Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................2
1.3. Metodologia..........................................................................................................................................2
2. INVESTIGAÇÃO-ACÇÃO................................................................................................................3
2.1.Origem...............................................................................................................................................3
2.2.Definição...........................................................................................................................................4
2.3.Características e finalidades...............................................................................................................4
3.CONCLUSÃO..................................................................................................................................9
BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................................10
1. INTRODUÇÃO
Investigação-Acção pode ser descrita como uma família de metodologias de investigação que
incluem simultaneamente acção (ou mudança) e investigação (ou compreensão), com base em
um processo cíclico ou em espiral, que alterna entre acção e reflexão crítica, e em que nos ciclos
posteriores são aperfeiçoados os métodos, os dados e a interpretação feita à luz da experiência
(conhecimento) obtida no ciclo anterior.
Pretende-se, assim, com a realização deste trabalho, contribuir para uma reflexão crítica sobre
esta temática, conhecer as potencialidades, dificuldades e limitações, na utilização desta
metodologia no campo da investigação em pesquisas científicas, académicas e no campo da
educação.
1.3. Metodologia
Para realização da presente pesquisa recorreu-se a pesquisa bibliográfica. Gil segundo (2008)
pesquisa bibliográfica consiste no levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas
por meio escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de websites.
2. INVESTIGAÇÃO-ACÇÃO
2.1.Origem
A origem da Investigação-Acção é confusa, e é muito pouco “provável que algum dia venhamos
a saber quando ou onde teve origem este método, simplesmente porque as pessoas sempre
investigaram a própria prática com a finalidade de melhorá-la” (Tripp, 2005, p. 445), ainda que,
muitos autores atribuam a criação do processo a Kurt Lewin. Perante esta afirmação,
apresentaremos a origem percorrendo diversos autores que aprofundaram a temática.
Segundo Barbier (1985, p.38), a investigação-acção tem a sua “origem como pesquisa
psicológica de campo, e tem como objectivo uma mudança de ordem psicossocial”, pois a meta
desta pesquisa, é a transformação radical da realidade social e a melhoria de vida das pessoas
envolvidas. Ainda, segundo o mesmo autor,
Costuma-se geralmente sustentar que a pesquisa-acção teve origem com Kurt Lewin, psicólogo
de origem alemã, naturalizado americano, durante a provação da Segunda Guerra Mundial.
Alguns pensam, entretanto, que John Dewey e o movimento da Escola Nova, após a Primeira
Guerra Mundial, constituíram um primeiro tipo de pesquisa-acção pelo ideal democrático, pelo
pragmatismo e pela insistência no hábito do conhecimento científico tanto nos educadores como
nos educandos (...) a Pesquisa-Ação tem fortes raízes na Psicologia Social, posteriormente se
abrindo para a pesquisa da vida social ampliando de forma crescente a participação das
populações envolvidas, e de certa forma promovendo uma ruptura com os paradigmas clássicos
da pesquisa em Ciências Humanas.
As designações para a palavra nem sempre são as mesmas: há quem, conforme os casos prefira
“Acção-Investigação”, “Investigação na e/ou para a Acção”, “Pesquisa-Acção”, entre outros,
mas o fundo e o estímulo são idênticos, pode ser entendida como uma forma de pesquisa social
com base empírica que tem como associação a teoria (pesquisa) e a prática (acção), em oposição
à pesquisa tradicional - crítica ao positivismo - a partir de uma colaboração mútua entre
pesquisador e pesquisado.
Para Esteves (2009, p.265), o trabalho pioneiro de Action Research pertence a Kurt Lewin,
(1890-1947), que o aplicou pela primeira vez nos Estados Unidos. Apareceu no âmbito da
psicologia, demonstrando sempre, uma tendência preocupante em relação aos problemas sociais
da sociedade americana. No seu trabalho, Lewin tentou mostrar, de certo modo, que a acção é
mais eficaz que o discurso para induzir modificações de certos comportamentos humanos.
2.2.Definição
Para Elliott (1993) citado por Latorre (2003, p. 24), a Investigação-Acção é um estudo de uma
situação social que tem como objectivo melhorar a qualidade de acção dentro da mesma.
Lomax (1990) a define como “uma intervenção na prática profissional com a intenção de
proporcionar uma melhoria”; Já para Bartalomé (1986) a Investigação-Ação é “um processo
reflexivo que vincula dinamicamente a investigação, a acção e a formação, realizada por
profissionais das ciências sociais acerca da sua própria prática”.
2.3.Características e finalidades
Nos estudos que utilizam esta metodologia destaca-se um desenho metodológico que se
configura num processo cíclico, de pensar-fazer-pensar para investigar e criar a mudança. Estes
ciclos de investigação envolvem diferentes fases que corporizam essa tríplice dimensionalidade -
pensar – agir – criar a mudança (MacNaughton & Hughes, 2009). Constitui-se, assim, como um
processo dinâmico, interactivo e aberto a necessários reajustes e inclui as seguintes fases: i)
planear com flexibilidade; ii) agir; iii) reflectir; iv) avaliar/ validar, onde se descrevem e
analisam os dados que conduzem à avaliação das decisões tomadas e dos efeitos observados; v)
dialogar, de forma a partilhar o ponto de vista com outros parceiros, nomeadamente colegas, ou
outros (Fischer citado por Maximo-Esteves, 2008). Será o escrutínio interpares que permitirá
validar a investigação, acentuando-se, assim, a importância desta metodologia se desenvolver no
seio de comunidades de prática (Mesquita-Pires, 2010).
Por sua vez, as fases acima referidas englobam três níveis de operações distintas:
De acordo com Zubert-Skerritt (1996) citado por Coutinho et. al (2009) a investigação-acção
segue também um processo cíclico que envolve quatro passos, respectivamente:
1. Planeamento estratégico;
2. Acção, isto é, implementação do plano;
3. Observação, avaliação e autoavaliação;
4. Reflexão crítica e autocrítica sobre os resultados dos pontos anteriores e tomada de
decisões para o próximo ciclo de investigação-acção, ou seja, revisão do plano, seguido
de acção, observação e reflexão.
Para Kuhne e Quigley (1997) citado por Coutinho et. al (2009), a investigação-acção é um
processo cíclico, que envolve três fases: fase de planificação, fase de acção e fase de reflexão.
3º. Finalmente a fase de reflexão envolve o processo de avaliação. Se neste momento não se
encontrar a solução do problema, parte-se para o segundo ciclo. A fase de reflexão necessita de
ser sistematizada para poder ser considerada investigação.
Fase de planificação
1. Definir problema
2. Definir o projecto
3. Medir
Fase de acção
Possível 3º Ciclo
4. Implementar e
observar
Fase de reflexão
5. Avaliar Segundo ciclo
6. Parar se o problema Planificação;
estiver resolvido. Se não, Acção;
ir para segundo ciclo Reflexão.
Após a realização deste trabalho conclui-se que, apesar de todas as desvantagens e limitações, a
Investigação-Acção pode constituir uma boa ferramenta para a prática educativa na compreensão
de uma realidade a ser estudada, que pressupõe a construção da problemática e das estratégias de
investigação, apontando como principal potencialidade a articulação, de modo permanente, da
investigação, da acção e da formação.
Um processo de Investigação-Acção não se confina a um único ciclo, pois de facto, e uma vez
que o que se pretende com esta metodologia é, acima de tudo, operar mudanças nas práticas
tendo em vista alcançar melhorias de resultados, normalmente esta sequência de fases repete-se
ao longo do tempo, há necessidade por parte do professor/investigador, de explorar e analisar
todo o conjunto de interacções ocorridas durante o processo, e proceder a reajustes na
investigação do problema.
Editor.
COHEN, L., & Manion, L. (1994). Research Methods in Education. London: Routledge.
COUTINHO, C. P., SOUSA, A., DIAS, A., BESSA, F., FERREIRA, M. J., & Vieira, S. (2009).
Investigação‐acção: metodologia preferencial nas práticas educativas. Revista Psicologia,
Educação e Cultura, 13:2 , pp. 355-379.
DESCOMBE, M. (1999). The Good Research Guide for Small-Scale Social Research.
Buckingham: Open University Press.
GIL, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª Ed. São Paulo: Atlas.
TRIPP, David (2005). Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa. São
Paulo, v.31, n. 3.