquérito administrativo começará no prazo
de cinco dias, contados do recebimento dos autos pela Co-
SEÇÃO II missão e terminará no prazo de noventa dias.
DO PROCESSO SUMÁRIO Parágrafo único - O prazo para conclusão do inquérito po-
derá ser prorrogado, mediante justificação fundamentada e a
Art. 174 - Instaura-se o processo sumário quando a falta juízo da autoridade competente.
disciplinar, pela gravidade ou natureza, não motivar demissão, Art. 183 - Recebidos os autos, a Comissão formalizará o indi-
ressalvado o disposto nos artigos 146 e 160. ciamento do funcionário, apontado o dispositivo legal infringido.
Parágrafo único - Concluída a instrução, a decisão do pro- § 1.º - A citação será pessoal e contará com a transcrição
cesso sumário será tomada após 05 (cinco) dias do prazo para do indiciamento, bem como data, hora e local marcados para
o servidor apresentar a sua defesa. o interrogatório.
§ 2.º - Não sendo encontrado o indiciado, ou ignorando-
SEÇÃO III -se o seu paradeiro, a citação será feita por editais, publicados
DA SINDICÂNCIA no órgão oficial, durante três dias consecutivos.
§ 3.º - Se o indiciado não comparecer, será decretada a sua
Art. 175 - A sindicância constitui a peça preliminar e informativa revelia e designado um defensor dativo, de preferência Bacha-
do inquérito administrativo, devendo ser instaurada quando os fatos rel em Direito, ou funcionário da mesma classe e categoria,
não estiverem definidos ou faltarem elementos indicativos da autoria. para a promoção da defesa.
Art. 176 - A sindicância não comporta o contraditório e Art. 184 - Nenhum funcionário será processado sem assis-
tem caráter sigiloso, devendo obrigatoriamente serem ouvi- tência de defensor habilitado.
dos, no entanto, os envolvidos nos fatos. Parágrafo único - Se o funcionário não constituir advo-
Art. 177 - O relatório da sindicância conterá descrição ar- gado, ser-lhe-á designado um defensor dativo, na forma do
ticulada dos fatos e proposta objetiva ante as ocorrências veri- disposto no artigo anterior.
ficadas, recomendando o arquivamento do feito ou a abertura Art. 185 - O indiciado estará presente a todas as diligências
do inquérito administrativo. do inquérito e poderá intervir em qualquer ato da Comissão.
Parágrafo único - Quando recomendar abertura do inqué- Art. 186 - Para todas as provas e diligências será intimada
rito administrativo, o relatório deverá apontar os dispositivos a defesa, com antecedência mínima de quarenta e oito horas.
legais infringidos e a autoria do infrator. Art. 187 - Realizadas as provas da Comissão, a defesa será
Art. 178 - A sindicância deverá estar conclusa dentro de trin- intimada para apresentar, em três dias, as provas que preten-
ta dias, prazo prorrogável mediante justificação fundamentada. der produzir.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Art. 188 - Encerrada a instrução, dar-se-á vista ao defensor Parágrafo único - Caberá, entretanto, aos Chefes dos Po-
para apresentação, por escrito e no prazo de dez dias, das ra- deres o julgamento, quando do processo revisto houver resul-
zões de defesa do indiciado. tado pena de demissão, cassação de aposentadoria ou dispo-
§ 1.º - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será co- nibilidade.
mum de vinte dias. Art. 200 - Julgada procedente a revisão, a autoridade com-
§ 2.º - O prazo de defesa será prorrogado pelo dobro, para petente determinará a redução ou anulação da
diligências reputadas imprescindíveis. pena.
§ 3.º - Compete ao Presidente da Comissão indeferir, me- Parágrafo único - A decisão será sempre fundamentada e
diante despacho fundamentado, as diligências de caráter pro- publicada no órgão oficial do Estado.
crastinatório ou manifestamente desnecessárias. Art. 201 - Aplicam-se ao processo de revisão, no que cou-
Art. 189 - As certidões de repartições públicas, necessárias à berem, as disposições concernentes ao processo disciplinar.
defesa, serão fornecidas sem qualquer ônus, a requerimento do
TÍTULO VI
defensor, dirigido ao Presidente da Comissão.
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 190 - Produzida a defesa escrita, a Comissão apresenta-
rá o relatório no prazo de dez dias.
Art. 202 - O Dia do Funcionário Público será comemorado
Art. 191 - No relatório da Comissão serão apreciadas, em a 28 de outubro.
relação a cada indiciado, as irregularidades imputadas, as provas Art. 203 - Salvo disposição em contrário, a contagem do
colhidas e as razões da defesa, justificando-se, com fundamento tempo e dos prazos previstos neste Estatuto será feita em
objetivo, a absolvição ou punição, e indicando-se, neste caso, a dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o
pena cabível e seu embasamento legal. do seu término.
Parágrafo único - A Comissão poderá sugerir outras me- Parágrafo único - Considerar-se-á prorrogado o prazo até
didas que se fizerem necessárias à defesa do interesse público. o primeiro dia útil, se o término coincidir com sábado, domin-
Art. 192 - Recebidos os autos com o relatório, a autoridade go, feriado ou dia em que não haja expediente, ou este não
competente proferirá a decisão por despacho fundamentado. prossiga até a hora normal do encerramento.
Art. 193 - O funcionário só poderá requerer exoneração Art. 204 - São isentos de quaisquer tributos as certidões e
após a conclusão do processo disciplinar, e se reconhecida a sua outros documentos relacionados com o serviço público e de
inocência. interesse do funcionário.
Art. 194 - As decisões serão publicados no Diário Oficial, Art. 205 - O Governador determinará o número de horas
dentro do prazo de oito dias, a contar da data do despacho final. diárias de trabalho das várias categorias de funcionários nas
Art. 195 - Quando ao funcionário se imputar crime prati- repartições estaduais.
cado na esfera administrativa, a autoridade que determinou a Parágrafo único - Em se tratando de funcionários dos Po-
instauração do inquérito administrativo providenciará para se deres Legislativo e Judiciário, a providência de que trata este
instaurar, simultaneamente, o inquérito policial. artigo constará de regulamento administrativo.
Art. 206 - Nos dias úteis somente por decreto do Gover-
CAPÍTULO VIII nador deixarão de funcionar as repartições públicas estaduais
DA REVISÃO DO PROCESSO ou será suspenso o expediente.
Art. 207 - Os atos de provimento de cargos públicos, das
Art. 196 - A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão designações para funções gratificada, bem como todos os de-
do processo administrativo de que haja resultado pena discipli- mais relativos a direitos, vantagens, concessões e licenças, só
nar, quando forem aduzidos fatos ou circunstâncias suscetíveis produzirão efeitos após publicados no órgão oficial.
de justificar a inocência do punido. Art. 208 - Para os efeitos desta Lei, e quando nela não de-
§ 1.º - Não constitui fundamento para revisão a simples ale- finida, é considerada pessoa da família do funcionário quem
gação de injustiça da penalidade. viva às suas expensas e conste de seu assentamento individual.
§ 2.º - A revisão não autoriza a agravação da pena. Art. 209 - Para fins de percepção dos benefícios pre-
§ 3.º - Ocorrendo o falecimento do punido, o pedido de vistos na legislação, obrigatoriamente são contribuintes da
previdência social do Estado os funcionários regidos por este
revisão poderá ser formulado pelo cônjuge ou parente até se-
Estatuto, ressalvados os ocupantes de cargo em comissão vin-
gundo grau.
culados a outro sistema previdenciário público.
Art. 197 - A revisão processar-se-á apensa ao processo original.
Art. 210 - (Revogado).
Art. 198 - O pedido de revisão será dirigido à autoridade
I - (Revogado).
que tiver proferido a decisão.
II - (Revogado).
§ 1.º - A revisão será realizada por uma Comissão compos-
§ 2.º - (Revogado).
ta de três funcionários estáveis, de categoria igual ou superior
§ 3.º - (Revogado).
à do punido.
Art. 211 - O Poder Executivo expedirá os atos complementa-
§ 2.º - Estarão impedidos de integrar a Comissão reviso-
res necessários à plena execução das disposições da presente Lei.
ra os funcionários que constituíram a Comissão que concluiu
Art. 212 - Ficam revogados o artigo 12 da Lei nº 1221,
pela aplicação da penalidade ao requerente.
de 30/12/1976, a Lei nº 701, de 30/12/1967, com suas alte-
Art. 199 - Conclusos os trabalhos da Comissão, em prazo não
rações, e demais disposições em contrário.
excedente a sessenta dias, será o Processo, com o respectivo re-
Art. 213 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publi-
latório, encaminhado à autoridade competente para julgamento.
cação, e terá efeitos a partir de 28 de outubro de 1986.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

QUESTÕES 08. Considere os nomes a seguir:

01. No que se refere ao gerenciamento da informação 1. Alberto Soares Júnior


e à gestão de documentos, julgue os itens subsequentes. 2. João Castelo Branco 3. Everaldo Santo Cristo
Por atenderem a necessidades especiais, os documen- 4. Dr.Alexandre Silva
tos do arquivo corrente podem permanecer distantes de 5. Maria Cardoso Silva
seus usuários diretos.
( ) Certo O nome arquivado corretamente, segundo o método
( ) Errado alfabético, é:
(A) Júnior, Alberto Soares
02. O arquivo constituído por documentos que são de (B) Branco, João Castelo
uso exclusivo da unidade que os gerou ou recebeu, deno- (C) Santo Cristo, Everaldo
(D) Silva, Dr.Alexandre
mina-se
(E) Cardoso Silva, Maria
(A) ostensivo.
(B) sigiloso.
09. O método de arquivamento alfanumérico, que con-
(C) permanente.
siste na combinação de letras e números, pertence ao siste-
(D) intermediário. ma indireto.
(E) corrente. ( ) Certo
( ) Errado
03. Com relação à gestão de documentos, julgue o item
que se segue.
Para facilitar o acesso rápido ao material, recomenda-se
que arquivos correntes sejam armazenados em caixas-ar- RESPOSTA
quivo.
( ) Certo (01-Errado)
( ) Errado (02-E)
(03-Errado)
04. Em relação ao arquivo corrente, NÃO se pode afir- (04-B)
mar que: (05-Certo)
(A) Tem valor primário. (06-Certo)
(B) Abrange apenas documentos em tramitação. (07-Certo)
(C) Abrange documentos em tramitação ou não. (08-C)
(D) É objeto de consultas frequentes. (09-Errado)

05. Os documentos correntes são de acesso restrito e


devem ficar próximos aos servidores que são seus usuários
diretos.
( ) Certo
( ) Errado

06. Quando o documento de arquivo tem uma grande


possibilidade de uso, ele deve ser considerado como docu-
mento do arquivo corrente.
( ) Certo
( ) Errado

07. No que se refere ao gerenciamento da informação e


à gestão de documentos, julgue o item subsequente.
Após passarem pelos arquivos correntes, os documen-
tos de arquivo podem ser eliminados, ser encaminhados ao
arquivo intermediário, ou, ainda, ser recolhidos aos arquivos
permanentes.
( ) Certo
( ) Errado

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