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Faculdade de Filosofia e Teologia Paulo VI

Matéria: Direito Canônico I


Professor: Monsenhor Antônio Robson
Aluno: Daniel Washington Teixeira Pacheco
RGM: 2270
Data:03-11-2022

Avaliação Parcial

1. Defina o que é lei de acordo com o Código de Direito Canônico.

R - Tomás de Aquino dizia que: “Lei é uma ordenação da razão para o bem comum,
promulgada por aquele que tem o cuidado da comunidade.” Para Suares, a lei é um “preceito
justo, comum e estável suficientemente promulgado”. Tanto numa quanto na outra, é
essencial o elemento da promulgação. Esta consiste no ato formal mediante o qual a
autoridade competente manifesta sua vontade de obrigar.

2. Entre os 10 princípios para a reforma do Código, conforme elencados no Prefácio,


escolha três e mostre a sua realização no atual Código.

R - Foram aprovados quase por unanimidade 10 princípios, destaco aqui o 1º, 3º e o 4º:
1.°) Na renovação do direito deve ser absolutamente conservada a índole jurídica do novo
Código, que é exigida pela própria natureza social da Igreja. Por isso compete ao Código dar
normas para que os fiéis na vida cristã se tornem participantes dos bens oferecidos pela Igreja,
que os conduzam à salvação eterna. Por conseguinte, para este fim o Código deve definir e
tutelar os direitos e as obrigações de cada um para com os outros e para com a sociedade
eclesiástica, na medida em que tendam para o culto de Deus e para a salvação das almas.
No título quarto, no capítulo primeiro, que trata da condição canónica das pessoas físicas, nos
cânones do 96 a 112 se refere aos direitos e deveres da pessoa física. Percebe-se aqui que o
código cumpre a sua função quanto a isso pois tutela, os direitos e deveres de cada um para
com a sociedade e para com Deus.
3.°) Para favorecer ao máximo a cura pastoral das almas, no novo direito, além da virtude da
justiça, deve ter-se em conta também a caridade, a temperança, a humanidade, a moderação,
pelas quais se procure aplicar a equidade não só na aplicação das leis por parte dos pastores de
almas, mas também na própria legislação, e por isso devem ser postas de parte as normas
demasiado rígidas, recorrendo-se pelo contrário de preferência às exortações e aos conselhos,
quando não haja necessidade de observar o direito estrito por causa do bem público e da
disciplina eclesiástica geral.
No livro quarto, no título sétimo do capítulo décimo, nos cânones de 1161 a 1165 trata da
sanação radical, ou seja do da sanação na raiz de alguns problemas relacionados ao
matrimônio, é uma forma de permitir a algumas pessoas que querem entrar em comunhão
com a Igreja, mas seu cônjuge não aceita entram a Igreja por caridade pastoral lhe dá uma
certa licença.

4.°) Para que o Sumo Legislador e os Bispos cooperem na cura das almas e apareça de modo
mais positivo o múnus dos pastores, tornem-se ordinárias as faculdades acerca da dispensa
das leis gerais, que até aqui eram extraordinárias, reservando-se ao poder Supremo da Igreja
universal ou a outras autoridades superiores apenas aquelas que exijam excepção por causa do
bem comum.

Os cânones de 85 a 93, referente ao quito capítulo trata das dispensas. Nele está claro que se
torna mais ordinária e mais acessível a prática das dispensas. Qualquer bispo titular de alguma
Igreja particular tem a autoridade legal para oferecer as dispensas solicitadas, sempre com o
fim da Salus animarum,

3. Quem está sujeito ao CIC? (sujeito passivo)

R – Todo batizado está sujeito ao CIC.

4. O que são os costumes, porque em razão de sua matéria, são excluídos da


possibilidade de se tornarem normas canônicas com força de lei?

R – O costume é a norma derivada da repetição de atos por uma comunidade com a intenção
de obrigar. O costume pode se encontrar à margem (praeter ius) ou segundo a lei. O Código
canônico se mostra, em geral, preocupado em suprimir o costume contra a lei.

Porque o costume não valida um ato. O fato de que todos o realizam não dá veracidade ao ato,
a não ser que seja aprovado pelo legislador legal e que este ao não seja contrário ao direito
divino, e o direito canônico.

5. Um ato administrativo pode ser nulo por qual razão?

R – Segundo o Cân. 38 — O ato administrativo, mesmo quando se tratar de um rescrito dado


Motu próprio, carece de efeito na medida em que lesar o direito adquirido de outrem, ou for
contrário à lei ou ao costume aprovado, a não ser que a autoridade competente lhe tenha
aposto expressamente uma cláusula derrogatória.
E segundo o Cân. Quando o executor do ato administrativo não cumprir as condições
essenciais apostas no documento e não observar a forma substancial de proceder, a execução é
inválida

6. Quem é a autoridade competente para dispensar das leis?

R – Segundo o Cân. 85, a dispensa, ou seja, a relaxação da lei meramente eclesiástica num
caso particular, pode ser concedida por quem tenha autoridade executiva (o bispo) dentro dos
limites da sua competência, e ainda por aqueles a quem, pelo direito ou por delegação
legítima, explícita ou implicitamente competir o poder de dispensar.

7. Como se promulga uma lei? Quais atos devem anteceder a promulgação de uma lei
canônica?

R –Segundo o Cân. 8 § 1. As leis eclesiásticas universais promulgam-se pela publicação no


boletim oficial Acta Apostolicae Sedis, a não ser que, em casos particulares, tenha sido
prescrita outra forma de promulgação; e os atos que devem anteceder a promulgação de uma lei
canônica é o fato de ela só entrar em vigor três meses após o dia indicado no número dos Acta,
a não ser que pela natureza da matéria obriguem imediatamente, ou na própria lei se
determine especial e expressamente uma vacância mais breve ou mais longa.

As leis particulares promulgam-se pelo modo determinado pelo legislador e começam a


obrigar um mês após a data da promulgação, a não ser que na própria lei se estabeleça outro
prazo.

8. Faça uma análise do cânon 96, com destaque dos termos: batismo, pessoa, membro da
Igreja, incorporação, comunhão e legítima sanção.

R – O cân. 96 ao afirmar que pelo batismo o homem é incorporado à Igreja de Cristo, e nela
consstitui pessoa significa que com o batismo o ser humano, cristura de Deus se torna filho,
membro da Igreja, e por isso pessoa. O batismo confere à pessoa direitos e deveres, passa a ter
os ônus e bônus de ser cristão. Passa a fazer parte da comunhão da Igreja e por isso está
sujeito a sanções se não cumprir com o que lhe é pedido como cristão.

9. Explique o que é domicílio canônico e como se adquire.


R – Domicílio é o lugar de origem da pessoa. O Cân. 101 §1 do CIC, afirma que domicílio é o
lugar da origem do filho, mesmo neófito, é aquele em que, quando o filho nasceu, os pais
tinham domicílio, ou na falta dele, quase-domicílio; ou, se os pais não tinham o mesmo
domicílio ou quase-domicílio, a mãe
O Cân. 102 §1 do CIC, apresenta que o domicílio se adquire pela residência no território de
alguma paróquia ou, ao menos, de alguma diocese, acompanhada da intenção de aí
permanecer perpetuamente se nada o fizer transferir-se, ou por a residência de facto se ter
prolongado por cinco anos completos. O § 2 destaca o quase-domicílio que se adquire pela
residência no território de alguma paróquia ou, ao menos, de alguma diocese, acompanhada
da intenção de aí permanecer ao menos por três meses se nada o fizer transferir-se, ou por a
residência de facto se ter prolongado por três meses.

10. Qual a diferença entre Morador, Adventício, Peregrino e Vago?

R – O Cân. 100 do CIC se refere ao morador como aquele que possui um lugar onde tem
domicílio; o adventício, possui um lugar onde tem quase-domicílio; o peregrino, é aquele que
se encontra fora do domicílio ou quase-domicílio que ainda mantém; o vago, aquele que não
tem domicílio ou quase-domicílio em parte alguma.

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