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Departamento de Teologia

TEOLOGIA SISTEMÁTICO-PASTORAL

Aluno: Jarbas Lopes de Almeida


Orientador: Abimar Oliveira de Moraes

Introdução
Há no Evangelho de Lucas uma metodologia pedagógica que aponta para um
seguimento pelo qual a Igreja Cristã do presente século deveria observar, quanto à prioridade
na pregação da Palavra e o seu devido ensino, apontando para a valorização da comunhão dos
crentes; colocando em segundo plano a manifestação dos sinais e prodígios.

Objetivos
Demonstrar a forma pela qual a Igreja Cristã deveria se comportar ao prosseguir com o
cumprimento da ordem do "IDE" – pregação do Evangelho do Reino e promoção da
Comunhão.

Metodologia
Através de avaliação hermenêutica, observando convergências e divergências dos
Evangelhos Sinóticos e correlacionando os fatos registrados pelos evangelistas, perícopes
foram analisadas a fim de destacar a didática lucana, no intuito de perscrutar a peculiaridade
do Evangelho de Lucas, conforme apontado na introdução deste resumo.
Há no método pedagógico de Lucas uma sensível apresentação da forma prioritária
que a Igreja Cristã deveria assumir, em obediência, ao anunciar o Evangelho da Salvação a
todos os povos, que é a prioridade da Palavra ante ao secundarismo da demonstração dos
sinais e prodígios. Esta observação não tem sido aplicada na evangelização contemporânea,
uma vez que a Igreja Cristã se distanciou da apresentação genuína da Palavra e deixou-se
enveredar por caminhos cada vez mais tenebrosos e sem o propósito do Eterno, senão apenas
o efêmero. Uma lacuna a ser preenchida através desta explanação.
Como um relato mais que preciso, ante aos demais Evangelhos, sem com isso atribuir
aos demais, imprecisão, Lucas traz em seus registros a auto explicação de como observou o
que escrevia. Seu prólogo é único no Novo Testamento e, por isso, merece considerações
mais detalhadas, pois nele o autor dá importância à confiabilidade nos seus relatos.
Ferramentas adicionais foram cuidadosamente usadas em sua pesquisa historiográfica
e depois registradas em seus escritos como, por exemplo, as tradições dos Apóstolos. Após o
“apanhado” dessas informações Lucas testou tudo e depois registrou as conclusões de sua
pesquisa num relato bem ordenado. Tal “chão firme” nos leva a aceitar que estamos, nos
relatos do Evangelho de Lucas, diante de fatos que realmente aconteceram. Apesar dele
mesmo não ter sido testemunha ocular, precisou basear-se em relato fidedignos, dos apóstolos
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“acima de qualquer suspeitas”, caso contrário comprometeria seu trabalho de excelência e


precisão, digno de um médico dedicado ao paciente, objetivando a cura do mesmo, jamais a
impossibilidade dessa cura.
O Evangelho de Lucas traz peculiaridades que o distinguem dos outros sinópticos. Ele
reafirma e enfatiza a universalidade da mensagem cristã. Deixa claro que Jesus não é apenas o
Libertador dos judeus, mas ainda o Salvador de todo o mundo. Isso abre o ‘horizonte
evangelizador’ do mundo judaico e expande, corroborando com o ministério paulino, quanto
ao alcance gentílico que o Senhor Jesus havia iniciado e, a posteriori, devia seguir
‘gentilicamente’, sem as bases aprofundadoras das raízes judaicas. Pode-se observar que
material estritamente judaico, encontrado nos outros sinópticos, foram deixados de lado [...].

Conclusões
Podemos resumir, sem esgotar o assunto, ressaltando o estilo mais literário, conciso e
belo, dentre os quatro evangelhos apresentados no Novo Testamento. O Evangelho de Lucas é
biográfico e literário. Isso revela sua capacidade e habilidade em trabalhar com as palavras.
Sua escrita em ordem cronológica é notável (Lc 1.3). Sua didática pedagógica visa, sem o
estupor estagnante das demais ênfases ministeriais de Jesus, ratificar a necessidade da
inclusão gentílica, principalmente na mais pura ordenança proclamada sem palavras, porém
reforçada pelo testemunho do próprio Cristo, ao revelar o Reino através de Suas Palavras e
testificar o Seu poder através dos sinais que Marcos já havia percebido e repassado, sem a
devida atenção que Lucas dá: “...Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura...
Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem...” Mc 16.15,17.

Referências
1 - Quem é quem na Bíblia Sagrada – Gardner, Paul; tradução José Ribeiro – São Paulo, SP,
Ed. Vida, 2005, págs 413 à 418.
2 - Estudos Bíblicos, O Conhecimento da Palavra de Deus - Silva, Claudemir Pedroso da –
São Paulo, SP, Ed. Difusão Cultural do Livro, 2011, págs 287 à 289.
3 - Bíblia de Jerusalém; Nova edição, revista e ampliada; 7ª edição; Ed. Paulus; São Paulo,
SP; 2011; págs 1700, 1701, 1807.
4 - Bíblia de Estudo Almeida, Traduzida por João Ferreira de Almeida, Ed. Revista e
atualizada, SP, Sociedade Bíblica do Brasil
5 - CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versiculo,
Hagnos, 2001

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