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CONCEITO
A pena é a resultante natural instituída pelo Estado sempre que alguém comete uma infração
penal.
Quando um indivíduo pratica um fato típico, ilícito e culpável, o Estado deve mostrar o valor
do seu direito de punir (ius puniendi).
O estudo das funções desse importante ramo do Direito gira em torno, basicamente, de
duas vertentes do funcionalismo: o teleológico e o sistêmico.
Funcionalismo Radical ou Sistêmico – considera que resta ao Direito Penal, tão somente,
servir de guardião do sistema normativo posto.
A atuação do Direito Penal é pautada em uma anterior violação do bem jurídico-penal, não
servindo aquele para a tutela de bens valiosos, e sim para buscar a reafirmação da autoridade
da lei penal, violada com a prática do delito.
Ou seja, para essa visão, o que está em jogo não é a proteção dos bens jurídicos, mas, sim, a
garantia da vigência da norma.
Quando ocorre uma lesão efetiva e contundente ao bem jurídico-penal tutelado, nasce o que
se convencionou chamar por Direito Penal Subjetivo, é dizer, o direito de o Estado punir o
infrator do tipo penal, na tentativa de restabelecer a normalidade social. O jus puniendi,
entretanto, não pode ser exercido de maneira arbitrária e ilegal, estando submetido a
limitações de diversas naturezas. Não obstante a autoridade doutrinária do funcionalismo
sistêmico, predomina na doutrina nacional a finalidade protetiva do Direito Penal, sendo
certo que cabe a este usar dos meios concebíveis perante o Direito para exercer o seu papel
de garantidor dos bens jurídicos indispensáveis à vida em sociedade.
O Estado, ao verificar lesão efetiva a bem jurídico significante e observados os limites acima,
seguindo o devido processo legal, deve lançar mão de seu principal meio de atuação na esfera
criminal: SANÇÃO PENAL (penas e medidas de segurança).
INALIDADE DA PENA
- Teorias Absolutas ou da Retribuição
- Teorias Relativas, Unitárias, Finalistas ou da Prevenção
Prevenção Geral Negativa
Positiva
Prevenção Especial Negativa
Positiva
O único objetivo é castigar o autor de determinado crime e tem sua origem histórica
nos ordenamentos jurídicos de Estados absolutistas – o que significa, em resumo, que cometer
um crime era de uma desonra tão elevada (perante o Estado, seu governante e o próprio
Deus) que não havia espaço para nada além da vingança direta pelo mal cometido.
Dentro desta corrente teórica, podem ser aplicados dois tipos de pena: a de prevenção geral e
a de prevenção especial.
No primeiro caso, trata-se de uma penalidade que serve como um aceno para a sociedade
em geral, com objetivo de alertar para o tipo de punição a que determinada prática criminosa
pode levar. Já a pena de prevenção especial é direcionada para o cidadão, e sua determinação
pede que ele seja afastado do convívio social, com objetivo de ressocialização ou readaptação.
A Teoria Relativa da Pena está atrelada ao caráter preventivo do Direito Penal, uma vez que
se preocupa, ao estabelecer uma pena, a reeducar o infrator e desencorajar a prática de
determinado delito por outros indivíduos.
Na prevenção geral negativa, a pena imposta ao autor do delito tende a refletir na sociedade
de modo que as demais pessoas, ao verificarem a condenação de alguém pela prática do crime
e a consequente aplicação da pena, se veem intimidadas e ponderam antes de cometer
alguma infração penal. Ou seja, trata-se da prevenção por intimidação.
Esta teoria reúne elementos das duas anteriores, ou seja, serve tanto para a punição direta
do indivíduo, quanto para a sinalização de alerta à sociedade, no sentido de desmotivar que
outros cidadãos cometam o mesmo crime.
Finalizando o nosso estudo sobre teoria da pena, com relação à aplicação da teoria da pena
no Brasil, deve-se ressaltar que existem três correntes distintas e que serão brevemente
expostas.
A primeira corrente entende que, no Brasil, houve a adoção da teoria mista da pena (ou
teoria unificadora da pena), uma vez que, a partir da alteração legislativa sofrida pela Lei 7.209
de 1984, o artigo 59, caput, do Código Penal passou a apresentar natureza mista, com a
seguinte redação:
Já a segunda corrente entende que o Código Penal não se pronunciou de maneira expressa
sobre qualquer teoria da pena, ao tratar da finalidade da pena.
Finalmente, a terceira e última corrente afirma que, ao tratar sobre a teoria da pena no Brasil,
a pena possui tríplice finalidade, sendo elas a retributiva, a preventiva e, mais recentemente, a
finalidade reeducativa.
Dessa maneira, a ideia de que a pena teria duas funções, quais sejam, retribuição e prevenção
– geral e especial, seria falsa, servindo apenas para objetivos ocultos.
De acordo com a teoria agnóstica da pena, parte-se do pressuposto de que a pena seria, na
realidade, um ato de poder político com fundamentos similares, juridicamente falando, à
guerra declarada, de modo a refutar as funções de mera retribuição e prevenção.
Para essa teoria, o conceito de pena não seria jurídico, mas político, assim como o da guerra.
Assim, a pena deveria ser instrumento de negação da vingança, lida como a limitação ao
poder punitivo, inexistindo negativa do Estado Policial, menos ainda do Estado de Direito, pois
ambos coexistem e são necessários, não se tratando, portanto, de uma teoria abolicionista,
mas que, pela teoria agnóstica da pena, tem-se a ideia de restringir o Estado Policial e
maximizar o Estado de Direito.