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Luiz Greco)
Legitimidade da Pena
Quando é e quando não é pena? O que é a pena? Onde está a diferença entre prisão
processual e prisão pena? Multa de trânsito x multa penal? Imposto de renda x multa
penal?
Abolicionistas
A pena é ilegítima; a pena deve desaparecer da sociedade. ZAFFARONI. Refletir sobre
a pena é perda de tempo, a pena é ilegítima e imoral. Entende-se que todo poder estatal
é ilegítimo [abolicionistas anarquistas], ou certa manifestação dele (a pena) o é
[abolicionistas estatalistas].
Crítica aos abolicionistas: Se alguém crê que o Estado ou o Direito como um todo são
instrumentos de dominação de uma classe sobre outra, opressão, manifestação que
reproduz relações de desigualdade e dominação numa sociedade, não é o âmbito da
discussão do Direito Penal.
Estatalistas
Apriorístico - TOLSTOI: a pena, por ser imposição de um mal a outra pessoa, sempre é
algo ilegítimo, pois existe uma proibição moral de fazer mal. Implausível. Justificável a
imposição de um mal (legítima defesa, demissão com justa causa). TOLSTOI defendia
um pacifismo, imperativo moral de virar a outra face.
Pena
Para a imposição de pena, é necessário o atendimento de uma série de requisitos,
sobretudo a culpabilidade. Só pode ser imposta por juiz, diante de existência de lei
prévia e limitada. Todas essas limitações são existentes no Direito Penal e não
necessariamente nos outros ramos.
Conceito insuficiente. Se é só uma censura social, para que tantas garantias que a
prescindem? Tenta “adoçar” o direito penal, escondendo que aplica um mal físico a
alguém. Transforma em pena muitas coisas que não o são (instaurar processos contra
mortos – pena como censura OK, pena como imposição de mal físico NÃO). Juiz não
tem autoridade para formular censura moral a alguém.
Pena não é sanção mais severa que a sanção administrativa. É sanção qualitativa, que
atinge direitos “inatos” (vida, corpo, liberdade) versus os direitos “adquiridos”
(cidadania, propriedade). Os direitos inatos são protegidos contra intervenções de
interesse público.
Obs: prisão preventiva como reação a uma atitude, é pena e, portanto, ilegítima.
Teorias da Legitimidade e Justificação
Discussão no plano da moral. Quem pode pedir justificação da pena é o apenado, ou a
sociedade (que é limitada pela cominação de uma pena e arca com seus custos).
A pena está justificada por razões de justiça, e não por conveniência. Expiar as culpas.
(Sec. XIX) HEGEL – Direito como relação de reconhecimento e respeito entre pessoas,
e o delito é a negação do direito (nulo). O Estado deve intervir e “nulificar” a
nulificação do direito, por meio de uma pena.
Porém, deixa de lado a perspectiva da sociedade, que arca com os custos da pena sem
ganhar qualquer vantagem. Justiça não é o único valor a ser realizado pelo Estado, nem
tão valioso a se justificar os gastos com a pena.
Prevenção geral
Busca obter algo bom (prevenção de delitos) da sociedade.
Prevenção especial
Busca obter algo bom (prevenção de delitos) daquele que é castigado. A pena concreta é
que deve reduzir a criminalidade. LIZST: “A pena existe como pena-fim, meio para
combate aos delitos, e é aplicada a um autor, devendo este ser o objeto de preocupação
do Direito Penal.
Direito da vítima
A pena é um direito da vítima. O delito é uma afirmação no mundo moral. Fere a vítima
e declara que está acima dela. A pena declara à vítima que isso não é verdade. A
personalidade da vítima é negada. Alcance limitado a certos delitos de vítima concreta.
“Não existe possibilidade de uma teoria da pena unitária”. Ponderação dos direitos do
criminoso com os interesses da vítima, colocando o autor em uma posição precária.
Contribuição do cidadão
PAVLICH: a sociedade em que vige o Direito é uma ordem de liberdade, onde todos
podem ser cidadãos (possuem uma esfera de liberdade). Essa manutenção da ordem de
liberdade custa de todos, e a principal contribuição é a de não cometer delitos. Mau
cidadão, colhe os frutos dos outros mas não contribui.
Opinião do Professor
Justificar a pena tanto diante do indivíduo, quanto diante da sociedade.