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TEORIAS DA CONDUTA
1. INTRODUÇÃO
Além disso, deve ser capaz de cumprir algumas funções. Vejamos quais.
b) Função de fundamentação
O conceito de conduta é o substantivo ao qual se agregam as qualidade de
tipicidade, ilicitude e culpabilidade. A conduta é a base do edifício da teoria
do delito. Diante disso, deve ser um conceito adaptável às valorações que
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c) Função de delimitação
Ao definir o que é uma conduta, por exclusão sabemos tudo o que não é
conduta (um ataque epilético, a força física irresistível, etc.)
Por isso, a teoria causal foi superada. Não conseguia explicar a omissão, e
uma das funções do conceito de conduta é abranger ação e omissão.
Ademais, sendo seu conceito de conduta exclusivamente objetivo,
transfere o exame da intenção do sujeito para a culpabilidade e impede
o seu estudo no momento da tipicidade.
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TEORIA FINALISTA
Para Welzel, a omissão é tratada com a ideia de aliud agere. No mundo da vida
só existem ações, sendo a omissão também uma ação, porém diversa da que
deveria ser realizada.
é a de que a relevância social é uma qualidade de uma ação que já existe. Assim,
não se está conceituando a ação, mas qualificando uma ação que já existe.
Ademais, como a relevância social é um juízo de valor, muitas vezes, acaba
antecipando valorações que já pertencem ao próprio tipo penal e, com isso,
o conceito deixa de ser neutro. Na visão da doutrina, pode confundir os planos
da ação e da tipicidade em alguns casos. O conceito da teoria social da ação
praticamente não é mais acolhido hoje.
Defendida por Vives Anton e, no Brasil, por Paulo Cesar Busato. Tem relação
com a filosofia da linguagem
A ação deve ser entendida não como algo que os homens fazem, e sim
como o significado do que fazem; não como um substrato, mas como um
sentido. Assim, para determinar se estamos diante de uma ação, não
devemos partir de parâmetros psicofísicos, mediante recurso à experiencia
externa e interna; temos de partir das regras, ou seja, das normas.
As ações são interpretações que, segundo os distintos tipos de regras
sociais, poderão ser dadas ao comportamento humano. A ação passa a ser
definida não como o substrato comportamental suscetível de receber um
sentido, e sim como o sentido que, conforme um sistema de normas, pode
ser atribuído a determinados comportamentos humanos.
A visão significativa do sistema criminal propõe uma perspectiva
holística, de mútua interferência entre o aspecto ontológico e o axiológico,
estabelecida através de um processo de comunicação de sentido. A
linguagem é uma expressão de sentido, buscada no modo como
naturalmente os homens agem. O Direito Penal é um produto do processo
de comunicação de sentido.
Propõe um novo modelo de compreensão do significado dos conceitos
jurídico- penais. Ações são “interpretações que podem dar-se do
comportamento humano, segundo os distintos grupos de regras sociais”. O
sentido de tais ações é ditado por regras que as regem. Tais regras são
reconhecidas como tais na medida em que tenham seu uso
estabelecido, pois só assim podem determinar o sentido de uma
conduta. Ou seja, o reconhecimento de uma ação deriva da expressão de
sentido que uma ação possui. A expressão de sentido, contudo, não deriva
das intenções que os sujeitos que atuam pretendam expressar, mas do
significado que socialmente se atribua ao que fazem. Não é o fim, mas o
significado que determina a classe das ações, logo, não é algo em termos
ontológicos, mas normativos.
A ação é determinada pelo sentido que lhe dão as regras segundo as quais
se lhe interpreta. Por isso, a interpretação da ação que se realiza não
depende da concreta intenção que o sujeito queira levar a cabo, mas do
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código social conforme o qual se interpreta o que ele faz. A ação não
é algo que os homens fazem, mas o significado do que fazem.
A liberdade é um pressuposto do conceito significativo de ação. Entende-se
por ação livre simplesmente aquela que se permite identificar como obra
pessoal, e não do acaso.
CONCLUSÃO