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CURSO: CURSO DE FORMAÇÃO DE CRIMINOLOGIA

MÓDULO 4: DIREITO PENAL

FORMADOR: GILDA REIS CUNHA

NOME DO FORMANDO:
Edmilson Mendes
CLASSIFICAÇÃO:

1. Da definição de Direito Penal resulta que o objeto do conhecimento da


ciência penal é constituído pelas normas. Explicite o que são as normas
relativamente aos comportamentos (factos) humanos. (Cotação: 3 Valores,
numa escala de 0 a 20)
R: A norma penal, ao proibir ou impor um determinado comportamento humano,
afirma o desvalor do comportamento social em desconformidade com o preceito,
significa a vontade do sistema em que não se pratiquem factos em
desconformidade com o que a lei impõe ou proíbe. Essa finalidade de prevenção
da criminalidade pode obter-se por duas vias que se complementam: a prevenção
geral negativa e a prevenção positiva.

2. Em que consiste a tese da prevenção geral enquanto conceção legitimadora


do Direito Penal? (Cotação: 3 Valores, numa escala de 0 a 20)
R: Contrariamente às absolutistas, as teorias relativas são, com plena propriedade,
teorias de fins. Também elas reconhecem que, segundo a sua essência, a pena se
traduz num mal para quem sofre. Mas como instrumento politico-criminal destinado a
atuar no mundo, não pode a pena bastar-se com essa característica, em si mesma
destituída de sentido social-positivo; para como tal se justificar tem de se usar desse
mal para alcançar finalidade precípua de toda a politica criminal, a prevenção ou
profilaxia criminal. Só deste modo, se adequando o instrumento “pena” à própria
função do direito penal de tutela subsidiária de bens jurídicos. A prevenção geral,
proveniente dos adeptos das teorias absolutistas, que ao longo dos tempos mais se
tem feito ouvir às teorias relativas é a de que, aplicando-se as penas a seres humanos
em nome de fins utilitários ou pragmáticos que pretendem alcançar no contexto
social, elas transformariam a pessoas humana em objeto, dela se serviriam para a
realização de realidades heterónomas e, nesta medida, violariam a sua eminente
dignidade. Seria precisamente o seu caráter relativo que se ergueria como violação do
absoluto da dignidade pessoal.

3. Quais as linhas essenciais da teoria da prevenção geral negativa e da


prevenção geral positiva? (Cotação: 3 Valores, numa escala de 0 a 20)
R: Prevenção geral negativa - o fim de prevenir a prática de futuros crimes é alcançado
intimidando as pessoas com a aplicação das penas. Segundo FEUERBACH, o fim do
Estado é o de assegurar que cada um possa exercer os seus direitos em segurança,
sem ofensas por parte dos demais. Os meios para prevenir as ofensas aos direitos de
cada um haverão de ser de natureza psicológica, as ameaças de castigo, da sujeição a
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penas pelas ofensas que vierem a ser praticadas, pois que os de ordem física seriam
impraticáveis, dado que seria necessário colocar todos os cidadãos na cadeia para se
ficar certo A pena como instrumento de prevenção Contrariamente às absolutistas, as
teorias relativas são, com plena propriedade, teorias de fins. Também elas
reconhecem que, segundo a sua essência, a pena se traduz num mal para quem sofre.
Mas como instrumento politico-criminal destinado a atuar no mundo, não pode a pena
bastar-se com essa característica, em si mesma destituída de sentido social-positivo;
para como tal se justificar tem de se usar desse mal para alcançar finalidade precípua
de toda a politica criminal, a prevenção ou profilaxia criminal. Só deste modo, se
adequando o instrumento “pena” à própria função do direito penal de tutela
subsidiária de bens jurídicos. A critica geral, proveniente dos adeptos das teorias
absolutistas, que ao longo dos tempos mais se tem feito ouvir às teorias relativas é a 2
de que, aplicando-se as penas a seres humanos em nome de fins utilitários ou
pragmáticos que pretendem alcançar no contexto social, elas transformariam a
pessoas humana em objeto, dela se serviriam para a realização de realidades
heterónomas e, nesta medida, violariam a sua eminente dignidade. Seria precisamente
o seu caráter relativo que se ergueria como violação do absoluto da dignidade pessoal.
Figueiredo Dias 13 de que não cometeriam crimes. Esta função intimidatória pode não
resultar tanto da gravidade da sanção, mas também e sobretudo, da certeza ou grande
probabilidade da sua aplicação.
Prevenção geral positiva ou integradora - as teorias da prevenção geral positiva
realçam a importância da educação e integração, na reafirmação dos valores
comunitariamente assumidos, na prevenção pela integração. O fim de prevenir a
prática de futuros crimes pode ser alcançado reafirmando a eficácia do direito com a
aplicação da pena, ao aplicar uma pena está-se a demonstrar à sociedade que o direito
tem aplicação e é dessa forma que conseguimos evitar futuros crimes.

4. O que preconiza o princípio da proporcionalidade do Direito penal? (Cotação:


2 Valores, numa escala de 0 a 20)
R: O princípio da proporcionalidade é usualmente tratado pelos doutrinadores, no
Direito Penal, sob o ponto de vista da necessidade da realização do juízo de
culpabilidade para a fixação da pena em concreto do arguido, sob responsabilidade do
magistrado judicial. No entanto, o referido princípio tem incidência muito mais ampla,
aplicando-se a todas as espécies de actos dos poderes públicos; e vincula, também, o
legislador penal, com sua intensidade própria. Constitui, na realidade, verdadeiro
princípio informador das leis restritivas, no âmbito do regime próprio dos direitos,
liberdades e garantias. No Estado de Direito, a restrição legítima da liberdade de ir e
vir pressupõe a proibição do excesso dessa restrição e, em consequência, a
adequação, a necessidade e a proporcionalidade das sanções.

5. O que significa o princípio da culpa como fundamento e limite do direito de


punir? (Cotação: 3 Valores, numa escala de 0 a 20)
R: A pena é, pois, nesta visão, um imperativo categórico. Pune-se porque se tem
de punir, como uma exigência ética natural de justiça, anterior a qualquer
ordenamento jurídico positivo e a qualquer opção política concreta, e não para
prosseguir algum interesse ou utilidade social. Falamos em teorias da retribuição
porque tal exigência de punição de acordo com a justiça se traduz na concepção
da pena como castigo. Ao mal do crime respondese com o mal da pena. A pena é
uma forma de reparação do mal cometido, uma forma de “saldar a dívida”
contraída com a prática do crime. Afirma o juiz francês Michel Anquestil: «O
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mecanismo da pena decorre do princípio da reacção: no domínio da natureza, tal
como no domínio da cultura, todos os seres reagem uns aos outros, e cada ordem
da realidade defende-se em particular contra toda a agressão, contra todo o acto
que tende a destruí-la»2 . Ao castigo que representa a pena, está associada a
noção do valor moral da expiação. A este respeito, é comum referir3 o exemplo
retratado no protagonista do célebre romance de Dostoievsky Crime e Castigo,
que reflecte a exigência, sentida pelo criminoso e provocada pelo remorso
devido à prática do crime cometido, de expiação através do sofrimento e da
pena. Pressuposto antropológico desta teoria é a visão da pessoa humana como
ser livre e, por isso, responsável. Reconhecer a dignidade da pessoa humana é,
na conhecida visão kantiana, rejeitar a sua degradação a objecto, a meio ou
instrumento. E o Estado estará a instrumentalizar a pessoa se utilizar a sua 3
condenação para prosseguir um interesse da sociedade, para tal condenação
servir de exemplo aos potenciais criminosos, intimidando-os. Só não se
verificará essa instrumentalização, a degradação da pessoa de fim a meio, se a
pena tiver uma base ética e não puramente utilitária, se corresponder à culpa
concreta do agente, se esta culpa for pressuposto e medida dessa pena. Numa
lógica utilitarista, poderia prescindir-se da culpa como pressuposto e como
limite da pena se o interesse social assim o reclamasse. As necessidades de
prevenção da criminalidade poderiam levar à punição de alguém que não fosse
culpado, ou à punição para além da medida da pena, numa lógica puramente
utilitarista, se tal fosse necessário para prevenir a prática de outros crimes pelo
próprio agente (devido à sua perigosidade) ou por quaisquer potenciais
criminosos (que deveriam ser intimidados através do exemplo que representa
uma qualquer condenação). Numa lógica retributiva, que parte do princípio da
culpa, tal não seria nunca possível.

6. Diga o que entende por Política Criminal. (Cotação: 3 Valores, numa escala de
0 a 20)
R: política criminal é prevenir, reprimir e reduzir a criminalidade, promovendo
a defesa dos bens jurídicos, a proteção das vítimas e a reintegração dos
agentes do crime na sociedade.

7. Em que medida o estudo da vítima é (ou pode ser) um instrumento da Política


Criminal? (Cotação: 3 Valores, numa escala de 0 a 20)
R: O Direito Penal substantivo passou a considerar a vítima em âmbitos de
regulação bem diferentes, levando à criação de associações preocupadas em
definir, difundir e assegurar seus direitos, culminando com a aprovação, pela
Assembléia Geral da ONU, em 1985, da Declaração Universal dos Direitos das
Vítimas de Crime e de Abuso de Poder. A proposta de dar enfoque à questão dos
direitos humanos se afigura intimamente ligada ao desenvolvimento da
organização das sociedades, sob a perspectiva de proteção da vítima, visto ser
fator de inegável relevância no atual Estado Democrático de Direito.
Acrescente-se que, conforme Figueiredo Dias, ao longo das décadas, o já citado
princípio vitimológico tem proclamado três vetores fundamentais em tema de
política criminal, resumidamente: o movimento de
criminalização/descriminalização, de colocação da vítima como destinatária da
política criminal e, sobretudo, de tornar a reparação do dano derivado de um
crime numa terceira espécie de sanção penal.
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