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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Sistema Cardiovascular

Belágio Alexandre Xavier: 708213578

Curso: Licenciatura em Educação Física e Desporto


Disciplina: Fisiologia Geral
Ano de Frequência: 2°

Nampula, Setembro, 2022


Belágio Alexandre Xavier

Sistema Cardiovascular

Trabalho de Fisiologia Geral, apresentado ao curso de


Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto, 2° ano,
como exigência parcial para obtenção de nota do primeiro
trabalho de campo, orientado pelo Tutor: Alberto Malequeta.

Nampula, Setembro, 2022


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do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacionais
2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais parágrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 5

1. Sistema Cardiovascular .......................................................................................................... 6

1.1. Componentes (Órgãos) do sistema cardiovascular .............................................................. 6

1.1.1. Coração ............................................................................................................................. 6

1.1.2. Vasos sanguíneos .............................................................................................................. 7

1.2. Hipertensão arterial.............................................................................................................. 8

1.3. Resposta da pressão arterial a actividade física ................................................................... 8

1.4. Irrigação sanguínea do coração ........................................................................................... 9

1.5. Metabolismo do miocárdio ................................................................................................ 10

1.6. Regulação e integração cardiovasculares .......................................................................... 11

1.7. Regulação intrínseca da Frequência Cardíaca ................................................................... 13

1.8. Regulação extrínseca da frequencia cardiaca .................................................................... 13

1.9. A distribuição do sangue ................................................................................................... 14

1.10. A resposta integrativa durante a actividade física ........................................................... 15

1.11. Actividade física após o transplante cardíaco.................................................................. 15

Conclusão ................................................................................................................................. 16

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 17


Introdução

O trabalho vai debruçar sobre o sistema cardiovascular, sabe-se que o sistema cardiovascular
do corpo humano é constituído pelo coração e pelos vasos sanguíneos. Esse sistema tem como
papel principal operar a circulação do sangue no organismo, garantindo, dessa forma, que
oxigénio e nutrientes sejam levados até as células e que os resíduos metabólicos sejam
transportados até seu local de eliminação. Além disso, também permite, indirectamente, que
nosso corpo seja capaz de proteger-se contra infecções, uma vez que é no sangue que
encontramos células e proteínas de defesa.

Os objectivos para esta pesquisa são:

Objectivo geral:

 Reconhecer o sistema cardiovascular.

Objectivos específicos:

 Definir o conceito de sistema cardiovascular;


 Descrever o sistema cardiovascular e os seus componentes;
 Explicar a importância da actividade física na manutenção do sistema cardiovascular.

Metodologia de pesquisa

A metodologia empregada para este trabalho é a revisão bibliográfica. Além dos escritos
disponibilizados, procurou-se relacionar os pensamentos dos autores sobre a célula transporte
através da membrana celular e regulação das funções corporais mais comuns.

O trabalho apresenta a seguinte estrutura: parte externa: capa de rosto, contracapa, folha de
feedback e índice; parte interna: introdução, desenvolvimento, conclusão e referências
bibliográficas.

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1. Sistema Cardiovascular

Woods, Froelicher e Motzer (2005), afirmam que o sistema cardiovascular do corpo humano é
constituído pelo coração e pelos vasos sanguíneos. Esse sistema tem como papel principal
operar a circulação do sangue no organismo, garantindo, dessa forma, que oxigénio e
nutrientes sejam levados até as células e que os resíduos metabólicos sejam transportados até
seu local de eliminação. Além disso, também permite, indirectamente, que nosso corpo seja
capaz de proteger-se contra infecções, uma vez que é no sangue que encontramos células e
proteínas de defesa.

1.1. Componentes (Órgãos) do sistema cardiovascular

Segundo Woods et al. (2005), o sistema cardiovascular é composto pelo coração e pelos vasos
sanguíneos. A seguir observa-se, um pouco mais a respeito dessas estruturas:

1.1.1. Coração

Salles e Oliveira (2000), refere que o coração é um órgão musculoso, localizado atrás do osso
esterno, que atua garantindo a propulsão do sangue, funcionando, portanto, como uma bomba.
Assim como em aves e outros mamíferos, o coração humano apresenta quatro cavidades: dois
átrios e dois ventrículos. O átrio esquerdo comunica-se com o ventrículo esquerdo, e o átrio
direito comunica-se com o ventrículo direito. Valvas presentes no coração impedem o refluxo
de sangue. Não há comunicação entre os lados esquerdo e direito, sendo observada a
circulação de sangue rico em gás carbónico do lado direito e a de sangue rico em oxigénio do
lado esquerdo (Woods et al. (2005).

Figura 1: O coração funciona como uma grande bomba que garante o impulsionamento do sangue
para as diferentes partes do organismo.

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O coração humano apresenta o tamanho aproximado de um punho fechado e possui três
camadas formando suas paredes: pericárdio, miocárdio e endocárdio. Pericárdio é a camada
mais externa, miocárdio é a camada mediana, e endocárdio é a camada interna.

O miocárdio é formado por tecido muscular cardíaco e sua espessura não é a mesma em
todo o órgão. No ventrículo esquerdo, ele se apresenta mais espesso que no ventrículo
direito, enquanto nos átrios apresenta-se relativamente fino. Essa espessura está
relacionada com a pressão que deverá ser gerada para o impulso do sangue. Como o
ventrículo esquerdo garante o bombeamento do sangue para o corpo, sua parede é mais
espessa (Potter & Perry, 2005).

Para Potter e Perry (2005), o coração bombeia o sangue graças a um ritmo cíclico de
contracção e relaxamento. Denomina-se de sístole a fase de contracção desse ciclo, enquanto
a fase de relaxamento é denominada diástole. Os batimentos cardíacos são originados em um
sistema próprio do órgão. O chamado nó sinoatrial produz impulsos eléctricos que
rapidamente se propagam pelo tecido cardíaco.

Esse impulso segue até um ponto de transmissão chamado de nó atrioventricular, localizado


na parede entre os átrios direito e esquerdo, daí o impulso segue para o ápice do coração e
paredes ventriculares por ramos do feixe e fibras de Purkinje. Se quiser saber mais sobre esse
importante órgão do corpo humano.

1.1.2. Vasos sanguíneos

Na definição de Woods et al. (2005), os vasos sanguíneos são responsáveis por garantir o
transporte do sangue pelo corpo. No sistema circulatório humano, o sangue circula sempre
dentro dos vasos, sendo, portanto, um sistema circulatório fechado. Podemos distinguir três
tipos principais de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares.

Figura 2: Os vasos sanguíneos garantem o transporte de sangue por todo corpo.

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Wood et al. (2005), refere que:

 Artérias: são vasos sanguíneos que garantem o transporte do sangue do coração para todas as
partes do organismo. Elas possuem paredes resistentes, sendo essa uma característica
importante para suportar o sangue sob alta pressão que sai do coração.

 Veias: são vasos sanguíneos que garantem o retorno do sangue dos vários tecidos do corpo
para o coração. Possuem paredes um pouco mais delgadas que as artérias e destacam-se por
possuir valvas, que impedem o refluxo de sangue.

 Capilares: são vasos sanguíneos pequenos e que possuem uma parede muito delgada, formada
apenas por uma camada de células. É nos capilares que ocorrem as trocas de substâncias entre
o sangue e o líquido intersticial.

1.2. Hipertensão arterial

A hipertensão arterial ou pressão alta, é uma doença que ataca os vasos sanguíneos, coração,
cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins. Ocorre quando a medida da pressão se
mantém frequentemente acima de 140 por 90 mmHg. Segundo Salles e Oliveira (2000), essa
doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários factores que influenciam nos
níveis de pressão arterial, entre eles:

 Fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, grande consumo de sal,


níveis altos de colesterol, falta de actividade física;
 Além desses factores de risco, sabe-se que sua incidência é maior na raça negra,
aumenta com a idade, é maior entre homens com até 50 anos, entre mulheres acima
de 50 anos, em diabéticos.

1.2.1. Sintomas

Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito: podem
ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada
e sangramento nasal.

1.3. Resposta da pressão arterial a actividade física

Segundo Powers e Howley (2005), o exercício físico provoca uma série de respostas
fisiológicas, resultantes de adaptações autonómicas e hemodinâmicas que vão influenciar o
sistema cardiovascular. Diversos estudos demonstraram o seu efeito benéfico sobre a pressão
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arterial. Sendo a hipertensão arterial sistémica uma entidade de alta prevalência e elevada
morbimortalidade na população, o exercício físico tem importante papel como elemento não
medicamentoso para o seu controle ou como adjuvante ao tratamento farmacológico.

O exercício físico realizado regularmente provoca importantes adaptações autonómicas e


hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular, com o objectivo de manter a
homeostasia celular diante do incremento das demandas metabólicas. Há aumento no débito
cardíaco, redistribuição no fluxo sanguíneo e elevação da perfusão circulatória para os
músculos em actividade. A pressão arterial sistólica (PAS) aumenta directamente na
proporção do aumento do débito cardíaco. A pressão arterial diastólica reflecte a eficiência do
mecanismo vasodilatador local dos músculos em actividade, que é tanto maior quanto maior
for a densidade capilar local (Powers & Howley, 2005).

1.4. Irrigação sanguínea do coração

O coração é um órgão de potentes paredes musculares que funciona continuamente ao longo


da vida. Para isso, requer a constante assimilação de sangue que lhe fornece substâncias
nutritivas e, sobretudo, oxigénio, um elemento consumido pelas células musculares para obter
a energia destinada a garantir o trabalho mecânico das sucessivas contracções.

O coração dispõe de uma circulação própria, com vasos sanguíneos que chegam a todas as
suas estruturas, à semelhança dos restantes órgãos do corpo, pois tal como o cérebro ou os
rins contam com vasos específicos. Os vasos sanguíneos do coração são as artérias e as veias
coronárias. O superficial conhecimento da sua anatomia permite compreender as diversas
consequências da doença coronária, pois dependem do sector específico do coração privado
de circulação (Potter & Perry, 2005).

1.4.1. Artérias coronárias

Para Potter e Perry, (2005), as artérias coronárias, que proporcionam ao coração o sangue
oxigenado, têm origem na aorta, a grande artéria para onde o ventrículo esquerdo, após cada
contracção, bombeia o seu conteúdo.

1.4.2. Artéria coronária esquerda

Este vaso tem origem na aorta, por trás da artéria pulmonar e à frente da aurícula esquerda.
Após cerca de 0,5 a 2 cm do percurso, a artéria bifurca-se em dois ramos principais: o ramo

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interventricular anterior, que se dirige para baixo, ao longo do sulco interventricular anterior,
rodeia a ponta do coração e finalmente sobe, através de um curto trajecto pelo sulco
interventricular posterior, e o ramo circunflexo, que percorre o sulco auriculoventricular
esquerdo para logo se inflectir para a esquerda e para trás, emitindo ao longo do seu trajecto
ramificações que se dirigem para a aurícula esquerda e para o ventrículo esquerdo (Woods et
al., 2005).

1.4.3. Artéria coronária direita

Este vaso origina-se na aorta, por trás da artéria pulmonar e à frente da aurícula direita,
dirigindo-se para trás pelo sulco auriculoventricular direito, emitindo no seu percurso diversos
ramos que, por sua vez, dão origem a inúmeras ramificações mais pequenas. Uma das
principais é o ramo marginal direito, que circula pelo lado direito até à ponta do coração,
irrigando a maioria do ventrículo direito. Outro igualmente importante é o ramo
interventricular posterior, que constitui o prolongamento final da artéria, descendo pelo sulco
interventricular posterior, embora não chegue até à ponta, irrigando a porção posterior do
septo interventricular e a porção adjacente do ventrículo esquerdo.

1.4.4. Veias coronárias

Após irrigar o tecido cardíaco, o sangue já pobre em oxigénio passa para uma rede de
pequenas veias que se vão unir entre si, formando vasos cada vez maiores, que se encarregam
de o transportar novamente para o interior do coração, mais precisamente para a aurícula
direita (Woods et al. 2005).

1.4.5. Circulação coronária colateral

As várias artérias coronárias têm inúmeras ramificações que as unem entre si, o que constitui
uma grande vantagem, pois caso alguma deixe de irrigar um determinado sector do coração,
outra pode compensar o seu funcionamento, evitando qualquer prejuízo (Woods et al., 2005).

1.5. Metabolismo do miocárdio

Segundo Salles e Oliveira (2000), o coração é um órgão que pode ser considerado como duas
“bombas” separadas, a direita que envia o sangue para os pulmões e a esquerda que o envia
para os órgãos periféricos. Por sua vez, em cada uma delas encontramos uma aurícula e um
ventrículo que se contraem e relaxam sequencialmente para impulsionarem o sangue.

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O intervalo entre o fim de uma contracção e o início da seguinte é designado ciclo cardíaco.
Neste ciclo existem uma fase de relaxamento (diástole) e um período de contracção (sístole).

O débito cardíaco consiste no número de litros de sangue bombeados pelo coração em cada
minuto; em repouso oscila entre 4-6 L/min e durante o exercício físico pode aumentar até
cerca de 7 vezes este valor.

O músculo cardíaco é irrigado por duas artérias coronárias que têm origem no início da
artéria aorta ascendente. Durante a diástole, quando a válvula aórtica está encerrada, a
pressão diastólica aórtica transmite-se sem impedimentos, através dos seios de Valsalva,
para as artérias coronárias. O arco aórtico e os seios de Valsalva funcionam como um
pequeno reservatório que permite a manutenção de um fluxo coronário relativamente
uniforme durante esta fase do ciclo cardíaco (Woods et al., 2005).

As necessidades energéticas do miocárdio e a sua dependência em relação à concentração de


ATP condicionam algumas particularidades do seu metabolismo:

 É o maior consumidor de oxigénio por grama de tecido (com extracção máxima de


oxigénio a partir do sangue arterial, mesmo em repouso);
 Tem uma grande adaptação estrutural ao metabolismo aeróbico (grande concentração
de mioglobina e elevado número de mitocôndrias);
 Dado que, mesmo em situações de repouso, a extracção de oxigénio já está no seu
máximo, o aumento das necessidades energéticas só pode ser compensado com o
aumento do fluxo coronário conseguido pela vasodilatação (aumentando o
fornecimento de oxigénio e de substratos para a produção de ATP).

1.6. Regulação e integração cardiovasculares

Sistema vascular está estruturado de maneira a garantir a regulação constante do fluxo de


sangue. As artérias recebem grande quantidade de sangue a alta pressão e apresentam alta
resistência ao fluxo sanguíneo. As arteríolas regulam a perfusão sanguínea a nível tecidual
através de mecanismos neurais e metabólitos locais que alteram a resistência vascular e,
portanto, o fluxo de sangue (Powers & Hawley, 2005).

As veias direccionam o sangue para o coração e a quantidade de sangue que chega a esse
órgão é bombeada. De acordo com a lei de Frank-Starling, alterações no retorno venoso
alteram o débito cardíaco, que por sua vez, influencia a pressão arterial.

Powers & Hawley (2005), refere que:

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A regulação cardiovascular é realizada principalmente por alterações na resistência
vascular periférica e no débito cardíaco. A quantidade de sangue adequada para atender as
necessidades metabólicas dos órgãos e tecidos deve ser mantida, enquanto a pressão
arterial é controlada.

As alterações realizadas em segundos ou minutos caracterizam o mecanismo de regulação da


pressão arterial à curto prazo. Este envolve o reflexo dos barorreceptores e a actividade dos
nervos autónomos simpáticos e parassimpáticos. Em um maior período de tempo (minutos,
dias ou meses), alterações no volume total de líquido, incluindo o volume sanguíneo, e, por
consequência, no débito cardíaco, determinam a regulação à longo prazo da pressão arterial.

1.6.1. Regulação a Curto Prazo

Para Powers & Hawley (2005), a regulação da pressão arterial a curto prazo está relacionada à
actividade dos barorreceptores arteriais, receptores sensoriais que respondem ao estiramento
da parede arterial. O reflexo barorreceptor arterial é formado por duas alças: a sensorial
(barorreceptores arteriais, fibras aferentes, centros bulbares cardiovasculares) e a efetora
(eferências simpáticas e parassimpáticas, coração e vasos sanguíneos periféricos).

1.6.2. Regulação a Longo Prazo

A regulação da pressão arterial a longo prazo está relacionada a alterações no volume de


líquido efectivo circulante, de maneira que o aumento na pressão arterial leva ao aumento do
débito urinário que, por sua vez, reduz o volume de líquido circulante e, por consequência,
reduz a pressão arterial.

A ingestão e eliminação de líquidos devem ser exactamente balanceadas e a existência de


qualquer desigualdade entre a quantidade de líquido ingerido e a taxa de débito urinário
determina modificações no volume de líquido corporal. O volume de líquido extracelular
influencia a pressão arterial e é determinado principalmente pelo equilíbrio entre a entrada e a
saída de sódio e água do organismo. Os rins são responsáveis pela regulação deste volume
extracelular, determinando alterações que adaptam as taxas de ingestão dessas substâncias às
taxas de excreção.

A regulação da pressão arterial a partir do mecanismo de volume de líquidos está


directamente relacionada à liberação de hormônios que atuam à nível periférico e central. Tais
hormônios determinam maiores ou menores taxas de débito urinário a partir do transporte de
substâncias entre as células da parede e do lúmen dos túbulos renais e das forças osmóticas
resultantes.
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1.7. Regulação intrínseca da Frequência Cardíaca

De acordo com Powers & Hawley (2005), mesmo o coração fora do corpo e, portanto sem
influências nervosas, físicas ou químicas, era capaz de responder com maior força de
contracção frente a aumentos de volume de sangue ventricular. A partir desta descoberta, foi
postulada a lei do coração que algum tempo depois recebeu o nome de lei de Frank-Starling
em homenagem aos seus descobridores.

A lei de Frank-Starling

1. Relacionado à capacidade intrínseca do coração de se adaptar a volumes crescentes de


afluxo sanguíneo, respeitando um limite fisiológico, ou seja, desde que não ultrapasse
esse limite todo volume excedente de sangue que chega aos átrios (retorno venoso) é
bombeado para a circulação.

2. Quantidade adicional de sangue chega aos ventrículos - distensão do músculo


cardíaco - aumenta a força de contracção do músculo, pois os filamentos de miosina e
actina ficam dispostos em ponto mais próximo do grau ideal de superposição para a
geração de força - ventrículo automaticamente bombeia mais sangue para as artérias.

1.8. Regulação extrínseca da frequência cardíaca

Inervação Simpática e Parassimpática, segundo Salles e Oliveira (2000):

1. Estimulação simpática: aumenta a FC e a força de contracção, a qual em consequência


aumenta o volume de sangue bombeado (debito cardíaco)

2. Inibição simpática: diminui moderadamente o bombeamento cardíaco, em decorrência da


diminuição da FC e da força de bombeamento.

3. Estimulação parassimpática (vagal): atua principalmente reduzindo a FC, visto que as


fibras vagais estão dispersas, em grande parte, pelos átrios e muito pouco nos ventrículos,
onde realmente ocorre a geração da força de contracção, o que impede grandes alterações
na intensidade das contracções.

4. Mesmo assim, a combinação dos efeitos de redução importante da frequência, com leve
diminuição da força de contracção, pode diminuir o bombeamento ventricular em 50% ou
mais.

Efeito da temperatura

1. Elevação: aumento da frequência cardíaca

2. Diminuição: redução da frequência cardíaca

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3. Isso é decorrente do fato de o calor aumentar a permeabilidade das membranas do
músculo cardíaco aos íons que controlam a frequência cardíaca;

4. Em geral, a força contrátil do coração é temporariamente melhorada por aumentos


moderados da temperatura, como o que acontece durante o exercício, mas elevações
prolongadas da temperatura exaurem os sistemas metabólicos do coração e podem
acabar causando fraqueza.

1.9. A distribuição do sangue

O sangue circula de maneira contínua pelo nosso corpo, sendo impulsionado pela contracção
do coração. Para realizar um circuito completo pelo organismo, o sangue deve passar duas
vezes pelo coração, sendo a nossa circulação, portanto, do tipo dupla.

Segundo Woods et al., (2005), o sangue ao chegar ao nosso coração, vindo do corpo, o sangue
encontra-se rico em gás carbónico. Ele é trazido por meio das veias cavas inferior e superior,
que o lançam no interior do átrio direito. Do átrio direito, ele passa para o ventrículo direito,
que irá bombeá-lo em direcção aos pulmões. O sangue é levado para os pulmões pelas artérias
pulmonares. Após sofrer a hematose nos pulmões, ele, agora rico em oxigénio, retorna ao
coração por meio das veias pulmonares.

Essas veias lançam o sangue no interior do átrio esquerdo. O sangue então flui para o
ventrículo esquerdo, sendo impulsionado para o corpo por meio da artéria aorta. Essa
artéria então se ramifica, levando sangue para diferentes partes do corpo. Nos tecidos, ele
fornecerá oxigénio e receberá gás carbónico, produzido no processo de respiração celular
pelas células (Woods et al., 2005).

Figura 3: Circulação do sangue no corpo humano

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1.10. A resposta integrativa durante a actividade física

O sistema cardiovascular possui função fundamental na resposta do corpo ao exercício físico.


No momento em que iniciamos um exercício diversas respostas cardiovasculares são
desencadeadas permitindo que a realização do mesmo aconteça satisfatoriamente. Os
principais parâmetros influenciados de maneira aguda são: a pressão arterial, a frequência
cardíaca e o duplo produto.

Powers e Howley (2005), quando o exercício é praticado sistematicamente algumas


adaptações crónicas podem acontecer nesses parâmetros diferenciando indivíduos treinados
de sedentários. Compreender a estrutura do sistema cardiovascular, bem como o
comportamento dos seus parâmetros ao exercício de maneira aguda e crónica favorece o
aperfeiçoamento das técnicas de prescrição de treinamento e a obtenção de melhores
resultados.

Quando o indivíduo se encontra em repouso, o coração bombeia de 4 a 6 litros de sangue por


minuto, já durante o exercício de alta intensidade, o coração bombeia o sangue quatro a sete
vezes mais do que em repouso. Considerando Powers e Howley (2005), a quantidade de
sangue bombeado pelo coração deve ser aumentada devido à alta demanda de oxigénio do
músculo-esquelético, por isso respostas hormonais agudas e crónicas são necessárias para
suprir a oferta de oxigénio.

1.11. Actividade física após o transplante cardíaco

Após o transplante cardíaco os pacientes melhoram a qualidade de vida. Porém,


frequentemente apresentam problemas clínicos pós-operatórios, como descondicionamento
físico, atrofia e fraqueza muscular e menor capacidade aeróbia máxima, decorrentes em parte
da inactividade pré-operatória e de factores como diferença de superfície corpórea
doador/receptor, denervação do coração, entre outros. A actividade física regular tem papel
importante na terapêutica dos transplantados, devendo ser iniciada precocemente, se possível
ainda na fase hospitalar, dando prosseguimento pós alta hospitalar, para que possam retornar a
um estilo de vida normal, próximo do que tinham antes da doença, permitindo um convívio
social satisfatório, com retorno a uma vida activa e produtiva (Salles & Oliveira, 2000).

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Conclusão

Conclui-se que o suprimento das necessidades básicas para a sobrevivência e desempenho das
funções de uma célula no corpo humano depende de um sistema que transporte de maneira
eficaz uma variedade enorme de produtos. O sistema cardiovascular, com todos os seus
componentes, entre eles o sangue, tem esta capacidade.

Assim, a função principal do sistema cardiovascular é transportar sangue contendo diversos


tipos de nutrientes e dejectos metabólicos, de um órgão a outro, através de um circuito
fechado formado pelos vasos sanguíneos. Além disso, o sistema cardiovascular ajuda no
desempenho das funções do sistema endócrino, através do transporte de hormônios, contribui
para a regulação da temperatura corporal e, através do transporte dos leucócitos e elementos
da coagulação, desempenha a função de protecção contra agentes causadores de doenças.

No entanto, o desempenho efectivo dessas funções não seria possível se não houvesse o
movimento do sangue através do circuito fechado formado pelos vasos sanguíneos. Para que
isso ocorra, é necessário que dentro do circuito haja diferença de pressão. Esta diferença é
gerada pelo coração que funciona como uma bomba. Ao se contrair, o coração propele o
sangue pelos vasos sanguíneos e o distribui para os vários tecidos.

Portanto, nesta pesquisa o estudante compreendeu de que maneira o sistema cardiovascular


trabalha para desempenhar com eficiência todas estas funções.

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Referências bibliográficas

Powers, S. K., & Howley, E. T. (2005). Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao


Condicionamento e ao Desempenho (5ª ed.). Barueri, São Paulo, Brasil: Manole.

Potter, P. & Perry A. (2005). Fundamentos de enfermagem. (5ª.ed.). Rio de Janeiro, Brasil:
Guanabara Koogan.

Salles, A. F. & Oliveira F. J. A. (2000). Adaptação ao exercício pós-transplante cardíaco.


Arq Bras Cardiol.

Woods, S. L., Froelicher, S. E. S. & Motzer S. U. (2005). Enfermagem em cardiologia. (4ª


ed.). Barueri, Brasil: Manole.

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