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Aspectos gerais:
O sistema repressivo é o mais rigoroso instrumento de controle social, pois usa a sanção penal
como ameaça e punição. Não existe nada pior de controlar a sociedade do que a pena. “O
Estado para controlar as pessoas, surgiu as penas”.
Teorias sobre os fins da pena (principais/ as outras que surgiram depois disso tem por de trás
dessas três). Se cada um fizer justiça com suas próprias mãos, não haverá mais controle social.
-Teorias absolutas (retribuías):
-Quem pratica um mal, deve sofrer um mal. A pena se funde na “justa retribuição”, não
servindo para outra coisa a não ser recompensar mal com mal. Racionalmente não se pode
apagar mal cometido, com outro sofrimento. A Pena não tem finalidade nenhuma a não ser
causar o mal a quem o causou. A vingança não é democrática e nem cientifica. Kant era
absolutista, a pena seria relacionada a moral e social. Um artigo interessante chama a “Ilha de
Kant”.
–O grande legado dessa teoria, são os limites estabelecidos na pena. As penas devem sem
proporcionais ao crime. Como seria feita essa proporcionalidade se ela seria apenas uma forma
de vingança. Não olham a conduta praticada, mas sim para o dado na sociedade.
Dividida em:
-Teorias relativas:
Não olham a conduta praticada, mas sim para o dado na sociedade.
Partem da concepção utilitária da pena (prevenção), por meio de seus efeitos preventivos:
Teorias absolutas:
*Absolutismo: o direito penal tem que acabar,
*Direito penal máximo: Tudo tem que ser penalizado, penas cada vez mais severas
-Da cominação (ameaça): pena prevista em lei para cada crime. Visa a pena a proteção de bens
jurídicos de especial valor, sendo o DP a última ratio. No momento em que uma pena é “prevista”
em lei para determinado crime, seu fim principal é atuar sobre os destinatários (cidadãos) para
que estes não pratiquem crimes (prevenção geral). Proteção ao intolerável.
-Da imposição: com a transgressão da lei se impõe a pena, por meio da perda de bens jurídicos
(fundamento é a pratica do delito). O objetivo é demonstrar a efetividade da ameaça (prevenção
geral positiva e especial).
-Da execução: a pena tem como fundamento a sentença condenatória, a qual limita os direitos a
serem atingidos pela mesma, com a perda ou diminuição de bens jurídicos do condenado. Visa-se
a ressocialização, isto é, a finalidade é de reincorpora-lo à sociedade (prevenção social). Não se
pode executar uma pena diferente da sentenciada.
O fundamento das consequências jurídicas do delito é o controle social do intolerável; que todas
as ideias relacionadas com retribuição e prevenção estão situadas não só nas impressões que esse
controle social produz; que o controle social penal tem o Estado social e democrático de direito se
expressa através da intervenção mínima; que para que se possa identificar um caráter democrático
na imposição do controle social penal e logo, da pena, se faz imprescindível a referência ao bem
jurídico, mas, precisamente a verificação de que se com a aplicação da pena o caso concreto, que
efetivamente se está dando uma melhor proteção ao bem jurídico que justificou o castigo e se essa
medida é efetivamente necessária.
A sansão penal vai punir o criminoso tirando o bem jurídico dele, pois, o crime que ele praticou
feriu o bem jurídico de outra pessoa.
Conceito de pena: é a perda de bens jurídicos impostas por órgãos da justiça à quem comete
crimes. Trata-se de sanção característica do Direito Penal, sendo retributiva e preventiva
conforme teoria adotada no nosso código.
Princípios relacionados à pena:
Da legalidade, da personalidade, da proporcionalidade, da individualização, da humanidade; da
inderrogabilidade, (constatada a prática de um crime, a pena não pode deixar de ser aplicada,
como regra); da culpabilidade.
Obs: a medida de segurança tem caráter penal (defesa social), devendo ser assistencial, medicinal,
pedagógica, e se baseia na periculosidade do agente.
SISTEMAS PENITENCIÁRIOS
B) O sistema de Auburn (NY), a ideia é q o preso tinha que custar pouco, não dar despesas,
e ter o controle máximo possível sob eles para que eles trabalhassem. Dividia-se os presos em
categorias. Os presos eram proibidos de conversarem. Jeremy Bentham criou uma torre central
envidraçada em q as celas ficavam na zona periférica. Uma pessoa sozinha tomava conta do
presidio inteiro, tendo pouco gasto. Foi utiliza em hospitais psiquiátricos e algumas escolas.
Sensação de vigia 24h por dia. (Pan-optico).
ESPÉCIES DE PENAS:
-Cumulativamente: quando o tipo penal prevê mais de uma espécie de pena ao crime, devendo o
juiz aplicar todas elas (sempre tem “e” multa);
-Alternativamente: quando o tipo penal prevê mais de uma espécie de pena ao crime, devendo o
juiz escolher qual delas irá aplicar. Exemplo, o artigo 147. (Sempre tem “ou”)
1-Tipos e distinção:
-Prisão simples: não aparece para crimes, apenas para contravenções penais. É privativa de
liberdade. O preso tem que ficar separado daqueles que cometem crimes. Sem aplicação hoje.
Pode ser cumprida em regime semiaberto e aberto. Para crimes hediondos a lei determina regime
fechado.
- Reclusão: destinada aos crimes mais graves. Deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto
e aberto. Medida de segurança do tipo internação. Permite interceptação telefônica na
investigação dos crimes. Pode ser cumprida incialmente no regime fechado, semiaberto ou aberto.
- Detenção: destinada a crimes menos graves. Cumprimento em regime semiaberto e aberto. A
pena deve ser cumprida incialmente em regime semiaberto ou aberto. Medida de segurança do
tipo tratamento ambulatorial.
Obs. A previsão é do próprio tipo penal (artigo).
A) Limitação na concessão de fiança: Autoridade policial somente poderá conceder fiança nas
infrações punidas com pena privativa de liberdade não superior a 4 anos.
B) Espécies de medidas de segurança: Para infração penal punida com reclusão a medida de
segurança será sempre detentiva; já para autor de crime punido com detenção, a medida de
segurança poderá ser convertida em tratamento ambulatório;
C) Incapacidade para o pátrio exercício do pátrio poder, tutela ou curatela: Somente os crimes
punidos com reclusão, praticados pelos pais, tutores ou curadores contra os respectivos filhos,
tutelados ou curatelados, geram essa incapacidade. Na hipótese de pratica de crimes punidos
com detenção, nas mesmas circunstâncias, não gerarão os mesmos efeitos.
O tempo máximo de cumprimento de pena não pode ser superior a 40 anos. Tal limite se refere ao
tempo de cumprimento, mas não para benefícios legais (penais e processuais), daí se considera o
total da condenação sofrida.
Pode ser cominada pena acima de 40 anos, mas não cumprida -por mais de 40 anos. Se cominam
penas de longo prazo por razão dos benefícios legais.
- Conforme o § 1º do artigo 75, se o agente for condenado a penas cuja soma ultrapasse os 40
anos, deverá ocorrer unificação das mesmas para obedecer ao limite legal (retroatividade?
Aqueles que chama que essa alteração foi melhor, retroage, mas para aqueles que consideram pior
é considerado apenas a aqueles depois de 2019 (vigência da lei));
- de acordo com o § 2º do mesmo artigo, ocorrendo condenação por fato posterior ao início do
cumprimento da pena, realiza-se nova unificação das penas, abatendo-se o que já se cumpriu
(perde o já cumprido? Não se perde o que já foi cumprido).
REGIMES PRIVATIVOS DE LIBERDADE
PROGRESSÃO –
-A progressão faz parte da reeducação da pessoa humana, para voltar ao convívio em sociedade.
Deve a decisão que a concede ser motivada, precedida de parecer do Ministério Público e da
defesa, com procedimento do parágrafo 2º do art. 112 da LEP (7.210/84).
No art. 33, parágrafo 2º, está previsto que as penas privativas de liberdade deverão ser
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado.
-Boa conduta e 1/6 da pena cumprida.
-Progressão de regimes na lei vigente hoje, leva em conta: fração de cumprimento de pena;
natureza do crime praticado; modalidade de execução; condição pessoal do condenado; bem
como seu comportamento (Lei de execução Penal nº7.210/84).
-Falta grave: Tempo cumprido da pena é desconsiderado e reinicia-se a contagem para
progressão.
-Não pode haver progressão direta do fechado para o aberto, deve-se passar pelo regime
semiaberto.
-Proibida em casos de crimes hediondos;
-Regressão de regime antes do transito em julgado de decisão condenatória, quando o condenado
permanece em prisão cautelar durante transito em julgado é permitido a progressão de pena.
“Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou aplicação imediata de regime
menos se ver nela determinada, antes do transito em julgado da sentença condenatória.
Além disso deverá o condenado ter boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do
estabelecimento penal.
Não se aplica a parte final do parágrafo 1º do artigo 112, a qual veda a progressão, o que é
inconstitucional.
Não mais se considera hediondo ou equiparado, para fins de progressão, o tráfico de drogas com
causa de diminuição de pena (art.33, § 4º da lei 11.343/06).
No caso de prática de falta grave durante a execução da pena, o tempo que já cumpriu da pena é
desconsiderado, sendo zerado e iniciando a contagem a partir de tal prática (falta grave encontra-
se prevista no artigo 50 da LEP).
REGRESSÃO:
-Caráter menos rigoroso regride para o mais rigoroso;
-Pode haver regressão direta do aberto para o fechado;
-Prevista como obrigatória para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o sentenciado
pratica fato definido como crime doloso ou falta grave, ou sofre condenação, por crime anterior,
cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torna incabível o regime atual.
-Quando em regime aberto, pode ocorrer se frustra os fins da pena ou se, podendo, não paga a
multa, devendo ser ouvindo previamente.
-ART. 50 da LEP.
-Regressão para regime mais grave:
A) adaptação do regime: nos termos do art. 111 da LEP, quando houver condenação por mais de
um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de
cumprimento será feita pelo resultado da soma ou da unificação das penas, observada, quando for
o caso, a detração ou a remição. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena
ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime. (Muitas vezes acaba-se
cumprindo penas maiores de 40 anos por causa da unificação das penas)
b) regressão por falta: nos termos do artigo 118 da LEP, o condenado pode ser regredido a regime
mais rigoroso quando praticar fato definido como crime doloso, praticar falta grave ou sofrer
condenação, por crime anterior, cuja pena somada ao restante da pena em execução, torne
incabível o regime. No caso de cometimento de crime doloso, susta-se os benefícios do regime
que está sendo cumprido, aguardando a condenação com trânsito em julgado, que leva ao regime
mais grave (se absolvido, restabelece o regime sustado).
-Penas mais graves devem ser cumpridas primeiramente, independente da ordem de chegada das
guias de recolhimento. Havendo pena por crime hediondo a ser cumprida, estas devem ser em
primeiro lugar. Art. 76 do CPB.
Detração penal: permite descontar, na pena ou na medida de segurança, o tempo de prisão ou de
internação que o condenado cumpriu antes da condenação. No caso de prisão em processo
diferente, outro crime imputado à mesma pessoa, de que tenha ela sido absolvida, se admite a
detração desde que se trate de outro crime anteriormente cometido. Tidas como de pena ou
medida de segurança efetivamente cumpridas.
- detração E multa: aplica-se por analogia, no desconto da pena de multa o tempo de prisão
provisória. Quem foi preso preventivamente para, ao final, ser condenado apenas à pena de
multa, não terá nada a cumprir.
- detração e regime inicial da pena: não deve a mesma ser levada em conta para fixação do
regime inicial, valendo a condenação “oficial”.
Pode ocorrer nas hipóteses de (Art. 42 do CPB):
Requisitos- que devem estar presentem simultaneamente- para a aplicação da pena restritiva de
direitos em substituição à pena privativa de liberdade:
1º) requisitos objetivos:
a) Quantidade de pena aplicada: pena não superior a quatro anos- reclusão ou detenção-
independente da natureza do crime- doloso ou culposo- pode ser substituída por pena
restritiva de direitos. Não se aplica a crimes culposos, desde que se apliquem os demais
requisitos;
b) Natureza do crime cometido: Privilégio nos crimes culposos- permite-se a substituição
da pena privativas de liberdade independentemente da quantidade de pena aplicada.
Ressalva-se que, pena superior a 1 ano de prisão, a substituição deverá ser por uma pena
restritiva de direitos, a cabível na espécie, e multa, ou, então por duas penas restritivas
de direitos, desde que possam ser executadas simultaneamente.
É possível a aplicação cumulativa em delitos que cominem pena privativa de liberdade
cumulada com a de multa. Quando a condenação não for superior a 1 ano de prisão, este
poderá ser substituída por pena de multa. A pena restritiva de liberdade com
condenação menor de 1 ano poderá ser substituída pela restritiva de direitos ou por
cominação de multa, determinada pelas circunstancias gerais; será substituída pela pena
justa, aquela que revelar menos grave ao apenado;
Para crimes superiores a um ano, o julgador tem um elenco variado de sanções para
eleger a que melhor se adapte a situação e atenda a ordem jurídica bem como as
exigências de prevenção geral e especial. Pode se optar entre uma restritiva de direitos e
multa, duas restritivas de direitos, suspenção condicional da pena especial, suspenção
condicional simples, sem a necessidade de utilizar pena privativa de liberdade.
Contudo, se a pena privativa de liberdade for indispensável ou recomendável, contará
com a possibilidade de determinar sua execução em regime aberto.
2ª fase: o cálculo da pena de multa deverá ser encontrado no valor de cada dia-multa, e, nessa
oportunidade, o julgador valorará somente as condições econômicas do sentenciado. Para
verificação da real situação financeira do apenado, o magistrado poderá determinar diligências
para apurar com mais segurança a verdadeira situação do infrator, para se evitar a aplicação de
pena exorbitante ou desprezível. Não havendo elementos probatórios necessários, nos autos,
para permitir que a fixação da pena multa se afaste do mínimo legal, qual, seja, de dez dias-
multa e o valor de uns trinta avos, essa pena deverá ser fixada no mínimo legal.
3ºfase: só ocorre quando mesmo aplicando o valor do dia-multa no máximo o juiz constate que,
em virtude da situação econômica do acusado, ela não seja suficiente para puni-lo
adequadamente. Assim, poderá elevar até o triplo suficiente para puni-lo adequadamente.
Fase executória: Pagamento de multa:
-Segundo o código penal deve ser paga dentro de 10 dias depois de transitada em julgado a
sentença.
-Lei de execução Penal determina que o MP, deverá requerer a citação do condenado para, no
prazo de 10 dais, pagar o valor da multa, ou nomear bens à penhora.
-O prazo do Código Penal é para a multa ser paga e o prazo da LEP é para a multa ser
cobrada. Ou seja, a previsão do Código Penal é para pagamento voluntário e a previsão da LEP
é para pagamento compulsório.