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HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS 22-02-22

Conceito de justiça para os homens


Direito natural
Justiça x direito natural
Percurso histórico das fontes (séc. 12 reconquistar território dos mouros, defesa do território, qual seria a
fonte de direito? O rei, idade moderna, séc. XIX dos códigos, séc. XX… evolução na idade contemporânea)
Direito e política são conceitos interconvertiveis
Evolução de Portugal do ponto de vista jurídico
Bibliografia
- Idade média- Ruy de Albuquerque, Martim de Albuquerque (historiadores da escola de lisboa) – História
do Direito Português
- Manual alternativo Mário júlio de almeida e costa – história do direito português
- Lei da liberdade professor Pedro ….

Nas aulas práticas serão essencialmente trabalhadas as fontes


HDP 03-03-2022

 Fundação da nacionalidade (séc xii)

 Olhar para direitos anteriores (direito romano)

 Dividido em dois períodos: 1º pluralista (sec XV, uma pluralidade de fontes), período afonsino

 2º: a lei eleva-se e aplica-se em primeiro lugar (tendencialmente monista)

 1820: chega a Portugal o movimento codificador; a lei tende a ser a única fonte de direito
potencialmente aplicável

 O direito é a expressão da justiça (sendo assim temos que teorizar a justiça) (o direito tem
coercibilidade, a justiça não)- uma lei que não corporize a justiça não é lei

- Uma perspetiva macro


- Mas também como virtude especifica (particular subjetiva- inter : relaciona indivíduos: constante e
perpetua vontade de atribuir a cada um aquilo que é seu. Justiça distributiva (o todo atribuir a parte)
(diferença), comutativa, e geral, legal e social (diferença) (a parte se relaciona com o todo)- critério
de diferença é a capacidade

 Justiça objetiva (intra objetiva) - a conduta condiciona; o comportamento em concreto de


determinado agente
- critério romano: a ideia do bónus pater familias (bom pai de família), alguém colocado em uma
circunstancias reagiria de outro jeito? Se sim é injusto. Não há explicação para o comportamento,
estaria a agir de forma injusto

 No primeiro período deus é a entidade que condiciona as ações, funciona como limite a tudo: ao rei,
a lei e ao pluralismo das fontes (questão complexa)

 Direito natural: justo por natureza, funcionava como padrão de validade; que a idade média
relacionou com a entidade (deus é a entidade me nome de quem tudo se faz)

- olhar para a doutrina deste período


- Santo Agostinho- um tradutor de platão: vai separar o direito em 3 níveis
- interno- é a razão e a vontade de Deus orientadora e ordenadora de todas as coisas ( a vontade é
volátil)- o direito é produto de uma razão ou uma vontade? A justiça alia-se e deve aliar-se a
segurança (na visão da regente)
- direito natural: é a inscrição de deus no coração dos homens que permite distinguir o bem do mal;
deus permitiu-nos discernir o bem e o mal- assim tem que estar positivado em leis humanas
- o direito humano: não pode contrariar a lei natural

- S. Tomas de Aquino: época de emergência dos estados, não existe um acontecimento de rutura. Um
período de alguma acalmia

- Lei interna(razão de deus, implica segurança de comportamentos),


- lei natural ( participação da lei interna no homem, é algo próprio do homem que lhe permite
distinguir o bem do mal, conceito de participacio: podemos participar dele ou não. Para ele é produto
de uma razão
- lei divina- para que o homem pudesse distinguir o devido do indevido
- lei humana (não pode contrariar a lei divina e a lei natural

- tendência pra proteger o seu, para proteger a espécie, e tendência para viver a vida em sociedade
(preceitos do direito natural)

- sete partidas (aplicadas como fonte de direito em Portugal)- a lei foi alterada por influencia da
racionalidade

 Direito natural- ideia de que seria imutável; mas a generalidade da doutrina desse período admite
variedade

 Toda a fonte tem que estar em conformidade com a justiça

Aula de quinta-feira 11-03-2022 (faltei)

15-03-2022 aula teórica

Pluralidade de fontes

Direito canónico- criado por autoridade eclesiástica


Fontes de direito canónico :
1- Sagradas escrituras: antigo testamento- preceitos de conteúdo moral, relativos ao culto também; novo
testamento- preceitos de direito divino revelados por deus, preceitos de direito apostólico, e divino
apostólico. Esses preceitos passam a comunidade através de duas outras fontes:

2- Tradição- conhecimento translatício que passa de pais para filhos de um ato de autoridade. Rege os
fiéis. Pode inovar face as sagradas escrituras, direta ou implicitamente

3- Costume- pratica reiterada com a convicção de que é juridicamente vinculante- cria um


comportamento frequente. Pra valer tinha que ter determinados requisitos, por influência do direito
romano. 1- Conforme a fé, 2- racional, 3- conforme a verdade.

4- Legislação do pontífice: decretos e decretais- o que as aproximas? Ambas criadas pelo Papa. O que
as separa? No caso do decreto o Papa cria a regras, no caso da decretal o Papa legisla mas isto é
solicitado por alguém, um ato de consulta. Concílios- reuniões eclesiásticas, Cúrias- órgão
consultivo. O Papa prevalece sobre os concílios ou é o contrário?- Concílios podem ser nacionais,
regionais, locais, mas também podem ter reuniões magnas.
5- Cânones- determinações criadas pelas reuniões eclesiásticas- normas ditadas pelo concilio. Um
cânone pode revogar um decreto? Qual está acima?

6- Doutrina-as opiniões dos juristas são fonte de direito canónico. 2 grandes escolas: Escola dos
glosadores e escola dos comentadores. Influencia do direito romano.

7- Concórdias- acordos entre o rei e o clero nacional e as concordata (acordos celebrados entre um
estado e a Santa sé)

Necessidade de compilar-
- a primeira obra 1140 integra o corpus iuris canonici- Decreto Graciano- Graciano procurou harmonizar
textos que eram conflituantes- não se limitou a recolher os decretos e as decretais
corpus iuris canonici (antes de 1140 já temos outras compilações- 5 compilações antigas)
- segunda obra- Decretais de Gregorio Nono (Papa)- são 5:
- a terceira obra é o sexto de Bonifacio VIII
- quarta obra- o setimo (ou as clementinas) do Papa Clemente V
- extravagantes- do Papá João…

Foram fonte de direito em Portugal desde muito cedo- há registos de antes mesmo da formação da
nacionalidade
Em que estruturas de tribunais eram aplicados?
- Existiam tribunais especiais- casos em que a lei não prevê uma jurisdição
- tribunais comuns:
- nesta época o rei tinha um órgão de aconselhamento- a cúria regia- usada como ultima instancia de recurso
- quem julga em primeira instancia? Depende
- tribunais da igreja: quando eles julgam? 2 critérios- da matéria e da pessoa
Matérias de cariz espiritual, numa época em que tudo em ultimo lugar teria um carater espiritual e poderiam
ter lugar a julgamento em tribunais eclesiásticos e, os reis perceberam isto.
Certas pessoas também são julgadas- os membros do clero, mas também aqui o Rei vai atuar- o tribunal
segue o réu- caminho da centralização
Também se entendia que tinha o privilégio de foro outras pessoas que não membros do clero- professores e
estudantes universitários-
As viúvas, os órfãos- se entendia que esta jurisdição estaria melhor vocacionada
As demais causas de configuração secular eram julgadas no tribunal do Rei- mas também aqui podemos
aplicar direito canónico.
Por qual ordem aplicar o direito da igreja?
- Primeiro Rei legislador- Afonso II- hierarquizou o direito canónico como referência face as outras fontes.
Aplicado preferencialmente
A medida que se caminha na história será aplicado se das leis regias ou direito romano resultar pecado
17-03-2022 AULA HDP
Direito supra regnum- se faz fora mas se aplica em portugal
Lei de 1211- lei do rei não iria estar acima da lei da igreja (durante um tempo foi direito preferencial)
Houve restrições? Sim
- Beneplácito régio (resistência)- uma lei do rei atribuída a D. Pedro I- defendeu de uma forma interessante
dizendo que o objetivo era proteger a própria igreja evitando que circulassem pelo reino documentos falsos
As regras apostólicas só se aplicariam uma vez publicadas e essa publicação e estaria dependente da
autorização do rei.

Ex. de direito supra regnum- O direito romano


Jurisprudencia- prudência própria da ciência jurídica, autónomos e livres face ao monarca
Corpus iuris civiles
Como foi possível aos juristas medievais aproveitar essa obra?
- Descoberta do digesto… muito frequenta encontrar volumes dos livros do digesto nas bibliotecas
medievais
1- Livro digesto velho 1º ao 24º, 2- do 39º ao 50º (novo), 3- 25º ao 38º- os que faltavam
Esta divisão foi feita pelos juristas medievos

O próprio direito canónico inspirou-se no direito romano

A partir do séc. XII a uma utilização do direito romano em contexto universitário


Irnério- professor em Bolonha- vai pegar no digesto e estudá-lo exclusivamente- inaugura o ensino do
direito da idade média
Sua escola chama-se Escola dos Glosadores- pequenas explicações anotadas as margens, remissões….
Destina-se meramente a explicitar
Vai terminar com Acúrsio no séc. XIII- Magna glosa, glosa ordinária ou Glosa de Acúrsio
- vai transcrever pela ordem todas as glosas produzidas ao corpus iuris civiles- cerca de 96 mil glosas

Escola intermedia- escola dos pós acursianos


- Os seus protagonistas são idolatras da obra e elegem-na como objeto primordial de analise e abandonam o
corpus

Séc. XIV um jurista percebe que precisam de mais do que a Glosa e resgatam o corpus- Escola dos
Comentadores-
- Bártolo (reconhecido como maior jurista de sempre)
- Comentário- mais criativo, alem de explicitar emite um juízo critico- não significa que os glosadores não
fossem críticos é apenas uma questão de necessidade
- Uma necessidade pelas circunstâncias do tempo- conciliar o direito romano com o direito dos estados
nacionais
- Questiones- enunciação de um problema
- quod libertica – tinha como protagonistas os mestres de uma universidade

Qual o método dos juristas medievos?


- tem um pensamento problemático, não arte do sistema porque não há sistema- parte do sistema
- é analítico- vai aos textos e vai analisado
- leges- primeiro elemento das ares inveniendi
- Arte de bem interpretar os poetas e os historiadores- nunca desconsiderando o caso
- Raciones- segundo elemento- argumentos (de facto e de direito)
- auctoritas- terceiro elemento
-ius comune

22-03 (não assisti a aula)

24-03-2022 aula teórica HDP


Aula passada
Lei do rei- características essenciais, generalidade e abstração, mas não quer dizer que esteja alargada
Forma de publicitação
Interpretação
Como se tornava mais fácil o conhecimento da lei? Através da compilação (ordenações do rei D. Duarte…)
Sete partidas

Direito Local
 Guerra da reconquista- garantir a defesa pela povoação do território- era necessário atrair habitantes
para essas zonas-
-Cartas de privilégio em sentido estrito, também há em sentido amplo- definem o regime jurídico de uma
determinada população
3 tipos:
1- Forais- sentido restrito; cessa sua vigência no séc. XIX com o liberalismo; outorgado (pode ser
outorgado pelo Rei)- quem concede são os senhores da terra- Há contrato ou é um ato jurídico
unilateral? Divergência doutrinaria- há quem defenda que é um ato jurídico unilateral pois quem
define as condições é o senhor, o colono não tem possibilidade de dizer que não aceita, mas isso não
descarta a natureza pactual- mas não invalida que o poder de decidir…
Tem matérias essencialmente de direito publico e poucas de direito privado, mais matérias- é
isto que diferencia esta da carta de povoação.
Constitui um município- elevar uma população a um concelho (Alexandre herculano)

Lei do foral funciona como norma especial

- lei geral do rei vigora em todo território


- se a lei geral for feita por um senhor que não seja o rei a norma só atinge os forais deste senhor, não
vigora em todo território

2- Cartas de povoação- sentido restrito; regras de conteúdo agrário; outorgado- quem concede são os
senhores das terras

3- Foros estatutos municipais- mais recentes; quem os constitui são os concelhos e por isso
constituem grandes cadernos de regras- abrange muito mais matéria nomeadamente no âmbito de
direito privado

Costume: pratica social reiterada com a convicção da obrigação jurídica


Determinados requisitos: alguns que a doutrina da época assinala são falsos requisitos
A maior parte deixa isso a critério do juiz- mas isto não é requisito do costume
Reais requisitos: racionalidade, antiguidade- um costume observado durante 20 anos era um costume antigo
e poderia ser usado como fonte de direito

Costume judiciário ( ou estilo da corte- pratica reiterada… mas qual o traço que o caracteriza? É a pratica
dos juízes
Façanhas- um precedente; circunstancia factual
Alvidros- decisões de tribunais escolhidos pelas partes

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