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2º) Encontro.

Fontes, princípios e classificação das obrigações

1. Fontes do direito obrigacional

A palavra fonte procura indicar o elemento que deu origem ao vínculo obrigacional, ou seja, o que
deu causa à determinada obrigação.

O Direito Romano consolidou quatro espécies de fontes do direito obrigacional:


Contrato: é ato lícito, que consiste no acordo, na convenção, entre as partes, tendo força
obrigatória, munida de ação em Juízo. Por exemplo, a compra e venda, a permuta, o
depósito.
Quase contrato: é ato lícito, mas nele não visualizamos formalmente o acordo de vontades.
Por exemplo, na gestão de negócios1, instituto jurídico pelo qual o gestor realiza atos em
favor do dono da coisa sem autorização deste, sendo, entretanto, presumida essa
autorização.
Delito: é ato ilícito (ato de causar dano) doloso, voluntário, intencional. Quem age
dolosamente atua com sua vontade dirigida a causar o dano, o prejuízo. O ato doloso é,
dessa forma, um ato premeditado. Por exemplo, o roubo, o furto, a injúria, a calúnia.
Quase delito: é um ato ilícito (ato de causar dano), mas involuntário. Baseia-se na ideia
de culpa em sentido estrito (negligência, imprudência ou imperícia). Por exemplo, uma
pessoa que joga pela janela um cigarro aceso, que, caindo sobre um automóvel, ocasiona
um incêndio; entenda, autor do ato não teve intenção de causar o prejuízo (incêndio do
automóvel); contudo, o seu ato, não sendo voluntário (doloso), foi involuntário (culposo),
eivado de negligência, da falta de cuidados necessários a impedir o evento danoso.

Na doutrina contemporânea, há uma enorme diversidade de posicionamentos acerca da classificação


das fontes das obrigações. Em realidade, elas podem nascer de qualquer fato jurídico, ou seja, de
qualquer acontecimento que implique consequências jurídicas.
Em razão da variedade e imprecisão das classificações que envolvem as fontes das obrigações,
FERNANDO NORONHA entende que, mais importante que definir a fonte, é procurar agrupar as
inúmeras obrigações da vida de acordo com a diversidade de funções que elas desempenham na vida
das pessoas. Nessa forma de pensar, existem três categorias que correspondem a obrigações com
causas e finalidades diferentes.
1ª categoria: obrigações oriundas das relações negociais (negócio jurídico),
praticado no âmbito da autonomia privada e, quando violadas, geram
responsabilidade civil contratual.
2ª categoria: obrigações oriundas de atos ilícitos aferidos pela responsabilidade
civil extracontratual.
3ª categoria: obrigação de restituir o acréscimo patrimonial indevidamente obtido
em razão dos enriquecimentos injustificados que têm como causa o
aproveitamento de bens ou direitos alheios.

Com fim de direcionar o estudo, neste encontro vamos considerar que as fontes se dividem em: lei,
atos ilícitos, contratos, atos unilaterais, títulos de crédito. A bem da verdade, o estudo dos
princípios acaba se comunicando com os da fonte como será demonstrado.

1
Atualmente encontra fundamento no art. 861 do CC/02, assunto que será tratado em outro momento desse semestre.
1
1.1. Lei
Há divergência doutrinária em dizer que a lei seria uma fonte no direito obrigacional.
→ Para Maria Helena Diniz e Álvaro Villaça Azevedo, a lei é a fonte primária ou imediata das
obrigações, pois ela constitui a principal fonte da Ciência do Direito. Todavia, Orlando Gomes
afirma que a lei não pode ser fonte imediata da obrigação porque ela só cria uma obrigação se
acompanhada de um fato jurídico, por exemplo, um contrato.
→ Já Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald enxergam uma inutilidade em classificar
à lei como fonte de obrigações, já que ela é a fonte mediata de todas as obrigações, uma vez
que é a partir dela que podemos atribuir força vinculativa aos diferentes fatos geradores de
relações obrigacionais.
→ Flávio Tartuce advoga a tese de que o melhor caminho é compartilhar o entendimento das duas
correntes, ou seja, em alguns casos, a lei sozinha é sim fonte obrigacional, por exemplo, a
obrigação de prestar alimentos (art. 1.694, SS do CC)2, a obrigação propter rem3, a obrigação
do empregador de indenizar os danos causados por seu empregado (responsabilidade
objetiva); por outro lado, na grande maioria das vezes, a lei deve estar acompanhada do fato
jurídico, por exemplo, o contrato de compra e venda (art. 481, CC).

1.2. Contratos
Normalmente, os contratos são identificados como a fonte principal do direito obrigacional.
É conceituado como o negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa a criação, modificação e
extinção de direitos e deveres com conteúdo patrimonial. Diz-se que os contratos são típicos quando
eles estão tipificados na lei, por exemplo, compra e venda (art. 481, SS, CC), contrato de troca ou
permuta (art. 533, SS, CC), contrato estimatório (art. 534, SS, CC), contrato de doação (art. 538, SS,
CC), contrato de locação de coisas (art. 565, SS, CC), contrato de empréstimo (art. 579, SS, CC);
dentre outros. Por outro lado, o contrato será atípico quando não estiver previsto em lei (art. 425,
CC).
2
Obrigação de prestar alimentos. Esse assunto será visto com maior profundidade em direito da família. Todavia, é
importante uma definição apenas para situar o leitor na matéria. A ação de alimentos consiste em obrigação de dar,
consubstanciada em prestações de fornecer, dinheiro ou espécie, a uma pessoa para o atendimento das necessidades da
vida. Compreendem o sustento, o vestuário, a habitação, a assistência médica e, em determinados casos, até mesmo a
instrução daquele que deles necessita. Abrangem também as necessidades da genitora no período da gestação, tutelando
os direitos do nascituro, são os denominados alimentos gravídicos (Lei n. 11.804/2008). A ação de alimentos é
regulamentada pela Lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968; já a Lei nº 8.971, de 29 de dezembro de 1994 regula o direito
dos companheiros a alimentos e à sucessão. Apenas com o intuito de despertar a busca pela pesquisa, colaciona-se um
julgado interessante sobre o assunto: “PENSÃO ALIMENTÍCIA EX-CONJUGÊ. Recurso especial. (...) 1 - Cinge-se
a controvérsia a definir se é possível a fixação indefinida de alimentos a ex-companheira, que está inserida no mercado
de trabalho. 2 - O fim da relação deve estimular a independência de vidas e não o ócio, pois não constitui garantia
material perpétua, razão pela qual o pagamento de alimentos é regra excepcional que desafia interpretação
restritiva. 3 - A obrigação que perdura por uma década retrata tempo suficiente e razoável para que a alimentanda possa
se restabelecer e seguir a vida sem o apoio financeiro do ex-companheiro. 4 – Aquele que utiliza exclusivamente o bem
comum deve indenizar o outro, proporcionalmente, devendo tal circunstância ser considerada no que tange ao dever de
prestação de alimentos”. (STJ, REsp n. 1.688.619/MG, 3ª T., rei. Min. Ricardo Víllas Bôas Cueva, j. 26.09.2017, Dje
02.10.2017). Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequenci
al=78679273&num_registro=201701852047&data=20171215&tipo=51&formato=PDF.
3
As obrigações propter rem são prestações impostas ao titular de determinado direito real, pelo simples fato de
assumir tal condição. Vale dizer, a pessoa do devedor é individualizada única e exclusivamente pela titularidade de um
direito real, pois esta assume uma prestação em razão da aquisição de um direito real. A mera titularidade de um direito
real importará a assunção de obrigações desvinculadas de qualquer manifestação da vontade do sujeito, pois essa
obrigação está vinculada à titularidade do bem. Por exemplo, as obrigações dos condôminos de contribuir para a
conservação da coisa comum e adimplir os impostos alusivos à propriedade, bem como todos os direitos de vizinhança,
referenciados no Código Civil.
2
1.3. Atos ilícitos e o abuso de direito
Parte da doutrina considera que o ato ilícito e o abuso de direito constituem fontes do direito
obrigacional, sendo aplicadas na prática, por meio de uma combinação dos arts. 186, 187 e 927, todos
do Código Civil. Desses dispositivos, extrai-se que o dever de indenizar ou reparar um dano pode
configurar uma prestação.

Divergindo da maioria, Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald consideram que a fonte da
obrigação não é o ato ilícito, mas sim o dano injusto imputado a alguém, ou seja, é a lesão a um
bem protegido pelo ordenamento jurídico que gera o direito à reparação, seja pela ofensa de
natureza patrimonial ou extrapatrimonial. 4

1.4. Atos unilaterais

Constituem declarações unilaterais de vontade, que geram vinculo obrigacional. São eles: a promessa
de recompensa (art. 854, SS, CC), a gestão de negócios (art. 861, SS, CC), o pagamento indevido
(art. 876, SS, CC) e o enriquecimento sem causa (art. 884, SS, CC). Esses institutos serão analisados
em outros encontros.

1.5. Títulos de crédito

São os documentos que trazem em seu bojo, com caráter autônomo, a existência de uma relação
obrigacional de natureza privada, por exemplo, o cheque, a nota promissória, letra de câmbio, entre
outros. Esses títulos contemplam os elementos da relação jurídico obrigacional, a saber: credor,
devedor, débito, responsabilidade. O seu estudo interessa mais ao Direito de Empresarial, quando são
analisados os art. 887 até 926, CC/02 e a legislação especial que rege a matéria.

4
A título de exemplo, veja um caso concreto julgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. O Autor propôs AÇÃO
INDENIZATÓRIA, por danos morais, contra duas Rés alegando, em síntese, que é médico veterinário junto ao Canil
Municipal, onde realiza inúmeras cirurgias. Diz que em 1º de fevereiro do corrente ano realizou cirurgia de castração
em uma cadela adulta e, em seguida, entregou-a ao seu responsável em ótimo estado clínico, bem como instruiu-o sobre
os procedimentos e cuidados necessários para recuperação do animal. Todavia, alguns dias depois foi informado de que
o animal se encontrava em péssimas condições, e embora tenha oferecido a assistência médica necessária para a
recuperação da cadela, esta foi recusada por seus responsáveis. Aduz ainda que, ao tomarem conhecimento dos fatos,
as Rés publicaram fotografias do animal em suas páginas pessoais da rede social "Facebook", além de textos que
imputavam ao autor a responsabilidade pela situação da cadela, denegrindo sua imagem, honra e conduta
profissional. Eis alguns trechos das mensagens: "O que dizer para um "veterinário" que faz um serviço porco desse? Ou
melhor, como chamar uma pessoa dessa, que deveria ter amor aos animais, açougueiro?", "Em contato com veterinário
(...) ele disse saber de toda a situação, com total ironia, contudo, disse que foi dado ponto e que o animal deveria estar
com um colar cirúrgico, entretanto não contava na receita que seria necessário o uso do colar ou de qualquer outro
medicamento, mas conforme o veterinário, se é que podemos chamá-lo assim..." e "QUE BELO PROFISSIONAL,
deveria rasgar essa merda de diploma e jogar no lixo DOUTOR”. "Isso gente, compartilha! Não vamos deixar esse
açougueiro e esse serviço de porco impunes...". Na primeira instância o juiz de direito condenou as Rés a indenizar o
autor em R$ 100.000,00, a título de danos morais. Na segunda instância, em sede da Apelação nº 4000515-
21.2013.8.26.0451, decidiu-se pela responsabilização das autoras uma vez que divulgaram texto e fizeram comentários
na rede social “facebook” sem se certificarem da veracidade dos fatos, o que denegriu a imagem do autor, causando-lhe
danos morais passíveis de indenização - liberdade de expressão das requeridas (art. 5, IX, CF) que deve observar o direito
do autor de indenização quando violada a sua à honra e imagem, direito este também constitucionalmente disposto (art.
5, V, X, CF), contudo, o valor arbitrado a título de danos morais deve ser reduzido para fugir do enriquecimento sem
causa da parte prejudicada, porém, mantendo o seu caráter educacional a fim de coibir novas condutas ilícitas - sentença
parcialmente modificada, para minorar o quantum indenizatório em R$ 20.000,00.

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2. Princípios do direito obrigacional
Como lembra Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald, a nossa sociedade vivencia o
pós-positivismo, onde se adota a supremacia da Constituição Federal em substituição a um
legalismo estrito. A normatividade dos princípios é uma realidade, assim como a reabilitação da
argumentação jurídica e o desenvolvimento de uma teoria de direitos fundamentais edificada na
dignidade da pessoa humana.

Nessa forma de pensar, o princípio desempenha pelo menos dois papéis no sistema jurídico:

(i) fonte direta de direitos e deveres: quando do seu núcleo essencial de sentido se extraem regras
que incidirão sobre situações concretas.
(ii) interpretativo: o princípio informa o sentido e o alcance dos direitos. Além disso, nos casos
envolvendo lacunas no ordenamento jurídico, ambiguidades no direito, posicionar-se em
princípios pode representar uma boa bússola na busca da melhor solução.

A nova hermenêutica constitucional exige uma aproximação entre a ética e o direito, bem como o
encerramento de qualquer concepção isolada do direito privado, sob um aspecto egoístico. Hoje, as
relações jurídicas exigem uma conciliação entre a autonomia privada e os direitos fundamentais, de
modo que a prestação oriunda das relações jurídicas seja a mais proveitosa ao credor e, ao mesmo
tempo, menos sacrificante ao devedor e à sociedade.

2.1. Autonomia privada


Na origem, a autonomia privada se vinculava a um espaço de ampla liberdade que facultava a pessoa
a estipular contratos e adquirir propriedade, sem que o Estado pudesse interferir no exercício da
atividade econômica do cidadão. Era época das teorias econômicas, segundo as quais o mercado
trataria de se autorregular e prover o sucesso coletivo. Vigorava, então, uma ideia minimalista,
absenteísta, não intervencionista, do Estado, ou seja, uma época baseada na livre-iniciativa a
qualquer custo.

Com a evolução da sociedade, viu-se que esse ideal não era adequado, já que proporcionou muita
desigualdade social, podendo levar as mais terríveis barbáries. É nesse contexto que os direitos
fundamentais se voltam contra a completa coisificação da pessoa humana em face dos horrores
praticados pelo totalitarismo em nome da lei.

Atualmente, a doutrina propõe uma reformulação do conceito de autonomia privada, para passar a
visualizar a livre-iniciativa como uma derivação do princípio da dignidade humana.

É com essa linha de pensamento que Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald expõe que a
autonomia privada reside “na liberdade de cada ser humano exercitar os seus projetos de vida e
perseguir o seu sonho pessoal. O ordenamento jurídico concede a cada um de nós um espaço para a
autodeterminação. Dentro desses limites regulamos nossas decisões patrimoniais e existenciais”.

Com efeito, este princípio pode ser reconhecido como o poder concedido pelo ordenamento ao sujeito
para regular com as suas próprias manifestações de vontade os seus interesses. Vale dizer, reside na
liberdade individual para celebração de negócios jurídicos. Quando se fala em contratos, esse
princípio garante três tipos de liberdades para os contratantes:
(i) liberdade de contratar, já que as partes podem optar por contratar ou não;
(ii) liberdade contratual, pois as partes podem escolher livremente quem irá contratar;
(iii) liberdade de eleger as cláusulas do contrato, tendo em vista que atuam na elaboração
do conteúdo do contrato.
4
A regra de que nenhum princípio é absoluto se aplica aqui também, já que em determinados contratos
a escolha do contratante é reduzida, por exemplo, nos contratos de adesão, onde as cláusulas são
previamente definidas por apenas uma das partes do contrato, em razão das complexas relações que
hoje são praticadas.

2.2. Princípio da dignidade da pessoa humana

A Constituição Federal de 1988 preconiza que a dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos
da República. Esse tema ganhou relevância após a Segunda Guerra Mundial, sendo materializado em
Declarações de Direitos, Convenções Internacionais e Constituições. Esse princípio é utilizado para
solucionar questões importantes no direito, principalmente, aquelas que envolvem os direitos da
personalidade.

Por uma básica concepção, a dignidade humana contempla:

→ O valor intrínseco de todos os seres humanos: a dignidade está ligada à natureza do ser.
Trata-se da afirmação da posição especial da pessoa humana no mundo, que a distingue dos
outros seres vivos e das coisas. As coisas têm preço, mas as pessoas têm dignidade, um valor
que não tem preço. Manifesta-se no imperativo categórico kantiano do homem como um fim
em si mesmo, e não como um meio para a realização de metas coletivas ou de projetos sociais
de outros. Portanto, reconhece-se que a inteligência, a sensibilidade e a capacidade de
comunicação são atributos únicos que servem para dar-lhes essa condição singular. Por essa
razão, o ordenamento define os direitos fundamentais, dentre os quais os direitos à
personalidade, como: direito à vida, integridade física e moral.

→ Autonomia de cada indivíduo: é o elemento ético da dignidade, ligado à razão e ao exercício


da vontade em conformidade com determinadas normas. Envolve a capacidade de
autodeterminação do indivíduo, de decidir os rumos da própria vida e de desenvolver livremente
a sua personalidade. Significa o poder de fazer valorações morais e escolhas existenciais sem
imposições externas indevidas, por exemplo, decisões sobre religião, vida afetiva, trabalho e
outras opções personalíssimas não podem ser subtraídas do indivíduo sem violar a sua
dignidade.

→ Valores comunitários: o valor comunitário constitui o elemento social da dignidade humana,


o indivíduo em relação ao grupo. Aqui, a dignidade é moldada pelos valores compartilhados
pela comunidade, seus padrões civilizatórios, seu ideal de vida boa.
O que está em questão não são escolhas individuais, mas responsabilidades e deveres associados
ao que é bom para a coletividade. A autonomia individual é importante, mas não é ilimitada.

Em uma ordem democrática na qual a dignidade humana será o vetor para a ponderação de colisão
entre direitos fundamentais, o intérprete do direito deve ter a sabedoria de harmonizar os princípios
em tensão e definir uma ordem de proporcionalidade na qual a garantia do crédito seja limitada pela
proteção dos direitos da personalidade do devedor. É nessa linha de intelecção que está o conceito de
patrimônio mínimo desenvolvido por LUIZ EDSON FACHIN5, segundo o qual a ordem jurídica
deve assegurar um mínimo de bens para que a pessoa viva dignamente6.

5
FACHIN, Luiz Edson. Estatuto Jurídico do Patrimônio Mínimo. Rio de Janeiro: Renovar, 2001
6
Para uma breve análise, indica-se a leitura do artigo escrito por SANTOS e TRESSA (A teoria do patrimônio mínimo
e o princípio da dignidade da pessoa humana), disponível em: https://www.eduvaleavare.com.br/wp-content/uploads/2
017/11/artigo_9.pdf
5
2.3. O princípio da boa-fé

Pelo princípio da boa-fé, as relações jurídicas praticadas na sociedade devem estar adequadas aos
padrões sociais de lealdade, honestidade e probidade, que exige das partes uma forma de agir na
qual cada parceiro visualize no outro um igual titular de direitos fundamentais. Essa forma de
agir deve incidir nas relações antes, durante e depois da existência da prestação, pois a confiança é
a base de qualquer relação humana e reflete-se em todas as formas de contato social.

No primeiro momento, é necessário reconhecer que este princípio guarda relação com um dos
princípios basilares do Código Civil de 2002, a saber:

(i) Operabilidade. O Código Civil busca trazer um dinamismo nas operações das relações civil,
as quais devem ser práticas, objetivas, rápidas, ou seja, busca facilitar as relações jurídicas.

(ii) Sociabilidade. O Código Civil se preocupa muito mais com os interesses geral, do que com os
interesses individuais. A partir dessa noção que surge a ideia da função social dos contratos,
da propriedade, da empresa.

(iii) Eticidade. As relações jurídicas devem ser pautadas na ética, ou seja, devem ser praticadas
com boa-fé. Modernamente atribui-se à boa-fé dois aspectos: subjetivo e objetivo.

A boa-fé subjetiva é um estado de espírito, ou seja, um estado psicológico, internos, da pessoa. Vale
dizer, a pessoa é considerada de boa-fé subjetiva quando ela ignora algum fato do negócio jurídico.
Ex.: suponha que uma pessoa adquira de uma imobiliária um terreno de praia, sendo entregue toda a
documentação. Ato contínuo constrói uma casa e passa a residir no imóvel. Depois de 10 anos aparece uma
outra pessoa que se julga o real proprietário, provando à propriedade e que a imobiliário fraudou toda a
documentação que foi entregue para o comprador. Neste caso, a pessoa que adquiriu o imóvel é considerada
possuidora de boa-fé subjetiva, já que desconhecia o evento fraudulento, tendo direito de utilizar a ação
de usucapião (art. 1.238, §Ú, CC/02) e adquirir definitivamente a propriedade.

A boa-fé objetiva diz respeito a elementos externos, é uma regra de comportamento. Ela traz os
comportamentos esperados das pessoas, ou seja, normas de condutas que determinam como a pessoa
deve agir. É necessário compreender as três funções da boa-fé objetiva na ordem jurídica:

1. Interpretativa: todos os negócios devem ser interpretados de acordo com a boa-fé e com os bons
costumes (art. 113, CC/02). Neste caso, a boa-fé é a bússola que guia o operador do direito na melhor
solução para o caso.

2. Limitadora: os negócios podem ser limitados pela boa-fé objetiva, já que ela busca impedir o
abuso do direito. Por exemplo, no caso de ser estabelecido uma cláusula penal no contrato, esta
pode ser revista pelo Juiz, caso seja exagerada (art. 413, CC/02).

3. Integrativa: a prestação principal do negócio jurídico (dar, fazer e não fazer) é um dado
decorrente da vontade. Mas, é importante reconhecer que outros deveres se impõem na relação
obrigacional, completamente desvinculados da vontade de seus participantes. Trata-se dos deveres
de conduta, também conhecidos na doutrina como deveres anexos, deveres instrumentais, deveres
laterais, deveres acessórios, deveres de proteção e deveres de tutela.

Com efeito, os deveres anexos estão implícitos em todas as relações jurídicas, por exemplo, deveres
de informação, lealdade, respeito, probidade, garantia; dentre outros.

A título de exemplo, suponha que uma pessoa celebre contrato de compra e venda de imóvel com
uma corretora. Dias depois o comprador descobre que o bem está irregular, pois não possui o “habite-

6
se”. Esse fato constitui falha no dever anexo de informação, configurando a violação positiva do
contrato. Caso similar a este foi analisado pelo TJRJ, ocasião em que se decidiu que não pode ser
tolerada a argumentação do devedor de que a consumidora poderia esperar a regularização do imóvel,
para então adquiri-lo. Por essa razão, o tribunal determinou a devolução do sinal pago e a indenização
pelo dano moral suportado pelo credor.7

Por fim, em razão dos deveres anexos, a boa-fé objetiva também é considerada fonte das obrigações.

3. Classificações das obrigações

3.1. Quanto ao conteúdo do objeto obrigacional

A obrigação pode ser positiva quando tiver como conteúdo uma ação (obrigação de dar ou fazer) ou
negativa quando tiver como conteúdo uma abstenção (obrigação de não fazer). As obrigações
positivas podem ter como conteúdo uma coisa (obrigação de dar) ou uma tarefa/serviço (obrigação
de fazer). As obrigações negativas, por se referirem a uma abstenção, estão relacionadas a uma
obrigação de não fazer.8

(i) Obrigação positiva de dar: é aquela em que o sujeito passivo se compromete a entregar alguma
coisa (certa ou incerta) ao sujeito ativo, ou seja, há uma intenção de transmissão de propriedade
de uma coisa (móvel ou imóvel). Este tipo de obrigação é subclassificado em:
→ Obrigação de dar coisa certa (obrigação específica): o devedor se obriga a dar uma coisa
individualizada (gênero, quantidade e qualidade), móvel ou imóvel, cujas características
foram acertadas pelas partes.
Ex.: João, por meio de um contrato de compra e venda, adquire de José um relógio de parede antigo, fruto
de uma herança, nesse caso, o comprador tem a obrigação de pagar o preço e o vendedor de entregar a coisa
individualizada.

→ Obrigação de dar coisa incerta (obrigação genérica): o devedor se obriga a dar uma coisa não
individualizada (gênero e quantidade), móvel ou imóvel, cujo objeto obrigacional é
determinável futuramente mediante uma escolha, em regra, do devedor (denominada
concentração).
Ex.: João compra de José um animal que faz parte do seu rebanho. Nesse caso, haverá a necessidade de
determinação futura do objeto, por meio de uma escolha do devedor.

(ii) Obrigação positiva de fazer9: é uma obrigação cuja prestação consiste no cumprimento de uma
tarefa ou atribuição por parte do devedor. Este tipo de obrigação é subclassificado em:
→ Obrigação de fazer fungível: é aquela que pode ser cumprida por outra pessoa, à custa do
devedor originário.

Ex.: João contrata José para fazer um muro em sua residência. Neste caso, aparecem duas possibilidades:
1ª) José faz o muro e cumpre a obrigação; 2ª) José contrata alguém para fazer o muro em seu lugar.10

7
TJRJ. 8.ª Câmara Cível. Apelação cível nº 2009.001.47366. Disponível em: http://www1.tjrj.jus.br/gedcacheweb/
default.aspx?UZIP=1&GEDID=000386AA0E6CF7FC5F325CB64C366075B59218C4022F4C40
8
Essa divisão tripartida das obrigações (dar, fazer e não fazer) tem origem no Direito Romano.
9
Por vezes, este tipo de obrigação se confunde com a obrigação de dar, mas o seu conteúdo é completamente diferente,
por exemplo, na compra de um quadro (obra de arte), se o quadro já estiver pronto será obrigação de dar, se o quadro for
encomendado, ou seja, ainda será pintado será obrigação de fazer.
10
Eis um belíssimo exemplo do princípio da conservação negocial mantém íntima relação com o princípio da
função social dos contratos, o que é reconhecido pelo Enunciado n. 22 do CJF/STJ.
7
→ Obrigação de fazer infungível: é aquela que tem natureza personalíssima (intuitu personae),
em decorrência do acordo feito ou pela própria natureza da prestação.

Ex.: Marcos contrata Manuela para fazer um quadro (obra de arte), sendo certo que apenas a obra de arte
feita por Manuela interessa a Marcos. Caso o devedor não cumpra a obrigação de fazer, esta se converte
em obrigação de dar, que consiste em perdas e danos (materiais e morais).

(iii) Obrigação negativa de não fazer: é aquela que tem como objeto uma abstenção de uma conduta.
Normalmente, o inadimplemento desta obrigação ocorre quando o devedor executa o ato de que
devia se abster. Ela pode ter origem legal (decorre da lei) ou convencional (decorre da vontade
das partes).

Ex.: Obrigação de não fazer legal. O Código Civil preconiza que, na zona urbana, é proibido abrir janelas,
fazer terraço ou varanda, a menos de um metro e meio do terreno vizinho (art. 1.301) e, na zona rural, não
será permitido levantar edificações a menos de três metros do terreno vizinho (art. 1.303).

Ex.: Obrigação de não fazer convencional. Um ex-empregado que celebra com a empresa ex-empregadora
um contrato de sigilo industrial por ter sido contratado pelo concorrente.

3.2. Quanto à presença de elementos obrigacionais

Esta classificação trabalha com a quantidade de pessoas e a prestações que existe na obrigação.
Ela se subdivide em:

(i) Obrigação simples: é aquela que se apresenta com somente um sujeito ativo (credor), um sujeito
passivo (devedor) e uma única prestação.

Ex.: João adquire de José um veículo, Siena, 1.4., vermelho, quatro portas, Chassi xyz.

(ii) Obrigação composta: é aquela que trabalha com uma pluralidade de objetos (obrigações
compostas objetivas) ou pluralidade de sujeitos (obrigações compostas subjetivas). Vejamos:

a) Obrigações compostas objetivas: são aquelas que apresentam duas ou mais prestações. Elas se
dividem em objetiva cumulativa ou objetiva alternativa.

→ Objetiva cumulativa: é aquela que comporta duas ou mais obrigações, tendo o sujeito passivo
que cumprir todas, sob pena de inadimplemento total ou parcial. Geralmente, essa forma de
obrigação é identificada pela conjunção “e” de natureza aditiva.

Ex.: Heitor aluga um imóvel de Laura. Nessa relação, o locatário é obrigado a pagar o aluguel, a usar o
imóvel conforme convencionado e não modificar a estrutura do mesmo .

→ Objetiva alternativa: é aquela que comporta duas ou mais obrigações, tendo o sujeito passivo
que cumprir pelo menos uma, sob pena de inadimplemento total. Geralmente, essa forma de
obrigação é identificada pela conjunção “ou” de natureza disjuntiva.

Ex.: Pelo contrato estimatório, o consignante transfere ao consignatário bem móvel para que o último o
venda, pagando o preço estimado, ou devolva tais bens findo o prazo ajustado. Um bom exemplo de
contrato estimatório é o que ocorre entre o fornecedor de bebidas e um proprietário de bar, onde o
fornecimento pode ocorrer de uma só vez ou mês a mês, no final de cada período, o consignatário pode
optar entre pagar o preço de estima ou devolver as bebidas consignadas. Normalmente, o consignatário
(bar) retira o seu lucro vendendo as bebidas por preço superior ao estimado.

Ex.: Uma empresa de turismo se compromete a levar o turista no Pão de Açúcar ou para o Corcovado no
dia X.

8
b) Obrigações compostas subjetivas: este tipo de obrigação se subdivide em subjetiva ativa
(solidariedade ativa – 2 ou mais credores), subjetiva passiva (solidariedade passiva – 2 ou mais
devedores), subjetiva ativa/passiva (solidariedade mista – 2 ou mais credores e devedores).

A solidariedade ocorre sempre que, em uma mesma obrigação, concorrer mais de um credor, ou mais
de um devedor, cada um com direito ou obrigado à dívida toda (art. 264, CC). Ademais, a
solidariedade não se presume, ela resulta da lei11 ou da vontade das partes.

→ Subjetiva ativa: é aquela em que qualquer um dos credores tem direito a exigir do devedor o
cumprimento da prestação por inteiro (art. 267, CC). Ademais, o pagamento feito a um dos
credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago (art. 269, CC).

→ Subjetiva passiva12: é aquela em ocorre uma pluralidade de devedores, tendo o credor o direito
a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se
o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente
pelo resto.

→ Subjetiva mista: ocorre quando há, ao mesmo tempo, uma pluralidade de credores e de
devedores, todos solidários entre si. Trata-se de uma obrigação solidária complexa.

3.3. Quanto à (in) divisibilidade

Esta classificação leva em conta o conteúdo da obrigação. Ela só tem relevância quando há
pluralidade de credores ou de devedores. Subdivide-se em:

(i) Obrigação divisível: é aquela que pode ser cumprida de forma fracionada, ou seja, em partes.

Ex.: Três devedores se comprometem entregar 120 kg de feijão para um único credor, aplicando-se a
presunção relativa de divisão igualitária, cada devedor deverá entregar 40 kg. Eventualmente, o instrumento
obrigacional pode trazer uma divisão distinta e não igualitária.

(ii) Obrigação indivisível: é aquela que não admite fracionamento quanto ao cumprimento, em
decorrência da sua natureza (Ex: imóvel), por razões econômicas (Ex: diamante) ou pela
vontade das partes (Ex: constar a obrigação de entregar a totalidade dos produtos - 120 kg de
arroz).

3.4. Quanto ao conteúdo

A obrigação pode ser: de meio, de resultado e de garantia.

(i) Obrigação de meio: é aquela em que o devedor só é obrigado a empenhar-se para perseguir um
resultado, mesmo que este não seja alcançado. Neste caso a responsabilidade civil subjetiva do
devedor só ocorre se provada a sua culpa genérica (dolo ou culpa estrita – imprudência,

11
Ex.: Os locadores no caso de locação de imóvel urbano são solidários por determinação legal (art. 2.º, Lei 8.245/1991).
12
Observação: em regra, fiador e devedor principal não são devedores solidários. Isso porque o fiador tem a seu favor
o benefício de ordem previsto no art. 827, CC, pelo qual pode exigir que primeiro sejam demandados os bens do devedor
principal. Em regra, por tal comando, o fiador é devedor subsidiário. Entretanto, é possível que o fiador fique vinculado
como principal pagador ou devedor solidário (art. 828, inc. II, do CC).
9
negligência ou imperícia). Normalmente, esse tipo de obrigação é assumido pelos profissionais
liberais, caso do advogado em relação ao cliente13 e do médico em relação ao paciente14.

(ii) Obrigação de resultado: é aquela que é cumprida com a obtenção de um resultado, geralmente
oferecido pelo devedor previamente. Por exemplo: o transportador que deve levar o passageiro
ou a coisa até o destino com segurança15; o caso do médico cirurgião plástico estético16; o
advogado que é contratado para elaborar um parecer ou contrato.

(iii) Obrigação de garantia: consiste em uma garantia pessoal, oferecida por força de um instituto
contratual, como ocorre na fiança, em que a pessoa garante uma dívida de terceiro perante um
credor.

3.5. Quanto à (in) dependência

Esta classificação visa analisar a dependência que uma obrigação tem em relação à outra obrigação.
Uma vez que a extinção, a anulação ou a prescrição de uma obrigação chamada de principal reflete
na outra obrigação chamada de acessória, em razão do princípio da gravitação jurídica, segundo o
qual o acessório segue o principal. Mas a recíproca não é verdadeira.

(i) Obrigação principal: é aquela que independe de qualquer outra para ter existência, validade ou
eficácia.

Ex.: Obrigação assumida pelo locatário no contrato de locação de imóvel


urbano.

(ii) Obrigação acessória: é aquela que depende de outra obrigação para existir, ser validade ou ser
eficaz, ou seja, há uma verdadeira relação de subordinação.
Ex.: Obrigação do fiador que se responsabiliza pela dívida do locatário, caso
este se torne insolvente17.

13
Lei 8.078/1990 (CDC), art. 14, §4º. A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa.
14
O Código Civil, art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele
que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente,
agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
15
Em 2009, por meio da Apelação cível nº 2009.001.11646, o TJRJ examinou um caso que envolvia a responsabilidade
civil em decorrência de acidente em transporte coletivo, na ocasião foi ressaltado que o contrato de transporte
caracteriza uma obrigação de resultado, no qual se encontra a cláusula de incolumidade, que estabelece o dever do
transportador pela segurança do passageiro; portanto, é cabível indenização a título de dano moral, que deve guardar
relação com o dano e a dor sofrida pela vítima. Em relação ao valor arbitrado, afirmou-se que este deve ser fixado em
limites razoáveis, de acordo com o bom senso que deve orientar o julgador, levando-se em consideração a condição
socioeconômica da vítima, assim como a capacidade do ofensor, a natureza e a extensão do dano. Evita-se, com essas
lições, que a indenização se torne fonte de lucro fácil ou estimule a novas condutas lesivas. A reparação desse tipo de
dano tem tríplice caráter: punitivo, indenizatório e educativo, como forma de desestimular a reiteração do ato danoso.
16
Em 2010, por meio do Agravo Regimental do Recurso Especial nº 846.270, o STJ analisou um caso que versava sobre
uma ação de indenização em decorrência de uma cirurgia plástica do abdômen malsucedida. Na ocasião, os Ministros
ressaltaram que quando o médico que se compromete com o paciente a alcançar um determinado resultado, como ocorre
no caso da cirurgia plástica meramente estética, o que se tem é uma obrigação de resultado e não de meio.
17
Esse tipo de obrigação é tão séria que a Lei nº 8.009/1990, que versa sobre a impenhorabilidade do bem de família,
preconiza em seu art. 3º, VII, que nesse caso é possível fazer a penhora do bem de família do fiador. Esse entendimento
foi firmado pelo STJ na Súmula n. 549/2015, com a seguinte dicção: “é válida a penhora de bem de família pertencente
a fiador de contrato de locação”.
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3.6. Quanto ao local de pagamento (ou cumprimento)

A obrigação pode ser: quesível ou portável.

(i) Obrigação quesível (ou quérable): quando se estipula o cumprimento da obrigação no domicílio
do devedor (art. 327, CC).

(ii) Obrigação portável (ou portable): quando se estipula o cumprimento da obrigação no domicílio
do credor ou de terceiro.

3.7. Quanto ao momento de cumprimento

A obrigação pode ser: instantânea, execução diferida e execução continuada.

(i) Obrigação instantânea com cumprimento imediato: é aquela cumprida imediatamente após a
sua constituição.

Ex.: Compra de um celular em uma loja física com pagamento à vista.

(ii) Obrigação de execução diferida: é aquela cujo cumprimento deverá ocorrer de uma vez só, no
futuro.

Ex.: pactuar o pagamento com cheque pós-datado ou pré-datado.

(iii) Obrigação de execução continuada: também conhecida como de execução periódica ou


obrigação de trato sucessivo é aquela cujo cumprimento se dá por meio de subvenções
periódicas.

Ex.: O aluguel pago mensal.

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