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CASO PRÁTICO 6
Miguel é, desde 2010, Responsável de Vendas da zona centro na Papel Azul, S.A., que se dedica à
comercialização de papel, trabalhando no escritório de Lisboa.
Em janeiro de 2023, a Papel Azul propôs-lhe que assumisse a função de Diretor-Geral, em regime
de comissão de serviço. Miguel aceitou, tendo ficado acordado que, caso a Papel Azul denunciasse
o acordo, o contrato de trabalho de Miguel cessaria definitivamente. Nesse caso, teria direito a uma
compensação corresponde a um mês de retribuição por cada ano de antiguidade.
A Papel Azul pretende recusar, por achar que ter trabalhadores em regime de teletrabalho prejudica
o espírito de equipa e promove o seu isolamento. Resolve, assim, comunicar a Óscar que passará a
exercer funções de Responsável do Departamento de Contabilidade durante um período de seis
meses, o que implica a presença física no escritório, tendo em conta a necessidade de contacto
pessoal com a equipa que vai coordenar e ainda a necessidade de aceder a arquivos físicos
confidenciais, que só estão acessíveis nas instalações da empresa.
A Norte, a Papel Azul resolve também fazer mudanças e decide transferir o seu escritório da
Avenida dos Aliados para Vila Nova de Gaia. Comunica essa intenção aos trabalhadores no dia 1 de
março de 2023, informando-os de que a transferência ficará concluída no final do mês, pelo que em
abril todos passarão a prestar atividade nas novas instalações. Pamela, rececionista, ficou muito
preocupada, porque o escritório da Avenida dos Aliados fica a apenas 5 minutos da escola da sua
filha, ao passo que o novo escritório fica a cerca de 30. Além disso, o novo escritório não tem
estacionamento, o que implicará que despenda cerca de 150 Euros por mês com uma avença num
parque de estacionamento próximo.
Em setembro de 2023, a Papel Azul comunica aos trabalhadores que todos os ativos da empresa
seriam vendidos à subsidiária portuguesa da Dunder Mifflin, uma multinacional norte-americana
que se dedica à comercialização de papel e material de escritório, e que, em consequência, a
Dunder Mifflin passará a ocupar a posição de empregador nos contratos de trabalho dos
trabalhadores.
Óscar está muito preocupado com esta mudança e pretende opor-se à transmissão da posição de
empregador no seu contrato, já que em janeiro vieram a público notícias segundo as quais outras
subsidiárias europeias do grupo norte-americano desrespeitavam os direitos parentais dos seus
trabalhadores.
Quid iuris?