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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Resolução de Exercícios propostos

Nome do Estudante: Manena Mussoropa Bernardo


Código: 708200334

Curso: Licenciatura em ensino de Educação Física


Disciplina: Biomecânica
Ano de frequência: 4º ano-2023
Docente:

Chimoio, Abril, 2023


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 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação parágrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências
edição em das
Bibliográfica 4.0
citações e citações/referências
s
bibliografia bibliográficas

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Índice
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1. Introdução...............................................................................................................................4

1.1.Objectivos..........................................................................................................................5

1.1.1.Objectivo Geral……………………………………………………………………...5

1.1.2.Objectivos Específicos………………………………………………………………5

1.2. Metodologia do trabalho..................................................................................................5

2. Resolução de Exercícios propostos.........................................................................................6

3. Conclusão..............................................................................................................................16

4. Referencias Bibliográficas....................................................................................................17

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1. Introdução
O Presente trabalho da cadeira de Biomecânica tem como tema: resolução de Exercícios propostos. A
biomecânica é a área da ciência que estuda os movimentos do corpo humano por meio da
anatomia, fisiologia e mecânica de cada indivíduo. Através dela, é possível compreender,
analisar e interpretar o resultado final do movimento humano – um conhecimento essencial
para os profissionais da saúde que atuam na área esportiva.

Os movimentos executados devem respeitar os limites anatômicos e funcionais do organismo


do atleta para que sejam corretamente executados. Extrapolar limites físicos e funcionais pode
desencadear lesões agudas ou crônicas por execução repetida e inadequada. “A biomecânica é
a base funcional e estrutural do movimento. A execução dos movimentos, desde os mais
simples até os mais complexos, dependem de uma boa estrutura anatômica, que precisa ser
acionada de acordo com princípios físicos da mecânica (Amadio, 2004).

O corpo humano é um dos principais objetos de estudo do homem. À busca por compreender
o seu funcionamento, contrapõe-se sua complexidade, levando cientistas e estudiosos a
aprofundar cada vez mais os seus estudos. Dentro deste âmbito se encontra a Biomecânica,
que é uma disciplina derivada das ciências naturais que se preocupa com a análise física dos
sistemas biológicos, examinando, entre outros, os efeitos das forças mecânicas sobre o corpo
humano em movimentos quotidianos, de trabalho e de esporte.

No século XX ocorreram grandes avanços tecnológicos que se refletiram nos métodos


experimentais usados em praticamente todas as áreas de atuação científica, incluindo a
Biomecânica, ocasionando um grande avanço nas técnicas de medição, armazenamento e
processamento de dados, fatos estes que contribuíram para o estudo e melhor compreensão do
movimento humano.

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1.1.Objectivos
Em função do trabalho definimos os seguintes objectivos:

1.1.1.Objectivo Geral
 Resolver os Exercícios propostos.

1.1.2.Objectivos Específicos
 Falar do surgimento da biomecânica como ciência;
 Fazer um resumo a cerca dos movimentos biomecânica dos atletas de natação de alta
competição;
 Fazer um estudo em termos maturacionais do ósseo de um adulto com relação a uma
criança no âmbito desportivo;
 Fazer uma análise dos movimentos biomecânicos de atletas de futebol onze e de ténis;

1.2. Metodologia do trabalho


Para o efeito do presente trabalho usou-se na base de pesquisa bibliográfica que se baseou na
análise Bibliográfica sobre os Exercícios propostos, portanto o presente trabalho de pesquisa
apresenta a seguinte estrutura temática. Introdução, desenvolvimento em que nos
debruçaremos com mais detalhes os aspectos ligados ao tema, conclusão as referências
bibliografia usada na elaboração do presente trabalho.

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2. Resolução de Exercícios propostos
1. Falar do surgimento da biomecânica como ciência

O progresso da Biomecânica como disciplina científica que estuda funções dos seres vivos
tornou-se, ao longo dos últimos três séculos, muito amplo e disso resultaram múltiplas
divisões didáticas e delimitação de território de especialidades científicas, tais como
Biomecânica do Movimento Humano, Biomecânica Clínica e de Reabilitação, Biomecânica
de Tecidos e Biomateriais, Biomecânica Músculo-esquelética e Métodos e Técnicas de
Pesquisa em Biomecânica.

Para Amadio & Duarte (1996), “a biomecânica tem uma longa e complexa história,
remontando aos dias de Aristóteles e dos primeiros filósofos. Esses homens procuraram
entender as forças motrizes por trás da vida e, como tal, estudaram como os animais se
moviam e o que causava essas acções” (p.78). Com base em seus sucessos, os pensadores da
Renascença acrescentaram a essas noções.

As ideias por trás da biomecânica ganharam terreno nos anos 1500, com os escritos de
Descartes e outros que viam o mundo de maneira mecânica. Leonard DaVinci ainda é
conhecido por seus trabalhos de anatomia e fisiologia, que incorporaram alguns dos primeiros
movimentos  biomecânicos baseados em matemática registrados. Engenheiros biomecânicos
modernos seguiram seus passos (Nasser, 1995).

Leonardo da Vinci: estabeleceu a biomecânica como ciência e sinergias musculares para


controlar o movimento. Assim nasceu a ciência dos autômatos, ou a ideia de que todas as
criaturas eram simplesmente máquinas biológicas que reagiam a estímulos da mesma maneira
que uma máquina.

Giovanni Alfonso Borelli (1608 - 1679) Considerado o pai da Biomecânica, foi o primeiro a


esclarecer que as alavancas do sistema musculoesquelético aumentavam/ampliavam o
movimento muito mais que a força. Determinou o centro de gravidade do corpo humano.

2. Fazer um resumo a cerca dos movimentos biomecânica dos atletas de natação de alta
competição

A natação combina exercícios de força dos membros e tronco com treino cardiovascular sem
impacto. Os quatro estilos oficiais da natação são o livre ou front crawl, bruços, mariposa e

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costas. Apesar do estilo preferencial adotado pelo atleta em competição ser variável, os
nadadores despendem a maioria do treino no estilo livre ou front crawl.

Figura 1 – Os quatro estilos de natação.

Fonte: Ciullo (1986).

Nadadores de competição treinam aproximadamente entre 9150 a 18300 metros por dia,
realizando em média 8 a 10 ciclos de braços por cada 23 metros. Deste modo, um nadador de
competição realiza mais de um milhão de movimentos de rotação do ombro por semana,
estando amplamente suscetíveis a lesões por sobreuso fundamentalmente do complexo
articular do ombro.

O ciclo que envolve a braçada do nadador, na maioria dos estilos de natação, é composto
genericamente por 6 fases: a fase de entrada de mão na água; a fase de puxada, a que gera
maior frequência de dor entre atletas e cujo objetivo é gerar velocidade (subdividida em
inicial, intermédia e tardia); a fase de saída da mão da água; e a fase de recuperação, com o
braço fora de água.

No estilo livre ou front crawl, o estilo que compreende 75 a 90% do treino dos nadadores, a
fase de puxada inicial normal ocorre após entrada da mão na água, com ombro em abdução,
flexão e rotação medial, ocorrendo elevação do trapézio superior enquanto a contração do
romboide promove a retração escapular.

O músculo serrátil anterior protrai e roda a escápula superiormente, sendo amplamente


ativado a partir deste momento e durante a fase de puxada até ao fim. Este processo de

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ativação muscular antagónica em relação à escápula é responsável por mantê-la no seu
posicionamento ideal, caracterizando a mobilidade escapulotorácica.

Imediatamente após a puxada inicial, ocorre ativação do grande peitoral que provoca adução e
rotação medial do braço rotação medial é equilibrada pela rotação lateral antagonista realizada
pelo músculo teres minor, resultando na posição do ombro em abdução, extensão e rotação
neutra.

O músculo latíssimo dorsal é ativado em equilíbrio com o subescapular desde a fase


intermédia da puxada até ao início da fase de recuperação. Na fase final da puxada o ombro
adota a posição de adução máxima, extensão e rotação medial dependendo para isso da
ativação simultânea dos músculos latíssimo dorsal, serrátil anterior e subescapular.

Os músculos deltoide e o supraespinhoso são os principais músculos responsáveis pela fase de


recuperação, ocorrendo ainda ativação do subescapular e do romboide. Durante a fase de
recuperação, a capacidade de rotação do tronco associada a retração da escápula promove a
proteção da bolsa sinovial subacromial, do tendão do supraespinhoso e do labrum glenoideu
posterior e superior, estruturas mais frequentemente em risco nos nadadores. A discinésia
escapular é um sinal frequente em nadadores com dor no ombro associada a sobreuso e pode
ser causada por inibição do padrão de ativação muscular dos músculos estabilizadores da
escápula.

Perante um volume de treino elevado, os nadadores ficam sujeitos a fadiga muscular. O


músculo mais suscetível desta fadiga é o serrátil anterior, o que se repercute na redução da
capacidade de protração escapular, promovendo a discinésia escapular, o que predispõe a
ocorrência de conflito interior e exterior da articulação glenoumeral.

Figura 2 – Fases da braçada no estilo livre. A – entrada mão água, A a B – fase inicial da
puxada, B a C – fase final da puxada final, C – saída da mão da agua, C a A – fase de
recuperação

Fonte: Ciullo (1986).


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3. Faça um estudo em termos maturacionais do ósseo de um adulto com relação a uma
criança no âmbito desportivo.

 Segundo Guedes (2011), desde o nascimento finalizando somente ao morrer, o ser humano
está em constante desenvolvimento tanto quantitativo como qualitativo, crescer e desenvolver
é a principal função do nosso organismo nas duas primeiras décadas de vida. Por estarem
associados ao processo, e por não existirem separadamente, crescimento e desenvolvimento
são facilmente confundidos, porém, desenvolvimento significa o desenvolvimento dos órgãos
e do organismo como um todo, enquanto crescimento caracteriza-se apenas pela proliferação
e diferenciação das células do corpo humano.

Segundo Fonseca (1988) é chamado de desenvolvimento motor uma alteração contínua no


comportamento humano ao longo da sua existência que ocorre por meio de tarefas
vivenciadas, da biologia do indivíduo e do ambiente em que ele está inserido. Num primeiro
momento este desenvolvimento é principalmente biológico, ou seja, o desenvolvimento está
intimamente ligado à diferenciação das células, para cada qual desempenhar uma determinada
função no organismo. Em seguida o desenvolvimento entra no contexto comportamental, isto
é, o desenvolvimento se interrelaciona, através das tarefas, com os elementos culturais do
ambiente do indivíduo, caracterizando assim suas competências sociais, cognitivas,
emocionais e também a personalidade.

 Malina e Bouchard (2002) afirmam que, cada indivíduo tem um relógio biológico que regula
o desenvolvimento de seu corpo como um todo. Para Machado e Barbanti (2007), a
maturação é um processo que marca o início e o fim do desenvolvimento humano, o qual
naturalmente deve ser contínuo até sua finalização na maturidade.

O corpo de jovens que amadurecem precocemente tende a ser mesomórfico (ombros


musculosos e mais largos) no caso dos meninos, ou endomórfico (quadris mais redondos e
largos) no caso das meninas, ao passo que nos jovens tardiamente maduros o corpo tende a ser
ectomórfico (delgados e altos). 

 Para saber o grau de maturação óssea de uma criança o método utilizado é a realização de
raio x do pulso e da mão. Ao utilizar esse método dá para observar a extensão de sua
ossificação que pode ser chamado de “idade óssea”. Os ossos do crânio e das mãos
amadurecem mais cedo e as pernas continuam se desenvolvendo até a metade da
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adolescência, esse desenvolvimento é completo aos 18 anos (MALINA; BOUCHARD, 2002;
SHAFFER, 2009). De acordo com Shaffer (2009) as meninas ao nascer estão 6 semanas a
frente dos meninos em nível de maturidade óssea, mas aos 12 anos as meninas chegam a 2
anos a frente.

Segundo Malina e Bouchard (2002) as crianças que adquirem maturação esquelética


precocemente, tendem a ter ganhos de força e desempenho motor superiores a crianças com
maturação esquelética tardia.

Em resposta a estímulos de exercícios, há indícios de que o período mais oportuno para a


deposição de tecido ósseo e força dos ossos é o da pré-puberdade, não tendo efeito sobre o
comprimento. São bem variáveis as idades em que os ossos do corpo completam a
ossificação, geralmente a fusão óssea começa na pré adolescência. Meninas alcançam a
maturidade óssea completa alguns anos antes dos meninos e por essa razão, o desempenho de
um trabalho adequado dos professores de Educação Física nesse período é de sumária
importância com atividades que colaborem a favor do bom desenvolvimento dos ossos.

De acordo com Freitas e Costa (2000) devido a Educação Física representar o movimento
corporal, dá ao professor de Educação Física autonomia de aprendizagem e criação, tornando
isso um diferencial diante das outras disciplinas. Cabe ao professor de Educação Física
procurar explorar todas as possibilidades de aprendizado que o movimento corporal oferece,
além de criar a expectativa do aluno de buscar maiores conhecimentos sobre suas posturas
corporais, pois as aulas de Educação Física são um momento privilegiado para novas
experiências motoras.

Segundo Fairbrother (2012) o professor de Educação Física deve, sempre que possível
estabelecer metas de aprendizagem com o aluno, pois quando o aluno é envolvido nesse
processo, aumenta sua motivação para a prática. Deve-se definir metas de curto e longo prazo,
que foquem no progresso do aluno, ao invés de estabelecer metas que o aluno ainda não possa
atingir, ou seja, um reforço negativo. Para atingir este objectivo, Fairbrother (2012), em
acordo com Rhea (2009) salienta a importância da utilização de demonstrações para auxiliar a
instrução da actividade, sugerindo ainda a utilização de vídeos. As instruções devem ser
objetivas e breves, correspondendo às acções específicas que o aluno deve fazer.

4. Faça uma análise dos movimentos biomecânica de atletas de futebol onze e de ténis.
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Uma das formas mais subutilizadas de uma pessoa melhorar a sua condição física é adquirir
uma compreensão e conhecimentos mais profundos de biomecânica. Quanto maior for a
compreensão do funcionamento do corpo, da capacidade das articulações, dos ossos e dos
ligamentos para realizar determinadas atividades, mais fácil será melhorar a execução dos
movimentos necessários para cada exercício específico ou atividade desportiva.

Para Cameron, N. (2002) os indivíduos que integram uma biomecânica adequada na sua
rotina de treino são capazes de explorar o seu potencial ao máximo, ajudando a minimizar o
risco de lesões - quer seja um atleta profissional, quer seja um praticante de atividade física
que pretende simplesmente melhorar a sua condição física e wellness do dia a dia.

Outra razão é que a desmistificação da linguagem utilizada pelos profissionais de fitness leva
a uma maior compreensão pelos participantes. É bastante comum os instrutores desportivos
assumirem que aquilo que entendem como conceitos de fitness cotidianos são do
entendimento geral das outras pessoas que, na realidade, os consideram confusos. As pessoas
podem sentir alguma relutância em pedir esclarecimentos por não quererem parecer
desinformadas. Além disso, as instruções de alguns equipamentos desportivos podem referir
termos e posições de biomecânica, pelo que compreender o que significam permitir-lhe-á tirar
o máximo partido destes equipamentos.

 Entre a biomecânica podemos encontrar os conceitos de cinética (a análise das forças


que atuam sobre o corpo) e de cinemática (a análise dos movimentos do corpo). Os
cinco componentes mais importantes da biomecânica são o movimento, a força, o
momento, as alavancas e o equilíbrio:
 Movimento - consiste no movimento do corpo ou de um objeto através do espaço. A
velocidade e a aceleração são partes essenciais do movimento.
 Força - é um movimento de puxar ou de empurrar que leva a que uma pessoa ou
objeto aumente ou diminua a sua velocidade, pare ou mude de direção.
 Momento - é o produto de um peso e da sua velocidade quando movido.
 Alavancas  - os nossos braços e as nossas pernas atuam como alavancas; uma
alavanca é constituída por três partes: o braço de resistência, o fulcro e o eixo de
rotação.
 Equilíbrio - tem a ver com estabilidade. Um dos princípios mais importantes do
equilíbrio consiste no alinhamento do centro de gravidade do corpo sobre a base de

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apoio. Ter um bom equilíbrio é importante para praticar diversas atividades e
exercícios desportivos.

Na biomecânica, cada movimento do corpo é descrito começando pela posição anatómica.


Para Cameron, N. (2002), a posição anatómica é quando uma pessoa está em pé, a olhar para
a frente, com os braços ao longo do tronco, palmas das mãos para a frente e com os pés
ligeiramente afastados nos calcanhares e os dedos dos pés a apontar para a frente. Existem
três planos anatômicos ou cardinais na posição anatômica , tal como indicado abaixo.

Segundo Cameron, N. (2002) o plano sagital ou mediano divide o corpo em dois lados


(esquerdo e direito), com algumas exceções: os movimentos de flexão (diminuição do ângulo
de uma articulação/flexão da articulação) e de extensão (aumento do ângulo de uma
articulação/endireitamento da articulação) ocorrem no plano sagital.
A segunda divisão do corpo é o plano frontal ou coronal, que bisseta o corpo em partes frontal
e traseira. Mais uma vez, existem algumas exceções: os movimentos de abdução (movimento
de um membro para fora da linha central/medial do corpo) e de adução (movimento de um
membro em direção à linha central/medial do corpo) ocorrem no plano frontal.
Por último, o plano transversal ou horizontal divide o corpo em partes superior e inferior. Os
movimentos de rotação ocorrem no plano transversal. Já os padrões diagonais dos
movimentos ocorrem quando os componentes de todos os três planos cardinais do movimento
são combinados em simultâneo.

Os eixos do corpo consistem em linhas retas que se estendem pelo corpo como setas,
perpendiculares entre si. Ao passo que os planos cardinais são utilizados para descrever zonas
espaciais nas quais o corpo se movimenta, os eixos descrevem os principais pontos
centrais/rotacionais de movimento corporal. Os três principais eixos são os seguintes:

 Transversal, que se estende da esquerda para a direita através da área da cintura.


 Longitudinal, que se estende ao longo do centro do corpo, desde a cabeça até aos pés.
 O eixo medial, que junta as ancas e os ombros, na diagonal.

Para Abreu (2008), os termos que se seguem são utilizados para descrever movimentos
específicos do corpo que ocorrem no plano cardinal e ao longo dos eixos. Alguns passaram a
ser utilizados na linguagem do cotidiano, sendo frequentemente utilizados nas instruções dos
exercícios físicos. Assim, é útil estar familiarizado com estes termos:

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 Dorsiflexão - diminuição do ângulo da articulação do tornozelo
 Flexão plantar - aumento do ângulo da articulação do tornozelo
 Elevação - movimento de uma parte do corpo numa direção superior (em direção à
cabeça)
 Depressão - movimento de uma parte do corpo numa direção inferior (afastada da
cabeça)
 Eversão - rotação do tornozelo de forma a que a planta de um dos pés aponte na
direção oposta ao outro pé
 Inversão - rotação do tornozelo de forma a que a planta de um dos pés aponte na
direção do outro pé
 Rotação lateral - movimento de rotação, afastando-os da linha central/medial do
corpo
 Rotação medial - rotação de um membro em direção à linha central/medial do corpo
 Pronação - rotação do antebraço de forma a que a palma da mão fique voltada para
baixo quando o antebraço está fletido
 Supinação - rotação do antebraço de forma a que a palma da mão fique voltada para
cima quando o antebraço está fletido
 Retração - movimento posterior (em direção à parte traseira do corpo) do braço no
ombro
 Protração - movimento anterior (em direção à parte da frente do corpo) do braço no
ombro
 Flexão lateral - flexão da coluna a partir da linha central/medial do corpo

Um outro conceito importante a reter na compreensão de como o corpo se movimenta é o


conceito de articulação. A articulação consiste no movimento de dois ou mais ossos numa
articulação. Existem três tipos de articulações no corpo mas aquela que fornece a maior
amplitude de movimento e é de vital importância para a compreensão de como o corpo se
movimenta é a articulação sinovial.

As articulações sinoviais são aquelas em que o osso é separado por um fluido lubrificante e
pela cartilagem. Estas articulações caraterizam-se por uma amplitude de movimento
relativamente ampla. Os nove elementos essenciais das articulações sinoviais são os
seguintes:

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1. Cartilagem articular
2. Ligamentos
3. Tendões
4. Músculos
5. Uma membrana sinovial
6. Fluido sinovial
7. Ossos
8. Uma cápsula fibrosa
9. Uma cavidade articular

Para Abreu (2008), existem seis tipos de articulações sinoviais no corpo:

 Articulação esferóide - esta é a rainha de todas as articulações. Constituída por uma


esfera que se encaixa perfeitamente numa depressão de outro osso, a sua estrutura
permite a movimentação de todos os eixos: flexão, extensão, abdução, adução, rotação
e circundução (uma combinação de todos os outros num movimento circular). As duas
articulações esferóides do corpo situam-se na anca e no ombro. A articulação da anca
possui uma depressão mais profunda que oferece estabilidade mas limita a amplitude
dos movimentos. Já a articulação do ombro possui uma depressão menos profunda que
fornece uma maior amplitude dos movimentos mas uma estabilidade reduzida, sendo
esta a razão para que o deslocamento do ombro seja uma lesão tão comum.
 Articulação plana - é constituída por duas superfícies planas uma sobre a outra. Estas
superfícies podem realizar movimentos de deslizamento ou de rotação. Exemplos
destas articulações podem ser encontrados nos pés e nas mãos.
 Articulação dobradiça - trata-se de uma articulação muito simples que permite a
movimentação em apenas um eixo, visto a sua estrutura evitar a rotação. A articulação
dobradiça permite os movimentos de flexão e de extensão no cotovelo, por exemplo.
 Articulação em pivô - permite o movimento de rotação ao longo de um eixo: o eixo
longo. É a articulação pivô que liga o osso rádio ao cotovelo, permitindo o movimento
de rotação do antebraço (pronação e supinação).
 Articulação elipsóide - esta articulação é muito semelhante à articulação esferóide,
contudo, os seus ligamentos e a sua forma oval evitam a rotação em todos os eixos. No
entanto, ainda tem capacidade para efetuar movimentos de rotação em dois eixos,

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permitindo os movimentos de flexão, extensão, adução e circundução nos pulsos, por
exemplo.
 Articulação em sela - é semelhante à articulação elipsóide mas a sua rotação
encontra-se limitada pela estrutura/forma dos ossos. Um dos ossos que formam esta
articulação tem a forma de sela, estando o outro osso encaixado na mesma, como um
cavaleiro montado a cavalo. O osso que se encaixa sobre esta "sela" permite os
movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, circundução e de rotação muito
ligeira. A articulação do polegar é um exemplo de articulação em sela.

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3. Conclusão
Chegado ao final do trabalho concluiu-se que o professor deve estar atento ao fato de que
crianças com maturação precoce tendem a serem maiores do que as de maturação tardia, e ter
melhor desempenho em atividades físicas. O desenvolvimento motor ocorre em crianças e
adolescentes em ritmos diferentes, fortemente influenciados pela maturação de suas estruturas
biológicas, fisiológicas, cognitivas e sexuais. O professor deve oferecer sempre novos
estímulos para que o aluno possa desenvolver suas capacidades motoras da melhor maneira
possível.

Apesar de não ser complexo obter informações específicas quanto às características do


crescimento, composição corporal e desempenho motor, há dificuldade em fazer um melhor
acompanhamento dos indivíduos, havendo uma análise superficial, sem continuidade
adequada.

Mesmo sabendo que o programa pedagógico da Educação Física nas escolas acompanham os
alunos desde a sua iniciação nas primeiras séries até o final da escolarização, o problema está
no desencorajamento de novas propostas de programas alternativos para essa área, como
estudos longitudinais visando o acompanhamento do desenvolvimento e maturação do jovem,
que envolvam a Educação Física escolar com o âmbito maturacional da criança e do
adolescente, pois toda a literatura encontrada relacionada à educação se prende apenas na
pedagogia e na didática de ensino.

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4. Referencias Bibliográficas

Abreu, Antero (2008). Selecção desportiva de jovens futebolistas. Estudo com a selecção sub-
14 da Associação de Futebol de Coimbra. Universidade de Coimbra;

Amadio, A. (2004). Biomecânica: trajetória e consolidação de uma disciplina acadêmica.


Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.18, p.45-54, N. esp;

Armstrong, N and Welsman, JR. ( 2005). Peak oxygen uptake in relation to growth and
maturation in 11- to 17-years old humans. Eur J Appl Physiol 85: 546–551;

Bangsbo, J. (1994). Entrenamiento de la condición física en el fútbol (2ª ed.). Editorial


Paidotribo. Barcelona;

Cameron, N. (2002). The methods of auxological anthropometry. In: Falkner F, Tanner, J.M.
editors. Human Growth. New York: Plenum Press.

Carter L. Somatotypes of children in sports. In: Malina R. Young Athetes: Biological


Psychological and Educational Perspectives. Champaign: Human Kinetics; 1988. p. 153-165;

Coelho e Silva, M.J.; Figueiredo, A.; Relvas, H.; Malina, R. (2003a). Correlates of playing
time in 15-to 16-year old male soccer players. Oral Communication in the 5 th World Soccer
Conference. Lisbon. Faculty of Human Mouvement.

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