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DEVOCIONAL DIÁRIO

COM OS PURITANOS
Com o Plano de Leitura bíblica anual do puritano Nicholas Byfield
&
Com o Plano de Leitura anual dos Padrões de Fé de Westminster do Dr.
Joseph Pipa

Christopher Vicente
Organizador
Editor: Christopher Vicente
[1]
Tradutor: Christopher Vicente
[2] [3]
Revisora: Narah Vicente, Paulo Pacheco e Gullit Belo.

Devocional Diário com os Puritanos. VICENTE, Christopher (Org.).


Natal: Nadere Reformatie Publicações, 2021.

A maioria dos textos bíblicos citados no corpo do texto do e-book foram


segundo a versão do próprio autor, salvo alguma indicação contrária.

Todos os direitos reservados pela Editora Nadere Reformatie Publicações.


Proibida a venda ou a comercialização, salvo por parte da própria editora,
do e-book completo ou de quaisquer partes dele.

Nadere Reformatie Publicações


Por uma reforma mais profunda
SUMÁRIO

SUMÁRIO
PREFÁCIO – Rev. Christopher Vicente
JANEIRO – Jonathan Edwards
1º de janeiro
2 de janeiro
3 de janeiro
4 de janeiro
5 de janeiro
6 de janeiro
7 de janeiro
8 de janeiro
9 de janeiro
10 de janeiro
11 de janeiro
12 de janeiro
13 de janeiro
14 de janeiro
15 de janeiro
16 de janeiro
17 de janeiro
18 de janeiro
19 de janeiro
20 de janeiro
21 de janeiro
22 de janeiro
23 de janeiro
24 de janeiro
25 de janeiro
26 de janeiro
27 de janeiro
28 de janeiro
29 de janeiro
30 de janeiro
31 de janeiro
FEVEREIRO – Thomas Boston
1º de fevereiro
2 de fevereiro
3 de fevereiro
4 de fevereiro
5 de fevereiro
6 de fevereiro
7 de fevereiro
8 de fevereiro
9 de fevereiro
10 de fevereiro
11 de fevereiro
12 de fevereiro
13 de fevereiro
14 de fevereiro
15 de fevereiro
16 de fevereiro
17 de fevereiro
18 de fevereiro
19 de fevereiro
20 de fevereiro
21 de fevereiro
22 de fevereiro
23 de fevereiro
24 de fevereiro
25 de fevereiro
26 de fevereiro
27 de fevereiro
28 de fevereiro
MARÇO – Thomas Case
1º de março
2 de março
3 de março
4 de março
5 de março
6 de março
7 de março
8 de março
9 de março
10 de março
11 de março
12 de março
13 de março
14 de março
15 de março
16 de março
17 de março
18 de março
19 de março
20 de março
21 de março
22 de março
23 de março
24 de março
25 de março
26 de março
27 de março
28 de março
29 de março
30 de março
31 de março
ABRIL – John Flavel e Andrew Gray
1º de abril
2 de abril
3 de abril
4 de abril
5 de abril
6 de abril
7 de abril
8 de abril
9 de abril
10 de abril
11 de abril
12 de abril
13 de abril
14 de abril
15 de abril
16 de abril
17 de abril
18 de abril
19 de abril
20 de abril
21 de abril
22 de abril
23 de abril
24 de abril
25 de abril
26 de abril
27 de abril
27 de abril
28 de abril
29 de abril
30 de abril
MAIO – Thomas Watson
1º de maio
2 de maio
3 de maio
4 de maio
5 de maio
6 de maio
7 de maio
8 de maio
9 de maio
10 de maio
11 de maio
12 de maio
13 de maio
14 de maio
15 de maio
16 de maio
17 de maio
18 de maio
19 de maio
20 de maio
21 de maio
22 de maio
23 de maio
24 de maio
25 de maio
26 de maio
27 de maio
28 de maio
29 de maio
30 de maio
31 de maio
JUNHO – Thomas Doolittle, Richard Steele e Oliver Heywood
1º de junho
2 de junho
3 de junho
4 de junho
5 de junho
6 de junho
7 de junho
8 de junho
9 de junho
10 de junho
11 de junho
12 de junho
13 de junho
14 de junho
15 de junho
16 de junho
17 de junho
18 de junho
19 de junho
20 de junho
21 de junho
22 de junho
23 de junho
24 de junho
25 de junho
26 de junho
27 de junho
28 de junho
29 de junho
30 de junho
JULHO – David Clarkson e Samuel Bolton
1º de julho
2 de julho
3 de julho
4 de julho
5 de julho
6 de julho
7 de julho
8 de julho
9 de julho
10 de julho
11 de julho
12 de julho
13 de julho
14 de julho
15 de julho
16 de julho
17 de julho
18 de julho
19 de julho
20 de julho
21 de julho
22 de julho
23 de julho
24 de julho
25 de julho
26 de julho
27 de julho
28 de julho
29 de julho
30 de julho
31 de julho
AGOSTO – Thomas Brooks, Nicholas Byfield, Richard Sibbes e
William Bridge
1º de agosto
2 de agosto
3 de agosto
4 de agosto
5 de agosto
6 de agosto
7 de agosto
8 de agosto
9 de agosto
10 de agosto
11 de agosto
12 de agosto
13 de agosto
14 de agosto
15 de agosto
16 de agosto
17 de agosto
18 de agosto
19 de agosto
20 de agosto
21 de agosto
22 de agosto
23 de agosto
24 de agosto
25 de agosto
26 de agosto
27 de agosto
28 de agosto
29 de agosto
30 de agosto
31 de agosto
SETEMBRO – William Ames, William Perkins e Walter Marshall
1º de setembro
2 de setembro
3 de setembro
4 de setembro
5 de setembro
6 de setembro
7 de setembro
8 de setembro
9 de setembro
10 de setembro
11 de setembro
12 de setembro
13 de setembro
14 de setembro
15 de setembro
16 de setembro
17 de setembro
18 de setembro
19 de setembro
20 de setembro
21 de setembro
22 de setembro
23 de setembro
24 de setembro
25 de setembro
26 de setembro
27 de setembro
28 de setembro
29 de setembro
30 de setembro
OUTUBRO – Jeremiah Burroughs, Thomas Goodwin e George
Swinnock
1º de outubro
2 de outubro
3 de outubro
4 de outubro
5 de outubro
6 de outubro
7 de outubro
8 de outubro
9 de outubro
10 de outubro
11 de outubro
12 de outubro
13 de outubro
14 de outubro
15 de outubro
16 de outubro
17 de outubro
18 de outubro
19 de outubro
20 de outubro
21 de outubro
22 de outubro
23 de outubro
24 de outubro
25 de outubro
26 de outubro
27 de outubro
28 de outubro
29 de outubro
29 de outubro
31 de outubro
NOVEMBRO – Ralph Erskine, Samuel Rutherford e Andrew Gray
1º de novembro
2 de novembro
3 de novembro
4 de novembro
5 de novembro
6 de novembro
7 de novembro
8 de novembro
9 de novembro
10 de novembro
11 de novembro
12 de novembro
13 de novembro
14 de novembro
15 de novembro
16 de novembro
17 de novembro
18 de novembro
19 de novembro
20 de novembro
21 de novembro
22 de novembro
23 de novembro
24 de novembro
25 de novembro
26 de novembro
27 de novembro
28 de novembro
29 de novembro
30 de novembro
DEZEMBRO – David Dickson e Robert Leigthon
1º de dezembro
2 de dezembro
3 de dezembro
4 de dezembro
5 de dezembro
6 de dezembro
7 de dezembro
8 de dezembro
9 de dezembro
10 de dezembro
11 de dezembro
12 de dezembro
13 de dezembro
14 de dezembro
15 de dezembro
16 de dezembro
17 de dezembro
18 de dezembro
19 de dezembro
20 de dezembro
21 de dezembro
22 de dezembro
23 de dezembro
24 de dezembro
25 de dezembro
26 de dezembro
27 de dezembro
28 de dezembro
29 de dezembro
30 de dezembro
31 de dezembro
CONHEÇA OUTRAS PUBLICAÇÕES DA EDITORA
Dedico a organização desta obra

à minha flor, Narah,


Ao lado de quem, não poucas vezes,
fiz devocional, lendo os puritanos juntos

&

à amada igreja que pastoreio, minha família na fé,


Igreja Presbiteriana Manancial do Natal
PREFÁCIO

Os puritanos foram filhos de Deus que Ele usou poderosamente na História


da Igreja (Séc. XVI-XVIII, Ilhas Britânicas, Holanda e Estados Unidos da
América). Homens que buscavam, primeiramente, a sua própria reforma
antes de chamarem os outros a se reformarem; homens apaixonados pela
glória de Deus, que entenderam que a doutrina e a vida devem ser puras e
que, se houver doutrina pura sem vida pura e sincera, ali haverá a raiz da
hipocrisia. Render o espírito em devoção com entendimento e cheios da
Palavra era o que eles sabiam e conduziam as suas igrejas a fazer.

Ao falarmos “que buscavam, primeiramente, a sua própria reforma”, não


queremos que essa expressão seja entendida como uma empreitada de
mudança de si mesmo “pelo próprio braço forte”. Não! Muito longe disso!
Significa que o desejo de reforma de outros, o desejo de ver a santidade
naquilo que estava fora deles começou, antes, neles mesmos. Essa é a
estrada da piedade; é a estrada indicada por Paulo a Timóteo — “cuida de ti
mesmo e depois dos outros” (1 Timóteo 4.16). E a devoção diária estava
sempre ali.

Quando Deus me deu a graça de conhecer esses sábios, piedosos e maduros


pais na fé pelos seus escritos, ao ver o quão incitadores da piedade eles
eram, passei a incluir a leitura deles ao lado de minha leitura bíblica diária.
Cada dia lia um trecho de uma obra de um puritano. Ah, como os escritos
deles são cheios de vida! Até os que pareceriam meramente “doutrinários”
estavam encharcados de aplicações práticas. Os puritanos eram verdadeiros
fomentadores da devoção e da comunhão com o Senhor. Eles podem nos
ajudar na estrada da devoção diária ao Senhor.

Ao organizar essa obra, desejo que outros tenham o mesmo benefício de


forma mais prática. Esse devocionário diário foi organizado com diversos
trechos de obras e sermões de puritanos (ingleses, escoceses, holandeses e
norte-americanos). Todos em caráter devocional. São cerca de 26 puritanos,
a saber: Thomas Boston, Thomas Case, John Flavel, Andrew Gray, Thomas
Watson, Thomas Doolittle, Richard Steele, Oliver Heywood, David
Clarkson, Samuel Bolton, Thomas Brooks, Nicholas Byfield, William
Bridge, William Ames, William Perkins, Walter Marshall, Jeremiah
Burroughs, Thomas Goodwin, Richard Sibbes, Ralph Erskine, David
Dickson, Robert Leigthon, George Swinnock, Jonathan Edwards e Samuel
Rutherford. Há, aqui, trechos de mais de 30 obras/sermões diferentes.
Alguns são inéditos, outros já publicados pela Nadere Reformatie
Publicações e outros estão em processo de preparação para publicação em
[4]
2022.

Essa obra foi organizada da seguinte forma: concentra de um a quatro


puritanos por mês. Quando possível, coloquei trechos de uma a três obras
diferentes de cada puritano. Então, por exemplo: todo o mês de janeiro foi
preenchido com textos de Thomas Boston. Para os 31 dias do mês, coloquei
trechos de seis a sete sermões diferentes dele. Já no mês de setembro, foram
postos três puritanos diferentes, Jeremiah Burroughs, Thomas Goodwin e
George Swinnock, cerca de quatro trechos de obras/escritos diferentes. E,
eventualmente, pode aparecer um puritano não listado para aquele mês, mas
que, quer pela utilidade, quer para complementação do número de dias
daquele mês, foi posto ali.

Cada devocional diário possuirá: o dia do ano, um título que atribuí para
aquele trecho, o nome do autor puritano, um texto bíblico que trata do que o
trecho tratará (a maioria das vezes, uma passagem bíblica que o próprio
puritano citou em sua exposição) e o Plano de Leitura Diária da Bíblia
(organizado pelo puritano Nicholas Byfield) e dos Padrões de Fé de
Westminster (organizado pelo ministro presbiteriano Dr. Joseph Pipa).

Recomendo ler cada devocional sempre em oração e meditação. Minha


oração sincera é que esse material seja útil para os filhos de Deus e que a
boa pena dos puritanos seja trampolim para a devoção ao Senhor. Dedico o
resultado desse trabalho, especialmente, à minha esposa, sempre do meu
lado, possibilitando minha dedicação extra para que pudesse traduzir,
revisar e editar tais sermões puritanos; e à amada igreja que pastoreio –
minha família em Cristo — Igreja Presbiteriana Manancial do Natal. Que
Deus abençoe.
Rev. Christopher Vicente, Editor.
Ministro do Evangelho na Igreja Presbiteriana Manancial de Natal.
23 de agosto de 2021, Natal/RN.
ABREVIAÇÕES

CF – Confissão de Fé de Westminster.
CM – Catecismo Maior de Westminster.
BC – Breve Catecismo de Westminster.

Caso não tenha acesso aos Padrões de Fé de Westminster, você pode ler
gratuitamente, pelo seu smartphone, em nossa plataforma:

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JANEIRO
Jonathan Edwards
1º de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (1)
Jonathan Edwards
Jó 27:8-10

De quem é falado, aqui, especificamente? “do hipócrita” – como você pode


ver, se você considerar os dois versículos anteriores [Jó 27:8–9]: “Porque
qual será a esperança do hipócrita, quando lhe for cortada a vida, quando
Deus lhe arrancar a alma? Acaso, ouvirá Deus o seu clamor, em lhe
sobrevindo a tribulação?”. Os três amigos de Jó, em seus discursos a ele,
insistiram muito nisso (isto é, que ele [Jó] era um hipócrita). Mas Jó, neste
capítulo, afirma sua sinceridade e integridade; e mostra como seu
comportamento tinha sido diferente do de um hipócrita. Particularmente, ele
declara sua resolução firme e inamovível de perseverar e resistir nos
caminhos da religião e da retidão até o fim (como você pode ver nos seis
primeiros versículos). No texto, ele mostra o quão contrário a esta firmeza e
perseverança é o caráter do hipócrita, que não costuma manter-se assim na
religião. Podemos observar qual é o dever da religião, com respeito ao qual,
no texto, o hipócrita é caracterizado; e o dever é este: orar ou invocar a
Deus. Aqui está algo suposto do hipócrita em relação a esse dever, a saber:
que ele pode continuar nele por um tempo; ele pode invocar a Deus por
algum tempo. Algo é afirmado, isto é: que não é o costume dos hipócritas
continuar sempre neste dever. Ele sempre invocará a Deus? É posto na
forma interrogativa [ou de pergunta retórica]; porém, as palavras têm a
força de uma forte negação, ou de uma afirmação de que, por mais que o
hipócrita invoque a Deus por um tempo, ainda assim, ele não continuará
sempre nessa prática. Por mais que os hipócritas se mantenham, por
algum tempo, no dever de oração, ainda é sua prática, depois de um
tempo, em grande parte, deixar a oração de lado.

Plano de Leitura: Gênesis 1-3; CM 1, BC 1.


2 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (2)
Jonathan Edwards
Jó 27:8-10

Muitas vezes, somos ensinados que a aparente bondade e piedade dos


hipócritas não é de natureza duradoura e perseverante. E isso é assim
[também] particularmente com respeito à prática do dever da oração; e,
especialmente, da oração secreta. Eles podem omitir este dever, e a omissão
dele não será notado por outros, que sabem que profissão eles fizeram. De
modo que o respeito à própria reputação não os obriga ainda a praticá-la. Se
os outros vissem como eles negligenciam a oração, isso chocaria
extremamente sua caridade para com eles. Mas sua negligência não cai sob
observação dos outros; pelo menos, não sob a observação de
muitos. Portanto, eles podem omitir este dever e ainda ter o crédito de
serem pessoas convertidas. Homens desse tipo podem negligenciar a oração
secreta aos poucos, sem muito chocar sua paz. Pois, embora, de fato, para
uma pessoa convertida, viver em grande medida sem oração secreta é [algo]
muito longe da noção que uma vez tiveram de um verdadeiro
convertido; ainda assim, encontram meios graduais de alterar suas noções e
de adequar seus princípios a suas inclinações; e, por fim, chegam a isto, em
sua concepção: um homem pode ser converter e, ainda assim, viver
negligenciando a oração privada. Com o tempo, eles podem fazer com que
todas as coisas se encaixem bem: uma esperança do céu com uma
indulgência da preguiça em satisfazer os apetites carnais e viver em grande
medida uma vida sem oração. Na verdade, eles não podem fazer essas
coisas concordarem subitamente; deve ser um trabalho do tempo e de um
longo período para o afetar. Gradualmente, eles descobrem maneiras de
guardar e de defender suas consciências contra esses inimigos poderosos, de
modo que esses inimigos e uma consciência tranquila e segura possam, por
fim, viverem muito bem juntos.

Plano de Leitura: Gênesis 4-7; CF 1.1.


3 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (3)
Jonathan Edwards
Jó 27:8-10

Os hipócritas geralmente podem estar presentes nas orações públicas da


congregação e, também, nas orações familiares. Em lugares visíveis como
estes, os homens costumam fazer antes mesmo de estarem
despertos. Muitas pessoas perversas, que não têm a pretensão de praticar a
religião séria, geralmente comparecem às orações públicas na congregação;
bem como, às orações mais particulares, nas famílias em que vivem. Com
exceção de quando os desígnios carnais interferem, ou quando seus prazeres
e diversões juvenis e sua vã companhia os chamam; então, eles não têm
consciência de comparecer à oração familiar. Exceto essa situação, eles
podem continuar a comparecer à oração enquanto viverem, e ainda assim
pode ser dito que não invocam a Deus. Pois tal oração, da maneira como é,
não é deles mesmos. Eles estão presentes apenas por causa do crédito deles
ou em concordância com os outros. Eles podem estar presentes nessas
orações, mas não têm uma oração própria adequada. Muitos daqueles a
respeito de quem pode ser dito como em Jó 15.4: eles rejeitam o temor e
restringem a oração diante de Deus, ainda que frequentemente estejam
presentes na ocasião de oração pública ou familiar.

Plano de Leitura: Gênesis 8-11; CM 2.


4 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (4)
Jonathan Edwards
Jó 27:8-10

Os hipócritas chegam ao abandono total da oração aos poucos. No início,


eles começam a ser descuidados com ela, sob algumas tentações
particulares. Por terem saído em companhia jovem, ou por terem se
ocupado muito com negócios mundanos, eles negligenciam [a oração] uma
[primeira] vez; depois disso, eles a negligenciam novamente com mais
facilidade. Assim, atualmente, se torna uma coisa frequente para eles
negligenciá-la e, depois de um tempo, acontece que eles raramente
comparecem. Talvez, compareçam nos dias de Sabbath [isto é, nos Dias do
Senhor] e, às vezes, em outros dias. Mas, diariamente, eles deixaram a
prática de constantemente se retirar para adorar somente a Deus e buscar
Sua face em lugares secretos. Às vezes, praticam um pouco para acalmar a
consciência e, apenas, para manter viva sua velha esperança; porque seria
chocante para eles, mesmo depois de todo seu tratamento sutil com suas
consciências visando se declarar convertidos, ainda que vivendo totalmente
sem oração. No entanto, a prática da oração secreta foi, em grande parte,
abandonada.

Plano de Leitura: Gênesis 12-14 ; CF 1.2.


5 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (5)
Jonathan Edwards
Zacarias 12:10

Os hipócritas nunca tiveram o espírito de oração dado a eles. Eles podem


ter sido estimulados ao desempenho externo desse dever, e isso com muito
fervor e afeição, e ainda assim sempre foram destituídos do verdadeiro
espírito de oração. O Espírito de oração é um espírito santo, um espírito
gracioso. Lemos sobre o Espírito de graça e súplica, em Zacarias 12.10: “E
sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o
espírito da graça e de súplicas”. Onde quer que haja um verdadeiro Espírito
de súplica, haverá o espírito de graça. O verdadeiro espírito de oração não é
outro senão o próprio Espírito de Deus habitando no coração dos
santos. Como esse espírito vem de Deus, Ele naturalmente tende a Deus em
respirações e suspiros santos. Naturalmente, leva a Deus, leva a conversar
com Ele por meio da oração. Portanto, é dito que o Espírito faz intercessão
pelos santos com gemidos que não podem ser proferidos (Romanos 8.26).
Todavia, é muito diferente com o verdadeiro convertido. Seu trabalho não
está terminado; ele ainda encontra uma grande obra a fazer e grandes
desejos a serem supridos. Ele se vê ainda como uma criatura pobre, vazia e
desamparada, e que ainda tem grande e contínua necessidade da ajuda de
Deus. Ele tem consciência de que, sem Deus, nada pode fazer. Uma falsa
conversão torna o homem autossuficiente aos seus próprios olhos. Ele diz
que é rico e abastardo de bens e que de nada precisa; e não sabe que é
miserável e pobre e cego e nu [Apocalipse 3.17]. Mas, depois de uma
conversão verdadeira, a alma permanece sensível à sua própria impotência e
vazio, como é em si mesma, e seu senso disso é mais aguçado do que
diminuído. Ainda é sensível à sua dependência universal de Deus para todas
as coisas. Um verdadeiro convertido percebe que sua graça é muito
imperfeita; e ele está muito longe de ter tudo o que deseja. Em vez disso,
pela conversão, são gerados nele novos desejos que nunca teve antes. Ele,
agora, encontra em si santos apetites, uma fome e sede de justiça, um anseio
por mais conhecimento e comunhão com Deus. Ele ainda tem negócios
suficientes no trono da graça; sim, seus negócios lá, em vez de diminuir,
desde sua conversão, aumentaram bastante.

Plano de Leitura: Gênesis 15-17; CM 3, BC 2.


6 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (6)
Jonathan Edwards
Mateus 26:41

A esperança que o hipócrita tem de seu bom estado tira a força que o
mandamento de Deus tinha antes sobre sua consciência; de modo que,
agora, ele ousa negligenciar um dever tão claro. A ordem que requer a
prática do dever da oração é extremamente clara (Mateus 26.41; Efésios
6.18; Mateus 6.6). Enquanto o hipócrita estava, em sua própria apreensão,
em contínuo perigo do inferno, ele não ousava desobedecer a essas
ordens. Mas já que ele está, como ele pensa, a salvo do inferno, ele se
tornou negligente para com o mandamento mais claro da Bíblia.

Plano de Leitura: Gênesis 18-21; CF 1.3.


7 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (7)
Jonathan Edwards
Efésios 6:18

É o costume dos hipócritas, depois de um tempo, voltar às práticas


pecaminosas, que tendem a impedi-los de orar. Pecado e oração não
combinam. Se um homem é constante no dever de orar em segredo, isso
tenderá a impedi-lo de pecar deliberadamente. Por outro lado, se ele se
permitir práticas pecaminosas, isso o impedirá de orar. Isso dará outra
mudança em sua mente, de modo que ele não terá nenhuma disposição para
a prática de tal dever. Será contrário a ele. Um homem que sabe que vive
em pecado contra Deus não estará inclinado a vir diariamente na presença
de Deus [por meio da oração]; antes, estará inclinado a fugir da presença
dEle, como Adão, depois de comer do fruto proibido, fugiu de Deus e se
escondeu entre as árvores do jardim. Cumprir o dever da oração depois de
se entregar às concupiscências tenderia muito a inquietar a consciência de
um homem. Seria uma vantagem para sua consciência testemunhar em voz
alta contra ele. Se ele saísse de sua maldade para a presença de Deus,
imediatamente para falar com Ele, sua consciência o faria, por assim
dizer, voar em seu rosto. Portanto, os hipócritas, ao admitirem gradualmente
suas práticas perversas, excluem a oração.

Plano de Leitura: Gênesis 22-24; CF 1.4.


8 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (8)
Jonathan Edwards
Efésios 6:18

Gostaria de exortar aqueles que nutriram a esperança de serem verdadeiros


convertidos, mas que, desde sua suposta conversão, abandonaram o dever
da oração secreta, e normalmente se omitem de praticá-la, que joguem fora
essa esperança. Se você parou de invocar a Deus, é hora de parar de esperar
e se gabar com a imaginação de que são filhos de Deus. Provavelmente,
será algo muito difícil para você fazer isso. É difícil para um homem
abandonar uma esperança do céu, a qual uma vez ele se permitiu apoderar-
se e que reteve por um tempo considerável. A verdadeira conversão é uma
coisa rara. Porém, é muito mais raro que os homens sejam tirados de uma
falsa esperança de conversão, depois de terem se estabelecido e continuado
nela por algum tempo. Aquelas coisas nos homens que, se fossem
conhecidas por outros, seriam suficientes para convencer os outros de que
são hipócritas, não convencerão a si mesmos; e aquelas coisas que seriam
suficientes para convencê-los a respeito de outros, e fazer com que
expulsassem outros inteiramente de sua caridade, não serão suficientes para
convencê-los de si mesmos. Eles podem fazer maiores concessões para si
mesmos do que para os outros. Eles podem descobrir maneiras de resolver
objeções contra suas próprias esperanças, quando não podem encontrar
nenhuma no caso semelhante para seu vizinho.

Plano de Leitura: Gênesis 25-27 ; CF 1.5.


9 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (9)
Jonathan Edwards
Efésios 6:18

Por que você manterá aquela esperança que, pela experiência evidente,
descobre que o envenena? É razoável pensar que uma esperança santa,
uma esperança que vem do céu, teria tal influência? Certamente não; nada
de tal influência maligna vem daquele mundo de pureza e glória. Nenhum
veneno cresce no paraíso de Deus. A mesma esperança que leva os homens
ao pecado, neste mundo, levará ao inferno no futuro. Por que, portanto,
você manterá essa esperança, da qual sua própria experiência mostra a
tendência doentia, na medida em que o incentiva a levar uma vida
perversa? Pois, certamente, essa vida é uma vida perversa em que você vive
negligenciando um dever tão conhecido, como o da oração secreta; e
desobedecendo um mandamento tão claro de Deus, como aquele pelo qual
esse dever é ordenado. E um caminho de desobediência a Deus não é um
caminho para o inferno? Se sua própria experiência da natureza e tendência
de sua esperança não o convencerão da falsidade dela, o que o fará? Você
está decidido a reter sua esperança e deixá-la se provar doentia e
prejudicial? Você vai segurá-la até ir para o inferno com ela? Muitos
homens se apegam a uma falsa esperança, e a abraçam tão estreitamente,
que nunca a deixam ir até que as chamas do inferno façam seus braços se
abrirem e a soltarem. Considere como você responderá a isso no dia do
julgamento, quando Deus o chamar para prestar contas por sua tolice em
descansar em tal esperança. Será uma resposta suficiente para você dizer
que teve a caridade dos outros, e que eles pensaram que sua conversão foi
certa? Certamente, é tolice para os homens imaginar que Deus não tinha
mais sabedoria, ou não poderia imaginar outra maneira de conceder
conforto e esperança de vida eterna do que aquela que encorajasse os
homens a abandoná-lO.

Plano de Leitura: Gênesis 28-30; CM 4.


10 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (10)
Jonathan Edwards
Efésios 6:18

Como o seu desempenho é consistente em amar a Deus acima de tudo? Se


você não tem espírito para amar a Deus acima de seus mais queridos
amigos terrenos, e seus mais agradáveis prazeres terrenos, então, as
Escrituras são muito claras e completas sobre isto: vocês não são cristãos
verdadeiros. Todavia, se você tivesse de fato tal espírito, você se cansaria da
prática de se aproximar dEle, e se tornaria habitualmente tão avesso a
oração, a ponto de rejeitar em grande medida um dever tão claro que é, ao
mesmo tempo, a vida de um filho de Deus? É da natureza do amor ser
avesso à ausência; e é da natureza do amor amar aquilo que nos faz estar
próximos daqueles que amamos. Amamos estar com eles; temos prazer em
ir com frequência a eles e em conversar muito com eles. Porém, quando
uma pessoa que, até então, costumava conversar livremente com outra, aos
poucos o abandona, fica estranho, conversa pouco com ele mesmo que o
outro seja importuno com ele para a continuação de sua intimidade prévia;
[então] isso mostra claramente a frieza de seu coração para com essa
pessoa. A negligência do dever de orar parece ser inconsistente com o amor
supremo também por outro motivo, a saber: é contra a vontade de Deus tão
claramente revelada. O verdadeiro amor a Deus busca agradar a Deus em
todas as coisas e, universalmente, se conformar à Sua vontade.

Plano de Leitura: Gênesis 31-33; CF 1.6.


11 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (11)
Jonathan Edwards
Salmo 36:1

A tua negligência para com a oração ao Senhor não é apenas inconsistente


com o amor, mas também com o temor a Deus; ela é um argumento de que
rejeitas o temor, como é manifestado em Jó 15.4. Enquanto você vive
assim, na transgressão de um mandamento tão claro de Deus, você
evidentemente mostra que não há temor de Deus diante de seus olhos
(Salmo 36.1).

Plano de Leitura: Gênesis 34-38; CF 1.7.


12 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (12)
Jonathan Edwards
1 João 3:3

Considere como viver em tal negligência é incompatível com levar uma


vida santa. Somos abundantemente instruídos, nas Escrituras, que os
verdadeiros cristãos levam uma vida santa; que sem santidade ninguém verá
o Senhor (Hebreus 12.14); e que todo aquele que tem esta esperança nEle,
purifica-se, assim como Cristo é puro (1 João 3.3). Mas como uma vida, em
grande parte [vivida] sem oração, é compatível com uma vida santa? Levar
uma vida santa é levar uma vida devotada a Deus; uma vida de adoração e
serviço a Deus; uma vida consagrada ao serviço de Deus. Mas como tal
homem pode viver tal vida se nem ao menos cumpre o dever de orar? Como
se pode dizer que tal homem anda pelo Espírito e é um servo do Deus
Altíssimo? Uma vida santa é uma vida de fé. A vida que os verdadeiros
cristãos vivem no mundo, eles vivem pela fé no Filho de Deus. Mas quem
pode acreditar que o homem vive pela fé se vive sem oração, que é a
expressão natural da fé? A oração é uma expressão tão natural da fé quanto
respirar é da vida; e dizer que um homem vive uma vida de fé, e ainda vive
uma vida sem oração, é totalmente inconsistente e incrível; é como dizer
que um homem vive sem respirar. Uma vida sem oração está tão longe de
ser uma vida santa, que é [na verdade] uma vida profana. Aquele que vive
assim, vive como um pagão, que não invoca o nome de Deus; aquele que
vive uma vida sem oração, vive sem Deus no mundo.

Plano de Leitura: Gênesis 39-41; CF 1.8.


13 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (13)
Jonathan Edwards
Efésios 6:18

Se você vive negligenciando a oração secreta, você mostra sua boa vontade
em negligenciar toda a adoração a Deus. Aquele que ora apenas quando ora
com outros não oraria de forma alguma, a menos que os olhos dos outros
não estejam sobre ele. Aquele que não ora onde ninguém (a não ser Deus) o
vê, manifestamente não ora por respeito a Deus ou por Seu olho que tudo
vê. Portanto, tal pessoa rejeita toda oração. Aquele que rejeita a oração, na
verdade, rejeita todo o culto a Deus, do qual a oração é o principal
dever. Agora, que santo miserável é aquele que não é adorador de
Deus! Aquele que rejeita a adoração a Deus, na verdade, rejeita o próprio
Deus. Ele se recusa a possui-lO, ou a ser familiarizado com ele como sendo
seu Deus. Pois, a maneira pela qual os homens possuem Deus, e estão
familiarizados com Ele como seu Deus, é adorando-O.

Plano de Leitura: Gênesis 42-45 ; CF 1.9.


14 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (14)
Jonathan Edwards
Efésios 6:18

Como você pode esperar morar com Deus para sempre se O


negligencia dessa forma e O abandona aqui? Essa sua prática mostra que
você não coloca sua felicidade em Deus, em estar próximo dEle e na
comunhão com Ele. Aquele que se recusa a vir visitar e conversar com um
amigo e, que, em grande parte, o abandona quando é abundantemente
convidado e importunado para vir, mostra claramente que ele não coloca
sua felicidade na companhia e na conversa com aquele amigo. Agora, se
este é o seu caso com respeito a Deus, então, como você pode esperar ter
isto, por toda a eternidade, para sua felicidade: estar com Deus e desfrutar
da santa comunhão com Ele? Que aquelas pessoas que esperam ser
convertidas, mas em grande parte abandonaram o dever da oração secreta,
cuja prática é normalmente negligenciá-la, para o seu próprio bem,
considerem seriamente essas coisas. Pois de que aproveitará, então, agradar
a si mesmos, enquanto viverem, se isso os deixará, no final, em terrível e
espantosa decepção?

Plano de Leitura: Gênesis 46-50 ; CF 1.10.


15 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (15)
Jonathan Edwards
Isaías 62:7

Exorto você a perseverarem no dever da oração. Esta exortação é muito


instada na Palavra de Deus. Se insiste nesse dever no Antigo Testamento (1
Crônicas 16.2; Isaías 43.22 – aqui, o Israel Antigo é reprovado por se
cansar do dever de oração; e, especificamente, Isaías 62.7. “vós, os que
fareis lembrado o SENHOR, não descanseis”; isto é, não se cale quanto à
oração, como é manifestado pelas seguintes palavras, “Nem deis a ele
descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na
terra”). A perseverança no dever de orar é muito enfatizada no Novo
Testamento, como em Lucas 18.1ss: “O homem deve sempre orar e não
desmaiar” [versão do autor]; ou seja, não desanime ou se canse do
dever; mas deve sempre continuar nele. Novamente, Lucas 21.36: “Vigiai,
pois, a todo tempo, orando”. Temos o exemplo da profetisa Ana, o qual nos
foi apresentado em Lucas 2.36ss. Ela, que embora tivesse vivido mais de
cem anos, nunca se cansou desse dever. É dito: “Ela não saiu do templo,
mas serviu a Deus, com jejuns e orações, noite e dia” [versão do
autor]. Cornelius também é elogiado por sua constância neste dever. É dito
que ele sempre orava a Deus (Atos 10.2). O Apóstolo Paulo, em suas
epístolas, insiste muito na constância deste dever (Romanos 12.2; 1
Tessalonicenses 5.17). Da mesma forma, o apóstolo Pedro (1 Pedro 4.7).
Assim, abundantemente a Escritura insiste nisto: que devemos perseverar
no dever da oração; revelando a importância da perseverança nisso. Se o
contrário for o modo de agir dos hipócritas, como tem sido exposto na
doutrina, então, certamente devemos ter cuidado com este fermento.

Plano de Leitura: Êxodo 1-3; CM 5, BC 3.


16 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (16)
Jonathan Edwards
1 Coríntios 15:13

Para que você possa perseverar no caminho do dever, o cuidado e a


vigilância são necessários. Pois embora seja prometido que os verdadeiros
santos perseverarão, ainda assim, isso não é argumento de que seu cuidado
e vigilância não sejam necessários para isso; porque seu cuidado, em
guardar os mandamentos de Deus, é a coisa prometida. Se os santos
deixassem de cuidar, vigiar e diligenciar a fim de perseverar na santidade,
essa falha de seu cuidado e diligência seria, em si mesma, uma falha de
santidade. Aqueles que não perseveram na vigilância e na diligência, não
perseveram na santidade de vida, pois a santidade de vida consiste, em
grande parte, na vigilância e na diligência para guardar os mandamentos de
Deus. É uma promessa do Pacto da Graça, que os santos devem guardar os
mandamentos de Deus (Ezequiel 11.19-20). No entanto, isso não é
argumento para que concluam que não precisam atentar em guardar esses
mandamentos ou cumprir seu dever. Portanto, a promessa de Deus, de que
os santos perseverarão na santidade, não é um argumento de que não é
necessário que eles prestem atenção para que não caiam. Portanto, as
Escrituras avisam abundantemente os homens que zelem por si mesmos
diligentemente e prestem atenção seriamente para que não caiam (1
Coríntios 15.13; 1 Coríntios 10.12; Hebreus 3.12-14; Hebreus 4.1; 2 Pedro
3.17; 2 João 5.8).

Plano de Leitura: Êxodo 4-6; CM 6.


17 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (17)
Jonathan Edwards
1 Pedro 4:7

Você vê com que veemência as Escrituras pressionam as exortações dos


cristãos para que prestem atenção diligente a si mesmos para que não
caiam. E, certamente, esses cuidados não são sem razão. As Escrituras
insistem particularmente na vigilância para perseverar no dever de
orar. Vigiai e orai, diz Cristo; o que implica que devemos vigiar em oração,
como diz o apóstolo Pedro (1 Pedro 4.7). Implica que devemos vigiar
contra a negligência da oração, bem como contra outros pecados. O
apóstolo, nas passagens que já foram mencionadas, nos orienta a orar com
toda a oração, vigiando ali com toda a perseverança, e continuar em oração
e vigiar na mesma. Não é de se admirar que os apóstolos insistiram tanto a
que vigiássemos, a fim de que continuássemos na oração com toda
perseverança; pois há muitas tentações de negligenciar esse dever: primeiro
a de ser inconstante nele e, de vez em quando, omiti-lo; [depois], em grande
medida, negligenciá-lo. O diabo observa para nos afastar de Deus, e para
nos impedir de ir a Ele em oração. Estamos rodeados de um e outro objeto
tentador, negócios e diversão. Particularmente, encontramos muitas coisas
que são grandes tentações para a negligência deste dever.

Plano de Leitura: Êxodo 7-11; CF 2.1.


18 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (18)
Jonathan Edwards
Isaías 62:7

Para motivá-lo a perseverar no dever da oração, considere o quanto


você sempre precisa da ajuda de Deus. A linguagem [para se referir] às
pessoas que anteriormente cumpriam este dever e o deixou de lado é esta:
“agora, eles não precisam mais da ajuda de Deus, eles não têm mais
oportunidade de ir a Deus com pedidos e súplicas”. Quando de fato é em
Deus que vivemos, nos movemos e existimos. Não podemos respirar sem a
ajuda dEle. Você precisa da ajuda dEle todos os dias, para suprir suas
necessidades externas; e especialmente você tem necessidade contínua dEle
para ajudar sua alma. Sem a proteção dEle, sua alma cairia imediatamente
nas mãos do diabo, que sempre permanece como um leão que ruge, pronto,
sempre que lhe é permitido, para cair sobre as almas dos homens e devorá-
los. Se Deus realmente [não] preservasse a sua vida, mas, ao contrário, se o
abandonasse e o deixasse sozinho, você se sentiria muito infeliz. A sua vida
seriam uma maldição para você.

Plano de Leitura: Êxodo 12-14; CM 7, BC 4.


19 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (19)
Jonathan Edwards
Isaías 62:7

Aqueles que são convertidos, se Deus os abandonasse, logo cairiam


totalmente de um estado de graça para um estado mais miserável do que
antes de sua conversão. Eles não têm forças próprias para resistir aos
inimigos poderosos que os cercam. O pecado e Satanás os levariam
imediatamente, como um dilúvio poderoso, se Deus os abandonasse. Você
precisa de suprimentos diários de Deus. Sem Deus você não pode receber
luz espiritual nem conforto, não pode exercer graça, não pode produzir
fruto. Sem Deus, suas almas murcharão e definharão, e afundarão em um
estado deplorável. Você precisa continuamente das instruções e orientações
de Deus. O que uma criança pode fazer, em um vasto deserto uivante, sem
alguém para guiá-la e conduzi-la no caminho certo? Sem Deus, você logo
cairá em armadilhas, buracos, poços e muitas calamidades fatais. Vendo,
portanto, que você está em contínua necessidade da ajuda de Deus, quão
razoável é que você deva continuamente buscá-lO, e perseverantemente
reconhecer sua dependência dEle, recorrendo a Ele, para espalhar suas
necessidades diante dEle, e para oferecer até seus pedidos a Ele em
oração. Consideremos como seríamos miseráveis se abandonássemos a
oração e, ao mesmo tempo, Deus deixasse de cuidar de nós ou de nos
fornecer mais suprimentos de Sua graça. Por nossa constância na oração,
não podemos ser proveitosos para Deus; e se o deixarmos de lado, Deus não
sofrerá nenhum dano. Ele não precisa de nossas orações (Jó 10. 6-7). Mas
se Deus deixar de cuidar de nós e de nos ajudar, nós imediatamente
afundaremos. Não podemos fazer nada. Não podemos receber nada sem
Ele.

Plano de Leitura: Êxodo 15-17; CM 8, BC 5.


20 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (20)
Jonathan Edwards
Isaías 62:7

Considere o grande benefício de uma prática constante, diligente e


perseverante nesse dever. É um dos Maiores e mais excelentes meios de
nutrir a nova natureza e de fazer a alma florescer e prosperar. É um meio
excelente de manter contato com Deus e crescer no conhecimento dEle. É o
caminho para uma vida de comunhão com Deus. É um excelente meio de
tirar o coração das vaidades do mundo e de fazer com que a mente se
familiarize com o céu. É um excelente preservativo do pecado e das astutas
ciladas do Diabo. É um poderoso antídoto contra o veneno da Velha
Serpente. É um dever por meio do qual a força provém de Deus contra as
concupiscências e corrupções do coração e as ciladas do mundo. Esse dever
possui uma grande tendência de manter a alma em vigília e de nos conduzir
a um andar estrito com Deus e a uma vida que seja frutífera em boas obras,
de adornar a doutrina de Cristo e de fazer nossa luz para brilhar diante dos
outros, a fim de que eles, vendo nossas boas obras, glorifiquem nosso Pai
que está nos céus. E se o dever for constante e diligentemente atendido, será
um dever muito agradável. A negligência e a indolência para com ele, bem
como a instabilidade nele, são as causas que o torna um fardo tão grande
quanto o é para algumas pessoas. Sua preguiça nisso tem naturalmente o
efeito de gerar aversão ao dever e grande indisposição para com ele. Porém,
se for constante e diligentemente atendido, é um dos melhores meios de
levar, não apenas um cristão e uma vida amável, mas também uma vida
agradável; uma vida de mui doce comunhão com Cristo e de abundante
gozo da luz de Seu semblante.

Plano de Leitura: Êxodo 18-20; CF 2.2.


21 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (21)
Jonathan Edwards
Isaías 62:7

Vigie contra o início de uma negligência deste dever. Pessoas que por
algum tempo têm praticado este dever, e depois o negligenciam,
geralmente, o abandonam gradualmente. Enquanto duram suas convicções e
afeições religiosas, eles são muito constantes em seus lugares de oração, e
nenhum negócio, companhia ou diversão mundana os impede. Todavia, à
medida que suas convicções e afeições começam a morrer, eles começam a
encontrar desculpas para, às vezes, negligenciar isso. Eles, agora, estão tão
apressados; eles, agora, têm tais e tais coisas para cuidar; ou há, agora, tais
inconvenientes no caminho, que eles se convencem de que podem, de
maneira muito desculpável, omiti-lo por enquanto. Depois, acontece com
bastante frequência que eles tenham algo a impedir, algo que eles chamam
de uma “desculpa justa”. Depois de um tempo, coisas menores se torna uma
desculpa suficiente do que era permitido a princípio. Assim, a pessoa aos
poucos diminui, cada vez mais, o hábito de negligenciar a oração e torna-se
cada vez mais indisposta a ela. E mesmo quando ele o executa, é de uma
maneira tão pobre, monótona, sem coração e miserável, que ele diz a si
mesmo, que pode muito bem não o fazer de forma alguma. Assim, ele faz
de sua própria estupidez e indisposição uma desculpa para negligenciá-la
totalmente, ou, pelo menos, para viver em grande parte na negligência
dela. Dessa maneira, Satanás e as próprias corrupções dos homens os levam
à ruína. Portanto, tome cuidado com os primeiros passos de uma
negligência. Cuidado com as tentações! Preste atenção em como você
começa a permitir desculpas. Esteja atento para cumprir o dever no
auge; não deixe que comece a afundar. Pois quando você cede, embora seja
pouco, é como ceder a um inimigo no campo de batalha: o primeiro começo
de uma retirada dá um enorme encorajamento ao inimigo e enfraquece os
soldados em retirada.

Plano de Leitura: Êxodo 21-23; CF 2.3.


22 de janeiro
A negligência dos hipócritas no dever da oração (22)
Jonathan Edwards
Isaías 62:7

Deixe-me instruí-lo a abandonar todas as práticas que você descobrir


pela experiência que o indispõem ao dever da oração secreta. Examinem
as coisas nas quais você se permitiu e investigue se tiveram esse
efeito. Você é capaz de examinar seu comportamento anterior e, sem
dúvida, pode, com uma consideração imparcial, fazer um julgamento das
práticas e cursos em que se permitiu. Em particular, que os jovens
examinem sua maneira de fazer companhia e o ciclo de diversões em que,
com seus companheiros, eles se permitiram. Eu apenas desejo que você
pergunte à sua própria consciência qual foi o efeito dessas coisas com
respeito ao seu atendimento ao dever da oração secreta. Você não descobriu
que tais práticas tendem a negligenciar esse dever? Você não descobriu que
depois deles você tem estado mais indisposto a oração, e menos
consciencioso e cuidadoso em atendê-lo? Sim, não têm, de vez em quando,
realmente sido o meio de você negligenciá-lo? Se você não pode negar que
este é realmente o seu caso, então, se você busca o bem de sua alma,
abandone essas práticas. O que quer que você implore por elas, como “não
há mal neles”, ou que “há um tempo para todas as coisas” e assim por
diante; se você achar que isso magoa em consequência deles, é hora de
abandoná-los. E se você valoriza o céu mais do que uma pequena diversão
mundana; se você definir um preço mais alto para a glória eterna do que
para uma dança ou uma canção, você os abandonará. Se essas coisas forem
legais, em si mesmas, mas se a sua experiência mostrar que elas têm as
consequências que mencionei agora, isso é o suficiente [para que você as
abandonar]. É lícito, em si mesmo, que você desfrute da sua mão direita e
do seu olho direito. Mas se, por experiência, você descobrir que eles o
fazem pecar, é hora de você cortar um e arrancar o outro, como você
preferiria ir para o céu sem eles do que ir para o inferno com eles, naquele
lugar de tormento onde o verme não morre e o fogo não se apaga.

Plano de Leitura: Êxodo 24-27; CM 9, BC 6.


23 de janeiro
O Orgulho Espiritual
Jonathan Edwards
1 Pedro 5.5-6

A primeira e pior causa de erros abundantes, em nossos dias, é o orgulho


espiritual. Esta é a porta principal pela qual o Diabo entra no coração
daqueles que são zelosos pelo avanço de Cristo. É a principal entrada de
neblina no poço sem fundo para obscurecer a mente e enganar o
julgamento. O orgulho é o principal cabo pelo qual os cristãos são
enlaçados e a principal fonte de todos os males que ele introduz para
obstruir e impedir a obra de Deus. O orgulho espiritual é a fonte principal
ou, pelo menos, o principal suporte de todos os outros erros. Até que essa
doença seja curada, em vão são aplicados os remédios para curar todas as
outras doenças. É por meio do orgulho espiritual que a mente se defende e
se justifica em outros erros e se defende contra a luz através da qual pode
ser corrigido e recuperado. O homem espiritualmente orgulhoso pensa que
já está cheio de luz e sente que não precisa de instrução, por isso, está
pronto para ignorar a oferta dela. Por outro lado, a pessoa humilde é como
uma criança que recebe instruções com facilidade. Ele é cauteloso em sua
avaliação de si mesmo, sensível quanto à probabilidade de se extraviar. Se
for sugerido a ele que está se extraviando, ele é o primeiro a investigar o
assunto. Nada coloca mais um cristão fora do alcance do Diabo do que a
humildade e, assim, prepara a mente para a luz divina sem trevas. A
humildade limpa os olhos para ver as coisas como elas realmente
são. Salmo 25:9: “Guia os humildes na justiça e ensina aos mansos o seu
caminho”. Se o orgulho espiritual for curado, outras coisas serão facilmente
corrigidas. Nosso primeiro cuidado deve ser corrigir o coração e tirar a
trave do orgulho de nossos olhos. Então, veremos com clareza.

Plano de Leitura: Êxodo 28-31; CM 10.


24 de janeiro
Cristãos em crescimento, cuidado!
Jonathan Edwards
1 Pedro 5.5-6

Aqueles que são mais zelosos na causa de Deus são os que mais
provavelmente serão considerados orgulhosos. Quando qualquer pessoa
parece, em qualquer aspecto, estar visivelmente superando os outros em sua
caminhada cristã, as chances de que isso despertará imediatamente o ciúme
daqueles que o cercam é grande. Eles vão suspeitar (tenham razão ou não)
que ele tem muito orgulho de sua bondade e que provavelmente pensa que
não há ninguém tão bom quanto ele, de modo que tudo o que ele diz e faz é
observado com esse preconceito. Aqueles que estão frios e mortos, e
especialmente aqueles que nunca tiveram qualquer experiência do poder da
piedade em seus próprios corações, irão facilmente nutrir tais pensamentos
dos melhores cristãos. Isso surge de nada menos do que uma hostilidade
secreta contra a santidade essencial e fervorosa. Porém, o cristão zeloso
deve tomar cuidado para que isso não seja uma armadilha para ele; e o
diabo se aproveitar disso para cegar seus olhos a fim de contemplar a
verdadeira natureza de seu coração e pensar que, porque ele é injustamente
acusado de orgulho e de um espírito cruel, que tais acusações, às vezes, não
são válidas. Ah, quanto orgulho os melhores têm no coração! É a pior parte
do corpo do pecado e da morte; o primeiro pecado que entrou no universo e
o último que a ser erradicado. É o inimigo mais teimoso de Deus!

Plano de Leitura: Êxodo 32-34; CM 11.


25 de janeiro
Orgulho: um inimigo secreto
Jonathan Edwards
1 Pedro 5.5-6

O orgulho, por causa de sua própria natureza, é muito mais difícil de ser
discernido do que qualquer outra corrupção. O orgulhoso é uma pessoa que
tem uma opinião muito elevada de si mesma. Diante disso, há alguma
surpresa constatar que uma pessoa que tem uma opinião muito elevada de si
mesma não saiba disso? Ela pensa que a opinião que tem de si mesma é
justa e, portanto, não é muito elevada. Se os fundamentos da opinião de si
mesmo desmoronassem, ele deixaria de ter tal opinião. Todavia, por causa
da natureza do orgulho espiritual, ele é o mais secreto de todos os pecados.
Não há outro assunto em que o coração seja mais enganoso e insondável; e
não há nenhum outro pecado no mundo em que os homens confiem tanto. A
própria natureza dele é trabalhar a autoconfiança e afastar qualquer suspeita
de qualquer mal de qualquer tipo. Não há pecado tanto maligno quanto este
no que diz respeito a sigilo e sutileza, aparecendo, em muitas formas, que
não são detectadas nem suspeitadas. O orgulho espiritual assume muitas
formas e formatos, um abaixo do outro; envolve o coração como as
camadas de uma cebola: quando você arranca uma, há outra embaixo.
Portanto, precisamos ter a maior vigilância inimaginável sobre nossos
corações com respeito a este assunto e clamar com mais fervor ao grande
Perscrutador de corações por Sua ajuda. Aquele que confia em seu próprio
coração é um tolo. Visto que o orgulho espiritual, em sua própria natureza, é
tão secreto, não pode ser tão bem discernido pela intuição imediata da
própria coisa. É melhor identificado por seus frutos e efeitos, alguns dos
quais mencionarei a seguir, juntamente com os frutos contrários à
humildade cristã.

Plano de Leitura: Êxodo 35-40; CF 3.1.


26 de janeiro
Orgulho: o grande localizador de falhas
Jonathan Edwards
Mateus 7:1-5

O orgulho espiritual faz com que alguém fale dos pecados de outras
pessoas, da inimizade dela contra Deus e Seu povo, com riso, leviandade e
um ar de desprezo, enquanto a humildade cristã pura se dispõe a calar-se
sobre eles ou a falar deles com tristeza ou piedade. A pessoa
espiritualmente orgulhosa mostra isso ao criticar outros santos, afirmando
que são pobres em graça e exaltando o quão frios e mortos o são. Os
orgulhosos são rápidos em discernir e notar deficiências dos outros. O
cristão eminentemente humilde tem tanto a fazer em casa e vê tanto mal em
si mesmo que não está apto a se ocupar muito com o coração dos outros.
Ele reclama mais de si mesmo e mais de sua própria frieza e baixo nível na
graça. Ele está apto a estimar os outros como melhores do que ele mesmo e
está pronto [a reconhecer] e considera que quase todos tenham mais amor e
gratidão a Deus do que ele; não pode admitir a ideia de que os outros
produzem menos frutos para a honra de Deus do que ele. Alguns que têm
orgulho espiritual misturado com grande aprendizado e alegria, falando
sinceramente a outros sobre eles, provavelmente, apelarão a outros cristãos
para imitá-los e reprová-los severamente por serem tão frios e sem vida.
Existem outros que estão sobrecarregados com sua própria vileza, e quando
eles têm descobertas extraordinárias da glória de Deus, eles são tomados
por sua própria pecaminosidade. Embora estejam dispostos a falar muito e
com muita sinceridade, ainda assim são pródigos em culpar a si mesmos e
exortar outros cristãos, mas de maneira amorosa e humilde. A humildade
cristã pura faz com que a pessoa perceba tudo o que há de bom nos outros,
tire o melhor proveito [disso] e diminua as falhas delas. A pessoa humilde
volta seus olhos principalmente para as coisas que são ruins nela mesma e
dá atenção a tudo que as agrava.

Plano de Leitura: Levítico 1-5; CM 12, BC 7.


27 de janeiro
Orgulho: ministrar com espírito severo
Jonathan Edwards
Mateus 7:1-5

Tem sido a maneira das pessoas espiritualmente orgulhosas falarem de


quase tudo que veem nos outros na linguagem mais áspera e severa. É
frequente neles falar sobre a opinião alheia, a conduta, o conselho, a frieza,
o silêncio, a cautela, a moderação, a prudência etc., dizendo que são do
Diabo ou do inferno. Esse tipo de linguagem eles usarão comumente, não
apenas com os homens ímpios, mas também com aqueles que são
verdadeiros filhos de Deus, com os ministros do evangelho e com outros
que são, em grande parte, superiores a eles. Os cristãos que não passam de
vermes devem, pelo menos, tratar uns aos outros com tanta humildade e
gentileza como Cristo os trata.

Plano de Leitura: Levítico 6-10; CF 3.2.


28 de janeiro
Orgulho: fingindo ser
Jonathan Edwards
Mateus 7:1-5

O orgulho espiritual, muitas vezes, faz com que as pessoas ajam de maneira
diferente na aparência externa [do que realmente são]; produz uma maneira
diferente de falar; usa um tipo de dialeto diferente dos outros; diferente na
voz, no semblante ou no comportamento. Entretanto, aquele que é um
cristão eminentemente humilde, embora seja firme em seu dever, por mais
diferente que seja — seguir o caminho do céu sozinho, embora o mundo
todo o abandone — ele não se deleita em ser diferente pela mera diferença.
Ele não tenta se colocar para ser visto e observado como alguém distinto,
como desejando ser considerado melhor do que os outros, desprezando sua
companhia ou conformidade com eles. Pelo contrário, deseja se tornar tudo
para todos os homens, para se submeter aos outros e se conformar com eles
e agradá-los em tudo, exceto no pecado.

Plano de Leitura: Levítico 11-15; CF 3.3.


29 de janeiro
Orgulho: se ofende facilmente
Jonathan Edwards
Gálatas 4:12

O orgulho espiritual dá muita atenção à oposição e às injúrias recebidas e


tende a falar, muitas vezes, sobre elas e a prestar muita atenção em seu
agravamento, quer com um ar de amargura quer de desprezo. A humildade
cristã pura e sem mistura, por outro lado, faz com que a pessoa se pareça
mais com seu bendito Senhor quando injuriada. Ela fica quieta, não abrindo
a boca; se entrega, em silêncio, Àquele que julga com justiça. Para o cristão
humilde, quanto mais o mundo está contra ele, mais silencioso e quieto ele
ficará, a menos que esteja em seu quarto de oração — lá ele não ficará
quieto.

Plano de Leitura: Levítico 16-19; CM 13.


30 de janeiro
Orgulho: presunção diante de Deus e do homem
Jonathan Edwards
Salmo 2:11

Outro efeito do orgulho espiritual é uma certa ousadia autoconfiante diante


de Deus e dos homens. Alguns, em sua grande alegria diante de Deus, não
deram atenção suficiente à regra do Salmo 2:11, a saber, “adore ao
SENHOR com temor e alegrai-vos nEle com tremor”. Eles não se
regozijaram com um tremor reverente, no sentido apropriado da terrível
majestade de Deus e da terrível distância entre Deus e eles. Também tem
havido uma ousadia imprópria diante dos homens que tem sido encorajada e
defendida por uma aplicação errada de Provérbios 29:25 (“Quem teme ao
homem arma ciladas”). É como se se tornasse todas as pessoas, altas e
baixas, homens, mulheres e as crianças, em todas as conversas cristãs,
totalmente desprezível de todo tipo de modéstia ou reverência para com o
homem. Não que alguém deva se abster de conversas cristãs. Mas, deve
fazê-lo com tal humildade, como em 1 Pedro 3:15 (“Antes, santificai a
Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para
responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”).

Plano de Leitura: Levítico 20-23; CF 3.4.


31 de janeiro
Orgulho: faminto por atenção
Jonathan Edwards
Mateus 6:1

Outro efeito do orgulho espiritual é fazer com que o assunto dele precise de
atenção. Muitas vezes, as pessoas tendem a agir de maneira especial, como
se os outros devessem dar muita atenção e consideração por elas. É muito
natural para uma pessoa que está sob a influência do orgulho espiritual
agarrar todo o respeito que tributam a ela. Se outros mostram disposição de
se submeter a ele e ceder em deferência a ele, então, o orgulhoso está aberto
a isso e o recebe livremente. Torna-se natural para ele esperar tal tratamento
e prestar muita atenção se uma pessoa não o faz. E torna-se natural nutrir
uma opinião negativa contra aqueles que não lhe dão aquilo que ele acha
que merece. Quem está sob a influência do orgulho espiritual está mais apto
a instruir os outros do que inquirir a si mesmo e, assim, naturalmente,
assume ares de controle. O cristão eminentemente humilde pensa que
precisa da ajuda de todos, enquanto aquele que é espiritualmente orgulhoso
acha que todos precisam da sua ajuda. A humildade cristã, sob um
sentimento de miséria alheia, suplica e implora, mas o orgulho espiritual
tenta comandar e advertir com autoridade.

Plano de Leitura: Levítico 24-27 ; CF 3.5.


FEVEREIRO
Thomas Boston
1º de fevereiro
Viva todos os dias de sua vida para a Glória de Deus
Thomas Boston
1 Coríntios 10.31

O objetivo principal do homem é o fim para o qual o homem foi feito


principalmente e o que ele deve procurar, principalmente, alcançar. Esse fim
consiste em duas partes: (1) seu principal dever; e (2) sua principal
felicidade. O principal dever do homem é glorificar a Deus – 1 Coríntios
10:31: “Portanto, quer comais quer bebais, fazei tudo faz para a glória de
Deus”. O homem glorifica a Deus pensando, falando e vivendo para a
glória dEle. Este é o fim principal do homem e o último ou o mais distante
fim. A principal felicidade do homem é desfrutar a Deus como seu Deus –
Salmo 73:25, 26, 27, 28: “A quem tenho eu no céu senão a Ti? E na terra
não há quem eu deseje além de Ti. Minha carne e meu coração falham; mas
Deus é a força do meu coração e minha porção para sempre. Pois eis que os
que estão longe de Ti perecerão: Tu destruístes todos os que se prostituíram
de Ti. Mas é bom que eu me aproxime de Deus”. Um pecador nunca pode
glorificar a Deus, até que ele primeiro desfrute dEle como seu Deus –
Efésios 2:12: “naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da
comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo
esperança e sem Deus no mundo”. Gênesis 17:1: "O Senhor apareceu a
Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda diante de mim e sê
perfeito”. Êxodo 20: 2-3: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do
Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim”. Agora,
o pecador só pode alcançar o desfrute de Deus apenas através de Jesus
Cristo – João 14:6: “Jesus disse-lhe: Eu sou o caminho, a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim”. E, só pode obter um interesse
salvífico em Cristo pela fé. Além disso, aqueles que gozam de Deus como
seu Deus são capacitados a glorificá-lO, pelo Espírito de Cristo habitando
neles como membros de Cristo – Romanos 8:26: “Também o Espírito,
semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com
gemidos inexprimíveis”. Portanto, nenhum homem que esteja fora de Cristo
alcança o objetivo principal do homem, mas eles fazem de si mesmos o seu
próprio fim. Todavia, os crentes alcançam-no. E eles o alcançam, desde que,
a partir do primeiro momento de sua crença, desfrutem e glorifiquem a
Deus; aqui, imperfeitamente, de fato; mas, no céu, perfeitamente.

Plano de Leitura: Números 1-4; CF 3.6.


2 de fevereiro
O Padrão da Vida do Crente
Thomas Boston
Romanos 6.14

Os crentes não estão sob a lei como um Pacto de Obras, para serem
[5]
justificados ou condenados por ela. Pois o apóstolo diz: “Cristo nos
resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gálatas 3.13); e
que não há condenação para os que estão em Cristo Jesus. Eles não estão
nem sob o poder do mandamento nem de condenação dessa lei, visto que
Cristo deu perfeita obediência a ela como um Pacto de Obras, de modo que,
sob esse caráter, nada pode ser exigido deles; além disso, Cristo satisfez
plenamente todas as exigências dela quanto ao castigo, tendo sofrido a
mesma pena ameaçada nela. De modo que, como uma aliança de obras, eles
são inteiramente libertos dela. E quanto aos frutos do Espírito nos crentes,
eles são produto do Espírito, conforme a vontade e a lei de Deus; e
nenhuma lei pode ser contra eles, visto que são concordantes com a letra e o
Espírito. Porém, os crentes ainda estão sob a lei como regra de vida,
segundo a qual devem regular seus corações e vidas. É a estrela polar que
deve dirigir seu curso para o céu; é de uso singular para provocá-los e
excitá-los à gratidão a Cristo, que a cumpriu perfeitamente no lugar deles.

Plano de Leitura: Números 5-8 CF 3.7


3 de fevereiro
Antídotos Infalíveis contra
os Medos Incrédulos (1)
Thomas Boston
Apocalipse 1.17-18

[6]
Hoje é a festa da Páscoa Cristã. Uma mesa de comunhão está prestes a
ser coberta. O grande objetivo das pessoas que se sentam a essa mesa é que
possam sugar os seios da consolação e beber, abundantemente, daquele
sangue que flui do lado traspassado de um Salvador crucificado. Alguns se
alimentam desta mesa sem medo. Outros temem tanto que não podem se
alimentar. Nosso texto fala palavras boas e confortáveis a essas pobres
almas trêmulas: “Não temas”. Como o Senhor mostrou a Daniel, um
homem muito amado, o estado de Sua igreja até Sua primeira vinda; então,
a João, outro discípulo amado, Ele revela o estado de Sua igreja até Sua
segunda vinda. Ambos foram dignificados com uma visão de Cristo, o Filho
de Deus; e, em cada um deles, teve quase o mesmo efeito. Em Daniel, não
restou força (Daniel 10). Aqui, vemos que a visão teve um efeito
semelhante em João. Ele é representado como um homem morto (v. 17). Ele
ficou confuso com a glória da Pessoa que viu. Seus olhos estavam
deslumbrados com o brilho, sua força falhou; Ele não poderia agir mais do
que se estivesse morto. Porém, nosso Senhor o revive. Ele impõe Sua mão
direita sobre Ele e o fortalece, para que ele possa ficar em pé, ouvir e
receber Suas ordens. Jesus o consola. Ele repreende seus medos: “não
tema”. Há um medo do qual Deus se agrada e um medo o qual Ele não
aprova. Este último é o “medo excessivo”, que nos prejudica,
profundamente, em nosso dever; desfalece nosso coração e nossas mãos
pendem de modo que não temos coração nem mão para o nosso trabalho.
Isso ocorre com o povo de Deus. Mas Cristo não os permite nela, embora
seja sensível a eles sob ela.

Plano de Leitura: Números 9-11; CF 3.8.


4 de fevereiro
Antídotos Infalíveis contra
os Medos Incrédulos (2)
Thomas Boston
Apocalipse 1.17-18

Temos, a seguir, os fundamentos do consolo a fim de dissipar esse medo:


(1) A Divindade de Cristo. Ele é “o primeiro e o último”. O primeiro
princípio de todas as coisas, de quem tiveram o seu início; e o fim último de
todas as coisas. Este é um testemunho irrefutável da divindade de Cristo. E
isso nos mostra que o conforto dos crentes depende deste artigo [de fé]; (2)
A união da Divindade e da humanidade em uma [só] pessoa: onde
Cristo é apresentado como Deus, o Deus vivo – que teve vida, desde a
eternidade, de si mesmo e que deu vida a todas as criaturas. Como homem,
nisso: é dito Ele morreu. É falado da mesma Pessoa. Foi o Deus vivo que
morreu, embora não a natureza divina. Aqui, vemos proposta, para conforto
de João, a morte de Cristo, o Deus-homem. Ele foi feito homem e morreu.
(3) Sua ressurreição: “eu estou vivo”. Ele venceu a morte e ressuscitou ao
terceiro dia; (4) A eternidade daquela vida para a qual ele foi
ressuscitado: “Ele vive para sempre”. Para tudo isso é posta a expressão
“eis que” a fim de incitar os crentes a notá-lo como a grande fonte de seu
conforto; e é seguido com uma afirmação, “Amém”, ou verdadeiramente,
para colocá-los fora de dúvida. (5) Em seguida, temos Sua soberania
mediadora: Ele possui “as chaves do inferno e morte”, as chaves são um
estandarte do governo. A chave da casa de Davi está colocada sobre Seu
ombro. Ele abre e ninguém pode fechar, fecha e ninguém pode abrir (Isaías
22.22). Ninguém vai para a morte ou para o inferno, somente quando Ele os
enviar; e ninguém é mantido fora do inferno e levado para a glória senão
por Ele. A partir deste assunto, podemos observar a seguinte DOUTRINA:
A morte e ressurreição de Cristo (aquela vida eterna para a qual Ele foi
ressuscitado) e Sua soberania mediadora são os grandes fundamentos da
consolação dos santos e suficientes para dissipar todos os seus temores
incrédulos.

Plano de Leitura: Números 12-15; CM 14, BC 8.


5 de fevereiro
Antídotos Infalíveis contra
os Medos Incrédulos (3)
Thomas Boston
Apocalipse 1.17-18

É a maneira comum das pessoas angustiadas concluir que não há dor como
a sua tristeza; e se pudermos responder, satisfatoriamente, a essa pergunta
dinâmica [que surge no coração destas pessoas tristes]: “Houve alguém em
um caso como o meu caso que saiu com segurança disso?”, você fará muito
para acalmar sua dor e aumentar suas esperanças. Assim, encontramos o
apóstolo melhorando os sofrimentos e a glória de Cristo, Hebreus 12.3:
“Considerai, pois, atentamente”, diz ele, “Aquele que suportou tamanha
oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis,
desmaiando em vossa alma”. Sim, o próprio Jesus Cristo diz, em
Apocalipse 3.21: “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no seu trono,
assim como também eu venci e me sentei com meu Pai em seu trono”.

Plano de Leitura: Números 16-19; CF 4.1.


6 de fevereiro
Antídotos Infalíveis contra
os Medos Incrédulos (4)
Thomas Boston
Apocalipse 1.17-18

Na morte, ressurreição, vida e poder de Jesus, há pomadas suficientes para


todas as suas feridas. Assim são estes o carretel da consolação dos santos,
as suas feridas são as fendas da rocha, onde a pobre criatura pode esconder-
se com segurança. Apenas refogue os temperos, despeje o unguento,
considere a natureza e os efeitos deles, e, com certeza, eles irão exalar um
cheiro agradável, suficiente para reavivar e confortar uma alma desmaiada.

Plano de Leitura: Números 20-22; CM 15, BC 9.


7 de fevereiro
Orientações para o dever da meditação
Thomas Boston
Gênesis 24.26

A meditação é um dever necessário para o qual as pessoas devem se


comprometer; fazendo seriamente a escolha de ocasiões e lugares para ela,
pois assim, o dever pode ser realizado com a melhor vantagem. A
meditação é algo duplo: 1. Ocasional: é uma meditação de alguma coisa
espiritual que surge de ocasiões como se oferecem, e é da mesma natureza
[7]
da oração “relâmpago”, um pensamento curto ocasional. 2. Fixo e
solene: quando a alma deliberadamente se põe a pensar em alguma coisa
espiritual, a fim de melhorar assim o coração. Essa é a meditação presente
no texto, na qual três coisas devem ser consideradas. a. A escolha de algum
assunto espiritual sobre o qual meditar. Muitos meditam sobre o pecado
com prazer, e assim cavalgam para o inferno com pouco barulho. “Ele
planeja o mal em sua cama, eleestabelece-se por um caminho que não é
bom; ele não aborrece o mal”. Outros empregam seus pensamentos, apenas
na meditação das coisas do mundo. Entretanto, aquele que quer meditar
corretamente, deve escolher um único assunto espiritual sobre o qual
pensar. E é necessário que devemos selecionar algum e não permanecer em
assuntos generais (Salmo 63.6; Cantares de Salomão 1.4). b. Uma
convocação do coração para deixar todos os outros assuntos [de lado]. A
mente do homem é muito estreita para ser levada a propor muitas coisas no
início, especialmente, com pensamentos de vários tipos. Portanto, Davi ora:
“Une meu coração para temer o teu nome”. c. Empregar o coração no
assunto espiritual escolhido. Para pensar sobre esse assunto, estude-o e
considere-o seriamente. Devemos colocá-lo diante de nossos
entendimentos, de modo a comover nossos afetos e melhorar nossos
corações.

Plano de Leitura: Números 23-26; CM 16.


8 de fevereiro
Eu sou realmente cristão? (1)
Thomas Boston
João 9.25

Dúvida: “Eu duvido que nasci de novo, porque não conheço o momento
exato da minha conversão. Também não consigo traçar os passos que me
levaram a se tornar um cristão”. Resposta: Embora seja desejável poder
descrever o início do trabalho do Senhor em sua vida e o crescimento
gradual que você desfrutou, isso não é necessário para provar que você,
realmente, é um cristão. Devemos lembrar que o trabalho do Espírito Santo
é um mistério. No Evangelho de João, lemos sobre Jesus curando um
homem cego. Este homem, simplesmente, disse: “A única coisa que eu sei é
que antes eu estava cego, agora vejo” (João 9:25). Quando vemos uma
chama, sabemos que há um incêndio, mesmo que não saibamos como
começou. Da mesma forma, podemos saber que somos cristãos, mesmo que
não saibamos como ou quando tudo aconteceu. Você acredita no Senhor
Jesus Cristo? Você se arrependeu de seus pecados? Houve uma mudança na
sua alma? A sua mente tem luz? Você quer obedecer a Deus, em tudo, por
causa de Jesus – Aquele que morreu na cruz? Você ama outros crentes?
Você foge dos males neste mundo perverso? Se você respondeu “sim” a
essas perguntas, então, você não precisa se preocupar com essa dúvida.

Plano de Leitura: Números 27-30; CF 4.2.


9 de fevereiro
Eu sou realmente cristão? (2)
Thomas Boston
Romanos 7.23

Dúvida: “Se eu sou, realmente, um cristão, uma nova criatura em Cristo,


por que continuo a lutar com o pecado”? Resposta: Nós, certamente, não
queremos colocar travesseiros para que os hipócritas possam descansar,
indulgentemente, em seu pecado e fazer a graça de Deus um escravo de
suas concupiscências. Por outro lado, precisamos lembrar que “todos
pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). Às vezes, o pecado
pode prevalecer sobre os filhos de Deus. Você está gemendo sob o peso do
pecado e da corrupção de sua natureza? Você está enojado com você mesmo
por causa dos pecados de seu coração e de sua vida? Você está se
esforçando para matar suas concupiscências, fugindo, diariamente, para o
sangue de Cristo em busca de perdão e olhando para o Seu Espírito para a
santificação? Embora você possa dizer com o Salmo 65:3: “As iniquidades
prevalecem contra mim”, lembre-se de que este versículo termina: “Quanto
às transgressões, Tu as purificarás”. A nova criatura em Cristo é como um
homem que não vive em uma casa sozinho. Um vizinho mal-humorado vive
na mesma casa com ele. Seu nome é “corrupção restante”. Estes dois,
constantemente, lutam um contra o outro: “Porque a carne milita contra o
Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que
não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gálatas 5:17). Às
vezes, a “corrupção” antiga prevalece e torna o filho de Deus cativo à lei do
pecado (Rm 7:23). Não permita que suas vitórias ocasionais o façam
concluir que você não é filho de Deus! Em vez disso, deixe isso humilhar
você. Deixe isto fazer você mais atento. Deixe isto trazer um anseio, ainda
mais intenso, por Jesus Cristo, Seu sangue e Espírito. O princípio da graça
dentro de você, o novo nascimento em Cristo, buscará a destruição do
próprio pecado que, muitas vezes, derrota você.

Plano de Leitura: Números 31-33; CM 17, BC 10.


10 de fevereiro
Eu sou realmente cristão? (3)
Thomas Boston
Mateus 12:45

Dúvida: “Acho que meu coração sofreu mais desordem depois que eu me
tornei um cristão do que antes – quando não era. Isso é consistente com
alguém que deveria ter sido transformado por Cristo”? Resposta: De fato,
há casos terríveis de pessoas que parecem ter se tornado cristãs, mas que,
posteriormente, renunciam à fé e caem em imoralidade grosseira e aberta.
Parece que o Diabo retorna aos seus corações com sete espíritos piores do
que ele mesmo (cf. Mt 12:45). Tais pessoas estão em um estado espiritual
incrivelmente perigoso. Eles correm o risco de pecar contra o Espírito
Santo. Eles devem se arrepender, antes que seja tarde demais. No entanto,
este não é, necessariamente, o seu caso. A corrupção pode ser despertada
em um cristão ainda mais forte do que era antes de se tornar um cristão.
Pode parecer que todas as forças do inferno foram levantadas para tentar
recapturá-lo como um fugitivo que escapou. Tais movimentos podem,
realmente, ocorrer naqueles que, verdadeiramente, foram transformados por
Cristo. Quando a graça restritiva se levanta contra a corrupção em um novo
crente, não é de admirar que a corrupção tente dar o contragolpe –
“guerreando contra a lei da minha mente” (Rm 7:23). O pecado resistirá
mais duramente quando souber que esse novo princípio está buscando
expulsá-lo. Quando o sol brilha através de uma janela, vemos toda a poeira
na casa que não víamos antes. Da mesma forma, quando a luz da graça
brilha em nossas vidas, vemos a corrupção dentro de nós que não tínhamos
notado antes. O pecado não está completamente morto na alma do crente.
Ele está morrendo uma morte prolongada. Ele está sendo crucificado. Não é
de admirar que comece a lutar tão duramente – ele sabe que está prestes a
morrer, então, luta para viver! Além de tudo isso, o cristão pode se
defrontar com tentações mais fortes e numerosas após sua conversão.
Satanás tem que trabalhar mais para tentar trazer de volta alguém que
escapou, do que para proteger um que ainda lhe é cativo. O autor de
Hebreus diz: “depois de iluminados, sustentastes grande luta e sofrimentos”
(Hb 10:32). Então, ele acrescenta: “Não abandoneis, portanto, a vossa
confiança; ela tem grande galardão” (v. 35). Lembre-se, a graça de Deus é
suficiente para você; e o Deus da paz, em breve, esmagará Satanás sob seus
pés. Lembre-se de como Faraó e os egípcios tinham os israelitas
encurralados no Mar Vermelho, mas Deus interveio e os derrubou (Êx 14).
Não deixe essa dúvida destruir o fundamento de sua confiança. Esvazie-se
de duvidar. Seja forte no Senhor e no poder de Sua Força, e você será
vitorioso.

Plano de Leitura: Números 34-36; CF 5.1.


11 de fevereiro
Eu sou realmente cristão? (3)
Thomas Boston
1 João 2:15

Dúvida: “Às vezes, eu sinto que meu amor pelas coisas deste mundo é
Maior do que o meu amor por Deus. Como, então, posso chamá-lo de Pai?
Na verdade, às vezes, parece que as afeições que eu costumava sentir por
Deus desapareceram. Temo que todo o amor que eu já tive pelo Senhor
tenha sido como breve e momentâneo. Receio ser um hipócrita”. Resposta:
Não se pode negar que um amor preponderante pelo mundo é uma marca
certa de um homem não salvo. “Se alguém ama o mundo, o amor do Pai
não está nele” (1 Jo 2:15). Ainda assim, as afeições mais ativas nem sempre
são as mais fortes. Um pequeno ribeiro, às vezes, faz mais barulho do que
um rio poderoso. A força de nossas afeições só pode ser medida pela
firmeza e constância da raiz. Suponha que uma pessoa se encontre com um
amigo que esteve fora do país. Ele não vê esse amigo há muito tempo. A
expressão de suas afeições para aquele amigo poderia, no momento, ser
mais forte do que seus sentimentos por sua esposa e filhos. Concluímos que
ele ama seu amigo mais do que eles? Certamente, não! Mesmo assim,
embora um cristão possa, no momento, ser movido com amor por algo
neste mundo, isso não significa que ele o ama mais do que a Deus. O amor
a Deus está sempre mais firmemente enraizado no coração de um crente do
que qualquer diversão mundana. Se houver sempre uma competição entre
amor por Deus e o amor pelo mundo, um dos amores ganhará (Mateus
6:24). Você quer entender o seu estado espiritual? Olhe para o seu próprio
coração e coloque os dois amores numa balança. Veja qual supera o outro.
Pergunte-se, diante de Deus, se você se separaria de Cristo por causa de
qualquer pessoa ou coisa neste mundo. Se você respondeu, honestamente,
que, ao comando dEle, você descartaria o que é mais querido para você, no
mundo, por Cristo, então você não tem motivos para pensar que você ama o
mundo mais do que a Deus. Por outro lado, se você ama alguém ou algo no
mundo mais do que Deus, então, você não é um crente.

Plano de Leitura: Deuteronômio 1-4; CM 18, BC 11.


12 de fevereiro
Eu sou realmente cristão? (4)
Thomas Boston
Mateus 10:37

[Continuação da devocional anterior]: Considere os seguintes dois textos:


“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim”
(Mt 10:37). “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e
mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser
meu discípulo” (Lc 14:26). A partir desses textos, podemos inferir que
aquele que não está pronto para se separar, mesmo que de seu pai e de sua
mãe, por amor ao Senhor, os ama mais do que a Ele. Além disso, considere
que existem dois tipos de amor por Cristo: (1) Primeiro, há um amor
emocional por Ele. É como um dardo no coração. Isso cria uma santa
doença de amor na alma. Isso é um anseio por desfrutar o Amado. É como o
anseio descrito em Cântico dos Cânticos 5:8: “Conjuro-vos, ó filhas de
Jerusalém, se encontrardes o meu amado, que lhe direis? Que desfaleço de
amor”. Ou a referência a uma plenitude de amor, como em Cântico dos
Cânticos 2:5: “Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, pois
desfaleço de amor”. Tais sentimentos fortes são, geralmente, encontrados
em jovens convertidos que “será ela obsequiosa como nos dias da sua
mocidade” (Os 2:15). Então, às vezes, eles estão tão em chamas para com o
Senhor que, até, estão prontos para criticar pessoas piedosas que há muito
tempo são crentes, só porque não compartilham os mesmos sentimentos
fortes. Eles pensam, equivocadamente, que há muito menos religião no
mundo do que realmente existe. Quando a espuma se estabelece abaixo da
borda em seu próprio copo, esse homem encontra em si mesmo as mesmas
coisas que ele criticou nos outros.[8] Isso deve humilhá-lo. Isso deve fazer
com que ele reconheça a necessidade diária do sangue de Cristo, do Seu
perdão e do Espírito de Cristo para a santificação. Então, ele cresce para
baixo, em humilhação, auto-aversão e abnegação. (2) Em segundo lugar, há
um amor racional por Cristo. Este amor é demonstrado por uma
preocupação séria pela autoridade de Deus e pelos Seus mandamentos.
Quando alguém tem esse amor, ele quer agradar a Deus obedecendo-o,
mesmo que ele não sinta emoções fortes, “porque este é o amor de Deus:
que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são
penosos” (1 Jo 5:3). O amor emocional por Deus nem sempre continua com
você. Se você não o tem, não precisa se considerar hipócrita, desde que
mantenha um amor racional por Cristo. Uma esposa fiel e amorosa não
precisa questionar seu amor por seu marido só porque ela não tem a mesma
experiência emocional de amor para com ele como no dia em que se
casaram.

Plano de Leitura: Deuteronômio 5-7; CF 5.2.


13 de fevereiro
Eu sou realmente cristão? (5)
Thomas Boston
1 Coríntios 3:13

Dúvida: “Toda vez que eu começo a pensar que posso ver as marcas de
graça em mim e que eu sou verdadeiramente salvo, ouço falar de algum
hipócrita ou apóstata, e fico abalado. O medo vem sobre mim como uma
tempestade. Eu sou como esse tipo de pessoa?”. Resposta: Esse tipo de
coisa deve nos estimular. Devemos nos examinar seria e imparcialmente.
Ainda assim, nem sempre devemos estar em suspense em relação ao nosso
estado espiritual. Você pode ver o lado de fora de um hipócrita. Você pode
ver sua atividade e emoções “espirituais”. Mas você não é capaz ver dentro
dele. Você não conhece seu coração. Você só pode formar um julgamento
de outra pessoa com base no que você vê no exterior. Você faria bem em
julgar os outros com caridade (isto é, “não pensa em nenhum mal”, 1 Co
13:5). Novamente, você não pode conhecer as fontes secretas de suas ações.
Em vez de julgar outros, você deve olhar para o seu próprio coração. Você é
a única pessoa que você pode avaliar com mais clareza. Você deve olhar
para si mesmo como mais nenhum outro, no mundo, pode fazê-lo. Você
pode ver as coisas em si mesmo que, simplesmente, não pode ver nos
outros. A religião do hipócrita pode parecer muito Maior do que a religião
de um crente sincero. Lembre-se de que o que é bom aos olhos dos homens
é, muitas vezes, de pouco valor à vista de Deus (1 Sm 16:7). Eu poderia
gemer com Paulo (Rm 8:6), derramar lágrimas falsas com Esaú, profetizar
com Balaão, ou ter a alegria temporária dos ouvintes de solo superficial
(Mateus 13:20). Há um fogo que julgará as obras de cada homem para ver
de “qual tipo ela é” (1 Co 3:13). Se Deus não julga por aparência externa,
por que você o faria? Sem revelação especial, você não pode conhecer a
sinceridade da fé de outro. Mas, você pode conhecer a sinceridade de sua
própria fé, sem qualquer revelação especial. É por isso que Pedro expôs aos
santos para “com diligência garantir sua vocação e eleição” (2 Pe 1:10).
Portanto, as ações dos hipócritas e dos apóstatas não devem incomodá-lo. O
importante é examinar seriamente sua própria condição espiritual.
Plano de Leitura: Deuteronômio 8-10; CF 5.3.
14 de fevereiro
Eu sou realmente cristão? (6)
Thomas Boston
2 Coríntios 10:12

Dúvida: “Minha vida está tão longe dos padrões dos grandes santos da
Bíblia e dos excelentes cristãos que conheço pessoalmente. Quando eu olho
para eles, dificilmente, consigo me olhar em comparação. Como ainda
posso reivindicar estar na mesma família com esses santos?”. Resposta:
Podemos ver uma medida de graça e santidade, nesta vida, que devemos ter,
contudo, não podemos alcançá-la. Isso deve nos humilhar. Isso também
deve pressionar-nos, de forma mais vigorosa, em direção à linha de
chegada. O Diabo quer que os cristãos fracos sejam torturados comparando-
se com cristãos fortes (2 Co 10:12). Ceder a essa tentativa seria como uma
criança duvidando de seu relacionamento com seu pai, porque ele não tem o
mesmo tamanho que seu irmão mais velho. É irracional! Há santos de
vários tamanhos na família de Cristo. Alguns são pais; alguns são homens
jovens; e alguns são crianças pequenas (1 Jo 2:13-14).

Plano de Leitura: Deuteronômio 11-13; CF 5.4.


15 de fevereiro
Eu sou realmente cristão? (7)
Thomas Boston
Mateus 4:5-9

Dúvida: “Eu nunca li na Bíblia ou conheci um verdadeiro filho de Deus


que foi tão tentado ou foi impiedoso como eu sou. Como não conheço
nenhum cristão que tenha estado na minha condição, só posso concluir que
não devo ser um crente”. Resposta: Esta dúvida vem da ignorância tanto da
Bíblia quanto da real experiência dos cristãos. Aqueles que têm essa dúvida
devem tentar falar com um amigo cristão maduro ou um ministro piedoso.
Fazer isso trouxe a paz para alguns, quando eles percebem que seu caso não
é excepcional e que muitos cristãos tiveram a mesma luta. A Bíblia fornece
muitos exemplos de cristãos que sofrem com horríveis tentações. O Diabo
tentou Jó a blasfemar (Jó 1:11-12; 2:3-9). Asafe estava tentado a pensar que
a religião era vã e foi tentado a dispensá-la (Sl 73:13). O próprio Cristo foi
tentado a lançar-se do pináculo do templo e a adorar o Diabo (Mateus 4:5-
9). Muitos cristãos não só foram atacados com tentações, mas até foram
superados por elas e caíram, por um tempo, em grosseiro pecado. Pedro
negou a Cristo, o maldiçoou e jurou que não o conhecia (Mt 14:71). Alguns
cristãos foram compelidos a blasfemar sob perseguição por Paulo, antes
deste ser convertido (At 26:10-11). Muitos cristãos podem testemunhar suas
próprias tristes experiências pessoais nesta área. Eles sofreram grandes
tentações, que surpreenderam seus espíritos, fizeram seus corpos tremer e
os deixaram doentes no estômago. Os dardos ardentes de Satanás podem
causar grandes danos. É preciso grande diligência para extingui-los ou
bloqueá-los com o escudo da fé (Ef 6:16). Às vezes, Satanás joga tantas
bolas de fogo em nossa casa que tudo o que podemos fazer é correr,
constantemente, para trás e para frente dela a fim de extinguir as chamas.
Devemos lembrar, no entanto, que meramente ser tentado não é pecado. É
pecado somente quando concordamos com a tentação (Tg 1:14-15). Se
alguém está tentado a pecar, mas não consuma a tentação, ele não pode
mais ser acusado desse pecado do que um homem casto pode ser acusado
de ter um filho fora do casamento.
Plano de Leitura: Deuteronômio 14-16; CM 19.
16 de fevereiro
Eu sou realmente cristão? (8)
Thomas Boston
Mateus 4:5-9

[Continuação da devocional anterior]: Suponha que você vá até um amigo


ou ministro cristão maduro e compartilhe seu problema, mas eles digam que
nunca conheceram ninguém exatamente em sua condição. Você ainda não
deve pensar que seu caso é excepcional. Você, certamente, não deve desistir
da esperança! Mesmo um cristão maduro ou um ministro piedoso não pode
conhecer todas as dificuldades que um filho de Deus pode enfrentar. Alguns
tiveram lutas conhecidas apenas por Deus e por suas próprias consciências.
Embora a Escritura forneça instruções para cada condição em que um
crente possa estar (1 Co 10:13), não lista de forma exaustiva todas as lutas
que um cristão possa enfrentar. Embora você não consiga encontrar seu
caso específico na Bíblia, traga seu caso para a Bíblia e você encontrará um
remédio. Não se preocupe com a tentativa de descobrir se alguém já esteve
em sua condição. Em vez disso, esforce-se para aplicar Cristo à sua
condição. Cristo tem um remédio para todas as doenças da alma. Mesmo
que você tenha encontrado um verdadeiro cristão que foi tentado da mesma
forma que você é, o que isso provaria? Suas situações não seriam
exatamente as mesmas em todos os sentidos. Considere o rosto humano. De
certa forma, todo rosto humano é o mesmo. Cada um tem os mesmos
traços. Ao mesmo tempo, cada rosto, também, é diferente e pode ser
distinguido de todos os outros. Se você vê as marcas da regeneração bíblica
em sua vida, você deve concluir que está no estado de graça. Isso é verdade
mesmo se você estiver lutando com tentações que parecem únicas para você
(o que, a propósito, é impossível). Embora as circunstâncias particulares de
nossas tentações possam ser únicas, temos certeza de que, em princípio, são
“comuns ao homem” (cf. 1 Co 10:13) e que Cristo foi tentado nos mesmos
pontos e triunfou (cf. Hb 4:15)!

Plano de Leitura: Deuteronômio 17-20; CF 5.5.


17 de fevereiro
Eu sou realmente cristão? (9)
Thomas Boston
1 Pedro 4:12

Dúvida: “As lutas que tenho são estranhas ou incomuns. Eu duvido que um
filho de Deus já tenha enfrentado o tipo de provações providenciais que
enfrentei”. Resposta: Muito do que foi dito, anteriormente (veja a sétima
dúvida), aplica-se aqui também. O santo Jó foi assaltado com todo tipo de
tentações, mas ele as rejeitou e manteve-se firme. O apóstolo Pedro diz que
os cristãos podem ser tentados: “Amados, não estranheis o fogo ardente que
surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa
extraordinária vos estivesse acontecendo” (1 Pe 4:12). Às vezes, viajamos
em caminhos onde não podemos ver as pegadas nem de homem nem de
animais. Não podemos concluir com isso, no entanto, que ninguém jamais
passou por aqui antes de nós. Embora você não consiga ver os passos do
rebanho no caminho da sua aflição, não deve concluir que você é o primeiro
a andar nessa estrada. Mas, e se você fosse o primeiro a andar por ela? Em
teoria, algum santo ou outro pode ser o primeiro a beber de cada copo
amargo. Contudo, mesmo assim, se tal coisa fosse possível, quem somos
nós para questionar as circunstâncias providenciais que Deus nos deu?
“Pelo mar foi o teu caminho; as tuas veredas, pelas grandes águas; e não se
descobrem os teus vestígios” (Salmos 77:19). Se o Senhor o levar ao céu
por algum caminho deserto e remoto, por assim dizer, você não teria razão
para se queixar. Devemos aprender a permitir a liberdade apropriada para a
soberania de Deus. Cumpra seu dever! Não deixe que qualquer dificuldade
que você enfrente esconda de você o fato de estar em estado de graça.

Plano de Leitura: Deuteronômio 21-23; CF 5.6.


18 de fevereiro
Uma alma desmama
Thomas Boston
Salmo 131.2

Uma parte da religião pura e imaculada, diante de Deus e do Pai, é nos


mantermos imaculados do mundo (Tiago 1.27), pois, diz João: “porque tudo
que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e
a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo” (1 João
2.16). A alma do homem não é autossuficiente e busca sua satisfação em
algo fora de si – ela é capaz de desejar o que não tem para si. [...] Mas, ai de
mim! O primeiro caminho que vai para ter tal saciedade é pelos lugares
secos, como o diabo, quando sai de um homem. Pois a consciência inquieta
busca descanso na região árida e estéril da lei, conforme Romanos 10.3:
“Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a
sua própria”; pois o coração inquieto vai às criaturas, dizendo: “Quem nos
mostrará o bem?”. Coitado, como uma criança faminta chora e chora, se
mexe como pode, boquiaberta por algo para encher a boca. O mundo está
mais próximo; nele, ela se fixa e suga. A alma caiu dos seios das
consolações divinas e não pode se estabelecer, novamente, portanto, se
pendura nos seios do mundo. Todavia, a graça tira a alma [de lá]
novamente.

Plano de Leitura: Deuteronômio 21-23; CF 5.6.


19 de fevereiro
A graça desmama a alma dos lucros do mundo
Thomas Boston
Salmo 131.2

O homem natural se fixa nos lucros do mundo; bebe avidamente nas


cisternas rachadas. Seu coração faminto voa atrás deles, como um pássaro
voraz atrás de sua presa; ele está inquieto até obtê-los, como a criança está
para obter os seios de sua mãe; o homem natural é afeiçoado dos lucros do
mundo, quando os têm, como a criança, brinca com estes seios. Eles dizem
que ficaram ricos, que descobriram grandes bens (Oséias 12.8). Mas,
quando a graça chega, a alma para de perseguir os lucros desse mundo. Faz
com que a vaidade volumosa, que só pode satisfazer a fantasia das crianças,
e não as almas dos homens, se reduza a nada.

Plano de Leitura: Deuteronômio 27-28; CF 6.1.


20 de fevereiro
A graça desmama a alma dos prazeres do mundo
Thomas Boston
Salmo 131.2

O prazer é um ingrediente necessário para a felicidade, e os homens não


podem deixar de buscá-lo. Portanto, Deus o propõe à alma no desfrute de Si
mesmo (Salmo 16.1). Mas a alma, em vez de ir a Deus por isso, para beber
da fonte pura, naturalmente, vai para os riachos lamacentos no mundo, e de
lá suga – gosta tanto da luxúria do Egito, da carne etc. como os israelitas;
sim, tão pouco pode viver sem eles, como a criança não pode ficar sem o
seio: são “mais amigos dos prazeres que amigos de Deus” (2 Timóteo 3.4).
Porém, quando a graça vem, ela faz a alma desanimar o coração dessas
coisas.

Plano de Leitura: Deuteronômio 29-31; CM 21, BC 13.


21 de fevereiro
A graça desmama a alma de todos os confortos mundanos,
fazendo-a descansar em Deus
Thomas Boston
Salmo 131.2

O coração natural do homem se agarra ávido de relações, liberdade, vida e


outras coisas. Estas são coisas boas, das quais não podem se separar —
como uma criança não pode dos seios. Tire isso, e o que mais terá este
homem? Ele não tem um Deus. Ele prefere se separar de Deus e de Cristo
do que dessas coisas. Porém, a graça corrige as coisas; regula a afeição por
essas coisas e torna a alma pronta para desistir delas ao chamado de Deus.

Plano de Leitura: Deuteronômio 32-34; CM 24, BC 14.


22 de fevereiro
A graça desmama a alma dos seios repulsivos do pecado,
de [tal] modo que ela odeia aquilo que antes amava
Thomas Boston
Salmo 131.2

A alma, em seu estado natural, é como Israel: “não te foi cortado o umbigo,
nem foste lavada com água para te limpar, nem esfregada com sal, nem
envolta em faixas” (Ezequiel 16.4). Eles haviam ficado muito tempo no
útero imundo do Egito e, depois que saíram, ainda estavam absorvendo as
maneiras, os costumes e o modo de proceder abomináveis egípcios. Assim,
os homens sugam os seios do pecado; buscam satisfação naquelas coisas
que não deveriam, tanto quanto desejam; bebem, avidamente, daquilo que
Deus os proíbe de provar; eles gostam de seus pecados como uma criança
gosta do seio; seu coração é avesso a se separar de seus atos pecaminosos.
[...] A graça desmama o coração desses seios; faz a pessoa dizer: “o que não
vejo, ensina-mo tu; se cometi injustiça, jamais a tornarei a praticar” (Jó
34.32).

Plano de Leitura: Josué 1-5; BC 15.


23 de fevereiro
A graça deposita fel e absinto sobre os seios do mundo
e os torna amargo para a alma de tal forma que
ela está disposta a desistir de sugá-los (1)
Thomas Boston
Salmo 131.2

O coração fica relutante em se separar deles; e, embora, muitas vezes, esteja


prestes a desistir deles, ainda assim, volta, novamente, esperando sugar
mais doce do que antes. Todavia, ainda assim, o fel e o absinto permanecem
lá, e mais e mais são depositados até que o coração seja, realmente,
desmamado. O caminho [para estes seios] está cercado de espinhos.
Portanto, “Ela irá em seguimento de seus amantes, porém não os alcançará;
buscá-los-á, sem, contudo, os achar; então, dirá: Irei e tornarei para o meu
primeiro marido, porque melhor me ia então do que agora” (Oséias 2.7).

Plano de Leitura: Josué 6-11; CF 6.2.


24 de fevereiro
A graça deposita fel e absinto sobre os seios do mundo
e os torna amargo para a alma de tal forma que
ela está disposta a desistir de sugá-los (2)
Thomas Boston
Salmo 131.2

Agora, há duas coisas que servem para amargar estes seios. (1)
Desapontamentos contínuos para com eles. Embora o homem esteja
sempre buscando satisfação nos seios do mundo, ele nunca poderá obtê-lo.
Como o filho pródigo: “Ele de bom grado enchia seu ventre com as cascas
que os porcos comiam e ninguém lhe dava” (Lucas 15.16). O homem é
como uma pessoa andando na névoa, ele vê algo que parece uma casa; ele
chega até o que foi visto, e é, apenas, uma pedra. Sua esperança é colocada,
novamente, em outra coisa avistada, avança para ela; e é, apenas, um
arbusto. Eles sempre ficam aquém das expectativas; e suas esperanças mais
florescentes são destruídas. Quando ele vai colher os frutos mais
agradáveis, a providência faz com que eles caiam entre a boca e a mão – “A
eira e o lagar não os manterão; e o vinho novo lhes faltará” (Oséias 9.2).
Deixe-o arrumar a cama onde quiser, sempre há um espinho nela. (2)
Feridas graves surgem deles. O homem se apoia com grande prazer na
cana quebrada; e antes que ele perceba, perfura sua mão. Ele suga,
avidamente, o seio [do mundo] e, em vez de leite, dão sangue. Ao bater na
rocha para obter água, em vez dela, o fogo explode em seu rosto. Talvez, da
mesma coisa de que ele esperava seu maior conforto, surja sua maior cruz.
Raquel deve ter filhos, senão ela morre; ela os tem, mas morre trazendo-os
à luz. Porém, tudo isso não vai [por si só] desmaiar a alma.

Plano de Leitura: Josué 12-16; CF 6.3.


25 de fevereiro
O Senhor enche a alma com coisas melhores
Thomas Boston
Salmo 131.2

Se a enfermeira tirar o seio, ela não colocará a colher vazia na boca da


criança. A alma do homem é uma coisa vazia e oscilante, deve sempre ter
algo para se alimentar; e vai segurar o que tem de bom para ela, até
conseguir o que considere melhor. O homem não desistirá do mundo e de
suas concupiscências até que abra a mão para segurar a Cristo e todos os
benefícios da aliança eterna em lugar do mundo. Portanto, a grande
transação da alma com Cristo é chamada de “comprá-lO”, na qual se um
homem dá seu dinheiro, ele o dá por algo melhor. Assim, a graça desmama
a alma, pois, diz Jesus, em João 4.14: “aquele, porém, que beber da água
que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der
será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna”.

Plano de Leitura: Josué 17-21; CM 22, BC 16.


26 de fevereiro
Somente o desfrute de Deus pode desmamar a alma; e a alma nunca
descansará até que descanse em Deus
Thomas Boston
Salmo 131.2

O coração do homem está inquieto e percorrerá o mundo por causa dessa


inquietude, até que se encontre com Cristo, que é a pérola de grande valor;
e, para ganhá-lO, desiste de tudo. A alma do homem será uma noite
inquieta – caminhante até o dia da graça amanhecer, até descobrirem Jesus,
a planta de renome. Se eles não podem trabalhar felizes, eles vão tentar
sonhar vendo-se como felizes, preparando-se para um banquete de “mil
nadas etéreos”; possuir no coração, embora não nas mãos.

Plano de Leitura: Josué 22-24; CM 23, BC 17.


27 de fevereiro
O Conhecimento Experimental de Cristo (1)
Thomas Boston
Filipenses 3:10

Um mero conhecimento especulativo de Cristo e das grandes doutrinas do


evangelho, por mais laboriosamente adquirida e extensa que seja, é de
pequena importância em si mesma e muito vaidoso e ineficaz se não for
santificado e emanar um conhecimento experimental de Cristo, além de um
sentimento real da beleza, excelência e eficácia da verdade divina sobre o
coração. Um homem pode ter um conhecimento competente, ou melhor,
muito extenso com as doutrinas inteiras da religião cristã, conforme
estabelecidas nas Escrituras, e acerca das quais temos um excelente
compêndio no Breve Catecismo, o qual tenho me esforçado para explicar a
vocês por muitos anos; ainda se vocês não tiverem o conhecimento
experimental de Cristo, todo o seu conhecimento é em vão quanto à
salvação de suas almas. Eu, portanto, venho como uma conclusão do todo,
para pressionar este conhecimento experimental sobre você, como a única
coisa que estará disponível para quaisquer fins salvíficos.

Plano de Leitura: Juízes 1-5; CF 6.4.


28 de fevereiro
O Conhecimento Experimental de Cristo (2)
Thomas Boston
Filipenses 3:10

Paulo diz “para conhecê-lo”. Não poderiam os filipenses, em seguida, terem


dito: “E você não conhece a Cristo, a quem o pregou por tanto tempo?”.
Existem duas formas de conhecer, uma delas é ouvindo sobre determinada
coisa, e outra é pela visão e pelo sentimento; uma é pela relação que o outro
tem com determinada coisa e outra pela experiência, assim como alguém
conhece o mel e todas as virtudes deste pelo relato de alguém no qual se
acredita, e outro o conhece por experimentá-lo por si mesmo. O apóstolo
conhecia a Cristo pela fé, quando ele primeiramente creu nEle; e aqui ele
teria o sentimento espiritual e experiência dEle, descobrindo, pela
experiência, Ele Ser o que ele ouviu e acreditou acerca de quem Ele era. Ele
tinha algo disso, mas ele ainda desejaria ter mais. [...] Há um relato
saboroso de Cristo espalhado no Evangelho; a fé crê e abraça aquilo que a
Palavra diz Ele ser; e então a alma crente vem e vê. Há um esquema
glorioso das adoráveis perfeições de Cristo, desenhadas na Bíblia, e a fé crê
que Ele realmente é o que Ele diz ser; e então esse esquema começa a ser
repetido na experiência do cristão, e isso está sempre o atraindo mais e mais
até que ele chegue à glória. É como se algum eminente médico devesse dar
a um amigo remédios para todas as doenças a que possa estar sujeito; e
quando ele os deixa com ele, ele deixa saber que tal remédio é bom para
aquela enfermidade, e outro é bom para outra etc. Agora, ele conhece todos
eles; mas ele fica doente, e ele toma o remédio apto para a sua doença, e
isso é eficaz. Agora, o homem conhece o remédio pela experiência, que ele
conhecia antes apenas pelo relato do médico. Do mesmo modo, Cristo é
dado como sendo tudo para o crente, e ele faz uso de Cristo para a sua
situação, e esse é o conhecimento experimental dEle.

Plano de Leitura: Juízes 6-12; BC 18.


MARÇO
Thomas Case
1º de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case[9]
Salmo 94:12

A primeira lição que Deus ensina, por meio da aflição, é a compaixão para
com os que estão sofrendo. Verdadeiramente, quando somos muito
propensos a sermos insensíveis aos sofrimentos de nossos irmãos, nós
mesmos estamos à vontade em Sião. Isso ocorre: (1) em parte, por causa
daquela sensualidade que está em nossas naturezas, reinando nos homens
carnais (e habitando, até mesmo, nos próprios regenerados), por meio da
qual permitimos que nosso coração seja tão indolente aos confortos que
possuímos da Criação, a ponto de extinguir a ternura e o senso que devemos
ter para com as misérias e os sofrimentos de outros homens. (2) Em parte,
pela sutileza do amor-próprio, que nos torna indispostos a azedar o sabor de
nossas próprias frutas doces com o gosto amargo das aflições de estranhos.
(3) Em parte, devido à lentidão e à letargia de espírito, o que nos faz
relutantes em nos levantar da cama do conforto e do prazer para a labuta da
investigação quanto ao estado de nossos irmãos tanto lá fora quanto em
casa. De modo que, como o apóstolo disse em outro caso, somos
voluntariamente ignorantes e não apenas estranhos, mas nos contentamos
em ser estranhos às misérias e às calamidades do próximo. De uma forma
ou de outra, até os próprios cristãos (me refiro aos que são verdadeiramente
chamados) são mais ou menos culpados do pecado dos gentios: “Sem
afeição natural, sem misericórdia” (Romanos 1.31); sem entranhas, sem
compaixão.

Plano de Leitura: Juízes 13-16 CF 6.5


2 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Daí você pode descobrir que foi uma das finalidades de Deus ter enviado
Israel ao Egito: para que, lá nos fornos de tijolos, o coração duro de vocês
pudesse ser amolecido e derretido em compaixão para com os estrangeiros e
cativos. Portanto, quando Deus lhes trouxe o cativeiro, esta foi uma das
primeiras lições da qual Ele imprimiu na mente deles: “Não oprimirás o
estrangeiro”. Existe o dever que, embora expresso negativamente, ainda, de
acordo com a regra de interpretação dos mandamentos, inclui todos os
deveres afirmativos de misericórdia e compaixão; e o motivo segue: “pois
vocês conhecem o coração de um estrangeiro”. Como é que eles conheciam
o coração de um estrangeiro? “Visto que fostes estrangeiros na terra do
Egito”. Como se Deus tivesse dito: Eu sabia que você tinha um coração de
ferro e entranhas de latão dentro de você, incompassivo e cruel. Portanto,
Eu o enviei ao Egito, com o propósito de que, pela crueldade dos egípcios,
Eu pudesse tencionar coração de vocês, e que, pela experiência de seus
próprios sofrimentos e misérias, vocês pudessem aprender, enquanto
viverem, a levar a sério a angústia e agonias de estrangeiros e cativos;
para que, sempre que vires um estrangeiro nas tuas habitações, pudessem
dizer: ‘Ó, aqui está um pobre peregrino, um exilado, certamente terei
misericórdia dele e mostrar-lhe-ei bondade, pois eu mesmo fui um estranho
e um escravo no Egito; sei por experiência que coração temeroso, trêmulo
e sangrento ele carrega em seu peito, etc.”.

Plano de Leitura: Juízes 17-21 CM 26


3 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Exatamente para que o coração duro de vocês pudesse ser amolecido e


derretido em compaixão para com os estrangeiros e cativos, Deus ainda traz
uma variedade de aflições e tristezas para seus próprios filhos. Ele permite
que sejam saqueados, banidos, aprisionados, reduzidos a grandes situações
extremas, a fim de que, por sua própria experiência, possam aprender a
levar sua alma aos famintos e misericórdia aos objetos de piedade; a fim de
que possam dizer, dentro de si mesmos: eu conheço o coração desta alma
aflita. Eu sei o que é ser saqueado, ser rico em um dia e, no dia seguinte,
ser despojado de todos os confortos e acomodações. Eu sei o que é ouvir
pobres famintos, crianças famintas clamarem por pão, e não haver ninguém
para lhes dar. Eu sei o que é ser separado de parentes queridos, como
braços e pernas arrancadas do corpo, e jazer sangrando nessa separação.
Eu sei o que é ser lançado na prisão, ser trancado sozinho no escuro, sem
nenhuma outra companhia além dos próprios medos e tristezas. Eu sei o
que é receber a sentença de morte etc. Não devo ter pena, orar e derramar
minha alma sobre os que estão sangrando e desfalecendo sob a mesma
miséria?

Plano de Leitura: Rute 1-4 CF 6.6


4 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Quando um cristão compara e mede seu fardo mais leve de aflição com o
jugo mais doloroso de outro, e assim raciocina consigo mesmo: O
encarceramento foi doloroso para mim, mas desfrutei de muitos confortos e
acomodações que outros não têm. Eu tinha uma local de repouso doce e
uma cama macia, quando alguns membros pobres de Jesus Cristo, na
Inquisição Espanhola e na escravidão turca, são lançados na masmorra e
afundam, com Jeremias, na lama; seus pés estão feridos no tronco e os
ferros entram em sua alma; outros jazem sangrando e ofegando no chão
frio com suas feridas abertas, expostos a todos os ferimentos da fome e da
nudez ao ar livre. Eu vi o rosto de meus amigos cristãos, às vezes,
desfrutava de refrigério na conversa com parentes queridos, enquanto
alguns do precioso povo de Deus são lançados em prisões escuras e
fedorentas, e não veem o rosto de um cristão, nem de um homem,
possivelmente, por cinco, dez ou vinte anos, a menos que fosse um tormento
para eles. Eu fazia uma dieta nova todos os dias, não apenas por
necessidade, mas por prazer, enquanto outros preciosos servos de Deus
querem o pão necessário, jazem famintos nos lugares tristes de sua
contenção dolorosa, e ficariam felizes em comer o pior dos alimentos,
mesmo aquele que seria mais repugnante para mim. Oh, não devem minhas
entranhas ansiar e minha compaixão rolar dentro de mim em favor desses
objetos de miséria e compaixão? Verdadeiramente, irmãos, vemos isso
diariamente no caso de pedra [nos rins], dor de dente, gota e outros males,
como a experiência derrete o coração em lágrimas de simpatia e
solidariedade, enquanto estranhos a tais sofrimentos ficam maravilhados, e
quase ridicularizando os lamentos de partir o coração dos pobres infelizes.
Irmão, se você não se admirar com isso, então, considere, eu te imploro, o
que o apóstolo fala do próprio Cristo (Hebreus 2.15-17).

Plano de Leitura: 1 Samuel 1-3 CM 27, BC 19


5 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Um homem diria consigo mesmo: por que o Senhor Jesus precisava se


revestir de um corpo de carne para que conhecesse as enfermidades de
nossa natureza, visto que Ele era Deus e sabia todas as coisas? Não, meus
irmãos! Parece que o conhecimento que Cristo tinha como Deus era
diferente daquele conhecimento que Ele tinha como homem; o que Ele
tinha, como Deus, era intuitivo; o que Ele tinha como homem, era
experimental: o conhecimento experimental da miséria é o conhecimento
que afeta o coração. Portanto, o próprio Cristo tencionaria Seu próprio
coração, como Mediador, por Seu próprio sentido e sentimento. E, se o
Senhor Jesus, que era a própria misericórdia, se colocou em uma condição
de sofrimento, para que pudesse agir de maneira mais doce e afetuosa para
com os seus membros sofredores, quanto mais nós (que, por natureza,
somos incompassivos e cruéis), precisamos de tais ensinamentos práticos
para trabalhar em nosso próprio coração! Certamente, não podemos obter
tanto sentido dos sofrimentos dos santos pela relação mais artificial e
habilidosa que a língua dos homens ou anjos é capaz de expressar, nem por
todo o nosso conhecimento das Escrituras, sim, embora santificados, como
podemos obter pela experiência de um dia na escola de aflição, quando
Deus se agrada de ser o Professor. Este é um dos motivos pelos quais Deus
nos envia para a aflição, e a primeira lição que aprendemos na aflição é:
simpatia e compaixão por nossos irmãos sofredores.

Plano de Leitura: 1 Samuel 4-8 CM 28


6 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus nos ensina como valorizar mais nossas


misericórdias e confortos externos e, ao mesmo tempo, amá-los
menos. Somos ensinados a sermos mais gratos por eles, porém, menos
presos a eles. Este é realmente um mistério para a natureza e um paradoxo
para o mundo. Pois, naturalmente, somos muito propensos a menosprezar
ou a exceder no uso das bênçãos de Deus. E ainda (é triste considerar)
podemos fazer o movimento para as duas coisas ao mesmo
tempo! Podemos subestimar as misericórdias que nos são dadas, ao mesmo
tempo em que nos saturamos delas! Podemos desprezá-las ao mesmo tempo
em que estamos nos entregando a elas. Testemunhe essa advertência por
Moisés e Josué (Deuteronômio 8:10-18).

Plano de Leitura: 1 Samuel 9-12 CM 29


7 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Observe que, enquanto os homens se enchem da misericórdia de Deus, eles


podem negligenciar o Deus de suas misericórdias! Quando Deus é mais
liberal em se lembrar de nós, então, somos muito ingratos por esquecê-
lO. Agora, portanto, para que possamos saber como dar a devida avaliação
às misericórdias, Deus, muitas vezes, nos comprime a fim de que possamos
aprender a valorizar aquilo [suprimido] pela falta, aquilo que nosso tolo e
ingrato coração despreza na bonança. Desta maneira, o filho pródigo, que,
ainda em casa, desprezava a mesa rica e farta de seu pai, quando Deus o
mandou para a escola do chiqueiro dos porcos, [percebeu que] alegremente
encheria a sua barriga com as vagens que ele estava dando aos
porcos! “Quantos empregados contratados de meu pai têm pão suficiente e
de sobra!” (Lucas 15:17). Ele teria ficado feliz com as vagens quebradas
que foram lançadas na cesta comum.

Plano de Leitura: 1 Samuel 13-16 CF 7.1


8 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Não creio que Davi, alguma vez, menosprezou as ordenanças, mas


certamente nunca soube tão bem como avaliá-las como quando foi banido
delas. Então, a lembrança da companhia dos santos, a beleza das
ordenanças e da presença de Deus tiraram lágrimas de seus olhos e gemidos
de seu coração, em seu exílio doloroso. Oh, quão amáveis são as
assembleias dos santos e as ordenanças do Dia do Senhor, quando somos
privados delas! “Naqueles dias, a palavra do Senhor era preciosa!” (1
Samuel 3:1). Quando não foi precioso? Sempre foi precioso pelo seu valor,
todavia, agora, era precioso pela falta dela; profetas e profecias eram
preciosos, porque eram raros. Por isso, se segue: “não havia visão aberta”.
A ausência de misericórdias comuns nos ensinará o valor inestimável
delas! Nossas liberdades e queridas relações, como são coisas comuns e
baratas, enquanto as possuímos, sem qualquer controle ou restrição, [as
desprezamos]. Enquanto temos a guarda de nossas misericórdias em nossas
próprias mãos, fazemos apenas um pequeno cálculo delas. Oh, mas deixe
Deus ameaçar o divórcio com a morte ou banimento; deixe que os
capatazes sejam colocados sobre nós e nossos confortos, os quais nos
medirão conforme sua própria vontade; deixe que sejamos trancados por
algum tempo sob cerrada prisão e sob jejum de nossas mais queridas
alegrias; depois a visão de um amigo (embora apenas através de uma grade
de ferro), a troca de algumas civilidades comuns com um companheiro de
jugo sob a correção e controle de um guardião; então, quão doce e preciosa
será a liberdade, serão nossas relações!

Plano de Leitura: 1 Samuel 13-16 CF 7.1


9 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Quando se passam meses e anos de misericórdia e bênçãos de Deus,


dificilmente temos uma visão séria deles; raramente enviamos uma oração
de agradecimento a Deus por eles. Nós passamos por nossas misericórdias
como coisas comuns, que dificilmente valem a pena possuir. Em tempos de
fome, as borras e resíduos dessas misericórdias serão preciosas, [mais do
que] quando o navio estava cheio e fresco. Na fome, as sobras de nossos
confortos são melhores do que toda a safra nos anos de abundância! E assim
como Deus nos ensina a valorizar as misericórdias que Ele nos dá, Ele
também nos ensina moderação no uso delas e a não nos saturarmos com
elas. Na verdade, é o uso excessivo de confortos externos, que nos torna
inadequados para apreciá-los. Perdemos nossa estima pelas misericórdias
no uso excessivo delas. A gula costuma tornar enjoativas aquelas coisas
que, antes, eram nossas iguarias. Por nossos excessos nos prazeres com a
criatura: a razão é afogada no sentido; o julgamento se extingue no apetite;
e, sendo as afeições embotadas pelo excesso, até os próprios prazeres se
tornam um fardo. Ora, essa enfermidade, Deus, muitas vezes, cura pelo
corrosivo agudo da aflição. Pela dificuldade, Ele nos ensina
moderação. Deus faz isso, em parte por nos acostumar a aflições e
necessidades, pelas quais aquilo que a princípio considerávamos
necessidade, depois, passa a ser nossa escolha. Por isso, diz o apóstolo o
que diz em Filipenses 4:11-12. Como é isso? Deus o ensinou a viver com
pouco. Da mesma forma, ao nos alimentar com moderação, Deus abate e
diminui a desordem do apetite.

Plano de Leitura: 1 Samuel 23-26 CF 7.2


10 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Deus tira nossos corações das indulgências desordenadas, em uma condição


de sofrimento, revelando satisfações mais ricas e puras em Jesus Cristo. É o
desígnio de Deus, ao retirar a criatura, fixar a alma sobre si mesmo. A voz
da vara é: “Prove e veja como o Senhor é bom!” (Salmo 34:8). Quando a
alma percebe a beleza de Jesus, ela afasta a criatura com desprezo e
indignação! Essa voz abre a alma desse homem para Deus dizendo: “Quem
tenho eu no céu, senão você? E não há ninguém na terra que eu deseje em
comparação a você!” (Salmo 73:25). Certamente foi na escola da
aflição que Davi aprendeu essa lição, mesmo quando o ímpio prosperou e,
ele mesmo, com o resto dos piedosos, “foi atormentado o dia todo e
repreendido todas as manhãs" (Salmo 73:14). “Quando tentei entender tudo
isso, foi opressor para mim - até que entrei no santuário de Deus; então
entendi seu destino final!” (Salmo 73: 16-17).

Plano de Leitura: 1 Samuel 27-31 CF 7.3


11 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus ensina a autonegação e a submissão


obediente à Sua vontade. Em nossa prosperidade, estamos cheios de nossa
própria vontade e geralmente nós damos conselhos a Deus quando Ele
procura [encontrar] obediência [em nós]. Assim, contestamos nossa cruz,
quando deveríamos tomá-la. Porém, agora, ao suportar um pouco de
aflição, aprendemos a suportar mais [a cruz]. A prova de nossa fé produz
paciência. Quanto mais sofremos, mais Deus nos prepara para o sofrimento.
a) Ao nos libertar de nossas próprias vontades: “A loucura está ligada ao
coração dos filhos (de Deus); mas a vara, se a correção a afasta deles”
(Provérbios 22:15).

Plano de Leitura: 2 Samuel 1-4 CM 30, BC 20


12 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus ensina a autonegação e a submissão


obediente à Sua vontade ao acostumar-nos com a cruz. O novilho que
não está acostumado ao jugo, fica muito impaciente sob a mão do
fazendeiro; mas, depois de acostumado ao trabalho, ele voluntariamente
coloca seu pescoço sob o jugo. Assim ocorre com os cristãos: depois de um
tempo, o jugo da aflição começa a ser mais tranquilo. Suportando muito,
aprendemos a suportar em silêncio. Um carrinho novo faz muito barulho e
rangido, porém, uma vez usado, anda silenciosamente sob a maior
carga. Ninguém murmura tanto sobre os sofrimentos, quanto aqueles que
sofreram pouco! Diferentemente, aqueles que carregam o fardo mais pesado
nas costas, muitas vezes, são os que são mais pacientes. “Ele se senta
sozinho e guarda silêncio, porque isso tem carregado sobre ele”
(Lamentações 3:28). Em outras palavras, ele é paciente, porque conhece as
dores. Quando as pessoas clamam: “Oh, ninguém jamais passou por
sofrimentos como o meu!”, é uma prova de que elas não conhecem as
aflições.

Plano de Leitura: 2 Samuel 5-10 CM 31


13 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus ensina a autonegação e a submissão


obediente à Sua vontade, porque, por meio de castigos, Deus elabora
gradativamente a delicadeza e fragilidade que contraímos em nossa
prosperidade. A prosperidade nos torna sensíveis; aqueles que estão
sempre mantidos em casa quente, não ousam colocar a cabeça para fora em
uma tempestade. Ninguém é tão impróprio para sofrimentos quanto aqueles
que sempre foram embalados nos joelhos da providência. As constituições
mais delicadas são as mais impróprias para as adversidades.

Plano de Leitura: 2 Samuel 11-13 CM 32


14 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus ensina a autonegação e a submissão


obediente à Sua vontade, por último e principalmente, isso acontece
porque pelos sofrimentos chegamos a provar o fruto dos
sofrimentos. “Nenhuma correção por ora parece alegre, mas dolorosa; mas
depois produz frutos pacíficos de justiça para aqueles que por ela se
exercitam” (Hebreus 12:11). Assim, de uma forma ou de outra, Deus faz
com que seus filhos tenham uma disposição doce e obediente por meio dos
sofrimentos deles. Isso é dito do próprio Cristo: “Ele aprendeu a obediência
pelas coisas que sofreu” (Hebreus 5: 8). Por experiência própria, Ele soube
o que era estar sujeito à vontade de Seu pai. Isso é igualmente verdade para
os filhos adotivos de Deus. Eles aprendem a obediência pelas coisas que
sofrem; e isso, não apenas em um sentido passivo, mas também em um
sentido ativo. Ao sofrer [segundo] a vontade de Deus, aprendemos a fazer a
vontade de Deus. Deus não tem filhos tão obedientes como aqueles a quem
Ele nutre na escola da aflição. Por fim, Deus traz todos os Seus alunos
para subscreverem: o que Deus deseja, quando Deus deseja e como Deus
deseja. “Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu” (Mateus
6:10). Essa, de fato, é uma lição abençoada.

Plano de Leitura: 2 Samuel 14-19 CF 7.4


15 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus ensina humildade e mansidão de espírito. É


um dos desígnios de Deus, na aflição, rebaixar o orgulho do homem. Deus
pretende espalhar pano de saco sobre toda a glória do homem, a fim de que
o homem não veja nenhuma excelência (da qual se orgulhar) em toda a
criatura. Deus conduziu Israel por quarenta anos no deserto para humilhá-
los. Pelos espinhos do deserto, Deus estourou a bexiga do orgulho e deixou
escapar o vento de exaltação própria que estava no coração deles.

Plano de Leitura: 2 Samuel 20-24 CF 7.5


16 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus ensina humildade e mansidão de espírito. A


prosperidade geralmente torna os homens rudes e arrogantes com seus
irmãos pobres. O rico responde rudemente, mesmo enquanto o pobre usa de
súplicas e se dirige a ele com toda a humildade. Ele levanta a cabeça ou lhe
vira as costas com desdém e desprezo, e se considera bom demais para dar
ao seu vizinho pobre uma resposta suave e pacífica. O orgulho é uma
disposição que naturalmente corre em nossas veias e é alimentada pelo
conforto e pela prosperidade. Portanto, para domar esse orgulho de espírito
que está no homem, Deus o leva para a casa da correção, coloca seus pés no
tronco e, ali, o ensina a se conhecer. “Ele te humilhou e te deu fome”
(Deuteronômio 8:3). A fome devorou aquela carne orgulhosa que começou
a doer no estômago de Israel. Consequentemente, se você observar os filhos
de Deus tanto na fornalha da aflição, quanto na saída dela, você os verá
como as criaturas mais humildes e mansas sobre a terra; como se diz: “Uma
criança pode conduzi-los” (Isaías 11:6). Considerando o que eram antes de
serem lançados nesta fornalha de aflição, talvez, eles fossem tão orgulhosos
e arrogantes, que um anjo de Deus não poderia dizer como lidar com
eles. Porém, agora, o mais baixo dos servos de Deus pode reprová-los e
aconselhá-los.

Plano de Leitura: 1 Reis 1-4 CM 33


17 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus ensina humildade e mansidão de


espírito. Davi matou seus pobres prisioneiros e cativos amonitas a sangue
frio (2 Samuel 12:31). Todavia, o banimento e a perseguição o tornaram tão
manso, que, não apenas os justos podem reprová-lo, mas, até mesmo, os
ímpios podem reprová-lo, que ele se cala; ou se ele fala, é em palavras de
paciência e submissão: “Amaldiçoe, porque o Senhor disse: ‘Amaldiçoai a
David’” (2 Samuel 16). Um homem, por meio da aflição, passa a conhecer
seu próprio coração, o qual, na prosperidade, lhe era um estranho. Ele,
então, vê a fraqueza de sua graça e a força de sua corrupção. Ele, então, vê
que nada é fraco, exceto sua graça; e que nada é forte, exceto seu
pecado. Isso o deita no pó: “Oh, que homem miserável eu sou!” (Romanos
7:24). Na verdade, quando um homem aprende essa lição, ele não está
longe da libertação: “Buscai o Senhor, todos vocês mansos da terra, buscai
a justiça; buscai a mansidão, pode ser que no dia da ira do Senhor vocês se
escondam” (Sofonias 2:3). Este é o desígnio de Deus: primeiro, humilhar
Seu povo por meio da aflição e depois salvá-lo dela. “Porque o Senhor se
agrada do seu povo, ele embelezará os mansos com a salvação” (Salmo
149:4).

Plano de Leitura: 1 Reis 5-9 CM 34


18 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus revela a corrupção desconhecida no coração


de Seu povo. “Lembre-se de como o Senhor, seu Deus, o guiou por todo o
caminho no deserto nestes quarenta anos - para humilhá-lo e testá-lo a fim
de saber o que estava em seu coração, se você iria ou não guardar seus
mandamentos” (Deuteronômio 8:2). Em outras palavras, para fazer você
saber o que estava em seu coração: quanto orgulho, quanta impaciência,
quanta incredulidade, quanta idolatria, quanta desconfiança de Deus, quanta
murmuração, quanta ingratidão havia em seu coração; coisas que você
nunca percebeu.

Plano de Leitura: 1 Reis 10-14 CF 7.6


19 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

O pecado está muito escondido e profundo, e não é facilmente discernido,


até que o fogo da aflição venha e separe o precioso do vil. “O que devo
fazer”, diz Deus, “pela filha do meu povo? Eles são extremamente maus e
não sabem disso. O que devo fazer com eles? Vou derretê-los e
experimentá-los. Eles irão para a fornalha – e lá lhes mostrarei o que há em
seus corações!”. Na escola da aflição, Deus revela a corrupção
desconhecida no coração de Seu povo.

Plano de Leitura: 1 Reis 15-18 CM 35


20 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na fornalha, vemos mais corrupção do que jamais apareceu ou se


suspeitou. “Oh”, diz a pobre alma a quem Deus ensinou na escola da
aflição, “nunca pensei que meu coração fosse tão mau como, agora, vejo
que é. Eu não poderia acreditar que este mundo ocuparia tanto lugar em
meu coração e Cristo, tão pouco. Não achei que minha fé fosse tão fraca e
meus medos tão fortes. Encontrei essa fé fraca no perigo, a qual pensei ser
forte [quando estava] fora do perigo. Mal pensei que a visão da morte teria
sido tão terrível; e separando-me de amigos mais próximos e parentes
queridos, ela foi tão penetrante para mim. Oh, quão inábil e insensato sou
eu para administrar uma condição de sofrimento, para discernir os
objetivos de Deus, para descobrir o que Deus quer que eu faça, para
moderar as desordens de minhas próprias paixões, para aplicar os
conselhos e confortos da Palavra para seus fins e usos adequados! Oh,
onde está minha paciência, meu amor, meu zelo, minha alegria na
tribulação? Ah, nunca pensei que encontraria meu coração tão perturbado,
minhas afeições tão fora de controle, minhas graças tão fracas do que
quando eu caíra em aflições! Quanta dose de amor-próprio, orgulho,
desconfiança de Deus, confiança na criatura, descontentamento,
murmuração, elevação de coração contra as santas e justas dispensações
de Deus há em meu coração! Há agitação e preocupação dentro de mim! Ai
de mim, que coração asqueroso eu tenho!”. Além de tudo isso, na hora da
tentação, Deus traz à lembrança pecados antigos. “Somos verdadeiramente
culpados em relação a nosso irmão” (Gênesis 42:21). Os irmãos de José
podiam dizer isso vinte anos depois de vendê-lo como escravo, quando
corriam o risco de ser questionados por suas vidas, como eles supuseram.
Assim, quando os israelitas clamam a Deus em sua grande angústia por
resgate e libertação, Deus os lembra de suas velhas apostasias: “Você me
abandonou e serviu a outros deuses. Vá e clame aos deuses que você
escolheu!” (Juízes 10:13-14). Na escola da aflição, Deus revela a
corrupção desconhecida no coração de Seu povo.

Plano de Leitura: 1 Reis 19-22 CF 8.1


21 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Tempos de sofrimento são tempos de trazer o pecado à mente. “Se eles


mudarem de ideia na terra onde estão mantidos em cativeiro e se
arrependerem e rogarem contigo na terra do cativeiro e disserem: 'Pecamos,
erramos e agimos perversamente!'” (2 Crônicas 6:37). As aflições trazem ao
coração a lembrança do pecado; é um momento de nos voltarmos contra
nós mesmos e trazer de volta ao coração nossos atos rebeldes. Assim, Davi,
sob a vara, pôde se responsabilizar: “Pensei nos meus caminhos e voltei os
meus pés para os vossos testemunhos” (Salmo 119:59). Na escola da
aflição, Deus revela a corrupção desconhecida no coração de Seu povo.

Plano de Leitura: 2 Reis 1-5 CF 8.2


22 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus nos ensina a orar. Aqueles que nunca oraram
antes, orarão na aflição. “Senhor, na angústia procuramos por você. Oramos
sob o peso de sua disciplina” (Isaías 26:16). Aqueles que mantiveram
distância de Deus antes, sim, que disse ao Todo-Poderoso “afaste-se de
nós”, em sua aflição, eles se voltam para Deus. Aqueles que nunca oraram
antes, ou pelo menos o fizeram de vez em quando, abandonam um desejo
sonolento e lento e, agora, podem derramar uma oração quando o castigo
estiver sobre eles. Rebeldes, tolos, marinheiros, até mesmo o pior dos
homens, frequentemente clamam a Deus em seus problemas. Os
marinheiros pagãos caem em suas orações em uma tempestade, e podem
despertar o profeta sonolento para este dever: “O que você quer dizer, ó
dorminhoco! Levante-se e invoque o seu Deus!” (Jonas 1:6). Por isso,
alguns dizem: “Aquele que não quer orar, que vá para o mar”.

Plano de Leitura: 2 Reis 6-10 CM 26, BC 21


23 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Assim, eu digo, a aflição abre lábios mudos e desata os cordões da língua


para invocar a Deus. Aqueles a quem Deus ensina, nas aflições, aprendem a
orar de outra maneira, a saber: com mais frequência e fervor. Mais
frequentemente. O povo de Deus é um vaso cheio do espírito de oração e a
aflição é um perfurador, por meio da qual Deus a retira. Davi sempre foi um
homem de oração, mas, agora, sob a perseguição, ele fez nada mais do orar:
“Eu dar -me em oração”. Assim como os homens iníquos se entregam à sua
maldade, Davi se entregou às orações e fez disso seu trabalho. Portanto,
você pode observar que todos os Salmos nada mais são do que a fuga do
espírito de Davi em oração sob uma variedade de aflições e
perseguições. À medida que seus problemas se multiplicavam, suas orações
se multiplicavam. O homem santo nunca esteve naquela condição em que
não pudesse orar. Infelizmente, é triste considerar que, em nossa paz e
tranquilidade, oramos, muitas vezes, aos trancos e barrancos; permitimos
que cada coisinha venha e empurre a oração para longe de nós. Entretanto,
na aflição, Deus nos mantém de joelhos e, por assim dizer, “amarra o
sacrifício às pontas do altar” (Salmo 118: 27).

Plano de Leitura: 2 Reis 11-16 CM 37, BC 22


24 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus nos ensina a orar. Mais fervorosamente. Assim


como Ele nos ensina a orar com mais frequência, ensina também a orar com
mais fervor. Diz-se até do próprio Cristo que “estando em agonia, orou com
mais fervor” (Lucas 22:44), com mais intensidade. Ele orou até suar, sim,
até suar grandes gotas de sangue. A razão era porque Ele tinha, não apenas
as dores da morte, mas também a sensação de temor da ira de Seu Pai. O
mesmo acontece, muitas vezes, com os crentes. Aflições externas são
acompanhadas de deserções internas. Verdadeiramente, cristãos, aquelas
orações com as quais vocês se contentaram no dia de sua paz e prosperidade
não servirão na hora da tentação, quando vocês tentarão lembrar de suas
devoções curtas, fraca, frias, mortas, sonolentas e formais em suas famílias
e locais privados de oração, e terão vergonha delas. Então, você verá a
necessidade de orar todas as suas orações novamente e incitar-se a apegar-
se a Deus. [...] [a Igreja] nunca parece mais bela aos seus olhos do que
quando seu rosto está coberto de lágrimas! E ela nunca faz uma música
mais doce em seus ouvidos do que quando ela lamenta por Ele a partir das
fendas da rocha, em uma condição sombria e desolada. Então, diz Cristo:
“Sua voz é doce e seu rosto é adorável!” [Cântico de Salomão 2:14b].

Plano de Leitura: 2 Reis 17-21 CM 38


25 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus leva Seus filhos a um maior conhecimento da


Palavra. “foi-me bom ter sido afligido, para aprender os teus estatutos”
(Salmo 119:71). Deus enviou Davi à escola da aflição, para aprender Seus
estatutos ali. Pela correção, o povo de Deus aprende: a) Por aflição,
passamos a conversar com a Palavra mais abundantemente. É nosso
dever estudar a Palavra em todos os momentos, para “deixá-la habitar
ricamente em nós em toda a sabedoria” (Colossenses 3:16). Jó “deu mais
valor às palavras da boca de Deus do que ao seu alimento necessário” (Jó
23:12). É nossa felicidade, bem como nosso dever. Bem-aventurado o
homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, “mas o seu prazer
está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmo 1:2).
Porém, devido à distração externa e à enfermidade interna, os filhos de
Deus, muitas vezes, se tornam estranhos à Bíblia. Permitimos que as
diversões se interponham entre a Palavra e nosso coração e, portanto, Deus
trata conosco como fazemos com nossos filhos: nós os disciplinamos com a
vara da correção para [irem aos] livros deles. “Príncipes sentaram-se e
falaram contra mim” (Salmo 119:23a), diz Davi. Em outras palavras, eles se
reuniram em conselho para tirar sua vida, para que pudessem condená-lo
como um traidor de Saul. E o que ele fez nesse ínterim? Segue-se: “mas o
teu servo meditou nos teus estatutos” (v. 23b). E mais uma vez: “Príncipes
me perseguiram sem causa, mas meu coração teme a tua palavra” (Salmo
119:161). Enquanto os perseguidores consultam os oráculos do inferno para
pecar contra Davi; Davi consulta os oráculos do Céu, para não pecar contra
Deus. Enquanto eles pecaram e não temeram, Davi temeu e não pecou.

Plano de Leitura: 2 Reis 22-25 CM 39


26 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus leva Seus filhos a um maior conhecimento da


Palavra. “foi-me bom ter sido afligido, para aprender os teus estatutos”
(Salmo 119:71). Deus enviou Davi à escola da aflição, para aprender Seus
estatutos ali. Pela correção, o povo de Deus aprende: b) Pela aflição,
aprendemos a entender a Palavra mais claramente. Como foi com os
discípulos em referência à ressurreição de Cristo: “No início seus discípulos
não entenderam tudo isso. Somente depois que Jesus foi glorificado é que
eles perceberam que essas coisas estavam escritas sobre ele” (João
12:16). O mesmo ocorre com o povo de Deus, muitas vezes, com referência
à aflição: a vara expõe a Palavra e a providência interpreta a
promessa. Jamais entenderíamos algumas passagens das Escrituras, se Deus
não nos tivesse enviado para a escola da aflição. Então, podemos lembrar
como está escrito: podemos unir a Palavra de Deus às Suas obras.

Plano de Leitura: 1 Crônicas 1-6 CM 40


27 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus leva Seus filhos a um maior conhecimento da


Palavra. “foi-me bom ter sido afligido, para aprender os teus estatutos”
(Salmo 119:71). Deus enviou Davi à escola da aflição, para aprender Seus
estatutos ali. Pela correção, o povo de Deus aprende: c) A aflição nos faz
saborear a Palavra de maneira mais doce. Na prosperidade, muitas
vezes, permitimos os prazeres deliciosos do mundo, de modo a perturbar o
nosso paladar, de modo que não podemos saborear a Palavra, nem saborear
mais doçura nela do que na clara de um ovo – como Jó fala em outro caso
(Jó 6:6). Porém, quando Deus nos mantém por semanas, meses e anos,
talvez, jejuando das iguarias do mundo; quando temos nossa forme pela
criatura totalmente diminuída, então: “Quão doces são as tuas palavras para
o meu paladar! Mais doces do que o mel para a minha boca!” (Salmo
119:103). Estas são as palavras que Davi falou em sua aflição. A vara
adoçou a Palavra: “É meu deleite, minha alegria, um ninho de doçuras”. “A
alma cheia abomina o favo de mel”; quando estamos abarrotados de
confortos da Criação, muitas vezes, enjoamos da própria Palavra; “mas para
o faminto todo amargo é doce” (Provérbios 27:7). Que Deus faça-nos passar
fome das coisas do mundo ao nosso redor, então, quão cordial será uma
palavra de consolo vinda das Escrituras! Quão preciosas, então, serão as
promessas! [...] A Palavra nunca é tão doce como quando o mundo está
mais amargo. Portanto, Deus põe vinagre nas guloseimas do mundo, para
que possamos ir aos seios da Palavra, e ali “sugar e nos fartar do leite da
consolação” (Isaías 66:11). “Este é o meu conforto na minha aflição, pois a
tua palavra me vivificou” (Salmo 119:50). Bendito seja Deus por essa
aflição que adocica a Palavra para nós.

Plano de Leitura: 1 Crônicas 7-10 CM 41


28 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Deus, na escola da aflição, especialmente nos perigos em que há risco


de vida – mostra aos Seus filhos a necessidade de evidências sólidas do
céu e da felicidade. Ai de mim, pois como nos contentamos
frequentemente, no tempo de nossa prosperidade, com que evidências fáceis
e leves quando a candeia do Todo-Poderoso brilha em nossos tabernáculos,
e quando tudo está em paz e sossego ao nosso redor! O coração sendo
tomado por outros frutos, nos falta tempo e vontade para prosseguir no
julgamento de nosso próprio estado. As pessoas se importam apenas com o
que vai servir no presente e que acalma seu coração, para que possam
seguir seus prazeres e lucros com menos arrependimento. Portanto, para
economizarem esforço, eles tomam isso como evidência, como aquilo que
seu preguiçoso coração carnal desejava que fosse. Mas, agora, na hora da
tentação, as folhas de figueira não cobrirão mais a nudez; nada servirá a não
ser o que será capaz de se apresentar diante de Deus e suportar a prova de
fogo no Dia de Cristo.

Plano de Leitura: 1 Crônicas 11-14 CF 8.3


29 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Deus, na escola da aflição, especialmente nos perigos em que há risco


de vida – mostra aos Seus filhos a necessidade de evidências sólidas do
céu e da felicidade. Oh, então, uma evidência clara e inquestionável do
interesse salvador em Cristo e no amor de Deus valerá dez mil
mundos! Sombras e aparências de graça desaparecerão diante dAquele que
sonda corações. Somente a verdade e a integridade da graça podem dar
ousadia no Dia do Juízo. Ah, que coração preguiçoso e enganoso há em
nós, que pode se satisfazer com vãs esperanças e se aventurar a morrer
fundamentados nelas? No entanto, bom e reto é o Senhor, que ensinará aos
pecadores o seu caminho, que pelos trovões de Seus julgamentos justos
despertará a criatura vã desses sonhos tolos, nos quais, se morressem,
seriam destruídos para sempre. Bem, continuemos insistindo e pressionando
estas questões em nossas almas: “Esta fé me salvará quando eu estiver
diante do trono do Cordeiro? Será que esse amor me dá confiança no Dia
do Juízo? Será que esta evidência me servirá quando eu morrer?”. Ó
cristãos, tenhamos medo de deitar [todos os dias], em nossas camas, com
evidência tola – com a qual não ousamos deitar em nossos túmulos.

Plano de Leitura: 1 Crônicas 15-17 CM 42, BC 23


30 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus nos faz ver que coisa má e amarga é


entristecer o seu bom Espírito. Quando estamos na amargura de nosso
espírito e queremos o Consolador, então, começamos a lembrar quantas
vezes temos entristecido o Espírito que teria sido um Consolador para nós e
nos selou para o Dia da Redenção (Efésios 4:30). Dizemos dentro de nós
mesmos, com relação ao Espírito de Deus, como uma vez os filhos de Jacó
disseram uns aos outros com relação a José: “Somos realmente culpados em
relação a nosso irmão, porque vimos a angústia de sua alma, quando ele nos
suplicou, e não quisemos ouvir; por isso nos sobreveio esta angústia”
(Gênesis 42:21). Com essa linguagem, eu digo, a alma, na hora da tentação,
falará a si mesma. “Ah, eu sou verdadeiramente culpado por aquele terno
Espírito de Graça e Conforto que sempre disse: ‘Ó! Não faça essa coisa
abominável que eu odeio!’” (Jeremias 44:4); mas eu não quis ouvir. O
Espírito não é Aquele cujas repreensões desprezei, cujos conselhos detestei,
cujas advertências negligenciei, sim, cujos confortos menosprezei e
considerei como uma coisa pequena? Ah desgraçado! Como é justo, agora,
que o Espírito de Deus deve se retirar! Como é justo que Ele despreze
minhas tristezas e ria de minhas lágrimas! Como é [justo] que Ele cale
minhas orações, apague meu pavio fumegante e quebrar meu caniço
machucado (cf. Isaías 42:3)! Bem, se o Senhor realmente se agrada em tirar
minha alma de problemas, e em reavivar meu espírito desmaiado com seus
doces consolos — então, espero que eu seja, no futuro, mais obediente aos
conselhos e repreensões do Espírito da graça.

Plano de Leitura: 1 Crônicas 18-21 CM 43, BC 24


31 de março
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Na escola da aflição, Deus leva a alma a uma doce e próxima comunhão


com Ele. A prosperidade externa é um grande obstáculo à nossa comunhão
com Deus. Em parte, porque, ao liberar nossos afetos desordenadamente
para a criatura, permitimos que o mundo se interponha entre Deus e nossos
corações e, assim, interceptamos aquela doce e constante comunhão que
deveria haver entre nós e Deus. O povo de Deus comete mais crimes em
seus confortos lícitos, porque ali a armadilha, não sendo tão visível como
nos pecados mais grosseiros, pega os crentes mais facilmente — são as
armadilhas nos confortos lícitos. Logo, ficamos surpresos onde temos
menos ciúmes. A prosperidade externa também obstrui nossa comunhão
com Deus, porque deixamos de vigiar contra pecados menores. Enquanto
nosso coração se aquece com a prosperidade, muitas vezes, pensamos que
os pequenos pecados não podem causar grandes danos. Porém, nisso nos
enganamos lamentavelmente, pois o menor pecado tem a natureza do
pecado, assim como a menor gota de veneno é veneno. Nos pecados
menores, existe o maior desprezo por Deus, visto que o desafiamos por uma
ninharia, como o consideramos, e arriscamos [colocar-nos sob o] Seu
desagrado por um pouco de satisfação sensual.

Plano de Leitura: 1 Crônicas 22-26 CF 8.4


ABRIL
John Flavel e Andrew Gray
1º de abril
Qual é a importância do coração?
John Flavel
Provérbios 4:23

O coração do homem é a sua pior parte, antes de ser regenerado, e a sua


melhor, depois. É o assento dos princípios e a fonte das ações. Os olhos de
Deus estão (e os olhos do cristão também devem estar) fixados,
principalmente, nele. A maior dificuldade de conversão é ganhar o coração
para Deus; e a maior dificuldade, após a conversão, é manter o coração com
Deus. Aqui, reside a própria força e tensão da religião. Aqui, é o que faz do
caminho da vida um caminho estreito; e o portão do céu, um portão estreito.

Plano de Leitura: 1 Crônicas 27-29 CF 8.5


2 de abril
O que é o coração e a importância de guardá-lo
John Flavel
Provérbios 4:23

O coração não é tomado propriamente pela parte nobre do corpo, que os


filósofos chamam de “o primeiro que vive e o último que morre”. Mas, a
Escritura, às vezes, apresenta o coração, em metáfora, [tomando-o como]
algumas faculdades nobres e particulares da alma. Em Romanos 1:21, ele é
tomado como o entendimento; seu coração tolo, isto é, seu entendimento
tolo foi escurecido. Em Salmo 119:11, ele é usado como memória: “Tua
palavra escondi no meu coração”; e 1 João 3:10, ele é usado como
consciência, que inclui tanto a luz do entendimento quanto os
reconhecimentos da memória. Se nosso coração nos condenar, ou seja, se
nossa consciência, cujo ofício é condenar. Mas, no texto, devemos tomá-lo,
em geral, com sendo toda a alma ou homem interior. O que o coração é para
o corpo, a alma é para o homem; e o que é a saúde para o coração, a
santidade é para a alma. O estado de todo o corpo depende da solidez e
vigor do coração; e o estado eterno de todo o homem depende da boa ou má
condição da alma.

Plano de Leitura: 2 Crônicas 1-4 CM 44, BC 25


3 de abril
O que é guardar o coração?
John Flavel
Provérbios 4:23

Entenda guardar o coração como sendo o uso diligente e constante de todos


os meios sagrados para preservar a alma do pecado e manter sua doce e
livre comunhão com Deus. Eu digo constante, pois a razão acrescentada no
texto estende o dever a todos os estados e condições da vida de um cristão,
tornando isso sempre obrigatório. Se o coração deve ser guardado porque
dele procedem as questões da vida, então, enquanto essas questões da vida
fluem dele, somos obrigados a guardá-lo. [A palavra hebraica para
guardar], no texto, é uma palavra tomada da [imagem de] uma guarnição
assediada por muitos inimigos externos e em perigo de ser traída por
cidadãos traiçoeiros internos; perigo que os soldados, sob dor da morte, são
ordenados a vigiar. Embora a expressão “guarde seu coração” pareça ser
colocada sobre nós como nosso trabalho, isso não implica que haja uma
suficiência em nós para fazê-lo. Somos tão capazes de parar o sol no seu
curso, ou fazer os rios correrem para trás, quanto, por nossa própria vontade
e poder, governar e ordenar nosso coração. [...]. Ainda assim, Salomão fala
adequadamente quando diz: Guarda o teu coração, porque o dever é nosso,
embora o poder seja de Deus. O poder que temos depende da força
animadora e ajudadora de Cristo. A graça dentro de nós depende da graça
fora de nós. “Sem mim, vocês não podem fazer nada”; muito para a questão
do dever.

Plano de Leitura: 2 Crônicas 5-7 CM 45, BC 26


4 de abril
Como guardar o coração e a importância de guardá-lo
John Flavel
Provérbios 4:23

O hebraico é muito enfático: “guarde-se com todas as guardas”; ou “guarde,


guarde, defina guardas duplas”. Esta veemência de expressão com a qual o
dever é instado implica, claramente, o quão difícil é guardar nossos
corações e quão perigoso é negligenciá-los! O motivo para este dever é
muito forte e pesado: “Porque dele procede as questões da vida”. Ou seja, o
coração é a fonte de todas as operações vitais. É a mola mestra do bem e do
mal, como a mola em um relógio que coloca todas as engrenagens em
movimento. O coração é o tesouro, a mão e a língua, mas também a oficina.
O que está nesses, vem daquele. A mão e a língua sempre começam onde o
coração termina. O coração planeja e os membros executam: “um homem
bom, do bom tesouro de seu coração, traz o que é bom, e um homem mau,
do tesouro maligno de seu coração, traz o que é mau: a boca fala do que o
coração está cheio” [Mt 12.35]. Então, se o coração errar em seu trabalho,
as mãos devem falhar no trabalho dela. Pois, erros quanto ao coração são
como os erros no uso de remédios, que não pode ser corrigida
posteriormente; ou como o deslocamento e inversão dos selos e letras na
imprensa, que deve causar inúmeros erros em todas as cópias que são
impressas. Ó, então, como é importante o dever que está implica em tudo
isso.

Plano de Leitura: 2 Crônicas 8-12 CM 46, BC 27


5 de abril
Guardar o coração é aquilo que há
de mais importante para o crente
John Flavel
Provérbios 4:23

A guarda e correta gestão do coração em todas as condições é o único


grande negócio da vida de um cristão. O que o filósofo diz das águas é tão,
apropriadamente, aplicável aos corações: é difícil mantê-los dentro de
qualquer limite. Deus lhes estabeleceu limites, contudo, com que frequência
eles transgridem não apenas os limites da graça e da religião, mas até
mesmo da razão e da honestidade comum? Isto é o que proporciona a
questão cristã de trabalho e vigilância, até o seu dia de morte. Não é a
limpeza da mão que faz o cristão, pois muitos hipócritas podem mostrar
uma mão tão limpa quanto o cristão. Contudo, a não observância
purificadora e o não ordenamento correto do coração é o que provoca tantas
queixas tristes e custa muitos gemidos profundos e lágrimas. Era o orgulho
do coração de Ezequias que o fazia meter-se no pó, de luto perante o
Senhor. Foi o medo da hipocrisia, invadindo o coração, que fez Davi chorar:
“Deixe meu coração ser som em seus estatutos, para que eu não fique
envergonhado”. Foi a triste experiência que ele teve das divisões e
distrações de seu próprio coração ao serviço de Deus, que o fez derramar a
oração: “Une meu coração para temer seu nome”. O método pelo qual eu
proponho aplicar a proposição é este: Em primeiro lugar, eu vou perguntar
o que importa e está pressuposto na guarda do coração. Em segundo lugar,
atribuir diversas razões pelas quais os cristãos devem fazer deste o
empreendimento principal de suas vidas. Em terceiro lugar, salientar os
períodos que, especialmente, chamam para esta diligência em guardar o
coração. Em quarto lugar, aplicar o todo.

Plano de Leitura: 2 Crônicas 13-16 CM 47


6 de abril
Como guardar o coração e a importância de guardá-lo
John Flavel
Provérbios 4:23

Para guardar o coração, necessariamente, é pressuposto uma obra anterior


de regeneração, que estabeleceu o correto coração, dando-lhe uma nova
inclinação espiritual. Enquanto o coração não se ajustar à graça como a uma
moldura habitual, nenhum meio pode endireitá-lo a Deus. O eu é a fonte do
coração não renovado, o qual avança e se move em todos os seus projetos e
ações. Enquanto for assim, é impossível que qualquer meio externo o
mantenha com Deus. O homem era, originalmente, de um estado de espírito
constante e uniforme, realizava um caminho reto e uniforme. Nenhum
pensamento ou faculdade era desordenado: sua mente tinha um perfeito
conhecimento dos requerimentos de Deus, sua vontade estava em um
cumprimento perfeito para com eles. Todos os seus apetites e poderes
estavam em uma subordinação mais obediente. O homem, pela apostasia,
tornou-se uma criatura muito desordenada e rebelde, opondo-se ao seu
Criador, como a Causa Primeira, pela dependência de si mesmo; como o
Bom Chefe, pelo amor-próprio; como o Supremo Senhor, pela vontade
própria; e como o último fim, pela busca de si mesmo. Assim, ele é
inteiramente desordenado e todas as suas ações são irregulares. Mas, pela
regeneração, a alma desordenada é corrigida. Essa grande mudança é, como
as Escrituras a expressa, a renovação da alma segundo a imagem de Deus,
na qual independência é removida pela fé; amor-próprio, pelo amor de
Deus; vontade própria, sujeição e obediência à vontade de Deus; e
autossatifação, por autonegação. O entendimento em trevas é iluminado; o
insubmisso será suavemente subjugado; o desejo rebelde, gradualmente,
conquistado. Assim, a alma, que o pecado havia universalmente depravado,
é, pela graça, restaurada. Sendo isso pressuposto, não será difícil apreender
o que é guardar o coração, que é, senão, o constante cuidado e diligência de
um homem tão renovado para manter sua alma nesse limite sagrado, ao qual
a graça o elevou. Pois, embora a graça tenha, em grande medida, alinhado a
alma e lhe tenha dado um temperamento celestial habitual; ainda assim, o
pecado, geralmente, a desmantela, de modo que mesmo um coração
gracioso é como um instrumento musical, que, embora seja sintonizado
exatamente, uma pequena questão o faz desafinar novamente. Sim, deixe-o
encostado um pouco de tempo, e será necessário ajustar novamente, antes
que outra lição possa ser executada nele.

Plano de Leitura: 2 Crônicas 17-20 CM 48


7 de abril
O que está envolvido na obra de guardar o coração? (1)
John Flavel
Provérbios 4:23

Envolve observação frequente do estado do coração. Pessoas carnais e


formais não prestam atenção a isso. Elas não podem ser levadas a conversar
com seu próprio coração. Há algumas pessoas que viveram quarenta ou
cinquenta anos no mundo e não tiveram apenas uma hora de conversa com
seu próprio coração. É difícil fazer com que um homem e ele mesmo se
juntem em tal obra. Mas os santos sabem que esses solilóquios são muito
saudáveis. O pagão poderia dizer: “a alma é sábia ao ficar quieta na
quietude”. Embora os falantes não se importem com as contas, os corações
honestos saberão se retrocedem ou se avançam. “Eu me comunico com meu
próprio coração”, diz Davi. O coração nunca pode ser guardado até que seu
caso seja examinado e compreendido.

Plano de Leitura: 2 Crônicas 21-24 CM 49


8 de abril
O que está envolvido na obra de guardar o coração? (2)
John Flavel
Provérbios 4:23

Envolve humilhação profunda por causa de males e distúrbios no


coração. Ezequias se humilhou pelo orgulho do seu coração. Assim, as
pessoas foram ordenadas a estender as suas mãos a Deus em oração,
percebendo a praga de seus próprios corações. Sobre esse relato, muitos de
seus corações foram derrubados diante de Deus: “Ó, que coração eu tenho”.
Os santos têm, em sua confissão voltada para o coração, o lugar dolorido:
“Senhor, aqui está a ferida”. Assim como ocorre com os olhos, ocorre com
o coração bem guardado. Se uma pequena poeira entra nos olhos, o
indivíduo nunca cessará de piscá-lo e lavá-lo até que ele a tenha tirado:
assim também, o coração honesto não pode descansar até que tenha tirado
seus problemas e derramado suas queixas perante o Senhor.

Plano de Leitura: 2 Crônicas 25-28; CM 50.


9 de abril
O que está envolvido na obra de guardar o coração? (3)
John Flavel
Provérbios 4:23

Isso inclui uma súplica sincera e uma oração instantânea para purificar
e confirmar a graça, quando o pecado contaminou e desordenou o
coração. “Limpe-me das faltas secretas. Une-se ao meu coração para que
eu tema seu nome”. Os santos sempre apresentaram muitas petições diante
do trono da graça de Deus. Isso é o que é mais implorado por eles a Deus.
Quando estão orando por misericórdia externa, talvez, seus espíritos sejam
mais negligentes. Mas quando se trata de caso do coração, eles estendem
seus espíritos ao máximo, enchem a boca com argumentos, choram e fazem
súplicas: “Ó, por um coração melhor! Ó, por um coração amar mais a Deus
e odiar mais o pecado; por um caminhar mais uniformemente com Deus.
Senhor! Não me negue esse coração; pode me negar tudo, [mas] me dê um
coração para temer o Senhor, amá-lO e deleitar-se em Ti, se eu imploro meu
pão em lugares desolados”. Observa-se um santo eminente, que quando ele
estava confessando o pecado, ele nunca cederia a confissão até que ele
sentisse algum quebrantamento de coração por aquele pecado. Quando
orava por qualquer misericórdia espiritual, jamais cederia esse traje até que
obtivesse algum prazer daquela misericórdia.

Plano de Leitura: 2 Crônicas 29-32 CM 51, BC 28


10 de abril
O que está envolvido na obra de guardar o coração? (4)
John Flavel
Provérbios 4:23

Inclui o forte empenho em nós mesmos para caminhar mais


cuidadosamente com Deus e evitar as ocasiões pelas quais o coração
pode ser induzido a pecar. Os votos bem aconselhados e deliberados são,
em alguns casos, muito úteis para proteger o coração contra algum pecado
especial. “Eu fiz uma aliança com meus olhos”, diz Jó. Por meio disso, os
homens santos intimidaram suas almas e se preservaram da impureza.
Inclui uma suspeita constante e sagrada sobre nosso coração. A
autossuspeita rapidamente visto é um excelente conservador do pecado.
Aquele que guardar o seu coração deve ter os olhos da alma acordados e
abertos sobre todos os movimentos tumultuados, anormais e desordenados
de suas afeições. Se as afeições se soltarem e as paixões se agitarem, a alma
deve descobri-la e reprimi-las antes de chegarem a certa altura. “Ó, minha
alma, você está bem com isso? Meus pensamentos e paixões tumultuosos,
onde é sua comissão?” Feliz é o homem que assim teme sempre. Por este
temor do Senhor é que os homens se afastam do mal, sacodem a preguiça e
preservam a si mesmos da iniquidade. Aquele que guardará seu coração
deve comer e beber com temor, se alegrar com temor e passar o tempo
inteiro de sua permanência aqui com temor. Tudo isso é pouco para guardar
o coração do pecado. E inclui a percepção da presença de Deus conosco e
a companhia do Senhor sempre diante de nós. Estes indivíduos
encontraram um meio poderoso de guardar seus corações firmes e intimidá-
los do pecado. Quando o olho de nossa fé é fixado no olho da onisciência
de Deus, não nos atrevemos a deixar nossos pensamentos e afeições para a
vaidade. Esse santo trabalho não ousa tolerar o seu coração se entregar a um
pensamento impuro e vão. E o que o levou a uma grande cautela? Ele nos
diz: “Ele não vê meus caminhos, e conta todos os meus passos?”.

Plano de Leitura: 2 Crônicas 33-36 CM 52


11 de abril
Guardar o coração é o trabalho mais difícil
John Flavel
Provérbios 4:23

O trabalho do coração é um trabalho, de fato, difícil. Embaralhar os deveres


religiosos com um espírito descuidado e desatento, não custará grandes
esforços. Mas, te colocar diante do Senhor e amarrar teus pensamentos
desordenados e fúteis a uma presença constante e séria a Ele, isso custará
algo a você. Alcançar uma facilidade e destreza de linguagem na oração e
colocar seu significado em expressões adequadas e decentes, é fácil. Mas,
quebrar seu coração por causa do pecado, enquanto você está confessando;
derretido com livre graça, enquanto você está exaltando a Deus por isso; ser
realmente envergonhado e humilhado pelas apreensões da santidade infinita
de Deus e manter seu coração nessa estrutura, não só durante, como
também depois do dever; certamente, lhe custará alguns gemidos e dores de
alma. Reprimir os atos exteriores do pecado e compor a parte externa da tua
vida de uma maneira louvável, não é grande coisa – mesmo as pessoas
carnais, pela força de princípios comuns, podem fazer isso. Mas, matar a
raiz da corrupção interior, estabelecer e manter um governo santo sobre o
seu pensamento, ter todas as coisas em linha reta e ordenada no coração –
isso não é fácil.

Plano de Leitura: Esdras 1-3 CM 53


12 de abril
Guardar o coração deve ser o trabalho mais constante
John Flavel
Provérbios 4:23

A manutenção do coração é uma obra que nunca é completada até a vida


acabar. Não há tempo ou condição na vida de um cristão no qual haverá um
intervalo desse trabalho. É estar de vigilância em nossos corações, como
estava de vigilância as mãos de Moisés enquanto Israel e amelequitas
estavam lutando. Quando as mãos de Moisés pesavam e abaixavam,
prevaleciam os amalequitas. Parar a vigilância sobre o seu próprio coração,
por apenas alguns minutos, custou a Davi e a Pedro muitos dias e noites de
tristeza.

Plano de Leitura: Esdras 4--6 CM 54


13 de abril
Guardar o coração é o trabalho mais importante
John Flavel
Provérbios 4:23

É o negócio mais IMPORTANTE da vida de um cristão. Sem isso,


somos apenas formalistas na religião: todas as nossas profissões, dons e
deveres não significam nada. “Meu filho, dê-me o teu coração”, é o pedido
de Deus. Deus tem o prazer de chamar isso de uma entrega voluntária,
embora nos seja um dever. Ele colocará essa honra sobre a criatura, para
recebê-la dela como um presente. Mas se isso não lhe for dado, Ele não
considerará o que mais você trouxer a Ele. Há apenas muita dignidade no
que fazemos, quando há muito de nosso coração no que fizermos. No que
diz respeito aos ouvidos, Deus parece dizer, como José de Benjamim: “Se
você não trouxe Benjamim com você, você não verá meu rosto”. Entre os
pagãos, quando a besta foi cortada para sacrifício, a primeira coisa que o
sacerdote considerava era o coração; e se ele fosse pobre e sem valor, o
sacrifício era rejeitado. Deus rejeita todos os deveres (quão gloriosos seja
em outros aspectos) que lhe são oferecidos sem o coração. Aquele que
executa o dever sem o coração, isto é, sem cuidado, não é mais aceito por
Deus do que aquele que o executa com um coração doble, isto é,
hipocritamente.

Plano de Leitura: Esdras 7-10 CM 55


14 de abril
A monstruosidade de nosso coração
Andrew Gray
Provérbios 4:23

Nós consideramos que, se houvesse uma janela aberta em cada um de


nossos seios, através da qual cada um de nós (que estamos aqui) pudesse
ver o coração um do outro, nos tornaríamos monstros e assombrações um
para o outro, bem como para nós mesmos; e poderíamos gritar: “Oh, onde
está o Deus de juízo, que não se vinga de tais corações enganosos?”. Se
nosso coração estivesse fora de nós (por assim dizer), e víssemos o interior
dele, ficaríamos maravilhados com a paciência de Deus. Eu penso: tal é o
engano desesperado de nosso coração, que se todos os santos, desde os dias
de Adão aos que existirão até o fim do mundo, tivessem, apenas, um
coração para guiar, eles o desencaminhariam. Eu só poderia dizer isto aos
crentes: que se seu coração fosse largado, por uma hora, do dever de o
guardar, você cometeria mais iniquidade do que pode imaginar ou sonhar.

Plano de Leitura: Neemias 1-4 CM 56


15 de abril
Por que deveríamos atentar para o nosso coração?
Andrew Gray
Provérbios 4:23

Há apenas estas quatro coisas sobre as quais eu gostaria de falar, antes de


chegar às palavras [da Escritura]. Eu peço que você prestasse atenção a
elas: Primeiro, há muitos de nós que temos dois corações em nosso peito –
esses são os hipócritas (Tiago 1.8). Um homem de mente dúbia é instável
em todos os seus caminhos; isto é, um homem que tem dois corações – uma
parte de seu coração vai para Deus e a outra parte de seu coração vai para o
diabo. E eu penso que, se todos fôssemos sondados, é de se temer que
muitos de nós seríamos encontrados na condição de homens de dois
corações. Em segundo lugar, embora vocês dessem a Cristo todos os seus
membros, ainda assim, se vocês não dessem a Ele o seu coração, não
haveria nada em consideração; se Lhe dessem os olhos, de modo que não
olhassem para os seus ídolos agradavelmente, nem ainda olhassem com
deleite para qualquer objeto maldito ou pecaminoso; e se você Lhe desse
seus ouvidos, de modo que você não pudesse dar ouvidos à voz de qualquer
uma das tentações que acendiam você, antes, fosse tão surdo quanto uma
víbora; e se Lhe desse a sua língua, de modo que não lhe falasse nada que
Lhe seja desonroso; e se você Lhe desse os pés, de modo que você não
andasse de qualquer maneira, mas em um caminho aprovado por Deus; eu
afirmo: ainda que você desse a Ele todos esses membros do seu corpo,
porém, se não Lhe desse o seu coração, tudo seria sem propósito
(Provérbios 23.26: “Meu filho, dê-me o seu coração”). Em terceiro lugar,
há muitos que entregam o coração aos ídolos e a língua a Cristo; mas um
dia eles serão considerados, apenas, impostores. E, por último, é algo nobre,
para o cristão, dedicar-se ao dever de guardar de seu coração. Posso dizer
sobre o coração, o que o apóstolo Tiago disse sobre a língua: “É um mal
indisciplinado, cheio de veneno mortal” (Tiago 3.8). O coração está tomado
pela prostituição para com Deus, por imaginar a maneira de satisfazer seus
desejos e, continuamente, abandona o Deus vivo. Nosso coração não está
fazendo nenhuma outra coisa, em toda a vida (de muitos de nós), senão,
profanando Seu santo nome e blasfemando contra o Deus de Jacó.
Plano de Leitura: Neemias 5-7 CF 8.6
16 de abril
Sobre o dever de guardar o coração
Andrew Gray
Provérbios 4:23

Há quatro coisas nesse texto (e dever): primeiro, o dever imposto a um


cristão, a saber, guardar seu coração. Em segundo lugar, que o coração do
homem tem muitos candidatos que o desejam, o que está implícito nesta
palavra: guarde. Em terceiro lugar, o texto apresenta a qualificação e a
maneira de como um cristão deve guardar seu coração, o que é expresso
nestas palavras: com toda diligência; ou, como as palavras podem ser
traduzidas, com toda a guarda [sobretudo o que se deve guardar, ARA]. Por
fim, as razões pelas quais você deve fazer isso: pois disso dependem as
questões da vida; pois se você fizer isso, você terá vida; mas se não, daí
vêm os resultados da morte. Agora, a partir dessas primeiras coisas no
texto, você deve considerar estas outras duas: Primeiro, que “guardar o
coração” é um dever ao qual todo cristão está incumbido; isso fica claro,
não apenas em nosso texto, mas também, em Deuteronômio 4.9: “Apenas
preste atenção a si mesmo e mantenha a sua alma diligentemente”;
Provérbios 23.26: “Guia o teu coração no caminho” – isto é, estudar para
mantê-lo, diligentemente, no caminho da piedade. E, é claro, também, que
um cristão deve guardar seu coração em razão das grandes vantagens que
são apresentadas, nas Escrituras, para esse dever. Cito, apenas, uma
passagem, Provérbios 16.32: “Melhor é o que governa o seu espírito do que
aquele que toma uma cidade”.

Plano de Leitura: Neemias 8-10 CF 8.7


17 de abril
As lamentáveis desvantagens que aguardam
aquele que não governa seu próprio coração
Andrew Gray
Provérbios 4:23

Há lamentáveis desvantagens que aguardam aquele que não governa seu


próprio coração, e lhe dá permissão para vagar, aqui e ali, é Provérbios
25.28: “Aquele que não tem domínio sobre o seu próprio espírito é como
uma cidade destruída e sem muros”. Existem duas desvantagens que
aguardam aqueles que não guardam o coração: 1. Não há tentação que
assalte o coração que não é guardado que não se torne vitoriosa; a força
espiritual abandonou aqueles que não guardam o seu coração; 2. Não há
nem a prática nem [o cumprimento do] dever no cristão que não guarda o
coração; antes, ele é como uma cidade em ruínas, sem paredes e na qual não
há ordem.

Plano de Leitura: Neemias 11-14 CF 8.8


18 de abril
Quais são as instruções e as maneiras de se guardar o coração?
Andrew Gray
Provérbios 4:23

Primeiro, importa que um cristão observe os movimentos de seu coração, e


não deixe que seu coração nem seus pensamentos se desviem, antes deve ter
um registro de todos os seus movimentos – como fica claro em Lucas
21.34: “Tomem cuidado de vocês mesmos, para que em nenhum momento
seus corações sejam sobrecarregados de saciedade e embriaguez, e de
cuidados com esta vida, e então aquele dia cairá sobre vocês sem saber”
(versão do autor). A segunda coisa que inclui guardar o coração é que você
deve guardar todas as coisas que pertencem ao seu coração; e há estas cinco
coisas que deveis guardar: Primeiro, seus pensamentos: você deve manter
seus pensamentos tão estritamente, que você não deve dar-lhes qualquer
abertura pecaminosa de forma alguma. Segundo, um cristão deve guardar
seus olhos, que são as janelas através das quais muitas maldades são
transmitidas à alma (Provérbios 23.26: Meu filho, dê-me o teu coração;
Provérbios 4.25: olhe bem os teus olhos, e as tuas pálpebras olhem
diretamente para ti; como se Salomão tivesse dito: É loucura guardarem o
coração de vocês, se não guardarem seus olhos. Terceiro, vocês devem
guardar suas línguas, para que não falem mal dos caminhos da piedade;
pois assim são as palavras que seguem o texto: “Afasta de ti a boca perversa
e os lábios perversos serão afastados de ti” [Provérbios 4.24]; ou seja,
ordene a sua língua. Quarto, vocês devem guardar os seus pés, para que
não andem nos caminhos da maldade. Se darem liberdade aos pés de vocês
para irem no caminho do inferno, será inútil guardar o coração de vocês.
Portanto, evite que seus pés corram para o assassinato de suas almas. Por
último, vocês devem guardar seus ouvidos; vocês devem se deleitar em
falar o bem da piedade, e, também, devem se deleitar em ouvir falar bem
dela. Vocês não devem estar entre aqueles que não têm cheiro de nada senão
do pecado, mas vocês devem estar entre aqueles que têm o cheiro do bem.
Portanto, como vocês não gostariam do assassinato de sua própria alma, e
como vocês não gostariam de ter o sangue dela repousando sobre suas
cabeças, então, devem guardar, corretamente, todas as partes que pertencem
à guarda correta do coração de vocês, todas as manhãs etc. Um cristão deve
levar a sério todas essas coisas e considerá-las seriamente.

Plano de Leitura: Ester 1-3 CM 57


19 de abril
O que envolve guardar o coração? (1)
Andrew Gray
Provérbios 4:23

Guardar o coração envolve evitar todas as coisas impuras que podem


contaminar seu coração, Provérbios 5.8: “Afasta o teu caminho para longe
dela, e não te aproximes da porta de sua casa”. Quando você vir qualquer
coisa maligna se aproximando, você deve afastar-se dela e evitá-la.
Deuteronômio 12.30: “guarda-te para que não te enlaces”. Existem muitas
armadilhas que podem ser cúmplices na destruição; e é isso que Moisés
assinala como o principal mal, e igualmente, muitas vezes, proíbe, neste
livro, ter pesos e balanças falsos (Levítico 19.36, Deuteronômio 25.15).
Não apenas porque eles são pecaminosos por si mesmos, mas porque são
uma aparência de mal, os homens devem evitá-los. Portanto, ele os proíbe,
e o apóstolo nos manda igualmente abster-nos de toda aparência do mal (1
Tessalonicense 5.22).

Plano de Leitura: Ester 4-6 CF 9.1


20 de abril
O que envolve guardar o coração? (2)
Andrew Gray
Provérbios 4:23

Guardar o coração envolve colocar restrições em seus coração para que


vocês não cometam iniquidade; devem primeiro estabelecer sobre vocês as
amarras do amor de Cristo; devem igualmente impor as amarras do
julgamento sobre vocês mesmos, sabendo que Deus vos chamará para a
prestação de contas de todas as vossas iniquidades que, agora, cometestes
da forma mais perversa; e você deve estabelecer a amarra da onisciência de
Deus sobre si mesmo, para saber e considerar que todas as coisas são
conhecidas por Ele e que Ele vê todas as coisas; e você deve, da mesma
forma, considerar quão grave e desagradável é o pecado à majestade de
Deus, [considerar] que o homem, que é a obra de Sua mão, se levantasse
contra Ele. Podemos dizer de nós mesmos o que está em Lamentações 3.22:
“É pela misericórdia do Senhor que não sejamos consumidos, porque a sua
compaixão não desfalece; eles são frescos todas as manhãs, etc.” (versão do
autor). Todas essas coisas um cristão deve levar a sério e considerá-las
seriamente.

Plano de Leitura: Ester 7-10 CF 9.2


21 de abril
O que envolve guardar o coração? (3)
Andrew Gray
Provérbios 4:23

Guardar o coração envolver o cristão não desprezar as oportunidades que


lhe são dadas para o fortalecimento de sua graça, pois aqueles que
desprezam as oportunidades não guardam seu próprio coração. Envolve
muita diligência por parte do cristão no exercício de seus deveres para que o
coração seja mantido e guardado em notável estrutura. Há dois exercícios
nos quais um cristão deve ser diligente: primeiro, o exercício da oração;
segundo, o exercício de observação.

Plano de Leitura: Jó 1-3 CF 9.3


22 de abril
Elementos (ou estruturas) que se deve
considerar para guardar o coração (1)
Andrew Gray
Provérbios 4:23

Primeiro, devemos guardar o coração em uma estrutura de oração, para que


ele não seja negligente e frio no cumprimento de seus deveres; a ordem para
isso é sustentada nesta palavra: “Vigiai e orai”; e, também, nesta palavra,
“orai sem cessar”. A segunda estrutura deve ser a fé; e é de se temer que
não haja muitos assim aqui. Mas que há muitos caminhando de tal forma,
que, infelizmente, temo que os levará no caminho do inferno. Se fôssemos
sinceros, agarraríamos a Cristo com firmeza e não O deixaríamos ir; e se
nosso coração estivesse bem, evitaríamos qualquer coisa que pudesse fazer
com que Ele se afastasse de nós. Todavia, temos muitas evidências claras
(hoje em dia) de que não somos por Cristo, não nos importamos se temos
Sua presença ou a queremos; a falta de Sua presença é tão leve e agradável
para nós, e tão bem aceita por muitos, (não direi todos) quanto o gozo de
Sua presença. Esta é uma evidência segura de profanação grosseira,
ignorância e estranhamento de Deus – se não houvesse mais para provar
isso, senão esse ponto, essa firmeza de coração para se imiscuir com o
pecado, então, vocês são cristãos doentios.

Plano de Leitura: Jó 4-7 CF 9.4


23 de abril
Elementos (ou estruturas) que se deve considerar
para guardar o coração (2)
Andrew Gray
Provérbios 4:23

A terceira estrutura que você deve andar é o amor; e se você estivesse


andando, relutaria em cometer pecado deliberadamente (e ai dos que o
fizerem eternamente). Não creremos (muitos de nós) nisso porque, mesmo
que um anjo pregasse isso a nós, nosso coração é duro como uma pedra
inflexível. Eu apenas diria isto a você: “Este livro, este livro glorioso, está
selado com sete selos, e nossos corações estão selados com quatorze selos”.
Oh, ai daqueles corações duros que muitos de nós temos, nunca saberemos
até que eles nos joguem eternamente no abismo. A quarta estrutura em que
um cristão deve andar é uma estrutura de amor [?]; vocês devem ter seus
corações ardendo dentro de vocês, com amor por aquele objeto glorioso,
infinito e misterioso, Jesus Cristo. Nunca seremos capazes de compreender,
nem recompensar aquele amor que ele tem por nós; pois o mais longe que
podemos ir é enjoar-se dele. Mas, O, Ele morreu com amor por nós, porque
ele nos amou tanto, que deu a sua vida por nós. A quinta estrutura que um
cristão deve seguir é o temor; o andar sob o medo do perigo em que você se
encontra, se você for deixado por si mesmo e com suas próprias forças. Eu
posso dizer: maldito seja aquele que nunca guardou seu coração nestas
cinco coisas de que falamos.

Plano de Leitura: Jó 8-10 CF 9.5


24 de abril
Ocasiões em que o cristão deve,
especialmente, guardar o coração (1)
Andrew Gray
Provérbios 4:23

A primeira ocasião: após ou sob os prazeres – devemos, então, estudar


visando guardar nosso coração; pois, então, nessa ocasião, o diabo põe-se a
nos ninar, se assim pudermos falar. Para isso, nós lhe daríamos algumas
considerações. A primeira consideração é: o coração do homem nunca está
mais orgulhoso e propenso a cometer iniquidade do que depois dos prazeres
de Deus; ele nunca está mais sujeito à se sentir seguro do que depois de
prazeres; quando foi que a esposa dormiu, senão quando estava cheia de
alegria? (Cantares de Salomão 5.3). Quando foi que os discípulos vagaram,
senão estando no monte, disseram: “Façamos três tendas?” (Mateus 17.4). E
quando foi que João cometeu idolatria? Não foi quando ele teve essas
excelentes visões do céu? A segunda consideração é: o golpe dado pelo
diabo após os prazeres é um golpe muito triste e tem feito muitos dizerem:
“Quem poderá resistir aos filhos de Anaque?” – e para chegar a essa
conclusão: “eu cairei nas mãos de alguns de meus inimigos”. A terceira
consideração é esta: se um cristão abraçar uma tentação após os prazeres,
será muito difícil para ele se livrar dela. A quarta consideração é: abraçar
uma tentação depois dos prazeres é um pecado do qual dificilmente se
arrepende; vai custar-lhe muitas lágrimas para se arrepender; pois é algo
endurecedor, endurecerá seu coração poderosamente sob todos os tipos de
pecados que ele possa cometer. A quinta consideração, abraçar uma
tentação após os prazeres é muito desagradável para Cristo, quando vocês
abraçam um ídolo e o preferem antes de um Cristo ausente. Ó, esse é o
pecado mais perigoso. Mas quando você abraça um ídolo após o gozo, isso
é um pecado condenável, pois você o prefere a um Cristo presente. Ó, isso é
um pecado terrível.

Plano de Leitura: Jó 11-14 CM 57


25 de abril
Ocasiões em que o cristão deve,
especialmente, guardar o coração (2)
Andrew Gray
Provérbios 4:23

Agora, a segunda ocasião em que você deve guardar seu coração é quando
está desempenhando seus deveres e, especialmente, no dever de orar; e deve
guardá-lo em quatro ou cinco aspectos: primeiro, ao cumprir os deveres, a
saber, na oração, estais permitindo pensamentos vãos, se o coração de vocês
não estiver bem guardado. Segundo, o coração de um cristão é propenso
para cair no pecado da formalidade. Portanto, se vocês não mantiverem seu
coração bem nos deveres, não podem deixar de ser formais no desempenho
deles. Terceiro, nosso coração, muitas vezes, tem pensamentos e apreensões
muito baixos sobre incompreensível majestade de Deus. A ignorância
condenável que existe entre as pessoas, as faz tirar tão pouca vantagem na
oração. Não falas com Ele, como a um dos teus companheiros? Onde está o
temor e o tremor que os cristãos costumavam ter, como Moisés, quando ele
apareceu e se apresentou diante de Deus? Quarto, nosso coração está
propenso a não crer, e sempre pronto a não crer em Deus e em Suas
promessas. Por último, a não ser que guardem o seu coração, é impossível
que levem consigo [em oração] a sua necessidade. Se alguém estivesse
presente e ouvisse as suas orações, diriam que não é sincero com Deus, pois
buscais tais coisas por um princípio de luz, e não por necessidade. Agora,
eu colocaria isto para você: se você já foi o observador em alguma desses
deveres ou não? Há muitos cujas orações os fazem ter mais distância de
Deus. Portanto, eu lhes pediria que olhassem para isso, que sejam sérios na
oração e saibam se essa é ou não a sua estrutura; pois há alguns que virão
da oração com muito mais laços do que quando começaram; e qual é a
razão disso, senão falta de fervor? É um grande mistério de Seu amor, o fato
de que Ele não envie fogo do céu para queimar nosso sacrifício e nos
consumir da mesma forma; pois, o que são muitas de nossas orações, senão,
por assim dizer, cortar o pescoço de um cachorro, que é uma abominação
para o Senhor?
Plano de Leitura: Jó 15-18 CM 58, BC 29
26 de abril
Ocasiões em que o cristão deve,
especialmente, guardar o coração (3)
Andrew Gray
Provérbios 4:23

A terceira ocasião em que um cristão deve especialmente guardar seu


coração é sob deserção. Vou lhe dar três razões pelas quais devemos vigiar
bem naquele momento. Primeiro, o diabo está ocupado em buscar nosso
coração sob deserção.[10] Em segundo lugar, é por abraçar um ídolo sob
deserção, que Deus prolonga o tempo de nossa permanência em deserção
por mais tempo, porque vamos para o leito de amor com um ídolo quando
Cristo está fora. Em terceiro lugar, porque quando um cristão tem menos
força, ele perde muito de sua fé e de seu amor. Então, ele faz você olhar o
mundo e ser tão insípido quanto a clara de um ovo: vocês devem tomar isso
como uma dispensação do amor de Cristo, que ele torna todas as coisas
insípidas para vocês sob deserção. Esta é uma dispensação nobre, pois, por
meio dela ele impõe a vocês a necessidade de guardar seus corações, até
que Ele volte para vocês novamente.

Plano de Leitura: Jó 19-21 CM 59, BC 30


27 de abril
Ocasiões em que o cristão deve,
especialmente, guardar o coração (4)
Andrew Gray
Provérbios 4:23

A quarta ocasião em que um cristão deve guardar o seu coração é quando


estiver em segurança. Eu acho que há alguns dormindo em um sono de
consciência, que nunca acordarão até que os gritos dos condenados no
inferno os despertem. Vou propor essas duas considerações a fim de guardar
seu coração quando estiver em segurança. Primeiro, porque quando estais
seguros, tendes, então, menos força; e não há muitos entre vocês que não
ousam responder a essa pergunta: mas que o diabo te assalta com amargura?
E quando o seu o coração está em segurança, fala que você está em uma
estrutura carnal. Segundo, se não guardarem o coração quando estão
seguros, podem dizer adeus com fé, amor e alegria até algum outro
momento; como podeis ver na prática de Félix, “vá embora, e eu te ouvirei
em outro momento” (Atos 24.25). Eu não desejaria um caso mais triste para
um inimigo, do que não guardar seu coração quando ele está sob segurança,
pois ele pode se despedir das graças do Espírito até outro momento.

Plano de Leitura: Jó 22-24 CF 10..1


27 de abril
Ocasiões em que o cristão deve,
especialmente, guardar o coração (5)
Andrew Gray
Provérbios 4:23

A última ocasião em que um cristão deve especialmente guardar seu


coração é quando as tentações fortes e sutis parecem plausíveis, honestas e
belas, então, vocês devem estar vigilantes. Ó, não deixe as tentações
ganharem em seus corações, antes mesmo de você perceber! E isso fala de
muita segurança e falta de vigilância. Eu diria que é difícil, sim, muito
difícil para um cristão, que não é vigilante, não seguir os caminhos do
diabo, cujos caminhos são mais sutis do que o caminho de uma águia no ar,
ou o caminho de uma serpente sobre uma rocha, ou a mosca de um navio
sobre o mar. Quem pode compreender seus caminhos? Ele sempre nos
tenta, tanto à nossa direita quanto à esquerda, tanto atrás quanto na frente;
tanto acordando quanto dormindo, nunca estamos livres de suas artimanhas
enganosas e insondáveis. Eu diria isso a você, é feliz aquele que sempre
teme e ouve à voz de orientação de Cristo em Sua palavra, dependendo
dEle para obter força; mas muitos ouvem mais a voz das tentações do que a
bendita voz de Cristo.

Plano de Leitura: Jó 25-28 CM 67, BC 31


28 de abril
Cristo é precioso para os crentes
Andrew Gray
1 Pedro 2.7

Ó Amado do Senhor, quanto tempo você vai parar entre estas duas
opiniões? Se Cristo é precioso (como Ele é), então que a alma O abrace; e
se seus ídolos são preciosos, então, sua alma pode abraçá-los e deleitar-se
com eles. Podemos dizer isto do precioso Cristo. Olhos não viram, nem
ouvidos ouviram, nem penetraram no coração do homem conceber e
apreender essas perfeições infinitas e preciosas que estão no precioso
Cristo. Jamais seremos capazes de compreender aquela excelência e
transcendente formosura e beleza que está na face dEle: “Ele é branco e
rosado, o principal entre dez mil; sim, ele é totalmente adorável”. Ele é
precioso. Certamente, se esta pergunta fosse feita aos que estão exaltados:
“O que vocês pensam de Cristo?”; os anjos e todos os santos que estão ao
redor do trono, arriscaria esta resposta: Cristo é excelente e extremamente
precioso – e antes sujeito à admiração do que ao discurso.

Plano de Leitura: Jó 29-31 CM 68


29 de abril
A doçura da piedade e o desprezo dela
Andrew Gray
Provérbios 2.4

A piedade é uma coisa tão sublime e divina; eleva tão altamente o crente
que é dotado dela, que, por ela, ele é admitido naquele alto pináculo de
honra e inconcebível grau de dignidade, a ponto de ser semelhante a Deus, e
ter uma gloriosa participação de sua natureza divina. Assim, não
precisamos de muita retórica para recomendá-la a vocês que provaram sua
doçura; pois a sabedoria será justificada por seus filhos (Mateus 11.19).
Porém, há alguns de vocês que não saboreiam as coisas de Deus; para quem
essas coisas aparecem como alguma fantasia utópica ou noções da cabeça
de um homem, [e, por isso] não se preocupam muito com a piedade. De
modo que, embora pudéssemos falar sobre este assunto de tal maneira que a
gloriosa luz dele nos envolvesse, ainda assim o coração cego não pode vê-lo
por que há uma masmorra dentro; e até que Cristo abra nossos olhos, bem
como revele sua luz, não podemos ser iluminados por ela. Mas se
tivéssemos tido tanta compreensão divina, a ponto de tomá-la em sua beleza
e necessidade, em suas vantagens e dignidades, em sua beleza e equidade,
deveríamos considerá-la a principal coisa que devemos fazer em toda a
nossa vida e tempo; devemos cavar em busca dela, como cavamos para
encontrar um tesouro escondido (Provérbios 2.4).

Plano de Leitura: Jó 29-31 CM 68


30 de abril
Desfrutando da Comunhão com Cristo
Andrew Gray
Cântico dos Cânticos 5.2

A morte de Cristo pode ser um forte argumento para abraçar e acolher a


Cristo. Pode nos incitar a esse dever: “abre-me, minha irmã, meu amor,
pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de
orvalho, os meus cabelos das gotas da noite” (Cânticos 5:2). Se Cristo
morreu e agora ressuscitou, isso não o persuadirá a amá-Lo? Oh, quais
argumentos vão funcionar contigo? As cinco feridas do Seu bendito corpo
não pregam essa doutrina para você: ame-O?

Plano de Leitura: Jó 32-38 CF 10.2


MAIO
Thomas Watson
1º de maio
Obediência e Conhecimento
Thomas Watson
Jeremias 7:22

A obediência é à vontade revelada de Deus. Não é suficiente ouvir a voz


de Deus, devemos também obedecê-la. A obediência é uma parte da honra
que devemos a Deus. “Se eu for Pai, onde está minha honra?” (Malaquias
1:6). A obediência carrega a condição vital da religião. “Obedece a voz do
Senhor Deus”, e cumpre os Seus mandamentos. A obediência sem
conhecimento é cega, e o conhecimento sem obediência é coxo. Raquel foi
considerada justa, porém, sendo estéril, disse: “Me dê filhos, ou eu morro”;
da mesma forma, se o conhecimento não gerar o filho da obediência, ele
morrerá. “Obedecer é melhor do que sacrificar” (1 Samuel 15:22). Saul
pensou que era suficiente para ele oferecer sacrifícios, contudo, ele
desobedeceu ao mandamento de Deus. Entretanto, “obedecer é melhor do
que sacrificar”. Deus rejeita o sacrifício, se estiver faltando a obediência.
“Porque nada falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito,
nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios”
(Jeremias 7:22). Deus impôs aqueles ritos religiosos de adoração; porém, o
significado é que Ele olhou, principalmente, para a obediência – sem a qual,
o sacrifício era apenas uma devotada tolice. O objetivo pelo qual Deus nos
deu suas leis é a obediência. “Fareis segundo os meus juízos e os meus
estatutos guardareis, para andardes neles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus”
(Levítico 18:4). Por que um rei publicaria um edito, se não fosse para ser
observado?
Plano de Leitura: Jó 39-42 CF 10.3
2 de maio
Obediência, Liberdade e Alegria
Thomas Watson
Deuteronômio 16:10

A obediência deve ser livre e alegre, ou, então, será penitência, não
sacrifício. “Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra”
(Isaías 1:19). Embora sirvamos a Deus com fraqueza, devemos estar com
disposição. Você gosta de ver seus criados irem alegremente às suas tarefas.
De acordo com a lei, Deus receberá uma oferta voluntária (Deuteronômio
16:10). Os hipócritas obedecem a Deus de má vontade e contra sua vontade;
eles fazem o bem, mas não de bom grado. Caim trouxe seu sacrifício, mas
não seu coração. É uma verdadeira regra. O que o coração não faz, não é
feito. A vontade é a alma da obediência. Deus, por vezes, aceita a
disposição sem a obra, mas nunca a obra sem disposição. A alegria mostra
que há amor no dever; e o amor é para nossos serviços o que o sol é para
frutas: adoça e amadurece, e os faz sair com um melhor sabor.
Plano de Leitura: Provérbios 1-4 CF 10.4
3 de maio
Obediência, Devoção e Fervor
Thomas Watson
Romanos 12.11

A obediência deve ser devotada e fervorosa. “Fervor de Espírito”


(Romanos 12:11). Assim como a água ferve, assim também o coração deve
ferver com os quentes afetos do serviço a Deus. Os anjos gloriosos, por
queimarem em fervor e devoção, são chamados serafins, são escolhidos por
Deus para servi-lo no céu. O caramujo, sob a lei [cerimonial], era imundo,
porque é uma criatura aborrecida e preguiçosa. Obediência sem fervor, é
como um sacrifício sem fogo. Por que nossa obediência deve ser viva e
fervorosa? Porque Deus merece o desabrochar e a força de nossas afeições.
Domiciano não teve sua estátua esculpida em madeira ou ferro, mas feita de
ouro. Afeições vivas tornam o serviço dourado. É o fervor que torna
aceitável a obediência. Elias era fervoroso em espírito, e sua oração abriu e
fechou o céu. E, novamente, ele orou, e o fogo caiu sobre seus inimigos (2
Reis 1:10). A oração de Elias tirou fogo do céu, porque, sendo fervorosa,
levou fogo ao céu.

Plano de Leitura: Provérbios 5-7 CM 60


4 de maio
Obediência Total
Thomas Watson
Salmo 119.6

A obediência deve ser extensa, deve alcançar todos os mandamentos de


Deus. “Então, não terei de que me envergonhar, (ou, como é no hebraico, lo
ehosh) quando considerar em todos os teus mandamentos” (Salmo 119.6).
Todos os requisitos de Deus exigem igual esforço. Há um selo de
autoridade divina sobre todos os mandamentos de Deus; e se eu obedecer a
um preceito, porque Deus ordena, então, devo obedecer a todos. A
verdadeira obediência percorre todos os deveres da religião, como o sangue
através de todas as veias, ou o sol através de todos os signos do zodíaco.
Um bom cristão faz a piedade do evangelho e a equidade moral beijarem-
se. Aqui, alguns descobrem sua hipocrisia: eles obedecerão a Deus em
algumas coisas que são mais fáceis e que elevarão sua reputação; mas
outras coisas, deixam por fazer. “Uma coisa te falta” (Marcos 10:21).
Herodes poderia ouvir João Batista, mas não deixaria seu incesto. Alguns
orarão, mas não darão esmola; outros darão esmolas, mas não orarão. “Ai
de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do
endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes
da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas,
sem omitir aquelas!” (Mateus 23:23). O texugo tem um pé mais curto que o
outro; estes [os hipócritas, como o texugo] são mais defeituosos em alguns
deveres do que em outros. Deus não gosta de tais servos parciais, que fazem
parte da obra que Ele mandou, e deixam a outra incompleta.
Plano de Leitura: Provérbios 8-10 BC 32
5 de maio
Obediência e Sinceridade
Thomas Watson
2 Crônicas 25.2

A obediência deve ser sincera. Devemos apontar para a glória de Deus


através da sinceridade. Na religião, a finalidade é tudo. O fim de nossa
obediência não deve ser calar a boca da consciência, nem ganhar aplausos
ou preferências; mas que possamos crescer mais parecidos com Deus e lhe
trazer mais glória. “Fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).
Aquilo que estragou muitas obras gloriosas e as fez perder a recompensa foi
que os objetivos dos homens estavam errados. Os fariseus davam esmola,
mas tocavam uma trombeta para que tivessem a glória dos homens (Mateus
6:2). A esmola deve brilhar, mas não queimar. Jeú fez bem em destruir os
adoradores de Baal, e Deus o recompensou por isso; mas, porque seus
objetivos não eram bons (pois ele tinha como objetivo se estabelecer no
reino), Deus não o considerou melhor do que um assassino: “castigarei,
pelo sangue de Jezreel, a casa de Jeú” (Oseias 1:4). Que olhemos para as
nossas intenções na obediência; é possível que a ação seja correta, mas não
o coração (2 Crônicas 25:2). Ele fez o que era reto aos olhos do Senhor, mas
não o fez com coração perfeito. Duas coisas devem ser primeiramente
observadas na obediência: o princípio e o fim. Embora um filho de Deus dê
passos curtos em sua obediência, ele toma um caminho correto.

Plano de Leitura: Provérbios 11-13 CF 11.1


6 de maio
Obediência e a Mediação de Cristo
Thomas Watson
2 Crônicas 26:20

A obediência deve ser em e através de Cristo. “Ele nos concedeu


gratuitamente no Amado” (Efésios 1:6). Não a nossa obediência, mas os
méritos de Cristo adquirem a aceitação. Em todas as partes da adoração,
devemos apresentar Cristo a Deus nos braços da nossa fé. Se não servirmos
a Deus assim, com esperança e confiança dos méritos de Cristo, nós mais O
provocamos do que O agradamos. Como quando o rei Uzias ofereceu
incenso sem um sacerdote, Deus ficou irado com ele e o feriu com lepra (2
Crônicas 26:20). Então, quando não nos chegamos a Deus em e através de
Cristo, oferecemos incenso a Ele sem um sacerdote, e o que podemos
esperar, além de repreensões severas?
Plano de Leitura: Provérbios 14-16 CM 70, BC 33
7 de maio
Obediência e Constância
Thomas Watson
Salmo 106:3

A obediência deve ser constante. “Bem-aventurados os que guardam a


retidão e o que pratica a justiça em todo tempo” (Salmo 106:3). A
verdadeira obediência não é como uma vermelhidão na face, quando
envergonhado. É como o fogo no altar, que sempre estava queimando
(Levítico 6:13). A obediência dos hipócritas só dura uma temporada. É
como o trabalho em gesso, que logo é desgastado. Mas a verdadeira
obediência é constante. Embora nos encontremos em aflição, devemos
continuar em nossa obediência. “Contudo, o justo segue o seu caminho, e o
puro de mãos cresce mais e mais em força” (Jó 17:90. Nós prometemos
constância; nós prometemos renunciar às pompas e vaidades do mundo, e
lutar sob a bandeira de Cristo até a morte. Quando um servo entra em um
pacto com seu mestre e os contratos são selados, ele não pode voltar, ele
deve cumprir o seu tempo. Então, há pactos feitos no batismo e na Ceia do
Senhor, os pactos são renovados e reafirmados por nossa parte, para que
fiquemos fiéis e constantes em nossa obediência. Portanto, devemos imitar
a Cristo, que se tornou obediente até a morte (Filipenses 2:8). A coroa está
fixa na cabeça da perseverança. “Ao vencedor, que guardar até ao fim as
minhas obras, [...] dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã” (Apocalipse 2:26,
28).
Plano de Leitura: Provérbios 17-19 CF 11.2
8 de maio
O homem piedoso ama a Palavra
Thomas Watson
Salmo 119.97

O homem piedoso ama a Palavra escrita. Crisóstomo compara a Escritura


a um jardim com ornamentos e flores. Um homem piedoso se deleita em
andar neste jardim e se confortar agradavelmente; ele ama cada ramo e
porção da Palavra. a) Ele ama a parte de conselheira da Palavra, pois é um
diretório e uma regra para a vida. Ela contém “coisas a serem cridas e
[11]
praticadas”. Um homem piedoso ama os aforismos da Palavra. b) Um
homem piedoso ama a parte ameaçadora da Palavra. A Escritura é
semelhante ao Jardim do Éden: assim como há uma árvore da vida, assim
também, há uma espada flamejante nas suas portas. Esta é a ameaça da
Palavra. Ela flameja fogo na face de cada pessoa que continua
obstinadamente na maldade: “Sim, Deus parte a cabeça dos seus inimigos e
o cabeludo crânio do que anda nos seus próprios delitos” (Salmo 68:21). A
Palavra não dá clemência ao mal. Não deixará um homem hesitando entre o
pecado e Deus: a verdadeira mãe não deixa a criança ser dividida (1 Reis
3:26), e Deus não aceitará o coração dividido. Um homem piedoso ama as
ameaças da Palavra. Ele sabe que há amor em cada ameaça. Deus não nos
deixará perecer, portanto, Ele nos ameaça misericordiosamente, a fim de
nos afastar do pecado. As ameaças de Deus são como as boias no mar que
sinalizam as rochas que ameaçam de morte aquele que chegar perto. A
ameaça é um freio de restrição para garantir que não corramos em alta
velocidade para o inferno. Há misericórdia em cada ameaça. c) Um homem
piedoso ama a parte consoladora da Palavra: as promessas. Ele vai se
alimentando delas, como Sansão, que seguiu o caminho comendo o favo de
mel. As promessas são completamente deleite e doçura. Elas são o nosso
vento refrescante quando estamos desmaiando; são os condutos de água da
vida. “Nos muitos cuidados que dentro de mim se multiplicam, as tuas
consolações me alegram a alma” (Salmo 94:19). As promessas eram a
harpa de Davi para afastar pensamentos tristes; eram os seios que lhe
amamentam com o consolo divino.
Plano de Leitura: Provérbios 20-22 CF 11.3
9 de maio
O homem piedoso ama a Palavra Escrita (1)
Thomas Watson
Salmo 119.97

Um homem piedoso mostra seu amor à Palavra Escrita: 1. Por meio de


uma leitura diligente: os nobres bereianos vasculhavam diariamente as
Escrituras (Atos 17:11). Apolo era poderoso nas Escrituras (Atos 18:24). A
Palavra é a nossa Carta Magna vinda do céu; devíamos ler diariamente esta
carta. A Palavra mostra o que é a verdade e o que é o erro. É o campo onde
a pérola de valor está escondida. Como deveríamos cavar por esta pérola! O
coração de um homem piedoso é a biblioteca para guardar a Palavra de
Deus; ela habita ricamente nele (Colossenses 3:16). A Palavra tem um
duplo trabalho: nos ensinar e nos julgar. Aqueles que não são ensinados
pela Palavra serão julgados por ela. Oh, que as Escrituras se tornem familiar
para nós! E se fosse como no tempo de Diocleciano, que ordenou por
proclamação que a Bíblia fosse queimada; ou como nos dias da rainha
Maria [a sanguinária], nos quais era condenado a morte quem tinha uma
Bíblia na língua corrente/vernacular? Ao conversar diligentemente sobre a
Escritura, podemos levar uma Bíblia em nossa cabeça. 2. Por uma
meditação frequente: “É a minha meditação em todo o dia” (Salmo 119:97).
Uma alma piedosa medita na verdade e na santidade da Palavra. Ele não
tem apenas alguns pensamentos transitórios, mas debruça sua mente
mergulhando na Escritura: por meditação, ele extrai desta doce flor e
elabora a santa verdade em sua mente. 3. Por um deleitar-se nela. É a sua
alegria: “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi
para mim o gozo e alegria do meu coração” (Jeremias 15:16). Nunca um
homem se deleitou tanto com um prato que ele amava, como o profeta se
deleitou na Palavra. De fato, como um santo pode não escolher ter grande
satisfação na Palavra quando tudo o que ele espera receber está contido
nela? Será que um filho não se alegra em ler sobre a vontade e o testamento
de seu pai, onde seu pai transfere sua propriedade para ele?

Plano de Leitura: Provérbios 23-25 CM 71


10 de maio
O homem piedoso ama a Palavra Escrita (2)
Thomas Watson
Salmo 119.97

Um homem piedoso mostra seu amor à Palavra Escrita: 4. Por escondê-


la: “Escondi a tua palavra no meu coração” (Salmo 119:11), como se
esconde um tesouro que não deve ser roubado. A Palavra é a joia; o coração
é o cofre onde ela deve ser trancada. Muitos escondem a Palavra em sua
memória, mas não em seus corações. E por que Davi guardaria a Palavra
em seu coração? “Para eu não pecar contra ti”. Como alguém levaria um
antídoto consigo para quando chegar a um lugar infectado, assim um
homem piedoso carrega a Palavra em seu coração como um antídoto
espiritual para preservá-lo da infecção do pecado. Por que muitos foram
envenenados com erro, outros com vício moral, senão por que eles não
esconderam a Palavra como um antídoto sagrado em seu coração? 5. Por
preferir a Escritura acima das coisas mais preciosas: (a) Acima do
alimento: “as palavras da sua boca guardei mais do que a minha porção”
(Jó 23:12). (b) Acima das riquezas: “Melhor é para mim a lei da tua boca
do que milhares de ouro ou prata” (Salmo 119:72). (c) Acima da glória do
mundo: a história do rei Eduardo VI é memorável. No dia da sua coroação,
quando apresentaram diante dele três espadas que representavam que ele
era monarca de três reinos, o rei disse: “Ainda está faltando uma espada”.
Sendo questionado qual era a espada, ele respondeu: “A Bíblia Sagrada”, o
qual é a espada do Espírito e deve ser preferida antes destas insígnias de
realeza. 6. Por se conformar a ela. A Palavra é o seu relógio solar pelo qual
ele define sua vida, a balança pela qual ele pesa suas ações. Ele copia a
Palavra em sua caminhada diária.

Plano de Leitura: Provérbios 26-28 CF 11.4


11 de maio
Um homem piedoso ama a Palavra pregada
Thomas Watson
1 Coríntios 1.21

[A Palavra pregada] é um comentário sobre a Palavra escrita. As Escrituras


são óleos e bálsamos soberanos; a pregação da Palavra é o derramamento
deles. As Escrituras são as especiarias preciosas; a pregação da Palavra é o
moer dessas especiarias, que causa uma maravilhosa fragrância e prazer. A
pregação da Palavra é chamada de “o poder de Deus” (1 Coríntios 1:24).
Por isso, diz-se que Cristo nos fala do céu (Hebreus 12:25). Um homem
piedoso ama a Palavra pregada em parte pelo bem que encontrou por meio
dela: ele sentiu o orvalho cair com esse maná; e, em parte por causa da
instituição de Deus: o Senhor determinou essa ordenança para salvá-lo.

Plano de Leitura: Provérbios 29-31 CF 11.5


12 de maio
A preciosidade da alma e a obra de Cristo
Thomas Watson
Mateus 16:26

Jesus Cristo estabeleceu um alto e estimado valor para a alma. Ele o fez e a
comprou. Portanto, Ele conhece melhor o valor dela. Ele se vendeu para
comprar a alma. [...] Não, Ele estava satisfeito não apenas em ser vendido,
mas em morrer. Isso aumenta o preço da alma: custou o sangue de Deus
(Atos 20:28). 1 Pedro 1:19: “Não fostes redimidos com coisas corruptíveis,
como prata e ouro, mas com o precioso sangue de Cristo”. Cristo deve
morrer para que a alma possa viver; o herdeiro do céu foi penhorado pela
alma do homem. O que Cristo poderia dar mais do que a Si mesmo? O que,
em si mesmo, era mais caro do que Seu sangue? Ó preciosa alma, que tem a
imagem de Deus para te embelezar e o sangue de Deus para te redimir!
[...] Agora, calcule quanto vale uma gota do sangue de Cristo e, então, me
diga quanto vale uma alma!

Plano de Leitura: Eclesiastes 1-3 CF 11.6


13 de maio
A Preciosidade da Alma e a Adoração a Deus
Thomas Watson
Mateus 16:26

Se a alma é tão preciosa, veja, então, qual é a adoração que Deus espera e
aceita, a saber: aquela que vem da parte mais nobre da alma. Salmo 25:1:
“A ti, Senhor, elevo a minha alma”. Davi não apenas ergueu sua voz, mas
também sua alma. Embora Deus tenha os olhos e os joelhos, o serviço do
corpo – ainda assim, Ele se queixa daqueles que se aproximam com os
lábios, quando o coração está longe Dele (Isaías 29:13). A alma é a joia.
Davi não apenas afinou seu alaúde e violino, mas também afinou sua alma
para louvar a Deus. Salmo 103:1: “Bendiga ao Senhor, ó minha alma”. Suas
afeições unidas em adoração constituíram o concerto. A alma é altar, fogo e
incenso; é o altar em que oferecemos nossas orações, o fogo que acende
nossas orações e o incenso que as perfuma.

Plano de Leitura: Eclesiastes 4-6 ; CF 12.1


14 de maio
Adorando com a alma
Thomas Watson
Mateus 16:26

Os olhos de Deus estão principalmente sobre a alma. Traga cem pratos para
a mesa e Ele não cortará nenhum senão este; esta é a carne saborosa que Ele
adora. Aquele que é o melhor será servido com o melhor. Quando damos a
Ele a alma em um dever, então, damos a Ele a flor e a nata. Por meio de
uma química sagrada, destilamos os espíritos. Uma alma inflamada no
serviço é o copo de vinho condimentado e o suco de romã (Cântico de
Salomão 8:2) que a esposa dá a Cristo para beber. Sem a adoração da alma,
toda a nossa religião não passa de exercício físico (1 Timóteo 4:8) que de
nada se aproveita. Sem a alma, damos a Deus apenas uma carcaça. O que
são todos os jejuns, penitências e peregrinações dos papistas, senão ir para o
inferno com mais pompa e status? Quais são as orações do formalista, que
até esfriam entre seus lábios, senão uma devoção morta? Não é sacrifício,
mas sacrilégio; ele rouba de Deus aquilo a que Ele tem direito: sua alma.

Plano de Leitura: Eclesiastes 7-9 ; CM 74, BC 34


15 de maio
Se amamos a Deus, nosso desejo será segui-lO pela obediência
Thomas Watson
Salmo 42:2

Se amamos a Deus, nosso desejo será segui-lO. “No teu nome e na tua
memória está o desejo da nossa alma” (Isaías 26:8). Aquele que ama a Deus
suspira por seguir em comunhão com Ele. “A minha alma tem sede de
Deus, do Deus vivo” (Salmo 42:2). As pessoas apaixonadas desejam estar
juntas frequentemente. Aquele que ama a Deus deseja muito estar na Sua
presença. Ele ama os mandamentos: são o cristal onde a glória de Deus
resplandece; nos mandamentos nos encontramos com Aquele a quem
nossas almas amam. Nós temos sorrisos e sussurros de Deus, e alguns
antegostos do céu. Quando não há desejo pelos mandamentos, não há amor
para com Deus.

Plano de Leitura: Eclesiastes 10-12 CF 13.1


16 de maio
Aquele que ama a Deus não pode encontrar
satisfação em nada sem Ele
Thomas Watson
Salmo 43:5

Aquele que ama a Deus não pode encontrar satisfação em nada sem Ele. Dê
a um hipócrita, que finge amar Deus, milho e vinho, e ele pode se contentar
sem Deus. Mas uma alma incendiada com amor a Deus, não pode estar sem
Ele. Os amantes desmaiam se não tiveram a visão do objeto amado. Uma
alma graciosa pode viver sem saúde, mas não pode viver sem Deus, que é a
saúde de seu semblante (Salmo 43:5). Se Deus dissesse a uma alma que a
ama inteiramente: "Receba seu alívio, nade no prazer, consola-te nas
delícias do mundo, mas você não apreciará minha presença”, isso não iria
satisfazê-la. Nem se Deus dissesse: "Deixarei você ser levado para o céu,
mas vou me aposentar em outra sala, e tu não verás o meu rosto". Isso não
iria satisfazer a alma. É o inferno estar sem Deus. O filósofo diz que não
pode haver ouro sem a influência do sol; certamente, não pode haver alegria
de ouro na alma sem a doce presença e influência de Deus.
Plano de Leitura: Cantares 1-3 CM 75, BC 35
17 de maio
Aquele que ama a Deus odeia aquilo que o separaria de Deus, e isto é, o
pecado
Thomas Watson
Salmo 119:128
Aquele que ama a Deus odeia aquilo que o separaria de Deus, e isto é, o
pecado. O pecado faz Deus esconder o rosto dEle. É como ter um
incendiário entre seus melhores amigos. Portanto, a avidez do ódio de um
cristão é contra o pecado. “Aborreço todo caminho de falsidade” (Salmo
119:128). Antipatias nunca podem ser reconciliadas. Alguém não pode
amar a saúde a menos que odeie veneno, então não podemos amar a Deus,
se não odiamos o pecado – que destruirá nossa comunhão com Ele.
Plano de Leitura: Cantares 4-6 CF 13.2, CM 78
18 de maio
Aquele que ama a Deus trabalha para
torná-lO adorável aos outros
Thomas Watson
Cânticos de Salomão 5:11
Aquele que ama a Deus trabalha para torná-lO adorável aos outros. Ele não
só admira Deus, mas fala em seu louvor, para que ele possa fascinar e atrair
os outros a fim de que fiquem apaixonados por Deus. Aquela, que está
apaixonada, elogiará seu amado. A esposa apaixonada exalta Cristo, ela faz
uma oração em louvor de sua dignidade, para persuadir os outros a
apaixonarem-se por Ele. “A sua cabeça é como o ouro mais apurado”
(Cânticos de Salomão 5:11). O verdadeiro amor a Deus não pode ficar em
silêncio, será eloquente ao estabelecer Seu bom nome. Não há melhor sinal
do amor a Deus do que fazê-lO parecer adorável e atrair convertidos para
Ele.
Plano de Leitura: Cantares 7-8 CF 13.3
19 de maio
Aquele que ama a Deus chora amargamente
pela ausência dEle
Thomas Watson
João 20:13
Aquele que ama Deus chora amargamente por sua ausência. Maria veio
chorando: “levaram o meu Senhor” (João 20:13). Um chora: “Minha saúde
se foi!”; outro, “Minha propriedade se foi!”. Mas aquele que ama a Deus,
grita: “Meu Deus se foi! Não posso desfrutar dAquele a quem amo. O que
todos os confortos mundanos podem me fazer quando Deus está ausente? É
como num banquete em funeral, onde há muita carne, mas não há alegria”.
“Ando de luto, sem a luz do sol” (Jó 30:28). Se Rachel lamentou muito pela
perda de seus filhos, o que pode afastar a tristeza desse cristão que perdeu a
doce presença de Deus? Tal alma derrama inundações de lágrimas; e
enquanto estar lamentando, parece dizer assim a Deus: “Senhor, estás no
céu, ouvindo as melodiosas canções e o triunfo dos anjos. Mas eu me sento,
aqui, no vale das lágrimas, chorando porque você se foi. Oh, quando Tu
vieres a mim e me reviver com a luz do seu semblante! Oh, Senhor, se não
quiseres vir até mim, deixe-me ir até Ti, onde eu vou ter um sorriso
perpétuo de Teu rosto no céu e nunca mais me queixarei: ‘Meu amado se
retirou’”.
Plano de Leitura: Isaías 1-4 CM 77
20 de maio
Aquele que ama a Deus está disposto
a fazer e a sofrer por Ele
Thomas Watson
1 Coríntios 13:7
Aquele que ama a Deus está disposto a fazer e a sofrer por Ele. Ele
subscreve os mandamentos de Deus, se submete à vontade dEle. Ele
subscreve Seus mandamentos. Se Deus o ordena a mortificar o pecado ou
amar aos seus inimigos, ou ser crucificado para o mundo; então, tal homem
obedece. É uma coisa vã para um homem dizer que ama a Deus, porém
menosprezar Seus mandamentos. O homem piedoso se submete à Sua
vontade. Se Deus quiser que ele sofra por Sua causa, ele não discute, mas
obedece. “[O amor] tudo suporta” (1 Coríntios 13:7). O amor fez Cristo
sofrer por nós; o amor nos fará sofrer por Ele. É verdade que todo cristão
não é um mártir. Porém, ele tem, nele, um espírito de martírio. Ele tem
disposição para sofrer, se Deus o chamar para isso. “estou sendo já
oferecido por libação” (2 Timóteo 4:6). Não só os sofrimentos estavam
preparados para Paulo, mas ele estava preparado para os sofrimentos.
Orígenes preferia viver desprezado em Alexandria, do que viver com
Plotino e negar a fé, se tornando grande no favor do príncipe (Apocalipse
12:11). Muitos dizem que amam a Deus, mas não perderiam nada por Ele.
Se Cristo tivesse nos dito: “Eu te amo muito, és querido para mim, porém
não posso sofrer por ti, não posso dar minha vida por ti”, questionaríamos
muito Seu amor; e não poderia o Senhor questionar o nosso amor, quando
fingimos amá-lO, mas não suportamos nada por causa dEle?

Plano de Leitura: Isaías 5-8 BC 36


21 de maio
Você ainda não ama a Deus?
Thomas Watson
João 21:15

O que devemos dizer àqueles que não têm uma dracma de amor a Deus em
seus corações? Eles têm a vida graças a Ele, mas não O amam. Ele prepara
mesa deles, todos os dias, mas eles não O amam. Os pecadores temem Deus
como um juiz, mas não O amam como pai. Toda a força dos anjos não pode
fazer o coração amar a Deus; os juízos não o farão; somente a graça
onipotente pode fazer de um coração pedregoso, derretido no amor. Quão
triste é ser vazio de amor a Deus. Quando o corpo está frio e não tem calor,
é sinal de morte; então, aquele que está, espiritualmente, morto não tem
calor de amor a Deus em seu coração. Viverá com Deus aquele que não O
ama? Será que Deus colocará um inimigo no Seu seio? Eles ficarão
acorrentados nas trevas e não serão atraídos com as cordas de amor – mas
serão presos com as correntes das trevas.
Plano de Leitura: Isaías 9-12 CM 153, BC 85
22 de maio
Um homem piedoso é ser um homem de conhecimento
Thomas Watson
Provérbios 14:18
Um homem piedoso é ser um homem de conhecimento. “Os prudentes
serão coroados de conhecimento” (Pv 14:18, ACF). Os santos são
chamados de “prudentes” (Mt 25:4, ACF). Um homem natural pode ter
algum conhecimento discursivo de Deus, mas ele não sabe nada como
deveria saber (1 Co 8:2, ACF). Ele não conhece a Deus salvadoramente: ele
pode ter o olho da razão aberto, mas não discerne as coisas de Deus de
maneira espiritual. As águas não podem ir além da sua fonte; os vapores
não podem subir mais alto do que o sol os faz evaporar; da mesma forma,
um homem natural não pode agir acima de sua esfera. Ele não é mais capaz
de julgar corretamente as coisas sagradas do que um cego é capaz de julgar
as cores. (1) Ele não vê o mal do seu coração: mesmo que um rosto seja
muito sombrio e deformado, ainda assim não é visto sob um véu. O coração
de um pecador é tão perverso, que nada além do inferno pode ser
comparado a ele e, ainda assim, o véu da ignorância o encobre. (2) Ele não
vê as belezas de um Salvador: Cristo é uma pérola, mas uma pérola
escondida.

Plano de Leitura: Isaías 13-16 CF 14.1


23 de maio
Características do Conhecimento de um homem piedoso (1)
Thomas Watson
Salmo 119:93
O conhecimento de um homem piedoso é vivificado. “Nunca me
esquecerei dos teus preceitos; pois por eles me tens vivificado” (Salmo
119:93, ACF). O conhecimento na cabeça de um homem natural é como
uma tocha na mão de um homem morto; o verdadeiro conhecimento
vivifica. Um homem piedoso é como João Batista: “a candeia que ardia e
alumiava” (João 5:35, ACF). Ele não apenas brilha por sua luz, mas
queima em afeição. Como em Cânticos 2:5, o conhecimento “da esposa a
fez desfalecer de amor”, [ou] “Estou ferida pelo amor. Eu sou como um
veado que é atingido por um dardo; minha alma jaz sangrando e nada pode
me curar além da visão daquele a quem minha alma ama”. O conhecimento
de um homem piedoso é aplicável. “Porque eu sei que o meu Redentor
vive” (Jó 19:25). Um medicamento é melhor quando é aplicado; esse
conhecimento aplicável é alegre. Cristo é chamado de Fiador (Hebreus
7:22, ACF). Ó que alegria saber que Cristo é meu Fiador, quando estou
afogado em dívidas! Cristo é chamado de Advogado (1 João 2:1). A palavra
grega para advogado significa “um consolador”. Ó quão consolador, quando
eu tenho uma causa ruim, saber que Cristo é o meu Advogado, que nunca
perdeu nenhuma causa pela que Ele advogou!

Plano de Leitura: Isaías 17-20 CM 72, BC 86


24 de maio
Características do Conhecimento de um homem piedoso (2)
Thomas Watson
2 Coríntios 3:18
O conhecimento de um homem piedoso é transformador. “Mas todos nós,
com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor,
somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo
Espírito do Senhor” (2 Co 3:18, ACF). Como um pintor que olha para um
rosto e o desenha da mesma forma no retrato; assim, olhando para Cristo
com as lentes do Evangelho, somos transformados a sua semelhança.
Podemos olhar para outros objetos que são gloriosos, mas não nos tornamos
gloriosos por eles: um rosto deformado pode olhar para a beleza e, ainda
assim, não ser tornado belo. Um ferido pode olhar para um cirurgião e ainda
assim não ser curado. Mas, esta é a excelência do conhecimento divino: ele
nos dá tal visão de Cristo que nos faz participar da sua natureza. Como
Moisés, quando viu as costas de Deus: o rosto dele brilhava, [pois] alguns
dos raios e feixes da glória de Deus caíram sobre ele. O conhecimento de
um homem piedoso é crescente. “Crescendo no conhecimento de Deus”
(Colossenses 1:10, ACF). O verdadeiro conhecimento é como a luz da
manhã, que cresce no horizonte até chegar ao ponto mais alto. Tão doce é o
conhecimento espiritual, que, quanto mais um santo conhece, mais sedento
ele é por conhecimento. É chamado de as riquezas do conhecimento (1 Co
1:5). Quanto mais riquezas um homem tem, ainda mais ele as deseja.
Embora Paulo conhecesse Cristo, ele ainda o conheceria mais: “Para
conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição” (Fp 3:10, ACF).
Plano de Leitura: Isaías 21-24 CF 14.2
25 de maio
Como devemos obter o conhecimento salvífico?
Thomas Watson
1 Coríntios 2:10
Como devemos obter esse conhecimento salvador? Não pelo poder da
natureza. Alguns falam de quão elevada a mente precisa ser. Infelizmente, o
alcance da razão é muito curto para entender as coisas profundas de Deus.
Um homem não pode, pelo poder da razão, alcançar o conhecimento
salvador de Deus mais do que um pigmeu pode alcançar as pirâmides. A luz
da natureza não nos ajudará a ver Cristo mais do que a luz de uma vela
ajudará nossa compreensão. “Ora, o homem natural não compreende as
coisas do Espírito de Deus, [...] e não pode entendê-las” (1 Co 2:14). O que
devemos fazer, então, para conhecer a Deus de forma salvífica? Eu
respondo: “Imploremos a ajuda do Espírito de Deus”. Paulo nunca esteve
cego até que uma luz brilhasse do céu (At 9:3). Deus deve ungir nossos
olhos antes que possamos ver. O que Cristo pretendia ao convidar a igreja
de Laodiceia que viesse a Ele buscar colírio, se ela já pudesse ver (Ap
3:18)? Ó imploremos ao Espírito, que é um Espírito de revelação (Ef 1:17).
O conhecimento salvífico não é por especulação, mas por inspiração (Jó
32:8). A inspiração do Todo-Poderoso dá compreensão. Podemos ter uma
excelente noção em divindade, mas o Espírito Santo deve nos capacitar a
conhecê-los de uma maneira espiritual. Um homem pode ver as figuras em
um relógio solar, mas ele não tem como saber as horas a menos que o sol
brilhe. Podemos ler muitas verdades na Bíblia, mas não podemos conhecê-
las salvificamente até que o Espírito de Deus brilhe sobre nós. “O Espírito
penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (1 Co 2:10). A
Escritura revela Cristo para nós, mas o Espírito revela Cristo em nós (Gl
1:16). O Espírito dá a conhecer o que todo o mundo não pode conhecer, a
saber, a consciência do amor de Deus.
Plano de Leitura: Isaías 25-27 CM 73
26 de maio
O homem piedoso é um homem movido pela fé
Thomas Watson
Habacuque 2:4
O homem piedoso é um homem movido pela fé. Como o ouro é o mais
precioso entre os metais, assim é a fé entre as graças. A fé nos corta da
oliveira selvagem e nos enxerta em Cristo. A fé é a artéria vital da alma: “O
justo pela sua fé viverá” (Hc 2:4). Tal são os desprovidos de fé; embora
respirem, eles não têm vida. A fé é o vivificador das graças; nenhuma graça
se mexe, até a fé operar. A fé é para a alma o que os espíritos animados são
para o corpo: eles provocam operações vivas no corpo. A fé provoca o
arrependimento. Quando eu acredito no amor de Deus por mim, isso me faz
lamentar que o fato de pecar contra um Deus tão bom. A fé é a mãe da
esperança: primeiro, acreditamos na promessa, então, depois, esperamos
por ela. A fé é o óleo que alimenta a lâmpada da esperança. Fé e esperança
são duas faces da mesma graça; tire uma e a outra definha. Se os membros
são cortados, o corpo fica aleijado. Se o sustentáculo da fé for cortado, a
esperança fica manca. A fé é o fundamento da paciência: aquele que crê que
Deus é seu Deus e todas as providências trabalham para o seu bem, este se
entrega, pacientemente, à vontade de Deus. Assim, a fé é um princípio vivo,
e a vida de um santo não é senão uma vida de fé. Sua oração é a respiração
da fé (Tg 5:15). Sua obediência é o resultado da fé (Rm 16:26). Um homem
piedoso vive pela fé em Cristo, como o feixe de luz vive no sol: “e vivo,
não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20). Um cristão vê acima da
razão pelo poder da fé, anda acima do sol (2 Co 4:18). Pela fé, seu coração
finalmente se aquieta (Sl 12:7). Ele confia a si mesmo e todos os seus
assuntos à Deus: como em tempos de guerra os homens entram em uma
guarnição e confiam a si mesmos e a sua riqueza a ela; assim o nome do
Senhor é uma torre forte (Pv 18:10). E um crente confia em tudo o que vale
a pena nessa guarnição: “porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo
de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia” (2 Tm 1:12).
Deus confiou à Paulo o seu Evangelho, e Paulo confiou à Deus a sua alma.
A fé é um remédio universal contra todos os problemas. É a âncora de um
homem piedoso, a qual ele lança no mar da misericórdia de Deus e é salvo
de afundar em desespero.
Plano de Leitura: Isaías 28-31 CF 14.3
27 de maio
Um homem piedoso é muito preciso
e minucioso sobre a adoração à Deus
Thomas Watson
Êxodo 25:40

Um homem piedoso é muito preciso e minucioso sobre a adoração à


Deus. A palavra grega para piedoso significa “um justo adorador de Deus”.
Um homem piedoso reverencia as instituições divinas e busca mais a pureza
do culto do que a pompa dele. O Senhor ordenou a Moisés construir o
tabernáculo de acordo com o padrão mostrado no monte (Êx 25:40). Se
Moisés tivesse deixado de lado qualquer coisa do padrão ou acrescentado
algo a ele, teria sido uma grande afronta. O Senhor sempre deu testemunho
de seu descontentamento contra aqueles que corromperam a sua adoração:
Nadabe e Abiú “ofereceram fogo estranho perante o SENHOR, o que não
lhes ordenara. Então saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e
morreram perante o Senhor” (Lv 10:1-2). Tudo o que não foi ordenado por
Deus em sua adoração, Ele vê como fogo estranho. Não é de admirar que
Ele esteja tão indignado com isto: porque os homens prescreverão para Ele,
como se Deus não fosse suficientemente sábio para determinar a forma
como Ele será servido; eles vão tentar reparar a cópia e acrescentar suas
invenções, como se as regras para o seu culto fossem defeituosas. Um
homem piedoso não se atreve a variar o padrão que Deus lhe mostrou na
Escritura. Esta pode ser a Maior razão pela qual Davi foi chamado de
homem segundo o próprio coração de Deus – porque ele manteve as fontes
do culto a Deus puras e, em assuntos sagrados, não acrescentou nada de sua
própria invenção.

Plano de Leitura: Isaías 32-34 CF 15.1


28 de maio
Um homem piedoso busca o prêmio de ganhar a Cristo
Thomas Watson
Filipenses 3:14
Um homem piedoso busca o prêmio de ganhar a Cristo. Para ilustrar
isso, mostrarei que Jesus Cristo é precioso em si mesmo: “Eis que ponho
em Sião a pedra angular, eleita e preciosa” (1 Pe 2:6). Cristo é comparado
às coisas mais preciosas. [Cristo] é precioso em sua Pessoa. Ele é a imagem
da glória de seu Pai (Hb 1:3). Cristo é precioso em Seus ofícios, que são
como vários raios do Sol da Justiça (Ml 4:2). 1. O oficio profético de Cristo
é precioso. Ele é o grande oráculo do céu. Ele tem uma preciosidade acima
de todos os profetas que vieram antes dele. Ele ensina não apenas aos
ouvidos, mas também ao coração. Aquele que tem a chave de Davi na sua
mão abriu o coração de Lídia (At 16:14). 2. O oficio sacerdotal de Cristo é
precioso. Esta é a base sólida do nosso conforto: “Mas agora, na
consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado
pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9:26). Em virtude desse sacrifício, a alma
pode dirigir-se a Deus com ousadia: “Senhor, dá-me o céu; Cristo o
adquiriu por mim. Ele foi pendurado na cruz para que eu me assentasse no
trono”. O sangue e o incenso de Cristo são as duas dobradiças nas quais a
nossa salvação gira. 3. O ofício real de Cristo é precioso. “E no manto e na
sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores” (Ap
19:16). Por causa de Sua majestade, Cristo tem proeminência acima de
todos os outros reis por majestade. Ele tem o trono supremo, a coroa mais
rica, os Maiores domínios e a Maior possessão: “Ó Deus, o teu trono
subsiste pelos séculos dos séculos” (Hb 1:8). Cristo estabelece seu cetro
onde nenhum outro rei o estabelece. Ele governa a vontade e as afeições; o
seu poder domina a consciência.

Plano de Leitura: Isaías 35-39 CF 15.2


29 de maio
Um homem piedoso é um homem de oração
Thomas Watson
Salmo 32:6
Um homem piedoso é um homem de oração. Isto está no texto: “Todo
aquele que é santo orará a ti” (Sl 32:6). Assim que a graça é derramada, a
oração é derramada: “Mas eu faço oração” (Sl 109:4). Em hebraico, é dito:
“Mas eu oração”. Oração e eu somos um. A oração é o trato da alma com o
céu: Deus vem até nós pelo seu Espírito e subimos a Ele pela oração. Um
homem piedoso não pode viver sem oração. Assim como um homem não
pode viver sem respirar, assim também a alma não pode viver a menos que
respire seus desejos a Deus. Assim que o bebê da graça nasce, chora; assim
que Paulo é convertido: “Eis que ele está orando” (Atos 9:11). Sem dúvida
ele orava antes, sendo um fariseu, mas era ou superficial ou supersticioso.
Contudo, quando a obra da graça passou sobre a sua alma, eis que agora ele
está orando. Um homem piedoso está todo dia no monte da oração; ele
começa o dia com oração: antes de abrir sua loja, ele abre seu coração a
Deus. Nós costumávamos queimar incensos com fragrâncias doces em
nossas casas; a casa de um homem piedoso é uma casa perfumada: ele o faz
com o incenso da oração. Ele não se envolve em nenhum negócio sem
buscar a Deus. Um homem piedoso consulta a Deus em tudo.
Plano de Leitura: Isaías 40-42 CM 76, BC 87
30 de maio
Tire as Ervas Daninhas de seu Coração
Thomas Watson
Salmo 32:6
As ervas daninhas impedem o crescimento das ervas e flores; as ervas
daninhas da corrupção impedem o crescimento da graça. Onde cresce a erva
daninha da incredulidade, a flor da fé é impedida de crescer. As ervas
daninhas estragam as passagens. Cristo não andará em um coração repleto
de ervas daninhas e sarças. Às vezes, Cristo estava entre os lírios (Cântico
de Salomão 6:3), mas nunca entre os cardos. Pobre pecador, você reclama
que não tem comunhão com Deus. Houve um tempo em que Deus se deu a
conhecer a você, mas agora Ele se tornou desconhecido e nunca se
aproxima de você. Esta é a razão: o pecado estragou os caminhos de
Cristo. Seu coração está como o campo do preguiçoso (Provérbios 20:4). E
Cristo caminhará lá? De fato, lemos que Cristo esteve uma vez no deserto
quando foi tentado (Mateus 4:1), Entretanto, Ele não foi lá por prazer, mas a
fim de duelar e lutar com Satanás. O coração é o jardim no qual Cristo se
deleita. Oh, retire as ervas daninhas do seu coração diariamente; não deixe
que se torne um matagal para Satanás!
Plano de Leitura: Isaías 43-45 CF 15.3
31 de maio
Tire as Ervas Daninhas de seu Coração
Thomas Watson
Salmo 32:6

A aflição opera para o bem, pois é o nosso pregador e mestre: “Ouça a


vara” (Miquéias 6:9). Lutero disse que ele não conseguia entender
corretamente alguns dos Salmos até que ele esteve na aflição. A aflição
ensina o que é o pecado. Na palavra pregada, ouvimos que coisa terrível é o
pecado, que tanto avultam quanto condenam; porém, não o tememos mais
do que um leão pintado em um quadro. Assim, Deus libera a aflição; então,
sentimos o pecado amargo em seu fruto. Uma cama doente geralmente
ensina mais do que um sermão. Podemos ver melhor o rosto feio do
pecado no espelho da aflição! Aflição nos ensina a conhecer a nós
mesmos. Na prosperidade, em sua maioria, somos estranhos a nós
mesmos. Deus nos aflige para que possamos nos conhecer melhor. Vemos
aquela corrupção em nossos corações, na hora da aflição, que não
acreditaríamos que estava lá. A água no copo parece límpida, porém,
coloque-a no fogo e a sujeira irá ferver. Na prosperidade, o homem parece
ser humilde e agradecido, a água parece clara; mas coloque este homem um
pouco no fogo da aflição, e a escória ferve; aparecerá muita impaciência e
incredulidade. “Oh”, diz um cristão, “nunca pensei que tivesse um coração
tão mau, como agora vejo que tenho! Nunca pensei que minhas corrupções
tivessem sido tão fortes e minhas graças tão fracas”.

Plano de Leitura: Isaías 46-48 CF 15.4


JUNHO
Thomas Doolittle, Richard Steele, John Owen e Oliver Heywood
1º de junho
Deveríamos orar sempre em família, isto é,
em Culto Doméstico, porque recebemos, como família, as misericórdias
diárias das mãos de Deus
Thomas Doolittle
Salmo 68:16

Porque recebemos, como família, as misericórdias diárias das mãos de


Deus. Ele nos carrega de benefícios diariamente (Sl 68:19). Quando vocês
acordam pela manhã e encontram suas habitações seguras, não consumidas
pelo fogo, sem ter sido arrombadas por ladrões, não são essas misericórdias
de Deus à família? Quando vocês acordam e não encontram ninguém morto
em sua cama, não chega a notícia de que uma criança está morta em sua
cama, e que não há sequer um quarto na casa em que um ou outro não tenha
morrido na noite anterior; mas ao contrário, pela manhã, vocês encontram
todos bem e renovados pelo descanso e pela noite de sono — não são essas
e muitas outras misericórdias à família, pelas quais vocês deveriam clamar
a Deus ao levantar e juntos o louvarem? [...] Assim como a família recebeu
muitas misericórdias durante a noite pelas quais devem louvar a Deus pela
manhã, assim também, vocês recebem muitas misericórdias durante o dia
pelas quais devem dar graças a Deus à noite, antes de ir dormir. Eu penso
que vocês não deveriam ir dormir até que tenham estado juntos, de joelhos,
para que Deus não deva dizer: “Esta família, que não reconheceu a minha
misericórdia a eles neste dia, nem me deu a glória por esses benefícios
pelos quais eu dei a eles conforto, nunca verá a luz de outro dia, nem as
misericórdias de mais um dia pelas quais me louvar”. Se Deus dissesse a
vocês enquanto estão deitados em suas camas: “Esta noite suas almas serão
exigidas de vocês, vocês que foram para a cama antes de me darem o louvor
pelas misericórdias que eu dei a vós o dia todo, e antes de terem orado por
minha proteção sobre vocês durante da noite”. Acautelai-vos: embora Deus
seja paciente, não o provoquem.

Plano de Leitura: Isaías 49-51 CF 15.5


2 de junho
Deveríamos orar sempre em família, isto é,
em Culto Doméstico, porque há pecados que são cometidos todos os
dias em suas famílias
Thomas Doolittle
Salmo 19:12

Vocês deveriam orar a Deus diariamente, em suas famílias, porque há


pecados que são cometidos todos os dias em suas famílias. Vocês,
certamente, pecam juntos; não orarão juntos? E se vocês todos forem
condenados juntos? Todos membros das suas famílias não cometem muitos
pecados todos os dias? Quão grande é o número deles, quando considerados
juntos? O quê? Tantos pecados todos os dias sob o seu telhado, dentro de
suas paredes, cometidos contra o glorioso e bendito Deus, e nem uma
oração sequer? Um único pecado deveria ser lamentado com mil lágrimas;
mas nem um de vocês derramou uma lágrima juntos em oração por mil
pecados. Como se arrepender diariamente se vocês não confessam
diariamente? Vocês acham que Deus deveria perdoar todos os pecados da
sua família? Levem a sério os pecados diários das suas famílias, e vocês
terão um motivo pelo qual devem orar a Deus em suas famílias diariamente.

Plano de Leitura: Isaías 52-54 CF 15.6


3 de junho
Deveríamos orar sempre em família, isto é,
em Culto Doméstico, porque vocês têm muitas necessidades diárias que
somente Deus pode suprir
Thomas Doolittle
Tiago 1:17

Vocês devem orar em suas famílias diariamente a Deus porque vocês têm
muitas necessidades diárias que somente Deus pode suprir. Deus não
precisa de suas orações, mas vocês e os seus precisam das misericórdias de
Deus! Se vocês precisam delas, não deveriam orar a Deus por elas? Vocês
podem suprir as necessidades de suas famílias? Se eles precisam de saúde,
vocês podem dar a eles? Se eles precisam de pão, vocês podem dar a eles
sem que Deus dê a vocês primeiro? Então, por que Cristo ordenou que
orássemos “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt 6:11)? Se eles
precisam da graça, vocês a podem desenvolver neles? Ou vocês não se
importam que eles morram sem essa graça? Não é Deus o doador de toda
boa dádiva? “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo
do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de
mudança” (Tg 1:17). As misericórdias estão lá no alto e as boas coisas são
lá do alto, e a oração é o meio designado por Deus para trazê-los aqui para
baixo. “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus” (Tg
1:5). Vocês acham que não precisam de sabedoria para cumprirem seus
deveres perante Deus e os homens, que não precisam de sabedoria para
gerir suas famílias para seu bem temporal, espiritual e eterno? Se vocês
pensam assim, vocês são tolos. Se vocês acham que não precisam, por esse
mesmo pensamento, vocês podem discernir a sua carência de sabedoria. Se
vocês acham que têm o suficiente, está claro que vocês não têm nenhuma. E
não deveriam pedir a Deus, se vocês querem tê-la? Se vocês e os seus
precisam de saúde em suas famílias, não deveriam pedir a Deus? Vocês
podem viver fora da dependência de Deus? Ou vocês podem dizer que não
precisam da ajuda de Deus para prover suas necessidades? Então, vocês se
contradizem: pois ter necessidades e não serem dependentes é uma
contradição. Pensar que vocês não vivem na dependência de Deus é pensar
que vocês não são homens nem criaturas. Se vocês dependem de Deus e
precisam de sua ajuda para suprir as suas necessidades, suas próprias
indulgências deveriam trazê-los aos joelhos para orar a Ele.

Plano de Leitura: Isaías 55-57 CF 16.1


4 de junho
Deveríamos orar sempre em família, isto é,
em Culto Doméstico, por causa dos empregos
e trabalhos diários de suas famílias
Thomas Doolittle
Salmo 127:1-2

Vocês devem orar em suas famílias, diariamente, a Deus por causa dos
empregos e trabalhos diários de suas famílias. Todo aquele que põe a mão
para trabalhar e a cabeça para inventar, deveria dispor o coração para orar.
Pois não será sua negociação em vão; e o seu labor, trabalho, suas
preocupações e projetos para o mundo não serão vazios de propósito sem a
bênção de Deus? Vocês ficarão convencidos se o próprio Deus lhes disser?
Então, leiam o Salmo 127:1-2: “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão
trabalham os que a edificam [...]. Inútil vos será levantar de madrugada,
repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes”. Pão que
penosamente granjeastes! Que pão é este? Pão obtido com muito esmero, e
trabalho, e labuta é o “pão que penosamente granjeastes”. Sem Deus, seu
labor visando conseguir pão para vocês e suas famílias é vão. Você pode
perder tudo depois de todos os seus trabalhos. Sem a bênção de Deus, se
vocês comerem do que vocês conseguiram com muita labuta e esforço,
vocês comem em vão; pois, sem Ele, não podem nutrir seus corpos. Ainda
assim não é necessário orar para que Deus prospere e abençoe em suas
vocações profissionais? Oração e trabalho devem promover juntos o que
seus objetivos buscam. Orar e não fazer os trabalhos de suas vocações seria
esperar suprimentos enquanto vocês são negligentes. Trabalhar e negociar e
não orar seria esperar crescimento e provisão sem Deus. A religião que traz
sobre você os deveres sagrados não lhes ensina a negligenciar as suas
vocações, nem ainda a confiar em seus próprios esforços – sem orar a Deus.
Ambos têm seu devido lugar e uma parcela dos seus tempos. A oração é a
ponte entre as provisões de Deus e o nosso esforço em buscar a provisão.
Como vocês podem receber, se Deus não der? E por que vocês esperam que
Deus dará, se vocês não pedirem? “Nada tendes, porque não pedis” (Tg
4:2). Pelo que trabalham, também orem. E aquilo pelo que oram, por isso
trabalhem e labutem. Este é o verdadeiro conjunto de trabalho e oração. Ou
vocês serão como aqueles de quem o Apóstolo fala? “Atendei, agora, vós
que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um
ano, e negociaremos, e teremos lucros” (Tg 4:13). [...] Vocês não deveriam
ir para seus trabalhos, nem para suas profissões e negócios até que primeiro
tenham orado a Deus.

Plano de Leitura: Isaías 58-60 CF 16.2


5 de junho
Deveríamos orar sempre em família, isto é, em Culto Doméstico,
porque vocês estão todos os dias suscetíveis a tentações
Thomas Doolittle
1 Coríntios 10:13

Vocês devem orar em suas famílias, diariamente, a Deus porque vocês estão
todos os dias suscetíveis a tentações. Assim que vocês acordarem, o diabo
estará lutando pelos seus primeiros pensamentos. E quando vocês se
levantarem, ele estará imediatamente com vocês para primeiro cultuarem a
ele; ele irá observá-los o dia todo para atraí-los a algum pecado hediondo
antes da noite. Não é o diabo um inimigo sutil, vigilante, poderoso e
incansável? E vocês todos não precisam reunirem-se pela manhã para que
Satanás não consiga prevalecer contra qualquer um de vocês antes da noite,
até que se acheguem juntos a Deus novamente? Quantas tentações vocês
podem encontrar em suas vocações e em seus trabalhos, que não serão
capazes de resistir sem Deus! O quanto vocês podem cair e desonrar a
Deus, desacreditar sua profissão de fé, corromper suas almas, perturbar a
paz e ferir as suas consciências? Por isto, Orígenes chorou em sua
lamentação. Pois, no dia em que ele omitiu a oração, ele pecou
horrivelmente: “Mas eu, ó criatura infeliz! Pulando para fora da minha
cama ao raiar do dia, não pude terminar minha devoção de costume, nem
realizar minha oração habitual; mas fui entrelaçado e envolvido nas ciladas
do diabo”.

Plano de Leitura: Isaías 61-63 CF 16.3


6 de junho
Deveríamos orar sempre em família, isto é,
em Culto Doméstico, porque todos em suas famílias estão suscetíveis a
perigos, perdas e sofrimentos diários
Thomas Doolittle
1 Coríntios 10:13

Vocês devem orar em suas famílias, diariamente, a Deus porque todos em


suas famílias estão suscetíveis a perigos, perdas e sofrimentos diários. A
oração pode evitá-los, ou obter força para suportá-los, e preparar vocês para
eles. Vocês sabem quais aflição podem recair sobre suas famílias durante o
dia ou durante a noite, como doenças, mortes ou perdas em suas
propriedades? Vocês não ouviram falar sobre a falência financeira de um
homem em dívida com vocês, que foi embora com muitas coisas? Vocês são
tão desmamados do mundo que isso não possa levar vocês a sentimentos
que os façam pecar contra Deus; ou que vocês possam suportar isso sem
murmuração e descontentamento; ou que vocês não precisem orar para um
estado sereno de coração se tais coisas sucederem a vocês? [...] Há quantos
males um homem é exposto, esteja ele em casa ou no exterior! Anacreonte
perdeu a vida pelo caroço de uma uva passa descendo errado na sua
garganta. Quinto Fábio Pictor, um senador de Roma, foi estrangulado por
engolir um cabelo pequeno em um gole de leite. Os seus pecados diários
não clamam em alta voz por punições diárias? E vocês não deveriam chorar
tão alto quanto [tais clamores], em suas orações diárias, para que Deus em
misericórdia as impeçam? Ou se os pecados vierem sobre vocês, [orar] para
santificá-los, pelo seu bem; ou removê-los? Ou, se eles permanecem, [orar]
para auxiliá-los sob tais pecados? Saiba, de fato, que vocês não estão nada
seguros sem a proteção de Deus, noite ou dia. Se suas casas foram
construídas sobre fundações de pedra, e as paredes foram feitas de bronze
ou diamante e as portas de ferro, ainda assim vocês não estariam mais
seguros, a não ser que Deus os protejam de todos os perigos. Então, orem!

Plano de Leitura: Isaías 64-66 CF 16.4


7 de junho
Deveríamos orar sempre em família, isto é,
em Culto Doméstico, os próprios pagãos se levantarão
contra vocês, cristãos, e os condenarão
Thomas Doolittle
1 Coríntios 10:13

Vocês devem orar em suas famílias diariamente a Deus ou os próprios


pagãos se levantarão contra vocês, cristãos, e os condenarão. Aqueles que
nunca tiveram os meios de graça (como vocês têm), nem uma Bíblia para os
direcionar e ensinar (como vocês têm), nem ministros enviados a eles
(como vocês têm em abundância), envergonham muitos que são chamados
“cristãos” e, também, vão até grandes mestres. Quando leio os ditos de
alguns pagãos, mostrando o que eles estavam acostumados a fazer e
considero e conheço a prática e a negligência de muitos cristãos, em suas
famílias, concluo que os pagãos são os melhores homens. Era costume
oferecer sacrifícios a seus deuses pela manhã e pela noite, para receberem o
favor deles e serem bem-sucedidos em suas propriedades, como vocês
podem aprender com os poetas. Os pagãos não envergonham muitos de
vocês? Eles estavam acostumados a dizer: “Já fizemos os nossos sacrifícios,
vamos para a cama”. Vocês dizem: “Já jantamos, vamos para a cama”, ou
“vamos jogar um ou dois jogos de cartas e ir para a cama”. Vocês são
homens ou porcos em forma de homens? William Perkins igualou a porcos
tais homens que vivem sem oração em suas famílias, “que estão sempre se
alimentando dos frutos da floresta com avidez, mas nunca procuram a mão
que os jogam no chão, nem a árvore de onde eles caem”.

Plano de Leitura: Jeremias 1-3 CF 16.5


8 de junho

O direito divino sobre a família enquanto seu criador


Thomas Doolittle
Gênesis 2:21-24
Deus é o criador de todas as famílias, portanto, as famílias devem orar a
Ele. A família, normalmente, constitui-se dessas três combinações: marido
e mulher, pais e filhos, senhores e servos. Embora possa haver famílias que
não apresentem as três estruturas, ainda assim, as englobam em toda a sua
extensão. Todas essas combinações são de Deus. A instituição de marido e
mulher provém de Deus (Gn 2:21-24), assim como a de pais e filhos, e
senhores e servos. A autoridade de um sobre o outro e a sujeição de um ao
outro são instituídas por Deus e fundamentadas pela lei natural, que é a lei
de Deus. Não só a existência das pessoas, consideradas individualmente,
provém de Deus, mas a própria existência da sociedade também provém
dele. Assim como cada pessoa é obrigada a se dedicar ao culto a Deus e a
orar a Ele, assim também, a família está obrigada a fazer a mesma coisa,
porque ela procede de Deus. Será que Ele constituiu a família apenas para o
conforto mútuo dos seus membros ou do todo e não para a sua própria
glória, também? E uma família que não serve a Deus e não ora a Ele, pode
viver para a glória de Deus? Deus deu autoridade a uns para comandar e
governar e a outros a incumbência de obedecer; apenas em referência às
coisas terrenas e não às espirituais? É possível que o conforto da criatura
seja o fim último de Deus? Não! Seu fim último é a sua própria glória. Não
é certo que, pela autoridade de Deus e ordem da natureza, um pai de família
seja “o chefe da família” – assim chamado em referência a seus servos, bem
como aos seus filhos, por causa dos cuidados que ele deve tomar pelas
almas dos servos e pela adoração a Deus, bem como de seus filhos? Não
deveria ele se aperfeiçoar nesta autoridade que Deus concedeu-lhe, por
Deus e pelo bem-estar de todas as almas sob sua autoridade, juntando sua
família para cultuar a Deus e orar a Ele? Deixe que a razão e a religião
sejam os juízes.

Plano de Leitura: Jeremias 4-6 CF 16.6


9 de junho

O direito divino sobre a família enquanto seu proprietário


Thomas Doolittle
Gênesis 2:21-24
Deus é o possuidor de nossas famílias, portanto, as famílias devem orar a
Ele. Já que Deus é o nosso absoluto possuidor e proprietário, não apenas
por causa da supremacia da sua natureza, mas também pelo direito de
criação, nos dando vida e tudo o que temos, então, nós mesmos e tudo o que
é nosso – sendo que “nós” e “nosso” são mais dele do que realmente nosso
– somos, inquestionavelmente, obrigados a entregar-nos a Deus, em quem
podemos ser mais úteis para o interesse e glória do nosso possuidor. De
quem são as vossas famílias, senão de Deus? Você negará a autoridade de
Deus como seu possuidor? Ainda que, em certo sentido, alguém o faça,
continua sendo dele – embora não por renúncia e total dedicação de si
mesmo a Ele. A quem vocês entregariam o governo das suas famílias: a
Deus ou ao diabo? O diabo tem qualquer mérito para as suas famílias? E
suas famílias servirão ao diabo, que não tem nenhum mérito para vocês,
quer na criação, preservação ou redenção? E não servirão a Deus, que em
todas essas coisas têm o mérito e, também, a completa e absoluta
propriedade? Se vocês disserem que suas famílias são do diabo, então que o
sirvam. Mas se vocês disserem que elas são de Deus, então que o sirvam.
Ou vocês dirão: “Nós somos de Deus, mas servimos ao diabo? Mesmo que
vocês não falem isto, mas, ainda assim, agirem de acordo com isto, não
seria tão mal quanto se o dissessem? Por que vocês não têm vergonha de
fazer aquilo que vocês têm vergonha de falar e contar ao mundo o que
vocês fazem? Falem, então, no temor de Deus. Portanto, se suas famílias
são de Deus, não é razoável que vocês devem servir e orar a Ele?

Plano de Leitura: Jeremias 7-9 CF 16.7


10 de junho

O direito divino sobre a família enquanto seu governador


Thomas Doolittle

Efésios 5.25-33
Deus é o Senhor e governador de suas famílias, portanto, as famílias devem
servir a Deus através da oração a Ele. Se Ele é o seu possuidor, Ele também
é o seu governador. E não nos entrega leis para caminharmos e
obedecermos, não apenas como indivíduos, mas como sociedade (Ef 5:25-
33; 6:1-10; Cl 3:19-25; 4:1)? Deus é o senhor da sua família? Então, sua
família não deveria servir a Ele? Servos não devem obediência aos seus
senhores? “O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde
está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo?”
(Ml 1:6). De fato, onde está? Não em famílias ímpias, que não oram.

Plano de Leitura: Jeremias 10-12 CF 17.1


11 de junho
O direito divino sobre a família enquanto seu benfeitor
Thomas Doolittle
Jeremias 2:31
Deus é o benfeitor de suas famílias, portanto, as famílias devem servir a
Deus através da oração e do louvor a Ele. Deus faz bem a vocês e lhes dá
misericórdia, não apenas como indivíduos, mas também como sociedade. A
preservação do chefe da família não é, além de uma misericórdia para si
mesmo, uma misericórdia para toda a família? A preservação da mãe, das
crianças e dos servos com vida, saúde e essência não é uma misericórdia
para toda a família? Vocês terem uma casa para viverem juntos e comida
para comerem reunidos, não é o que vocês chamam de misericórdias pela
família? E estas misericórdias não gritam aos seus ouvidos e em suas
consciências para que juntos deem louvores juntos ao seu generoso
benfeitor e para orar juntos pela continuação delas e pela concessão de
outras que vocês precisarão? São incontáveis as formas com que Deus é um
benfeitor para suas famílias; e vocês são insolentes se não louvam juntos a
Ele por sua graça. Tal casa parece mais com um chiqueiro de porcos do que
uma moradia de criaturas racionais. Deus não poderia bradar para essas
famílias que não oram, como fez em Jeremias 2:31? “Oh! Que geração!
Considerai vós a Palavra do SENHOR. Porventura, tenho eu sido para
Israel um deserto? Ou uma terra da mais espessa escuridão? Por que, pois,
diz o meu povo: Somos livres! Jamais tornaremos a ti?”. Deus tem se
esquecido de vocês? Respondam, vós famílias ímpias, sem oração. Deus
tem se esquecido de vocês? Não! Cada pedaço de pão que vocês comem diz
que Deus não esqueceu de vocês. Toda vez que vocês veem suas mesas se
estenderem com comida sobre elas, vocês veem que Deus não esqueceu de
vocês. “Por que, então” – diz o Senhor – “essa família não tornará a mim?
Quando vocês têm comida para colocar na boca de seus filhos — quando
eles não choram por pão, pressionando vocês a dizerem ‘Eu daria, minha
pobre criança faminta! Eu daria, mas não tenho!’; por que, então, vocês não
vêm a mim? Vivem e comem juntos a meu custo, cuidado e
responsabilidade e, ainda assim, passam-se meses sem que eles nunca
venham a mim? Seus filhos têm inteligência, vestimentas, membros inteiros
[isto é, sem mutilação]; não nasceram cegos, nem deficiências; e, de mil
maneiras, além dessas, eu lhes fiz bem. Por que, então, vocês viverão anos
juntos e nunca virão juntos a mim? Alguma vez vocês encontraram alguém
mais capaz ou mais disposto de lhes fazer o bem? Que vocês nunca
encontrem. Então, por que vocês são tão ingratos e não vêm a mim?
Quando Deus é um benfeitor para um povo (a mesma coisa para famílias) e
eles não o servem, quão monstruosa impiedade isto é! [...] Que as próprias
paredes dentro das quais esses miseráveis ingratos vivem fiquem espantadas
com isso! Que as vigas e pilares de suas casas estremeçam! Que as barras
dos muito andares em que pisam e andam fiquem apavoradas de medo!
Porque aqueles que vivem junto em tal casa vão para a cama sem antes
orarem juntos! Que a terra se surpreenda, porque as famílias que o Senhor
nutre e mantêm são rebeldes e ingratas, sendo piores que o boi, que conhece
o seu possuidor, e com menos entendimento do que o próprio jumento (Is
1:2-3)!

Plano de Leitura: Jeremias 13-15 CM 79


12 de junho

Um coração íntegro é completo e sem divisão


Richard Steele

Salmo 18:25
Um coração íntegro é completo e sem divisão. Para um hipócrita, há
muitos deuses e muitos senhores; e ele deve ter um coração para cada um.
Mas, para os retos, há apenas Deus Pai e o Senhor Jesus Cristo, e um
coração servirá a ambos. O hipócrita coloca seu coração na criatura. Para
cada criatura, ele deve ter um coração; a divisão de seu coração o destrói
(Os 10:2). Se os lucros do mundo batem na porta, ele tem um coração para
eles. Se os prazeres carnais se apresentam, ele também tem um coração para
eles. Se promoções pecaminosas aparecem, ele também tem um coração
para elas. Do que é necessário, o número é pequeno; de vaidades
desnecessárias, o número é infinito. O homem íntegro fez a escolha por
Deus e ele tem o suficiente. Um único Cristo é suficiente para um único
coração. Portanto, o santo Davi orou no Salmo 86:11: “dispõe-me o coração
para só temer o teu nome”. Ou seja, “deixe-me ter apenas um coração e
uma mente, e deixe que seja Teu”. Embora haja milhares de feixes e raios,
todos se encontram e convergem no sol. Então, um homem íntegro, embora
ele tenha mil pensamentos, contudo, todos (por sua boa vontade) se
encontram em Deus. Ele tem muitos objetivos subordinados – obter meios
de subsistência, preservar sua honra, prover seus filhos; mas, não tem
nenhum fim suprema senão Deus somente. Por isso, ele tem essa firmeza
em suas resoluções, sem distrações em seus deveres sagrados, consistência
em suas ações e uniformidade na estrutura de seu coração, o que hipócritas
miseráveis não conseguem alcançar.

Plano de Leitura: Jeremias 16-18 CF 17.2


13 de junho

Um coração íntegro é saudável e sem podridão


Richard Steele

Salmo 119:80
Um coração íntegro é saudável e sem podridão. “Seja o meu coração
irrepreensível nos teus decretos, para que eu não seja envergonhado” (Sl
119:80). Quanto mais sinceridade, menos vergonha. A integridade é o
grande autor da confiança. Toda geada agita um corpo doente, e qualquer
tentativa agita uma alma fraca. Um homem íntegro nem sempre tem uma
cor tão pura como um hipócrita pode ter, mas sua cor é natural: é sua; não é
pintado; sua estrutura é sólida. A beleza do hipócrita é emprestada; o fogo
do julgamento irá derretê-lo. Um homem íntegro tem suas enfermidades,
suas doenças; mas a sua nova natureza trabalha para as curar, pois ele é
saudável por dentro. A lepra se espalha pelo hipócrita, mas ele a esconde.
“Porque em seus olhos se lisonjeia, até que a sua iniquidade se descubra ser
detestável” (Sl 36:2, ACF). Ele se esforça para se esconder de Deus, e mais
ainda dos homens; porém, principalmente, de si mesmo. Com tudo isso, ele
prefere se esconder em si mesmo, e o fará “até que a sua iniquidade se
descubra ser detestável”. Contudo, um homem íntegro está sempre
esquadrinhando e julgando a si mesmo: “Eu estou saudável? Estou correto?
Meu trabalho está sendo cumprido corretamente? Minhas fraquezas são
consistentes com a integridade?”. Um santo íntegro é como uma maçã com
manchas podres; mas, um hipócrita é como a maçã com um núcleo podre. O
cristão sincero tem uma pequena mancha de paixão aqui, de mundanismo
ali, e de orgulho acolá. Todavia, corte-o e disseque-o, e ele é saudável de
coração: Cristo e o cristianismo vivem e reinam lá. Um hipócrita é como
uma maçã que é suave e adorável por fora, mas podre por dentro. Suas
palavras podem ser exatas, seus deveres devotos, e sua vida irrepreensível;
porém, olhe para dentro, e seu coração é o poder do pecado – a cova de
Satanás.

Plano de Leitura: Jeremias 19-21 CF 17.3


14 de junho

Um coração íntegro é puro e sem mistura


Richard Steele

Mateus 5:8
Um coração íntegro é puro e sem mistura. Não é absolutamente puro,
pois essa feliz condição está reservada para o céu; mas o é se comparado
com a poluição e vil mistura que constitui um hipócrita. Embora sua mão
não possa fazer tudo o que Deus ordena, seu coração é sincero em tudo o
que ele faz. Sua alma está inclinada à perfeita pureza, de onde vem o seu
nome. “Bem-aventurados os limpos de coração” (Mt 5:8). Ele falha às
vezes em suas palavras, em seus pensamentos e em suas ações. Mas, abra
seu coração, e há um amor, um desejo, um desígnio e um esforço por buscar
a pureza real e absoluta. Ele não é perfeitamente puro, isto é, livre de todo
pecado; mas, é evangelicamente puro, livre do reinado de todo pecado –
especialmente da hipocrisia (a qual é tão completamente contrária à aliança
da graça). Nesse sentido, o homem íntegro é o puritano das Escrituras, e,
portanto, está mais longe da hipocrisia do que qualquer outro homem. Ele
está realmente feliz por Deus esquadrinhar os corações, pois sabe que Ele
encontrará seu nome e sua natureza em seu próprio povo escolhido. Ainda
assim, mesmo o homem mais íntegro do mundo tem alguma hipocrisia nele.
“Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?”
(Pv 20:9). Porém, ele reconhece, resiste e odeia essa hipocrisia; e, assim, ela
não pode denominá-lo como um hipócrita neste mundo, nem o condenar
como hipócrita em outro. Seus fins são, em regra, puramente para a glória
de Deus; o quadro do seu coração e seus pensamentos são puros e,
geralmente, melhores do que o seu exterior; quanto mais você o investiga,
melhor ele é. Ele é puro de desonestidade em seus negócios, e ainda mais
puro em sua família, livre de toda aparência de maldade. Em particular, ele
continua puro, e é ainda mais puro em seu coração. Embora haja pecado lá,
existe uma antipatia contra ele, de modo que não se mistura com ele. O
hipócrita escolhe o pecado; o homem íntegro não teria pecado se pudesse
escolher. O viajante encontra sujeira em seu caminho, mas ele a mantém
longe tão bem quanto ele consegue e não se mistura com ela. Se ele se suja,
ele esfrega assim que possível. Contudo, o porco se deleita na sujeira e não
pode estar bem sem ela. É assim entre o homem íntegro e o hipócrita. O
santo mais íntegro na terra, às vezes, está atolado com o pecado; porém, ele
não o planejou pela manhã, nem dorme com ele durante a noite. Mas um
hipócrita o projeta e deleita-se nele; ele nunca está tão satisfeito quanto no
pecado. Em uma palavra, o hipócrita pode evitar o pecado, mas nenhum
homem pode abominar o pecado, salvo o homem íntegro.

Plano de Leitura: Jeremias 22-24 CF 18.1


15 de junho

Um homem íntegro é perfeito e totalmente sem reservas


Richard Steele

Salmo 37:37
Um homem íntegro é perfeito e totalmente sem reservas. “Nota o
homem sincero, e considera o reto, porque o fim desse homem é a paz” (Sl
37:37, ACF). Você pode ver ambos de uma só vez. Seu coração é
inteiramente dedicado à vontade e aos caminhos de Deus. O hipócrita
sempre tem algumas exceções e reservas. “Tal pecado não devo deixar; tal
graça eu não posso amar; tal dever eu não vou praticar. Até aqui, eu vou
ceder, mas não mais; até aqui, eu irei. É coerente com os meus fins carnais,
mas nem o mundo todo me persuadirá a ir além”. O julgamento do hipócrita
irá além da sua vontade; sua consciência, além de suas afeições. Ele não
está inteiro, seu coração está dividido, então, ele vai e volta. O homem reto
tem apenas uma felicidade: o deleite em Deus. Ele tem apenas uma regra: a
sua santa vontade. Ele tem apenas um trabalho, e este é agradar ao Criador.
Então, ele é inteiro e firme em suas escolhas, em seus desejos, em seus
caminhos e em suas sugestões. Embora possa haver algumas demoras no
exercício do seu principal negócio, não há hesitação e vacilação entre dois
fins; pois ele está totalmente firme e resolvido, pode ser dito que ele é
“perfeito e completo, sem faltar em coisa alguma”. Há, em cada hipócrita,
algo forte ou uma fortaleza que nunca cedeu à soberania e ao império da
vontade de Deus. Alguma luxúria que se fortalece na vontade; mas, onde a
integridade entra, leva todo pensamento cativo para a obediência a Cristo.
“Senhor”, ele diz: “Eu sou inteiramente seu; faça o que quiser comigo. Diga
a tua vontade para comigo. Escreva-a sobre mim”. “Ó Senhor Deus nosso,
já outros senhores têm tido domínio sobre nós; porém, por ti só, nos
lembramos de teu nome” (Is 26:13, ACF). Este é o homem íntegro.

Plano de Leitura: Jeremias 25-27 CM 80


16 de junho

Um coração íntegro é simples e sem engano


Richard Steele

Salmo 37:37
Um coração íntegro é simples e sem engano. “Bem-aventurado o homem
a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano”
(Sl 32:2, ACF). Esta é realmente uma palavra abençoada. Ai de mim!
Temos grandes e muitas iniquidades; não seria feliz sermos como se nunca
tivéssemos pecado? Por que, a não-imputação também será para nós como
se não houvesse transgressão; os pecados redimidos são como se não os
tivéssemos cometidos; o livro de dívidas riscado como se nenhuma entrada
tivesse sido feita. Mas, quem é esse homem abençoado? “Em cujo espírito
não há engano”, isto é, nenhum engano fundamental. Este é o homem que
não está enganosamente pactuado com seu Deus. Ele não tem aprovado o
engano, para aprovar e ceder a qualquer forma de maldade. Ele não faz
malabarismo com Deus ou com os homens ou com a própria consciência.
Ele não esconde seus ídolos na terra quando Deus está olhando sua tenda
(Js 7:21, ACF). Em vez disso, como segue no Salmo 32:5, ele confessa,
odeia e deixa o seu pecado. Quando o homem reto confessa seu pecado, seu
coração dói. Ele fica profundamente perturbado por ele; tal homem não
encobre. O hipócrita proclama guerra abertamente, mas mantém contatos
secretos com suas concupiscências. Quando o homem íntegro ora por
qualquer graça, ele deseja com sinceridade – ele se esforça para alcançá-la
também; pois ele é sincero e não dissimula. Aquele que dissimula com
Deus dissimula com qualquer homem no mundo. Veja a grande diferença
entre Saul e Davi. Saul é acusado de uma falha em 1 Samuel 15:14. Ele
nega! A acusação é renovada no versículo 19. Ainda assim, ele evita o
assunto e procura por folhas de figueira para cobrir tudo. Mas Davi, de
coração simples, é outro homem: ele é acusado e se entrega; uma alfinetada
abre uma veia de pesar em seu coração. Ele conta tudo, ele faz um salmo
sobre isso, e conclui isso no Salmo 51:6: “Eis que amas a verdade no
íntimo”. O homem de coração simples diz: “Quanto a mim, com o homem
reto mostrar-me-ei reto”.
Plano de Leitura: Jeremias 28-30 CF 18.2
17 de junho

Andando com Deus


John Owen

Gênesis 5.22-24

Andar com Deus é a única maneira de preservar e livrar qualquer pessoa


das calamidades das apostasias gerais, em iniquidade, violência e
destruição. Os homens podem inventar muitos outros meios para esse fim,
mas somente esse será eficaz. Alguns zombarão (2 Pedro 3.3-4) — vivem,
nessa época, em segurança, assim como a generalidade do mundo até que
veio o dilúvio (Mateus 24.38-39); alguns têm esperança de que todas as
coisas irão melhorar ou de que não serão tão ruins quanto alguns temem e
imaginam (1 Tessalonicenses 5.8); alguns esperam mudanças repentinas de
todas as coisas em uma condição melhor, ao que, quanto a desejar, eu
poderia dizer com o profeta Jeremias, “Amém”, mas quanto a professar, não
creio [ser possível] em termos tão fáceis como se imagina (Malaquias 2.2,
Amos 5.18); alguns têm muitos artifícios para sua própria segurança
pessoal. Mas, finalmente, será constatado que somente esse andar com Deus
é o que nos dará libertação garantida, de modo que, quando não estivermos,
Deus nos levará.

Plano de Leitura: Jeremias 31-33 CF 18.3


18 de junho

Ande humildemente com Deus (1)


John Owen

Miqueias 6.8

Andar humilde com Deus é o grande dever e a mais valiosa preocupação


dos crentes. “O que o Senhor teu Deus requer de ti?”. Isso é suficientemente
afirmado nas palavras do próprio texto, que sendo tão enfaticamente
proposto, não carece de qualquer confirmação posterior por testemunho.
Porém, porque este é um assunto abundante nas Escrituras, acrescentarei
uma única prova em cada parte da proposição, a saber: que deve ser tanto
nosso grande dever quanto nossa mais valiosa preocupação. Para o
primeiro, tome aquela passagem paralela de Deuteronômio 10:12-13.
Aquilo que é sumariamente expresso no texto de Miqueis por “andar
humildemente com Deus”, é mais amplamente descrito aqui, com o mesmo
prefácio: “O que o Senhor teu Deus requer de ti?”. Ele nos dá a raiz e o
fruto; a raiz, no temor e no amor; o fruto, em andar nos caminhos de Deus e
guardar Seus mandamentos. A perfeição de ambos é temer e amar o Senhor
com todo o coração e toda a alma, e andar em todos os Seus caminhos. Essa
é a grande coisa que Deus exige dos professores.

Plano de Leitura: Jeremias 34-36 CM 81


19 de junho

Ande humildemente com Deus (2)


John Owen

Miqueias 6.8

Uma passagem de mesma importância, quanto à excelência desta


preocupação dos crentes [a saber, andar humildemente com Deus] para
nossa segunda consideração, é vista tem na resposta do escriba,
recomendada por nosso Salvador em Marcos 12:33; como se Ele dissesse,
nestes dias: “Isto é melhor do que toda a sua pregação, toda a sua audição,
todas as suas reuniões privadas, todas as suas conferências, todos os seus
jejuns”. Holocaustos e sacrifícios inteiros eram, então, a adoração instituída
de Deus, designada por Ele e aceitáveis a Ele, como são as coisas que eu
agora repeti. Porém, todas essas coisas externas podem ser falsificadas. Os
hipócritas podem realizar sua obra externa ao oferecerem sacrifícios.
Porém, não podem falsear o andar humildemente com Deus [...]. Se por
meio dos exercícios externos e no desempenho deles houver, como pode
haver, um coração orgulhoso, não mortificado, não subjugado à lei do
Espírito da vida, não humilhado em todas as coisas para andar com Deus;
então, tanto eles quanto seu desempenho são odiados por Deus. De modo
que, embora essas coisas devam ser feitas, ainda assim, nossa grande
preocupação reside, quanto ao principal, em andar humilde: “Somente deixe
a sua conversação como convém ao evangelho”. Este é o significado da
expressão no início do versículo: “O que o Senhor teu Deus requer de ti?”.
Podes lançar-te em teus pensamentos para outras coisas, nas quais ou te
alegrar mais, ou, como tu supõe, ser mais aceitável a Deus. Todavia, não se
engane, esta é a grande coisa que Ele requer de ti: andar humildemente com
Ele.

Plano de Leitura: Jeremias 37-39 CF 18.4


20 de junho

Oração Secreta (1)


Oliver Heywood

Salmo 37:37

Quando um cristão, em oração, encontra seu coração duro, morto,


embotado, distraído ou em qualquer forma fora de ordem, ele pode, em
segredo, fazer uma pausa e começar a dialogar com seu próprio coração,
examinar o assunto, lamentar a causa, repreender seu coração indigno e
ordenar a seu espírito libertino que se mantenha perto de seu Deus no dever.
Assim Davi: por que estás abatido, ó minha alma? [...] às vezes, para uma
evidência de maior humilhação, o cristão acha que é necessário prostrar-se
diante do Senhor — usar gestos que não seriam adequados aos olhos dos
outros. Portanto, a Oração Secreta é muito necessária, em um local onde um
cristão pode usar sua discrição conforme Deus o direcionar, para humilhar,
despertar, elevar e derreter seu coração somente diante do Senhor.

Plano de Leitura: Jeremias 40-42 CM 91, BC 39


21 de junho
Oração Secreta (2)
Oliver Heywood
Mateus 6:6

Uma alma que se dirige em segredo a Deus, vai a Ele como um Pai. Agora,
sabemos que os filhos não podem ser tão livres em se dirigir ao Pai, em
companhia e diante de estranhos, como quando nenhum ninguém está
presente. É, que quando um filho tem qualquer assunto especial para seu
Pai, ele o chama de lado, ou sussurra para ele, para que ninguém possa
ouvi-lo. Observe isso: os filhos de Deus têm uma mensagem para Deus que
ninguém deve saber. Assim, uma alma graciosa pode dizer: “Ó meu Rei,
meu Deus, meu Pai, tenho uma mensagem secreta para ti. Uma luxúria para
confessar, ou misericórdia para implorar ou bendizer, que eu não gostaria
que outros soubessem”. Não é adequado que alguém tenha conhecimento
daquilo de que uma alma graciosa fala a Deus. [...] A Esposa de Cristo é
modesta e não pode ser tão livremente amada diante dos outros como
quando em um canto [secreto]. Aqui, então, vem o uso e a vantagem da
Oração Secreta.

Plano de Leitura: Jeremias 43-45 CF 19.1


22 de junho
Oração Secreta (3)
Oliver Heywood
Mateus 6:6

Deus vê em segredo, portanto, não perdes o teu trabalho, embora os homens


não saibam onde estás, ou o que estás a fazer. O teu Deus te nota; tu não
fazes as tuas boas obras de forma desconhecida; embora teus gemidos não
sejam vistos ou ouvidos pelos homens, ainda assim são bem conhecidos por
teu Deus (Salmo 38:9). Como se Davi dissesse [no Salmo 38:9]: “Senhor,
muitas vezes eu me retiro secretamente ou para um lugar isolado; e lá eu
abro diante do Senhor as tristezas de minha alma, eu derramo meu coração
como água na face do Senhor (Lamentações 2:19). Às vezes, nas vigílias
noturnas ou em lugares solitários, ninguém sabe o que estou fazendo;
nenhum olho vê, nenhum ouvido ouve meus gritos amargos; mas o Deus
que tudo vê não esconde seus olhos de minhas lágrimas, não tapa Seus
ouvidos aos meus gritos, mas conhece meus gemidos, sim, meus próprios
desejos”. Observe isto: não há uma oração de um crente que não esteja está
no arquivo e registrada no Céu, embora oferecido por uma pessoa secreta e
em um lugar secreto. [...] Tenha plena ciência disto: orações secretas em um
quarto são tão conhecidas por Deus quanto orações públicas com a igreja;
as orações curtas do coração são propriedade de Deus, assim como as mais
ruidosas aclamações. Deus notou Ezequias quando ele virou seu rosto em
direção à parede e chorou e orou, e disse Deus: “Eu ouvi a tua oração, eu vi
as tuas lágrimas” (Isaías 38:5). Embora os homens não prestassem muita
atenção, Deus o fez. Sim, e mais, Ele expressa Sua aprovação e aceitação
desses sacrifícios em segredo.

Plano de Leitura: Jeremias 46-48 CM 92, BC 40


23 de junho
Oração Secreta (4)
Oliver Heywood
Mateus 6:6

Deus vê em segredo. Portanto, a Oração Secreta é um reconhecimento


formal da onisciência e onipresença de Deus. Quando você ora em um
canto [secreto], você testemunha sua fé na onipresença de Deus e O vê
preenchendo o Céu e a Terra. Esse Deus nos ordena que creiamos nisso. Daí
essa veemente contestação. Jeremias 23.24: “Alguém pode se esconder em
lugares secretos, para que eu não o veja, diz o Senhor? Não preencho o
Céu e a Terra, diz o Senhor?”. “Sim”, diz a alma crente, “eu sei que você
está em todo lugar; nenhum pensamento pode ser retido de Ti, portanto,
espero em Ti aqui. Tudo é um onde estou, pois onde quer que esteja, não
posso fugir de Ti; e onde quer que eu esteja, posso aproximar-me de Ti”. E
o Senhor está perto dos corações quebrantados e das almas que oram. Ele
não está longe de cada um de nós, mas Sua presença especial está com seus
santos de serviço.

Plano de Leitura: Jeremias 49-52 CM 93


24 de junho
Oração Secreta (5)
Oliver Heywood
Mateus 6:6

[Sobre oração secreta, considere:] Davi compõe um Salmo da Imensidão de


Deus (Salmo 139). Em que ele mostra: 1. A onisciência de Deus, nos seis
primeiros versos; 2. Onipresença de Deus, versos 7 ao 14. E que uso o santo
Davi faz desta doutrina celestial? Certamente, se Deus estará com ele onde
quer que esteja, ele está decidido a estar com Deus, verso 18. Quando
acordo, ainda estou contigo, ou seja, por oração secreta e meditação,
quando me deito, recomendo minha alma e corpo para ti, e quando eu me
levanto medito em ti; quando vou dormir, oro; quando acordo, estou com
Deus em pensamentos santos e preciosos. todos os meus dias, em todos os
lugares, condições, relações, negócios, ainda estou com meu Deus; e como
um bom homem costumava dizer: Meu Deus e eu somos uma boa
companhia. [...] Enoque caminhou com Deus, uma conversa no Céu, uma
comunhão com o Pai, um emblema de glória e a vida mais doce e feliz da
qual uma alma é capaz neste mundo. Muito disso consiste em uma conversa
com Deus no dever da Oração Secreta. Tudo isso flui de uma apreensão
devida da onisciência e onipresença de Deus.

Plano de Leitura: Lamentações 1-2 CF 19.2


25 de junho
Oração Secreta (6)
Oliver Heywood
Mateus 6:6

Ninguém viu Jacó lutando mão a punho (por assim dizer) com o Anjo, mas
todos podem observar os abraços amorosos entre aquele homem bom e seu
irmão hostil Esaú. Não houve nenhum testemunho da intercessão de Moisés
por Israel no Monte; mas toda a congregação e o mundo inteiro pode dar
testemunho de Deus ouvindo sua oração, por falar a um povo ofensor.
Quando Eli observou os lábios de Ana se moverem e não ouviu nenhuma
voz, ele a julgou mal como uma mulher bêbada; mas a verdade é que ela
estava ocupada com seu Deus em oração sincera. E, embora ele não
soubesse nada disso, depois, ele viu o efeito [e fruto da oração secreta] (1
Samuel 1.13; 27). Como quem diz: “Por esta criança eu orei; e o Senhor
deu-me a minha petição que lhe pedi; eis um sinal do Seu favor! Eis um
sinal evidente de que orei com verdade! Muitas vezes, sim, muitas vezes,
fui provocado por minha adversária zombadora, Penina, e como sempre fiz,
gemi ao meu Marido Celestial; e veja aqui o fruto de minhas sinceras
devoções em secreto. Ninguém viu minhas Lágrimas, todos podem ver meu
Filho; ninguém ouviu meus gritos em oração, mas a voz de meu Samuel
pode ser ouvida por todo o Israel. Ele levará o memorial da resposta à
oração secreta em seu nome até a sepultura”. E não pode muitas almas falar
a mesma coisa? Você não pode selar o mesmo experimento?

Plano de Leitura: Lamentações 3-4 CM 98, BC 41


26 de junho
Oração Secreta (7)
Oliver Heywood
Mateus 6:6

Um crente que ora em secreto pode dizer: “Ninguém sabe o significado da


misericórdia, exceto eu mesmo. Posso chamá-lo de Naftali, pois com
grandes lutas lutei com meu Deus e prevaleci”. Essa misericórdia tem um
preço duplo, pois é conquistada pela oração e, agora, pode ser usada com
louvores e triunfos, a fim de que uma alma possa dizer: “Este é o meu Deus,
esperei por Ele, Ele me salvará, este é o [meu Deus] Jeová, tenho esperado
por Ele, terei todo o gosto e regozijo na sua salvação. Eis que aqui está [a
misericórdia alcançada em oração], posso agora gloriar-me no meu Deus.
Os homens ímpios costumam dizer: Onde está o teu Deus? Agora, posso
respondê-los: Eis, aqui, Aquele que responde à minha oração, que se
manifesta a mim tão gloriosamente. Este é o meu Deus em quem confiei, a
quem invoquei e que me respondeu. Não estou desapontado: bendito seja
Deus! Essas manifestações de misericórdia são o retorno visível de minhas
orações secretas”.

Plano de Leitura: Ezequiel 1-3 CF 19.3


27 de junho
Oração Secreta (8)
Oliver Heywood
Mateus 6:6

Deus recompensa a oração secreta abertamente conferindo aos lutadores


secretos dons e graças mais eminentes de seu Espírito. E, de tal forma o faz,
que serão notados por outros: Aqueles que são mais constantes na oração
secreta, serão mais eminentes na oração pública. Como Moisés conversou
com Deus no Monte, os que oram em secreto terão rostos brilhantes. A
beleza do Senhor estará sobre eles. Quando uma alma está com seu Deus
em um canto, os efeitos são tão notáveis, que outros o conhecerão que foi
com Jesus [que ele esteve]. E deve ser assim; pois, conversar com Deus é
de natureza transformadora (2 Coríntios 3:18). As designações de Deus são
como lentes através das quais podemos ver a face de Deus. Agora, existem
dois tipos de óculos, mais largos e mais estreitos; os óculos mais largos são
ordenanças públicas, e os óculos mais estreitos são estes deveres privados:
em ambos, uma alma pode buscar e ver a face de Deus, e assim tornar-se
como Ele; pois, a visão aqui é por similitude. [...] Agora, quanto mais uma
alma desfruta de Deus, mais semelhante a Deus e ao Céu ela é, pois suas
graças brilham mais; ela ainda é cada vez mais alto. Os deveres privados ou
secretos são formas notáveis de comunhão com Deus. Sim, às vezes, uma
alma pode perder Cristo nas ordenanças públicas e encontrá-lo em segredo;
é assim que alguns interpretam aquele lugar em Cantares 3:4.

Plano de Leitura: Ezequiel 4-7 CF 19.4


28 de junho
Oração Secreta (9)
Oliver Heywood
Mateus 6:6

A oração é uma adoração imediata a Deus, pois o que foi dito mostra que
temos que fazer imediatamente com Deus. [...] Nisso está diferença de
outras partes adoração instituída de Deus, que necessariamente requer
companhia; como na pregação da Palavra, deve haver ouvintes; nos selos
do Pacto, como no Batismo e na Ceia dos Senhores, deve haver uma
sociedade, tal número que pode ser chamado de Igreja. Consequentemente,
esta última é chamada de Comunhão, porque diz o Apóstolo: Nós, sendo
muitos, somos um pão e um corpo. Mas não é absoluta ou essencialmente
requisito para a Oração que haja uma sociedade; um homem ou mulher, por
si só, pode cumprir este dever de oração de forma tão aceitável a Deus,
como se na companhia de mil santos. Não negamos as reuniões públicas ou
privadas do povo de Deus para oração; mas, ao mesmo tempo, afirmam que
a natureza do dever é tal, que pode ser realizado solitário e sozinho.[12]
Consequentemente, os escolásticos distinguem da oração, que é em
comunitária ou singular. Ambos têm seu lugar e uso. Embora coloquem
grande ênfase na promessa de Cristo, em Mateus 18.20, prometendo estar
onde dois ou três se encontram em seu Nome; afirmamos [também] a força
da oração de uma única pessoa de acordo com o texto que estamos
analisando [Mateus 6:6]. Assim, damos a ambos os tipos de oração o que
lhes é devido, sem comparações.

Plano de Leitura: Ezequiel 8-11 CF 19.5


29 de junho
Oração Secreta (10)
Oliver Heywood
Mateus 6:6

Sente-se na presença de Deus. Embora você não esteja à vista de qualquer


criatura mortal, o Deus eterno vê o que você está fazendo. Assim diz
Mateus 6:6 (Seu pai vê em segredo), escuridão não se esconde dEle. Deus te
vê mais do que se todos os homens na terra te olhassem. Seus olhos são dez
mil vezes mais brilhantes do que o Sol. Ele é de olhos mais puros do que
[qualquer coisa] para contemplar a iniquidade. Portanto, lave suas mãos em
inocência antes de ultrapassar Seu altar, pois se você considerar a
iniquidade em teu coração, Deus não ouvirá sua oração. Portanto, ponha o
Senhor sempre diante de você, especialmente, agora, que você está se
colocando diante do Senhor. Se essa advertência foi suficiente para gerar a
reverência em um pagão, então, que reverência o sentido da onipresença de
Deus geraria em teu coração, se fosse devidamente ponderada?

Plano de Leitura: Ezequiel 12-14 CM 94


30 de junho
Oração Secreta (11)
Oliver Heywood
Mateus 6:6

Cristãos, pesem seus espíritos com meditações como essas, os olhos de


Deus nunca estão longe de mim, eu estou diariamente caminhando ao Sol.
Mas, agora, estou me preparando para orar em segredo. Venho para
comparecer diante de Deus de uma maneira especial. Posso enganar os
homens e a mim mesmo, mas Deus não será zombado. Eu preciso, agora,
envolver meu coração para me aproximar de Deus, é isso que Ele procura;
um espírito adequado a tal Majestade a quem venho adorar! “Senhor, extrai
minhas afeições, une meu coração, excita minhas graças para que toda
minha alma seja conduzida após Deus”. Assim, entregues Tuas obras ao
Senhor e, então, teus pensamentos serão estabelecidos. Quando estiveres
voltando seu rosto para um dever, onde com certeza enfrentará Satanás e
carregará consigo um coração corrupto e enganoso, diga a Deus, pela tua
boca, para onde estás indo, quais são os teus medos. Nunca a alma marcha
em tão boa ordem, como quando ela se coloca sob a conduta de Deus; e
nunca é tão temente como quando se coloca sob os olhos de Deus (Gênesis
17:1). Quando você discernir sensatamente que está ajoelhado diante de
Deus, isso não o tornará perfeito, sincero e ficará mais violento? Se você
acha que Deus não está em seus armários, pelo que você vai orar lá? E se
você sabe que Ele vê você ali, por que você não pensa assim, e se coloca
como se estivesse na presença dEle? A criança se apresentará
recatadamente diante de seu Pai, o erudito diante de seu mestre; e o mesmo
acontecerá com a alma graciosa diante de Deus, na execução desse dever, se
for consciente de Sua presença.

Plano de Leitura: Ezequiel 15-17 CM 95


JULHO
David Clarkson e Samuel Bolton
1º de julho
O âmago da idolatria
David Clarkson
Efésios 5:5

Um homem cobiçoso é um idólatra. Não apenas os cobiçosos, mas também


os imorais são idólatras. Pois o apóstolo que, aqui, toma a cobiça como
idolatria, considera pessoas libidinosas idólatras também, onde ele fala de
alguns que fazem do seu ventre o seu Deus (Filipenses 3:19). De fato, toda
luxúria reinante é um ídolo – e todo aquele em que tais coisas reinam é um
idólatra. “A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida”. Prazeres e riquezas e honras são a trindade do homem
carnal. Estes são os três grandes ídolos dos homens mundanos, aos quais
eles prostram suas almas! E dando-lhes aquilo que é devido somente a
Deus, eles se tornam culpados de idolatria. Para que isso seja mais evidente
(isto é, que a cobiça, a imoralidade e outras luxúrias são idolatrias) vamos
considerar o que é idolatria e os vários tipos dela. A idolatria é dar aquela
honra e adoração à “criatura” que é devida, apenas, ao Criador. Quando essa
adoração é comunicada a outros, sejam eles o que forem, nós os tornamos
ídolos e cometemos idolatria. Ora, esta adoração devida somente a Deus
não é dada, apenas, pelos pagãos selvagens às suas toras de madeira e
pedras ou por papistas aos anjos, aos santos e às imagens; mas também, por
homens carnais às suas luxúrias. Aquele que faz de Cristo o seu objetivo
principal, se por fim ele encontrar Aquele a quem sua alma ama – isso
acalma seu coração – o que quer que ele não tenha, o que quer que ele perca
além disso; ele conta isso como uma recompensa total por todas as suas
lágrimas, orações, indagações, esperas e esforços. “Portanto, meus amados,
fugi da idolatria!” (1 Coríntios 10:14).

Plano de Leitura: Ezequiel 18-20 CM 96


2 de julho
Aquilo que mais valorizamos,
tornamos o nosso deus
David Clarkson
Jó 21:14

Aquilo que mais valorizamos tornamos o nosso deus; pois estima é um ato
de adoração da alma. Adoração é a estima da mente por algo como sendo o
que há de mais excelente. O Senhor exige a mais alta estima, como um ato
de honra e adoração devido somente a Ele. Portanto, ter uma alta estima por
outras coisas, quando temos pensamentos baixos sobre Deus, é idolatria.
Ter uma opinião elevada de nós mesmos, de nossas habilidades e
realizações, de nossas relações e prazeres, de nossas riquezas e honras, ou
daqueles que são ricos e honrados, ou qualquer coisa parecida com a
natureza, quando temos baixas opiniões a respeito de Deus, é colocar estas
coisas no lugar de Deus; torná-los ídolos e dar-lhes a honra e a adoração
que é devido, apenas, à Majestade Divina. O que mais estimamos, tornamos
o nosso deus. Se você tem outras coisas em maior estima do que o
verdadeiro Deus, você é idólatra (Jó 21:14).

Plano de Leitura: Ezequiel 21-24 CF 19.6


3 de julho
Aquilo ao que estamos mais atentos,
tornamos o nosso deus
David Clarkson
Eclesiastes 12:1

Aquilo ao que estamos mais atentos, tornamos o nosso deus. Pois, ser mais
lembrado, ser mais pensado, é um ato de adoração que é próprio de Deus,
que Ele requer como sendo somente a Ele (Eclesiastes 12:1). Outras coisas
podem ocupar a mente. Mas, se elas são mais pensadas do que Deus, isso é
idolatria – a adoração, que pertence a Deus, é dada à criatura. Quando você
se importa, cuida de suas propriedades e interesses mundanos, cuida de seus
lucros ou prazeres mais do que de Deus – você os coloca como ídolos no
lugar de Deus. Quando esse tempo (que deve ser tomado com pensamentos
sobre Deus), é gasto em pensamentos com outras coisas; quando Deus não
está em todos os seus pensamentos; ou se Ele, às vezes, está presente, ainda
que outras coisas ocupem um lugar mais elevado em seus pensamentos; se,
quando você é chamado para pensar em Deus – como, às vezes, todos os
dias devemos fazer com toda a seriedade – e se, ordinária e
voluntariamente, você faz com que esses pensamentos de Deus deem lugar
a outras coisas, isso é idolatria. Se você não pensa em Deus ou pensa de
forma diferente da que Ele pensa de Si mesmo (por exemplo, pensa-O como
todo-misericórdia, desconsiderando Sua justiça; pensa que Ele é piedoso e
compassivo, desprezando Sua pureza e santidade; pensa em Sua fidelidade
em cumprir promessas, em detrimento de Sua verdade na execução de
ameaças; pensa que Ele é todo amor, sem relação à Sua soberania), isto é
estabelecer um ídolo em vez de o Deus [verdadeiro]. Pensar sobre Deus de
forma diferente do que Ele revelou de Si mesmo, ou atentar para outras
coisas tanto quanto ou mais do que Deus, isso é idolatria.

Plano de Leitura: Ezequiel 25-28 CM 97


4 de julho
Aquilo que mais almejamos,
tornamos o nosso deus
David Clarkson
Mateus 6.24

Aquilo que mais almejamos, tornamos o nosso deus; pois, ser o mais
desejado é um ato de adoração devido somente ao verdadeiro Deus; pois,
Ele sendo o principal bem, Ele deve ser o fim principal. Agora, o fim
principal deve ser nosso objetivo principal; deve ser, intencionalmente,
voltado para si mesmo; e todas as outras coisas devem ser dirigidas para o
bem em uma subserviência a esse fim. Agora, quando fazemos de outras
coisas nosso principal objetivo ou projeto, nós os colocamos no lugar de
Deus e os fazemos ídolos. Quando nosso principal objetivo é ser rico, ou
grande, ou seguro, ou famoso, ou poderoso; quando nosso grande objetivo é
nosso próprio conforto, prazer, crédito, lucro e vantagem; quando visamos
ou pretendemos algo mais ou qualquer coisa tanto quanto a glorificação e o
desfrute de Deus, isso é idolatria da alma.

Plano de Leitura: Ezequiel 29-32 CF 19.7


5 de julho
Ao que nós somos mais determinados,
nós adoramos como deus
David Clarkson
Cântico dos Cânticos 3:2

Ao que nós somos mais determinados, nós adoramos como deus. Sermos
resolutos para com Deus, acima de todas as coisas, é um ato de adoração
que Ele exige como devido somente a Si mesmo. Comunicar tal ato a outras
coisas é dar a elas a adoração que pertence a Deus e torná-las deuses.
Quando somos totalmente determinados por outras coisas (por nossas
concupiscências, prazeres, vantagens exteriores) e, apenas, fracamente
resolutos por Deus, Seus caminhos, Sua honra, Seu serviço, isso é idolatria.
Quando somos resolutos, no presente, com relação a outras coisas, mas
colocamos nossas resoluções para Deus, no futuro – “Deixe-me obter o
suficiente do mundo, do meu prazer, das minhas luxúrias, agora; que eu
penso em Deus daqui em diante, na velhice, na doença no leito de morte” –,
então, essas são resoluções idólatras. Deus é escanteado; as criaturas e suas
luxúrias avançam para o lugar de Deus. E essa honra, que é devida somente
a Ele, você dá aos ídolos.

Plano de Leitura: Ezequiel 33-35 CM 99


6 de julho
Aquilo que mais amamos,
adoramos como nosso deus
David Clarkson
Mateus 22:37

Aquilo que mais amamos, adoramos como nosso deus; pois, o amor é um
ato de adoração da alma. Amar e adorar são, às vezes, a mesma coisa.
Aquilo que alguém ama, isso tal pessoa adora. Isto, indubitavelmente, é
verdade, se pretendemos por meio deste amor um tipo superlativo e
transcendente (pois ser amado acima de todas as coisas é um ato de honra e
adoração), que o Senhor exige como devido a Si mesmo (Deuteronômio
6.5). O Senhor Cristo resumiu toda aquela adoração que é exigida do
homem nisto: “Amar a Deus” (Mateus 22:37). Outras coisas podem ser
amadas, mas Ele será amado acima de todas as outras coisas. Ele deve ser
amado de maneira transcendente, absoluta e por Si mesmo. Todas as outras
coisas devem ser amadas nEle e para Ele. Quando amamos outras coisas
mais ou acima do que Ele mesmo, Ele olha para nós como se não O
adorássemos ou como não O tendo como Deus (1 João 2:15). Amor para
com a criatura, sempre que for desordenado, é um afeto idólatra.

Plano de Leitura: Ezequiel 36-38 CM 100


7 de julho
Aquilo em que mais confiamos,
tornamos o nosso deus
David Clarkson
Provérbios 3:5

Aquilo em que mais confiamos, tornamos o nosso deus; pois, confiança e


dependência é um ato de adoração que o Senhor reivindica como devido,
apenas, a Ele mesmo. E que Maior ato de adoração há exigido pelo Senhor,
do que a dependência da alma somente dEle? “Confie no Senhor de todo o
teu coração” (Provérbios 3.5). Ele não permitirá nenhum espaço para
confiança em qualquer outra coisa. Portanto, é idolatria confiar em nós
mesmos, em nossa própria sabedoria, julgamentos, habilidades, realizações.
O Senhor proíbe isso (Provérbios 3.5). Confiar em bens ou riquezas – Jó
nega [que tenha praticado] isso e reconhece entre os atos idólatras que
foram punidos pelo juiz (Jó 31:24). E o nosso apóstolo, que chama a
idolatria da cobiça, dissuade desta “confiança nas riquezas” como
inconsistente com a confiança em Deus (1 Timóteo 6:17). Confiar nos
amigos, embora muitos e poderosos. Ele fixa uma maldição sobre tal
confiança como sendo um afastamento, uma renúncia de Deus, um avanço
do qual confiamos na sala de Deus (Salmo 136:3). Salmo 118:8-9: “Melhor
é buscar refúgio no SENHOR do que confiar no homem. Melhor é buscar
refúgio no SENHOR do que confiar em príncipes”. A idolatria dessa
confiança é expressa, na medida em que o verdadeiro Deus é posto de
lado. Confiança na criatura é sempre idólatra.

Plano de Leitura: Ezequiel 39-41 CM 101


8 de julho
Aquilo que mais tememos, adoramos como nosso Deus
David Clarkson
Lucas 12:4-5

Aquilo que mais tememos, adoramos como nosso deus; pois medo é um ato
de adoração. Aquele que teme adora aquilo que é temido – o que é
inquestionável quando seu medo é transcendente. Toda a adoração de Deus
é, frequentemente, expressa, nas Escrituras, por essa palavra “temor”
(Mateus 4:10; Deuteronômio 6:13); e o Senhor exige essa adoração (esse
temor), como devida somente a Ele (Isaías 50:10). Esse é o nosso deus:
aquilo que é o nosso medo e pavor (Lucas 12:4-5). Se você tem medo dos
outros mais do que dEle, você dá aquela adoração que é devida somente a
Deus a eles – e isso é clara idolatria.

Plano de Leitura: Ezequiel 42-44 BC 43


9 de julho
Aquilo que fazemos de nossa esperança, adoramos como deus
David Clarkson
Jeremias 17:13

Aquilo que fazemos de nossa esperança, adoramos como deus; pois, a


esperança é um ato de adoração – e a adoração é devida somente a Deus. É
sua prerrogativa ser a esperança de seu povo (Jeremias 17:13; Romanos
15:13). Quando fazemos de outras coisas nossa esperança, damos-lhes a
honra devida somente a Deus. É um abandono do Senhor, a Fonte; é
estabelecer “cisternas rachadas” em Seu lugar (Jeremias 2:13), por meio
destas, cultuam-nas como Deus. Assim, fazem os papistas, abertamente,
quando chamam a Mãe Virgem, a cruz de madeira e os santos que já
partiram, de sua esperança. E, assim, fazem outros, entre nós, que fazem de
suas orações, sua tristeza pelo pecado, suas obras de caridade ou quaisquer
atos de religião ou justiça, a sua esperança; quando os homens esperam
satisfazer a justiça de Deus, para apaziguar o desprazer de Deus e conseguir
o céu. Nada pode afetar isso, senão aquilo que é infinito – a justiça de Deus.
E isso nós temos somente em e a partir de Cristo. Ele é, portanto, chamado
de nossa esperança (1 Timóteo 1:1); “a nossa esperança da glória”
(Colossenses 1:27). Aqueles que fazem da sua própria justiça o fundamento
de sua esperança, exaltam-na no lugar de Cristo e a honram como Deus.

Plano de Leitura: Ezequiel 45-48 BC 44


10 de julho
Aquilo que mais desejamos,
adoramos como nosso deus
David Clarkson
Salmo 27:4

Aquilo que mais desejamos, adoramos como nosso deus; pois, aquilo que é
mais desejado é o Maior bem, na avaliação de quem o deseja. E o que ele
considera o seu Maior bem, ele transforma em seu deus. O desejo é um ato
de adoração; e ser o mais desejado é esse culto, essa honra, que é devida
somente a Deus. Desejar algo mais ou tanto quanto o desfrute de Deus é
idolatrar tal coisa, prostrar o coração a isso e adorá-la como Deus (que é o
único a ser adorado). Somente Ele deve ser, para nós, o desejável acima de
todas as coisas. “Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa
morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a
beleza do SENHOR e meditar no seu templo” (Salmo 27:4).

Plano de Leitura: Daniel 1-3 CM 102, BC 42


11 de julho
Aquilo em que mais nos deleitamos e
nos regozijamos, isto adoramos como Deus
David Clarkson
1 Coríntios 1:31

Aquilo em que mais nos deleitamos e nos regozijamos, isto adoramos como
deus; pois, deleite transcendente é um ato de adoração devido somente a
Deus. Esse afeto, em seu nível máximo, é chamado de glória. Aquilo que é
nosso deleite acima de todas as coisas, nos gloriamos nisso – e esta é uma
prerrogativa que o Senhor exige para Si (1 Coríntios 1:31; Jeremias 9:23–
24). Regozijar-se mais em nossa sabedoria, força e riquezas do que no
Senhor é idolatrar tais coisas. Pois, se deleitar mais nos relacionamentos,
esposa ou filhos, em confortos e acomodações exteriores do que em Deus, é
adorá-los com adoração que pertence somente a Deus. Ter mais prazer em
qualquer forma de pecado, impureza, intemperança, empregos terrestres, do
que nos caminhos santos de Deus, do que nos serviços espirituais e
celestiais em que podemos desfrutar de Deus; isso é idolatria.

Plano de Leitura: Daniel 4-6 CM 103, BC 45


12 de julho
Aquilo em que mais nos deleitamos e nos regozijamos,
isto adoramos como Deus
David Clarkson
Salmo 73:25

Aquilo pelo qual somos mais zelosos, adoramos como deus; pois, tal zelo é
um ato de adoração devido somente a Deus. Portanto, é idólatra ser mais
zeloso por nossas próprias coisas do que pelas coisas de Deus; estar ansioso
por nossa própria causa e descuidado na causa de Deus; ser mais veemente
para nosso próprio prazer, interesses, vantagens, do que pelas verdades,
caminhos, honra de Deus; ser fervoroso em seguir nosso próprio negócio,
promover nossos projetos, mas morno e indiferente ao serviço de Deus;
considerar intolerável para nós mesmos sermos reprovados, caluniados,
insultados, mas não manifestar indignação quando Deus é desonrado; Seu
nome, Shabbaths, adoração, profanados; Suas verdades, maneiras, pessoa,
insultadas. Agir assim é idólatra.

Plano de Leitura: Daniel 7-9 CM 104, BC 46


13 de julho
Aquilo a que somos mais gratos,
isto adoramos como deus
David Clarkson
Oseias 2:5-8

Aquilo a que somos mais gratos, isto adoramos como deus; pois, gratidão é
um ato de adoração. Nós adoramos aquilo pelo qual somos mais gratos.
Podemos ser gratos aos homens, podemos reconhecer a utilidade de meios e
instrumentos; mas se pararmos nisso e não nos elevarmos mais em nossas
ações de graças e agradecimentos; se o Senhor não for lembrado como
Aquele sem o qual tudo isso não é nada – isso é idolatria. Por isso, o Senhor
ameaça aqueles idólatras (Oseias 2:5, 8). Assim, quando atribuímos nossa
abundância e riquezas a nosso cuidado e trabalho; nosso sucesso à nossa
prudência e diligência; nossas libertações a amigos, meios, instrumentos;
sem olhar mais alto ou não tanto a Deus como a estes – os idolatramos,
sacrificamos a eles, como o profeta expressa isso (Habacuque 1:16).
Atribuir aquilo, que vem de Deus às criaturas, é colocá-las no lugar de Deus
e, assim, adorá-las.

Plano de Leitura: Daniel 10-12 CM 105, BC 47


14 de julho
Aquilo a que somos mais gratos,
isto adoramos como deus
David Clarkson
Oseias 2:5-8

Quando nosso cuidado e negócios são mais [voltados] para outras coisas, do
que para Deus, isso é idólatra. Ninguém pode servir a dois senhores; não
podemos servir a Deus e às riquezas; ou a Deus e às nossas
concupiscências, porque esse serviço conosco mesmo e com o mundo
ocupa esse cuidado, essa atividade, esses esforços que, necessariamente,
devem ser do Senhor, se o servirmos como Deus. Quando nosso tempo e
esforços são estabelecidos para o mundo e nossas luxúrias, nós os servimos
como o Senhor deve ser servido – assim tornamo-los nossos deuses.
Quando você é mais cuidadoso e diligente para agradar os homens ou a si
mesmos, do que agradar a Deus; quando você tem mais cuidado a fim de
prover para você e a sua posteridade, do que ser útil a Deus; quando você é
mais cuidadoso sobre o que você deve comer, beber ou vestir-se, do que
como você pode honrar e desfrutar de Deus; quando você é mais cuidadoso
para fazer provisão para a carne, para cumprir os desejos dela, do que como
cumprir a vontade de Deus; quando você é mais diligente para promover
seus próprios interesses, do que os projetos de Deus; quando você é mais
cuidadoso para ser respeitado entre os homens, do que o que Deus pode ser
homenageado e avançado no mundo; quando você é mais cuidadoso como
conseguir as coisas do mundo, do que como empregá-las para Deus; quando
você acordar cedo, ir para a cama tarde, comer o pão do cuidado, que
prosperar e alargar sua propriedade, enquanto a causa e formas, e os
interesses de Cristo têm poucos ou nenhum de seus empreendimentos —
isto é idolatrar o mundo, vocês mesmos, suas concupiscências, as suas
relações, enquanto o Deus do Céu é negligenciado! A adoração e o serviço
devidos somente a Ele são, por meio disso, idolatricamente, dados a outras
coisas!

Plano de Leitura: Oseias 1-3 CM 106, BC 48


15 de julho
O crente é liberto de Satanás
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Os crentes estão livres de Satanás. Cristo nos arrancou e nos livrou das
mãos de Satanás. Éramos prisioneiros dele, em suas cadeias; e Cristo nos
trouxe a libertação. Isto é descrito por meio de uma parábola no Evangelho
de Lucas 11.21-22. Mas é claramente afirmado em Hebreus 2.14-15: Cristo
veio ao mundo “para que, pela morte, destruísse aquele que tinha o poder da
morte, isto é, o diabo”. Cristo nos libertou da ira de Deus e do poder do
diabo, por compra. Por um braço forte, Ele nos livra de Satanás, assim
como libertou os filhos de Israel do Egito por uma mão forte.

Plano de Leitura: Oseias 4-7 CM 107, BC 49


16 de julho
O crente é liberto do pecado (1)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Somos libertos do pecado, isto é, da culpa, da contaminação e do domínio


do pecado, a fim de que nenhum dos nossos pecados nos condene ou traga a
ira sobre nós, Cristo se interpõe entre nós e a ira, para que ninguém possa
nos condenar: (Romanos 8:1). [...]. Se você tem interesse em Cristo, o
pecado nunca o condenará, pois Cristo deu satisfação a isso. “Aqueles cuja
posição está em Cristo satisfizeram em Cristo todas as exigências de Deus e
de Sua Lei” (Piscator).

Plano de Leitura: Oseias 8-10 CM 108, BC 50


17 de julho
O crente é liberto do pecado (1)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Não seria justo de Deus exigir o pagamento de Cristo, ou melhor, receber a


plena satisfação de Cristo e exigir qualquer coisa de você. Isso é o que Deus
fez: “Ele fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53.6). Isto é o
que Cristo fez: Ele pagou a Deus até que Deus disse que tinha o
suficiente. Ele estava totalmente satisfeito: “Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo” (Mateus 3.17; 12.18), isto é, “em quem estou
totalmente satisfeito e apaziguado”. Por isso, o apóstolo escreve: “Deus
estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, porque Ele o fez pecado
por nós; aquele que não conheceu pecado, para que nEle sejamos feitos
justiça de Deus” (2 Coríntios 5.19-21).

Plano de Leitura: Oseias 11-14 CM 109, BC 51


18 de julho
O crente é liberto do pecado (2)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Nenhum de nossos pecados pode trazer sobre nós as consequências da ira


divina. Estamos livres de todas as misérias, calamidades, aflições e
punições que são frutos do pecado, na medida em que contêm ira. Se você
tirar a substância, a sombra também deve partir. O pecado é a substância, o
castigo é a sombra que o acompanha e o segue. Tire o pecado e, então, as
punições também serão tiradas. Todas as dispensações de Deus são
misericordiosas. Todos concordam que as punições eternas nunca podem vir
sobre qualquer um daqueles a quem Cristo libertou do pecado, aqueles a
quem Ele justificou. De outras punições que contêm algo de punição eterna,
os crentes também são libertados. Nada de ira divina pode tocá-los. Eu
admito que Deus aflige aqueles cujo pecado Ele perdoa. Porém, há uma
grande diferença no que diz respeito: à mão da qual as aflições procedem,
as pessoas que suportam as aflições, as razões para afligir e os fins que
Deus visa no envio das aflições, como mostrarei mais tarde. É claro que, na
medida em que as aflições são parte da maldição do pecado, Deus não
aflige e não pode afligir Seu povo pelo pecado. Nem Deus aflige Seu povo
pelo pecado como se tais aflições fossem pagamentos ou satisfações pelo
pecado; como se a justiça de Deus (por causa do pecado) não fosse
totalmente satisfeita por Cristo; como se Cristo tivesse deixado algo para
nós carregarmos a título de satisfação. Os papistas dizem isso (e, portanto,
eles realizam penitências e se punem), mas nós não. Novamente, na medida
em que as aflições são os únicos frutos do pecado, Deus não as traz sobre
Seu povo, pois a esse respeito elas são parte da maldição. As aflições sobre
os homens ímpios são penais, uma parte da maldição. Não há nada de
medicinal nelas. Elas são os efeitos da justiça vingativa e não da
misericórdia paterna. Todavia, as aflições que sobrevêm aos piedosos são de
propósito medicinal e têm o objetivo de curá-los do pecado.

Plano de Leitura: Joel 1-3 CM 110, BC 52


19 de julho
O crente é liberto do pecado (3)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Deus tem pensamentos de amor em tudo o que faz ao Seu povo. A base de
Seu trato conosco é o amor (embora a ocasião possa ser o pecado). A
maneira de Seu trato é o amor e o propósito de Seu trato é o amor. Ele
considera, em tudo, o nosso bem aqui, para nos tornar participantes de Sua
santidade, e para nossa glória no futuro, para nos tornar participantes de Sua
glória. Mas não é assim com respeito à punição de Deus aos homens
ímpios. Não há amor no fundamento, nem na maneira, nem no
propósito. Todas as suas relações com eles, a esse respeito, são partes da
maldição e levam em consideração o demérito de seu pecado.

Plano de Leitura: Amós 1-3 CM 111, BC 53


20 de julho
O crente é liberto do pecado (4)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Cristo também libertou o crente do domínio do pecado: “O pecado não terá


domínio sobre ti” (Romanos 6.14). Por quê? “Porque não estais debaixo da
Lei, mas debaixo da graça”. Na verdade, enquanto estávamos sob a Lei, o
pecado tinha domínio total. Não tinha apenas posse de nós, mas domínio
sobre nós. Esse domínio era voluntário, uma livre sujeição e resignação de
nós mesmos aos movimentos e serviços do pecado. Então, descemos a
corrente, o vento e a maré. Havia tanto o poder da luxúria quanto as
inclinações lascivas para nos levar — esta última era a maré, a outra era o
vento. Mas, agora, estando sob a graça, sob o Pacto da Graça, e estando
interessados em Cristo e libertos por Ele, estamos livres do domínio e poder
do pecado.

Plano de Leitura: Amós 4-6 CM 112, BC 54


21 de julho
O crente é liberto do pecado (5)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Ainda temos a presença do pecado, ou melhor, as agitações e ações de


corrupções. Isso nos faz ter corações tristes e olhos úmidos. No entanto,
Cristo, até agora, nos libertou do pecado — este não terá domínio. Pode
haver turbulência, mas não a prevalência do pecado. Pode haver indícios de
corrupção. [...] Um homem piedoso pode ficar mais preocupado com o
pecado quando ele é conquistado do que quando reinava. O pecado ainda
funcionará, mas é controlado em seu funcionamento. [...] O pecado não age
mais descontrolados como antigamente. Pecado está sob comando. Na
verdade, pode obter vantagem e pode ter uma tirania na alma, mas nunca
mais será soberana. Pode chegar ao trono do coração e bancar o tirano neste
ou naquele ato específico de pecado, mas nunca mais será como um rei
lá. Seu reinado acabou. Você nunca renderá uma obediência voluntária ao
pecado. O pecado foi vencido, embora ainda tenha um ser dentro de você.
Agostinho descreve o homem em quatro condições diferentes. Antes da Lei,
ele não luta contra o pecado. Sob a Lei, ele luta, mas é vencido. Sob a
graça, ele luta e vence. Mas, no Céu, tudo é conquista, e não há mais
combate por toda a eternidade. É nossa felicidade, aqui, na graça, que haja
uma conquista, embora seja um combate diário. Lutamos, mas conseguimos
a vitória; o pecado nunca mais terá domínio sobre nós. Aqueles pecados que
eram reis, agora, estão cativos em nós; pecados que estavam no trono,
agora, estão acorrentados. Que misericórdia é essa!

Plano de Leitura: Amós 7-9 CM 113, BC 55


22 de julho
O crente é liberto da Lei (1)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

O crente está livre do domínio do pecado. Na tentação, o pecado é


quebrado. Não há permissão para o pecado no entendimento. A alma não
está disposta a permitir o pecado sob qualquer forma. Não há acordo com
ele na vontade, não há envolvimento dele nas afeições. Seu funcionamento
está quebrado e ferido. Ó crentes, vocês nunca estarão dispostos a pecar
novamente; vocês podem ser cativos, nunca súditos; o pecado pode
tiranizar, nunca reinar. O reinado do pecado descreve uma alma sob o poder
do pecado e em estado de pecado. Porém, o pecado está mais morrendo do
que vivendo em você. [...] O pecado está morto judicialmente; Cristo o
sentenciou. Cristo condenou o pecado na carne (Romanos 8.3). O pecado
encontrou seu golpe mortal na morte de Cristo e está morrendo. Como foi o
caso da casa de Saul, está diminuindo a cada dia. Porém, observe que Deus
escolheu colocar o pecado em uma morte prolongada — morte na cruz foi
para a punição maior do pecado, para que ele, agora, morra
gradualmente. Mas também, isso é [assim] para uma humilhação adicional
dos santos a fim de que eles possam se lançarem no exercício da oração e
sobre o domínio de sua fé. A intenção é exercitar sua fé para quebrar
diariamente o poder do pecado e da corrupção neles.

Plano de Leitura: Obadias e Jonas CM 114, BC 56


23 de julho
O crente é liberto da Lei (2)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Cristo nos libertou da lei. Essa é outra parte da nossa liberdade por Cristo:
Romanos 6.14; 7.6; Gálatas 2.19; 5.18. Esta, então, é outra parte da nossa
liberdade por Cristo: somos libertos da lei. Devemos agora considerar o que
é isso. Estamos livres da lei cerimonial, que era um jugo que nem nós nem
nossos pais podíamos suportar (Atos 15.10). No entanto, esta é apenas uma
pequena parte da nossa liberdade.

Plano de Leitura: Miqueias 1-4 CM 115, BC 57


24 de julho
O crente é liberto da Lei (3)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Somos libertos da Lei Moral, primeiro, como uma aliança, dizem nossos
teólogos. Pouparia muitos problemas dizer que estamos livres da Lei como
aquela da qual se poderia esperar a vida com a condição de que a devida
obediência fosse prestada. Mas aceite isso, como muitos [têm dito]: estamos
livres da lei como um pacto. A lei pode ser considerada como uma regra
e/ou como um pacto. Quando lemos que a Lei ainda está em vigor, deve-se
entender a lei como uma regra, não como um pacto. Novamente, quando
lemos que a Lei foi revogada e que estamos livres da Lei, deve-se entender
a Lei como um pacto, não como uma regra. Mas, ainda assim, em tudo isso
ainda não está expresso qual é a aliança. O apóstolo chama isso de Antiga
Aliança (Hebreus 8.13), sob a qual eles estavam e da qual somos
libertados. Isso nunca poderia nos dar vida. Todavia, agora, não pode nos
infligir a morte. Estamos mortos para isso e, agora, ela está morta para nós
[nesse sentido do pacto de vida]. Lemos em Romanos 7.1-6: “A lei tem
domínio sobre o homem enquanto ele viver. Pois a mulher que tem marido
está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas se o marido
morreu, ela está livre da lei de seu marido”. Entre outras interpretações que
podem ser estabelecidas, sugerirei apenas esta: a lei é seu marido; você está
sujeito a ela, pois está procurando, por sua sujeição, ser justificado e
salvo. E até que a Lei, como aliança ou marido, esteja morta para você, e
você para ela [...], você nunca buscará justiça e vida em outra pessoa. Até
que a Lei o mate e você esteja morto para ela, você buscará a justiça e a
vida por meio da obediência a ela. Porém, quando uma vez que a Lei o
matou e mostrou que está morta para você e não pode lhe fazer o bem, de
modo que você não pode esperar nada dela, então, você buscará a vida
somente por [meio de] Cristo.

Plano de Leitura: Miqueias 5-7 CM 116, BC 58


25 de julho
O crente é liberto da Lei (3)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Esse foi o caso [Romanos 7.1-6] do próprio apóstolo [Paulo]. Ele já foi
alguém que esperava (como deveria) tanto bem da lei e de sua obediência a
ela quanto qualquer homem. Diz ele: “Eu estava vivo sem a lei uma vez;
mas quando o mandamento veio, o pecado reviveu e eu morri. E o
mandamento, que era para a vida, eu achei que era para a morte” (Romanos
7.9-10). Quer dizer: “descobri que, em vez de me salvar, ela me matou; deu-
me morte em vez de vida”. E, novamente, ele diz: “Porque o pecado,
tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou”; isto
é, a Lei veio com um poder esclarecedor, convincente, acusador e
condenador, e me colocou de costas e me matou. Eu vi que não podia
esperar nada ali, nada dela como uma aliança. Quanto ao apóstolo,
portanto, a Lei, agora, estava morta para ele, e não podia lhe permitir nada,
da mesma forma ele também estava morto para a Lei. Ele não esperava
nada disso depois. Como ele nos diz mais tarde: “Eu pela Lei morri para a
lei, a fim de viver para Deus” (Gálatas 2.19): isto é, tendo, agora, a Lei me
matado, estou morto para sempre. Não espero nada dela como uma
aliança; toda a minha vida está em Cristo. Eu procuro, agora, viver [por
meio] de outro. Eu através da lei, isto é, através do poder de convencer,
iluminar, condenar e matar dela, vejo que ela está morta para mim e eu
para ela. Nada posso esperar dela, isto é, como uma aliança de vida e
morte. Ela está morta para mim e eu para ela, e procuro tudo em Cristo.
Assim, estamos livres da Lei como um pacto. Falarei mais amplamente
sobre isso nas respostas às perguntas mais tarde.

Plano de Leitura: Naum 1-3 BC 59


26 de julho
O crente é liberto da Lei (4)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

A lei exige duas coisas daqueles que estão sob ela: ou devem obedecer aos
preceitos, o que é impossível com o grau de rigor e rigidez que a lei exige
(Gálatas 3); ou eles devem suportar as penalidades da lei, que são
insuportáveis; ou eles devem obedecer aos mandamentos ou sofrer as
maldições da Lei; ou fazer a vontade de Deus ou sofrer a vontade de Deus
na perda da alma e do corpo. Neste triste dilema estão aqueles que estão sob
a lei como um pacto: “Quem não crê já está condenado [...] a ira de Deus
permanece sobre ele” (João 3.18, 36). Os incrédulos devem estar sob as
maldições da lei.

Plano de Leitura: Habacuque 1-3 CM 117, BC 60


27 de julho
O crente é liberto da Lei (5)
Samuel Bolton
Gálatas 5:1

Os crentes são libertos da Lei como uma aliança de vida e morte. Portanto,
eles estão livres das maldições e maldições da lei. A Lei nada tem a ver
com eles no tocante ao seu estado e condição eternos. Daí as palavras do
apóstolo: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus” (Romanos 8.1), isto é, para os que não estão debaixo da Lei.
Estivestes realmente sob a lei como um pacto, a condenação iria ao seu
encontro — nada mais além da condenação. Embora a Lei não seja capaz
de salvá-lo, pode condená-lo. Ela é incapaz de conceder a bênção, mas pode
derramar a maldição sobre você: “Tantos quantos são das obras da lei” —
isto é, aqueles que estão sob a lei como um pacto, e que buscam vida e
justificação por meio dela — “estão sob a maldição” (Gal, 3.10). Ele
continua com o argumento: “Pois está escrito: Maldito todo aquele que não
permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei para fazê-
las”. Não é possível ao homem obedecer, em todas as coisas, sem cair em
nenhuma. Portanto, ele é deixado sob a maldição. Por isso digo, se você
está sob a lei, a lei pode condená-lo, embora não possa salvá-lo (Rm 8.3).

Plano de Leitura: Sofonias 1-3 CM 118


28 de julho
A finalidade de Deus ao enviar aflições sobre Seu povo (1)
David Clarkson
Isaías 27:9

O Senhor tem outra finalidade em castigar Seu povo e julgar seus inimigos.
Ele procede contra eles com a intenção de destruí-los; contra Seu povo com
o propósito de purificá-los e refiná-los. [...] De modo que, aqui, temos o fim
e o uso das punições e aflições com a quais o Senhor exerce sobre o seu
povo, a saber, a purificação de sua iniquidade e a eliminação de seus
pecados. O exemplo, aqui [em Isaías 27.9], é aquele que foi o crime capital
de Israel e de Judá, o pecado pelo qual eles estavam antes do cativeiro mais
viciados, isto é, idolatria, adoração de falsos deuses. [...] O fim e fruto do
julgamento e castigo do Senhor, foi a destruição da idolatria, seus
instrumentos e monumentos: sob o pecado principal, compreendendo o
resto.

Plano de Leitura: Ageu 1-2 CM 119, BC 61


29 de julho
A finalidade de Deus ao enviar aflições sobre Seu povo (2)
David Clarkson
Isaías 27:9

É isso que é mais ou menos visado em todos os tipos de sofrimentos, não


apenas naqueles que são para correção, mas também naqueles que são para
provação ou por causa da justiça. 1. Aquelas aflições que são para correção
chamadas παιδέιαι; o fim adequado dessas aflições é a correção dos
aflitos. O Senhor torna seus filhos espertos contra o pecado, a fim de que
tenham medo dele e não mais se aventurem nele. Ele permite que caiam em
problemas, ou permite que calamidades caiam sobre eles, a fim de que não
mais caiam no pecado. Isso é evidente pelos textos citados anteriormente. O
Senhor visa isso, não apenas na execução, mas na ameaça de castigos
(Apocalipse 3:19). Ele intenta a mudança e o arrependimento mostrando e
sacudindo a vara. 2. Aquelas aflições que são para julgamento são
chamadas δοκιμασὶαι. Seu objetivo principal é provar a verdade ou a força
da graça; descobrir ou provar nossa fé, amor, paciência, sinceridade,
constância [...]. A mortificação do pecado e a remoção da iniquidade
também podem ser intencionadas nesse tipo de aflição. Encontramos ambos
expressos juntos nas Escrituras, como pretendidos conjuntamente em
aflições e sofrimentos. Aquelas que devem provar o povo de Deus, também
devem purificá-los e refiná-los (Daniel 11:35; Zacarias 13:8-9). Não apenas
para experimentá-los, como o ouro é provado pelo fogo, seja o metal
precioso para o qual é confundido, mas para refiná-los como a prata é
refinada. 3. Aquelas que são por causa da justiça são chamadas διωγμοὶ,
perseguições. O que move os homens iníquos a perseguir os crentes por
causa da justiça, o que o Senhor visa, ao deixá-los na perseguição, tirar
pecados deles [dos crentes]. Os sofrimentos que se abateram sobre os
crentes hebreus foram provações e são chamados de punições. Contudo,
foram infligidos por seus perseguidores por causa de sua profissão de fé em
Cristo e fidelidade a Ele. Porém, o que Deus pretendia nisso era o que um
pai almeja, ou deve fazer, ao corrigir seu filho (Hebreus 12:5-7). O Senhor
corrige seus filhos pelas mãos de perseguidores.
Plano de Leitura: Zacarias 1-4 CM 120, BC 62
30 de julho
A finalidade de Deus ao enviar aflições sobre Seu povo (3)
David Clarkson
Salmo 119:67, 71

Agora, como tais males podem ser bons para o povo de Deus, podemos
aprender com o de Davi (Salmo 119:67, 71). Antes de ser afligido, ele era
um transgressor, ele tomou a liberdade de deixar o caminho de Deus.
Porém, por suas aflições, ele foi ensinado a manter-se nesse caminho; ele
aprendeu, assim, a não transgredir. Na verdade, não podemos imaginar bem
como as aflições poderiam nos fazer bem, se não nos ajudassem contra o
pecado; pois é isso que retém de nós as coisas boas, tanto espirituais quanto
temporais, ou que as impede de serem boas. A santidade (da qual dependem
as misericórdias espirituais e eternas) não pode prosperar, mas, somente, à
medida que o pecado declina. As bênçãos temporais dificilmente podem ser
bênçãos, a menos que sejamos fortalecidos contra o pecado. Quanto mais
prazeres exteriores temos, mais armadilhas, se o pecado não for mortificado
e evitado.

Plano de Leitura: Zacarias 5-8 CM 121


31 de julho
A finalidade de Deus ao enviar aflições sobre Seu povo (4)
David Clarkson
Salmo 119:67, 71

O Senhor, ao afligir seu povo, não age como juiz, mas como pai. Um juiz
pune os infratores, porque a justiça deve ser feita, a lei deve ser
satisfeita; outros devem ser dissuadidos de infringir as leis, muitas vezes,
pela morte do delinquente, de modo a não deixar lugar para sua
reforma. Porém, um pai corrige seu filho para que ele possa torná-lo
melhor, para que ele não possa mais ofender. Não porque se mostre como
um juiz, mas porque é afetuoso e gostaria que o pecado fosse evitado — o
que pode prejudicar sua afeição ou impedir o curso de seu amor e deleite
por ele. Sob esta noção, o Senhor representa a si mesmo, quando ele castiga
Seu povo (Provérbios 3:11-12). Porque Ele ama, Ele corrige; aquele pecado
que é desagradável e odioso para Ele, pode ser evitado; e assim Seu povo
pode continuar sendo filho de seu amor e deleite. Por [meio da] aflição,
portanto, esse povo terá sua iniquidade purificada.

Plano de Leitura: Zacarias 9-13 CM 122, BC 42


AGOSTO
Thomas Brooks, Nicholas Byfield, Richard Sibbes e William Bridge
1º de agosto
Veja a morte como o melhor para um crente
Thomas Brooks
Filipenses 1:23

Veja a morte como O MELHOR PARA UM CRENTE. Filipenses 1:23:


“Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e
estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor”. O grego é muito
significativo: “muito, muito melhor”. É uma expressão mais transcendente.
Eclesiastes 7:1: “Melhor é a boa fama do que o unguento precioso, e o dia
da morte, melhor do que o dia do nascimento”. O dia da morte de um santo
é o alvorecer da glória eterna! Em relação ao prazer, paz, segurança,
companhia e glória - o dia da morte de um crente é o seu melhor dia. Foi
um excelente ditado de um dos antigos: “Isso não é uma morte. Mas [é] a
vida que une o moribundo a Cristo. E isso não é uma vida. Mas a morte,
que separa um homem vivo de Cristo”.

Plano de Leitura: Malaquias 1-4 CM 123, BC 63


2 de agosto
Veja a morte como um remédio, como uma cura
Thomas Brooks
Filipenses 1:23

Veja a morte como um remédio, como uma CURA. A morte curará,


perfeitamente, todas as doenças corporais e espirituais de uma só vez: o
corpo enfermo e a alma contaminada, a cabeça sofrida e o coração
incrédulo. A morte o curará de todas as suas doenças, dores, enfermidades e
distorções. O pecado foi a parteira que trouxe a morte ao mundo; e a morte
será a sepultura para enterrar o pecado. E por que, então, um cristão deveria
ter medo de morrer ou não querer morrer? Ver a morte lhe dá uma
separação eterna de enfermidades e fraquezas, de todas as dores e
sofrimentos, mágoas e apreensões, destemperos e doenças, tanto do corpo
quanto da alma! Quando Sansão morreu, os filisteus morreram junto com
ele. Apenas assim, quando um santo morre, seus pecados morrem com ele.
A morte entrou pelo pecado, e o pecado sai pela morte. Assim como o
verme mata o verme que o criou, a morte mata o pecado que o criou.

Plano de Leitura: Mateus 1-3 CM 124


3 de agosto
Veja a morte como um descanso, um descanso completo
Thomas Brooks
Filipenses 1:23

Veja morte como um descanso, um descanso completo. O dia da morte


de um crente é o seu dia de descanso. É um dia de descanso do pecado,
tristeza, aflições, tentações, deserções, dissensões, vergonhas, oposições e
perseguições (Apocalipse 14:13; Jó 3:13-17; 2 Tessalonicenses 1:7;
Miquéias 2:10; Jeremias 50:6). Este mundo nunca foi feito para ser o
descanso dos santos. Levante-se e vá embora, pois este não é o seu local de
descanso. Ele está poluído. Os crentes são como a pomba de Noé, não
podem descansar em lugar algum, exceto na arca e na cova. “No túmulo”,
disse Jó, “os cansados estão em repouso”. Sobre esse ponto, alguns dos
pagãos mais refinados consideraram a mortalidade uma misericórdia. Pois
eles trouxeram seus amigos ao mundo com consequências tristes; mas os
levaram para fora do mundo com todos os esportes e passatempos alegres,
porque, então, eles pensaram que estavam em repouso e fora de perigo. A
morte leva os santos a um descanso completo, agradável, inigualável e
eterno.

Plano de Leitura: Mateus 4-5 CM 125


4 de agosto
Veja o seu dia da morte como o dia da sua ceifa
Thomas Brooks
Filipenses 1:23

Veja o seu dia da morte como o dia da sua ceifa (2 Coríntios 9:2; Gálatas
6:7-9; Isaías 38:3; Mateus 25:31, 41). Agora, você colherá o fruto de todas
as orações que já fez, e de todas as lágrimas que já derramou, e de todos os
suspiros e gemidos que você já buscou, e de todas as boas palavras que já
falou, e de todas as boas obras que você já fez, e de todas as grandes coisas
que você já sofreu. Quando a mortalidade inserir a imortalidade, você
colherá uma colheita abundante e gloriosa, como o fruto daquela boa
semente que por um tempo pareceu estar enterrada e perdida (Eclesiastes
11:1, 6). Assim como Cristo tem um coração terno e uma mão suave, Ele
também tem uma memória de ferro. Ele se lembra, precisamente, de todas
as tristezas, todos os serviços e todos os sofrimentos de seu povo, para
recompensá-los e coroá-los. “E eis que venho sem demora, e comigo está o
galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras”
(Apocalipse 22:12).

Plano de Leitura: Mateus 6-7 CM 126, BC 64


5 de agosto
Olhe para o dia da sua morte como um dia de ganho (1)
Thomas Brooks
Filipenses 1:23

Olhe para o dia da sua morte como um dia de ganho. Não há ganho
comparado ao que vem pela morte. Filipenses 1:21: “Para mim, o viver é
Cristo, e o morrer é lucro”. Um cristão ganha mais pela morte, do que pela
vida (Eclesiastes 7:1). Estar em Cristo é muito bom, mas estar com Cristo é
o melhor de tudo (Filipenses 1:23). Foi uma bênção poderosa para Cristo
estar com Paulo na terra, mas, para Paulo, foi o mais importante estar com
Cristo no céu. Pela morte, você ganhará coroas incomparáveis! (1) Uma
coroa da vida (Apocalipse 10; Tiago 1:12). (2) Uma coroa de justiça (2
Timóteo 4.8). (3) Uma coroa incorruptível (1 Coríntios 9:24-25); (4) Uma
coroa de glória (1 Pedro 5:4). Não há coroas comparadas a essas coroas,
como mostrei completamente em meu discurso sobre “A Presença Divina”,
à qual me refiro.

Plano de Leitura: Mateus 8-10 CM 127


6 de agosto
Olhe para o dia da sua morte como um dia de ganho (2)
Thomas Brooks
Filipenses 1:23

Você ganhará um reino glorioso! Lucas 12:32: “Não temais, ó pequenino


rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino”. A morte é o
jovem profeta que os unge e lhes dá a possessão real. Devemos tirar seus
trapos de mortalidade, para que possamos vestir nossas vestes de glória.
Israel deve primeiro morrer no Egito antes de poder ser transportado para
Canaã. Não há como entrar no paraíso, a não ser sob a espada flamejante
dessa morte de anjo, que fica no portão. A morte é a pista suja pela qual o
santo passa para um reino, para um grande reino, para um reino glorioso,
para um reino tranquilo, para um reino inabalável, para um reino durável,
para um reino duradouro, para um reino duradouro, sim, para um reino
eterno. A morte é um caminho escuro e curto, através do qual os santos
passam para a ceia das bodas do Cordeiro! (Hebreus 12:28; Daniel 2:44;
4:3; Apocalipse 19:7).

Plano de Leitura: Mateus 11-12 CM 128, BC 65


7 de agosto
Olhe para o dia da sua morte como um dia de ganho (3)
Thomas Brooks
Filipenses 1:23

No dia de sua morte, você terá um comboio seguro e honrado no


mundo celestial! Lucas 16:22. Oh, em que pompa e triunfo Lázaro
cavalgou para o céu nas asas dos anjos! Os anjos conduzem os santos na
morte pelo ar, a região do diabo. Toda alma graciosa é levada à presença de
Cristo por esses cortesãos celestes. Oh, que mudança repentina faz a morte!
Eis que aquele que até agora era desprezado pelos homens é,
repentinamente, levado por anjos ao seio de Abraão.

Plano de Leitura: Mateus 13-14; CM 129


8 de agosto
Orientações práticas contra o medo da morte (1)
Nicholas Byfield
Lucas 12:5

A primeira coisa ao que devemos moldar nossas vidas para não


sucumbirmos ao medo da morte é o desprezo do mundo. Devemos lutar
seriamente com nosso próprio coração a fim de renunciar às coisas
mundanas. [...]. Devemos deixar o mundo, antes que saiamos do mundo; e
aprender de coração esta lição: ver o mundo como se não o tivéssemos. [...]
Devemos aprender com Moisés, que trouxe a si mesmo de bom grado, a
abandonar os prazeres do Egito e escolher, em vez disso, sofrer aflição com
o povo de Deus, depois ser chamado de filho da filha do Faraó (Hebreus
11.26).

Plano de Leitura: Mateus 15-17; CM 130


9 de agosto
Orientações práticas contra o medo da morte (2)
Nicholas Byfield
Lucas 12:5

Para desprezar o mundo a fim de não sucumbirmos ao medo da morte,


devemos, primeiro, restringir todos os cuidados com os negócios deste
mundo. Devemos ter cuidado com a sociedade e conversações com quem
fala apenas deste mundo e não recomendam nada senão o que tende para o
louvor das coisas mundanas; e assim estigam o coração a seguir o mundo.

Plano de Leitura: Mateus 18-20; CM 131.


10 de agosto
Orientações práticas contra o medo da morte (3)
Nicholas Byfield
Lucas 12:5

Para desprezar o mundo a fim de não sucumbirmos ao medo da morte,


devemos, em terceiro lugar, devemos diariamente observar quais coisas do
mundo nosso coração mais corre atrás; e lutar com Deus, por meio da
oração, para abaixar o gosto e o alto desejo por essas coisas. E, em quarto
lugar, você deve estar diariamente refletindo sobre essas meditações, que
depõem contra a vaidade do mundo e a vileza de suas coisas.

Plano de Leitura: Mateus 21-23 CM 132


11 de agosto
Orientações práticas contra o medo da morte (4)
Nicholas Byfield
Lucas 12:5

Para desprezar o mundo a fim de não sucumbirmos ao medo da morte,


devemos, em nossa prática, mortificar profundamente nossos pecados
amados.[13] Nossos pecados devem morrer, antes de morrermos. O
aguilhão da morte é pecado, e quando arrancamos o aguilhão, não
precisamos ter medo de entreter a serpente em nosso seio. É o desejo pelo
pecado e deleite-se com ele que faz um homem ter medo de morrer, ou é a
lembrança de algum passado sujo que acusa o coração dos homens.
Portanto, os homens devem certificar-se de que seu arrependimento e
julgar-se por seus pecados. Então, eles não precisam temer que Deus os
condene. Se alguém me perguntar: “como eles podem saber quando
alcançaram esta regra”? Eu respondo: há tanto tempo que confessam seus
pecados em segredo a Deus que, agora, podem verdadeiramente dizer que
não há pecado que eles próprios conheçam, mas desejam tanto que Deus
lhes dê força para libertá-los do pecado, como desejam a Deus e desejam
que Ele lhe mostre graça para perdoá-los. Tal crente se arrependeu
profundamente de todo pecado, que deseja de coração não viver em pecado.

Plano de Leitura: Mateus 24-25 CM 133, BC 66


12 de agosto
Orientações práticas contra o medo da morte (5)
Nicholas Byfield
Lucas 12:5

Para desprezar o mundo a fim de não sucumbirmos ao medo da morte,


devemos obter a segurança. Ela é um remédio admirável para matar esse
medo. Para falar distintamente, devemos obter a garantia primeiro do favor
de Deus e de nossa própria reivindicação e eleição. Pois assim será
ministrada uma entrada no Reino Sagrado e, portanto, tenho tratado desta
doutrina da segurança dos cristãos, antes de me intrometer neste ponto do
temor da morte. Simão disse que poderia ser levado [morrer] de boa
vontade, quando seus olhos viram sua salvação [Cristo]. O medo da morte é
sempre alimentado por uma fé fraca; e a plena certeza da fé estabiliza
maravilhosamente o coração contra esses temores e alimenta um certo
desejo da vinda de Cristo.

Plano de Leitura: Mateus 26-28 CM 134, BC 67


13 de agosto
Orientações práticas contra o medo da morte (6)
Nicholas Byfield
Lucas 12:5

Para desprezar o mundo a fim de não sucumbirmos ao medo da morte,


devemos empenhar-nos em obter um conhecimento particular e uma
garantia de nossa felicidade na morte. Devemos estudar para este fim os
argumentos que mostram nossa felicidade na morte.

Plano de Leitura: Marcos 1-2 CM 135, BC 68


14 de agosto
Orientações práticas contra o medo da morte (7)
Nicholas Byfield
Lucas 12:5

Para desprezar o mundo a fim de não sucumbirmos ao medo da morte,


devemos forçar-nos a uma meditação frequente sobre a morte. Aprender a
morrer diariamente, diminuirá, sim, o medo de morrer [...] e aprender a
contar nossos dias. Essa é uma admirável regra prática. É o esquecimento
da morte que torna a vida pecaminosa e a morte terrível, (Deuteronômio
32.19; Salmo 90.12; Lamentações 1.9). Devemos começar este exercício de
meditação antes: “Lembre-se de seu Criador nos dias de tua juventude”
(Eclesiastes 12.1). Isso é o que é necessário, quando nosso Salvador, Jesus
Cristo, exige que todos nós e todos os homens observemos (Mateus 25.3).
Assim, Jó esperará, até o tempo de sua partida (Jó 10.14). Propositalmente,
o Senhor deixou o último dia com a certeza para que nos preparemos todos
os dias. Seria um método admirável, se pudéssemos fazer de cada dia uma
vida para começar e terminar, como o dia começa e termina.

Plano de Leitura: Marcos 3-4 CM 136, BC 69


15 de agosto
A Consciência Culpada e o Perdão de Deus (1)
Richard Sibbes
Salmo 130:4

Esse versículo contém um apelo bendito. Deus tem um tribunal de justiça e


um tribunal de misericórdia. Se Deus examinasse com justiça o que temos
feito, não poderíamos suportar: “mas há misericórdia ou perdão com o
Senhor”. Portanto, é um apelo do trono da justiça para o propiciatório. E,
ainda assim, não é propriamente um recurso, pois há limitações. Em
primeiro lugar, os recursos são usados para ajudar aqueles que são
inocentes. Agora, nós, por natureza, somos todos impuros. Mais uma vez,
os recursos são baseados na maior parte da descoberta de insuficiência ou
de uma condução injusta e violenta da causa. Isso não pode ser atribuído a
Deus, que não é rigoroso nem insuficiente ou influenciado por meios
indiretos, pois Ele não aceita ninguém. Em segundo lugar, o recurso é de
um tribunal inferior para um superior. Mas, aqui, não é assim, pois
apelamos de Deus para Deus; de Deus armado de justiça, examinando a
Lei, a Deus como um Pai armado de amor, olhando para nós pelas
promessas consoladoras do evangelho; do Monte Sinai ao Monte Sião, de
Moisés a Cristo. E, neste apelo, como em outros, a primeira sentença da
Lei, pela qual somos amaldiçoados, é totalmente anulada, de modo que
nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo (Romanos 8.1).
Todavia, isso é de tal forma (como em outras apelações) que [os réus]
devem ver-se condenados, antes de poderem ter o benefício deste recurso.
Não há como voar para a misericórdia a menos que nos encontremos em
necessidade [dela].

Plano de Leitura: Marcos 5-6; CM 137, BC 70


16 de agosto
A Consciência Culpada e o Perdão de Deus (2)
Richard Sibbes
Salmo 130:4

Podemos ver, por esse exemplo, que a alma de um cristão apreende a Deus
de acordo com o seu estado, isto é, a fim de se consolar, então, tal alma O
considera como um Deus perdoador. Portanto, os filhos de Deus, quando
estão no mais baixo nível, recuperam-se com algo que encontram na
natureza e na promessa de Deus e, para esse fim, têm um espírito de fé para
confiar e depender de Deus; e aqueles que não O têm, afundam cada vez
mais.

Plano de Leitura: Marcos 7-8 CM 138, BC 71


17 de agosto
A Consciência Culpada e o Perdão de Deus (3)
Richard Sibbes
Salmo 130:4

Aqui, podemos observar que a alma cristã, uma vez picada pelo pecado, voa
para a misericórdia de Deus a fim de ficar tranquila. Que o pecador esteja
no estado de Hamã, conte-lhe todos os prazeres, quaisquer que sejam, ele
não se importa com nada além do perdão — nele deleita sua alma. Davi, um
rei, um profeta, um homem segundo o coração de Deus (Atos 13.22),
amado de seu povo, maravilhosamente agraciado, porém, sendo
incomodado com seu pecado, não podia suportar. Ele não considera seus
privilégios externos, prerrogativas, majestade e assim por diante. Não! Ele é
o homem abençoado a quem Deus não imputa nenhum pecado (Salmo
32.1). Esta é a razão pela qual tanto é atribuído ao sangue de Cristo, em
todos os lugares na Escritura, porque a alma, uma vez picada [com a
consciência de pecado], não encontra nem conforto nem cura, senão,
principalmente, no sangue de Cristo, com todos os outros méritos e
obediência de Cristo.

Plano de Leitura: Marcos 9-10 CM 139, BC 72


18 de agosto
A Consciência Culpada e o Perdão de Deus (4)
Richard Sibbes
Salmo 130:4

Davi, quando elevava a sua alma para louvar a Deus, o descreve como um
Deus que perdoa pecados e cura enfermidades (Salmo 103.3). Portanto,
devemos, quando nossas consciências estão sobrecarregadas, ir (como
Joabe o fez) e agarrar-nos às pontas do altar a fim de obtermos a
misericórdia de Deus. Lá vive e lá morre. Embora o conflito nunca seja tão
grande, finalmente, descobriremos que, como Jacó, seremos filhos de Israel
e aqueles que prevalecerão com Deus. Para a nossa profunda miséria, Ele
tem uma profunda misericórdia; e isto aparecerá tanto nos preservando do
pecado, antes que caiamos nele; quanto nos resgatando dele, se uma vez
caímos nele.

Plano de Leitura: Marcos 11-12 CM 140, BC 73


19 de agosto
A Consciência Culpada e o Perdão de Deus (5)
Richard Sibbes
Salmo 130:4

Pergunta: Mas, como é que podem alguns dizer que Deus perdoa? Ele o faz
sem satisfações [de Sua justiça]? Resposta: Não! Pergunta: Como, então,
isso é feito, visto que Ele decretou que sem sangue não haverá remissão
(Hebreus 9.22)? Resposta: Isso é feito em Cristo. Pergunta: Mas, por que
Ele não é mencionado, aqui [no Salmo 130] e nem no Antigo Testamento?
Resposta: Ele foi colocado para nós no Antigo Testamento em tipos e
promessas. Pois, que outro seria o cordeiro pascal, senão o Cordeiro de
Deus levando os pecados do mundo, borrifando nosso coração com Seu
sangue? Ele era o sacerdote que, antes que pudesse abrir uma entrada no
santo dos santos para nós, deveria, primeiro, derramar sangue e oferecer
sacrifícios. O que significava a arca com a Lei coberta por ela, o
propiciatório sobre ela, e sobre eles dois querubins cobrindo um ao outro,
senão Cristo, nossa arca, cobrindo as maldições da Lei, em quem está a
base de toda misericórdia? Quais coisas os anjos desejam perscrutar (1
Pedro 1.12), como no padrão da profunda sabedoria de Deus? Quando
qualquer um orava no templo, eles olhavam para o propiciatório, o que
significa isso senão que, sempre que orarmos a Deus, devemos ver Cristo,
por meio de quem Deus parece ser misericordioso e gracioso? O que
significava o templo, para o qual eles olhavam quando oravam (2 Crônicas
6.38, Daniel 6.10), senão para que, em nossas orações, tenhamos sempre
referência ao nosso templo, Cristo Jesus? E estando assim seguros,
podemos passar com segurança pelo fogo da justiça de Deus.

Plano de Leitura: Marcos 13-14 CM 141, BC 74


20 de agosto
A Consciência Culpada e o Perdão de Deus (6)
Richard Sibbes
Salmo 130:4

Se houvesse outro em quem confiar, além de Cristo, não haveria paz de


consciência. O pecador argumentaria, eu sou uma criatura, meu pecado é
infinito. Nenhuma criatura pode satisfazer, eles não são infinitos. Os anjos
não podem satisfazer. Deve ser uma majestade infinita que deve satisfazer, e
deve ser com sangue. Agora, Cristo por Seu sangue obteve redenção eterna
para nós. Portanto, ninguém exceto Cristo, ninguém exceto Cristo! Ele é
Deus - homem, sendo Deus e o homem em um só. É a Sua natureza e é o
Seu ofício. Assim, Deus é tanto justo quanto misericordioso, pois como é
dito em Romanos 3.24-25: “Deus Pai propôs ou apresentou Cristo”, em
tipos e figuras para ser uma propiciação, aludindo ao propiciatório, para
declarar sua retidão e justiça, “para que Ele possa ser justo em punir o
pecado” – isso está em Cristo. Um justificador do pecador para quem crê
em Cristo Jesus, porque Ele aceitou a satisfação de Cristo, de modo que Sua
misericórdia inventou um remédio para satisfazer Sua justiça.

Plano de Leitura: Marcos 15-16 CM 142, BC 75


21 de agosto
A Consciência Culpada e o Perdão de Deus (7)
Richard Sibbes
Salmo 130:4

Somente Deus pode liberar uma consciência culpada; só Ele pode falar
“paz” a uma alma em perigo. Os ministros realmente têm chaves para abrir
e fechar o céu. Mas eles as usam apenas ministerialmente, pois encontram
pessoas dispostas. Cristo, porém, independentemente [da disposição das
pessoas]. Agora, então, quando o homem assume esta prerrogativa para si
mesmo, como os papas costumavam fazer, dando indulgências, não é outra
coisa senão colocá-los no lugar de Deus. “Eu, mesmo eu, perdoo o pecado”,
diz o SENHOR, em Jeremias 31.34. Ninguém pode aquietar a consciência,
exceto aquele que está acima da consciência, que é Deus, que é apenas a
parte ofendida – embora também haja uma ofensa contra o homem.

Plano de Leitura: Lucas 1-2 CM 143, BC 76


22 de agosto
Encorajamentos aos crentes que lutam
contra a tristeza e o desânimo (1)
William Bridge
Salmo 42.1-2

Os santos e o povo de Deus não têm razão verdadeira para ficarem


desanimados, seja qual for sua condição. Davi teve tantos motivos e razões
para seu desânimo, nessa passagem, quanto qualquer outro, pois faltava-lhe
as ordenanças, sim, ele foi impedido de cumprir as ordenanças. Portanto,
disse ele: “Como o cervo suspira pelas correntes das águas, assim também
arqueja a minha alma por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do
Deus vivo: quando virei e aparecerei diante de Deus?” (Salmo 42.1-2). Sim,
depois de ter conhecido a doçura das ordenanças, foi privado delas: “Porque
eu tinha ido com a multidão, ia com eles para a casa de Deus” (v. 4). E,
nessa condição, ele tinha muitos inimigos. Ele estava em um estado de
aflição e perseguição; seus inimigos o repreenderam; eles o reprovavam em
questões concernentes ao Deus de Davi – e isso, diariamente: “Enquanto
eles continuamente me dizem: Onde está o teu Deus?” (v. 3, 10). Ele, agora,
estava sob grandes deserções. Embora os inimigos o censurassem em
questões concernentes ao seu Deus, se Deus estivesse presente com ele,
Davi estaria bem. Todavia, eles disseram: “Onde está agora o teu Deus?”; e
seu próprio coração disse isso também – Deus o havia deixado e o
abandonou, o que foi sua falha: “Direi a Deus, rocha minha, por que te
esqueceste de mim?” (v. 9), mas, mesmo assim, Davi diz: “Por que estás
abatida, ó minha alma?”, como se ele dissesse: “Não só os teus inimigos te
reprovam em questões concernentes ao teu Deus, mas também o teu próprio
coração. Você está, agora, privada daquelas preciosas ordenanças que antes
desfrutava. No entanto, por que você deveria estar inquieta ou abatida? Não
há razão para isso”. Para que as palavras falem claramente esta verdade, em
suma: um homem piedoso e gracioso não tem verdadeira razão nas
Escrituras para seus desânimos, seja qual for sua condição.

Plano de Leitura: Lucas 3-4 CM 144, BC 77


23 de agosto
Encorajamentos aos crentes que lutam
contra a tristeza e o desânimo (2)
William Bridge
Salmo 42.1-2

Foi uma triste condição que o profeta Habacuque apresentou a si mesmo.


Mas, ele diz: “Eu me alegrarei no Senhor, eu me alegrarei no Deus da
minha salvação” (Habacuque 3.18). Ó servo de Deus, agora, tu estás sob
ameaça, e não sob promessa, e ela faz o teu próprio ventre tremer; se
queres, podes agora regozijar-te? Sim, diz ele: “Quando eu ouvi, meu ventre
estremeceu, meus lábios estremeceram com a voz, podridão entrou em
meus ossos; contudo, me alegrarei no Senhor” (v. 16). Mas, pode ser que
você ache que essa ameaça nunca será cumprida. Sim, diz ele: “Ainda que a
figueira não floresça, nem haja fruto nas vinhas; o trabalho da oliveira
faltará, e o campo não produzirá pasto; o rebanho será extirpado da dobre, e
não haverá carne nas baias: eu me alegrarei no SENHOR”. Um homem
pode se alegrar, embora não tenha vinho para beber ou azeitona para comer,
porque estes são apenas benefícios da criatura que são para nosso refrigério.
Mas tu te alegrarás, ó profeta, se te faltar o teu pão de cada dia, e algo
terreno bom como é para nossa alimentação diária? Sim, ele diz: “Ainda
que o campo não produza carne, e o rebanho seja cortado do aprisco, e não
haja rebanho no estábulo, ainda assim me alegrarei no Senhor”. Assim,
qualquer que seja a condição de um homem piedoso, ele se regozija, e não
há razão verdadeira para seu desânimo.

Plano de Leitura: Lucas 5-6 CM 145, BC 78


24 de agosto
Encorajamentos aos crentes que lutam
contra a tristeza e o desânimo (3)
William Bridge
Salmo 42.1-2

De fato, não existe pecado tão irracional, mas o pecador pensa que tem
razão para isso. Assim, os santos e o povo de Deus podem pensar que eles
têm motivos para seus desânimos. Disso é que eles tiram tantos porquês e
quais motivos: “Por que me esqueceste?”; “Por que estou de luto?”. Sim,
eles podem não apenas parecer ter alguma razão, mas, de certa forma, eles
têm razão para seu desânimo. Portanto, diz Davi: “Quando vi a
prosperidade dos ímpios, disse: Em vão limpei as minhas mãos; até que
entrei na casa do Senhor” (Salmo 73). De modo que, enquanto ele esteve na
casa da natureza, e razão natural, ele viu razão para seu desânimo. Sim, não
apenas isso, mas podem separar as coisas e considerar uma isolada da outra,
abstraindo os meios do fim; e, assim, os santos podem [considerar que] têm
uma razão verdadeira e real para seus desânimos, pois, [realmente], toda
aflição é grave.

Plano de Leitura: Lucas 7-8 CM 146, BC 79


25 de agosto
Encorajamentos aos crentes que lutam
contra a tristeza e o desânimo (4)
William Bridge
Salmo 42.1-2

Se o lavrador olhar apenas para o rompimento de sua terra, sem consi-derar


a colheita, ele pode muito bem ficar desanimado. Porém, considere os dois
momentos juntos e, então, não ficará desanimado. Assim, se os santos
considerarem suas rupturas à parte de sua colheita, eles podem ver razão
para seu desânimo. Porém, se eles considerem sua aflição e sua colheita
juntos, os meios e os fins juntos – considere todos juntos, então, seja qual
for a sua condição, eles não têm razão para ficar abatidos ou inquietos.

Plano de Leitura: Lucas 9-10 CM 147, BC 80


26 de agosto
Encorajamentos aos crentes que lutam
contra a tristeza e o desânimo (5)
William Bridge
Salmo 42.1-2

Pergunta: O que existe dentro ou para os santos que pode ser um baluarte
suficiente contra todos os desânimos? Resposta: Um homem piedoso e
gracioso tem propriedade e interesse no próprio Deus. Existe no mundo
alguns homens e mulheres especiais. O grande Deus do céu e da terra os
toma para Si, e eles O tomam como seu Deus e porção. Estes não têm
motivo para se inquietar, seja qual for sua condição. Assim é com os santos
e, portanto, o salmista não apenas diz que ele se regozijaria, mas que Deus
era “sua grande alegria” (Salmo 43:4). Satanás pode obscurecer essa luz e
alegria por um tempo, mas nunca poderá apagá-la; todos os santos e pessoas
de Deus possuem isso.

Plano de Leitura: Lucas 11-12 CM 148, BC 81


27 de agosto
Encorajamentos aos crentes que lutam
contra a tristeza e o desânimo (6)
William Bridge
Salmo 42.1-2

Oh, mas, dizem alguns: “tire essa palavra ‘meu’, e tire essa palavra
‘Deus’; nenhum Deus para mim a menos que seja ‘meu Deus’. Há muitos
do povo de Deus que não podem dizer: ‘Deus é meu Deus’, porque lhes
falta segurança. Portanto, como eles podem ter conforto nisso?”. Sim, se
meu próprio descanso em Deus O torna meu, posso ter conforto nEle
também. Agora, os santos e o povo de Deus podem sempre descansar e, [de
fato], descansam em Deus. Embora Satanás diga por meio da tentação:
“Você não creu, você não descansou em Deus”; ainda assim, eles podem
dizer: “Oh, mas agora eu descanso em Deus”. E, assim, eles podem sempre
ter conforto em seu pertencimento e interesse em Deus. Deus sempre os
conhece e suas condições. [...] para os piedosos este é um grande conforto:
Deus não se desanima o Seu povo, e se Deus, seu Pai, e Jesus Cristo, seu
Salvador, não se desanima deles, então, não há verdadeira razão para o
desânimo de um crente, seja qual for a sua condição.

Plano de Leitura: Lucas 13-14 CM 149, BC 82


28 de agosto
Deus é a porção do crente (1)
Thomas Brooks
Salmo 16.5

Deus é uma porção presete. Ele é uma porção em mãos, ele é uma porção
em possessão. Todas as Escrituras que são citadas para provar a doutrina,
evidenciam que isso é uma verdade (Salmo 48:14; Isaías 25:9). E o mesmo
acontece com o Salmo 46:1: “Deus é um socorro bem presente na
angústia”. A palavra hebraica está no plural angústias/problemas, isto é,
Deus é um socorro presente em muitos problemas, em grandes problemas e
em problemas contínuos. Significa o extremo da aflição e dificuldade.
Quando o povo de Deus está em sua maior extremidade [de angústia],
então, Deus será um auxílio presente, uma porção presente para eles (Isaías
43:1-3).

Plano de Leitura: Lucas 15-16 CM 150, BC 83


29 de agosto
Deus é a porção do crente (2)
Thomas Brooks
Salmo 46.1

Deus será um auxílio presente, um alívio presente, um apoio presente, um


conforto presente, uma porção presente para Seu povo; em todas aquelas
grandes e várias provações sob as quais eles possam ser exercidos. Salmo
142:5: “Clamei a ti, Senhor, disse: Tu és o meu refúgio e a minha porção na
terra dos viventes”. Deus é uma porção em posse presente e não uma
porção em reversão.

Plano de Leitura: Lucas 17-18 CM 151


30 de agosto
Característica de uma alma humilde
Thomas Brooks
Salmo 16.5

Uma alma humilde, sob as mais elevadas descobertas espirituais e sob as


maiores misericórdias externas, não esquece sua antiga pecaminosidade e
sua antiga baixeza externa. Paulo foi elevado ao terceiro céu e teve
gloriosas revelações e manifestações de Deus (2 Coríntios 12:1-4); e, ao
mesmo tempo, ele clama: “Eu era um blasfemador, um perseguidor e
injurioso” (1 Timóteo 1:13). Sob as descobertas mais seletas, ele se lembra
de suas antigas blasfêmias. Em Romanos 7:23, Paulo já estava convertido
há cerca de quatorze anos, como alguns julgam. Ele foi um homem que
viveu em Deus (em uma taxa tão elevada), como qualquer um dos que
lemos; um homem que estava cheio de gloriosas descobertas e revelações
espirituais e, ainda sob todas as descobertas e revelações, ele se lembra
daquele corpo de pecado e morte que o fez clamar: “Desventurado homem
que sou, quem me livrará?”.

Plano de Leitura: Lucas 19-20 CM 152, BC 84


31 de agosto
Encorajamentos à oração secreta
Thomas Brooks
Mateus 6:7

Se qualquer oração é um dever, então, a oração secreta deve ser um dever;


pois a oração secreta é tão oração quanto qualquer outro tipo de oração o é.
A oração secreta prepara e adapta a alma para a oração familiar e para a
oração pública. A oração secreta inclina-se suavemente e dispõe fortemente
o cristão para todos os outros deveres e serviços religiosos. Nosso Salvador,
no texto [Mateus 6:7], pressupõe que todo filho de Deus orará com
frequência a seu Pai celestial. Portanto, ele os encoraja ainda mais no
trabalho da oração secreta. “Quando vocês orarem”, como se Ele estivesse
dizendo: “eu sei que você pode muito bem ouvir sem ouvidos e viver sem
comida e lutar sem mãos e andar sem pés, como você pode viver sem
oração”. [...] Se a oração secreta não é um dever indispensável que Cristo
colocou sobre todo o Seu povo, por que Satanás se opõe tanto a ela?

Plano de Leitura: Lucas 21-22 CF 20.1


SETEMBRO
William Ames, William Perkins e Walter Marshall
1º de setembro
Primeiro Mandamento
William Perkins
Êxodo 20.3

Note estas duas verdades neste mandamento: (1) Que devemos reconhecer a
Deus; (2) Não devemos reconhecer nenhum outro deus além dEle. E o
amor requerido deste Deus é: Ouvir a Sua Palavra de bom grado; falar e
pensar nEle com frequência; fazer a Sua vontade alegremente; entregar-se
de corpo e alma à Sua causa; deleitar-se na Sua presença e lamentar a Sua
ausência; amar e odiar o que Ele ama e odeia; atrair outros a esse amor;
descansar em Seus conselhos revelados; e invocar Seu nome com afeto. O
aspecto negativo deste mandamento é: não reconhecer como Deus
ninguém menos que o verdadeiro Deus; a ignorância deste Deus e da Sua
vontade; o ateísmo, negando Deus ou Seus atributos de Justiça, Sabedoria,
Providência, Presença, etc.; depositar o nossos corações em qualquer outra
coisa; desconfiar de Deus por meio de sofrimento impaciente; perder a
esperança em Sua verdade; depositar a confiança em criaturas, riquezas,
prazeres, médicos (o amor próprio odeia Deus); apartar-se de Seus
caminhos e voar para longe dEle; a falta do temor a Deus, endurecendo o
coração, é carnal segurança; e não reconhece nem os juízos de Deus, nem o
nosso próprio pecado.

Plano de Leitura: Lucas 23-24 CF 20.2


2 de setembro
Segundo Mandamento
William Perkins
Êxodo 20.4-6

O aspecto positivo deste mandamento é: adorar a Deus em espírito e


verdade, pela qual os meios ordinários da adoração de Deus são ordenados
(como invocar seu nome, por súplicas humildes e sinceros agradecimentos);
ler, ouvir, conversar e meditar continuamente na Palavra de Deus; o uso dos
Sacramentos; tudo isto devendo ser feito em santidade, como a Palavra de
Deus ordena. O aspecto negativo deste mandamento é: nem adorar
quaisquer falsos deuses nem o verdadeiro Deus com falsa adoração. Aqui é
proibido qualquer imagem, similitude, semelhança ou figura alguma, pois
todos os ídolos são mentiras e todos monumentos e insígnias, bem como
adorar a besta e receber sua marca. Toda hipocrisia também deve ser
evitada quer seja fazer uma exibição gloriosa do serviço a Deus, quer seja
intrometer-se na fraqueza de outros, desprezando a nossa, quer seja zelar
mais pela tradição do que pela verdade.

Plano de Leitura: João 1-2 CF 20.3

3 de setembro
Terceiro Mandamento
William Perkins
Êxodo 20.7

O aspecto positivo deste Mandamento é: ser zeloso da Glória de Deus


acima de todas as coisas; usar os títulos de Deus somente em assuntos
sérios, com toda a reverência, para celebrar o louvor de Deus que brilha em
Suas criaturas; confirmar a verdade por um juramento, com a invocação de
Deus somente como uma testemunha da verdade e vingador de uma
mentira. A forma deste juramento deve ser verdadeira e justa no
julgamento, seja pública ou privada. Somos também ordenados a santificar
a criação de Deus, como carnes, bebidas, obras, vocações, casamento etc.
pelo uso reverente de seu Santo Nome, por uma bênção ou ação de graça
pelas bênçãos recebidas, sendo assim, a coisas da criação santificada pela
Palavra e pela oração. O aspecto negativo deste mandamento é: o
perjúrio, seja mentir a Deus, seja invocar o nome de Deus para confirmar
uma ilusão, seja jurar palavras comuns, seja jurar a deuses [...] estranhos; a
blasfêmia de e contra Deus; toda maldição; todo uso do nome de Deus
[indevido e jocoso].

Plano de Leitura: João 3-4 CF 20.4

4 de setembro
Quarto Mandamento
William Perkins
Êxodo 20.8-11

O aspecto positivo deste mandamento é: cessar o pecado e as obras de


nossos chamados ordinários; executar os deveres espirituais que Deus
exige, nos quais, em preparação para a santificação deste dia (como Cristo e
a prática da antiga Lei costumavam fazer); os cultos e reuniões, nesse dia,
devem ser frequentados; deve-se meditar na Palavra de Deus e na Sua
criação; deve-se fazer obras de caridade; os necessitados, socorridos; os
doentes, visitados; os falsos, admoestados; as diferenças, reconciliadas. Este
dia de descanso abençoado é um tipo de descanso interior do pecado e [um
tipo] daquele abençoado descanso dos santos eternamente no céu. O sétimo
dia da criação encerrou e o Dia do Senhor foi confirmado pela ressurreição
e pela prática apostólica. Coisas de necessidade presente, como preservar a
vida ou bens, provisão de carne ou bebida, alimentar o gado, curar doenças,
viagens de marinheiros, pastores que cuidam de rebanhos, ou o emprego
necessário do médico [são lícitos nesse dia]. O aspecto negativo deste
mandamento é: não profanar o Sabbath, por obras de nossa ordinária
vocação; feiras comerciais, neste dia; todo tipo de pecuária; nem
brincadeiras, esportes; ou todos os tipos de profanação e hipocrisia.

Plano de Leitura: João 5-6 CF 21.1


5 de setembro
Quinto Mandamento
William Perkins
Êxodo 20.12

O aspecto positivo deste mandamento é: reverência ao idoso; obediência


a todos os mandamentos legítimos dos pais e socorro aos mesmos, em sua
necessidade; obedecer e orar pelos superiores e todos em posição de
autoridade. Por sua vez, os superiores devem ser exemplos de vida, sem
culpa, e governar no e para o Senhor, punindo grandes falhas por correção,
e falhas leves por repreensão. O aspecto negativo deste mandamento é:
[proíbe-se] o desprezo pelos superiores; a desobediência aos pais; também,
crueldade dos pais com seus filhos, seja na correção, ameaça ou
provocação; servos são proibidos de teimosia, falsidade, fuga. Os iguais não
devem ofender-se, mutuamente, seja em palavras ou em ações.

Plano de Leitura: João 7-8 CF 21.2

6 de setembro
Sexto Mandamento
William Perkins
Êxodo 20.3

O aspecto positivo deste mandamento é: preservar o bem-estar de nossos


vizinhos, tanto no corpo quanto na alma; socorrê-lo em seu direito; com o
nosso melhor, rapidamente, compartilhar com ele em sua adversidade;
abster-se da ira e abster-se da raiva; perdoar injúrias; antes, sofrer do que
pecar; vencer o mal com o bem, pelo amor para cobrir uma multidão de
males; preservar a vida de nosso vizinho e ganhar sua alma para a fé; e
devemos viver como luzes para dirigir e advertir os ofensores. O aspecto
negativo deste mandamento é: o ódio ao nosso próximo, raiva, falta de
compaixão, perversidade, desejo de vingança, amargura na fala, [...]
disputas, brigas, exclamações, reclamações, maldades, perseguição por
escárnio. Ferir nosso vizinho, ou procurar sua morte; ser cruel em castigar;
ferir pessoas pobres e impotentes, viúvas; impedir que os trabalhadores
sejam empregados; não restaurar a herança dos pobres. O suicídio,
automutilação ou pôr em perigo a nós mesmos também é proibido.

Plano de Leitura: João 9-10 CF 21.3, CM 185

7 de setembro
Sétimo Mandamento
William Perkins
Êxodo 20.14

O aspecto positivo deste mandamento é: a castidade no corpo e na mente,


livre de concupiscência carnal e abstenção de executar a luxúria; a
preservação da castidade com modéstia e sobriedade, que aparece no
semblante e nos olhos. A modéstia também é vista nas palavras, quando a
conversa é santa, decente e agradável (a adúltera é barulhenta). A modéstia
também é vista no vestuário, a santidade manifesta aos olhos a sinceridade
do coração. A sobriedade é uma vertente que consiste no uso santo da
comida. Tome estas regras para observar no uso de dieta, consagrando as
criaturas a Deus, desejando uma bênção sobre elas, fornecendo à sua mesa
itens necessários em tempos e época. Coma e beba moderadamente, para
fortalecer o corpo, para refrescar a alma com ação santa. Conversas à mesa
deve edificar e não corromper. O aspecto negativo do mandamento é: [a
proibição] da luxúria no coração, todo prazer lascivo, o pecado de sodomia,
toda a fornicação, todo o adultério, pensamentos lascivos, luxúria
efeminada [homossexualismo]; Ocasiões de luxúria, como vestimentas
lascivas são a nota da ociosidade, tais não podem suportar dores. Este
mandamento também proíbe a abundância [glutonaria] e imoderação da
dieta, ou bebida, conversa corrupta, desonesta e imprópria, e discursos vãos
lascivos ou músicas, imagens impróprias.

Plano de Leitura: João 11-12 CM 178, BC 98

8 de setembro
Primeiro Mandamento
William Perkins
Êxodo 20.15

O aspecto positivo deste mandamento é: usar as bênçãos de Deus para


Sua glória, para o bem do próprio homem e para o bem de seu próximo; as
virtudes do contentamento e da frugalidade, com ou sem prodigalidade;
incapacidade de um homem empregar bênçãos temporais e mundanas para
si e para os outros; lidar justamente com a compra, venda ou arrendamento,
enquadrando seus negócios de acordo com a Lei da Natureza. Venda de
bens substanciais, por justo preço; o pagamento de profissionais
contratados; restauração do penhor de acordo com a necessidade das partes;
evitar [ser] fiador; cumprir as promessas, mesmo que haja a perda
[financeira]; emprestar livremente; restaurar cuidadosamente. O aspecto
negativo deste mandamento é: não roubar; não viver nem
desordenadamente nem ociosamente; não lidar injustamente, em palavra ou
ação. A cobiça é idolatria, a raiz de todo mal; o trato injusto é proibido na
negociação; vender aquilo que não é vendável; [adotar] ou falsos pesos ou
medidas, ou falsificar ou ocultar o defeito de uma mercadoria; ou encobrir a
verdade com a falsidade (ou ocultá-la) na compra e venda, [...] ou por venda
em um determinado dia para aproveitar, ou por absorver, ou por quebrar
para enganar.

Plano de Leitura: João 13-14 CM 179

9 de setembro
Primeiro Mandamento
William Perkins
Êxodo 20.16

O aspecto positivo deste mandamento é: se alegrar com o bem-estar de


nosso vizinho e reconhecer qualquer bondade nele; ocultar e manter em
segredo suas imperfeições, mas não ocultar seu pecado para que ele
continue nesse caminho. O aspecto negativo deste mandamento é: não
invejar, desprezar ou desejar a glória de outro homem; também, as más
suspeitas ou duras censuras; não julgar os outros, a menos que pela palavra,
quando vemos o pecado; ser amigável no julgamento e admoestação; não
mentir ou acusar o outro injustamente, ou levantar histórias ofensivos, ou
espalhar rumores, ou acreditar em todos os relatos, ou acusar por maldade.

Plano de Leitura: João 15-16 CM 180

10 de setembro
Décimo Mandamento
William Perkins
Êxodo 20.17

O aspecto positivo deste mandamento é: manter nossos corações puros


em relação ao nosso próximo, tanto em pensamento como em obras; lutar
contra todas as afeições más, olhares ou repentinos pensamentos; resistir a
pensamentos permanentes que fazem como se estivessem agradando a
mente com alguma alegria interior. O cuidado com aqueles pensamentos ou
ações que tiram da vontade e das afeições um assentimento total ao pecado.
Cobiçar interiormente é pensar e desejar qualquer coisa, através do qual o
nosso próximo possa ser prejudicado. O aspecto negativo deste
mandamento é: a concupiscência, isto é, corrupção original, sendo
prejudicial ao nosso próximo; todas aquelas cogitações inesperadas que
brotam dessa raiz; todas as sugestões de Satanás, e todos os sonhos
impuros.

Plano de Leitura: João 17-18 CM 181


11 de setembro
Doutrina e Piedade
William Ames
2 Coríntio 5.15

Teologia é a doutrina de viver para Deus (João 6.68; Atos 5.20; Romanos
6.11; 1 Pedro 4.2, 6; Gálatas 2.19-20; 2 Coríntios 4.10; Filipenses 1.20).

Plano de Leitura: João 19-21 CM 182


12 de setembro
A Fé Verdadeira
William Ames
Hebreus 11.6

A fé, conforme nos une a Deus, é nossa vida; e como é uma virtude e nosso
dever para com Deus, é um ato de vida. Portanto, a fé é aquele exercício
para obter vida e salvação; mas também aquele respeito geral que se tem
por tudo o que Deus nos propõe a acreditar. Portanto, a fé não pode agir
inteiramente sob as ameaças de Deus consideradas em si mesmas, porque
não propõem o bem que deve ser recebido por nós; nem pode a fé agir
inteiramente sob os preceitos de Deus considerados por si só, porque eles
declaram o bem a ser feito, não a ser recebido; nem pode agir inteiramente
sob meras predicações, porque a esse respeito eles não propõem nenhum
bem para nós. Todavia, a Fé é aperfeiçoada nas promessas, porque nelas é
proposto o bem a ser abraçado; é também, por isso, que nossos teólogos se
inclinam a colocar o objetivo da fé principalmente nas promessas.

Plano de Leitura: Atos 1-2 CF 21.4


13 de setembro
O que é Oração?
William Ames
1 Tessalonicenses 5.17

A oração é uma representação religiosa de nossa vontade diante de Deus,


para que Ele seja afetado por ela, por assim dizer. [...] É um ato de religião,
porque, por sua natureza cede a Deus a suficiência e eficiência de
conhecimento, poder e bondade que lhe são próprios. Consequentemente, a
oração não pode ser dirigida a qualquer outro exceto Deus, sem idolatria
manifesta.

Plano de Leitura: Atos 3-4 CM 183


14 de setembro
A Oração e a Fé
William Ames
Romanos 10.14

A oração surge primeiro da fé (Romanos 10.14), a saber, aquela fé pela


qual, primeiro, cremos que Deus é onisciente (Ele conhece todas as coisas);
e, portanto, conhece as afeições e movimentos internos de nosso coração,
pois a essência da oração consiste principalmente no coração. Em segundo
lugar, cremos que Ele é onipotente — Ele pode fazer o que quiser para
satisfazer nossos desejos. Em terceiro lugar, que Ele é o autor e doador de
todas as coisas boas. Em quarto lugar, que Ele permite e aceita nossa oração
por meio de Cristo.

Plano de Leitura: Atos 5-7 CM 184


15 de setembro
A Oração e o Amor
William Ames
Salmo 34.3

A oração surge da caridade [amor], pela qual desejamos tanto participar


como celebrar a bondade de Deus (Salmos 34.3, 8). Consequentemente, a
caridade para com o próximo também é necessariamente exigida, para que a
oração seja aceita por Deus. Esta é a quinta petição da Oração do Senhor.

Plano de Leitura: Atos 8-9 CF 21.5


16 de setembro
A diferença entre Orar e Ouvir a Palavra
William Ames
Salmo 10.17

A oração difere de ouvir a Palavra, porque ouvir está relacionado com a


vontade de Deus. Mas a oração está relacionada com a nossa vontade. Ao
ouvir a Palavra, recebemos a Vontade de Deus. Mas, na oração, oferecemos
nossa vontade a Deus, para que seja recebida por Ele. [...] A oração não é
uma simples vontade ou desejo, mas uma apresentação da vontade, ou a
vontade exibida e apresentada diante de Deus. Pois não é suficiente orar que
desejemos ter algo. Se fosse assim, os homens profanos orariam mais,
porque mais desejam ter algo. Mas também é necessário um desejo de obter
essa coisa de Deus e uma vontade de buscá-la dEle; e, então, há a
representação ou insinuação desse desejo diante de Deus. Porém, esta
representação é feita primeiro e essencialmente na própria vontade; sendo
convertido a Deus, por assim dizer, se estende e apresenta a Ele sua
inclinação e desejo. Consequentemente, nas Escrituras as orações dos
piedosos são chamadas de desejos (Salmo 10.17) e de gemidos indizíveis
(Romanos 8.26).

Plano de Leitura: Atos 10-11 CF 21.6


17 de setembro
O Conhecimento Experimental de Cristo
Thomas Boston
Filipenses 3:10

Aprender a religião em poder e em todas as partes da santificação, é


aprender a Cristo. Por isso o apóstolo diz: “Mas vós não aprendestes assim
a Cristo, se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a
verdade em Jesus; que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho
homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis
no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo
Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”. (Efésios 4:20-24). Não há
necessidade de conhecer mais nada, “porque nada me propus saber entre
vós”, diz Paulo, “senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1Coríntios 2:2).
Esta é a vida eterna (João 17:3). É o penhor da vida eterna; é a vida eterna
iniciada. Sim, Cristo é a soma e a substância da vida de um crente: “Porque
para mim o viver é Cristo” (Filipenses 1:21). Toda religião verdadeira é a
conformidade ou a semelhança da criatura com Deus, feita pela virtude de
influências divinas, transformando a alma na imagem divina. Porém, não
pode haver conformidade com Deus, senão através de Jesus Cristo; porque
Ele é o único canal do transporte das influências divinas e Deus não pode
ter comunicação com os pecadores, senão através dEle. Somente Ele nos
faz participantes da natureza divina (2 Coríntios 4:6). [...] Trabalhem para
serem cristãos experimentais, para ter a sensação interior daquilo que você
ouve e diz que crê a respeito de Cristo. [...] A religião não é uma questão de
mera especulação para satisfazer a curiosidade dos homens, mas é uma
questão de prática.

Plano de Leitura: Atos 12-13 CF 21.7


18 de setembro
A fé e o arrependimento (1)
William Ames
2 Timóteo 2.25

O objetivo geral da oração é que possamos, por assim dizer, afetar ou mover
Deus; é, por isso, que sobre os fiéis é dito por suas orações prevaleceram
poderosamente com Deus, por assim dizer (Gênesis 32.28; Oséias 12.4-5);
que chamada de um “esforço” (Romanos 15.30). [...] Pois não oramos a
Deus para que possamos dar a conhecer os nossos desejos como a alguém
que os não conhece — pois, Ele os conhece de longe (Salmo 139.2), isto é,
quando ainda não estão em nossas mentes. Nem oramos para que possamos
mover em nossa mente nEle algo que Ele não queira, pois nEle não há
mudança ou sombra de mudança (Tiago 1.17). Mas oramos para que, por
nossa oração, possamos obter dEle o que acreditamos que Ele está disposto
a dar (1 João 5.14 — esta é a nossa confiança que temos para com Deus,
que se lhe pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve).

Plano de Leitura: Atos 14-16 CM 116, BC 59


19 de setembro
A fé e o arrependimento (2)
William Ames
Romanos 3.25

Com a fé, pela qual a vontade é voltada para ter o verdadeiro bem, há
sempre unido a ela o arrependimento, pelo qual a mesma vontade também é
voltada para fazer o verdadeiro bem — com aversão e ódio ao mal ou ao
pecado (Marco 1.15). O arrependimento tem as mesmas causas e princípios
da fé, pois ambos são dádivas gratuitas de Deus (Efésios 2.8; 2 Timóteo
2.25). Fé e arrependimento possuem o mesmo assunto, porque ambos têm
sua sede no coração ou na vontade do homem (Romanos 10.9; 1 Reis 8.48).
Mas, eles têm objetivos diferentes: a fé é apropriadamente levada a Cristo,
e, por meio de Cristo, a Deus. O arrependimento, porém, é levado ao
próprio Deus que foi anteriormente ofendido pelo pecado (veja Atos 20.21).

Plano de Leitura: Atos 17-19 CF 21.8


20 de setembro
A fé e o arrependimento (3)
William Ames
Atos 11.18

Arrependimento e fé possuem fins diferentes, pois a fé busca


apropriadamente a reconciliação com Deus. O arrependimento, porém,
procura ser adequado à vontade de Deus (Romanos 3.25; Atos 26.20). [...]
O arrependimento com respeito ao cuidado, ansiedade e terror decorrentes
da Lei com a qual se juntou, precede a fé na ordem da natureza, como uma
causa de preparação e disposição da fé. Mas, com respeito àquele
afastamento eficaz e bondoso do pecado (porque Deus se ofende), segue a
fé e depende dela, visto que o efeito depende de sua causa. Nisso, o
arrependimento é próprio dos crentes. Embora o arrependimento seja
sempre acompanhado de tristeza pelos pecados passados e presentes, ele
não consiste, adequada ou essencialmente, em tristeza; visto que o
arrependimento consiste em abandonar e odiar o pecado, e em um firme
propósito de seguir o bem (Amós 5.14-15).

Plano de Leitura: Atos 20-22 CM 117, BC 60


21 de setembro
A santificação e a união do crente com Cristo (1)
Walter Marshall
João 15.1-8

Os principais deveres do amor a Deus, acima de tudo, e do amor um ao


outro, por causa dEle, de onde todos os outros deveres fluem, são tão
excelentes que não consigo imaginar nenhum trabalho mais nobre para os
santos anjos em sua gloriosa esfera. São as principais obras pelas quais
fomos, inicialmente, enquadrados à imagem de Deus, gravada no homem na
primeira criação, e pelas quais essa bela imagem é renovada sobre nós, em
nossa nova criação e santificação por Jesus Cristo; e será aperfeiçoada em
nossa glorificação. São obras que não dependem apenas da soberania da
vontade de Deus, para serem ordenadas ou proibidas ou alteradas ou
abolidas a Seu gosto, como foi no caso de outras obras que pertencem à lei
civil ou cerimonial, ou aos meios de salvação prescritos pelo evangelho.
Estes padrões são, por natureza, santos, justos e bons (Romanos 7:12), e
adequados para que possamos atuar por causa de nossa relação natural com
nosso Criador e semelhantes; a fim de que eles tenham uma dependência
inseparável da santidade da vontade de Deus e, portanto, um
estabelecimento indispensável.

Plano de Leitura: Atos 23-25 CM 186, BC 99


22 de setembro
A santificação e a união do crente com Cristo (2)
Walter Marshall
João 15.1-8

A verdadeira moralidade que Deus aprova é a conformidade de todas as


nossas ações com a Lei Moral. E, se aqueles que, hoje em dia, lutam muito
pela moralidade não entendem nada além disso, atrevo-me a afirmar que o
moralmente melhor e principal homem é o maior santo; e que a moralidade
é a parte principal da religião verdadeira, e o teste de todas as outras partes,
sem as quais a fé está morta e todas as outras performances religiosas são
uma demonstração vã e mera hipocrisia. Pois a Testemunha Fiel e
Verdadeira testemunhou, a respeito dos dois grandes mandamentos morais
de amor a Deus e ao próximo, de que não há outro mandamento maior que
estes, e que deles “dependam toda a lei e os profetas” (Mateus 22:36-40;
Marcos 12:31).

Plano de Leitura: Atos 26-28 CM 187


23 de setembro
A santificação e a união do crente com Cristo (3)
Walter Marshall
João 15.1-8

É necessário aprender os meios poderosos e eficazes pelos quais esse


grande e excelente fim pode ser alcançado, e de fazer desse o primeiro
trabalho a ser feito, antes que possamos esperar sucesso em qualquer
tentativa de alcançar a santidade. Este é um anúncio muito necessário,
porque muitos tendem a pular a lição sobre os meios (que preencherão todo
esse tratado) como supérfluos e inúteis. Quando conhecem a natureza e a
excelência dos deveres da lei, não consideram nada querer senão
performances diligentes. Eles se apressam, às cegas, na prática imediata,
fazendo mais afobação do que boa velocidade. Eles são rápidos em
prometer: “Tudo o que o Senhor falou, faremos” (Êxodo 19:8), sem sentar e
contar o custo.

Plano de Leitura: Romanos 1-2 CM 188


24 de setembro
A santificação e a união do crente com Cristo (4)
Walter Marshall
João 15.1-8

Todos nós, por natureza, somos desprovidos de toda força e capacidade de


realizar de maneira aceitável a santidade e a justiça que a lei exige, e
estamos mortos em ofensas e pecados, filhos da ira, pelo pecado de nosso
primeiro pai, Adão, conforme o testemunho das Escrituras (Romanos 5:12,
15, 18, 19; Efésios 2:1-3; Romanos 8:7-8). Essa doutrina do pecado
original, que os protestantes geralmente professam, é uma base sólida para a
afirmação a ser provada agora, e para muitas outras afirmações em toda
essa obra. Se acredi-tamos que isso é verdade, não podemos, racionalmente,
nos encorajar a tentar uma prática sagrada, até estarmos familiarizados com
alguns meios poderosos e eficazes para nos permitir fazê-la.

Plano de Leitura: Romanos 3-4 CM 189, BC 100


25 de setembro
A santificação e a união do crente com Cristo (5)
Walter Marshall
João 15.1-8

A santificação, pela qual nosso coração e vida estão em conformidade


com a lei, é uma graça de Deus comunicada a nós por meios, tanto da
justificação, quanto pelo ensino e aprendizado de algo que não
podemos ver sem a Palavra (Atos 26:17-18). Existem várias coisas
relacionadas à vida e à piedade que são dadas através do conhecimento (2
Pedro 1:2-3). Existe uma forma de doutrina usada por Deus para libertar as
pessoas do pecado e torná-los servos da justiça (Romanos 6:17-18). Há
várias peças de toda a armadura de Deus necessárias para serem conhecidas
e colocadas, para que possamos resistir ao pecado e a Satanás nos dias maus
(Efésios 6:13). Devemos desprezar e ignorar o caminho da santificação,
quando o aprendizado do caminho da justificação foi considerado valioso
para tantos tratados elaborados?

Plano de Leitura: Romanos 5-6 CM 190, BC 101


26 de setembro
A santificação e a união do crente com Cristo (1)
Walter Marshall
João 15.1-8

A maneira de alcançar a piedade está tão longe de ser conhecida sem a


instrução das Escrituras Sagradas que, quando aqui é claramente
revelada, não podemos aprendê-la tão facilmente quanto os deveres da
lei, que eram conhecidos em parte pela luz da natureza e, portanto, os
homens mais facilmente consentiam com eles. É a maneira pela qual os
mortos são levados a viver para Deus. Portanto, sem dúvida, está muito
acima de todos os pensamentos e conjecturas da sabedoria humana. É o
caminho da salvação, no qual Deus “destruirá a sabedoria dos sábios e
reduzirá a nada o entendimento dos prudentes”, descobrindo coisas pelo
Seu Espírito, que “o homem natural não recebe, porque são tolices para ele,
não pode conhecê-los, porque são discernidos espiritualmente” (1 Coríntios
1:19, 21; 2:14, tradução livre). “Sem dúvida, grande é o mistério da
piedade” (1 Timóteo 3:16). A aprendizagem disso exige trabalho duplo: (1)
precisamos desaprender muitas de nossas antigas noções profundamente
enraizadas e nos tornar tolos, para que sejamos sábios; (2) devemos orar,
sinceramente, ao Senhor para nos ensinar, bem como procurar, nas
Escrituras, para que possamos obter esse conhecimento. “Tomara sejam
firmes os meus passos, para que eu observe os teus preceitos. [...] Ensina-
me, SENHOR, o caminho dos teus decretos, e os seguirei até ao fim”
(Salmo 119:5, 33). “Ensina-me a fazer a tua vontade” (Salmo 143:10). “O
Senhor conduza o vosso coração ao amor de Deus” (2 Tessalonicenses 3:5).
Certamente, esses santos não queriam apenas o ensino e orientação a
respeito dos deveres da lei, mas também, a maneira e os meios pelos quais
eles poderiam cumpri-los.

Plano de Leitura: Romanos 7-8 CM 191, BC 102


27 de setembro
A santificação e a união do crente com Cristo (1)
Walter Marshall
João 15.1-8

É um grande mistério que a estrutura e disposição santas, pelas quais nossa


alma é preenchida e habilitada para a prática imediata da lei, devem ser
obtidas recebendo-a da plenitude de Cristo, como algo já preparado e
trazido à existência para nós, em Cristo, e estimado nEle; e que, como
somos justificados por uma justiça forjada em Cristo e imputada a nós,
também somos santificados por uma estrutura e qualificações sagradas
que são primeiro executadas e completadas em Cristo por nós e depois
transmitidas a nós. E, como nossa corrupção natural foi produzida,
originalmente, no primeiro Adão e propagada dele para nós; nossa nova
natureza e santidade são produzidas pela primeira vez em Cristo e
derivadas dEle para nós. Tudo isso para que não [queiramos] cooperar de
maneira alguma com Cristo, criando ou produzindo em nós essa estrutura
sagrada. Antes apenas para O tomemos para nós mesmos e O usemos em
nossa santa prática, como preparado para nossas mãos. Assim, temos
comunhão com Cristo, ao receber aquela estrutura sagrada de espírito que
estava, originalmente, nEle. Pois comunhão ocorre quando várias pessoas
têm a mesma coisa em comum (1 João 1:1-3).

Plano de Leitura: Romanos 9-10 CM 192, BC 103


28 de setembro
A santificação e a união do crente com Cristo (1)
Walter Marshall
João 15.1-8

Se eles soubessem que esse caminho não é apenas duro e desagradável, mas
totalmente impossível; e que a verdadeira maneira de mortificar o pecado
e avançar para a santidade é receber uma nova natureza, da plenitude de
Cristo; e que não produzimos uma nova natureza como não produzimos o
pecado original, embora façamos mais a sua recepção. Se eles soubessem
disso, poderiam livrar-se de uma agonia amarga, de uma grande quantidade
de mão-de-obra pesada e de gastar e empregar seus esforços para entrar no
portão estreito, de maneira a ser mais agradável e bem-sucedida.

Plano de Leitura: Romanos 11-13 CM 193, BC 104


29 de setembro
A santificação e a união do crente com Cristo (1)
Walter Marshall
João 15.1-8
Outro grande mistério no caminho da santificação é a maneira gloriosa de
nossa comunhão com Cristo ao receber dEle uma estrutura sagrada de
coração. É por estarmos em Cristo e ter o próprio Cristo em nós - e não
meramente por Sua preferência universal como Deus, mas por uma união
tão estreita que somos um espírito e uma carne com Ele; que é um
privilégio peculiar àqueles que são, verdadeiramente, santificados. Eu posso
muito bem chamar isso de união mística, porque o apóstolo chama isso de
um grande mistério, em uma Epístola cheia de mistérios (Efésios 5:32),
sugerindo que é, eminentemente, grande, acima de muitos outros mistérios.

Plano de Leitura: Romanos 14-16 CM 194, BC 105


30 de setembro
A santificação e a união do crente com Cristo (1)
Walter Marshall
João 15.1-8

Nossa santificação é pelo Espírito Santo, por quem vivemos e andamos em


santidade (Romanos 15:16; Gálatas 5:25). Agora, o Espírito Santo repousou
em Cristo em toda a plenitude, para que Ele fosse comunicado dEle para
nós - como foi mostrado a João Batista pela semelhança da descida de uma
pomba dos céus abertos, repousando sobre Cristo no Seu batismo (João
1:32-33). E quando Ele nos santifica, Ele nos batiza em Cristo, e nos une a
Cristo por Ele mesmo, como o grande vínculo da união (1 Coríntios 12:13).
De modo que, de acordo com a frase das Escrituras, é a mesma coisa: ter o
próprio Cristo e ter o Espírito de Cristo em nós (Romanos 8:9-10). Ele
glorifica a Cristo, pois recebe as coisas que são de Cristo e as mostra para
nós (João 16:14-15). Ele nos dá um conhecimento experimental daquelas
bênçãos espirituais que Ele mesmo preparou para nós pela encarnação,
morte e ressurreição de Cristo.

Plano de Leitura: 1 Coríntios 1-3 CM 195, BC 106


OUTUBRO
Jeremiah Burroughs, Thomas Goodwin e George Swinnock
1º de outubro
Reconcilie-se com Deus
Thomas Goodwin
2 Coríntios 5.18-21

Minha exortação, agora, será para aqueles que estão reconciliados e já se


tornaram (em relação ao seu estado) amigos de Deus. Vocês veem sua alta
vocação, irmãos; vocês têm a honra de serem chamados, como Abraão, de
amigos de Deus. Você fez uma aliança de amizade com Deus, faça algo a
respeito. De fato, esse é o escopo de 2 Coríntios 5: “reconciliai-vos com
Deus”, pois Paulo fala aos coríntios que já creram, e já eram convertidos e
reconciliados. Porém, sejam reconciliados mais [ainda], porque até vocês
mesmos tendes necessidade e, na melhor das hipóteses, essa amizade ainda
é imperfeita; e como você “sabe, mas em parte”, então, você ama, mas em
parte. Como Cristo disse a seus discípulos: “A menos que sejais
convertidos” (Mateus 18:3), assim, eu digo: “A menos que sejais
reconciliados”, isto é, a menos que renovais cada vez mais o pacto de vocês
com Deus, “não podeis ser salvos”. [...] Embora a aliança por meio de sua
graça e bondade nunca perde seu valor, ainda assim você a viola. A
[14]
reconciliação nada mais é do que a renovação do amor.

Plano de Leitura: 1 Coríntios 4-6 CM 196, BC 107


2 de outubro
Piedade é Adorar a Deus (1)
George Swinnock
Êxodo 20.3

Piedade é adorar o Deus verdadeiro em coração e vida, de acordo com Sua


vontade revelada a ele. Nesta descrição da piedade, observarei quatro
partes. Primeiro, o ato em si, que é uma adoração. Em segundo lugar, o
objeto deste ato, o verdadeiro Deus. Em terceiro lugar, a extensão dessa
adoração, no coração e na vida. Em quarto lugar, a regra, de acordo com
Sua vontade revelada. Primeiro, a piedade é um ato de adoração. A
adoração abrange todo o respeito que o homem deve e dá ao seu Criador. É
esse serviço e honra, essa fidelidade e homenagem, que a criatura deve e
oferece à fonte de Seu ser e felicidade. Ela é o tributo que pagamos ao Rei
dos reis, por reconhecermos Sua soberania sobre nós e nossa dependência
dEle (Salmo 29.2). Adorar a Deus é dar a Ele a glória que lhe é devida. É
colocar a coroa da glória sobre Deus a Sua cabeça. Prestar-lhe a devida
honra é a verdadeira santidade; negar isso é ateísmo e irreligião. Toda
aquela reverência e respeito internos, e toda aquela obediência externa e
serviço a Deus, que a palavra ordena, estão incluídos nesta palavra
adoração.

Plano de Leitura: 1 Coríntios 7-8 CF 22.1


3 de outubro
Piedade é Adorar a Deus (2)
George Swinnock
Êxodo 20.3

Piedade é adorar o Deus verdadeiro em coração e vida, de acordo com Sua


vontade revelada a ele. Nesta descrição da piedade, observarei quatro
partes. Primeiro, o ato em si, que é uma adoração. Em segundo lugar, o
objeto deste ato, o verdadeiro Deus. Em terceiro lugar, a extensão dessa
adoração, no coração e na vida. Em quarto lugar, a regra, de acordo com
Sua vontade revelada. Em segundo lugar, o objeto, o Deus verdadeiro. Toda
religião sem o conhecimento do Deus verdadeiro é uma mera noção, um
nada arejado e vazio. A adoração divina é uma das principais joias da coroa
de Deus, da qual Ele, de forma alguma, se desfará. Só Deus é o objeto da
adoração do homem piedoso (Êxodo 20:3). Sua esperança está em Deus,
(Salmo 39:7); sua dependência está em Deus (Salmo 62:8); seu temor é
para com Deus (Salmo 119:122); seu amor é para Deus (Salmo 10:1); Deus
é o único objeto de suas orações (Salmo 5:3 e 44:20); e somente a Deus são
todos os seus louvores (Salmo 103:1). Só Deus deve ser adorado, porque só
Ele é digno de adoração (Apocalipse 4:11). Ter alguma coisa em opinião,
ou ter alguma afeição que deve ser dada apenas a Deus ao que não é Deus, é
idolatria.

Plano de Leitura: 1 Coríntios 9-10 CF 22.2


4 de outubro
Piedade é Adorar a Deus (3)
George Swinnock
Êxodo 20.3

Piedade é adorar o Deus verdadeiro em coração e vida, de acordo com Sua


vontade revelada a ele. Nesta descrição da piedade, observarei quatro
partes. Primeiro, o ato em si, que é uma adoração. Em segundo lugar, o
objeto deste ato, o verdadeiro Deus. Em terceiro lugar, a extensão dessa
adoração, no coração e na vida. Em quarto lugar, a regra, de acordo com
Sua vontade revelada. Em terceiro lugar, a extensão, no coração e na vida.
Piedade é adorar a Deus nos movimentos internos do coração e nas ações
externas da vida. Onde a fonte das afeições é clara e o fluxo da conversa
corre livre, há verdadeira piedade. [...] A piedade do coração agrada mais a
Deus, mas a piedade da vida O honra mais; a conjunção de ambos torna um
cristão completo. No coração de um homem piedoso, embora algum pecado
permaneça, nenhum pecado é apreciado. Em sua vida, embora o pecado
possa permanecer, nenhum pecado reina. Seu coração é adequado à
natureza de Deus e sua vida obedece à Lei de Deus. Por isso, ele é
apropriadamente denominado um homem piedoso. No fundo, a hipocrisia é
uma blasfêmia prática: “Eu conheço a blasfêmia daqueles que dizem que
são judeus e não são” [Apocalipse 2]. Os olhos de Deus percebem mais a
joia da devoção espiritual; os olhos dos homens, do gabinete de adoração
exterior. “Meu filho, dá-me o teu coração”, diz Deus em Provérbios 23:26.
[...] A vida de piedade reside muito mais no coração do que na vida; e o
caráter dos santos é de sua postura interior em direção a Deus (Filipenses
3:3). [...] Quanto mais profunda nossa adoração vem do coração, mais
agradável ela é aos ouvidos de Deus. E a piedade da vida, visto que coloca
Deus no trono da consciência, por isso caminha com Deus na conversa.
Embora a vida espiritual (como a natural) comece no coração, ela não
termina aí, mas segue para as mãos. A mesma água que aparece no balde é
a que está no poço. Quando o coração é como um monturo, cheio de sujeira,
ele exala um fedor repugnante e desagradável na vida. Então, quando o
coração é como uma caixa de almíscar, ele perfuma e cheira a língua, e os
olhos, e os ouvidos, e as mãos, e tudo o que está perto dele, com santidade.
[...] Assim como um homem é conhecido no mundo por seu nome, Deus,
por sua adoração, é conhecido no mundo; e aqueles que o adoram em suas
práticas o louvam perante os olhos do mundo.

Plano de Leitura: 1 Coríntios 11-12 CF 22.3


5 de outubro
Piedade é Adorar a Deus (4)
George Swinnock
Êxodo 20.3

Piedade é adorar o Deus verdadeiro em coração e vida, de acordo com Sua


vontade revelada a ele. Nesta descrição da piedade, observarei quatro
partes. Primeiro, o ato em si, que é uma adoração. Em segundo lugar, o
objeto deste ato, o verdadeiro Deus. Em terceiro lugar, a extensão dessa
adoração, no coração e na vida. Em quarto lugar, a regra, de acordo com
Sua vontade revelada. Cada parte da adoração divina deve ter um preceito
divino. Assim como o primeiro mandamento nos ensina o Deus que deve
ser adorado, o segundo mandamento ensina de que maneira Ele deve ser
adorado. O tabernáculo e todos os seus instrumentos, sim, todos os itens,
deviam ser feitos exatamente de acordo com o modelo do monte (Êxodo
25:40; Hebreus 8:5), tipificando que todo o exercício de adoração usado
pela igreja, seja na doutrina ou disciplina, deve ser conformado à Palavra
Escrita (Gálatas 1:8).

Plano de Leitura: 1 Coríntios 13-14 CF 22.4


6 de outubro
Piedade é Adorar a Deus (5)
George Swinnock
Êxodo 20.3

Nossa religião deve ser, não apenas racional, mas regular; nossa adoração
deve ser universal e canônica, Gálatas 6:16: “Tantos quantos andarem de
acordo com este cânone, ou regra, a paz seja com eles”. O serviço dos
santos deve ser o serviço da palavra (Romanos 12:1; 1 Pedro 2:2). As
instituições de Cristo, não as invenções dos homens, são a regra de
adoração.

Plano de Leitura: 1 Coríntios 15-16 CF 22.5


7 de outubro
Piedade é Adorar a Deus (6)
George Swinnock
Êxodo 20.3

Nosso trabalho não é fazer leis para nós mesmos ou para outros, mas
guardar as leis que Cristo nos ensinou; aquela moeda de adoração que
circula entre nós deve ser carimbada pelo próprio Deus. Devemos ser
governados como a agulha da bússola, não pelos vários ventos (as práticas
das eras anteriores ou as modas da geração atual, que são mutáveis e
incertas), mas pelos céus constantes.

Plano de Leitura: 2 Coríntios 1-2 CF 22.6


8 de outubro
Piedade é Adorar a Deus (7)
George Swinnock
Êxodo 20.3

Nossa devoção deve ser regulada exatamente de acordo com o padrão da


Palavra. É idolatria adorar um deus falso ou o Deus verdadeiro de maneira
falsa. Os homens, de fato, mal são arrancados do abismo do ateísmo, já se
põem a escalar os altos escalões da superstição, deliciando-se em ir de um
extremo a outro. Como um traje alegre, assim o serviço a Deus em uma
vestimenta espalhafatosa é mais apreciado pelos olhos carnais. Eu li sobre
uma senhora papista, em Paris, que, quando ela viu uma procissão gloriosa
para um de seus santos, gritou: “Oh, quão boa é nossa religião, melhor que
a dos huguenotes! Eles têm uma religião mesquinha e miserável, mas a
nossa é cheia de bravura e solenidade”. Mas como os arautos dizem de um
brasão, se for cheio de enfeites e de invenções, ele fala de uma
descendência mesquinha. Assim também, tão verdadeiramente pode ser dito
sobre aquela maneira de adoração que está mesclada com as invenções dos
homens [...]. “À lei e aos testemunhos: se não falarem assim, é porque não
há luz neles” (Isaías 8:20).

Plano de Leitura: 2 Coríntios 3-4 CF 22.7


9 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (1)[15]
Thomas Goodwin
João 16:7

Cristo lhes dá um vislumbre de como seria o seu coração para com eles e
quão cuidadoso seria com eles, quando estivesse no céu, exercendo a
função que afirmou que iria exercer lá, em favor deles. A respeito disso,
observe, em primeiro lugar, que ele amorosamente lhes informa de antemão
sobre o que será essa tarefa, indicando cuidado e ternura, como de um
marido para com sua esposa. E, também, com grande franqueza de coração,
Ele fala como alguém que não quer esconder nada! Ele diz: “Mas eu vos
digo a verdade: convém-vos que eu vá” (Jo 16.7).

Plano de Leitura: 2 Coríntios 5-6 CF 23.1


10 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (2)
Thomas Goodwin
João 14:2

Cristo lhes diz que isso é para o próprio bem e para a felicidade deles: Eu
vou para enviar-lhes um Consolador, que estará com vocês enquanto
estiverem neste mundo e vou para preparar lugar para vocês (Jo 14.2), para
quando vocês saírem deste mundo. “Na casa de meu Pai há muitas
moradas” e eu vou prepará-las para vocês e guardar seus lugares para
quando vocês chegarem. E, outra vez, Jesus fala com seus discípulos com
grande franqueza e sinceridade! “Se assim não fora, eu vo-lo teria dito”, diz
nosso Senhor. Vocês podem crer em mim. Eu não os enganaria por causa de
toda a glória do lugar para o qual estou indo. Quem não se deixaria
persuadir por tal sinceridade e abertura de coração?

Plano de Leitura: 2 Coríntios 7-9 CF 23.2


11 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (3)
Thomas Goodwin
Lucas 2:49

Quando Jesus esteve aqui na terra e não esqueceu nenhum assunto pelo qual
havia vindo para este mundo: “Não sabeis que me convém tratar dos
negócios de meu Pai?” disse Ele quando era apenas um menino (Lc 2.49
ARC); sim, e Ele o fez da melhor maneira possível, cumprindo toda a
justiça. Por isso, com certeza Ele não se esquecerá de nenhuma das
atribuições das quais estava encarregado quando foi para o céu – de longe
uma obra mais agradável. E (conforme demonstrei no sermão anterior,
baseado em Hebreus 6.20), “onde Jesus, como precursor, entrou por nós”,
um arauto, para ocupar lugares ali para nós. [...] Ele está no céu para
garantir que ninguém se aposse do lugar preparado para eles. Por essa
razão, está escrito, em 1 Pedro 1.4, que a salvação está “reservada nos céus
para vós outros”, ou seja, está sendo guardada para eles por Jesus Cristo.
No passado, os demônios tinham ali seu lugar, mas foram despojados de
seus lugares, assim como a terra de Canaã foi tomada dos cananeus. Isso
aconteceu porque eles não tinham um Cristo ali que intercedesse por eles
assim como nós temos.

Plano de Leitura: 2 Coríntios 10-11 CF 23.3


12 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (4)
Thomas Goodwin
João 16:23

Pelo fato de Cristo ordenar-lhes que dirijam (suas cartas) suas orações ao
Pai, apenas enviando-as em nome dele, como se vê em João 16.23, assim,
talvez, os discípulos não soubessem, tão claramente, que o coração dele se
dispunha a atendê-los, achando, entretanto, que a decisão estivesse,
unicamente, nas mãos do seu Pai. Então, Cristo acrescenta duas vezes, em
João 14: “Eu vou fazê-lo, eu vou fazê-lo”. Ele fala como alguém que se
compromete de antemão a fazê-lo por eles (assim como seu Pai está
desejoso de fazê-lo) e desejoso de que saibam que sua mão está envolvida
nisso. É como se Ele tivesse dito: “Embora vocês peçam ao Pai, em meu
nome, tudo vem através das minhas mãos, e eu vou fazer isso – é preciso
que minha mão seja a garantia de tudo o que é feito. Meu coração não vai
falhar”. Para deixar mais evidente ainda o seu amor, Cristo não apenas lhes
ordena que orem a Ele e em seu nome, em todas as ocasiões, mas lhes
assegura de que Ele mesmo vai interceder por eles. E repare na maneira
como Ele lhes fala sobre isso: é por meio das mais carinhosas e persuasivas
expressões, para tornar conhecido seu coração aos discípulos, expressões
que os homens usam para revelar quando manifestam o mais profundo
cuidado e propósito de fazer alguma coisa.

Plano de Leitura: 2 Coríntios 12-13 CF 23.4


13 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (5)
Thomas Goodwin
João 20:17

Agora, logo que Cristo ressurgiu do outro mundo, de entre os mortos,


vestido com o coração e o corpo com que estaria no céu, qual é a mensagem
que Ele primeiro lhes envia? Nós todos pensaríamos que, assim como eles
não permaneceram com ele em seus sofrimentos, assim Ele, agora, se
mostraria um estranho para com eles em sua glória; ou, no mínimo, suas
primeiras palavras seriam de repreensão por sua falta de fé e infidelidade.
Mas não encontramos nada disso aqui, pois sua primeira palavra a respeito
deles é esta: “vai ter com os meus irmãos e dize-lhes” (Jo 20.17). Em outra
passagem bíblica, lemos como isso é uma grande demonstração de amor e
condescendência, da parte de Cristo, chamá-los assim: “Ele não se
envergonha de lhes chamar irmãos” (Hb 2.11). Com toda a certeza, seus
irmãos se envergonharam dele. Agora, o fato de Ele os chamar assim, no
primeiro momento em que entrou em sua glória, reforça mais ainda o seu
amor para com eles. Ele se conduz como José o fez em sua posição exaltada
quando revelou a seus irmãos o que lhe passava na mente: “Eu sou José,
irmão de vocês”, disse ele (Gn 45.4). Assim Cristo diz aqui: “diga-lhes que
você viu Jesus, irmão deles; eu ainda os considero como meus irmãos”.

Plano de Leitura: Gálatas 1-2 CF 24.1


14 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (6)
Thomas Goodwin
João 20:19

Uma vez que cumpriu a grande obra na terra, em favor deles, Cristo se
apressa para o céu tão logo quanto é possível para executar outra obra. E,
apesar de saber que tinha coisas por resolver na terra (coisas que o
conservariam aqui ainda por quarenta dias), para mostrar o que Ele desejava
e queria realizar por eles no céu, Ele se expressa, no tempo presente, e lhes
diz: “Eu vou”, e expressa sua alegria pelo fato de não somente ir para “o
seu Pai”, mas também que Ele vai para o “Pai deles”, para ser um advogado
diante do Pai, em favor deles, assunto que eu mencionei anteriormente.
Jesus é, de fato, nosso irmão que está vivo? Ele nos chama de irmãos? E Ele
nos fala de maneira tão amorosa? Qual é o coração que não se deixa
dominar por isso? Mas essa foi apenas uma mensagem enviada a seus
discípulos antes de se encontrarem com Ele. Vamos agora observar o
comportamento e a fala dele quando eles se reúnem. Quando Cristo os
encontrou a primeira vez, esta foi a sua saudação: “Paz seja convosco” (Jo
20.19), coisa que Ele reitera em João 20.21. Essa é exatamente a mesma
coisa que disse em seu discurso anterior à sua partida: “Deixo-vos a minha
paz”. Depois disso, Ele “soprou sobre eles”, comunicando-lhes o Espírito
Santo numa medida mais plena, dando-lhes assim uma evidência daquilo
que Ele faria de modo mais pleno ainda quando estivesse no céu. O mistério
do seu sopro sobre eles era para mostrar que essa era a máxima expressão
do seu coração, de conceder-lhes o Espírito, e que isso procedia de dentro
do seu coração (como acontece com a respiração), bem como o Espírito
Santo procede tanto dele como do Pai.

Plano de Leitura: Gálatas 3-4 CF 24.2


15 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (7)
Thomas Goodwin
Apocalipse 22:17

Essas são as suas últimas palavras, como eu já disse. A ocasião em que


foram pronunciadas é a seguinte: Cristo estava agora no céu e,
anteriormente, havia prometido voltar outra vez para levar-nos todos para o
céu. Nesse ínterim, repare o desejo mútuo dos corações, o dele, no céu, e o
dos pecadores crentes, aqui na terra. Os daqui apelam para o céu, e o céu
chama os da terra, como diz o profeta. A noiva, aqui da terra, diz a Cristo:
“Vem me buscar”; e o Espírito no coração dos santos aqui também diz:
“Vem”. Cristo clama em alta voz do céu: “Vem”, em resposta ao desejo que
há neles, de forma que céu e terra ressoam a mesma coisa. “Aquele que tem
sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida” (Ap 22.17). Isso
é o que Cristo diz aos homens aqui da terra. Eles o chamam para a terra
para o Juízo, e Ele chama os pecadores para subirem até o céu para junto
dele para receberem misericórdia. O desejo deles de que Ele venha até eles
não é maior do que o desejo dele de que eles venham até Ele. Agora, qual é
o significado disso, que, assim como eles o chamam para que venha, Ele
também os chama para que eles venham? Na verdade, é como se Cristo
tivesse dito claramente: Eu quero muito voltar para vocês, mas é preciso
que todos vocês, meus eleitos que estão na terra, venham a mim primeiro.
Vocês querem que eu volte para vocês, mas preciso ficar aqui até que todos
os que o Pai me deu venham a mim. E, então, vocês podem estar certos de
que logo vou estar com vocês. Dessa forma, Ele expressa o quanto o seu
coração anela estar com eles.

Plano de Leitura: Gálatas 5-6 CF 24.3


16 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (8)
Thomas Goodwin
Hebreus 4:14

Agora, em segundo lugar, como assistência contra ambas essas coisas, o


autor nos faz entender o quanto o coração de Cristo está, terna e
sensivelmente, inclinado para com os pecadores que se encontram sob essas
suas fraquezas, agora que Ele está no céu – pois, é dessa sua posição
elevada que ele trata aqui, conforme vemos em Hebreus 4.14. [...] A palavra
grega usada é muito significativa: συμπαϑῆσαι. Ele sofre juntamente com
você, o sentimento íntimo dele para com você é tão terno como sempre o
foi; de forma que Ele se inclina para ter misericórdia de você. Ele está, por
assim dizer, disposto a sofrer, tanto que o coração dele permanece exposto,
ainda é de carne, lugar onde Ele ainda pode ser ferido por seus pesares, de
forma que Ele, assim, possa ser seu misericordioso sumo sacerdote.

Plano de Leitura: Efésios 1-2 CF 24.4


17 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (9)
Thomas Goodwin
João 15:10

Ele incita seus discípulos a “guardar os mandamentos” que Ele lhes deu, e
usa o seguinte argumento: “Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor”, e calça esse argumento com seu próprio
exemplo: “assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu
Pai e no seu amor permaneço”. Por essa razão, sendo esse o grande
mandamento que Deus ordenou a Ele – amar e morrer pelos pecadores,
continuar amando e recebendo aqueles que vêm até Ele e ressuscitá-los no
último dia –, certamente Ele continua fazendo isso com perfeição, sendo
esse um dos grandes vínculos entre Ele e seu Pai, dando continuidade ao
seu amor pelo Pai. Por essa razão, desde que Ele continue no amor do seu
Pai, e, agora que Ele está no céu e à Sua mão direita, Ele necessariamente
precisa permanecer no mais alto favor junto ao Pai, de forma que você pode
estar certo de que Ele continua pondo esse mandamento de nos amar em
prática. E, dessa forma, pelo fato de Ele ainda continuar nos amando, tanto
o seu amor ao Pai quanto o amor para consigo mesmo o obrigam. Podemos,
por essa razão, ficar seguros quanto a Ele, o qual tanto o faz agora como o
fará para sempre. Oh! Que conforto é isto: como os filhos são
compromissos e vínculos mútuos de amor entre marido e mulher, assim
também nós o somos entre Deus o Pai e o Filho! E essa prova é extraída da
influência da primeira Pessoa da Trindade, ou seja, de Deus o Pai.

Plano de Leitura: Efésios 3-4 CF 24.5


18 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (10)
Thomas Goodwin
Mateus 11.28-29

Os homens são propensos a conceitos contrários a respeito de Cristo, mas


Ele lhes apresenta ali a sua disposição com a finalidade de evitar que
pensem de forma tão severa sobre Ele, para atraí-los para si. Nós temos a
tendência de pensar que Ele, sendo tão santo, tem uma disposição severa e
ácida contra os pecadores e não é capaz de lidar com eles. Não, diz Ele: “Eu
sou manso”, a bondade faz parte da minha natureza e do meu
temperamento. Assim como era com Moisés, o qual era um tipo de Cristo,
nessa virtude, como também em outras coisas. Ele não se vingou de Miriã e
de Arão, mas intercedeu por eles. Dessa mesma forma, diz Cristo, “os
insultos e as faltas de gentileza não me afetam ao ponto de me tornar
irreconciliável. Perdoar faz parte da minha natureza: ‘Eu sou manso’”. Sim,
mas (talvez pensemos) sendo Ele o Filho de Deus e herdeiro do céu, e agora
especialmente cheio de glória, assentado à mão direita de Deus, Ele talvez
não faça caso da nossa indignidade aqui na terra. Não que Ele fique irado
conosco, mas pelo fato de estar tão elevado e exaltado, tão distante, ao
ponto de nos tornarmos desprezíveis demais para casar com Ele ou nos
tornarmos íntimos dele. Ele, com certeza, tem mais em que pensar do que
em indivíduos tão inferiores e vis como nós. E, dessa forma, embora de fato
o julguemos manso e não melindrado com as injúrias, talvez Ele seja ilustre
e grandioso demais para dignar-se a prestar atenção ou levar a sério a
condição das pobres criaturas. “Não”, diz Cristo: “Eu sou humilde”
também; “estou desejoso de conceder meu amor e favor aos mais
necessitados e desprezíveis”.

Plano de Leitura: Efésios 5-6 CF 24.6


19 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (11)
Thomas Goodwin
Ester 8:6

Considere outro exemplo, agora em Ester, no qual não havia senão a relação
de ser do mesmo país e da mesma aliança. Ela – mesmo quando foi exaltada
para ser rainha de cento e vinte e sete províncias, nos braços do maior
monarca da terra, e desfrutando do mais elevado favor junto a ele – veio a
declarar: “como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? E como
poderei ver a destruição da minha parentela?” (Et 8.6). Ester considerou
apenas a relação de sangue dela com seu povo e como fez diferença essa
afinidade sanguínea! Isso é muito mais verdadeiro com respeito a marido e
mulher, pois eles se encontram num relacionamento ainda mais chegado. Se
a mulher for pobre e carente, adoentada, e o marido for importante e ilustre,
como Salomão em toda a sua realeza, todos considerarão vergonhoso o seu
procedimento, se ele não acolher a sua esposa, agindo ainda como marido –
com todo amor e respeito para com ela. [Muito mais Cristo pode dizer com
relação ao Seu povo, à Sua noiva].

Plano de Leitura: Filipenses 1-2 CF 25.1, CM 64


20 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (12)
Thomas Goodwin
Hebreus 4:14-16

Algumas pessoas grandemente aflitas podem questionar: embora Ele tenha


piedade de mim e se comova (mesmo que minha miséria e pecados sejam
enormes), será que Ele os remove completamente e se compadece de mim
tanto sinceramente quanto proporcionalmente ao tamanho dos meus
pecados? Para tratarmos desse tipo de raciocínio e para prevenirmos esse
tipo de objeção quanto à compaixão de Cristo, o apóstolo o apresenta por
aquilo que era o dever do sumo sacerdote, que era sua sombra: o fato de o
sumo sacerdote ser alguém que “é capaz de compadecer-se de acordo com a
medida da miséria de cada um”; alguém que considera cada circunstância
relacionada ao caso, e oferece sua compaixão e ajuda – e, se ela for grande,
Ele possui grande sentimento de solidariedade (pois Ele é um grande sumo
sacerdote). Nossa miséria não pode jamais exceder a Sua misericórdia.

Plano de Leitura: Filipenses 3-4 CM 65


21 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (13)
Thomas Goodwin
Hebreus 4:14-16

Por meio dessa qualidade que devia estar no sumo sacerdote, ele nos
apresenta Cristo. Conforme a medida da necessidade e aflição de qualquer
homem, devido ao pecado e à miséria, nessa mesma medida, Ele se inclina
para essa pessoa. Assim como nossos pecados são de diversos tamanhos,
assim também, são as suas misericórdias; assim como Ele apresenta uma
mediação proporcional a eles – quer sejam pecados por ignorância ou
pecados de repetição diária, ou mesmo pecados mais grosseiros e
arrogantes. Por essa razão, não permita que nem um só desses pecados
desencoraje você de vir a Cristo em busca de graça e misericórdia.

Plano de Leitura: Colossenses 1-2 CF 25.2, CM 62


22 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (14)
Thomas Goodwin
Hebreus 5:1-2

Deus determinou que Cristo assumisse para sempre, pelo fato de Ele
possuir nossa natureza, natureza essa que Ele ainda conserva no céu. Um
grande alvo e projeto da eterna união pessoal de nossa natureza com a
Divindade, na segunda Pessoa, foi que Ele pudesse ser um misericordioso
sumo sacerdote. Assim como sua função dispõe isso como uma obrigação
sobre Ele, assim também, o fato de ter-se tornado homem o qualifica para
essa função e para o desempenho dela, a fim de suprir a mais ampla
demonstração do assunto. Essa é uma característica essencial de nosso
Sumo Sacerdote para qualificá-lo tanto melhor para exercer profunda
misericórdia, bem como um dos grandes propósitos de Deus, quando Ele
assumiu nossa natureza. [...] É uma característica essencial com o propósito
de torná-lo tanto mais misericordioso. É isso que lemos em Hebreus 5.1-2:
“Porque todo sumo sacerdote, sendo tomado dentre os homens, é
constituído nas coisas concernentes a Deus, a favor dos homens, para
oferecer tanto dons como sacrifícios pelos pecados, e é capaz de condoer-se
dos ignorantes e dos que erram”, ou seja, que possua misericórdia que seja
natural e bondosa, como a que o homem exerce para com alguém da sua
própria espécie. De outra forma, os anjos teriam produzido maiores e mais
ilustres sumos sacerdotes do que alguém na nossa natureza. Contudo, eles
não teriam condições de ter piedade dos homens, como os homens fazem
com seus irmãos, que são da mesma espécie e natureza que eles mesmos.

Plano de Leitura: Colossenses 3-4 CF 25.3, CM 63


23 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (15)
Thomas Goodwin
Hebreus 5:1-2

A natureza humana que Cristo assumiu nada acrescenta nem pode


acrescentar ao total e à grandeza dessa misericórdia que estava em Deus,
que constitui o estoque e tesouro das misericórdias por serem demonstradas
a nós. Pelo contrário, a humanidade de Cristo recebeu toda a sua imensidão
de misericórdia da própria Divindade. Assim, se Ele não contasse com as
misericórdias de Deus para alargar seu coração para conosco, Ele jamais
teria condições de ser para sempre misericordioso para conosco. Mas,
então, uma vez assumida essa natureza humana, isso cria uma nova maneira
de ser misericordioso. Ela assimila todas essas misericórdias e faz delas as
misericórdias de um homem, faz delas misericórdias humanas, e dessa
forma lhes concede uma naturalidade e amabilidade apropriadas à nossa
condição. De forma que Deus, agora, de forma amável e bondosa, se
compadece de nós, que somos carne da sua carne e osso dos seus ossos,
assim como um homem se compadece de outro homem; assim nos
encorajando a nos achegarmos a Ele, para nos tornarmos amigos íntimos de
Deus, lidando com Ele por meio da graça e da misericórdia, do mesmo
modo que um homem faria com outro homem; sabendo que Deus habita no
homem Cristo Jesus (em quem nós cremos), e que suas misericórdias
operam em seu coração e por meio dele à maneira humana.

Plano de Leitura: 1 Tessalonicenses 1-3 CF 25.4


24 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (16)
Thomas Goodwin
Hebreus 2:16-17

Confesso que muitas vezes me vi perplexo com a expressão usada em


Hebreus 2.16-17: “Ele assumiu a descendência de Abraão para tornar-se um
misericordioso sumo sacerdote”. Esse texto, à primeira vista, parece dizer
que Deus se tornou muito mais misericordioso pelo fato de assumir nossa
natureza. Mas, essa questão ficou resolvida, quando vi que esse fato
acrescentou uma nova forma de Deus mostrar-se misericordioso, de
maneira que agora se pode dizer, para consolo e alívio da nossa fé, que
Deus é realmente misericordioso como um homem o é. A consideração
disso ajuda a esclarecer nosso assunto: pelo fato de Deus, por si próprio, ser
tão glorioso e perfeito, a sua glória não pode ser tocada pelo menor
sentimento de nossas fraquezas, nem Ele em si mesmo é suscetível a
qualquer dessas afeições de piedade e compaixão: “a Glória de Israel ... não
é homem, para que se arrependa” (1Sm 15.29). Ele pode, de fato, fazer isso
em nosso favor quando estamos em apuros, aquilo que um homem que se
compadecesse de nós faria; mas às próprias afeições e sentimentos Ele não
é suscetível. Essa é a razão por que, então, dentre outras finalidades de
assumir a natureza humana, Deus a escolheu, para que Ele, dessa forma, se
tornasse amoroso e misericordioso para com os homens, assim como um
homem faria com outro semelhante seu.

Plano de Leitura: 1 Tessalonicenses 4-5 CF 25.5, CM 61


25 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (17)
Thomas Goodwin
Hebreus 2:16-17

Aquilo que anteriormente foi proferido de maneira inadequada e em forma


de metáfora e similitude, no Antigo Testamento, de forma que se
comunicasse aos nossos sentidos, pode agora ser, de fato e realmente,
atribuído a Ele. Pode-se, para sempre, dizer que Deus se compadece como
um homem o faz e que Ele se comove com nossas fraquezas como um
homem se comove. Assim, por meio dessa feliz união de ambas as
naturezas, a linguagem do Antigo Testamento, total e unicamente como
figura de linguagem, torna-se comprovada e completada como realidade da
coisa – como ocorre em todas as coisas, as sombras de Cristo foram nele
completadas. Esse é o primeiro passo em direção à compreensão do que se
diz aqui a respeito de Cristo, a partir dessa comparação com as mesmas
coisas atribuídas ao próprio Deus.

Plano de Leitura: 2 Tessalonicenses 1-3 CF 25.6


26 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (18)
Thomas Goodwin
Hebreus 2:16-17

Cristo, possuindo uma natureza humana, da mesma substância que a nossa,


constituída de alma e corpo, embora tendo sido transformado em corpo
espiritual quando foi glorificado, não se tornou, porém, em um espírito:
“um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”, diz
Cristo a respeito de si mesmo, depois da sua ressurreição (Lc 24.39). Por
isso, Ele necessariamente tem afeições para conosco. Contudo, afeições
como as nossas, mais do que aquelas que os anjos têm. Assim, com essas
duas observações alcançamos estas duas coisas: primeiro que, na natureza
humana, apesar de glorificada, as afeições de misericórdia e compaixão são
verdadeiras e reais e não são atribuídas a Ele de forma metafórica como o
eram a respeito de Deus. Segundo, são mais próximas e semelhantes às que
nós mesmos sentimos do que as afeições que se encontram nos anjos; são
afeições próprias da natureza do homem e verdadeiramente humanas. Essas
afeições Ele possuía, apesar de sua natureza ter sido, desde o momento em
que a assumiu, tão gloriosa quanto agora que Ele está no céu.

Plano de Leitura: 1 Timóteo 1-2 CF 26.1, CM 66


27 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (19)
Thomas Goodwin
Hebreus 2:16-17

Cristo, então, na glória em que se encontra, possui os sentimentos humanos


de misericórdia e compaixão em sua totalidade, de forma que o despertam e
instigam para nos ajudar e socorrer; esses sentimentos não fazem dele, outra
vez, um homem de dores (isso seria, agora, impróprio, conflitante), mas
fazem com que seja um homem que nos socorre, o que é sua função. Por
isso, devemos lembrar que Cristo no céu deve ser considerado não apenas
quanto à alegria que Ele tem em Seu Pai, mas, além disso, quanto ao seu
relacionamento e suas funções como nosso Cabeça. É nesse relacionamento
Ele se encontra agora, conforme Efésios 1.21-22 (e a cabeça é o centro de
todos os sentimentos para o bem-estar do corpo), e, por isso, mais sensível
do que qualquer outra parte do corpo. Assim sendo, pelo fato de seus
membros, com os quais mantém essa relação, ainda se encontrarem sujeitos
ao pecado e ao sofrimento, não é de forma alguma inadequado que Ele, no
estado em que agora se encontra, possua sentimentos apropriados a esse seu
relacionamento. Se o seu estado de glória tivesse sido determinado
inteiramente para sua própria felicidade pessoal, então, de fato, não haveria
razão para esse tipo de sentimento permanecer nele. Contudo, seu
relacionamento conosco, sendo parte e componente da sua glória, faz com
que estas coisas sejam muito apropriadas para Ele. Sim, seria inadequado se
Ele não os possuísse.

Plano de Leitura: 1 Timóteo 3-4 CF 26.2


28 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (20)
Thomas Goodwin
Mateus 8:17

Cristo, enquanto esteve aqui na terra, no mesmo sentido ou maneira em que


Ele “carregou com as nossas doenças” (Mt 8.17), mas nunca se viu
pessoalmente maculado por doença alguma; nesse mesmo sentido ou forma,
pode-se dizer que Ele carregou nossos pecados. Em outras palavras, quando
Cristo se dirigia a um filho eleito seu que estava doente e o curava, seu
costume era primeiro, por simpatia e compaixão, afligir-se a si mesmo com
o doente como se fosse Ele mesmo atingido pela doença. Por isso é que,
quando ressuscitou Lázaro, “agitou-se no espírito e comoveu-se”. Isso
acontecia por tomar sobre si mesmo a doença por meio de um sentimento
de solidariedade, removendo-a deles, sendo por eles afligido, como se Ele
mesmo estivesse doente. Essa me parece a melhor interpretação com que
me deparei do difícil texto em Mateus 8.16-17, onde lemos: “Chegada à
tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e Ele meramente com a
palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes; para que
se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo
tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças”. Agora, de
forma semelhante a essa, com respeito a carregar nossas doenças, Ele
carrega nossos pecados também; pois Ele, sendo um conosco, e com a
finalidade de responder por todos os nossos pecados, quando vê qualquer
dos que são seus pecando, é influenciado por isso, como se fosse um pecado
dele mesmo. E assim acontece com respeito ao poder do pecado: acabado e
liquidado.

Plano de Leitura: 1 Timóteo 5-6 CF 26.3


29 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (21)
Thomas Goodwin
Hebreus 2:16-17

Quanto à culpa do pecado e às tentações vindas dele, Cristo conhece mais a


respeito disso do que qualquer um de nós. Ele provou a amargura do pecado
quando lhe foi imputado, mais profundamente do que nós poderíamos fazê-
lo, e o cálice da ira do Pai por causa do pecado. Por isso, Ele tem condições,
de forma experimental, de compadecer-se de um coração ferido pelo
pecado, e que se debate sob essas tentações. Ele conhece muito bem o
coração daquele que pensa ter sido abandonado por Deus, visto que Ele
mesmo o sentiu quando gritou: “Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?” (Mt 27.46).

Plano de Leitura: 2 Timóteo 1-2 CM 69


29 de outubro
O coração misericordioso de Cristo no céu
pela Sua noiva Terra (21)
Thomas Goodwin
Hebreus 2:16-17

O próprio Cristo considera nossos pecados como Seus inimigos, dos quais
Ele com toda a certeza vai se livrar. Seu coração não sossegará enquanto
não os tiver eliminado. Como Deus diz por boca do profeta, assim também,
Cristo o diz com maior vigor ainda: “ternamente me lembro dele; comove-
se por ele o meu coração” (Jr 31.20). [...] Por isso, deixe de lado o medo.
Cristo se identifica com você e, longe de indispor-se contra você, Ele volta
sua ira contra o seu pecado para acabar com ele. Sim, sua compaixão para
com você aumenta ainda mais, assim como o coração de um pai para com o
filho, que padece de alguma doença repugnante ou como um leproso, não
odeia seu próprio membro afetado pela lepra (pois é sua própria carne), mas
odeia a própria doença e faz com que se compadeça mais ainda do membro
doente. Nossos pecados, que são inimigos tanto de Cristo quanto de nós
mesmos, servem de motivo para que Ele se compadeça mais ainda de nós.
Aquele a quem amamos e que se encontra em aflição é o objeto de nossa
compaixão; e, quanto maior a aflição, maior é a compaixão se o aflito é
objeto do nosso amor.

Plano de Leitura: 2 Timóteo 3-4 CM 82


31 de outubro
Lições que Deus ensina ao Seu povo
por meio das aflições
Thomas Case
Salmo 94:12

Os pequenos pecados interrompem nossa comunhão com Deus tanto quanto


os grandes pecados e, às vezes, até mais. Pois, enquanto grandes pecados,
por fazerem feridas profundas na consciência, fazem a alma ir sangrando ao
trono da graça, e lá chorar e lamentar, e nunca dar descanso a Deus até que
Ele dê descanso à alma, e [clamar] por uma nova aspersão do sangue de
Cristo, a fim de recuperar a paz e a comunhão com Deus; pecados menores
[por outro lado], não impressionam tanto o horror na consciência, e, por
isso, são engolidos em silêncio com menos pesar, e assim alienam
insensivelmente e afastam o coração de Jesus Cristo. O menor cabelo
projeta sua sombra; uma bolota colocada diretamente na frente do olho,
impede a entrada da luz do sol como se fosse uma montanha. Os olhos da
alma que verão a Deus devem ser mantidos muito claros: “Bem-
aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus
5:8). Pequenos pecados, embora não perturbem a razão tanto quanto os
grandes pecados, ainda assim, contaminam a consciência; e uma
consciência sob contaminação (não lamentada) tem vergonha de Deus, e
Deus tem vergonha dela. Todavia, a aflição santifica. Assim como amortece
o coração para o mundo, assim também desperta e suaviza a consciência
contra o pecado. A alma se torna consciente de seu afastamento de Deus e
dos frutos amargos dessa partida; e, agora, começa a lamentar por Deus na
linguagem de Agostinho: “Senhor, tu fizeste meu coração para Ti, e ele está
inquieto e inquieto até que pode descansar em Ti”.

Plano de Leitura: Tito 1-2 CM 83, BC 36


NOVEMBRO
Ralph Erskine, Samuel Rutherford e Andrew Gray
1º de novembro
Humilhação Evangélica (1)
Ralph Erskine
Ezequiel 16:60

Nós nos esquecemos de Deus e de nossos pecados contra Ele. Mas, sempre
que Deus começa a boa obra, faz com que o homem se lembre de seus
pecados — como o pródigo, quando voltou a si, considerou as coisas. Essa
lembrança, eu acho, inclui iluminação e convicção. A primeira parte
“tratamento” que Deus dá é o colírio, para que eles vejam; pois, até que
seus olhos sejam abertos, não se converterão das trevas à luz (Atos
26:18). A primeira criatura que Deus fez, na criação primitiva, foi luz; e a
primeira, na nova criação, é luz espiritual. O pecador antes do
arrependimento é como um homem dormindo em uma cova escura, no meio
de muitas víboras, cobra, serpentes e feras peçonhentas. Enquanto ele jaz na
cova escura, elas não o ferem, nem ele tem medo delas. Porém, sempre que
um raio de luz entra por um buraco ou janela, elas caem sobre ele, o picam
e o atormentam. Ele se vê cercado por elas. Portanto, aqui, antes do
arrependimento, o pecador dorme nas trevas da ignorância, do ateísmo, do
erro e da descrença. Todavia, sempre que um feixe de luz espiritual irrompe
na mente e na consciência, por uma convicção e iluminação eficazes, o
pecado revive, e o pecador se encontra cercado, por assim dizer, por
serpentes vivas, contaminado e corrompido com o veneno de víboras,
destruído e contaminado com todo o lixo do inferno em seu coração.

Plano de Leitura: Tito 3 e Filemom CM 86, BC 37


2 de novembro
Humilhação Evangélica (2)
Ralph Erskine
Ezequiel 16:60

A confusão é outro ingrediente da humilhação [...]. Sim, parece importar o


coração sendo golpeado com espanto com sua própria pecaminosidade e
com sua própria loucura. Como um homem mergulhado nas profundezas,
seus sentidos ficam instantaneamente confusos. Ó, quando os pensamentos
de um homem são, por uma lembrança espiritual, mergulhados nas
profundezas do pecado e da maldade, de tal forma que ele [os] vê em seu
coração e caminhos, como esse homem fica confuso, de modo que ele não
sabe o que pensar! Seus pecados estão além de sua compreensão: “Quem
pode entender seus erros” (Salmo 19)? Seus próprios pecados de coração
transbordam de seus pensamentos e ultrapassam seu conhecimento:
“Enganoso é o coração acima de todas as coisas, e desesperadamente
perverso; quem o poderá conhecer” (Jeremias 17: 9)? O homem é tragado
por este grande abismo: “Tu te lembrarás e ficarás confuso”.

Plano de Leitura: Hebreus 1-2 CM 90, BC 38


3 de novembro
Humilhação Evangélica (3)
Ralph Erskine
Ezequiel 16:60

O homem humilhado vê seu pecado, não apenas como maior do que o


pecado dos pagãos (que nunca tiveram o evangelho), porém maior do que o
pecado dos demônios. “Eles nunca pecaram contra o sangue de Cristo,
como eu fiz” — [pensa tal homem]. Em uma palavra, ele tem vergonha,
porque seu pecado trouxe vergonha e desgraça para o Eterno Filho de Deus,
o Deus da Glória, que, ao suportar a cruz, desprezou a vergonha. Então,
nosso pecado O trouxe a isso; sim, nosso pecado contínuo O deixou exposto
à vergonha (Hebreus 6:6). Ah! A vergonha que o penitente esfrega sobre si
mesmo pelo pecado! Eu li sobre Diodoro, um lógico, que ele caiu morto de
vergonha por não poder resolver um argumento que foi proposto a ele. Ó, se
estivéssemos apreensivos com o horror de nosso pecado, como poderíamos
corar até a morte de vergonha diante de Deus!

Plano de Leitura: Hebreus 3-4 CM 153, BC 85


4 de novembro
Humilhação Evangélica (4)
Ralph Erskine
Ezequiel 16:60

O próximo ingrediente da humilhação evangélica é o silêncio: “E nunca


mais abra a boca por causa da sua vergonha”. Este santo silêncio diante de
Deus significa não abrir a boca em oposição a Deus, não ousando discutir
com Suas dispensações, mas reconhecendo que somente Deus tem o direito
de falar contra nós; e que Ele será justificado quando falar e claro quando
julgar (Salmos 51:4). Significa não abrir a boca para reclamar dEle, ou
reflexões sobre Ele, quaisquer que sejam suas dispensações: “Por que
reclamará um homem vivo? Um homem pelo castigo de sua iniquidade?”.
Significa uma submissão silenciosa à vontade de Deus, dizendo com o
salmista: “Fui mudo, não abri a minha boca porque tu o fizeste” (Salmo 39:
2). Significa abraçar silenciosamente a acusação do pecado e da culpa,
justificando a Deus e nos condenando [...] pois assim a palavra corre: “Tu
nunca mais abrirás tua boca”. O princípio constante e a prática habitual da
alma humilhada é nunca abrir a boca, mas permanecer em silêncio diante de
Deus.

Plano de Leitura: Hebreus 5-7 CM 154, BC 88


5 de novembro
Humilhação Evangélica (5)
Ralph Erskine
Ezequiel 16:60

É assim que uma alma é verdadeiramente humilhada, quando apreende


Deus como verdadeiramente pacificado e satisfeito em Cristo
Jesus? Portanto, veja, então, o caso miserável de pecadores seguros, que
não conhecem a Deus em Cristo. Eles não se lembram de seus pecados
contra Deus. Eles pecam sem vergonha; e eles têm sua boca aberta contra
Deus, vindicando-se e justificando-se. Eles se gloriam em sua
vergonha; eles não veem sua pecaminosidade. [Esses não conhecem a
humilhação do evangelho].

Plano de Leitura: Hebreus 8-9 CM 155, BC 89

6 de novembro
Humilhação Evangélica (6)
Ralph Erskine
Ezequiel 16:60

Qual é a causa de tão pouca humilhação? Porque há tão pouca fé no


evangelho da paz; há tanta incredulidade em não saber e lembrar que Deus
é um Deus pacificado em Cristo. Essa é a principal causa de tão pouca
humilhação. Portanto, eles não se lembram de seus pecados. Eles não creem
que Deus está em paz com eles. [...] Talvez, eles pensem e imaginem que
Deus está em paz com eles; mas se eles realmente cressem nisso, seria
impossível estivessem em paz com o pecado. Portanto, veja a incomparável
graça e misericórdia de Deus, para que proclame a paz com os rebeldes e se
declare pacificado para com eles, por tudo o que fizeram; e que envie
embaixadores, para publicar a paz no seu nome, e confia-lhes a palavra da
reconciliação, para vos rogar, em Seu nome, a reconciliação com Deus,
porque Ele fez Cristo pecado por nós, um sacrifício por nós, pelo qual é
pacificado.
Plano de Leitura: Hebreus 10-11 CM 156
7 de novembro
Humilhação Evangélica (7)
Ralph Erskine
Ezequiel 16:60

Veja a necessidade da pregação do evangelho da paz. Sem ela não há


arrependimento verdadeiro nem humilhação evangélica. As pessoas nunca
se lembrarão de seus pecados nem terão vergonha por eles, até que ouçam e
saibam que Deus foi pacificado com relação a eles por tudo o que
fizeram. A doutrina do Evangelho é uma doutrina que humilha e abranda o
coração. Mas, tal é a natureza endurecedora da doutrina da Lei que um
homem pregar vida ao cumpridor da lei e morte ao transgressor, só tenderá
a endurecer o coração do homem contra Deus e a fomentar sua rebelião e
raiva Ele; pois, “a Lei opera a ira”. Jamais um pecador se lembrará de seus
pecados, enrubescer ou envergonhar-se, até que entenda que Deus não
insiste em fazer aliança com ele, ou na aliança ameaçadora, denunciando a
ira do Sinai. Mas, quando Deus se declara pacificado, e quando o pecador
ouve a doutrina da livre remissão, do perdão para os pecadores culpados e
da paz aos pecadores rebeldes; então, ele se lembrará de seus pecados e se
envergonhará. “O que? Existe misericórdia, paz e perdão para mim!” — tal
homem pensa. Então, a sua alma se derrete.

Plano de Leitura: Hebreus 12-13 CM 157, BC 90


8 de novembro
Humilhação Evangélica (8)
Ralph Erskine
Ezequiel 16:60

Veja uma evidência da verdadeira humilhação do evangelho. Quando uma


pessoa é verdadeiramente humilhada pelo pecado? Resposta: Quando a
misericórdia de Deus o derrete; quando o amor de Deus em Cristo o
envergonha por sua inimizade; quando a visão de Deus estar em paz e faz
guerra consigo mesmo; quando, em vista da graça de Deus, ele fica
atordoado com sua própria ingratidão; quando ele começa a temer o Senhor
e Sua bondade; quando ele muito ama, porque muito foi perdoado; quando
a graça de Deus, que aparece a ele, o ensina a negar a impiedade e as
concupiscências mundanas; quando a notícia de que Deus está sendo
pacificado com relação a ele, por tudo o que ele fez, o derrete mais do que
todas as chamas do Sinai poderiam; quando sua boca é impedida de falar
mal de Deus, porque a boca de Deus está aberta para falar de paz com
ele; quando a visão de paz e perdão e o senso da bondade de Deus para com
ele.

Plano de Leitura: Tiago 1-3 CM 158


9 de novembro
Humilhação Evangélica (9)
Ralph Erskine
Ezequiel 16:60

Veja como e de que maneira você pode chegar a esta lembrança correta e a
devida humilhação pelos pecados. Ora, o grande e principal dever, para essa
humilhação, é olhar para um Deus pacificado. Se você quiser ser levado à
santa vergonha e corar seu resto por seu pecado, então, saiba e creia que
Deus está pacificado contigo por tudo o que você fez; que há misericórdia
de Deus para contigo.

Plano de Leitura: Tiago 4-5 CM 159


10 de novembro
Dúvidas e sinais da eleição
Samuel Rutherford
2 Timóteo 2:19

Há muitos cristãos semelhantes a jovens marinheiros, que pensam que a


costa e toda a terra se movem quando é o navio e eles próprios que se
movem. Da mesma forma, não são poucos os que imaginam que Deus se
move, navega e muda de lugar, porque suas almas vertiginosas estão
navegando e sujeitas a alterações no fluxo e refluxo. Mas “o fundamento do
Senhor permanece firme”. Deus sabe quem vocês são seus. Lute, siga em
frente, obedeça, tema, creia, ore; e, então, você terá, dentro de você, os
sinais infalíveis de um dos eleitos de Cristo.

Plano de Leitura: 1 Pedro 1-2 CM 160


11 de novembro
Consolos para lidar com a morte
Samuel Rutherford
Filipenses 1:23

A morte, em si mesma, inclui a morte da alma e a morte do corpo. Mas,


para os filhos de Deus, os limites e as amarras da morte são reduzidos e
traçados em uma demarcação mais estreita. De modo que, quando vocês
[crentes] morrerem, um pedaço da morte só se apoderará de vocês, ou a
menor parte de vocês morrerá — essa é a dissolução do corpo. Pois, em
Cristo, sois libertos da segunda morte. Portanto, como alguém nascido de
Deus, não cometa pecado (embora não possa viver e não pecar), e aquela
serpente [a morte] comerá [apenas] sua parte terrestre [o corpo]. Quanto à
sua alma, ela está acima da lei da morte.

Plano de Leitura: 1 Pedro 3-5 CF 27.1


12 de novembro
O penhor e a Certeza de Salvação
Samuel Rutherford
2 Coríntios 1:22

Se Deus deu a vocês o penhor do Espírito, como parte do pagamento da


soma principal, vocês devem se alegrar. Pois nosso Senhor não perderá Seu
penhor, nem voltará ou se arrependerá de Sua compra. Se você encontra, em
algum momento, um desejo de ver a Deus, alegria na certeza dessa visão
(embora a visão seja apenas como a passagem, que acontece apenas uma
vez por ano), paz de consciência, liberdade de oração, as portas do tesouro
de Deus abertas para a alma e uma visão clara dEle mesmo, dizendo, com
um semblante sorridente: “Bem-vinda a mim, alma aflita”; este é o penhor
que Ele, às vezes, dá e que alegra o coração; e é uma prova de que a compra
será válida.

Plano de Leitura: 2 Pedro 1-3 CM 162, BC 92


13 de novembro
O que é contentamento? (1)[16]
Andrew Gray
Filipenses 4.12

Todo o tempo que foi, é ou ainda será, é apenas um único momento em


comparação com a eternidade. O que é a nossa vida, senão uma pequena
parte desse momento? Por que então alguém deveria se queixar
apreensivamente de passar parte de um momento suportando as coisas mais
aflitivas e tristes que podem lhe acontecer? Que má vantagem é obtida pelo
descontentamento e tristeza? Isso só torna uma pessoa mais infeliz. A
mentalidade celestial e o contentamento vivem e morrem juntos; eles são
dois companheiros doces, que sempre andam juntos e não podem ser
separados.

Plano de Leitura: 1 João 1-3 CF 27.2, CM 163


14 de novembro
O que é contentamento? (2)
Andrew Gray
Filipenses 4.12

Contentamento literalmente significa todossuficiente. Assim, as palavras


podem ser representadas de maneira atraente, “aprendi a contentar-me”, isto
é, a ser todossuficiente. Provérbios 14:14 fala de um modo semelhante, de
como um homem piedoso se satisfaz em si mesmo. Há uma fonte de
consolo eterno dentro do cristão, que o faz suportar todas as condições
aflitivas. “Aprendi”, indica a dificuldade de alcançar este mistério de
contentamento divino. Paulo já foi ignorante acerca disso, mas agora,
através da compreensão e da sabedoria de Deus, ele tem pleno
conhecimento disso. “Em toda a maneira”, indica que nenhuma condição
poderia lhe afetar.

Plano de Leitura: 1 João 4-5 CF 27.3


15 de novembro
O que é contentamento? (3)
Andrew Gray

O contentamento é um quadro doce e composto de espírito em relação a


todas as condições e circunstâncias aflitivas que encontramos. Esta graça e
dever de contentamento inclui um santo deleite e doce serenidade e calma
do espírito em todas as condições, até mesmo em provações (Tiago 1:2;
Romanos 5:3). É claro que o cristão é obrigado a estar contente (1 Timóteo
6:8; Hebreus 13:5; Tiago 4:7).

Plano de Leitura: 2 e 3 João e Judas CM 161, BC 91


16 de novembro
Que danos resultam do descontentamento? (1)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

Torna-nos impróprios para atividades espirituais. Fica impossível para


um cristão louvar ou orar. O louvor exige uma estrutura composta de
espírito (Salmos 58:7). 1 Timóteo 2:8 diz que a oração correta deve ser sem
ira, não havendo qualquer murmuração no coração. O descontentamento
retira três ingredientes da oração: amor, fervor e fé. Um cristão descontente
não pode estar ardendo em amor, mas sim com ressentimento. Tampouco
um cristão pode exercer fé, porque aceitou tão mal uma decisão de Deus
que não pode descansar sua confiança nem esperar Nele. Quando as pessoas
se debruçam tanto sobre sua condição atual, elas não podem ser fervorosas
quanto a nada, exceto se forem mudadas. É certo que nada mata tanto a
oração quanto o descontentamento.

Plano de Leitura: Apocalipse 1-3 CF 27.4


17 de novembro
Que danos resultam do descontentamento? (2)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

Deixa-nos abertos à tentação. O descontentamento nos torna


completamente incapazes de resistir às tentações. É impossível para um
cristão mortificar um pecado quando o descontentamento está sendo
exercido. Pecado prevalecente, orgulho e todas as outras luxúrias obtêm
grande vitória sobre tal pessoa. Um cristão pode perder mais em uma hora
de descontentamento sob provações do que pode recuperar em muitos
meses. Não é de admirar que as tentações prevaleçam, porque tal pessoa
está fora de sua guarda e sua força se foi.

Plano de Leitura: Apocalipse 4-6 CM 164, BC 93


18 de novembro
Que danos resultam do descontentamento? (3)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

Torna-nos endurecidos. O descontentamento resulta em falta de ternura de


espírito. Nada elimina a sensibilidade espiritual tanto quanto o
descontentamento. Um cristão descontente não age com base no temor ou
amor ao Todo-Poderoso, que são os dois grandes princípios da ternura do
espírito. Quando se examinarem, descobrirão que a ansiedade e a amargura
do espírito fizeram seus corações morrerem, ficando como uma pedra
dentro deles.

Plano de Leitura: Apocalipse 7-9 CF 27.5


19 de novembro
Que danos resultam do descontentamento? (4)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

Faz-nos desvalorizar as misericórdias de Deus. Quando um cristão se


defronta com aquilo que contraria suas preferências, ele perde sua estima de
tudo o que lhe foi concedido anteriormente. Jacó subestima o que ele tem
dessa maneira (Gênesis 42:36). Nada faz um cristão desrespeitar mais as
coisas mais preciosas e excelentes de Deus do que o descontentamento.

Plano de Leitura: Apocalipse 10-12 CF 28.1


20 de novembro
Como Podemos Superar o Descontentamento? (1)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

Através do autoexame. O descontentamento vem de não praticarmos


muito o autoexame. Devemos ficar quietos e nos examinarmos (Salmos
4:4). É a melhor maneira de obtermos submissão e contentamento, em
qualquer condição. O autoexame tem grande influência no contentamento
porque considera com precisão nossas próprias imperfeições. Em vez de
reclamar, perguntamos por que deveríamos reclamar (Lamentações 3:39)?
O autoexame nos ajuda a entendermos a intenção por trás do castigo e qual
seu benefício. Ajuda-nos a nos submeter pacientemente e a adorar a
inescrutável sabedoria de Deus em relação a nós, em vez de nos afligirmos
com ela (Provérbios 19:3).

Plano de Leitura: Apocalipse 13-15 CM 165, BC 94


21 de novembro
Como Podemos Superar o Descontentamento? (2)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

Através da resolução. Se estamos decididos a suportar e nos submeter a


toda e qualquer provação, isso tem um grande benefício. Quando somos
castigados, bendizemos a Deus porque não é o pior para nós. Muitas vezes,
as aflições nos pegam de surpresa e, por isso, desmaiamos no dia da
adversidade e vemos que nossa força é pequena (Provérbios 24:10).

Plano de Leitura: Apocalipse 16-18 CF 28.2


22 de novembro
Como Podemos Superar o Descontentamento? (3)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

Através da mentalidade celestial. Paulo teve coragem e constância na


aflição porque ele olhou para as coisas que são eternas (2 Coríntios 4:16,
em comparação com o versículo 18). Afogue os pensamentos de sua
miséria presente nas preciosas profundezas da eternidade. Contemple tanto
o céu que isso possa infinitamente consolar e compensar todas as suas
perdas aqui.

Plano de Leitura: Apocalipse 19-20 CF 28.3


23 de novembro
Como Podemos Superar o Descontentamento? (4)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

Olhando para Deus. Se olhássemos para a soberania e o propósito de Deus


nas provações que enfrentamos, teríamos vergonha de discutir e murmurar
tanto quanto nós fazemos. Preferiríamos nos submeter a Ele (1 Samuel
3:18; Salmos 39:9; Isaías 39:8). Ousaríamos debater com o Todo-Poderoso
ou forçar o Supremo e Absoluto a explicar Seus caminhos?

Plano de Leitura: Apocalipse 21-22 CF 28.4


24 de novembro
Como Podemos Superar o Descontentamento? (5)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

Considerando a brevidade do tempo. Pensamentos sérios sobre a


brevidade da nossa vida e do tempo permitirão lidarmos com o
descontentamento. Se alguém soubesse que só suportaria testes por uma
hora, ou por dez dias, poderia submeter-se pacientemente. Mas não
demorará muito para que o pequeno período de tempo entre a eternidade
passada e a eternidade futura seja engolido e não haja nada além da
eternidade.

Plano de Leitura: Salmo 1-7 CM 166, BC 95


25 de novembro
Como Podemos Superar o Descontentamento? (1)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

Através da humildade. O orgulho é o grande mal predominante que traz


contenda (Provérbios 13:10). É somente pelo orgulho que contendemos
com Deus a respeito de Seu relacionamento conosco. É impossível para um
cristão que não é humilde se contentar. O orgulho é um dos maiores opostos
de se estar contente, em qualquer condição.

Plano de Leitura: Salmo 8-11 CF 28.5


26 de novembro
Como Podemos Superar o Descontentamento? (7)
Andrew Gray
Hebreus 13.5

O descontentamento envolve murmurarmos e reclamarmos contra Deus.


Isso evita que creiamos em Deus. Isso também nos impede de nos
beneficiarmos das provações. Em vez de sermos santificados por elas, e o
pecado ser removido, o descontentamento só aumenta o pecado. Podemos
superar o espírito de descontentamento ao nos concentrarmos na fé em
Deus e nas realidades eternas. O contentamento é aprendido através de um
processo doloroso e gradual de experiência e através da dependência de
Deus e da Sua graça.

Plano de Leitura: Salmo 12-16 CF 28.6


27 de novembro
O dever de orar (1)
Andrew Gray
1 Tessalonicenses 5.17

Entre todos os belos efeitos e partes da piedade, o dever e graça da oração


não é o menor, nem pouco recomendado. Embora, às vezes, apareça pouco
entre as milhares de graças do espírito, dela procedem coisas excelentes, e
não se considera presunção comparar a oração com o mais elevado e
principal dever. É aquilo, sem dúvida, pelo qual uma alma é elevada para
conversar e falar com Deus, com a santa e bendita Trindade; sim, e tão
frequente e livremente quanto o cristão desejar. Pois há uma porta de acesso
sempre aberta, pela qual podemos entrar e nos comunicar com e comunicar
os nossos pensamentos a Deus; e faz com que Ele nos dê a conhecer o que
pensa. Ó, esta é uma dignidade e um privilégio que nos foi adquirido a uma
taxa e valor infinitos, sim, o precioso sangue de Cristo; pois, sem dúvida, a
porta de nosso acesso a Deus é através do véu de Sua carne. Se isso
estivesse mais profundamente gravado em nosso espírito, deveríamos
melhorar mais esta dignidade. Se alguma vez cremos na indescritível
grandeza deste dever da oração e na incompreensível essência de Deus, que,
até agora, negligenciamos por ignorância, deveríamos temer nos intrometer,
por meio de uma espécie de reverência e temor, por medo de tocar o monte,
para que não sejamos alvejados; e considerarmo-nos indignos de erguer os
olhos ao céu, porque tantas vezes o reprovamos.

Plano de Leitura: Salmo 17-21 CF 28.7


28 de novembro
O dever de orar (2)
Andrew Gray
1 Tessalonicenses 5.17

Agora, existem esses dois males compreensíveis e cardeais que afetam


excessivamente e interceptam a obediência dos cristãos a este grande e
precioso mandamento de orar sem cessar. E eles são estes dois: ateísmo e
idolatria. Muita confiança em nós mesmos e muita dependência de nosso
próprio entendimento (o que é idolatria), sendo uma violação visível do
primeiro mandamento: “não terás outros deuses além de mim” (Êxodo
20.3). E muito pouca confiança em Deus (o que é o nosso ateísmo),
empregando-nos em tudo e não empregando a Deus em nada; de tal forma
que nosso bendito Senhor pode propor este desafio e pergunta
irrespondíveis a muitos de nós: até agora nada pedistes em meu nome?
(João 16.24). E o que isto senão naquela maldição lamentável: “maldito o
homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, cujo coração se
afasta do Senhor” (Jeremias 17.5). Se estivéssemos mais conscientes de
nossa incapacidade e impotência para nos salvar, e daquela capacidade
completa e infinito poder que está em Deus para nos ajudar, ataríamos este
precioso mandamento da oração como uma cadeia de ouro ao redor de
nosso pescoço e faríamos dele um ornamento de graça para nossa cabeça
(Provérbios 4.9). Certamente devemos ser constrangidos a clamar: “Tudo o
que o Senhor nos ordenou, faremos” (Deuteronômio 5.27); e a orar para que
seja dado a nós tal coração, de modo que nossa prática corresponda às
nossas resoluções.

Plano de Leitura: Salmo 22-25 CM 167


29 de novembro
O dever de orar (3)
Andrew Gray
1 Tessalonicenses 5.17

Ó, que dignidade gloriosa e indescritível é você diariamente caminhar no


céu, naquelas belas ruas que são todas pavimentadas com ouro transparente;
e estar conversando com Ele, cuja comunhão é de mais valor infinito do que
todas as dignidades imperiais. Um cristão dedicado à oração pode ter isso a
dizer quando está passa doas portas da morte para a longa e infinita
eternidade: “agora, eu mudo de lugar, mas não de companhia”. O céu pode
ser para ele apenas uma transição abençoada para um desfrute mais
constante e imediato de Deus. Ó, que dia bendito será estar totalmente fora
do alcance da necessidade deste dever e do exercício total da graça da
oração, pois, embora seja um exercício abençoado e divino, ainda assim
envolve uma imperfeição em seu seio. E, por isso, deve passar, quando o
que é perfeito vier (1 Coríntios 13.10).

Plano de Leitura: Salmo 26-29 CF 19.1


30 de novembro
Como saber que faço uma aplicação
de Cristo corretamente?
Thomas Watson
Zacarias 6:13

Um hipócrita pode pensar que ele aplica – quando não é o caso. Aquele que
corretamente aplica Cristo traz juntos: Jesus e Senhor (Filipenses 3:8).
Cristo Jesus, meu Senhor: muitos tomam Cristo como um Jesus [isto é,
Salvador], mas o recusam como Senhor. Você está ligado ao Príncipe e
Salvador (Atos 5:31)? Você também será governado pelas leis de Cristo
como salvo pelo seu sangue? Cristo é um “sacerdote no seu trono”
(Zacarias 6:13, ACF). Ele nunca será sacerdote para interceder, a menos
que seu coração seja o trono onde Ele empunha seu cetro. Nós aplicamos a
Cristo verdadeiramente quando o tomamos como um marido tal que nos
rendemos a Ele como um Senhor.

Plano de Leitura: Salmo 30-33 CM 168, BC 96


DEZEMBRO
David Dickson e Robert Leigthon
1º de dezembro
Não julgueis
David Dickson
Mateus 7:1-5

Não julgue, para que não sejais julgados. O primeiro ensino é a proibição
do julgamento precipitado das pessoas e das ações dos homens, ou proferir
sentenças erradas de maneira censurável e não caridosa contra os outros,
seja em nossa mente ou em nossos discursos; ou [julgar] sem haver
nenhuma falha; ou [julgar] por menos do que nós mesmos estamos sujeitos.
De forma alguma, Ele não proíbe julgar nem privada nem publicamente
quando for de forma justa, mas, apenas, proíbe a censura temerária,
destituída de caridade e injusta com os outros. Estamos inclinados,
naturalmente, para esse tipo de julgamento. Por isso, Ele diz: não, a saber,
não injustamente. As razões são cinco: a primeira razão é que, se você
julgar, precipitadamente, os outros, você tem de temer que Deus não o
julgue com justiça; pois, não julgueis, para que não sejais julgados, diz Ele.

Plano de Leitura: Salmo 34-36 CF 29.2


2 de dezembro
Medida de Julgamento
David Dickson
Mateus 7:1-5

Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida
com que tiverdes medido, vos medirão também. Uma segunda razão é: à
medida que você é caridoso e sóbrio ao julgar os outros ou pouco caridoso e
imprudente ao julgar os outros, pode esperar que Deus, em sua sábia
providência, lhe retribua; pois, com que julgamento (caridoso ou indigno)
você julgar, você será julgado; isto é, tenha como medida dada a você, a
saber, uma justa retribuição em misericórdia ou em justiça.

Plano de Leitura: Salmo 37-40 CF 29.3, CM 169


3 de dezembro
O âmago da idolatria
David Dickson
Mateus 7:1-5

Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na
trave que está no teu próprio? Uma terceira razão é: fazer isso é irracional
quando, tendo defeitos mais grosseiros do que os que existem nos outros,
você negligencia os seus próprios e grosseiros defeitos (que são como
vigas), sem atentar [para eles]; e se intromete nas enfermidades de outros
homens, [que são como] pequenos ciscos em comparação [com a sua trave].
Portanto, vocês não devem julgar precipitadamente. Por isso, aprenda que o
amor-próprio nos cega tanto que não somos sensíveis a nossos próprios
grandes defeitos, entretanto, às menores enfermidades de outras pessoas,
estreitamente, investigamos e as observamos. Portanto, Ele disse: Por que
vês o argueiro etc.

Plano de Leitura: Salmo 41-44 CF 29.4


4 de dezembro
Tira o teu argueiro
David Dickson
Mateus 7:1-5

Ou como dirás a teu irmão: deixa-me tirar o argueiro do teu olho,


quando tens a trave no teu? Uma quarta razão é: censurando,
precipitadamente e sem caridade, o teu próximo, tu nunca serás capaz de
beneficiá-lo, enquanto esta grotesca viga de julgamento precipitado, ou
qualquer outro mal, for encontrado em ti. Portanto, não julgues
precipitadamente. Doutrina: Aquele que beneficiará outros, ao reprovar
suas faltas, deve ser ele mesmo irrepreensível, ou, então, seu conselho e
reprovação serão voltados contra ele; pois como e com que consentirá ou
com que esperança beneficiará a seu irmão, ele dirá: Deixa-me tirar o
argueiro do teu olho etc.

Plano de Leitura: Salmo 45-48 CF 29.5


5 de dezembro
Tira o teu argueiro
David Dickson
Mateus 7:1-5

Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente


para tirar o argueiro do olho do teu irmão. Uma quinta razão é: o
julgamento severo e precipitado sobre os outros é a marca de um hipócrita,
portanto, não julgue [dessa forma]; pois, “tu, hipócrita”, Cristo o chama.
Porque o julgador severo das faltas de outros homens faria ele mesmo e os
outros crerem que ele não foi contaminado de maneira alguma por tais
faltas. Nosso Senhor, por este discurso, não impede a admoestação fraterna,
porém, dirige o caminho e a ordem dela; Tira primeiro etc. disse Ele.
Doutrina: 1. Aquele que deseja informar a outros deve começar, seriamente,
a reformar-se, pois está dito: tira primeiro a trave do teu olho, isto é,
proceda com a reforma de seus próprios pecados. 2. O homem que está
prestes a remover seus próprios pecados terá luz espiritual e sabedoria para
lidar com os outros, no assunto de seu arrependimento e reforma, pois está
dito: Então, verás claramente para tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Plano de Leitura: Salmo 49-51 CF 29.6


6 de dezembro
Bem-aventurado o homem que...
David Dickson
Salmo 1

A partir da declaração de que homem piedoso, e não o ímpio, é o homem


abençoado, aprendemos que: (1) Embora o pecado e a miséria abundem
entre os homens, a bem-aventurança pode ser alcançada, pois Deus, aqui,
declara alguns como abençoados. (2) Em relação à busca de bem-
aventurança, todos os homens, dentro e fora da igreja visível, são divididos
em homens piedosos, que procuram ser abençoados à maneira de Deus; e
homens ímpios, que buscam a bem-aventurança, mas não à maneira de
Deus; pois assim estão, aqui, todos classificados. (3) Determinar a questão
“quem é o homem abençoado” é competência, apenas, de Deus, em cujas
mãos somente está [o poder de] fazer um homem abençoado; pois, aqui, Ele
assume para Si o declarar que o homem piedoso é o homem abençoado.

Plano de Leitura: Salmo 52-56 CF 29.7, CM 170


7 de dezembro
Bem-aventurado o homem que não segue o conselho dos ímpios etc.
David Dickson
Salmo 1

Os ímpios consideram-se muito sábios em seguir o conselho de seu próprio


coração e de outros semelhantes a eles, para que eles possam ser
abençoados. Todavia, este não é o caminho do homem bem-aventurado –
“ele não anda no conselho dos ímpios”. Os ímpios, obstinadamente,
continuam pecando, mas o homem abençoado, se ele for vencido em um
pecado, não defende o seu pecado, nem persiste nele – “não se detém no
caminho dos pecadores”. O ímpio pode, longamente, chegar a este ponto:
zombar da piedade, como mera tolice, e desprezar admoestações e
reprovações. Porém, o homem abençoado nunca endurece seu coração a
ponto de zombar da piedade nos outros, ou instrução oferecida a si, “ele não
se assenta na roda dos escarnecedores”.

Plano de Leitura: Salmo 57-60 CF 29.8


8 de dezembro
Antes, o seu prazer está na Lei do Senhor etc.
David Dickson
Salmo 1

O homem abençoado toma a Palavra de Deus, nas Sagradas Escrituras,


como seu conselheiro concernente ao remédio para o pecado e a miséria, e
como a regra a ser seguida, até que sua bem-aventurança seja aperfeiçoada;
pois a Escritura, para ele, para a obediência da fé, é uma lei, e é cercada
com autoridade suprema, a saber, é a “Lei do SENHOR”. Na medida em
que um homem é piedoso e abençoado, ele toma a Palavra de Deus, que
apresenta o caminho da reconciliação com Deus, por meio do Messias (que
é Cristo), como o caminho de crescer em comunhão com Deus por meio
dEle; [toma] como o assunto de seu principal deleite e contentamento; “seu
prazer está na lei do SENHOR”. Na medida em que o homem se deleita na
Lei do Senhor, ele se versa nela em todas as ocasiões – “em Sua lei medita
dia e noite”.

Plano de Leitura: Salmo 61-64 CM 171, BC 97


9 de dezembro
Por que o homem piedoso é bem-aventurado? (1)
David Dickson
Salmo 1

Nessa medida, um homem que estuda a santa comunhão com Deus, pelo
deleite e meditação, em Sua palavra, será firmado e receberá a influência da
graça de Cristo, para a manutenção da vida espiritual nele – “Ele é como
árvore plantada junto a corrente de águas”. O homem que faz da palavra de
Deus o seu deleite, deve frutificar em toda boa obra, conforme a
oportunidade lhe é oferecida – “que, no devido tempo, dá o seu fruto”. Este
homem será habilitado a exercer uma santa profissão de fé e obediência a
Deus, tanto na adversidade como na prosperidade – “cuja folhagem não
murcha”.

Plano de Leitura: Salmo 65-67 CM 172


10 de dezembro
Por que o homem piedoso é bem-aventurado? (2)
David Dickson
Salmo 1

Qualquer que seja o dever ou serviço prestado a Deus, por este homem, não
será necessária a ajuda de Deus, nem sucesso, nem aceitação em suas mãos
– “tudo quanto ele faz será bem-sucedido”. O homem ímpio, seja o que for
que pareça ser diante do mundo, ainda assim, está destituído de toda vida
espiritual e alheio à comunhão da graça de Deus, impróprio para toda boa
obra, pronto quando tentado com força, a abandonar sua falsa profissão de
religião; e é amaldiçoado em tudo o que faz; pois o que o bem-aventurado
homem piedoso, aqui, é dito ser, o ímpio é o contrário – “os ímpios não são
assim”. Qualquer que seja a aparência de piedade ou prosperidade temporal
ou esperança de felicidade que o homem ímpio pareça ter, será considerada,
apenas, uma falsificação; e não colocará [isto] em lugar de sua maior
necessidade – “são, porém, como a palha que o vento dispersa”.

Plano de Leitura: Salmo 68-69 CM 173


11 de dezembro
Os impiedosos não prevalecerão no Dia do Juízo
David Dickson
Salmo 1

Não somente tudo o que o homem ímpio semeia para sua felicidade carnal,
se tornará palha; mas também, por suas dores responderá a Deus, no dia do
juízo, e, ali, será condenado; pois é dito que: “Por isso, os perversos não
prevalecerão no juízo”. No entanto, os piedosos não podem desfrutar da
comunhão uns dos outros nesta vida, por muitas razões. Ainda, finalmente,
eles devem reunir-se em uma assembleia geral de todos os santos, na plena
comunhão de Deus; pois haverá um dia de julgamento, em que eles
permanecerão e não serão lançados ou condenados, mas serão, totalmente,
absolvidos e permanecerão na congregação permanente dos justos. Embora,
agora, os ímpios e os piedosos vivam juntos, misturados em um reino,
cidade, incorporação, igreja visível, família e cama, ainda assim, haverá, no
último dia, uma separação perfeita um do outro; pois pecadores (ou servos
do pecado) não permanecerão na congregação dos justos.

Plano de Leitura: Salmo 70-72 CM 174


12 de dezembro
O SENHOR conhece o caminho dos justos
David Dickson
Salmo 8.1-2

Os piedosos nem sempre são abatidos com problemas. Às vezes, eles têm
liberdade de ir e se deleitar na contemplação da glória e bondade de Deus
para com eles — como todo o salmo mostra. O mistério da glória de Deus,
em Suas obras de criação e de redenção, é tal, como ninguém, exceto
aqueles de olhos espiritualmente iluminado pelo Seu Espírito, pode ver; e
aquele que o vê não pode deixar de ser arrebatado por isso, quando o
discernir; e ninguém pode compreendê-lo suficientemente, ou tomá-lo
totalmente, exceto o próprio Deus. Portanto, o profeta dirige totalmente seu
discurso cheio de admiração ao Senhor, ao longo de todo o salmo.

Plano de Leitura: Salmo 73-76 CM 175


13 de dezembro
Os impiedosos não prevalecerão no Dia do Juízo
David Dickson
Salmo 1

Embora não haja homem que viva e não peque, o homem piedoso, sendo
justificado pela fé e cuidadoso em produzir os frutos da fé, não é pecador na
estima de Deus; pois ele é aqui chamado de “justo”. No entanto, existem
muitas imperfeições e falhas nas ações do homem piedoso. Contudo, a
conduta que ele segue e o caminho que se esforça por seguir são santos e
aceitáveis a Deus; ‘pois o Senhor conhece [ou aprova] o caminho dos
justos”. Deixe os homens deste mundo agradarem a si mesmos e
aplaudirem uns aos outros em sua carruagem ímpia. Contudo, o fim de seu
curso será a destruição eterna; pois “o caminho dos ímpios perecerá”.

Plano de Leitura: Salmo 77-78 CM 176


14 de dezembro
A santificação do Espírito e a aspersão do Sangue de Cristo
Robert Leigthon
1 Pedro 1:2

A mancha do pecado só pode ser lavada com sangue, isso indica que o
pecado merece a morte. E o fato de que nenhum sangue, a não ser o do
Filho de Deus, pode limpar indica que essa mancha merece a morte eterna.
Essa teria sido nossa porção, se a morte do eterno Senhor da vida não nos
tivesse libertado dela. A sujeira precisa ser borrifada; a culpa, como
merecedora da morte, precisa ser borrifada com sangue; o sangue deve ser o
sangue de Cristo, o eterno Senhor da vida, morrendo para nos libertar da
sentença de morte. A alma e o corpo de toda a humanidade estão
manchados pela poluição do pecado. A lepra impura da alma não é uma
mancha externa, mas totalmente interna. Então, como a lepra corporal foi
purificada pela aspersão de sangue, assim também, a lepra espiritual é
purificada com o Sangue de Cristo.

Plano de Leitura: Salmo 79-81 CM 177


15 de dezembro
Eleitos para a Obediência (1)
Robert Leigthon
1 Pedro 1:2

Quando a obediência a Deus é expressa pelo simples nome absoluto de


obediência, isso nos ensina que somente a Ele pertence a obediência
absoluta e ilimitada, toda a obediência de todas as criaturas. É a vergonha e
a miséria do homem que ele se desviou desta obediência e nos tornamos
filhos da desobediência. Mas a graça, renovando o coração do crente, muda
sua natureza, e assim seu nomes e o torna filho da obediência (como,
posteriormente, será dito neste capítulo). Esta obediência consiste em
receber a Cristo como nosso Redentor e, ao mesmo tempo, como nosso
Senhor ou Rei; consiste em uma entrega total de todo o homem à
obediência a Ele. [...] É a obediência que o apóstolo, na Epístola aos
Romanos, chama de obediência da fé, pela qual a doutrina de Cristo é
recebida, e assim o próprio Cristo, que une a alma crente a Cristo. Ele o
esparge com Seu sangue, para a remissão de pecados — o que é a raiz e
fonte de toda obediência futura em a vida cristã.

Plano de Leitura: Salmo 82-85 CF 30.1


16 de dezembro
Eleitos para a Obediência (2)
Robert Leigthon
1 Pedro 1:2

Eleitos para obediência significa obediência habitual e ativa, renovação do


coração e conformidade com a vontade divina. A mente é iluminada pelo
Espírito Santo, para conhecer e crer na vontade Divina; sim, essa fé é a
grande e principal parte da obediência. A verdade da doutrina é, primeiro,
gravada na mente; dela flui uma obediência agradável e amorosa. A partir
daí, todas as afeições e todo o corpo, com seus membros, aprendem a
obedecer voluntariamente e a se submeter a Deus. Enquanto antes eles
resistiram a Ele, estando sob o padrão de Satanás. [Agora, obedece].

Plano de Leitura: Salmo 86-88 CF 30.2


17 de dezembro
A santificação do Espírito
Robert Leigthon
1 Pedro 1:2

Se alguém finge que tem o Espírito, e assim se afasta da regra direta das
Sagradas Escrituras, então, essa pessoa tem um espírito de fato, mas é um
espírito fanático, o espírito de ilusão e tontura. Entretanto, o Espírito de
Deus, que conduz Seus filhos no caminho da verdade, e com esse propósito
O enviou do céu (para guiá-los para lá), adapta pensamentos e caminhos
deles a essa regra [a Palavra]. Ora, este Espírito, que santifica e santifica
para a obediência, está dentro de nós e é a evidência de nossa eleição e o
penhor de nossa salvação. E todos aqueles que não são santificados e
guiados por este Espírito, o apóstolo nos diz qual é a sua condição: Se
alguém não tem o Espírito de Cristo, não é dele. Não nos iludamos: esta é
uma verdade, aqueles que não são feitos santos no estado de graça, nunca
serão santos na glória. As pedras que são designadas para aquele glorioso
templo, lá em cima, são talhadas e polidas e preparadas para isso
aqui; como as pedras foram trabalhadas e preparadas nas montanhas para a
construção do templo em Jerusalém. Esta é a ordem de Deus.

Plano de Leitura: Salmo 89-90 CF 30.3


18 de dezembro
Cristo, não havendo visto, O amais (1)
Robert Leigthon
1 Pedro 1:8

A apreensão de Cristo não é pela visão corporal. [...] A fé eleva a alma não
apenas acima dos sentidos e das coisas sensíveis, mas acima da própria
razão. Assim como a razão corrige os erros que os sentidos podem
ocasionar, a fé sobrenatural corrige os erros da razão natural, julgando de
acordo com os sentidos. O sol parece menor que a roda de uma carruagem,
mas a razão ensina ao filósofo que ele é muito maior do que toda a terra, e a
razão de parecer tão pequeno é a grande distância. O homem naturalmente
sábio está tão enganado por sua razão carnal, em sua avaliação de Jesus
Cristo, o Sol da Justiça; e a causa é a mesma: sua grande distância dEle.
Como o salmista fala dos ímpios, os teus julgamentos estão muito acima da
vista dele. Ele considera Cristo e Sua glória uma questão menor do que seu
próprio ganho, honra ou prazer; pois estes estão perto dele, os vê em
abundante quantidade, e os considera maiores; sim, muito mais valiosos do
que realmente valem. Porém, o apóstolo Paulo e todos os que são
iluminados pelo mesmo Espírito sabem, pela fé, a qual é a razão divina, que
a excelência de Jesus Cristo ultrapassa em muito o valor de toda a terra e de
todas as coisas terrenas.

Plano de Leitura: Salmo 91-95 CF 30.4


19 de dezembro
Cristo, não havendo visto, O amais (2)
Robert Leigthon
1 Pedro 1:8

Dar um assentimento correto ao Evangelho de Cristo é impossível sem a fé


divina e salvadora infundida na alma. Crer que o eterno Filho de Deus se
revestiu de carne humana, e habitou entre os homens em um tabernáculo
como o deles, e sofreu a morte na carne; que Aquele que era o Senhor da
vida nos libertou da sentença de morte eterna; que Ele quebrou as grades e
correntes da morte e ressuscitou; que Ele subiu ao Céu, e lá está assentado à
direita do Pai com/em nossa carne, e isso é glorificado acima dos Anjos —
este é o grande mistério da piedade. E uma parte desse mistério é que todo
mundo acredita nEle. Disto, os homens naturais podem falar com muito
conhecimento, e dar uma espécie de crédito natural a isso, como a uma
história que pode ser verdadeira; mas firmemente acreditar que há verdade
Divina em todas essas coisas, e ter uma persuasão dela mais forte do que
das próprias coisas que vemos com nossos olhos — tal assentimento é a
obra peculiar do Espírito de Deus, e certamente é a fé salvadora.

Plano de Leitura: Salmo 96-100 CF 31.1


20 de dezembro
Cristo, não havendo visto, O amais (3)
Robert Leigthon
1 Pedro 1:8

A alma que assim acredita não pode escolher senão amar. É comumente
verdade que o olho é a porta comum pela qual o amor entra na alma, e isso
é verdade com respeito a esse amor; embora seja negado aos olhos dos
sentidos, ainda (você vê) é atribuído aos olhos da fé. Embora você não O
tenha visto, você O ama, porque você crê — o que equivale a vê-lO
espiritualmente. A fé, de fato, é distinta daquela visão que teremos na
glória. Porém, é a visão do Reino da Graça, é o olho da Nova Criatura,
aquele olho perspicaz que penetra todos os céus visíveis e vê acima
deles; que olha para as coisas que não se veem, e é a evidência das coisas
que não se veem, vendo aquele que é invisível. É possível que uma pessoa
seja muito amada pelo relato de seu valor e virtudes, e por uma foto sua
vividamente desenhada, antes de ver a parte assim elogiada e representada.
Todavia, certamente, quando ele é visto e considerado responsável pelo
primeiro, isso eleva a afeição já iniciada a uma altura muito maior. Temos o
relato das perfeições de Jesus Cristo no Evangelho; sim, uma descrição tão
clara dEle, que dá uma imagem dEle, e que, junto com os sacramentos, é a
única lícita imagem viva de nosso Salvador. Agora, a fé acredita neste
relato, e contempla esta imagem, e assim permite o amor de Cristo na alma.

Plano de Leitura: Salmo 101-103 CF 31.2


21 de dezembro
Cristo, não havendo visto, O amais (3)
Robert Leigthon
1 Pedro 1:8

A fé dá um conhecimento experimental particular de Cristo, e uma


familiaridade com Ele; faz com que a alma descubra tudo o que é falado
dEle na Palavra, Sua beleza ali representada, a fim de ser abundantemente
verdadeiro. A fé dá realmente o sabor de Sua doçura; e, por isso, possui o
coração mais fortemente com Seu amor, persuadindo-o da verdade dessas
coisas, não por razões e argumentos, mas por um tipo de evidência
inexprimível, que só quem sabe é quem a tem. A fé convence o cristão
dessas duas coisas que o filósofo dá como as causas de todo amor — beleza
e propriedade — a amabilidade de Cristo em Si mesmo e nosso interesse
nEle.

Plano de Leitura: Salmo 104-106 CF 31.3


22 de dezembro
Cristo, não havendo visto, O amais (4)
Robert Leigthon
1 Pedro 1:8

O amor é primeiro efeito em quem, não apenas pela primeira apreensão e


crença naquelas Suas excelências e beleza, mas também contempla e olha
frequentemente para Aquele em quem habita toda a perfeição; e olha tantas
vezes para Ele, até que põe a própria impressão de Sua imagem, por assim
dizer, sobre a alma, de modo que nunca possa ser apagada e esquecida. A
exultante alegria é feita por aquele ato particular de união que O torna nosso
Deus e nosso Salvador. Há, nesse amor verdadeiro, complacência e deleite
em Deus; uma conformidade com Sua vontade; amando o que Ele ama e
estudando Sua vontade; procurando sempre saber mais claramente o que é
mais agradável a Ele, contraindo a semelhança com Deus em todas as suas
ações, conversando com Ele, pela contemplação frequente de Deus e
olhando para a Sua beleza. Assim como o olho permite essa afeição, ele o
serve constantemente e prontamente olha para o lado que o amor o
dirige. Assim, a alma que é possuída por este amor de Jesus Cristo, tem
seus olhos sempre sobre Ele, pensa frequentemente em Seus sofrimentos
anteriores e glória presente. Quanto mais essa alma olha para Cristo, mais
ela O ama; e ainda quanto mais O ama, mais se deleita nEle.

Plano de Leitura: Salmo 107-110 CF 31.4


23 de dezembro
Os sofrimentos de Cristo e o Evangelho
Robert Leigthon
1 Pedro 1:11

O Evangelho é representado como a doutrina dos sofrimentos e da glória de


Cristo, como meio de salvação. O obreiro desta salvação, a quem os
profetas e apóstolos resumem toda a sua doutrina, é Jesus Cristo. E o
resumo dessa obra de redenção (como a temos aqui) é a sua humilhação e
exaltação; Seus sofrimentos e a glória que se seguiu a eles. Agora, embora
isso sirva de encorajamento para os cristãos em seus sofrimentos, que este é
o caminho pelo qual seu Senhor entrou em Sua glória [...]; ainda assim,
acho que, aqui, se destina principalmente como um resumo da obra de
nossa redenção por Jesus Cristo, relacionado à salvação mencionada no
versículo 10, e como causa do efeito, então, é colocado aqui. Os profetas
indagaram e profetizaram sobre essa salvação. Como? Procurando e
predizendo os sofrimentos e a glória de Cristo. Seus sofrimentos, então, e
Suas glórias posteriores são nossa salvação. Seu sofrimento é a compra de
nossa salvação, e Sua glória é nossa certeza disso. Ele, como nossa cabeça,
tendo triunfado e sendo coroado, nos dá a certeza da vitória e do triunfo. O
fato de Ele ter entrado na posse da glória torna nossa esperança certa. Esta é
a oração dEle: que onde Ele está, nós também estejamos.

Plano de Leitura: Salmo 111-114 CM 84


24 de dezembro
Esperança até o fim
Robert Leigthon
1 Pedro 1:13

A diferença entre estas duas graças, fé e esperança, é tão pequena, que uma
é frequentemente tomada pela outra nas Escrituras. É apenas um aspecto
diferente da mesma confiança. A fé apodera-se da verdade infalível
daquelas promessas divinas, das quais a esperança certamente espera o
cumprimento; de modo que uma resulta imediatamente da outra. Esta é a
âncora fixada nos céus, que mantém a alma firme contra todas as sacudidas
nestes mares que se agitam e os ventos e tempestades que se levantam sobre
eles. A coisa mais firme, neste mundo inferior, é uma alma crente. A fé
estabelece o coração em Jesus Cristo e a esperança o eleva, estando naquela
rocha, acima dos perigos, cruzes e tentações intervenientes, e vê a glória e
felicidade que os seguem.

Plano de Leitura: Salmo 115-118 CF 32.1


25 de dezembro
Sejam santos como é santo vosso Pai Celeste
Robert Leigthon
1 Pedro 1:14-16

Não há doutrina no mundo tão agradável ou tão pura quanto a do


Cristianismo. Ela é incomparável, tanto em doçura quanto em santidade. A
fé e esperança de um cristão contêm em si um precioso bálsamo de conforto
permanente. Mas isso nunca deve ser tão desperdiçado, a ponto de ser
derramado na poça de lama de uma consciência impura; não, isso é perdê-la
indignamente. Todos quantos têm esta esperança se purificam, assim como
ele é puro [1 João 3:3]. Aqui, eles são ordenados a serem santos como Ele é
santo. A fé primeiro purifica o coração, esvazia-se do amor ao pecado e
depois o preenche com a consolação de Cristo e a esperança da glória. É um
medo tolo e infundado, [...], imaginar que a esperança de salvação garantida
gerará impiedade e ousadia presunçosa para o pecado; e que, portanto, a
doutrina dessa segurança é uma doutrina de licenciosidade.

Plano de Leitura: Salmo 119:1-88 CM 85, BC 37


26 de dezembro
A Segurança de Salvação e a Santidade
Robert Leigthon
1 Pedro 1:14-16

Eles são mutuamente fortalecidos e aumentados um pelo outro. Quanto


mais certeza de salvação, mais santidade, mais prazer nela e estudo da
santificação como o único caminho para obtê-la. E como o trabalho é mais
agradável quando temos a certeza de que não será perdido, nada torna a
alma tão ágil e ativa na obediência como este óleo de alegria, esta
esperança garantida de glória. Novamente, quanto mais santidade houver na
alma, mais clara sempre será essa garantia [segurança de salvação]; como
vemos melhor a face do céu quando há menos nuvens. A maior aflição não
embota essa esperança tanto quanto o menor pecado [pode fazê-lo]. Sim, [a
segurança de salvação] pode ser mais viva e sensível à alma por meio da
aflição; mas pelo pecado sempre sofre perdas, como certamente ensina a
experiência de todos os cristãos.

Plano de Leitura: Salmo 119:89-122 CF 32.2, BC 87


27 de dezembro
A Lei e o Evangelho concordam e chamam à Santidade
Robert Leigthon
1 Pedro 1:16

Sede, portanto, perfeitos, assim como o vosso Pai que está nos céus é
perfeito, diz o nosso Salvador [Mateus 5]. Aqui, o Apóstolo está citando a
Lei: Sereis santos; pois eu sou santo. A Lei e o Evangelho concordam
nisso. Como filhos que se parecem com seus pais, à medida que crescem
em anos, tornam-se cada vez mais semelhantes a eles; assim, os filhos de
Deus aumentam em sua semelhança e são diariamente mais e mais
renovados segundo Sua imagem. Há neles uma semelhança inata em razão
de Sua imagem impressa neles em sua primeira renovação, e Seu Espírito
habitando neles; há um aumento contínuo disso, por sua piedosa imitação e
estudo de conformidade, que é aqui exortado a ser feita. A imitação de
homens perversos e do mundo corrupto é, aqui, proibida. A imitação dos
costumes indiferentes dos homens é vil e servil; a imitação das virtudes de
homens bons é louvável; todavia, a imitação desse padrão mais elevado,
dessa bondade primitiva, do Deus Santíssimo, é o topo da
excelência. [...] Todos nós oferecemos a Ele algum tipo de adoração, mas
poucos estudam seriamente e se empenham nessa bendita conformidade.

Plano de Leitura: Salmo 123-129 CF 32.3


28 de dezembro
Os verdadeiros filhos de Deus são como seu Pai celestial
Robert Leigthon
1 Pedro 1:16

Inquestionavelmente, há, entre aqueles que se professam povo de Deus, um


número seleto que são, de fato, Seus filhos e levam Sua imagem tanto em
seus corações quanto em suas vidas; essa impressão de santidade está em
suas almas e em suas conversas. Porém, para a maioria, um nome e uma
aparência de piedade são tudo o que eles têm como religião. Ai de
mim! Falamos de santidade e ouvimos falar dela, e até a recomendamos,
mas não agimos como santos; ou se o fazemos, é apenas uma encenação
dela, [...], como em um palco à vista dos homens; não como aos olhos de
nosso amável Deus, alojando-o em nossos corações e de lá difundindo-o em
todas as nossas ações. A criança é, então, verdadeiramente como seu pai,
quando não apenas sua aparência se assemelha a ele, mas ainda mais, sua
mente e disposição interior. Assim, os verdadeiros filhos de Deus são como
seu Pai celestial em suas palavras e ações — mas, acima de tudo, no
coração.

Plano de Leitura: Salmo 130-136 CF 33.1, CM 88


29 de dezembro
O Temor Santo que conduz a Santidade
Robert Leigthon
1 Pedro 1:17

Este é um temor que não prejudica, mas preserva aquelas outras graças, o
conforto e a alegria que delas decorrem. Todas essas graças concordam tão
bem com isso [entre si], que são naturalmente ajudantes umas das
outras. [...]. O temor aqui recomendado é, fora de questão, uma santa
autossuspeita e um medo de ofender a Deus, que pode não apenas consistir
em esperança segura de salvação, e com fé, amor e alegria espiritual; mas
também é seu companheiro inseparável. Como todas as graças divinas estão
ligadas entre si [...], elas crescem ou diminuem juntas. Quanto mais um
cristão crê e ama, e regozija-se no amor de Deus, certamente, mais relutante
está em desagradá-lO; e, se corre o risco de desagradá-lo, tanto mais teme
isso. Por outro lado, sendo este temor o verdadeiro princípio de uma
conversa cautelosa e sagrada, fugindo do pecado e das ocasiões de pecado e
tentações para ele, e resistindo a eles quando eles fazem um ataque, ele é
como um guarda que afasta os inimigos e perturbadores da alma, e, assim,
preserva sua paz interior, mantém a certeza da fé e esperança sem ser
molestada, e a alegria que elas causam, e a comunhão e sociedades de amor
entre a alma e seu amado de forma ininterrupta. Todos estão em maior
perigo quando esse temor diminui e adormece; pois, então, algum pecado
notável ou outro está pronto para invadir e colocar tudo em desordem.

Plano de Leitura: Salmo 137-142 CF 33.2, CM 89


30 de dezembro
O Temor é o Princípio da Sabedoria
Robert Leigthon
1 Pedro 1:17

O começo do temor é o começo da sabedoria, e o progresso e aumento dele


é o aumento da sabedoria. Aquela ousada precipitação que muitos
consideram valiosa é a companheira da ignorância; e de toda precipitação,
ousadia para pecar é a mais estúpida e tola. Há nisso, como em todo temor,
a apreensão de um mal de que corremos perigo. O mal é o pecado, e o
desprazer de Deus e o castigo que se segue ao pecado. O homem piedoso
julga sabiamente: o pecado é o maior dos males e a causa de todos os outros
males; é uma transgressão da justa lei de Deus e, portanto, uma provocação
de Sua justa ira e a causa daqueles castigos, temporais, espirituais e eternos,
que Ele inflige. Então, considerando quão poderoso Ele é para punir,
considerando tanto o poder quanto o alcance de Sua mão, que é tanto
pesada, quanto inevitável; todas essas coisas podem e devem contribuir para
a operação desse temor. Há, sem dúvida, uma grande diferença entre dois
tipos de medo que, geralmente, são diferenciados pelos nomes de temor
servil e filial. Porém, certamente, o temor mais genuíno dos filhos de Deus,
que O chamam de Pai, não exclui a consideração de Sua justiça e da
punição do pecado que Sua justiça inflige. [...] nenhum outro inimigo ou
mal no mundo pode privá-los de Deus, exceto do seu próprio pecado,
portanto, é isso que eles mais temem.

Plano de Leitura: Salmo 143-145 CM 90, BC 38


31 de dezembro
A Permanente Palavra de Deus
Robert Leigthon
1 Pedro 1:25

A palavra de Deus é tão semelhante a Ele, e carrega tão claramente a


imagem e expressão de Seu poder e sabedoria, que, às vezes, onde eles são
mencionados juntos, é duvidoso se as expressões devem ser referidas a Ele
mesmo ou à Sua palavra como em Hebreus 4:12. O mesmo ocorre aqui.
Porém, não há perigo em se referir a eles de qualquer maneira, visto que há
verdade em ambos [...]. No entanto, esta semente incorruptível é a palavra
viva e eterna do Deus vivo e eterno e, portanto, é tal, porque Aquele de
quem [ela] é assim o é. Visto que a Palavra de Deus, em si mesma, não
pode ser abolida, mas ultrapassa a resistência do céu e da terra, como nosso
Salvador ensina; e todas as tentativas dos homens contra a verdade Divina
dessa palavra para desfazê-la são tão vãs como tentar arrancar o sol do
firmamento; assim, da mesma forma, no coração de um cristão, ela é
imortal e incorruptível. Onde é recebida pela fé, não pode ser obliterado
novamente; todos os poderes das trevas não podem destrui-la, embora eles
sejam tão diligentes em suas tentativas de fazê-lo.

Plano de Leitura: Salmo 146-150 CF 33.3


CONHEÇA OUTRAS PUBLICAÇÕES DA EDITORA

OBRAS FÍSICAS
Já publicadas:

(1) A Prática da Subscrição Confessional, organizada por Dr. David


Hall;

Lançamentos previstos para 2022:

(1) Piedade Puritana (em honra a Joel Beeke), organizado por Michael
Hyken e Paul Smaley (autores dos capítulos: Ryan MacGraw, Joseph
Pipa, Mark Jones, Robert Godfrey, Paul Smaley, Michael Hyken,
Chard VonDixhoorn, Stephen Yuille, Sinclair Ferguson, Randall
Pederson e Robert Oliver).

(2) Aconselhando-se com os Puritanos, organizada por Rev.


Christopher Vicente;

(3) Escritos Selecionados de Thomas Boston (puritano presbiteriano


escocês), editado por Rev. Christopher Vicente.

(4) Escritos Selecionados de David Dickson (incluindo o primeiro


comentário da História da Igreja à Confissão de Fé de Westminster
feito por esse puritano presbiteriano escocês, contemporâneo da
Assembleia) editado por Rev. Christopher Vicente;

(5) Em Defesa dos Padrões de Westminster e da Subscrição


Integral (diversos presbiterianos)

(6) Família Cristã – Herman Bavinck;


(7) Os Fundamentos da Psicologia – Herman Bavinck;

(8) Psicologia Cristã e Religiosa – Herman Bavinck

(9) Salvador ou Servo: colocando o Governo Civil em seu devido


lugar – David W. Hall.

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A Excelência da Confissão de Fé de Westminster: A Introdução ao


Comentário da CFW (1647) pelo escocês Robert Shaw:
https://www.amazon.com.br/Excel%C3%AAncia-Confiss%C3%A3o-
Westminster-Introdu%C3%A7%C3%A3o-Coment%C3%A1rio-
ebook/dp/B08JNLND41/

A Graça de Deus em Cristo: uma exposição contra o antinomianismo, etc.


pelo presbiteriano norte-americano James Thornwell:
https://www.amazon.com.br/Gra%C3%A7a-Deus-Cristo-antinomianismo-
neonomianismo-ebook/dp/B07YBMSHBR/

A Pregação Expositiva como ferramenta para o Aconselhamento


Bíblico pelo pastor presbiteriano brasileiro Augusto Brayner:
https://www.amazon.com.br/Prega%C3%A7%C3%A3o-Expositiva-
ferramenta-Aconselhamento-B%C3%ADblico-ebook/dp/B08JLKJ9PL/

A Prática Bíblico-Puritana do Autoexame pelo pastor presbiteriano


brasileiro Christopher Vicente:
https://www.amazon.com.br/Pr%C3%A1tica-B%C3%ADblico-Puritana-
do-Autoexame-ebook/dp/B088TLDBQG/

A Preciosidade da Alma, pelo puritano presbiteriano inglês Thomas


Watson: https://www.amazon.com.br/dp/B09BLNYNM4

A quem Deus deu o ministério da Pregação pelo escocês delegado à


Assembleia de Westminster Robert Baillie:
https://www.amazon.com.br/quem-Deus-deu-minist%C3%A9rio-
Prega%C3%A7%C3%A3o-ebook/dp/B07PBKYYW2/

Adorando com o coração: A Doutrina Bíblico-Puritana da preparação


para o Culto Público pelo ministro presbiteriano do Brasil Rev.
Christopher Vicente: https://www.amazon.com.br/dp/B095TQ3QRV

Breve Catecismo sobre o Culto e a Adoração a Deus: com explicações


do próprio autor pelo puritano inglês John Owen:
https://www.amazon.com.br/dp/B093XN54Y8
Casamento Cristocêntrico: Uma proposta bíblica para casamentos em
casamentos em crise pelo pastor presbiteriano brasileiro Augusto Brayner:
https://www.amazon.com.br/Casamento-Cristoc%C3%AAntrico-proposta-
b%C3%ADblica-casamentos-ebook/dp/B08DQXSNXS/

Catecismo sobre o Governo e a Disciplina da Igreja Presbiteriana


(1849) por diversos ministros presbiterianos:
https://www.amazon.com.br/dp/B09BSMQRLB

Conselhos para enfrentar a morte piedosamente pelo puritano inglês


Thomas Brooks: https://www.amazon.com.br/Conselhos-para-enfrentar-
morte-piedosamente-ebook/dp/B0824WKHQ9/

Cristo: A Dádiva do Pai ao Seu Povo Escolhido pelo puritano escocês


Thomas Boston: https://www.amazon.com.br/Cristo-D%C3%A1diva-Pai-
Povo-Escolhido-ebook/dp/B0897WW8VJ/

Da Escritura Sagrada: o primeiro capítulo do primeiro comentário (da


História da Igreja) da CFW pelo puritano escocês David Dickson:
https://www.amazon.com.br/Escritura-Sagrada-coment%C3%A1rio-
Confiss%C3%A3o-Westminster-ebook/dp/B089QVYV9G/

Dois Breves Catecismos: Em que os princípios da doutrina de Cristo são


expostos pelo puritano inglês John Owen:
https://www.amazon.com.br/Dois-Breves-Catecismos-princ%C3%ADpios-
explicados-ebook/dp/B08LKGJVWV/
Epistemologia Reformada: Vol. 1 pelo pastor e apologeta presbiteriano
norte-americano Cornelius Van Til:
https://www.amazon.com.br/Epistemologia-Reformada-Cornelius-Van-Til-
ebook/dp/B08GZH4YW4/

Eu sou realmente um cristão? Oito dúvidas respondidas pelo puritano


escocês Thomas Boston: https://www.amazon.com.br/Eu-sou-realmente-
crist%C3%A3o-respondidas-ebook/dp/B07MZZF97N/

Filosofia Cristã pelo pastor e apologeta presbiteriano norte-americano


Cornelius Van Til: https://www.amazon.com.br/Filosofia-Crist%C3%A3-
Apolog%C3%A9tica-Puritana-ebook/dp/B08DVBM8YW/

Governo Presbiteriano: O Deus que declara como sua igreja deve ser
governada por diversos presbiterianos ingleses:
https://www.amazon.com.br/Governo-Presbiteriano-declara-igreja-
governada-ebook/dp/B086BR6NPR/

Guarde o seu coração: O que é guardar o coração? pelo puritano


presbiteriano inglês John Flavel: https://www.amazon.com.br/Guarde-seu-
cora%C3%A7%C3%A3o-que-guardar-ebook/dp/B07P6CTBYL/

Idolatria Secreta: os atos idólatras no coração do homem pelo puritano


inglês David Clarkson: https://www.amazon.com.br/Idolatria-Secreta-
id%C3%B3latras-cora%C3%A7%C3%A3o-homem-
ebook/dp/B07THZPSDF/
Lógica e Claramente Deduzido: Uma Defesa pelo puritano escocês
delegado à Assembleia de Westminster George Gillespie:
https://www.amazon.com.br/L%C3%B3gica-Claramente-Deduzido-Uma-
Defesa-ebook/dp/B08HSTGF65/

Não farás imagem: por que não devemos fazer imagens de nenhuma das
três pessoas da Trindade por João Calvino e nove puritanos:
https://www.amazon.com.br/N%C3%A3o-far%C3%A1s-imagem-devemos-
Trindade-ebook/dp/B08CHNGHPW/

O Antídoto contra o Arminianismo pelo escocês delegado à Assembleia


de Westminster Robert Baillie:
https://www.amazon.com.br/Ant%C3%ADdoto-contra-Arminianismo-
Robert-Baillie-ebook/dp/B085WGWRZ3/

O cântico dos Salmos e o Amor Cristão diversos pastores e presbíteros


presbiterianos brasileiros: https://www.amazon.com.br/c%C3%A2ntico-
dos-Salmos-Amor-Crist%C3%A3o-ebook/dp/B084GD1KDM/

O Culto Público: Uma breve teologia e por que deve ser preferido ao
privado pelo puritano inglês David Clarkson:
https://www.amazon.com.br/dp/B08PDD29F5

O Exílio do Coronavírus: Quando Deus tirou o Seu Culto de Sua Igreja ou


Uma Teologia Bíblica do Culto pelo pastor presbiteriano brasileiro Rodrigo
Brotto: https://www.amazon.com.br/Ex%C3%ADlio-
Coronav%C3%ADrus-Quando-tirou-Igreja-ebook/dp/B086PTXZRJ/
O Ofício da Pregação: entregue a homens ordenados pelo pastor
presbiteriano norte-americado Robert Dabney:
https://www.amazon.com.br/Of%C3%ADcio-Prega%C3%A7%C3%A3o-
entregue-homens-ordenados-ebook/dp/B088X17Q5K/

O Pacto da Graça pelo puritano inglês William Perkins:


https://www.amazon.com.br/Pacto-Gra%C3%A7a-William-Perkins-
ebook/dp/B07P5JM4B5/

O Pacto da Graça: no Antigo e no Novo Testamento pelo puritano


holandês Wilhelmus à Brakel: https://www.amazon.com.br/Pacto-
Gra%C3%A7a-Antigo-Novo-Testamento-ebook/dp/B07PGDNBKV/

O Pacto de Obras: Uma detalhada exposição pelo puritano holandês


Wilhelmus à Brakel: https://www.amazon.com.br/Pacto-Obras-Uma-
detalhada-exposi%C3%A7%C3%A3o-ebook/dp/B07WL8BQJG/

O Papado é o Anticristo: uma demonstração pelo ministro escocês J. A.


Wylie: https://www.amazon.com.br/dp/B09161LCQH/

O princípio regulador aplicado ao Governo da Igreja pelo pastor


presbiteriano norte-americano James Thornwell:
https://www.amazon.com.br/Princ%C3%ADpio-Regulador-aplicado-
Governo-Igreja-ebook/dp/B07N922SW8/

O Resumo do Conhecimento Salvífico: Um Breve Resumo da Doutrina


Cristã contida nas Sagradas Escrituras e sucessivamente defendida na
Confissão de Fé da Westminster e seus catecismos pelo puritano escocês
David Dickson: https://www.amazon.com.br/Resumo-Conhecimento-
Salv%C3%ADfico-sucessivamente-Westminster-ebook/dp/B07N7LJ5P5/

Orientações contra a Hipocrisia pelo puritano inglês Richard Baxter:


https://www.amazon.com.br/dp/B08P8TPQHJ

O Ser de Deus e o Princípio Regulador do Culto pelo puritano escocês


Hugh Binning: https://www.amazon.com.br/Ser-Deus-Princ%C3%ADpio-
Regulador-Culto-ebook/dp/B07YZFPNG8/

Os Padrões de Westminster: a fé cristã amadurecida pelo pastor


presbiteriano pelo pastor presbiteriano norte-americano B. B. Warfield:
https://www.amazon.com.br/Os-Padr%C3%B5es-Westminster-
crist%C3%A3-amadurecida-ebook/dp/B07ZL4YPR1/

Os Princípios da Fé por Thomas Goodwin e outros membros da


Assembleia de Westminster: https://www.amazon.com.br/dp/B092PDYST3

Obediência Evangélica a introdução ao comentário aos Dez


Mandamentos pelo puritano presbiteriano inglês Thomas Watson:
https://www.amazon.com.br/Obedi%C3%AAncia-Evang%C3%A9lica-
introdu%C3%A7%C3%A3o-coment%C3%A1rio-Mandamentos-
ebook/dp/B07RNMS6G3/

Piedade no Lar: Teologia Puritana para a vida cristã em família por


diversos puritanos britânicos:
https://www.amazon.com.br/Piedade-Lar-Teologia-Puritana-
fam%C3%ADlia-ebook/dp/B07PLJZ6JY/
Por que presbiterianos não celebram dias santos pelo pastor
presbiteriano norte-americano Samuel Miller:
https://www.amazon.com.br/Por-presbiterianos-celebram-dias-santos-
ebook/dp/B086Z581QD/

Qual é o fim principal do homem?: Seis comentários à primeira


pergunta do Breve Catecismo de Westminster diversos puritanos
(Thomas Boston, John Flavel, Thomas Vincent, Matthew Henry, James
Durham, Ebenzer Erskine, Joseph Alleine:
https://www.amazon.com.br/dp/B08ND3SJCJ

Santificação: dois breves estudos – pelo puritano inglês William Ames:


https://www.amazon.com.br/dp/B097795XKR

Santificação: o mistério do Evangelho pelo puritano inglês Walter


Marshall: https://www.amazon.com.br/Santifica%C3%A7%C3%A3o-
mist%C3%A9rio-Evangelho-Walter-Marshall-ebook/dp/B0857J62NG/

Sobre o Governo Civil pelo puritano presbiteriano escocês George


Gillespie: https://www.amazon.com.br/dp/B091B4N27T

Todo o dever do homem: Uma breve exposição dos Dez Mandamentos


pelo puritano inglês William Perkins
https://www.amazon.com.br/Todo-dever-homem-
exposi%C3%A7%C3%A3o-Mandamentos-ebook/dp/B07PB93DTH/
Uma Introdução à Cosmovisão Reformada: a visão cristã do mundo e da
vida pelo presbítero brasileiro Vinícius Pimentel:
https://www.amazon.com.br/Uma-Introdu%C3%A7%C3%A3o-
Cosmovis%C3%A3o-Reformada-crist%C3%A3-ebook/dp/B08L9Q6WDY/

Um sermão contra a Hipocrisia pelo puritano inglês David Clarkson:


https://www.amazon.com.br/dp/B08P8W7K64

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[1]
Um dos textos de Thomas Boston e um dos de Andrew Gray foram traduzidos por Joelson
Galvão. Um dos de Thomas Goodwin por Helio Kirchheim. Um de Doolittle, Steele e Heywood por
Bárbara Veras. Todos utilizados neste material sob autorização prévia.
[2]
Apenas os textos de Walter Marshall e David Clarkson.
[3]
Apenas os textos de Thomas Doolittle, alguns de Richard Steele e Oliver Heywood.
[4] Em três casos, há textos que foram publicados, anteriormente, por outros. São usados aqui com a
devida autorização prévia.
[5]
Confira a doutrina do Pacto em CFW VII e CMW 20 e 30.
[6]
Entregue, imediatamente, antes da ministração da Ceia do Senhor, 6 de outubro, 1706. Boston se
refere à “Ceia do Senhor” como “Páscoa Cristã”. [N. do Editor].
[7]
Literalmente, a palavra original é traduzida por “ejaculatória”. Porém, em razão de cacofonia,
optamos por preservar a ideia que possa ser expressa em outra palavra. A nota serve para registro
caso não se entenda a ideia de “oração relâmpago”. [N. do Editor].
[8] Isto é, quando a empolgação baixa e suas afeições se estabilizam, ele se percebe com a mesma
disposição que, outrora, na empolgação, critiva em outros. [N. do Tradutor].
[9] Neste devocionário, selecionamos alguns lições e trechos dela. O texto completo, com 20 lições,
será encontrado em nossa publicação “Aconselhando-se com os Puritanos”. Acompanhe a data de
lançamento pelas redes sociais.
[10] Desertar é uma linguagem militar. É o ato de o soldado desistir e abandonar o exército.
Provavelmente, Andrew Gray se refere às ocasiões em que os crentes desanimam e desistem dos
exercícios piedosos. Por exemplo, param de ir ao culto, param de orar etc. [N. do Editor].
[11] Aforismo: máxima ou sentença que, em poucas palavras, explicita regra ou princípio de alcance
moral [N. do Editor].
[12] Entendendo o dever e todos os benefícios dessa bendita comunhão da alma com Deus, que é a
oração secreta e privada, recomendamos o texto do puritano David Clarkson, publicado pela Nadere
Reformatie Publicações, que nos mostra o quão sublime e superior aos deveres privados é a
Adoração Pública (https://www.amazon.com.br/dp/B08PDD29F5). Assim, fica patente que, na visão
bíblico-puritana, oração secreta e a oração pública no culto não são concorrentes, mas dois deveres
que devem ser executados diligentemente, cuja prática de um retroalimenta a piedade e a preparação
para a execução do outro [N. do Editor].
[13] Byfield está falando da santificação. Mais especificamente, da obra na santificação chamada de
“Mortificação do Pecado” (Romanos 8.13). Sem dúvida, o crente não conseguirá extirpar o pecado
até a transformação de nosso corpo e alma pela glorificação. Mesmo assim, é chamado a declarar
guerra e buscar diariamente a morte do pecado. A entrega consciente ao pecado é um dos grandes
motivos do medo da morte.
[14]
Note que, ao fazer esse chamado, Thomas Goodwin não está pressupondo perda da salvação,
conversão parcial ou falibilidade do Pacto que Deus firma com o Seu povo. Goodwin, apenas, exorta
que os crentes sejam diligentes no fruir, desfrutar e no aumentar dessa comunhão. Que sejam
diligentes nisto: se estão reconciliados, não se satisfação com pouca comunhão; se estão em estado de
amizade, busquem ainda mais estreitar esse laço enquanto estiverem aqui. Em outras palavras:
“reconciliem-se ainda mais com Deus” [N. do Editor].
[15] Os estratos que vão do dia 9 a 20 de outubro foram retirados da obra “O Coração de Cristo” de
Thomas Goodwin, publicado em português pela Editora Os Puritanos, sob autorização escrita de seu
editor. Ademais, recomendamos muitíssimo a leitura completa dessa obra. Ela nos expõe o nosso
terno coração de Cristo. Um clássico da Cristologia Puritana. Você pode encontrá-la pelos seguintes
links: https://www.editoraclire.com.br/pre-venda-o-coracao-de-cristo-thomas-goodwin ou
https://livrariadort.com.br/produtos/o-coracao-de-cristo-thomas-goodwin/.
[16] Os extratos de sermões de Andrew Gray do dia 13 ao 26 de novembro estão disponíveis pelo
site: https://publicacoesopacto.com/. Sob autorização, são utilizados aqui.

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