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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Personalidade e as fases do seu desenvolvimento

Belágio Alexandre Xavier: 708213578

Curso: Licenciatura em Ensino de Educação Física


Disciplina: Habilidades da Vida e HIV/SIDA
Ano de Frequência: 2°

Nampula, Outubro, 2022


Belágio Alexandre Xavier

Personalidade e as fases do seu desenvolvimento

Este trabalho é da disciplina Habilidades de Vida


Saúde Sexual Reprodutiva e HIV/SIDA, e é de
carácter avaliativo a ser submetido no Curso de
Licenciatura em Ensino de Educação Física e
Desporto, 2º Ano.

A Tutora: Joana Sumindila

Nampula, Outubro, 2022


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discurso académico
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Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e • Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
• Exploração dos
2.0
dados
• Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
• Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA • Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 5

1. O Conceito da Personalidade.................................................................................................. 6

1.1. Fases do desenvolvimento da personalidade ....................................................................... 7

1.2. Temperamento e sua tipologia............................................................................................. 8

1.3. As principais capacidades humanas .................................................................................... 9

1.4. Pilares da auto-estima e auto-eficácia ............................................................................... 10

1.5. Influencia da cultura na personalidade .............................................................................. 12

1.6. Género e personalidade ..................................................................................................... 13

1.7. Papeis do género ................................................................................................................ 14

Conclusão ................................................................................................................................. 15

Referências ............................................................................................................................... 16
Introdução

O presente trabalho visa abordar sobre a personalidade, é um dilema definir um único conceito
para a personalidade, na medida em que varia de estudo para estudo, de investigador para
investigador e porque, para além disso, depende de cada indivíduo, influências hereditárias,
ambiente envolvente e experiências pessoais de cada um. Cada pessoa tem a sua apresentação
fisiológica e morfológica, isto é, a genética influencia a construção da sua personalidade, assim
como, a determinação das suas atitudes que estão sujeitas a variações individuais do organismo,
como a construção física, funcionamento do sistema nervoso e do sistema endócrino, que são
em grande parte hereditários.

O autor da pesquisa tem como objectivos a alcançar:

Objectivo geral:

• Compreender a personalidade.

Objectivos específicos:

• Definir o conceito de personalidade;


• Identificar as fases do desenvolvimento da personalidade;
• Indicar os pilares da auto-estima e auto-eficácia;
• Explicar a influencia da cultura na personalidade.

Metodologia

A Metodologia usada para a realização deste trabalho foi da consulta bibliográfica, que
consistiu na leitura atenciosa e análise das informações contidas nas obras, que foram citadas
na respectiva página de referências bibliográficas.

O trabalho apresenta a seguinte estrutura: parte externa: capa de rosto, contracapa, folha de
feedback e índice; parte interna: introdução, desenvolvimento, conclusão e referências
bibliográficas.

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1. O Conceito da Personalidade

A definição de personalidade baseia-se em métodos e contributos diferentes, havendo pouca


concordância sobre os dados a estudar, e menos ainda sobre o conceito de personalidade. Desde
os primórdios, a noção de personalidade tem sofrido significativas mudanças, o que desde já,
nos deixa reflectir acerca do quão complexa é esta temática, bem como todas as componentes
envolventes.

É um dilema definir um único conceito para a personalidade, na medida em que varia de


estudo para estudo, de investigador para investigador e porque, para além disso, depende de
cada indivíduo, influências hereditárias, ambiente envolvente e experiências pessoais de
cada um. Cada pessoa tem a sua apresentação fisiológica e morfológica, isto é, a genética
influencia a construção da sua personalidade, assim como, a determinação das suas atitudes
que estão sujeitas a variações individuais do organismo, como a construção física,
funcionamento do sistema nervoso e do sistema endócrino, que são em grande parte
hereditários (Pervin, 2001).

A envolvente ambiental do indivíduo é sem dúvida um factor determinante de personalidade.


Esta forma-se através de um processo interactivo com os sistemas de vida, como por exemplo
a família, os amigos, a escola e o trabalho (Maslow, 1954).

Por último, as experiências pessoais das relações precoces e o processo de vinculação na relação
pais/filho são fundamentais na estruturação/organização da personalidade, influenciando as
capacidades cognitivas, linguísticas, afectivas, autonomia, socialização e construção de valores
(Munin & Suzette, 2010).

Realizando uma cronologia em relação à evolução do conceito de personalidade, podemos


verificar que Allport (1937) considera que a personalidade humana é influenciada tanto por
aspectos genéricos como ambientais. É definida como uma organização característica de
padrões de ajustamento, não está formada por ocasião do nascimento, embora se possa
considerar que esta começa com ele e com o seu processo de desenvolvimento e continua
durante toda a vida. De máxima importância é o esforço do eu individual, para uma auto-
realização ideal das categorias de maturidade e desenvolvimento. Nesta época Allport (1937)
apresenta cinquenta definições para o conceito de personalidade e por sua vez Hall e Lindzey
(1957), descreviam pelo menos quinze abordagens importantes ao conceito.

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1.1. Fases do desenvolvimento da personalidade

Desenvolvimento da personalidade, os conhecimentos de Freud, o desenvolvimento da


personalidade sobre a influência da infância, as fases universais do desenvolvimento, a fase
oral, a fase anal, a fase fálica, fase de latência, fase genital.

Um dos maiores conhecimentos que Freud trouxe à psicologia foi quando mencionou que a
experiência da infância tem uma forte influência sobre a personalidade adulta. “O
desenvolvimento da personalidade envolve uma série de conflitos entre o indivíduo, que quer
satisfazer os seus impulsos instintivos, e o mundo social (principalmente a família), que
restringe este desejo.” (Cloninger, 2000, p. 55).

Existem cinco fases universais do desenvolvimento que são chamadas de fases psicossexuais.
Freud acreditava que a personalidade estaria essencialmente formada ao fim da terceira fase,
por volta dos cinco anos de idade, quando o indivíduo possivelmente já desenvolveu as
estratégias fundamentais para a expressão dos seus impulsos, estratégias essas que estabelecem
o núcleo da personalidade (Cloninger, 2000, p. 56).

Na fase oral: o desenvolvimento ocorre desde o nascimento aos doze meses de vida. Nesta fase
a zona de erotização é a boca, as actividades prazerosas são em torno da alimentação (sucção).
Quando o bebé aprende a associar a presença da mãe à satisfação da pulsão da fome, a mãe vem
a ser um objecto à parte, ou seja, o bebé começa a diferenciar entre si próprio e os outros. Uma
fixação nessa fase provoca o desenvolvimento de um tipo de personalidade de carácter oral, do
qual os traços fundamentais são o optimismo, a passividade e a dependência. Para Freud, os
transtornos alimentares poderiam se dar às dificuldades na fase oral (Cloninger, 2000, p. 56).

A fase anal: ocorre durante o segundo e o terceiro ano de vida, onde o prazer está no ânus.
Nessa fase a criança tem o desejo de controlar os movimentos esfincterianos e começa também
a entrar em conflito com a exigência social de adquirir hábitos de higiene. Uma fixação nessa
fase pode causar conflitos para o resto da vida em torno de questões de controle, de guardar
para si ou entregar. O carácter anal é caracterizado pro três traços que são: ordem, parcimónia
(económico) e teimosia.

Na fase fálica: que ocorre dos três aos cinco anos, a área erógena fundamental do corpo é a
zona genital. Freud sustenta que nessa fase o pénis é o órgão mais importante para o
desenvolvimento, tanto dos homens quanto das mulheres, por isso Freud é fortemente criticado
e acusado de ser falocêntrico. O desejo de prazer sexual expressa-se por meio da masturbação,
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acompanhada de importantes fantasias. Nessa fase fálica também ocorre o complexo de Édipo,
que consiste no menino desejar a própria mãe, mas por medo da castração abandona esse desejo,
igualmente ocorre com a menina mudando apenas os papéis, onde o pai seria o seu objecto de
desejo. Uma não resolução nessa fase pode ser considerada como a causa de grande parte das
neuroses.

A psicanálise certifica que a fixação na fase fálica tem como consequência dificuldades na
formação do superego (regras sociais), na identidade do papel sexual e até mesmo na
sexualidade, envolvendo inibição sexual, promiscuidade sexual e homossexualismo.
Dificuldades como a identificação de papéis sexuais podem derivar de dificuldades nesta
fase. Freud propôs que os homens homossexuais têm uma forte angústia de castração, mas
Freud é novamente criticado por não levar em conta as questões sociais que mudam de uma
cultura para a outra e que influenciam o desenvolvimento das preferências sexuais. Ele
acreditava também que a tendência homossexual poderia ser de carácter hereditário
(Cloninger, 2000, p. 62).

Freud declara que em grande parte a personalidade se forma durante esses primeiros três
estágios psicossexuais, quando são estabelecidos os mecanismos essenciais do ego para lidar
com os impulsos libidinais.

A fase de latência: que ocorre desde os 5 anos e vai até a puberdade é considerado um período
de relativa calma na evolução sexual, sendo que pouco é colocado por Freud com relação a
tensão libidinal.

Na fase genital: que tem início na puberdade, o indivíduo desenvolve a capacidade de obter
satisfação sexual com um parceiro do sexo oposto. “O carácter genital é o ideal freudiano do
desenvolvimento pleno, que se desenvolve na ausência de fixações ou depois da sua resolução
por meio de uma psicanálise.” (Cloninger, 2000, p.63). Contudo, o indivíduo livre de conflitos
pré-edípicos significativos, aprecia uma sexualidade satisfatória preocupando-se com a
satisfação do companheiro sexual, evitando assim a manifestação de um narcisismo egoísta.
Assim sua energia psíquica sublimada fica disponível para o trabalho, que é prazeroso.

1.2. Temperamento e sua tipologia

Temperamento designa em psicologia um aspecto especial da personalidade: as


particularidades do indivíduo ligadas à forma do comportamento, principalmente ligadas aos
três Às da personalidade: afectividade, actividade (excitação) e atenção. A conceituação de
temperamento é, no entanto, difícil de entender e se confunde muitas vezes com outros
conceitos como traços de personalidades e motivos.

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Por muitos traços de temperamento estarem ligados a tendências disposicionais da pessoa de
vivenciar determinadas emoções ou humores de maneira relativamente intensa ou frequente,
definiram-no alguns autores (Wundt, Allport, Mehrabian) com base em tais disposições. No
entanto tal definição mostra-se restrita, por não incluir traços como hiperactividade, atenção,
perseverança, tradicionalmente vistos como parte do temperamento.

Hipócrates filósofo grego, foi o primeiro a formular uma teoria do temperamento, baseando- na
teoria dos quatro elementos de Empédocles. Segundo ele há quatro tipos de temperamento,
conforme domine no corpo do indivíduo um dos quatro fluidos corporais (humores): sanguíneo
(sangue), fleumático (linfa ou fleuma), colérico (bílis) e melancólico (atrabílis ou bílis negra).
Cada um deles possui uma determinada característica:[6]

• Sanguíneo: expansivo, optimista, mas irritável e impulsivo;


• Fleumático: sonhador, pacífico e dócil, preso aos hábitos e distante das paixões;
• Colérico: ambicioso e dominador, tem propensão a reacções abruptas e explosivas;
• Melancólico: nervoso e excitável, tendendo ao pessimismo, ao rancor e à solidão.

1.3. As principais capacidades humanas

De acordo com Kail e Barnfield (2014), as capacidades humanas podem ser divididas em três
categorias que são: capacidades requisitadas, capacidades existentes e capacidades acessadas.

As capacidades requisitadas: são aquelas imprescindíveis para se satisfazer nossas


necessidades diárias, para atender a demanda geral da vida. Nesse grupo estão as capacidades
que nos garantem executar as actividades que precisamos para viver, trabalhar, nos
relacionarmos, enfim, para existirmos no mundo.

As capacidades existentes: representam a soma de todo conhecimento que vamos adquirindo


ao longo da vida. Seja pelo aspecto formal (formação, informação, leituras, cursos, etc) ou pelo
aspecto informal (experiências, vivência, maturidade). E não necessitamos de muitas evidências
para comprovar que o ser humano não utiliza todas as capacidades que possui. Às vezes até nos
surpreendemos diante de capacidades que nem desconfiávamos possuir (Dalgalarrondo, 2000).

As capacidades acessadas: se resumem a quantidade que acessamos diariamente, mediante


necessidades mais específicas. Funcionam como uma “ponte de acesso” às capacidades
existentes, apoiada na premissa de que pouco vale um grande conjunto de capacidades se não

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formos capazes de utilizá-las diante uma necessidade mais complexa ou de diante de uma
adversidade.

E neste ponto cabe uma reflexão importante: diante das adversidades, especialmente aquelas
que nos exigem mais, as capacidades existentes e as capacidades acessadas diminuem ou ficam
totalmente bloqueadas, como se a ponte de acesso se quebrasse ao meio. Porque é exactamente
isso que acontece com grande parte das pessoas quando elas estão frente a uma adversidade. O
problema é que frente a uma adversidade, as capacidades requisitadas aumentam, justamente
para que sejamos capazes de passar por ela de forma assertiva.

1.4. Pilares da auto-estima e auto-eficácia

• 1º pilar da auto-estima: “A atitude de viver conscientemente”

Branden (2002), discute que é muito importante ter consciência do que está por trás dos nossos
actos. Quanto mais elevada for a forma de consciência, que é um recurso de sobrevivência, mais
avançada será a relação com a vida. Isso nos leva à maturidade, sair do estado de nevoeiro
mental.

Viver conscientemente significa querer estar ciente de tudo o que diz respeito a nossas acções,
nossos propósitos, valores e objectivos, ao máximo de nossa capacidade, qualquer que seja ela
e comportarmo-nos de acordo com aquilo que vemos e conhecemos. Viver conscientemente é
viver responsavelmente perante a realidade, ter a mente activa em vez de passiva, ter uma
inteligência que deriva bem-estar, estar no momento sem perder o contexto amplo, distinguir a
relação entre os fatos, sua interpretação e as emoções. É ter discernimento e coragem.

• 2º pilar da auto-estima: “A atitude da auto-aceitação”

Sem auto-aceitação, a auto-estima é impossível. Enquanto a auto-estima é algo que


experimentamos, a auto-aceitação é algo que fazemos: valorizo “a mim mesmo”, tratando-me
com respeito e lutando por meu direito de ser e a disposição de dizer sobre qualquer emoção ou
comportamento.

Barreto (2010) comenta que auto-aceitação envolve se perceber com valor próprio, poder dizer
que “tenho valor”, “que sou capaz” e poder me afirmar e de dizer não, é estar a meu favor, ser
coerente com o que sinto. Quando calamos, com certeza o corpo vai falar através de vários
sintomas: gastrites, úlceras, etc. Quem se rejeita e não se aceita não tem futuro promissor.

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Todo ser humano é imperfeito, todos cometemos erros, e muitas vezes somos possuídos por
sentimentos negativos. Se desejarmos nos livrar deles temos que primeiro aceitar que erramos.
Se tenho raiva, aceito ter raiva, se tenho medo, aceito que tenho medo.

A auto-aceitação envolve a ideia de ser amigo de si mesmo, aceitando as imperfeições, os


conflitos e até mesmo a nossa grandeza.

3º pilar da auto-estima: “A atitude da auto-responsabilidade”

Branden (2002) refere que a atitude de auto-responsabilidade envolve: ser responsável pela
realização de meus desejos, por minhas escolhas e meus actos, pelo nível de consciência com
que trabalho e vivo meus relacionamentos, por meu comportamento com os outros, pela
qualidade das minhas comunicações, por aceitar e escolher os valores que vivo pela minha
própria felicidade e pela minha própria auto-estima.

4º pilar da auto-estima: “A atitude da auto-afirmação”

Segundo Branden (2002), esse pilar é a disposição para honrar minhas vontades, meus desejos,
necessidades e valores e tratar a mim com respeito. Sem a auto-afirmação agimos como meros
expectadores e não participantes. É necessário sermos actores de nossas próprias vidas.

A auto-afirmação é aceitar ser o que se é com suas qualidades e defeitos, sem precisar esconder
ou falsificar a si mesmo para poder ser aceito pelos outros. Precisamos agir sem agressividade,
prestando atenção ao contexto, nutrindo em nós a confiança e a segurança naquilo que se é, sem
medo de represálias.

5º- Pilar da auto-estima: “A atitude da Intencionalidade”

É necessário estarmos atentos, estabelecendo metas e objectivos produtivos. É viver de forma


intencional, assumindo as escolhas com responsabilidade e de forma consciente.

Para viver de forma intencional e produtiva, segundo Branden (2002) é necessário desenvolver
dentro de nós a capacidade da autodisciplina, que é uma virtude de sobrevivência.

Essa atitude envolve os seguintes aspectos: preocupar-se em identificar os actos necessários


para alcançar os objectivos estabelecidos, monitorar o comportamento para que ele esteja em
sintonia com esses objectivos, prestar atenção aos resultados dos próprios actos, para saber se
eles levam ao que se quer chegar e estar conectado com o nosso presente, pois assim estaremos
olhando para o futuro (Ruiz, 2016).

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6º- Pilar da auto-estima: “A atitude da integridade pessoal”

Integridade é a integração dos ideais, das convicções, dos critérios, das crenças e dos
comportamentos.
Segundo Ruiz (2016), a integridade é a congruência dos nossos actos, dos nossos valores,
compromissos e prioridades. É ter autoconsciência e auto-responsabilidade. É ser integro
consigo mesmo, admitir nossas falhas sem culpar os outros, entender o porquê daquilo que
fazemos, reconhecer nossos erros e pedir perdão, reparar os danos causados e se comprometer
intencionalmente a agir de forma diferente. É agirmos com os demais de forma como
gostaríamos que agissem connosco, de forma gentil, delicada e justa.

1.5. Influencia da cultura na personalidade

Para Kawamoto (2016), as situações são importantes determinantes do comportamento em


todas as culturas, mas mais ainda nos colectivistas. A consistência cognitiva entre os
diferentes processos psicológicos, e entre estes e o comportamento, também acontece
universalmente, mas é mais importante nas culturas individualistas. Embora os cinco grandes
pareçam bem estabelecidos em culturas individualistas, apenas quatro desses factores
aparecem consistentemente em todas as culturas. Um desafio é encontrar formas de pesquisa
que incorporem elementos éticos (factores gerais) e (específicos de cada cultura).

A partir da interacção entre personalidade e cultura, entende-se que a personalidade é atributo


do indivíduo, mas concomitantemente produto da interacção desse indivíduo com o meio em
que ele está inserido, ou seja, com a cultura.

A personalidade é atributo do indivíduo, mas, ao mesmo tempo, produto da interacção desse


indivíduo com o meio em que ele está inserido, ou seja, com a cultura. Nesse sentido, a cultura
pode ser entendida como o ponto comum entre a pessoa (por estar presente na personalidade de
cada um) e a sociedade (Kawamoto, 2016).

Sendo assim, entende-se que a personalidade tem bases individuais, até mesmo genéticas, que
são mediadas pela cultura. Dessa forma, pode-se destacar que não é porque alguém vive em
determinada cultura que necessariamente terá um tipo de personalidade, ou seja, há mais
factores envolvidos.

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O homem vive em muitas dimensões. Move-se no espaço, onde o meio natural exerce influência
constante sobre ele. Existe no tempo, que lhe dá um passado histórico e o sentimento do futuro.
Realiza as suas actividades numa sociedade de que faz parte e identifica-se com os outros
membros do seu grupo para cooperar com eles no seu sustento e na sua continuidade.

Mas a este respeito o homem não é único. Todos os animais se dão conta do espaço e do tempo.
Muitos formam sociedades em que a necessidade de se adaptarem aos outros membros constitui
um factor sempre presente na sua vida. O que distingue dos outros o homem, esse animal social
de que nos ocupamos é a cultura (Abrunhosa, 1993).

A cultura pode ser considerada como o elemento principal que difere um povo ou nação da
outra. Os costumes, hábitos, danças, a música, a arte, modo de pensar e agir, isto tudo faz parte
da cultura de um povo e devem ser preservados para que nunca se perca a singularidade do
colectivo em questão.

1.6. Género e personalidade

Género pode ser definido como aquilo que identifica e diferencia os homens e as mulheres, ou
seja, o género masculino e o género feminino (Gélis, 2009).

De acordo com a definição “tradicional” de género, este pode ser usado como sinónimo de
“sexo”, referindo-se ao que é próprio do sexo masculino, assim como do sexo feminino.

No entanto, a partir do ponto de vista das ciências sociais e da psicologia, principalmente,


o género é entendido como aquilo que diferencia socialmente as pessoas, levando em
consideração os padrões histórico-culturais atribuídos para os homens e mulheres.

Segundo Kawamoto (2016), por ser um papel social, o género pode ser construído e
desconstruído, ou seja, pode ser entendido como algo mutável e não limitado, como define as
ciências biológicas.

Nos estudos biológicos, o conceito de género é um termo utilizado na classificação científica e


agrupamento de organismos vivos, que formam um conjunto de espécies com características
morfológicas e funcionais, reflectindo a existência de ancestrais comuns e próximos.

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1.7. Papeis do género

O termo papéis de género refere-se a um tipo de papel social que determina a maneira pela
qual homens e mulheres na sociedade devem agir. Os papéis de género são baseados em normas
e padrões acordados pela sociedade sobre o que é masculinidade e o que é feminilidade.

Na concepção de Gélis, J. (2009), a diferença entre o conceito de género e o de sexo é que o


sexo se refere à parte biológica, isto é, às características primárias, como o sistema reprodutivo,
e às características secundárias, como a altura. Em outras palavras, o sexo biológico pode
definir uma pessoa com seios ou pelos faciais.

Porém, é a sociedade que determina que, por exemplo, o masculino está associado à cor azul e
o feminino à cor rosa, através das normas associadas aos papéis de género (aspecto social).

Como essas normas e expectativas associadas ao género dependem da sociedade em que as


pessoas estão imersas, isso mudará de acordo com a cultura específica e também de acordo com
outras características pessoais, como classe social, raça e etnia.

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Conclusão

No presente trabalho, conclui-se, a definição de personalidade baseia-se em métodos e


contributos diferentes, havendo pouca concordância sobre os dados a estudar, e menos ainda
sobre o conceito de personalidade. Desde os primórdios, a noção de personalidade tem sofrido
significativas mudanças, o que desde já, nos deixa reflectir acerca do quão complexa é esta
temática, bem como todas as componentes envolventes. Nesta perspectiva, o desenvolvimento
da personalidade, os conhecimentos de Freud, o desenvolvimento da personalidade sobre a
influência da infância, as fases universais do desenvolvimento, a fase oral, a fase anal, a fase
fálica, fase de latência, fase genital.

Refere-se que, o temperamento designa em psicologia um aspecto especial da personalidade:


as particularidades do indivíduo ligadas à forma do comportamento, principalmente ligadas aos
três Às da personalidade: afectividade, actividade (excitação) e atenção. A conceituação de
temperamento é, no entanto, difícil de entender e se confunde muitas vezes com outros
conceitos como traços de personalidades e motivos.

Em suma, a personalidade é importante determinante do comportamento em todas as culturas,


mas mais ainda nos colectivistas. A consistência cognitiva entre os diferentes processos
psicológicos, e entre estes e o comportamento, também acontece universalmente, mas é mais
importante nas culturas individualistas. Embora os cinco grandes pareçam bem estabelecidos
em culturas individualistas, apenas quatro desses factores aparecem consistentemente em todas
as culturas. Um desafio é encontrar formas de pesquisa que incorporem elementos éticos
(factores gerais) e (específicos de cada cultura).

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Referências

Cloninger, S. C. (2000). Teorias da Personalidade. São Paulo: Martins Fontes.

Gélis, J. (2009). A Criança: do anonimato à individualidade. In: Philippe Ariès e Georges


Duby, A History of Private Life III: Passions of the Renaissance.

Kail, R. & Barnfield, A. (2014). Crianças e seu desenvolvimento. Pearson

Kawamoto, T. (2016). Mudança de personalidade a partir de experiências de vida: efeito de


moderação da segurança de anexos. Japanese Psychological Research, vol. 58, n. 2, pp.
218-231.

Ruiz, J. E. L. et al. (2016). Os seis pilares da auto-estima e a integração corpo e mente. Temas
em Educação e Saúde. Disponível em:
<https://periodicos.fclar.unesp.br/tes/article/view/9167>. Acesso em: 15 Outubro de
2022.

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