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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

O papel da escola na protecção do desenvolvimento da criança

António Faustino-Código: 708222520

Nampula, Agosto, 2023


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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

O papel da escola na protecção do desenvolvimento da criança António

António Faustino-Código: 708222520

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Cadeira: Psicologia de Desenvolvimento
Ano de Frequência: 2º Ano
Turma: J
Tutor: Amade Gil Andaluce

Nampula, Agosto, 2023


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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 6

1. O papel da escola no desenvolvimento motor das crianças.................................................... 7

2. Desenvolvimento Humano: Uma área da Psicologia ............................................................. 7

2.1. O Desenvolvimento Humano .............................................................................................. 8

2.2. A Importância do Estudo do Desenvolvimento Humano .................................................... 8

2.3. Os Factores que Influenciam o Desenvolvimento Humano ................................................ 9

2.4. Aspectos do Desenvolvimento Humano ........................................................................... 10

3. Aprendizagem Motora e Psicomotricidade .......................................................................... 11

4.Interesse da criança no conhecimento. .................................................................................. 12

4.1. Assimilação e Acomodação............................................................................................... 13

Conclusão ................................................................................................................................. 15

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 16


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Introdução
O presente trabalho da disciplina de Psicologia de Desenvolvimento aborda fala sobre: O
papel da escola na protecção do desenvolvimento da criança. Especificamente falaremos
sobre: O papel da escola no desenvolvimento motor das crianças, Desenvolvimento
Humano, Importância do Estudo do Desenvolvimento Humano, Os Factores que
Influenciam o Desenvolvimento Humano e o interesse da criança no conhecimento.
Entretanto ao estudarmos o comportamento de uma criança, percebemos como é o seu
desenvolvimento. O comportamento e a conduta são termos adequados para todas as suas
reacções, sejam elas reflexas, voluntárias e espontâneas ou aprendidas. Assim como o corpo
cresce, o comportamento evolui
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1. O papel da escola no desenvolvimento motor das crianças

―A escola é um dos primeiros espaços de socialização para as crianças. Sem falar que elas
passam a maior parte do dia nesse local. Por isso, esse tipo de instituição ocupa um papel
essencial para estimular o desenvolvimento motor infantil‖ (Davidoff, 2001).

Os pequenos podem trabalhar as habilidades motoras nas aulas de Artes, de Educação


Física e de Música, por exemplo. Essa capacidade também pode ser estimulada nas
disciplinas mais teóricas. Isso porque, para aprender a escrever, é necessário que as crianças
possuam o controle de todo o grupamento muscular dos membros superiores, que vai da
articulação do ombro, passando pelo cotovelo, punho, mão e, por último, os dedos.

O acto de brincar também é fundamental para o amadurecimento da coordenação motora,


uma vez que essa actividade permite que as crianças pulem, corram e vivenciem uma série
de gestos que contribuem para que elas se desenvolvam. (Davidoff, 2001).

Actividades que exigem uma boa articulação auxiliam no controle da musculatura, gerando
maior controle dos movimentos e do corpo. Vale destacar ainda que o estímulo correto ao
desenvolvimento motor durante a infância impacta directamente a capacidade cognitiva dos
adultos.

Isso porque actividades que envolvem a pintura, a escrita, o desenho e o artesanato, por
exemplo, também exigem concentração. Assim, é importante que as escolas desenvolvam
um trabalho global, pensando na formação plena das crianças

2. Desenvolvimento Humano: Uma área da Psicologia

Esta área de conhecimento da Psicologia estuda o desenvolvimento do ser humano em todos


os seus aspectos: físico-motor, intelectual, afectivo-emocional e social — desde o
nascimento até a idade adulta, isto é, a idade em que todos estes aspectos atingem o seu
mais completo grau de maturidade e estabilidade.

Existem várias teorias do desenvolvimento humano em Psicologia. Elas foram construídas a


partir de observações, pesquisas com grupos de indivíduos em diferentes faixas etárias ou
em diferentes culturas, estudos de casos clínicos, acompanhamento de indivíduos desde o
nascimento até a idade adulta.
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Dentre essas teorias, destaca-se a do psicólogo e biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980),
pela sua produção contínua de pesquisas, pelo rigor científico de sua produção teórica e
pelas implicações práticas de sua teoria, principalmente no campo da Educação.

Para além das outras teorias, a teoria deste cientista será referenciada neste capítulo como
tipo de desenvolvimento, para compreendermos o desenvolvimento humano, para
respondermos às perguntas como e por que o indivíduo se comporta de determinada forma,
em determinada situação, neste momento de sua vida.

2.1. O Desenvolvimento Humano

―O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento


orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua, que se caracteriza pelo
aparecimento gradativo de estruturas mentais‖ (Bock, et al, 1993).

Estas são formas de organização da actividade mental que se vão aperfeiçoando e


solidificando até o momento em que todas elas, estando plenamente desenvolvidas,
caracterizarão um estado de equilíbrio superior quanto aos aspectos da inteligência, vida
afectiva e relações sociais.

―Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida.


Por exemplo, a motivação está sempre presente como desencadeadora da
acção, seja por necessidades fisiológicas, seja por necessidades afectivas ou
intelectuais. Essas estruturas mentais que permanecem garantem a
continuidade do desenvolvimento. Outras estruturas são substituídas a cada
nova fase da vida do indivíduo‖(Bock, et al, 1993).

Por exemplo, a moral da obediência da criança pequena é substituída pela autonomia moral
do adolescente ou, outro exemplo, a noção de que o objecto existe só quando a criança o vê
(antes dos 2 anos) é substituído, posteriormente, pela capacidade de atribuir ao objecto sua
conservação, mesmo quando ele não está presente no seu campo visual.

2.2. A Importância do Estudo do Desenvolvimento Humano

A criança não é um adulto em miniatura. Ao contrário, apresenta características próprias de


sua idade. Compreender isso é compreender a importância do estudo do desenvolvimento
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humano. Estudos e pesquisas de Piaget demonstraram que existem formas de perceber,


compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada faixa etária, isto é, existe
uma assimilação progressiva do meio ambiente, que implica uma acomodação das
estruturas mentais a este novo dado do mundo exterior.

Estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as características comuns de uma


faixa etária, permitindo-nos reconhecer as individualidades, o que nos torna mais aptos para
a observação e interpretação dos comportamentos.

Todos esses aspectos levantados têm importância para a Educação. Planejar o que e como
ensinar implica saber quem é o educando. Por exemplo, a linguagem que usamos com a
criança de 4 anos não é a mesma que usamos com um jovem de 14 anos. E, finalmente,
estudar o desenvolvimento humano significa descobrir que ele é determinado pela
interacção de vários factores.

2.3. Os Factores que Influenciam o Desenvolvimento Humano

De acordo com Bock, et al, (1993), vários factores indissociáveis e em permanente


interacção afectam todos os aspectos do desenvolvimento. São eles:

Hereditariedade — a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não


desenvolver-se. Existem pesquisas que comprovam os aspectos genéticos da inteligência.
No entanto, a inteligência pode desenvolver-se aquém ou além do seu potencial,
dependendo das condições do meio que encontra;

Crescimento orgânico — refere-se ao aspecto físico. O aumento de altura e a estabilização


do esqueleto permitem ao indivíduo comportamentos e um domínio do mundo que antes
não existiam. Pense nas possibilidades de descobertas de uma criança, quando começa a
engatinhar e depois a andar, em relação a quando esta criança estava no berço com alguns
dias de vida;

Maturação neurofisiológica — é o que torna possível determinado padrão de


comportamento. A alfabetização das crianças, por exemplo, depende dessa maturação. Para
segurar o lápis e manejá-lo como nós, é necessário um desenvolvimento neurológico que a
criança de 2, 3 anos não tem. Observe como ela segura o lápis;
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Meio — o conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de


comportamento do indivíduo. Por exemplo, se a estimulação verbal for muito intensa, uma
criança de 3 anos pode ter um repertório verbal muito maior do que a média das crianças de
sua idade, mas, ao mesmo tempo, pode não subir e descer com facilidade uma escada,
porque esta situação pode não ter feito parte de sua experiência de vida.

2.4. Aspectos do Desenvolvimento Humano

Para Bock, et al, (1993),o desenvolvimento humano deve ser entendido como uma
globalidade, mas, para efeito de estudo, tem sido abordado a partir de quatro aspectos
básicos:

Aspecto físico-motor: refere-se ao crescimento orgânico, à maturação neurofisiológica, à


capacidade de manipulação de objectos e de exercício do próprio corpo. Exemplo: a criança
leva a Chupeta à boca ou consegue tomar a mamadeira sozinha, por volta dos 7 meses,
porque já coordena os movimentos das mãos;

Aspecto intelectual: é a capacidade de pensamento, raciocínio. Por exemplo, a criança de 2


anos que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está em baixo de um móvel
ou o jovem que planeja seus gastos a partir de sua mesada ou salário;

Aspecto afectivo-emocional: é o modo particular de o indivíduo integrar as suas


experiências. É o sentir. A sexualidade faz parte desse aspecto. Exemplos: a vergonha que
sinto em algumas situações, o medo em outras, a alegria de rever um amigo querido;
Aspecto social: é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem
outras pessoas. Por exemplo, em um grupo de crianças, no parque, é possível observar
algumas que espontaneamente buscam outras para brincar, e algumas que permanecem
sozinhas.

Se analisarmos melhor cada um desses exemplos, vamos descobrir que todos os outros
aspectos estão presentes em cada um dos casos. E é sempre assim. Não é possível encontrar
um exemplo ―puro‖, porque todos estes aspectos relacionam-se permanentemente. Por
exemplo, uma criança tem dificuldades de aprendizagem, repete o ano, vai-se tornando cada
vez mais ―tímida‖ ou ―agressiva‖, com poucos amigos e, um dia, descobre-se que as
dificuldades tinham origem em uma deficiência auditiva. Quando isso é corrigido, todo o
quadro revertesse.
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A história pode, também, não ter um final feliz, se os danos forem graves. Todas as teorias
do desenvolvimento humano partem do pressuposto de que esses quatro aspectos são
indissociáveis, mas elas podem enfatizar aspectos diferentes, isto é, estudar o
desenvolvimento global a partir da ênfase em um dos aspectos. A Psicanálise, por exemplo,
estuda o desenvolvimento a partir do aspecto afectivo-emocional, isto é, do
desenvolvimento da sexualidade. Jean Piaget enfatiza o desenvolvimento intelectual.

3. Aprendizagem Motora e Psicomotricidade

O movimento é importante no desenvolvimento da criança porque está ligado às emoções e


por ser um veículo de transmissão do equilíbrio do estado interior do recém-nascido.
Esse movimento possibilita o relacionamento da criança com o mundo e com as demais
características inerentes da condição humana. Conforme a criança cresce, vai organizando
sua capacidade motora de acordo com sua maturidade nervosa e com os estímulos do meio
que a rodeiam. De acordo com Fávero (2004), a organização motora é fundamental para o
desenvolvimento das funções cognitivas, das percepções e dos esquemas sensórios-motores
da criança.

De acordo com Negrine (1980), as aprendizagens escolares básicas devem ser os exercícios
psicomotores, e sua evolução é determinante para a aprendizagem da escrita e da leitura.

A aprendizagem é um processo que depende de intensa actividade do indivíduo em seus


aspectos físico, emocional, intelectual e social. A aprendizagem só acontece através da
actividade, tanto externa física, como também, de actividade interna do indivíduo que
envolve a sua participação global. Todas as acções do indivíduo, desde o início da infância,
já fazem parte do processo de aprendizagem. O sugar o seio materno é o primeiro problema
de aprendizagem: terá que coordenar movimentos de sucção, deglutição e respiração.

Os diferentes aspectos do processo primário de socialização na família, impõem, desde


cedo, à criança numerosas e complexas adaptações a diferentes situações de aprendizagem.
Na idade escolar, na adolescência, na idade adulta e até em idade mais avançada, a
aprendizagem está sempre presente. Todo comportamento humano é global; inclui sempre
aspectos motores, emocionais e mentais, como produtos da aprendizagem. O envolvimento
para mudança de comportamento, terá que exigir a participação global do indivíduo para
uma busca constante de equilibrarão nas situações problemáticas que lhe são apresentadas..
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Segundo Fávero (2004), para escrever é preciso que se tenha orientação espacial suficiente
para situar as letras no papel, para adequá-las em tamanho e forma ao espaço de que se
dispõe. E, além disso, precisa-se dirigir o traçado da esquerda para a direita, de cima para
baixo, controlando os movimentos de maneira a não segurar o lápis nem com muita força
nem com pouca força, é necessário que a escola ofereça condições para a criança vivenciar
situações que estimulem o desenvolvimento dos conceitos psicomotores.

Essas restrições podem levar a criança a dificuldades de aprendizagem, repercutindo no


desempenho escolar. Neste sentido, Negrine (1986, p. 61) afirma que as dificuldades de
aprendizagem vivenciadas pelas crianças ―são decorrentes de todo um todo vivido com seu
próprio corpo, e não apenas problemas específicos de aprendizagem de leitura, escrita, etc.‖
Assim, os aspectos psicomotores exercem grande influência na aprendizagem, pois as
limitações apresentadas pelas crianças na orientação espacial podem tornar-se um factor
determinante nas dificuldades de aprendizagem.

4. Interesse da criança no conhecimento.

Segundo Piaget (1977, p. 17) ―a inteligência um sistema de operações vivas e actuantes de


natureza adaptativa‖ e afirma que o essencial do pensamento lógico é ser operativo com o
fim da constituição de sistemas, não rejeita a intervenção do afecto no processo do
conhecimento. Ele afirma que a vida afectiva e a vida intelectual são complementos em
todo comportamento humano.

Ainda Piaget (1978, p. 15) mostra que ―os interesses de uma criança dependem, portanto, a
cada momento, do conjunto de noções adquiridas e de suas disposições afectivas já que
tendem a completá-los em sentido de melhor equilíbrio‖.

Jofili (2002) apud Vygotsky (1988 p. 192-193) menciona que, ―da mesma forma que
algumas aprendizagens podem contribuir para a transformação ou organização de outras
áreas de pensamento, podem também tanto seguir o processo de maturação como precedê-lo
e mesmo acelerar seu processo‖. É considerado que o desenvolvimento pode ter influência
em relação ao ambiente em que vive.

Vygotsky enfatiza a interação social. A idade mental da criança é determinada pela sua
capacidade de realizar sozinha alguma tarefa, no entanto é denominada por Vygotsky de
zona de desenvolvimento real. Ele ainda afirma que, mesmo que a criança não consiga
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realizar alguma tarefa sozinha e necessite da ajuda de outro, isso identifica sua zona de
desenvolvimento potencial. (Jofili, 2002). Assim como ele defende que o conhecimento se
dá através da interacção social, é de suma importância que a escola instigue a zona de
desenvolvimento potencial. Com isso a criança terá mais facilidade de aprender um com o
outro de forma colaborativa. ―O aprendizado, a construção do conhecimento, exige,
portanto, um estado de actividade da parte do sujeito sem que isso signifique ausência de
ensino, de transmissão social‖. (Werneck, 2006, p. 180).

Piaget acredita que o desenvolvimento vem antes da aprendizagem, já Vygotsky acredita de


outra forma, que primeiro vem à aprendizagem e depois o desenvolvimento. Para Piaget o
desenvolvimento intelectual vem dos actos biológicos que são adaptados ao meio físico e
organizados ao meio ambiente, mantendo um equilíbrio.
Piaget ―afirma que o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o
desenvolvimento biológico‖ (Wadsworth, 1996).

4.1. Assimilação e Acomodação

Quando se fala em assimilação entende-se que a criança quando realiza novas descobertas e
experiências, ela tenta adaptar esses estímulos às estruturas cognitivas que ela já possui.
Piaget define assimilação como:
Uma integração às estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou
menos modificadas por esta própria integração, umas sem descontinuidade com o estado
prudente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação.
(Piaget, 1996, p. 13).

Uma criança que está aprendendo a fazer o reconhecimento do que está em sua volta, como
por exemplo, animais. Ela conhece um animal de quatro patas, no entanto esquematiza e
organiza no seu intelecto aquele animal, mas quando observa outro animal maior de quatro
patas, com as mesmas características, neste momento ocorre o processo de assimilação, a
criança assimila o animal maior ao animal menor por apresentarem similaridades, isso se dá
por causa das proximidades dos estímulos e dá pouca variedade e qualidade dos esquemas
acumulados pela criança até o momento. (Tafner; Msc, 2009).

De acordo com Piaget a acomodação acontece quando a criança não consegue através do
seu cognitivo assimilar a nova informação em função das particularidades desse novo
estímulo (Nitzke et al, 1997a). Wadsworth (1996) e Nitzke et al (1997a) compartilham dos
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mesmos pensamentos, que a assimilação e a acomodação são responsáveis pelas


transformações nas estruturas cognitivas.

Piaget (1996) quando menciona as ideias de assimilação e acomodação enfatiza que uma
não existe sem a outra. Segundo Wazlawick (1993) pode-se dizer que adaptação é um
equilíbrio entre assimilação e a acomodação.

A aprendizagem vem em função da experiência que a criança vai obtendo de modo


sistemático, o desenvolvimento é o responsável pela formação dos conhecimentos.
O desenvolvimento da criança é descrito por Piaget em quatro fases: sensório-motor (0-2
anos), pré-operatório (2 -7,8 anos), operatório-concreto (8-11 anos) e o operatório-formal
(8-14 anos). A fase sensório-motor, o bebé constrói esquemas assimilando o meio (Lopes,
1996). Segundo Macedo (1991) essa fase é marcada pela construção prática das noções de
objecto, espaço, causalidade e tempo.

Nessa fase o bebé automaticamente leva o objecto até a boca. A fase pré-operatório
conhecida como estágio da inteligência simbólica, o indivíduo adquire a capacidade de
trocar um objecto ou ocorrência por uma representação (Piaget; Inhelder, 1982). Nessa fase
a criança explora melhor o ambiente, seus movimentos e suas percepções apresentam mais
sofisticação. A criança nesta fase faz muitas perguntas, é egocêntrica. No estágio
operatório-formal a criança atinge seu nível de desenvolvimento mais alto. Nessa fase a
criança consegue pensar em hipóteses e buscar soluções aplicando o raciocínio lógico.
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Conclusão

Neste trabalho discutimos muito mais sobre o desenvolvimento humano, após a realização
deste trabalho conclui-se de que o desenvolvimento humano se estabelece através da
interacção do indivíduo com o ambiente físico e social. Se caracteriza pelo desenvolvimento
mental e pelo crescimento orgânico. Cada fase do desenvolvimento humano: pré-natal,
infância, adolescência, maturidade e senescência; apresentam características que as
identificam e permitem o seu reconhecimento. O seu estudo possibilita uma melhor
observação, compreensão e interpretação do comportamento humano. Distinguindo como
nascem e como se desenvolvem as funções psicológicas do ser humano para subsidiar a
organização das condições para o seu desenvolvimento pleno.
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Referências Bibliográficas

Bock, A. M. B. et al. (1993). Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. São


Paulo, Editora Saraiva.

Davidoff, L. (2001).Introdução à Psicologia. 3 ed. São Paulo: Artmed.

Fávero, M. T. M. (2004). Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem da escrita.


Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Maringá,

Lopes, J.. (1996). Nova Escola. a. XI, n. 95.

Mwamwenda, T. S. (2004). Psicologia Educacional: Uma perspectiva africana. Maputo:


Textos Editora Ltda,

Piaget, J. (1952). Introduction à l'épistémologie génétique. T. I: La pensée mathématique.

Piaget, J. (1977). Psicologia da inteligência. Rio de Janeiro: Zahar.

Piaget, J. (1978). Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1.

Piaget, J. Biologia e Conhecimento. 2ª Ed. Vozes: Petrópolis, 1996.

Tafner, M.; MSC, A. (2009). A construção do conhecimento segundo Piaget. .

Werneck, V. R. . (2006) .Sobre o processo de construção: o papel do ensino e da pesquisa.


In: Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro.

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