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PROCESSO PENAL, CRIME E JUSTIÇA RESTAURATIVA

Becchara
Zanoide
O SENTIDO DA PENA E A RACIONALIDADE DE SUA APLICAÇÃO NO
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

1. Está desrespeito à essência do Direito Penal.


2. Embora o sentido da pena e o conceito de crime sejam pilares do
direito penal, em pleno séc XXI, nenhum desses conceitos é claro.
a. Não se sabe exatamento o que pode ser crime.
b. Não se sabe exatamente qual seja a função da pena.
3. Dessa forma, o Direito Penal seria uma “ciência atormentada”, como
coloca Radbrouch, pois não possui bases sólidas.
4. O resultado disso seria que o Direito Penal vai encontrar muita
dificuldade em garantir os direitos individuais, muitas vezes sendo
apenas formalmente norma.
5. Por ser um dos ramos mais violentos do direito, ele tem um grande
potencial político, de modo que, históricamente, o Direito Penal foi
utilizado como um instrumento de persegução contra o “Inimigo”.
6. Os conceitos dentro da Ciênica Penal, portanto, são conceitos
políticos, focos de disputas.
7. Nesta toada, muitas vezes há uma sobreposição entre política criminal
e política social, de forma que determinados grupos marginalizados
deixam de ser observados como potenciais vítimas e sim como
potenciais ofensores contra outras partes da sociedada merecedora de
proteção. Assim, cria-se uma criminalização da marginalização.
8. Nisso, levanta-se a seguinte questão: como o Direito Penal pode se
insurgir contra essas pessoas, de maneira violenta, sem que haja
uma reação por parte da sociedade?
9. Essa, no mínimo, apatia em relação à situação é originada no medo,
medo de ser vítima em potencial, o que leva a um incremente no
Direito Penal, buscando um Estado mais atuante e mais agressivo, em
busca de proteção, mesmo que isso leve à arbitrariedade.
10. Geralmente, a história das penas é entendida a aprtir de um processo
civilizatório de abandono das penas corporais em lugar adas penas
privativas de liberdade, tendo como ponto central de mudança o
Iluminismo.
11. No entanto, esse movimento não seria verdadeiramente civilizatório,
linear, mas sim de maneir pendular, a partir dos movimentos
políticos. A concepção linear se dá apenas como forma de justificativa
e fundamentação da pena.
12. Assim, pode-se concluir o que seria a pena: prática de violência.
13. Em uma concepção dogmática conformista do sentido da pena, de que
esta seria uma remédio “amargo mas necessário”. No entanto, isso
levaria à auto-fundamentação da pena, de que a dogmática se
fundamenta na próprio dogmática, afastando a teoria da realidade
prática da pena.
14. A realidade da aplicação das penas é mais “selvagem”, com
magistrados se afastando da fundamentação com base na finalidade
das penas. No âmbito teórico, há pouco desenvolvimento no campo da
finalidade da pena, ainda estagnada em uma visão antiquada, calcada
na realidade européia e longe da realidade desigual e discrimatóra da
América Latina.
15. A dogmática camuflaria a arbitrariedade sob um manto de
racionalidade, econdendo a questão do sistema presidiário.
16. Não se poderia falar que o Estado de coisas carcerário é disfuncional,
pelo menos não de um ponto de vista material, mas sim é
perfeitamente funcional enquanto objetiva criar uma realidade de
precariedade. Seria disfuncional apenas em relação às teorias
idealistas da função da pena, as mesmas que, na realidade, buscam
manter o Estado material das coisas.
17. Nisso, levantam-se as seguintes questões:
a. A pena é racional ou mesmo necessária?
b. Que fins devemos perseguir por meio da emaça , da
imposção e da execução da pena?
c. A deve ser um mal?

PROCESSO PENAL E PENA


1. Pena, violência e processo penal
a. A pena é a violência estatal culturalmente aceita como uma
necessidade.
b. O processo penal surge como um instrumento de controle do
exercício da violência pelo Estado na forma da pena, haja vista
a essencialidade da pena ao Direito Penal.
c. A partir do momento em que se controla o processo, passa-se a
controlar o prorpio poder, pois não poderia mais ele ser exercido
livremente pelos representantes
d. O conceito de “devido processo legal” nasce com a Magna Carte
em 1215, mesmo que tenha sido violentamente imposta pelos
Nobres contra o rei João Sem-Terra.
e. Historicamente, portanto, as regras do processo penal
constituem atos de violência e, portanto, controlar o processo é
controlar a própria violência processual, por meio de regras
estritas e claras.
f. O centro do processo penal é a violência institucional,
especificamente, a violência institucional na forma da pena. A
razão de ser dele é a pena, de modo que se se abolir a pena, não
mais subsistiria necessidade de haver um processo penal.
g. O processo penal são regras de controle tanto dos entes estatais
como dos próprios indivíduos processados, de forma que muitas
vezes funcionam para uns e não para outros.
2. O ensino do Direito geralmente foca apenas em métodos pré
estabelecidos de compreensão/organização do processo penal em três
moldes: inquisitório, acusatório e misto. Na realidade, os três são a
mesma coisa: inquisitio, que consiste na metodologia de “buscar a
verdade” pelo sujeito detentor do “poder-saber”, que definem quando e
como o processo começa, se desenvolve e termina, definindo ao final o
que seria a “verdade” para eles.
a. Na realidade, nesses métodos, a “verdade” é uma atribuição
dada a algo feito por quem tem a maior autoridade, daquele que
tem o “poder-saber”
3. A única real diferença entre os 03 sistemas principais é a intensidade
do exercício desses poderes.
4. Zaffaroni acredita que a aplicação a pena gera uma suspensão de um
problema social, que retorna a partir do momento em que a pena
cessa. No entanto, o professor acredita que na realidade esse
problema piora, haja vista que o ambiente carcerário pode gerar o
agravamento da condição do sujeito.
5. A proposta de uma solução diferente que não seja a prática de
violência por meio da sanção não significa a abolição completa desse
sistema de abordagem à criminalidade, mas sim propõe-se que esse
não seja o único modelo
6. Juridicamente é um mal, não tendo como não ser, haja vista que é
algo imposto que inevitavelmente gera o estigma, a humilhação, do
individuo.
7. Teorias idealistas da pena
a. Doutrina alemã chegou à conclusão de que 03 elementos
combinados geraram a discussão sobre a finalidade da pena:
retribuição, prevenção geral ou prevenção especial.
b. Fundamentos da pena
i. Finalidade se diferencia de fundamentos
ii. São eles: culpabilidade e periculosidade.
iii. Esses conceitos se relacionam a ideias diferentes de
direito:
1. Justiça: dar a cada um o que é seu
a. A partir desse conceito criam-se as teorias
retributivas da pena.
b. A pena seria a retribuição de um fato
criminoso.
c. A mudança dessa retribuição se deu em razão
da necessidade de se gerar uma equação
entre as categorias de “delito” e “pena”.
i. Como igualar a pena ao ato criminoso
praticado.
ii. O máximo que se conseguiria se deu
pelo conceito geral de “mínima
proporcionalidade”.
d. Outro problema é que não trazem outros
objetivos além da retribuição em si.
2. Segurança jurídica: conjunto de condições que
permiteim que o indivíduo tenha segurança de que
seus direitos garantidos serão respeitados.
a. A partir desse conceito surge as teorias de
prevenção geral, sejam positivas, sejam
negativas.
b. As teorias de prevenção geral negativa tem
como base a counicabilidade da pena pela
disuassão da prática de crimes
c. As teorias de prevenção geral positiva, cm
contrapartida, tem comobase a pena como
forma de reforçar determinados valores
sociais.
d. No entanto, essas teorias também falham em
realizar uma equação correta para basear o
sistema penal, haja vista que, se a pena serve
para comunicar algo, não busca igualar a
pena ao delito, que são esquecios, focando-se
apenas da comunicação, como se a sociedade
pudesse ser vista consensualmente e que o
crime estaria fora da lógica normal da
sociedade.
3. Utilidade do direito/Adequação ao fim: ideia de
que a pena deve ter um objetivo útil da sociedade,
especificamente, evitar que o delinquente volte a
delinquir.
a. Esse objetivo é influenciado pelo positivismo
criminol´ogico, que retira a ideia de
culpabilidade como base da pena para a ideia
de periculosidade.
b. Nesse caso, a pena counica-se
especificamente com o delinquente, gerando
as teoria de prevenção especial negativa, que
pregam a inocuização do condenado
i. Liszt e os delinquentes incorrigíveis.
a. Incorrigíveis, para Frazn
von Lizst, seriam os
delinquentes que deveriam
ser neutralizados, haja
vista que a impossibilidade
da pena de corrigir seu
comportamento geraria a
necessidade de
afastamento da lógica
social permanente.
b. Seria, no entanto, uma
classificação artificial e
determinista da realidade
social, além da completa
arbitrariedade na definição
de quem seriam
incorrigíveis ou não.
c. Busca-se essencialmente a
eliminação biológica dos
indivíduos.
c. Ao lado, também coloca-se a prevenção
especial positiva, em que a pena toma como
finalidade a reeducação e ressocialização do
delinquente.
i. Notadamente, haveria, primeiro, uma
contradição essencial à essa lógica, de
modo que a ressocialização não seria
alcançada por meio da reclusão do
indivíduo, com a pena gerando apenas
dessocialização.
ii. A segunda seria a arbitrariedade do
conceito de ressocialização, sobre o que
o conceito de o que é ressocializar e o
que é uma pessoa ressocializada.
1. Na realidade, se trataria apenas
de uma lógica disciplinar, de
adequar o comportamento à
determinados padrões esperados
iii. O cerne, por fim, da ressocialização
está no conceito de periculosidade,
como o indivíduo perigoso que exige
modificação para que a sociedade seja
protegida contra ele.
2. Conclusão
a. A conclusão, a partir das críticas às teorias da pena, é a de que
nenhuma dessas teorias explica a realidade brutal da pena.

POLÍTICA CRIMINAL E MODELO PENAL NÃO VIOLENTO


1. Política criminal como o conjunto de escolhas políticas que
estruturam o modelo criminal e, por sua vez, os textos normativos
materiais criminais e processuais penais.
2. A partir do momento que se tratam de escolhas, elas podem ser por
um direcionamento violento assim como um não violento.
3. A questão é que atualmente a escolha, de uma maneira geral, foi no
sentido de se tratar de um modelo punitivista e violento.
4. A política criminal, com suas escolhas, vai injetar os seus aspectos de
metodologia, agentes, sentido e finalidade que estruturarão o modelo
criminal.
5. O modelo se instaura em um plano anterior, político, definidor de
metodologia, agente, sentido e finalidade. O sistema é a concretização
do modelo em um sistema material ou processual.
6. Modelo criminal violento e modelo não violento
a. O modelo não violento conta com a figura do “facilitador”, que é
formado com uma finalidade que não é a do embate.
b. O facilitador não está preocupado com a sentença e com omj
crime, mas sim como as partes e a comunidade foram afetadas
pelo ato criminoso. Quais são os fatores que envolveram aquelas
pessoas naquela situação.
i. Por exemplo, analisar os fatores familiares que podem
levar à reincidência.
c. A essencialidade do modelo não violento é a criação de um
diálogo entre os agentes
d. Os modelos violentos e não violentos não podem se misturar, os
agentes de um não podem atuar dentro do outro, de forma que
um modelo tende a inserir suas dinâmicas e finalidade dentro
do outro, desvirtuando suas essências.
7. A efetivação de mudanças devem vir desde escolhas de política
criminal.
8. Justiça Penal Negociada
a. A dinâmica do “acordo” dentro do sistema penal atual estão
inseridos também em uma lógica violenta.
b. Tem uma dinâmica semelhante ao do processo vigente, com os
mesmos atores, com as regras de como ele ocorre sendo
determinadas pelo Estado na forma do Ministério Público.
Portanto, não tem uma dinâmica horizontal.
c. A dinâmica do acordo não é buscar lidar com o que o crime
causou ou a dinâmica social que condicionou o crime, mas sim
buscar a pena, a punição.
9. A questão central não é que um sistema violento seja utilizado, pois
ele vai, e talvez tenha de ser utilizado. O ponto é que ele não precisa
ser sempre utilizado, que ele não precisa ser a regra, mas sim haveria
necessidade de um novo modelo e um novo sistema, baseado na não
violência.
POLÍTICA DE INCENTIVO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DA(S) JUSTIÇA(S)
RESTAURATIVA(S)
1. Justiça e práticas restaurativas
a. Práticas restaurativas, são aquelas práticas responsáveis por
operacionalizar a justiça restaurativa, mas com ela não se
confundem.
b. Justiça restaurativa seria o paradigma, que fornece o subsídio
de racionalidade para influenciar a maneira como responder à
situação-problema abordada.
c. Atualmente, pensamos o crime a partir da pena e que essa é a
única maneira de tratar o crime.
2. Práticas restaurativas e mitos
a. O rol de práticas restaurativas, partindo do paradigma, é amplo.
b. Não seriam apenas uma propriedade do sistema de justiça e do
Estado, mas sim antecedem a presença do próprio Estado,
existente já em sociedades comunidades tribais, haja vista já
existirem relações intersubjetivas.
c. Justiça restaurativa não é apenas para casos fáceis, atuando
apenas à margem.
d. Também não é perdão ou “conversinha” com o crime. O perdão
pode ou não surgir, mas o que importa é a experiência dialógica
de alteridade. O facilitador esta ali para criar um espaço seguro
e democrático de como as partes podem construir uma resposta
para a situação, geralmente envolvendo pessoas dentro da
própria comunidade.
e. Não é propriedade de uma área específica do conhecimento.
f. Não se trata também de práticas alternativas de pena, mas sim
alternativas à pena. É uma participação ativa direta das
pessoas.
3. Narrativa Estatal X Narrativa Periférica
a. Justiça restaurativa não precisa ser feita pelo Estado para
acontecer, existindo, por exemplo, nas rodas de solução de
conflitos praticadas pelo povo Tupi.
4. Enquanto movimento político
a. Surge, nos anos 70, com práticas de conciliação e demandas de
comunidades tradicionais que não se viam representadas no
sistema de justiça e requisitavam a aceitação de suas práticas.
b. A partir dos anos 80 e 90, há o início da estruturação teórica da
justiça restaurativa.
c. A expansão internacional e chegada no Brasil ocorre a partir
dos anos 90.
5. No Brasil
a. O Judiciário abarca essa ideia como uma alternativa de solução
de seus casos, mas ainda sim inseridos no modelo persecutório.
b. Em 2010, houve uma capacitação de agentes dos tribunais a
partir da elaboração teórica externa,
c. No entanto, em um relatório feito pela professora Vera Andrade,
o que ocorreu foi que aplicaram-se praticas de
heterocomposição, com imposições pelo juiz, com pequena
incorporação das vítimas, as respostas eram dadas em
complemento às respostas punitivas tradicionais, as pessoas
eram constrangidas a participar da justiça restaurativa, a qual
ficou exclusiva a casos de menor potencial ofensivo apenas.
d. Assim, houve uma ampliação do controle institucional das
pessoas, com facilitadores que funcionam não numa lógica não
violenta.
e. A realidade é que houve uma envernização da violência
institucional, desconexa do contexto do fato e desconexa da
comunidade da qual as partes estão inseridas.
JUSTIÇA RESTAURATIVA
1. A lógica da justiça no sistema penal comum se dá na
responsabilização de um ato criminoso por meio da pena, seguindo
uma lógica de retribuição (a justa resposta ao mal praticado), a
prevenção (por meio do medo da aplicação da pena) e a
ressocialização.
2. A lógica seria restabelecer a estabilidade social anterior ao ato
criminoso.
3. O funcionamento do mecanismo seria voltado para a concretização de
um bem, de uma satisfação da coletividade frente à prática de um ato
criminoso, causador de raiva e ódio, concretizando a justiça.
4. No entanto, há uma maior dificuldade na satisfação daqueles mais
diretamente envolvidos no ato criminoso. Como o sistema penal
poderia lidar com os sentimentos de raiva, ódio, tristeza e necessidade
de explicação das vítimas e seus familiares; o medo e culpa do agente;
e, por fim, do medo daqueles mais próximos ao causador do dano?
5. A lógica da pena, portanto, é insuficiente para a real satisfação do
problema.
6. Há uma contradição clara também na medida em que o sistema, que
funciona na restrição da liberdade e causa medo na população, em
tese deveria gerar segurança e possibilitar a liberdade.
7. Em resumo, os pressupostos do sistema de aplicação da violência do
Estado contra os indivíduos não cumpre com as promessas que
oferece pela sua sustentação.
8. A lógica da violência impede a existência de uma “violência boa”, haja
vista que ela sempre terá um caráter destrutivo e, como coloca o
professor Zanoide, é baseada e legitimidade numa categorização do
outro, resumido na frase de que “ninguém se importa com quem tá
preso". A violência não vai fazer bem ao outro.
9. A relacionalidade (como nós nos relacionarmos com demais pessoas) é
um importante aspecto da vida humana, extremamente necessário.
Assim, um sistema que corta esses laços, que isola os indivíduos,
inevitavelmente não gerará seres humanos saudáveis.
10. Vem daí a necessidade de se criar uma justiça relacional.
11. Na lógica da justiça restaurativa, portanto, há o funcionamento da
seguinte lógica:
a. Analiza-se o caso, identificando o que ocorreu e as partes que
mais foram afetadas pelo caso.
b. As partes, na audiência, buscam alcançar uma solução
conjunta por meio do diálogo
f. O princípio da voluntariedade e confidencialidade são essenciais
nesse momento, ou seja, que as partes devem voluntariamente
escolher se relacionar e devem permanescer em sigilo.
c. Justiça restaurativa – continuação - justiça restaurativa permite
que as pessoas afetadas (agentes, vítimas, e terceiros afetados)
apresentam suas questões e visões sobre o caso, os sentimentos
de ódio, raiva, dor e medo e podem chegar a um entendimento e
até mesmo satisfação de suas necessidades no processo.
INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA
1. “Comunicação não violenta”
a. Obra de Marshall B. Rosenberg
b. Psicólogo americano
c. Década de 70/80.
d. Inspirado no conceito de “não violência”, passou a estruturar os
princípios para dar mais humanidade à comunicação.
e. Comunicação seria uma ponte que liga os indivíduos e ideias,
permitindo a transformação da realidade e o acordo.
f. Reconheceu a necessidade de retirar as pessoas de um lugar de
opressão na comunicação e permitir que realizem seu potencial
e suas ideias. Para isso, seriam necessários:
i. Receber com empatia o outro
ii. Expressar com autenticidade, ou seja, que se coloque na
fala suas necessidades de uma maneira verdadeira.
2. Observação
a. Primeiro princípio da comunicação não violenta.
b. É a necessidade de que se retirem os preceitos, o que se acha
que já se sabe, para que se observe a realidade do outro, na
forma da presença e da plena atenção.
c. Na comunicação, a violência pode acontecer de diferentes
formas, seja bem expressa, seja de maneira escondida, ou até
mesmo no silêncio.
d. A observação não pode vir acompanhada de avaliação imediata,
mas sim isso deve vir após um longo processo de observação
cuidados.
e. Esse nível de observação pode ser alcançado por vezes por meio
do questionamento do outro, para que ele veja o outro lado.
f. O problema é que a rapidez na avaliação gera a criação de
rótulos e categorias, o que leva a preconceitos. Essas avaliações
geralmente levam a um sistema binário de pensamento, do certo
e errado, e não percebe as nuances produzidas entre os
extremos.
3. Sentimentos
a. Segundo elemento.
b. É a inteligência emocional.
i. A auto compreensão de como as emoções me impactam
que se poderá compreender como as emoções causadas
pelo conflito podem impactar o outro e como isso
condicionará o comportamento do outro.
c. Necessidade de se expressar os sentimentos e ter uma nova
consciência em relação a eles, que não devem ser reprimidos.
d. Emoção, em sua contrapartida, é uma instância momentânea
causada por um estímulo externo.
e. Sentimentos são as reflexões decorrentes desses sentimentos,
devendo se desenvolver como forma de evitar que as emoções
geram ações impulsivas.
4. Necessidades
a. As necessidades, quando são ou não atendidas, geram
sentimentos.
b. No momento do conflito, as partes podem não conseguir dizer o
que lhes afeta diretamente.
c. Assim, o mediador deve dar espaço para que, na conversa, os
indivíduos possam compreender as causas do que levou à
reação violenta.
d. Pseudo-sentimentos seriam uma interpretação das ações dos
outros.
i. Ex: sentimento de abandono causado pela interretação de
que um outro abandonou a pesso.
e. É central à CNV que tomemos responsabilidade pelos nossos
sentimentos.
f. Quanto mais basilar a necessidade, valor ou princípio afetado,
geralmente mais impulsiva chega a ser a emoção cauda.
g. É necessário interpretar aquilo que foi ferido para que se chegue
a um acordo.
5. Pedidos e ofertas
a. Nisso, compreendidas as causas e criado o ambiente de
comunicação não violenta, os pedidos formulados terão a maior
chance de serem realizados.
b. Utiliza-se a criatividade para criar pedidos que podem ser
satisfeitos por meio da cooperação
c. Esses pedidos não se traduzem como exigência a serem
impostas ao outro.
d. Apenas é possível a partir do momento em que sejam
compreendidas as necessidades do outro.
6. Teoria “U”
a. Conflito nasce da existência de diferenças entre os indivíduos.
b. O mediador vai trabalhar como uma proposta de diálogo onde
as pessoas possam conversar sobre os seus interesses e, a
partir disso, criar algo que ambas as partes desejam, um
acordo.
c. A Teoria “U” é uma técnica de mediação que explica como se
chegar nesse ponto “novo”.
d. Presença: primeira parte, com o mediador explicando a
importância da conversa, exercitando que as partes se escutem
e entendam quem cada uma é.
e. Observação: mediador permite que as partes falem sobre o fato,
como elas viveram aquele fato.
f. Conexão: mediador permite que as partes explorem como cada
um se sentiu em relação ao fato.
g. Integridade: partes reconhecem o que cada uma precisa.
h. Opções: partes tratam de como conseguir chegar a um
consenso sobre o que pode ser feito com foco central na
criatividade.
i. Consentimento: decisão coletiva entre as partes do que deve
ser feito.
7. Facilitador
a. Permite que as partes se comuniquem como forma de superar o
conflito.
b. Facilitador necessita não apenas de presença, mas também
imparcialidade.
c. Facilitador precisa estimular posturas pró ativa, como forma de
chegar em um resultado comum.
d. Deve-se manter o equilíbrio no diálogo, para que todas as
partes falem e sejam ouvidas.
e. O Facilitador também deve fazer o teste de realidade, analisando
se aquilo que foi acordado pode ser cumprido.
8. Emoções
a. Ocorrem através de estimulos externos (a partir de fenômenos
externos) ou internos (pensamentos manifestando sentimentos)
b. A inteligênica emocional é o que permite o reconhecimento das
emoções e como melhor lidar com elas.
c. Permite a criaçaõ do vínculo entre a parte irracional (emoção) e
racional (o que fazer fretne a ela)
9. Aptidões da inteligência emocional
a. Conhecer as emoções próprias: de que maneira determinados
eventos afetam nós mesmos.
b. Saber lidar com as emoções: descobrir porque determinadas
emoções nos afetam tanto
c. Capacidade de automotivação: desejo de alterar os
comportamentos.
d. Reconhecer a emoção no outro: entender que o indivíduo
também é um ser emocional e pode ter reações distintas aos
fenômenos.
e. Saber lidar com relacionamentos e conflitos: necessidade de
foco no que foi aprendido nos outros passos. Deve-se impedir
que se fique em em uma lógica de auto culpabilização ou
culpabilização do outro.
10. Do comportamento automática para comportamentos
conscientes
a. NO automático, o impulso leva a emoção e imediatamente à
reação
b. No comportamento consciente, o impulso ocorre, a emoção é
grande, mas então passa-se à reflexão sobre o que ocorreu e, no
fim, reagir sobre o que ocorreu.
OFICINA INTRODUÇÃ À CNV
1. O que ganahr escutando mais e melhor? Uma melhor compreensão da
realidade e, nisso, do outro e de suas necessidades.
2. O que perdemos deixando de encontrar uns aos outros? A convivência
pacífica.
3. Necessidade de boa comunicação que não se recolher na
insignificância (participar ativamente da conversa), mas praticando a
renúncia do saber e da “telepatia” (a aceitaçaõ que nenhuma das
partes terá a verdade completa dos fatos, e nem deve-se tentar
pressupor o que o outro esteja pensando).
4. O que não fazer:
a. Aconselhar o indivíduo.
b. Competir pelo sofrimento, ou seja, tentar competir para ver
quem sofreu mais em determinada ocasião.
c. Tentar educar o outro.
d. Consolar.
e. Contar/competir a história com o utr.
f. Encerrar o assunto.
5. Quando mais deixamos de escutar:
a. No desinteresse Interrupção
6. Postura para a Escuta empática
a. Presença
b. Aber…(ver slides)
7. Exercício prático (caminho da autoempatia)
a. Relatar o que aconteceu no conflito.
b. O que passou na sua cabeça no momento do conflito.
c. Quais as emoções que surgiram no momento do conflito.
d. Quais eram as expectativas em relação ao conflito.
e. Agora, relembrando o que aconteceu no conflito, como se sente
neste momento.
f. Qual era a minha necessidade naquele momento.
g. Por fim, se tivessemos a oportunidade de realizar um pedido a
outra parte, qual seria?
h. Imaginando que eu seria a outra pessoa, realizar o mesmo
caminho.
8. Fazer esse passo a passo no moodle, com uma autoavaliação, que
nota que seria possível e se houve ou não houve a transformação do
conflito.
9. Conflito pode ser fictício, mas ideal que seja real.
10. Até sexta feira que vem.

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