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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE

Carolina Baptista Waliza

Curso: Administração Pública


Disciplina: Habilidades da vida e HIV
Ano de Frequência: 2º ano
Docente: Isac Eugénio Mangala

Nampula, Outubro de 2022


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gerais Formatação paragrafo, 1.0
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linhas
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Referências edição em das 4.0
Bibliográficas citações e citações/referência
bibliografia s bibliográficas

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Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 3

2. O papel da educação na construção da personalidade......................................................... 4

2.1 A personalidade e as fases do seu desenvolvimento .................................................... 4

2.2 Temperamento ............................................................................................................. 5

2.3 As principais capacidades humanas ............................................................................. 6

2.4 Os pilares da auto-suficiência e da auto-eficácia ......................................................... 7

2.5 A influência da cultura a personalidade ....................................................................... 8

2.6 Género e personalidade ................................................................................................ 8

2.7 O papel do género ........................................................................................................ 9

2.8 O papel da educação na construção da personalidade ............................................... 10

3 Conclusão .......................................................................................................................... 11

1. Bibliografia........................................................................................................................ 12

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1. Introdução

Como forma de proporcionar uma compreensão panorâmica aos estudantes, sobre as questões
da vida social como o HIV-SIDA, igualdade do género entre outros temas transversais, A UCM
na cadeira de Habilidades da vida, Saúde Sexual e Reprodutiva, Género e HIV & SIDA propõe
a abordagem do tópico “Personalidade” com o tema “O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA
FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE” é neste âmbito que surge o presente trabalho para
resumir e abordar os seguintes itens: (i) A personalidade e as fases do seu desenvolvimento; (ii)
Temperamento; (iii) As principais capacidades humanas (iv) Os pilares de auto- estima e
autoconfiança (v) A influência da cultura a personalidade (vi) Género e personalidade (vii) Os
papeis de género e por fim (vii) discutir o papel da educação na formação da personalidade.

Para a efectivação do trabalho, a pesquisa bibliográfica foi utilizada como metodologia para
compreender os temas propostos. O embasamento teórico vincula-se ao método analítico-
crítico (GIL, 2008), baseado na leitura de livros, artigos científicos, teses e dissertações, sem
delimitação temporal e espacial das publicações. Neste contexto, foi possível discutir a
importância das teorias do desenvolvimento no processo de planificação do PEA.

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2. O papel da educação na construção da personalidade
2.1 A personalidade e as fases do seu desenvolvimento

Entende-se por personalidade ao conjunto de características psicológicas e comportamentais


que podem ser observadas numa pessoa (Berg, 2020). Ela não é fixa, é dinâmico e dependente
do contexto individual que pode mudar no curso da vida, e é influenciada por factores físicos,
psicológicos, culturais e morais. No entanto, estes factores interligam-se, dependendo de como
o indivíduo se adapta ao ambiente, em que a pessoa vive, ao longo do tempo da vida.

Neste contexto, o processo de amadurecimento da personalidade pode dividir-se em três fases:

 1ª fase (0 – 14 anos): - Etapa do EU - caracterizada pela necessidade de receber, sendo


necessária uma correcta vivência da autoridade, dos limites, da orientação e coisas
semelhantes.
 2ª Fase (15 aos 40 anos) - Etapa do NÓS - ocorre aqui uma demanda do compartilhar,
até atingir o NÓS.
 3ª Fase: (40 aos 70 anos) - Etapa do DAR - ocorre aqui a demanda do dar, até atingir a
consumação da identidade.

De acordo com Erickson (1976), a personalidade forma-se à medida que as pessoas passam
pelas diversas fases psicossociais. Para ele em cada fase há um conflito a enfrentar e ultrapassar.
Se este conflito for ultrapassado de forma positiva resulta em saúde mental, se for ultrapassado
negativamente leva a um desajustamento. Assim, a teoria de Erickson abrange oito estágios:

 1º estágio: durante o primeiro ano os bebés enfrentam um conflito entre a confiança e a


desconfiança. Nesse período, o relacionamento com a mãe é extremamente importante,
isto porque, se as mães amamentam os bebés e criam relações com eles os bebés
desenvolvem sentimentos de segurança se não os bebés podem adquirir medos e
desconfianças.
 2º estágio: Durante o segundo e o terceiro ano, as crianças enfrentam um segundo desafio,
autonomia vs vergonha e dúvida. Nesta fase é importante que os pais incentivem os filhos
no que querem fazer como comer a sopa sozinho, para assim se sentirem autónomos, em
contrapartida se os pais impedirem as crianças sentem vergonha e dúvida.
 3º estágio: Já dos três aos cinco anos de idade enfrentam um novo conflito, iniciativa vs
culpa. Esta é chamada a idade dos “porquês” e se os pais respondem às perguntas e não
as consideram estúpidas ou erradas as crianças adquirem iniciativa senão sentem-se
inseguras e culpadas.
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 4º estágio: As crianças dos 6 aos 11 com a entrada para a escola enfrentam um novo
desafio, diligência vs inferioridade, quando as crianças se sentem menos capazes em
comparação com os colegas, desenvolvem um sentido de incompetência, enquanto aqueles
que são bem-sucedidos emergem com um sentimento de competência e prazer no trabalho.
 5º estágio: Já na Adolescência ocorre uma crise de identidade, que se não for bem
resolvida sofrem uma confusão/insegurança. Para atingir a identidade, o adolescente
precisa de integrar várias auto-imagens e escolher uma carreira e um estilo de vida
adequados. Um aspecto importante é que se o adolescente conseguiu superar
positivamente todos os outros conflitos têm mais facilidade em saber quem é e no que
acredita.
 6º estágio: Durante a fase do adulto jovem, um novo desafio, intimidade vs isolamento,
surge. Os jovens adultos estão prontos para formar vínculos sociais duradouros. As
pessoas que não têm senso da sua própria identidade têm dificuldade em estabelecer
relacionamentos íntimos, que por vezes leva ao isolamento, ou formam vínculos
insatisfatórios.
 7º estágio: O adulto de meia-idade precisa de escolher ente generatividade e auto-
absorção. O termo generatividade significa um compromisso com o futuro, com a nova
geração. A generatividade não se restringe apenas àqueles que são pais e pode se
manifestar em qualquer indivíduo que se preocupe com o bem-estar das próximas gerações
e com a ideia de tornar o mundo um lugar melhor para as pessoas viverem e trabalharem.
A excessiva auto-absorção gera estagnação.
 8º estágio: Finalmente, quando a vida se aproxima do fim, o idoso enfrenta uma última
crise, integridade vs desesperança. Nesta altura os idosos fazem uma perspectiva do seu
passado, é nesta altura que eles percebem que têm menos tempo pela frente, e as pessoas
que olham para traz e se sentem satisfeitas e aceitam a sua vida têm um senso de
integridade, enquanto que aquelas pessoas que acharam a vida que passou desperdiçada
acham a morte aterrorizante.
2.2 Temperamento

O temperamento é um dos aspectos da personalidade e refere-se à vivacidade duma pessoa, a


intensidade com que os estímulos são respondidos, o nível geral de energia e actividade duma
pessoa (Berg, 2020 et al., 2020). Hipócrates, filósofo grego, foi o primeiro a formular uma
teoria do temperamento, baseando-na teoria dos quatro fluidos corporais (humores):

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Fluidos Características
corporais
Sanguíneo Pessoa marcante, que não passa despercebida. O seu espírito é jovial,
(Sangue) apaixonado, alegre e sociável; É ágil e rápido; Tem um espírito positivo, prático;
Expansivo, optimista, mas irritável e impulsivo.
Fleumático É uma pessoa calma, tranquila, e raramente fica zangada; As pessoas deste
(Linfa/fleuma) temperamento são bem equilibradas; O fleumático é frio e é preciso, na tomada
de decisão; Ele prefere viver numa vida feliz, sem perturbações; Pode se dizer
que é o melhor temperamento; sonhador, pacífico e dócil, preso aos hábitos e
distante das paixões.
É uma pessoa calorosa, rápida, impulsiva. Zanga-se facilmente; Esta pessoa é
Colérico prática, tem muita força de vontade e é auto-suficiente, e muito independente;
(bílis) Tende a ser determinada e com opiniões fortes, tanto para si como para os outros,
e tende a tentar impô-las; Ambicioso e dominador, tem propensão a reacções
abruptas e explosivas.
É uma pessoa com alto nível de sensibilidade; É o mais rico e o mais complexo
de todos os temperamentos; O temperamento melancólico geralmente faz com
Melancólico que a pessoa seja dedicada, talentosa e perfeccionista; Esta pessoa é de natureza
(astrabilis ou bilis muito sensível, emocional, e é propensa à depressão; É a pessoa que mais aprecia
negra) as artes; É propensa à introspecção; Nervoso e excitável, tendendo ao
pessimismo, ao rancor e à solidão.
Tabela 1: Características do temperamento
Fonte: Adaptado de Berg et al., (2020)

Na realidade é muito raro que uma pessoa tenha as características de um só tipo de


temperamento. As personalidades são complexas. O indivíduo nasce com determinado
temperamento, mas os factores ambientais podem modificar-lho: a educação; a alimentação; as
doenças; o clima; os acontecimentos e outros factores causam algumas transformações, nos
traços temperamentais. A vida ensina o homem a controlar ou a estimular o seu temperamento.
Conhecendo-nos bem, podemos dominar os aspectos negativos e estimular e desenvolver os
aspectos positivos (Berg et al., 2020).

2.3 As principais capacidades humanas

O ser humano não nasce perfeito, no entanto, ele deve desenvolver a sua personalidade, durante
toda a sua vida. Berg et al., (2020) sublinha cinco capacidades humanas, que o homem pode
desenvolver.

a) Domínio sobre a afectividade - Supera a sua afectividade espontânea; sabe analisar os


factos e as pessoas, de maneira mais profunda; nos conflitos com outras pessoas, sabe
aguentar e superar situações.
b) Prevalência do amor - Na vida do ser humano, existem diversas etapas, que o vão
preparando para atingir a possibilidade de viver o amor maduro. Todas elas deverão ser
vividas em plenitude.
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c) Capacidade de auto-reflexão, de auto-análise, de autocrítica e de crítica dos outros
- A finalidade da crítica é a análise atenta e objectiva do modo de agir das pessoas e do
acontecer, na sociedade. Isto supõe um processo de identificação de causas, de avaliação
de situações e comportamentos e da procura de novas soluções: tudo se dirige à
formulação de uma verdade.
d) Sentido de responsabilidade - O ser humano que foge das responsabilidades, que não
se arrisca conscientemente, quando é preciso, que não assume, não se compromete, tem
os traços da maturidade de uma criança.
e) Capacidade de Adaptação - O adulto maduro tem a capacidade de adaptar-se,
criticamente, às diversas circunstâncias da vida. A adaptação da pessoa madura e
psicologicamente adulta constitui-se, num hábito espontâneo de flexibilidade e
sensibilização, face às exigências e expectativas das pessoas e situações, com que
convive.
2.4 Os pilares da auto-estima e da auto-eficácia

Berg et al., (2020), afirmam que a auto-eficácia é o julgamento ou a confiança das pessoas nas
suas próprias capacidades para levar a cabo determinadas habilidades ou comportamentos. Ao
passo que a auto-estima é uma apreciação mais geral do valor de si-próprio; enquanto a auto-
eficácia fala da confiança relativa a tarefas específicas.

Os autores citados, apontam os seguintes pilares para melhorar o auto-estima e auto-eficácia:

1. Dividir habilidades ou tarefas em pequenos passos, dar exemplos e mostrar como


fazê-las, e dar suficiente oportunidade de prática para garantir o domínio;
2. Experiências: quando pessoas sucedem num esforço, a auto-eficácia aumenta; se eles
falham, a auto-eficácia diminui.
3. Experiências de outros que conseguem: Quando as pessoas vêem outras pessoas tendo
sucesso em algum esforço sustentado, sua própria confiança em ter sucesso com o
mesmo comportamento também aumenta.
4. Persuasão positiva para fazer esforço e suceder: Quando as pessoas convencem
outras pessoas verbalmente de que podem conseguir algo, aumenta a auto-eficácia desse
último grupo.
5. Evitar reacções físicas ou emocionais negativas (estresse, ansiedade, medo…)

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2.5 A influência da cultura a personalidade

Entre os aspectos importantes que destacam a personalidade, a cultura é um dos itens


fundamentais, por trazer robusteza ao individuo. Para Taylor (1874), cultura é o conjunto de
conhecimentos, crenças, artes, normas morais e costumes e muitos outros hábitos e capacidades
adquiridos pelos homens, em suas relações, como membros da sociedade.

Esta cultura é composta por um sistema de crenças, normas espirituais e morais ou mitos, cuja
interpretação guia as pessoas, para se comportarem de maneira aceitável, numa determinada
sociedade. Assim, segundo Hall (1994), a cultura é a habilidade exclusivamente humana de se
adaptar às circunstâncias e de passar esta habilidade e estes conhecimentos para as gerações
subsequentes. Implica que a cultura é dinâmica. A cultura muda constantemente ou melhor
pode ser constantemente mudada por nós.

Portanto, por ser um agente forte de identificação pessoal e social, a cultura de um povo se
caracteriza como um modelo comportamental, integrando segmentos sociais e gerações à
medida que o indivíduo se realiza como pessoa e expande suas potencialidades (Costa, 2019).

2.6 Género e personalidade

O conceito de género começou a ser usado na década de 80 por estudiosas feministas, para
contribuir com um melhor entendimento do que representa ser homem e ser mulher em uma
determinada sociedade e em um determinado momento histórico.

Assim, para Machado (2015), Género é uma gama de características pertencentes e


diferenciadas entre a masculinidade e a feminilidade. Dependendo do contexto, essas
características podem incluir o sexo biológico: como o estado de ser do sexo masculino, do
sexo feminino, ou uma variação intersexo (que pode complicar a atribuição do sexo). Também
poderá incluir as opressões sociais baseadas no sexo, incluindo papéis sexuais e outros papéis
sociais, e a identidade de género. Algumas culturas têm papéis de género específicos que podem
ser considerados distintos da categoria "homens" e "mulheres",

Quando se fala de género a classe menos favorecida é da mulher. Na sociedade, as mulheres


são vistas como seres mais passivas, mais emotivas e menos confiantes. São vistas como
cuidadoras do lar, do marido e dos filhos. Em suma, a sociedade estabelece um conjunto de
regras e determinações que definem o papel do homem e da mulher na sociedade (Costa, 2019).
Esta posição incumbida a mulher, tem causado transtornos da personalidade da mulher como
ser social.

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Ao longo da história se destacou o papel da mulher como o de mãe e o de esposa. Desse modo,
ficou pouco espaço para os demais, como o de mulher, profissional, cidadã e outros mais que
podem ser interpretados (Berg et al., 2020). Nesse sentido, vale a pena lembrar que a
desigualdade é um problema que assola muitos outros grupos, seja por causa da sua etnia,
crença, condição financeira ou orientação sexual. É fundamental para construirmos uma
sociedade mais equilibrada, diminuir estes vazios deixados pelo preconceito e falta de
informação.

2.7 O papel do género

Como vimos, a cultura de um povo é influenciada enormemente pelas suas crenças religiosas,
são elas também responsáveis pelos papéis que as mulheres desempenham. Porém, não são as
únicas. Questões económicas e políticas sempre interferiram na maneira como uma sociedade
se comporta, na maneira como constroem a personalidade dos sujeitos (Lourenço, 2012).

A maioria dos pesquisadores reconhecem que o comportamento dos indivíduos é uma


consequência das regras e valores sociais, e da disposição individual, seja genética, inconsciente
ou consciente. Alguns pesquisadores enfatizam o sistema social e outros enfatizam orientações
subjectivas e disposições (Chambe, 2000).

Com isso, também reflectem na identidade de homens e mulheres. E quando se fala em


sociedade, não se pode esquecer-se das leis, as quais escritas ou não, regem o comportamento
dos que dela fazem parte.

Embora o papel da mulher na sociedade venha se tornando cada vez maior e melhor, ainda
existem muitos desafios a serem enfrentados (Chambe, 2000). É preciso, pois, combater a
cultura machista na sociedade (e isso não significa “combater os homens”!), melhorar o acesso
das mulheres a postos de trabalho e cargos elegíveis, promover melhores salários, efectivar o
direito da mulher sobre o seu próprio corpo e sobre a sua liberdade individual, além de efectivar
a protecção de mulheres ameaçadas em seus cotidianos.

Ainda, incentivar o género a construção de valores que lhes possibilite ressignificar a imagem
da mulher na sociedade actual, assim como a assimilação de conceitos que propiciem a auto-
reflexão, a auto-estima e mudanças comportamentais, expressar por atitudes positivas na forma
como lidam com a própria sexualidade em seus relacionamentos.

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2.8 O papel da educação na construção da personalidade

A prática educativa é um processo que consiste em fornecer aos indivíduos conhecimento e


experiencias culturais que os possa habilitar a saber agir no meio social onde se encontram
inseridos e também, saber transformar esse meio em função das necessidades socioculturais,
económicas, politicas, da sociedade como um todo (Costa, 2019).

Para a formação da personalidade, influenciam vários factores, e essas influências manifestam-


se através de: conhecimentos, valores, experiência, crenças, modos de agir, costumes, técnicas
e hábitos. Portanto, todos estes aspectos são acumulados por várias gerações de indivíduos e
grupos e são transmitidos, assimilados e recriados pelas novas gerações (Cabanas, 2022).

No entanto, a criança não é interferida e movida apenas pelo meio familiar. A educação também
a ajuda a se desenvolver. Neste sentido, o aprendizado deve ser adequadamente organizado.
Deve resultar em um desenvolvimento mental e não em um movimento onde ocorre vários
processos. Para se entender a dificuldade de uma determinada criança, deve-se adentrar em seu
núcleo familiar para orientar, discutir problemas futuros, fortalecer o indivíduo e, sobretudo
resolver conflitos (Machado, 2015).

Nesta linha de pensamento, observamos que, a educação escolar sistemática e científica, tem
de fazer uma previsão das fases de desenvolvimento da personalidade para poder planificar
organizar as formas de exercer influencia. Assim sendo, não é recomendável que o processo de
desenvolvimento ocorra sem pensar, isto é, com casualidade.

Portanto, os objectivos que devem ser traçados pela entidade responsável pela educação da
criança devem permitir o desenvolvimento do educando/aluno, devem corresponder à ideia da
sociedade e do tipo de personalidade que desejamos formar e, as acções que devem ser
realizadas ou potenciadas como forma de ajudar neste processo são: educação intelectual,
educação mortal, educação estética, educação cívica, educação sexual, educação física,
educação laboral e orientação profissional.

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3. Conclusão

A personalidade como um conjunto de características psicológicas e comportamentais que


podem ser observadas numa pessoa, acontece de maneira dinâmica e dependente do contexto
individual que pode mudar no curso da vida. Ela é influenciada por factores físicos,
psicológicos, culturais e morais.

Intende-se que a nossa personalidade define o nosso humor e temperamento e depende dela a
nossa autoconfiança, auto-suficiência e auto-estima. Portanto, a educação e a cultura por meio
da escola e da família devem fornecer aos indivíduos conhecimento e experiencias culturais
que os possa habilitar a saber agir no meio social onde se encontram inseridos e também, saber
transformar esse meio em função das necessidades socioculturais, económicas, politicas, da
sociedade como um todo

Portanto, a criança aprende a socializar-se por meio da cultura, deste modo, a educação acaba
por ocupar um papel fundamental nesse processo, pois é por meio desse contacto que a criança
aprende a construir a sua própria identidade, pois é a partir do contacto com a cultura e com a
educação que as suas especificidades acabam por ser reveladas.

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4. Bibliografia

Berg, Y. V. D. Sitoe, L. Laissone, E. J. C. Impissa, N. da C. Matinada, R. Chuva, L. P. Manhiça,


S. I. (2020). Habilidades de vida – Manual de Estudo. Universidade Católica de
Moçambique. Beira. Moçambique.

Cabanas, Q. (2002). Teoria da educação, uma conceição antinómica. Lisboa. ASA.2002.

Chambe, A. (2000). Guia do estudo de Pedagogia. Maputo: Escola superior aberta.

Costa, F. (2019). O papel da educação na formação da personalidade. Revista Científica


Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 05, Vol. 03, pp. 82-97. ISSN:
2448-0959, Link de acesso:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/formacao-da-personalidade acesso no
dia 20 de Outubro de 2022.

Erikson, E. H. (1976). Identidade, Juventude e Crise. Zahar editores: Rio de Janeiro.

Machado, G. (2015). A teoria educacional de Emília Ferreiro. Reflexões necessárias em


Maringá.

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