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TGDC II 21-02-2022

 Manual tomo II tratado de direito civil


 Moddle- calendarização
 96CONTEXTUALIZAÇÃO
 Escola histórico-sistemática- criada com a tese de doutoramento da boa fé
 Funcionalização do direito civil
 2ª escolástica importância central ( que o Menezes cordeiro não dá importância)
 Direito civil contemporâneo- emerge com o fim do sistema feudal- evolução do estatuto pra
autonomia privada- com as revoluções liberais o direito civil impõe-se. Caracteriza-se por liberdade
e por igualdade-
 No antigo regime a autonomia privada não tem limites
 Evolui para o direito civil social
 Em partes esta afirmação é verdade- declínio da autonomia privada com a intenção de proteger a
parte mais fraca
 227º CC -
 334º- abuso do direito, boa fé
 O direito civil hoje pode ser marcado como direito civil social- proteção da parte mais fraca
 3ª fase- direito civil regulado- emergência de entidades de fiscalização que controlam a atuação de
algumas partes mais fortes
 Estas são conceções macro
 Interpretação do direito civil patrimonial- deste ponto de vista há um crescimento da autonomia
privada

 Autonomia privada- principio ou instituto?

- principio- apenas espaço de liberdade


- instituto- tem o principio da igualdade ( manifestação da sociedade contemporânea)

 Liberdade de celebração- cada pessoa tem liberdade de celebrar os contratos que quiser
 limitações
- regimes que apontam obrigatoriedade de contratar (EX: serviços mínimos bancários)
- não discriminação- já é um problema para a pessoa comum
 liberdade de estipulação- cabe as partes estipular os conteúdos dos contratos
 limitações
- os contratos tem limites art 280º, 405º- limitados pela lei, pelos bons costumes e pela ordem pública
-

qual é problema assumir princípios de tudo ou nada?


É impossível em uma realidade social

- relevante- perspetiva macro para perceber onde estamos


- liberdade de estipulação
TGDC II 25-02-2022
 princípio da igualdade (pouca importância normalmente acerca do direito privado. Razões de
corporativismo, de tempo)

 é importante discutir da visão do regente (tanto no impacto jurídico quanto social)

 art. 13/2 CRP- protege contra qualquer discriminação positiva ou negativa

 1977- estatuto de mulher casada e filhos ilegítimos

 A não discriminação a propósito de contrato de trabalho, no acesso a espaços públicos, celebração de


contratos em geral

 Âmbito do código do trabalho- 25º /1 - ninguém pode ser discriminado…; nº 2- exceções


discriminação pode ocorrer; a discriminação tem que ter uma fundamentação

 Lei 14/2008- discriminação em função do sexo…

 93/2017- discriminação em função de origem racial e étnica…

 Direitos fundamentais chocam-se com o direito a liberdade

 Do ponto de vista do direito contemporâneo há um choque entre o princípio da igualdade e a


autonomia privada (

1- é impossível dizer qual deve prevalecer;


2- é fundamental saber quem são as partes;
3- a justificação que está no código do trabalho deve ser transposta para todas as situações apesar de
não estar explicito

 o direito está a sancionar a exteriorização da discriminação


 mesmo que a pessoa exteriorize a discriminação não pode ser obrigado a…

TGDC II- 28-02-2022

 declaração de vontade?
 Contrato?

 Conceito de facto, ato e negocio jurídico

- facto jurídico : desdobra-se em facto jurídico em sentido estrito e ato jurídico, enquanto ato jurídico
desdobra-se em ato jurídico em sentido estrito e negocio jurídico.
- como se conjugam com os conceitos de declaração de vontade e contrato

- savigny (?) - usava negócio jurídico como sinónimo de declaração de vontade

- todo direito vive de convenções

Facto jurídico: acontecimentos reais ou sociais aos quais o direito associa a produção de efeitos
jurídicos- distinguem-se dos factos naturais ou não jurídicos

Factos jurídicos stricto sensu- cuja verificação não esta dependente da manifestação de uma vontade
humana
Ex: um terremoto; nascimento (aquisição da personalidade jurídica)- faz sentido?

atos jurídicos: o que o distingue do negócio jurídico é a vontade humana


- é um facto jurídico cujo elemento característico depende da manifestação da vontade humana

teoria clássica (intencionalidade): ato jurídico stricto sensu a intenção é irrelevante e no negócio
jurídico é relevante a intenção, é o elemento central.

doutrina não tradicional (defendida por MC, Paulo Cunha): o que distingue é que no ato jurídico
temos liberdade de celebração, mas não tenho liberdade para determinar o seu conteúdo e no negócio
jurídico temos liberdade de celebração e de estipulação

EX: 268 CC

Casamento- as partes não podem mexer no conteúdo do ato, não há liberdade de estipulação

Uma declaração de vontade- nem todas as declarações de vontade são negócios jurídicos, tudo
depende se existe ou não liberdade de estipulação

Contrato- apresentado como um negocio jurídico bilateral. Há contratos que são atos

295º CC regime do negocio jurídico se aplica ao ato jurídico

Negócios jurídicos:

1- Negócios unilaterais ou bilaterais. O que distingue? O que define?


- As partes. Se do ponto de vista existem duas partes
- sinalagmáticos e não sinalagmáticos: sinalagma é um espelho. É avaliado a luz da prestação em
causa (no caso do art 879º)
2- negócios inter vivos e mortis causas
- mortis causa- regula relações jurídicas que se surgem após a morte

3- formais (a respeito da forma) ou consensual

4- patrimonial e não patrimonial (ex: adoção) é preciso olhar para os efeitos

5- negócios onerosos (contrato de compra e venda) e gratuitos (doação)

6- negócios reais quanto a constituição- a perfeição está dependente da entrega da coisa ex 1185º

7- negócios pessoais, obrigacionais ou reais

8- negócios típicos(regime jurídico tipificados) e atípicos (não está tipificado, não tem um regime
especifico)

9- negócios causais (se tiver que mostrar o fundamento) e negócios abstratos (ex: cheque) (o que há são
obrigações causais(o simples fato de dizer que elas existem não são suficiente) e obrigações
abstratas)

não são os negócios e sim as obrigações

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TGDC II 04-03

Elementos do negócio- estruturar o pensamento, identificar os elementos centrais presentes em cada negócio
jurídico (3 na visão do professor)- se faltar um deles não há negocio
1- as partes: tem que ter capacidade, legitimidade. Sem a existência das partes não há nada
2- o objeto: a coisa em si e também o conteúdo. Se não sei qual o objeto não há contrato
3- e a declaração: quando lidamos com contratos temos que ter um consenso (principio geral)
hipótese:
A quer comprar algodão, B quer vender algodão…

e a parte da declaração: uma exteriorização de vontade. Pode ser feita por palavras, atos… – como
interpretamos? Art 236º
o que é relevante para além da manifestação? Durante muito tempo digladiaram-se a teria da vontade
(aquilo que eu quis dizer- tem imensas fragilidades ) e a teoria da declaração (interessa como um
declaratario teria entendido). O que interessa é aquilo que eu manifesto
Ideia da mera vontade pode ser rebatida Todos somos condicionados ao longo da nossa vida, mas acaba-se
com o direito? Não
Declaração expressa- ato finalisticamente dirigido a produção de um fim 217º
tácita: tem que ser um comportamento que com grande grau de probabilidade aponta naquele sentido. Não é
dirigida a “sim” ou “não”. Em tribunal são mais difíceis de as demonstrar
218º- silencio como meio de declaração negocial em certos casos em que lhe é atribuído valor.
Juridicamente é uma ausência de manifestação de vontade, não é propriamente um “não”
Art 923º- a lei atribui-lhe valor
Art – usos- não há me Portugal em sentido positivo
convenção

TGDC II TEÓRICA 07-03-2022

224º a 235º menos o art 227º


Não vamos encontrar no cc o modelo de presentes

O que o CC tem é um modelo negocial entre ausentes


O critério pra distinguir é a certeza ou a incerteza de que aquilo que nos dizemos chega no momento
imediato e não a presença física

O que caracteriza a era digital do ponto de vista juridico?


O espaço onde o comercio jurídico ocorre, agora passa a ser o espaço digital

Proposta e aceitação (modelo de resolução típico em casos práticos)


1- proposta: inicio. Atender a 3 elementos. É completa? Revela uma intenção inequívoca de contratar?
Se reveste a forma requerida ao negocio
- como saber se é completa? Saber se o objeto e o preço está identificado
Saber qual a proposta que está em causa?
Art 879
Principio do consensualismo: basta que haja consenso entre as parte, assim há a transmissão automática do
direito de propriedade. O que se vive no dia a dia não bate certo
2- essa proposta deve regular uma intenção inequívoca. Tudo que levante duvidas sobre a vontade das
partes não configura uma proposta

3- Forma: art 219º CC- concretização do principio do consensualismo , art 220º CC


A compra de um automóvel não exige forma especial,

4- A natureza jurídica da proposta. Imerge na esfera jurídica da pessoa que a recebe um direito
potestativo (poder de alterar unilateralmente realidades jurídicas). Art 230º- irrevogabilidade da
proposta

Art 224º- eficácia da declaração negocial. A partir de que momento é que eu fico vinculado?
Quando a declaração chega ao poder ou é dele conhecida?
Teoria da exteriorização- quando António escreve a carta (interessava esta a savigny)
Teoria da expedição- estou a enviar a minha vontade
Teoria da receção- quando a carta entra na caixa de correio do bento. Entra na esfera jurídica do destinatário
Teoria do acolhimento- ele tira a carta da caixa de correio
Teoria do conhecimento quando o bento lê a carta
No art 224º o que está consagrada é a teoria da receção mais a teoria do conhecimento

Identificar se a proposta tem um destinatário- receção e conhecimento; as outras-

Art 228º- esclarece durante quando tempo essa situação se mantem

Carta- 3 dias uteis até chegar e mais 3 dias uteis para obter resposta (continental, correio normal….) alínea b
Alina c- fico numa situação de sujeição durante 6 dias uteis mais 5 dias não uteis

Identificar se entre o momento da proposta e aceitação aconteceu alguma coisa


233º sempre que têm uma contraproposta volta a inicio. Do ponto de vista jurídico é uma nova proposta até
que haja aceitação que tem que ser inequívoca e em tempo

Em alguns casos é necessário que a outra parte tenha capacidade para suportar as despesas (direito inglês)
TGDC II 11-03-2022

CULPA INCONTRAHENDO- art 227º CC


- ideia de que quando estamos a negociar e antes de celebrar já estou sujeito a deveres pré contratuais, em
principio isso não faz sentido nenhum
3 origens distintas
1- Origem contratual- fundada na autonomia privada das partes (“no futuro vamos negociar nesse
sentido)
2- Base legal especifica: a lei das cláusulas contratuais gerais, leis bancárias, leis nos seguros. Típico
em ramos jurídicos em que existe uma grande disparidade entre as partes
3- Base legal genérica: o art 227º- estabelece individualmente de forma genérica a obrigação de atuar na
boa fé- a importância da boa fé no direito português- conserva-se sempre
Breves elementos históricos-
 Diz-se que foi criado por jhering- isto esta errado- ele deu o nome utilizou a expressão e depois
sistematizou- culpa in contrahendo, ideia do equilíbrio das posições

 Esta intrinsecamente ligado a socialização no Direito privado (diferentemente do direito inglês)

Como a ciência jurídica privatista se desenvolve?


Há uma comunicação entre a doutrina, assim começa a ser construída uma sistematização
Savigny- 3 deveres clássicos (segurança, lealdade e informação: nucleo) - básico no direito alemão. No
direito português não há dever de segurança, este é resolvido pelo 483º
Como esses deveres surgiram?
PPV- esses casos de dever de segurança não se resolve com o 227º e sim com o 483º- responsabilidade civil
Analisar o art 500º
Paragrafo do art 831º do CC alemão- só é responsável na medida em que tenha sido negligente na
contratação do funcionário- tiveram que desenvolver o dever de segurança porque não tinham a hipótese do
art 500º igualmente ao CC português
No direito português parece que não temos esses dever- mas o prof, Menezes cordeiro diz que sim- questão
pratica- é muito mais difícil responsabilizar pela responsabilidade civil-
Art 798º- responsabilidade obrigacional- se presume a culpa do comitente
Os tribunais portugueses tendem a não reconhecer o dever de segurança
Escolher a solução que é mais fácil defender (no curso)

O elemento interpretativo é relevante

 Deveres de informação
- 2 naturezas
Ativos: típicos do direito bancário, impõem a uma das partes divulgar uma informação mesmo quando
essa parte não pede a informação
Passivos: tenho de responder com verdade as questões que me são perguntadas pela outra parte

O 227º não serve pra anular nada, serve pra responsabilizar a outra parte pelos danos causados
O 227º impõem quais deveres de informação?
Primeiro deveres de informação passivos, os deveres de informação ativos só existem na medida em que
seja relevante atendendo ao negócio que está a ser celebrado

 Dever de lealdade
Situação de confiança- estado subjetivo em que aquela parte se encontra
Justificação de confiança- pra um declaratório normal seria expectável que antonio estivesse em situação
de confiança? Sim
Imputação de confiança- quem criou a expetativa? Foi a parte que está a negociar
Investimento de confiança- fez um investimento?

A lealdade irá ocorrer naqueles casos em que as partes estão a negociar e ocorre um rompimento que
ninguém estava a espera, ou situações que eu convenço a outra parte de uma determinada realidade
Como sei que foi criada a confiança?

Há tantos casos de culpa in contrahendo que invocar apenas o núcleo não chega. Temos que reconhecer que
há situações típicas

14-03-2022 TGDC II

Conteúdo do negocio jurídico- regulação que resulta da celebração do negocio jurídico. Contribuem quer
elementos voluntários- clausulas que estão estipuladas; quer elementos normativos- normas jurídicas;
normas que se aplicam quer as partes aceitem ou não (injuntivas), supletivas- se as partes nada disserem
aplica-se, mas é possível afastar esse regime legal se for apenas supletivo

Negócios típicos- previstos e regulados na lei


Atípicos- ao abrigo da liberdade negocial- há necessidade de recorrer aos elementos voluntários é muito
maior, as partes te que estipular praticamente tudo.

Diferença entre conteúdo e objeto- o objeto é a realidade “quid” sobre a qual recai os efeitos do negocio
Distinção doutrinaria- há autores que tem outra aneira de apresentar a matéria- não falam muito em conteúdo
apenas em objeto, distinguindo entre objeto imediato e objeto mediato- conteúdo será o objeto imediato e
o objeto será o mediato.

Art 280º CC objeto no sentido amplo- 6 vícios que tem a ver


- Requisitos do objeto:
 determinabilidade- tem de ser determinável;
ex. as partes não estipularam o preço exato (883º CC critérios legais para se vir a determinar qual é o preço)
ex. art 400- determinação da prestação
exemplo de negócios que são nulos pelo objeto ser indeterminável
“vendo-te uma coisa por x”
Uma pessoa tem 3 carros e diz à um amigo- vendo-te o meu carro e o B responde aceito. A qual carro está a
se referir? O contrato será nulo

-Fianças gerais: alguém se responsabilizava por todas as dividas de uma pessoa sem especificar. O professor
concorda que são nulas por não poder indeterminar o objeto
Art 511º nulidade do negócio obrigacional

 ser fisicamente possível


impossibilidade física originaria- acarreta a nulidade
quando era fisicamente possível no momento da celebração, mas veio a tornar-se impossível- acarreta outra
sanção
ex. Uma pessoa vende uma coisa que não existe- não é possível determinar a existência física da coisa (?)-
nulidade por impossibilidade física do objeto
ex. uma pessoa que contrata um medico para tratar um morto- fisicamente impossível
ex. uma associação criada pra proteção dos dinossauros- fisicamente impossível

não há nulidade se for muito difícil ou oneroso cumprir o negocio, tem de ser mesmo impossível
(impossibilidade absoluta)- esta se a supor uma obrigação que ninguém seja capaz de cumprir, casos em que
essa obrigação possa ser suprida não aplica-se a nulidade art 401/3º e 791º- casos de impossibilidade
subjetiva

 não contrariedade a lei


só a violação das regras injuntivas é que o negocio é nulo
para aplicar esse artigo é necessário determinar quando uma norma é injuntiva e quando é supletiva
ex. A contrata B para matar C- é nulo por ser um objeto contrário a lei

mesmo que no 280º não se dissesse se chegaria a mesma conclusão pelo art 294º CC- negócios contrários as
leis são nulos

 legalmente impossível
não é fácil distinguir do critério acima
existe um obstáculo legal intransponível a celebração do negócio

ex. há bens que estão fora do comércio. Imaginemos que o Estado vai vender um bem de domínio publico a
um particular (a doutrina diverge acerca de ser objeto legalmente impossível ou contrario a lei)

ex. testamento a favor de animais

ex. direito de hipoteca sobre um quadro- a lei só admite hipoteca sobre bens registados

ex. dois amigos super próximos que fazem um contrato que visa criar um vinculo familiar entre eles

 contrário a ordem pública


princípios estruturantes da ordem jurídica

ex. MC: contratos que restrinjam demasiado a sua liberdade económica


negócios que atinjam determinados valores constitucionais
mota pinto: negócios que visam traficar votos

 contrariedade aos bons costumes (conceito indeterminado)

regras morais e éticas que numa determinada realidade são aceitos


doutrina:
ex. MC: organizações que tem regras ontológicas próprias

251º CC erro sobre o objeto- há autores que entendem que essa palavra neste contexto abarca tanto o
conteúdo quanto o objeto
TGDC II 18-03-2022 (aula Geraldes)
1- fraude a lei
2- usura e seus efeitos no negocio jurídico
3- clausulas típicas: condição, termo, o modo, o sinal clausula penal

1- problema da fraude a lei


- Não tem previsão legal expressa no direito vigente- parcialmente correta (art 21º CC direito internacional
privado)
- o que é?
Tem um desenvolvimento histórico complexo
Definição: visa contornar a proibição legal através de um meio não proibido…- Contorna a proibição
atingindo um resultado lícito através de um meio que não está proibido
MC- deve ser reconduzida a contrariedade a lei- uma forma de ilicitude; é necessário interpretar para saber o
raio de aplicação, consequência jurídica: nulidade
Por si não tem nada de ilícito
Se a lei proíbe o resultado também proíbe os meios para atingir o resultado (anda com a simulação)
Interpretação da norma proibitiva

2- Usura
- plano da liberdade de celebração e de estipulação
- vincula-se porque quer, vincula-se em condições ótimas…
- onde esta prevista? Art 282º CC- conseguimos perceber que é protegida tando a celebração quanto a
estipulação- o conteúdo
- aproveitamento
- evita o plano de desequilíbrio
- consequência: anulação, no entanto em lugar pode ser requerida modificação (art 283º) – preocupação com
o equilíbrio que há entre as partes
- Ligado aos juros (1146º* CC- ressalvado pelo 282º/2- )
- está relacionada com o necessário equilíbrio tanto na celebração quanto no conteúdo

4- clausulas típicas – não pertence a nenhum elemento especial do tipo


- os negócios são estruturados de forma típica
-os tipos negociais tem elementos- um tipo legal é um tipo identificado na lei e os seus elementos estão
identificados na lei- (405º criar contatos atípicos legalmente)
- clausulas típicas são as que podem ser utilizadas em vários tipos de negócios- são típicas porque já forma
modeladas socialmente ou legalmente- a condição, o modo, o termo, o sinal e clausula penal
- tripartição em essencial (é obrigatoriamente identificável no tipo), acidentais (não são essenciais ao tipo,
mas podem estar presente pra cumprir certas funções típicas) e naturais
-* condição: relacionada com a eficácia do negocio. Princípio da simultaneidade- quando certos facto
acontece o efeito jurídico acontece
Podem as partes dizer que o efeito não é já produzido- manipulação temporal, sujeitando a eficácia a um
facto futuro e incerto- problema da exterioridade condicional
Permite celebrar imediatamente o negocio acautelando…
Art 270º
Pode ter um prazo certo
A condição é caracterizada pela incerteza da concretização do facto
Por exemplo: a morte é um facto certo
- 2 tipos de condição: suspensiva (suspender os efeitos do negocio) e resolutiva (destruir a eficácia)j
- eficácia retroativa
- situação de pendencia 272º a 274º efeito de condicionalidade em cascata (274º)
-Verificação 275º
Quando se verifica o que acontece? Retroatividade 276º- no sistema alemão não há essa possibilidade a
menos que esteja previsto

Termo- um facto futuro mas é sempre factos certo, porque se for incerto entramos no domínio da
condição art 278º CC
A morte é certa que vai acontecer, mas incerta a saber quando vai acontecer
MC- então quer dizer que os artigos 275º… não podem ser aplicados quanto ao termo? Sim podem

279º aplicação muito vasta

Modo- é uma cláusula que apenas vive no plano dos negócios gratuitos (não é típico que o sujeito seja
onerado com qualquer coisa)
Art 966º doação
Previsto para testamento 2248º
Modo é uma maneira de fazer uma gratuitidade…
Modo não suspende o efeito, mas obriga

Sinal
Art 440º o sinal é uma antecipação, esta ligado com uma das partes antecipar o cumprimento. Isso é muito
vulgar no contrato promessa ( o contrato promessa não transmite a propriedade, mas nesse contexto por
causa da dinâmica uma das partes pode estipular o sinal)
Depois, vai ser computado no cumprimento por ser uma antecipação do cumprimento (ex. sinal 5% depois
vai cumprir 95%) clausula dos contratos onerosos

Clausula penal
Art 810º CC
Um acordo que fixa um montante de indemnização exigível no plano do incumprimento

21-03-2022 aula teórica TGDC II

 interpretação e a integração art 236º em seguintes


- no ponto de vista introdutório: não condir interpretação do negocio jurídico com interpretação da
lei (não confundir com o art 9º)

- negócios são elaborados por “leigos”- nos contratos onde a matéria da interpretação se coloca são
contratos muito complexos

- art 236- interpretação da declaração- conceito de declaração como elemento central, mas do ponot
de vista pratico não interpretamos declarações

- 3 hipóteses da interpretação do negocio

Quando António diz algo a B


- 1. o que o António acha que esta a dizer
-2. o que que o bento acha que o António esta a dizer
- 3. como um terceiro externo interpreta o que foi dito

Estudo do art 236º:

- dividir em 3 momentos distintos


1º o juiz vai colocar-se na posição de declaratário (do homem comum) que irá atribuir um conteúdo
ao que o declarante diz- objetivista critério primordial. Savigny discordava, achava que importava o
que o declarante estava a dizer- do ponto de vista real não da.

Quem e este declaratario normal? Normal em face do contexto do próprio negocio, Não é a mesma
pessoa para todos os contratos.

2º - salvo se este não puder razoavelmente contar com ele- com o sentido que o declaratario normal
atribui a declaração. Se chegamos a conclusão que não se chega a essa conclusão que o declaratario
normal entenda- Outro sentido – ai que a doutrina não se entende

3º- nº 2

Situações hipotéticas
Salvo se este não puder razoavelmente contar com ele- Quando?
Ex- quando celebramos um contrato damos um papel com imensas clausulas, assinamos e damos
nossa proposta- o papel vai ser interpretado a luz do declaratario normal, mas não por mim- não pode
ser imputada em concreto porque nem eu sei o que lá está. Encontrar alguma situação que não faça
sentido

236º nº 2
- Serve para códigos de linguagem específico- conhecido das partes esse código é utilizado

Que elementos é que o interprete deve considerar para efeitos de interpretação


1- a letra, quer seja falada, escrita, gestos, comportamentos

2- os textos circundantes – em contratos muito complexos

3- os antecedentes- não é relevante a não ser que fique claro que uma determinada interpretação não é
pretendida

4- o contexto e a pratica negocial- o contexto é o elemento sistemático, no fundo, depois a pratica


negocial leva para outro universo- como é que as partes interpretam o contrato

5- o fim do negocio- o que as partes queriam

6- os elementos extra negociais- diz apenas que o contrato tem que ser interpretado a luz do principio
da boa fé, a luz da autonomia privada- aponta no sentido de não ser interpretado contra os bons
costumes

237º - casos duvidosos- aqueles que aplicando o 236 não é possível chegar a uma conclusão. A solução ira
variar consoante ao tipo de negocio
238º- sublinhar da importância da letra enquanto elemento nuclear
239º- nunca foi feito do ponto de vista prático- nada disseram mas queriam dizer/ não há regime supletivo/
tem de ser algo que não pode ser preponderante, ultrapassado tudo isso…- mesma coisa do art 10º

Partir do regime objetivista


TEÓRICA TGDC II 28-03-2022

Forma e introdução aos vícios da vontade


Forma: numa acessão ampla todas as declarações de vontade têm uma forma, essa exteriorização- a
declaração, tem uma forma
Utiliza-se a expressão forma quando a exteriorização seja mais solene do que a simples oralidade.
MC- numa perspetiva macro

Divisão em Direito civil e direito comercial (na opinião do regente está desatualizada) - em razão da forma.
A forma é uma característica do direito financeiro.
A forma da uma segurança a parte mais fraca

Necessário distinguir a forma enquanto critério substantivo- respeita a declaração enquanto um todo. Art
220º CC, respeita a própria validade, e critério probatório art 364º -
Qual a diferença entre forma e formalidade?
Escritura publica= forma: a forma que assume
Formalidade: todos os outros elementos formais que não respeitam a declaração em si art 410º nº 3
Por que se exige forma?
3 principais
1. solenidade:
2. reflexão: ponderação das consequências
3. prova: é muito mais fácil demonstrar o conteúdo de um negócio celebrado por escrito

dinheiro: não se encontra na lista, mas na visão do professor de uma perspetiva histórica é o mais importante

forma é utilizada numa acessão estrita

artigos mais relevantes:


- art 219º e 220º
- art 221, 222…
Origens da forma:
Forma especial exigida por lei- art 221º
Declaratório quando expressa a sua vontade expressa uma forma que a lei não exige. Art 222º. Vontade de
uma das partes
223º as partes que assumem- vontade consensual das partes
Estipulações acessórias- se for algo acessório já não é abrangido
Vícios da vontade *
Esquema de resolução de situações típicas
Preenchimento Elementos, situações típicas e consequências

Os vícios respeitam a dois momentos distintos: a vontade em si, a sua formação, ou respeitam a declaração,
o momento em que exteriorizo a minha vontade.
Página 783 do Tratado apresenta um esquema dos vários vícios
Vícios atípicos- podemos pegar em vícios desenvolvidos para o mundo digital e trazê-los para o CC
Vício de influência indevida- direito do consumo e direito digital, podemos pegar e usar para o CC? 2
hipóteses- só é possível na medida em que possamos reconduzi-los a um dos artigos do código sobre os
vícios já existentes- isto é o mesmo que dizer que os atípicos não existem
Outra solução- procurar formas de incorporar esses vícios na medida em que se intensifiquem

TGDC II TEÓRICA 01-04-2022


Vícios de vontade- cada um tem elementos bem precisos
Vícios da ausência de vontade- não há vontade de celebrar
Chama-se Coação absoluta (coação física) art 246º-
1- total ausência de vontade, a manifestação é forçada. Qual é a consequência? A declaração não
produz qualquer efeito- nulidade
Ex: coação moral por meios físicos
B ameaça A a chamar-lhe de nomes
B ameaça dar um tiro a A
B pega na mão de A e a força a assinar um contrato
Nestas três situações não há a ausência de vontade

A figura da inexistência não é autonomizável da nulidade

2- falta de consciência da declaração- art 246º tem de ser analisado com o art 236º, consequências
art 286º mas mesmo sendo nulo pode dar lugar a uma indenização a luz da parte final do art
246º
ex: A entra dentro de um lagoeiro onde esta a ser realizado um leilão, um quadro esta a ser leiloado
por 200 euros e A vê B e lhe acena e quem está a frente acha que ele está a fazer um lance.

Art 236º o que interessa aqui é a perceção do declaratório normal. Então pra que serve o 246º? Só
poderá ser invocado se pra o declaratório normal percebe aquela falta de consciência da declaração.
Teríamos o leiloeiro a atribuir um valor de lance, mas o declaratório normal diria que não.
O que acontece se o declaratório normal não achar que é um lance? Não produz efeitos voltamos a
cair na nulidade.

3- Incapacidade acidental art 257º


3 requisitos subjetivos e 1 objetivo
Subjetivos:
1- Acidentalmente incapacitado- significa que não está sempre incapacitado, permite afastar o regime do
maior acompanhado;
2- devido a qualquer causa- estamos a reportar o sujeito concreto. Ex: embriaguez, drogas…, o problema
que se levanta é: e se tiver se colocado propositalmente nessa situação (desenvolver mais) voluntariamente-
se for voluntariamente não pode beneficiar-se deste regime.;
3- 3.1 aquela situação em que ele se encontra leva a que ela não consiga entender o sentido da declaração,
3.2- ou de exercer livremente a sua vontade.
4- Requisito objetivo: o facto ser notório e é notório quando o declaratório normal poderia notar ou através
do conhecimento.
Consequência: é anulável art 287º

Aula teórica TGDC II 04-04

Coação moral 255º e 256º CC


Art 255º 4 requisitos
1- Ameaça: podem ser expressas ou tacitas (ex: pegar uma arma e colocar em cima da mesa); pode ser
contra pessoas ou bens
Ex: um mafioso com má fama diz que quer comprar o seu automóvel por 5.000 euros, mas o
automóvel vale muito mais e você por medo vende. Há coação? O professor não sabe como resolver
este caso. O facto de B ter muita má fama não significa que há coação…
Caso de fronteira, testar o regime jurídico. Sistema movel- apesar da aplicação, quando falta um dos
4 requisitos … há professores que dizem que pode ser aplicado a própria lei.

2- Ilicitude da ameaça: nº 3 art 255, analisar se a ameaça é licita ou ilícita


Caso de fronteira: ou tu pagas o que me deve ou vou aos jornais dizer que és caloteiro- é lícito
ou ilícito? O professor não sabe- nesses casos não é fácil dar uma resposta.
Se já interpelei e pedi várias vezes e não dá resultado nenhum, considera que a ameaça é licita

3- Dupla causalidade da ameaça: diz-nos que é necessário que a ameaça cause, medo e que esse medo
seja determinante para celebração do negócio.

4- Finalidade de extorquir uma declaração negocial: esse ponto é central. Interessa a celebração de
um negócio ou ato jurídico.

Consequência: anulabilidade
Art 256º CC- ameaça pode vir de um terceiro- neste caso os requisitos 1 e 3 são mais exigentes
Art 255º nº 3 parte final “temor reverencial” - quando há uma admiração tamanha que leva a pessoa a
celebrar um contrato- não é suficiente para constituir coação moral.
Ingleses- influencia indevida- 4 requisitos. 1- Há uma capacidade por parte de um sujeito para influenciar
outro; 2- essa capacidade de influenciar é exercida; 3- essa influencia é exercida de forma indevida; 4- há
um nexo de causalidade entre a forma de influencia exercida e uma declaração
Reconhecido no direito do consumo e no regulamento gerais de proteção de dados
1- Digo que não é temor reverencial e digo que há ameaça e há coação moral
2- Dizer que viola os bons costumes (o que os alemães fazem)
3- Dizer que é um vicio atípico

Declarações não sérias art 245º


Aula teórica 08-04 TGDC II

Aula teórica 11-04 TGDC II


Simulação: analisar sempre os requisitos de todos os vícios- os referente a este vícios encontram-se
positivados no art 240º CC
1- Um acordo entre o declarante e o declaratário: a doutrina discute se é possível que o negocio
unilateral seja simulado- o facto de ser unilateral (ex: testamento) não é suficiente para afastar a
simulação

2- Divergência entre a vontade real e a vontade declarada: elemento mais distintivo da simulação-
declaram uma coisa para o exterior quando na verdade têm outra vontade. A divergência tem que ser
conhecida pela outra parte

3- Uma intenção de enganar terceiros: no código de Seabra dizia-se prejudicar terceiros- agora basta
haver a intenção de o enganar. Simulação fraudulenta- pra prejudicar alguém, inocente se for
somente para enganar alguém.

Modalidade de simulação
Absoluta: sempre o negócio simulado e o dissimulado que é o que esta escondido- debaixo do simulado não
há nada. O dissimulado é uma negação- a vontade real corresponde a uma negação da vontade manifestada
Relativa; o negocio que efetivamente se quer está escondido- algo diferente do que foi dito
Ainda na relativa temos de distinguir:
Subjetiva (interposição fictícia de pessoa)- as partes do exterior (negocio simulado) não são as verdadeiras-
divergência na pessoa
Objetiva: aí a divergência está no objeto. Pode ser total ou parcial (divergência em relação a clausulas ou ao
preço)

Regime jurídico: o que acontece quando se verifica que o negocio é simulado- 240/2- é nulo- há uma
exceção a simulação parcial
Ex: doação- o negocio simulado (simulação relativa objetivo total) - consequência: nulo
Compra e venda- o negócio dissimulado- a nulidade do negócio simulado não afeta a do dissimulado- art
241º - a compra e venda vai ser salva
241/2- Respeito a forma
3 teorias:
1- forma da declaração- só é possível salvar a doação se na declaração da vontade for possível retirar que
as partes queriam um contrato de compra e venda- não há hipótese de isso acontecer- leva a um
esvaziamento do regime jurídico

2- teoria da forma do negócio- a doação de bens imoveis exige escritura publica e a de compra e venda de
bens imoveis também- sempre que exista uma coincidência entra a forma do negócio simulado e do
negócio dissimulado- está salvo

3- Teoria da ratio do negocio: ratio da forma

Art 242º/1- para afastar o regime do art 334º


Art 242/2- herdeiros legitimários- 2157º

Art 243º-
Direito de preferência
Os tribunais consideram uma situação de abuso do direito -

Simulação parcial- não há efetivamente uma nulidade- o conteúdo do negocio (a clausula dissimulada que
deve ser tida em consideração)

TGDC II- 29-04-2022

Erro sobre motivos


Ex: antónia acha que foi convidada para um baile de gala, entra numa loja e diz que so vem comprar o
vestido pois foi convidada- chega a casa e percebe que a convidada foi sua irmã e não ela, no dia seguinte
volta a loja para devolver o vestido
É algo subjetivo, ela tem uma falsa perceção da realidade
Quais os requisitos?
1. Falsa perceção da realidade
2. Essencialidade- por causa desse motivo/ facto que a Antónia comprou o vestido
3. Tem de haver um acordo- em que as partes reconhecem que aquilo é fundamental
Para identificar qual o erro, pensar sempre no exemplo- qual foi a razão que levou a celebrar o contrato
Erro sobre base do negócio- art 252º/2
Os motivos subjetivos não podem ser a circunstância que constituem a base do negócio
A base do negócio não se confunde com a alteração das circunstâncias- não é base do negócio alterações
subsequentes
Na alteração de circunstâncias não há uma fala perceção da realidade, mas há uma alteração- algo sempre
posterior
Circunstâncias objetivas intrínsecas ao próprio contrato * pensar no exemplo do bar

Invalidades
Inexistência- não temos nenhum artigo para inexistência; quando o legislador refere essa expressão o
professor diz que é uma nulidade.
Por razões históricas e culturais e expressão foi incluída, todavia para efeitos dogmáticos e jurídicos
compara-se a nulidade.
Inexistência material-
EX: não haver declaração, quando falta um elemento
Nulidade- art 286º
Características:
1. Invocável a todo tempo
2. Quem pode? Qualquer interessado- o que é um interessado? Basta um interesse jurídico ou pode ser
um interesse fáctico? Parece que tem que ser um interesse jurídico
3. Conhecimento oficioso- o tribunal está obrigado a conhecer das nulidades mesmo que as partes não
invoquem
4. Efeitos retroativos

Anulabilidade- art 287º


Características:
1. Invocável apenas no ano subsequente à cessação do vicio- quando passo a conhecer
2. Apenas as pessoas em cujo interesse lei estabelece- a lei não diz; o professor diz que certamente a
parte lesada e o próprio que coage
3. Não é de conhecimento oficioso
4. Tem efeitos retroativos

Art 292º- redução


Há um vicio que afeta parte do negócio, mas não afeta o seu núcleo
Há uma clausula acessória e viola os bons costumes e a lei, mas não viola o seu núcleo
O negócio mantém-se a partida, salvo quando se mostra que não se teria concluído sem a parte viciada
Art 293º- conversão
Já não é parcial
A partida não há conversão a não ser que estejam preenchidos os requisitos
Ex: celebrou-se um CVP e falta um elemento qualquer….

Aula teórica 02-05-2022 TGDC II


Direito subjetivo – permissão normativa especifica… definição de MC, parte da definição do direito de
propriedade do 1305º
Ter em consideração que não é possível apresentar nenhuma definição especifica, pois tudo dependerá do
ponto de partida.
A ideia que nos transmitem é sempre a mesma- da autonomia privada
Abuso do direito – art 334º - mecanismos que visam resolver situações concretas, identificar uma serie
de requisitos que devem ser preenchidos a luz dos factos
É fruto da tese de doutoramento do professor MC- a partir desta foram apresentadas construções que a boa
fé passa a ser inserida em uma serie de institutos… - construção dogmática
 Ter em consideração que os bons costumes e os fins económicos não são invocados
Instituto da boa fé divide-se em dois princípios-
Teoria da tutela da confiança- quatro elementos-
1- situação de confiança:
ex; António durante 10 anos estacionou seu carro na garagem de um vizinho e B nunca lhe cobrou
renda- passado 10 anos apresenta-lhe uma conta com 10 anos de renda da sua garagem

reporta-se a um sujeito que esta numa situação de confiança causada pelo “dono”

2- justificação da confiança: a luz do declaratario normal


3- imputação da confiança: quem que criou aquela expetativa ao A? Tem de ser criada nesse caso em
concreto pelo B
4- investimento da confiança: avaliar se há algum prejuízo causado ao A pela situação

R: é ilegítimo neste caso o B exercer o seu direito de propriedade na medida em que excede
manifestamente os limites impostos pela boa-fé.
Situações:
Venire contra facto próprio- VCFP- alguém que esta a vir contra algo que disse anteriormente- ex: se o B
esta a se comportar de determinada forma e depois vier… declaração de vontade cria a situação de confiança
Suppressio surrectio- SS- aos 4 elementos acresce um 5º- passagem do tempo. Aqui temos um silencio e há
conhecimento da situação que se passa- a passagem do tempo cria a situação de confiança
Inalegabilidade formal- IF- ex: A vai colocar sua casa a venda e vai aparecer o primeiro comprador e esta
disposto a celebrar um contrato promessa, A diz que não precisa ser celebrado por escrito
Temos uma parte que convence a outra de que a forma não é necessária e depois invoca essa falta de forma
para não cumprir o que se comprometeu.
Professor MC quando escreveu sua tese disse que a IF não existia no direito português, no tratado o
professor muda de opinião pois os tribunais reconhecem essa figura.

primazia da materialidade subjacente- mais difícil, aproxima-se mais de uma ideia de justiça
não basta o cumprimento formal do direito, é necessário um cumprimento material também.
Não temos requisitos para a primazia
Primeira concretização são os atos emulativos- alguém exerce um direito com o simples propósito de
prejudicar outra pessoa- verificar se o direito foi exercido dessa forma.
Ex: A é dono de uma quinta e B dono da quinta ao lado…

Segunda situação e se B se utiliza a chaminé para fazer apenas um pão

Segundo caso da primazia- desequilíbrio dos resultados- o prejuízo causado é muito grande

Consequências jurídicas: não há nenhuma, tudo depende de qual o mecanismo que estamos a aplicar, os
princípios e quais são os factos concretos

Aula revisão- chen chen 11-05

Saber as situações que estão dentro dos princípios


Boa-fé objetiva- tutela da confiança e primazia da materialidade subjacente
Negócios entre presentes (opniao chen chen)- declaração eficaz a partir do conhecimento, não se aplica o art
224º - mesmo raciocínio em condições normais do 228º , MC não tem essa opinião e
ausentes

quadro geral dos vícios


vícios em que falta à vontade
1- falta de consciência da declaração- art 246º em que o declarante não tem consciência de que esta a
emitir uma declaração negocial – consequência? Não se produz efeitos- discussão doutrinaria:
inexistência e nulidade- professor MC- segunda parte só é aplicável a falta de consciência da
declaração e não para a coação física

2- falta de vontade- incapacidade acidental art 257- requisitos subjetivos: acidentalmente incapacidade-
temporário; por qualquer causa; 3- divide-se em dois: 1- entender a declaração ou 2- de exercer
livremente a sua vontade. Objetivo: ser notório- pessoa de normal diligencia poderia notar
ex: álcool, drogas
se eu me colocar propositalmente em um estado de incapacidade? Situação de abuso de direito-
venire contra factum proprium;
consequência: anulável

3- declarações não serias: falta à vontade; recorrer ao 236º- interpretação e integração nº1 subjetiva nº 2
objetiva
falta aqui a seriedade
art 245º
1 patentemente não seria; 2- patentemente não seria mas devida as circunstancias; 3 secretamente
não seria- reserva mental

Ex: um ator em uma peça pede a personagem em casamento…


Consequência: carece de qualquer efeitos nulidade ou inexistência?

4- Coação física: consequência- nulidade ou inexistência?


Ex: agarrar a mão de uma pessoa para ela acenar? Coação física
5- Art 255º e 256º- coação moral
1- Ameaça de um mal- património, pessoa ou honra- pode vir de declaratario ou terceiros
2- Ilicitude da ameaça
3- Fim de obter a declaração
Dupla causalidade: medo determinante afim de obter a declaração

Anulável se provem de declararatario


E terceiro? Mais camadas é necessário que o mal seja grave e o receio seja justificado
Vícios entre a vontade e declaração
Erro obstáculo: 247º, 249º, 250º- a vontade é formada, mas na exteriorização e aplicação existe uma falha
247: 1- essencialidade. Se o declarante sem aquele elemento sobre o qual incide o erro teria celebrado o
negócio ou naqueles termos? 2- Cognoscibilidade- 1- o conhecimento: algo subjetivo; 2- dever de conhecer-
determinado. Consequência: anulabilidade
Dolo do intermediário
Erro vicio: erro da vontade- a um erro no momento interior
1- Erro relativo a pessoa ou objeto art 251º
Pessoa: identidade ou as suas qualidade remissão ao 247º logo tem que ser essencial e cognoscível
Objeto: identidade, qualidade do objeto, preencher os requisitos do 247º- é anulável
Erro de direito:

2- Erro sobre os motivos- art 252º


Distinção do n1 e do nº 2
1- Motivos: a causa para eu celebrar o negocio, pode se relacionar com as qualidades do objeto,
com a pessoa do declaratario- ainda é preciso preencher o requisito da essencialidade do motivo e
do acordo- é anulável- 1 ano a contar da cessação do vicio- quando a pessoa se apercebeu do erro
Se houver um “por causa disto celebro o negócio” estou em erro
Perguntar o porque do negócio? Ai estamos em erro sobre o motivo
É PRECISO HAVER ACORDO
2- Erro sobre a base do negócio – nº 2
A base são as circunstâncias existentes no momento da formação da vontade- são conhecidas por
ambas as partes para formar a vontade
Ex: o papa vem a lisboa, penso que vai passar no terreiro do paço e arrendo uma varanda. aMas
afinal ele não passa. No plano inicial ele nunca passaria
Erro ou desconformidade com a representação da realidade

Dolo tem 2 sentidos - 253/1


Só é relevante se o declarante estiver em erro,
Temos uma dupla causalidade
Consequência: anulabilidade
Questão do terceiro

Reserva mental- art 244º


Emite uma declaração contraria a sua vontade real com o intuito de enganar o declararatario

Simulação art 240º


Elemento importante é o acordo
Inocente apenas enganar
Fraudulenta: também prejudicar
Absoluta: não escondo negocio por trás
Relativa: celebro um negocio, mas por detrás celebro outro
Negocio simulado: nulo,
Dissimulado:

Modalidade especial de anulação- os próprios simuladores tem legitimidade

Objetiva total: celebro um negocio pra esconder outro


Parcial: fuga aos impostos por exemplo
Simulação de valor- MC

Simulação subjetiva: há uma interposição de pessoas

Art 243º- terceiros


Boa fé subjetiva ética

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