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INTRODUÇÃO À

TEORIA DA PENA

PROFESSORA: ALETEIA ALVES


➢É A RESPOSTA ESTATAL, NO
O QUE É EXERCÍCIO DO IUS PUNIENDI
E APÓS O DEVIDO PROCESSO
SANÇÃO LEGAL, AO RESPONSÁVEL
PENAL? PELA PRÁTICA DE UM CRIME
OU CONTRAVENÇÃO PENAL.
A SANÇÃO PENAS
PENAL
DIVIDE-SE
EM 2
ESPÉCIES:
MEDIDAS DE
SEGURANÇA
➢ CONCEITO1: É A ESPÉCIE DE SANÇÃO
PENAL CONSISTENTE NA PRIVAÇÃO OU
RESTRIÇÃO DE DETERMINADOS BENS
JURÍDICOS DO CONDENADO, APLICADA
PELO ESTADO EM DECORRÊNCIA DO
O QUE É A COMETIMENTO DE UMA INFRAÇÃO
PENAL, COM AS FINALIDADES DE
PENA? CASTIGAR SEU RESPONSÁVEL,
READAPTÁ-LO AO CONVÍVIO EM
COMUNIDADE E, MEDIANTE A
INTIMIDAÇÃO ENDEREÇADA À
SOCIEDADE, EVITAR A PRÁTICA DE
NOVOS CRIMES OU CONTRAVENÇÕES
PENAIS. (MASSON, 2020, p. 460).
➢ CONCEITO2: É A ESPÉCIE DE SANÇÃO
PENAL, ISTO É, RESPOSTA ESTATAL AO
INFRATOR DA NORMA
INCRIMINADORA (CRIME OU
CONTRAVENÇÃO), CONSISTENTE NA

O QUE É
PRIVAÇÃO OU RESTRIÇÃO DE
DETERMINADOS BENS JURÍDICOS DO

A PENA?
AGENTE. SUA IMPOSIÇÃO DEPENDE
DO DEVIDO PROCESSO LEGAL,
ATRAVÉS DO QUAL SE CONSTATA A
AUTORIA E MATERIALIDADE DE UM
COMPORTAMENTO TÍPICO,
ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL NÃO
ATINGIDO POR CAUSA EXTINTIVA DE
PUNIBILIDADE. (SANCHES CUNHA, 2020, p.
481).
LIBERDADE (Pena privativa de liberdade).

BENS
JURÍDICOS PATRIMÔNIO (Multa, prestação pecuniária e
DOS QUAIS O perda de bens e valores).
CONDENADO
PODE SER VIDA (Pena de morte somente na
PRIVADO OU excepcional previsão do art. 5º, XLVII, “a”,
SOFRER CF/88).
LIMITAÇÃO: OU OUTRO DIREITO QUALQUER EM
CONFORMIDADE COM A LEGISLAÇÃO EM
VIGOR (Penas restritivas de direitos).
Princípio da Reserva Legal ou da estrita legalidade;

Princípio da Anterioridade;

Princípio da personalidade, intransmissibilidade,


intranscendência ou responsabilidade pessoal;
DOS
PRINCÍPIOS Princípio da Inderrogabilidade ou inevitabilidade;

APLICADOS Princípio da Intervenção Mínima;


ÀS PENAS Princípio da Humanidade ou humanização das
penas;

Princípio da Proporcionalidade;

Princípio da Individualização.
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL
OU DA ESTRITA LEGALIDADE
Nulla poena sine lege – somente a lei pode cominar a pena.

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há


pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984). (CP)
Art. 5º.

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal; (CF/88).
PRINCÍPIO DA
ANTERIORIDADE
• A lei que comina a pena deve ser
anterior ao fato que se pretende punir.
Lei prévia ao fato praticado.

• Art. 1º - Não há crime sem lei anterior


que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984). (CP)
• Art. 5º.
• XXXIX - não há crime sem lei anterior que
o defina, nem pena sem prévia cominação
legal; (CF/88).
PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE,
INTRANSMISSIBILIDADE, INTRANSCENDÊNCIA OU
RESPONSABILIDADE PESSOAL

Art. 5º. XLV - nenhuma pena passará


da pessoa do condenado, podendo a
A pena não pode, em obrigação de reparar o dano e a
hipótese alguma, decretação do perdimento de bens
ultrapassar a pessoa do ser, nos termos da lei, estendidas
aos sucessores e contra eles
condenado. executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido; (CF/88).
Deriva da reserva legal;

PRINCÍPIO DA
INDERROGABILIDADE
OU INEVITABILIDADE

A pena, se presentes os requisitos


necessários para a condenação,
não pode deixar de ser aplicada e
integralmente cumprida
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO
MÍNIMA

• A pena é legítima
unicamente nos ILÍCITOS EM GERAL

casos
estritamente ILÍCITO
PENAL
necessários para
a tutela de um
bem jurídico
penalmente
reconhecido.
A pena deve respeitar os direitos
fundamentais do condenado enquanto ser
humano. Não pode violar a integridade
física ou moral do cidadão.

PRINCÍPIO DA
HUMANIDADE Art. 5º. XLIX, CF/88 - é assegurado aos
OU presos o respeito à integridade física e
HUMANIZAÇÃO moral;
DAS PENAS
O Estado não pode dispensar nenhum tipo
de tratamento cruel, desumano ou
degradante ao preso. (Art. 5º, XLVII,
CF/88).
PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE

• A resposta penal deve ser justa e


suficiente para cumprir o papel de
reprovação do ilícito, bem como
para prevenir novas infrações.

• Tanto na cominação como na


aplicação da pena deve existir
correspondência entre o ilícito
cometido e o grau de sanção
imposta, levando-se ainda o
aspecto subjetivo do condenado.
• Com a individualização da pena,
elege-se a justa e adequada
sanção penal, quanto ao
PRINCÍPIO DA montante, ao perfil e aos efeitos
INDIVIDUALIZAÇÃO pendentes sobre o sentenciado,
DA PENA tornando-o único e distinto dos
demais infratores, ainda que
coautores ou partícipes do
delito.
TEORIAS E FINALIDADES DA PENA

• TEORIA ABSOLUTA FINALIDADE RETRIBUTIVA

• TEORIA RELATIVA FINALIDADE PREVENTIVA

• TEORIA MISTA FINALIDADE RETRIBUTIVA E


OU UNIFICADORA PREVENTIVA
PENA – Será uma
retribuição justa ao
Esgota-se em si
mal injusto
mesma.
provocado pelo
condenado.

TEORIA
ABSOLUTA E Não tem fins de
FINALIDADE readaptação social.
Castigo.
RETRIBUTIVA

Instrumento de
vingança do Estado
contra o criminoso.
TEORIA RELATIVA E
FINALIDADE PREVENTIVA

• A finalidade da pena é prevenir.


• Evitar a prática de novas infrações penais.
• Castigo é irrelevante.
• Pena não se esgota em si mesma.
TEORIA RELATIVA E
FINALIDADE PREVENTIVA

PREVENÇÃO GERAL
PREVENÇÃO GERAL: É
NEGATIVA: Busca criar um
destinada ao controle da
contra estímulo
violência, na medida em
suficientemente forte para
que busca diminui-la ou
afastá-los do crime.
evitá-la. (NEGATIVA OU
Intimidação pela pena.
POSITIVA).
Crime não compensa.
TEORIA RELATIVA E
FINALIDADE PREVENTIVA
PREVENÇÃO GERAL POSITIVA: Consiste em demonstrar e reafirmar
a existência, validade e eficiência do Direito Penal. Vigência da lei
penal.

PREVENÇÃO ESPECIAL NEGATIVA: Busca intimidar o condenado


para que ele não torne a ofender a lei penal. Evitar reincidência.

PREVENÇÃO ESPECIAL POSITIVA: Preocupa-se com a ressocialização


do condenado, para que no futuro retorne ao convívio social
respeitando as regras do Direito.
TEORIA MISTA OU UNIFICADORA E DUPLA
FINALIDADE: RETRIBUIÇÃO E PREVENÇÃO
A pena deve, simultaneamente, castigar o condenado pelo mal
praticado e evitar a prática de novos crimes, tanto em relação ao
criminoso como em relação à sociedade.

Tríplice aspecto da pena: retribuição, prevenção geral e prevenção


especial.

Art. 59, CP: “O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à


conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime:”
TEORIA AGNÓSTICA OU
NEGATIVA
Descrença às finalidades da pena, ao poder punitivo
do Estado e à possibilidade de ressocialização.

Ressocialização jamais será alcançada.

Única função efetivamente desempenhada pela


pena é a neutralização do condenado.
FUNDAMENTOS DA PENA

• FUNDAMENTOS X FINALIDADES

Motivos que justificam Objetivo que se busca


a existência e imposição alcançar com a aplicação
de uma pena. da pena.
RETRIBUIÇÃO
FUNDAMENTOS
DA PENA REPARAÇÃO

DENÚNCIA

INCAPACITAÇÃO

REABILITAÇÃO

DISSUAÇÃO
RETRIBUIÇÃO
• Consiste em conferir algum
tipo de recompensa à
vítima do delito.
REPARAÇÃO
• Assistência à vítima e
reparação do dano.
• Recompor o mal causado
pela infração penal.
• É a reprovação social à
prática do crime ou da
contravenção penal.

DENÚNCIA • A necessidade de aplicação


da pena justifica-se para
exercer a prevenção geral
por meio da intimidação
coletiva.
INCAPACITAÇÃO

• Priva-se a liberdade do condenado.


• Retira-se o condenado do convívio social.
• Proteção às pessoas de bem.
• Embora haja o sentimento de vingança
social, o principal objetivo é excluir o
criminoso do meio social.
REABILITAÇÃO

• Deve recuperar-se o penalmente condenado.


• A pena precisa restaurar o criminoso,
tornando-o útil à sociedade.
• Meio educativo, de reinserção social. E não
punitivo.
DISSUAÇÃO

Busca convencer as A pena retira da


pessoas em geral e o sociedade o indivíduo
condenado de que o nocivo e vai dissuadir
crime é uma atividade as demais pessoas de
desvantajosa e cometerem práticas
inadequada. ilícitas.
ISOLADAMENTE: Cominação única de uma
pena prevista no preceito secundário do tipo
incriminador.

COMINAÇÃO Ex: Art. 121, caput, CP, com pena de


DAS PENAS reclusão.
(PREVISTAS EM
ABSTRATO) –
MODALIDADES:
CUMULATIVAMENTE: O tipo penal prevê
duas espécies de pena.

Ex: Art. 157, caput, CP, com penas de


reclusão e multa.
➢ PARALELAMENTE: Cominam-se,
alternativamente, duas modalidades
da mesma pena.
Ex: Art. 235, parágrafo 1º, CP, com
COMINAÇÃO penas de reclusão ou detenção, pois
DAS PENAS ambas são privativas de liberdade.
(PREVISTAS ➢ ALTERNATIVAMENTE: A lei coloca à
EM disposição do magistrado a aplicação
ABSTRATO) única de duas espécies de penas, mas
ele deve aplicar somente uma.
Ex: Art. 140, caput, CP, com penas de
detenção ou multa
1) QUANTO AO BEM JURÍDICO DO
CONDENADO ATINGIDO PELA PENA

CLASSIFICAÇÃO a) PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE:


DAS PENAS Retira do condenado o seu
direito de locomoção, em razão
de prisão por tempo
determinado.
- CRIMES: Máximo de 40 anos.
- CONTRAVENÇÕES PENAIS:
Máximo de 5 anos.
1) QUANTO AO BEM JURÍDICO
DO CONDENADO ATINGIDO
PELA PENA

b) PENA RESTRITIVA DE
DIREITOS: limita um ou mais
direitos do condenado em
substituição à pena privativa de
liberdade. (Art. 43, CP).

c) PENA DE MULTA: Incide sobre


o patrimônio do condenado.
d) PENA RESTRITIVA DE LIBERDADE:
Restringe o direito de locomoção do
condenado sem privá-lo de sua
1) QUANTO liberdade, ou seja, sem submetê-lo à
AO BEM prisão. (Vedada pela CF/88 – art. 5º,
XLVII, “d”). Possível mediante
JURÍDICO DO autorização constitucional (art. 5º,
CONDENADO XLVI, “a”, CF/88).
ATINGIDO
PELA PENA Ex: Proibir condenado por crime sexual
de aproximar-se da residência da
vítima.
e) PENA CORPORAL: É aquela que
1) QUANTO viola a integridade física do
AO BEM condenado. (Açoite, tortura,
mutilações). São vedadas pelo art.
JURÍDICO DO 5º, XLVII, “e”, CF/88. Pena de
CONDENADO morte é admitida
ATINGIDO excepcionalmente em caso de
guerra declarada contra agressão
PELA PENA estrangeira. (art. 5º, XLVII, “a”,
CF/88).
2) QUANTO AO CRITÉRIO
CONSTITUCIONAL

Penas permitidas
constitucionalmente: Penas proibidas
art. 5º, XLVI e XLVII, constitucionalmente:
CF/88. (Rol art. 5º, XLVII, CF/88.
exemplificativo).
3) QUANTO AO CRITÉRIO ADOTADO PELO
CÓDIGO PENAL (Fonte: MASSON, 2020, p. 466).

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