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FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

CURSO DE DIREITO

Direito do Trabalho I - 3º ano - 1º Semestre – Diurno e Nocturno

EXERCÍCIOS DO DT I (10/04/2020)

1. Manuel (M) e Carlos (C) trabalham numa indústria extractiva (patronato). Eles
estão vinculados por um contrato a prazo certo que é de 1/3/12 à 30/1/12. Em
Agosto de 2012, o Patronato passou por momentos de crise, pois a zona de
extracção mineira fora afectada pelas chuvas. Por isso, o Patronato decidiu
suspender os contratos de trabalho com os Srs. M e C, seguindo todos os
trâmites legais previstos no artigo 123º da LT. A suspensão teve o seu início no
dia 1 de Outubro de 2012. No entanto, no dia 1 de Novembro, o patronato
enviou aos trabalhadores visados, uma carta dizendo que o contrato caducaria no
dia 30 e, como o patronato não tinha intensões em renovar, os contratos
cessariam naquela data. Os trabalhadores, por sua vez, não concordaram,
dizendo que, antes do levantamento da suspensão, não fazia sentido a cessação
da relação laboral. Quid Juris?

2. Fenícia (F) encontra-se ao serviço de Giro, Lda (G), porque foi contratada para
substituir Hercules (H), que estava impedido de prestar trabalho, por motivo de
doença. No dia 30.09.12, H regressou ao serviço. No entanto, F manteve-se ao
serviço de G, até 05.10.12, data em que a empresa lhe comunicou, formalmente,
que devia 4 cessar a sua actividade. F diz que o seu contrato se converteu em
contrato por tempo indeterminado, pelo que, para sair da empresa G, exige o
pagamento de indemnização de lei.

a) Como devia G justificar o contrato celebrado com F, para ser válido?


b) Em que data é que, nos termos da lei, cessou o contrato de F?

c) F exige o pagamento de indemnização pela cessação do contrato. Tem


direito?

3. António (A) celebrou um contrato com Sovaco, Lda. (S) em 30.03.08, como
escriturário. Em 30.03.09, (A) matriculou-se no curso de Direito, na
Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Habitualmente, para chegar a horas à
Faculdade, saía do serviço, à semelhança de tantos outros colegas estudantes, às
16 horas, sem oposição dos superiores hierárquicos. Em 30.03.10, (S) publicou
um Regulamento Interno de Trabalho (RIT) sobre actividades culturais e
formação académica, nos termos do qual todos os trabalhadores deviam sair às
17 horas. No dia 30.06.10, (A) justificou as 7 faltas que (S) lhe aplicou, com o
fundamento no art. 103, nº 3, al. g) da Lei do Trabalho. (S) indeferiu a
justificação das faltas de (A) com fundamento no RIT, que (A) diz não se lhe
aplicar.

a) A saída às 16 horas para (A) e outros estudantes, tinha tutela jurídica?

b) O RIT publicado em 2010 aplica-se, ou não, a (A)?

c) (S) indeferiu o pedido de justificação de (A), alegando o RIT. Tem razão?

4. No dia 09.11.07 A, que emprega 120 trabalhadores, celebrou contratos com B e


C como motoristas, com duração anual, tendo sido acordado que iniciariam a
prestar a actividade em 01.12.07. No contrato de B e de C não foi indicada a
causa justificativa da celebração do contrato. Em 02.01.08, B teve um acidente
estradal num dia de 3 descanso semanal o qual o impossibilitou de prestar a
actividade durante três meses. B prestava a actividade em regime de turnos e por
causa disso, tinha a sua remuneração base acrescida de subsídio de turnos.
Depois da recuperação de B, em 04.04.08, dia em que B deveria prestar a sua
actividade das 14 as 22 hrs, A solicitou a B que iniciasse a sua actividade às 12
hrs; facto que veio a acontecer, tendo B exercido a mesma actividade a pedido
de A até às zero horas. Por causa da saúde, B deixou de exercer a sua actividade
em turnos a partir de 04.05.08, tendo o A deixado de igual modo de pagar o
subsídio de turnos. B alega a violação do princípio da irredutibilidade da
remuneração. Nos contratos de B e C constavam as seguintes cláusulas: “o
trabalhador exercerá a sua actividade em turnos de 8 horas, podendo ser
alterados para 12 horas”, “o empregador poderá transferir livremente ao
trabalhador para qualquer outro lugar”. No dia 04.05.08, A comunicou a C que o
horário de trabalho passaria das habituais 8 hrs para 12 e a retribuição por hora
que era paga aos motoristas passaria dos habituais 200 Mts para 300. C, numa
carta endereçada a A elogiou a atitude de A e agradeceu o aumento, referindo de
igual modo que aquele horário lhe ajudaria na sua frequência a escola. No dia
10.10.10, C, por causa de excesso de trabalho, por sua iniciativa, após o termo
da actividade continuou a prestar a mesma por mais duas horas, tendo de igual
modo exigido o pagamento como trabalho extraordinário. A, recusa-se a pagar
como tal. Em 04.06.11, C recebeu comunicação da sua transferência para o Xai-
Xai, com fundamento na expansão da empresa. C opõe-se à transferência e alega
que a mesma lhe traria prejuízos sérios uma vez que além de ter que interromper
os estudos que foram autorizados por A, separar-se-ia da sua família. A diz que
no contrato foi acordada a liberdade da transferência.

a) Como qualifica os contratos celebrados por A no dia 09.11.07, com B e C?

b) B ficou impossibilitado de trabalhar durante 3 meses. Quid júris?

c) Como classifica o trabalho realizado por B em 04.04.08, antes e depois da


jornada laboral?

d) B diz que A violou o princípio da irredutibilidade da remuneração. Tem


razão?

e) Entre A e C alteraram por acordo de 8 hrs para 12 hrs diárias. Podem fazer?

f) Analise criticamente as duas clausulas contratuais de B e C.


g) É extraordinário o trabalho realizado por C no dia 10.10.10?

5. ARILU, trabalhadora de uma agência de viagens, ganha mensalmente 10.000,


00 Mts a tíktulo de salário base, adicionados de 3.000, 00 MTs de bónus de
antiguidade e 5.000, 00 Mts de trabalho extraordinário.
a) Por causa da situação nacional do empregador (é um norte-americano), o
valor acima referido é pago à Arilu em Dólares Norte-Americanos, em
todos os domingos que coincidam com o final do Mês.

b) No acto da recepção, o empregador pede à Arilu para assinar na sua


agenda (do empregador) e escrever “recebi a quantia de 18.000, 00 MTs
a título de meu salário referente ao mês x”.

c) Por causa da situação familiar da Arilu, esta pediu que o valor fosse
passado em cheque e para o nome do seu Marido. Quid juris?

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